IBGE Covid Indicadores Sociais 2019

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 23

Indicadores Sociais de Moradia no

Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19


2019
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro

Ministro da Economia
Paulo Roberto Nunes Guedes

Secretário Especial de Fazenda


Bruno Funchal

INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE

Presidente
Eduardo Luiz G. Rios Neto

Diretora-Executiva
Marise Maria Ferreira

ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES

Diretoria de Pesquisas
Cimar Azeredo Pereira (em exercício)

Diretoria de Geociências
Claudio Stenner

Diretoria de Informática
Carlos Renato Pereira Cotovio

Centro de Documentação e Disseminação de Informações


Carmen Danielle Lins Mendes Macedo

Escola Nacional de Ciências Estatísticas


Maysa do Sacramento de Magalhães

UNIDADE RESPONSÁVEL
Diretoria de Pesquisas

Coordenação de População e Indicadores Sociais


Cristiane dos Santos Moutinho
Ministério da Economia
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de População e Indicadores Sociais

Indicadores Sociais de Moradia no


Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19
2019

Rio de Janeiro
2021
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil

© IBGE. 2021
Sumário
Apresentação ...................................................................................................................... 4

Introdução ........................................................................................................................... 5

Abastecimento de água ...................................................................................................... 6

Adensamento domiciliar, existência de banheiro e rendimento domiciliar ....................... 12

Referências ....................................................................................................................... 17

Convenções
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da informação;
Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
0; 0,0; 0,00 numérico originalmente positivo; e
Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
-0; -0,0; -0,00 numérico originalmente negativo.
Apresentação
A publicação Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de
COVID-19, com referência em 2019, busca proporcionar um conhecimento mais amplo da
realidade social do país no cenário pandêmico, a partir de indicadores atualizados sobre
temas estruturantes dessa realidade.

Nesta edição, os temas foram organizados com vistas a aprofundar a análise das
condições de vida da população brasileira, com foco nas características dos domicílios, a
partir de quatro dimensões fundamentais – Abastecimento de água; Adensamento
domiciliar; Existência de banheiro e Rendimento domiciliar.

A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a Pesquisa


Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019. Com cobertura de
todo o Território Nacional, a pesquisa permite a apreensão das desigualdades sociais em
distintos recortes territoriais tais como: Grandes Regiões, Unidades da Federação e
Municípios das Capitais.

As informações e tabelas mencionadas na publicação estão disponíveis no portal


do IBGE na Internet, onde também pode ser encontrado o plano tabular completo da
publicação em formato Excel ou Ods.

Cimar Azeredo Pereira (em exercício)


Diretor de Pesquisas

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 4


2019
Introdução
Com o objetivo de subsidiar governos e a sociedade civil com informações
estruturais sobre as condições de vida da população brasileira, este breve estudo traz
informações sobre as características domiciliares no que se refere às condições de
abastecimento de água, existência de banheiro, adensamento domiciliar e rendimento no
Brasil. O texto a seguir acompanha uma tabulação especial de indicadores sociais, que
poderão ser utilizados na construção de cenários e no monitoramento das políticas
públicas voltadas ao combate da pandemia causada pela COVID-19. Os dados referem-
se ao ano de 2019 e constam no plano tabular anexo a este estudo.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 5


2019
Abastecimento de água
O acesso à água limpa e segura é reconhecido como um direito humano essencial 1.
O seu provimento adequado em termos de frequência, volume e qualidade tem impactos
diretos sobre as condições de saúde e de bem-estar da população. Assim, o
abastecimento adequado de água, em conjunto com acesso satisfatório a outros serviços
básicos (saneamento, energia elétrica, coleta de lixo) resultam em benefícios diversos,
tais como o combate, controle e prevenção de doenças, a prática de hábitos higiênicos,
conforto e bem-estar e os aumentos da expectativa de vida e da produtividade econômica
(Razolini e Gunther, 2008).

Questões relativas ao acesso regular à água para suprir as necessidades básicas


da população têm sido um dos problemas globais, especialmente nos países em
desenvolvimento e de rápida expansão urbana e em áreas de elevado adensamento
populacional. Projetando o agravamento dessa situação, foram estabelecidas como metas
do sexto Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030 da
Organização das Nações Unidas (ONU) 2 (6.1) alcançar o acesso universal e equitativo à
água potável, segura e a preço acessível para todos e (6.3) melhorar a qualidade da água,
reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos
e materiais perigosos em âmbito mundial.

Sabe-se que o acesso efetivo da população à água envolve várias etapas


relacionadas: (i) ao planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos no país, à
quantidade disponível (volume das águas superficiais e subterrâneas e a sua captação;
(ii) à capacidade de armazenamento de reservatórios, as precipitações de chuvas e
balanço hídrico); (iii) ao monitoramento da sua qualidade (controle de poluentes e
tratamento); (iv) à disponibilidade do recurso natural para os seus diversos usos (irrigação
e pecuária, indústria, geração de energia, consumo humano e outros usos); e, por fim, (v)
ao abastecimento humano (rede geral ou outras formas de abastecimento, infraestrutura
de canalização e armazenamento nos domicílios, frequência do abastecimento) 3. Neste
texto a análise circunscreve-se aos aspectos do abastecimento de água nos domicílios.

No Brasil, dados contidos no relatório “ODS 6 no Brasil: Visão da ANA” sobre os


indicadores, publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que as
preocupações em relação às condições de abastecimento de água e demais aspectos do
saneamento ambiental permanecem pertinentes (ANA, 2019). E o contexto atual da
pandemia de COVID-19, no qual as autoridades globais e nacionais de saúde identificaram

............................
1
Em 28 de Julho de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução A/RES/64/292
declarou a água limpa e segura e o saneamento um direito humano essencial para gozar plenamente a
vida e todos os outros direitos humanos.
https://www.un.org/waterforlifedecade/pdf/human_right_to_water_and_sanitation_media_brief_por.pdf.
Acesso em: 15 de outubro de 2020.
2
A Agenda 2030 estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas
correspondentes, que resultaram de acordo entre os Estados-Membros em 2015. O ODS 6, composto
por oito metas, tem por propósito “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todas e todos”.
3
Para maiores informações sobre o tema, consultar: https://www.ana.gov.br/usos-da-agua/abastecimento.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 6


2019
que a lavagem das mãos com água e sabão, junto com o distanciamento social e a
higienização dos objetos são medidas fundamentais para o enfrentamento da doença,
tornou ainda mais evidente a questão da desigualdade no abastecimento de água nos
domicílios brasileiros.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, como órgão central dos


sistemas nacionais de estatísticas e geoinformações, produz regularmente um conjunto
de dados sobre os temas abordados e, consequentemente, tem papel relevante nas
leituras possíveis dos dados produzidos. Na presente publicação, o IBGE disponibiliza
estatísticas sobre o abastecimento de água nos domicílios no contexto da pandemia
Covid-19, ressaltando as vulnerabilidades ou impossibilidade de parcela da população no
uso efetivo da água para o cumprimento das orientações das autoridades sanitárias na
higienização das mãos como medida de controle da disseminação da pandemia. Entende-
se a informação como recurso fundamental no âmbito das ações de superação e proteção
da população frente ao grave quadro de saúde pública global.

O plano tabular anexo a esse documento foi elaborado a partir das informações
captadas pelo módulo de domicílio da PNAD Contínua 2019. Esse módulo traz
informações sobre a questão do acesso à água a partir de vários recortes
sociodemográficos. Os resultados da pesquisa, por sua vez, reforçam a relevância do
diálogo entre a temática da habitação e o campo da saúde pública no Brasil, em especial
no que se refere ao controle de endemias e demais doenças cuja propagação
correlaciona-se estreitamente com uma das questões fundamentais referentes às
condições habitacionais que é o abastecimento da água.

Destaque-se que a parcela da população com melhores condições de cumprir as


recomendações de higienização das mãos sempre que houver necessidade com riscos
reduzidos é a que dispõe de água oriunda de rede geral de distribuição, com
abastecimento diário e com estrutura de armazenamento em seu domicílio. Esse
contingente, segundo dados captados pelo módulo de domicílio da PNAD Contínua4 2019,
perfez 62,2% da população.

Em uma situação intermediária, em graus diversos de vulnerabilidade quanto a


dificuldades para lavagem das mãos nos locais de residência, estão as pessoas que
residem em domicílios abastecidos pela rede geral, porém sem estrutura de
armazenamento ou sem abastecimento diário (grupo que representava 22,4% da
população em 2019), cuja vulnerabilidade decorre da possibilidade de indisponibilidade de
água corrente por intermitências no fornecimento pela rede geral, e aqueles que residiam
em domicílios com canalização interna, porém abastecidos principalmente por outra forma,

............................
4 A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janeiro de 2012,
em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de modo a produzir
resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas que contêm
Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento - RIDE Grande Teresina, e Municípios das
Capitais. Além dos indicadores relacionados à força de trabalho, a Pnad Contínua pesquisa temas e
tópicos suplementares em trimestres específicos, ou ainda ao longo do ano em determinada visita ao
domicílio selecionado. O módulo de domicílio apresenta informações coletadas na primeira vista ao
domicílio.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 7


2019
que não a rede geral (11,9%), devido a riscos associados ao abastecimento por meio de
soluções alternativas de abastecimento (interrupções, contaminações, ciclos de chuvas,
etc).

O módulo de domicílio da PNAD Contínua 2019 revela também que outros 3,4% da
população estavam em situação ainda pior quanto ao cumprimento das orientações
sanitárias visto que residiam em domicílios que não se encontravam ligados à rede geral
de abastecimento de água, assim como não contavam com canalização de água em ao
menos um cômodo do domicílio (Tabela 1) 5.

............................
5
A Tabela 1 corresponde a uma versão resumida da Tabela 2.1 UF que pode ser consultada no plano
tabular anexo a este estudo.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 8


2019
Tabela 1 - Distribuição de pessoas residindo em domicílios por forma de abastecimento de água, presença
de estrutura para armazenamento de água, frequência de abastecimento pela rede geral de abastecimento
de água e existência de canalização interna, com indicação do coeficiente de variação, segundo Grandes
Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas e Regiões Administrativas Integradas de
Desenvolvimento - 2019
Forma de abastecimento de água, presença de estrutura para armazenamento de
água, frequência de abastecimento pela rede geral de distribuição de água e
existência de canalização interna
Abastecidos principalmente
Grandes Regiões, Unidades da Total
Abastecidos principalmente pela rede geral
de outra forma
Federação, Regiões Metropolitanas, (1 000 Domicílio com Domicílio com
Regiões Adm inistrativas Integradas pessoas) abastecimento abastecimento
de Desenvolvim ento e Municípios das Frequência de Com Sem
diário e estrutura diário e sem
Capitais abastecimento canalização canalização
para estrutura para
inferior à diária interna interna
armazenamento armazenamento
de água de água
Absoluto Proporção Proporção Proporção Proporção Proporção
Brasil 209 496 62,2 12,2 10,2 11,9 3,4
Norte 18 113 29,6 22,1 6,6 31,1 10,7
Rondônia 1 767 37,6 1,7 5,2 52,5 3,0
Acre 865 19,3 1,2 34,0 33,0 12,4
Amazonas 3 983 40,6 27,7 3,9 16,2 11,7
RM Manaus 2 547 43,7 32,6 4,1 15,4 4,2
Roraima 540 27,9 54,6 4,1 8,1 5,4
Pará 8 561 20,1 23,4 5,8 36,9 13,8
RM Belém 2 309 22,9 34,8 6,4 30,4 5,5
Amapá 838 22,9 21,6 9,8 39,3 6,4
RM Macapá 625 22,2 25,3 9,8 37,6 5,1
Tocantins 1 560 54,9 24,1 2,8 15,4 2,7
Nordeste 56 928 41,1 13,3 24,8 12,9 7,9
Maranhão 7 041 34,1 20,2 14,8 18,9 11,9
RM Grande São Luís 1 455 35,7 12,1 28,3 21,7 2,2
Piauí 3 272 47,5 33,2 4,5 8,6 6,2
RIDE Grande Teresina 1 224 53,6 38,6 1,5 4,6 1,8
Ceará 9 129 50,6 14,3 13,1 14,4 7,7
RM Fortaleza 3 968 61,8 22,5 4,7 9,2 1,8
Rio Grande do Norte 3 507 48,2 6,5 32,1 7,3 5,9
RM Natal 1 537 75,5 10,0 9,8 4,0 0,7
Paraíba 3 997 33,4 18,2 24,8 13,5 10,2
RM João Pessoa 1 316 44,6 34,9 10,7 8,4 1,4
Pernambuco 9 499 21,4 5,4 47,9 16,3 9,0
RM Recife 4 000 33,4 6,1 46,6 12,8 1,1
Alagoas 3 330 43,5 17,0 17,7 12,5 9,3
RM Maceió 1 263 62,0 23,4 4,2 10,4 0,0
Sergipe 2 299 48,1 12,2 24,3 8,0 7,3
RM Aracaju 961 70,3 15,3 12,3 0,9 1,2
Bahia 14 854 48,4 9,9 26,4 9,8 5,5
RM Salvador 3 928 66,4 16,5 14,6 1,9 0,5
Sudeste 88 350 81,4 5,7 5,1 7,4 0,5
Minas Gerais 21 158 80,6 4,4 3,9 10,5 0,5
RM Belo Horizonte 5 354 91,9 5,0 1,7 1,3 0,1
Espírito Santo 4 015 78,2 4,5 2,6 14,5 0,2
RM Grande Vitória 1 979 87,4 6,7 3,4 2,5 0,0
Rio de Janeiro 17 264 75,5 2,2 9,6 11,8 0,9
RM Rio de Janeiro 12 644 76,6 2,1 9,8 10,8 0,8
São Paulo 45 913 84,2 7,6 4,1 3,7 0,3
RM São Paulo 21 734 85,8 6,2 6,0 1,9 0,2
Sul 29 932 60,9 24,0 2,8 11,9 0,5
Paraná 11 421 68,0 18,7 3,2 9,7 0,4
RM Curitiba 3 600 78,3 11,8 5,6 4,0 0,3
Santa Catarina 7 153 69,5 10,4 3,6 15,7 0,8
RM Florianópolis 1 046 87,3 5,1 2,8 4,8 0,0
Rio Grande do Sul 11 359 48,3 37,9 1,9 11,7 0,3
RM Porto Alegre 4 280 51,2 37,9 2,0 8,6 0,2
Centro-Oeste 16 173 71,2 11,3 4,8 11,9 0,8
Mato Grosso do Sul 2 709 65,2 20,4 3,0 11,0 0,4
Mato Grosso 3 431 61,6 5,7 13,2 18,7 0,8
RM Vale do Rio Cuiabá 929 49,1 1,2 40,7 8,5 0,6
Goiás 7 021 75,8 8,0 3,1 11,9 1,2
RM Goiânia 2 606 79,8 6,1 4,8 8,1 1,2
Distrito Federal 3 013 76,9 16,9 0,9 5,2 0,1

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, consolidado de primeiras entrevistas.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 9


2019
O cartograma 1 apresenta a proporção de pessoas por UF que viviam em domicílios
abastecidos principalmente por outra forma, que não a rede geral, e sem canalização
interna para abastecimento de água. Como é possível observar, as Regiões Norte e
Nordeste concentraram as UFs com maior proporção de pessoas que residiam em
domicílios nessas condições, o que se considera uma fragilidade significativa para o
cumprimento das medidas de higienização necessárias.

Cartograma 1 – Proporção da população residindo em domicílios com


abastecimento de água principalmente de outra forma e sem canalização interna
para abastecimento de água – Brasil – 2019

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019.


Nota: Dados consolidados de primeiras entrevistas.

Analisando o plano tabular, as Tabelas 2.1 e 2.1 UF, por exemplo, revelam que
10,2% da população residente no Brasil vivia em domicílios que, mesmo abastecidos
principalmente pela rede geral de água, a frequência de abastecimento era inferior à diária,
em 2019. Já 15,3% da população habitava em domicílios que não tinham na rede geral a
sua principal forma de abastecimento, sendo que uma parte dessa população, 3,4%, não
possuía acesso à água canalizada dentro do domicílio naquele ano.

Entre as Grande Regiões, o Nordeste apresentou o maior percentual de população


residente em domicílios abastecidos pela rede geral de água, mas com frequência de
abastecimento inferior à diária, 24,8%. Enquanto a Região Norte possuía, em 2019, o

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 10


2019
maior percentual de pessoas morando em domicílios que não tinham na rede geral a sua
principal forma de abastecimento de água e sem canalização interna nos domicílios,
10,7%.

Entre as UFs, Pernambuco obteve o maior percentual de população residente em


domicílios abastecidos pela rede geral de água, mas com frequência de abastecimento
inferior à diária, 47,9%. Enquanto entre as Regiões Metropolitanas, a RM de Recife
registrava o maior percentual de habitantes vivendo em domicílios nessa mesma condição,
em 2019, 46,6%. Já entre as capitais, São Luís do Maranhão apresentou o maior
percentual de pessoas vivendo em domicílios abastecidos por rede geral de água, mas
com frequência de abastecimento inferior à diária, 36,4%.

No ano de 2019, o Pará era a UF que contava com o maior percentual de pessoas
vivendo em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal forma de
abastecimento de água e sem canalização interna nos domicílios, 13,8%. Nesse mesmo
ano, a Região Metropolitana (RM) de Belém (5,5%) e a capital de Rondônia, Porto Velho
(6,1%), também se destacaram com os maiores percentuais de pessoas
morando/habitando em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal forma de
abastecimento de água e não contavam com canalização interna nos domicílios.

Quanto ao perfil sociodemográfico, observa-se que, comparadas às pessoas que


se declaravam brancas em 2019, as pessoas de cor ou raça preta ou parda eram aquelas
que concentravam uma parcela maior da sua população nos domicílios que, mesmo
abastecidos principalmente pela rede geral de água, a frequência de abastecimento era
inferior à diária, 12,5%. Essa mesma relação também se confirmou para as pessoas que
viviam em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal forma de abastecimento
de água e não contavam com canalização interna nos domicílios. Nesse caso, o percentual
de pessoas que se declaravam pretas ou pardas e viviam em domicílios com essas
características era de 4,8%.

Quanto ao nível de instrução, as pessoas que se declararam como “sem instrução


ou fundamental incompleto” compunham o grupo mais representativo, tanto no caso dos
domicílios que, mesmo abastecidos principalmente pela rede geral de água, a frequência
de abastecimento era inferior à diária, como no caso dos domicílios que não tinham na
rede geral a sua principal forma de abastecimento de água e não contavam com
canalização interna nos domicílios. Esse mesmo padrão também foi observado na análise
da “posição na ocupação”. Nesse caso, o grupo mais significativo foi o de “empregados
sem carteira de trabalho assinada”.

A análise da situação do domicílio revela que 10,4% das pessoas que residiam nas
áreas urbanas do Brasil viviam em domicílios que, mesmo abastecidos principalmente pela
rede geral de água, a frequência de abastecimento era inferior à diária. Já nas áreas rurais,
18,8% das pessoas viviam em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal
forma de abastecimento de água e não contavam com canalização interna nos domicílios.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 11


2019
Adensamento domiciliar, existência
de banheiro e rendimento domiciliar
Complementando a análise de dados básicos dos domicílios brasileiros
relacionadas às condições de controle da disseminação da COVID-19, elaboraram-se
também indicadores sobre o adensamento domiciliar, a composição etária das unidades
domiciliares, o rendimento domiciliar per capita e a existência de banheiro de uso
exclusivo. Esses aspectos dizem respeito (i) às aglomerações no interior dos domicílios e
às possibilidades de isolamento de um morador no espaço domiciliar; (ii) à composição
das unidades doméstica com membros de grupos etários de maior risco de
desenvolvimento de formas graves da COVID-19, atentando para as estratégias de
distanciamento social recomendadas; (iii) às condições de renda das unidades
domiciliares para a sua reprodução social em cenário de desigualdade econômica pré-
pandemia e que a crise sanitária tende a agravar; e, também, (iv) à existência de banheiros
nos domicílios como uma informação central para as medidas de higiene requeridas como
condição básica para a higiene das pessoas, evidenciada no contexto pandêmico.

As tabelas 2.2-UF e 2.2 apresentam a distribuição de pessoas residindo em


domicílios, por número de moradores do domicílio. Em 2019, 27,0% das pessoas viviam
em domicílios com 3 pessoas. Os domicílios com 6 moradores ou mais eram o local de
residência de 9,8% das pessoas que viviam no Brasil. O estado do Amapá (32,5%), assim
como a região metropolitana (RM) de Macapá (32,4%) e a capital, Macapá (32,0%),
apresentaram a maior proporção de pessoas vivendo em domicílios com 6 pessoas ou
mais, em 2019. Os domicílios com 6 moradores ou mais abrigavam principalmente
pessoas que se declaravam pretas ou pardas, servindo como local de moradia para 12,3%
desta população. Nas áreas rurais do Brasil, 14,7% da população residia em domicílios
com 6 moradores ou mais, proporção que nas áreas urbanas representava 9,0%.

A tabela 2.2b-UF apresenta a distribuição das pessoas residindo em domicílios com


renda domiciliar per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia)6, por número de moradores do
domicílio. No Brasil, a maior parte dessas pessoas vivia, em 2019, em domicílios com 4
moradores (27,4%), enquanto os domicílios com 6 moradores ou mais constituíam o local
de residência para 22,0% das pessoas morando em domicílios com renda domiciliar per

............................
6
“Para fins de comparação internacional, o Banco Mundial utiliza três linhas de pobreza a depender do
nível de renda dos países. A atual linha internacional de extrema pobreza é fixada em US$ 1,90 por dia
em termos de Poder de Paridade de Compra - PPC (ou, em inglês, PPP, purchasing power parity), o que
representa a média das linhas de pobreza encontradas em 15 dos países mais pobres classificados pelo
consumo/renda per capita. A taxa de câmbio medida em PPC permite comparar o valor real das moedas
em determinado ponto do tempo por meio de uma pesquisa de preços de bens e serviços em diversos
lugares do mundo. Assim, é possível saber quanto custam cestas de produtos equivalentes em cada país
e comparar custos de vida. Considerando que quanto maior o nível de renda média dos países, maior
deve ser a linha de pobreza para que essa mantenha correspondência com o nível de rendimento médio
daquela população, o Banco Mundial recomenda o uso das linhas de US$ 3,20 PPC para países de renda
média-baixa e US$ 5,50 PPC para países de renda média-alta, grupo ao qual o Brasil pertence com mais
46 países” (IBGE, 2020, p. 62). Para informações mais detalhadas, consultar: POVERTY and shared
prosperity 2018: piecing together the poverty puzzle. Washington, DC: World Bank, 2018. 176 p. Disponível
em: https://www.worldbank.org/en/publication/poverty-andshared-prosperity#higherstandards.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 12


2019
capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia). O destaque mais uma vez é o estado do Amapá
(49,0%), assim como a RM de Macapá (48,5%) e a capital, Macapá (49,2%), por
apresentarem a maior proporção de pessoas residindo em domicílios com renda domiciliar
per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia) vivendo em domicílios com 6 pessoas ou mais,
em 2019. Na tabela 2.2b verifica-se a prevalência do padrão de desigualdade observado
ao longo de todo conjunto de tabelas, com a prevalência de homens e mulheres pretos ou
pardos entre as pessoas residindo em domicílios com renda domiciliar per capita menor
que US$ 5,5 (PPC/dia) vivendo em domicílios com 6 pessoas ou mais, em 2019.

As tabelas 2.3-UF e 2.3 apresentam a distribuição de pessoas residindo em


domicílios, por condições de adensamento do domicílio. Nessas tabelas verifica-se que
62,5% das pessoas viviam em domicílios com mais de um, até dois moradores por
dormitório. No ponto mais extremo, 5,6% das pessoas viviam em domicílios com mais de
3 pessoas por dormitório no Brasil, em 2019. Na Região Norte, 13,2% da população
habitava domicílios com mais de 3 moradores por dormitório, sobressaindo-se o estado
de Roraima com 23,1% da população vivendo em domicílios com mais de três moradores
por dormitório, em 2019.

O cartograma 2 apresenta a proporção de pessoas residindo em domicílios com


mais de dois moradores por cômodo utilizado como dormitório. Esse indicador
apresentou-se elevado nas UFs da Região Norte e Nordeste, mas com participação
substancial em outras UFs das regiões Centro Oeste. No Sudeste, há destaque para São
Paulo, UF mais populosa do país, que à época contava com a maior proporção de pessoas
vivendo em domicílios com essas características entre todos os estados das regiões Sul
e Sudeste. Nesses casos, ressalta-se a dificuldade de cumprimento das medidas de
isolamento social que impeçam a disseminação entre moradores de um mesmo domicílio.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 13


2019
Cartograma 2 – Proporção da população residindo em domicílios com mais de dois
moradores por cômodo utilizado como dormitório – Brasil – 2019

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019.


Nota: Dados consolidados de primeiras entrevistas

No que se refere a distribuição de pessoas residindo em domicílios por banheiro de


uso exclusivo, 32,2%, vivia em domicílios com mais de três pessoas por banheiro de uso
exclusivo no Brasil, em 2019. Os domicílios sem banheiros, por sua vez, constituíam o
local de moradia para 2,6% da população no Brasil naquele ano. Essa condição se
apresentava mais significativa na Região Norte do país, onde 11,0% das pessoas vivem
em domicílios sem banheiro, sendo que no Acre este percentual alcançou 21,9%, em
2019. Na Região Nordeste, destaca-se a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) de
Teresina com 4,4% das pessoas vivendo em domicílios sem banheiro.

Entre as pessoas que viviam em domicílios com mais de 3 pessoas por dormitório,
os homens e mulheres pretos ou pardos se fazem mais representativos. Entre as pessoas
que se declaravam pretas ou pardas, 7,1% viviam em domicílios com mais de três pessoas
por dormitório. Homens e mulheres pretos ou pardos apareciam com a mesma proporção
nesse caso. Os domicílios sem banheiros, por sua vez, constituíam o local de moradia
para 3,9% das pessoas que se declararam pretas ou pardas, em 2019, ante 0.8% daquelas
que se declararam brancas.

As Tabelas 2.3a-UF e 2.3a apresentam a distribuição de pessoas residindo em


domicílios com rendimento domiciliar per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia), por
condições de adensamento do domicílio. Nessas tabelas verifica-se que 50,9% dessas

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 14


2019
pessoas viviam em domicílios com mais de um, até dois moradores por dormitório. No
ponto mais extremo, 14,6% dessas pessoas viviam em domicílios com mais de 3 pessoas
por dormitório no Brasil, em 2019. Na Região Norte, 25,3% dessa população vivia em
domicílios com mais de 3 moradores por dormitório, com destaque para o estado de
Roraima com 44,4% dessa população vivendo em domicílios com mais de três moradores
por dormitório, em 2019.

No que se refere a distribuição de pessoas que residiam em domicílios com


rendimento domiciliar per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia), por banheiro de uso
exclusivo, a maior parte dessa população, 57,2%, vivia em domicílios com mais de três
pessoas por banheiro de uso exclusivo no Brasil, em 2019. Os domicílios sem banheiros,
por sua vez, constituíam o local de moradia para 8,1% da população no Brasil naquele
ano. Essa condição se apresentava mais significativa na Região Norte do país onde 20,7%
das pessoas viviam em domicílios sem banheiro, com destaque para o estado do Acre
aonde 40,7% das pessoas vivia em domicílios sem banheiro, em 2019. Na Região
Nordeste, destaca-se a RIDE de Teresina com 10,2% das pessoas vivendo em domicílios
sem banheiro. Os domicílios sem banheiros, por sua vez, constituíam o local de moradia
para 9,4% das pessoas que residiam em domicílios com rendimento domiciliar per capita
menor que US$ 5,5 (PPC/dia) e declararam pretas ou pardas, em 2019, ante 4,1%
daquelas que se declararam brancas.

As tabelas 2.4UF e 2.4 apresentam a distribuição de pessoas residindo em


domicílios, por condições de adensamento do domicílio. A partir desta tabela verifica-se
que, em 2019, 42,9% das pessoas viviam em domicílios nos quais mais de dois cômodos
não eram utilizados nem como banheiro, nem como dormitório. Por outro lado, 3,5% das
pessoas viviam em domicílios nos quais não existia nenhum cômodo que não era utilizado
como banheiro, ou dormitório. Essa proporção chega a 10,6% na região Norte do país,
com destaque para o estado de Roraima, 15,3%, assim como para a RM de Macapá
(13,3%) e a capital Macapá (14,0%). Entre as pessoas que viviam em domicílios nos quais
não existia nenhum cômodo que não era utilizado como banheiro, ou dormitório, 4,0% das
pessoas que se declaravam pretas ou pardas viviam nesses domicílios, em 2019, ante
2,8% daquelas que se declararam brancas.

As tabelas 2.4a-UF e 2.4a apresentam a distribuição de pessoas residindo em


domicílios com rendimento domiciliar per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia), por
condições de adensamento do domicílio. A partir desta tabela verificamos que, em 2019,
44,5% dessas pessoas viviam em domicílios nos quais mais de dois cômodos não eram
utilizados nem como banheiro, nem como dormitório. Por outro lado, 5,7% dessas pessoas
viviam em domicílios nos quais não existia nenhum cômodo que não era utilizado como
banheiro, ou dormitório. Essa proporção chega a 15,2% na Região Norte do país, com
destaque para o estado de Roraima, 27,1%, assim como para a RM de Manaus (20,0%)
e a capital de Roraima, Boa Vista (14,0%). Entre as pessoas que viviam em domicílios
com rendimento domiciliar per capita menor que US$ 5,5 (PPC/dia), nos quais não existia
nenhum cômodo que não era utilizado como banheiro, ou dormitório, 6,0% das pessoas

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 15


2019
que se declaravam pretas ou pardas viviam nesses domicílios, em 2019, frente a 4,6%
daquelas que se declararam brancas, em 2019.

A Tabela 2.5 UF apresenta a distribuição das pessoas, por composição etária do


domicílio onde vivem. Em 2019, 43,7% das pessoas viviam em domicílios compostos
apenas por adultos e crianças, enquanto 15,1% das pessoas viviam em domicílios
compostos por adultos e idosos e 8,1% das pessoas viviam em domicílios nos quais idosos
e crianças viviam no mesmo domicílio. Domicílios unipessoais de idosos e domicílios com
dois ou mais idosos correspondiam, respectivamente, à realidade de 2,6% e 4,3% das
pessoas que viviam no Brasil, em 2010. Na Região Sudeste, observa-se a maior proporção
de pessoas vivendo em domicílios compostos por adultos e idosos, 16,4%, ao passo que,
na Região Norte, registrou-se a maior proporção de pessoas vivendo em domicílios com
a presença de idosos e crianças, com ou sem adultos, 11,5%.

A Tabela 2.6 UF apresenta a proporção de pessoas residindo em domicílios com


adensamento excessivo, por presença de idoso no domicílio. Esta tabela revela que, entre
os domicílios com presença de idosos, em 2019, 2,6% das pessoas viviam em domicílios
com adensamento excessivo. Na Região Norte do Brasil, essa proporção chegava a 8,3%
das pessoas, com destaque para Roraima, que atingia a proporção de onde 15,7%.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 16


2019
Referências
IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população
brasileira 2020, Rio de Janeiro : IBGE, 2020.

RAZZOLINI, Maria Tereza Pepe; GUNTHER, Wanda Maria Risso. Impactos na saúde
das deficiências de acesso a água. Saude soc., São Paulo , v. 17, n. 1, p. 21-
32, Mar. 2008

Agência Nacional do Águas (Brasil).ODS 6 no Brasil: visão da ANA sobre os indicadores


/ Agência Nacional de Águas. – Brasília: ANA, 2019. p, 94.

Resolução da Assembleia Geral da ONU. Resolução A/RES/64/292


www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/64/292

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 17


2019
Glossário
acesso domiciliar a internet Condição dos domicílios onde ao menos um dos moradores
tem acesso à internet no próprio domicílio, por qualquer equipamento.
adensamento domiciliar excessivo Categoria em que se classificam os domicílios
particulares permanentes em que há mais de 3 moradores por cômodo utilizado como
dormitório.
arranjo domiciliar Conjunto de pessoas residentes no mesmo domicílio.
banheiro Cômodo destinado a banho (isto é, que dispõe de chuveiro ou banheira) e que
também dispõe de vaso sanitário ou buraco para dejeções.
cor ou raça Característica declarada pelas pessoas com base nas seguintes opções:
branca, preta, amarela (pessoa que se declara de origem japonesa, chinesa, coreana etc.),
parda ou indígena.
domicílio Local de moradia estruturalmente separado e independente, constituído por um
ou mais cômodos. A separação fica caracterizada quando o local de moradia é limitado
por paredes, muros, cercas etc., coberto por um teto, permitindo que os moradores se
isolem. A independência fica caracterizada quando o local de moradia tem acesso direto,
permitindo que os moradores possam entrar e sair sem passar por local de moradia de
outras pessoas.
dormitório Cômodo que está em caráter permanente sendo utilizado para esta finalidade
por morador do domicílio particular permanente.
empregado Pessoa que trabalha para um empregador (pessoa física ou jurídica),
geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em
contrapartida remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios (moradia,
comida, roupas etc.). Nesta categoria, inclui-se a pessoa que presta serviço militar
obrigatório e, também, o sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira e outros
clérigos.
empregado com vínculo É o conjunto da população ocupada com carteira de trabalho
assinada somada aos militares e funcionários públicos estatutários das três esferas de
governo.
empregador Pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, com pelo
menos um empregado.
linha(s) de pobreza Recorte na distribuição de consumo ou rendimentos que separa as
unidades de análise (pessoas, famílias, domicílios) em pobres e não pobres. Existem
diversas metodologias para gerar linhas de pobreza, as mais comuns são as linhas
absolutas (com valores numéricos específicos), relativas (uma proporção da média ou
mediana dos rendimentos, por exemplo) ou subjetivas (baseadas na percepção das
pessoas).
média de moradores por dormitório Total de habitantes residentes em domicílio
particulares permanentes dividido pelo total de cômodos utilizados de forma permanente
como dormitório nos domicílios particulares permanentes.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 18


2019
morador Pessoa que tem o domicílio como local habitual de residência e nele se encontra
na data de referência, ou que, embora ausente na data de referência, tem o domicílio como
residência habitual, desde que essa ausência não seja superior a 12 meses em relação
àquela data, em decorrência dos seguintes motivos: viagens (a passeio, a serviço, a
negócio, de estudos etc.); internação em estabelecimento de ensino ou hospedagem em
outro domicílio, pensionato, república de estudantes, visando facilitar a frequência à escola
durante o ano letivo; detenção sem sentença definitiva declarada; internação temporária
em hospital ou estabelecimento similar; e embarque a serviço (militares, petroleiros).
paridade poder de compra O fator de conversão de paridade de poder de compra (PPC)
é o número de unidades da moeda de um país necessárias para comprar a mesma
quantidade de bens e serviços no mercado interno como dólares comprariam nos Estados
Unidos. A Paridade do Poder de Compra (PPC) é utilizada para comparar o poder de
compra entre diferentes países, ou moedas, e é utilizada como alternativa à taxa de
câmbio, que, em geral varia com mudanças nos índices de preços e mesmo a volatilidade
do mercado de capitais e especulação.
pobreza Identifica pessoas, famílias ou domicílios em situação de vulnerabilidade por não
ter acesso a rendimentos, consumo ou uma cesta de bens e serviços considerados
essenciais para o sustento. A pobreza é um fenômeno multidimensional e pode ser medida
com uma abordagem que dá conta de diversas dimensões de restrição de acesso. Ao
mesmo tempo, a abordagem mais recorrente utiliza valores monetários, quer dizer,
rendimentos ou consumo (pobreza monetária).
pobreza monetária Identifica pessoas, famílias ou domicílios abaixo de uma linha de
pobreza baseada em rendimentos ou consumo. A linha ou as linhas utilizadas podem ser
únicas no país ou variar regionalmente, além de serem construídas segundo diversas
metodologias. Ver também linha(s) de pobreza.
posição na ocupação Relação de trabalho existente entre a pessoa e o empreendimento
em que trabalha. Segundo a posição na ocupação, a pessoa é classificada em:
empregado, trabalhador doméstico, trabalhador por conta própria, empregador,
trabalhador auxiliar familiar.
rendimento mensal domiciliar per capita Resultado da divisão do rendimento mensal
domiciliar pelo número de componentes da unidade domiciliar, exclusive os daqueles cuja
condição na unidade domiciliar é pensionista, empregado doméstico ou parente do
empregado doméstico.
rendimento mensal domiciliar Soma dos rendimentos mensais dos moradores da
unidade domiciliar, exclusive as pessoas cuja condição na unidade domiciliar é
pensionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico.
situação do domicílio Classificação da localização do domicílio em urbana ou rural,
definida por lei municipal vigente por ocasião da realização do Censo Demográfico. A
situação urbana abrange as áreas correspondentes às cidades (sedes municipais), às
vilas (sedes distritais) ou às áreas urbanas isoladas. A situação rural abrange toda a área
situada fora desses limites.
trabalhador familiar auxiliar Pessoa que trabalhava sem remuneração, durante pelo
menos uma hora na semana de referência, em ajuda a membro da unidade domiciliar que
era conta própria, empregador ou empregado.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 19


2019
trabalhador por conta própria Pessoa que trabalha explorando o seu próprio
empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a
ajuda de trabalhador não remunerado.
trabalho principal Único trabalho que a pessoa tem na semana de referência da
pesquisa. Para a pessoa com mais de um trabalho, isto é, para a pessoa ocupada em
mais de um empreendimento na semana de referência, considera-se como principal o
trabalho da semana de referência no qual tem mais tempo de permanência no período de
referência de 365 dias. Em caso de igualdade no tempo de permanência no período de
referência de 365 dias, considera-se como principal o trabalho remunerado da semana de
referência ao qual a pessoa normalmente dedica maior número de horas semanais. Em
caso de igualdade, também, no número de horas trabalhadas, considera-se como principal
o trabalho da semana de referência que normalmente proporciona o maior rendimento.
trabalho Exercício de: a) Trabalho em ocupação - Trabalho remunerado em dinheiro,
produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) na
produção de bens e serviços; ou trabalho sem remuneração direta ao trabalhador,
realizado em ajuda à atividade econômica de membro do domicílio ou parente que reside
em outro domicílio, que recebe em conjunto a remuneração pelo trabalho; b) Trabalho na
produção de bens e serviços destinados somente ao próprio consumo das pessoas
moradoras do domicílio ou de parentes que residem em outro domicílio; c) Trabalho
voluntário; d) Trabalho sem remuneração no cuidado de pessoas; ou e) Trabalho nos
afazeres domésticos.
uso do banheiro Classificação do uso do banheiro do domicílio particular permanente em:
uso exclusivo - quando o banheiro é utilizado, no cotidiano, apenas pelos moradores do
domicílio; ou uso compartilhado - quando o banheiro é de uso comum dos moradores do
domicilio e de moradores de domicílios próximos.

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 20


2019
Equipe técnica
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de População e Indicadores Sociais
Cristiane Santos Moutinho

Gerência de Indicadores Sociais


João Hallak Neto

Equipe responsável pela elaboração do estudo


Bruno Mandelli Perez
Claudio Dutra Crespo
Gustavo Junger da Silva
Sofia Machado Monti

Programação, processamento e tabulação dos resultados


Ailton José Lima Martins Furtado
Hermes Romano Leal Marateo (Analista Censitário)
Isabel Luzia Nori dos Santos
Paulo César Dick
Pedro Henrique Lamego Tavares (Estagiário)

Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de COVID-19 21


2019

Você também pode gostar