IBGE Covid Indicadores Sociais 2019
IBGE Covid Indicadores Sociais 2019
IBGE Covid Indicadores Sociais 2019
Ministro da Economia
Paulo Roberto Nunes Guedes
INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE
Presidente
Eduardo Luiz G. Rios Neto
Diretora-Executiva
Marise Maria Ferreira
Diretoria de Pesquisas
Cimar Azeredo Pereira (em exercício)
Diretoria de Geociências
Claudio Stenner
Diretoria de Informática
Carlos Renato Pereira Cotovio
UNIDADE RESPONSÁVEL
Diretoria de Pesquisas
Rio de Janeiro
2021
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
© IBGE. 2021
Sumário
Apresentação ...................................................................................................................... 4
Introdução ........................................................................................................................... 5
Referências ....................................................................................................................... 17
Convenções
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da informação;
Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
0; 0,0; 0,00 numérico originalmente positivo; e
Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado
-0; -0,0; -0,00 numérico originalmente negativo.
Apresentação
A publicação Indicadores Sociais de Moradia no Contexto da Pré-Pandemia de
COVID-19, com referência em 2019, busca proporcionar um conhecimento mais amplo da
realidade social do país no cenário pandêmico, a partir de indicadores atualizados sobre
temas estruturantes dessa realidade.
Nesta edição, os temas foram organizados com vistas a aprofundar a análise das
condições de vida da população brasileira, com foco nas características dos domicílios, a
partir de quatro dimensões fundamentais – Abastecimento de água; Adensamento
domiciliar; Existência de banheiro e Rendimento domiciliar.
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1
Em 28 de Julho de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução A/RES/64/292
declarou a água limpa e segura e o saneamento um direito humano essencial para gozar plenamente a
vida e todos os outros direitos humanos.
https://www.un.org/waterforlifedecade/pdf/human_right_to_water_and_sanitation_media_brief_por.pdf.
Acesso em: 15 de outubro de 2020.
2
A Agenda 2030 estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas
correspondentes, que resultaram de acordo entre os Estados-Membros em 2015. O ODS 6, composto
por oito metas, tem por propósito “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todas e todos”.
3
Para maiores informações sobre o tema, consultar: https://www.ana.gov.br/usos-da-agua/abastecimento.
O plano tabular anexo a esse documento foi elaborado a partir das informações
captadas pelo módulo de domicílio da PNAD Contínua 2019. Esse módulo traz
informações sobre a questão do acesso à água a partir de vários recortes
sociodemográficos. Os resultados da pesquisa, por sua vez, reforçam a relevância do
diálogo entre a temática da habitação e o campo da saúde pública no Brasil, em especial
no que se refere ao controle de endemias e demais doenças cuja propagação
correlaciona-se estreitamente com uma das questões fundamentais referentes às
condições habitacionais que é o abastecimento da água.
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4 A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janeiro de 2012,
em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de modo a produzir
resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas que contêm
Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento - RIDE Grande Teresina, e Municípios das
Capitais. Além dos indicadores relacionados à força de trabalho, a Pnad Contínua pesquisa temas e
tópicos suplementares em trimestres específicos, ou ainda ao longo do ano em determinada visita ao
domicílio selecionado. O módulo de domicílio apresenta informações coletadas na primeira vista ao
domicílio.
O módulo de domicílio da PNAD Contínua 2019 revela também que outros 3,4% da
população estavam em situação ainda pior quanto ao cumprimento das orientações
sanitárias visto que residiam em domicílios que não se encontravam ligados à rede geral
de abastecimento de água, assim como não contavam com canalização de água em ao
menos um cômodo do domicílio (Tabela 1) 5.
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5
A Tabela 1 corresponde a uma versão resumida da Tabela 2.1 UF que pode ser consultada no plano
tabular anexo a este estudo.
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, consolidado de primeiras entrevistas.
Analisando o plano tabular, as Tabelas 2.1 e 2.1 UF, por exemplo, revelam que
10,2% da população residente no Brasil vivia em domicílios que, mesmo abastecidos
principalmente pela rede geral de água, a frequência de abastecimento era inferior à diária,
em 2019. Já 15,3% da população habitava em domicílios que não tinham na rede geral a
sua principal forma de abastecimento, sendo que uma parte dessa população, 3,4%, não
possuía acesso à água canalizada dentro do domicílio naquele ano.
No ano de 2019, o Pará era a UF que contava com o maior percentual de pessoas
vivendo em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal forma de
abastecimento de água e sem canalização interna nos domicílios, 13,8%. Nesse mesmo
ano, a Região Metropolitana (RM) de Belém (5,5%) e a capital de Rondônia, Porto Velho
(6,1%), também se destacaram com os maiores percentuais de pessoas
morando/habitando em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal forma de
abastecimento de água e não contavam com canalização interna nos domicílios.
A análise da situação do domicílio revela que 10,4% das pessoas que residiam nas
áreas urbanas do Brasil viviam em domicílios que, mesmo abastecidos principalmente pela
rede geral de água, a frequência de abastecimento era inferior à diária. Já nas áreas rurais,
18,8% das pessoas viviam em domicílios que não tinham na rede geral a sua principal
forma de abastecimento de água e não contavam com canalização interna nos domicílios.
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6
“Para fins de comparação internacional, o Banco Mundial utiliza três linhas de pobreza a depender do
nível de renda dos países. A atual linha internacional de extrema pobreza é fixada em US$ 1,90 por dia
em termos de Poder de Paridade de Compra - PPC (ou, em inglês, PPP, purchasing power parity), o que
representa a média das linhas de pobreza encontradas em 15 dos países mais pobres classificados pelo
consumo/renda per capita. A taxa de câmbio medida em PPC permite comparar o valor real das moedas
em determinado ponto do tempo por meio de uma pesquisa de preços de bens e serviços em diversos
lugares do mundo. Assim, é possível saber quanto custam cestas de produtos equivalentes em cada país
e comparar custos de vida. Considerando que quanto maior o nível de renda média dos países, maior
deve ser a linha de pobreza para que essa mantenha correspondência com o nível de rendimento médio
daquela população, o Banco Mundial recomenda o uso das linhas de US$ 3,20 PPC para países de renda
média-baixa e US$ 5,50 PPC para países de renda média-alta, grupo ao qual o Brasil pertence com mais
46 países” (IBGE, 2020, p. 62). Para informações mais detalhadas, consultar: POVERTY and shared
prosperity 2018: piecing together the poverty puzzle. Washington, DC: World Bank, 2018. 176 p. Disponível
em: https://www.worldbank.org/en/publication/poverty-andshared-prosperity#higherstandards.
Entre as pessoas que viviam em domicílios com mais de 3 pessoas por dormitório,
os homens e mulheres pretos ou pardos se fazem mais representativos. Entre as pessoas
que se declaravam pretas ou pardas, 7,1% viviam em domicílios com mais de três pessoas
por dormitório. Homens e mulheres pretos ou pardos apareciam com a mesma proporção
nesse caso. Os domicílios sem banheiros, por sua vez, constituíam o local de moradia
para 3,9% das pessoas que se declararam pretas ou pardas, em 2019, ante 0.8% daquelas
que se declararam brancas.
RAZZOLINI, Maria Tereza Pepe; GUNTHER, Wanda Maria Risso. Impactos na saúde
das deficiências de acesso a água. Saude soc., São Paulo , v. 17, n. 1, p. 21-
32, Mar. 2008