uninter-gestao-legislacao-radiologica-aula 1

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

GESTÃO E LEGISLAÇÃO EM

RADIOLOGIA
AULA 1

Prof. Marlos João Mazur


CONVERSA INICIAL

Este material foi elaborado com o intuito de simplificar seu processo de


compreensão dos conteúdos relacionados à administração e à legislação em
serviços de saúde. Nosso objetivo é desenvolver seu pensamento crítico em
relação ao panorama geral dos serviços de diagnóstico por imagem, oferecendo-
lhe as ferramentas necessárias para que você possa adquirir uma visão
completa dos procedimentos. Isso envolve a compreensão de todas as etapas,
desde o agendamento do paciente até a entrega dos resultados dos exames.
O tecnólogo em radiologia é um profissional que deve estar apto a ocupar
cargos de liderança e desempenhar um papel valioso, auxiliando a gestão dos
centros de diagnóstico por imagem (CDI). Com a devida especialização, você
pode até mesmo almejar ocupar a posição de gestor do CDI.
Ao longo desta jornada de aprendizado, exploraremos os alicerces da
administração, a construção de identidades organizacionais, a estrutura
hospitalar e a importância do planejamento e funcionamento em um ambiente de
saúde. Esses conhecimentos fornecerão uma base sólida para profissionais que
desejam assumir papéis de liderança e contribuir para o sucesso de suas
organizações e da sociedade em geral.

TEMA 1 – CONCEITOS BÁSICOS DE ADMINISTRAÇÃO

Podemos definir a administração como o processo de planejar, organizar,


liderar e controlar os recursos humanos e materiais de uma organização para
que ela atinja seus objetivos de forma eficaz.
A administração desempenha um papel central em todas as
organizações, sejam elas empresas, hospitais, instituições governamentais sem
fins lucrativos ou qualquer outro tipo de empreendimento. Seu papel é crucial
para as operações eficazes e eficientes de uma organização, possibilitando a
consecução de seus objetivos e o cumprimento de sua missão.

1.1 Teorias da administração

A administração é abordada por meio de duas principais correntes: a


abordagem clássica e a abordagem científica. De acordo com Chiavenato
(2014), no decorrer do século XX, dois engenheiros pioneiros deram origem aos

2
primeiros estudos no campo da administração. Um deles, o francês Henry Fayol,
direcionou seus esforços para estabelecer os princípios da escola clássica da
administração. Enquanto isso, o americano Frederick Winslow Taylor
concentrou-se na fundação da escola científica da administração.
Embora essas abordagens sejam distintas em suas ênfases e
metodologias, elas complementam-se de maneira coesa e harmoniosa.

1.2 Abordagem clássica da administração

A abordagem desenvolvida por Henry Fayol (1841-1925) tem como


principal desiderato a otimização da eficácia da empresa, focalizando sua
atenção nos departamentos que compõem a organização e nas inter-relações
estruturais entre eles. De acordo com Chiavenato (2014), essa abordagem
caracterizava-se pela predominância do enfoque na estrutura organizacional,
nos elementos da administração e na departamentalização. Sob esse enfoque
estrutural, a empresa era subdividida, entretanto a liderança permanecia
centralizada sob um único chefe.
A gênese dessa abordagem de Fayol pode ser atribuída às repercussões
da Revolução Industrial, que se caracterizaram por:

• crescimento acelerado e desordenado das empresas, tornando inviável a


continuidade do conhecimento empírico e da improvisação;
• necessidade premente de aprimorar a eficácia e a competência das
organizações, reduzir custos, evitar desperdícios e otimizar a utilização da
mão de obra.

1.2.1 Conceitos de administração com base na abordagem clássica

Na obra Administração industrial e geral, publicada por Henri Fayol em


1916, o autor delineia as funções cruciais da administração, destacando
planejamento, organização, liderança e controle como elementos fundamentais
para o êxito organizacional. Fayol ressalta que essas funções formam a base
essencial da administração e são essenciais para o sucesso de qualquer
entidade organizacional, independentemente de sua natureza ou escopo.
O planejamento, conforme delineado por Fayol, desempenha um papel
central, exigindo uma precisa definição de objetivos e metas organizacionais.

3
Segundo Fayol, a ação de administrar é essencialmente a aplicação prática dos
elementos da administração, a saber: prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar, os quais compõem os pilares do processo administrativo. Conforme
Chiavenato (2014), o administrador desempenha as funções a seguir.

• Prever: envolve a capacidade de antecipar o futuro e elaborar um plano


de ação para estabelecer os objetivos da empresa e definir a forma de
alcançá-los.
• Organizar: consiste na construção de uma estrutura organizacional que
abarque tanto os aspectos materiais quanto sociais da empresa,
coordenando todos os recursos disponíveis, sejam eles humanos,
financeiros ou materiais, de forma a alocá-los da maneira mais eficiente
possível.
• Comandar: implica dirigir e orientar os colaboradores, garantindo que
executem suas tarefas de maneira eficaz, visando alcançar os objetivos
da empresa. É crucial que as hierarquias e as responsabilidades de cada
cargo estejam bem definidas para o sucesso desta função.
• Coordenar: tem por finalidade integrar e harmonizar as ações e os
esforços coletivos em prol dos objetivos organizacionais.
• Controlar: visa verificar se as atividades estão ocorrendo de acordo com
as regras e instruções estabelecidas. Controlar implica definir padrões e
indicadores de desempenho para garantir que a gestão e o trabalho da
equipe sejam eficazes e estejam alinhados com os objetivos planejados.

Chiavenato (2014) destaca que a administração, por ser considerada uma


ciência, fundamenta-se em leis e princípios. Fayol estabeleceu princípios gerais
de administração, ressaltando a ausência de rigidez e absolutismo na área
administrativa. É crucial compreender que, na administração, a eficácia na
aplicação das teorias, princípios e ferramentas depende de medida, ponderação
e bom senso. O gestor deve ter a flexibilidade necessária para aplicar esses
princípios em qualquer contexto, momento ou circunstância.

1.3 Abordagem científica na gestão empresarial

A abordagem científica da administração, também conhecida como


abordagem clássica, surgiu no início do século XX, representando um marco

4
significativo na gestão empresarial. Desenvolvida por Frederick Winslow Taylor,
Henry Fayol e Max Weber, essa abordagem visa tornar a administração mais
eficiente e racional.
Taylor, precursor da administração moderna, concentrou-se em aprimorar
a eficiência das operações empresariais, especialmente nas atividades laborais.
Taylor propunha a aplicação de métodos científicos na gestão das tarefas
operacionais, observando minuciosamente a execução das atividades para criar
métodos de trabalho eficazes e otimizar a produção com custos reduzidos.
Entre 1903 e 1911, Taylor identificou limitações na produtividade dos
operários devido a influências e ao sistema de pagamento por produção. Propôs
uma política salarial para estimular eficiência em menor tempo. Em
Administração de oficinas, destacou seleção científica de colaboradores e
ambiente colaborativo. Contudo, a abordagem científica enfrenta críticas por
simplificar e negligenciar aspectos humanos e sociais. O objetivo da
administração é proporcionar salários mais elevados e reduzir os custos de
produção. Para alcançar esse objetivo, a administração deve aplicar métodos
científicos de pesquisa para desenvolver princípios e estabelecer processos
padronizados para controlar as operações fabris.
A seleção dos colaboradores deve ser realizada com base em critérios
científicos, e eles devem ser alocados em cargos com condições de trabalho
adequadas. A capacitação dos colaboradores deve ser conduzida de forma
científica para aprimorar suas habilidades e assegurar que desempenhem suas
tarefas de maneira a atender às normas de produção estabelecidas.
A administração deve promover um ambiente de colaboração entre os
colaboradores, a fim de manter um ambiente de trabalho agradável e
harmonioso.
O segundo período de atuação de Taylor, como destacado por
Chiavenato (2014), ocorreu após a publicação de seu livro Princípios da
administração científica, que se tornou uma obra amplamente adotada por
gestores em todo o mundo. Nesse período, Taylor enfatizava a necessidade de
uma reestruturação abrangente das empresas para implementar a
racionalização do trabalho operário e aplicar os princípios da administração
científica. Taylor argumentava que, em 1911, as empresas enfrentavam três
problemas críticos que afetavam seus resultados:

5
• a "vadiagem sistemática" dos operários, que se traduzia na intencional
redução da produção para evitar a diminuição dos salários;
• a falta de conhecimento da gestão sobre as rotinas de trabalho e o tempo
necessário para a execução de cada tarefa;
• a ausência de padronização das técnicas e métodos de trabalho.

No entanto, é importante destacar que a abordagem científica da


administração não é isenta de críticas. Alguns argumentam que ela tende a
simplificar demais a complexidade das organizações e a tratar os trabalhadores
como meros componentes de máquinas, ignorando aspectos humanos e sociais
da gestão. Além disso, as abordagens mais recentes da administração, como a
teoria das relações humanas e a abordagem contingencial, questionaram
algumas das suposições da abordagem científica e enfatizaram a importância
das pessoas e do ambiente na administração.

1.4 Otimização da organização do trabalho

Foi observado que os operários adquiriam suas habilidades ao observar


os colegas de trabalho, o que levava a múltiplas abordagens para a mesma
tarefa, muitas vezes com ferramentas diversas. Frederick Winslow Taylor
argumentava que a aplicação da análise científica poderia resultar em métodos
padronizados e mais eficientes para a execução de tarefas, denominando esse
processo organização racional do trabalho (ORT). A ORT baseia-se nos
seguintes princípios:

• análise minuciosa do trabalho e estudo dos tempos e movimentos;


• investigação da fadiga humana;
• divisão do trabalho e especialização dos operários;
• definição clara de cargos e tarefas;
• implementação de incentivos salariais e prêmios com base na produção;
• aplicação do conceito do homo economicus;
• consideração das condições ambientais de trabalho, incluindo iluminação
e ergonomia.
• padronização de métodos e máquinas;
• supervisão eficaz.

6
Conforme Chiavenato (2014), Taylor enfatizava a importância da divisão
de responsabilidades entre a gerência e os executores. Na visão de Taylor, os
operários não tinham a capacidade nem a formação necessária para analisar
cientificamente seu trabalho e estabelecer padrões. Portanto, o planejamento do
trabalho cabia à gerência, enquanto a supervisão ficava encarregada de auxiliar
o executor e verificar se o trabalho estava de acordo com o planejado, deixando
a execução, sem questionamentos, a cargo dos operários.

TEMA 2 – PRINCÍPIOS DE UMA ORGANIZAÇÃO

Todos nós desempenhamos o papel de consumidores de bens e serviços


como parte de nossa subsistência, e são as entidades organizacionais que se
encarregam da execução das atividades relacionadas à produção desses bens
e serviços, destinados a atender às demandas da sociedade contemporânea.
Nesta seção, examinaremos as organizações, explorando seus conceitos
fundamentais e princípios subjacentes. Cabe ressaltar que toda entidade,
independentemente de sua finalidade lucrativa ou não, é enquadrada sob a
designação de organização.
Os princípios de uma organização frequentemente refletem seus valores,
missão e visão. Eles estabelecem padrões éticos, delineiam metas e objetivos e
fornecem um quadro para a tomada de decisões. Além disso, os princípios
ajudam a criar consistência e coesão em toda a organização, garantindo que
todos os membros compreendam e compartilhem um conjunto comum de
valores e objetivos.
A introdução dos princípios começa com a liderança e a alta administração
da organização. Elas desempenham um papel fundamental na definição e
comunicação dos princípios para toda a equipe. A liderança também deve
exemplificar esses princípios em sua própria conduta, servindo como modelos
para os demais. Os princípios de uma organização podem variar amplamente,
dependendo de sua cultura, setor e objetivos. No entanto, alguns princípios
comuns incluem a transparência, a integridade, a responsabilidade, o respeito
pelo indivíduo, a inovação e o compromisso com a excelência.
É essencial que os princípios sejam comunicados de maneira clara e
eficaz a todos os membros da organização, para que todos compreendam o que
se espera deles em termos de comportamento e desempenho. Além disso, os

7
princípios devem ser revisados regularmente para garantir que permaneçam
relevantes e alinhados com a evolução da organização e do ambiente
empresarial.

2.1 Extensões da organização

Uma organização é uma presença muito mais significativa em nosso


cotidiano do que frequentemente imaginamos. De acordo com Lacombe e
Heilborn (2015), o conceito de organização é a reunião de duas ou mais pessoas
que se associam de maneira organizada para alcançar objetivos comuns. Essa
definição abarca diversas entidades, incluindo empresas, universidades,
hospitais, escolas, associações culturais, partidos políticos, sindicatos, clubes,
condomínios, cooperativas, famílias, organizações não governamentais (ONGs),
associações de classes profissionais, corporações militares, associações de
bairros e outras.
É possível que você esteja tendo o seu primeiro contato com a
administração como uma disciplina acadêmica. Portanto, é crucial distinguir
desde já alguns conceitos fundamentais. É essencial compreender a distinção
entre organização e estrutura organizacional.

• Organização: diz respeito à reunião de pessoas com ideias, projetos e


recursos para alcançar objetivos comuns.
• Estrutura organizacional: refere-se à forma como a organização será
organizada, à departamentalização, com as políticas internas definidas e
a administração estabelecida.

Conforme afirmado por Chiavenato (2014), as organizações variam


consideravelmente entre si em termos de tamanho, características, estruturas e
objetivos. Enquanto organizações empresariais têm a finalidade de ser
lucrativas, outras entidades, como o exército, serviços públicos, igrejas e
instituições filantrópicas, operam sem visar lucro. Uma organização pode ter um
início modesto, mas, à medida que cresce, tende a se tornar mais complexa.
Nesse estágio, de acordo com Chiavenato (2014), entra em jogo o papel da
administração como uma disciplina científica, que orienta de forma racional as
atividades de uma organização, independentemente de seu caráter lucrativo ou
não.

8
2.2 Classificações organizacionais

Uma organização pode ser classificada como formal ou informal,


dependendo da origem de sua estrutura: se uma divisão de trabalho foi planejada
de maneira racional ou se os membros assumiram funções de forma natural,
sem formalização. Chiavenato (2014) aborda esses conceitos de forma clara.

• Organização formal: é a organização planejada, com um organograma,


manuais (POP) e uma divisão de trabalho racional que especializa as
pessoas em tarefas específicas.
• Organização informal: é a divisão de tarefas entre os ocupantes de
cargos que ocorre de forma natural, em que o grupo reconhece um
membro como líder, mesmo que esse líder não conste no organograma
ou ocupe um cargo de liderança formal.

Dentro das organizações formais, a complexidade pode variar. De acordo


com Cury (2000), a complexidade não está diretamente relacionada ao tamanho
ou ao número de colaboradores da empresa, mas sim à complexidade dos
processos internos e à estrutura da organização. Portanto, uma empresa de
pequeno porte pode ser mais complexa do que uma empresa de grande porte.
Vejamos.

• Organização de baixa complexidade: é a empresa tradicional, com um


ambiente estável, abordagem mecanicista, uso de tecnologia simples,
produção rotineira e foco nas atividades.
• Organização de média complexidade: é a empresa com ambiente e
tecnologia um pouco mais complexos, produção e rotinas menos
mecanizadas, foco no indivíduo e motivação no trabalho.
• Organização de alta complexidade: é a empresa com tecnologia de
ponta, ambiente potencialmente turbulento, incertezas, alta
interdependência entre áreas diversificadas, vários grupos de trabalho e
busca por mobilização da força de trabalho e padronização das tarefas,
visando uma abordagem menos burocrática.

Diante das constantes mudanças e complexidades do mercado, é


vantajoso ter organizações mais complexas, especialmente no que se refere à
estrutura organizacional. No entanto, Cury (2000) destaca que as empresas

9
devem adaptar sua organização e processos para obter resultados mais
notáveis, de acordo com o contexto de mercado em que estão inseridas,
buscando evolução e melhoria contínua sempre que possível, com foco na
sustentabilidade.

TEMA 3 – IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

A identidade organizacional engloba a cultura empresarial, que se


manifesta na maneira como a empresa opera, interage com seus funcionários e
trata seus clientes. A cultura corporativa é um elemento essencial na criação de
um ambiente de trabalho produtivo e satisfatório.
A consistência na projeção e vivência da identidade organizacional é
crucial. A empresa deve garantir que a identidade seja refletida em suas
operações diárias, em sua comunicação e nas relações com todos os públicos
envolvidos. Isso contribui para construir uma marca forte e confiável, capaz de
conquistar a confiança e a lealdade de clientes e parceiros.
A identidade organizacional também desempenha um papel importante
na diferenciação da empresa em um mercado competitivo. Quando bem definida
e comunicada, ela permite que a organização se destaque e crie uma identidade
única que a distingue de seus concorrentes.
Dentro do contexto do sistema organizacional, é essencial a adoção de
princípios organizacionais. Embora seja comum abordá-los no âmbito do
planejamento estratégico, para os propósitos deste estudo consideramos mais
apropriado discuti-los aqui. Quando nos referimos a princípios organizacionais,
estamos tratando da missão, da visão e dos valores da organização (empresa).

• Missão: a missão representa a razão de ser da organização, o que a


motiva e direciona. Ela deve responder a questões relacionadas ao tipo
de produto ou serviço oferecido, como são fornecidos e qual é o impacto
na sociedade.
• Visão: a visão descreve o cenário futuro almejado pela organização.
Utilizar indicadores de desempenho é uma ferramenta eficaz para avaliar
se a empresa está progredindo em direção a sua visão.
• Valores: os valores representam os princípios fundamentais para a
organização, o que ela mais valoriza na condução de seus processos,
rotinas e comportamentos e como estabelece suas políticas internas.

10
Esses princípios organizacionais desempenham um papel crucial na
definição da identidade e da direção da organização, influenciando a cultura
empresarial, as estratégias e a tomada de decisões.
Vamos a um exemplo sobre esses conceitos relacionando-os com um
CDI? Iremos usar um nome fictício como Clínica Radiológica Excelência
Diagnóstica, com o intuito de torná-lo mais compreensível.

• Oferecer serviços de diagnóstico por imagem de alta qualidade, precisão


e segurança, contribuindo para a saúde e o bem-estar de nossos
pacientes. Nossa missão é fornecer resultados confiáveis e acessíveis,
apoiados por tecnologia avançada e equipe especializada, garantindo o
melhor atendimento e suporte a médicos e pacientes.
• Ser reconhecida como a principal referência em diagnóstico por imagem,
inovando continuamente em tecnologia, treinamento e atendimento ao
cliente. Buscamos ser líderes em qualidade, excelência e acessibilidade,
sempre focados no aprimoramento constante de nossos serviços e na
satisfação total de nossos pacientes.
• Comprometemo-nos com os mais altos padrões de qualidade em todos
os aspectos de nossos serviços. Colocamos a precisão clínica no centro
de tudo o que fazemos, garantindo resultados confiáveis. Tratamos
nossos pacientes com compaixão, respeito e cuidado, compreendendo
suas preocupações e necessidades. Buscamos continuamente a
inovação tecnológica e científica para aprimorar nossos serviços de
diagnóstico. Tornamos o diagnóstico por imagem acessível a todos,
buscando opções de pagamento flexíveis. Trabalhamos em estreita
colaboração com médicos e parceiros da área de saúde para garantir a
melhor assistência ao paciente. Agimos com ética e integridade em todas
as nossas interações e tomadas de decisão. Comprometemo-nos a
operar de forma responsável, minimizando nosso impacto ambiental e
promovendo a sustentabilidade.

Com essa identidade organizacional, a Clínica Radiológica Excelência


Diagnóstica aspira ser um centro confiável e inovador de diagnóstico por
imagem, priorizando a qualidade, a precisão e o cuidado com seus pacientes,
enquanto mantém uma visão de liderança e excelência no setor de saúde.

11
TEMA 4 – ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR

No contexto das políticas de saúde pública e do sistema de saúde


brasileiro, conhecido como o Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes que
necessitam de atendimento médico geralmente iniciam sua busca por soluções
de saúde na atenção básica, como nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou
Unidades de Saúde da Família (USF). Se o problema requer cuidados mais
especializados, os pacientes são encaminhados para policlínicas ou centros de
referência e, em última instância, para hospitais. Esse fluxo de atendimento não
é seguido em todas as regiões do país devido a vários fatores, como a cultura
dos pacientes, que podem buscar diretamente os hospitais, ou limitações do
sistema de saúde em fornecer cobertura adequada em determinadas áreas.
De acordo com Malagón-Londoño, Morera e Laverde (2000), os hospitais
desempenham um papel essencial como centros de referência, onde os
pacientes buscam tratamento para condições médicas que não puderam ser
resolvidas na atenção básica ou em outros locais. Os hospitais são
frequentemente o último recurso para os cidadãos na busca por soluções de
saúde, independentemente de serem atendidos pelo sistema público ou pelo
setor privado, como a saúde suplementar.
Portanto, é fundamental planejar a estrutura e o funcionamento de um
hospital de acordo com o nível de atenção médica e o grau de complexidade que
a instituição se propõe a oferecer. Isso deve considerar cuidadosamente os
recursos disponíveis, incluindo aspectos financeiros, tecnológicos e de recursos
humanos, necessários para realizar os procedimentos e tratamentos planejados
pela unidade hospitalar.

TEMA 5 – ESTRUTURA HOSPITALAR

O planejamento da estrutura de um hospital deve levar em consideração


a conformidade com a expectativa de sua função. Os hospitais podem ser de
diferentes tipos com base em sua estrutura predial e layout, como monobloco,
pavilhonar ou multibloco.

• Hospital pavilhonar: nesse modelo, os serviços são distribuídos em


edifícios menores, cada um com uma especialidade distinta. Por exemplo,
a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) segue esse modelo.

12
• Hospital multibloco: aqui, os serviços estão localizados em edifícios
maiores, podendo ou não estar interligados.
• Hospital monobloco: todos os serviços estão centralizados em um único
edifício, que pode ter um único andar (horizontal) ou múltiplos andares
(vertical).

O tamanho de um hospital é classificado de acordo com o número de


leitos oferecidos.

• Hospital de pequeno porte: até 50 leitos.


• Hospital de médio porte: de 51 a 150 leitos.
• Hospital de grande porte: de 151 a 500 leitos.
• Hospital de porte extra: mais de 500 leitos.

O planejamento para a construção ou expansão de hospitais deve levar


em conta as necessidades de leitos da região em que estão localizados.
Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da
Saúde estabelecem diretrizes para a proporção de leitos por habitante ou de
acordo com o porte da instituição de saúde. Além disso, para Unidades de Pronto
Atendimento (UPA) no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde
estabelece critérios de número de leitos com base no porte.

• UPA porte I: atende de 50.000 a 100.000 habitantes e deve ter no mínimo


sete leitos para observação e dois leitos para urgência.
• UPA porte II: atende de 100.001 a 200.000 habitantes e deve ter no
mínimo 11 leitos para observação e três leitos para urgência.
• UPA porte III: atende de 200.001 a 300.000 habitantes e deve ter no
mínimo 15 leitos para observação e quatro leitos para urgência.

Para hospitais especializados em cuidados prolongados, os critérios são


regulamentados pelo Ministério da Saúde e podem incluir Unidades de Cuidados
Prolongados (UCP) com 15 a 25 leitos para internação e Hospitais de Cuidados
Prolongados (HCP) com mais de 40 leitos destinados à internação.
A proporção de profissionais de saúde por leito é um fator importante a
ser considerado, com referências internacionais que variam de dois a 3,5
colaboradores por leito. Para profissionais de enfermagem, a proporção é
geralmente de um profissional para cada cinco leitos. Quanto aos pacientes,
considera-se uma média de seis visitantes por leito, exigindo uma infraestrutura

13
adequada, como estacionamento, salas de espera e instalações de apoio. O
projeto arquitetônico do hospital também deve acomodar uma equipe
multiprofissional de reabilitação, bem como equipes de apoio, incluindo áreas de
estacionamento, banheiros, vestiários, refeitório e sala de descanso para os
colaboradores. O dimensionamento correto da estrutura de um hospital é
essencial para garantir a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde
prestados.

NA PRÁTICA

Vamos considerar a clínica de radiologia Radiossaudável como um estudo


de caso para aplicar os conceitos discutidos anteriormente.
O diretor da clínica, Dr. André, é um profissional com cargo de liderança.
Ele precisa utilizar conceitos de administração para tomar decisões eficazes,
como escolher novos equipamentos de diagnóstico por imagem, otimizar os
horários de atendimento e gerenciar a equipe de forma eficiente. A clínica
Radiossaudável definiu sua missão como fornecer diagnósticos precisos e
cuidados de saúde excepcionais. Sua visão é ser a clínica de escolha para
pacientes e profissionais de saúde na nossa comunidade. Os valores incluem
integridade, qualidade, empatia e inovação. A identidade da clínica
Radiossaudável é definida por sua cultura de atendimento personalizado,
enfatizando a importância do paciente e o compromisso com diagnósticos
precisos. A clínica Radiossaudável é uma clínica independente de diagnóstico
por imagem. Ela oferece uma variedade de serviços, incluindo radiografias,
ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas. A clínica tem um
corpo clínico de médicos radiologistas, tecnólogos em radiologia e técnicos em
radiologia. A clínica realiza um estudo epidemiológico da região para entender
as necessidades de saúde da comunidade local. Com base nesse estudo, ajusta
sua oferta de serviços e horários de funcionamento. Além disso, a clínica segue
critérios rigorosos de qualidade para garantir a segurança dos pacientes.
No exemplo acima, a aplicação prática dos conceitos de administração,
identidade organizacional, organização hospitalar e planejamento estratégico é
fundamental para o sucesso da clínica Radiossaudável. A compreensão desses
conceitos permite que a clínica atenda eficazmente às necessidades da

14
comunidade e mantenha uma identidade organizacional forte, focada na
qualidade do atendimento ao paciente e na precisão do diagnóstico.

FINALIZANDO

Chegamos ao fim dos conceitos abordados, que englobam teorias de


administração, princípios organizacionais, identidade institucional, organização
hospitalar e estrutura hospitalar. A compreensão e aplicação desses conceitos
são fundamentais para o sucesso das organizações de saúde, contribuindo para
a eficácia operacional, a qualidade dos serviços e a satisfação dos pacientes.
À medida que avançamos na área da administração de saúde, é essencial
continuar aprimorando e adaptando esses conceitos para atender às demandas
em constante evolução do setor de saúde e garantir um atendimento eficaz e
centrado no paciente.

15
REFERÊNCIAS

BOHMER, R. M. J. Designing Care: Aligning the Nature and Management of


Health Care. Boston: Harvard Business Press, 2009.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2004.

_______. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo:


Manole, 2014.

CURY, A. Organização e métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2000.

DAFT, R. L. Management. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

DRUCKER, P. The Practice of Management. Nova York: Harper Business,


2004.

FALCONI, V. Administração hospitalar. São Paulo: Instituto de


Desenvolvimento Gerencial, 2019.

KOTTER, J. P.; HESKETT, J. L. Corporate Culture and Performance. Nova


York: Simon and Schuster, 1992.

LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. São


Paulo: Saraiva, 2015.

MALAGÓN-LONDOÑO, G.; MORERA, M. A.; LAVERDE, M. A. La cultura del


hospital. Revista Colombiana de Psiquiatría, v. 29, n. 4, p. 283-302, 2000.

MINTZBERG, H. The Nature of Managerial Work. Nova York: Harper & Row,
1973.

PORTA, M. A Dictionary of Epidemiology. Oxford: Oxford University Press,


2014.

PORTER, M. E.; LEE, T. H. The Strategy That Will Fix Health Care. Boston:
Harvard Business Review, 2013.

ROBBINS, S. P.; COULTER, M. Management. São Paulo: Pearson, 2017.

SCHEIN, E. H. Culture: The Missing Concept in Organization Studies.


Administrative Science Quarterly, v. 41, n. 2, p. 229-240, 1996.

16
_______. Organizational Culture and Leadership. Nova Jersey: John Wiley &
Sons, 2010.

17

Você também pode gostar