Poluentes organicos- Mariazinha J.Jornal

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

CADEIRA: QUIMICA ORGÂNICA

TEMA: POLUENTES ORGANICOS

MARIAZINHA JOÃO JORNAL

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO


RURAL

Chimoio, Outubro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

TEMA: POLUENTES ORGANICOS

DOCENTE:

dr. WELLO RICARDO JÚNIOR

REALIZADO POR:

MARIAZINHA JOÃO JORNAL

LICENCIATURA EMGESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO RURAL

Chimoio, Outubro de 2023


Índice
1.0. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4

1.1. OBJECTIVOS.......................................................................................................................... 4

1.1.1.Geral ....................................................................................................................................... 4

1.1.2. Específicos ............................................................................................................................ 4

1.1.3. Metodologia .......................................................................................................................... 4

2.0.PRODUTOS ORGÂNICOS PERSISTENTES (POPS) ........................................................... 5

2.1.DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 5

2.1.0.Aldrin e dieldrin ..................................................................................................................... 6

2.1.1.Clordano ................................................................................................................................. 6

2.1.2.Mirex ...................................................................................................................................... 7

2.1.3.Endrin ..................................................................................................................................... 7

2.1.4.Heptacloro .............................................................................................................................. 8

2.1.5.Toxafeno ................................................................................................................................ 8

2.1.6.Bifenilas policlorodas (PCB) ................................................................................................. 9

2.1.7.Hexaclorobenzeno (HCB) ...................................................................................................... 9

3.0.EFEITOS E TOXICIDADE DOS POLUENTES ORGÂNICOS .......................................... 10

3.1.Efeitos na saúde humana ......................................................................................................... 10

3.2. Efeitos na vida selvagem ....................................................................................................... 11

4.0.PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES PARA OS POPS....................... 11

Principais propriedades dos Poluentes Orgânicos Persistentes .................................................... 12

4.1.0.Pressão de vapor (p) ............................................................................................................. 12

4.1.1.Solubilidade em Água (Sw) ................................................................................................. 13

5.0.CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 14
6.0.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 15

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1.0.INTRODUÇÃO

No presente trabalho aborda-se acerca do composto orgânico, suas propriedades, efeitos e


toxidades para os seres vivos.

1.1. OBJECTIVOS

1.1.1.Geral
 Compreender os compostos orgânicos;

1.1.2. Específicos
 Explicar a as propriedades dos poluentes orgânicos;
 Relacionar os compostos orgânicos, suas propriedades e efeitos tóxicos para a saúde.

1.1.3. Metodologia
 Para a realização do presente trabalho, usou-se a pesquisa bibliográfica. Com isto teve-se
auxilio alguns, trabalhos académicos e artigos de administração financeira para obtenção
disto usamos as TICs como ferramenta auxiliadora.

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2.0.PRODUTOS ORGÂNICOS PERSISTENTES (POPS)

2.1.DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Os poluentes orgânicos, também classificados como poluentes emergentes, consistem em um
grupo de substâncias produzidas por meio de ações antrópicas. Esses poluentes são substâncias
que geralmente não estão incluídas em programas regulares de monitoramento ambiental. No
entanto, eles são causadores de efeitos adversos nos ecossistemas, quando bio acumulados em
animais, causando toxicidade e podendo agir como desreguladores do sistema endócrino (LÓPEZ-
DOVAL et al., 2016). Essas substâncias estão cada vez mais presentes no meio ambiente, sendo
amplamente encontradas em diversos corpos aquáticos a exemplo dos estuários
(HERMABESSIERE et al., 2017; ABBASSY, 2018). Esses ecossistemas agem como verdadeiros
sumidouros, pois podem receber várias fontes de contaminação, sendo o destino final de muitas
substâncias de origem antropogénica.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - UNEP, ocorrida em maio de 2001 em
Estocolmo, representantes de noventa países, assinaram a Convenção sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes, que visa proibir a produção e o uso de doze compostos orgânicos tóxicos,
denominadas Produtos Orgânicos Persistentes (POPs). Constituem os doze POPs oito pesticidas:

 Aldrin;
 Dieldrin;
 Clordano;
 Mirex;
 Endrin;
 Heptacloro;
 BCH;
 Toxafeno;
 DDT; e
 Bifenilas policlorodas (PCB)

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2.1.0.Aldrin e dieldrin
Nome IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry)

Aldrin (1R,4S,4aS,5S,8R,8aR) - 1,2,3,4,10,10-hexachloro-1,4,4a,5,8,8a-hexahydro1,4:5,8-


dimethanonaphthalene (HHDN);

Dieldrin, cujo nome IUPAC é (IR,4S,4aS,5S,6S,7R,8R,8aR) - 1,2,3,4,10.10-h exachloro-


1,4,4a,5,6,7,8,8a-octahydro6,7-epoxy-1,4:5,8-dimethano-naphthalene;

São inseticidas organoclorados sintéticos, que foram intensamente usados nos Estados Unidos e
em outros países. Podem ser encontrados no ar, solo, água, fauna (peixes, aves, mamíferos), flora
e alimentos, como resultado de contaminações ambientais (Leite, 2002).

O aldrin é um pesticida utilizado para controle de térmitas, bichos da madeira e gafanhotos, ou


ainda, na proteção das culturas do milho e batata, além da proteção de estruturas da madeira
(Fulgêncio 2006).

Já o dieldrin é um metabólito do inseticida aldrin, utilizado no tratamento de sementes (milho,


algodão), nas lavouras antes das colheitas (beterraba, cebola, frutas e flores ornamentais) e até
mesmo durante a estocagem dos produtos (Leite, 2002). Uma vez no solo, o aldrin é convertido
em dieldrin, que é mais resistente à biotransformação e degradação abiótica. Devido a essa
conversão rápida, são encontrados no solo resíduos de dieldrin em concentrações maiores e com
maior freqüência que de aldrin, sendo este último frequentemente mais aplicado (ATSDR, 2002a;
GEF, 2006).

2.1.1.Clordano
O nome IUPAC do clordano é 1,2,4,5,6,7,8,8- octachloro-2,3,3alpha,4,7,7alpha-hexahydro-4,7-
methanoindene. É um inseticida utilizado em culturas de arroz, sementes oleaginosas, cana-de-
açúcar e em frutíferas. É uma substância tóxica, persistente, bio acumulativa e que pode ser
transportada, na atmosfera, a grandes distâncias (ATSDR, 1994). Além de contaminar os
alimentos, quando é aplicado às plantas, sua molécula atinge o solo, sendo por este absorvido
devido rápida adsorção às partículas do solo (GEF 2006). Apesar das inúmeras restrições, ainda é
aplicado em muitos países do mundo (ATSDR, 1994).

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2.1.2.Mirex
O nome IUPAC do mirex é: dodecachloropentacyclo [5.3.0.02,6.03,9.04,8] decane ou
perchloropentacyclo [5.3.0.02,6.03,9.04,8]decane. O mirex (Figura 7) foi anteriormente usado
como inseticida para matar formigas no sudeste dos EUA, na América do Sul e na África do Sul.
A mesma substância química, com o nome de declorano, é usada como retardador do fogo em
plásticos, borrachas e materiais elétricos. Na China e na Austrália é usado para combater cupins e
a formigas cortadeiras e cochonilha-do-abacaxi (Fernícola, 2002). Historicamente, o mirex foi
liberado para o ambiente durante sua produção ou formulação para uso como retardante de chama
e pesticidas. Não existem fontes naturais conhecidas e a produção do composto encerrou-se em
1976. Existem, segundo Fernícola (2002), duas rotas bem estabelecidas da contaminação do
ambiente. A primeira decorre da manufatura e do uso do mirex, e a segunda do uso em programas
de controlo das formigas de fogo. É um POP muito resistente à degradação, quase insolúvel na
água, adere aos sedimentos aquáticos e é bio acumulado. Não se dissolve facilmente em água e
fixa-se às partículas do solo e do sedimento, de tal forma que é improvável que se movimente do
solo para a água subterrânea (WWF, 2006).

2.1.3.Endrin
O nome IUPAC do endrin é: (IR,4S,4aS,5S, 6S,7R,8R,8aR) -1,2,3,4,10.10-h exachloro-1,4,4a,5,
6,7,8,8a-octahydro-6,7-epoxy-1,4:5,8-dimethanonaphthalene. É um pesticida de elevada
toxicidade aguda. Foi usado em vários países como inseticida, rodenticida e avicida, nas culturas
de algodão, trigo e maçã. Seu uso declinou devido à crescente resistência desenvolvida pelos
insetos. A fonte principal de exposição humana é o alimento. A assimilação deste composto pelos
animais é rápida (ATSDR, 1996a). O uso de endrin na agricultura foi a principal fonte de
contaminação do solo e do sedimento aquático. O contato com áreas contaminadas expõe a
população em geral (GEF, 2006). Uma vez no solo, é extremamente persistente, já que possui
natureza hidrofóbica e forte sorção as partículas do solo. Para GEF (2006), este poluente possui
meia-vida longa, sendo encontrado no solo mesmo após 12 anos do seu uso. Isso porque é
adsorvido fortemente às partículas do solo e tende a ficar imóvel devido ao seu elevado valor de
coeficiente de partição baseado no carbono orgânico (Koc).

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2.1.4.Heptacloro
O nome IUPAC do heptacloro é 1,4,5,6,7,8,8- heptachloro-3alpha,4,7,7alpha-tetrahydro-4,7-
methanoindene. É um inseticida organoclorado que foi isolado do clordano em 1946. Foi
extensivamente usado, entre os anos de 1953 e 1974 no controle de pragas do solo, de sementes
de milho, sorgo e outros pequenos grãos. É altamente tóxico, persistente no ambiente,
bioacumulável, e tem sido encontrado em ecossistemas remotos (GEAESB, 2006). O Heptacloro
é persistente e relativamente estacionário no solo, porém pode desaparecer pela evaporação e pela
oxidação lenta no heptachloro-epoxide (um produto ainda mais persistente). Suas propriedades
físico-químicas de solubilidade baixa na água, estabilidade elevada e volatilidade parcial, vão
favorecer o transporte a longas distâncias. Foi detectado no ar, na água e nos organismos vivos do
Ártico. É tóxico para o ambiente da água e perigoso para a vida selvagem (GEF, 2006). Este POP
pode contaminar as águas superficiais e subterrâneas pelo escoamento superficial procedente de
solos contaminados, ou de descargas de resíduos líquidos de procedência industrial (Lima, 2002).
Quando liberado na água, adsorve-se fortemente a sedimentos suspensos e do fundo do corpo
d’água (ATSDR, 2005).

2.1.5.Toxafeno
O nome IUPAC do toxafeno é apenas toxafeno. É um inseticida de contato, não sistêmico, com
alguma ação acaricida. Geralmente é utilizado em combinação com outros pesticidas. Depois que
o DDT foi proibido, nos anos 70, o toxafeno passou a ser utilizado como inseticida substituto. De
1972 a 1984 foi o inseticida mais utilizado, em diferentes aplicações, em todo mundo (Oliveira,
2002). É bio acumulado por organismos aquáticos, além de ser muito tóxico para peixes. O
toxafeno não é tóxico para plantas; os efeitos perigosos foram detectados somente em
concentrações mais elevadas que as usadas normalmente (GEF, 2006). Seu tempo de meia vida no
solo é de 100 dias a 12 anos, dependendo do clima e do tipo do solo. Na atmosfera é volatilizado
facilmente (Oliveira, 2002b). A principal via de exposição ao toxafeno, para a população em geral,
se dá pelos resíduos nos alimentos, mas os níveis geralmente encontrados estão abaixo dos
máximos recomendados (Oliveira, 2002).

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2.1.6.Bifenilas policlorodas (PCB)
PCBs (bifenilas policloradas) é o nome genérico dado à classe de compostos organoclorados
resultante da reação do grupo bifenila com cloro anidro na presença de catalisador. Diversos
setores industriais empregam as PCBs: capacitores e transformadores elétrcos, bombas de vácuo,
turbinas de transmissão de gás, fluídos hidráulicos, resinas plastificantes, adesivos, plastificante
para borracha, sistema de transferência de calor, aditivo anti-chama, óleos de corte, lubrificantes,
pesticida (utilizados como conservantes) e papel carbono (Penteado e Vaz, 2001). Conforme
Salgado (2002) a incorporação de PCBs no meio ambiente ocorreu no passado, principalmente em
razão da liberação de efluentes industriais em mananciais e de resíduos em depósitos de lixo,
aterros, sem qualquer precaução. Outras formas de contaminação se dar por acidente ou perda
durante o manuseio de PCBs ou fluidos contendo PCBs, evaporação de plastificantes, evaporação
durante processos de incineração, vazamentos em transformadores, capacitores ou trocadores de
calor, vazamentos de fluidos hidráulicos, armazenamento irregular de resíduos contendo PCBs,
deposição de emissões veiculares próximas às rodovias e por aplicações no solo de lodo de esgoto
contaminado.

2.1.7.Hexaclorobenzeno (HCB)
O nome IUPAC do hexaclorobenzeno é Hexachlorobenzene ou perchlorobenzene.
Historicamente, o HCB tem muitos usos na indústria e na agricultura. A principal aplicação
agrícola para o HCB é no tratamento de sementes de produtos agrícolas como trigo, cevada, aveia
e centeio, para impedir o crescimento de fungos (Toledo, 2002).

Segundo GEF (2006) o HBC é transportado a longas distâncias, passando por uma lenta
degradação fotolítica. Devido a sua mobilidade e à estabilidade química, o HCB é extensamente
disseminado no ambiente, sendo muito tóxico para a vida aquática. É muito persistente no solo. A
meia vida estimada é de 3 a 22 anos, tempo suficiente para contaminar e bioacumular todos os
seres vivos do local (GEF, 2006). Segundo Toledo (2002), a volatilização no solo é o maior
processo de remoção na superfície, enquanto a biodegradação aeróbica (meia-vida de 2,7- 5,7
anos) e anaeróbica (meia-vida de 10,6-22,9 anos) são os maiores processos de remoção a baixas
profundidades.

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3.0.EFEITOS E TOXICIDADE DOS POLUENTES ORGÂNICOS
Os POPs provocam doenças graves, em especial o câncer, além de má formação em seres vivos.
Muitas vezes são encontrados em locais distantes das fontes emissoras, sendo, portanto, um
problema de caráter global. A maioria dos doze compostos da lista já foi banida ou teve seu uso
reduzido em boa parte do mundo, reduzindo o impacto econômico da ratificação da convenção e
facilitando sua entrada em vigor. O Brasil, por exemplo, não produz diretamente nenhum dos doze
compostos, mas importa três deles para uso industrial. Entretanto, as dioxinas e os furanos, por
serem produzidos de forma não intencional, demorarão mais a ser eliminados. São compostos
pouco solúveis em água, mas são solúveis em gorduras.

Os animais têm um ótimo sistema de eliminação de toxinas solúveis em água, que são expelidas
na urina, mas não possuem mecanismo eficaz de eliminação de substâncias pouco solúveis na
água. Tal efeito é intensificado em animais ditos superiores, que se alimentam das gorduras de
outros animais. Podem percorrer longas distâncias pelas correntes aéreas e oceânicas. Ou seja, eles
não contaminam só o local de emissão, mas também locais distantes e remotos como o Ártico,
cadeias montanhosas e oceanos. Evaporam rapidamente em regiões quentes e lentamente em locais
frios. Devido a fatores geográficos e meteorológicos, o Pólo Norte é um depósito global para
contaminantes POPs

3.1.Efeitos na saúde humana


Os POPs produzem uma ampla gama de efeitos tóxicos em animais e seres humanos, inclusive nos
sistemas reprodutivos, nervoso e imunológico, além de causarem câncer. Muitos destes efeitos
ocorrem porque alguns poluentes são capazes de mimetizar ou bloquear determinados hormônios,
particularmente hormônios sexuais. Além de afetar enzimas que controlam as reações bioquímicas
no organismo. Existem POPs que também atingem os neurotransmissores, substâncias químicas
do sistema nervoso, assim como as células do sistema imunológico. Expor uma gestante a estas
substâncias pode provocar a morte do feto e aborto espontâneo, diminuição de peso e tamanho ao
nascimento, alterações de comportamento e rebaixamento da inteligência. Outras consequências
são depressão do sistema imunológico, redução da resistência óssea e efeitos no sistema

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reprodutivo. Muitos poluentes estão associados ao surgimento de alguns tipos de câncer, como
câncer de fígado, no trato digestivo, no pâncreas, no pulmão, na mama, entre outros.

3.2. Efeitos na vida selvagem


Em várias partes do mundo, os POPs têm sido responsabilizados pelo declínio de populações da
fauna selvagem. Relacionou-se estas substâncias com o aumento do número de deformidades e
morte de embriões, a feminilização de machos, o déficit de desenvolvimento dos órgãos sexuais,
a infertilidade e o comportamento anormal no cuidado com as crias. Algumas espécies de pantera,
por exemplo, apresentaram defeitos reprodutivos e de desenvolvimento e anomalia em
espermatozóides. Afinamentos nas cascas dos ovos do falcão peregrino foram detectados e uma
espécie de trutas canadenses sofreu morte embrionária.

4.0.PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES PARA OS POPS


Quando nos referimos a qualidade do solo em relação aos pesticidas, os indicadores e coeficientes
expressam as propriedades físico-químicas destes poluentes, às quais estão relacionadas ao seu
comportamento ambiental e determinam à afinidade natural das substâncias por um ou por outro
compartimento do ambiente (Prata, 2002). O conhecimento de tais propriedades vai ajudar a
entender, por exemplo, por que a concentrações, surpreendentemente altas, de produtos químicos
tóxicos e persistentes como PCBs, DDT e toxafeno se concentram em maiores quantidades nas
regiões mais frias do planeta, próximo aos pólos, onde nunca foram utilizados. Os critérios da
Environmental Protection Agency - EPA apontam o coeficiente de adsorção, a meia-vida no solo
e a solubilidade em água como sendo as propriedades físico-químicas dos pesticidas mais
relevantes no resultado final para sua classificação em relação à contaminação das águas (Ferracini
et al., 2001). Já a CETESB (2001) aponta esses parâmetros tanto para avaliar o nível de
contaminação de águas como para a contaminação de solos.

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Principais propriedades dos Poluentes Orgânicos Persistentes

Fonte: (Machado Neto 2002), et all

4.1.0.Pressão de vapor (p)


É definida como sendo a pressão exercida pela substância ou composto em um sistema fechado e
em equilíbrio. É uma medida da tendência de volatilização em seu estado puro em função direta
da temperatura, não expressa diretamente a taxa de volatilização de um ingrediente ativo. É a
principal propriedade na determinação do potencial de volatilização de um composto. Quanto
maior a pressão de vapor, maior a tendência do contaminante estar no estado gasoso (CETESB,
2001). A pressão de vapor de um determinado composto ou substância é a medida de quão
rapidamente este irá evaporar. Varia com a temperatura, aumentando e diminuindo com esta. Pode
ser expressa por meio de unidades como: mili-Pascal (mPa), milímetros de mercúrio (mmHg),
quantidade por metro quadrado (psi) e atmosferas (atm) (PANNA, 2006).

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4.1.1.Solubilidade em Água (Sw)
É a medida do quanto uma determinada substância irá se dissolver na água. É expressa como sendo
a quantidade mínima de um composto ou substância que irá se dissolver completamente em um
litro de água. É normalmente expressa em mg Litros. Quanto maior o valor, mais solúvel em água
(PANNA, 2006).

Os POPs, por serem semi-voláteis, podem ser transportados pelos ventos na forma gasosa por
milhares de quilômetros, até encontrarem temperaturas mais baixas (Duarte, 2002). Quando isto
ocorre, são condensados diretamente na superfície do solo ou nas partículas presentes em
aerossóis, que serão depositadas posteriormente por intermédio da neve ou das chuvas.

A sua semi-volatilidade favorece o seu aparecimento em fase gasosa e a sua adsorção em


partículas atmosféricas, o que facilita o transporte aéreo por longas distâncias (Fulgêncio, 2006).
De acordo com Paraíba e Saito (2005) a pressão de vapor e a solubilidade, em geral, diminuem
com aumento da massa molecular. Tais propriedades vão indicar que alguns poluentes podem ser
encontrados tanto na fase gasosa do ar quanto sorvido em partículas orgânicas sólidas ou partículas
contendo carbono orgânico em suspensão no ar. Os POPs são compostos que possuem baixa
solubilidade na água, mas alta solubilidade nos lipídeos, o que tem como principal conseqüência
a sua acumulação nos tecidos adiposos. Esta característica, aliada à sua persistência (intervalo de
tempo que um composto é capaz de permanecer no ambiente antes de ser degradado em outros
compostos mais simples), potencia a sua perigosidade ao nível da cadeia alimentar, e
consequentemente, os riscos de exposição dos consumidores de topo, como é o caso do homem.

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5.0.CONCLUSÃO
Conclui-se que a maioria dos produtos químicos sintéticos comerciais é composto orgânico e, em
geral, derivados do petróleo ou gás natural. Dentre os compostos orgânicos destacam-se os
pesticidas, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, bifenilas policloradas e produtos orgânicos
persistentes. Os pesticidas são substâncias que podem matar diretamente ou controlar um
organismo indesejável. Todos os pesticidas têm a propriedade comum de bloquear um processo
metabólico vital dos organismos para os quais são tóxicos. O pesticida mais conhecido é o DDT.
Os HPAs constituem uma família de compostos caracterizada por possuírem dois ou mais anéis
aromáticos condensados. Seus derivados podem ser absorvidos pela pele, por ingestão ou por
inalação, sendo rapidamente distribuídos pelo organismo.

Os PCBs são compostos hidrocarbonetos clorados que consistem de dois anéis de benzeno unidos
por uma ligação simples de carbono-carbono, com até 10 átomos de cloro. Estes compostos
apresentam alta resistência à degradação, capacidade de bioacumular e biomagnificar na cadeia
trófica. Constituem os doze POPs: oito pesticidas (Aldrin, clordano, mirex, dieldrin, endrin,
heptacloro, BCH e o toxafeno), dois produtos de uso geral (DDT e PCBs) e dois produtos não
intencionais (dioxinas efuranos). Os POPs provocam doenças graves, em especial o câncer, além
de má-formação em seres vivos.

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6.0.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 ATSDR - Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Toxicological Profile for
Chlordane. U.S. Department of Health and Human Services. Public Health Service.
Atlanta, 1994. 234p.
 CETESB–COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL.
Relatório de estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no
Estado de São Paulo. 248 p. São Paulo, 2001. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2006.
 DUARTE MAI. Poluentes Orgânicos Persistentes. Rio de Janeiro, 2002. 40p. Monografia
(Especialização) Escola Politécnica da Universidade do Brasil, Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
 FILIZOLA, HF, FERRACINI VL, SANS LMA, GOMES MAF e FERREIRA CJA.
2002. Monitoramento e avaliação do risco de contaminação por pesticidas em água
superficial e subterrânea na região de Guairá, São Paulo. Pesq agropec bras 37: 659-667.
 FULGÊNCIO C. Poluentes Orgânicos Persistentes - os 12 mais indesejáveis. Disponível
em . Acesso em: 30 de out. 2006.
 FERRACINI VL, PESSOA MCYP, SILVA A de S e SPADOTTO CA. 2001.Análise de
risco de contaminações das águas subterrâneas e superficiais da Região de Petrolina/PE e
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 LIMA IV de. 2002. Heptacloro. In: FERNÍCOLA NAGG de e OLIVEIRA S de S.
(Coord.). Poluentes Orgânicos Persistentes POPs. Série Caderno de Referências Ambiental
CRA 13: 343-383.
 MACHADO NETO J. 2002. Aldrin. In: FERNÍCOLA NAGG de e OLIVEIRA S de S.
(Coord.). Poluentes Orgânicos Persistentes POPs. Série Caderno de Referências Ambiental
CRA 13: 19-62.
 OLIVEIRA SS. de. 2002b. Toxafeno. In: FERNÍCOLA NAGG de e OLIVEIRA S de S.
(Coord.). Poluentes Orgânicos Persistentes POPs. Série Caderno de Referências Ambiental
CRA 13: 449-478.

 PANNA-PESTICIDE ACTION NETWORK NORTH AMERICA. Physical Properties of


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15
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agropec bras 40: 853-860.
 PRATA F. Comportamento do Glifosato no solo e deslocamento miscível de Atrazina.
Piracicaba, 2002. 148 p. Tese (Doutorado) – Escola Superior Luiz de Queiroz,
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Referências Ambiental CRA 13: 61-120
 TOLEDO HHB de. 2002. Hexaclorobenzeno. In: FERNÍCOLA NAGG de e OLIVEIRA
S de S. (Coord.). Poluentes Orgânicos Persistentes POPs. Série Caderno de Referências
Ambiental. CRA, 13: 385-416.

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