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POLÍCIA FEDERAL - PF

Agente Administrativo
Classe A, Padrão

EDITAL Nº 28 – DGP/DPF
DE 20 DE NOVEMBRO DE 2013

CÓD: SL-082MR-23
7908433236726
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos.................................................................................................................................... 9
2. Tipologia textual......................................................................................................................................................................... 12
3. Ortografia oficial......................................................................................................................................................................... 13
4. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 14
5. Emprego das classes de palavras................................................................................................................................................ 15
6. Emprego/correlação de tempos e modos verbais...................................................................................................................... 24
7. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................................................................... 26
8. Sintaxe da oração e do período.................................................................................................................................................. 27
9. Pontuação................................................................................................................................................................................... 30
10. Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................. 32
11. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 33
12. Significação das palavras............................................................................................................................................................ 36
13. Redação de Correspondências Oficiais (Manual de Redação da Presidência da República). Adequação da linguagem ao tipo
de documento. Adequação do formato do texto ao gênero...................................................................................................... 36

Noções de Informática
1. Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows).................................................................................................. 53
2. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice)............................................................... 80
3. Redes de computadores............................................................................................................................................................. 100
4. Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. Programas de navegação (Microsoft
Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome e similares).................................................................................................. 106
5. Programas de correio eletrônico (Outlook Express, Mozilla Thunderbird e similares)............................................................... 110
6. Sítios de busca e pesquisa na Internet........................................................................................................................................ 116
7. Grupos de discussão................................................................................................................................................................... 118
8. Redes sociais............................................................................................................................................................................... 120
9. Computação na nuvem (cloud computing)................................................................................................................................. 122
10. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas................................................ 124
11. Segurança da informação. Procedimentos de segurança........................................................................................................... 126
12. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. 5.3 Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.). .................. 128
13. Procedimentos de backup......................................................................................................................................................... 130
14. Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)................................................................................................................ 131

Raciocínio Lógico
1. Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 139
2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.................................................................................. 140
3. Lógica sentencial (ou proposicional). Proposições simples e compostas. Tabelas verdade. Leis de Morgan............................. 141
4. Equivalências.............................................................................................................................................................................. 143
5. Diagramas lógicos...................................................................................................................................................................... 146
6. Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................... 148
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7. Princípios de contagem e probabilidade..................................................................................................................................... 148
8. Operações com conjuntos.......................................................................................................................................................... 153
9. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................................ 155

Atualidades
1. Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação,
saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia.................................... 159

Noções de Direito Administrativo


1. Noções de organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração.Administração dire-
ta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. . ................................................... 161
2. Ato administrativo. Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies............................................................................. 164
3. Agentes públicos. Legislação pertinente Disposições constitucionais aplicáveis. Disposições doutrinárias. Conceito. Espécies.
Cargo, emprego e função pública............................................................................................................................................... 175
4. Lei nº 8.112/1990....................................................................................................................................................................... 186
5. Poderes administrativos. Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder........................................ 211
6. Licitação. Princípios. Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Tipos. Procedimento................................ 218
7. Controle da administração pública. Controle exercido pela administração pública. Controle judicial. 6.3 Controle legislativo. 228
8. Responsabilidade civil do Estado. Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. Responsabilidade por ato comissivo
do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. Causas
excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. ....................................................................................................... 232
9. Regime jurídico-administrativo. 8.1 Conceito. 8.2 Princípios expressos e implícitos da administração pública. . ..................... 237
10. Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal)........................... 246
11. Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República........................................................................... 249

Noções de Direito Constitucional


1. Constituição Federal. Conceito, classificações............................................................................................................................ 263
2. Princípios fundamentais............................................................................................................................................................. 268
3. Capítulo III Segurança Pública: artigo 144.................................................................................................................................. 269
4. Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direi-
tos políticos, partidos políticos................................................................................................................................................... 270
5. Organização político-administrativa. União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios................................................ 275
6. Administração pública. Disposições gerais, servidores públicos................................................................................................. 281
7. Poder executivo. atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado. constituição federal............................... 285
ÍNDICE

Noções de Administração Pública


1. Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e crité-
rios de departamentalização...................................................................................................................................................... 293
2. Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização administrativa da
União; administração direta e indireta....................................................................................................................................... 295
3. Gestão de processos................................................................................................................................................................... 295
4. Gestão de contratos.................................................................................................................................................................... 296
5. Noções de processos licitatórios. Conceito, finalidades, princípios e objeto. Modalidades. Dispensa e inexigibilidade........... 299

Noções de Administração Financeira E Orçamentária


1. Orçamento público. Conceito. Técnicas Orçamentárias. Princípios orçamentários. Ciclo Orçamentário. O orçamento público
no Brasil...................................................................................................................................................................................... 303
2. Diretrizes orçamentárias na Constituição Federal...................................................................................................................... 309
3. Plano Plurianual na Constituição Federal................................................................................................................................... 310
4. Orçamento anual na Constituição Federal.................................................................................................................................. 311
5. Estrutura programática............................................................................................................................................................... 311
6. Créditos ordinários e adicionais.................................................................................................................................................. 315
7. Programação e execução orçamentária e financeira.................................................................................................................. 319
8. Acompanhamento da execução. . .............................................................................................................................................. 319
9. Descentralização orçamentária e financeira............................................................................................................................... 321
10. Receita pública. Conceito. Classificação segundo a natureza. Etapas e estágios........................................................................ 321
11. Despesa pública. Conceito. Classificação segundo a natureza. Etapas e estágios. Restos a pagar. Despesas de exercícios ante-
riores........................................................................................................................................................................................... 324
12. Lei de Responsabilidade Fiscal. Conceitos e objetivos. Planejamento........................................................................................ 338

Noções de Gestão de Pessoas nas Organizações


1. Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização.................................................................................. 357
2. A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições básicas e objetivos, políticas e sistemas de informações gerenciais..... 358
3. Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho.................................... 379

Noções de Administração de Recursos Materiais


1. Classificação de materiais. Tipos de classificação....................................................................................................................... 395
2. Gestão de estoques.................................................................................................................................................................... 405
3. compras. Modalidades de compra.............................................................................................................................................. 411
4. Cadastro de fornecedores. . ....................................................................................................................................................... 419
5. Compras no setor público. Edital de licitação............................................................................................................................. 421
6. Recebimento e armazenagem. Entrada. Conferência. Critérios e técnicas de armazenagem.................................................... 421
7. Gestão patrimonial. Controle de bens. Inventário. Alterações e baixa de bens......................................................................... 428

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ÍNDICE

Noções de Arquivologia
1. Conceitos fundamentais de arquivologia. Gerenciamento da informação e a gestão de documentos. Diagnósticos. Arquivos
correntes e intermediário. Protocolos. Arquivos permanentes.................................................................................................. 435
2. Avaliação de documentos........................................................................................................................................................... 443
3. Tipologias documentais e suportes físicos 445
4. Microfilmagem. Automação....................................................................................................................................................... 448
5. Preservação, conservação e restauração de documentos.......................................................................................................... 453

Legislação Aplicada à Polícia Federal


1. Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e fun-
cionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providên-
cias.............................................................................................................................................................................................. 459
2. Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente pos-
sam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física
ou psíquica, e dá outras providências......................................................................................................................................... 461
3. Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração....................... 463
4. Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento. ..................................................................................................................... 475
5. Lei nº 12.830/2013: dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia................................................ 481

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objeti-
vo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos
é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a res-
posta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre
a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em
nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise
do que está explícito no texto, ou seja, na identificação da men- “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
sagem. É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
uso da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensa- menos severas.”
gem transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, ao A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos a men- (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
sagem transmitida por ela, assim como o seu propósito comunicati- 1988.
vo, que é informar o ouvinte sobre um determinado evento. (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
severas.
Interpretação de Textos (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os re- ou não.
sultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias e, (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é cluídos socialmente.
decodificar o sentido de um texto por indução. (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se che-
gar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de texto, Comentário da questão:
seja ele escrito, oral ou visual. Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na socie-
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado dade.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se
podendo ser diferente entre leitores. refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis.
Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a
Exemplo de compreensão e interpretação de textos inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de educação, além das que não apresentam essas condições.
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de toda or-
um texto misto (verbal e visual): dem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou temporá-
rias”.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe- Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos defi-
cial > 2015 cientes.
Português > Compreensão e interpretação de textos Resposta: Letra B.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- TIPOLOGIA TEXTUAL.
berdade para quem recebe a informação.
Definição Geral: as tipologia textuais classificam os textos de
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
acordo com seus aspectos linguísticos, em termos de estruturação
e apresentação. Também podem ser denominados tipos textuais,
Fato
modo textual ou ainda de organização do discurso, essas categori-
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
zações consistem em formas distintas sob as quais um texto pode
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
ser apresentado, com fins de responder a diferentes propósitos co-
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
municativos.
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.

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Critérios utilizados pela tipologia textual: elementos sintáti- de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos ti-
cos, objetivo da comunicação, vocabulário, estrutura, construções pos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com
frásicas, linguagem, emprego dos tempos verbais, modo de intera- base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são:
ção com o leitor, conexões lógicas, entre outros.   narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Resumin-
do, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipolo-
Objetivos comunicativos: os elementos que compõem um gias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe abaixo
texto diversificam-se conforme a finalidade do texto, que pode ser os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em
narrar, argumentar, informar, descrever e etc.   cada tipo textual:
Os tipos de texto: de acordo com as tipologias textuais, um Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresenta-
texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e ção, desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracteri-
expositivo) ou explicativo (prescritivo e injuntivo). zam pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Tipologia textual x gênero textual: são dois modos de classifi- ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
cação de um texto que se baseiam em critérios distintos. Enquanto e fábulas.
o gênero textual se dedica aos aspectos formais (modelo de apre- Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
sentação do texto e função social), as tipologias textuais têm seu lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
foco na estrutura linguística de um texto, na organização do discur- texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
so e suas características morfossintáticas. em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
— Texto dialogal Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmi-
Essa tipologia apresenta um diálogo entre, pelo menos, dois tir ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
locutores. O que difere essa classe da narração é o fato de que, no conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
texto dialogal, o narrador não é obrigatório e, nos casos em que ele jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos ex-
se apresenta, sua função se limita a introduzir o diálogo; este, por positivos.
sua vez, se dará na primeira pessoa. Os principais gêneros textuais Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o obje-
que se enquadram nessa tipologia são: peças de teatro, debates, tivo de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto
entrevistas, conversas em aplicativos eletrônicos.   é, caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
As principais características do texto dialogal: composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os tex-
– Predomínio dos verbos na primeira pessoa do singular; tos argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
– Discurso direto: emprego de verbos elocutivos e dos sinais abaixo-assinado.
dois-pontos, aspas ou travessões para, respectivamente, indicar o Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
princípio de uma fala ou para marcá-las; orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
– Traços na linguagem oral. procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Perten-
— Texto explicativo cem a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, ma-
A finalidade básica dessa tipologia é instruir o leitor em relação nuais de instruções, entre outros.
a um procedimento específico. Para isso, o texto expõe informações Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
que prepara o leitor para agir conforme uma determinada condu- o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
ta. Essa tipologia se divide dois subtipos: impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
– Texto explicativo prescritivo: exige que o leitor se conduza de siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
um modo determinado. Ex.: editais de concursos, leis e cláusulas texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
contratuais.
– Texto explicativo injuntivo: permite que o leitor proceda com
certa autonomia. Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias e
bulas. ORTOGRAFIA OFICIAL.

Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais


— Definições
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua classi-
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
ficação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refe-
variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
re às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortogra-
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
fia são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
decorrentes dessas funções, entre outros.  
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
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Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual Parônimos e homônimos
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.  Re- pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
sumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o apreender (capturar).
som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase). – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão estabele- que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
cidos os sinais gráficos e os sons representados por cada um dos “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.   demonstrativo).
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português bra-
sileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. As ACENTUAÇÃO GRÁFICA
possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, .
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
— Definição
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas pala-
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
vras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas regras
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus deri-
da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer
vados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova York.  
dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de
uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as regras
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais re-
portuguesa:
gras:
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
abacaxi.  
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, ân-
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
cora, avô.
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, mex-
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
erica.   
tônica!
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determina-
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
da palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica.
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, ver-
Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a
minose.
sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjeti-
que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo se-
vos. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
melhante é a palavra bênção.  
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título
ou nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holan-
— Monossílabas Tônicas e Átonas
desa, burguês/burguesa.
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alte-
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
ração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe o
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da pre-
posição “de” + artigo “o”).  Ao comparar esses termos, perceber-
Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
mos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica (forte) ou
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
porque/pois nada está molhado.  
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
Recebem acento gráfico:  
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do can-
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
celamento do show.  
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
do show.  
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Por quê?  

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Não recebem acento gráfico: O Novo Acordo Ortográfico


– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis. Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acor- em vigor em 2009:
do ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem
leem. 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos vôo – voo; zôo – zoo.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm. Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
– alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; euro-
Acentuação das palavras Oxítonas péia – europeia.
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taois-
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. mo.
Ex.: caqui, urubu.
4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que pos-
Acentuação das palavras Paroxítonas suem -e tônico em hiato.
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as pala- ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
vras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abai- revêem.
xo. Observe as exceções:
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua por-
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. tuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, – linguiça.
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
grátis, júri, lápis, oásis, táxi. grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
tônus.   “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. “para”.
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
quórum, quóruns.   Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / pre-
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, posição]
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / pre-
posição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro, EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.
tática, trânsito.
— Definição
Ditongos e Hiatos Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o
Acentuam-se: estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portu-
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, guesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de
mausoléu, sóis, véus. cada classe gramatical.
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí — Artigo
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú). É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo,
podendo flexionar em número e em gênero.
Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moi-
nho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
enjoo, magoo.
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A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse proces-
so ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substan-
tivos se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  

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Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres perten- Pronome adjetivo


centes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado), Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).   pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer con-
— Adjetivo cordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o substan-
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma qua- tivo comum professora).
lidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou Locução adjetiva
extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
que seja nomeado. que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Os tipos de adjetivos Exemplos:
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo sim- – Criaturas da noite (criaturas noturnas).
ples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de – Paixão sem freio (paixão desenfreada).
um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo- – Associação de comércios (associação comercial).
-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é — Verbo
primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenô-
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: meno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
lamentável). têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
o exemplo do verbo “nutrir”:
O gênero dos adjetivos – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, significado).
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
/ “Ana é uma amiga leal.”   tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singu-
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que lar ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no
travessa”. presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
O número dos adjetivos tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
Por concordarem com o número do substantivo a que se re- – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
ferem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa ins- têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
truída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do
indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós
O grau dos adjetivos dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda con-
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo jugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar duas
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse
regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo seria:
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quan- dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.
to o anterior.”  
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do — Pronome
que Luciana.” O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
do que a equipe.”    e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, po- número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
dendo ser: ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.” pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” Pronomes pessoais
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pes-
soas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto (de-
sempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.
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CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

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PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
2 pessoa
a
Esse, essa, esses, essas, isso. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se fala.
3 pessoa
a
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

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CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, deva-
gar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em “-men-
“Andou depressa por causa da chuva”
te”, como cuidadosamente, calmamente, triste-
mente.
“O carro está fora.”

ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”

“Demorou, mas chegou longe!”

Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”

ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”

“Você saiu muito depressa”


Sim e decerto e palavras afirmativas com o sufi- “Decerto passaram por aqui”
xo “-mente” (certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo, podem ser advérbio,
dependendo do contexto. “Entendi, sim.”
“Jamais reatarei meu namoro com ele.”
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum,
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser advér- “Sequer pensou para falar.”
bio de negação, conforme o contexto.
“Não pediu ajuda.”
“Quiçá seremos recebidas.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que expres-
ADVÉRBIO DE DÚVIDA sem dúvida acrescidas do sufixo “-mente”, como “Provavelmente sairei mais cedo.”
possivelmente.
“Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa dire-
ta, que indica causa)
Quando, como, onde, aonde, donde, por que.
ADVÉRBIO DE INTERROGA- Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”

(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso, esta-
belecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos conectados,
as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as
conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão ao enuncia-
do.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

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Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS

Estabelecer relação de adição (positiva ou ne- “No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas
gativa). As principais conjunções coordenativas “Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas
aditivas são “e”, “nem” e “também”. chegar.”
Estabelecer relação de oposição. As principais “Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas são
“mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “entre- “Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas
tanto”. estava nervoso na prova.”

Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas “ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”

Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são “por- emprego.” /
conclusivas tanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”

Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos des-
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são “por- cansar aqui em casa.” /
explicativas que”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Que e se. Analise:
São empregadas para introduzir a oração que
cumpre a função de sujeito, objeto direito, obje- “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
to indireto, predicativo, complemento nominal agendada.” e
ou aposto de outra oração.
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que deno- Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais ta causa. que, que, porquanto.

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Conjunções subornativas Estabelecer relação de alternância. As principais


conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas “ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição ne- Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais cessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma com- de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas paração. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Conjunções subornativas Indicam uma oração em que se admite um fato
Por mais que, por menos que, apesar de que, embo-
contrário à ação principal, mas incapaz de im-
concessivas ra, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem que.
pedí-la.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, ocor- À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais rem no mesmo espaço temporal daqueles conti- proporção que.
dos na outra oração.
Conjunções subornativas Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de for-
consecutivas anterior. ma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os nu-
merais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos (do-
bro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de su-
cessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primei-
ros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.  

Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos: meio
ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.   
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Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre Locuções prepositivas


um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e em-
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. prego de uma preposição. As principais locuções prepositivas são
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da pre-
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando posição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções pre-
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número positivas.
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos. abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem acerca de debaixo de junto de
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 uni- acima de de modo a não obstante
dades).
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/ a fim de dentro de para com
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. à frente de diante de por debaixo de
antes de embaixo de por cima de
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gra- a respeito de em cima de por dentro de
maticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advér- atrás de em frente de por detrás de
bios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações
entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições através de em razão de quanto a
não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão com respeito a fora de sem embargo de
disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependen-
te, ou seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é — Interjeição
principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
sentido, esteja presente, possui um valor menor. manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por
Classificação das preposições parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autô-
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua nomas, que usufruem de independência em relação aos demais
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, an- elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
tes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do in-
(ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, sob, terlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
sobre, trás. – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades lin- – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
guísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas confor- – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
me o contexto.
Os tipos de interjeição
Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Fina- De acordo com as reações que expressam, as interjeições po-
lizei o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma dem ser de:
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
valor estrutural (gramática). ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
Classificação das preposições
Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto, APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!”
outras.
Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do suspeito DESEJO “Tomara!”
apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que, normal-
mente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser in- DOR “Ai!”, “Ui!”
serida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, por DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!”
tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
IMPACIÊNCIA (FRUSTRA-
“Puxa!”
ÇÃO)

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IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” 5) Vozes: são três.


a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!” Ex.: O carro derrubou o poste.
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
- Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
- Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
Ex.: Derrubou-se o poste.
1) Número: singular ou plural
Ex.: ando, andas, anda → singular Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula
andamos, andais, andam → plural apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
2) Pessoas: são três. c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes eu pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.
(singular) e nós (plural).
Ex.: escreverei, escreveremos. Formação do Imperativo
1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo menos a
b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos pro- letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
nomes tu (singular) e vós (plural). Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
Ex.: escreverás, escrevereis. Bebo → beba
bebes → bebe (tu) bebas
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde aos bebe beba → beba (você)
pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural). bebemos bebamos → bebamos (nós)
Ex.: escreverá, escreverão. bebeis → bebei (vós) bebais
bebem bebam → bebam (vocês)
3) Modos: são três. Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam.
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, indu-
bitável. Ex.: vendo. 2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não.
Ex.: beba
b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa, hi- bebas → não bebas (tu)
potética. Ex.: que eu venda. beba → não beba (você)
bebamos → não bebamos (nós)
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma or- bebais → não bebais (vós)
dem. Ex.: venda! bebam → não bebam (vocês)
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais,
4) Tempos: são três. não bebam.
a) Presente: falo
Observações:
b) Pretérito: a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a
- Perfeito: falei terceira pessoa é você.
- Imperfeito: falava
- Mais-que-perfeito: falara b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre-
sente do indicativo. Eis o seu imperativo:
Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o imperfeito, - Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam.
uma ação que se prolongava num determinado ponto do passado; - Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não se-
o mais-que-perfeito, uma ação passada em relação a outra ação, jam.
também passada. Ex.:
Eu cantei aquela música. (perfeito) c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode mu-
Eu cantava aquela música. (imperfeito) dar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos passar
Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito) para tu, e vice-versa.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu)
c) Futuro: Peça agora a sua comida. (tratamento: você)
- Do presente: estudaremos
- Do pretérito: estudaríamos d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afirma-
tivo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s.
Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples, Ex.: faze (tu) ou faz (tu)
temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem dize (tu) ou diz (tu)
divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante.
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e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do 2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais par-
imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos. ticípio do principal.
Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo.
Tempos Primitivos e Tempos Derivados tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo.
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pes-
soa do singular sai todo o presente do subjuntivo. 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc. Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é futuro
dizes do presente).
diz
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não Verbos Irregulares Comuns em Concursos
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular. É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles
Ex.: eu sou → que eu seja. estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
eu sei → que eu saiba. blemáticos.
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral-
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa mente o verbo pôr.
do singular saem: Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
pus → compus, repus, expus etc.
a) o mais-que-perfeito.
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos, cou- 2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o ver-
béreis, couberam. bo ter.
Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
b) o imperfeito do subjuntivo. tiveste → retiveste, mantiveste etc.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos,
coubésseis, coubessem. 3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o ver-
bo vir.
c) o futuro do subjuntivo. Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, couber- vim → intervim, convim etc.
des, couberem.
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo
3) Do infinitivo impessoal derivam: ver.
Ex.: vi → revi, previ etc.
a) o imperfeito do indicativo. víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
Observações:
b) o futuro do presente. - Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, ca- gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo
berão. e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos
derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma
c) o futuro do pretérito. regra explicada acima.
Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis, Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se
caberiam. fala por aí).

d) o infinitivo pessoal. - Requerer e prover não seguem integralmente os verbos querer


Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe- e ver. Eles serão mostrados mais adiante.
rem.
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cre-
e) o gerúndio. mos, crestes, creram.
Ex.: caber → cabendo.
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fe-
f) o particípio. chado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. Ex.:
Ex.: caber → cabido. A bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz).

Tempos Compostos 7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expelir,


Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter ou repelir:
haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar. a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, ade-
rimos, aderem.
1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais particípio
do verbo principal. b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adirais,
Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do indicati- adiram.
vo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do subjuntivo.
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Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira 16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfei-
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do presen- to, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do
te do subjuntivo. subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo
ver.
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; proves-
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxá- se, provesses, provesse etc.
guas, enxágua. provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, prove-
rás, proverá etc.
b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, enxá-
gues, enxágue. 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, res-
sarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argui- falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação
mos, arguis, argúem. dos verbos. Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, rea-
veis.
10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:
apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, apazigueis, apazi-
gúem. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.

11) Mobiliar:
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobilia- Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
mos, mobiliais, mobíliam. “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial,
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (pre-
b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobilie- posição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pro-
mos, mobilieis, mobíliem. nome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo
(pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femi-
polis, pulem. ninas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo
e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal ini-
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros termina- cial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de
dos em ear) união representado pelo acento grave.
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passea- A crase pode ser a contração da preposição a com:
mos, passeais, passeiam. – O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assis-
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passee- tiu às aulas.”
mos, passeeis, passeiem. – O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Observações: “Retorne àquele mesmo local.”
- Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o diton- – O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
go ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois presentes. quais devemos o maior respeito e consideração”.
- Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia. duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
construção sintática.
14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam. Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe se-
Observações: melhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
- Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas. palavra feminina.
Exemplos:
- Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, apesar “Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei. “Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam, “Comprei o carro / a moto.”
medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem. “Irei ao evento / à festa.”

15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do pre- 2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
sente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
subjuntivo. ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
Ex.: requeiro, requeres, requer deve ser empregado.
requeira, requeiras, requeira Exemplos:
requeri, requereste, requereu “Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
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3 – Troque o termo regente da preposição a por um que es- Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
tabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. ser compreendida pelo interlocutor.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta Oração
de estudar / Insiste em estudar.” É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um ver-
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua bo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, des-
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.” de que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
Gosto de você / Penso em você.” importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que ex- 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não con-
pressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se tém verbo.
a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como nú- 2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
cleo uma palavra feminina, ocorrerá crase. como oração.
Exemplos:
“Tudo às avessas.” Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma oração
“Barcos à deriva.” é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, estabelecem
relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No exemplo supra-
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase: citado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras “Eu” e “silêncio”
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão para que o receptor compreenda a mensagem. Dessa forma, cada
“moda de”, ficando somente o à explícito. palavra desta oração recebe o nome de termo ou unidade sintática,
Exemplos: desempenhando, cada qual, uma função sintática diferente.
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.” Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
de horas especificadas e definidas: Exemplos: Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
“À uma hora.” duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
“Às cinco e quinze”. – Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o no-
ticiário”.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO. Período
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao es- com sentido completo. Assim como as orações, o período também
tudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um pode ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do nú-
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem mero de orações que apresenta: o período simples contém apenas
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que uma oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo uma frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quan-
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e ora- to à classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
ções, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante apresenta apenas um verbo.
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. – Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
Vejamos: ficarei preocupada.” - contém dois verbos.

Frase — Análise Sintática


Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somen- estrutura de um período e das orações que compõem um período.
te uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
a seguir as especificidades de cada tipo.
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.”

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1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração – Verbo de ligação: servem para expressar características de
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro conti-
respectivos exemplos a seguir: nua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome (subs-
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração tantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Ade-
sobre o sujeito). mais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, e é
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é inteligen-
respectivos casos: te.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua
“Fred fez um lindo discurso.” característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser”
“Um lindo discurso Fred fez.” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual.
“Fez um lindo discurso, Fred.” Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas
pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou pala-
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela vra substantivada.
concordância verbal. – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo liga- um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acresci-
do ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. da de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. da aula. Por isso, estavam contentes.
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a 2 – Termos integrantes da oração
concordância do verbo o destaca de forma indireta. Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e, oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
diferente do caso anterior, não há concordância verbal para deter- verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
miná-lo. – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
Esse sujeito pode aparecer com: – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exi-
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. gindo preposição.
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
padeiro.”». isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você es- seja compreendido.
tiver lá.”
Quanto ao objeto direto, podemos ter:
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. Essas – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o aconte-
orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza, cido.”
ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenôme- – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
no meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: os aparelhos.»
“Choveu muito ontem”.
“Era uma hora e quinze”. – Complementos Nominais: esses termos completam o senti-
do de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e ver- adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
bo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, tam- os exemplos:
bém recebem sua classificação, conforme abaixo: – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adian- “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento no-
te para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o ver- minal.
bo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapida-
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser di- mente” é advérbio de modo.
reto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e substantivo.
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
cair, mergulhar, correr.

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– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que prati- do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
cam a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e apelo. Observe:
por. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
passiva: “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” “Vista o casaco, filha!”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” — Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações. As
3 – Termos acessórios da oração orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de su-
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos bordinação.
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem – Período composto por coordenação: é formado por orações
para complementar a informação, exprimindo circunstância, deter- independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgu-
minando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira abaixo las, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmen-
quais são eles: te porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido classificação das orações coordenadas:
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
“Dormimos muito.” doces.”
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. preparei os doces.”
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” – Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou pre-
paro os doces.”
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
“Maria escreve bastante bem.” logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame por-
O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. que estudou bastante.”

Os adjuntos adverbiais podem ser: – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de forma separada. As orações subordinadas são divididas em subs-
tempo). tantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, que o suspeito era realmente o culpado.”
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado por – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não que-
adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou prono- ria que isso acontecesse.”
mes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obriga-
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega tório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
de escola.” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Sujeito: “jovem apaixonado” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” é que meus pais são saudáveis.”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba dis-
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” to: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demo-
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os rar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão feli-
zes que pulamos de alegria.”
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para carac- – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
terizá-lo, contribuindo para a complementação uma informação já para que nós chegássemos a casa em segurança.”
completa. Observe os exemplos: – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu che-
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” guei, eles iniciaram o trabalho.”
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
espero por você.»
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que esti-
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento vesse cansado, concluiu a maratona.”
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
como se ainda vivesse no interior.”

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– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme 4 – Isolar expressões explicativas:


combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.” “As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi res-
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais ponsabilizado.”
me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que pas- 5 – Separar conjunções intercaladas
sou no concurso, mudou-se para o interior.” “Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.” 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários
do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
PONTUAÇÃO. 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
— Visão Geral “Estas alegações, não as considero legítimas.”
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráfi-
cos que, em um período sintático, têm a função primordial de indi- 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
car um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasio- por conjunções)
nalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) em um “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreen- 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
são da frase. “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos 10 – Marcar a omissão de um termo:
tipos textuais; “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fa-
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; zer”).
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. • Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
enunciado
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéti-
Vírgula cas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem ajudasse.”
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes não 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo tem- principal:
po que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser empregada:
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvi-
• No interior da sentença das ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração prin-
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: cipal:

ENUMERAÇÃO Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá atenção!


Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção!
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. 5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
REPETIÇÃO leito, até que você se recupere por completo.”
Os arranjos estão lindos, lindos!
• Antes da conjunção “e”
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada. 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valo-
res que não expressam adição, como consequência ou diversidade,
2 – Isolar o vocativo por exemplo.
“Crianças, venham almoçar!” “Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
“Quando será a prova, professora?”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sem-
3 – Separar apostos pre que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de desta-
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” car alguma ideia, por exemplo:

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“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; Reticências


e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintati-
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha) camente:
“Quem sabe um dia...”
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
ainda.”
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração objetivo de prolongar o raciocínio:
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
apositiva nem se apresente inversamente). faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

Ponto 4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


1 – Para indicar final de frase declarativa: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
“O almoço está pronto e será servido.” Raimundo Fagner).

2 – Abrevia palavras: Ponto de Interrogação


– “p.” (página) 1 – Para perguntas diretas:
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria) “Quando você pode comparecer?”
– “Dr.” (Doutor)
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
3 – Para separar períodos: destacar o enunciado:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.” “Não brinca, é sério?!”

Ponto e Vírgula Ponto de Exclamação


1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou 1 – Após interjeição:
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “Nossa Que legal!”
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nos-
sa amiga, de praticar esportes.” 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: 3 – Após vocativo
Mercúrio; “Ana, boa tarde!”
Vênus;
Terra; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Marte; “Entre já!”
Júpiter;
Saturno; Parênteses
Urano; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Netuno.” intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
a vírgula:
Dois Pontos “Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sem-
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumer- pre)
ações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias quem seria promovido.”
anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” Travessão
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
grande ofensa.” “O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transfor- “— Vou partir em breve.
ma’.” — Vá com Deus!”
3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
– Sou inocente!” “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”

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4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicati- – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
vas: nevar, amanhecer.
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
Aspas professoras vigiando as crianças.”
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, ar- duas horas que estamos esperando.”
caísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.” Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
“A reunião será feita ‘online’.” tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância ver-
bal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no
2 – Para indicar uma citação direta: singular ou no plural:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de – “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
Assis) – “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL. Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou
faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou perma-
nece na 3a pessoa do singular:
Concordância
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo con-
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao su-
corda com o termo que antecede o pronome:
jeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexiona-
do para concordar com o sujeito.
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
do singular sempre que a oração for constituída por verbos intran-
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
sitivos ou por verbos transitivos indiretos:
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal con-
cordância ocorre em gênero e pessoa
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
Casos específicos de concordância verbal
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três si-
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
tuações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração fo-
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
rem distintos.
ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos en-
Observe os exemplos:
traram.”
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
“Isto é para nós solicitarmos.”
pessoas entenderam.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em
mas também concordar com a forma no masculino plural:
locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos impe-
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
rativos.
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Exemplos:
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
tendo em vista que não existe um sujeito.
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
Observe os casos a seguir:
substantivo deve estar no plural:
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– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”

Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou ad-
jetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.

Regência
Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou ora-
ção, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses termos
denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.” “Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela transiti- REGE


VERBO EXEMPLO
vidade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”

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fundamento / verbo instran-


NÃO “Isso não procede.”
Proceder sitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo transiti-
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar vo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”

Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”


apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”

“Chamo Talita Tatá.”


o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar SIM “Quando chegar ao local, espere.”
lugar / verbo transitivo indireto
quem obedece a algo / alguém
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
/ transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um complemen-
verbo transitivo direito e indi-
Informar to sem e outro com pre- “Informe o ocorrido ao gerente.”
reto, portanto...
posição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto

Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”


Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza com
Simpatizar algo/ alguém/ verbo transitivo SIM “Simpatizei-me com todos.”
indireto

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– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apre-


SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. çar (definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das pala- chorar) .
vras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas. – Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e após-
trofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento (sau-
Denotação e conotação dação).
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das pa-
lavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos: REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS (MANUAL DE
“O gato é um animal doméstico.” REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA). ADEQUAÇÃO
“Meu vizinho é um gato.” DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO. ADEQUAÇÃO
DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO.
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadei-
ro sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase,
a palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma O que é Redação Oficial1
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
Hiperonímia e hiponímia pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um hi- ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
pônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Exemplos: Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho. fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
Polissemia e monossemia lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresen- Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de
tar uma multiplicidade de significados, de acordo com o contexto toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
em que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe
apresentam apenas um significado. Exemplos: que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender
Sinonímia e antonímia à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem se- a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao
melhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
expressam proximidade e contrariedade. 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = ve- transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no
loz. período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla-
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se
atrasado. às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
Homonímia e paronímia o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras apresen- que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
tarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de sentido há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
(palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas distinção grá- dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
fica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças gráficas, mas expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos
distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). A paronímia cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma pa- Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
recida, mas que apresentam significados diferentes. Veja os exem- oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
plos: tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
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a solução para o seu concurso!
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de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
análise pormenorizada de cada uma delas. mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
A Impessoalidade ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
a) alguém que comunique, exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
b) algo a ser comunicado, e minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
c) alguém que receba essa comunicação. mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo,
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes os cidadãos.
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre-
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
soal; então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni- gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for-
qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con-
redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem- sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre-
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo-
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
alcançada a necessária impessoalidade. por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca- mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
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Formalidade e Padronização c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-


As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, cindível uniformidade dos textos;
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi- d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é ticos que nada lhe acrescentam.
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- É pela correta observação dessas características que se redige
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
nual, exige que se atente para todas as características da redação que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
normas específicas para cada tipo de expediente. nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
Concisão e Clareza “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com As comunicações oficiais
essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, do signatário.
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras Pronomes de Tratamento
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em Breve História dos Pronomes de Tratamento
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
concorrem: o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en- vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
restrita, como a gíria e o jargão; de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de-
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
des civis, militares e eclesiásticas.

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Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Ministro,


Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senhor Governador,
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra- No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni- autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo A Sua Excelência o Senhor
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo Fulano de Tal
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên- Ministro de Estado da Justiça
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos 70.064-900 – Brasília. DF
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- A Sua Excelência o Senhor
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero Senador Fulano de Tal
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e Senado Federal
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- 70.165-900 – Brasília. DF
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa-
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa A Sua Excelência o Senhor
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Emprego dos Pronomes de Tratamento Rua ABC, no 123
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece 01.010-000 – São Paulo. SP
a secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
a) do Poder Executivo; digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Presidente da República; nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Vice-Presidente da República; sendo desnecessária sua repetida evocação.
Ministros de Estado; Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- para particulares. O vocativo adequado é:
deral; Senhor Fulano de Tal,
Oficiais-Generais das Forças Armadas; (...)
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de No envelope, deve constar do endereçamento:
cargos de natureza especial; Ao Senhor
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Fulano de Tal
Prefeitos Municipais. Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores; Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-
Ministro do Tribunal de Contas da União; prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
Deputados Estaduais e Distritais; o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
c) do Poder Judiciário: comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Ministros dos Tribunais Superiores; concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Membros de Tribunais; doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Juízes; Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
Auditores da Justiça Militar. jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec- vocativo:
tivo: Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, (...)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede- s pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
ral. hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, tivo correspondente é:
seguido do cargo respectivo: Santíssimo Padre,
Senhor Senador, (...)
Senhor Juiz,
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Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- Partes do documento no Padrão Ofício
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou partes:
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
(...) o expede:
Exemplos:
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se-
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos mento à direita:
e demais religiosos. Exemplo:
13
Fechos para Comunicações Brasília, 15 de março de 1991.
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos c) assunto: resumo do teor do documento
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- Exemplos:
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to-
das as modalidades de comunicação oficial: d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
pública: dereço.
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
ferior: de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
Atenciosamente, – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de- -me informar que”, empregue a forma direta;
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
Relações Exteriores. contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Identificação do Signatário – Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú- tada a posição recomendada sobre o assunto.
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina- Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
(espaço para assinatura) a estrutura é a seguinte:
NOME – Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
(espaço para assinatura) nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
NOME do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
Ministro de Estado da Justiça sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
segundo a seguinte fórmula:
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
nos a última frase anterior ao fecho. tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
O Padrão Ofício a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme- rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
lhanças. não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento.

f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);


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g) assinatura do autor da comunicação; e — Forma e Estrutura


Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa- ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
tário). Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Forma de diagramação Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte Senhora Ministra
forma de apresentação: Senhor Chefe de Gabinete
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; tes informações do remetente:
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po- – Nome do órgão ou setor;
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; – Endereço postal;
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número – telefone E endereço de correio eletrônico.
da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- Memorando
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem — Definição e Finalidade
espelho”); O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
cia da margem esquerda; mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
mo, 3,0 cm de largura; caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
comportar tal recurso, de uma linha em branco; cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
documento; e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel memorando.
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
e ilustrações; — Forma e Estrutura
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo nado pelo cargo que ocupa.
Rich Text nos documentos de texto; Exemplos:
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- fe para Assuntos Jurídicos
veitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem Exposição de Motivos
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório — Definição e Finalidade
produtividade ano 2002” Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
República ou ao Vice-Presidente para:
Aviso e Ofício a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
— Definição e Finalidade c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe- República por um Ministro de Estado.
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, nisterial.
no caso do ofício, também com particulares.

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— Forma e Estrutura 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do da proposta possa vir a tê-lo)
padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a 7. Alterações propostas
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex- Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro-
posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
medida ou submeta projeto de ato normativo. a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada resolver;
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
apontar: na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da cutivo (v. 10.4.3.).
medida ou do ato normativo proposto; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de 2002. motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o
ou órgão equivalente) nº de 200. problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
(nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever-
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário
medida proposta o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
3. Alternativas existentes às medidas propostas
Mencionar: Ressalte-se que:
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; – A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- Outras possibilidades de resolução do problema. – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
4. Custos comentários a serem ali incluídos.
Mencionar:
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão,
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
especial ou suplementar; linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal
- Valor a ser despendido em moeda corrente; modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
tramitar em regime de urgência)
Mencionar: Mensagem
- Se o problema configura calamidade pública;
- Por que é indispensável a vigência imediata; — Definição e Finalidade
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te- É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
nham sido previstos; Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
prevista. da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
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da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
guintes finalidades: art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são administrativo.
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do forma de livro.
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no ção.
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União. i) comunicação de veto.
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
de encaminhamento ao Congresso. vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
b) encaminhamento de medida provisória. Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, j) outras mensagens.
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. mensagens com:
c) indicação de autoridades. – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do ções e prestações interestaduais e de exportação
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci- – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, – Pedido de autorização para operações financeiras externas
devidamente assinado, acompanha a mensagem. (Constituição, art. 52, V); e outros.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a – Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O ção, art. 57, § 6o);
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
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– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com
(Constituição, art. 84, XX); o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida-
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua mente.
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons- — Forma e Estrutura
tituição, art. 137); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
(Constituição, art. 166, § 5o); me exemplo a seguir:
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re- Correio Eletrônico
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
§ 8o); — Definição e finalidade
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
são de documentos.
— Forma e Estrutura
As mensagens contêm: — Forma e Estrutura
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
talmente, no início da margem esquerda: flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
Mensagem no trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
da República, não traz identificação de seu signatário. Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
Telegrama dido de confirmação de recebimento.
—Valor documental
— Definição e Finalidade Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos em lei.
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam- QUESTÕES
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça
— Forma e Estrutura Substituto (fase vespertina)- Texto 2A2-III
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio Justiça é justiça social. É atualização dos princípios condu-
na Internet. tores, emergindo nas lutas sociais, para levar à criação de uma
sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem
Fax pelo homem. O direito não é mais, nem menos, do que a expressão
daqueles princípios supremos, como modelo avançado de legítima
— Definição e Finalidade organização social da liberdade. Mas até a injustiça como também
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for- o antidireito (isto é, a constituição de normas ilegítimas e sua im-
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
posição em sociedades mal organizadas) fazem parte do processo,
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
pois nem a sociedade justa, nem a justiça corretamente vista, nem
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
o direito mesmo, o legítimo, nascem de um berço metafísico ou são
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
presente generoso dos deuses: eles brotam nas oposições, no con-
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário flito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos.
Direito é processo, dentro do processo histórico. Não é uma
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coisa feita, perfeita e acabada. É aquele vir a ser que se enriquece o direito mesmo, o legítimo, nascem de um berço metafísico ou são
nos movimentos de libertação das classes e dos grupos ascenden- presente generoso dos deuses: eles brotam nas oposições, no con-
tes e que definha nas explorações e opressões que o contradizem, flito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos.
mas de cujas próprias contradições brotarão as novas conquistas. Direito é processo, dentro do processo histórico. Não é uma
Roberto Lyra Filho. O que é direito. São Paulo: Brasiliense, coisa feita, perfeita e acabada. É aquele vir a ser que se enriquece
2003, p. 86 (com adaptações). nos movimentos de libertação das classes e dos grupos ascenden-
Acerca de aspectos gramaticais do texto 2A2-III, julgue o item tes e que definha nas explorações e opressões que o contradizem,
subsequente. mas de cujas próprias contradições brotarão as novas conquistas.
No último período do primeiro parágrafo, a flexão de plural e Roberto Lyra Filho. O que é direito. São Paulo: Brasiliense,
de gênero masculino na forma pronominal “eles” justifica-se pelo 2003, p. 86 (com adaptações).
fato de o referente desse pronome, no texto, ser constituído por Acerca de aspectos gramaticais do texto 2A2-III, julgue o item
mais de um termo e apresentar diferentes gêneros gramaticais. subsequente.
( )CERTO No último período do texto, a forma pronominal “cujas” resulta
( )ERRADO da contração do pronome relativo cujo com o artigo feminino de-
finido as.
2. CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça ( )CERTO
Substituto (fase vespertina)- Texto 2A2-III ( )ERRADO
Justiça é justiça social. É atualização dos princípios condu-
tores, emergindo nas lutas sociais, para levar à criação de uma 4. CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça
sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem Substituto (fase vespertina) Texto 2A2-II
pelo homem. O direito não é mais, nem menos, do que a expressão A origem da instituição Ministério Público (MP) não é facil-
daqueles princípios supremos, como modelo avançado de legítima mente situada na história, não sendo possível precisar ou afirmar
organização social da liberdade. Mas até a injustiça como também com certeza a data e o local nos quais se tenha originado.
o antidireito (isto é, a constituição de normas ilegítimas e sua im- No Brasil, a figura do promotor de justiça só surge em 1609,
posição em sociedades mal organizadas) fazem parte do processo, quando é regulamentado o Tribunal de Relação na Bahia. No Im-
pois nem a sociedade justa, nem a justiça corretamente vista, nem pério, tratava-se a instituição no Código de Processo Criminal, sem
o direito mesmo, o legítimo, nascem de um berço metafísico ou são nenhuma referência constitucional. Somente na Constituição de
presente generoso dos deuses: eles brotam nas oposições, no con- 1824, foram criados o Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais
flito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos. de relação, nomeando-se desembargadores, procuradores da Co-
Direito é processo, dentro do processo histórico. Não é uma roa, conhecidos como “chefe do parquet”. No entanto, a expressão
coisa feita, perfeita e acabada. É aquele vir a ser que se enriquece “Ministério Público” só seria utilizada no Decreto n.º 5.618, de 2 de
nos movimentos de libertação das classes e dos grupos ascenden- maio de 1874.
tes e que definha nas explorações e opressões que o contradizem, Foi na Constituição de 1891 que, pela primeira vez, o MP me-
mas de cujas próprias contradições brotarão as novas conquistas. receu uma referência no texto fundamental. Já a Constituição Fede-
Roberto Lyra Filho. O que é direito. São Paulo: Brasiliense, ral de 16 de julho de 1934 dispensou um tratamento mais alentador
2003, p. 86 (com adaptações). ao MP, definindo-lhe algumas atribuições básicas. As Constituições
Acerca de aspectos gramaticais do texto 2A2-III, julgue o item de 1946 a 1967 pouco disseram acerca do MP. A grande fase do
subsequente. MP foi inaugurada com a Constituição Federal de 1988 (CF), cujos
Em “opressão do homem” (segundo período do primeiro pará- termos são absolutamente inovadores, mesmo no nível internacio-
grafo) e “presente generoso dos deuses” (último período do primei- nal. A Constituição de 1988 é dotada de um capítulo próprio sobre
ro parágrafo), a substituição das locuções adjetivas “do homem” e o MP. Atendendo às características federais do Estado brasileiro, a
“dos deuses” pelos adjetivos humana e divino, respectivamente, CF trata do Ministério Público da União e daquele dos diversos es-
manteria a correção gramatical e as relações coesivas do texto ori- tados-membros da Federação. A CF declara o MP como instituição
ginal. permanente e essencial à função jurídica, incumbindo-lhe a defesa
( )CERTO da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
( )ERRADO individuais indisponíveis.
Internet: www.anpr.org.br (com adaptações).
3. CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça Julgue o item subsequente, relativos a aspectos gramaticais do
Substituto (fase vespertina)- Texto 2A2-III texto 2A2-II.
Justiça é justiça social. É atualização dos princípios condu- Estaria preservada a correção gramatical do texto caso a oração
tores, emergindo nas lutas sociais, para levar à criação de uma “Atendendo às características federais do Estado brasileiro” (último
sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem parágrafo) fosse reescrita da seguinte maneira: Atendendo a carac-
pelo homem. O direito não é mais, nem menos, do que a expressão terísticas federais do Estado brasileiro.
daqueles princípios supremos, como modelo avançado de legítima
organização social da liberdade. Mas até a injustiça como também
o antidireito (isto é, a constituição de normas ilegítimas e sua im-
posição em sociedades mal organizadas) fazem parte do processo,
pois nem a sociedade justa, nem a justiça corretamente vista, nem
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5. CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça a terra, o indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a
Substituto (fase vespertina)- Texto associado terra se torna, de certo modo, uma extensão do indivíduo. Os na-
Texto 2A1-I tivos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso.
Não eram, segundo os lockianos, “proprietários de terras que fa-
O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as ino- ziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas necessida-
vações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência artifi- des básicas com o mínimo de esforço.
cial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as
ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como implicações históricas desse pensamento: considera-se vaga a terra
também se observa a existência de robôs com sistemas computa- usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam sub-
cionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a meter os europeus a suas leis e costumes ou defender os territó-
decidir autonomamente, superando a programação original. Nesse rios que durante milhares de anos tinham erroneamente pensado
contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso massivo serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem
de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilida- ser punidos ou ‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma
de civil advinda de danos decorrentes de robôs inteligentes, uma forma, o estereótipo do nativo indolente e despreocupado, levando
vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa e uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de con-
essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra de- quistadores, administradores de latifúndios e funcionários coloniais
safiada pela realidade de sistemas de inteligência artificial. europeus na Ásia, na África, na América Latina e na Oceania como
Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que
passam a decidir de forma diversa da programada, há uma difi- iam desde a escravização pura e simples ao pagamento de taxas
culdade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e punitivas, corveias e servidão por dívida.
aqueles que derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo David Graeber e David Wengrow. O despertar de tudo: uma
próprio sistema ao agir de forma autônoma. O comportamento nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p.
emergente da máquina, em função do processo de aprendizado 169-170 (com adaptações).
profundo, sem receber qualquer controle da parte de um agente Considerando as estruturas morfossintáticas e os aspectos se-
humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo dano, mânticos do texto CG1A1-I, julgue o seguinte item.
uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado au- A correção gramatical e a coerência das ideias do quarto perí-
tomático que culminou com escolhas equivocadas realizadas pelo odo do primeiro parágrafo seriam preservadas caso ele fosse rees-
próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar crito da seguinte maneira O sujeito “mistura seu trabalho” à terra
a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em quando a cultiva, e, assim, ela, em alguma medida, passa a ser uma
que não foram realizadas atualizações de software ou, até mesmo, parte dele.
de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permi- ( )CERTO
tem que hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas ( )ERRADO
situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a res-
ponsabilização com base na culpa. 7. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área
B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de in- Administrativa- Texto CG1A1-I
teligência artificial e responsabilidade civil: uma análise da propos- A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se
ta europeia acerca da atribuição de personalidade civil. In: Revista iniciava com alguma alegação genérica de que os povos forragea-
Brasileira de Direitos Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 dores viviam em um estado de natureza — o que significava que
(com adaptações). eram considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua
À luz das normas de regência nominal e verbal, julgue o item propriedade. A base para o desalojamento, por sua vez, tinha como
seguinte, em relação ao texto 2A1-I. premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalha-
Haja vista a regência de “confrontado” (primeiro período do vam. Esse argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo
primeiro parágrafo) admitida no texto, o complemento regido por (1690), de John Locke, em que o autor defendia que os direitos de
esse termo só pode ser introduzido pela preposição “com”. propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar
( )CERTO a terra, o indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a
( )ERRADO terra se torna, de certo modo, uma extensão do indivíduo. Os na-
tivos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso.
6. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Não eram, segundo os lockianos, “proprietários de terras que fa-
Administrativa- Texto CG1A1-I ziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas necessida-
A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se des básicas com o mínimo de esforço.
iniciava com alguma alegação genérica de que os povos forragea- James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as
dores viviam em um estado de natureza — o que significava que implicações históricas desse pensamento: considera-se vaga a terra
eram considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam sub-
propriedade. A base para o desalojamento, por sua vez, tinha como meter os europeus a suas leis e costumes ou defender os territó-
premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalha- rios que durante milhares de anos tinham erroneamente pensado
vam. Esse argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem
(1690), de John Locke, em que o autor defendia que os direitos de ser punidos ou ‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma
propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar forma, o estereótipo do nativo indolente e despreocupado, levando
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uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de con- 9. CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEPLAN-RR - Analista de Planeja-
quistadores, administradores de latifúndios e funcionários coloniais mento e Orçamento - Especialidade: Planejamento e Orçamento-
europeus na Ásia, na África, na América Latina e na Oceania como Texto CB1A1
pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que
iam desde a escravização pura e simples ao pagamento de taxas A governabilidade refere-se à capacidade política de gover-
punitivas, corveias e servidão por dívida. nar, que deriva da relação de legitimidade do Estado e do seu go-
David Graeber e David Wengrow. O despertar de tudo: uma verno com a sociedade. Está presente quando a população legitima
nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. o exercício do poder pelo Estado. A legitimidade, nesse contexto,
169-170 (com adaptações). deve ser entendida como a aceitação do poder do governo ou do
Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão empregados Estado pela sociedade.
no texto CG1A1-I, julgue o próximo item. Nesse sentido, os cidadãos e a cidadania organizada são a
A expressão “Da mesma forma”, no último período do segun- fonte ou a origem principal da governabilidade, ou seja, é a partir
do parágrafo, reforça a continuidade da argumentação do período deles (e de sua capacidade de articulação em partidos, associações
anterior. e demais instituições representativas) que surgem e se desenvol-
( )CERTO vem as condições para a governabilidade plena.
( )ERRADO Vinculada à dimensão estatal, governabilidade diz respeito
às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exer-
8. Texto CG1A1-I cício do poder, tais como as características do sistema político, a
A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema de inter-
iniciava com alguma alegação genérica de que os povos forragea- mediação de interesses. Representa, assim, um conjunto de atribu-
dores viviam em um estado de natureza — o que significava que tos essenciais ao exercício do governo, sem os quais nenhum poder
eram considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua pode ser exercido.
propriedade. A base para o desalojamento, por sua vez, tinha como Há três dimensões inerentes ao conceito de governabilida-
premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalha- de: capacidade do governo de identificar problemas críticos e de
vam. Esse argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo formular políticas adequadas ao enfrentamento desses problemas,
(1690), de John Locke, em que o autor defendia que os direitos de capacidade de mobilizar meios e recursos necessários à execução e
propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar à implantação das políticas públicas e capacidade de liderança do
a terra, o indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a Estado, sem a qual as decisões se tornam ineficientes. A governabi-
terra se torna, de certo modo, uma extensão do indivíduo. Os na- lidade, então, significa que o governo deve tomar decisões ampara-
tivos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso. das em um processo que inclua a participação dos diversos setores
Não eram, segundo os lockianos, “proprietários de terras que fa- da sociedade, dos poderes constituídos, das instituições públicas e
ziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas necessida- privadas e dos segmentos representativos da sociedade, para ga-
des básicas com o mínimo de esforço. rantir que as escolhas atendam aos anseios da sociedade e contem
James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as com seu apoio na implementação de programas e projetos e na fis-
implicações históricas desse pensamento: considera-se vaga a terra calização dos serviços públicos.
usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam sub- Sob esse enfoque, significa a participação dos diversos
meter os europeus a suas leis e costumes ou defender os territó- setores da sociedade nos processos decisórios que dizem respeito
rios que durante milhares de anos tinham erroneamente pensado às ações do poder público, uma vez que incorpora a articulação do
serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem aparelho estatal ao sistema político de uma sociedade, ampliando
ser punidos ou ‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma o leque possível e indispensável à legitimidade e ao suporte das
forma, o estereótipo do nativo indolente e despreocupado, levando ações governamentais em busca de sua eficácia.
uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de con- Em resumo, governabilidade refere-se às condições do
quistadores, administradores de latifúndios e funcionários coloniais ambiente político em que se efetivam ou se devem efetivar as ações
europeus na Ásia, na África, na América Latina e na Oceania como da administração, à base de legitimidade dos governos, à credibili-
pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que dade e à imagem públicas da burocracia. Desse modo, o desafio da
iam desde a escravização pura e simples ao pagamento de taxas governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses desses
punitivas, corveias e servidão por dívida. atores (na maioria, divergentes) e reuni-los em um objetivo comum
David Graeber e David Wengrow. O despertar de tudo: uma (ou em vários objetivos comuns) a ser perseguido por todos. Assim,
nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais
169-170 (com adaptações). constitui-se em fator crítico para a viabilização dos objetivos do Es-
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I, julgue o item tado. Essa tentativa de articulação que a governabilidade procura é
a seguir. uma forma de intermediação de interesses.
Infere-se do texto que seus autores corroboram a explicação
de James Tully acerca do direito de propriedade aplicado às terras Thiago Antunes da Silva. Conceitos e evolução da administra-
colonizadas. ção pública: o desenvolvimento do papel administrativo, 2017. In-
( )CERTO ternet:<www.online.unisc.br> Texto (com adaptações).
( )ERRADO No que concerne aos aspectos linguísticos do texto CB1A1, jul-
gue o próximo item.
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a solução para o seu concurso!
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A correção gramatical do texto seria preservada caso o termo Thiago Antunes da Silva. Conceitos e evolução da administra-
“públicas” (primeiro período do último parágrafo) estivesse flexio- ção pública: o desenvolvimento do papel administrativo, 2017. In-
nado no singular, da seguinte forma: pública. ternet:<www.online.unisc.br> Texto (com adaptações).
( )CERTO Acerca das ideias do texto CB1A1, julgue o item que se segue.
( )ERRADO O texto é uma descrição dos aspectos relacionados à capacida-
de política de governar o Estado com mão forte.
10. CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEPLAN-RR - Analista de Plane- ( )CERTO
jamento e Orçamento - Especialidade: Planejamento e Orçamento- ( )ERRADO
Texto CB1A1
A governabilidade refere-se à capacidade política de gover- 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé-
nar, que deriva da relação de legitimidade do Estado e do seu go- dico- Texto CG1A1
verno com a sociedade. Está presente quando a população legitima
o exercício do poder pelo Estado. A legitimidade, nesse contexto, Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram
deve ser entendida como a aceitação do poder do governo ou do consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
Estado pela sociedade. uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa
Nesse sentido, os cidadãos e a cidadania organizada são a visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
fonte ou a origem principal da governabilidade, ou seja, é a partir transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Euro-
deles (e de sua capacidade de articulação em partidos, associações pa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preo-
e demais instituições representativas) que surgem e se desenvol- cupar com esse grupo.
vem as condições para a governabilidade plena. Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação
Vinculada à dimensão estatal, governabilidade diz respeito dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era co-
às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exer- nhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda
cício do poder, tais como as características do sistema político, a aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da
forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema de inter- França, teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua
mediação de interesses. Representa, assim, um conjunto de atribu- época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto
tos essenciais ao exercício do governo, sem os quais nenhum poder Nacional de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como
pode ser exercido. inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de
Há três dimensões inerentes ao conceito de governabilida- 1856, o Imperial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter
de: capacidade do governo de identificar problemas críticos e de privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas
formular políticas adequadas ao enfrentamento desses problemas, a mudança mais significativa se deu em 1957, quando foi denomi-
capacidade de mobilizar meios e recursos necessários à execução e nado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está
à implantação das políticas públicas e capacidade de liderança do em funcionamento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de
Estado, sem a qual as decisões se tornam ineficientes. A governabi- modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto,
lidade, então, significa que o governo deve tomar decisões ampara- com suas discussões sobre educação de surdos.
das em um processo que inclua a participação dos diversos setores Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram gran-
da sociedade, dos poderes constituídos, das instituições públicas e de influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhan-
privadas e dos segmentos representativos da sociedade, para ga- do espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos bra-
rantir que as escolhas atendam aos anseios da sociedade e contem sileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda
com seu apoio na implementação de programas e projetos e na fis- defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo mé-
calização dos serviços públicos. todo oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio
Sob esse enfoque, significa a participação dos diversos de línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modali-
setores da sociedade nos processos decisórios que dizem respeito dades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso
às ações do poder público, uma vez que incorpora a articulação do de Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram
aparelho estatal ao sistema político de uma sociedade, ampliando pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem
o leque possível e indispensável à legitimidade e ao suporte das na efetividade desse método na educação das pessoas surdas.
ações governamentais em busca de sua eficácia. Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da
Em resumo, governabilidade refere-se às condições do Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a
ambiente político em que se efetivam ou se devem efetivar as ações Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos.
da administração, à base de legitimidade dos governos, à credibili- Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de
dade e à imagem públicas da burocracia. Desse modo, o desafio da Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento
governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses desses e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993.
atores (na maioria, divergentes) e reuni-los em um objetivo comum Porém, apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que re-
(ou em vários objetivos comuns) a ser perseguido por todos. Assim, conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de
a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais comunicação e expressão no país.
constitui-se em fator crítico para a viabilização dos objetivos do Es- Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
tado. Essa tentativa de articulação que a governabilidade procura é
uma forma de intermediação de interesses.

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Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver- Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser- e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993.
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” Porém, apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que re-
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa- comunicação e expressão no país.
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
aos sentidos e à correção gramatical do texto.
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto Os sentidos originais e a correção gramatical do texto CG1A1
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o seriam mantidos caso o primeiro período do terceiro parágrafo fos-
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo se reescrito como
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que (A) Huet e a Língua de Sinais Francesa tiveram grande influên-
estabeleceria concordância com o termo “Libras”. cia sob a Libras, Língua Brasileira de Sinais, já que ela foi ga-
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro nhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio- surdos brasileiros.
nada no plural. (B) Assim, devido à grande influência de Huet e a Língua de
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul- Sinais Francesa, a Língua Brasileira de Sinais, a Libras, foi ga-
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. nhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos
surdos brasileiros.
12. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé- (C) Contudo, a Língua Brasileira de Sinais, a Libras, que foi ga-
dico- Texto CG1A1 nhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos
surdos brasileiros, por isso Huet e a Língua de Sinais Francesa
Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram tiveram grande influência.
consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem (D) Todavia, a Língua Brasileira de Sinais, Libras, foi ganhando
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa espaço aos poucos, já que passou a ser utilizada pelos surdos
visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com brasileiros, uma vez que Huet e a Língua de Sinais Francesa ti-
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Euro- veram grande influência sobre ela.
pa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preo- (E) A Língua Brasileira de Sinais, a Libras, porém foi ganhando
cupar com esse grupo. espaço aos poucos, já que passou a ser utilizada pelos surdos
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação brasileiros e dessa forma Huet e a Língua de Sinais Francesa
dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era co- tiveram grande influência sob ela.
nhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda
aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da 13. 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR -
França, teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua Médico- Texto CG1A1
época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram
Nacional de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa
1856, o Imperial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Euro-
a mudança mais significativa se deu em 1957, quando foi denomi- pa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preo-
nado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está cupar com esse grupo.
em funcionamento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação
modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era co-
com suas discussões sobre educação de surdos. nhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram gran- aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da
de influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhan- França, teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua
do espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos bra- época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto
sileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda Nacional de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como
defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo mé- inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de
todo oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio 1856, o Imperial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter
de línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modali- privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas
dades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso a mudança mais significativa se deu em 1957, quando foi denomi-
de Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram nado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está
pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem em funcionamento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de
na efetividade desse método na educação das pessoas surdas. modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto,
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da com suas discussões sobre educação de surdos.
Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram gran-
Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. de influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhan-

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

do espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda
defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio de
línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso de
Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem na
efetividade desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais, e os
surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, apenas
em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão
no país.
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
Assinale a opção correta acerca do emprego dos elementos de coesão no texto CG1A1.
(A) A expressão “esse grupo”, no final do terceiro período do primeiro parágrafo, retoma o vocábulo “educadores”, no mesmo período.
(B) A palavra “assim”, no segundo período do segundo parágrafo, é empregada para estabelecer uma relação de comparação com a
oração imediatamente anterior.
(C) A expressão “pelo qual” (quinto período do segundo parágrafo) faz referência ao trecho “princípio de modernização da década de
1950”, no mesmo período.
(D) A coerência e a correção gramatical do texto não seriam prejudicadas se o pronome “que” (primeiro período do terceiro parágrafo)
fosse substituído por onde.
(E) A expressão “No seu percurso” (quarto período do segundo parágrafo) foi empregada com sentido locativo.

14. CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Revisão de Texto

Considerando que o fragmento de texto apresentado integra parte de uma correspondência oficial, julgue o item a seguir.
Os aspectos estruturais e o tema do texto indicam tratar-se de expediente que segue o padrão ofício, ao passo que o seu fechamento
sugere tratar-se de documento destinado a autoridade de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior à do remetente.
( )CERTO
( )ERRADO

15. CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Revisão de Texto

Considerando que o fragmento de texto apresentado integra parte de uma correspondência oficial, julgue o item a seguir.
O pronome demonstrativo contido na contração deste refere-se ao órgão ao qual se destina o expediente em questão.
( )CERTO
( )ERRADO

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GABARITO ______________________________________________________
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1 CERTO ______________________________________________________
2 ERRADO ______________________________________________________
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3 ERRADO
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4 CERTO ______________________________________________________
5 CERTO ______________________________________________________
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6 CERTO ______________________________________________________
7 CERTO ______________________________________________________
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8 CERTO ______________________________________________________
9 CERTO ______________________________________________________
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10 ERRADO
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11 D ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
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13 C ______________________________________________________
14 CERTO ______________________________________________________
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15 ERRADO ______________________________________________________
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de tarefas
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES LINUX E – Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um
WINDOWS). retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão)
ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou
ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas ja-
WINDOWS 7 nelas ou entre programas.
O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares
desenvolvido pela Microsoft1.
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o
Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O
novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos
do Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do compu-
tador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os ele-
mentos que constroem a interface são os mesmos.
Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.
Alternar entre janelas.3
Área de Trabalho
– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de ini-
cialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acu-
mulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único
botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização
das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de
tarefas.

Área de Trabalho do Windows 7.2

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela,


em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Win-
dows 7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase
às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma
área de trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior
também sofreu mudanças significativas.
1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/Au-
laDemo-4147.pdf
Pré-visualização de janela.4
2 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
cia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows. 3 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
html 4 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Botão Iniciar

Botão Iniciar5

botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.6

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

cia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.html
5 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril
6 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organiza-
da do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e tam-
bém renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos
e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que
você organize da forma como desejar.

Bibliotecas no Windows 7.8

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramen-
tas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no
submenu, que aparece, escolha Acessórios.

Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado
normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos
com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

7 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html
8 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado
com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a exten-
são DOC entre outras.

WordPad.9
Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.10

9 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life
10 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para confi-
gurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns
(por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também podem
inserir ícones no Painel de controle.

Painel de Controle.11

11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Novidades do Windows 7
Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas
pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que
ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de
ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário
redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a
TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na
tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

WINDOWS 8

Novidades no Windows 8
Lançado em 2012, o Windows 8 passou por sua transformação mais radical. Ele trouxe uma interface totalmente nova, projetada
principalmente para uso em telas sensíveis ao toque.

• Tela Inicial
A tela de início é uma das características mais marcantes do Windows 812. Trata-se de um espaço que reúne em um único lugar blocos
retangulares ou quadrados que dão acesso a aplicativos, à lista de contatos, a informações sobre o clima, aos próximos compromissos da
agenda, entre outros. Na prática, este é o recurso que substitui o tradicional menu Iniciar do Windows, que por padrão não está disponível
na versão 8. É por este motivo que é possível alternar entre a tela inicial e a área de trabalho (bastante semelhante ao desktop do Windows
7, por sinal) utilizando os botões Windows do teclado.
Obs.: gerou uma certa insatisfação por parte dos usuários que sentiram falta do botão Iniciar, na versão. No Windows 8.1 e Windows
10, o botão Iniciar volta.
Se o espaço na tela não for suficiente para exibir todos eles, ela pode ser rolada horizontalmente. A nova interface era inicialmente
chamada de Metro, mas a Microsoft abandonou esse nome e, agora, se refere a ela como Modern (moderna).

Interface Metro do Windows 8.13


12 https://www.infowester.com/
13 https://www.tecwhite.net/2015/01/tutorial-visualizador-de-fotos-do.html
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Tempo de Inicialização
Uma das vantagens que mais marcou o Windows 8 foi o tempo de inicialização de apenas 18 segundos, mostrando uma boa diferença
se comparado com o Windows 7, que leva 10 segundos a mais para iniciar14.
O encerramento também ficou mais rápido, tudo isso por conta da otimização de recursos do sistema operacional e também do baixo
consumo que o Windows 8 utiliza do processador.

• Os botões de acesso da lateral direita (Charms Bar)


Outra característica marcante do Windows 8 é a barra com botões de acesso rápido que a Microsoft chamada de Charms Bar. Eles
ficam ocultos, na verdade, mas é possível visualizá-los facilmente. Se estiver usando um mouse, basta mover o cursor até o canto direito
superior ou inferior. Em um tablet ou outro dispositivo com tela sensível ao toque, basta mover o dedo à mesma região. Com o teclado,
pressione Windows + C simultaneamente.
Em todas as formas, você verá uma barra surgir à direita com cinco botões:
– Busca: nesta opção, você pode localizar facilmente aplicativos ou arquivos presentes em seu computador, assim como conteúdo
armazenado nas nuvens, como fotos, notícias, etc. Para isso, basta escolher uma das opções mostradas abaixo do campo de busca para
filtrar a sua pesquisa;
– Compartilhar: neste botão, é possível compartilhar informações em redes sociais, transferir arquivos para outros computadores,
entre outros;
– Iniciar: outra forma de acessar a tela inicial. Pode parecer irrelevante se você estiver usando um teclado que tenha botões Windows,
mas em tablets é uma importante forma de acesso;
– Dispositivos: com este botão, você pode configurar ou ter acesso rápido aos dispositivos conectados, como HDs externos, impres-
soras e outros;
– Configuração: é por aqui que você pode personalizar o sistema, gerenciar usuários, mudar a sua senha, verificar atualizações, ajustar
conexões Wi-Fi, entrar no Painel de Controle e até mesmo acessar opções de configuração de outros programas.

• Login com Microsoft Account


O Windows 8 é a versão da família Windows que mais se integra às nuvens, razão pela qual agora o usuário precisa informar sua
Microsoft Account (ou Windows Live ID) para se logar no sistema. Com isso, a pessoa conseguirá acessar facilmente seus arquivos no
SkyDrive e compartilhar dados com seus contatos, por exemplo. É claro que esta característica não é uma exigência: o usuário que preferir
poderá utilizar o esquema tradicional de login, onde seu nome e senha existem só no computador, não havendo integração com as nuvens.
Também é importante frisar que, quem preferir o login com Microsoft Account, poderá acessar o computador mesmo quando não houver
acesso à internet.

• Senha com imagem


Outra novidade do Windows 8 em relação à autenticação de usuários é a funcionalidade de senha com imagem. A ideia é simples: em
vez de digitar uma combinação de caracteres, o usuário deve escolher uma imagem – uma foto, por exemplo – e fazer um desenho com
três gestos em uma parte dela. A partir daí, toda vez que for necessário realizar login, a imagem em questão será exibida e o usuário terá
que repetir o movimento que criou.
É possível utilizar esta opção com mouse, mas ela é particularmente interessante para login rápido em tablets, por causa da ausência
14 https://www.professordeodatoneto.com.br/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de teclado para digitação de senha.

• Windows Store (Loja)


Seguindo o exemplo de plataformas como Android e iOS, o Windows 8 passou a contar com uma loja oficial de aplicativos. A maioria
dos programas existentes ali são gratuitos, mas o usuário também poderá adquirir softwares pagos também.

É válido destacar que o Windows 8 é compatível com programas feitos para os Windows XP, Vista e 7 – pelo menos a maioria deles.
Além disso, o usuário não é obrigado a utilizar a loja para obter softwares, já que o velho esquema de instalar programas distribuídos di-
retamente pelo desenvolvedor ou por sites de download, por exemplo, continua valendo.

• Notificações
A Microsoft também deu especial atenção às notificações no Windows 8. E não só notificações do sistema, que avisam, por exemplo,
quando há atualizações disponíveis: também há notificações de aplicativos, de forma que você possa saber da chegada de e-mails ou de
um compromisso em sua agenda por meio de uma pequena nota que aparece mesmo quando outro programa estiver ocupando toda a
tela.

• Gestos e atalhos
Apesar de diferente, o Windows 8 não é um sistema operacional de difícil utilização. Você pode levar algum tempo para se acostumar
a ele, mas muito provavelmente chegará lá. Um jeito de acelerar este processo e ao mesmo tempo aproveitar melhor o sistema é apren-
dendo a utilizar gestos (para telas sensíveis ao toque), movimentos para o mouse ou mesmo atalhos para teclado. Eis alguns:
– Para voltar à janela anterior: leve o cursor do mouse até o canto superior esquerdo (bem no canto mesmo). Uma miniatura da
janela será exibida. Clique nela. No caso de toques, arraste o seu dedo do canto esquerdo superior até o centro da janela;
– Para fechar um aplicativo sem o botão de encerramento: com mouse ou com toque, clique na barra superior do programa e a
arraste até a parte inferior da tela;
– Para desinstalar um aplicativo: na tela inicial, clique com o botão direito do mouse no bloco de um aplicativo. Aparecerão ali várias
opções, sendo uma delas a que permite desinstalar o software. No caso de telas sensíveis ao toque, posicione o dedo bloco e o mova para
cima;
– Para alternar entre as janelas abertas usando teclado: a velha e boa combinação – pressione as teclas Alt e Tab ao mesmo tempo;

– Para ativar a pesquisa automaticamente na tela inicial: se você estiver na tela inicial e quiser iniciar um aplicativo ou abrir um
arquivo, por exemplo, basta simplesmente começar a digitar o seu nome. Ao fazer isso, o sistema operacional automaticamente iniciará a
busca para localizá-lo.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Versões do Windows 8
– Windows RT: versão para dispositivos baseados na arquitetura ARM. Pode ocorrer incompatibilidade com determinados aplicativos
criados para a plataforma x86. Somente será possível encontrar esta versão de maneira pré-instalada em tablets e afins;
– Windows 8: trata-se da versão mais comum, direcionada aos usuários domésticos, a ambientes de escritório e assim por diante.
Pode ser encontrada tanto em 32-bit quanto em 64-bit;
– Windows 8 Pro: é a versão mais completa, consistindo, essencialmente, no Windows 8 acrescido de determinados recursos, es-
pecialmente para o segmento corporativo, como virtualização e gerenciamento de domínios. Também permite a instalação gratuita do
Windows Media Center.

Área de Trabalho
A Microsoft optou por deixar a famosa área de trabalho no novo Windows, possuindo as mesmas funções das versões anteriores, mas
com uma pequena diferença, o botão iniciar não existe mais, pois, como dito anteriormente, foi substituído pela nova interface Metro.

Área de trabalho do Windows 8.15


Para acessar a área de trabalho no Windows 8, basta entrar na tela inicial e procurar pelo ícone correspondente.

Extrair arquivos mais rápidos


O Windows 8 possui uma vantagem significativa na compactação e extração de arquivos, assim como também na transferência de
dados e no tempo para abrir algum software.

Windows Store
Outra novidade do Windows 8, é a nova ferramenta de compras de aplicativos, chamada de Windows Store.
Podemos dizer de que se trata de uma loja virtual criada pela Microsoft em busca de aproximar o usuário de novas descobertas de
aplicativos criados exclusivamente para o sistema operacional.
A ferramenta pode ser acessada da mesma maneira que as outras. Ela é encontrada na tela inicial (Interface Metro) e basta dar apenas
um clique para abrir a página com os aplicativos em destaques.

Nuvem e vínculo fácil com as redes sociais


Mais uma novidade, entre diversas outras do novo sistema operacional da Microsoft, é o armazenamento na nuvem, ou seja, o Win-
dows 8 também utiliza computação em nuvem para guardar seus dados, podendo o usuário acessá-los em outros computadores.
As integrações sociais também foi outro diferencial. Todas as redes favoritas podem ser usadas, como Twitter, Facebook, Google Plus,
entre outras, sem precisar acessá-las, tudo é mostrado na tela inicial, na forma de notificações.

Tela Sensível – Touch


Por últimos, mas não menos importante, é a tecnologia touch que o Windows 8 suporta. Essa tecnologia faz com que o usuário possa
usar as ferramentas do sistema operacional apenas com as mãos, sem o uso de mouse.

Acessórios do Windows
O Windows traz consigo alguns acessórios (pequenos programas) muito úteis para executar algumas tarefas básicas do dia-a-dia,
vejamos alguns desses acessórios:

Calculadora
A calculadora do Windows vem em dois formatos distintos (a Padrão e a Científica). Ela permite colar seus resultados em outros pro-
gramas ou copiar no seu visor (display) um número copiado de outro aplicativo.
15 https://www.crn.com.au/news/windows-8-show-us-your-real-face-289865
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Bloco de Notas
É um pequeno editor de textos que acompanha o Windows porque permite uma forma bem simples de edição. Os tipos de formata-
ção existentes no bloco de notas são: fontes, estilo e tamanho. É muito utilizado por programadores para criar programas de computador.

WordPad
É como se fosse um Word reduzido. Pode ser classificado como um editor de textos, porque possui recursos de formatação.

Paint
Programa muito utilizado por iniciantes em informática. O Paint é um pequeno programa criado para desenhar e cria arquivos no
formato bitmap que são imagens formadas para pequenos pontos. Ele não trabalha com imagens vetoriais (desenhos feitos através de
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cálculos matemáticos), ele apenas permite a pintura de pequenos pontos para formar a imagem que se quer. Seus arquivos normalmente
são salvos no formato BMP, mas o programa também permite salvar os desenhos com os formatos JPG e GIF.

Lixeira
Lixeira na área de trabalho é um local de armazenamento temporário para arquivos excluídos. Quando você exclui um arquivo ou
pasta em seu computador (HD ou SSD), ele não é excluído imediatamente, mas vai para a Lixeira.

Cotas do Usuário
Recurso que foi herdado do Windows Vista é o gerenciamento de cotas de espaço em disco para usuários, algo muito interessante em
um PC usado por várias pessoas. Assim é possível delimitar quanto do disco rígido pode ser utilizado no máximo por cada um que utiliza
o computador.
Se você possui status de administrador do Windows pode realizar essa ação de modo rápido e simples seguindo as instruções.

Restauração do Sistema
É um recurso do Windows em que o computador literalmente volta para um estado (hora e data) no passado. É útil quando programas
que o usuário instalou comprometem o funcionamento do sistema e o usuário deseja que o computador volte para um estado anterior à
instalação do programa.

Windows Explorer

É o programa que acompanha o Windows e tem por função gerenciar os objetos gravados nas unidades de disco, ou seja, todo e qual-
quer arquivo que esteja gravado em seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.,

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de Controle

É o programa que acompanha o Windows e permite ajustar todas as configurações do sistema operacional, desde ajustar a hora do
computador, até coisas mais técnicas como ajustar o endereço virtual das interrupções utilizadas pela porta do mouse.
O painel de controle é, na verdade, uma janela que possui vários ícones, e cada um desses ícones é responsável por um ajuste dife-
rente no Windows.

Bitlocker
É um dos recursos Windows, aprimorado nas versões Ultimate e Enterprise do Windows 7, 8 e 10.
Este recurso tem como vocação a proteção de seus dados. Qualquer arquivo é protegido, salvo em uma unidade criptografada pelo
recurso. A operação se desenvolve automaticamente após a ativação.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens16.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.17


Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

16 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
17 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Efeito Aero Glass.18

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.


Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
18 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.


Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.19

19 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nova Central de Ações


A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.20

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso do
Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O as-
sistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicitado,
por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
PARA ABRIR A CORTANA SELECIONANDO A OPÇÃO NA BARRA DE TAREFAS.

PODENDO TECLAR OU FALAR O TEMA QUE DESEJA.

20 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cortana no Windows 10.21

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O MICROSOFT EDGE É O PRIMEIRO NAVEGADOR QUE PERMITE FAZER ANOTAÇÕES, ESCREVER, RABISCAR E REALÇAR DIRE-
TAMENTE EM PÁGINAS DA WEB. USE A LISTA DE LEITURA PARA SALVAR SEUS ARTIGOS FAVORITOS PARA MAIS TARDE E
LÊ-LOS NO MODO DE LEITURA . FOCALIZE GUIAS ABERTAS PARA VISUALIZÁ-LAS E LEVE SEUS FAVORITOS E SUA LISTA DE
LEITURA COM VOCÊ QUANDO USAR O MICROSOFT EDGE EM OUTRO DISPOSITIVO.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
PARA ABRIR O EDGE CLIQUE NO BOTÃO INICIAR , MICROSOFT EDGE OU CLIQUE NO ÍCONE NA BARRA DE TAREFAS.

Microsoft Edge no Windows 10.

21 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
PARA ACESSAR O WINDOWS HELLO, CLIQUE NO BOTÃO , SELECIONE CONFIGURAÇÕES > CONTAS > OPÇÕES DE EN-
TRADA. OU PROCURE POR HELLO OU CONFIGURAÇÕES DE ENTRADA NA BARRA DE PESQUISA.

Windows Hello.
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.22

22 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.23

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

23 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
PARA ACESSAR A CENTRAL DE SEGURANÇA DO WINDOWS DEFENDER, CLIQUE NO BOTÃO , SELECIONE CONFIGURAÇÕES >
ATUALIZAÇÃO E SEGURANÇA > WINDOWS DEFENDER. OU PROCURE POR WINDOWS DEFENDER NA BARRA DE PESQUISA.

Windows Defender.24

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
24 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos- WINDOWS 11


trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
do HD (disco rígido) do computador). Os sistemas operacionais Windows 11 e Windows 10 compar-
- Deletar pressionando a tecla SHIFT. tilham muitas semelhanças, mas existem algumas grandes dife-
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). renças. A versão mais recente oferece uma estética mais parecida
com o Mac e mais recursos de produtividade – além da chance
PARA ACESSAR A LIXEIRA, CLIQUE NO ÍCONE CORRES- de finalmente usar aplicativos Android em seu computador com
PONDENTE NA ÁREA DE TRABALHO DO WINDOWS 10. Windows 11.
Vamos nos aprofundar nas grandes mudanças que a Micro-
Outros Acessórios do Windows 10 soft fez e o que realmente mudou. E certifique-se de verificar nos-
sos recursos favoritos do Windows 11 e como usá-los, tudo o que
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, queríamos no Windows 11, mas não obtivemos e como definir seu
mas os relacionados a seguir são os mais populares: mecanismo de pesquisa padrão. Quando estiver pronto, mostra-
– Alarmes e relógio. remos como baixar o novo sistema operacional.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas. WINDOWS 10 VS. WINDOWS 11: TODAS AS GRANDES DIFE-
– Calculadora. RENÇAS NO SISTEMA OPERACIONAL
– Calendário.
– Clima. Design e interface
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí- O Windows 11 apresenta um novo design com um menu Ini-
sicos). ciar centralizado e uma barra de tarefas. O Windows 11 traz uma
– Ferramenta de Captura. interface totalmente nova, mais parecida com o Mac, para o siste-
– Gravador de passos. ma operacional. Possui um design clean com cantos arredondados
– Internet Explorer. e tons pastéis. O icônico menu Iniciar também se move para o cen-
– Mapas. tro da tela junto com a barra de tarefas. Mas você pode movê-los
– Mapa de Caracteres. de volta para a esquerda, onde estão no Windows 10, se preferir.
– Paint.
– Windows Explorer. Integração de aplicativos Android
– WordPad.
– Xbox. O Windows 11 finalmente permite que você baixe aplicativos
Android para o seu PC. Os aplicativos Android agora estão dispo-
Principais teclas de atalho níveis para Windows 11 por meio da Microsoft Store, por meio da
CTRL + F4: fechar o documento ativo. Amazon Appstore. (Havia algumas maneiras de acessar aplicati-
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. vos Android no Windows 10, inclusive se você tivesse um telefone
CTRL + Y: refazer. Samsung Galaxy, mas isso o tornará nativo.) Isso é algo que os
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. usuários do Windows esperam há anos e marca outro movimento
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. em direção à fusão. de dispositivos móveis e laptops.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana. Melhor suporte para área de trabalho virtual
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar. Você achará mais fácil criar e alternar entre diferentes áreas
WIN + I: configurações. de trabalho virtuais no Windows 11 do que no Windows 10. O
WIN + L: bloquear/trocar conta. Windows 11 permite configurar áreas de trabalho virtuais de ma-
WIN + M: minimizar as janelas. neira semelhante a um Mac. Ele permite que você alterne entre
WIN + R: executar. vários desktops ao mesmo tempo para uso pessoal, profissional,
WIN + S: pesquisar. escolar ou para jogos. No Windows 10, esse recurso era mais difícil
WIN + “,”: aero peek. de configurar e usar.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). Transição mais fácil do monitor para o laptop
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas. É mais fácil agrupar diferentes conjuntos de janelas e aplica-
WIN + X: menu de acesso rápido. tivos e alternar entre uma área de trabalho e um monitor graças
F1: ajuda. aos Snap Layouts e Snap Groups. O novo sistema operacional in-
clui recursos chamados Snap Groups e Snap Layouts - coleções de
aplicativos que você está usando ao mesmo tempo que ficam na
barra de tarefas e podem aparecer ou ser minimizados ao mesmo
tempo para facilitar a troca de tarefas. Eles também permitem que
você conecte e desconecte de um monitor facilmente, sem perder
a localização das janelas abertas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Microsoft Teams adicionado à barra de tarefas

O Microsoft Teams está integrado diretamente na Barra de Tarefas do Windows 11 para facilitar as videochamadas. O Teams rece-
beu uma reformulação e agora está integrado diretamente à barra de tarefas do Windows 11, facilitando o acesso (e um pouco mais
parecido com o FaceTime da Apple). Você pode acessar o Teams no Windows, Mac, Android ou iOS.

Widgets (bem, mais ou menos)

Inicie widgets na barra de tarefas do Windows 11 para ver informações rápidas, como clima, notícias e ações. Embora eles já exis-
tam há algum tempo (lembra dos gadgets de área de trabalho no Windows Vista?), incluindo em uma atualização recente do Windows
10, agora você pode acessar os widgets diretamente da barra de tarefas e personalizá-los para ver o que quiser.
Tela sensível ao toque aprimorada, suporte para voz e caneta
A Microsoft tornou o Windows 11 mais fácil de usar em tablets do que o Windows 10. Para tablets, a Microsoft buscou melhorar a
experiência de toque, com mais espaço entre os ícones na barra de tarefas e suporte para gestos. O Windows 11 também adiciona hap-
tics à sua caneta digital, para que você possa ouvir e sentir as vibrações ao usá-la para fazer anotações ou desenhar. Por fim, o sistema
operacional apresenta digitação por voz e comandos em todo o sistema.

Tecnologia do Xbox para melhorar os jogos

O Windows 11 traz algumas adições de tecnologia do Xbox para melhorar os jogos. O Windows 11 terá alguns recursos encontrados
nos consoles Xbox, como Auto HDR e DirectStorage, para melhorar os jogos em seu PC com Windows. Isso marca outro movimento em
direção à integração de PCs e consoles Xbox para a Microsoft.
O Windows 11 vale a atualização para a maioria das pessoas. Ele vem com uma ampla gama de novos recursos, melhorias de
desempenho e alterações de design. Como o sistema operacional Windows mais recente, ele também recebe mais atenção do que o
Windows 10.
Também não há muito risco em atualizar para o Windows 11. Com algum planejamento, você pode facilmente desinstalar o Win-
dows 11 e voltar para o Windows 10. E com a atualização mais recente disponível, nunca fez tanto sentido tentar.

LINUX
O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX, desenvolvido nos anos 60.
Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família de
normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desenvolvido
na linguagem de programação, C25.
Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sistema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era seme-
lhante ao UNIX) e o chamou de Linux26.
LINUS + UNIX = LINUX.

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de gerenciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de har-
dware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes componentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as interações entre o hardware e outros programas da máquina. O kernel
traduz as informações que recebe ao processador e aos demais elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de arquivos
escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo responsável por todas as atividades executadas pelo sistema operacional. No
caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo modificá-lo.
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como o
intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de comando,
interpretar seu significado, executar o comando e devolver o resultado pelas saídas.
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário interagir com o Kernel por meio do Shell.

25 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.


26 https://bit.ly/32DRvTm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Prompt de comando.27

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.28

Principais Características do Linux


• Software livre: é considerado livre qualquer programa que pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com as
necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades defi-
nidas pela fundação.
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simultaneamente.

27 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
28 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter Os Comandos Básicos do Linux
acesso ao código-fonte (receita) do programa. O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
plano) e você nem percebe. executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- dos o bash e o sh.
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
ras de 32 bits. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
no mesmo computador. légios de administrador.
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
(TCP/IP). digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
de arquivo1ºdt. A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
crição.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
para arquivo oculto. cal: exibe um calendário.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
Linux é a barra normal “/”. para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
está executando para dar prioridade a outro. cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- quer outro, digite apenas cd.
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. função “desfazer”).
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que usuário.
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd..: “volta uma pasta”.
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal retórios.
(RAM). chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de # chown usuário arquivo
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a # chown usuário diretório
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem da pasta, basta dar o comando:
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que # ls -l /
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #. quivos.
clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
pelo símbolo: $. concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
concurso 2.txt.
Distribuições do Linux cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu, ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa- racteres ou por posição de campo.
che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro- Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo- date: mostra a data e a hora atual.
sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arqui-
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

vos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.


dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.
Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod
Estrutura de Diretórios e Arquivos
O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.29

29 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os do /srv.


programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os ar- /sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
quivos do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente ída ao diretório proc.
o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode /tmp – arquivos temporários.
ficar armazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e to- /usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
dos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos: bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
/ – diretório raiz, armazena todos os outros. mas.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis- /usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
tema. /usr/man – manuais on-line.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa- /var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.
ção) do sistema.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas Teclas de Atalhos
você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis- Ctrl + A: selecionar tudo.
tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den- Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
tro do diretório /media. Ctrl + P: imprimir o documento.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/ Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.
hardware.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como Atalhos de Teclado com o Gnome
se fossem o arquivo de registro do Windows. Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas Alt + F4: fechar a janela atual.
próprias pastas. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
tem32 do Windows. modo gráfico).
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- Atalhos de Terminal
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente comandos usados.
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
dentro desse diretório. Ctrl + U: excluir a linha atual.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem-
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AM-
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, BIENTES MICROSOFT OFFICE E BROFFICE).
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação
Microsoft Office
padrão do GNU/Linux.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos
ativos.
/root – diretório local do superusuário (root).
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários,
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em
/tmp podem ser apagados.
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu-
tenção de hardware e software.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia-
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver-
sos para o Linux.
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel-
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para GUIA PÁGINA TECLA DE


uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Justificar (arruma a direito
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem
Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele Alinhamento à direita Ctrl + G
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades. Centralizar o texto Ctrl + E

• Área de trabalho do Word Alinhamento à esquerda Ctrl + Q


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade. • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

• Iniciando um novo documento Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para diferentes tipos de marcadores automáticos:
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar
Forma
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto

- Inserir
Tabelas
Inserir
- Inserir
Imagens

Verificação e
Revisão correção ortográ-
fica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cálculos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos, dentre
outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados automaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas espe-
cíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Podemos também ter o intervalo A1..B3

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na célula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de uma
planilha.

• Formatação células

• Fórmulas básicas

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresentações personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série de
recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escrever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até mesmo
excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior, também
alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o Word e
o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente ao Word,
itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam a
aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no trabalho com o programa.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já vando a experiência dos usuários a outro nível.
apresentado anteriormente.
Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro melhores formas de apresentar dados.
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse. • Atualizações no PowerPoint
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
para passagem entre elementos das apresentações. de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar juntamente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que permite
que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras ferramentas, tais
como Skype. O pacote Office 2016 também roda em smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos, mas
no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pesquisa
inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de toque, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim a
digitação de equações.

• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos anteriores, mas agora com uma maior integração com dispositivos móveis,
além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos anteriores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis, além de
ter aumentado o número de templates melhorado a questão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos 3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não houve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em 3D,
todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensíveis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor desenvolvimento de documentos;

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”. Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de algum
mapa que deseja construir.

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário sua
instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as melhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é responsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre atualizados.

LibreOffice
O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece todas as
funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados30. Ele é uma
das mais populares suítes de escritório multiplataforma e de código aberto.

O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Office31. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários sis-
temas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu projeto,
mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos aplicativos.

30 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
31 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aplicativos do LibreOffice
Writer: editor de textos.
Exatensão: .odt
Calc: planilhas eletrônicas.
Extensão: .ods
Impress: apresentação de slides.
Extensão: .odp
Draw: edição gráfica de imagens e figuras.
Extensão: .odg
Base: Banco de dados.
Extensão: .odb
Math: fórmulas matemáticas.
Extensão: .odf

ODF (Open Document Format)


Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e, por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja, ODF
não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos estruturada internamente pela linguagem XML.

LibreOffice Writer
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador de textos (verificação ortográfica, dicionário
de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração automática de sumários e índices, mala direta e outros), o Writer
fornece importantes características:
- Modelos e estilos;
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros objetos;
- Ferramentas de desenho incluídas;
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de documentos em um único documento;
- Controle de alterações durante as revisões;
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bibliográficos;
- Exportação para PDF, incluindo marcadores.Principais Barras de Ferramentas

32

– Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
– Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Writer, categorizando por temas de funcionalidades.
– Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem esse nome
“padrão”.
– Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
– Barra de Status: oferece informações sobre o documento e atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.
32 https://bit.ly/3jRIUme
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais Menus Permite definir restrições de edição, inclusive com senha;


Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo. – Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no formato.
Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas suas odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo por blue-
funcionalidades variam de um para outro. tooth;
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impresso-
Arquivo ra local ou da rede;
Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais – Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, ga-
como: rantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no
– Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou documento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar
de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice; novamente.
– Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede
local existente do Writer; Editar
– Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem, Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, tais
sincronizando todas as alterações remotamente; como:
– Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último – Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões);
salvamento; – Refazer: refaz a última ação desfeita;
– Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não – Repetir: repete a última ação;
salvas no arquivo lá na nuvem; – Copiar: copia o item selecionado para a área de transferência;
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as altera- – Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área de
ções realizadas desde o último salvamento; transferência;
– Colar: cola o item da área de transferência;
Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word33: – Colar Especial: cola o item da área de transferência permitin-
1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado do escolher o formado de destino do conteúdo colado;
pelo LibreOffice (.odt). – Selecionar Tudo: seleciona todo o documento;
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última – Localizar: localiza um termo no documento;
vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão – Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do docu-
Microsoft Word do documento. mento por outro fornecido;
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar como. – Ir para a página: permite navegar para uma página do docu-
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar como mento.
tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. Clique em
Salvar. Exibir
Esse outro menu define as várias formas que o documento é
A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se aplicarão exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
somente ao documento Microsoft Word. Desde feito, a alterado o – Normal: modo de exibição padrão como o documento será
nome do documento. Se desejar voltar a trabalhar com a versão exibido em uma página;
LibreOffice do documento, deverá voltar a abri-lo. – Web: exibe o documento como se fosse uma página web
num navegador;
– Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimíveis,
como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabulação e es-
paço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não são impressas
no papel (CTRL+F10);
– Navegador: permite navegar nos vários objetos existentes no
documento, como tabelas, links, notas de rodapé, imagens etc.

(F5);

– Galeria: exibe imagens e figuras que podem ser inseridas no


documento;
– Tela Inteira: suprime as barras de ferramenta e menus (CTR-
L+SHIFT+J).

Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto, tais
como:
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word. – Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor é
posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto em
– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato PDF. que a quebra foi inserida;
– Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de co-
33 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffi-
luna e de página;
ce.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Figura: insere uma imagem de um arquivo;


– Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice, uma imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
– Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados embutida no Writer;
– Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress e do Calc dentre outros;
– Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo, losango etc.;
– Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
– Anotação: insere comentários em balões laterais;
– Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da internet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para um documen-
to existente ou para um novo documento (CTRL+K);
– Indicador: insere um marcador ao documento para rápida localização posteriormente;
– Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documento em partes separadas com formatações independentes;
– Referências: insere referência a indicadores, capítulos, títulos, parágrafos numerados do documento atual;
– Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você não encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
– Número de Página: insere numeração nas páginas na posição atual do cursor;
– Campo: insere campos de numeração de página, data, hora, título, autor, assunto;
– Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao documento;

Formatar
Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, página, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões da barra de ferramentas Formatação.

Barra de Formatação, mostrando ícones para formatação de caracteres.

– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.

Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.

Ícones para formatação de parágrafos.

– Listas: transforma os parágrafos em estrutura de tópicos com marcadores ou numeração.


– CLONAR FORMATAÇÃO: ESSA FERRAMENTA É CHAMADA DE “PINCEL DE FORMATAÇÃO” NO MS WORD E FAZ A MESMA FUN-
ÇÃO, OU SEJA, CLONA A FORMATAÇÃO DE UM ITEM SELECIONADO E A APLICA A OUTRO ;

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto sele- INSERIR NOVOS TERMOS AO DICIONÁRIO OU APENAS IGNO-
cionado, deixando a formatação original do modelo do documento; RA AS OCORRÊNCIAS DAQUELE ERRO (F7);
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de for-
matação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, – VERIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA AUTOMÁTICA: MARCA AUTO-
sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, MATICAMENTE COM UM SUBLINHADO ONDULADO VERME-
rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, LHO AS PALAVRAS QUE POSSUEM ERROS ORTOGRÁFICOS OU
aplicar realce (cor de fundo do texto) e bordas; QUE NÃO PERTENCEM AO DICIONÁRIO (SHIFT+F7);

– Caractere...: diferentemente do MS Word, o Write chama a – Dicionário de Sinônimos: apresenta sinônimos e antônimos
fonte de caractere. da palavra selecionada;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de for- – Idioma: define o idioma do corretor ortográfico;
matação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, – Contagem de palavras: faz uma estatística do documento,
sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, contando a quantidade de caracteres, palavras, linhas, parágrafos
rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, e páginas;
aplicar realce (cor de fundo do texto) e bordas; – Autocorreção: substitui automaticamente uma palavra ou
termo do texto por outra. O usuário define quais termos serão subs-
– Parágrafo...: abre a caixa de diálogo de formatação de pará- tituídos;
grafo. – Autotexto: insere automaticamente um texto por meio de
– Marcadores e Numeração: abre a caixa de diálogo de forma- atalhos, por exemplo, um tipo de saudação ou finalização do do-
tação de marcadores e de numeração numa mesma janela. Perceba cumento;
que a mesma função de formatação já foi vista por meio dos botões
de formatação. Essa mesma formatação é encontrada aqui na caixa – Mala Direta: cria uma mala direta, que é uma correspondên-
de diálogo de marcadores e numeração; cia endereçada a vários destinatários. É formada por uma corres-
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas. pondência (carta, mensagem de e-mail, envelope ou etiqueta) e
Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é hori- por uma lista de destinatários (tabela, planilha, banco de dados ou
zontal (paisagem) ou vertical (retrato); catálogo de endereços contendo os dados dos destinatários).
– Figura: formata figuras inseridas ao texto;
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas Principais teclas de atalho
inseridas no documento; CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como CTR+B: negritar (bold).
imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto. CTRL+C: copiar.
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são CTRL+D: sublinhar.
o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamen- CTRL+E: centralizar alinhamento.
to, numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem esti- CTRL+F: localizar texto (find).
los predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los. CTRL+G: sem ação.
Também é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados CTRL+H: localizar e substituir.
na criação dos sumários automáticos. CTRL+I: itálico.
CTRL+J: justificar.
Tabelas CTRL+K: adicionar hiperlink.
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas por CTRL+L: alinhar à esquerda (left).
aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são encontra- CTRL+M: limpar formatação.
das nesse menu: CTRL+N: novo documento (new).
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto; CTRL+ O: abrir documento existente (open).
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente; CTRL+P: imprimir (print).
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela; CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela; CTRL+R: alinhar à direita (right).
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, trans- CTRL+S: salvar o documento (save).
formando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo de todas CTRL+T: sem ação.
as células é preservado; CTRL+U: sublinhar.
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto; CTRL+V: colar.
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabela, CTRL+X: recortar.
tais como soma, multiplicação, média, contagem etc. CTRL+W: fechar o arquivo.
CTRL+Y: refazer última ação.
Ferramentas CTRL+Z: desfazer última ação.
Esse menu trabalha com diversas ferramentas, tais como:
– ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA: ESSA FERRAMENTA ACIONA
O CORRETOR ORTOGRÁFICO PARA FAZER A VERIFICAÇÃO
DE OCORRÊNCIAS DE ERROS EM TODO O DOCUMENTO. ELA
CORRIGE POR ALGUMA SUGESTÃO DO DICIONÁRIO, PERMITE

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LibreOffice Calc
O Calc é o aplicativo de planilhas eletrônicas do LibreOffice. Assim como o MS Excel, ele trabalha com células e fórmulas.
Outras funcionalidades oferecidas pelo Calc incluem34:
– Funções, que podem ser utilizadas para criar fórmulas para executar cálculos complexos;
– Funções de banco de dados, para organizar, armazenas e filtrar dados;
– Gráficos dinâmicos; um grande número de opções de gráficos em 2D e 3D;

– Macros, para a gravação e execução de tarefas repetitivas; as linguagens de script suportadas incluem LibreOffice Basic, Python,
BeanShell, e JavaScript;
– Capacidade de abrir, editar e salvar planilhas no formato Microsoft Excel;
– Importação e exportação de planilhas em vários formatos, incluindo HTML, CSV, PDF e PostScript.

Planilhas e células
O Calc trabalha como elementos chamados de planilhas. Um arquivo de planilha consiste em várias planilhas individuais, cada uma
delas contendo células em linhas e colunas. Uma célula particular é identificada pela letra da sua coluna e pelo número da sua linha.
As células guardam elementos individuais – texto, números, fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exibem e
manipulam.
Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada uma delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada planilha
pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 colunas.

Janela principal
Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa janela estão descritas a seguir.

Janela principal do Calc e suas partes, sem a Barra lateral.

34 WEBER, J. H., SCHOFIELD, P., MICHEL, D., RUSSMAN, H., JR, R. F., SAFFRON, M., SMITH, J. A. Introdução ao Calc. Planilhas de Cálculo no Libre-
Office
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais Botões de Comandos

Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.

Autossoma: insere a função soma automaticamente na célula.

Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.

Formatação de número: separa os milhares e acrescenta casas decimais (CTRL+SHIFT+1).

Formatação de data: formata a célula em formato de data (CTRL+SHIFT+3).

Adiciona casas decimais.

Diminui casas decimais.

Filtro: exibe apenas as linhas que satisfazem o critério do filtro da coluna.

Insere gráfico para ilustrar o comportamento dos dados tabulados.

Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.

Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.

Alinhar em cima: alinha o conteúdo da célula na parte superior dela.

Centralizar verticalmente: alinha o conteúdo da célula ao centro verticalmente.

Alinhar embaixo: alinha o conteúdo da célula na parte inferior dela.

Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas
acima e as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser
alterado.

Insere linha acima da linha atual.

Insere linha abaixo da linha atual.

Exclui linhas selecionadas.

Insere coluna à esquerda.

Insere coluna à direita.

Exclui colunas selecionadas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é Sem
título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha.

Barra de Menu
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e aparecem vários submenus com mais opções.
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o documento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Imprimir,
Assinaturas Digitais e assim por diante.
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in e
assim por diante.
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da interface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Cabeçalhos
de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Figuras e
assim por diante.

Inserir novas planilhas


Clique no ícone Adicionar planilha para inserir uma nova planilha após a última sem abrir a caixa de diálogo Inserir planilha. Os se-
guintes métodos abrem a caixa de diálogo Inserir planilha onde é possível posicionar a nova planilha, criar mais que uma planilha, definir
o nome da nova planilha, ou selecionar a planilha de um arquivo.
– Selecione a planilha onde deseja inserir uma nova e vá no menu Inserir > Planilha; ou
– Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha onde você deseja inserir uma nova e selecione Inserir planilha no menu de
contexto; ou
– Clique no espaço vazio no final das abas das planilhas; ou
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no final das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de con-
texto.

Caixa de diálogo Inserir planilha.

– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma planilha; por exemplo,
Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por diante.
– Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar docu-
mento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo, Classi-
ficar, Consolidar e assim por diante.
– Janela: contém comandos para exibição da janela; por exemplo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
– Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice, Informa-
ções da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de ferramentas
A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de ferramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de trabalho.
Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para a po-
sição mais conveniente em seu espaço de trabalho.

Barra de fórmulas
A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc. A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta posição
e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e selecione Barra de
fórmulas.

Barra de fórmulas.

Indo da esquerda para a direita, a Barra de Fórmulas consiste do seguinte:


– Caixa de Nome: mostra a célula ativa através de uma referência formada pela combinação de letras e números, por exemplo, A1. A
letra indica a coluna e o número indica a linha da célula selecionada.

– ASSISTENTE DE FUNÇÕES : ABRE UMA CAIXA DE DIÁLOGO, NA QUAL VOCÊ PODE REALIZAR UMA BUSCA ATRAVÉS DA
LISTA DE FUNÇÕES DISPONÍVEIS. ISTO PODE SER MUITO ÚTIL PORQUE TAMBÉM MOSTRA COMO AS FUNÇÕES SÃO FORMA-
DAS.

– SOMA : CLICANDO NO ÍCONE SOMA, TOTALIZA OS NÚMEROS NAS CÉLULAS ACIMA DA CÉLULA E ENTÃO COLOCA O
TOTAL NA CÉLULA SELECIONADA. SE NÃO HOUVER NÚMEROS ACIMA DA CÉLULA SELECIONADA, A SOMA SERÁ FEITA PELOS
VALORES DAS CÉLULAS À ESQUERDA.

– FUNÇÃO : CLICAR NO ÍCONE FUNÇÃO INSERE UM SINAL DE (=) NA CÉLULA SELECIONADA, DE MANEIRA QUE SEJA INSERI-
DA UMA FÓRMULA NA LINHA DE ENTRADA.

– LINHA DE ENTRADA: EXIBE O CONTEÚDO DA CÉLULA SELECIONADA (DADOS, FÓRMULA, OU FUNÇÃO) E PERMITE QUE VOCÊ
EDITE O CONTEÚDO DA CÉLULA. VOCÊ PODE EDITAR O CONTEÚDO DA CÉLULA DIRETAMENTE, CLICANDO DUAS VEZES NELA.
QUANDO VOCÊ DIGITA NOVOS DADOS NUMA CÉLULA, OS ÍCONES DE SOMA E DE FUNÇÃO MUDAM PARA OS BOTÕES CANCE-
LAR E ACEITAR .

Operadores aritméticos

Operadores aritméticos.

Operadores aritméticos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Operadores comparativos

Operadores comparativos.

• Principais fórmulas
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for aberto.
Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sistema, mas não como função, apenas a data como se fosse digitada pelo
usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;.
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacional. Veja como é seu resultado após digitada na célula.

=SOMA(): apenas soma os argumentos que estão dentro dos parênteses.


=POTÊNCIA(): essa função é uma potência, que eleva o primeiro argumento, que é a base, ao segundo argumento, que é o expoente.
=MÁXIMO(): essa função escolhe o maior valor do argumento.
=MÍNIMO(): essa função faz exatamente o contrário da anterior, ou seja, escolhe o menor valor do argumento.
=MÉDIA(): essa função calcula a média aritmética ou média simples do argumento, que é a soma dos valores dividida pela sua quan-
tidade.
Atenção! Essa função será sempre a média aritmética. Essa função considera apenas valores numéricos e não vazios.
=CONT.SE(): essa função é formada por dois argumentos: o primeiro é o intervalo de células que serão consideradas na operação; o
segundo é o critério.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um dentre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:

A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VERDADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for verdadeira;
o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resultados podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula (não pode inter-
valo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim: se a
condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO escolha resultado2.
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um valor de
outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor encontrado.

Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas; “coluna_re-
sultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do valor da pesquisa
será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar na primeira coluna da
matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado na primeira coluna da matriz.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar dados35. Muitas destas funções são para usar com números, mas muitos
outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois números, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativamente,
pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores. Exemplos:
+ Este operador adiciona dois números juntos para um resultado. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contíguos de
números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resultado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para adicio-
nar

Estrutura de funções
Todas as funções têm uma estrutura similar.
A estrutura de uma função para encontrar células que correspondam a entrada de critérios é:
=BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;CritériosdeProcura)
Uma vez que uma função não pode existir por conta própria, deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente, mesmo
que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal = no começo da fórmula. Independentemente de onde na fórmula está a
função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus argumentos. Todos
os argumentos são necessários, a menos que especificados como opcional. Argumentos são adicionados dentro de parênteses e são sepa-
rados por ponto e vírgula, sem espaço entre os argumentos e o ponto e vírgula.

LibreOffice Impress
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elementos
diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como clipart,
desenhos e fotografias36.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.

Janela principal do Impress


A janela principal do Impress tem três partes: o Painel de slides, Área de trabalho, e Painel lateral. Além disso, várias barras de ferra-
mentas podem ser exibidas ou ocultas durante a criação de uma apresentação.

Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Clas-
sificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões muda
dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de trabalho”’.

Janela principal do Impress; ovais indicam os marcadores Ocultar/Exibir.

35 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo 7. Usando Formulas e Funções.
36 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos que
você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e trabalho. Quan-
do um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)

Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.

Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo na
parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.

PROPRIEDADES

Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às
suas necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.

PÁGINAS MESTRE

Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mestre).
Um deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.

ANIMAÇÃO PERSONALIZADA

Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação
personalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.

TRANSIÇÃO DE SLIDES

Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte
substitui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de tran-
sição (Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será
mostrado (somente transição automática).

ESTILOS E FORMATAÇÃO

Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes.
Quando você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua
apresentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para o
slide.

GALERIA

Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma
cópia de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação per-
manece dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.

NAVEGADOR

Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Recomen-
da-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando utilizar a
navegação.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Principais Funcionalidades e Comandos

Inicia a apresentação do primeiro slide (F5).

Inicia a apresentação do slide atual (SHIFT+F5).

Insere áudio e vídeo ao slide.

Insere caixa de texto ao slide.

Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.

Exclui o slide selecionado.

Altera o leiaute do slide atual.

Cria um slide mestre.

Oculta o slide no modo de apresentação.

Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática
usando o tempo cronometrado.

Configura as transições dos slides, ou seja, o efeito de passagem de um para o outro.

Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.

REDES DE COMPUTADORES.

Uma rede de computadores é formada por um conjunto de módulos processadores capazes de trocar informações e compartilhar
recursos, interligados por um sistema de comunicação (meios de transmissão e protocolos)37.

As redes de computadores possuem diversas aplicações comerciais e domésticas.

As aplicações comerciais proporcionam:


– Compartilhamento de recursos: impressoras, licenças de software, etc.
– Maior confiabilidade por meio de replicação de fontes de dados
– Economia de dinheiro: telefonia IP (VoIP), vídeo conferência, etc.
37 NASCIMENTO, E. J. Rede de Computadores. Universidade Federal do Vale do São Francisco.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Meio de comunicação eficiente entre os empregados da em- da rede local.


presa: e-mail, redes sociais, etc. – Switch: semelhante ao hub – também chamado de hub in-
– Comércio eletrônico. teligente - verifica os cabeçalhos das mensagens e a retransmite
somente para a máquina correspondente, criando um canal de co-
As aplicações domésticas proporcionam: municação exclusiva entre origem e destino.
– Acesso a informações remotas: jornais, bibliotecas digitais, – Roteador: ao invés de ser conectado às máquinas, está co-
etc. nectado às redes. Além de possuir as mesmas funções do switch,
– Comunicação entre as pessoas: Twitter, Facebook, Instagram, possui a capacidade de escolher a melhor rota que um determinado
etc. pacote de dados deve seguir para chegar a seu destino. Podemos
– Entretenimento interativo: distribuição de músicas, filmes, citar como exemplo uma cidade grande e o roteador escolhe o ca-
etc. minho mais curto e menos congestionado.
– Comércio eletrônico. – Access Point (Ponto de acesso – AP): similar ao hub, oferece
– Jogos. sinais de rede em formas de rádio, ou seja, o AP é conectado a uma
rede cabeada e serve de ponto de acesso a rede sem fio.
Modelo Cliente-Servidor
Uma configuração muito comum em redes de computadores Meios de transmissão
emprega o modelo cliente-servidor O cliente solicita o recurso ao Existem várias formas de transmitir bits de uma máquina para
servidor: outra através de meios de transmissão, com diferenças em termos
de largura de banda, atraso, custo e facilidade de instalação e ma-
nutenção. Existem dois tipos de meios de transmissão: guiados e
não guiados:
– Meios de transmissão guiados: os cabos de par trançado,
cabo coaxial e fibra ótica;
– Meios de transmissão não guiados: as redes terrestres sem
fios, satélites e raios laser transmitidos pelo ar.

No modelo cliente-servidor, um processo cliente em uma má-


quina se comunica com um processo servidor na outra máquina.
O termo processo se refere a um programa em execução.
Uma máquina pode rodar vários processos clientes e servido-
res simultaneamente.

Equipamentos de redes
Existem diversos equipamentos que podem ser utilizados nas
redes de computadores38. Alguns são:
– Modem (Modulador/Demodulador): é um dispositivo de
hardware físico que funciona para receber dados de um provedor 39
de serviços de internet através de um meio de conexão como cabos, Cabos de pares trançado
fios ou fibra óptica. .Cconverte/modula o sinal digital em sinal ana- Os pares trançados são o meio de transmissão mais antigo
lógico e transmite por fios, do outro lado, deve ter outro modem e ainda mais comum em virtude do custo e desempenho obtido.
para receber o sinal analógico e demodular, ou seja, converter em Consiste em dois fios de cobre encapados e entrelaçados. Este en-
sinal digital, para que o computador possa trabalhar com os dados. trelaçado cancela as ondas de diferentes partes dos fios diminuin-
Em alguns tipos, a transmissão já é feita enviando os próprios si- do a interferência. Os pares trançados são comuns em sistemas
nais digitais, não precisando usar os modens, porém, quando se telefônicos, que é usado tanto para chamadas telefônicas quanto
transmite sinais através da linha telefônica é necessário o uso dos para o acesso à internet por ADSL, estes pares podem se estender
modems. por diversos quilômetros, porém, quando a distância for muito lon-
– Placa de rede: possui a mesma tarefa dos modens, porém, ga, existe a necessidade de repetidores. E quando há muitos pa-
somente com sinais digitais, ou seja, é o hardware que permite os res trançados em paralelo percorrendo uma distância grande, são
computadores se comunicarem através da rede. A função da placa envoltos por uma capa protetora. Existem dois tipos básico deste
é controlar todo o recebimento e envio dos dados através da rede. cabo, que são:
– Hub: atuam como concentradores de sinais, retransmitindo – UTP (Unshielded Twisted Pair – Par trançado sem blinda-
os dados enviados às máquinas ligadas a ele, ou seja, o hub tem a gem): utilizado em redes de baixo custo, possui fácil manuseio e
função de interligar os computadores de uma rede local, recebendo instalação e podem atingir até 100 Mbps na taxa de transmissão
dados de um computador e transmitindo à todos os computadores 39 Fonte: http://eletronicaapolo.com.br/novidades/o-que-e-o-cabo-
38 http://www.inf.ufpr.br/albini/apostila/Apostila_Redes1_Beta.pdf -de-rede-par-trancado
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(utilizando as especificações 5 e 5e). – Monomodo: se o diâmetro da fibra for reduzido a alguns


– STP (Shielded Twisted Pair – Par trançado com blindagem): comprimentos de onda, a luz só poderá se propagar em linha reta,
possui uma utilização restrita devido ao seu custo alto, por isso, é sem ricochetear, produzindo assim, uma fibra de modo único (fibra
utilizado somente em ambientes com alto nível de interferência ele- monomodo). Estas fibras são mais caras, porém amplamente utili-
tromagnética. Existem dois tipos de STP: zadas em distâncias mais longas podendo transmitir dados a 100
1- Blindagem simples: todos os pares são protegidos por uma Gbps por 100 quilômetros sem amplificação.
camada de blindagem. – Multimodo: se o raio de luz incidente na fronteira acima do
2- Blindagem par a par: cada par de fios é protegido por uma ângulo critico for refletido internamente, muitos raios distintos es-
camada de blindagem. tarão ricocheteando em diferentes ângulos. Dizemos que cada raio
tem um modo específico, desta forma, na fibra multimodo, os raios
Cabo coaxial são ricocheteados em diferentes ângulos
O cabo coaxial consiste em um fio condutor interno envolto por
anéis isolantes regularmente espaçados e cercado por um condutor Tipos de Redes
cilíndrico coberto por uma malha. O cabo coaxial é mais resistente à
interferência e linha cruzada do que os cabos de par trançado, além Redes Locais
de poder ser usado em distâncias maiores e com mais estações. As redes locais (LAN - Local Area Networks) são normalmen-
Assim, o cabo coaxial oferece mais capacidade, porém, é mais caro te redes privativas que permitem a interconexão de equipamentos
do que o cabo de par trançado blindado. presentes em uma pequena região (um prédio ou uma universidade
Os cabos coaxiais eram usados no sistema telefônico para lon- ou que tenha poucos quilômetros de extensão).
gas distância, porém, foram substituídos por fibras óticas. Estes ca- As LANs podem ser cabeadas, sem fio ou mistas.
bos estão sendo usados pelas redes de televisão a cabo e em redes Atualmente as LANs cabeadas mais usadas usam o padrão IEEE
metropolitanas. 802.3
Para melhorar a eficiência, cada computador é ligado por um
Fibras óticas cabo a uma porta de um comutador (switch).
A fibra ótica é formada pelo núcleo, vestimenta e jaqueta, o
centro é chamado de núcleo e a próxima camada é a vestimenta,
tanto o núcleo quanto a vestimenta consistem em fibras de vidro
com diferentes índices de refração cobertas por uma jaqueta pro-
tetora que absorve a luz. A fibra de vidro possui forma cilíndrica,
flexível e capaz de conduzir um raio ótico. Estas fibras óticas são
agrupadas em um cabo ótico, e podem ser colocadas várias fibras
no mesmo cabo.
Nas fibras óticas, um pulso de luz indica um bit e a ausência de
luz indica zero bit. Para conseguir transmitir informações através da
fibra ótica, é necessário conectar uma fonte de luz em uma ponta
da fibra ótica e um detector na outra ponta, assim, a ponta que vai
transmitir converte o sinal elétrico e o transmite por pulsos de luz, a
ponta que vai receber deve converter a saída para um sinal elétrico.
As fibras óticas possuem quatro características que a diferem
dos cabos de par traçado e coaxial, que são:
– Maior capacidade: possui largura de banda imensa com ve-
locidade de dados de centenas de Gbps por distâncias de dezenas
de quilômetros; Exemplo de rede LAN.40
– Menor tamanho e menor peso: são muito finas e por isso,
pesam pouco, desta forma, reduz os requisitos de suporte estru- Dependendo do cabeamento e tecnologia usados, essas redes
tural; atingem velocidades de 100Mbps, 1Gbps ou até 10Gbps.
– Menor atenuação: possui menor atenuação comparando Com a preferência do consumidor por notebooks, as LANs sem
com os cabos de par trançado e coaxial, por isso, é constante em fio ficaram bastante populares. O padrão mais utilizado é o IEEE
um intervalo de frequência maior; 802.11 conhecido como Wi-Fi. A versão mais recente, o 802.11n,
– Isolamento eletromagnético: as fibras óticas não sofrem in- permite alcançar velocidades da ordem de 300Mbps.
terferências externas, à ruído de impulso ou à linha cruzada, e estas LANs sem fio são geralmente interligadas à rede cabeada atra-
fibras também não irradiam energia. vés de um ponto de acesso.
Esse sistema das fibras óticas funciona somente por um princí-
pio da física: quando um raio de luz passa de um meio para outro, o • Redes Metropolitanas
raio é refratado no limite sílica/ar. A quantidade de refração depen- Uma rede metropolitana (MAN - Metropolitan Area Network)
de das propriedades das duas mídias (índices de refração). Para ân- é basicamente uma grande versão de uma LAN onde a distância
gulos de incidência acima de um certo valor crítico ou acima é inter- entre os equipamentos ligados à rede começa a atingir distâncias
ceptado dentro da fibra e pode se propagar por muitos quilômetros
praticamente sem perdas. Podemos classificar as fibras óticas em: 40 Fonte: http://www.bosontreinamentos.com.br/redes-computado-
res/qual-a-diferenca-entre-lan-man-e-wan-em-redes-de-dados
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metropolitanas (uma cidade). Topologia de redes


Exemplos de MANs são as redes de TV a cabo e as redes IEEE A topologia de rede é o padrão no qual o meio de rede está
802.16 (WiMAX). conectado aos computadores e outros componentes de rede43. Es-
sencialmente, é a estrutura topológica da rede, e pode ser descrito
fisicamente ou logicamente.
Há várias formas nas quais se pode organizar a interligação en-
tre cada um dos nós (computadores) da rede. A topologia física é
a verdadeira aparência ou layout da rede, enquanto que a lógica
descreve o fluxo dos dados através da rede.
Existem duas categorias básicas de topologias de rede:
– Topologia física: representa como as redes estão conectadas
(layout físico) e o meio de conexão dos dispositivos de redes (nós
ou nodos). A forma com que os cabos são conectados, e que gene-
ricamente chamamos de topologia da rede (física), influencia em
diversos pontos considerados críticos, como a flexibilidade, veloci-
dade e segurança.
– Topologia lógica: refere-se à maneira como os sinais agem so-
bre os meios de rede, ou a maneira como os dados são transmitidos
através da rede a partir de um dispositivo para o outro sem ter em
Exemplo de rede WAN.41
conta a interligação física dos dispositivos. Topologias lógicas são
capazes de serem reconfiguradas dinamicamente por tipos espe-
• Redes a Longas Distâncias
ciais de equipamentos como roteadores e switches.
Uma rede a longas distâncias (WAN - Wide Area Network) é
uma rede que cobre uma área geográfica grande, usualmente um
Topologia Barramento
país ou continente. Os hospedeiros da rede são conectados por uma
Todos os computadores são ligados em um mesmo barramento
sub-rede de comunicação. A sub-rede é composta de dois elemen-
físico de dados. Apesar de os dados não passarem por dentro de
tos: linhas de transmissão e elementos de comutação (roteadores).
cada um dos nós, apenas uma máquina pode “escrever” no barra-
mento num dado momento. Todas as outras “escutam” e recolhem
para si os dados destinados a elas. Quando um computador estiver
a transmitir um sinal, toda a rede fica ocupada e se outro computa-
dor tentar enviar outro sinal ao mesmo tempo, ocorre uma colisão
e é preciso reiniciar a transmissão.

Vantagens:
– Uso de cabo é econômico;
Exemplo de rede WAN.42 – Mídia é barata, fácil de trabalhar e instalar;
– Simples e relativamente confiável;
Nos enlaces de longa distância em redes WAN são usadas tec- – Fácil expansão.
nologias que permitem o tráfego de grandes volumes de dados:
SONET, SDH, etc. Desvantagens:
Quando não há cabos, satélites podem ser utilizados em parte – Rede pode ficar extremamente lenta em situações de tráfego
dos enlaces. pesado;
A sub-rede é em geral operada por uma grande empresa de – Problemas são difíceis de isolar;
telecomunicações conhecida como provedor de serviço de Internet – Falha no cabo paralisa a rede inteira.
(ISP - Internet Service Provider).
Topologia Estrela
A mais comum atualmente, a topologia em estrela utiliza cabos
de par trançado e um concentrador como ponto central da rede.
O concentrador se encarrega de retransmitir todos os dados para
todas as estações, mas com a vantagem de tornar mais fácil a loca-
41 Fonte: https://informaticaeadministracao.wordpress.
com/2014/04/22/lan-man-e-wan 43 https://www.oficinadanet.com.br/artigo/2254/topologia_de_re-
42 Fonte: https://10infrcpaulo.wordpress.com/2012/12/11/wan des_vantagens_e_desvantagens
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lização dos problemas, já que se um dos cabos, uma das portas do Vantagens:
concentrador ou uma das placas de rede estiver com problemas, – Maior redundância e confiabilidade;
apenas o nó ligado ao componente defeituoso ficará fora da rede. – Facilidade de diagnóstico.

Desvantagem:
– Instalação dispendiosa.

Modelos de Referência
Dois modelos de referência para arquiteturas de redes mere-
cem destaque: OSI e TCP/IP.

Modelo de referência ISO OSI (Open Systems Interconnection)


Modelo destinado à interconexão de sistemas abertos. Possui
Vantagens: 7 camadas: física, enlace de dados, rede, transporte, sessão, apre-
– A codificação e adição de novos computadores é simples; sentação e aplicação.
– Gerenciamento centralizado;
– Falha de um computador não afeta o restante da rede.

Desvantagem:
– Uma falha no dispositivo central paralisa a rede inteira.

Topologia Anel
Na topologia em anel os dispositivos são conectados em sé-
rie, formando um circuito fechado (anel). Os dados são transmiti-
dos unidirecionalmente de nó em nó até atingir o seu destino. Uma
mensagem enviada por uma estação passa por outras estações,
através das retransmissões, até ser retirada pela estação destino ou
pela estação fonte.

Modelo OSI.

O modelo OSI não é uma arquitetura de rede, pois não especifi-


Vantagens: ca os serviços e protocolos que devem ser usados em cada camada.
– Todos os computadores acessam a rede igualmente; O modelo OSI informa apenas o que cada camada deve fazer:
– Performance não é impactada com o aumento de usuários.
1. Camada física
Desvantagens: A sua função é assegurar o transporte de bits através de um
– Falha de um computador pode afetar o restante da rede; meio de transmissão. Dessa forma, as questões de projeto dessa
– Problemas são difíceis de isolar. camada estão ligadas a níveis de tensão, tempo de bit, interfaces
elétricas e mecânicas, quantidade de pinos, sentidos da comunica-
Topologia Malha ção, etc.
Esta topologia é muito utilizada em várias configurações, pois
facilita a instalação e configuração de dispositivos em redes mais 2. Camada de enlace de dados
simples. Todos os nós estão atados a todos os outros nós, como se A sua principal função é transmitir quadros entre duas máqui-
estivessem entrelaçados. Já que são vários os caminhos possíveis nas ligadas diretamente, transformando o canal em um enlace de
por onde a informação pode fluir da origem até o destino. dados confiável.
- Divide os dados em quadros e os envia sequencialmente.
- Regula o tráfego
- Detecta a ocorrência de erros ocorridos na camada física
- Em redes de difusão, uma subcamada de controle de acesso
ao meio é inserida para controlar o acesso ao canal compartilhado

3. Camada de rede
A sua função é encaminhar pacotes entre a máquina de origem
e a máquina de destino.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- O roteamento pode ser estático ou dinâmico.


- Realiza o controle de congestionamento.
- Responsável pela qualidade de serviço.
- Tem que permitir que redes heterogêneas se comuniquem, sendo assim, deve lidar com questões como endereçamento, tamanho
dos pacotes e protocolos heterogêneos.

4. Camada de transporte
A sua função básica é efetuar a comunicação fim-a-fim entre processos, normalmente adicionando novas funcionalidades ao serviço
já oferecido pela camada de rede. Pode oferecer um canal ponto a ponto livre de erros com entrega de mensagens na ordem correta.

5. Camada de sessão
A sua função é controlar quem fala e quando, entre a origem e o destino (analogia com operações críticas em bancos de dados).

6. Camada de apresentação
A sua função básica é transformar a sintaxe dos dados (forma de representação) sem afetar a semântica. Gerencia estruturas de dados
abstratas.7. Camada de aplicação
Contém uma série de protocolos necessários para os usuários. É nessa camada que o usuário interage.

Modelo TCP/IP
Arquitetura voltada para a interconexão de redes heterogêneas (ARPANET)
Posteriormente, essa arquitetura ficou conhecida como modelo TCP/IP graças aos seus principais protocolos.
O modelo TCP/IP é composto por quatro camadas: enlace, internet, transporte e aplicação.

Modelo TCP/IP.

1. Camada de enlace
Não é uma camada propriamente dita, mas uma interface entre os hospedeiros e os enlaces de transmissão

2. Camada internet (camada de rede)


Integra toda a arquitetura, mantendo-a unida. Faz a interligação de redes não orientadas a conexão.
Tem o objetivo de rotear as mensagens entre hospedeiros, ocultando os problemas inerentes aos protocolos utilizados e aos tama-
nhos dos pacotes. Tem a mesma função da camada de rede do modelo OSI.
O protocolo principal dessa camada é o IP.
3. Camada de transporte
Permite que entidades pares (processos) mantenham uma comunicação.
Foram definidos dois protocolos para essa camada: TCP (Transmission Control Protocol) e UDP (User Datagram Protocol).
O TCP é um protocolo orientado a conexões confiável que permite a entrega sem erros de um fluxo de bytes.
O UDP é um protocolo não orientado a conexões, não confiável e bem mais simples que o TCP.

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4. Camada de aplicação
Contém todos os protocolos de nível mais alto.

Modelo TCP/IP e seus protocolos.

Modelo OSI versus TCP/IP.

CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET. PROGRAMAS DE NAVE-


GAÇÃO (MICROSOFT INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX, GOOGLE CHROME E SIMILARES).

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos
submarinos, canais de satélite, etc44. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se cha-
mava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o número de
adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições
possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a partici-
par da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com outras pessoas
que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de acesso
à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio de um con-
junto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

44 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

World Wide Web URL


A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de ou uma rede corporativa, uma intranet.
forma simples e fácil de acessar. Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da minho/recurso.
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples HTTP
e agradável. É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
Protocolo de comunicação web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os Hipertexto
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- Navegadores
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
computador de origem. ções da internet na tela do computador do usuário.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das Além de também serem conhecidos como browser ou web
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
Internet. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive tados à internet.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
externo. internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
TCP / IP jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). página ou site na rede.
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
nas literaturas como sendo: servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
- O protocolo principal da Internet; tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
- O protocolo padrão da Internet; transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte gador e os servidores.
ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Funcionalidades de um Navegador de Internet
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
porte dos pacotes). códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
Domínio através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- site na internet.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
– 74.125.234.180. pretado pelos navegadores.
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos- Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. imagens e outros tipos de dados.
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
http://www.empresa.com.br, em que: meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende- parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
reço pertence à web. página.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser- Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
viço. – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
com: indica que é comercial. do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
br: indica que o endereço é no Brasil. a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

página na web. – Gerenciador de downloads integrado.


– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos – Mais estabilidade e segurança.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do implementados nos sites mais modernos.
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. oferecem funcionalidades adicionais.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache vra-chave digitando-a na barra de endereços.
para mostrar as atualizações.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do Microsoft Edge
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer45.
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
apagado, caso o usuário queira. aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo- Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas Outras características do Edge são:
no navegador. – Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são quer lugar conectado à internet.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
virtual da Internet. Firefox
Internet Explorer Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
atualizadas no Edge. talado no PC, ele poderá ser instalado.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Principais recursos do Internet Explorer: Algumas características de destaque do Firefox são:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Não exige um hardware poderoso para rodar.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente sos.
através de ícones.
45 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.


– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- Safari
vacidade. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
– Disponível em desktop e mobile. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
Google Chorme confiáveis para usar.
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada.

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
Principais recursos do Google Chrome: tivo Apple (iOS).
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- – Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
sos RAM suficientes. namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
funcionalidades. visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- pos de informação.
údos otimizados. – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- da Apple (Windows e Linux).
TPS). – Disponível em desktops e mobile.
– Disponível em desktop e mobile.
Intranet
Opera A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
luindo como um dos melhores navegadores de internet. um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida- internos46.
de da experiência do usuário. Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
Outros pontos de destaques do Opera são: formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
gia. de informações.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
velocidade de conexões de baixo desempenho. a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
(3G ou 4G). jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
páginas bancárias e de vendas on-line. significativo em termos de segurança.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado. 46 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
– Disponível em desktop e mobile. -ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa


PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO (OUTLOOK EX- SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
PRESS, MOZILLA THUNDERBIRD E SIMILARES). naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
e-mail do destinatário.
E-mail Ações no correio eletrônico
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
sagem atualmente47. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
e-mail, não importando a distância ou a localização. recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
O resultado é algo como: lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
[email protected] garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. existentes.
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
to de regras para o uso desses serviços. – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
Correio Eletrônico de destino separados por ponto-e-vírgula.
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
e recebimento de mensagens48. Estas mensagens são armazenadas – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
e extração de cópias das mensagens. foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
Funcionamento básico de correio eletrônico – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
gramas funcionando em uma máquina servidora: ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
sagens. recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa- e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
gens. tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de contém arquivos com malware.
e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber – Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem
e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial- a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail
sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples
de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui e padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails.
o formato “[email protected]“. Quando clicamos em enviar, Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de
nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu- “[email protected]”, este e-mail seja diretamente descartado, sem
nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que
enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti- um e-mail com remetente “[email protected]” chegar em nossa cai-
natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora xa de entrada, ele seja diretamente excluído.
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
47 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
48 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

49

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um
servidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

49 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

50

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

MICROSOFT OUTLOOK

O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

50 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
Barra superior do painel da mensa-
8 Responder Ctrl+R
gem
Barra superior do painel da mensa-
9 Encaminhar Ctrl+F
gem
Barra superior do painel da mensa-
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R
gem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
Mostrar campo cco (cópia
17 ALT +S + B Menu opções CCO
oculta)

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
[email protected];
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;
Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail, referida no item “Endereços de e-mail”.

Criar nova mensagem de e-mail

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digitação do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também os
campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evidência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões indi-
cados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto, para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de resposta
ou encaminhamento.

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão correspondente,
segundo a figura abaixo:

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Adicionar assinatura de e-mail à mensagem


Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada
mensagem. Imprimir uma mensagem de e-mail
Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET.

Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem


buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informa-
ções na rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as
informações da internet para buscar as informações desejadas. São
exemplos de sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formas de acesso

GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br

Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.

Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.

Atualmente o site de busca mais utilizado é o Google vejamos mais detalhes:

1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google.com.br;


2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos encontrar;
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a palavra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa;
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados.

Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar a pesquisa.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Outras funções do site de pesquisa do google TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;


Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
na sua conta google. Conforme
usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de
um blog. Blog é um site que permite
BLOGGUER a atualização rápida através de
Menu do Google à direita, conforme a imagem acima postagens, isso deve-se a sua estrutura
extremamente flexível de uso;
GMAIL Acesso ao E-mail do Google; Acesso a uma plataforma Google, onde
HANGOUTS podemos conectar pessoas através de
Acesso a barra de pesquisa imagens,
vídeo conferencia e mensagens, etc.
neste caso o buscador irá atuar somente
na procura de imagens, podemos digitar
IMAGENS A Google está frequentemente atualizando esse menu, visto a
uma palavra-chave, ou até mesmo colar
uma imagem na barra para iniciar a adequação de aplicativos ao contexto atual.
pesquisa;
Acesso a informações de cadastro, GRUPOS DE DISCUSSÃO.
CONTA
nome, celular, etc.;
PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas Grupos de Discussão são agrupamentos de pessoas que que-
Acesso a informações de endereço e rem compartilhar um mesmo assunto, baseados em acontecimen-
MAPS localização. No caso do celular funciona tos, experiências e informações de diversas naturezas. Atualmente
como um GPS; temos os grupos de WhatsApp cujo conceito é o mesmo.
Temos sites gratuitos como o Google Groups e Grupos.com.br,
YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS; sendo que o líder de mercado é o Google Groups, que vamos ver
Acesso a loja de aplicativos, no caso abaixo:
PLAY do celular temos a Play Store onde
encontramos aplicativos; Passos para usar o Groups
• Possuir uma conta Google, isto é, um e-mail do Google, como
NOTICIAS Acesso a notícias;
por exemplo: ( [email protected] )
MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas); • Fazer o login com a sua conta no google.
CONTATOS Acesso a todos os contatos; • Acessar o site do Google Groups ( Groups.google.com )
• A partir deste momento já podemos usar o site de grupos do
Acesso ao local de armazenamento na Google para a discussão de assuntos.
DRIVE
internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
Acesso a agenda. É um local onde Confira o aplicativo no passo a passo a seguir:
AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
etc.;

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118
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1.

2.

Configurar as opções se necessário

5.

3.
Após digitarmos o nome do grupo será criado automaticamen-
te um e-mail como o nome do grupo, no nosso caso o informati-
[email protected].
Qualquer mensagem direcionada a este e-mail será visualizada
por todos os integrantes do grupo.
Moderador
O criador do grupo é o Moderador, isto é, a pessoa que admi-
nistra o grupo, ela pode incluir, excluir participantes, excluir mensa-
gens indevidas e modificar configurações.
O Moderador também pode incluir tópicos para conversas (Fó-
rum de discussão) bem como excluir se necessário.

4.

Editora
119
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm


REDES SOCIAIS instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap zap”.
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do
Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter- consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra-
net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte- vés dele.
resses ou valores comuns51. Muitos confundem com mídias sociais, YouTube
porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais, Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos.
inclusive na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas.
Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Po-
de-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange
diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes
sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com- O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-
preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV, dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet, horas de vídeos visualizados diariamente.
ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
interagir com outras pessoas. Instagram
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.
são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
tras pessoas.
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook,
profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos
como o Youtube que compartilha vídeos.
As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram,
Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente-
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para
mente, o Tik Tok.
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para
Facebook
dispositivos móveis.
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
de seus membros.
tros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun-
muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne- cionalidades que atuam dentro dos stories.
gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
família, informar-se, dentre outros52. Twitter
Rede social que funciona como um microblog onde você pode
WhatsApp seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as atu-
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações alizações que seus contatos fazem e eles as suas.
telefônicas através da internet gratuitamente.

51 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-so- O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


ciais/ está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
52 https://bit.ly/32MhiJ0 de usar a rede social.
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A rede social é usada principalmente como segunda tela em Snapchat


que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na Rede para mensagens baseado em imagens.
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
futebol e outros programas.
Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
em primeira mão por ali.
LinkedIn
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví-
emprego por exemplo.
deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder-
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando
A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o Stories.
Facebook. Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no bem específico, formado por jovens hiperconectados.
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem Skype
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos. O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon-
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio- ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um
aparelho conectado à internet
Pinterest
Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
bém compartilha vídeos.

O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto


MSN Messenger.
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para
O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em
“mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi- grupo ou até mesmo enviar SMS.
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró-
links para URLs externas. prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações
Os temas mais populares são: a taxas reduzidas.
– Moda; Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
– Maquiagem; corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos
– Casamento; e tamanhos.
– Gastronomia;
– Arquitetura; Tik Tok
– Faça você mesmo; O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS
– Gadgets; e Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usu-
– Viagem e design. ários mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
dores53.
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

53 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/
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121
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar


duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os usu-
ários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas fa-
mosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da
brincadeira — o que atrai muito o público jovem.

COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPUTING).


Além de servir como ferramenta de backup, o Dropbox tam-
Quando se fala em computação nas nuvens, fala-se na possibi- bém é uma forma eficiente de ter os arquivos importantes sempre
lidade de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela inter- acessíveis. Deste modo, o usuário consegue abrir suas mídias e do-
net54. Ou seja, não é preciso instalar aplicativos no seu computador cumentos onde quer que esteja, desde que tenha acesso à Internet.
para tudo, pois pode acessar diferentes serviços on-line para fazer o
que precisa, já que os dados não se encontram em um computador OneDrive
específico, mas sim em uma rede. O OneDrive, que já foi chamado de SkyDrive, é o serviço de ar-
Uma vez devidamente conectado ao serviço on-line, é possível mazenamento na nuvem da Microsoft e oferece inicialmente 15 GB
desfrutar suas ferramentas e salvar todo o trabalho que for feito de espaço para os usuários55. Mas é possível conseguir ainda mais
para acessá-lo depois de qualquer lugar — é justamente por isso espaço gratuitamente indicando amigos e aproveitando diversas
que o seu computador estará nas nuvens, pois você poderá acessar promoções que a empresa lança regularmente.
os aplicativos a partir de qualquer computador que tenha acesso à Para conseguir espaço ainda maior, o aplicativo oferece planos
internet. pagos com capacidades variadas também.
Basta pensar que, a partir de uma conexão com a internet, você
pode acessar um servidor capaz de executar o aplicativo desejado,
que pode ser desde um processador de textos até mesmo um jogo
ou um pesado editor de vídeos. Enquanto os servidores executam
um programa ou acessam uma determinada informação, o seu
computador precisa apenas do monitor e dos periféricos para que
você interaja.

Vantagens:
– Não necessidade de ter uma máquina potente, uma vez que Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e
tudo é executado em servidores remotos. PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço,
– Possibilidade de acessar dados, arquivos e aplicativos a partir o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis-
de qualquer lugar, bastando uma conexão com a internet para tal pensada a necessidade de realizar o download para só então poder
— ou seja, não é necessário manter conteúdos importantes em um modificar o conteúdo do arquivo.
único computador.
iCloud
Desvantagens: O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu- passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails,
rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em um dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente
ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à von- a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo
tade com isso. como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS.
– Como há a necessidade de acessar servidores remotos, é pri- De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita.
mordial que a conexão com a internet seja estável e rápida, princi- Existem planos pagos para maior capacidade de armazena-
palmente quando se trata de streaming e jogos. mento também.

Exemplos de computação em nuvem


Dropbox
O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu-
vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com
segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe-
rando espaço no PC ou smartphone.

54 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que- 55 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-
-e-computacao-em-nuvens-.htm -principais-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/
Editora
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122
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No entanto, a grande vantagem do iCloud é que ele possui um Tipos de serviços de nuvem
sistema muito bem integrado aos seus aparelhos, como o iPhone. A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
A ferramenta “buscar meu iPhone”, por exemplo, possibilita que em quatro categorias amplas:
o usuário encontre e bloqueie o aparelho remotamente, além de – IaaS (infraestrutura como serviço);
poder contar com os contatos e outras informações do dispositivo – PaaS (plataforma como serviço);
caso você o tenha perdido. – Sem servidor;
– SaaS (software como serviço).
Google Drive
Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca- Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha
pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá- da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre
rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São o outro.
15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
gens, etc. IaaS (infraestrutura como serviço)
A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem.
Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de servi-
ços cloud, pagando somente pelo seu uso.
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS
(infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e
máquinas virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas opera-
cionais.
PaaS (plataforma como serviço)
PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que for-
necem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste,
Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser- fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software.
viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re- A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desen-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo volvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a mui-
que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira to mais rápida.
encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou
para procurar palavras e expressões. ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, ar-
Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas mazenamento, rede e bancos de dados necessários para desenvol-
edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer vimento.
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.
Computação sem servidor
Tipos de implantação de nuvem A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se
Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento
nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os servi- contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso.
ços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de TI56. O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planeja-
Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem: mento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e
– Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud sua equipe.
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su- uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor
de nuvem contratado pela organização. SaaS (software como serviço)
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de sof-
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo tware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou sinaturas.
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
mantidos em uma rede privada. cente.
– Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- Além de realizarem manutenções, como atualizações de sof-
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o tware e aplicação de patch de segurança.
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu- Com o software como serviço, os usuários da sua equipe po-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar dem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um na-
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da vegador da web em seu telefone, tablet ou PC.
empresa.

56 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
Editora
123
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.


Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)57.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas

57 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
Editora
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Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft58.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

58 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
Editora
125
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Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA.

Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organização59.
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corporação, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ataques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, qualquer
tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para problemas.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares60:
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponível somente a pessoas autorizadas.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, de
modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e nem
em qual etapa, se no processamento ou no envio.

59 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
60 https://bit.ly/2E5beRr
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– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
nal da área trabalha no dia a dia. Ele pode ser aplicado de duas formas:
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
uma delas. vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares de encriptação, que transformam as informações em códigos que
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
da informação, ainda que sem intenção no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
explorada por uma ameaça. ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. Criptografia
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
ça da informação. uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
informação62.
Tipos de ataques Tem duas maneiras de criptografar informações:
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles61: • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
ção, fraude, reprodução, bloqueio). chave secreta para poder ler a mensagem.
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
tação, monitoramento, análise de pacotes). Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
Política de Segurança da Informação ser descriptografada pela chave privada.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
da organização através de regras de alto nível que representam os poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
de formação e periodicidade de troca. ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- ma alteração de informação invalida o documento.
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
ção e frequência de execução. soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
• Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários. Firewall
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança ba-
informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas seada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um
a terceiros. conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para
determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados
Mecanismos de segurança podem ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de
61 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 62 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-
-vindos.

Representação de um firewall.63

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser64.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS. 5.3 APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWA-
RE ETC.).

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador65. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
63 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
64 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
65 https://cartilha.cert.br/malware/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver Bot e botnet


e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au- com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
Spam, respectivamente). bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
liciosos existentes. instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
Vírus Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
preciso que um programa já infectado seja executado. executadas pelos bots.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
pelo uso de pen-drives. por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- de informações de um grande número de computadores, envio de
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em xies instalados nos zumbis).
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- Spyware
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
este arquivo, fazendo com que seja executado. des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
escrito em formato HTML. informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). autorizado.
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Worm – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- pelo usuário no teclado do computador.
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
computador. sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas mouse é clicado.
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em gandas.
computadores.
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos Backdoor
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem- a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
penho de redes e a utilização de computadores. criados ou modificados para este fim.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
Editora
129
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
no computador para invadi-lo. vidência.
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- os dias são criados vírus novos.
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
Cavalo de troia (Trojan) mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, contaminação.
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
sem o conhecimento do usuário. vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- gas. Entre as principais estão:
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. – Avast;
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- – AVG;
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados – Norton;
no computador. – Avira;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – Kaspersky;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – McAffe.
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais,
também executem ações maliciosas. Filtro anti-spam
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
Rootkit tados, que geralmente são enviados para um grande número de
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite pessoas.
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
malicioso em um computador comprometido. comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem anonimato que tanto os protege.
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
mos de proteção. jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.

Ransomware Anti-malwares
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan- e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
restabelecer o acesso ao usuário66.O pagamento do resgate geral- de ferramentas deste tipo.
mente é feito via bitcoins.
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que PROCEDIMENTOS DE BACKUP.
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dis-
segurança.
positivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na
nuvem ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados
Antivírus
originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou ou-
O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
tros motivos e assim possa restaurá-los (recuperá-los)67.
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
Backups são extremamente importantes, pois permitem68:
car o computador.
• Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
sejam recuperados em situações como falha de disco rígido, atua-
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- 67 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em -backup/
66 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 68 https://cartilha.cert.br/mecanismos/
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lização malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substitui-


ção acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/atacantes e ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STO-
furto/perda de dispositivos. RAGE).
• Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão
antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um tex-
to editado ou a imagem original de uma foto manipulada. O armazenamento de dados na nuvem é quando guardamos
informações na internet através de um provedor de serviços na nu-
Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de ba- vem que gerencia o armazenamento dos dados69.
ckup e recuperação integradas e também há a opção de instalar Com este serviço, são eliminados custos com infraestrutura de
programas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramen- armazenamento físico de dados. Além disso, pode-se acessar do-
tas, basta que você tome algumas decisões, como: cumentos em qualquer lugar ou dispositivo (todos sincronizados).
• Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD, Estes provedores de armazenamento cobram um valor propor-
DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou externo) cional ao tamanho da necessidade, mantendo os dados seguros.
ou armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha de- Você pode acessar seus dados na nuvem através de protoco-
pende do programa de backup que está sendo usado e de ques- los como o SOAP (Simple Object Access Protocol), protocolo desti-
tões como capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade. nado à circulação de informações estruturadas entre plataformas
Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades de distribuídas e descentralizadas ou usando uma API (Application
dados, um pen-drive pode ser indicado para dados constantemen- Programming Interface, traduzindo, Interface de Programação de
te modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado para Aplicações) que integra os sistemas que tem linguagens diferentes
grandes volumes que devam perdurar. de maneira rápida e segura.
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que
tenham importância para você devem ser copiados. Arquivos de Benefícios do armazenamento na nuvem
programas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam - Diminuição do custo de hardware para armazenamento, só é
ser copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar pago o que realmente necessita e ainda é fácil e rápido aumentar o
espaço inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Mui- espaço caso necessite;
tos programas de backup já possuem listas de arquivos e diretórios - As empresas pagam pela capacidade de armazenamento que
recomendados, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias realmente precisam70;
listas. - Implantação rápida e fácil;
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com - Possibilidade de expandir ou diminuir o espaço por sazonali-
que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequente- dade;
mente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que - Quem contrata gerencia a nuvem diretamente;
aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente ou - A empresa contratada cuida da manutenção do sistema, ba-
mensalmente. ckup e replicação dos dados, aquisição de dispositivos para arma-
zenamentos extras;
Tipos de backup - É uma ferramenta de gestão de dados, pois, estes são arma-
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, zenados de forma organizada. Com uma conexão estável, o acesso
independente de backups anteriores. Conforma a quantidade de e compartilhamento é fácil e rápido.
dados ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos
copiados. Desvantagens
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e al- - O acesso depende exclusivamente da internet, portanto, a co-
terados desde o último backup completo (normal) ou incremental, nexão deve ser de qualidade;
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e - Companhias de grande porte precisam ter políticas de segu-
ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup. rança para preservar a integridade dos arquivos;
Ele marca os arquivos copiados. - Geralmente, os servidores estão no exterior, o que sujeita
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incre- seus dados à legislação local.
mental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em Tipos de armazenamento em nuvem
diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo e Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de
um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador, nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os ser-
alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o incre- viços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de
mental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em TI71.
relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na manipula- Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:
ção de dados. Ele não marca os arquivos copiados. • Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur-
• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento
ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia a via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su-
dia e que raramente são alterados. 69 https://centraldefavoritos.com.br/2018/12/31/armazenamento-de-
-dados-na-nuvem-cloud-storage/
70 http://www.infortrendbrasil.com.br/cloud-storage/
71 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
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porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor 3. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM AL)/CBM AL/2021)
de nuvem contratado pela organização. Julgue o próximo item, relativos a noções de sistema opera-
• Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em cional.
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo Caso um usuário possua permissão de execução em um arquivo
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou binário arquivoA, em sua pasta /home/usuario, ele poderá executar
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- esse tipo de arquivo sem necessariamente afetar a integridade do
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são sistema operacional, ainda que não possua direitos administrativos
mantidos em uma rede privada. de root.
• Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- ( ) Certo
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o ( ) Errado
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar 4. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM AL)/PM AL/2021)
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
Julgue o item a seguir, referente ao sistema operacional Linux.
empresa.
Para configurar as permissões de leitura, escrita e execução em
um arquivo de nome programa1, de maneira que qualquer usuá-
Software para armazenamento em nuvem
rio ou grupo tenha essas permissões, deve ser usado o comando
Software de armazenamento cloud são sites, alguns deles vin-
culados a provedores de e-mail e aplicações de escritório, como a seguir.
o Google Drive (Google), o One Drive (Microsoft) e o Dropbox. A chmod 700 programa1
maioria dos sites disponibiliza o serviço gratuitamente e o usuário ( ) Certo
paga apenas se contratar planos para expandir a capacidade. ( ) Errado

5. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021)


QUESTÕES Com base no sistema operacional Linux, julgue o item a seguir.
Para que o arquivo com nome original de file1.txt seja renome-
ado para file2.txt, é correto utilizar o comando a seguir.
1. (CEBRASPE (CESPE) - Enf Fisc (COREN SE)/COREN SE/2021) mv file1.txt file2.txt
No explorador de arquivos do Windows, a opção de mapear ( ) Certo
unidade de rede pode ser utilizada para ( ) Errado
(A) indicar unidade local a que se deseja conectar e assim fazer
uso facilitado dos arquivos nela armazenados. 6. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021)
(B) adicionar local de rede remoto para acesso local. Com base no sistema operacional Linux, julgue o item a seguir.
(C) oferecer acesso a uma pasta disponível localmente, para Para se criar um link simbólico nomeado de link1 para um dire-
usuários externos a ela se conectarem. tório de nome dir1, deve ser utilizado o comando a seguir.
(D) realizar o becape simultâneo de uma pasta em uso em ou- tail -f link1 dir1.
tro local seguro de outro computador. ( ) Certo
( ) Errado
2. (CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/2021)
Julgue o próximo item, relativos a noções de Linux e Microsoft 7. (CEBRASPE (CESPE) - APC (FUNPRESP-EXE)/FUNPRESP-EXE/
Office. Administrativa/2022)
Considere que um usuário de Linux deseje descobrir a catego- Mateus, utilizando uma estação de trabalho, recebeu um
ria dos arquivos arquivoA.txt e arquivoB.bin dentro do diretório / e-mail do endereço [email protected], com o assunto
home/. Nessa situação, para verificar se esses arquivos são do tipo “Atualize seu cadastro - CPF irregular” e contendo o arquivo Atua-
texto ou binário, deve ser utilizado o comando cat, da seguinte for- lização_Cadastral.exe, em anexo. No corpo do e-mail, há informa-
ma. ções de que se trata de um comunicado oficial da Receita Federal.
cat /home/arquivoA.txt Após abrir o e-mail, Mateus salvou o arquivo na pasta c:\dados\
cat /home/arquivoB.bin documentos_particulares\ do seu computador.
( ) Certo Tendo como referência inicial essa situação hipotética, julgue
( ) Errado o item seguinte, acerca de organização e de gerenciamento de ar-
quivos e programas, e de aspectos relacionados à segurança da in-
formação.
Para abrir o arquivo Atualização_Cadastral.exe, é suficiente
realizar o seguinte procedimento: acessar a pasta c:\dados\docu-
mentos_particulares\, clicar com o botão direito do mouse sobre
o referido arquivo e, na lista de opções disponibilizada, selecionar
Abrir com → Microsoft Word.
( ) Certo
( ) Errado

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8. (CEBRASPE (CESPE) - Per Of (PC PB)/PC PB/Criminal/Área Ge- 13. (CEBRASPE (CESPE) - Enf Fisc (COREN SE)/COREN SE/2021)
ral/2022) No MS Excel, utilizando-se a fórmula =4*2+3, o resultado do
Ao se criar uma tabela no MS Word, ela pode ocupar diversas cálculo será
páginas no documento. Para que a tabela mantenha a mesma linha (A) 9.
de títulos em todas as páginas, é necessário marcar opção encon- (B) 20.
trada na aba (C) 14.
(A) Página Inicial, no botão Estilo de Cabeçalho. (D) 11.
(B) Inserir, no botão Cabeçalho.
(C) Layout, na caixa de diálogo Propriedades da Tabela. 14. (CEBRASPE (CESPE) - AnDR (CODEVASF)/CODEVASF/Admi-
(D) Layout, no botão Mesclar Células. nistração/2021)
(E) Layout, no botão Exibir Linhas de Grade. A respeito de noções de informática, julgue o item a seguir.
Embora as apresentações elaboradas no Microsoft PowerPoint
9. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Per (PC PB)/PC PB/Área Geral/2022) suportem animações e áudios, ainda não é possível exibir vídeos do
Um documento criado no MS Word pode ser editado e salvo YouTube nessas apresentações, mesmo que o computador utilizado
conforme novas alterações vão sendo realizadas, mantendo-se o tenha acesso à Internet.
mesmo nome de arquivo e atualizando-se apenas a data da última ( ) Certo
edição. Para tanto, usa-se a opção ( ) Errado
(A) Abrir.
(B) Novo. 15. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Ban I (BANESE)/BANESE/2021)
(C) Salvar cópia. A respeito do Microsoft Office, julgue o item que se segue.
(D) Salva Arquivos com extensões do tipo .pptx podem ser manipulados
(E) Salvar como. pelo Microsoft Powerpoint para Office 365.
( ) Certo
10. (CEBRASPE (CESPE) - ATCG (MJSP)/MJSP/Técnico Especiali- ( ) Errado
zado em Formação e Capacitação/2021)
Acerca do MS Word disponível no pacote Microsoft Office 365, 16. (CEBRASPE (CESPE) - Tec (PGE RJ)/PGE RJ/Processual/2022)
julgue o item que se seguem. Acerca do editor de texto LibreOffice Writer 7.1, do programa
No MS Word, a criação de parágrafos ou recuos de texto pode de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e da computação em nu-
ser feita por meio da seleção da opção de espaçamento entre linhas vem, julgue o item subsequente.
simples, duplo ou personalizado. A formatação manual de um texto no LibreOffice Writer 7.1
( ) Certo não substitui o estilo, caso este esteja aplicado ao documento em
( ) Errado edição.
( ) Certo
11. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM TO)/CBM TO/2021) ( ) Errado
Utilizando uma planilha editada pelo Microsoft Excel, na sua
última versão, um usuário deseja que, após ter incluído uma lista 17. (CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2021)
de valores, uma célula da planilha avalie se os valores inseridos são No que se refere a redes de computadores, julgue o item que
maiores que 10 e, em caso positivo, retorne como verdadeiro. se seguem.
Nessa situação hipotética, para alcançar o que deseja, o usuá- A pilha de protocolos TCP/IP de cinco camadas e a pilha do mo-
rio deve utilizar a função , delo de referência OSI têm, em comum, as camadas física, de enla-
(A) E. ce, de rede, de transporte e de aplicação.
(B) SE. ( ) Certo
(C) SOMA. ( ) Errado
(D) MÉDIA.
18. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (APEX)/ApexBrasil/Processos Ju-
12. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Ban I (BANESE)/BANESE/2021) rídicos/2021)
A respeito do Microsoft Office, julgue o item que se segue. Os computadores comunicam-se entre si e com os demais
O Microsoft Excel para Office 365 possibilita que sejam gera- meios de transmissão de dados por meio de placas de rede, as quais
dos gráficos a partir de dados gravados em uma planilha, mas não possuem um número único denominado
consegue remover valores duplicados em formatação condicional, (A) Endereço WWW (World Wide Web).
sendo necessário para tanto utilizar recursos do Microsoft Access (B) Endereço IP (Internet Protocol).
ou outro software. (C) Endereço MAC (Media Access Control).
( ) Certo (D) Endereço de email (correio eletrônico).
( ) Errado
19. (CEBRASPE (CESPE) - Ag Pol (PC AL)/PC AL/2021)
Julgue o item a seguir, que tratam de redes de computadores,
suas ferramentas e procedimentos.
Denomina-se cabo coaxial, em uma rede de comunicação, o
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tipo de mídia de comunicação que realiza a conexão entre pontos, é 24. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Per (PC PB)/PC PB/Área Ge-
imune a ruídos elétricos e é responsável pela transmissão de dados ral/2022)
com capacidade de largura de banda muito maior do que os pares A tecnologia da Internet utilizada pelas empresas para auxiliar
trançados. na comunicação entre os seus colaboradores, utilizando, para tanto,
( ) Certo os mesmos tipos de serviços, só que em um ambiente interno e
( ) Errado restrito, é a
(A) extranet.
20. (CEBRASPE (CESPE) - AF (SEFAZ CE)/SEFAZ CE/Tecnologia da (B) web.
Informação da Receita Estadual/2021) (C) rede Internet.
A respeito de topologias, arquiteturas e protocolos de redes de (D) Net.
comunicação, julgue o item que se segue. (E) intranet.
Em uma arquitetura em camadas, um protocolo é um conjunto
de operações em alto nível de abstração funcional que uma camada 25. (CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2021)
oferece à camada situada acima dela e funciona como uma interfa- A respeito de Internet e de intranet, julgue o item a seguir.
ce entre duas camadas subjacentes. Se, quando do acesso ao sítio https://www.gov.br/pf/pt-br na
( ) Certo versão mais recente do Google Chrome, for visualizado o ícone de
( ) Errado um cadeado cinza ao lado da URL, o símbolo em questão estará
sinalizando que esse ambiente refere-se à intranet da Polícia Fede-
21. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021) ral.
A respeito de redes de computadores, sítios de pesquisa e bus- ( ) Certo
ca na Internet, computação em nuvem e redes sociais, julgue o item ( ) Errado
a seguir.
Em uma comunicação TCP/IP entre dois computadores, não há 26. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM TO)/CBM TO/2021)
controle de envio e recebimento de pacotes, uma vez que esse mo- No navegador Mozilla Firefox, determinado recurso permite
delo de transmissão é considerado não orientado a conexão. acessar páginas na Internet sem que fique registro do histórico e
( ) Certo dos cookies das páginas acessadas. Assinale a opção que indica o
( ) Errado nome desse recurso.
(A) Favoritos
22. (CEBRASPE (CESPE) - Esc Pol (PC DF)/PC DF/2021) (B) Extensões
Julgue o próximo item, a respeito de Internet e intranet. (C) Navegação privativa
Sendo o HTTPS um protocolo de segurança utilizado em redes (D) Gerenciador de downloads
privadas de computadores, infere-se que o endereço https://intra.
pcdf.df.br identifica necessariamente um sítio localizado em um 27. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Ban I (BANESE)/BANESE/2021)
servidor de uma intranet. A respeito de programas de navegação, julgue o próximo item.
( ) Certo Para não memorizar o histórico de navegação pelo navegador
( ) Errado Firefox, deve-se utilizar, necessariamente, a navegação privativa,
pois de outra forma além dessa o histórico será registrado.
23. (CEBRASPE (CESPE) - Ana Leg (ALECE)/ALECE/Administra- ( ) Certo
ção/2021) ( ) Errado
Para que seja possível rastrear visitas realizadas por um usuário
a determinado sítio na Internet ou saber o que o usuário acessou 28. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Ban I (BANESE)/BANESE/2021)
no passado, são gravados no disco rígido do computador pequenos A respeito de programas de navegação, julgue o próximo item.
arquivos em formato de texto. Esse tipo de recurso é denominado O navegador Chrome impede a instalação de qualquer exten-
(A) spyware. são, por questões de segurança e privacidade na navegação dos
(B) spam. usuários.
(C) worm. ( ) Certo
(D) botnet. ( ) Errado
(E) cookie.
29. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022)
Julgue o próximo item, relativo ao sistema operacional Linux,
a redes de computadores e ao programa de navegação Microsoft
Edge.
O Microsoft Edge, em sua versão mais atual, disponibiliza re-
curso que faz a leitura do texto de uma página da Web em voz alta.
( ) Certo
( ) Errado

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30. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Adm (COREN CE)/COREN CE/2021) 36. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Ban I (BANESE)/BANESE/2021)
No novo Microsoft Edge, o recurso que verifica os sites visita- Com relação a computação em nuvem, julgue o item a seguir.
dos pelo usuário, compara-os com uma lista dinâmica de sites de O aumento ou a redução rapidamente na capacidade de recur-
phishing e de softwares mal-intencionados relatados e, caso encon- sos computacionais como processador sob demanda, é uma carac-
tre alguma correspondência entre eles, exibe um aviso de que o site terística para serviços de cloud computing.
foi bloqueado para a sua segurança denomina-se ( ) Certo
(A) Immersive Reader. ( ) Errado
(B) Defender SmartScreen.
(C) InPrivate. 37. (CEBRASPE (CESPE) - Agepen (SERIS AL)/SERIS AL/2021)
(D) Microsoft Cortana. Julgue o próximo item, relativo ao Windows e ao Microsoft Of-
fice.
31. (CEBRASPE (CESPE) - AAmb (ICMBio)/ICMBio/2022) No Windows 10, o usuário pode configurar backups de suas
Com relação a ambientes Microsoft Office, redes de computa- pastas, suas imagens e seus documentos, por exemplo, e armaze-
dores e segurança da informação, julgue o próximo item. ná-los utilizando a cloud storage por meio do OneDrive, o que lhe
Para enviar uma mensagem em cópia a diversos destinatários possibilita recuperar esses dados em outros dispositivos, caso ne-
de correio eletrônico, de modo que todos eles possam conhecer os cessário.
endereços dos demais, deve-se incluir os endereços na opção Cco ( ) Certo
do cabeçalho da mensagem. ( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado 38. (CEBRASPE (CESPE) - PRF/PRF/2021)
No que se refere a Internet, intranet e noções do sistema ope-
32. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Per (PC PB)/PC PB/Área Ge- racional Windows, julgue o item que se seguem.
ral/2022) Caso sejam digitados os termos descritos a seguir na ferramen-
O serviço que permite o envio e recebimento de mensagens ta de busca do Google, serão pesquisadas publicações que conte-
entre usuários que possuem um endereço em determinado domí- nham os termos “PRF” e “campanha” na rede social Twitter. cam-
nio da Internet é denominado panha PRF @twitter
(A) ICQ. ( ) Certo
(B) WhatsApp. ( ) Errado
(C) SMS.
(D) email. 39. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM AL)/PM AL/2021)
(E) MSN. A respeito de redes de computadores, julgue o item subse-
quente.
33. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Amb (IBAMA)/IBAMA/2022) Ao utilizar o buscador do Google, um usuário conseguirá bus-
Julgue o item subsequente, acerca de redes de computadores car as palavras recursos humanos dentro de arquivos em formato
e de segurança da informação na Internet. .pdf que contenham essas palavras se ele inserir o seguinte texto
Na pasta Rascunhos do Outlook, ficam armazenadas as mensa- no buscador.
gens de correio eletrônico que estejam sendo editadas e ainda não “recursos humanos” filetype:pdf
tenham sido enviadas. ( ) Certo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Errado
40. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM TO)/CBM TO/2021)
34. (CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2022) Assinale a opção que indica uma rede social que é reconhecida
A respeito de ferramentas, aplicativos e procedimentos em in- por sua finalidade de conectar profissionais de diferentes segmen-
formática, julgue o próximo item. tos de atuação de todo o mundo.
No MS Outlook, é possível fazer o agendamento de uma ati- (A) Orkut
vidade usando o Calendário, o qual permite que seja enviado um (B) Gmail
email para os participantes da atividade. (C) Linkedin
( ) Certo (D) Facebook
( ) Errado
41. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/2021)
35. (CEBRASPE (CESPE) - Tec (PGE RJ)/PGE RJ/Processual/2022) A respeito de redes de computadores, sítios de pesquisa e bus-
Acerca do editor de texto LibreOffice Writer 7.1, do programa ca na Internet, computação em nuvem e redes sociais, julgue o item
de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e da computação em nu- a seguir.
vem, julgue o item subsequente. O LinkedIn é uma solução que proporciona a criação de cone-
Recomendações é um dos painéis disponíveis no gerenciador xões entre pessoas e empresas, para busca e oferta de empregos,
de extensões do Mozilla Thunderbird, em sua versão mais atual. por isso não é considerado uma rede social.
( ) Certo ( ) Certo
( ) Errado ( ) Errado
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42. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022) 47. (CEBRASPE (CESPE) - Agepen (SERIS AL)/SERIS AL/2021)
Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos Julgue o próximo item, relativo a programas de navegação e
e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze- segurança da informação.
namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir. Um usuário que tenha instalado em seu computador um anti-
O Google Drive é uma das ferramentas gratuitas que permite vírus e um antispyware pode substituí-los por um firewall pessoal
ao usuário armazenar e compartilhar arquivos e pastas na nuvem. sem prejuízo à sua segurança, porque esse aplicativo possui recur-
Além de oferecer serviços de criação e edição de documentos, essa sos que tanto eliminam vírus quanto bloqueiam adware
ferramenta disponibiliza 150 GB de espaço gratuito para os usuários ( ) Certo
armazenarem seus arquivos. ( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado 48. (CEBRASPE (CESPE) - Enf Fisc (COREN SE)/COREN SE/2021)
Uma solução de segurança adotada para proteger uma rede de
43. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022) tentativas de acessos externos indevidos, que pode funcionar via
Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos hardware ou software específicos para essa finalidade, é chamada
e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze- de
namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir. (A) anti-spyware.
O rootkit é um vírus que não causa dano ao computador do (B) criptografia.
usuário, uma vez que sua característica principal é apagar somente (C) antivírus.
os dados de dispositivos móveis como pendrives e HDs externos. (D) firewall.
( ) Certo
( ) Errado 49. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Per (PC PB)/PC PB/Área Ge-
ral/2022)
44. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022) A estação de trabalho dos usuários da Internet deve ser prote-
Com referência à organização e ao gerenciamento de arquivos gida contra a propagação de códigos maliciosos que possam afetar
e pastas, às noções de vírus, worms e pragas virtuais e ao armaze- a disponibilidade dos dados. Para tanto, é correto usar
namento de dados na nuvem, julgue o item a seguir. (A) firewall.
O botnet é um vírus projetado especificamente para mostrar, (B) backup.
no computador do usuário, propagandas oriundas das redes sociais. (C) backdoor.
( ) Certo (D) spyware.
( ) Errado (E) antivírus.

45. (CEBRASPE (CESPE) - Ass (APEX)/ApexBrasil/Apoio Admi- 50. (CEBRASPE (CESPE) - Ag Pol (PC AL)/PC AL/2021)
nistrativo/2021) Julgue o item seguinte, relativos a organização de arquivos e
No Windows 10 versão 1803 e posteriores, a seção Proteção suas premissas de segurança.
contra vírus e ameaças inclui configurações de acesso controlado a A heurística é um dos métodos de detecção das ferramentas
pastas, para impedir que aplicativos desconhecidos mudem arqui- antimalware — como antivírus, antirootkit e antispyware — que se
vos em pastas protegidas, visando à proteção contra baseiam nas estruturas, instruções e características que o código
(A) spam. malicioso possui para identificá-lo.
(B) ransomware. ( ) Certo
(C) spyware. ( ) Errado
(D) backdoor.
51. (CEBRASPE (CESPE) - Of (PM AL)/PM AL/2021)
46. (CEBRASPE (CESPE) - Ag Pol (PC AL)/PC AL/2021) No que se refere à segurança da informação, julgue o item a
Julgue o item seguinte, relativos a organização de arquivos e seguir.
suas premissas de segurança. O registro das atividades, em um computador, normalmente
A grande diferença entre vírus e worms está na forma como gerado por programas ou serviços e armazenado em arquivos é co-
eles se propagam: o vírus, ao contrário do worm, não se propaga nhecido como scan de vulnerabilidades.
por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas, ( ) Certo
mas pela execução direta de uma de suas cópias. ( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado 52. (CEBRASPE (CESPE) - AFCA (SEFAZ AL)/SEFAZ AL/2021)
Quanto à segurança da informação, julgue o item subsecutivo.
O uso de senhas ou a adoção de identificação física, como bio-
metrias, são formas de autenticação para fins de identificação única
e exclusiva de usuários.
( ) Certo
( ) Errado

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53. (CEBRASPE (CESPE) - AFRE CE/SEFAZ CE/2021)


Julgue o próximo item, acerca de conhecimentos de informá- GABARITO
tica.
Redes VPN permitem a troca segura de dados entre dois pon-
tos por meio do tunelamento por criptografia, que cria um túnel
seguro dentro de uma rede pública. 1 A
( ) Certo 2 ERRADO
( ) Errado 3 CERTO

54. (CEBRASPE (CESPE) - AFCA (SEFAZ AL)/SEFAZ AL/2021) 4 ERRADO


Quanto à segurança da informação, julgue o item subsecutivo. 5 CERTO
O certificado digital é um código anexado a uma mensagem 6 ERRADO
enviada eletronicamente e é utilizado para verificar a origem e o
conteúdo da mensagem. 7 ERRADO
( ) Certo 8 C
( ) Errado 9 D

55. (CEBRASPE (CESPE) - Enf Fisc (COREN CE)/COREN CE/2021) 10 ERRADO


Um usuário, preocupado com a segurança de seus dados, agiu 11 B
de forma preventiva e realizou cópias de segurança (backups) de 12 ERRADO
seus arquivos em um HD externo.
Nessa situação hipotética, como forma de verificar a integrida- 13 D
de nesses arquivos de backups, é possível utilizar 14 ERRADO
(A) criptografia. 15 CERTO
(B) firewall.
16 ERRADO
(C) compactação.
(D) hash. 17 CERTO
18 C
56. (CEBRASPE (CESPE) - Tec (PGE RJ)/PGE RJ/Processual/2022)
19 ERRADO
Julgue o item seguinte, a respeito de organização e de geren-
ciamento de arquivos, pastas e programas, dos aplicativos para se- 20 ERRADO
gurança da informação e dos procedimentos de becape. 21 ERRADO
Ao se programar um becape, o único fator que importa é defi-
22 ERRADO
nir com precisão em quais dispositivos (fitas ou discos) a cópia de
segurança deverá ser armazenada. 23 E
( ) Certo 24 E
( ) Errado
25 ERRADO
57. (CEBRASPE (CESPE) - AFRE CE/SEFAZ CE/2021) 26 C
Julgue o próximo item, acerca de conhecimentos de informá- 27 ERRADO
tica.
28 ERRADO
O backup incremental caracteriza-se pela cópia de todos os da-
dos alterados ou criados desde o último backup completo. 29 CERTO
( ) Certo 30 B
( ) Errado
31 ERRADO
58. (CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM TO)/CBM TO/2021) 32 D
O Microsoft Outlook é capaz de enviar e receber mensagens 33 CERTO
de email. Quando se utiliza uma conta do tipo POP ou IMAP, é
34 CERTO
possível arquivar dados do Outlook em arquivo morto que utilize
determinado formato de extensão. Assinale a opção que identifi- 35 CERTO
ca esse formato de extensão. 36 CERTO
(A) .mdb
37 CERTO
(B) .xls
(C) .txt 38 CERTO
(D) .pst 39 CERTO
40 C
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

41 ERRADO
42 ERRADO
43 ERRADO
44 ERRADO
45 B
46 ERRADO
47 ERRADO
48 D
49 E
50 CERTO
51 ERRADO
52 CERTO
53 CERTO
54 ERRADO
55 D
56 ERRADO
57 CERTO
58 D

ANOTAÇÕES
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou


ESTRUTURAS LÓGICAS. mais proposições através de conectivos.

Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:


Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca hipóte-
ses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter conclu- ^: e (aditivo) conjunção
sões e, por fim, chegar a um resultado final. Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas Real”, posso escrever p ^ q.
estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da
lógica, para poder justamente determinar um modo, para que v: ou (um ou outro) ou disjunção
o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições. : “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou
disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
ou falsa. nunca ambos)
Ex.: Carlos é professor. ¬ ou ~: negação
~p: Carlos não é professor
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é ->: implicação ou condicional (se… então…)
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa. p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
Importante notar que a proposição deve afirmar algo,
acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
frase não é uma proposição. é o Real
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas
ser classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna
informações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. mais natural decifrar esta simbologia.
Nestes casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem
ao seu caráter imperativo. parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
permite deduzir diversas relações entre declarações, assim, que tudo esteja extremamente estabelecido.
iremos utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes
encadeamentos. 1 – Princípio da Identidade
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas p=p
(p.ex.: a, b, p, q, …) Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
(ou equivalente) a ela mesma.
Seja a proposição p: Carlos é professor
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real 2 – Princípio da Não contradição
p=qvp≠q
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer
proposição se classifica como verdadeira ou falsa. às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja,
não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. mesmo tempo.
Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo
uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o 3 – Princípio do Terceiro excluído
Real”. pv¬p
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

uma nova (como são duas, uma terceira) opção).

DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, escreva
várias frases, julgue se são proposições ou não e depois tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de argumentos é
possível convencer sobre a veracidade de certo assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, e como eles
podem nos levar a algumas respostas corretas e outras falsas.

Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)


Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal

Inferências: Argumentar através da dedução


Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso contrário, então Carlos não é professor

Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte específica


Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real

Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico

Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação resultar
num resultado falso, chamaremos tal argumentação de sofismo1.
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
resultados falsos. Por exemplo:

A água do mar é feita de água e sal


A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?

1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, sendo considerados muitas
vezes falaciosos por essas linhas de pensamento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão
falsa.
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140
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL). PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS. TABELAS VERDADE. LEIS DE MORGAN.

A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não for
professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como
podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.

A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:

p ~p
V F
F V

A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:

p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

p q p^q pvq p -> q p ⇔q p v. q


V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente
equivalentes (iguais).

Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq


V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.

Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)

Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:


p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real

Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor OU a
moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do Brasil
não é o Real.

Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas para
resolver diversas questões.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

d) p ↔ q q↔p
EQUIVALÊNCIAS
.
Diz-se que duas ou mais proposições compostas são equivalen-
tes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apre-
sentam a mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo 2 - Reflexiva (equivalência por reflexão)


Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são p→p p→p
equivalentes.

Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são


equivalentes

3 – Transitiva
Se P(p,q,r,...) Q(p,q,r,...) E
Q(p,q,r,...) R(p,q,r,...) ENTÃO
P(p,q,r,...) R(p,q,r,...) .

Equivalências notáveis

1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)


Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p q”
são equivalentes.
a) p (q r) (p q) (p r)
~p → q ≡ p q ou ~p → q p q, onde “≡” e “ ” são os
símbolos que representam a equivalência entre proposições.

Equivalências fundamentais (Propriedades Fundamentais): a


equivalência lógica entre as proposições goza das propriedades si-
métrica, reflexiva e transitiva.

1 – Simetria (equivalência por simetria)

a) p ^ q q^p

b) p (q r) (p q) (p r)

b) p v q qvp

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

2 - Associação (equivalência pela associativa)

a) p (q r) (p q) (p r)

b) p (q r) (p q) (p r)

3 – Idempotência

a) p (p p)

b) p (p p)

4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-se e negando-se as
proposições simples que as compõem.

1º caso – (p → q) (~q → ~p)

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo
p → q: Se André é professor, então é pobre. b) (p ↔ q) (~q → ~p) (~p → ~q), aplicando-se a contra-
~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor. positiva às partes

2º caso: (~p → q) (~q → p)

c) (p ↔ q) (p q) (~p ~q)
Exemplo
~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
~q → p: Se André não é pobre, então é professor.

3º caso: (p → ~q) (q → ~p)

6 - Pela exportação-importação

[(p q) → r] [p → (q → r)]

Exemplo
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre.
q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.

4 º Caso: (p → q) ~p v q

Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)

Chama-se proposições associadas a p → q as três proposições


Exemplo condicionadas que contêm p e q:
p → q: Se estudo então passo no concurso. – Proposições recíprocas: p → q: q → p
~p v q: Não estudo ou passo no concurso. – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
5 - Pela bicondicional
a) (p ↔ q) (p → q) (q → p), por definição Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

ma música é bela)
Note que:
Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São
Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu -
Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

DIAGRAMAS LÓGICOS.

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que
envolvam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste ar-
gumento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos


para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas
lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

Observamos ainda que a condicional p → q e a sua recíproca q TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS


→ p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO EQUIVALENTES.

Exemplos

p → q: Se T é equilátero, então T é isósceles. (V) TODO


A
q → p: Se T é isósceles, então T é equilátero. (F) AéB

Exemplo Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.
Vamos determinar:
a) A contrapositiva de p → q
b) A contrapositiva da recíproca de p → q
c) A contrapositiva da contrária de p → q

Resolução NENHUM
E
AéB
a) A contrapositiva de p → q é ~q → ~p
A contrapositiva de ~q → ~p é ~~p → ~~q p→q Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
b) A recíproca de p → q é q → p vice-versa.
A contrapositiva de q → p é ~p → ~q

c) A contrária de p → q é ~p → ~q
A contrapositiva de ~p → ~q é q → p

Equivalência “NENHUM” e “TODO”

1 – NENHUM A é B TODO A é não B.


Exemplo:
Nenhum médico é tenista Todo médico é não tenista (= Todo
médico não é tenista)

2 – TODO A é B NENHUM A é não B.


Exemplo:
Toda música é bela Nenhuma música é não bela (= Nenhu-
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão). Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Temos também no segundo caso, a dife- Segundo as afirmativas temos:
rença entre conjuntos, que forma o con- (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o úl-
junto A - B timo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que
existe pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA-
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma
casa de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “al-
gum teatro é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo ser analisado atentamente.
mesmo princípio acima. Tendo elencado estas novas estruturas, basta construirmos
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Erra- tabelas verdade com elas, para resolvermos questões.
do, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama Repare que agora estamos trabalhando não só com o aspecto
nos afirma isso verdadeiro/falso mas com a ideia de quantidade (existe um, todo,
nenhum), então nosso estudo das afirmações devem levar em
consideração estas novas peculiaridades.

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE

A análise combinatória ou combinatória é a parte da


Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver
problemas relacionados com contagem3.
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justi- Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise
ficativa é observada no diagrama da alternativa anterior. das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – de elementos.
Correta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez
que todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de — Princípio Fundamental da Contagem
cultura também não é cinema. O princípio fundamental da contagem, também chamado de
princípio multiplicativo, postula que:
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e
independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa
é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total
de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.

Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-


se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma
bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches:
hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente
completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco
de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções:
LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e
cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de
Uma certa evolução de uma lógica sentencial é a lógica de quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?
primeira ordem ou lógica de predicados, onde além dos conectivos,
estão presente os quantificadores (com expressões como qualquer Solução: Podemos começar a resolução do problema
e algum, por exemplo)2. apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme
Esta forma de raciocinar segue os mesmos preceitos que a ilustrado abaixo:
lógica com conectivos (e, ou, ou exclusivo, implicação, …), tendo
também novos símbolos, que são:

∀: qualquer, todo
∀x(A(x) -> B(x))
Para todo elemento, se pertence a A, pertence a B.

∃: existe, algum, pelo menos um


∃x(A(x)^B(X): existe elemento que pertence a A e a B

∄: Não existe, nenhum


Nenhum A é B = Todo A é não B

A negativa de tais estruturas não são tão diretas como às


apresentadas nas Leis de Morgan. A negativa de ∃ (existe,) é ∄ (não
existe), mas a negativa de ∄ pode ser ∃ ou ∀ (para todo), assim
como a negativa de ∀ pode ser tanto ∃ e ∄, por isso, cada caso deve
2 Dizemos que a lógica de primeira ordem é uma extensão da lógica sentencial. 3 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
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148
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim, identificamos
que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de lanches, basta
multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.

— Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados com contagem. Entretanto, em
algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características. Basicamente há três tipos de
agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas de
contagem, que é o fatorial.
O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo ! para
indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
Exemplo:
0! = 1.
1! = 1.
3! = 3.2.1 = 6.
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.

Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações para
efetuar os cálculos de análise combinatória.

— Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma
turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

— Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos
disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta
maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.
Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:

Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se sentarem neste banco.

— Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza
dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento,
dentre as 10 pessoas que se candidataram.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria,
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria.

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta
forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

— Probabilidade e Análise Combinatória


A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São
exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.
A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, sendo
apresentada pela seguinte expressão:

Sendo:
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis.
n (Ω): número total de resultados possíveis.

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise
combinatória.
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja,
apostar exatamente nos seis números sorteados?

Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação, temos
apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.
Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a
ordem, de um total de 60 números.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será calculada como:

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RACIOCÍNIO LÓGICO

— Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer4.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos,
cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de
1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
um casal ter 5 filhos, todos meninos.

— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de massa) para
o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.

— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos
favoráveis e o número total de resultados possíveis:

Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.

O resultado calculado também é conhecido como probabilidade teórica.


Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, basta multiplicar o resultado por 100.

Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?

Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a fórmula
da probabilidade.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:

Para responder na forma de uma porcentagem, basta multiplicar por 100.

Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é de 33%.

4 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
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RACIOCÍNIO LÓGICO

— Ponto Amostral
Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um experimento aleatório.

Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e coroa.
Cada resultado é um ponto amostral.

— Espaço Amostral
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou, resultados possíveis
obtidos a partir de um experimento aleatório.
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este baralho.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um dado, são as seis faces que o compõem:
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.

A quantidade de elementos em um conjunto chama-se cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto entre
parênteses.
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento lançar um dado é n(Ω) = 6.

— Espaço Amostral Equiprovável


Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma probabilidade
de ocorrência.

Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul, preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de
ocorrência de cada uma ser sorteada?

Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma chance de serem sorteadas.

— Tipos de Eventos
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um experimento aleatório.

Evento certo
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser sorteada ao acaso e ser mulher.

Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.

Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.

O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número maior
que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é 20.

Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral, sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço amostral é Ω = {cara, coroa}.

Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o próprio
espaço amostral.

Evento Mutuamente Exclusivo


Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum. A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.

Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes eventos são mutuamente exclusivos
A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.W

— Probabilidade Condicional
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias, a
ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a ocorrência do evento B.
A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto


dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos
são alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e
obter um subconjunto com frutas amarelas.
Onde o evento B não pode ser vazio.

Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro


de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
e mulheres.

Como evento de probabilidade condicional, podemos associar


a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
francesa (evento B).
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
mulher), apenas se for francesa (evento B).

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS


.
Um conteúdo matemático comum de ser associado com a
temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos
estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda
mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas Fonte: Autor
primeiro devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do
não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencar um conjunto D.
conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro
por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X,
“lei” (conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda, mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá
furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
objetos pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento. Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada.
Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos. Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao
Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B, conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto
C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas (quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.
(a, b, c, …).

Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)


Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E

E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos,


através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não contido), ⊃ (contém) e ⊅
(não contém).

D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E)


E ⊂ D (o conjunto E está contido em D)
Fonte: autor A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D)
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E)
Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante
pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados
pertencem. ao “conjunto principal” que se referem. Mais uma vez, tanto os
Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão
seus elementos da seguinte forma: a linguagem oral.
A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}. Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais
os conectivos lógicos, se assemelham a certas estruturas, são eles:
união, intersecção e diferença.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

União (∪) Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números


É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os. menores que 10 do conjunto de todos os números pares, tirando
assim os números 2; 4; 6 e 8.
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}

Fonte: autor
À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à direita
temos F-G.

Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos,


conjuntos os quais seus elementos são números (conjunto dos
números pares, conjunto dos números inteiros).

Os principais conjuntos numéricos são:

Fonte: Autor Conjunto dos números naturais - números positivos


Representação da união entre conjuntos ℕ = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)

Intersecção (∩) Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos


São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao ℤ = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …}
mesmo tempo)
Conjunto dos números racionais - números que podem ser
G = conjunto dos números pares escritos como uma fração (razão), ou seja, números com vírgulas,
F= conjunto dos números menores que 10 dízimas periódicas, números inteiros.
G ∩ F = {2; 4; 6; 8} ℚ = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …}

Conjunto dos números irracionais - números que não podem


ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em
dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …}

Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos


números racionais e dos números irracionais.
ℝ = 𝕀 ∪ ℚ

Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos


conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação
por diagrama destes conjuntos todos:

Fonte: autor
Representação da intersecção entre conjuntos

Diferença ( — )
São os elementos que um conjunto não tem em comum com
outro. Nos nossos exemplos, G — F seria pensar o que há em G que
não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há
em G?

G = conjunto dos números pares Fonte: Autor


F= conjunto dos números menores que 10 Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos
G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …} através de diagramas, fazendo ficar muito mais intuitivo as operações
F — G = {1; 3; 5; 7; 9} e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido
ao apelo visual.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para Podemos encontrar o mmc de dois números através da
contar elementos de um conjunto quando ocorre uma união: decomposição por números primos destes números. Vejamos:
A∪B=A+B-A∩B Quero encontrar o MMC entre 8 e 242:

Lemos esta expressão como o número de elementos da união


entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número de elemento de A com
o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).
Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim.
Quando somo os elementos de A com os de B, pode ser que
existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos
repetidos são justamente a intersecção. Quando a tiramos, tiramos
esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da
união entre A e B.

RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉ- Fonte: autor


TICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS. Assim, MMC(8; 242) = 968.
Notemos que estamos dividindo os valores por números
primos quando possível. Na coluna da esquerda temos os números
Nesta parte iremos ver um compilado de conteúdos que estamos dividindo até chegarmos a um (1). Enquanto isso,
relacionados a aritmética, geometria e matriz que aparecem na direita estamos dividindo por números primos. Repare que na
associados ao tema raciocínio lógico. Como estes assuntos não segunda e na terceira linha (de cima para baixo), não é possível
são o objetivo desta apostila, irão aparecer de forma simplificada, dividir 121 por 2, então copiamos o número embaixo. Por fim, após
relativamente introdutória, visando principalmente que estes não decompor o número, multiplicamos os valores. Assim, MMC(8; 242)
sejam empecilhos para quando formos resolver nossas questões. = 2 x 2 x 2 x 11 x 11 = 968.
MDC: Máximo Divisor Comum: maior número que divide
— Aritmética ambos os números
Para achar o MDC entre dois números, o jeito mais simples é
Números pares montar quais são seus divisores:
Números divisíveis por 2.
mdc(25;80) =
Números ímpares 25 = 1; 5; 25
Números não divisíveis por 2 80 = 1; 2; 4; 5; 8; 10; 20; 40; 80

Para sabermos se um número é par ou ímpar, basta vermos o O maior número que aparece em ambos é o número 5, assim,
último algarismo deste número. Se ele for 2; 4; 6; 8 ou 0, ele será o mdc(25;80)=5
par. Agora, caso seja 1; 3; 5; 7 ou 9, será ímpar.
— Média
O número 752 é par pois seu último algarismo é 2. Existem vários tipos de cálculos de média, onde vemos qual
O número 35791 é ímpar pois seu último algarismo é 1 característica queremos extrair da análise estatística, no entanto,
O número 1189784321324687411324756 é par pois seu último alguns são mais úteis para certas ocasiões do que outras.
algarismo é 6. A média mais comumente usada é a média aritmética, onde a
característica preservada é justamente a soma.
Números primos
Números que possuem apenas dois divisores, 1 e ele mesmo Na média aritmética iremos somar todos os termos e então
dividir pelo número de elementos somados.
Números primos até 101:
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, Exemplo: a média entre 5; 7; 12 e 3 será a soma destes valores:
71, 73, 79, 83, 89, 97, 1015 5 + 7 + 12 + 3 = 27

— MMC e MDC de dois ou mais números Dividido pelo número de elementos: 4


MMC: Mínimo Múltiplo Comum - menor número que está na Assim, a média será 27/4 = 6,75
tabuada de ambos os números em questão.

mmc (2;3) = 6
mmc(3;21) = 21
mmc(100;95) = 1900

5 Repare que 1 não é primo pois possui apenas um divisor, enquanto que 2 é o
único primo par, todos os demais números primos serão ímpares (mas isso não
implica que todo número ímpar é primo).
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

— Geometria Nome Volume


Formas de polígono Cubo (lado)³
Paralelepípedo base x altura x largura
Número de lados Nome Pirâmide Área da base x altura/3
3 Triângulo Cone Área da base x altura/3
4 Quadrado (se forem todos os lados iguais) Esfera 4.π.r²
Retângulo (se os lados forem dois a dois
iguais) — Matrizes
Quadrilátero (independe do tamanho dos Uma matriz é como se fosse uma tabela simplificada, apenas
lados6) considerando números.
5 Pentágono Por exemplo: a tabela a seguir diz sobre vendas em reais de
dois vendedores A e B
6 Hexágono
7 Heptágono
Vendedor/mês A B
8 Octógono
Janeiro 100 75
9 Eneágono
Fevereiro 75 80
10 Decágono
Março 85 75
11 Undecágono
12 Dodecágono Podemos transcrever esta tabela na seguinte matriz

13 Tridecágono
… …
20 Icoságono
Três conceitos importantes e centrais em geometria são o de O elemento da matriz podemos denominar de , onde
perímetro, área e volume. i seriam as linhas e j as colunas. Desta forma, nossa matriz no
exemplo acima seria uma matriz 3x2 e o elemento seria 80,
O perímetro é a soma de todos os lados de uma figura assim como o seria o 100.
geométrica.
Por exemplo, qual o perímetro de um quadrado de lado 3?
Como o quadrado tem quatro lados e todos eles são iguais, temos QUESTÕES
então que o perímetro será 3 + 3 + 3+ 3 = 4 x 3 = 12.

Já a área é quanto a figura ocupa de espaço bidimensional.


1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área
Cada figura possui uma equação específica para seu cálculo de área,
Administrativa
como vemos na tabela a seguir:
Acerca de noções de lógica, julgue o item a seguir.
Considere que P, Q, R e S sejam proposições em que Q e R pos-
Nome Área suem valores lógicos verdadeiros e P e S possuem valores lógicos
Quadrado (lado)² falsos. Nessa situação, o valor lógico da proposição (P → Q) ˄ ~ (R
˅ S) é verdadeiro.
Retângulo base x altura
( ) CERTO
Losango (Diagonal maior x diagonal menor)/2 ( ) ERRADO
Paralelogramo base x altura
2. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área
Trapézio [(Base maior x base menor) x altura] / 2 Administrativa- Acerca de noções de lógica, julgue o item a seguir.
Círculo π.raio² = πr² A proposição “Considerando-se que o réu é capixaba, é correto
afirmar que ele nasceu na cidade de Anchieta” pode ser represen-
Volume é o equivalente à área para três dimensões, ou seja, tada, corretamente, na forma P ˄ Q, sendo P a proposição “O réu é
volume é o quanto uma figura ocupa de espaço tridimensional. capixaba” e Q a proposição “Nasceu na cidade de Anchieta”
Novamente, cada figura irá possuir uma equação específica para ( ) CERTO
calcular seu respectivo volume: ( ) ERRADO
6 Note que todo quadrado é um retângulo (pois tem os lados dois a dois iguais),
mas nem todo retângulo é um quadrado. Da mesma forma, todo quadrado e
todo retângulo são quadriláteros, mas nem todo quadrilátero é um quadrado
ou retângulo.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

3. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área 6. CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia- Con-
Administrativa- Acerca de noções de lógica, julgue o item a seguir. siderando os conectivos lógicos usuais e assumindo que as letras
A sentença “Há pelo menos um desembargador que é mais ve- maiúsculas representam proposições lógicas, julgue o item seguin-
lho que todos os juízes” pode ser escrita na forma simbólica como te, relativos à lógica proposicional.
∀x ∃y (D(x) ˄ J(y) → V(x,y)), em que D(x) representa a proposição “x A negação da sentença “Se eu me alimento de forma saudá-
é desembargador”; J(y) representa a proposição “y é juiz”; e V(x,y) vel, então terei uma boa qualidade de vida no período da terceira
representa a proposição “x é mais velho que y”. idade” corresponde à sentença “Se eu não me alimento de forma
( ) CERTO saudável, então não terei uma boa qualidade de vida no período da
( ) ERRADO terceira idade”.
( ) CERTO
4. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área ( ) ERRADO
Administrativa- Acerca de noções de lógica, julgue o item a seguir.
Se todo promotor de justiça é bacharel em direito e teve de ser 7. CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEPLAN-RR - Analista de Planeja-
aprovado em concurso público específico para tal cargo, logo, Cláu- mento e Orçamento - Especialidade: Planejamento e Orçamento-
dia, que não é promotora de justiça, ou não é bacharel em direito Considerando os conectivos lógicos usuais, que as letras maiúsculas
ou não foi aprovada em concurso público específico para ocupar o representam proposições lógicas e que o símbolo ~ representa a
referido cargo. negação de uma proposição, julgue o item subsecutivo.
( ) CERTO A sentença “O monte Roraima e o monte Caburaí são exemplos
( ) ERRADO de formações geológicas decorrentes de movimentações de placas
tectônicas ocorridas há centenas de milhões de anos” pode ser re-
5.CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia - Con- presentada corretamente pela proposição lógica R → (P ˄ Q).
siderando os conectivos lógicos usuais e assumindo que as letras ( ) CERTO
maiúsculas representam proposições lógicas, julgue o item seguin- ( ) ERRADO
te, relativos à lógica proposicional.
8. CESPE / CEBRASPE - 2022 - BNB - Analista de Sistemas - De-
senvolvimento de Sistemas- P: “Não basta que juízes sejam equili-
brados nos seus votos, eles também precisam parecer equilibrados
em público”.
A respeito da proposição P, julgue o item seguinte.
A negação de “Não basta que juízes sejam equilibrados nos
seus votos” está corretamente expressa em “Basta que juízes não
sejam equilibrados nos seus votos”.
( ) CERTO
( ) ERRADO

9. CESPE / CEBRASPE - 2022 - BNB - Analista de Sistemas - De-


senvolvimento de Sistemas- P: “Não basta que juízes sejam equili-
brados nos seus votos, eles também precisam parecer equilibrados
em público”.
A respeito da proposição P, julgue o item seguinte.
Para que a proposição P seja verdadeira, é necessário que to-
das as suas proposições simples constituintes sejam verdadeiras.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Considere-se que as primeiras três colunas da tabela-verdade 10. CESPE / CEBRASPE - 2022 - BNB - Analista de Sistemas - De-
da proposição lógica (Q ˅ R) ˄ P sejam iguais a: senvolvimento de Sistemas- P: “Eu aceito o risco ou perco a chance”.
Nessa situação, a última coluna dessa tabela-verdade apresen- Acerca da proposição P, julgue o item a seguir.
ta valores V ou F, tomados de cima para baixo, na seguinte sequ- A proposição “Se não perco a chance, aceito o risco” é equiva-
ência: lente a P.
V V V F V V F F. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO

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11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - BNB - Analista de Sistemas - De- 15. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técni-
senvolvimento de Sistemas- P: “Eu aceito o risco ou perco a chance”. co Judiciário - Área Administrativa- Considere o argumento presen-
Acerca da proposição P, julgue o item a seguir. te no texto a seguir.
A proposição “Eu não aceito o risco e não perco a chance” é O Rio Xingu é conhecido por ter sereias azuis com cabelos ne-
equivalente a P. gros cacheados, pois todo rio com mais de 10 mil km de extensão
( ) CERTO cruza o estado do Pará, todos os rios que cruzam o estado do Pará
( ) ERRADO são famosos por terem sereias azuis com cabelos negros cachea-
dos, e o Rio Xingu tem 14 mil km de extensão.
12. CESPE / CEBRASPE - 2022 - INSS - Técnico do Seguro Social Com base nas informações apresentadas, assinale a opção cor-
- (GEX Guarulhos)- P: “Se me mandou mensagem, meu filho lem- reta.
brou-se de mim e quer ser lembrado por mim”. (A) Esse argumento é inválido, pois sua conclusão é falsa.
Considerando a proposição P apresentada, julgue o item se- (B) O trecho “todos os rios que cruzam o estado do Pará são fa-
guinte. mosos por terem sereias azuis com cabelos negros cacheados”
A negação da proposição “meu filho lembrou-se de mim e quer é uma proposição lógica composta.
ser lembrado por mim” pode ser expressa por meu filho não se (C) O trecho “o Rio Xingu tem 14 mil km de extensão” é a con-
lembrou de mim nem quer ser lembrado por mim. clusão desse argumento.
( ) CERTO (D) Esse argumento é inválido, pois o Rio Xingu tem extensão
( ) ERRADO menor que 3 mil km.
(E) Esse argumento possui três premissas.
13. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Escrivão de Polícia- Con-
sidere a seguinte proposição.
P : Como subestimou a inteligência dos adversários e não gos- GABARITO
tou do que viu, o candidato extravasou aflição e externou seu incô-
modo.
Considerando-se que a proposição “o candidato subestimou a 1 ERRADO
inteligência dos adversários e não gostou do que viu” seja verdadei- 2 ERRADO
ra, assinale a opção que corresponde à proposição que também é
verdadeira. 3 ERRADO
(A) Se o candidato gostou do que viu, então não subestimou a 4 CERTO
inteligência dos adversários.
5 ERRADO
(B) Se o candidato subestimou a inteligência dos adversários,
então gostou do que viu. 6 ERRADO
(C) Se o candidato não gostou do que viu, então não subesti- 7 ERRADO
mou a inteligência dos adversários.
(D) Ou o candidato subestimou a inteligência dos adversários, 8 ERRADO
ou não gostou do que viu. 9 CERTO
(E) O candidato subestimou a inteligência dos adversários se, e
10 CERTO
somente se, gostou do que viu.
11 ERRADO
14. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Escrivão de Polícia- 12 ERRADO
Considere a seguinte proposição.
P : Como subestimou a inteligência dos adversários e não gos- 13 A
tou do que viu, o candidato extravasou aflição e externou seu incô- 14 D
modo.
15 E
Assinale a opção que apresenta a negação da proposição “o
candidato subestimou a inteligência dos adversários e não gostou
do que viu”.
(A) O candidato não subestimou a inteligência dos adversários
e gostou do que viu.
(B) O candidato superestimou a inteligência dos adversários ou
gostou do que viu.
(C) O candidato não subestimou a inteligência dos adversários
e não gostou do que viu.
(D) O candidato não subestimou a inteligência dos adversários
ou gostou do que viu.
(E) O candidato não subestimou a inteligência dos adversários
ou não gostou do que viu.

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES

to de informações veiculados impede que saibamos de fato como


TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS estudar. Apostilas e livros de concursos impressos também se tor-
COMO SEGURANÇA, TRANSPORTES, POLÍTICA, ECONO- nam rapidamente desatualizados e obsoletos, pois atualidades é
MIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA, TECNO- uma disciplina que se renova a cada instante.
LOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, DESEN- O mundo da informação está cada vez mais virtual e tecnoló-
VOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECOLOGIA gico, as sociedades se informam pela internet e as compartilham
em velocidades incalculáveis. Pensando nisso, a editora prepara
mensalmente o material de atualidades de mais diversos campos
A importância do estudo de atualidades do conhecimento (tecnologia, Brasil, política, ética, meio ambien-
Dentre todas as disciplinas com as quais concurseiros e es- te, jurisdição etc.) na “Área do Cliente”.
tudantes de todo o país se preocupam, a de atualidades tem se Lá, o concurseiro encontrará um material completo de aula
tornado cada vez mais relevante. Quando pensamos em matemá- preparado com muito carinho para seu melhor aproveitamento.
tica, língua portuguesa, biologia, entre outras disciplinas, inevita- Com o material disponibilizado online, você poderá conferir e che-
velmente as colocamos em um patamar mais elevado que outras car os fatos e fontes de imediato através dos veículos de comuni-
que nos parecem menos importantes, pois de algum modo nos cação virtuais, tornando a ponte entre o estudo desta disciplina
é ensinado a hierarquizar a relevância de certos conhecimentos tão fluida e a veracidade das informações um caminho certeiro.
desde os tempos de escola.
No, entanto, atualidades é o único tema que insere o indi- ANOTAÇÕES
víduo no estudo do momento presente, seus acontecimentos,
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eventos e transformações. O conhecimento do mundo em que se
vive de modo algum deve ser visto como irrelevante no estudo ______________________________________________________
para concursos, pois permite que o indivíduo vá além do conhe-
cimento técnico e explore novas perspectivas quanto à conheci- ______________________________________________________
mento de mundo.
Em sua grande maioria, as questões de atualidades em con- ______________________________________________________
cursos são sobre fatos e acontecimentos de interesse público, mas
podem também apresentar conhecimentos específicos do meio ______________________________________________________
político, social ou econômico, sejam eles sobre música, arte, po-
lítica, economia, figuras públicas, leis etc. Seja qual for a área, as ______________________________________________________
questões de atualidades auxiliam as bancas a peneirarem os can-
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didatos e selecionarem os melhores preparados não apenas de
modo técnico. ______________________________________________________
Sendo assim, estudar atualidades é o ato de se manter cons-
tantemente informado. Os temas de atualidades em concursos ______________________________________________________
são sempre relevantes. É certo que nem todas as notícias que
você vê na televisão ou ouve no rádio aparecem nas questões, ______________________________________________________
manter-se informado, porém, sobre as principais notícias de re-
levância nacional e internacional em pauta é o caminho, pois são ______________________________________________________
debates de extrema recorrência na mídia.
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O grande desafio, nos tempos atuais, é separar o joio do trigo.
Com o grande fluxo de informações que recebemos diariamente, ______________________________________________________
é preciso filtrar com sabedoria o que de fato se está consumindo.
Por diversas vezes, os meios de comunicação (TV, internet, rádio ______________________________________________________
etc.) adaptam o formato jornalístico ou informacional para trans-
mitirem outros tipos de informação, como fofocas, vidas de ce- ______________________________________________________
lebridades, futebol, acontecimentos de novelas, que não devem
de modo algum serem inseridos como parte do estudo de atua- ______________________________________________________
lidades. Os interesses pessoais em assuntos deste cunho não são
condenáveis de modo algum, mas são triviais quanto ao estudo. ______________________________________________________
Ainda assim, mesmo que tentemos nos manter atualizados
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através de revistas e telejornais, o fluxo interminável e ininterrup-
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ATUALIDADES

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NOÇÕES DE DIREITO
ADMINISTRATIVO

NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA. CENTRA- jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos
LIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DES- estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su-
CONCENTRAÇÃO.ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi-
AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS PÚBLICAS E SO- nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia.
CIEDADES DE ECONOMIA MISTA. Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado.
Administração direta e indireta Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon- do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser-
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O que transfere e a que acolhe as atribuições.
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
administrativa de maneira centralizada. de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
maneira descentralizada. (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona- por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
de modo geral. órgão. Vejamos:
Desconcentração e Descentralização ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído ou a extinção de outros órgãos.
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. nal de Contas da União.
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra-
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- Pessoas administrativas
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, mista.
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas
entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan-
funções para as quais foram criadas de forma correta. tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco-
Pessoas políticas nomia mista.
As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons- Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado-
tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu-
Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida
Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político. pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais
Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma
se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven- legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma
çadas na Constituição Federal. exclusiva e prioritária pelo direito público.
Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos Observação importante: todas as empresas estatais, sejam
entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco-
leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado.
Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte-
rística que se encontra presente somente no âmbito da República O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida-
Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati- de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público
vos. é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
Autarquias nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
lização. reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- tuição Federal, que assim determina:
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo ção de serviços, dispondo sobre:
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- sociedade;
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
a que estão vinculadas. das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- balhistas e tributários;
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que nações, observados os princípios da Administração Pública;
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no dade dos administradores
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- Vejamos em síntese, algumas características em comum das
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo empresas públicas e das sociedades de economia mista:
Poder. • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
pregados;
Empresas Públicas • Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
Sociedades de Economia Mista constitucional;
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de bem como ao controle do Poder Legislativo;
empresas estatais. • Não estão sujeitas à falência;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
trativo no que se refere às suas atividades-meio;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

• Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os
constitucionalmente; serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por
• Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis- intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los
lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores. por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo,
Fundações e outras entidades privadas delegatárias outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior-
Identifica-se no processo de criação das fundações privadas, mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para
duas características que se encontram presentes de forma contun- que seja feita a qualificação da entidade como organização social é
dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as
e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa. Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili-
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988 zação de bens públicos e servidores públicos.
conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe- Organizações da sociedade civil de interesse público
deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado,
de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza- sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu-
ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da
das autarquias. Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência
Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun- do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com
dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos:
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi- Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em
to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
Autárquica. pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Observação importante: a autarquia é definida como serviço objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu- I – promoção da assistência social;
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
a uma finalidade específica de interesse social. histórico e artístico;
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
Vejamos como o Código Civil determina: complementar de participação das organizações de que trata esta
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) Lei;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a luntariado;
Administração Pública. VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como bate à pobreza;
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
que o foro de ambas é na Justiça Federal. e crédito;
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
Delegação Social direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
Organizações sociais XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
As organizações sociais são entidades privadas que recebem manos, da democracia e de outros valores universais;
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma neste artigo.
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com receber a qualificação. Vejamos:
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam I – as sociedades comerciais;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à de categoria profissional;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
ficação de OSs. IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

fundações; fins lucrativos.


V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar No que condizente às características das entidades que com-
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten-
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú- de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles:
de e assemelhados;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas 1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te-
mantenedoras; nham sido autorizadas por lei;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra- 2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú-
tuito e suas mantenedoras; blico (serviços sociais não exclusivos do Estado);
IX – as Organizações Sociais; 3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público;
X – as cooperativas; 4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi-
Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade nistração
e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi- 5. Pública e ao Tribunal de Contas;
cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido 6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga-
constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me- do parcialmente por normas direito público;
nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de
13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam-
o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi-
da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de reta.
Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor
acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,
deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es- seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri-
tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de
a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos, algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá-
consultorias, cooperação técnica e assessoria. veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en-
Entidades de utilidade pública tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em ser modificado de maneira parcial por normas de direito público.
seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor. ATO ADMINISTRATIVO. CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBU-
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro TOS, CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES.
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública,
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem-
Conceito
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
de interesse público (OSCIP).
“toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res-
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda-
guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da
obrigações aos administrados ou a si própria”.
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga-
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos.
declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de-
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici-
explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
ência da sociedade.
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do
atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos
regulamentos.
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es-
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que
tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade
legitimidade por órgão jurisdicional”.
civil de interesse público.
B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen-
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for-
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde
ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos-
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por Requisitos


exemplo, bem como os atos abstratos. A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei- finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda- falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo. De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
De antemão, é importante observar que, embora o exercício simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan-
da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe- do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no- legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in-
todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci- competente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú-
exclusiva do Poder Executivo. blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú- liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o
meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico Polícia Federal.
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi- o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
privado e não público. o desempenho de suas atividades.
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser A competência possui como fundamento do seu instituto a di-
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con-
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como buição de competências possibilita a organização administrativa
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
viços públicos. política, órgão ou agente.
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre- Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro- bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara- relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi- é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na-
judicial específico. cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas
Em suma, temos: penalidades.
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am- Em relação às fontes, temos as competências primária e secun-
paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo:
público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con- a) Competência primária: quando a competência é estabeleci-
trole judicial específico. da pela lei ou pela Constituição Federal.
b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
Atos de Direito Privado agente que possui competência primária.
Atos materiais
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan-
Atos políticos do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a
Contratos hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da
matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos normativos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
na combinação dos critérios da matéria e do tempo. administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
A competência possui como características: delegação e avocação legalmente admitidos.
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
vez que se trata de um poder-dever de ambos. houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta- tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos presidentes.
a crimes considerados menos graves. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo I - a edição de atos de caráter normativo;
com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa. II - a decisão de recursos administrativos;
Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter- dade.
minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a cados no meio oficial.
delegação. § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
estas normas poderão alterá-la. de exercício da atribuição delegada.
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
não tenha sido utilizada por muito tempo. autoridade delegante.
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a legado.
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
prática. leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so-
cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in- publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior. Importante ressaltar:
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi- Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie- cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
rárquica. rança ou a medida judicial.
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri- Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen-
buição da autoridade delegante, que continua competente para o to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve-
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode- Seguindo temos:
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen-
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
impedimentos legais vigentes. de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
É importante conhecer a respeito da delegação de competên- res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis- Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
pondo em seus arts. 11 a 14: gação:

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

• Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e ABUSO DE AUTORIDADE


temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado, EXCESSO DE PODER Vício de competência
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou DESVIO DE PODER Desvio de finalidade
autoridade avocante.
• Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên- Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma
cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão,
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega- a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou
ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor-
cunho de mão própria. tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi-
co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer- de ato administrativo.
cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez de finalidade pública. São elas:
que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan- a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi-
to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode co considerado de forma geral.
avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre-
competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu- visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es- ato.
tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta
competência é exclusiva dos titulares desses cargos. Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali-
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio
mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei- de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não
tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado.
com a competência do agente que o pratica que se subdivide em: A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra-
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri-
ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra- previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po- Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse de finalidade.
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa- O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. rifica em duas hipóteses. São elas:
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo de punição.
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse-
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados público.
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
Em suma, temos: Em resumo, temos:

VÍCIOS DE COMPETÊNCIA Específica ou Imediata e


FINALIDADE PÚBLICA
Em determinadas situações Geral ou Mediata
EXCESSO DE PODER
é possível a convalidação Ato praticado com finalidade
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO Ato inexistente diversa da prevista em Lei.
e
Ato válido, se houver boa-fé DESVIO DE FINALIDADE
FUNÇÃO DE FATO Ato praticado formalmente
do administrado OU DESVIO DE PODER
com finalidade prevista em Lei, po-
rém, visando a atender a fins pes-
soais de autoridade.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis- De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor-
tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas: rer nas seguintes situações:
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o a) quando o motivo é inexistente.
modo de exteriorização do ato administrativo. b) quando o motivo é falso.
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no c) quando o motivo é inadequado.
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa- É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
das no seu curso de formação. motivação. Vejamos:
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se • Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati-
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti-
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for- mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
mação do ato administrativo. • Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves- lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja de forma, e não de motivo.
escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi- processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens guinte:
verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou, Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien- indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos. I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra, pública;
considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação tatório;
não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é V - decidam recursos administrativos;
requisito primordial à validade do ato. VI - decorram de reexame de ofício;
Devemos explanar também que a motivação declarada e escri- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira, VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for- ção de ato administrativo.
ma, mas não vício de motivo. Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au- ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
elemento motivo. mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
Motivo ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que sendo admitida no direito brasileiro.
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de- A motivação dos atos administrativos
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá- gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
tica do ato. validade se os motivos declarados forem verdadeiros.

Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se Exemplo


trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
empírico da situação prevista em lei. venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis- de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi- a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
se integre à tal previsão. ser anulada.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes Atributos do Ato Administrativo
pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito
aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado. público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos
Em suma, temos: são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri-
vados.
• Motivo do ato administrativo Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
— Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
edição do ato administrativo. bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
— Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs- públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
— Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca- atos administrativos são:
racterizando o motivo de direito.
• Presunção de legitimidade
VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
Inexistente administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
Falso quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
Inadequado
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
• Teoria dos motivos determinantes com a lei, até que se prove o contrário.
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti- De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
está adequado à realidade fática”. de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
das pela administração são verdadeiras.
Objeto As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala- entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
objeto é a punição do transgressor. metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa- está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas,
drões aceitos como éticos e justos. poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos.
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir Denota-se que a principal consequência da presunção de vera-
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen- cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu-
lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen- do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica. maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para ser punido.
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de • Imperatividade
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au- impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien-
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes- te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
é tido como imoral. em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
expressa concordância.
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida-
de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem- que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran-
plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan- do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a
ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade. firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu-
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender
• Autoexecutoriedade tanto ao interesse público como ao interesse particular.
Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe-
cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de Classificação dos Atos Administrativos
meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
prévia do Poder Judiciário. à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte- motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica-
resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
rapidez e eficiência. abordagem nas provas de concursos públicos.
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto-
riedade somente é possível quando estiver expressamente previs- a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os
ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter-
adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
interesse público. uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula-
EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS mento do Imposto de Renda.

Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano • Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
Demolição de edifício em situação de risco individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será
Internação de pessoa com doença contagiosa
plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter-
Dissolução de reunião que ameace a segurança minados em si.

Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres- Exemplo:


tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por
considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato
livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti-
dos seus direitos. natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS

Tipicidade b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem


De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita ser atos vinculados e discricionários.
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo • Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis- Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com-
tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de- de imóvel.
veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos • Já os discricionários são aqueles em que a Administração
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca- Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra- com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl- conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi-
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo, nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad- • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre- ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
viamente definido na lei. usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar mentos comerciais.
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda- a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
inominados. nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

particulares. Espécies
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos. administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e
Exemplo: atos punitivos.
Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for-
ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do • Atos normativos
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos. Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es-
• Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im- miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.

Exemplo: Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po-


Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as dem ser:
devidas análises”. a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
simples, complexos e compostos. forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas Casas Legislativas.
um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór- O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti-
gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole- gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
giado. cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
• O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou Imposto de Renda”.
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. produz de imediato, efeitos concretos.
É importante não confundir ato complexo com procedimento
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com- Exemplo:
plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra- para fim de desapropriação.
ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re-
de um ato final e principal”. gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina
o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da-
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de queles do que é permitido por Lei.
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
um principal e outro acessório. admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da
Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001,
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei- que predispõe a competência privativa do Presidente da República
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen-
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte to da administração federal, quando não incorrer em aumento de
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em- despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa-
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú- • Atos ordinatórios
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis-
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare-
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e
administrativo composto”. os despachos.
Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni- c) Autorização: é detentora de características iguais às da per-
camente por particular. missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis-
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan- sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou,
to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência. ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per-
Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por missão, a autorização possui como características: o ato de consen-
Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre- timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
latos aos respectivos Ministérios.
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de- específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
terminando a instauração de processo disciplinar específico. o particular preencha devidamente os requisitos legais
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais. • Atos enunciativos
Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi- São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain-
ca. da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou-
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res- trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres,
ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú- licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
de. De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé-
Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó- cies de pareceres. São eles:
rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi- 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar, para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu- vincula a autoridade competente;
nhas. 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria-
mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
• Atos negociais opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati- responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com recer de forma motivada;
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis-
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte trativa com o dever de acatá-lo.
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
Vejamos: b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
a) Licença: possui algumas características. São elas: o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
— Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po-
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li- rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
cença; *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
como um todo; dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
— Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. situações de interesse pessoal”.

b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do- c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú- de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico. tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad- públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada, tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
bem como da utilização de bem público por particulares; Administração Pública.
— Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve- d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
niência e à oportunidade do ato administrativo; o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
— Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape- o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
nas de direito subjetivo ao ato. contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°, Extinção do ato administrativo
da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações. Diversas são as causas que causam e determinam a extinção
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de
• Atos punitivos Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in- vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be-
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi- neficiário.
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te- Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
da legalidade. ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
Podemos dividir as sanções em dois grupos: efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe- situações:
dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
lares em geral. Exemplo: multa de trânsito. Cassação
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em- É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra- continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
contratada pela Administração. sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada tuição.
espécie:
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
aos administrados. um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen- lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
sivos do exercício de atividades diversas. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
população em risco. fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si- a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo- trativo.
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi- Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé- proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a dados públicas.
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
cometido falta grave. para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as ocorreu na formação do ato.
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei-
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da Anulação
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
denominadas sanções internas. legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do
ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o
ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse-
guinte, revogá-lo, e não o anular.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen- ção que o editou.


te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos É fundamental compreender que a revogação somente pode
discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida- quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá-
de. tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma-
Poder Judiciário. neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des-
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au- feito pela revogação.
totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF:
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin-
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual-
quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos
A Administração Pública pode declarar limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di
SÚMULA 346
a nulidade dos seus próprios atos. Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
A Administração pode anular seus pró- a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná-
prios atos, quando eivados de vícios lise de conveniência e oportunidade;
que os tornam ilegais, porque deles b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
não se originam direitos; ou revogá- retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
oportunidade, respeitados os direitos transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
adquiridos, e ressalvada, em todos os após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
casos, a apreciação judicial. c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o
praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori-
dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in- deixou de ser competente para revogá-lo;
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade, d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni- votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
dade. lei;
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
provocação do interessado. novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer- f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi- adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
nistrativo havendo pedido do interessado.
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria Convalidação
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal- É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu-
de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora.
uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez
da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos
o exercício da autotutela. os efeitos.
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a anuláveis.
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
Revogação incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró- art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi-
pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per- à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
pública poderá suprimi-lo por meio da revogação. dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu- esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra- ria vigente.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru- usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis-
dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina- trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes-
das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do sadas.
princípio da segurança jurídica. Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota-
do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo,
Decadência Administrativa propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta-
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi- gem do prazo decadencial.
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que AGENTES PÚBLICOS. LEGISLAÇÃO PERTINENTE DISPOSI-
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei. ÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS. DISPOSIÇÕES DOU-
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como TRINÁRIAS. CONCEITO. ESPÉCIES. CARGO, EMPREGO E
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo FUNÇÃO PÚBLICA.
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
Conceito
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo,
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis-
concernentes à Administração Pública e seus agentes como um
posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú-
todo.
blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
A designação “agente público” tem sentido amplo e serve para
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
conceituar qualquer pessoa física exercente de função pública, de
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi-
forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou administra-
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
tiva, com investidura definitiva ou transitória.
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
Espécies (classificação)
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as ca-
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
tegorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores públicos
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
civis, militares e particulares em colaboração com o serviço público.
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
dade do ato.”
Vejamos cada classificação detalhadamente:
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai
Agentes políticos
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati-
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbên-
cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per-
cia de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos.
manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo
Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal,
que o beneficia.
estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam, os
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad-
Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder Legisla-
ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida-
tivo como Senadores, Deputados e Vereadores.
das contando com a proteção da segurança jurídica.
De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo,
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de car-
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
gos comissionados, de livre nomeação e exoneração.
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar de
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a transpare-
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
cer que os demais agentes que exercem, com alto grau de autono-
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
mia, categorias da soberania do Estado em decorrência de previsão
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
constitucional, como é o caso dos membros do Ministério Público,
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que
da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca-
dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do
Servidores Públicos Civis
Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
jurídicas da Administração Indireta em função da relação de traba-
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive,
lho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos co-
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável
fres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa
jurídicas.
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de-
Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públi-
curso do tempo.”
cos em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe
aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e
de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores pú-
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

blicos para se referir somente aos servidores públicos civis. der Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção de
De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos, os cargos, empregos e funções públicas.
servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte ma- Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não
neira: depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que mes-
mo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou veto do
Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que são leis
pelo regime estatutário. sem sanção.
Servidores ou empregados públicos: são os servidores contra-
tados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos. A despeito da criação de cargos, vejamos:
Servidores temporários: são os contratados por determinado a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
período de tempo com o objetivo de atender à necessidade tempo- desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
rária de excepcional interesse público. Exercem funções públicas, b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do
mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos por regime Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respec-
jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade federativa.] tivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação
Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os mi- de cargos para o Ministério Público.
litares eram tratados como “servidores militares”. Militares são c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha, transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios, Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pe- estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
los cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submeti- ocupado, só poderá ser extinto por lei.
dos à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis
estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve-
categoria propícia de agentes públicos. jamos:
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral, razão do regime de progressão do servidor na carreira.
são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus
com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal; licença titulares.
à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade e assis-
tência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o nascimen- Em relação às garantias e características especiais que lhe são
to até cinco anos de idade em creches e pré-escolas. conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
Ademais, os servidores militares estão submetidos por força da e comissionados. Vejamos:
Constituição Federal a determinadas regras próprias dos servidores
públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, irredutibili- Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per-
dade de vencimentos, dentre outras peculiaridades. manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es-
Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas algu- ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público.
mas vedações que constituem direito dos demais agentes públicos, Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art.
como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como da greve 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri-
e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos políti- buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma-
cos. neira temporária, em função da confiança depositada pela autori-
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende
Cargo, Emprego e Função Pública de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu
Para que haja melhor organização na Administração Pública, os ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade
servidores públicos são amparados e organizados a partir de qua- nomeante.
dros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, empre-
gos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma pessoa Emprego
jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos internos. Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito
de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que
Cargo também chamados de celetistas ou empregados públicos.
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo
8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribui- que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do
ções e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do ser-
devem ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos consi- vidor titular de cargo público é de natureza estatutária.
derar o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os
da Administração Pública a ser preenchido por um servidor público. Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas au-
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, trans- tarquias e fundações públicas de direito público, levando em conta
formados e extinguidos por força de lei. a restauração da redação originária do caput do art. 39 da CF/1988
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do Po- (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado é o esta-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência entre o re- De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse é
gime estatutário e o celetista relativo aos entes que, anteriormente de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de pro-
à concessão da medida cautelar mencionada, tenham realizado vimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a devi-
contratações e admissões no regime de emprego público. No to- da comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por meio
cante às pessoas de Direito Privado da Administração Indireta como de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° da lei
as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações 8.112/90.
públicas de direito privado, infere-se que somente é possível a exis- Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o ser-
tência de empregados públicos, nos termos legais. vidor público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para
iniciar a exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1°
Função Pública do Estatuto dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das
Função pública também é uma espécie de ocupação de agen- Fundações Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo
te público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos respeitado este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos:
existem determinadas atribuições que também são exercidas por
servidores públicos, mas no entanto, essas funções não compõem Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tor-
a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego público, nado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança,
como por exemplo, das funções exercidas por servidores contrata- se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, ob-
dos temporariamente, em razão de excepcional interesse público, servado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de
com base no art. 37, IX, da CFB/88. 10.12.97).
Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, desempe-
nhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego público. Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para
Além disso, existem funções de chefia, direção e assessoramento posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração,
para as quais o legislador não cria o cargo respectivo, já que serão tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de ser-
exercidas com exclusividade por ocupantes de cargos efetivos, nos vidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo
termos do art. 37, V, da CFB/88. a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação.
Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a
Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administra-
CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão, ção Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em
as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de dire- que pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento de-
ção, chefia e assessoramento. rivado somente será possível de ser concretizado, se o agente pro-
vier de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento
Regimente Jurídico originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra
Provimento carreira.
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo ser- Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público
vidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do qual de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento
ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo as originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira
funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa. por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma
cargos públicos em dois grupos. São eles: defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula vincu-
lante nº 43 do Supremo Tribunal Federal
Provimento originário: é ato administrativo que designa um
cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade de pro-
daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública. vimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação
O provimento originário é a única forma de nomeação reco- em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
nhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, ressal- não integra a carreira na qual anteriormente investido.
te-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público de
provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei, a or- Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
dem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque-se que o permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas característi-
momento da nomeação configura discricionariedade do adminis- cas específicas. Vejamos:
trador, na qual devem ser respeitados os prazos do concurso públi-
co, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90, devendo, por Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira ense-
conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito dos requisitos jando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais altos, na
para a ocupação do cargo. carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade e mereci-
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este mento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha ingressado,
ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas a mediante aprovação em concurso público no serviço público, bem
garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne servidor como mediante assunção de cargo escalonado em carreira.
público, o particular deverá assinar o termo de posse, se submeten- Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira
do a todas as normas estatuárias da instituição. deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a inves- forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
tidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da Lei Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
8.112/90. assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por exem-
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plo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o cargo derando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por tudo
de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que tal que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal.
situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem a
realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, tra-
abolida pela Constituição Federal de 1988. ta-se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente
ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação dis- • Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro car-
posta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor go: quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual
em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por já havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do
este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese, serviço público.
o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo, • Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação ex-
no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que sofreu posta, na situação prática apresentada anteriormente, através da
em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta limita- qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é poste-
ção mediante a apresentação de laudo laboral expedido por junta riormente reintegrado.
médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente a impos-
sibilidade de o agente se manter no exercício de suas atividades de Observação importante: A recondução não gera direito à per-
trabalho. cepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, o
Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de ven- servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a remu-
cimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido pelo neração deste cargo.
servidor em virtude da readaptação.
d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se en-
Observação importante: esta modalidade de provimento deri- contra em disponibilidade, para assumir cargo com funções com-
vado independe da existência de cargo vago na carreira, porque ain- patíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto o
da que este não exista, o servidor sempre terá direito de ser readap- cargo que antes ocupava.
tado e poderá exercer suas funções no novo cargo como excedente. Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a ex-
Caso não haja nenhum cargo na carreira, com funções compatíveis, tinção ou declaração de desnecessidade de determinado cargo pú-
o servidor poderá ser aposentado por invalidez. Para que haja rea- blico, o servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser
daptação, não há necessidade de a limitação ter ocorrido por causa demitido ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilida-
do exercício do labor ou da função. A princípio, independentemen- de. Nesses casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma
te de culpa, o servidor tem direito a ser readaptado. temporária, mantendo o vínculo com a administração pública.
Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilida-
Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servi- de, porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo
dor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções de cargo cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento
específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode ocor- será obrigatório.
rer de quatro formas. São elas:
Observação importante: o aproveitamento é obrigatório tan-
a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retor- to para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre porque
no do servidor público aposentado ao exercício do cargo público. a Administração Pública não pode deixar de executar o aproveita-
A reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, mento para nomear novos candidatos, da mesma forma que o ser-
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de vidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo a recu-
laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que sar o aproveitamento.
os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram
insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do ser- Vacância
vidor ao cargo. As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do
cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo pú-
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado de blico vago. É um fato administrativo que informa que o cargo públi-
forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos dispostos co não está provido e poderá preenchido por novo agente.
em lei, a legislação ordena que havendo interesse da Administração A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, que a aposenta-
doria tenha sido de forma voluntária, que o agente público já tives- a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado
se, antes, adquirido estabilidade quando no exercício da atividade, pela Administração Pública, o servidor público passa para a inati-
que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos anteriores à so- vidade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a
licitação e também que haja cargo vago, no momento da petição aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente ou
de reversão. por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas para
que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas seguintes
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer o maneiras:
retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anterior-
mente, em decorrência da anulação do ato de demissão. • Falecimento
Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a demis- Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do
são do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, pon- servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente inviá-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

vel a ocupação do cargo. tório e aprovado numa avaliação específica e especial de desempe-
nho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor que ocupa
• Exoneração cargo de provimento efetivo.
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser
público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dan- titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende
do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse. explicitamente da aprovação em concurso público.
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo de
Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do servi- provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. Entretan-
dor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo se to, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua permanên-
restará desfeito e o cargo vago. cia no serviço público, a estabilidade, depois de três anos de exercí-
cio, desde que seja aprovado no estágio probatório.
b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor co-
meter infração funcional, prevista em lei e será punível com a perda Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun-
do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 em for- ções
ma de sanção aplicada ao servidor que cometer. Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados,
Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que são configu- transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder
radas como condutas consideradas graves. Em determinados casos, Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, dis-
definidos pelo legislador, a demissão proporá de forma automática por sobre a criação, transformação e extinção de cargos, empregos
a indisponibilidade dos bens do servidor até que esse faça os de- e funções públicas.
vidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando de situações mais Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, o processo de
extremas, o legislador vedará por completo a o retorno do servidor criação não depende apenas de lei, mas sim de uma norma que
ao serviço público. mesmo apesar de possuir a mesma hierarquia de lei, não está na
A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo dependência de deliberação executiva com sanção ou veto do chefe
disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla do Executivo. Referidas normas, em geral, são chamadas de Reso-
defesa. luções.
Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela
c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que cargos públicos, nos termos da lei.
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada em Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria,
inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do ór- extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos, ve-
gão competente. jamos:
O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde
que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância
de outro, acopladas num só ato. Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Minis-
tério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respectivos
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de
por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir cargos para o Ministério Público.
cargo mais elevado na carreira de ingresso.
Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servi- transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
dor tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova, (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas
e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
primeiro. estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida pela decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, será ocupado, só poderá ser extinto por lei.
necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não fazen- Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve-
do o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, por jamos:
conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da lei,
processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da penali- Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
dade de demissão do servidor. podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Efetividade
A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus
que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14, titulares.
que garante a permanência no serviço público outorgada ao servi-
dor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo de Em relação às garantias e características especiais que lhe são
provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio proba- conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e comissionados. Vejamos: o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com frequ-
ência para indicar a remuneração dos servidores estatutários que
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per- não percebem subsídio.
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es- Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens pecu-
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. niárias estabelecidas em lei.
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao deter-
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- minar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, está,
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, vencimen-
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende tos e subsídios que os servidores públicos estatutários podem re-
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu ceber.
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo cita-
nomeante. do dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para o pa-
gamento ou quitação de serviços profissionais prestados em uma
Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime traba-
públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretan- lhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das Leis
to, a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados públicos
84, VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da recebem salário.
República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege,
decreto, quando estes se encontrarem vagos. para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as re-
O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, a munerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com a
consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver seme- Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis
lhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Or- que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, pode-
gânicas, também podem extinguir por decreto funções ou cargos mos resumir das seguintes formas:
públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções pú- A iniciativa é privativa do
blicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei CARGO DO PODER
Presidente da República
ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo EXECUTIVO FEDERAL
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
não se admite a edição de decreto com essa finalidade. CARGOS DA CÂMARA a iniciativa é privativa dessa Casa
DOS DEPUTADOS (CFB, art. 51, IV);
Remuneração CARGOS DO SENADO a iniciativa é privativa dessa Casa (CF,
A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art. FEDERAL art. 52, XIII);
37, a seguinte redação:
Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le-
trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados gislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, as- dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio
segurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distin- de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
ção de índices; onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais,
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse dispo- dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e
sitivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica para dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso
que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em sentido Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presiden-
amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que cada alte- te da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão
ração de remuneração de cargo público deverá ser feita através da constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é reali-
edição de lei ordinária específica para tratar desse assunto. zada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto Legislativo
do Congresso Nacional.
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 7 men- Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribu-
ciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso ordenamento nal Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral
jurídico através da EC 19/1998, que é de medida obrigatória para anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve
alguns cargos e facultativa para outros. ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, Executivo de cada Federação.
o subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acrésci- O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
mo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie remu- índices.
neração em sentido amplo. A Constituição da República em seu texto original, usava os ter-
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha usado
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mos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No entanto, Vejamos:


a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões deixaram
de existir e o texto constitucional passou a se referir aos servidores XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores militares, ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
apenas como “militares. fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Também em seu texto original e primitivo, a Constituição Fe- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
deral de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis e pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, o dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser apli- mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
cado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais como Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
espécie do gênero “servidores públicos”. Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
19/1998. tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor, este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de nal nº 41, 19.12.2003).
um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto ao
“aumento impróprio”. afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio
dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as re- nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
estruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais, políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pesso-
com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral, ais ou de qualquer outra natureza. Referente às parcelas de caráter
de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão indenizatório, estas não serão computadas para efeito de cálculo do
de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os teto remuneratório.
Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a
cada ano. Perceba que a regra do teto remuneratório também e plena-
mente aplicável às empresas públicas e às sociedades de economia
Registre-se que a remuneração do servidor público é submeti- mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da União, dos
da aos valores mínimo e máximo. Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos ser- despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF).No
vidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores entanto, se essas entidades não vierem a receber recursos públicos
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser para a quitação de despesas de custeio e de pessoal, seus empre-
inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total gados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no
da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base. art. 37, XI, da CF.
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se existen-
16. te um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a todos os Po-
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo não deres da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo este,
foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o STF, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso,
a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao forne- referente a esse teto geral, existem tetos específicos aplicáveis aos
cimento das condições materiais para a correta prestação do ser- Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
viço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, denota-se Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que a
que os militares são enquadrados em um sistema que não se con- remuneração dos servidores públicos não podem exceder o subsí-
funde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez que estes dio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode ultra-
têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE passar os limites a seguir:
570177/MG). Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema Cor- Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Es-
te editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que “não taduais e Distritais;
viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargado-
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. res do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do subsídio dos
Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é nos termos da
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto remune- Lei, aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
ratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC 41/2003. e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não integrem o Poder
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Judiciário. para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado


Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna, no do óbito.
art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a cada Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina
um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório local que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,
único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do res- sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30
pectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio dos dias.
Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem ado-
tar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de emenda Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo
às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei Orgânica do somente é devida aos servidores que, no interesse da Administra-
Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a Constituição Fe- ção, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, pará-
deral, o limite local único não deve ser aplicado aos subsídios dos grafo único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. ocorrer em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda
Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração dos de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público
agentes públicos não poder exceder o teto geral e também não passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em
pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto mu- caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção,
nicipal. não terá direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em seu REsp 1.531.494/SC).
bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder Legislati-
vo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Diárias
Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta norma tem São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em
sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo genérico, ao caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacio-
contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, que explici- nal ou para o Exterior, que também fará jus a passagens destinadas
tamente estabelece limites precisos para os tetos remuneratórios. a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, alimentação
e locomoção urbana.
Direitos e deveres As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos
Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes pú- eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se
blicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo
jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias (art. 58, § 2º).
e das fundações públicas federais, é importante explanar que além Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
do vencimento - base, a lei prevê que o servidor federal poderá re- mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
ceber vantagens pecuniárias, sendo elas: constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
Indenizações cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de despe- brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
sas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. São da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
previstos por determinação legal, os seguintes tipos de indeniza- para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
ções a serem pagas ao servidor federal: A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do ser- sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
viço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança de extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º).
domicílio em caráter permanente. Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, prazo de cinco dias.
com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do pre-
ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se visto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas em
afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo. excesso no prazo de cinco dias.
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a remune-
ração do servidor, e não pode exceder a importância corresponden- a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no
te a três meses de remuneração. exercício de serviço de interesse público realizar despesas com a
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado utilização de meio próprio de locomoção para a execução de servi-
pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo, ços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art. 60 da
passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companhei- Lei 8.112/90).
ro, não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma
segunda ajuda de custo. b) Auxílio - moradia: é o ressarcimento das despesas devida-
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as mente comprovadas e realizadas pelo servidor público com aluguel
despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem devidamen-
arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, te administrado por empresa hoteleira, no decurso do prazo de um
bagagem e bens pessoais. mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família,
por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte Para fazer jus ao recebimento do auxílio - moradia, o servidor
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deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art. ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
60-B). Vejamos: que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo-
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio - moradia ao servidor se aten- cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe-
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; habitualmente colocam em risco a sua vida.
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi- trabalho.
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, (art. 73). No entanto, somente será permitido serviço extraor-
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, dinário para atender a situações excepcionais e temporárias, res-
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela peitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74).
Lei nº 11.355, de 2006). e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en-
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que
auxílio - moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno,
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu- cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra-
par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo - Direção balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es- hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e
pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº trinta segundos (art. 75).
11.355, de 2006). f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em re- de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
lação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das
Lei nº 11.355, de 2006). férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo gem será considerada no cálculo do adicional de férias.
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
ferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
11.355, de 2006). hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
11.355, de 2006). banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o candidatos; participar da logística de preparação e de realização de
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). nação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições permanentes
e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame ves-
Gratificações tibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de esti- Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contem-
pêndio, que acopladas ao vencimento constituem a remuneração plava o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto,
do servidor público. o dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos servido-
que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas res que à época da revogação restavam munidos de direito adquiri-
aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações do à sua percepção.
e adicionais:
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as- Adicionais
sessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à saúde
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar a exposi-
em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu ção aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público, podemos
exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição será fixado por lei es- resumi-los da seguinte forma:
pecífica. a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 da que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo-
remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe-
mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento da riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de exercí- habitualmente colocam em risco a sua vida.
cio será considerada como mês integral. b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
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Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois
trabalho. dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78).
No entanto, somente será permitido serviço extraordinário Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor
para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro
limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74. período (art. 78, § 5º).
c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en- Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em comis-
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que são, terá o direito de receber indenização relativa ao período das
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno, férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata pro-
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra- porção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda de
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês
trinta segundos (art. 75). em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º).
d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e dis- Observação importante: o STJ vem aplicando de forma pacífica
ciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente de o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse em outro
solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um cargo inacumulável, sem solução de continuidade no tempo de
adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem indenizadas
férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou transfere-se para o novo cargo, ainda que este último tenha remu-
assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta- neração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min.
gem será considerada no cálculo do adicional de férias. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe 20.10.2008).
e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores
que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser goza-
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, das sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como exceção,
condições e limites fixados em regulamento (art. 71). a lei estabelece dispositivo que determina que as férias somente
poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80 da Lei
Observação importante: O direito ao adicional de insalubrida- 8112/90:
de ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos a) calamidade pública;
riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, § 2º). b) comoção interna;
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º). ma do órgão ou entidade.

Férias Licenças
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. com o tipo de licença.
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990. I - por motivo de doença em pessoa da família;
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de dois III - para o serviço militar;
períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, com IV - para atividade política;
exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. 77). V - para capacitação;
Entretanto, o servidor que opera direta em permanência constante VI - para tratar de interesses particulares;
com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, terá direi- VII - para desempenho de mandato classista;
to ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais de atividade VIII - para tratamento de saúde;
profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a acumulação IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
desses períodos (art. 79). X - Licença à Gestante (art. 207);
XI - Licença à Adotante (art. 210);
Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta XII – Licença Paternidade (art. 208).
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º). Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla-
nação:
É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão exclusiva- e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
mente discricionária da administração, que só o fará se compreen- por perícia médica oficial.
der que o pedido atende ao interesse público. § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen-
esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
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na forma do disposto no inciso II do art. 44. prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
condições: Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
remuneração do servidor; deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
neração. ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser-
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em vados os seguintes limites:
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e servidores;
II do § 2º. II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, mil) associados, 4 (quatro) servidores;
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
condições: 8 (oito) servidores.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
remuneração do servidor; cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des-
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- de que cadastradas no órgão competente.
neração. § 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a renovada, no caso de reeleição.
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em prejuízo da remuneração a que fizer jus.
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
II do § 2º. § 1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Po- § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, partir do parto.
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
exercício de atividade compatível com o seu cargo. reassumirá o exercício.
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con- § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
cífica. Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car- Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
go. meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção períodos de meia hora.
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde de licença remunerada.
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a artigo será de 30 (trinta) dias.
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se- acidentado em serviço.
guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. Observação importante: a licença-prêmio não faz mais parte
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida pela Lei
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do 9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor, encerrado
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse gozar, como prê-
para participar de curso de capacitação profissional. mio pela assiduidade de três meses de licença, com a remuneração
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao do cargo efetivo. A legislação vigente à época facultava ao servidor
servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está- gozar a licença ou contar em dobro o período da licença para efeito
gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo de aposentadoria (o que atualmente não é mais possível, já que
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo de contribuição fictí- decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto-
cio para aposentadoria). Entretanto, em análise ao caso específico ridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade a que
daqueles que adquiriram legitimamente o direito antes da supres- estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando continui-
são legal, o STJ entende pacificamente que “o servidor aposentado dade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo
tem direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada da autoridade competente e em caso de provimento do pedido de
e contada em dobro, sob pena de enriquecimento sem causa da reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à
Administração Pública” (AgRg no AREsp 270.708/RN). data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, parágrafo úni-
co da Lei 8112/90.
Concessões O prazo para interposição de recurso ou de pedido de recon-
Três são as espécies de concessão: sideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se au- interessado, da decisão recorrida (art. 108).
sentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, em
seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue; cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposen-
por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecuti- tadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e
vos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companhei- créditos resultantes das relações de trabalho; em 120 dias, nos de-
ro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda mais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
ou tutela e irmãos.
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão de Em relação à prescrição, merece também destaque:
horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor estu- Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser re-
dante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário es- levada pela administração; o pedido de reconsideração e o recurso,
colar e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário; ao quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111); o prazo de
servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessida- prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado
de por junta médica oficial, independentemente de compensação ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publi-
de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com cado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica
oficial, independentemente da compensação de horário; ao servi-
dor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito da ad-
ministração pública federal ou que participe de banca examinadora LEI Nº 8.112/1990.
de concursos, vinculado à compensação de horário a ser efetivada
no prazo de até um ano. LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servi- Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da
dor estudante que mudar de sede no interesse da administração é União, das autarquias e das fundações públicas federais.
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEM-
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, BRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527, DE 10
independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse benefí- DE DEZEMBRO DE 1997.
cio se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou
enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. 99, pará- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
grafo único).
Título I
Direito de petição Capítulo Único
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do servi- Das Disposições Preliminares
dor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de direi-
to ou interesse legítimo. Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públi-
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de cos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial,
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. e das fundações públicas federais.
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido à auto- Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente
ridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio investida em cargo público.
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsab-
(art. 105). ilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de reconsi- tidas a um servidor.
deração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou profe- Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-
rido a primeira decisão, não podendo ser renovado. sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá re- pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou
curso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de re- em comissão.
consideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente in- Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
terpostos. casos previstos em lei.
Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Título II classificação e o prazo de sua validade.


Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substi- Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-
tuição senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira
Capítulo I na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação
Do Provimento dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção I Seção III


Disposições Gerais Do Concurso Público

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo pú- Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po-
blico: dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei
I - a nacionalidade brasileira; e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
II - o gozo dos direitos políticos; inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; isenção nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº
V - a idade mínima de dezoito anos; 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)
VI - aptidão física e mental. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
outros requisitos estabelecidos em lei. § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o dire- realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Ofi-
ito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cial da União e em jornal diário de grande circulação.
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expira-
cento) das vagas oferecidas no concurso. do.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, Seção IV
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os Da Posse e do Exercício
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo,
ato da autoridade competente de cada Poder. no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi-
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados
I - nomeação; os atos de ofício previstos em lei.
II - promoção; § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pub-
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) licação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
V - readaptação; § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de pub-
VI - reversão; licação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III
VII - aproveitamento; e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,
VIII - reintegração; alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado
IX - recondução. do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Seção II § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
Da Nomeação § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 9o A nomeação far-se-á: § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto
provimento efetivo ou de carreira; ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia in-
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, speção médica oficial.
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul-
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
optar pela remuneração de um deles durante o período da interini- Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
dade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado 9.527, de 10.12.97)
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro-
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem batório, será submetida à homologação da autoridade competente
efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei
disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V
for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exon-
§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá erado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado,
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o ser- observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
vidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo le- § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quais-
gal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção,
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do ex- cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do
ercício serão registrados no assentamento individual do servidor. Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ao órgão competente os elementos necessários ao seu assenta- § 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
mento individual. concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
publicação do ato que promover o servidor. (Redação dada pela Lei outro cargo na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei nº
nº 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem
posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retoma- retomado a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº
da do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse 9.527, de 10.12.97)
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Seção V
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou Da Estabilidade
afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será conta-
do a partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos-
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (pra-
no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) zo 3 anos - vide EMC nº 19)
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res- sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito ho-
ras diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de Seção VI
17.12.91) Da Transferência
§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver Seção VII
interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Da Readaptação
10.12.97)
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de tra- Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
balho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
17.12.91) tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em in-
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo speção médica.
de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perío- § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
do de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e será aposentado.
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições af-
observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19) ins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equiva-
I - assiduidade; lência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago,
II - disciplina; o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor-
III - capacidade de iniciativa; rência de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - produtividade;
V- responsabilidade.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Seção VIII Seção X


Da Reversão Da Recondução
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta- anteriormente ocupado e decorrerá de:
do: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub- II - reintegração do anterior ocupante.
sistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art.
II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela 30.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória Seção XI
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Da Disponibilidade e do Aproveitamento
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medi-
da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili-
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de
nº 2.225-45, de 4.9.2001) atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocu-
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores pado.
à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi-
4.9.2001) nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração
45, de 4.9.2001) Pública Federal.
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo result- Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o ser-
ante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº vidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsa-
2.225-45, de 4.9.2001) bilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admin-
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será con- istração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
siderado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 10.12.97)
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o ser- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
vidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal,
de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) salvo doença comprovada por junta médica oficial.
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposenta- Capítulo II
doria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com Da Vacância
as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
4.9.2001) I - exoneração;
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proven- II - demissão;
tos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo III - promoção;
menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
2.225-45, de 4.9.2001) V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. VI - readaptação;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) VII - aposentadoria;
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de VIII - posse em outro cargo inacumulável;
4.9.2001) IX - falecimento.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple- Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do
tado 70 (setenta) anos de idade. servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
Seção IX I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
Da Reintegração II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua trans- função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis- 10.12.97)
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. I - a juízo da autoridade competente;
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará II - a pedido do próprio servidor.
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
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Capítulo III § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti-


Da Remoção e da Redistribuição dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou
entidade, o servidor estável que não for redistribuído será coloca-
Seção I do em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts.
Da Remoção 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou § 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em dis-
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de ponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão
sede. central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou en-
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se tidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº
por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 9.527, de 10.12.97)
10.12.97)
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei Capítulo IV
nº 9.527, de 10.12.97) Da Substituição
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de di-
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do in- reção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
teresse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também serv- previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou enti-
idor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos dade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente,
interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamen- impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do
to funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) les durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em de 10.12.97)
que o número de interessados for superior ao número de vagas, § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial,
em que aqueles estejam lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su-
10.12.97) periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
Seção II efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação
Da Redistribuição dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi- unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-
soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia Título III
apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes pre- Dos Direitos e Vantagens
ceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de Capítulo I
10.12.97) Do Vencimento e da Remuneração
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluí- de cargo público, com valor fixado em lei.
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, de
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexi- 2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)
dade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as final- em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
idades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº § 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou
9.527, de 10.12.97) entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu- § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou de caráter permanente, é irredutível.
entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser-
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi-
da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
9.527, de 10.12.97) § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
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salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Capítulo II


Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a Das Vantagens
título de remuneração, importância superior à soma dos valores
percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por seguintes vantagens:
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal I - indenizações;
Federal. II - gratificações;
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vanta- III - adicionais.
gens previstas nos incisos II a VII do art. 61. § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nº provento para qualquer efeito.
9.624, de 2.4.98) § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci-
Art. 44. O servidor perderá: mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrésci-
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, mos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico funda-
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. mento.
97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de
horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida Seção I
pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Das Indenizações
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. I - ajuda de custo;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - diárias;
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nen- III - transporte.
hum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide IV - auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Decreto nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I
Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento) (Regulamento) a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão
§ 1o (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022) estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355,
§ 2o (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022) de 2006)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até
30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor Subseção I
ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo Da Ajuda de Custo
máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do in-
teressado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
4.9.2001) de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao corre- exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per-
spondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. manente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Redação
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita im- dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ediatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida § 1o Correm por conta da administração as despesas de trans-
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba-
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum- gagem e bens pessoais.
primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que § 2o À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225- dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
45, de 4.9.2001) § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de re-
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, moção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36.
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo ex-
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto ceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-
prestação de alimentos resultante de decisão judicial. dança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93,
a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
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quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra- tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro-
zo de 30 (trinta) dias. mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de con-
Subseção II strução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluí-
Das Diárias do pela Lei nº 11.355, de 2006)
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Di-
as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e reção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Na-
locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação tureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes (Incluído
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o,
fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as desp- em relação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído
esas extraordinárias cobertas por diárias. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 11.355, de 2006)
9.527, de 10.12.97) VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir ex- no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
igência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in-
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar ferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou 11.355, de 2006)
microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e 11.355, de 2006)
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per- IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (In- Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)
prazo de 5 (cinco) dias. Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25%
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. pela Lei nº 11.784, de 2008
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte
Subseção III e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído
Da Indenização de Transporte pela Lei nº 11.784, de 2008
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao serv- função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem
idor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oito-
locomoção para a execução de serviços externos, por força das centos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamen- § 3o (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên-
to. cia encerrada)
§ 4o (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên-
Subseção IV cia encerrada)
Do Auxílio-Moradia Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído pela
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das Lei nº 11.355, de 2006)
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel
de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre- Seção II
sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa Das Gratificações e Adicionais
pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten- Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, grati-
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo serv- ficações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
idor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel sessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) II - gratificação natalina;
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
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IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas Subseção IV


ou penosas; Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi-
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; dades Penosas
VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias; Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em lo-
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
pela Lei nº 11.314 de 2006) vencimento do cargo efetivo.
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
Subseção I de periculosidade deverá optar por um deles.
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e § 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
Assessoramento cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) causa a sua concessão.
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de serv-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em idores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento perigosos.
em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-
exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o. (Redação em serviço não penoso e não perigoso.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominal- insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações
mente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo ex- estabelecidas em legislação específica.
ercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos serv-
provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem idores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida fixados em regulamento.
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo so- Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per-
mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos serv- manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
idores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- passem o nível máximo previsto na legislação própria.
45, de 4.9.2001) Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão
submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Subseção II
Da Gratificação Natalina Subseção V
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem- Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrésci-
bro, por mês de exercício no respectivo ano. mo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de tra-
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias balho.
será considerada como mês integral. Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
dezembro de cada ano. máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na- Subseção VI
talina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre Do Adicional Noturno
a remuneração do mês da exoneração.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál- Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen-
culo de qualquer vantagem pecuniária. dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do
dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
Subseção III cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos
Do Adicional por Tempo de Serviço e trinta segundos.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999) prevista no art. 73.

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Subseção VII o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga
Do Adicional de Férias horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na
forma do § 4o do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao serv- 2006)
idor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um § 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
terço) da remuneração do período das férias. incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei-
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di- to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
que trata este artigo.
Capítulo III
Subseção VIII Das Férias
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei nº específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei
11.314 de 2006) (Regulamento) (Vide Decreto nº 11.069, de nº 9.525, de 1997)
2022) Vigência § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvi- 12 (doze) meses de exercício.
mento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da § 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
administração pública federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) § 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, des-
II - participar de banca examinadora ou de comissão para ex- de que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da adminis-
ames orais, para análise curricular, para correção de provas discur- tração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observan-
de 2006) do-se o disposto no § 1o deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
III - participar da logística de preparação e de realização de § 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde- § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
nação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di-
atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições perma- reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
nentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de ex- Lei nº 8.216, de 13.8.91)
ame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas ativi- § 4o A indenização será calculada com base na remuneração
dades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) do mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de nº 8.216, de 13.8.91)
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Feder-
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a al quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº
natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei 9.525, de 10.12.97)
nº 11.314 de 2006) Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu-
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex- tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada qualquer hipótese a acumulação.
pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá au- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
torizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pela
da administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
2006) Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratan- zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela
do de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratan-
do de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente
será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar-
tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
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Capítulo IV Seção III


Das Licenças Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Seção I Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-
Disposições Gerais panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-
to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de man-
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: dato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
I - por motivo de doença em pessoa da família; § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuner-
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; ação.
III - para o serviço militar; § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou compan-
IV - para atividade política; heiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
10.12.97) pios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
VI - para tratar de interesses particulares; Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que
VII - para desempenho de mandato classista. para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. (Redação
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Seção IV
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) Da Licença para o Serviço Militar
§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con-
período da licença prevista no inciso I deste artigo. cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe-
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do cífica.
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
rogação. até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do
cargo.
Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Seção V
Da Licença para Atividade Política
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do pa- Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
drasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas ex- durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
pensas e conste do seu assentamento funcional, mediante compro- partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
vação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
de 2009) § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultan- assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
eamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- Seção VI
neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Da Licença para Capacitação
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (In-
cluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remu- poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
neradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada
não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
§ 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput
não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 90. (VETADO).

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Seção VII 8.270, de 17.12.91)


Da Licença para Tratar de Interesses Particulares § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas,
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es- cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em
tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das desp-
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação esas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) pela Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer § 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) § 4o Mediante autorização expressa do Presidente da Repú-
blica, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em out-
Seção VIII ro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remu- § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou serv-
neração para o desempenho de mandato em confederação, feder- idor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.
ação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato represent- (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
ativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, § 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de so-
para participar de gerência ou administração em sociedade coop- ciedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Na-
erativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a cional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento
seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II
art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observa- e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido
dos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja-
(Regulamento) mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de car-
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) go em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470,
servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) de 25.6.2002)
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta § 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com
mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos
12.998, de 2014) órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de-
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde-
8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º
§ 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) (Vide
para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, Decreto nº 5.375, de 2005)
desde que cadastradas no órgão competente. (Redação dada pela
Lei nº 12.998, de 2014) Seção II
§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
de 2014) Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se
as seguintes disposições:
Capítulo V I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
Dos Afastamentos afastado do cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
Seção I sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em out- gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
ro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Dis- b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
trito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
nº 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decreto nº 5.213, de 2004) (Vide De- para a seguridade social como se em exercício estivesse.
creto nº 9.144, de 2017) § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confi- poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-
ança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) versa daquela onde exerce o mandato.
II - em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela
Lei nº 8.270, de 17.12.91) Seção III
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou en- Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
tidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus
da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu-
ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República,
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Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supre- afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
mo Tribunal Federal. (Vide Decreto nº 1.387, de 1995) § 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre-
missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida visto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
nova ausência. forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos
§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse par- 2009)
ticular antes de decorrido período igual ao do afastamento, res- § 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou
salvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o
afastamento. deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
carreira diplomática. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de § 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação
que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto
servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Incluído pela Lei nº nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
9.527, de 10.12.97)
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo Capítulo VI
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar- Das Concessões
se-á com perda total da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de
2000) Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se
do serviço: (Redação dada pela Medida provisória nº 632, de 2013)
Seção IV I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Gradu- (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
ação Stricto Sensu no País III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
a) casamento;
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afas- Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,
tar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, § 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
de 2009) pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, re-
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, speitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e
em conformidade com a legislação vigente, os programas de capac- alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
itação e os critérios para participação em programas de pós-gradu- § 2o Também será concedido horário especial ao servidor por-
ação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão aval- tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
iados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº médica oficial, independentemente de compensação de horário.
11.907, de 2009) (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestra- § 3o As disposições constantes do § 2o são extensivas ao ser-
do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares vidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência.
de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos (Redação dada pela Lei nº 13.370, de 2016)
3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in- § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an- caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de
teriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 2007)
11.907, de 2009) Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou
pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em
de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos qualquer época, independentemente de vaga.
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com au-
da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, torização judicial.
de 2010)
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos
nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do
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Capítulo VII tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no


Do Tempo de Serviço serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Prev-
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço idência Social;
público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen- exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art.
tos e sessenta e cinco dias. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será con-
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, tado apenas para nova aposentadoria.
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em vir- § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
tude de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) Forças Armadas em operações de guerra.
I - férias; § 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis- órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
trito Federal; e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, mista e empresa pública.
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presi-
dente da República; Capítulo VIII
IV - participação em programa de treinamento regularmente Do Direito de Petição
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no
País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
11.907, de 2009) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici- Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
pal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento; tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; estiver imediatamente subordinado o requerente.
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afasta- Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
mento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden-
nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) do ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
VIII - licença: Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração
a) à gestante, à adotante e à paternidade; de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-
por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para mente, em escala ascendente, às demais autoridades.
efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autori-
11.094, de 2005) dade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsid-
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; eração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº
f) por convocação para o serviço militar; 12.300, de 2010)
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
X - participação em competição desportiva nacional ou convo- a juízo da autoridade competente.
cação para integrar representação desportiva nacional, no País ou Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon-
no exterior, conforme disposto em lei específica; sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
XI - afastamento para servir em organismo internacional de ato impugnado.
que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº Art. 110. O direito de requerer prescreve:
9.527, de 10.12.97) I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cas-
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem inter-
disponibilidade: esse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípi- II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
os e Distrito Federal; outro prazo for fixado em lei.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da
servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em perío- publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessa-
do de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) do, quando o ato não for publicado.
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- cabíveis, interrompem a prescrição.
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Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser da repartição;


relevada pela administração. VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua re-
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a sponsabilidade ou de seu subordinado;
procurador por ele constituído. VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer associação profissional ou sindical, ou a partido político;
tempo, quando eivados de ilegalidade. VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
neste Capítulo, salvo motivo de força maior. civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de out-
Título IV rem, em detrimento da dignidade da função pública;
Do Regime Disciplinar X - participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio,
Capítulo I exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação
Dos Deveres dada pela Lei nº 11.784, de 2008
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
Art. 116. São deveres do servidor: repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previ-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; denciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de
II - ser leal às instituições a que servir; cônjuge ou companheiro;
III - observar as normas legais e regulamentares; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
mente ilegais; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado es-
V - atender com presteza: trangeiro;
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XV - proceder de forma desidiosa;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; serviços ou atividades particulares;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solic-
de 2011) itado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VII - zelar pela economia do material e a conservação do pat- Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
rimônio público; deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 11.784, de 2008
IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis- I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em-
trativa; presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
X - ser assíduo e pontual ao serviço; mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
XI - tratar com urbanidade as pessoas; constituída para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de pod- Lei nº 11.784, de 2008
er. II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su- interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
sentando ampla defesa. Capítulo III
Da Acumulação
Capítulo II
Das Proibições Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve-
dada a acumulação remunerada de cargos públicos.
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
2.225-45, de 4.9.2001) e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
autorização do chefe imediato; Estados, dos Territórios e dos Municípios.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-
qualquer documento ou objeto da repartição; da à comprovação da compatibilidade de horários.
III - recusar fé a documentos públicos; § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de venci-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da ina-
e processo ou execução de serviço; tividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remuner-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto ações forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527,
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de 10.12.97) Capítulo V
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em Das Penalidades
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o,
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação Art. 127. São penalidades disciplinares:
coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - advertência;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu- II - suspensão;
neração devida pela participação em conselhos de administração III - demissão;
e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou V - destituição de cargo em comissão;
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par- VI - destituição de função comissionada.
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
legislação específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
2.225-45, de 4.9.2001) provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumu- atenuantes e os antecedentes funcionais.
lar licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencion-
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efe- ará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. (In-
tivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e
Lei nº 9.527, de 10.12.97) de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamenta-
ção ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade
Capítulo IV mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Das Responsabilidades Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidên-
cia das faltas punidas com advertência e de violação das demais
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa- proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de de-
mente pelo exercício irregular de suas atribuições. missão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o serv-
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou idor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção
a terceiros. médica determinada pela autoridade competente, cessando os
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penali-
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. dade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece- seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco)
bida. anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
venções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de efeitos retroativos.
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
função. I - crime contra a administração pública;
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão II - abandono de cargo;
cumular-se, sendo independentes entre si. III - inassiduidade habitual;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será IV - improbidade administrativa;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
fato ou sua autoria. VI - insubordinação grave em serviço;
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superi- em legítima defesa própria ou de outrem;
or ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra au- VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
toridade competente para apuração de informação concernente à IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain- cargo;
da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na-
pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) cional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
cas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere
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o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujei-
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, ta às penalidades de suspensão e de demissão.
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, go, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguin- destituição de cargo em comissão.
tes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponi-
comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultan- bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
eamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto penal cabível.
da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-ser-
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) vidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 5 (cinco) anos.
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público feder-
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos al o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingres- Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
so, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas durante o período de doze meses.
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como pro- Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
moverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada
defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº
nº 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou supe-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) rior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela Lei relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
nº 9.527, de 10.12.97) servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defe- respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
sa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automati- cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a
camente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído pela trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
Lei nº 9.527, de 10.12.97) julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas
sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Ger-
funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que al da República, quando se tratar de demissão e cassação de apo-
os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído sentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Poder, órgão, ou entidade;
§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disci- II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
plinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se
da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº tratar de destituição de cargo em comissão.
9.527, de 10.12.97) Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de-
do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
demissão. de cargo em comissão;
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
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III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o prejuízo da remuneração.
fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
às infrações disciplinares capituladas também como crime. concluído o processo.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por Capítulo III
autoridade competente. Do Processo Disciplinar
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no ex-
Título V ercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições
Do Processo Administrativo Disciplinar do cargo em que se encontre investido.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
Capítulo I composta de três servidores estáveis designados pela autoridade
Disposições Gerais competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indi-
cará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de car-
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no go efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- de 10.12.97)
gurada ao acusado ampla defesa. § 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem-
§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) bros.
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da au- § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
toridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregu- guíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
laridade, mediante competência específica para tal finalidade, del- Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independ-
egada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da ência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação
República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos do fato ou exigido pelo interesse da administração.
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões
do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competên- terão caráter reservado.
cias para o julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
nº 9.527, de 10.12.97) fases:
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do comissão;
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten- II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defe-
ticidade. sa e relatório;
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden- III - julgamento.
te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
por falta de objeto. excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra-
I - arquivamento do processo; zo, quando as circunstâncias o exigirem.
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de § 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in-
até 30 (trinta) dias; tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do
III - instauração de processo disciplinar. ponto, até a entrega do relatório final.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex- § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que
cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a deverão detalhar as deliberações adotadas.
critério da autoridade superior.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar Seção I
a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) Do Inquérito
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio
de processo disciplinar. do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a uti-
lização dos meios e recursos admitidos em direito.
Capítulo II Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
Do Afastamento Preventivo nar, como peça informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con-
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau- competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in-
radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen- dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
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Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sa-
de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, bido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e
objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos conhecido, para apresentar defesa.
fatos. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular citado, não apresentar defesa no prazo legal.
quesitos, quando se tratar de prova pericial. § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do proces-
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos con- so e devolverá o prazo para a defesa.
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum § 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instaurado-
interesse para o esclarecimento dos fatos. ra do processo designará um servidor como defensor dativo, que
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nív-
provação do fato independer de conhecimento especial de perito. el, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório
da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencion-
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex- ará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
pedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou
repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para à responsabilidade do servidor.
inquirição. § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. julgamento.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi- Seção II
mentos previstos nos arts. 157 e 158. Do Julgamento
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouv-
ido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento
sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
eles. § 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autor-
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, idade instauradora do processo, este será encaminhado à autori-
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- dade competente, que decidirá em igual prazo.
ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinqui- § 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
ri-las, por intermédio do presidente da comissão. o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do pena mais grave.
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja § 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori-
menos um médico psiquiatra. dades de que trata o inciso I do art. 141.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces- § 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au-
sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex- toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen-
pedição do laudo pericial. to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. (Incluído
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a in- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
diciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
e das respectivas provas. quando contrário às provas dos autos.
§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo pres- Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as
idente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e responsabilidade.
de 20 (vinte) dias. Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori-
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para dade que determinou a instauração do processo ou outra de hierar-
diligências reputadas indispensáveis. quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em de novo processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a § 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
assinatura de (2) duas testemunhas. processo.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a § 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo IV
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do Título IV. efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos


Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão,
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indi- que será convertida em exoneração.
viduais do servidor. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o agravamento de penalidade.
processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para in-
stauração da ação penal, ficando trasladado na repartição. Título VI
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só Da Seguridade Social do Servidor
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente,
após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca- Capítulo I
so aplicada. Disposições Gerais
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágr-
afo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o
for o caso. servidor e sua família.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: § 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja,
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na ad-
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ministração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito
ou indiciado; aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da as-
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obriga- sistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
dos a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de § 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem
missão essencial ao esclarecimento dos fatos. direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual
Seção III coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no
Da Revisão do Processo exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se-
guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei nº 10.667,
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a de 14.5.2003)
inadequação da penalidade aplicada. § 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de
do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento
do processo. mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total
será requerida pelo respectivo curador. do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computan-
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído
querente. pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos
ainda não apreciados no processo originário. servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de
ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos
onde se originou o processo disciplinar. riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes final-
providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149. idades:
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário. I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in-
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e re-
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que clusão;
arrolar. II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a III - assistência à saúde.
conclusão dos trabalhos. Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no e condições definidos em regulamento, observadas as disposições
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do desta Lei.
processo disciplinar. Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do serv-
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe- idor compreendem:
nalidade, nos termos do art. 141. I - quanto ao servidor:
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) a) aposentadoria;
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au- b) auxílio-natalidade;
toridade julgadora poderá determinar diligências. c) salário-família;
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem d) licença para tratamento de saúde;
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e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e
f) licença por acidente em serviço; declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em
g) assistência à saúde; que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ati-
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho vo.
satisfatórias; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará
II - quanto ao dependente: a partir da data da publicação do respectivo ato.
a) pensão vitalícia e temporária; § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
b) auxílio-funeral; para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte
c) auxílio-reclusão; e quatro) meses.
d) assistência à saúde. § 2o Expirado o período de licença e não estando em condições
§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e manti- de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será apo-
das pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados sentado.
os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224. § 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da li-
§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, cença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem como de prorrogação da licença.
prejuízo da ação penal cabível. § 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão con-
sideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ense-
Capítulo II jadora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei
Dos Benefícios nº 11.907, de 2009)
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para
Seção I tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con-
Da Aposentadoria vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Consti- 11.907, de 2009)
tuição) Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob-
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais servância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e em atividade.
proporcionais nos demais casos; Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores
tos proporcionais ao tempo de serviço; em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou
III - voluntariamente: reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao
(trinta) se mulher, com proventos integrais; tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especi-
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de mag- ficadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for consid-
istério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proven- erado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento
tos integrais; integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven-
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
serviço. Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na-
a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posteri- respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.
or ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa-
doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espon- do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos
diloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida
mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de
Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina serviço efetivo.
especializada.
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insalu- Seção II
bres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a Do Auxílio-Natalidade
aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o dispos-
to em lei específica. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo
§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci-
médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a in- mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
capacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im- § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei 50% (cinquenta por cento), por nascituro.
nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
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público, quando a parturiente não for servidora. hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção III Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
Do Salário-Família (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí-
cia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao ina- Lei nº 11.907, de 2009)
tivo, por dependente econômico. Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se refer-
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos irão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de
para efeito de percepção do salário-família: lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.
até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni-
quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; cas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos
judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do ina- periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (In-
tivo; cluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento).
III - a mãe e o pai sem economia própria. Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela
beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou Lei nº 12.998, de 2014)
de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposenta- I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo
doria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viv- pela Lei nº 12.998, de 2014)
erem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parce-
separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição ria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autar-
dos dependentes. quias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a 230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Previdência Social. IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contra-
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, to administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de
não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Incluído pela Lei nº
12.998, de 2014)
Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde Seção V
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
prejuízo da remuneração a que fizer jus. (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será conce- (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
dida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
de 2009) gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada § 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se partir do parto.
encontrar internado. § 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, reassumirá o exercício.
e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente pro- direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
duzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
humanos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
de 2009) balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias períodos de meia hora.
no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afasta- Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
mento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de cri-
o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia ofi- ança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
cial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas artigo será de 30 (trinta) dias.
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Seção VI inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)


Da Licença por Acidente em Serviço § 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os
incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
acidentado em serviço. § 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o in-
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental ciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI. (Redação
sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
com as atribuições do cargo exercido. § 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho medi-
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: ante declaração do servidor e desde que comprovada dependência
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo serv- econômica, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído pela
idor no exercício do cargo; Lei nº 13.135, de 2015)
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-ver- § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
sa. Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários
tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
à conta de recursos públicos. § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quan- § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
do inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública. Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos de-
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) pendentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. data: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias)
Seção VII após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em
Da Pensão até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes;
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hipó- II - do requerimento, quando requerida após o prazo previs-
teses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites to no inciso I do caput deste artigo; ou (Redação dada pela Lei nº
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Fed- 13.846, de 2019)
eral e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
dada pela Lei nº 13.846, de 2019) (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014) § 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela
(Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação
Art. 217. São beneficiários das pensões: posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de con-
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) cessão da pensão ao dependente habilitado. (Redação dada pela
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) Lei nº 13.846, de 2019)
c) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento
com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, res-
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) salvada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.846, de 2019)
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela
c) Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
III - o companheiro ou companheira que comprove união es- rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das
tável como entidade familiar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguin- em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão
tes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº § 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste
13.135, de 2015) artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajusta-
b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) mento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência) de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefíci-
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (Redação dada pela os. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Lei nº 13.846, de 2019) § 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão conces-
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do sor da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente
servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) pagos em função de nova habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.846,
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência de 2019)
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada
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pela Lei nº 13.135, de 2015) § 1o A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja


I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por
prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para aval-
servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) iação das referidas condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se compro- § 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso
vada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput,
união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de con- se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
stituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do
qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da compro-
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) vação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presum- pela Lei nº 13.135, de 2015)
ida do servidor, nos seguintes casos: § 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe- que nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano
tente; inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspond-
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer,
ou acidente não caracterizado como em serviço; poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de
ou em missão de segurança. Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acrésci-
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em mo na comparação com as idades anteriores ao referido incremen-
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos to. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, § 4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
I - o seu falecimento; referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (Incluído pela
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a Lei nº 13.135, de 2015)
concessão da pensão ao cônjuge; § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu
III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos
inválido, ou o afastamento da deficiência, em se tratando de ben- temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a
eficiário com deficiência, respeitados os períodos mínimos decor- pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do
rentes da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
artigo; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) benefício. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho § 6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata
ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) o § 1º deste artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; nos incisos I e II do caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho
VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
de 2015) § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III de microempreendedor individual, não impede a concessão ou
do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência in-
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que telectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº
o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o 13.846, de 2019)
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 § 8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários,
(dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou
de 2015) de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo serem estabelecidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846,
com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de de 2019)
vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a
anos após o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada
Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 189.
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou com-
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e panheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. (Redação
três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
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Seção VIII INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)


Do Auxílio-Funeral § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor faleci- a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que con-
do na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da stituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os
remuneração ou provento. nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação
§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo
pago somente em razão do cargo de maior remuneração. disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela
§ 2o (VETADO). Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a
por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:
houver custeado o funeral. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será in- I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de
denizado, observado o disposto no artigo anterior. serviços de assistência à saúde para os seus servidores ou emprega-
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora dos ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respec-
do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de trans- tivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por
porte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente
fundação pública. celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo
Seção IX que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão
Do Auxílio-Reclusão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas
nos seguintes valores: também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de
competente, enquanto perdurar a prisão; 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em vir- assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do
tude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não deter- órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
mine a perda de cargo. III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
direito à integralização da remuneração, desde que absolvido. § 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendi-
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia do pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
que condicional.
§ 3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será Capítulo IV
devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos depend- Do Custeio
entes do segurado recolhido à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.135,
de 2015) Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)

Capítulo III Título VII


Da Assistência à Saúde Capítulo Único
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo,
e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, od- Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
ontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta- Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, Título VIII
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, Capítulo Único
ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou Das Disposições Gerais
seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006) Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perí- oito de outubro.
cia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Ex-
médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebrará, ecutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais,
preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sis- além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
tema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos
utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
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operacionais; dade no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade


II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con- brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo
decoração e elogio. órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci- § 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo,
mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra- não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais
zo vencido em dia em que não haja expediente. Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção fi- critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante
losófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo ex-
dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem ercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
eximir-se do cumprimento de seus deveres. 10.12.97)
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos § 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na
da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações
seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes: isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substitu- no parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
to processual; § 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando consid-
final do mandato, exceto se a pedido; erados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em
em assembleia geral da categoria. anuênio.
d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº
e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do côn- licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
juge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e con- Art. 246. (VETADO).
stem do seu assentamento individual. Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao perío-
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. do de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
em caráter permanente. desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
do servidor.
Título IX Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
Capítulo Único servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-
Das Disposições Transitórias e Finais centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União
conforme regulamento próprio.
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Po- dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado-
deres da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun-
regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de
de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo.
da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo (Mantido pelo Congresso Nacional)
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto os contratados Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorroga- Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com
dos após o vencimento do prazo de prorrogação. efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente.
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re- Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
gime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
de sua publicação. disposições em contrário.
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não in- Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e
tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm 102o da República.
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas
enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou enti- LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
dades na forma da lei.
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extin- Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei n.°
tas na data da vigência desta Lei. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que “dispõe sobre o Regime
§ 4o (VETADO). Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das
§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários fundações públicas federais”.
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabili- O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:
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Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, MAU-


RO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 7° PODERES ADMINISTRATIVOS. HIERÁRQUICO, DISCIPLI-
do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes partes da Lei n° NAR, REGULAMENTAR E DE POLÍCIA. USO E ABUSO DO
8.112, de 11 de dezembro de 1990: PODER.
“Art. 87 ......................................................................................
.......................................
Poder Hierárquico
§ 1° ............................................................................................
Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
......................................
administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de seus
§ 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não gozados
órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordi-
pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em pecúnia, em
nação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia.
favor de seus beneficiários da pensão.
A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para apo-
em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de com-
sentadoria com provento integral será aposentado:
petências e a hierarquia.
I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente su-
Em decorrência da amplitude das competências e das res-
perior àquela em que se encontra posicionado;
ponsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda a
II - quando ocupante da última classe da carreira, com a remu-
função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
neração do padrão correspondente, acrescida da diferença entre
agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
esse e o padrão da classe imediatamente anterior.
dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agen-
Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, che-
tes integrantes da Administração Pública.
fia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por perío-
Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de ma-
do de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos interpolados,
neira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
poderá aposentar-se com a gratificação da função ou remuneração
em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se
do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um
encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir ordens
período mínimo de 2 (dois) anos.
e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor-
§ 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de
dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o
maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será in-
dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o imedia-
corporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em
to superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os
comissão imediatamente inferior dentre os exercidos.
atos dos agentes subordinados.
§ 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado
previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata o art.
não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
62, ressalvado o direito de opção.
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII,
Art. 231. ....................................................................................
da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional de re-
.......................................
presentar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegali-
§ 1° ............................................................................................
dade, omissão ou abuso de poder.
......................................
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das mani-
§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral
festações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir a
do Tesouro Nacional.
outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos
Art. 240. ....................................................................................
atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely Lopes
.......................................
Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algu-
a) ...............................................................................................
mas regras, sendo elas:
......................................
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Po-
b) ...............................................................................................
der a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto da
......................................
Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que
c) ...............................................................................................
ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a dele-
......................................
gar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
d) de negociação coletiva;
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exem-
e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça
plos: o veto e a sanção de lei;
do Trabalho, nos termos da Constituição Federal.
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determina-
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
da autoridade, não podem ser delegadas;
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado-
D) O subordinado não pode recusar a delegação;
ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun-
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida
cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de
autorização do delegante.
1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositi-
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da dele-
vo.”
gação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece os
ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguin-
tes regras relacionadas a esse assunto:
• A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser
delegada se não houver impedimento legal;
• A delegação de competência é sempre exercida de forma par-
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cial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular não cionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder
detém o poder de delegar todas as suas atribuições; hierárquico.
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes do
e agentes não subordinados à hierarquia. Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas fun-
Não podem ser objeto de delegação: ções típicas constitucionais. No entanto, os membros dos Poderes
• A edição de atos de caráter normativo; Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação de hie-
• A decisão de recursos administrativos; rarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou adminis-
• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida- trativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é legalmente
de; obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no
julgamento de um processo de sua competência, porém, encontra-
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revo- -se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela autorida-
gação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da lei. de quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos
Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os po- serviços administrativos da sua Vara.
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação
os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabível não se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordi-
à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição nação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da
delegada. mesma pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de super-
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela visão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém so-
autoridade delegante como forma de transferência não definitiva bre as entidades da Administração Indireta.
de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, men- Esquematizando, temos:
cionar de forma clara esta qualidade, que deverá ser considerada
como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedi-
mento contrário ao da delegação de competência, vindo a ocor-
rer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções
que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina, a norma
geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses
casos, a competência a ser avocada não poderá ser privativa do ór-
gão subordinado.
Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do
órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e tem-
porário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e im-
preterivelmente justificados.
O superior também pode rever os atos dos seus subordinados, Poder conferido à autoridade admi-
como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los, nistrativa para distribuir e dirimir funções
convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do PODER em escala de seus órgãos, que estabelece
interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato adminis- HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordina-
trativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato vi- ção entre os servidores que estiverem sob
ciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se a sua hierarquia.
que pode ocorrer de duas formas:
a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato A edição de atos de caráter normativo
válido se tornar inconveniente ou inoportuna; NÃO PODEM SER
A decisão de recursos administrativos
b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios. OBJETO
No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre po- DE DELEGAÇÃO As matérias de competência exclusiva
derá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos do órgão ou autoridade
atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a Por revogação: quando a manutenção
revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se DESFAZIMENTO do ato válido se tornar inconveniente ou
tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver DO ATO inoportuna
sido criado o direito subjetivo para o particular. ADMINISTRATIVO Por anulação: quando o ator apresen-
tar vícios
Observação importante: “revisão” do ato administrativo não
se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A revisão de
Poder Disciplinar
ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de
relação à manutenção ou não de ato que foi praticado por seu su-
autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades aos
bordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárqui-
servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à discipli-
co. Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do
na administrativa em decorrência de determinado vínculo específi-
ato administrativo é realizada pela própria autoridade que confec-
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co. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente que Poder Disciplinar
possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importan- • Apura infrações e aplica penalidades;
do que esse vínculo seja de natureza funcional ou contratual. • Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é preciso que possua vínculo funcional com a administração;
decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de distri- • A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
buição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mes- processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao
ma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico determinar o contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que
cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordinado, seja aplicada a penalidade disciplinar cabível;
o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determi- • Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
nações do seu superior ou descumprindo o dever funcional, o seu sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto fun-
cional. Poder regulamentar
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o Po- o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do Po-
der Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços der Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe relação de destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto para e eficaz execução.
a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárqui- A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão po-
co, mas sim o princípio da supremacia do interesse público sobre der regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, asseme-
o particular. lhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expres-
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e são somente para se referirem à faculdade de editar regulamentos
punir crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com
instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstra-
somente àqueles que possuem vínculo específico com a Adminis- tos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resoluções,
tração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido so- portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há
mente sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. ainda uma corrente que entende essas providências gerais e abs-
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não tratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar, de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deve- poder normativo.
rão ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtor- No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece
nos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o adminis- utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à
trado é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para editar
do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder normati-
funcional ou contratual com a Administração. vo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de
Em suma, temos: autoridades da Administração Direta e Indireta, como por exemplo,
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem vín- Registra-se que os regulamentos são publicados através de
culo específico com a Administração Pública. decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser
do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda,
às regulamentações de polícia administrativa. a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder ge- última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de
ral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem determinado nome a um prédio público.
crimes ou contravenções penais. Em razão de os regulamentos serem editados sob forma con-
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o dizente de decreto, é comum serem chamados de decretos regu-
poder disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação lamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução.
deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferen-
como um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina adminis- tes:
trativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será A) Regulamento executivo;
aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a B) Regulamento independente ou autônomo;
aplicação da pena é ato vinculado. Quando existente, a discriciona- c) Regulamento autorizado.
riedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das Vejamos a composição de cada em deles:
sanções legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito adminis-
trativo não é predominável o princípio da pena específica que se re- Regulamento Executivo
fere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições
e da exata sanção cabível. suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por um re-
Em resumo, temos: gulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer
lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, até mes-
mo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para isso,
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suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente designou que para o efeito de promoção, seria considerado satisfa-
detalhar a sua execução. tório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas em ato
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sen- do dirigente máximo do órgão.
do geral pelo fato de não possuir destinatários determinados ou Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente
determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o estabe-
situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre hipóteses lecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente
que, se e no momento em que forem verificadas no mundo con- à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores para o
creto, passarão a gerar as consequências abstratamente previstas. efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da
Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo regulamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade ad-
material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto for- ministrativa referente ao percentual considerado satisfatório para
mal. o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes uniformizado.
funções. São elas: Embora exista uma enorme importância em termos de pratici-
dade, denota-se que os regulamentos de execução gozam de hie-
1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa rarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica,
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quan- criando direitos ou obrigações, nem contrariando, ampliando ou
do a lei confere ao agente público determinada quantidade de li- restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo,
berdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e atos normativos considerados secundários que são editados pelo
margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a execução dos atos
de um regulamento executivo que estipula regras de observância normativos primários elaborados pelas leis.
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à
proceder no fiel cumprimento da lei. lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso Na-
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exer- cional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâme-
cício da discricionariedade administrativa, o Chefe do Poder Exe- tros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto
cutivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do Exe-
autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o espaço para cutivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
a discussão de casos e fatos sem importância para a administração Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações,
pública. uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer
em função de o Presidente da República entender que o projeto
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria
É interpretada no contexto da primeira, posto que o regula- o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
mento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente cum- o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por
prida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre jurídico.
que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei aplicada. Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a
Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na car- sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário ao inte-
reira de Policial Rodoviário Federal. resse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmen-
9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidu- te cumprida. Destarte, se o Parlamento entende que o decreto edi-
ra no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão tado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse públi-
único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por co, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento.
pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao
subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º. controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser
para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto, reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder
o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que Executivo no exercício da autotutela.
abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos
servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base Regulamento independente ou autônomo
em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, tam-
privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de regula- bém adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento exe-
mentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio cutivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo
estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. 10, pará- o poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma
grafo único da Lei 8.112/1990. lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e
8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos e es- diretamente da Constituição.
tabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviá- A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a fi-
rios Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de “resultado gura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com
satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente
para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma, inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88.
a expressão “resultado satisfatório” também é eivada de subjetivi- Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutri-
dade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar na é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo
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que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispo- essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
sitivo constitucional, que estabelece a competência do Presidente com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser ob-
da República para dispor, mediante decreto, sobre organização e jeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da
funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar República e ao Advogado
em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único
públicos. do art. 84 da Constituição Federal.
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o Presi- Regulamento autorizado ou delegado
dente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públi- Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento
cos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Cuida-se apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também men-
de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo ciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou dele-
das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia gado.
das normas, se um instituto jurídico for criado por intermédio de De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário
determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de
veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de superior forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo,
hierarquia. aos órgãos administrativos.
Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos pa- Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades
râmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia extingui- técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja
-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a dou-
de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado permitiu trina maior tem aceitado que as competências para regular deter-
que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto. minadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da
nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo fato de tal de- deslegalização, por meio do qual a normatização sai da esfera da lei
creto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando para a esfera do regulamento autorizado.
determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limita-
concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar. do somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade,
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas téc-
executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, desta- nicas não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expres-
ca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, en- sa determinação legal.
contra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que justifica Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um decreto confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto é inconsti- aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
tucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução por-
agressão direta à Constituição, a lei, com certeza pode ser conside- que, embora seja um ato normativo secundário que retira sua força
rada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta. Agora, jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao contrá-
em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma rio do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas
primária, vindo a fundamentar-se no próprio texto constitucional, a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regu-
de 1988, legitimando desta maneira, a instauração de processo de lamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo disso
controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos citar a lição é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista
do Supremo Tribunal Federal: que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo fato de
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição, Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa de-
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso terminação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tri- venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limi-
bunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucio- tes da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm
nalidade reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas,
em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de como por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agên-
opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou cias reguladoras.
isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle
difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucio- Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
nalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adá- fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
gio: ‘muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387- os regulamentos administrativos ou de organização.
0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio). Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam
Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que
que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a de- passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece
legação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos
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regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que es- tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação
tes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que em vigor, desde que devidamente contados da constituição defini-
se relacionam aos particulares que possuem um vínculo específico tiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua
com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços redação incluída pela Lei 11.941/2009.
públicos ou que possuem um contrato com a Administração. Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibi-
De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece lidade de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no
destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos, curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a fi-
é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à car paralisado por mais de três anos, desde que pendente de des-
liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação especí- pacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados
fica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que
grau de discricionariedade em relação aos regulamentos adminis- haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorren-
trativos. te da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º.
Esquematicamente, temos: Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso
ESPÉCIES DE Regulamentos jurídicos ou normativos das seguintes hipóteses:
REGULAMENTO A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por
QUANTO AOS Regulamentos administrativos ou de meio de edital;
DESTINATÁRIOS organização B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do
fato; pela decisão condenatória recorrível;
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
Poder de Polícia
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
Administração Pública Federal.
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em
de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o inte-
determinadas situações específicas, quando o interessado inter-
resse público.
romper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão
do prazo prescricional para aplicação das sanções de polícia, nos
Limites
parâmetros do art. 3.º.
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está
9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos
processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do
fins, aos motivos ou ao objeto.
art. 5.º.
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de po-
lícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação de pro-
Atributos
porcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de
medida de polícia não poderá ir além do necessário com o fito de
polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilida-
atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exem-
de. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características
plo, a hipótese de um estabelecimento comercial que somente pos-
estão presentes de forma simultânea em todos os atos de polícia.
suía licença do poder público para atuar como revenda de roupas,
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atri-
mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura.
buto:
Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, viessem a in-
terditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria
Discricionariedade
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade,
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em re-
seria suficiente somente interditar a parte da revenda de roupas.
lação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de polí-
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que este-
cia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia
jam eivados de vícios de legalidade ou que se demostrem despro-
seja a regra, em determinadas situações o exercício do poder de
porcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judici-
polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a autori-
ário por meio do controle judicial, ou, pela própria administração
dade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
no exercício da autotutela.
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, compare-
mos os atos de concessão de alvará de licença e de autorização,
Prescrição
respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, de-
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Fe-
preende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não
deral, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação pu-
poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os
nitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia,
requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso
desde que contados da data da prática do ato ou, em se tratando de
ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para
infração de forma permanente ou continuada, do dia em que tiver
exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Re-
cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da
ferente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
Administração também for considerado crime, a prescrição deverá
atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou
se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º.
não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza dis-
Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação
cricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade
de execução da administração pública federal relativa a crédito não
da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

autorização para porte de arma, bem como para a produção de ma- tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indisso-
terial bélico. ciável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoe-
xecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
Autoexecutoriedade Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida
Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da auto- como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
executoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do
e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.
intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comer-
cial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público Poder de polícia originário e poder de polícia delegado
poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é
desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo
tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo como fundamento a própria repartição de competências materiais
excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
para fazer cessar o ato de polícia abusivo. Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz
Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito pú-
são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma blico da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser
que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sen- feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder
do elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo de polícia originário.
não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de Como uma das mais claras manifestações do princípio segun-
urgência que demande a execução direta da medida. O que infere do o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato de po- exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações
lícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exem- e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilida-
plo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade, como de envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara ma-
o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse nifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão pre-
caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o sentes características ínsitas ao regime jurídico de direito público,
mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo ne- o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de
cessário que promova a execução judicial da dívida. delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado,
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em Esquematizando, temos:
dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a execu-
toriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibili- ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
dade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões
DISCRICIONARIEDADE AUTOEXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE
executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a
concordância destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade Liberdade de Faculdade de a
de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a escolha da autori- Administração deci- Faz com que
necessidade de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando dade pública em dir e executar dire- o ato seja imposto
for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como relação à conveni- tamente sua decisão ao particular, con-
exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de ência e oportunida- por seus próprios cordando este, ou
desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar de do exercício do meios, sem interven- não.
que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não poder de polícia. ção do Judiciário.
sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder
de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executoriedade). Uso e abuso de poder
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece
a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilida- desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em
de de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as mul- atendimento à consecução dos fins públicos.
tas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder,
meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para
da apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se
da demolição de prédio. que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocor-
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente re tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa
em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade, que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por
que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou meio do qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
em situações de urgência. Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:

Coercibilidade • Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a au-


É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja toridade atua extrapolando os limites da sua competência.
imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos, • Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a
o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
consignado à dependência da concordância do particular para que rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ao interesse público como um todo. A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor
Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder público, representando, desta forma, uma garantia aos administra-
pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por dos contra as condutas abusivas do Estado.
intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle ju- No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega-
dicial. lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento
licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se
que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú-
LICITAÇÃO. PRINCÍPIOS. CONTRATAÇÃO DIRETA: DISPEN- blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado
SA E INEXIGIBILIDADE. MODALIDADES. TIPOS. PROCEDI- na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso
MENTO. venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
ou judicial.
LICITAÇÕES
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual-
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de-
Princípios
corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con-
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos
de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei-
termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.
ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão
Princípio da impessoalidade
continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que
Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos
impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra-
com a aplicação da nova Lei.
ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº.
estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no
quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº.
princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art.
administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob-
5º, da seguinte forma:
servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios
do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa,
do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi-
Princípios da moralidade e da probidade administrativa
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as
A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei
da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética,
que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes
à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se
licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina-
rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu-
ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
cional da isonomia.
tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não
dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou-
o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma
os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
expressa no texto legal.
constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade
Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do
administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa
art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992.
desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
Princípio da Publicidade
qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu-
de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento
serviços nacionais.
do que os administradores estão realizando, e também de manei-
ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se
Princípio da legalidade
tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da
A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de
Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e
juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório.
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in- ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem
terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co-
(Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine). operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên-
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici- cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de
dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela “qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên- específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a
cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior 12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991.
número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância
valor do contrato dispensa maior divulgação. “ restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou
Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for- relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru-
necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver- mento de convocação do certame.
bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua-
obediência ao princípio da publicidade. litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi-
guais, na medida de suas desigualdades.
Princípio da eficiência do interesse público
Trata-se de um dos princípios norteadores da administração Princípio do Planejamento
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili- A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o
da segurança jurídica e do interesse público. dever legal do planejamento como um todo.
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen-
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que licitação e também toda a contratação pública de forma adequada
haja melhor organização e estruturação advinda da administração e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de
pública. forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme- princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a todo.
atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla-
jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a
devem atuar de forma acoplada e não sobreposta. ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res-
Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta- ponsabilidade do agente público.
josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao
cuidar da Administração Pública. Princípio da transparência
O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
Princípio da Probidade Administrativa aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro- imparcialidade, eficiência, dentre outros.
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici-
pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções
Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans-
comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio
em conformidade com a ética e os bons costumes. da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida-
Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí- de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos. atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito de forma transparente.
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida- O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor-
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição
8.429/1992. Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da
Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
Princípio da igualdade jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085,
Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009).
a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan-
tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual- Princípio da eficácia
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação, Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for-
todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe, ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por
ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado
propostas. dentro da legalidade.
Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido
8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir, ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien- Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre-
te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e,
maneira conjunta e não sobrepostas. por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros.

Princípio da segregação de funções Princípio da razoabilidade


Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar Trata-se de um princípio de grande importância para o contro-
falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto
poder e criando independência para as funções de execução opera- que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos
cional, custódia física, bem como de contabilização requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao
Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina- trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí-
da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun- nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im-
ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que
venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a
controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização razão administrativa como um todo.
de uma verificação cruzada. Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco-
O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput, com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida.
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle
Interno do Ministério da Fazenda. Princípio da competitividade
O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
Princípio da motivação vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
O princípio da motivação predispõe que a administração no de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei-
a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que
haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos
sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi-
levaram o agente público a proceder daquele modo. dade na licitação.
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin-
Princípio da vinculação ao edital gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta
Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi- poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro-
dade das determinações de habilidades, que possui o condão de cesso licitatório.
impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é
que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con-
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade. tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada
estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a
que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas Administração Pública, como também a observância do princípio
entidades. constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá-
Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se rio).
a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro- Princípio da proporcionalidade
moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le- da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades
galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi- determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou
cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí- no âmbito dos direitos fundamentais.
pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer
proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório, Princípio da celeridade
sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje- Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside-
to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal. rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o
princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro-
Princípio do julgamento objetivo cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi-
O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató- possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão.
rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório,
para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de
forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas.
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Princípio da economicidade Princípio do formalismo


Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo
vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces- com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o
sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro-
coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona- cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati-
do ao princípio da moralidade e da eficiência. vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração
Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade, Pública”.
entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida-
de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco- Princípio do sigilo das propostas
nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante-
sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho, cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas
1998, p.66). pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43,
§ 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro-
Princípio da licitação sustentável postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten- a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de-
tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das
que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2
preservação do meio ambiente”. (dois) a 3 (três) anos, e multa;
Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido
na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
do desenvolvimento nacional sustentável. mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi- nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser- Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal. rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de- Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º: possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
lidos gerados pelas obras contratadas; teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental, ridade Insanável.
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova- Princípio da competitividade
damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais; É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
urbanística; nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio
E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
reto causado pelas obras contratadas; blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
mobilidade reduzida. o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-
rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
Princípios correlatos ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
Além dos princípios anteriores determinados pela Lei circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e
também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” .
quais se destacamos: Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten-
de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como
Princípio da obrigatoriedade manifestação do princípio da indistinção.
Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto
no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas
as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
locações da Administração Pública, quando forem contratadas por te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório, por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente. teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da
Lei 8.666/1993.

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Competência Legislativa seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de
A União é munida de competência privativa para legislar sobre ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e
normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi- 3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de-
Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII, sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se
da CFB/1988. encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita- vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações.
das pela União são de observância obrigatória por todos os entes
federados, competindo a estes, editar normas específicas que são Dispensa e inexigibilidade
aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple- Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la. inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li- as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por-
citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta- tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das
propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos. Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. em especial nos casos de:
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú- contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que empresa ou representante comercial exclusivos;
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com- crítica especializada ou pela opinião pública;
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis- III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
tração pública. de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e serviços de publicidade e divulgação:
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba- tos executivos;
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam ou tributárias;
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti- viços;
cos da administração direta, autárquica e fundacional. e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui- f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi- h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde- de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I. IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em- credenciamento;
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen- V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga- talações e de localização tornem necessária sua escolha.
ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu-
a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu-
não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias. sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser- serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais ainda, pelas entidades equivalentes.
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme- Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02. pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.
nº. 14.133/2.021: Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula- especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32, de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
IV, da Lei nº 13.303/16; publicidade e divulgação.
2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na
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Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de Menor preço


forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é
competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási-
ser adotado. co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe- entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante
cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que atenda a todos os requisitos estipulados no edital.
se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e
singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape-
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade, nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina
relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin- por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
do demandar a contratação de prestador com a devida e notória a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
especialização. trabalho de qualidade.
Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no Maior desconto
âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante- Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de
riormente como estudos, experiências, publicações, organização, maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá-
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da
trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto Administração Pública é extremamente essencial para que os pro-
do contrato. ponentes venham a oferecer seus descontos.
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de Denota-se que o texto de lei determina que a administração li-
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata- orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto
ção de serviços de advocacia e também de contabilidade. para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada grande importância para a administração Pública, tendo em vista
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife- instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que
procedimento. a Administração admite.
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande Melhor técnica ou conteúdo artístico
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce- em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques-
der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es-
razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen- pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços
sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por
doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi-
Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou-
Administração já determinou previamente para qual órgão ou en- tros pertinentes à matéria.
tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de
realização do certame licitatório. Técnica e preço
Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
Critérios de Julgamento tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis- concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe-
tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac- cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu-
terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe- para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para ordem.
a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des-
conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior Maior lance (leilão)
lance (leilão), maior retorno econômico. Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon-
Vejamos: tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
próximos tópicos.

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Maior retorno econômico Concurso


Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida- Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade
des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico,
um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita-
uma espécie de contrato de eficiência. ções:
Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações: Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação em edital, que indicará:
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento I - a qualificação exigida dos participantes;
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra- III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser
tado com base em percentual da economia gerada; concedida ao vencedor.
Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma- oportunidade das autoridades competentes.
quina pública.
Leilão
Modalidades Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá
ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto-
De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Lici- ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento
tações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro
preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia-
com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: con- mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul-
corrência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo. gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo, utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei
pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos serem leiloados
as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de
para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase
a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo
após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica- licitante vencedor, na forma definida no edital.
ção da nova Lei.
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se
Concorrência que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior
Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na de avaliação do bem.
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi- A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme
seu objeto. os ditames da legislação pertinente.
Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos
de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon- por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não
tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve-
forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da Pregão
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida- Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
de, jamais o contrário. -se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con- designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns.
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas
a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in- formas eletrônica e presencial.
termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge- 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05.
prazos mais extensos de publicidade do certame. Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de
processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras
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diferentes que serão adotadas pelo Poder Público. alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para que para os seguintes aspectos:
contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto a) a solução técnica mais adequada;
5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe- b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
rencial. nida;
Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici- c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.
par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos
quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia- Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis-
mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos
como os documentos pertinentes. autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con-
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin- tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades
do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta
A classificação a respeito das formas de pregão está também mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego- para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele-
da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo mentos necessários para a realização do projeto.
ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas. Habilitação, Julgamento e recursos
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em Habilitação
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici-
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema, tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
carta convite. e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci-
Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da dade do licitante de realizar o objeto da licitação.
licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse- Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor. renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são aceitação de balanço de abertura.
lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer- No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste- para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
ma, até que esta fase venha a se encerrar. para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de- mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi-
verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital
vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre- e devidamente justificados no processo de licitação.
denciamento. De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha-
No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação, bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex-
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se
participantes, para evitar conluio. o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das
A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ- empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos.
metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita-
da Sessão. ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis- por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
conter as exposições com a motivação da interposição. contratada.
Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
Diálogo competitivo exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali- nal. Vejamos:
dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi- Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
nistração: sional e técnico-operacional será restrita a:
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
ções em que a Administração: conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
a) inovação tecnológica ou técnica; viço de características semelhantes, para fins de contratação;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
com precisão suficiente pela Administração; plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
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art. 88 desta Lei; Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi-


III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório,
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da embora não seja livre.
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho-
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou
cial, quando for o caso; administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes.
quando for o caso; Considera-se que a homologação do processo de licitação re-
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri- (1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor-
gações objeto da licitação. dante e envolve adesão integral à proposta recebida.”
Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi-
Julgamento nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con-
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações trato.
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob Registro de preços
os seguintes critérios: Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra
1. Menor preço; apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco-
2. Maior desconto; mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico; de licitação de forma específica para cada uma destas contratações.
4. Técnica e preço; Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
5. Maior lance, no caso de leilão; mais órgãos pertencentes à Administração.
6. Maior retorno econômico. De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor-
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela-
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de
de eficiência de forma geral. tais bens vir a perecer ou deteriorar.
Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço Lictações que regem o sistema de registro de preços:
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
trouxer um maior retorno econômico. as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
Recursos quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor- II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em no caso de serviços, de unidades de medida;
face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta- III - a possibilidade de prever preços diferentes:
dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife-
deverá acontecer em apenas uma etapa. rentes;
Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul- b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do
manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi- lote;
no de cada sessão, sob pena de preclusão d) por outros motivos justificados no processo;
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre- IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in- nos limites dela;
tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
das propostas. preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
mercado;
Adjudicação e homologação VI - as condições para alteração de preços registrados;
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira a ordem de classificação;
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
a execução. de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
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no edital; tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de


IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços interesse público, impõe-se a aplicação da revogação.
e suas consequências Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a
itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia- anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder
bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital. rio e à ampla defesa”.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des-
a contratação posterior de item específico constante de grupo de fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua e a ampla defesa.
vantagem para o órgão ou entidade. Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di-
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato
apenas nas seguintes situações: de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
entidade não tiver registro de demandas anteriores; nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
II - no caso de alimento perecível; julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento 8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
de bens. homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação procedimento de licitação tiver sido concluído.
de outro órgão ou entidade na ata. Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
engenharia, observadas as seguintes condições: tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado; ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
gulamento; fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; os motivos de não prosseguir com o processo licitatório.
IV - atualização periódica dos preços registrados;
V - definição do período de validade do registro de preços; Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro-
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei- cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021
tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence- • Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17,
dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação
que mantiver sua proposta original. para todos os procedimentos licitatórios.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu- • Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação
lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen- seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato
sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da
serviços por mais de um órgão ou entidade. obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo.
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro- • O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste-
misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri- ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade,
gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita- segurança e isonomia para as licitações de forma geral.
ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente • A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de
motivada. Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de • Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que sejam eles federais, estaduais ou municipais.
comprovado o preço vantajoso. • Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de-
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali-
posições nela contidas. dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
• Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
Revogação e anulação da licitação a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce- de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a • São atos da Administração Pública antes de formalizar ou
possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal
se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas
impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer- e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP).
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• A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe- indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa jurídi-
nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có- ca da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador encon-
digo Penal de 1.940: tra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser controlada.
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia, pois
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores controlar
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em resumo, o
Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação controle interno que venha a depender da existência de hierarquia
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu- entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas chefias so-
ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: bre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de controle in-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. terno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as atribuições,
não dependendo de hierarquia para o exercício de suas prerroga-
Perturbação de processo licitatório tivas.
• Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo • Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutu-
IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua- ra do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs- as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
PNCP. Controle Judicial
Registremos, a princípio, que o controle judicial da Administra-
ção Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder Judiciário, quan-
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONTROLE do em exercício de função jurisdicional, sobre os atos administra-
EXERCIDO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONTROLE tivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio Poder
JUDICIAL. 6.3 CONTROLE LEGISLATIVO. Judiciário. O controle judicial é aquele por meio do qual, o Poder
Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, aprecia a juridicida-
de que engloba a regularidade, a legalidade e a constitucionalidade
Controle exercido pela Administração Pública (controle interno)
da conduta administrativa.
A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes
Denota-se que o controle externo da Administração por meio
possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo
do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição
certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os direi-
Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle,
tos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Poder
como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado
tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja sujei-
de injunção e o habeas data.
ta a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo.
O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade de
Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria
jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de juris-
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos
dição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judiciário
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando
possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir que
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles
somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido pró-
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob vi-
prio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem modi-
gilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem ser
ficadas.
vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu veto
Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida pela
derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não concor-
Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo en-
dando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a entender
contram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder de incumbir
É importante registrar que o fundamento da adoção do siste-
a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir o conflito,
ma de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se encontra
como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da Repúbli-
inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual ficou es-
ca. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), que são
tabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente da Repú-
lesão ou ameaça a direito”.
blica, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das Casas do
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sistema
Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma espécie de
de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrati-
controle prévio.
vo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a função juris-
Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de Di-
dicional é exercida por duas estruturas orgânicas que são regidas
reito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos que
de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária e a Justiça
possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais instru-
Administrativa, posto que cada uma profere decisão com força de
mentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se mantenha
coisa julgada no âmbito de suas competências.
sempre consolidada com o direito, visando ao interesse público e
Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema
mantendo o respeito aos direitos dos administrados.
de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais
Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que
administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver
pode ser interno ou externo. Vejamos:
litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Ad-
• Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder sobre-
ministrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Poder
pondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo Poder,
Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade confli-
ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Administração
tos que envolvam somente particulares.
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Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via lismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal composto por
de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade do duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta por represen-
ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Magis- tantes do povo e o Senado Federal que é composto por represen-
trados não apreciam o mérito do ato administrativo, não analisando tantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
a conveniência e a oportunidade da prática do ato. De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamen-
Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou tar pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, a duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora do
decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato admi- Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do Con-
nistrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não é cabível gresso Nacional ou de cada Casa.
no exercício da função jurisdicional a revogação do ato administra- Levando em conta o princípio da simetria de organização, as
tivo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do mérito do ato. regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que lhes cou-
É de suma importância destacar que o controle judicial possui ber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal e distrital,
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos dis- desde que realizadas as devidas adaptações, principalmente aque-
cricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de las que advém do fato de nos planos estadual, municipal e distrital a
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, organização do Poder Legislativo serem do tipo unicameral.
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto os Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislati-
discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou ilegiti- vo também possui o poder de exercer o controle interno sobre os
midade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados pelo seus próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo
Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle jurisdicio- estará realizando um controle administrativo interno. Esse é o mo-
nal. tivo pelo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos
Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo abordando somente o controle externo exercido pelo Poder Legis-
geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa lativo.
de alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pes- Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém sobre
soa que tenha a pretensão de provocar o controle da administração a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses previs-
pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a tas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque caso con-
ação cabível para o alcance desse objetivo. trário, haveria inferiorização do princípio da separação dos poderes.
Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies de Acontece que em razão disso, não podem leis ordinárias, comple-
ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ame- mentares ou Constituições Estaduais predispor outras modalidades
aça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: o habeas de controle diversas das que são previstas na Constituição Federal,
corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A relação das sob risco de ferir o mesmo princípio.
ações que dão possibilidade ao controle judicial da Administração De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle le-
será sempre a título de exemplificação, tendo em vista que o con- gislativo: o político e o financeiro.
trole pode ser exercido, inclusive, por intermédio de ação judicial O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais de
ordinária sem denominação especial ou específica. contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade e de
mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, con-
Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no di- forme o caso.
reito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato Formas de controle político:
por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação 1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art.
ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-
editadas pela Corte Suprema. nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar
Controle Legislativo guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legisla- tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamen-
tivo sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como te, ressalvados os casos previstos em lei complementar; autorizar
ocorre por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do
objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo País, quando a ausência exceder a quinze dias; aprovar o estado de
exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas. defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou sus-
O controle legislativo, também denominado de controle parla- pender qualquer uma dessas medidas; sustar os atos normativos
mentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce poder do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder Judi- limites de delegação legislativa; julgar anualmente as contas pres-
ciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho tadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de execução dos planos de governo; fiscalizar e controlar, diretamente,
um controle externo sobre os demais Poderes. ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluí-
Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve dos os da administração indireta; apreciar os atos de concessão e
ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federa- renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; aprovar
do, posto que não somente o princípio da simetria, como também iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; au-
as regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os torizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
âmbitos federal, estadual, municipal e distrital. recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar,
Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o bicamera- previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
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superior a dois mil e quinhentos hectares. típicas do Parlamento que é a função de fiscalização.
De acordo com a Constituição Federal, as comissões parlamen-
2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52): tares de inquérito possuem poderes de investigação que são pró-
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República prios das autoridades judiciais, além de outros poderes que estão
nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Esta- previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são criadas
do e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em conjun-
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; processar e to ou de forma separada mediante pugnação de um terço de seus
julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do membros, com o objetivo de apurar fato determinado e por prazo
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso, serão en-
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da caminhadas ao Ministério Público, para que este órgão promova a
União nos crimes de responsabilidade; autorizar operações exter- responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos termos dispos-
nas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do tos no art. 58, § 3º da CFB/1988.
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por propos- Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação,
ta do Presidente da República, limites globais para o montante da a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos judicial para:
Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as opera- • realizar as diligências que entender necessárias;
ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito • convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir tes-
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades temunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre limites e con- • requisitar de órgãos públicos informações e documentos de
dições para a concessão de garantia da União em operações de cré- qualquer natureza;
dito externo e interno; estabelecer limites globais e condições para • requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de ins-
o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e peções e auditorias que entender necessárias.
dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre
término de seu mandato; aprovar previamente, por voto secreto, por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas
após arguição pública, a escolha de: as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal,
• Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ).
• Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre- Em esquema básico, temos:
sidente da República;
• Governador de Território; Financeiro: é exercido com o auxílio dos
• Presidente e diretores do Banco Central; tribunais de contas.
• Procurador-Geral da República; CONTROLE
• Titulares de outros cargos que a lei determinar. LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade
• Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em ESPÉCIES e de mérito, vindo a ser preventivo, concomi-
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca- tante ou repressivo.
ráter permanente;
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF, Controle pelos Tribunais de Contas
art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução
os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presiden- do exercício do controle externo da Administração Pública. São ór-
te da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional gãos especializados e não integram a estrutura administrativa do
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer es-
pécie de relação hierárquica.
4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos Depu- Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura
tados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire- da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos
tamente subordinados à Presidência da República para prestarem, do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determina- tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais.
do, importando crime de responsabilidade a ausência sem justifi- Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o TCU
cação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais de
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Mi- Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal de Con-
nistros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente tas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, percebe-se
subordinados à Presidência da República, importando em crime de a organização dos tribunais de contas não ocorre de maneira uni-
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trin- forme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter criado até a
ta dias, bem como a prestação de informações falsas. CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função de prestar auxí-
Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe espe- lio ao Poder Legislativo municipal no exercício do controle externo é
cial destaque referente ao controle exercido pelas comissões parla- normalmente repassada ao Tribunal de Contas do respectivo Estado
mentares de inquérito (CPIs). que é dotado de atribuições de controle ao das administrações es-
As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato tadual e municipal.
certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os
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Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal melhor relação custo-benefício.
próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo Destaca-se que o controle externo também investiga se hou-
o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Tri- ve a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
bunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros, transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir
número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal despesas de custeio das entidades beneficiadas.
de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco As subvenções podem ser de duas espécies. São elas: subven-
conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele ções sociais e subvenções econômicas.
Município. A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de institui-
Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais” ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que
de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em não possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964,
sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter art. 12, § 3º, I.
de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de
pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrí-
de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de cola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II.
natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta for- Registra-se, que o controle externo também se incumbe de
ma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Judiciário apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários mecanis-
em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com o fulcro mos que tornam possível a renúncia de receita, como por exemplo:
de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante o órgão a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da alíquota ou da
jurisdicional competente com o objetivo de anular o mencionado base de cálculo de tributo que implique sua redução.
julgado. Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas
as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988:
um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
controle externo associada a um controle interno executado por República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
cada órgão sobre seus agentes e seus atos. sessenta dias a contar de seu recebimento;
O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de con- B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
trolar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange de pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, opera- a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
cional e patrimonial, levando em conta os aspectos da legalidade, erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
de receitas. e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos contá- Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
beis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, é veri- comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
ficado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comprovantes e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
de depósito ou transferência de recursos, bem como a realização de fundamento legal do ato concessório;
forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os seus tradicionais C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
estágios de licitação, empenho, liquidação e pagamento. Por sua Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
vez, o controle orçamentário é aquele que acompanha a execução auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
do orçamento, que é a legislação em que se encontram as receitas nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis-
previstas e também as despesas fixadas. Em referência ao controle lativo, Executivo e
operacional, ressaltamos que o mesmo trata de diversos aspectos Judiciário, e demais entidades referidas na letra b;
do desempenho da atividade administrativa, como por exemplo, D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
numa auditoria operacional, pode ser computado o tempo médio de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
que o usuário usa esperando por atendimento médico em uma uni- nos termos do tratado constitutivo;
dade do sistema público de saúde. Finalmente, temos o controle E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
patrimonial, que cuida da fiscalização do patrimônio público. União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
Analisando a legalidade do controle externo, observamos que congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
diversas normas jurídicas. por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis-
O controle de legitimidade atua complementando o controle sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além da cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse diapa- realizadas;
são, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade do ato G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
e a obediência aos princípios constitucionais como a moralidade ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que es-
administrativa, por exemplo. tabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à uti- causado ao erário;
lização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele, pre- H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
tende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos da vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
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ilegalidade; pública, bens e valores públicos da administração direta e indireta,


I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comu- inclusive das fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
nicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; Poder Público, e ainda, as contas dos entes que ensejarem e de-
J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou rem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
abusos apurados. prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no art. 71, III da
CFB/1988.
Observação: As normas retro mencionadas acima relativas ao Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que ao
Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organi- julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que cau-
zação, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Es- sarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
tados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
CFB/1988. que imputam débito ou multa terão validade de título executivo
nos termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a
Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de quem foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a refe-
Contas rida importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer
Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e a cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de
“julgar contas”. uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma
Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribu- ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de
nais de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a decisão da corte de contas.
emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas que
de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de títu-
competência do Poder lo executivo, sua execução independe da inscrição em dívida ati-
Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta ma- va. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever to-
neira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo dos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que
Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos Go- ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição dá
vernadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; a do possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na Lei
Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de van-
Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras muni- tagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba por
cipais. submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em que
Existe uma particularidade em relação ao parecer que o tri- ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a admi-
bunal de contas do Estado ou do município emite a respeito das nistração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos termos
do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio, emitido
pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito deve anual- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. RESPONSABILIDA-
mente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços DE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO BRASILEIRO. RESPON-
dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, é por essa razão SABILIDADE POR ATO COMISSIVO DO ESTADO. RESPONSA-
que grande parte da doutrina afirma que nessa hipótese, o parecer BILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO. REQUISITOS PARA
prévio é relativamente vinculante, não sendo absolutamente vin- A DEMONSTRAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO.
culante pelo fato de poder ser superado, porém, como a superação CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RESPONSA-
depende de quórum qualificado, tem-se uma vinculação relativa. BILIDADE DO ESTADO.
Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer di-
Evolução histórica
zer que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produ-
De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre o con-
zir efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em
ceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse instituto
caso do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer
na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais, morais ou
do Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo
estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a
possui natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegi-
terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser dividida em
bilidade do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcor-
dois grupos: a contratual, que advém da ausência de cumprimento
rido o julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores
de cláusulas inclusas em contratos administrativos, e a extracontra-
(RE 729.744/MG e RE 848.826/DF).
tual ou aquiliana, que alcança as demais situações.
De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte de
Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor Cel-
Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais dos Prefei-
so Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil do
tos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou inconstitucio-
Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso ocorreu
nal dispositivo de constituição estadual que permitia às Câmaras
mesmo no período em que não existia dispositivo de norma espe-
Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas pelos prefeitos,
cífica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, predominou
independentemente do parecer do Tribunal de Contas do Estado,
no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com base na teo-
quando este não fosse oferecido no prazo de 180 dias. (ADI 3.077/
ria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que houvesse a
SE).
admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, chegou-se à
Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para jul-
aprovação da responsabilidade objetiva do Estado.
gar as contas dos administradores e demais responsáveis por verba
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Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à épo- paramentadas sob delegação do Poder Público e a qualquer título
ca, previa somente a responsabilidade pessoal do agente público, para a prestação de serviços públicos.
conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos são Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas
exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente respon- e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade eco-
sáveis aos seus subalternos”. nômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988, determina
Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas normas
constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais entidades
e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do Esta- estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo controladas pe-
do em alusão aos atos de seus agentes. las normas comuns pertinentes ao Direito Civil.
No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, car- Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X, am-
regou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da Consti- bos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização estatal
tuição de 1824. tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano material como
Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dis- o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou por bem ampliar
pôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente respon- as espécies de danos indenizáveis, passando a determinar que o
sáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem dano estético se constituiria em uma espécie de dano autônomo
danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou fal- no qual a indenização poderia ser expressamente cumulada com a
tando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os reparação pelos danos materiais e morais.
causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que o Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve se-
referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva guir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na CF/1988
do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento como nor-
serviço. ma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras.
Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta man- No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas hipó-
teve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando no teses em que se aplica a teoria do risco integral foram inseridas.
art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis so- A título de exemplo disso, temos os casos de danos causados por
lidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado pela Lei
quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso 6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados terroris-
no exercício dos seus cargos”. tas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasilei-
A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o mes- ras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003).
mo dispositivo da Constituição de 1934. Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história, che-
No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta repre- ga-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera a mesma
sentou uma importante e grande inovação no assunto ao introduzir, orientação inserida na Constituição Federal de 1988, suprimindo,
por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, con- no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas jurídicas de
forme ditado no dispositivo a seguir: direito privado prestadoras de serviço público. Entretanto, ressal-
ta-se que a omissão, nesse caso, não impede a responsabilização
Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são ci- objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está prevista no texto
vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa constitucional.
qualidade, causem a terceiros. Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da maté-
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcio- ria podem ser resumidas da seguinte maneira:
nários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes. • A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita
no direito brasileiro.
A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi • A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico pá-
audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o trio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base na
acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência de
ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de trabalho até chegar à responsabilidade objetiva.
culpa, como era disposto na Constituição de 1946. • A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no ordena-
Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no mento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1946.
art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e • A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a responsabi-
as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão lidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar objetivamente as
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos ca- • A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade
sos de dolo ou culpa”. por danos morais ou extrapatrimoniais.
O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe infor- • A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
mação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva do Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a
Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas jurí- teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses
dicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como por excepcionais.
exemplo: as fundações governamentais de direito privado, as em- • Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de não
presas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda qualquer haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas jurí-
pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam devidamente dicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de 2002,
prevê também a responsabilidade objetiva do Estado.
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Responsabilidade por ato comissivo do Estado posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a
De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil do omissão estatal.
Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pratica- Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver pacifi-
dos por seus agentes. cidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o entendimento
Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só consagra a respon-
comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua de sabilidade objetiva nos atos comissivos.
forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um condu- Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por
tor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado e sob o agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A
efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre. responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente
Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à responsa- quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar um
bilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não é a mes- determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação hipoté-
ma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. Infere-se tica, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de situação na
que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é de aplicação qual um banhista está se afogando, permanece inerte, permitindo
restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, incorreta a que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta situação,
sua invocação nos casos específicos de responsabilidade por omis- o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de omis-
são estatal. são do agente público, tendo em vista que este tinha o dever legal
de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o fez.
Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés do
Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado, guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por um
dispõe: Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da Fede-
ração, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em vista
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar salvar
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que o banhista.
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37,
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do ris-
co administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do
O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime da Estado.
doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a responsa- Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão
bilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse parâmetro estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade
Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, dispensada do do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora da
ônus da prova da culpa da Administração, tendo a incumbindo-lhe responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que ense-
somente comprovar o nexo causal entre o ato desta e o prejuízo ja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo apenas
sofrido. poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido culposa.
Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil do
danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito pú- estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal posicio-
blico ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que pres- namento já foi referendado por muitos de nossos mais renomados
tam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às si- e importantes administrativistas. Ótimos exemplos disso, são Hely
tuações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, sendo desse úl-
fatos advindos de caso fortuito ou força maior. timo, o esclarecedor ensinamento de que a partir do momento em
Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição Fe- que o dano foi constatado em decorrência de uma omissão do Esta-
deral de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão es- do, sendo pelo serviço que não funcionou, ou, funcionou de forma
tatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, exatamente ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá a aplicabilidade da
da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de um terceiro, teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto, se o Estado não
denotando que a omissão do Estado apenas contribui para o resul- agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do dano. E, não sen-
tado. do ele o autor, só será responsabilizado se caso estivesse obrigado
Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa a impedir o dano.
diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de ter- Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria apli-
ceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não foi cada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite a co-
consequência de forma direta da conduta omissa do agente do Es- brança de responsabilização até mesmo quando o dano é advindo
tado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às hipóteses de atuação lícita do Estado.
de omissão do Estado, restando incabível a teoria da responsabili- Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é o ver-
dade objetiva com base no risco administrativo. dadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade de ter-
ceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá ser invo-
Responsabilidade por omissão do Estado cada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir que o dano
Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente pú- ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. Resta registrar
blico deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar também, inclusive, que a responsabilidade estatal não poderá ser
diretamente o dano, possibilita sua ocorrência. invocada quando existir a impossibilidade real de impedimento do
Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com dano mediante atuação aplicadora do Estado.
os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado. Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer
No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva, apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilíci-
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ta, a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstân-
esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo cia que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil
e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovan-
que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada do assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma,
por danos que estava obrigada a impedir. na situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente
público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de
Requisitos para a demonstração da responsabilidade do es- ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do
tado dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser
Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o perfil da rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato.
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a alteridade Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade
do dano; a causalidade material entre o eventus damni e o com- do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes:
portamento positivo por ação, ou negativo por omissão do agen- culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
te público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a força maior.
agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido em
conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da licitu- Vejamos:
de, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de causa
excludente da responsabilidade do Estado. Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros
Em suma, os requisitos para a demonstração da responsabi- É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que afas-
lidade do Estado são necessariamente a conduta a ser praticada ta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano exis-
pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por exemplo, tente. A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que não
no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à sua área é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima na
de atuação em hospital público e venha a cometer algum erro, ca- hipótese de suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso se
racterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação de flúor encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-lhe
contra cáries, quando a substância vem a causar situação adversa a integridade física e moral, buscando sua total proteção, inclusive
irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que acabam por do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio de detento
gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva. é motivo de omissão ilegítima, que por sua vez, gera responsabili-
Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada, dade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever de indenizar
deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o por meio de danos morais os familiares do falecido.
dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de na- Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos
tureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral como a imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à ad-
violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano material ministração pública e que causam danos aos administrados. Tendo
que cause prejuízo financeiro a outrem. em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade entre a atu-
Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de ação administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro, ter-se-á por
dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a constru- excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe sendo imputado
ção de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a qualquer dever de indenizar.
causar danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias.
Pondera-se também que deve haver o nexo causal, que se trata da Caso fortuito e força maior
necessária e importante relação de causa e efeito entre a conduta Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta ex-
praticada pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo cau- cludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das tempes-
sal, ou for disseminado por algum fator, estará afastada a responsa- tades, dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a reservar a ex-
bilidade do Estado. pressão “caso fortuito” para os acontecimentos humanos, como os
No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a de- arrastões, as guerras, as greves, etc., ao passo que outros possuem
monstração somente do dano e da conduta do Estado. É necessário conceitos opostos, designando a “força maior” para os eventos que
e devido também que se prove o nexo causal. podem ser imputados aos homens e o “caso fortuito” para os even-
tos naturais.
Observação importante: O STF tem entendido que, havendo Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tri-
fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo fo- bunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários, im-
ragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a previsíveis e de força irresistível, ocorridos de forma externa à
particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não administração pública com causídico de danos aos administrados,
haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a
fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga e atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a
o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo mais responsabilização estatal pelos prejuízos causados.
possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o STF en- Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não exis-
tende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de prazos te a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas
que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a análise somente a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso
de casos concretos e específicos. específico do objeto de exame.
Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do Es- Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afas-
tado ta a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortui-
Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem to ou força maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/
algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar RJ), enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

objetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o abran- De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o
damento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante
do Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de situações li- o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou
beratórias – como o caso fortuito e a força maior – ou evidenciadoras culpa.
de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima” (RE109.615/RJ). Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do
agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima.
Esquematizando, temos: Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen-
tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in-
CULPA OU DOLO teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande
CASO FORTUITO parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso
EXCLUSIVO DA VÍTIMA
E FORÇA MAIOR ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode-
OU DE TERCEIROS
ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado.
O STF e o STJ tem atribuído Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face
aos eventos extraordinários, im- do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se
previsíveis e de força irresistível, tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos
ocorridos de forma externa à ad- trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos.
É excludente da respon-
ministração pública com causídi- Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor
sabilidade do Estado, uma
co de danos aos administrados, a ação regressiva contra o agente público culpado.
vez que afastam o nexo cau-
a especificidade de excludentes Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre-
sal entre a conduta do agen-
do nexo causal ocorridas entre a ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público
te público e o dano existente
atuação administrativa e o evento em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do
danoso, de modo a impedir a res- disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal,
ponsabilização estatal pelos preju- o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou
ízos causados. por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do
Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à
Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de
art. 393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica- trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados
-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impe- às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza
dir.” Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a penal e os atos de improbidade.
referência é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões
objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separa- Direito de regresso
das apenas pela partícula “ou”, como que querendo demonstrar O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira pre-
que, se as consequências são semelhantes, estando regidas pelo nuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de di-
mesmo regime jurídico, não há relevância na tentativa de diferen- reito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
ciação. de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
de, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou a seus pres-
Reparação do dano tadores de serviços públicos, o direito de regresso contra o agente
Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.
esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defe-
judicial. sa e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado
O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tra- e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não admi-
tando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou tindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos subsídios do
a terceiros. servidor, sem o consentimento deste.
Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a
por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla de- sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente
fesa e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que o
agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou, valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que res-
caso contrário, por medida judicial. peitados os percentuais máximos previstos em lei para essa espécie
No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des- de desconto.
conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re- Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos:
ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o
prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de
da ampla defesa e do contraditório. acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal,
Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode- como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado.
rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é
objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu
responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado- com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a
ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido
cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprova-
do Estado. do dolo ou culpa advinda desse agente público.
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C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao atuação administrativa, sendo estes os princípios da Administração
entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies de Pública, que nesse estudo, trataremos especificamente dos Princí-
ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são imprescri- pios Expressos e Implícitos de modo geral.
tíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/MG, decidiu,
com repercussão geral, que “é prescritível a ação de reparação de Princípios Expressos da Administração Pública
danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil. Princípio da Legalidade
D)É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação Surgido na era do Estado de Direito, o Princípio da Legalidade
de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de possui o condão de vincular toda a atuação do Poder Público, seja
prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, ten- de forma administrativa, jurisdicional, ou legislativa. É considerado
do como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da uma das principais garantias protetivas dos direitos individuais no
CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva, sistema democrático, na medida em que a lei é confeccionada por
beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser de- intermédio dos representantes do povo e seu conteúdo passa a li-
mandados pelos danos advindos pelo falecido. mitar toda a atuação estatal de forma geral.
E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a extin- Na seara do direito administrativo, a principal determinação
ção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a ação re- advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade adminis-
gressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi exone- trativa seja exercida com observância exata dos parâmetros da lei,
rado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a ressarcir ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver devi-
os prejuízos causados ao ente público. damente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos por
lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei exigir.
Nota – Sobre Súmulas Vinculantes O Princípio da Legalidade, segundo a doutrina clássica, se des-
Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transpor- dobra em duas dimensões fundamentais ou subprincípios, sendo
tador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de eles: o Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da lega-
terceiro, contra o qual tem ação regressiva. lidade em sentido negativo); e o Princípio da reserva legal (ou da
Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra o legalidade em sentido positivo). Vejamos:
causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite pre- De acordo com os contemporâneos juristas Ricardo Alexandre
visto no contrato de seguro. e João de Deus, o princípio da supremacia da lei, pode ser concei-
tuado da seguinte forma:

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. 8.1 CONCEITO. 8.2 O princípio da supremacia da lei, ou legalidade em sentido ne-
PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS DA ADMINISTRA- gativo, representa uma limitação à atuação da Administração, na
ÇÃO PÚBLICA. medida em que ela não pode contrariar o disposto na lei. Trata- se
de uma consequência natural da posição de superioridade que a
lei ocupa no ordenamento jurídico em relação ao ato administra-
Conceito
tivo. (2.017, ALEXANDRE e DEUS, p. 103).
O vocábulo “regime jurídico administrativo” se refere às inú-
Entende-se, desta forma, que o princípio da supremacia da lei,
meras particularidades que tornam a atuação da administração
ou legalidade em sentido negativo, impõe limitações ao poder de
pública individualizada nos momentos em que é comparada com a
atuação da Administração, tendo em vista que esta não pode agir
atuação dos particulares de forma generalizada. Possui sentido res-
em desconformidade com a lei, uma vez que a lei se encontra em
trito, restando-se com a serventia única de designar o conjunto de
posição de superioridade no ordenamento jurídico em relação ao
normas de direito público que caracterizam o Direito Administrativo
ato administrativo como um todo. Exemplo: no ato de desapropria-
de modo geral, estabelecendo, via de regra, prerrogativas que colo-
ção por utilidade pública, caso exista atuação que não atenda ao
cam a Administração Pública em posição privilegiada no que condiz
interesse público, estará presente o vício de desvio de poder ou de
às suas relações com os particulares, bem como restrições, que tem
finalidade, que torna o ato plenamente nulo.
o fulcro de evitar que ela se distancie da perseguição que não deve
cessar no sentido da consecução do bem comum.
Em relação ao princípio da reserva legal, ou da legalidade em
Desta forma, de maneira presumida, o Regime Jurídico Admi-
sentido positivo, infere-se que não basta que o ato administrativo
nistrativo passa a atuar na busca da consecução de interesses cole-
simplesmente não contrarie a lei, não sendo contra legem, e nem
tivos por meio dos quais a Administração usufrui de vantagens não
mesmo de ele pode ir além da lei praeter legem, ou seja, o ato ad-
extensivas aos particulares de modo geral, como é o caso do poder
ministrativo só pode ser praticado segundo a lei secundum legem.
de desapropriar um imóvel, por exemplo. Assim sendo, a Adminis-
Por esta razão, denota-se que o princípio da reserva legal ou da le-
tração Pública não pode abrir mão desses fins públicos, ou seja, ao
galidade em sentido positivo, se encontra dotado do poder de con-
agente público não é lícito, sem a autorização da lei, transigir, ne-
dicionar a validade do ato administrativo à prévia autorização legal
gociar, renunciar, ou seja, dispor de qualquer forma de interesses
de forma geral, uma vez que no entendimento do ilustre Hely Lopes
públicos, ainda que sejam aqueles cujos equivalentes no âmbito
Meirelles, na administração pública não há liberdade nem vontade
privado, seriam considerados via de regra disponíveis, como o direi-
pessoal, pois, ao passo que na seara particular é lícito fazer tudo o
to de cobrar uma pensão alimentícia, por exemplo.
que a lei não proíbe, na Administração Pública, apenas é permitido
Nesse sentido, pode-se se afirmar que a supremacia do inte-
fazer o que a lei disponibiliza e autoriza.
resse público se encontra eivada de justificativas para a concessão
Pondera-se que em decorrência do princípio da legalidade, não
de prerrogativas, ao passo que a indisponibilidade de tal interesse,
pode a Administração Pública, por mero ato administrativo, permi-
por sua vez, passa a impor a estipulação de restrições e sujeições à
tir a concessão por meio de seus agentes, de direitos de quaisquer
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espécies e nem mesmo criar obrigações ou impor vedações aos ad- contratações a ser realizadas pela Administração; na vedação ao
ministrados, uma vez que para executar tais medidas, ela depende nepotismo, de acordo com o disposto na Súmula Vinculante 13 do
de lei. No entanto, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, Supremo Tribunal Federal; no respeito à ordem cronológica para
existem algumas restrições excepcionais ao princípio da legalidade pagamento dos precatórios, dentre outros fatores.
no ordenamento jurídico brasileiro, sendo elas: as medidas provisó- Outro ponto importante que merece destaque acerca da acep-
rias, o estado de defesa e o estado de sítio. ção do princípio da impessoalidade, diz respeito à imputação da
Em resumo, temos: atuação administrativa ao Estado, e não aos agentes públicos que
• Origem: Surgiu com o Estado de Direito e possui como obje- a colocam em prática. Assim sendo, as realizações estatais não são
tivo, proteger os direitos individuais em face da atuação do Estado; imputadas ao agente público que as praticou, mas sim ao ente ou
• A atividade administrativa deve exercida dentro dos limites entidade em nome de quem foram produzidas tais realizações.
que a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir, Por fim, merece destaque um outro ponto importante do prin-
devendo ser autorizada por lei para que tenha eficácia; cípio da impessoalidade que se encontra relacionado à proibição
• Dimensões: Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da utilização de propaganda oficial com o fito de promoção pesso-
legalidade em sentido negativo); e Princípio da reserva legal (legali- al de agentes públicos. Sendo a publicidade oficial, custeada com
dade em sentido positivo); recursos públicos, deverá possuir como único propósito o caráter
• Aplicação na esfera prática (exemplos): Necessidade de pre- educativo e informativo da população como um todo, o que, assim
visão legal para exigência de exame psicotécnico ou imposição de sendo, não se permitirá que paralelamente a estes objetivos o ges-
limite de Idade em concurso público, ausência da possibilidade de tor utilize a publicidade oficial de forma direta, com o objetivo de
decreto autônomo na concessão de direitos e imposição de obriga- promover a sua figura pública.
ções a terceiros, subordinação de atos administrativos vinculados e Lamentavelmente, agindo em contramão ao princípio da im-
atos administrativos discricionários; pessoalidade, nota-se com frequência a utilização da propaganda
• Aplicação na esfera teórica: Ao passo que no âmbito parti- oficial como meio de promoção pessoal de agentes públicos, agin-
cular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração do como se a satisfação do interesse público não lhes fosse uma
pública só é permitido fazer o que a lei devidamente autorizar; obrigação. Entretanto, em combate a tais atos, com o fulcro de
• Legalidade: o ato administrativo deve estar em total confor- restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por intermédio
midade com a lei e com o Direito, fato que amplia a seara do con- de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos,
trole de legalidade; o art. 37, § 1.º, da Constituição Federal, em socorro à população,
• Exceções existentes: medida provisória, estado de defesa e determina:
estado de sítio. Art. 37. [...]
Princípio da Impessoalidade § 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
É o princípio por meio do qual todos os agentes públicos devem campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-
cumprir a lei de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decor- mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
rência de suas convicções pessoais, políticas e ideológicas, conside- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
rem a norma injusta. ridades ou servidores públicos.
Esse princípio possui quatro significados diferentes. São eles: a Desta maneira, em respeito ao mencionado texto constitucio-
finalidade pública, a isonomia, a imputação ao órgão ou entidade nal, ressalta-se que a propaganda anunciando a disponibilização de
administrativa dos atos praticados pelos seus servidores e a proibi- um recente serviço ou o primórdio de funcionamento de uma nova
ção de utilização de propaganda oficial para promoção pessoal de escola, por exemplo, é legítima, possuindo importante caráter in-
agentes públicos. formativo.
Pondera-se que a Administração Pública não pode deixar de Em resumo, temos:
buscar a consecução do interesse público e nem tampouco, a con- • Finalidade: Todos os agentes públicos devem cumprir a lei
servação do patrimônio público, uma vez que tal busca possui cará- de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decorrência de suas
ter institucional, devendo ser independente dos interesses pessoais convicções pessoais, políticas e ideológicas, considerem a norma
dos ocupantes dos cargos que são exercidos em conluio as ativida- injusta.
des administrativas, ou seja, nesta acepção da impessoalidade, os • Significados: A finalidade pública, a isonomia, a imputação
fins públicos, na forma determinada em lei, seja de forma expressa ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus
ou implícita, devem ser perseguidos independentemente da pessoa servidores e a proibição de utilização de propaganda oficial para
que exerce a função pública. promoção pessoal de agentes públicos.
Pelo motivo retro mencionado, boa parte da doutrina conside- • Princípio implícito: O princípio da finalidade, posto que se
ra implicitamente inserido no princípio da impessoalidade, o prin- por ventura o agente público vier a praticar o ato administrativo
cípio da finalidade, posto que se por ventura, o agente público vier sem interesse público, visando tão somente satisfazer interesse pri-
a praticar o ato administrativo sem interesse público, visando tão vado, tal ato sofrerá desvio de finalidade, vindo, por esse motivo a
somente satisfazer interesse privado, tal ato sofrerá desvio de fina- ser invalidado.
lidade, vindo, por esse motivo a ser invalidado. • Aspecto importante: A imputação da atuação administrativa
É importante ressaltar também que o princípio da impesso- ao Estado, e não aos agentes públicos que a colocam em prática.
alidade traz o foco da análise para o administrado. Assim sendo, • Nota importante: proibição da utilização de propaganda ofi-
independente da pessoa que esteja se relacionando com a adminis- cial com o fito de promoção pessoal de agentes públicos.
tração, o tratamento deverá ser sempre de forma igual para todos. • Dispositivo de Lei combatente à violação do princípio da im-
Desta maneira, a exigência de impessoalidade advém do princípio pessoalidade e a promoção pessoal de agentes públicos, por meio
da isonomia, vindo a repercutir na exigência de licitação prévia às de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos:
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Art. 37, § 1.º, da CFB/88: Registra-se ainda que a improbidade administrativa constitui-
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e -se num tipo de imoralidade administrativa qualificada, cuja gra-
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- vidade é preponderantemente enorme, tanto que veio a merecer
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- especial tratamento constitucional e legal, que lhes estabeleceram
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de consequências exorbitantes ante a mera pronúncia de nulidade do
autoridades ou servidores públicos. ato e, ainda, impondo ao agente responsável sanções de caráter
pessoal de peso considerável. Uma vez reconhecida, a improbidade
Princípio da Moralidade administrativa resultará na supressão do ato do ordenamento jurí-
A princípio ressalta-se que não existe um conceito legal ou dico e na imposição ao sujeito que a praticou grandes consequên-
constitucional de moralidade administrativa, o que ocorre na ver- cias, como a perda da função pública, indisponibilidade dos bens,
dade, são proclamas de conceitos jurídicos indeterminados que são ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos, nos ter-
formatados pelo entendimento da doutrina majoritária e da juris- mos do art. 37, § 4.º da Constituição Federal.
prudência. Por fim, de maneira ainda mais severa, o art. 85, V, da Consti-
Nesse diapasão, ressalta-se que o princípio da moralidade é tuição Federal Brasileira, determina e qualifica como crime de res-
condizente à convicção de obediência aos valores morais, aos prin- ponsabilidade os atos do Presidente da República que venham a
cípios da justiça e da equidade, aos bons costumes, às normas da atentar contra a probidade administrativa, uma vez que a prática de
boa administração, à ideia de honestidade, à boa-fé, à ética e por crime de responsabilidade possui como uma de suas consequências
último, à lealdade. determinadas por lei, a perda do cargo, fato que demonstra de for-
A doutrina denota que a moral administrativa, trata-se daquela ma contundente a importância dada pelo legislador constituinte ao
que determina e comanda a observância a princípios éticos retira- princípio da moralidade, posto que, na ocorrência de improbidade
dos da disciplina interna da Administração Pública. administrativa por agressão qualificada, pode a maior autoridade
Dentre os vários atos praticados pelos agentes públicos viola- da República ser levada ao impeachment.
dores do princípio da moralidade administrativa, é coerente citar: Em resumo, temos:
a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a práti- • Conceito doutrinário: Moral administrativa é aquela deter-
ca de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Ocorre que os minante da observância aos princípios éticos retirados da disciplina
particulares também acabam por violar a moralidade administrati- interna da administração;
va quando, por exemplo: ajustam artimanhas em licitações; fazem • Conteúdo do princípio: Total observância aos princípios da
“colas” em concursos públicos, dentre outros atos pertinentes. justiça e da equidade, à boa-fé, às regras da boa administração, aos
É importante destacar que o princípio da moralidade é possui- valores morais, aos bons costumes, à ideia comum de honestidade,
dor de existência autônoma, portanto, não se confunde com o prin- à ética e por último à lealdade;
cípio da legalidade, tendo em vista que a lei pode ser vista como • Observância: Deve ser observado pelos agentes públicos e
imoral e a seara da moral é mais ampla do que a da lei. Assim sendo, também pelos particulares que se relacionam com a Administração
ocorrerá ofensa ao princípio da moralidade administrativa todas as Pública;
vezes que o comportamento da administração, embora esteja em • Alguns atos que violam o princípio da moralidade adminis-
concordância com a lei, vier a ofender a moral, os princípios de jus- trativa a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a
tiça, os bons costumes, as normas de boa administração bem como prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros.
a ideia comum de honestidade. • Possuidor de existência autônoma: O princípio da moralida-
Registra-se em poucas palavras, que a moralidade pode ser de não se confunde com o princípio da legalidade;
definida como requisito de validade do ato administrativo. Desta • É requisito de validade do ato administrativo: Assim quando
forma, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também a moralidade não for observada, poderá ocorrer a invalidação do
se encontra passível de trazer como consequência a invalidade do ato;
respectivo ato, que poderá vir a ser decretada pela própria adminis- • Autotutela: Ocorre quando a invalidação do ato administra-
tração por meio da autotutela, ou pelo Poder Judiciário. tivo imoral pode ser decretada pela própria Administração Pública
Denota-se que o controle judicial da moralidade administrativa ou pelo Poder Judiciário;
se encontra afixado no art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal, que • Ações judiciais para controle da moralidade administrativa
dispõe sobre a ação popular nos seguintes termos: que merecem destaque: ação popular e ação de improbidade ad-
Art. 5.º [...] ministrativa.
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de Princípio da Publicidade
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, Advindo da democracia, o princípio da publicidade é carac-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o terizado pelo fato de todo poder emanar do povo, uma vez que
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus sem isso, não teria como a atuação da administração ocorrer sem
da sucumbência. o conhecimento deste, fato que acarretaria como consequência a
Pontua-se na verdade, que ao atribuir competência para que impossibilidade de o titular do poder vir a controlar de forma con-
agentes públicos possam praticar atos administrativos, de forma tundente, o respectivo exercício por parte das autoridades consti-
implícita, a lei exige que o uso da prerrogativa legal ocorra em con- tuídas.
sonância com a moralidade administrativa, posto que caso esse re-
quisito não seja cumprido, virá a ensejar a nulidade do ato, sendo Pondera-se que a administração é pública e os seus atos devem
passível de proclamação por decisão judicial, bem como pela pró- ocorrer em público, sendo desta forma, em regra, a contundente e
pria administração que editou a ato ao utilizar-se da autotutela. ampla publicidade dos atos administrativos, ressalvados os casos de
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sigilo determinados por lei. ção oficial poderá ser feita pela afixação dos atos e leis municipais
Assim sendo, denota-se que a publicidade não existe como um na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal.
fim em si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem me- Dotada de importantes mecanismos para a concretização do
ramente formal. O principal foco da publicidade é assegurar trans- princípio da publicidade, ganha destaque a Lei 12.527/2011, tam-
parência ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a possibi- bém conhecida como de Lei de Acesso à Informação ou Lei da
litar o exercício do controle da Administração Pública por meio dos Transparência Pública. A mencionada Lei estabelece regras gerais,
administrados, bem como dos órgãos determinados por lei que se de caráter nacional, vindo a disciplinar o acesso às informações
encontram incumbidos de tal objetivo. contidas no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
Nesse diapasão, o art. 5º, inciso XXXIII da CFB/88, garante a to- e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal Brasileira de 1.988.
dos os cidadãos o direito a receber dos órgãos públicos informações Encontram-se subordinados ao regime da lei 12.527/2011, tanto
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, que deverão a Administração Direta, quanto as entidades da Administração In-
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com direta e demais entidades controladas de forma direta ou indireta
exceção daquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
ciedade como um todo e do Estado de forma geral, uma vez que Também estão submetidas à ordenança da Lei da Transparência Pú-
esse dispositivo constitucional, ao garantir o recebimento de infor- blica as entidades privadas sem fins lucrativos, desde que recebam
mações não somente de interesse individual, garante ainda que tal recursos públicos para a realização de ações de interesse público,
recebimento seja de interesse coletivo ou geral, fato possibilita o especialmente as relativas à publicidade da destinação desses re-
exercício de controle de toda a atuação administrativa advinda por cursos, sem prejuízo de efetuarem as prestações de contas a que
parte dos administrados. estejam obrigadas por lei.
É importante ressaltar que o princípio da publicidade não pode Por fim, pontua-se que embora a regra ser a publicidade, a Lei
ser interpretado como detentor permissivo à violação da intimida- 12.527/2011 excetua com ressalvas, o sigilo de informações que
de, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, conforme sejam imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado de
explicita o art. 5.º, X da Constituição Federal, ou do sigilo da fonte forma geral. Ocorre que ainda nesses casos, o sigilo não será eter-
quando necessário ao exercício profissional, nos termos do art. 5.º, no, estando previstos prazos máximos de restrição de acesso às
XIV da CFB/88. informações, conforme suas classificações da seguinte forma, nos
Destaca-se que com base no princípio da publicidade, com ditames do art. 24, § 1º:
vistas a garantir a total transparência na atuação da administração a) Informação ultrassecreta (25 anos de prazo máximo de res-
pública, a CFB/1988 prevê: o direito à obtenção de certidões em trição ao acesso);
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de si- b) Informação secreta (15 anos de prazo máximo de restrição
tuações de interesse pessoal, independentemente do pagamento de ao acesso);
taxas (art. 5.º, XXXIV, “b”); o direito de petição aos Poderes Públicos c) Informação reservada (cinco anos de prazo máximo de res-
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, in- trição ao acesso).
dependentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV, “a”); e o Em síntese, temos:
direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de • É advindo da democracia e se encontra ligado ao exercício da
governo (art. 37, § 3.º, II). cidadania;
Pondera-se que havendo violação a tais regras, o interessado • Exige divulgação ampla dos atos da Administração Pública,
possui à sua disposição algumas ações constitucionais para a tutela com exceção das hipóteses excepcionais de sigilo;
do seu direito, sendo elas: o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o • Se encontra ligado à eficácia do ato administrativo;
mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX), ou ainda, as vias judiciais • Possui como foco assegurar a transparência da atuação admi-
ordinárias. nistrativa, vindo a possibilitar o exercício do controle da Administra-
No que concerne aos mecanismos adotados para a concretiza- ção Pública de modo geral;
ção do princípio, a publicidade poderá ocorrer por intermédio da • Em relação à sua manifestação, concede ao cidadão: direito
publicação do ato ou, dependendo da situação, por meio de sua à obtenção de certidões em repartições públicas; direito de petição;
simples comunicação aos destinatários interessados. direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de
Registra-se, que caso não haja norma determinando a publi- governo; direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
cação, os atos administrativos não geradores de efeitos externos interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção
à Administração, como por exemplo, uma portaria que cria deter- daquelas informações, cujo sigilo seja indispensável à segurança da
minado evento, não precisam ser publicados, bastando que seja sociedade e do Estado.
atendido o princípio da publicidade por meio da comunicação aos • Não se trata de um princípio absoluto, necessitando que seja
interessados. Entendido esse raciocínio, pode-se afirmar que o de- harmonizado com os demais princípios constitucionais;
ver de publicação recai apenas sobre os atos geradores de efeitos • A publicação é exigida desde que exista previsão legal ou de
externos à Administração. É o que ocorre, por exemplo, num edital atos que sejam produtores de efeitos externos;
de abertura de um concurso público, ou quando exista norma legal • Não havendo exigência legal, a publicidade dos atos internos
determinando a publicação. poderá ser feita por intermédio de comunicação direta ao interes-
Determinado a lei a publicação do ato, ressalta-se que esta de- sado;
verá ser feita na Imprensa Oficial, e, caso a divulgação ocorra ape- • A Lei 12.527/2011 foi aprovada como um mecanismo amplo
nas pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial, não e eficaz de concretização do acesso à informação, vindo a se tornar
se considerará atendida essa exigência. No entanto, conforme o en- um genuíno corolário do princípio da publicidade.
sinamento do ilustre Hely Lopes Meirelles, onde não houver órgão • A publicação deverá ser feita pela Imprensa Oficial, ou, onde
oficial, em consonância com a Lei Orgânica do Município, a publica- não houver órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do
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Município, a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos • Princípio da eficiência ou dever de eficiência é o dever bem
atos e leis municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Munici- administrar;
pal. • É o mais moderno princípio da função administrativa, que
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
Princípio da Eficiência exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
A princípio, registra-se que apenas com o advento da Emenda atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros;
Constitucional nº 19/1998, também conhecida como “Emenda da • Exigências legais: as atividades administrativas devem ser
Reforma Administrativa”, o princípio da eficiência veio a ser previs- exercidas com presteza, perfeição e rendimento funcional; deverão
to no caput do art. 37 da Constituição Federal Brasileira de 1988. surtir resultados positivos para o serviço público, bem como um
Acrescido a tais informações, o princípio da eficiência também se atendimento que possa satisfazer as necessidades da população e
encontra previsto no caput do art. 2.º da Lei 9.784/1999, lei que de seus membros; prima-se por economicidade, produtividade ele-
regula o processo administrativo na seara da Administração Pública vada, qualidade e celeridade na prestação dos serviços bem como
Federal. pela redução dos desperdícios e desburocratização;
Desta forma, elevado à categoria de princípio constitucional ex- • Aspectos importantes: o modo como o agente público atua;
presso pela Emenda Constitucional 19/1998, o dever de eficiência a forma de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Públi-
corresponde ao dever de bem administrar a Máquina Pública. ca como um todo;
No entendimento de Hely Lopes Meirelles, “o princípio da efi- • Trata-se de um princípio que se encontra relacionado à admi-
ciência exige que a atividade administrativa seja exercida com pres- nistração pública gerencial;
teza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio • É um princípio de se soma-se aos demais princípios da Ad-
da função administrativa, que já não se contenta em ser desem- ministração Pública, não se sobrepõe a nenhum deles e deve ser
penhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para exercido nos conformes ditados pelo princípio da legalidade.
o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros”. Princípios Implícitos da Administração Pública
Pondera-se que princípio da eficiência deverá estar eivado de No estudo anterior, foi exposto com ênfase os princípios apli-
valores e uma boa administração pública que dê preferência por cáveis à administração pública expressos na Constituição Federal
produtividade elevada, economicidade, excelente qualidade e ce- de 1988. Entretanto, a doutrina também reconhece outros princí-
leridade dos serviços prestados, vindo a reduzir os desperdícios e, pios que, embora não estejam contidos de forma expressa no texto
ainda, que trabalhe pela desburocratização e pelo elevado rendi- constitucional, são retirados da Carta Magna e são igualmente aco-
mento funcional como um todo. lhidos pelo sistema constitucional e importantes no estudo do direi-
De acordo com a Constituição Federal Brasileira, existem nor- to administrativo. Trata-se dos princípios administrativos implícitos,
mas inseridas no ordenamento jurídico pátrio que possuem o con- os quais iremos abordar em estudo neste tópico.
dão de tornar mais eficiente a prestação de serviços públicos. Pas- Afirma-se que diversos desses princípios constitucionais implí-
semos a analisar almas destas regras: citos são encontrados contemporaneamente em diversas leis. A Lei
1. Nos termos do art. art. 41, § 4.º da CFB/88, com o fito de 9.784/1999, por exemplo se encontra eivada de normas e regras
adquirir estabilidade, o servidor público, após ser aprovado em con- básicas sobre o processo administrativo na seara da Administração
curso, terá que passar por uma avaliação especial de desempenho Federal, vindo a citar diversos princípios que não se encontram
por comissão instituída para essa finalidade; dispostos na Constituição Federal de 1.988, embora sejam desta
2. Segundo o art. 41, §1º da CFB/88, após ter adquirido estabi- advindos, como o interesse público, a segurança jurídica, a finalida-
lidade, o servidor não pode relaxar, uma vez que se encontra sujeito de, a motivação, dentre outros. Desta maneira, depreende-se que
a passar por periódicas avaliações de desempenho, podendo correr quando um princípio administrativo é qualificado como implícito,
o risco de perder o cargo, caso seja declarado insuficiente, assegu- significa que ele não se encontra nominalmente expresso no texto
rada ampla defesa; constitucional, fato que não importa para efeito tal classificação, se
Apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a Lei ele se encontra ou não previsto de modo explícito em alguma forma
13.303/2016, dentre as diversas novidades estatuídas em seu di- de norma respectivamente infraconstitucional.
ploma, destacamos com ênfase no art. 17, a estipulação de notório
conhecimento, bem como tempo de experiência profissional e for- Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
mação acadêmica como pré-requisitos legais para que alguém pos- Sendo princípios gerais de direito, a razoabilidade e a propor-
sa ser nomeado para o Conselho de Administração ou Diretoria de cionalidade, embora não estejam previstos expressamente no texto
uma Empresa Pública ou sociedade de economia mista. Pondera-se da CFB/88, transpassam vários dispositivos da CF/1988, vindo a se
que tais exigências são uma autêntica homenagem ao princípio da constituir em princípios constitucionais implícitos.
eficiência, bem como aos princípios da moralidade e da isonomia. Assim sendo, pondera-se que não existe nenhuma uniformida-
Por fim, denota-se que o princípio da eficiência não se sobrepõe de na doutrina em relação ao conteúdo dos princípios da razoabi-
aos demais princípios, aliás, acrescente-se, que ela se soma aos lidade e da proporcionalidade, tendo em vista que há autores que
demais princípios administrativos, fatos que demonstram que a entendem os dois princípios como sendo sinônimos, ao passo que
função administrativa executada de forma eficiente, deverá sempre consideram que a proporcionalidade se trata apenas uma das ca-
ser exercida nos parâmetros de conformidade com o princípio da racterísticas do princípio da razoabilidade, havendo ainda, uma cor-
legalidade. rente que considera os dois como princípios distintos um do outro.
Em suma, temos: Embora haja doutrinárias divergentes em relação ao assunto,
• Se encontra expresso na Constituição Federal e foi inserido entende-se de modo geral, que o princípio da razoabilidade está re-
pela EC 19/1998; lacionado ao aceitamento explícito da conduta em face de padrões
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racionais de comportamento, que buscam levar em conta tanto o nário da Administração Pública.
bom senso do homem médio, quanto a finalidade para a qual foi Princípio da motivação
outorgada a competência legítima ao agente público. Assim sen- Trata-se de um princípio implícito que determina à Adminis-
do, o princípio da razoabilidade exige de maneira contundente do tração Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de direito
administrador, atuação com bom senso, coerência e racionalidade. referentes às suas decisões. Por permitir o controle por meio dos
Em relação ao princípio da proporcionalidade, entende-se que administrados, tendo em vista a licitude, a existência e a ampla sufi-
este se refere à postura de conduta equilibrada, sendo proporcional ciência dos motivos indicados pela Administração na prática de seus
à finalidade que se destina e também sem excessos em si mesmo. atos, o princípio da motivação é considerado como um princípio
Ponto importante que merece registro, é que o que considera uma moralizador.
conduta como proporcional em um caso concreto, uma vez que de- Depreende-se que motivo é a circunstância de fato ou de di-
vem estar presentes três elementos, sendo eles: reito determinadora ou autorizadora da prática de ato específico.
1. A adequação: Trata-se da compatibilidade entre o meio em- Referindo-se a atos vinculados, o motivo passa a determinar que o
pregado e o fim almejado; ato seja praticado. Porém, quando o ato é discricionário, havendo
2. A exigibilidade: Por meio da qual, a conduta praticada deve a presença do motivo, ela apenas irá validar a consumação do ato.
ser necessária, não existindo meio menos gravoso para alcançar o Exemplo: contemplando uma manobra proibida no trânsito, sendo
fim público; esta o “motivo”, o agente deverá aplicar a multa correspondente,
3. A proporcionalidade em sentido estrito: Por meio da qual, não sendo permitido e nem lícito à autoridade de trânsito analisar
as vantagens obtidas com conduta acabam por superar as desvan- a conveniência e nem tampouco a oportunidade em relação à puni-
tagens. ção da infração cometida, tendo em vista que o ato é vinculado e a
Na seara de controle de constitucionalidade, denota-se que o presença do motivo acabam por determinar sua prática.
Supremo Tribunal Federal tem adotado com enorme frequência os Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de motiva-
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma especial ção de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica
nas situações em que o legislador ordinário edita lei que, embo- que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre
ra aparentemente não contrarie qualquer dispositivo disposto na expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar
CFB/88, definha de ausência plena de razoabilidade. certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário.
Explicita-se ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Bastante reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência, o
Federal tem usado de maneira contundente o princípio da razoa- princípio da motivação encontra-se previsto em diversos diplomas
bilidade como forma de examinar se discriminações usadas pelo normativos. Um exemplo disso, é o art. 50 da Lei 9.784/1999 que
legislador ordinário ou pela Administração Pública, são ou não de ordena que os atos administrativos deverão ocorrer sempre de for-
fato agressivas ao princípio da isonomia que se encontra inserido ma motivada eivados da indicação dos fatos e dos fundamentos ju-
na Constituição Federal. rídicos, quando:
Ressalte-se, por fim, que o princípio da isonomia, além de auto- a) Negarem, limitarem ou vierem a afetar direitos ou interes-
rizar, exige também tratamentos de forma diferente entre pessoas ses;
que se encontram em situações distintas. Desta maneira, o proble- b) Agravarem ou imporem deveres, encargos ou sanções;
ma não é diferenciar, mas sim saber aplicar a razoabilidade do cri- c) Decidirem a respeito de processos administrativos de con-
tério utilizado para a diferenciação. Um exemplo clássico disso, é a curso ou seleção pública;
exigência de altura mínima para cargos de carreiras policiais, uma d) Dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo
vez que esta é considerada razoável e válida, levando em conta que licitatório;
o porte físico é característica importante e relevante para o exercí- e) Decidirem a respeito de recursos administrativos;
cio de tais cargos. f) Decorrerem de reexame de ofício;
Em resumo, temos: g) Sempre que deixarem de aplicar jurisprudência firmada so-
Razoabilidade bre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re-
• Exige do administrador atuação coerente, racional e com latórios oficiais;
bom senso; h) Importarem sobre anulação, suspensão, revogação ou con-
• Diz respeito à aceitabilidade de uma conduta, dentro de pa- validação de ato administrativo.
drões e ditames normais de comportamento;
• Permite o controle de legalidade das leis e atos administra- De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação
tivos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricionário da deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
Administração Pública como um todo. de regra, que não exija uma forma específica. Por esse motivo, são
considerados nulos os atos que dependem de motivação. Porém,
Proporcionalidade a autoridade competente, de modo geral, compreende que ela se
• Exige do administrador conduta equilibrada, balanceada, sem encontra implícita nas circunstâncias causadoras da edição do ato,
excessos, proporcional ao fim ao qual se destina; ou que aponta motivos complexos, ou que não possuem nada a ver
• É uma das características do princípio da razoabilidade; com a medida tomada, ou, ainda, que estejam eivados da necessi-
• Elementos: dade de providência colocada de forma oposta à que foi adotada.
1) adequação; Por fim, é importante registrar que o momento da motivação
2) exigibilidade; pode ocorrer de forma prévia ou simultaneamente ao ato, caso não
3) proporcionalidade em sentido estrito; se tenha atendido ao requisito com uma posterior declinação de
• É permissionário do controle de legalidade das leis e atos ad- motivos. Isso ocorre por que a doutrina e a jurisprudência afugen-
ministrativos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricio- tam o uso de fórmulas prontas e vazias como forma de motivação
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para a prática de atos administrativos. Desta maneira, não se aceita mem que a administração “pode anular seus próprios atos”, ela
por exemplo, como sendo suficiente a afirmação de que o ato ad- na verdade, “deve anular seus atos”, tendo em vista que anular a
ministrativo foi praticado por causa de interesse público, ou, ainda revogação é um poder-dever, e não uma somente uma simples pos-
porque os argumentos que foram demonstrados pelo administrado sibilidade.
não são suficientes, sendo necessário que seja indicado, no primei- Destaca-se com grande importância, o fato da autotutela, se
ro caso, a correlação existente entre o ato e o interesse público vi- diferenciar do controle judicial no sentido de que ela depende de
sado e, no segundo, o porquê da falta de suficiência dos argumento provocação externa para poder se manifestar, bem como pode ser
apresentados. exercida de ofício, ou, ainda por meio de provocação de terceiros
Em síntese, temos: estranhos à Administração. Colocando em prática, quando uma
• É um princípio implícito que determina à Administração Pú- autoridade pública recebe uma comunicação de irregularidade na
bica a indicação dos fundamentos de fato e de direito referentes às Administração Pública, ela obtém a obrigação de dar ciência do
suas decisões; ocorrido ao seu chefe imediato ou, sendo esta competente, poderá
• É considerado como um princípio moralizador; a adotar as providências cabíveis para a apuração dos fatos, bem
• Motivo é a circunstância de fato ou de direito determinadora como dos demais procedimentos necessários para a correção da ili-
ou autorizadora da prática de ato específico; citude ocorrida e, caso seja necessário, punir os culpados, sob pena
• Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de moti- de ser responsabilizada por omissão. Assim sendo, é plenamente
vação de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica possível afirmar que a provocação do exercício da autotutela pode
que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre vir de fora da Administração Pública.
expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar A respeito da revogação de atos da Administração Pública, Ma-
certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário; ria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que não podem ser revogados os
• De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação seguintes atos:
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via a) Os atos vinculados, tendo em vista que não há nestes os
de regra, esta não exija uma forma específica. aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática como um
• O momento da motivação pode ocorrer de forma prévia ou todo;
simultaneamente ao ato, caso não se tenha atendido o requisito b) Os atos que extenuaram seus efeitos. Isso ocorre pelo fato
com uma posterior declinação de motivos. da revogação não retroagir, mas apenas impedir que o ato continue
a produzir seus efeitos, uma vez que não haveria proveito em revo-
Princípio da autotutela gar um ato que já produziu todos os seus efeitos;
O princípio da autotutela consiste na possibilidade de a Ad- c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de
ministração rever seus próprios atos. É o poder acompanhado do instância superior. Isso acontece, porque a competência da autori-
dever concedido à administração para zelar pela legalidade, pela dade que o praticou para revogá-lo se esgotou;
conveniência e pela oportunidade dos atos que pratica. d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
Levando em conta que a Administração Pública poderá agir votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe-
apenas quando autorizada por lei e nos termos legalmente esta- lecidos pela lei;
belecidos, dessa enunciação, decorre a presunção de que os atos e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que
administrativos são dotados de presunção de legalidade, ou seja, a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante-
são legais e se encontram fundamentados em presunção de veraci- rior;
dade, sendo por isso, considerados verdadeiros. f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
Tendo a Administração a prerrogativa de agir de ofício, pode- Constituição Federal Brasileira.
-se afirmar que esta possui o deve anular seus atos ilegais, e pode, Em resumo, temos:
também revogar os atos que considerar inoportunos ou inconve- • Consiste na possibilidade de a Administração rever seus pró-
nientes, independentemente de houver ou não a intervenção de prios atos. É o poder acompanhado do dever concedido à adminis-
terceiros. tração para zelar pela legalidade, pela conveniência e pela oportu-
Pondera-se que a autotutela possui dois aspectos do controle nidade dos atos que pratica.
interno dos atos administrativos, sendo eles: • A Administração pode de agir de ofício, deve anular seus atos
1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração ilegais, e pode, também, revogar os atos que considerar inoportu-
Pública anula os atos ilegais; nos ou inconvenientes, independentemente de haver ou não a in-
2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração tervenção de terceiros.
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
Registra-se com grande ênfase, o fato de o princípio autotutela Aspectos do controle interno dos atos administrativos:
se achar consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Fede- 1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
ral, sendo elas: Pública anula os atos ilegais;
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a 2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
nulidade dos seus próprios atos.” pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles Súmulas:
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, nulidade dos seus próprios atos.”
em todos os casos, a apreciação judicial”. STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
Denota-se que embora as Súmulas mencionadas acima afir- atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
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não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência condão de fundamentar a manutenção de atos ilegais e inconstitu-
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, cionais, condições nas quais, o juízo que os pondera tem tido como
em todos os casos, a apreciação judicial”. consequência, uma graduação redutiva do alcance do princípio da
• Para Maria Sylvia Zanella não podem ser revogados os se- legalidade como um todo. Um exemplo disso é o que ocorre nos ca-
guintes atos: sos em que a Administração, em decorrência de interpretação errô-
a) Os atos vinculados; nea da lei, adimple com o pagamento de valores que não são devi-
b) Os atos que extenuaram seus efeitos; dos a servidores que, de boa-fé, entendem ter direito a tais verbas.
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de Ocorrendo esse tipo de erro, o Judiciário, para proteger a confiança
instância superior; que os servidores possuem na Administração, tem se manifestado
d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados, de maneira constante pela desnecessidade de reposição ao erário
votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe- público de forma geral.
lecidos pela lei; Por fim, vale a pena mencionar outro efeito concreto do prin-
e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que cípio da proteção à confiança, que trata-se da manutenção de atos
a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante- praticados por funcionário de fato, posto que, de forma teórica,
rior; caso o servidor tenha sido investido de forma irregular no cargo,
f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a via de regra, não teria este a competência para praticar atos admi-
Constituição Federal Brasileira de 1.988. nistrativos, uma vez que tais atos seriam considerados nulos. No
entanto, os atos praticados, por terem aparência de legalidade e
Princípios da segurança jurídica, da proteção à confiança e da que vierem a gerar a crença nos destinatários de que realmente são
boa-fé válidos, deverão ser mantidos.
De antemão, salienta-se que a segurança jurídica é um dos Passemos à análise do princípio da boa-fé, que mesmo se en-
princípios fundamentais do direito e possui como atributos garantir contrando implícito no texto da Carta Magna, depreende-se que ele
a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, bem como a cer- pode ser extraído do princípio da moralidade. Ademais, esse prin-
teza das consequências jurídicas dos atos praticados pelos indivídu- cípio se encontra previsto nos artigos 2º, parágrafo único, IV, e 4.º,
os em suas diversas relações sociais. II, da Lei 9.784/1999.
Tendo em vista garantir os retro mencionados atributos, em re- Registra-se que a boa-fé está subdividida em dois aspectos,
lação à estabilidade das relações jurídicas, o ordenamento jurídico sendo eles:
pugna pela exigência do respeito ao direito adquirido e também ao 1) Aspecto objetivo: Esta relacionado à conduta leal e honesta,
ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Já em relação à certeza das considerada de forma objetiva;
consequências jurídicas dos atos praticados, é possível se prever a 2) Aspecto subjetivo: Refere-se à crença do agente de que está
regra geral da irretroatividade da lei acompanhada de sua interpre- agindo de forma correta. Pois, caso contrário, se o agente tiver ciên-
tação de modo geral. cia de que o seu comportamento não se encontra em consonância
No âmbito do Direito Administrativo, são plenamente aplicá- com as normas jurídicas, estará agindo de má-fé.
veis todas as regras mencionadas, porém, ganha destaque a impor- Alguns doutrinadores identificam o princípio da boa-fé como
tância da vedação em relação à interpretação retroativa da norma sendo o princípio da proteção à confiança. Entretanto, entende-se
jurídica. Ocorre que ao expressar seu entendimento a respeito de que ao passo que a proteção à confiança visa proteger somente a
determinada matéria, a Administração Pública acaba por subme- boa-fé dos administrados, é necessário que o princípio da boa-fé
ter o administrado à orientação administrativa e passa por boa-fé a se encontre presente do lado da Administração Pública em geral e
guiar o seu comportamento. Entretanto, não pode a Administração, também do lado dos administrados.
sob pena de ferir o princípio da segurança jurídica, prejudicar o par- Por fim, vale a pena registrar que o princípio da boa-fé, seme-
ticular, aplicando a este, nova interpretação a casos retrógrados já lhantemente ao princípio da proteção à confiança, também tem
interpretados em concordância com as concepções anteriormente sido invocado como forma de justificativa da manutenção de atos
vigentes. Por esse motivo, em âmbito federal, a Lei 9.784/1999 em administrativos sem validade, bem como de atos praticados por
seu art. 2.º, parágrafo único, XIII, veda de forma expressa a aplica- funcionário de fato.
ção retroativa de nova interpretação de matéria administrativa que Em síntese:
já fora anteriormente avaliada.
Em suma, como consequências do princípio da segurança jurí- Princípio da segurança jurídica
dica, podemos citar: a vedação da interpretação retroativa da nor- • Objetivo: Busca a garantia da estabilidade das relações jurídi-
ma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o res- cas consolidadas, bem como a certeza das consequências jurídicas
peito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito. dos atos que são praticados pelos indivíduos em suas distintas re-
Em relação ao princípio da proteção à confiança ou proteção lações sociais;
à confiança legítima, denota-se que se trata esse princípio de as- • Consequências: Busca vedar a interpretação retroativa da
pecto subjetivo da segurança jurídica, de forma que é considerado norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o
como um desdobramento deste. respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico per-
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona que o “princípio feito.
da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam Princípio da proteção à confiança
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela pró- • Foco: A proteção da confiança dos administrados nos atos da
pria Administração e por terceiros”. Administração Pública;
Ressalte-se que o princípio da proteção à confiança possui o • Aspecto ou dimensão subjetiva do princípio da segurança ju-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

rídica; ao poder público os bens do concessionário necessários à continui-


• Consequências legais: A manutenção de atos ilegais ou in- dade e atualização dos serviços públicos que haviam sido concedi-
constitucionais, a manutenção de atos praticados por funcionários dos. É importante registrar também a existência dos institutos da
de fato, dentre outros. suplência, da substituição de servidores públicos, bem como da de-
legação, para se possa evitar que diante da ausência de um servidor
Princípio da boa-fé público ao trabalho, possa a Administração Pública e aqueles que
• Aspecto objetivo: Ter conduta leal e honesta; dela dependem, vir a sofrer com a paralisação do serviço público
• Aspecto subjetivo: A crença do agente de que está agindo de prestado.
forma correta; Entretanto, ante o mencionado acima, ressalta-se que nos pa-
• A boa-fé deve ser exigida da Administração e do Administra- râmetros do art. 6.º, § 3.º, da Lei 8.987/1995, é caracterizada como
do; descontinuidade do serviço público a sua interrupção em situação
• Consequências: manutenção de atos ilegais ou inconstitucio- de casos excepcionais de emergência, ou, após aviso previamente
nais, dentre outros. dado, quando estiver motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações presentes, ou em decorrência de falta de
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos adimplemento do usuário, considerando, por conseguinte o inte-
O foco fundamental do Estado é a consecução do bem comum resse da coletividade de modo geral.
do seu povo como um todo. Pondera-se que para atingir tal objeti- Em suma, temos:
vo, é necessário que a Administração disponibilize para os adminis- • Conteúdo: Vedação da interrupção da prestação de serviços
trados utilidades específicas, atenda necessidades determinadas, e, públicos;
ainda que possa oferecer comodidades a depender de cada caso • Regras para garantir a continuidade do serviço público: restri-
específico. Ressalta-se que estas atividades podem ser encaixadas ção ao direito de greve no serviço público; inoponibilidade ou res-
no sentido amplo do vocábulo da prestação de serviços públicos, trição a exceção do contrato não cumprido, exceptio non adimpleti
tendo em vista que a interrupção da prestação de serviços públicos contractus; encampação de serviços públicos delegados;
não pode ser vedada. Objeto: A busca do bem comum deverá sempre acontecer de
Sem sombra de dúvidas, a busca do bem comum deverá sem- maneira incessante e sem cessação de continuidade.
pre acontecer de maneira incessante e sem vedação de continui-
dade. Desse cenário, podemos extrair o conteúdo do princípio da • Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido, ex-
continuidade do serviço público, cuja materialização é assegurada ceptio non adimpleti contractus: nos contratos de concessão de
por inúmeros ordenamentos. Como exemplo, podemos citar o di- serviços públicos, ainda que o poder concedente se exima de cum-
reito de greve no serviço público de modo geral, que, embora seja prir as normas contratuais, os serviços prestados pela concessio-
reconhecido, se encontra eivado de sujeições e restrições, tendo nária correspondente não poderão jamais ser interrompidos, nem
em vista que uma vez que o disposto no art. 37, VII da Constituição tampouco paralisados sem que haja decisão judicial transitada em
Federal que o explicita, prevê a edição de uma lei específica que julgado.
limita os seus termos e limites. • Hipóteses legais de interrupção dos serviços públicos:
Assim sendo, com vistas ao mesmo objetivo e reconhecendo Em situação de emergência e sem aviso prévio; razões de or-
que alguns serviços públicos são delegados a particulares, a Cons- dem técnica ou de segurança das instalações, após prévio aviso;
tituição Federal no art. 9º, § 1º, ao disciplinar o direito de greve inadimplemento do usuário, após prévio aviso.
assegurado aos trabalhadores em geral, estipula que a lei deverá
elencar com ênfase os serviços ou atividades essenciais, vindo a dis- Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
por sobre o atendimento das necessidades da comunidade que são Trata-se de um importante princípio que diz respeito a duas
consideradas inadiáveis. características dos atos praticados pela Administração Pública, sen-
Outro ponto importante que merece ser explanado é o fato da do elas:
existência da inoponibilidade da exceção de contrato não cumpri- 1) A presunção de verdade: Que se encontra relacionada aos
do, exceptio non adimpleti contractus, nos contratos de concessão fatos;
de serviços públicos, fato que nos parâmetros legais, ainda que o 2) A presunção de legalidade: Que se encontra relacionada ao
poder concedente se exima de cumprir as normas contratuais, os direito.
serviços prestados pela concessionária correspondente não pode- Infere-se que em decorrência da presunção de legitimidade ou
rão jamais ser interrompidos, nem tampouco paralisados sem que de veracidade dos atos administrativos, todos os fatos argumenta-
haja decisão judicial transitada em julgado, nos parâmetros do art. dos pela Administração são verdadeiros e os seus atos são prati-
39, parágrafo único da Lei 8.987/1995. cados de acordo com as normas determinadas por lei, até que se
Ressalta-se que relacionado ao princípio da continuidade dos prove o contrário, assegurada a ampla defesa.
serviços públicos, nos ditames do art. 80, II da Lei 8.666/1993, caso Refere-se à presunção relativa ou juris tantum, vindo a acolher
a administração venha a rescindir unilateralmente um contrato ad- a produção de prova em contrário com o fito de afastá-la, sendo
ministrativo, ela passará a obter o direito à ocupação e utilização que o efeito primordial e principal da referida presunção trata-se de
do local, bem como das instalações, dos equipamentos ali utiliza- inverter o ônus da prova. Desta maneira, caso um agente de trânsi-
dos, do material e pessoal empregados na execução do contrato e to aplique uma autuação a um condutor de veículo automotor em
tudo o mais que for necessário à continuidade do serviço público decorrência de avanço de sinal, para que o motorista afaste a multa,
essencial. terá que provar que não cometeu a infração.
Nos parâmetros do art. 36 da Lei 8.897/1995, depreende-se Denota-se que como consequência da presunção de legitimi-
que ao término da concessão, existe previsão de lei para reverter dade, em regra, as decisões administrativas que podem ser feitas de
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

forma imediata, vindo a gerar obrigações para os particulares, fato ligação advém um rol de funções laborativas para o superior hie-
que independe de sua concordância. Ademais, em determinadas rárquico. As que mais se destacam, são: fazer a revisão dos atos
situações, poderá a própria Administração Pública vir a executar as dos subordinados, fazer a delegação de competências e punir os
suas próprias decisões, utilizando-se de meios diretos bem como agentes subordinados. Em relação ao agente público subordinado à
indiretos de coação que lhes forem disponíveis e permitidos. relação hierárquica, por sua vez, é imposto o dever de prestar obe-
Em resumo: diência às ordens imediatamente superiores, ressalvadas aquelas
• Conteúdo: A presunção de que os atos praticados pela Admi- manifestamente ilegais.
nistração são verdadeiros, bem como são praticados de acordo com Ressalta-se que a relação de hierarquia é condizente aos órgãos
as normas legais”; de uma mesma pessoa jurídica. Isso significa dizer que o princípio
• Aspectos: A presunção da verdade no que diz respeito à ve- da hierarquia se encontra diretamente relacionado à ideia de des-
racidade das alegações da Administração Pública; e a presunção de concentração administrativa, fato que não diz respeito, por exem-
legalidade; plo, ao processo de descentralização administrativa ou de criação
• Presunção relativa juris tantum: Possuindo o efeito de inver- de entidades da Administração Pública Indireta como um todo.
ter o ônus da prova; Em breve síntese:
• Consequências da presunção de legitimidade: decisões • É composto por meio de uma relação de coordenação e su-
administrativas possuem execução imediatas; decisões adminis- bordinação entre os órgãos da Administração Pública de modo am-
trativas podem criar obrigações particulares, ainda que estes não plo e total;
concordem; em algumas situações, a própria Administração pode • Consequências do princípio da hierarquia: Existe a possibili-
executar suas próprias decisões dade de o superior fazer revisão junto aos atos dos subordinados;
há a possibilidade de o superior vir a delegar ou a avocar competên-
Princípio da Especialidade cias; existe a possibilidade de punir na forma da lei ao subordina-
O princípio da especialidade consiste na criação de entidades do; dever do subordinador de obedecer as ordens do seu superior
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des- imediato, ressalvadas as manifestamente ilegais; o princípio da hie-
centralização administrativa. Pondera-se que tais entidades, ao se- rarquia se encontra relacionado à ideia de desconcentração admi-
rem criadas, terão como missão a prestação de serviços públicos, nistrativa; o princípio da hierarquia não se encontra relacionado ao
de forma descentralizada acrescida da especialização da função. processo de descentralização administrativa.
Além disso, podemos afirmar com concomitante certeza, que
o princípio da especialidade se encontra diretamente ligado aos
princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. DECRETO Nº 1.171/ 1994 (CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIO-
Denota-se que esta ligação com a legalidade, decorre do fato NAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
da criação de entidades da Administração Indireta da Administra- FEDERAL).
ção, que só pode ser executada diretamente por lei ou, dependen-
do do caso, por autorização legal. E, ainda, da indisponibilidade do
interesse público, pelo motivo segundo o qual, a lei criadora ou au-
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
torizadora da criação de entidades da Administração Indireta, de-
talha com exatidão as finalidades que deverão ser executadas por
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
essas entidades, de forma que não cabe ao administrador da enti-
Poder Executivo Federal.
dade criada, dispor com precisão a respeito dos objetivos definidos
pela legislação equivalente.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
Registra-se, por fim, que o princípio da especialidade possui
confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto
abrangência somente para a criação de entidades da administra-
no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n°
ção indireta. Isso significa que sua abrangência não diz respeito, por
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n°
exemplo, a parcerias feitas pelo poder público com as entidades do
8.429, de 2 de junho de 1992,
terceiro setor e suas funções gerenciais como um todo.
Em breve síntese:
DECRETA:
• O princípio da especialidade consiste na criação de entidades
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des-
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor
centralização administrativa.
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
• É composto por meio da criação de entidades da Adminis-
tração Indireta, que se tornarão prestadoras de serviços públicos
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
de forma descentralizada acrescida com especialização de função;
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
• Relaciona-se com princípios da legalidade e da indisponibili-
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
dade do interesse público;
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
• O princípio da especialidade não é adaptável às parcerias fir-
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
madas pelo Poder Público com as organizações do terceiro setor.
permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co-
Princípio da Hierarquia
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
De antemão, afirma-se que existe em decorrência princípio da
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e su-
hierarquia, uma ligação correlata de coordenação e subordinação
plentes.
entre os órgãos da Administração Pública. Depreende-se que desta
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
da República. qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o,
ITAMAR FRANCO por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
ANEXO de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po- esperanças e seus esforços para construí-los.
der Executivo Federal X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu-
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo
CAPÍTULO I a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
Seção I prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
Das Regras Deontológicas ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos
usuários dos serviços públicos.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser- de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e,
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser- caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
vação da honra e da tradição dos serviços públicos. pública.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra-
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, sempre conduz à desordem nas relações humanas.
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or-
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora
da Constituição Federal. e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à dis- a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento
tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que da Nação.
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a Seção II
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar Dos Principais Deveres do Servidor Público
a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu- XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis- emprego público de que seja titular;
trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações
fator de legalidade. procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es-
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na cargo;
vida funcional. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan-
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli- do o processo de comunicação e contato com o público;
ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú-
nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo blicos;
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res-
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá-
a negar. rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado dano moral;
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes- presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. ra em que se funda o Poder Estatal;
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica- i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa- g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe- para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi-
cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva; dor para o mesmo fim;
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami-
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa- nhar para providências;
mente em todo o sistema; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- dimento em serviços públicos;
quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti-
dências cabíveis; cular;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se- l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui- do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
ção; público;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito in-
a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali- terno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos
zação do bem comum; ou de terceiros;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual-
exercício da função; mente;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser- o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra
viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí- empreendimentos de cunho duvidoso.
vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
boa ordem. CAPÍTULO II
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de DAS COMISSÕES DE ÉTICA
direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer
aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris- órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder
dicionados administrativos; público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra-
ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes- tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin-
mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual- do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
quer violação expressa à lei; susceptível de censura.
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so- XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos
cumprimento. encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda-
Seção III mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios
Das Vedações ao Servidor Público da carreira do servidor público.
XIX-(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XV - E vedado ao servidor público; XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po- XXI -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
para outrem; Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido- parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal-
res ou de cidadãos que deles dependam; toso.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente XXIII -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en-
de sua profissão; tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei,
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
ou material; financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór-
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al- gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o do Estado.
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie- XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
rarquicamente superiores ou inferiores;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Resolução nº 02, 24 de outubro de 2000


RESOLUÇÕES 1 A 10 DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Regula a participação de autoridade pública abrangida pelo
Código de Conduta da Alta Administração Federal em seminários e
outros eventos
Resolução nº 01, 13 de setembro de 2000 A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º,
inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota a presente
Estabelece procedimentos para apresentação de informações, so- resolução interpretativa do parágrafo único do art.7º do Código de
bre situação patrimonial, pelas autoridades submetidas ao Código Conduta da Alta Administração Federal.
de Conduta da Alta Administração Federal. 1. A participação de autoridade pública abrangida pelo Código
de Conduta da Alta Administração Federal em atividades externas,
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribuições, e tais como seminários, congressos, palestras e eventos semelhan-
tendo em vista o disposto no art. 4o do Código de Conduta da Alta tes, no Brasil ou no exterior, pode ser de interesse institucional ou
Administração Federal, pessoal.
2. Quando se tratar de participação em evento de interesse
RESOLVE: institucional, as despesas de transporte e estada, bem como as
taxas de inscrição, se devidas, correrão por conta do órgão a que
Art. 1º O cumprimento do disposto no art. 4o do Código de pertença a autoridade, observado o seguinte:
Conduta da Alta Administração Federal, que trata da apresentação I - excepcionalmente, as despesas de transporte e estada, bem
de informações sobre a situação patrimonial das autoridades a ele como as taxas de inscrição, poderão ser custeadas pelo patrocina-
submetidas, será atendido mediante o envio à Comissão de Ética dor do evento, se este for:
Pública - CEP de: a) organismo internacional do qual o Brasil faça parte;
I - lista dos bens, com identificação dos respectivos valores es- b) governo estrangeiro e suas instituições;
timados ou de aquisição, que poderá ser substituída pela remessa c) instituição acadêmica, científica e cultural;
de cópia da última declaração de bens apresentada à Secretaria da d) empresa, entidade ou associação de classe que não esteja
Receita Federal do Ministério da Fazenda; sob a jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autoridade,
II - informação sobre situação patrimonial específica que, nem que possa ser beneficiária de decisão da qual participe a refe-
a juízo da autoridade, suscite ou possa eventualmente suscitar rida autoridade, seja individualmente, seja em caráter coletivo.
conflito com o interesse público e, se for o caso, o modo pelo qual II - a autoridade poderá aceitar descontos de transporte, hos-
pretende evitá-lo. pedagem e refeição, bem como de taxas de inscrição, desde que
Art. 2º As informações prestadas na forma do artigo anterior não se refira a benefício pessoal.
são de caráter sigiloso e, uma vez conferidas por pessoa designada 3. Quando se tratar de evento de interesse pessoal da autori-
pela CEP, serão encerradas em envelope lacrado. dade, as despesas de remuneração, transporte e estada poderão
Art. 3º A autoridade deverá também comunicar à CEP as ser custeadas pelo patrocinador, desde que:
participações de que for titular em sociedades de economia mista, I - a autoridade torne públicas as condições aplicáveis à sua
de instituição financeira ou de empresa que negocie com o Poder participação, inclusive o valor da remuneração, se for o caso;
Público, conforme determina o art. 6o do Código de Conduta. II - o promotor do evento não tenha interesse em decisão que
Art. 4º O prazo de apresentação de informações será de dez possa ser tomada pela autoridade, seja individualmente, seja de
dias, contados: caráter coletivo.
I - da data de publicação desta Resolução, para as autoridades 4. As atividades externas de interesse pessoal não poderão
que já se encontram no exercício do cargo; ser exercidas em prejuízo das atividades normais inerentes ao
II - da data da posse, para as autoridades que vierem a ser cargo.
doravante nomeadas. 5. A publicidade da remuneração e das despesas de transpor-
Art. 5º As seguintes autoridades estão obrigadas a prestar te e estada será assegurada mediante registro do compromisso
informações (art. 2º do Código de Conduta): na respectiva agenda de trabalho da autoridade, com explicitação
I - Ministros e Secretários de Estado; das condições de sua participação, a qual ficará disponível para
II - titulares de cargos de natureza especial, secretários-execu- consulta pelos interessados.
tivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo 6. A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou reembol-
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis; so de despesa de transporte e estada, referentes à sua participa-
III - presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, ção em evento de interesse institucional ou pessoal, por pessoa
inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, física ou jurídica com a qual o órgão a que pertença mantenha re-
empresas públicas e sociedades de economia mista. lação de negócio, salvo se o pagamento ou reembolso decorrer de
Art. 6º As informações prestadas serão mantidas em sigilo, obrigação contratual previamente assumida perante aquele órgão.
como determina o § 2º do art. 5º do referido Código.
Art. 7º As informações de que trata esta Resolução deverão
ser remetidas à CEP, em envelope lacrado, localizada no Anexo II
do Palácio do Planalto, sala 250 - Brasília-DF.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Resolução nº 03, 23 de novembro de 2000 III – bolsa de estudos vinculada ao aperfeiçoamento profissio-
nal ou técnico da autoridade, desde que o patrocinador não tenha
Regras sobre o tratamento de presentes e brindes aplicáveis às interesse em decisão que possa ser tomada pela autoridade, em
autoridades públicas abrangidas pelo Código de Conduta da Alta razão do cargo que ocupa.
Administração Federal
Brindes
A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º, inci- 5. É permitida a aceitação de brindes, como tal entendidos
so V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e considerando que: aqueles:
I –que não tenham valor comercial ou sejam distribuídos por
a) de acordo com o art. 9º do Código de Conduta da Alta entidade de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda,
Administração Federal, é vedada a aceitação de presentes por divulgação habitual ou por ocasião de eventos ou datas comemo-
autoridades públicas a ele submetidas; rativas de caráter histórico ou cultural, desde que não ultrapassem
b) a aplicação da mencionada norma e de suas exceções o valor unitário de R$ 100,00 (cem reais);
requer orientação de caráter prático às referidas autoridades, II – cuja periodicidade de distribuição não seja inferiora 12
Resolve adotar a presente Resolução de caráter interpretati- (doze) meses; e
vo: III –. que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem
a agraciar exclusivamente uma determinada autoridade.
Presentes 6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$ 100,00 (cem reais),
1. A proibição de que trata o Código de Conduta se refere ao será ele tratado como presente, aplicando-se-lhe a norma prevista
recebimento de presentes de qualquer valor, em razão do cargo no item 3 acima.
que ocupa a autoridade, quando o ofertante for pessoa, empresa 7. Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de até R$
ou entidade que: 100,00 (cem reais), a autoridade determinará sua avaliação junto
I – esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a que per- ao comércio , podendo ainda, se julgar conveniente, dar-lhe desde
tença a autoridade; logo o tratamento de presente.
II – tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em
decisão que possa ser tomada pela autoridade, individualmente Divulgação e solução de dúvidas
ou de caráter coletivo, em razão do cargo; 8. A autoridade deverá transmitir a seus subordinados as
III – mantenha relação comercial com o órgão a que pertença normas constantes desta Resolução, de modo a que tenham ampla
a autoridade; ou divulgação no ambiente de trabalho.
IV – represente interesse de terceiros, como procurador ou 9. A incorporação de presentes ao patrimônio histórico
preposto, de pessoas, empresas ou entidades compreendidas nos cultural e artístico, assim como a sua doação a entidade de caráter
incisos I, II e III. assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública,
2. É permitida a aceitação de presentes: deverá constar da respectiva agenda de trabalho ou de registro
I – em razão de laços de parentesco ou amizade, desde que específico da autoridade, para fins de eventual controle.
o seu custo seja arcado pelo próprio ofertante, e não por pessoa, 10. Dúvidas específicas a respeito da implementação das
empresa ou entidade que se enquadre em qualquer das hipóteses normas sobre presentes e brindes poderão ser submetidas à Co-
previstas no item anterior; missão de Ética Pública, conforme o previsto no art. 19 do Código
II – quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos de Conduta.
protocolares em que houver reciprocidade ou em razão do exercí-
cio de funções diplomáticas. Resolução nº 04, 07 de junho de 2001
3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de
presente cuja aceitação é vedada, a autoridade deverá adotar uma Aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética Pública A
das seguintes providências, em razão da natureza do bem: COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no art. 2o, inciso
I – tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, VII, do Decreto de 26 de maio de 1999
destiná-lo ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artísti- A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no art. 2º,
co Nacional-IPHAN para que este lhe dê o destino legal adequado; inciso VII, do Decreto de 26 de maio de 1999
II – promover a sua doação a entidade de caráter assistencial
ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde que, RESOLVE:
tratando-se de bem não perecível, esta se comprometa a aplicar o Art. 1º Fica aprovado na forma desta Resolução o Regimento
bem ou o produto da sua alienação em suas atividades fim; ou Interno da Comissão de Ética Pública.
III - determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou
do órgão público onde exerce a função. CAPÍTULO I
4. Não caracteriza presente, para os fins desta Resolução: DA COMPETÊNCIA
I – prêmio em dinheiro ou bens concedido à autoridade por
entidade acadêmica, científica ou cultural, em reconhecimento por Art. 2º Compete à Comissão de Ética Pública (CEP):
sua contribuição de caráter intelectual; I - assegurar a observância do Código de Conduta da Alta
II – prêmio concedido em razão de concurso de acesso pú- Administração Federal, aprovado pelo Presidente da República em
blico a trabalho de natureza acadêmica, científica, tecnológica ou 21 de agosto de 2000, pelas autoridades públicas federais por ele
cultural; abrangidas;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - submeter ao Presidente da República sugestões de aprimo- § 1º A pauta das reuniões da CEP será composta a partir de
ramento do Código de Conduta e resoluções de caráter interpreta- sugestões de qualquer de seus membros ou por iniciativa do
tivo de suas normas; Secretário-Executivo, admitindo-se no início de cada reunião a
III - dar subsídios ao Presidente da República e aos Ministros inclusão de novos assuntos na pauta.
de Estado na tomada de decisão concernente a atos de autoridade § 2º Assuntos específicos e urgentes poderão ser objeto de
que possam implicar descumprimento das normas do Código de deliberação mediante comunicação entre os membros da CEP.
Conduta;
IV - apurar, de ofício ou em razão de denúncia, condutas que CAPÍTULO IV
possam configurar violação do Código de Conduta, e, se for o caso, DAS ATRIBUIÇÕES
adotar as providências nele previstas;
V - dirimir dúvidas a respeito da aplicação do Código de Con- Art. 8º Ao Presidente da CEP compete:
duta e deliberar sobre os casos omissos; I - convocar e presidir as reuniões;
VI - colaborar, quando solicitado, com órgãos e entidades da II - orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os debates,
administração federal, estadual e municipal, ou dos Poderes Legis- iniciar e concluir as deliberações;
lativo e Judiciário; e III - orientar e supervisionar os trabalhos da Secretaria-Execu-
VII - dar ampla divulgação ao Código de Conduta. tiva;
IV - tomar os votos e proclamar os resultados;
CAPÍTULO II V - autorizar a presença nas reuniões de pessoas que, por si
DA COMPOSIÇÃO ou por entidades que representem, possam contribuir para os
trabalhos da CEP;
Art. 3o A CEP é composta por sete membros designados pelo VI - proferir voto de qualidade;
Presidente da República, com mandato de três anos, podendo ser VII - determinar o registro de seus atos enquanto membro
reconduzidos. da Comissão, inclusive reuniões com autoridades submetidas ao
§ 1º Os membros da CEP não terão remuneração e os tra- Código de Conduta;
balhos por eles desenvolvidos são considerados prestação de VIII - determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a CEP, a ins-
relevante serviço público. tauração de processos de apuração de prática de ato em desres-
§ 2º As despesas com viagens e estada dos membros da CEP peito ao preceituado no Código de Conduta da Alta Administração
serão custeadas pela Presidência da República, quando relaciona- Federal, a execução de diligências e a expedição de comunicados à
das com suas atividades. autoridade pública para que se manifeste na forma prevista no art.
12 deste Regimento; e
CAPÍTULO III IX - decidir os casos de urgência, ad referendum da CEP.
DO FUNCIONAMENTO
Art. 9º Aos membros da CEP compete:
Art. 4º Os membros da CEP escolherão o seu presidente, que I - examinar as matérias que lhes forem submetidas, emitindo
terá mandato de um ano, permitida a recondução. pareceres;
Art. 5º As reuniões colegiadas da CEP serão instauradas me- II - pedir vista de matéria em deliberação pela CEP;
diante a presença, física ou remota, da maioria absoluta de seus III - solicitar informações a respeito de matérias sob exame da
membros (redação dada pela Resolução nº 14, de 25 de março de Comissão; e
2020). IV - representar a CEP em atos públicos, por delegação de seu
Parágrafo único. As deliberações da CEP serão tomadas por Presidente.
maioria simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade. (in-
cluído pela Resolução nº 14, de 25 de março de 2020). Art. 10. Ao Secretário-Executivo compete:
Art. 6º A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado à Casa I - organizar a agenda das reuniões e assegurar o apoio logísti-
Civil da Presidência da República, que lhe prestará apoio técnico e co à CEP;
administrativo. II - secretariar as reuniões;
§ 1º O Secretário-Executivo submeterá anualmente à CEP III - proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas
plano de trabalho que contemple suas principais atividades e pro- atas;
ponha metas, indicadores e dimensione os recursos necessários. IV - dar apoio à CEP e aos seus integrantes no cumprimento
§ 2º Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário-Executivo das atividades que lhes sejam próprias;
prestará informações sobre o estágio de execução das atividades V - instruir as matérias submetidas à deliberação;
contempladas no plano de trabalho e seus resultados, ainda que VI - providenciar, previamente à instrução de matéria para de-
parciais. liberação pela CEP, nos casos em que houver necessidade, parecer
sobre a legalidade de ato a ser por ela baixado;
Art. 7º As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter ordinário, VII - desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e
mensalmente, e, extraordinariamente, sempre que necessário, por pareceres como subsídios ao processo de tomada de decisão da
iniciativa de qualquer de seus membros. CEP;
VIII - solicitar às autoridades submetidas ao Código de Condu-
ta informações e subsídios para instruir assunto sob apreciação da
CEP; e

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IX - tomar as providências necessárias ao cumprimento do CAPÍTULO VII


disposto nos arts. 8o, inciso VII, e 12 deste Regimento, bem como DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE DOS MEMBROS DA COMIS-
outras determinadas pelo Presidente da Comissão, no exercício de SÃO
suas atribuições.
Art. 13. Os membros da CEP obrigam-se a apresentar e man-
CAPÍTULO V ter arquivadas na Secretaria-Executiva declarações prestadas nos
DAS DELIBERAÇÕES termos do art. 4o do Código de Conduta.

Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao Código de Conduta Art. 14. Eventuais conflitos de interesse, efetivos ou poten-
compreenderão: ciais, que possam surgir em função do exercício das atividades
I - homologação das informações prestadas em cumprimento profissionais de membro da Comissão, deverão ser informados aos
às obrigações nele previstas; demais membros.
II - adoção de orientações complementares: Parágrafo único. O membro da CEP que, em razão de sua
a) mediante resposta a consultas formuladas por autoridade a atividade profissional, tiver relacionamento específico em matéria
ele submetidas; que envolva autoridade submetida ao Código de Conduta da Alta
b) de ofício, em caráter geral ou particular, mediante comuni- Administração, deverá abster-se de participar de deliberação que,
cação às autoridades abrangidas, por meio de resolução, ou, ain- de qualquer modo, a afete.
da, pela divulgação periódica de relação de perguntas e respostas
aprovada pela CEP; Art. 15. As matérias examinadas nas reuniões da CEP são
III - elaboração de sugestões ao Presidente da República de consideradas de caráter sigiloso até sua deliberação final, quando
atos normativos complementares ao Código de Conduta, além de a Comissão deverá decidir sua forma de encaminhamento.
propostas para sua eventual alteração;
IV - instauração de procedimento para apuração de ato que Art. 16. Os membros da CEP não poderão se manifestar pu-
possa configurar descumprimento ao Código de Conduta; e blicamente sobre situação específica que possa vir a ser objeto de
V - adoção de uma das seguintes providências em caso de deliberação formal do Colegiado.
infração:
a) advertência, quando se tratar de autoridade no exercício do Art. 17. Os membros da CEP deverão justificar eventual impos-
cargo; sibilidade de comparecer às reuniões.
b) censura ética, na hipótese de autoridade que já tiver deixa-
do o cargo; e CAPÍTULO VIII
c) encaminhamento de sugestão de exoneração à autoridade DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
hierarquicamente superior, quando se tratar de infração grave ou
de reincidência. Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências, será substitu-
ído pelo membro mais antigo da Comissão.
CAPÍTULO VI
DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvida relacionada a
este Regimento Interno, bem como promover as modificações que
Art. 12. O procedimento de apuração de infração ao Código de julgar necessárias.
Conduta será instaurado pela CEP, de ofício ou em razão de denún- Parágrafo único. Os casos omissos serão resolvidos pelo cole-
cia fundamentada, desde que haja indícios suficientes, observado giado.
o seguinte:
I - a autoridade será oficiada para manifestar-se por escrito no Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
prazo de cinco dias; ção.
II - o eventual denunciante, a própria autoridade pública, bem
assim a CEP, de ofício, poderão produzir prova documental; Resolução nº 05, 07 de junho de 2001
III - a CEP poderá promover as diligências que considerar
necessárias, assim como solicitar parecer de especialista quando Aprova o modelo de Declaração Confidencial de Informações a
julgar imprescindível; ser apresentada por autoridade submetida ao Código de Conduta
IV - concluídas as diligências mencionadas no inciso anterior, da Alta Administração Federal, e dispõe sobre a atualização de
a CEP oficiará à autoridade para nova manifestação, no prazo de informações patrimoniais para os fins do art. 4o do Código de
três dias; Conduta da Alta Administração Federal
V - se a CEP concluir pela procedência da denúncia, adotará
uma das providências previstas no inciso V do art. 11, com comuni- A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no art. 2º,
cação ao denunciado e ao seu superior hierárquico. inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e nos termos do art.
4o do Código de Conduta da Alta Administração Federal,

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RESOLVE: Resolução nº 07, 14 de fevereiro de 2002

Art. 1º A autoridade pública nomeada para cargo abrangido Regula a participação de autoridade pública submetida ao
pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal, aprovado Código de Conduta da Alta Administração Federal em atividades
pelo Presidente da República em 21 de agosto de 2000, encami- de natureza político-eleitoral
nhará à Comissão de Ética Pública, no prazo de dez dias da data de A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º,
nomeação, Declaração Confidencial de Informações - DCI, confor- inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota a presente reso-
me modelo anexo. lução interpretativa do Código de Conduta da Alta Administração
Federal, no que se refere à participação de autoridades públicas
Art. 2º Estão obrigados à apresentação da DCI ministros, em eventos político-eleitorais.
secretários de estado, titulares de cargos de natureza especial,
secretários executivos, secretários ou autoridade equivalentes Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Código de Conduta
ocupantes de cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Superio- da Alta Administração Federal (CCAAF) poderá participar, na con-
res - DAS, nível seis, presidentes e diretores de agências nacionais, dição de cidadão-eleitor, de eventos de natureza político-eleitoral,
autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder tais como convenções e reuniões de partidos políticos, comícios e
Público, empresas públicas e sociedades de economia mista. manifestações públicas autorizadas em lei.

Art. 3º A autoridade pública comunicará à CEP, no mesmo Art. 2º A atividade político-eleitoral da autoridade não poderá
prazo, quaisquer alterações relevantes nas informações prestadas, resultar em prejuízo do exercício da função pública, nem implicar o
podendo, para esse fim, apresentar nova DCI. uso de recursos, bens públicos de qualquer espécie ou de servido-
res a ela subordinados.
Art. 4º Dúvidas específicas relativas ao preenchimento da DCI,
assim como sobre situação patrimonial que, real ou potencialmen- Art. 3º A autoridade deverá abster-se de:
te, possa suscitar conflito com o interesse público, serão submeti- I – se valer de viagens de trabalho para participar de eventos
das à CEP e esclarecidas por sua Secretaria Executiva. político-eleitorais;
II – expor publicamente divergências com outra autoridade
Resolução nº 06, 25 de julho de 2001 administrativa federal ou criticar-lhe a honorabilidade e o desem-
penho funcional (artigos 11 e 12, inciso I, do CCAAF);
Dá nova redação ao item III da Resolução nº 3, de 23 de no- III – exercer, formal ou informalmente, função de administra-
vembro de 2000. dor de campanha eleitoral.

A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribuições, e Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que participar, a au-
tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de toridade não poderá fazer promessa, ainda que de forma implícita,
maio de 1999, que a instituiu, adotou a seguinte cujo cumprimento dependa do cargo público que esteja exercen-
RESOLUÇÃO: do, tais como realização de obras, liberação de recursos e nomea-
ção para cargos ou empregos.
Art. 1º O item 3 da Resolução nº 3, de 23 de novembro de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 5º A autoridade, a partir do momento em que manifes-
tar de forma pública a intenção de candidatar-se a cargo eletivo,
“ 3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de não poderá praticar ato de gestão do qual resulte privilégio para
presente cuja aceitação é vedada, a autoridade deverá adotar uma pessoa física ou entidade, pública ou privada, situada em sua base
das seguintes providências: eleitoral ou de seus familiares.

I - ...................................................... Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa suscitar dúvidas


quanto à sua conduta ética e ao cumprimento das normas estabe-
II - promover a sua doação a entidade de caráter assistencial lecidas pelo CCAAF, a autoridade deverá consignar em agenda de
ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde que, trabalho de acesso público:
tratando-se de bem não perecível, se comprometa a aplicar o bem I – audiências concedidas, com informações sobre seus
ou o produto da sua alienação em suas atividades fim; ou objetivos, participantes e resultados, as quais deverão ser regis-
tradas por servidor do órgão ou entidade por ela designado para
III - determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou acompanhar a reunião;
do órgão público onde exerce a função.” II – eventos político-eleitorais de que participe, informando as
condições de logística e financeiras da sua participação.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
ção. Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de interesse entre a
atividade político-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá
abster-se de participar daquela atividade ou requerer seu afasta-
mento do cargo.

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Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá consultar a o direito de crítica, de modo geral, mas de adequá-lo ao fato de
Comissão de Ética Pública. que, afinal, a autoridade exerce um cargo de livre nomeação na
administração e está vinculada a deveres de fidelidade e confiança.
Brasília, 14 de fevereiro de 2002
Art. 3º, III
COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA A autoridade não poderá aceitar encargo de administrador de
campanha eleitoral, diante da dificuldade de compatibilizar essa
O Presidente da República aprovou recomendação no sentido atividade com suas atribuições funcionais. Não haverá restrição se
de que se regule a participação de autoridades submetidas ao a autoridade se licenciar do cargo, sem vencimentos.
Código de Conduta da Alta Administração Federal em atividades
de natureza político-eleitoral. Art. 4º É fundamental que a autoridade não faça promessa,
de forma explícita ou implícita, cujo cumprimento dependa do uso
A Resolução CEP Nº 7, publicada no Diário Ofícial da União de do cargo público, como realização de obras, liberação de recursos
25.2.2002, é interpretativa das normas do Código de Conduta da e nomeação para cargo ou emprego. Essa restrição decorre da
Alta Administração Federal e tem duplo objetivo. Primeiro, reco- necessidade de se manter a dignidade da função pública e de se
nhecer o direito de qualquer autoridade, na condição de cidadão- demonstrar respeito à sociedade e ao eleitor.
-eleitor, de participar em atividades e eventos políticos e eleitorais;
segundo, mediante explicitação de normas de conduta, permitir Art. 5º A lei já determina que a autoridade que pretenda se
que as autoridades exerçam esse direito a salvo de críticas, desde candidatar a cargo eletivo peça exoneração até seis meses antes
que as cumpram adequadamente. da respectiva eleição. Porém, se ela antes disso manifestar pu-
blicamente sua pretensão eleitoral, não poderá mais praticar ato
Para facilitar a compreensão do cumprimento das referidas de gestão que resulte em algum tipo de privilégio para qualquer
normas, são prestados os esclarecimentos que seguem. pessoa ou entidade que esteja em sua base eleitoral. É importante
enfatizar que se trata apenas de ato que gere privilégio, e não atos
Art. 1º O dispositivo enfatiza o direito da autoridade de normais de gestão.
participar de eventos eleitorais, tais como convenções partidárias,
reuniões políticas e outras manifestações públicas que não contra- Art. 6º Durante o período pré-eleitoral, a autoridade deve
riem a lei. O importante é que essa participação se enquadre nos tomar cautelas específicas para que seus contatos funcionais com
princípios éticos inerentes ao cargo ou função da autoridade. terceiros não se confundam com suas atividades político-eleitorais.
A forma adequada é fazer-se acompanhar de outro servidor em
Art. 2º A norma reproduz dispositivo legal existente, aplican- audiências, o qual fará o registro dos participantes e dos assuntos
do-o de maneira específica à atividade político-eleitoral. Assim, a tratados na agenda de trabalho da autoridade.
autoridade pública, que pretenda ou não candidatar a cargo eleti- O mesmo procedimento de registro em agenda deve ser ado-
vo, não poderá exercer tal atividade em prejuízo da função pública, tado com relação aos compromissos político-eleitorais da autori-
como, por exemplo, durante o honorário normal de expediente ou dade. E, ambos os casos os registros são de acesso público, sendo
em detrimento de qualquer de suas obrigações funcionais. recomendável também que a agenda seja divulgada pela internet.
Da mesma forma, não poderá utilizar bens e serviços públicos
de qualquer espécie, assim como servidores a ela subordinados. É Art. 7º Se por qualquer motivo se verificar a possibilidade de
o caso do uso de veículos, recursos de informática, serviços de re- conflito de interesse entre a atividade político-eleitoral e a função
produção ou de publicação de documentos, material de escritório, pública, a autoridade deverá escolher entre abster-se de participar
entre outros. Especial atenção deve ser dada à vedação ao uso de daquela atividade ou requerer o seu afastamento do cargo.
funcionários subordinados, dentro ou fora do expediente oficial,
em atividades político-eleitorais de interesse da autoridade. Cum- Art. 8º A Comissão de Ética Pública esclarecerá as dúvidas que
pre esclarecer que esta norma não restringe a atividade político- eventualmente surjam na efetiva aplicação das normas.
-eleitoral de interesse do próprio funcionário, nos limites da lei.

Art. 3º, I Resolução nº 08, 25 de setembro de 2003


O dispositivo recomenda que a autoridade não se valha de
viagem de trabalho para participar de eventos político-eleitorais. Identifica situações que suscitam conflito de interesses e
Trata-se de norma de ordem prática, pois seria muito difícil exercer dispõe sobre o modo de preveni-los
algum controle sobre a segregação entre tais atividades e as ine- A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orientar
rentes ao cargo público. as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Adminis-
Esta norma não impede que a autoridade que viajou por seus tração Federal na identificação de situações que possam suscitar
próprios meios para participar de evento político-eleitoral cumpra conflito de interesses, esclarece o seguinte:
outros compromissos inerentes ao seu cargo ou função.

Art. 3º, II
A autoridade não deve expor publicamente suas divergências
com outra autoridade administrativa federal, ou criticar-lhe a ho-
norabilidade ou o desempenho funcional. Não se trata de censurar
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela au-
toridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência da
a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribui- medida adotada para prevenir situação que possa suscitar conflito
ções do cargo ou função pública da autoridade, como tal consi- de interesses.
derada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias
afins à competência funcional; 5. A participação de autoridade em conselhos de administra-
ção e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista,
b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de somente será permitida quando resultar de indicação institucional
cargo em comissão ou função de confiança, que exige a precedên- da autoridade pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado
cia das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer participar de deliberação que possa suscitar conflito de interesses
outras atividades; com o Poder Público.

c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídi- 6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor,
ca ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou sem finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto
jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da nesta Resolução.
autoridade;
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da
qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja de situação exposta.
conhecimento público;
Resolução nº 9, de 20 de maio de 2005
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da inte-
gridade, moralidade, clareza de posições e decoro da autoridade. O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de
suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso V,
2. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebi- do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética
mento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade. Pública, e nos termos do art. 4º do Código de Conduta da Alta
Administração Federal,
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de
interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes RESOLVE:
providências: Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Declaração Confi-
dencial de Informações de que trata a Resolução no 5, de 7 de
a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto junho de 2001.
perdurar a situação passível de suscitar conflito de interesses; Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público vinculado ao
Código de Conduta da Alta Administração Federal deverá apre-
b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e sentar a Declaração Confidencial de Informações, devidamente
cuja manutenção possa suscitar conflito de interesses; preenchida:
I - pela primeira vez, até dez dias após a posse; e
c) transferir a administração dos bens e direitos que possam II - sempre que ocorrer alteração relevante nas informações
suscitar conflito de interesses a instituição financeira ou a admi- prestadas, até trinta dias da ocorrência.
nistradora de carteira de valores mobiliários autorizada a funcio- Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
nar pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, ção.
conforme o caso, mediante instrumento contratual que contenha Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de 7 de junho
cláusula que vede a participação da autoridade em qualquer de- de 2001.
cisão de investimento assim como o seu prévio conhecimento de
decisões da instituição administradora quanto à gestão dos bens e Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008
direitos; A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribuições
conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26 de maio de 1999 e pelos
d) na hipótese de conflito de interesses específico e transi- arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º de
tório, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou aos fevereiro de 2007, nos termos dos Decretos nos 1.171, de 22 de
demais membros de órgão colegiado de que faça parte a autori- junho de 1994, Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e
dade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo-se de votar ou tendo em vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
participar da discussão do assunto;
RESOLVE
e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com
identificação das atividades que não sejam decorrência do cargo Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolução, as nor-
ou função pública. mas de funcionamento e de rito processual, delimitando compe-
tências, atribuições, procedimentos e outras providências no âmbi-
to das Comissões de Ética instituídas pelo Decreto nº 1.171, de 22
de junho de 1994, com as alterações estabelecidas pelo Decreto nº
6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO I XVI - arquivar os processos ou remetê-los ao órgão competen-


DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES te quando, respectivamente, não seja comprovado o desvio ético
ou configurada infração cuja apuração seja da competência de
Art. 2º Compete às Comissões de Ética: órgão distinto;
I - atuar como instância consultiva do dirigente máximo e dos XVII - notificar as partes sobre suas decisões;
respectivos servidores de órgão ou de entidade federal; XVIII - submeter ao dirigente máximo do órgão ou entidade
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público sugestões de aprimoramento ao código de conduta ética da insti-
Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, tuição;
de 1994, devendo: XIX - dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas
a) submeter à Comissão de Ética Pública - CEP propostas de de conduta ética e deliberar sobre os casos omissos, observando
aperfeiçoamento do Código de Ética Profissional; as normas e orientações da CEP;
b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato ou conduta em XX - elaborar e propor alterações ao código de ética ou de
desacordo com as normas éticas pertinentes; conduta próprio e ao regimento interno da respectiva Comissão de
c) recomendar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de Ética;
ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento XXI - dar ampla divulgação ao regramento ético;
sobre as normas de ética e disciplina; XXII - dar publicidade de seus atos, observada a restrição do
III - representar o órgão ou a entidade na Rede de Ética do art. 14 desta Resolução;
Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º do Decreto nº XXIII - requisitar agente público para prestar serviços transi-
6.029, de 2007; tórios técnicos ou administrativos à Comissão de Ética, mediante
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta prévia autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade;
Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam XXIV - elaborar e executar o plano de trabalho de gestão da
configurar descumprimento de suas normas; ética; e
V - aplicar o código de ética ou de conduta próprio, se couber; XXV - indicar por meio de ato interno, representantes locais da
VI - orientar e aconselhar sobre a conduta ética do servidor, Comissão de Ética, que serão designados pelos dirigentes máximos
inclusive no relacionamento com o cidadão e no resguardo do dos órgãos ou entidades, para contribuir nos trabalhos de educa-
patrimônio público; ção e de comunicação.
VII - responder consultas que lhes forem dirigidas;
VIII - receber denúncias e representações contra servidores CAPÍTULO II
por suposto descumprimento às normas éticas, procedendo à DA COMPOSIÇÃO
apuração;
IX - instaurar processo para apuração de fato ou conduta que Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou entidade será
possa configurar descumprimento ao padrão ético recomendado composta por três membros titulares e respectivos suplentes,
aos agentes públicos; servidores públicos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do seu
X - convocar servidor e convidar outras pessoas a prestar quadro permanente, designados por ato do dirigente máximo do
informação; correspondente órgão ou entidade.
XI - requisitar às partes, aos agentes públicos e aos órgãos § 1º Não havendo servidores públicos no órgão ou na entida-
e entidades federais informações e documentos necessários à de em número suficiente para instituir a Comissão de Ética, pode-
instrução de expedientes; rão ser escolhidos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo
XII - requerer informações e documentos necessários à instru- ou emprego do quadro permanente da Administração Pública.
ção de expedientes a agentes públicos e a órgãos e entidades de § 2º A atuação na Comissão de Ética é considerada prestação
outros entes da federação ou de outros Poderes da República; de relevante serviço público e não enseja qualquer remuneração,
XIII - realizar diligências e solicitar pareceres de especialistas; devendo ser registrada nos assentamentos funcionais do servidor.
XIV - esclarecer e julgar comportamentos com indícios de § 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não poderá ser
desvios éticos; membro da Comissão de Ética.
XV - aplicar a penalidade de censura ética ao servidor e en- § 4º O Presidente da Comissão será substituído pelo membro
caminhar cópia do ato à unidade de gestão de pessoal, podendo mais antigo, em caso de impedimento ou vacância.
também: § 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente da Comis-
a) sugerir ao dirigente máximo a exoneração de ocupante de são será preenchido mediante nova escolha efetuada pelos seus
cargo ou função de confiança; membros.
b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do servidor ao órgão § 6º Na ausência de membro titular, o respectivo suplente
ou entidade de origem; deve imediatamente assumir suas atribuições.
c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de expediente ao § 7º Cessará a investidura de membros das Comissões de Ética
setor competente para exame de eventuais transgressões de natu- com a extinção do mandato, a renúncia ou por desvio disciplinar
rezas diversas; ou ético reconhecido pela Comissão de Ética Pública.
d) adotar outras medidas para evitar ou sanar desvios éticos,
lavrando, se for o caso, o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Exe-
- ACPP; cutiva, que terá como finalidade contribuir para a elaboração e
o cumprimento do plano de trabalho da gestão da ética e prover
apoio técnico e material necessário ao cumprimento das atribui-
ções.
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1º O encargo de secretário-executivo recairá em detentor VII - executar e dar publicidade aos atos de competência da
de cargo efetivo ou emprego permanente na administração pú- Secretaria-Executiva;
blica, indicado pelos membros da Comissão de Ética e designado VIII - coordenar o desenvolvimento de ações objetivando a
pelo dirigente máximo do órgão ou da entidade. disseminação, capacitação e treinamento sobre ética no órgão ou
§ 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro da entidade; e
Comissão de Ética. IX - executar outras atividades determinadas pela Comissão de
§ 3º A Comissão de Ética poderá designar representantes Ética.
locais que auxiliarão nos trabalhos de educação e de comunicação. § 1º Compete aos demais integrantes da Secretaria-Executiva
§ 4º Outros servidores do órgão ou da entidade poderão ser fornecer o suporte administrativo necessário ao desenvolvimento
requisitados, em caráter transitório, para realização de atividades ou exercício de suas funções.
administrativas junto à Secretaria-Executiva. § 2º Aos representantes locais compete contribuir com as
atividades de educação e de comunicação.
CAPÍTULO III
DO FUNCIONAMENTO CAPÍTULO V
DOS MANDATOS
Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética serão tomadas
por votos da maioria de seus membros. Art. 11. Os membros da Comissão de Ética cumprirão manda-
Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão ordinariamente pelo tos, não coincidentes, de três anos, permitida uma única recondu-
menos uma vez por mês e, em caráter extraordinário por iniciativa ção.
do Presidente, dos seus membros ou do Secretário-Executivo. § 1º Os mandatos dos primeiros membros e dos respectivos
Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de Ética será com- suplentes serão de um, dois e três anos, estabelecidos em portaria
posta a partir de sugestões do presidente, dos membros ou do designatória.
Secretário-Executivo, sendo admitida a inclusão de novos assuntos § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de
no início da reunião. membro da Comissão de ética o servidor público que for designa-
do para cumprir o mandato complementar, caso o mesmo tenha
CAPÍTULO IV se iniciado antes do transcurso da metade do período estabelecido
DAS ATRIBUIÇÕES no mandato originário.
§ 3º Na hipótese de o mandato complementar ser exercido
Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de Ética: após o transcurso da metade do período estabelecido no mandato
I - convocar e presidir as reuniões; originário, o membro da Comissão de Ética que o exercer poderá
II - determinar a instauração de processos para a apuração ser conduzido imediatamente ao posterior mandato regular de 3
de prática contrária ao código de ética ou de conduta do órgão ou (três) anos, permitindo-lhe uma única recondução ao mandado
entidade, bem como as diligências e convocações; regular.
III - designar relator para os processos;
IV - orientar os trabalhos da Comissão de Ética, ordenar os CAPÍTULO VI
debates e concluir as deliberações; DAS NORMAS GERAIS DO PROCEDIMENTO
V - tomar os votos, proferindo voto de qualidade, e proclamar
os resultados; e Art. 12. As fases processuais no âmbito das Comissões de
VI - delegar competências para tarefas específicas aos demais Ética serão as seguintes:
integrantes da Comissão de Ética. I - Procedimento Preliminar, compreendendo:
Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata o inciso V a) juízo de admissibilidade;
somente será adotado em caso de desempate. b) instauração;
Art. 9º Compete aos membros da Comissão de Ética: c) provas documentais e, excepcionalmente, manifestação do
I - examinar matérias, emitindo parecer e voto; investigado e realização de diligências urgentes e necessárias;
II - pedir vista de matéria em deliberação; d) relatório;
III - fazer relatórios; e e) proposta de ACPP;
IV - solicitar informações a respeito de matérias sob exame da f) decisão preliminar determinando o arquivamento ou a
Comissão de Ética. conversão em Processo de Apuração Ética;
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: II - Processo de Apuração Ética, subdividindo-se em:
I - organizar a agenda e a pauta das reuniões; a) instauração;
II - proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas b) instrução complementar, compreendendo:
atas; 1. a realização de diligências;
III - instruir as matérias submetidas à deliberação da Comissão 2. a manifestação do investigado; e
de Ética; 3. a produção de provas;
IV - desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e c) relatório; e
subsídios ao processo de tomada de decisão da Comissão de Ética; d) deliberação e decisão, que declarará improcedência, conte-
V - coordenar o trabalho da Secretaria-Executiva, bem como rá sanção, recomendação a ser aplicada ou proposta de ACPP.
dos representantes locais;
VI - fornecer apoio técnico e administrativo à Comissão de
Ética;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 13. A apuração de infração ética será formalizada por Art. 20. O Procedimento Preliminar para apuração de conduta
procedimento preliminar, que deverá observar as regras de autua- que, em tese, configure infração ao padrão ético será instaurado
ção, compreendendo numeração, rubrica da paginação, juntada de pela Comissão de Ética, de ofício ou mediante representação ou
documentos em ordem cronológica e demais atos de expediente denúncia formulada por quaisquer das pessoas mencionadas no
administrativo. caput do art. 19.
Art. 14. Até a conclusão final, todos os expedientes de apura- § 1º A instauração, de ofício, de expediente de investigação
ção de infração ética terão a chancela de “reservado”, nos termos deve ser fundamentada pelos integrantes da Comissão de Ética e
do Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro 2002, após, estarão apoiada em notícia pública de conduta ou em indícios capazes de
acessíveis aos interessados conforme disposto na Lei nº 9.784, de lhe dar sustentação.
29 de janeiro de 1999. § 2º Se houver indícios de que a conduta configure, a um só
Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito de conhecer o tempo, falta ética e infração de outra natureza, inclusive discipli-
teor da acusação e ter vista dos autos no recinto da Comissão de nar, a cópia dos autos deverá ser encaminhada imediatamente ao
Ética, bem como de obter cópias de documentos. órgão competente.
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas formalmen- § 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado deverá ser
te à Comissão de Ética. notificado sobre a remessa do expediente ao órgão competente.
Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a § 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da conduta,
possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade admi- se desvio ético, infração disciplinar, ato de improbidade, crime de
nistrativa ou de infração disciplinar, encaminhará cópia dos autos responsabilidade ou infração de natureza diversa, a Comissão de
às autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem Ética, em caráter excepcional, poderá solicitar parecer reservado
prejuízo da adoção das demais medidas de sua competência. junto à unidade responsável pelo assessoramento jurídico do
Art. 17. A decisão final sobre investigação de conduta ética órgão ou da entidade.
que resultar em sanção, em recomendação ou em Acordo de Con- Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer outra de-
duta Pessoal e Profissional será resumida e publicada em ementa, manda deve conter os seguintes requisitos:
com a omissão dos nomes dos envolvidos e de quaisquer outros I - descrição da conduta;
dados que permitam a identificação. II - indicação da autoria, caso seja possível; e
Parágrafo único. A decisão final contendo nome e identifica- III - apresentação dos elementos de prova ou indicação de
ção do agente público deverá ser remetida à Comissão de Ética onde podem ser encontrados.
Pública para formação de banco de dados de sanções, para fins Parágrafo único. Quando o autor da demanda não se identifi-
de consulta pelos órgãos ou entidades da administração pública car, a Comissão de Ética poderá acolher os fatos narrados para fins
federal, em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta de instauração, de ofício, de procedimento investigatório, desde
relevância pública. que contenha indícios suficientes da ocorrência da infração ou, em
Art. 18. Os setores competentes do órgão ou entidade darão caso contrário, determinar o arquivamento sumário.
tratamento prioritário às solicitações de documentos e informa- Art. 22. A representação, denúncia ou qualquer outra deman-
ções necessárias à instrução dos procedimentos de investigação da será dirigida à Comissão de Ética, podendo ser protocolada di-
instaurados pela Comissão de Ética, conforme determina o Decre- retamente na sede da Comissão ou encaminhadas pela via postal,
to nº 6.029, de 2007. correio eletrônico ou fax.
§ 1º A inobservância da prioridade determinada neste artigo § 1º A Comissão de Ética expedirá comunicação oficial
implicará a responsabilidade de quem lhe der causa. divulgando os endereços físico e eletrônico para atendimento e
§ 2º No âmbito do órgão ou da entidade e em relação aos apresentação de demandas.
respectivos agentes públicos a Comissão de Ética terá acesso a to- § 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou representar
dos os documentos necessários aos trabalhos, dando tratamento compareça perante a Comissão de Ética, esta poderá reduzir a
específico àqueles protegidos por sigilo legal. termo as declarações e colher a assinatura do denunciante, bem
como receber eventuais provas.
CAPÍTULO VII § 3º Será assegurada ao denunciante a comprovação do rece-
DO RITO PROCESSUAL bimento da denúncia ou representação por ele encaminhada.
Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia, a Comissão
Art. 19. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de de Ética deliberará sobre sua admissibilidade, verificando o cum-
direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar primento dos requisitos previstos nos incisos do art. 21.
a atuação da Comissão de Ética, visando a apuração de trans- § 1º A Comissão de Ética poderá determinar a colheita de
gressão ética imputada ao agente público ou ocorrida em setores informações complementares ou de outros elementos de prova
competentes do órgão ou entidade federal. que julgar necessários.
Parágrafo único. Entende-se por agente público todo aquele § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fundamentada,
que por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste ser- arquivará representação ou denúncia manifestamente improce-
viços de natureza permanente, temporária, excepcional ou even- dente, cientificando o denunciante.
tual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da § 3º É facultado ao denunciado a interposição de pedido
Administração Pública Federal direta e indireta. de reconsideração dirigido à própria Comissão de Ética, no prazo
de dez dias, contados da ciência da decisão, com a competente
fundamentação.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante consentimento Art. 30. Apresentadas ou não as alegações finais, a Comissão
do denunciado, poderá ser lavrado Acordo de Conduta Pessoal e de Ética proferirá decisão.
Profissional. § 1º Se a conclusão for pela culpabilidade do investigado, a
§ 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional, o Comissão de Ética poderá aplicar a penalidade de censura ética
Procedimento Preliminar será sobrestado, por até dois anos, a prevista no Decreto nº 1.171, de 1994, e, cumulativamente, fazer
critério da Comissão de Ética, conforme o caso. recomendações, bem como lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e
§ 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o Acordo de Profissional, sem prejuízo de outras medidas a seu cargo.
Conduta Pessoal e Profissional for cumprido, será determinado o § 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional seja
arquivamento do feito. descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao Processo de
§ 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for des- Apuração Ética.
cumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao feito, conver- § 3º É facultada ao investigado pedir a reconsideração acom-
tendo o Procedimento Preliminar em Processo de Apuração Ética. panhada de fundamentação à própria Comissão de Ética, no prazo
§ 8º Não será objeto de Acordo de Conduta Pessoal e Profis- de dez dias, contado da ciência da respectiva decisão.
sional o descumprimento ao disposto no inciso XV do Anexo ao Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar em penalida-
Decreto nº 1.171, de 1994. de a detentor de cargo efetivo ou de emprego permanente na Ad-
Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, será proferida ministração Pública, bem como a ocupante de cargo em comissão
decisão pela Comissão de Ética do órgão ou entidade determinan- ou função de confiança, será encaminhada à unidade de gestão de
do o arquivamento ou sua conversão em Processo de Apuração pessoal, para constar dos assentamentos do agente público, para
Ética. fins exclusivamente éticos.
Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Ética, a Comissão § 1º O registro referido neste artigo será cancelado após o de-
de Ética notificará o investigado para, no prazo de dez dias, apre- curso do prazo de três anos de efetivo exercício, contados da data
sentar defesa prévia, por escrito, listando eventuais testemunhas, em que a decisão se tornou definitiva, desde que o servidor, nesse
até o número de quatro, e apresentando ou indicando as provas período, não tenha praticado nova infração ética.
que pretende produzir. § 2º Em se tratando de prestador de serviços sem vínculo
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá ser direto ou formal com o órgão ou entidade, a cópia da decisão defi-
prorrogado por igual período, a juízo da Comissão de Ética, me- nitiva deverá ser remetida ao dirigente máximo, a quem competirá
diante requerimento justificado do investigado. a adoção das providências cabíveis.
Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas deverá ser § 3º Em relação aos agentes públicos listados no § 2º, a Co-
justificado. missão de Ética expedirá decisão definitiva elencando as condutas
§ 1º Será indeferido o pedido de inquirição, quando: infracionais, eximindo-se de aplicar ou de propor penalidades,
I - formulado em desacordo com este artigo; recomendações ou Acordo de Conduta Pessoal e Profissional.
II - o fato já estiver suficientemente provado por documento
ou confissão do investigado ou quaisquer outros meios de prova CAPÍTULO VIII
compatíveis com o rito descrito nesta Resolução; ou DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS INTEGRANTES DA
III - o fato não possa ser provado por testemunha. COMISSÃO
§ 2º As testemunhas poderão ser substituídas desde que o
investigado formalize pedido à Comissão de Ética em tempo hábil Art. 32. São princípios fundamentais no trabalho desenvolvi-
e em momento anterior à audiência de inquirição. do pelos membros da Comissão de Ética:
Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser justificado, sen- I - preservar a honra e a imagem da pessoa investigada;
do lícito à Comissão de Ética indeferi-lo nas seguintes hipóteses: II - proteger a identidade do denunciante;
I - a comprovação do fato não depender de conhecimento III - atuar de forma independente e imparcial;
especial de perito; ou IV - comparecer às reuniões da Comissão de Ética, justifican-
II - revelar-se meramente protelatório ou de nenhum interesse do ao presidente da Comissão, por escrito, eventuais ausências e
para o esclarecimento do fato. afastamentos;
V - em eventual ausência ou afastamento, instruir o substituto
Art. 28. Na hipótese de o investigado não requerer a produ- sobre os trabalhos em curso;
ção de outras provas, além dos documentos apresentados com a VI - declarar aos demais membros o impedimento ou a suspei-
defesa prévia, a Comissão de Ética, salvo se entender necessária a ção nos trabalhos da Comissão de Ética; e
inquirição de testemunhas, a realização de diligências ou de exame VII - eximir-se de atuar em procedimento no qual tenha sido
pericial, elaborará o relatório. identificado seu impedimento ou suspeição.
Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, comprovada-
mente notificado ou citado por edital público, não se apresentar, Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da Comissão de
nem enviar procurador legalmente constituído para exercer o Ética quando:
direito ao contraditório e à ampla defesa, a Comissão de Ética de- I - tenha interesse direto ou indireto no feito;
signará um defensor dativo preferencialmente escolhido dentre os II - tenha participado ou venha a participar, em outro processo
servidores do quadro permanente para acompanhar o processo, administrativo ou judicial, como perito, testemunha ou represen-
sendo-lhe vedada conduta contrária aos interesses do investigado. tante legal do denunciante, denunciado ou investigado, ou de seus
Art. 29. Concluída a instrução processual e elaborado o rela- respectivos cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro
tório, o investigado será notificado para apresentar as alegações grau;
finais no prazo de dez dias.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o 3. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-
denunciante, denunciado ou investigado, ou com os respectivos cialidade: Oficial de Justiça Avaliador- No que se refere a ato admi-
cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau; ou nistrativo e agentes públicos, julgue o item que se segue.
IV - for seu cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro Servidor público cujo vínculo com a administração pública
grau o denunciante, denunciado ou investigado. ocorre mediante contrato temporário não tem direito à estabilida-
de funcional.
Art. 34. Ocorre a suspeição do membro quando: ( )CERTO
I - for amigo íntimo ou notório desafeto do denunciante, ( ) ERRADO
denunciado ou investigado, ou de seus respectivos cônjuges, com-
panheiros ou parentes até o terceiro grau; ou 4. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-
II - for credor ou devedor do denunciante, denunciado ou cialidade: Oficial de Justiça Avaliador- No que se refere a ato admi-
investigado, ou de seus respectivos cônjuges, companheiros ou nistrativo e agentes públicos, julgue o item que se segue.
parentes até o terceiro grau.
A revisão de atos administrativos flagrantemente inconstitucio-
nais não está sujeita a prazo decadencial.
CAPÍTULO IX
( )CERTO
DISPOSIÇÕES FINAIS
( ) ERRADO
Art. 35. As situações omissas serão resolvidas por deliberação
da Comissão de Ética, de acordo com o previsto no Código de Ética 5. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-
próprio, no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do cialidade: Administração- Com relação aos agentes públicos e aos
Poder Executivo Federal, no Código de Conduta da Alta Adminis- poderes administrativos, julgue o item seguinte.
tração Federal, bem como em outros atos normativos pertinentes. O poder de polícia tem origem em um vínculo geral entre os
Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão de Ética po- indivíduos e a administração pública.
derá estabelecer normas complementares a esta Resolução. ( )CERTO
Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses para que as ( ) ERRADO
Comissões de Ética dos órgãos e entidades do Poder Executivo
Federal possam se adequar ao disposto nesta Resolução. 6. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá ser cialidade: Administração- No que diz respeito à organização admi-
prorrogado, mediante envio de justificativas, nos trinta dias que nistrativa e à administração direta e indireta, julgue o item a seguir.
antecedem o termo final, para apreciação e autorização da Comis- De acordo com a jurisprudência do STF, é vedada autorização
são de Ética Pública. legislativa genérica para a criação de subsidiárias de entidades da
Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi- administração indireta.
cação. ( )CERTO
( ) ERRADO

QUESTÕES 7. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-


cialidade: Administração- No que diz respeito à organização admi-
nistrativa e à administração direta e indireta, julgue o item a seguir.
1. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Es- De acordo com a jurisprudência do STJ, no âmbito do direito
pecialidade: Oficial de Justiça Avaliador- Acerca do controle da ad- administrativo, aplica-se a teoria da representação, segundo a qual
ministração pública, do controle judicial e do controle legislativo, o agente que manifesta a vontade do Estado o faz como seu repre-
bem como do disposto na Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade sentante legal.
Administrativa), julgue o item que se segue. ( )CERTO
É cabível o controle judicial quanto ao teor de questões formu- ( ) ERRADO
ladas em concurso público e ao conteúdo de regras previstas em
edital de certame, sendo, entretanto, vedado ao julgador ocupar-se 8. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe-
de questões relativas a exame do mérito do ato administrativo. cialidade: Administração- No que diz respeito à organização admi-
( )CERTO nistrativa e à administração direta e indireta, julgue o item a seguir.
( ) ERRADO A desconcentração administrativa consiste na distribuição in-
terna de competências feita pela administração pública dentro da
2. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe- mesma pessoa jurídica.
cialidade: Oficial de Justiça Avaliador- No que diz respeito à respon- ( )CERTO
sabilidade civil do Estado, julgue o item subsequente. ( ) ERRADO
Na hipótese de exames cancelados por indícios de fraude, o
Estado e a pessoa jurídica de direito privado organizadora do con-
curso público respondem solidariamente pelos danos materiais
causados aos candidatos.
( )CERTO
( ) ERRADO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

9. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área 14. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PGM Recife - PE - Procurador Ju-
Administrativa- No que se refere aos poderes e aos princípios da dicial Municipal- A respeito dos agentes públicos, seus direitos, seus
administração pública, à responsabilidade civil do Estado e aos ser- deveres e suas responsabilidades, assinale a opção correta.
viços públicos, julgue o item subsequente. (A) Está expressamente previsto na Constituição Federal de
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF), a 1988 que o sistema remuneratório de cargos públicos observa-
administração pública é expressamente norteada pelos princípios rá, especialmente, o grau acadêmico de cada servidor.
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e (B) O prazo de licença-maternidade da servidora adotante po-
da eficiência. derá ser inferior ao da licença-maternidade da servidora ges-
( )CERTO tante, observados os critérios da legislação.
( ) ERRADO (C) O parecerista público não é passível de responsabilização
por decisões do administrador público, ainda que pratique erro
10. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área grave ou grosseiro.
Administrativa- Quanto a licitações, a contratos administrativos e à (D) É constitucional a limitação da jornada semanal com o obje-
responsabilidade civil no âmbito da administração pública, julgue o tivo de limitar a acumulação lícita de cargos públicos.
(E) A Constituição Federal de 1988, em seu texto original, pre-
item subsecutivo.
viu reserva de percentual dos cargos e empregos públicos para
A extinção de um contrato administrativo poderá ser determi-
as pessoas com deficiência.
nada por ato unilateral da administração pública, ainda que ela pró-
pria tenha causado descumprimento contratual.
15. CESPE / CEBRASPE - 2022 - INSS - Técnico do Seguro So-
( )CERTO
cial- No que diz respeito à administração pública, às fontes do di-
( ) ERRADO
reito administrativo, à organização administrativa da União, à Lei
n.º 8.112/1990 e aos poderes administrativos, julgue o item que
11. CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGE-ES - Procurador do Estado-
se segue.
De acordo com a lei, a autoridade administrativa competente, ao
De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, são formas de provimento
decidir sobre a validade de um contrato administrativo, deverá
de cargo público: nomeação, promoção, ascensão, transferência,
(A) considerar as circunstâncias práticas que condicionaram a
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondu-
ação do agente.
ção.
(B) buscar solução jurídica proporcional compatível com os in-
( )CERTO
teresses gerais.
( ) ERRADO
(C) impor compensação por benefícios indevidos auferidos
pelo contratado.
16. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área
(D) considerar possíveis exigências de políticas públicas afetas
Administrativa- Considerando a ética, a moral, os princípios e os va-
aos direitos de minorias.
lores relacionados à função pública e ao setor público bem como o
(E) deixar de aplicar penalidade aos responsáveis pelas irregu-
exercício da cidadania, julgue o item a seguir.
laridades verificadas, diante do interesse público envolvido.
Na formação da democracia, o exercício da cidadania exaure-se
apenas com o exercício do voto.
12. CESPE / CEBRASPE - 2023 - PO-AL - Auxiliar de Perícia- Acer-
( )CERTO
ca das sociedades de economia mista, do poder de polícia e das
( ) ERRADO
licitações, julgue o item a seguir.
A polícia administrativa e a polícia judiciária, que incidem sobre
17. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área
a liberdade das pessoas, são equivalentes.
Administrativa- Considerando a ética, a moral, os princípios e os va-
( )CERTO
lores relacionados à função pública e ao setor público bem como o
( ) ERRADO
exercício da cidadania, julgue o item a seguir.
No desempenho da atividade pública, a legalidade e a eficiên-
13. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PGM Recife - PE - Procurador
cia são valores suficientes para assegurar a moralidade e a retidão
Judicial Municipal- Acerca dos poderes da administração pública,
da conduta.
assinale a opção correta.
( )CERTO
(A) A ordem manifestamente ilegal, proveniente do superior
( ) ERRADO
hierárquico, gera para o servidor o dever de representação.
(B) O exercício do poder hierárquico é incompatível com o ser-
viço civil público. 18. FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Ana-
(C) A anulação de atos administrativos ilegais é uma decorrên- lista de Recursos de Trânsito- A finalidade da Administração Pública
cia do poder regulamentar. é o interesse público.
(D) O exercício ilegítimo de prerrogativas configura o abuso de Analise as afirmativas abaixo sobre sua organização e gestão.
poder sem configurar uma ilegalidade. 1. A administração pública tem natureza de múnus público para
(E) A avocação é ato discricionário do superior hierárquico, de- quem a exerce, ou seja, deve buscar a defesa, conservação e apri-
corrente do poder de autotutela administrativa. moramento dos bens, serviços e interesses da coletividade.
2. Os órgãos da Administração Indireta não estão sujeitos aos
princípios que regem a Administração Pública.
Editora
261
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

3. Autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei,


15 ERRADO
com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para exe-
cutar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, 16 ERRADO
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira 17 ERRADO
descentralizada.
18 E
4. Dentre os deveres do administrador público podemos citar o
Dever de Prestar contas, como aquele que decorrer diretamente do 19 ERRADO
princípio da indisponibilidade do interesse público, ou seja, quem 20 CERTO
gere dinheiro público ou administra bens e direitos da coletividade,
deve prestar contas aos órgãos competentes para fiscalização. ANOTAÇÕES
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
(A) É correta apenas a afirmativa 1.
(B) É correta apenas a afirmativa 2. ______________________________________________________
(C) É correta apenas a afirmativa 4.
(D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4. ______________________________________________________
(E) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
______________________________________________________
19. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe- ______________________________________________________
cialidade: Oficial de Justiça Avaliador- No que se refere a ato admi-
nistrativo e agentes públicos, julgue o item que se segue. ______________________________________________________
Caso a revogação de um ato administrativo decorra da verifi-
cação de ilegalidade, será dispensada a instauração de processo ______________________________________________________
administrativo.
______________________________________________________
( )CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

20. CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Espe- ______________________________________________________


cialidade: Execução Penal- No que se refere a ato administrativo e
agentes públicos, julgue o item que se segue. ______________________________________________________
A revisão de atos administrativos flagrantemente inconstitucio-
______________________________________________________
nais não está sujeita a prazo decadencial.
( )CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
_____________________________________________________

GABARITO _____________________________________________________

______________________________________________________

1 CERTO ______________________________________________________
2 ERRADO ______________________________________________________
3 CERTO
______________________________________________________
4 CERTO
5 CERTO ______________________________________________________

6 ERRADO ______________________________________________________
7 ERRADO ______________________________________________________
8 CERTO
______________________________________________________
9 ERRADO
10 ERRADO ______________________________________________________
11 A ______________________________________________________
12 ERRADO
______________________________________________________
13 A
______________________________________________________
14 E

Editora
262
262
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL

Pirâmide Normativa
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES

Conceito de Constituição

A Constituição é a norma suprema que rege a organização de


um Estado Nacional.
Por não haver na doutrina um consenso sobre o conceito de
Constituição, faz-se importante o estudo das diversas concepções
que o englobam. Então vejamos:

Constituição Sociológica
Idealizada por Ferdinand Lassalle, em 1862, é aquela que deve
traduzir a soma dos fatores reais de poder que rege determinada
nação, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não
corresponde à Constituição real.

Constituição Política
Desenvolvida por Carl Schmitt, em 1928, é aquela que decorre
de uma decisão política fundamental e se traduz na estrutura do Como Normas Infraconstitucionais entendem-se as Leis Com-
Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos funda- plementares e Ordinárias;
mentais. As normas que não traduzirem a decisão política funda- Como Normas Infralegais entendem-se os Decretos, Portarias,
mental não serão Constituição propriamente dita, mas meras leis Instruções Normativas, Resoluções, etc.
constitucionais.
Constitucionalismo
Constituição Jurídica
Fundada nas lições de Hans Kelsen, em 1934, é aquela que se Canotilho define o constitucionalismo como uma teoria (ou
constitui em norma hipotética fundamental pura, que traz funda- ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável
mento transcendental para sua própria existência (sentido lógico- à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização
-jurídico), e que, por se constituir no conjunto de normas com mais político-social de uma comunidade.
alto grau de validade, deve servir de pressuposto para a criação das Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará
demais normas que compõem o ordenamento jurídico (sentido ju- uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos.
rídico-positivo). O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro
Na concepção jurídico-positiva de Hans Kelsen, a Constituição juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa da política, tal
ocupa o ápice da pirâmide normativa, servindo como paradigma como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo.
máximo de validade para todas as demais normas do ordenamento Partindo, então, da ideia de que o Estado deva possuir uma
jurídico. Constituição, avança-se no sentido de que os textos constitucionais
Ou seja, as leis e os atos infralegais são hierarquicamente in- contêm regras de limitação ao poder autoritário e de prevalência
feriores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não dos direitos fundamentais, afastando-se a visão autoritária do an-
contrariarem as suas normas. tigo regime.
Abaixo, segue a imagem ilustrativa da Pirâmide Normativa:
Poder Constituinte Originário, Derivado e Decorrente - Refor-
ma (Emendas e Revisão) e Mutação da Constituição

Canotilho afirma que o poder constituinte tem suas raízes em


uma força geral da Nação. Assim, tal força geral da Nação atribui ao
povo o poder de dirigir a organização do Estado, o que se conven-
cionou chamar de poder constituinte.
Munido do poder constituinte, o povo atribui parcela deste a
órgãos estatais especializados, que passam a ser denominados de

Editora
263
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). derá apreender o sentido social e jurídico da norma constitucional
Portanto, o poder constituinte é de titularidade do povo, mas em exame, ao passo que a interpretação consiste em desvendar o
é o Estado, por meio de seus órgãos especializados, que o exerce. real significado da norma. É, enfim, a ciência da interpretação das
normas constitucionais.
Poder Constituinte Originário A interpretação das normas constitucionais é realizada a partir
É aquele que cria a Constituição de um novo Estado, organi- da aplicação de um conjunto de métodos hermenêuticos desenvol-
zando e estabelecendo os poderes destinados a reger os interesses vidos pela doutrina e pela jurisprudência. Vejamos cada um deles:
de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro poder, não sofre
qualquer limitação na órbita jurídica e não se subordina a nenhuma Método Hermenêutico Clássico
condição, por tudo isso é considerado um poder de fato ou poder Também chamado de método jurídico, desenvolvido por Ernest
político. Forsthoff, considera a Constituição como uma lei em sentido amplo,
logo, a arte de interpretá-la deverá ser realizada tal qual a de uma
Poder Constituinte Derivado lei, utilizando-se os métodos de interpretação clássicos, como, por
Também é chamado de Poder instituído, de segundo grau ou exemplo, o literal, o lógico-sistemático, o histórico e o teleológico.
constituído, porque deriva do Poder Constituinte originário, encon-
trando na própria Constituição as limitações para o seu exercício, → Literal ou gramatical: examina-se separadamente o sentido
por isso, possui natureza jurídica de um poder jurídico. de cada vocábulo da norma jurídica. É tida como a mais singela for-
ma de interpretação, por isso, nem sempre é o mais indicado;
Poder Constituinte Derivado Decorrente → Lógico-sistemático: conduz ao exame do sentido e do alcan-
É a capacidade dos Estados, Distrito Federal e unidades da Fe- ce da norma de forma contextualizada ao sistema jurídico que inte-
deração elaborarem as suas próprias Constituições (Lei Orgânica), gra. Parte do pressuposto de que a norma é parcela integrante de
no intuito de se auto-organizarem. O exercente deste Poder são as um todo, formando um sistema jurídico articulado;
Assembleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Dis- → Histórico: busca-se no momento da produção normativa o
trito Federal. verdadeiro sentido da lei a ser interpretada;
→ Teleológico: examina o fim social que a norma jurídica pre-
Poder Constituinte Derivado Reformador
tendeu atingir. Possui como pressuposto a intenção do legislador ao
Pode editar emendas à Constituição. O exercente deste Poder
criar a norma.
é o Congresso Nacional.
Método Tópico-Problemático
Mutação da Constituição
Este método valoriza o problema, o caso concreto. Foi ideali-
A interpretação constitucional deverá levar em consideração
zado por Theodor Viehweg. Ele interpreta a Constituição tentando
todo o sistema. Em caso de antinomia de normas, buscar-se-á a so-
adaptar o problema concreto (o fato social) a uma norma consti-
lução do aparente conflito através de uma interpretação sistemáti-
ca, orientada pelos princípios constitucionais. tucional. Busca-se, assim, solucionar o problema “encaixando” em
Assim, faz-se importante diferenciarmos reforma e mutação uma norma prevista no texto constitucional.
constitucional. Vejamos:
Método Hermenêutico-Concretizador
→ Reforma Constitucional seria a modificação do texto consti- Seu principal mentor foi Konrad Hesse. Concretizar é aplicar a
tucional, através dos mecanismos definidos pelo poder constituinte norma abstrata ao caso concreto.
originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando ar- Este método reconhece a relevância da pré-compreensão do
tigos ao texto original. intérprete acerca dos elementos envolvidos no texto constitucional
→ Mutações Constitucionais não seria alterações físicas, pal- a ser desvendado.
páveis, materialmente perceptíveis, mas sim alterações no significa- A reformulação desta pré-compreensão e a subsequente re-
do e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transfor- leitura do texto normativo, com o posterior contraponto do novo
conteúdo obtido com a realidade social (movimento de ir e vir) de-
mação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra
ve-se repetir continuamente até que se chegue à solução ótima do
enunciada. O texto permanece inalterado.
problema. Esse movimento é denominado círculo hermenêutico ou
espiral hermenêutica.
As mutações constitucionais, portanto, exteriorizam o caráter
dinâmico e de prospecção das normas jurídicas, através de proces-
Método Científico-Espiritual
sos informais. Informais no sentido de não serem previstos dentre
Desenvolvido por Rudolf Smend. Baseia-se no pressuposto de
aquelas mudanças formalmente estabelecidas no texto constitucio-
que o intérprete deve buscar o espírito da Constituição, ou seja, os
nal.
valores subjacentes ao texto constitucional.
É um método marcadamente sociológico que analisa as nor-
Métodos de Interpretação Constitucional mas constitucionais a partir da ordem de valores imanentes do
texto constitucional, a fim de alcançar a integração da Constituição
A hermenêutica constitucional tem por objeto o estudo e a com a realidade social.
sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido
e o alcance das normas constitucionais. É a ciência que fornece a
técnica e os princípios segundo os quais o operador do Direito po-

Editora
264
264
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Método Normativo-Estruturante Princípio da Supremacia


Pensado por Friedrich Muller, parte da premissa de que não há Nele, tem-se que a Constituição Federal é a norma suprema,
uma identidade entre a norma jurídico-constitucional e o texto nor- haja vista ser fruto do exercício do Poder Constituinte originário.
mativo. A norma constitucional é mais ampla, uma vez que alcança Essa supremacia será pressuposto para toda interpretação jurídi-
a realidade social subjacente ao texto normativo. co-constitucional e para o exercício do controle de constituciona-
Assim, compete ao intérprete identificar o conteúdo da norma lidade.
constitucional para além do texto normativo. Daí concluir-se que a
norma jurídica só surge após a interpretação do texto normativo. Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis
Segundo ele, presumem-se constitucionais as leis e atos nor-
Princípios de Interpretação Constitucional mativos primários até que o Poder Judiciário os declare inconstitu-
cionais. Ou seja, gozam de presunção relativa.
Princípio da Unidade da Constituição
O texto constitucional deve ser interpretado de forma a evitar Princípio da Simetria
contradições internas (antinomias), sobretudo entre os princípios Deste princípio extrai-se que, as Constituições Estaduais, a Lei
constitucionais estabelecidos. O intérprete deve considerar a Cons- Orgânica do Distrito Federal e as Leis Orgânicas Municipais devem
tituição na sua totalidade, harmonizando suas aparentes contradi- seguir o modelo estatuído na Constituição Federal.
ções.
Princípio dos Poderes Implícitos
Princípio do Efeito Integrador Segundo a teoria dos poderes implícitos, para cada dever ou-
Traduz a ideia de que na resolução dos problemas jurídico- torgado pela Constituição Federal a um determinado órgão, são im-
-constitucionais deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a plicitamente conferidos amplos poderes para o cumprimento dos
unidade político-social, uma vez que a Constituição é um elemento objetivos constitucionais.
do processo de integração comunitária.
Classificação das Constituições
Princípio da Máxima Efetividade
Também chamado de princípio da eficiência, ou princípio da Quanto à Origem
interpretação efetiva, reza que a interpretação constitucional deve a) Democrática, Promulgada ou Popular: elaborada por legíti-
atribuir o sentido que dê maior efetividade à norma constitucional mos representantes do povo, normalmente organizados em torno
para que ela cumpra sua função social. de uma Assembleia Constituinte;
É hoje um princípio aplicado a todas as normas constitucionais, b) Outorgada: Imposta pela vontade de um poder absolutista
sendo, sobretudo, aplicado na interpretação dos direitos funda- ou totalitário, não democrático;
mentais. c) Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária: Cria-
da por um ditador ou imperador e posteriormente submetida à
Princípio da Justeza aprovação popular por plebiscito ou referendo.
Também chamado de princípio da conformidade funcional,
estabelece que os órgãos encarregados da interpretação constitu- Quanto ao Conteúdo
cional não devem chegar a um resultado que subverta o esquema a) Formal: compõe-se do que consta em documento solene;
organizatório e funcional traçado pelo legislador constituinte. b) Material: composta por regras que exteriorizam a forma de
Ou seja, não pode o intérprete alterar a repartição de funções Estado, organizações dos Poderes e direitos fundamentais, poden-
estabelecida pelos Poderes Constituintes originário e derivado. do ser escritas ou costumeiras.

Princípio da Harmonização Quanto à Forma


Este princípio também é conhecido como princípio da concor- a) Escrita ou Instrumental: formada por um texto;
dância prática, e determina que, em caso de conflito aparente entre a.i) Escrita Legal – formada por um texto oriundo de documen-
normas constitucionais, o intérprete deve buscar a coordenação e tos esparsos ou fragmentados;
a combinação dos bens jurídicos em conflito, de modo a evitar o a.ii) Escrita Codificada – formada por um texto inscrito em do-
sacrifício total de uns em relação aos outros. cumento único.
b) Não Escrita: identificada a partir dos costumes, da jurispru-
Princípio da Força Normativa da Constituição dência predominante e até mesmo por documentos escritos.
Neste princípio o interprete deve buscar a solução hermenêu-
tica que possibilita a atualização normativa do texto constitucional, Quanto à Estabilidade, Mutabilidade ou Alterabilidade
concretizando sua eficácia e permanência ao longo do tempo. a) Imutável: não prevê nenhum processo para sua alteração;
b) Fixa: só pode ser alterada pelo Poder Constituinte Originário;
Princípio da Interpretação conforme a Constituição c) Rígida: o processo para a alteração de suas normas é mais
Este princípio determina que, em se tratando de atos norma- difícil do que o utilizado para criar leis;
tivos primários que admitem mais de uma interpretação (normas d) Flexível: o processo para sua alteração é igual ao utilizado
polissêmicas ou plurissignificativas), deve-se dar preferência à in- para criar leis;
terpretação legal que lhe dê um sentido conforme a Constituição. e) Semirrígida ou Semiflexível: dotada de parte rígida e parte
flexível.

Editora
265
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Quanto à Extensão
a) Sintética: regulamenta apenas os princípios básicos de um Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação
de direitos e garantias fundamentais;
b) Analítica: vai além dos princípios básicos e dos direitos fundamentais, detalhando também outros assuntos, como de ordem eco-
nômica e social.

Quanto à Finalidade
a) Garantia: contém proteção especial às liberdades públicas;
b) Dirigente: confere atenção especial à implementação de programas pelo Estado.

Quanto ao Modo de Elaboração


a) Dogmática: sistematizada a partir de ideias fundamentais;
b) Histórica: de elaboração lenta, pois se materializa a partir dos costumes, que se modificam ao longo do tempo.
Quanto à Ideologia
a) Ortodoxa: forjada sob a ótica de somente uma ideologia;
b) Eclética: fundada em valores plurais.

Quanto ao Valor ou Ontologia (Karl Loewestein)


a) Normativa: dotada de valor jurídico legítimo;
b) Nominal: sem valor jurídico, apenas social;
c) Semântica: tem importância jurídica, mas não valoração legítima, pois é criada apenas para justificar o exercício de um Poder não
democrático.

CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Democrática, Promulgada ou Es- Rí- Ana- Diri- Dog- Ec- Norma-
Popular crita gida lítica gente mática lética tiva

Classificação das Normas Constitucionais

– Normas Constitucionais de Eficácia Plena: Possuem aplicabilidade imediata, direta e integral.


– Normas Constitucionais de Eficácia Contida: Possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral.
– Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Definidoras de Princípios Institutivos: Possuem aplicabilidade indireta, dependem de
lei posterior para dar corpo a institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do Estado, previstos na Constituição.
– Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Definidoras de Princípios Programáticos: Possuem aplicabilidade indireta, estabele-
cem programas, metas, objetivos a serem desenvolvidos pelo Estado, típicas das Constituições dirigentes.
– Normas Constitucionais de Eficácia Absoluta: Não podem ser abolidas nem mesmo por emenda à Constituição Federal.
– Normas Constitucionais de Eficácia Exaurida: Possuem aplicabilidade esgotada.
– Normas Constitucionais de Eficácia Negativa
→ Impedem a recepção das normas infraconstitucionais pré-constitucionais materialmente incompatíveis, revogando-as;
→ Impedem que sejam produzidas normas ulteriores que contrariem os programas por ela estabelecidos. Serve, assim, como parâ-
metro para o controle de constitucionalidade;
→ Obrigam a atuação do Estado no sentido de conferir eficácia aos programas estatuídos no texto constitucional.

História Constitucional Brasileira

Constituição de 18241
Primeira Constituição brasileira, a Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada por Dom Pedro I, em 25 de março de 1824.
Instalava-se um governo monárquico, hereditário, constitucional e representativo.
Além dos três Poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, havia ainda o Poder Moderador. O Poder Legislativo era exercido pela As-
sembleia Geral, composta de duas câmaras: a dos senadores, cujos membros eram vitalícios e nomeados pelo Imperador dentre integran-
tes de uma lista tríplice enviada pela Província, e a dos deputados, eletiva e temporária.
Nesta Constituição destacaram-se: o fortalecimento da figura do Imperador com a criação do Poder Moderador acima dos outros
Poderes; a indicação pelo Imperador dos presidentes que governariam as províncias; o sistema eletivo indireto e censitário, com o voto
restrito aos homens livres e proprietários e subordinado a seu nível de renda.
Em 1834 foi promulgado o Ato Adicional, que criava as Assembleias Legislativas provinciais e suprimia o Poder Moderador, só restau-
rado em 1840, com a Emenda Interpretativa do Ato Adicional.
Foi a constituição que vigorou por maior tempo, 65 anos.
1 https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/copy_of_museu/publicacoes/arquivos-pdf/Constituicoes%20Brasi-
leiras-PDF.pdf
Editora
266
266
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição de 1891 Constituição de 1946


Foi promulgada pelo Congresso Constitucional, o mesmo que Promulgada durante o governo do presidente Eurico Gaspar
elegeu Deodoro da Fonseca como Presidente. Tinha caráter liberal Dutra, foi elaborada sob os auspícios da derrota dos regimes totali-
e federalista, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos. tários na Europa ao término da Segunda Guerra Mundial, refletia a
Instituiu o presidencialismo, concedeu grande autonomia aos redemocratização do Estado brasileiro.
estados da federação e garantiu a liberdade partidária. Restabeleceu os direitos individuais, extinguindo a censura e a
Estabeleceu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Pre- pena de morte. Devolveu a independência dos três poderes, a au-
sidência da República, com mandato de quatro anos. Estabeleceu tonomia dos estados e municípios e a eleição direta para presidente
o voto universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e da República, com mandato de cinco anos.
vetava o mesmo a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos; de- Em 1961 sofreu importante reforma com a adoção do parla-
terminou a separação oficial entre o Estado e a Igreja Católica; insti- mentarismo. Foi posteriormente anulada pelo plebiscito de 1963,
tuiu o casamento civil e o habeas corpus; aboliu a pena de morte e que restaurava o regime presidencialista.
extinguiu o Poder Moderador. A Constituição de 1946 vigorou por 21 anos.
Também nesta Constituição ficou estabelecida, em seu artigo
terceiro, uma zona de 14.400 Km² no Planalto Central, para a futura Constituição de 1967
Capital Federal. Foi promulgada pelo Congresso Nacional durante o governo
A Constituição de 1891 vigorou por 39 anos. Castelo Branco.
Oficializava e institucionalizava a ditadura do Regime Militar de
Constituição de 1934 1964. Foi por muitos denominada de “Super Polaca”.
Foi promulgada pela Assembleia Constituinte no primeiro go- Conservou o bipartidarismo criado pelo Ato Adicional n° 2. Es-
verno do Presidente Getúlio Vargas e preservou a essência do mo- tabeleceu eleições indiretas, por meio do Colégio Eleitoral, para a
delo liberal da Constituição anterior. presidência da República, com quatro anos de mandato.
Garantiu maior poder ao governo federal; instituiu o voto obri- Foram incorporadas nas suas Disposições Transitórias os dispo-
gatório e secreto a partir dos 18 anos e o voto feminino, já institu- sitivos do Ato Institucional n° 5 (AI-5), de 1968, dando permissão ao
presidente para, dentre outros, fechar o Congresso, cassar manda-
ídos pelo Código Eleitoral de 1932; fixou um salário mínimo; intro-
tos e suspender direitos políticos. Permitiu aos governos militares
duziu a organização sindical mantida pelo Estado.
total liberdade de legislar em matéria política, eleitoral, econômica
Criou o mandado de segurança. Sob a rubrica “Da Ordem Eco-
e tributária.
nômica e Social”, explicitava que deveria possibilitar “a todos exis-
Desta forma, o Executivo acabou por substituir, na prática, o
tência digna” e sob a rubrica “Da família, da Educação e da Cultura”
Legislativo e o Judiciário. Sofreu algumas reformas como a emen-
proclamava a educação “direito de todos”.
da Constitucional nº 1, de 1969, outorgada pela Junta Militar. Tal
Mudou também o enfoque da democracia individualista para
emenda se apresenta como um “complemento” às leis e regula-
a democracia social. Estabeleceu os critérios acerca da criação da
mentações da Constituição de 1967.
Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral. O Poder Legislativo seria
Embora seja denominada por alguns como Constituição, já que
exercido pela Câmara dos Deputados com colaboração do Senado,
promulgou um texto reformulado a partir da Constituição de 1967,
sendo aquela constituída por representantes eleitos pela popula-
muitos são os que não a veem como tal. A verdade é que, a par-
ção e por organizações de caráter profissional e trabalhista.
tir desta emenda, ficam mais claras as características políticas da
A Constituição de 1934 vigorou por 3 anos.
ditadura militar. Continuava em vigor o Ato Institucional nº 5 e os
demais atos institucionais anteriormente baixados.
Constituição de 1937
A Constituição de 1967 autorizava a expedição de decretos-lei,
No início de novembro de 1937, tropas da polícia militar do
a nomeação de senadores pelas Assembleias Legislativas, a pror-
Distrito Federal cercaram o Congresso e impediram a entrada dos
rogação do mandato presidencial para seis anos e a alteração da
parlamentares. No mesmo dia, Vargas apresentou uma nova fase
proporcionalidade de deputados no Congresso.
política e a entrada em vigor de nova Carta Constitucional. Começa-
A Constituição de 1967 vigorou por 21 anos.
va oficialmente o “Estado Novo”. Deu-se a supressão dos partidos
políticos e a concentração de poder nas mãos do chefe supremo.
Constituição de 1988
A Carta de 1937 possuía clara inspiração nos modelos fascistas
Atualmente em vigor, a Constituição de 1988 foi promulga-
europeus, institucionalizando o regime ditatorial do Estado Novo.
da no governo de José Sarney. Foi elaborada por uma Assembleia
Ficaria conhecida como “Polaca”, devido a certas semelhanças com
Constituinte, legalmente convocada e eleita e a primeira a permitir
a Constituição Polonesa de 1935.
a incorporação de emendas populares.
Extinguiu o cargo de vice-presidente, suprimiu a liberdade po-
O Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Gui-
lítico partidária e anulou a independência dos Poderes e a autono-
marães, ao entregá-la à nação, chamou-a de “Constituição Cidadã”.
mia federativa.
Seus pontos principais são a República representativa, federati-
Essa Constituição permitiu a cassação da imunidade parlamen-
va e presidencialista. Os direitos individuais e as liberdades públicas
tar, a prisão e o exílio de opositores. Instituiu a eleição indireta para
são ampliados e fortalecidos. É garantida a inviolabilidade do direito
presidente da República, com mandato de seis anos; a pena de
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
morte e a censura prévia nos meios de comunicação. Manteve os
O Poder Executivo mantém sua forte influência, permitindo a
direitos trabalhistas.
edição de medidas provisórias com força de lei (vigorantes por um
A Constituição de 1937 vigorou por 8 anos.
mês, passíveis de serem reeditadas enquanto não forem aprovadas
ou rejeitadas pelo Congresso).
O voto se torna permitido e facultativo a analfabetos e maiores
Editora
267
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

de 16 anos. A educação fundamental é apresentada como obrigatória, universal e gratuita.


Também são abordados temas como o dever da defesa do meio ambiente e de preservação de documentos, obras e outros bens de
valor histórico, artístico e cultural, bem como os sítios arqueológicos.
Reformas constitucionais começaram a ser votadas pelo Congresso Nacional a partir de 1992. Algumas das principais medidas abrem
para a iniciativa privada atividades antes restritas à esfera de ação do Estado, esvaziando, de certa forma, o poder e a influência estatais
em determinados setores.
A iniciativa privada, nacional ou internacional, recebe autorização para explorar a pesquisa, a lavra e a distribuição dos derivados
de petróleo, as telecomunicações e o gás encanado. As empresas estrangeiras adquirem o direito de exploração dos recursos minerais e
hídricos.
Na esfera política ocorrem mudanças na organização e regras referentes ao sistema eleitoral; o mandato do presidente da República é
reduzido de cinco para quatro anos e, em 1997, é aprovada a emenda que permite a reeleição do presidente da República, de governado-
res e prefeitos. Os candidatos processados por crime comum não podem ser eleitos, e os parlamentares submetidos a processo que possa
levar à perda de mandato e à inelegibilidade não podem renunciar para impedir a punição.

CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
OUTORGADAS PROMULGADAS
1824 – Constituição do Brasil-Império 1891 – 1ª Constituição da República
1937 – Imposta por Getúlio Vargas 1934 – Influenciada pela Constituição de Weimar (Alemanha
– 1919). Evidenciou os direitos fundamentais de 2ª geração
1967 – Imposta após o Golpe Militar de 1964 1946 – Redemocratização do Brasil após a era Vargas

* EC nº1/1969 – Imposta pela ditadura 1988 – Atual Carta Política

Referências Bibliográficas:
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Editora
JusPODIVM.

DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São Paulo: Editora Método.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

— Princípios fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019).
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 estão previstos no art. 1º da Constituição e são:
A soberania, poder político supremo, independente internacionalmente e não limitado a nenhum outro na esfera interna. É o poder
do país de editar e reger suas próprias normas e seu ordenamento jurídico.
A cidadania é a condição da pessoa pertencente a um Estado, dotada de direitos e deveres. O status de cidadão é inerente a todo
jurisdicionado que tem direito de votar e ser votado.
A dignidade da pessoa humana é valor moral personalíssimo inerente à própria condição humana. Fundamento consistente no res-
peito pela vida e integridade do ser humano e na garantia de condições mínimas de existência com liberdade, autonomia e igualdade de
direitos.
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é através do trabalho que o homem garante sua subsistência e contribui para
com a sociedade. Por sua vez, a livre iniciativa é um princípio que defende a total liberdade para o exercício de atividades econômicas,
sem qualquer interferência do Estado.

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O pluralismo político que decorre do Estado democrático de 1.1.11§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão per-
Direito e permite a coexistência de várias ideias políticas, consubs- manente, organizado e mantido pela União e estruturado em car-
tanciadas na existência multipartidária e não apenas dualista. O reira, destina-se a:         (Redação dada pela Emenda Constitucional
Brasil é um país de política plural, multipartidária e diversificada e nº 19, de 1998)
não apenas pautada nos ideais dualistas de esquerda e direita ou I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
democratas e republicanos. em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
Importante mencionar que união indissolúvel dos Estados, Mu- entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
nicípios e do Distrito Federal é caracterizada pela impossibilidade frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
de secessão, característica essencial do Federalismo, decorrente da nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
impossibilidade de separação de seus entes federativos, ou seja, o II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
vínculo entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é indis- gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa-
solúvel e nenhum deles pode abandonar o restante para se trans- zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com-
formar em um novo país. petência;
Quem detém a titularidade do poder político é o povo. Os go- III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de frontei-
vernantes eleitos apenas exercem o poder que lhes é atribuído pelo ras;
povo. IV - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
Além de ser marcado pela união indissolúvel dos Estados e fronteiras;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
Municípios e do Distrito Federal, a separação dos poderes estatais de 1998)
– Executivo, Legislativo e Judiciário é também uma característica V - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
do Estado Brasileiro. Tais poderes gozam, portanto, de autonomia e da União.
independência no exercício de suas funções, para que possam atuar § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organi-
em harmonia. zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
Fundamentos, também chamados de princípios fundamentais na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias fede-
(art. 1º, CF), são diferentes dos objetivos fundamentais da Repú- rais.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
blica Federativa do Brasil (art. 3º, CF). Assim, enquanto os funda- § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi-
mentos ou princípios fundamentais representam a essência, cau- zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
sa primária do texto constitucional e a base primordial de nossa na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede-
República Federativa, os objetivos estão relacionados à destinação, rais.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas no texto cons- § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
titucional que a República Federativa do Estado brasileiro anseia reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
alcançar. de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi-
O Estado brasileiro é democrático porque é regido por normas litares.
democráticas, pela soberania da vontade popular, com eleições § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
livres, periódicas e pelo povo, e de direito porque pauta-se pelo vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além
respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias funda- das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
mentais, refletindo a afirmação dos direitos humanos. Por sua vez, de defesa civil.
o Estado de Direito caracteriza-se pela legalidade, pelo seu sistema § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador
de normas pautado na preservação da segurança jurídica, pela se- do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a
paração dos poderes e pelo reconhecimento e garantia dos direitos segurança dos estabelecimentos penais.        (Redação dada pela
fundamentais, bem como pela necessidade do Direito ser respeito- Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
so com as liberdades individuais tuteladas pelo Poder Público § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares,
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamen-
te com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital,
CAPÍTULO III SEGURANÇA PÚBLICA: ARTIGO 144. aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó-
rios.            (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)
CAPÍTULO III § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór-
DA SEGURANÇA PÚBLICA gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.      (Vide Lei nº 13.675, de 2018)    Vi-
  Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res- gência
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des-
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
seguintes órgãos: dispuser a lei.  (Vide Lei nº 13.022, de 2014)
I - polícia federal; § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór-
II - polícia rodoviária federal; gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art.
III - polícia ferroviária federal; 39.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - polícias civis; § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.           (Redação públicas:         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
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sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguarda-
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e         (Incluído pela do o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-
dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e manecer ou dele sair com seus bens;
seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
lei.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E DE- petente;
VERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DIREITOS SOCIAIS, NA- XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
CIONALIDADE, CIDADANIA, DIREITOS POLÍTICOS, PARTI- a de caráter paramilitar;
DOS POLÍTICOS XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
. rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
estatal em seu funcionamento;
TÍTULO II
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
CAPÍTULO I
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
necer associado;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
extrajudicialmente;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
termos desta Constituição;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
coisa senão em virtude de lei;
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
<p
previstos nesta Constituição;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
mano ou degradante;
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
prietário indenização ulterior, se houver dano;
anonimato;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
ros pelo tempo que a lei fixar;
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
desportivas;
prestação alternativa, fixada em lei;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma-
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
terial ou moral decorrente de sua violação;
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
XXX - é garantido o direito de herança;
por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
do “de cujus”;
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
cessual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
sumidor;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou ge-
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ral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilida- sam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-
de, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança tação;
da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
2011) em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa- comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
gamento de taxas: drogas afins, na forma da lei;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; político ou de opinião;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; toridade competente;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
ou ameaça a direito; devido processo legal;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
perfeito e a coisa julgada; acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; com os meios e recursos a ela inerentes;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
que lhe der a lei, assegurados: meios ilícitos;
a) a plenitude de defesa; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
b) o sigilo das votações; gado de sentença penal condenatória;
c) a soberania dos veredictos; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
a vida; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena esta não for intentada no prazo legal;
sem prévia cominação legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi- LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
tos e liberdades fundamentais; dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; litar, definidos em lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecen- serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- do preso ou à pessoa por ele indicada;
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de lia e de advogado;
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
o Estado Democrático; sua prisão ou por seu interrogatório policial;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de dade judiciária;
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
outras, as seguintes: pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen-
a) privação ou restrição da liberdade; tícia e a do depositário infiel;
b) perda de bens; LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém so-
c) multa; frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
d) prestação social alternativa; liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
XLVII - não haverá penas: reito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habe-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do as-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
art. 84, XIX; for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
b) de caráter perpétuo; atribuições do Poder Público;
c) de trabalhos forçados; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
d) de banimento; por:
e) cruéis; a) partido político com representação no Congresso Nacional;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física defesa dos interesses de seus membros ou associados;
e moral; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
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liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- da a legislação fiscal e orçamentária(Incluído pela Emenda Consti-
dade, à soberania e à cidadania; tucional nº 114, de 2021)
LXXII - conceder-se-á “habeas-data”: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à outros que visem à melhoria de sua condição social:
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
de entidades governamentais ou de caráter público; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo indenização compensatória, dentre outros direitos;
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação III - fundo de garantia do tempo de serviço;
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
da sucumbência; que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita para qualquer fim;
aos que comprovarem insuficiência de recursos; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- trabalho;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- ou acordo coletivo;
ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
a) o registro civil de nascimento; percebem remuneração variável;
b) a certidão de óbito; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas- ou no valor da aposentadoria;
-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cida- IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
dania. (Regulamento) X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- retenção dolosa;
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) sa, conforme definido em lei;
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 115, de 2022) Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen- XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
tais têm aplicação imediata. árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado- coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati- XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
va do Brasil seja parte. ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, mingos;
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem- XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela mo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide § 1º)
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º da Constituição) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter- terço a mais do que o salário normal;
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
CAPÍTULO II XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
DOS DIREITOS SOCIAIS centivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência normas de saúde, higiene e segurança;
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade XXIV - aposentadoria;
social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas-
público em programa permanente de transferência de renda, cujas cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Re-
normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observa- dação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de organizações sindicais;


trabalho; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
incorrer em dolo ou culpa; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga-
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- as condições que a lei estabelecer.
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra-
contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
nº 28, de 2000) interesses que devam por meio dele defender.
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
28, de 2000) sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
28, de 2000) da lei.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun- Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
estado civil; resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e deliberação.
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
intelectual ou entre os profissionais respectivos; exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a gadores.
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re- CAPÍTULO III
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) DA NACIONALIDADE
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso Art. 12. São brasileiros:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- I - natos:
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim- país;
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida- ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como tiva do Brasil;
a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
Constitucional nº 72, de 2013) sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
o seguinte: optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas nal nº 54, de 2007)
ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sin- II - naturalizados:
dical; a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econô- dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
mica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
dores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
área de um Município; tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti- brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou nº 3, de 1994)
administrativas; § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratan- houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons-
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in- tituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
dependentemente da contribuição prevista em lei; 3, de 1994)
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 2222§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
sindicato; leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Cons-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações tituição.
coletivas de trabalho; § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - de Presidente da Câmara dos Deputados; e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
III - de Presidente do Senado Federal; substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitu-
V - da carreira diplomática; cional nº 16, de 1997)
VI - de oficial das Forças Armadas. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
Constitucional nº 23, de 1999) devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro pleito.
que: § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em juge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-
1994) dições:
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para da atividade;
permanência em seu território ou para o exercício de direitos ci- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
vis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe- da diplomação, para a inatividade.
derativa do Brasil. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibi-
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, lidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
o hino, as armas e o selo nacionais. administrativa, a moralidade para exercício de mandato conside-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter rada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade
símbolos próprios. das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
CAPÍTULO IV indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
DOS DIREITOS POLÍTICOS 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer- Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
termos da lei, mediante: fraude.
I - plebiscito; § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
II - referendo; de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
III - iniciativa popular. manifesta má-fé.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições munici-
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; pais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas
II - facultativos para: Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (no-
a) os analfabetos; venta) dias antes da data das eleições, observados os limites ope-
b) os maiores de setenta anos; racionais relativos ao número de quesitos.(Incluído pela Emenda
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Constitucional nº 111, de 2021)
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du- § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões
rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
I - a nacionalidade brasileira; gratuita no rádio e na televisão.(Incluído pela Emenda Constitucio-
II - o pleno exercício dos direitos políticos; nal nº 111, de 2021)
III - o alistamento eleitoral; Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; suspensão só se dará nos casos de:
V - a filiação partidária; Regulamento I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
VI - a idade mínima de: julgado;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re- II - incapacidade civil absoluta;
pública e Senador; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e rarem seus efeitos;
do Distrito Federal; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
d) dezoito anos para Vereador. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constitucional nº 4, de 1993) § 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Cam-


panha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas elei-
CAPÍTULO V torais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na
DOS PARTIDOS POLÍTICOS televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas,
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada confor-
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de- me critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas
mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse parti-
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento dário.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entida-
de ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA. UNIÃO, ESTA-
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; DOS, DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIOS E TERRITÓRIOS.
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir TÍTULO III
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de esco- CAPÍTULO I
lha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe-
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Fe-
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda deral e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Cons-
Constitucional nº 97, de 2017) tituição.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade ju- § 1º Brasília é a Capital Federal.
rídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
Superior Eleitoral. transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem se-
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e rão reguladas em lei complementar.
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Cons- desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
titucional nº 97, de 2017) Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Na-
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo cional, por lei complementar.
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período deter-
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) minado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais dis- prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvi-
tribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (In- dos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apre-
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) sentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organiza- Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT
ção paramilitar. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos pre- aos Municípios:
vistos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a fi- I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em-
liação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingi- baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-
do, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio da lei, a colaboração de interesse público;
e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) II - recusar fé aos documentos públicos;
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Depu- III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
tados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo
qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de CAPÍTULO II
anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabe- DA UNIÃO
lecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de
partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou Art. 20. São bens da União:
de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televi- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
são. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) atribuídos;
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manu- das fortificações e construções militares, das vias federais de comu-
tenção de programas de promoção e difusão da participação políti- nicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
ca das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. (In- III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
cluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeropor-
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; tuária;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, exclu- tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi-
ídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aque- tes de Estado ou Território;
las áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda cional de passageiros;
Constitucional nº 46, de 2005) f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público
econômica exclusiva; do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Terri-
VI - o mar territorial; tórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 2012) (Produção de efeito)
VIII - os potenciais de energia hidráulica; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polí-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; cia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execu-
e pré-históricos; ção de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da ex- grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
ploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no res- públicas e de programas de rádio e televisão;
pectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona XVII - conceder anistia;
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa explora- XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
2019) (Produção de efeito) XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re-
longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é gulamento)
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
ocupação e utilização serão reguladas em lei. ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Art. 21. Compete à União: XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de de viação;
organizações internacionais; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e
II - declarar a guerra e celebrar a paz; de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
III - assegurar a defesa nacional; 19, de 1998)
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for- XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma- natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
neçam temporariamente; enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven- cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
ção federal; princípios e condições:
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
bélico; admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
VII - emitir moeda; Nacional;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as ope- b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização
rações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e in-
e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; dustriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118,
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- de 2022)
ção do território e de desenvolvimento econômico e social; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118,
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, de 2022)
que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitu-
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) cional nº 49, de 2006)
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
ou permissão: XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; atividade de garimpagem, em forma associativa.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita- pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta- nº 115, de 2022)
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: trito Federal e dos Municípios:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; democráticas e conservar o patrimônio público;
II - desapropriação; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672)
em tempo de guerra; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
são; notáveis e os sítios arqueológicos;
V - serviço postal; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul-
metais; tural;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
lores; ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada
VIII - comércio exterior e interestadual; pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
IX - diretrizes da política nacional de transportes; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, quer de suas formas;
aérea e aeroespacial; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI - trânsito e transporte; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; cimento alimentar;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; IX - promover programas de construção de moradias e a melho-
XIV - populações indígenas; ria das condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de ADPF 672)
estrangeiros; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza-
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
para o exercício de profissões; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, territórios;
bem como organização administrativa destes; (Redação XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção rança do trânsito.
de efeito) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
nacionais; Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda
popular; Constitucional nº 53, de 2006)
XX - sistemas de consórcios e sorteios; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, legislar concorrentemente sobre:
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur-
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) II - orçamento;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e III - juntas comerciais;
ferroviária federais; IV - custas dos serviços forenses;
XXIII - seguridade social; V - produção e consumo;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de-
XXV - registros públicos; fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; controle da poluição;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís-
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas tico e paisagístico;
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; tico e paisagístico;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela
defesa civil e mobilização nacional; Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
XXIX - propaganda comercial. X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído causas;
pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022) XI - procedimentos em matéria processual;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas ADPF 672)
neste artigo. XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Dis- XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

deficiência; lativo estadual.


XV - proteção à infância e à juventude; Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es-
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-
13.874, de 2019) mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti-
nº 13.874, de 2019) tucional nº 111, de 2021)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas pe- ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada
culiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais sus- art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela
pende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Lei nº 13.874, de 2019) § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Se-
cretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia
CAPÍTULO III Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
DOS ESTADOS FEDERADOS 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui- CAPÍTULO IV
ção. DOS MUNICÍPIOS
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Consti-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) tuição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo rea-
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte- lizado em todo o País;
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi- II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro
cas de interesse comum. domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Muni-
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes cípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor- pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
rentes de obras da União; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no ano subseqüente ao da eleição;
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado
ou terceiros; o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; nal nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa cor- mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional
responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos nº 58, de 2009)
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleito- c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
ral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, seten- (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
ta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os De- (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
putados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000
7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habi-
Constitucional nº 19, de 1998) tantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regi- f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
mento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento ses-
e prover os respectivos cargos. senta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legis- nº 58, de 2009)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-
tos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº lhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
58, de 2009) nº 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu- milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitu-
cional nº 58, de 2009) cional nº 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela
(seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu- Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
cional nº 58, de 2009) V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu- I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
cional nº 58, de 2009) VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ-
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de maras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observa-
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 do o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe-
(novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu- lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
cional nº 58, de 2009) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos
e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu- Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
cional nº 58, de 2009) nº 25, de 2000)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 25, de 2000)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes,
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes,
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Inclu- cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
ída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi-
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessen-
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub-
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (In- cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
cluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita
3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1,
Constitucional nº 58, de 2009) de 1992)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras
3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de
nº 58, de 2009) 1992)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
nº 58, de 2009) Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renu-
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais merado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de
nº 58, de 2009) 1992)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ- I - legislar sobre assuntos de interesse local;
mara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Constitucional nº 1, de 1992) (Vide ADPF 672)
XII - cooperação das associações representativas no planeja- III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
mento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
Constitucional nº 1, de 1992) tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, estadual;
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa- de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
rágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucio- VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
nal nº 1, de 1992) do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com ina- 2006)
tivos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exer- VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
cício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento
2000) (Vide Emenda Constitucional nº 109, de 2021) (Vigência) e da ocupação do solo urbano;
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Re- de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
dação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com
2009) o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitan- § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
tes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
nº 58, de 2009) prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Mu-
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Mu- nicipal.
nicípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos ter-
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre mos da lei.
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi- § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
tantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº Contas Municipais.
58, de 2009)
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni- CAPÍTULO V
cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha- DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
bitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009) SEÇÃO I
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cen- DO DISTRITO FEDERAL
to de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Consti- Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
tucional nº 25, de 2000) reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Munici- mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
pal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; Constituição.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legisla-
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (In- tivas reservadas aos Estados e Municípios.
cluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observa-
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or- das as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com
çamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
de 2000) duração.
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câ- § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o
mara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído disposto no art. 27.
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Dis-
Art. 30. Compete aos Municípios: trito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
Constitucional nº 104, de 2019) ciação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
SEÇÃO II definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda
DOS TERRITÓRIOS Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e ju- para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
diciária dos Territórios. sua admissão;
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
Título. interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
União. lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Mi- de 1998) (Regulamento)
nistério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberati- ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
va. fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DISPOSIÇÕES GERAIS, SERVI- pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
DORES PÚBLICOS. mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
CAPÍTULO VII
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
SEÇÃO I
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
DISPOSIÇÕES GERAIS
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual-
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
tivo;
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
nº 19, de 1998)
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Cons-
go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
titucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
§ 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
de 1998)
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
Emenda Constitucional nº 34, de 2001) ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste últi- órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
mo caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor so-
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim bre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
como a participação de qualquer delas em empresa privada; (Regulamento) (Vigência)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- Constitucional nº 19, de 1998)
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Cons-
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das titucional nº 19, de 1998)
obrigações. (Regulamento) § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
ridades ou servidores públicos. § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
da lei. Constitucional nº 47, de 2005)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pará-
de 1998) grafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vere-
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- adores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
(Vide Lei nº 12.527, de 2011) des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo- § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
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inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. de convênios ou contratos entre os entes federados. (Reda-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi- § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prê-
Constitucional nº 109, de 2021) mio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obe-
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui- decido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In-
ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Consti- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
tucional nº 19, de 1998) cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, nº 19, de 1998)
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
ração; anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego nº 19, de 1998)
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên- dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
de 2019) § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela
SEÇÃO II Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
DOS SERVIDORES PÚBLICOS § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servido-
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- res titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADI nº 2.135) mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
instituirão conselho de política de administração e remuneração de preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
deres (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
1998) (Vide ADI nº 2.135) social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitu-
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com- cional nº 103, de 2019)
ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emen- tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
da Constitucional nº 19, de 1998) 2019)
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
Constitucional nº 19, de 1998) de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Re-
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores dação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi- Lei Complementar nº 152, de 2015)
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III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser-
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os nal nº 41, 19.12.2003)
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
nº 103, de 2019) disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres-
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada gem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Constitucional nº 20, de 15/12/98) (Vide Emenda Constitucional
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se- nº 20, de 1998)
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Reda- § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Reda- social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente tucional nº 20, de 15/12/98)
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regi-
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitu- me próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e cri-
cional nº 103, de 2019) térios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Re-
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Re-
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emen- dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
da Constitucional nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
dos para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exer- de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
cidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a carac- das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o
terização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complemen- de entidade aberta de previdência complementar. (Redação
tar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- instituição do correspondente regime de previdência complemen-
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
Constitucional nº 103, de 2019) na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar 41, 19.12.2003)
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Re- igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efeti-
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vos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
(Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e 19, de 1998)
que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo- III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con- penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
103, de 2019) estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des- aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá- dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
§ 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
2019) outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional 19, de 1998)
nº 103, de 2019) § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de nº 19, de 1998)
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o PODER EXECUTIVO. ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA RE-
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda PÚBLICA E DOS MINISTROS DE ESTADO. CONSTITUIÇÃO
Constitucional nº 103, de 2019) FEDERAL
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) CAPÍTULO II
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) DO PODER EXECUTIVO
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído SEÇÃO I
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de blica, auxiliado pelos Ministros de Estado.
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Repú-
de 2019) blica realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de ou-
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; tubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em se-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) gundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
servados os princípios relacionados com governança, controle in- 16, de 1997)
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-
nº 103, de 2019) -Presidente com ele registrado.
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, regis-
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta- trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Cons- computados os em branco e os nulos.
titucional nº 103, de 2019) § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primei-
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído ra votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a procla-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) mação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos
alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Inclu- válidos.
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, de-
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- sistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de os remanescentes, o de maior votação.
concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucio- § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em
nal nº 19, de 1998) segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, quali-
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Reda- ficar-se-á o mais idoso.
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromis- tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
so de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a inte- cessário, dos órgãos instituídos em lei;
gridade e a independência do Brasil. XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nome-
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para ar os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, pro-
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força mover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23,
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e de 02/09/99)
suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de ou- tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
tras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presi-
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões dente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
especiais. determinado em lei;
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Pre- XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
sidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente Tribunal de Contas da União;
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. tuição, e o Advogado-Geral da União;
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última do art. 89, VII;
vaga. XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conse-
11§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período lho de Defesa Nacional;
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autoriza-
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. do pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocor-
22§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o rida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
período de seus antecessores. decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congres-
anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua elei- so Nacional;
ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não po- XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
derão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. maneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o pro-
SEÇÃO II jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe-
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; rentes ao exercício anterior;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
superior da administração federal; da lei;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos
nesta Constituição; do art. 62;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emen- B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição.(Incluído
da Constitucional nº 32, de 2001) pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
a) organização e funcionamento da administração federal, Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte,
de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
2001) Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (In- respectivas delegações.
cluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus SEÇÃO III
representantes diplomáticos; DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
tos a referendo do Congresso Nacional; Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; da República que atentem contra a Constituição Federal e, especial-
X - decretar e executar a intervenção federal; mente, contra:
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na- I - a existência da União;
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II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades III - o Presidente do Senado Federal;
da Federação; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa-
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; dos;
IV - a segurança interna do País; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
V - a probidade na administração; VI - o Ministro da Justiça;
VI - a lei orçamentária; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República,
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De-
que estabelecerá as normas de processo e julgamento. putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se so-
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a jul- bre:
gamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabili- II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
dade. democráticas.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: § 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conse-
cesso pelo Senado Federal. lho da República.(Vide Lei nº 8.041, de 1990)
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento
não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem SUBSEÇÃO II
prejuízo do regular prosseguimento do processo. DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infra-
ções comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
suas funções. membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
SEÇÃO IV II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
DOS MINISTROS DE ESTADO III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei- V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emen-
ros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. da Constitucional nº 23, de 1999)
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de ou- VI - o Ministro das Relações Exteriores;
tras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: VII - o Ministro do Planejamento.
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
e entidades da administração federal na área de sua competência ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Re-
pública;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re- QUESTÕES
gulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
sua gestão no Ministério; 1. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE CE)/MPE CE/2020)
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem Ao tratar dos princípios fundamentais, a CF estabelece, em seu
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. art. 1.º,
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e (A) a forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa,
órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda Cons- caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabili-
titucional nº 32, de 2001) dade do governante.
(B) a forma republicana de governo, caracterizada pela eletivi-
SEÇÃO V dade, temporariedade e responsabilidade do governante.
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA (C) a forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, ca-
NACIONAL racterizada pela tripartição dos poderes da União.
(D) a forma federativa de Estado e o sistema presidencialista
SUBSEÇÃO I de governo.
DO CONSELHO DA REPÚBLICA (E) a forma republicana de governo e a forma federativa de Es-
tado, cláusulas pétreas expressas.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta
do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
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2. (CEBRASPE (CESPE) - Proc (Campo Grande)/Pref Campo 5. (CEBRASPE (CESPE) - Ag Pol (PC AL)/PC AL/2021)
Grande/2019) Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF)
Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na acerca dos direitos e das garantias fundamentais e da segurança
Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir. pública, julgue o item subsequente.
Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pes- Se a autoridade policial deixar de informar à pessoa indicada
soa humana e de sua própria personalidade, correspondem às cha- pelo preso a prisão e o local onde ele se encontra, mas comunicá-
madas liberdades negativas; os direitos sociais, por sua vez, consti- -los ao juiz competente, estará assegurado o cumprimento da CF.
tuem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória ( ) Certo
em um estado social de direito para a concretização de um ideal de ( ) Errado
vida digna na sociedade.
( ) Certo 6. (CEBRASPE (CESPE) - ATCG (MJSP)/MJSP/Técnico Especializa-
( ) Errado do em Pesquisa e Análise de Dados/2021)
A Constituição Federal de 1988 (CF) dispensa extenso trata-
3. (CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC PB)/PC PB/2022) mento quanto aos direitos e às garantias fundamentais. Acerca des-
Suponha que determinado canal na internet esteja divulgando se assunto, julgue o item a seguir.
a história de um crime que tenha ocorrido, em município brasileiro, O constituinte originário revelou grande preocupação em rela-
há mais de 50 anos. Suponha, ainda, que a informação acerca des- ção às espécies e aos modos de cumprimento de sanções penais,
se fato verídico tenha sido licitamente obtida e divulgada e que o seja elencando as espécies de penas admitidas, entre as quais estão
condenado pelo crime ajuíze ação na qual solicite a suspensão da a privação de liberdade e a multa, seja banindo outras modalidades,
divulgação do fato, alegando ter direito constitucional ao esqueci- como a interdição temporária de direitos ou as de caráter perpétuo.
mento. Nessa situação, a referida alegação é ( ) Certo
(A) procedente, pois o referido direito embasa-se na proteção ( ) Errado
da honra individual.
(B) improcedente, pois a ideia de um direito ao esquecimento 7. (CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/2021)
é incompatível com a Constituição. Com base na Constituição Federal de 1988 (CF) e no entendi-
(C) procedente, visto que o referido direito justifica-se pela pro- mento doutrinário acerca dos direitos e das garantias fundamen-
teção da imagem da pessoa. tais, julgue o item a seguir.
(D) procedente, dado o princípio da inviolabilidade da privaci- A garantia de salário nunca inferior ao mínimo para os que
dade humana. percebem remuneração variável configura direito social do traba-
(E) improcedente, visto que os parâmetros constitucionais não lhador, porém essa garantia não se aplica às praças prestadoras de
incluem a proteção da personalidade em geral. serviço militar obrigatório.
( ) Certo
4. (CEBRASPE (CESPE) - Tec Per (PC PB)/PC PB/Área Geral/2022) ( ) Errado
A liberdade assegurada no caput do art. 5.º da CF deve ser to-
mada em sua mais genérica acepção, inserindo-se, nessa amplitude 8. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE AP)/MPE AP/2021)
normativa, o direito Com base na distinção entre brasileiros natos e brasileiros na-
(A) ao exercício de culto religioso de caráter presencial coleti-
turalizados sob o prisma constitucional, é correto afirmar que a CF
vo, salvo em casos de adoção, pelo poder público, de medidas
prevê que brasileiro naturalizado
restritivas para contenção do avanço de pandemias sanitárias.
(A) poderá ser extraditado se comprovado o seu envolvimento
(B) à associação sindical ao servidor público civil e militar, na
em tráfico ilícito de entorpecentes.
forma da lei.
(B) poderá compor o Conselho da República, desde que tenha
(C) à manifestação de padrões de valoração ética ou moral, in-
sido naturalizado há mais de dez anos.
dependentemente de constituir incitação à discriminação ou à
(C) não poderá ser extraditado pela prática de crime comum
hostilidade.
cometido antes da sua naturalização.
(D) à participação das culturas populares, indígenas e afrobrasi-
(D) está impedido de ocupar cargo de ministro da justiça, pois
leiras no processo civilizatório nacional, desde que em confor-
este é privativo de brasileiro nato.
midade com as aspirações do grupo social majoritário.
(E) não poderá ser proprietário de empresa jornalística e de
(E) à reunião pacífica e sem armas, desde que seja comunicada
radiodifusão.
pelos interessados à administração pública, em um prazo míni-
mo de 30 dias antes de sua realização.
9. (CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Direito/2022)
Julgue o item subsequente, tendo em vista os termos da CF e a
jurisprudência do STF.
Não implica disposição de competência legal a eventual dele-
gação de ato de expulsão de estrangeiro ao ministro de Estado da
Justiça pelo presidente da República.
( ) Certo
( ) Errado

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

10. (CEBRASPE (CESPE) - PRF/PRF/2019) 15. (CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Direito/2022)


À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se se- Julgue o item a seguir, considerando as disposições constitucio-
gue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do nais e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do
Estado e das instituições democráticas. direito administrativo.
Policial rodoviário federal com mais de dez anos de serviço Apenas por lei se pode sujeitar o candidato a exame psicotécni-
pode candidatar-se ao cargo de deputado federal, devendo, no co para habilitação em cargo público.
caso de ser eleito, passar para inatividade a partir do ato de sua ( ) Certo
diplomação. ( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado 16. (CEBRASPE (CESPE) - TCE TCE RJ/TCE-RJ/Técnico/2022)
A Câmara dos Deputados convocou o ministro da educação a
11. (CEBRASPE (CESPE) - Ag PJ (PC SE)/PC SE/2021) prestar pessoalmente informações relativas a erros na impressão
A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos pre- de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O minis-
vistos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir. tro da educação recebeu o pedido, porém não compareceu na data
No tocante às limitações ao exercício da vida política, além de aprazada, por entender que essa convocação violava a CF.
hipóteses de inelegibilidade, nas quais se macula a capacidade elei- Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir,
toral passiva, o constituinte elencou situações de perda ou suspen- de acordo com as disposições constitucionais acerca do Poder Le-
são dos direitos políticos, a exemplo da incapacidade civil absoluta, gislativo e do Poder Executivo.
quando se restringem tanto a capacidade eleitoral ativa quanto a A ausência injustificada do ministro da educação configura cri-
passiva. me de responsabilidade, a ser julgado com exclusividade pelo Se-
( ) Certo nado Federal.
( ) Errado ( ) Certo
( ) Errado
12. (CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assis-
tente Administrativo/2022) 17. (CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE CE)/MPE CE/Direi-
Com base na Constituição Federal de 1988, julgue o item que to/2020)
se segue, a respeito da organização dos poderes e da organização Acerca da ação penal, de causas de extinção da punibilidade e
do Estado. A competência legislativa acerca de responsabilidade da imposição de medidas de segurança, julgue o item subsequente.
por danos ao consumidor é concorrente entre União, estados e Dis- A Constituição Federal de 1988 prevê a interrupção da prescri-
trito Federal. ção de processo penal contra parlamentar federal se houver susta-
( ) Certo ção pela respectiva casa no Congresso Nacional.
( ) Errado ( ) Certo
( ) Errado
13. (CEBRASPE (CESPE) - AnDR (CODEVASF)/CODEVASF/Admi-
nistração/2021) 18. (CEBRASPE (CESPE) - ATCI NS (ME)/ME/Perfil Profissional 2/
Julgue o item que se segue, a respeito do Estado brasileiro e da Direito/2020)
sua organização. Considerando as regras sobre as comissões parlamentares de
A organização político-administrativa da República Federativa inquérito (CPI), julgue o item a seguir.
do Brasil abrange não somente a União, os estados e o Distrito Fe- Uma CPI possui atribuições investigatórias que lhe são ineren-
deral, mas também os municípios, sendo todos esses entes autô- tes, como ordenar busca e apreensão de bens, objetos e computa-
nomos. dores, desde que essa diligência não se efetive em espaços domi-
( ) Certo ciliares, porém não tem poder jurídico para, mediante requisição a
( ) Errado operadoras de telefonia, determinar interceptação telefônica nem
para quebrar sigilo imposto a processo sujeito a sigilo judicial.
14. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE AC)/MPE AC/2022) ( ) Certo
Tipificada como medida excepcional, a intervenção de um es- ( ) Errado
tado federado em um de seus municípios poderá ocorrer quando
(A) houver, sem justo motivo, impontualidade no pagamento 19. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022)
de empréstimo garantido pelo referido estado. A respeito do conceito de Constituição, das teorias da Consti-
(B) deixar de ser paga, em qualquer hipótese, por dois anos tuição e do poder constituinte, julgue o item a seguir.
consecutivos, a dívida fundada do município. A Constituição Federal de 1988 (CF) permite, excepcionalmen-
(C) tal medida se destinar a garantir o livre exercício de qual- te, a iniciativa popular para a propositura de emendas constitucio-
quer um dos poderes municipais. nais.
(D) não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita muni- ( ) Certo
cipal na manutenção e no desenvolvimento do ensino e nas ( ) Errado
ações e serviços públicos de saúde.
(E) forem praticados, na administração municipal, atos de co-
rupção devidamente comprovados.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

20. (CEBRASPE (CESPE) - Ana Leg (ALECE)/ALECE/Consultoria 25. (CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assis-
Técnica Legislativa/2021) tente Administrativo/2022)
Assinale a opção correspondente a instrumento normativo que Com base na Constituição Federal de 1988, julgue o item que
regule outro dispositivo contido no texto constitucional, exigindo se segue, a respeito da organização dos poderes e da organização
quórum de maioria absoluta para a sua aprovação. do Estado.
(A) medida provisória Quando os cargos de presidente e de vice-presidente da Repú-
(B) emenda constitucional blica estiverem em vacância, serão chamados ao exercício da presi-
(C) lei complementar dência, sucessiva e exclusivamente, os presidentes da Câmara dos
(D) lei ordinária Deputados e do Supremo Tribunal Federal.
(E) lei delegada ( ) Certo
( ) Errado
21. (CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE AP)/MPE AP/Psicolo-
gia/2021) 26. (CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ RJ)/TJ RJ/Judicial/Comissário de
Assinale a opção correta que, conforme a Constituição Federal Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso/2021)
de 1988 (CF), apresenta espécie legislativa adotada em caso de re- Acerca do que dispõe a CF sobre o Poder Executivo, assinale a
levância e urgência e que não pode dispor sobre matéria relativa à opção correta.
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público. (A) As competências do vice-presidente da República estão pre-
(A) emenda à Constituição vistas em rol taxativo no texto constitucional.
(B) lei delegada (B) No caso de vacância dos cargos de presidente e vice-pre-
(C) lei complementar sidente da República, caberá ao Congresso Nacional a eleição
(D) medida provisória durante todo o período presidencial.
(E) decreto legislativo (C) Caberá à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade
da acusação contra o presidente da República, tanto nas infra-
22. (CEBRASPE (CESPE) - Ana Leg (ALECE)/ALECE/Direito/2021) ções penais comuns quanto nos crimes de responsabilidade.
No que diz respeito a iniciativa no processo legislativo federal, (D) Em qualquer hipótese, poderá o presidente da República
assinale a opção correta. extinguir cargos públicos por meio de decreto.
(A) As assembleias legislativas podem propor, isoladamente, (E) Em razão dos preceitos de segurança nacional, são indelegá-
proposta de emenda à CF, desde que encaminhada pela maio- veis as atribuições do presidente da República.
ria relativa dos respectivos membros.
(B) No âmbito da iniciativa parlamentar, os projetos de lei com- 27. (CEBRASPE (CESPE) - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Contábil/2022)
plementar exigem quórum de maioria absoluta para sua pro- Julgue o item a seguir, relativo à organização político-adminis-
positura. trativa do Estado e às disposições constitucionais aplicáveis aos Po-
(C) É de iniciativa privativa do presidente da República lei que deres Executivo, Legislativo e Judiciário e às funções essenciais à
disponha sobre a organização administrativa e judiciária dos justiça.
estados e dos territórios. Conforme regra consagrada na CF, o presidente da República
(D) Atendidos os requisitos constitucionais e legais, é permitida detém imunidade penal relativa no que se refere às infrações pe-
a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular no âm- nais que, cometidas antes ou durante o exercício do mandato, não
bito federal, estadual e municipal. guardem relação com as funções de chefe do Poder Executivo.
(E) Por meio de delegação do presidente da República, compe- ( ) Certo
te ao Congresso Nacional a elaboração das leis delegadas. ( ) Errado

23. (CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Direito/2022) 28. (CEBRASPE (CESPE) - EspFAEP (DEPEN)/DEPEN/Enferma-
Tendo em vista as disposições da CF, a legislação em vigor e a gem/2021)
jurisprudência do STF, julgue o seguinte item. À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos e de-
Segundo o STF, é prescritível a pretensão de ressarcimento ao veres individuais e coletivos, direitos sociais, Poder Executivo, segu-
erário baseada em decisão de tribunal de contas. rança pública e ordem social, julgue o item subsequente.
( ) Certo No caso de o Supremo Tribunal Federal receber queixa concer-
( ) Errado nente à prática de crime doloso contra a vida cometido pelo presi-
dente da República, o presidente ficará suspenso de suas funções.
24. (CEBRASPE (CESPE) - ACE TCE RJ/TCE-RJ/Controle Externo/ ( ) Certo
Ciências Contábeis/2021) ( ) Errado
Com base na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o se-
guinte item. 29. (CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019)
Partidos políticos têm legitimidade para denunciar ao Tribunal Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores e a le-
de Contas da União irregularidades na aplicação de recursos públi- gislação de regência, julgue os itens seguintes, referentes ao Conse-
cos. lho de República, ao princípio da separação dos poderes e ao Poder
( ) Certo Judiciário.
( ) Errado Compete ao Conselho da República se pronunciar acerca de
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

questões relevantes para a estabilidade das instituições democrá- 34. (CEBRASPE (CESPE) - PGE PB/PGE PB/2021)
ticas, assim como acerca de estado de defesa, de estado de sítio e Considerando o entendimento sumulado do STF sobre o Siste-
de intervenção federal. ma Tributário Nacional, assinale a opção correta.
( ) Certo (A) O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
( ) Errado mediante contribuição.
(B) Imóvel pertencente a instituição de assistência social sem
30. (CEBRASPE (CESPE) - AAAJ (DP DF)/DP DF/Direito e Legis- fins lucrativos, mesmo que alugado a terceiros, são imunes ao
lação/2022) IPTU, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas ativida-
Acerca dos fundamentos da organização dos Poderes e do Dis- des essenciais para as quais a entidade foi constituída.
trito Federal, julgue o seguinte item. (C) Na entrada de mercadoria importada do exterior, é incons-
Às pessoas naturais e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que titucional a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço
comprovarem insuficiência de recursos é garantida a prestação da aduaneiro.
assistência jurídica integral e gratuita por meio da Defensoria Pú- (D) A norma legal que altera o prazo de recolhimento da obriga-
blica. ção tributária se sujeita ao princípio da anterioridade.
(E) É constitucional a incidência do ISSQN sobre operações de
( ) Certo
locação de bens móveis.
( ) Errado
35. (CEBRASPE (CESPE) - DPF/PF/2021)
31. (CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/2021)
A respeito do controle de constitucionalidade no sistema cons-
Considerando o entendimento da doutrina e da jurisprudência
titucional brasileiro, julgue o item subsequente.
a respeito da administração pública, da defesa do Estado e das ins-
Conforme o conceito de bloco de constitucionalidade, há nor-
tituições democráticas, julgue o próximo item.
mas constitucionais não expressamente incluídas no texto da CF
Embora estejam sob a autoridade suprema do presidente da
que podem servir como paradigma para o exercício de controle de
República, as Forças Armadas podem atuar para a garantia da lei e
constitucionalidade.
da ordem quando assim determinado por iniciativa de qualquer um
( ) Certo
dos três poderes.
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
36. (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE PI)/MPE PI/2019)
No curso de uma ação de ressarcimento por dano material,
32. (CEBRASPE (CESPE) - DPF/PF/2021)
uma das partes suscitou a inconstitucionalidade de um dispositivo
Considerando a posição majoritária e atual do Supremo Tribu-
legal.
nal Federal (STF), julgue o item a seguir, a respeito dos fundamen-
Nesse caso, a sentença que julgar procedente o pedido de de-
tos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais, do Poder
claração de inconstitucionalidade
Judiciário, da segurança pública e das atribuições constitucionais da
(A) não fará coisa julgada nem no caso, nem entre as partes, até
Polícia Federal.
que o STF se pronuncie.
Devido ao fato de a Força Nacional de Segurança Pública ser
(B) fará coisa julgada no caso e entre as partes, bem como sur-
um programa de cooperação federativa ao qual podem aderir os tirá efeitos ex tunc.
entes federados, é inconstitucional o seu emprego em território de (C) surtirá efeitos ex tunc quando, posteriormente à prolação
estado-membro sem a anuência de seu governador. da sentença, for suspensa a executoriedade do dispositivo pelo
( ) Certo Senado Federal.
( ) Errado (D) fará coisa julgada com efeitos ex nunc caso a inconstitucio-
nalidade também seja suscitada junto ao STF.
33. (CEBRASPE (CESPE) - Ag Pol (PC AL)/PC AL/2021) (E) gerará a ineficácia e a inaplicabilidade imediata do dispositi-
Com base nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF) vo legal, que será declarado nulo.
acerca dos direitos e das garantias fundamentais e da segurança
pública, julgue o item subsequente. 37. (CEBRASPE (CESPE) - Esp GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Advo-
A repressão do crime de tráfico de entorpecentes que não te- gado/2022)
nha repercussão internacional é atribuição das polícias estaduais. A respeito do controle de constitucionalidade, julgue o item
( ) Certo a seguir, com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
( ) Errado (STF).
Lei municipal somente pode ser impugnada por meio de ação
direta de inconstitucionalidade se tiver como parâmetro de contro-
le norma de constituição estadual.
( ) Certo
( ) Errado

Editora
291
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

38. (CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC PB)/PC PB/2022)


30 CERTO
Se, em ação direta de inconstitucionalidade proposta perante
o Supremo Tribunal Federal, for alegada a inconstitucionalidade de 31 CERTO
certa lei federal, 32 CERTO
(A) a decisão definitiva de mérito vinculará o Poder Legislativo.
(B) o Poder Legislativo ficará impossibilitado de revogar a lei 33 ERRADO
questionada. 34 B
(C) o Poder Legislativo ficará impossibilitado de reeditar o di- 35 CERTO
ploma julgado inconstitucional.
(D) a decisão definitiva de mérito vinculará parcialmente o Po- 36 B
der Judiciário. 37 ERRADO
(E) a decisão definitiva de mérito vinculará todos os níveis da
administração pública. 38 E

GABARITO ANOTAÇÕES

______________________________________________________
1 B
2 CERTO ______________________________________________________

3 B ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 ERRADO
______________________________________________________
6 ERRADO
7 CERTO ______________________________________________________
8 A ______________________________________________________
9 CERTO
______________________________________________________
10 ERRADO
11 CERTO ______________________________________________________

12 CERTO ______________________________________________________
13 CERTO ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 CERTO
16 ERRADO _____________________________________________________
17 ERRADO _____________________________________________________
18 CERTO
______________________________________________________
19 ERRADO
______________________________________________________
20 C
21 D ______________________________________________________
22 D ______________________________________________________
23 CERTO
______________________________________________________
24 CERTO
25 ERRADO ______________________________________________________

26 C ______________________________________________________
27 CERTO
______________________________________________________
28 CERTO
______________________________________________________
29 CERTO
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292
292
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

Características das Organizações Informais


CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FOR-
MAIS MODERNAS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZA- São oriundas das relações pessoais e sociais desenvolvidas natu-
CIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE DE- ralmente entre os membros de determinada organização;
PARTAMENTALIZAÇÃO Sua relação é de coesão ou antagonismo;
As lideranças são informais, por meio da influência;
As organizações formais modernas caracterizam-se como um Possuem colaboração espontânea, independente da autoridade
sistema constituído de elementos interativos, que recebe entradas formal;
do ambiente, transformando-os, e emite saídas para o ambiente Têm possibilidade de oposição à organização formal;
externo. Nesse sentido, os elementos interativos da organização,
pessoas e departamentos, dependem uns dos outros e devem tra- Transcende a organização formal, não se limitando ao horário de
balhar juntos. trabalho, barreiras organizacionais ou hierarquias;
As organizações podem ser formais e informais. São intangíveis (não visíveis);
São resistentes às modificações nos processos, uma vez que as
— Formais
pessoas tendem a defender excessivamente os seus padrões.
A estrutura formal das organizações é composta pela estrutura
instituída pela vontade humana para atingir determinado objetivo.
Ela é representada por um organograma composto por órgãos, car- — Tipos de estrutura organizacional
gos e relações de autoridade e responsabilidade. A estrutura organizacional é o conjunto de responsabilidades,
Elas são regidas por normas e regulamentos que estabelecem autoridades, comunicações e decisões de unidades de uma empre-
e especificam os padrões para atingir os objetivos organizacionais. sa. É um meio para o alcance dos objetivos, estando relacionada
com a estratégia da organização, de tal forma que mudanças na es-
tratégia precedem e promovem mudanças na estrutura.
Características das Organizações Formais A estrutura organizacional de uma empresa define como as ta-
São instituídas pela vontade humana; refas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. No
tipo de estrutura formal, a relação hierárquica é impessoal e sem-
São planejadas e deliberadamente estruturadas; pre realizada por meio de ordem escrita.
São tangíveis (visíveis); São seis os elementos básicos a serem focados pelos adminis-
tradores quando projetam a estrutura das organizações: a especia-
Seus líderes se valem da autoridade e responsabilidade (líderes
lização do trabalho, a departamentalização, a cadeia de comando,
formais);
a amplitude de controle, a centralização e descentralização e, por
São regidas por normas e regulamentos definidos de forma fim, a formalização.
racional (lógica); Ao planejar a estrutura organizacional, uma das variáveis refe-
São representadas por organogramas; re-se a quem os indivíduos e os grupos se reportam. Essa variável
consiste em estruturar a cadeia de comando.
São flexíveis às modificações em sua estrutura e nos processos São tipos tradicionais de organização:
organizacionais, em face da hierarquia formal e impessoal. a) Organização Linear: autoridade única com base na hierar-
quia (unidade de comando), comunicação formal, decisões centra-
— Informais lizadas e aspecto piramidal;
Visto as organizações formais serem compostas por redes de b) Organização Funcional: autoridade funcional ou dividida,
relacionamento no ambiente de trabalho, esse relacionamento linhas diretas de comunicação, decisões descentralizadas e ênfase
dá origem à organização informal. As organizações informais defi- na especialização;
nem-se como o conjunto de interações e relacionamentos que se c) Organização Linha-staff: coexistência da estrutura linear
estabelecem entre as pessoas, sendo esta paralela à organização com a estrutura funcional, ou seja, comunicação formal com asses-
formal. soria funcional, separação entre órgãos operacionais (de linha) e ór-
As organizações informais não possuem objetivos predetermi- gãos de apoio (staff). Há, ao mesmo tempo, hierarquia de comando
nados, surgem de forma natural, estando presentes nos usos e cos- e da especialização técnica.
tumes, e se manifestam por meio de sentimentos e necessidade de
associação pelos membros da organização formal. São estruturas organizacionais modernas:
a) Estrutura Divisional: é caracterizada pela criação de unida-
Editora
293
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

des denominadas centros de resultados, que operam com relativa hierarquia visa assegurar que os subordinados aceitem e executem
autonomia, inclusive apurando lucros ou prejuízos para cada uma rigorosamente as ordens e orientações dadas pelos seus superio-
delas. Os departamentos prestam informações e se responsabili- res;
zam pela execução integral dos serviços prestados, mediados por d) Amplitude administrativa: também chamada de amplitude
um sistema de gestão eficaz; de controle ou amplitude de comando, determina o número de fun-
b) Estrutura Matricial: combina as vantagens da especialização cionários que um administrador consegue dirigir com eficiência e
funcional com o foco e responsabilidades da departamentalização eficácia. A estrutura organizacional que apresenta pequena ampli-
do produto, ou divisional. Suas aplicações acontecem, em hospitais, tude de controle é a aguda ou vertical.
laboratórios governamentais, instituições financeiras etc.
— Critérios de departamentalização
O que a difere das outras formas de estrutura organizacional, Departamentalização é o nome dado à especialização hori-
é que características de mais de uma estrutura atuam ao mesmo zontal na organização por meio da criação de departamentos para
tempo sobre os empregados. Além disso, existe múltipla subordina- cuidar das atividades organizacionais. É decorrente da divisão do
ção, ou seja, os empregados se reportam a mais de um chefe, o que trabalho e da homogeneização das atividades. É o agrupamento
pode gerar confusão nos subordinados e se tornar uma desvanta- adequado das atividades em departamentos específicos.
gem desse tipo de estrutura. São critérios de departamentalização:
É uma ótima alternativa para empresas que trabalham desen- a) Departamentalização Funcional: representa o agrupamento
volvendo projetos e ações temporárias. Nesse tipo de estrutura o por atividades ou funções principais. A divisão do trabalho ocor-
processo de decisão é descentralizado, com existência de centros re internamente, por especialidade. Abordagem indicada para cir-
de resultados de duração limitada a determinados projetos; cunstâncias estáveis, de poucas mudanças e que requeiram desem-
c) Estrutura em Rede: competitividade global, a flexibilidade penho continuado de tarefas rotineiras;
da força de trabalho e a sua estrutura enxuta. As redes organiza- b) Departamentalização por Produtos ou Serviços: represen-
cionais se caracterizam por constituir unidades interdependentes ta o agrupamento por resultados quanto a produtos ou serviços.
orientadas para identificar e solucionar problemas; A divisão do trabalho ocorre por linhas de produtos/serviços. A
d) Estrutura por Projeto: manutenção dos recursos necessários orientação é para o alcance de resultados, por meio da ênfase nos
sob o controle de um único indivíduo. produtos/serviços;
c) Departamentalização Geográfica: também chamada de De-
— Natureza partamentalização Territorial, representa o agrupamento conforme
Estão entre os fatores internos que influenciam a natureza da localização geográfica ou territorial. Caso uma organização, para
estrutura organizacional da empresa: estabelecer seus departamentos, deseje considerar a distribuição
• a natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e seus territorial de suas atividades, ela deverá observar as técnicas de de-
membros; partamentalização geográfica;
• as atividades operantes exigidas para realizar esses objetivos; d) Departamentalização por Clientela: representa o agrupa-
• a sequência de passos necessária para proporcionar os bens mento conforme o tipo ou tamanho do cliente ou comprador. Pos-
ou serviços que os membros e clientes desejam ou necessitam; sui ênfase e direcionamento para o cliente;
• as funções administrativas a desempenhar;
• as limitações da habilidade de cada pessoa na empresa, além e) Departamentalização por Processos: representa o agrupa-
das limitações tecnológicas; mento por etapas do processo, do produto ou da operação. Possui
• as necessidades sociais dos membros da empresa; e ênfase na tecnologia utilizada;
• o tamanho da empresa. f) Departamentalização por Projetos: representa o agrupa-
mento em função de entregas (saídas) ou resultados quanto a um
Da mesma forma consideram-se os elementos e as mudanças ou mais projetos. É necessária uma estrutura flexível e adaptável às
no ambiente externo que são também forças poderosas que dão circunstâncias do projeto, pois o mesmo pode ser encerrado antes
forma à natureza das relações externas. Mas para o estabelecimen- do prazo previsto. Dessa forma, os recursos envolvidos, ao término
to de uma estrutura organizacional, considera-se como mais ade- do projeto, são liberados;
quada a análise de seus componentes, condicionantes e níveis de g) Departamentalização Matricial: também chamada de orga-
influência. nização em grade, combina duas formas de departamentalização,
a funcional com a departamentalização de produto ou projeto, na
— Finalidades mesma estrutura organizacional. Representa uma estrutura mista
A estrutura formal tem como finalidade o sistema de autorida- ou híbrida.
de, responsabilidade, divisão de trabalho, comunicação e processo O desenho matricial apresenta duas dimensões: gerentes fun-
decisório. São princípios fundamentais da organização formal: cionais e gerentes de produtos ou de projeto. Logo, não há unidade
a) Divisão do trabalho: é a decomposição de um processo com- de comando. É criada uma balança de duplo poder e, por consequ-
plexo em pequenas tarefas, proporcionando maior produtividade, ência, dupla subordinação.
melhorando a eficiência organizacional e o desempenho dos envol-
vidos e reduzindo custos de produção;
b) Especialização: considerada uma consequência da divisão
do trabalho. Cada cargo passa a ter funções específicas, assim como
cada tarefa;
c) Hierarquia: divisão da empresa e, camadas hierárquicas. A
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Entender, selecionar e priorizar técnicas de MIASP1


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO, DES-
CENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRA- Formar equipe e time de diagnóstico de processos;
ÇÃO; ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; ADMI- Entender e modelar processos de situação atual;
NISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Definir e priorizar problemas atuais;
Definir e priorizar soluções para os problemas atuais;
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado Reprojetar práticas de gestão e execução de processos;
na matéria de Noções de Direito Administrativo.
Entender e modelar processos na situação futura;
Definir mudanças nos processos.
GESTÃO DE PROCESSOS
Tarefas da Gestão de Processos
GERIR PROCESSOS
Toda organização desenvolve diversas atividades que levam à
produção de resultados. Essas atividades em conjunto podem ser Implantar novos processos;
enquadradas como processos, que, de forma integrada, trabalham Implementar processos e mudanças;
para atingir os objetivos principais do órgão, diretamente relacio-
Promover a realização dos processos;
nados à sua missão institucional[ Manual de gestão por processos
/ Secretaria Jurídica e de Documentação / Escritório de Processos Acompanhar execução dos processos;
Organizacionais do MPF. - Brasília: MPF/PGR, 2013.]. Controlar execução dos processos;
A Gestão por Processos ou Business Process Management
(BPM) é uma abordagem sistemática de gestão que trata de proces- Realizar mudanças de curto prazo;
sos de negócios como ativos, que potencializam diretamente o de- Registrar o desempenho dos processos;
sempenho da organização, primando pela excelência organizacional
e agilidade nos negócios. Isso envolve a determinação de recursos Comparar o desempenho com referências internas e externas.
necessários, monitoramento de desempenho, manutenção e ges-
tão do ciclo de vida do processo. Tarefas da Gestão de Processos
Fatores críticos de sucesso na gestão por processos estão rela-
PROMOVER O APRENDIZADO
cionados a como mudar as atitudes das pessoas e ou perspectivas
de processos para avaliar o desempenho dos processos das orga- Registrar e controlar desvios dos processos;
nizações. O BPM permite a análise, definição, execução, monitora- Avaliar desempenho dos processos;
mento e administração, incluindo o suporte para a interação entre
pessoas e aplicações informatizadas diversas. Registrar aprendizado sobre os processos.
Acima de tudo, ele possibilita que as regras de negócio da or-
ganização, travestidas na forma de processos, sejam criadas e in- Objetivos da Gestão de Processos
formatizadas pelas próprias áreas de gestão, sem interferência das A gestão de processos organizacionais tem como principais ob-
áreas técnicas. A meta desses sistemas é padronizar processos cor- jetivos:
porativos e ganhar pontos em produtividade e eficiência. Conhecer e mapear os processos organizacionais desenvolvi-
As soluções de BPM são vistas como aplicações cujo principal dos pela instituição e disponibilizar as informações sobre eles, pro-
propósito é medir, analisar e otimizar a gestão do negócio e os pro- movendo a sua uniformização e descrição em manuais;
cessos de análise financeira da empresa. Identificar, desenvolver e difundir internamente metodologias
e melhores práticas da gestão de processos;
Tarefas da Gestão por Processos Promover o monitoramento e a avaliação de desempenho dos
Como forma de viabilizar a gestão por processos, visando con- processos organizacionais, de forma contínua, mediante a constru-
tribuir para o aumento da performance, suas tarefas são divididas ção de indicadores apropriados;
em três grupos, conforme demonstra as tabelas a seguir: Implantar melhorias nos processos, visando alcançar maior efi-
ciência, eficácia e efetividade no seu desempenho.
Tarefas da Gestão de Processos Princípios para a Gestão de Processos Organizacionais
PROJETAR PROCESSOS A gestão de processos organizacionais se baseia em alguns
princípios que norteiam o desenvolvimento das ações e encontram-
Entender o ambiente interno e externo;
-se representados a seguir:
Estabelecer estratégia, objetivos e abordagens de mudanças; Satisfação dos clientes: necessidades, perspectivas e requisitos
Assegurar patrimônio para mudança; dos clientes internos e externos devem ser conhecidos para que o

Entender, selecionar e priorizar processos; 1 MIASP é um Método para Identificação, Análise e Solução de Pro-
Entender, selecionar e priorizar ferramentas de modelagem; blemas, inclui em suas etapas as ações de planejamento, execução,
verificação e ações propostas em um processo de abordagem de um
dado problema apresentado.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

processo seja projetado de modo a produzir resultados que satisfa- Artigo 67 – A execução do contrato deverá ser acompanhada
çam suas necessidades; e fiscalizada por um responsável da Administração especialmente
Gerência participativa: conhecer e avaliar a opinião dos seus designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
colaboradores é um aspecto importante para que sejam discutidas subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
as ideias e melhor desempenho do processo seja alcançado;
Desenvolvimento humano: para se chegar a melhor eficiência, Competência da Gestão
eficácia e efetividade da organização é necessário o conhecimento, A gestão de contratos abrange uma série de condutas e pro-
as habilidades, a criatividade, a motivação e a competência das pes- cedimentos a serem aplicados pelo agente público e por seus re-
soas, de oportunidades de aprendizado e de um ambiente favorável presentantes desde o planejamento da contratação, a seleção do
ao pleno desenvolvimento depende o sucesso das pessoas; fornecedor, e a fiscalização da execução contratual, que contribuem
Metodologia padronizada: para evitar desvios de interpretação para o bom uso do dinheiro público, e, para que as necessidades da
e alcançar os resultados esperados, é importante seguir os padrões Administração e da população sejam atendidas da melhor forma
e a metodologia definida, que poderá ser constantemente melho- possível.
rada; Finalidade da gestão de contratos
Melhoria contínua: o comprometimento com o aperfeiçoa- A gestão de contratos deve garantir que os contratados pela
mento contínuo é o principal objetivo da gestão de processos, de Administração forneçam os bens ou prestem os serviços pactuados,
modo a evitar retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do pro- e que tais bens e serviços sejam da melhor qualidade possível. Deve
cesso de trabalho; atuar na tentativa de aliar a busca pelo bem ou serviço de menor
Informação e comunicação: é de fundamental importância a preço e o atendimento ao princípio constitucional da eficiência, evi-
disseminação da cultura organizacional, divulgar os resultados al- tando desperdícios e oferecendo bens e serviços públicos de quali-
cançados e compartilhar o conhecimento adquirido; dade à população.
Busca da excelência: para alcançar a excelência, os erros de- Outra finalidade da gestão de contratos é a de evitar prejuízos
vem ser mitigados e as suas causas eliminadas. Deve-se buscar as aos cofres públicos ocasionados pela necessidade de novas contra-
melhores práticas reconhecidas como geradoras de resultados e tações para substituir ou concluir obras e serviços não prestados
aprimoramento constante, visando à identificação e ao aperfeiço- ou insatisfatórios, e pela condenação da Administração, nas esferas
amento de oportunidades de melhorias e reforço de pontos fortes trabalhista e previdenciária, ao pagamento de encargos devidos aos
da instituição. empregados e fornecedores inadimplentes.
A gestão dos contratos abrange duas esferas de trabalho a se-
rem desenvolvidas, sendo uma de perfil administrativo, cujo foco é
GESTÃO DE CONTRATOS a relação jurídica com a contratada, efetuada pelo Gestor de Con-
tratos; e outra, de perfil técnico, que tem como foco o próprio obje-
to, sua execução, que é a fiscalização.
A gestão dos contratos administrativos O Fiscal de Contratos necessita ter conhecimento técnico e do-
Os contratos administrativos necessitam de um acompanha- mínio do objeto para que possa avaliá-lo.
mento diário e, diante disso, é preciso que os gestores públicos/
ordenadores de despesas atentem para a necessidade de nomea- Diferença entre Gestão e Fiscalização
rem fiscais e gestores de contratos devidamente qualificados para a Não podemos, entretanto, confundir gestão com fiscalização. A
missão, além de propiciarem reais condições para uma fiscalização Gestão é o serviço geral de gerenciamento dos contratos; a fiscali-
e acompanhamento eficientes ao longo da realização de cada con- zação é pontual.
trato em particular. Somente assim procedendo o gestor público/ É necessário diferenciarmos estas duas funções, tão comumen-
ordenador de despesas estará resguardando o interesse público e te confundidas, visto que possuem atribuições semelhantes, não
a si próprio. esquecendo que os responsáveis pelas mesmas, ou seja, gestor de
É importante esclarecer, entretanto, que o gestor público/or- contrato e fiscal, devem atuar em perfeita sintonia, pois objetivam,
denador de despesas precisa estar atento aos requisitos na escolha cada um a seu tempo e modo, a perfeita execução do contrato.
de seus prepostos, pois uma incorreta indicação pode gerar respon- Na gestão do contrato cuida-se, por exemplo, do equilíbrio eco-
sabilidade. É a figura da culpa in elegendo, ou seja, a culpa pela má nômico-financeiro, de incidentes relativos a pagamentos, de ques-
eleição dos funcionários. tões ligadas à documentação, ao controle dos prazos de vencimen-
to, de prorrogações, etc. É um serviço administrativo propriamente
Gestão de contratos dito, que pode ser exercido por uma pessoa ou um setor.
A gestão de contratos refere-se ao acompanhamento e a fisca- Já a fiscalização, exercida necessariamente por um represen-
lização, pela Administração, da execução de todos seus contratos e tante da Administração, especialmente designado, como preceitua
deve ser promovida por todos os órgãos públicos. a lei, cuida pontualmente de cada contrato. Cada órgão deve orga-
A gestão do contrato é realizada por um representante da Ad- nizar e regulamentar a gestão dos contratos de acordo com o pes-
ministração, conforme exigência do artigo 67 da Lei nº8.666/93[ soal disponível, o número de contratos existentes e a complexidade
Lembrando que de acordo com o Art. 193 da Lei nº 14.133, de 1º dos objetos contratados.
de abril de 2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos), RE- A lei exige que pelo menos um servidor seja responsável pelo
VOGA-SE a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, após decorridos acompanhamento da execução, exercendo a função de gestor do
2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei.]. Este representante é contrato. Ele pode ser auxiliado por outros servidores ou por ter-
denominado gestor do contrato: ceiros contratados, mediante processo licitatório dispensa ou ine-
xigibilidade de licitação, conforme o caso, quando tecnicamente
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296
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

justificável, para auxiliá-lo. Do Termo Contratual


Em sendo estas tarefas exercidas por apenas um servidor, é re- O contrato deve conter cláusulas referentes ao gestor e à fisca-
comendável que ele tenha formação ou conhecimento na área do lização, estabelecendo que a execução do objeto seja acompanha-
objeto a ser fiscalizado. da e fiscalizada por um representante da Administração (gestor do
contrato), além de conter cláusulas que definam como a prestação
Da contratação dos serviços do serviço, obra ou fornecimento de bem que será avaliada por este
A contratação de particulares pela Administração Pública é ne- representante. O nome do servidor especialmente designado para
cessária para atender uma necessidade do próprio órgão ou da po- acompanhar a execução pode constar em cláusula do contrato, sen-
pulação. Em todos os casos, a necessidade a ser atendida deve ser do este aditado para alteração desta cláusula caso seja necessário
identificada e bem conhecida pelos setores responsáveis. substituir o gestor do contrato.
É importante que se estabeleça uma perfeita comunicação en- É possível também fazer constar no contrato que o gestor será
tre o setor que necessita o objeto (Requisitante) e o setor encarre- nomeado através de portaria, pela autoridade competente. Além
gado do expediente licitatório (Serviço de Compras). disso, é importante fazer constar expressamente as prerrogativas e
Muitas vezes, há requisição de compra de determinado produ- atribuições do gestor do contrato.
to/serviço, sem que se descreva com nitidez as características, as Gestor de Contratos
peculiaridades daquilo que se precisa. Na etapa seguinte o Serviço É o servidor especialmente designado pela Administração,
de Compras acaba por fazer uma descrição do objeto que não aten- através de Portaria, para cumprir as atribuições legais definidas
de rigorosamente ao interesse de quem o solicitou. no artigo 67 da Lei de Licitações. Ele é o responsável por tomar as
Todas as informações sobre os serviços e obras devem ser reu- medidas necessárias ao fiel cumprimento da avença administrativa,
nidas e organizadas em um Memorial Descritivo (Projeto Básico). cabendo-lhe as estratégias de gestão, tais como as questões relacio-
Este memorial serve, portanto, para descrever a necessidade da nadas a: verificação da execução do objeto [serviço, obra ou forne-
Administração que justifica a contratação de uma empresa ou pro- cimento de bem contratado, constatação da adequação do objeto
fissional da iniciativa privada. contratado às especificações constantes nas cláusulas contratuais
Ao mesmo tempo, ele contém as informações sobre o obje- que descrevem a forma de execução, observando o desempenho
to a ser contratado, que são utilizadas pelos setores responsáveis do serviço prestado ou a qualidade da obra ou do bem fornecido e
pela elaboração do edital e da minuta do contrato. Além disso, as as eventuais irregularidades ou imperfeições; equilíbrio econômico
informações do Memorial Descritivo são essenciais para que as em- financeiro do contrato; responsável pela conferência dos valores
presas e profissionais conheçam as características do serviço ou da faturados, assinando o aceite definitivo nas Notas Fiscais emitidas
obra e possam decidir se têm condições técnicas para executá-las, pela Contratada; encaminhamento das notas fiscais ao setor res-
optando por participar da licitação ou não. ponsável, para que proceda o pagamento.
Por isso é importante que a Administração elabore um Me- O gestor do contrato deve ainda acompanhar o cumprimento
morial Descritivo claro e detalhado, que descreva com precisão a das obrigações decorrentes da execução contratual (trabalhistas,
necessidade pública que deve ser atendida e o padrão de qualida- previdenciárias e garantias contratual e técnica), e penalidades.
de exigido, ou ainda, a descrição do objeto no Memorial Descritivo É tarefa do gestor fiscalizar a manutenção, pela contratada, das
deve ter como foco o resultado pretendido pela Administração. condições de habilitação exigida pela Lei de Licitações, edital e con-
O artigo 6º, inciso IX, da Lei de Licitações, define o Memorial trato, solicitando os documentos comprobatórios pertinentes. Em
Descritivo (Projeto Básico) e lista os elementos que ele deve conter relação à fiscalização de ausência de débitos trabalhistas e previ-
(alíneas “a” a “f”). Em linhas gerais, o Memorial Descritivo deve: denciários, o gestor deve:
descrever a solução escolhida para a necessidade a ser atendida; → Nos casos em que o contrato condiciona o pagamento à
especificar as técnicas que podem ou devem ser utilizadas; enume- apresentação de certidões negativas, recolher e conferir as certi-
rar os serviços principais e assessórios a serem executados e tipos dões antes de atestar as notas fiscais;
de materiais necessários; descrever as condições de execução do → Nos casos em que o contrato exige que a Contratada via-
serviço ou da obra (organização, periodicidade, horários, etc.); fixar bilize o acesso de seus funcionários aos sistemas do INSS e FGTS,
obrigações das partes, prazos, garantias contratuais, forma e condi- solicitar mensalmente aos funcionários, por amostragem, que con-
ções de pagamento; conter orçamento detalhado do custo global sultem seus respectivos extratos e confirmem se os recolhimentos
da obra ou serviço, e outras informações relevantes para a descri- estão em ordem;
ção do objeto, conforme o caso. → Silenciando o contrato sobre o procedimento de fiscalização,
É muito importante, também, que conste no Memorial Descri- o gestor pode, a qualquer tempo, requerer da contratada as certi-
tivo e no Termo Contratual o procedimento de fiscalização das obri- dões negativas de débitos, com amparo nos artigos 71 e 55, inciso
gações trabalhistas e previdenciárias da Contratada, e que o gestor XIII, da Lei de Licitações.
do contrato execute este procedimento e arquive toda a respectiva
documentação. O descumprimento dessas obrigações deve ser comunicado à
Como medida de resguardo de incidentes, a recomendação é autoridade competente para que esta aplique as penalidades legais
de que a descrição do objeto seja feita pelo funcionário que o re- e as previstas no contrato, como a execução da garantia contratual
quisita; ou seja, que este busque o assessoramento técnico para fa- e até mesmo a rescisão contratual, após notificar a Contratada a
zê-lo. Sem isso, corremos o risco de termos um contrato impróprio, apresentar justificativas para o inadimplemento. Caso verifique que
com dinheiro público desperdiçado, ou com remendos na execução, há necessidade de prorrogação do prazo contratual conforme hipó-
transferindo ao contratado encargos de trocas ou ajustes e caracte- tese prevista no artigo 57 da Lei de Licitações, o gestor do contrato
rizando ineficiência da Administração. deve informar esta necessidade à autoridade competente, encami-
nhando as justificativas para a prorrogação.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Se a prorrogação não for cabível na forma da lei, o gestor deve cláusulas contratuais.
informar a necessidade de realização de nova licitação antes do tér- Este registro pode ser, por exemplo, em forma de processo, no
mino do prazo contratual, de modo que a nova empresa Contrata- qual são anexadas todas as manifestações, relatórios e documen-
da comece a atuar logo após o término do contrato anterior. Caso tos, em formato de livro ou de relatório (em todos os casos, as fo-
constate a necessidade de alterações em cláusulas contratuais, para lhas devem ser numeradas).
melhor execução do objeto, atendimento do objetivo da contrata- Quando o gestor for o único servidor designado para exercer
ção ou gestão do contrato, o gestor deve solicitar a alteração à au- a função de gestão e fiscalização, é recomendável que o mesmo
toridade competente, apresentando as justificativas do seu pedido. tenha formação ou conhecimento técnico na área do objeto a ser
Nos casos de complexidade técnica do objeto, é importante fiscalizado.
que ele encaminhe também pareceres ou relatórios elaborados por
servidores da área ou por profissionais contratados para auxiliá-lo, Responsabilidades do Gestor
que contenham as informações técnicas necessárias. Se a Contra- A Administração e a Contratada respondem pelos danos que
tada tem interesse que alguma cláusula do contrato seja alterada seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Porém ambas
ou que o prazo seja prorrogado, esta pode apresentar justificativas podem processar administrativamente ou judicialmente, conforme
e comprovações necessárias à Administração, que deve analisar a o caso, o responsável pelos danos, se este agiu com dolo ou culpa.
legalidade e conveniência da alteração contratual, observando o A culpa verifica-se na ação ou omissão lesiva, resultante de im-
disposto no artigo 65 da Lei de Licitações. prudência, negligência ou imperícia do agente; o dolo ocorre quan-
O gestor deve assinar o termo de recebimento definitivo do do o agente deseja a ação ou omissão lesiva ou assume o risco de
serviço, para que seja efetivado o pagamento do Contratado. A situ- produzi-la. Desta forma, a Administração pode abrir processo admi-
ação ideal é que o servidor que vai atuar como gestor acompanhe nistrativo, ingressar com ação civil ou penal, conforme o caso, para
todas as fases da contratação, desde o planejamento e elaboração apurar a responsabilidade do servidor por danos causados ao erário
do Memorial Descritivo (Projeto Básico), para conhecer todos os ou a terceiros no exercício de suas funções.
detalhes do objeto a ser fiscalizado. Tanto na esfera administrativa quanto na civil e penal, a con-
Caso não tenha participado das fases de Planejamento e Lici- duta do servidor será examinada para apuração da culpa ou dolo.
tação, é imprescindível que o gestor leia atentamente o Memorial O gestor do contrato é responsável por sua conduta, ou seja, pelo
Descritivo, o Projeto Executivo (quando for o caso) e o Contrato, desempenho das atividades que lhe foram atribuídas na portaria
prestando especial atenção às cláusulas que descrevem as especi- de designação e no contrato, respondendo se não tomar as provi-
ficações do objeto, as condições de execução, os procedimentos de dências que estiverem ao seu alcance e forem de sua competência
fiscalização e as penalidades aplicáveis à Contratada. para garantir o fiel cumprimento das cláusulas contratuais e atingi-
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 67 da Lei de Licitações, mento do objetivo da contratação, ou para interromper a execução
este representante da Administração deverá anotar em registro em desconformidade com o pactuado e evitar prejuízos à Adminis-
próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, tração.
ou seja, registrar por escrito tanto o cumprimento de etapas, es- Assim sendo, ressaltamos a importância da formalização de to-
pecificações e condições de execução do objeto, quanto falhas e dos os atos do gestor de contrato. Ele deve comunicar-se sempre
imperfeições verificadas, comunicações à Administração e à Contra- por escrito com o ordenador de despesas, com os servidores que
tada e respostas obtidas, fatores externos que causaram atrasos ou auxiliam na fiscalização e, principalmente, com os representantes
alterações nas especificações ou cronograma, determinando o que da Contratada.
for necessário à regularização das ocorrências das faltas ou defeitos Além de registrar por escrito todas as ocorrências relacionadas
observados. com a execução do objeto, sobretudo nos casos de falhas e defei-
Esta determinação deverá ser feita na forma escrita e mencio- tos, ele deve fotografar tanto o cumprimento quanto o descumpri-
nada ou anexada ao registro de ocorrências, pois é fato relacionado mento de etapas, condições e especificações contratuais. Se tudo
à execução do contrato. Caso haja um Fiscal nomeado para apoiar estiver documentado, será possível comprovar qual foi a conduta
o trabalho do Gestor, estes registros de acompanhamento diário fi- do gestor em cada situação, bem como as condutas dos demais
cam à cargo do mesmo. servidores envolvidos, do ordenador de despesas (autoridade que
No parágrafo 2º do artigo 67 da Lei de Licitações temos que assinou o contrato) e da Contratada.
as decisões e providências que ultrapassarem a competência do Essa comprovação será necessária nos casos de falhas na exe-
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo cução do contrato, danos causados a terceiros e/ou inadimplemen-
hábil para a adoção de medidas convenientes. As decisões e provi- to das obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas a funcioná-
dências de que trata este parágrafo são, por exemplo, alterações rios terceirizados, quando a conduta de cada um dos envolvidos na
contratuais necessárias, prorrogação de prazos e aplicações de pe- execução contratual irá determinar o responsável pela falha, dano
nalidades à Contratada, ou até mesmo a rescisão do contrato. ou inadimplemento, conforme o caso.
A partir das cláusulas contratuais, o gestor pode elaborar um Finalmente, não podemos deixar de lembrar sobre a Respon-
roteiro, um plano de trabalho e/ou um check list (modelo anexo) sabilidade Fiscal. É sabido que a impropriamente chamada Lei de
com os prazos, etapas e especificações a serem conferidos durante Responsabilidade Fiscal trouxe um novo elenco de atribuições ao
a execução do objeto, para facilitar seu trabalho, podendo inclusive gestor. Em seu primeiro artigo, a lei indica o ponto de cautela: ela
apresentar este roteiro à autoridade que o designou, para que ve- não é a lei de responsabilidade, mas é a lei de responsabilidade do
rifique a compatibilidade com o que foi estipulado contratualmen- gestor na gerência fiscal.
te. O gestor deve optar pelo formato do registro de ocorrências da
execução contratual que entender apropriado ao tipo de contrato e Capacitação do Gestor/Fiscal do contrato
às atividades que lhe foram atribuídas na Portaria de Designação e Dadas as responsabilidades que envolvem o acompanhamen-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

to da execução contratual, é necessário que a Administração/Or- 3.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Ambiental (IBAMA)/2022)
denador de Despesas tome medidas para informar e capacitar os Julgue o próximo item, acerca de gestão de processos.
servidores que designa, bem como estes servidores devem adotar O diagrama de objetivos estabelece visão de alto nível dos pro-
condutas e tomar precauções necessárias ao bom e seguro desem- cessos que agregam valor à organização.
penho da gestão contratual, a fim de que tenham condições de ( ) CERTO
acompanhar e fiscalizar os contratos firmados, evitando que a no- ( ) ERRADO
meação destes gestores se limite ao cumprimento de formalidades
e trazendo benefícios reais para a Administração. 4.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Ambiental (IBAMA)/2022)
Nesse sentido, sempre que possível, o ordenador de despesas Julgue o próximo item, acerca de gestão de processos.
pode custear a participação de seus servidores em cursos de capa- Denominam-se processos de suporte os processos associados
citação em gestão de contratos oferecidos por órgãos públicos e ao atendimento direto ao cliente externo, em que se entregam a
empresas privadas. A qualificação dos servidores contribui para que ele produtos ou serviços requisitados e se satisfazem suas necessi-
desempenhem melhor suas funções.
dades e expectativas.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Caso o servidor designado não tenha conhecimentos técnicos
sobre o objeto, deve informar este fato, por escrito, à autoridade
que o designou, solicitando inclusive a designação de servidores da 5.(CEBRASPE (CESPE) - Analista de Previdência Complementar
área para auxiliá-lo ou a contratação de profissionais, conforme o (FUNPRESP-EXE)/Auditoria e Controle/2022)
caso. Julgue o seguinte item, relativo às melhorias de processos.
Entre os fatores-chave que devem ser considerados no esfor-
ço rumo à orientação por processos incluem-se redução dos custos
NOÇÕES DE PROCESSOS LICITATÓRIOS. CONCEITO, FINALI- empresariais e estabelecimento explícito e permanente de parce-
DADES, PRINCÍPIOS E OBJETO. MODALIDADES. DISPENSA rias. Caso não sejam observados tais fatores, pode-se colocar em
E INEXIGIBILIDADE risco o esforço para a efetiva implantação de melhorias de proces-
sos de negócio na organização.
( ) CERTO
Prezado candidato, o tema supracitado já foi abordado na atéria ( ) ERRADO
de “NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO”.
6.(CEBRASPE (CESPE) - Auditor Técnico de Tributos (SEFAZ
SE)/2022)
QUESTÕES Situação hipotética 2A3-I
Determinada indústria produz um conjunto para jardim cons-
tituído de uma mesa e quatro cadeiras. As peças do conjunto não
1.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Judiciário (TRT 8ª Região)/Admi- são vendidas separadamente. A empresa utiliza, para fins fiscais e
nistrativa/2023/”REAPLICADA”) societários, o sistema de custeio por absorção. Os custos estimados
para o próximo período foram:
Na utilização do método PDCA para a melhoria de processos, a matérias-primas de uso direto R$ 950 mil;
etapa D — execução do processo — corresponde ao procedimento mão de obra direta R$ 160 mil;
de supervisão e apoio à produção R$ 40 mil;
(A) identificar o produto a ser entregue ao cliente. depreciação de equipamentos fabris R$ 120 mil;
(B) realizar as tarefas conforme o determinado. materiais de consumo industrial R$ 60 mil;
(C) comparar os resultados obtidos com as metas estipuladas. consumo de água e luz na área industrial R$ 20 mil;
(D) estabelecer o plano de ação das etapas que compõem o depreciação das instalações industriais R$ 24 mil;
processo. custo do almoxarifado de produtos acabados R$ 18 mil;
(E) adotar ações corretivas para a eliminação de erros. comissão sobre vendas de produtos acabados R$ 45 mil;
gastos gerais administrativos R$ 16 mil;
2.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Ambiental (IBAMA)/2022) salários e honorários da administração geral R$ 80 mil;
Julgue o próximo item, acerca de gestão de processos. materiais e consumo administrativos R$ 5 mil.
Quadros de distribuição do trabalho são diagramas que des- OBS.: (i) o tempo improdutivo da mão de obra direta é alocado
crevem os passos e as etapas sequenciais de processos, em que são como despesa; (ii) a depreciação é calculada pelo método linear.
apresentados o caminho da informação, as unidades organizacio- A partir da situação hipotética 2A3-I, julgue os itens a seguir.
nais envolvidas e as atividades a serem executadas. I As matérias-primas destinadas à produção ingressam na en-
( ) CERTO tidade como um investimento, depois são transformadas em custo
( ) ERRADO de produção e, finalmente, em um tipo de despesa.
II O custo de mão de obra direta, quando produtivo, é um custo
que pode ser estocado.
III O custo com o almoxarifado de produtos acabados é um cus-
to indireto de produção.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

IV A departamentalização, quando aplicada a um sistema de 10.(CEBRASPE (CESPE) - Assistente (FUB)/Administração/2022)


custeio por absorção, permite que os gastos administrativos empre- Julgue o item a seguir, referentes a organização.
gados na aquisição de insumos para a produção sejam alocados ao Organogramas e descrições de cargo são parte da organização
custo dos produtos. informal.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item II está certo. ( ) CERTO
(B) Apenas o item III está certo. ( ) ERRADO
(C) Apenas os itens I e II estão certos.
(D) Apenas os itens I e III estão certos. 11.(CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo (Pref B dos
(E) Todos os itens estão certos. Coqueiros)/2020)
As atribuições típicas da função organização incluem
7.(CEBRASPE (CESPE) - Auditor Técnico de Tributos (SEFAZ (A) definição de recursos e atribuição de autoridade e respon-
SE)/2022) sabilidade para a realização de tarefas.
Relativamente aos métodos e sistemas de apuração de custos, (B) preenchimento de cargos e motivação dos colaboradores.
julgue o item seguinte. (C) liderança de pessoas e comunicação organizacional.
A utilização da departamentalização na apuração de custos eli- (D) definição de objetivos e metas organizacionais.
mina os rateios arbitrários e transforma em diretos custos que, sem (E) estabelecimento de padrões de desempenho e avaliação de
ela, seriam indiretos. resultados.
( ) CERTO
( ) ERRADO 12.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Portuário I (EMAP)/Adminis-
trativa/2018)
8.(CEBRASPE (CESPE) - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SE- Julgue o item subsequente, referente a organização e sua es-
FAZ CE)/2021 (e mais 1 concurso) trutura.
Com o intuito de melhorar a gestão e o controle dos seus cus- A organização informal caracteriza-se por grupos formados a
tos de produção, determinada empresa industrial decidiu dividir a partir de interesses, atitudes e comportamentos comuns, inspira-
sua unidade fabril nos seguintes seis setores distintos, nos quais dos por formadores de opinião e influenciadores de atitudes.
são exercidas atividades bastante específicas: Gerência geral; Ma- ( ) CERTO
nutenção de máquinas e equipamentos; Almoxarifado; Montagem; ( ) ERRADO
Pintura; Embalagem.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 13.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Técnico-Administrativo (SU-
A divisão da unidade fabril em departamentos permitirá que FRAMA)/Geral/2014)
alguns custos considerados indiretos em relação aos produtos pos- Acerca da evolução da administração pública no Brasil, julgue
sam ser alocados diretamente em seus respectivos departamentos. o item a seguir.
( ) CERTO O Estado do bem-estar, proposto na Alemanha no final do sé-
( ) ERRADO culo XIX, é um modelo associado à garantia de seguridade social
dos cidadãos.
9.(CEBRASPE (CESPE) - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SE- ( ) CERTO
FAZ CE)/2021 (e mais 1 concurso) ( ) ERRADO
Com o intuito de melhorar a gestão e o controle dos seus cus-
tos de produção, determinada empresa industrial decidiu dividir a 14.(CEBRASPE (CESPE) - Secretário Executivo (FUB)/2013)
sua unidade fabril nos seguintes seis setores distintos, nos quais A respeito de organização, sistemas e métodos administrativos,
são exercidas atividades bastante específicas: Gerência geral; Ma- julgue o item a seguir.
nutenção de máquinas e equipamentos; Almoxarifado; Montagem; Consumidores, fornecedores, governo, sindicatos podem fazer
Pintura; Embalagem. parte do ambiente de um sistema empresarial ou administrativo.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Os custos incorridos na Gerência geral, na Manutenção de má- ( ) CERTO
quinas e equipamentos e no Almoxarifado deverão ser apropriados ( ) ERRADO
diretamente aos produtos, tendo por base o tempo que tais de-
partamentos venham a dedicar dos seus serviços a cada um desses 15.(CEBRASPE (CESPE) - Especialista em Gestão de Telecomuni-
produtos. cações (TELEBRAS)/Analista Superior/Psicologia/2013)
( ) CERTO Julgue o item a seguir, relativo aos planos de carreira.
( ) ERRADO Grandes organizações são concebidas como organismos com-
plexos em que as pessoas assumem atividades definidas e dese-
nhadas para o posto de trabalho, mediante estabelecimento da
carreira.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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GABARITO ______________________________________________________

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1 B ______________________________________________________
2 ERRADO ______________________________________________________
3 ERRADO
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4 ERRADO
5 ERRADO ______________________________________________________
6 C ______________________________________________________
7 ERRADO
______________________________________________________
8 CERTO
9 ERRADO ______________________________________________________

10 ERRADO ______________________________________________________
11 A ______________________________________________________
12 CERTO
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13 CERTO
14 CERTO ______________________________________________________
15 ERRADO ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

po, função), destacando-se individualmente aqueles que tenham


ORÇAMENTO PÚBLICO. CONCEITO. TÉCNICAS ORÇAMEN- participação significativa. É apresentada a participação percentual
TÁRIAS. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS. CICLO ORÇAMEN- dos valores destinados a cada item no total das despesas ou recei-
TÁRIO. O ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL tas. Em vez de comunicar um conjunto de números de difícil enten-
dimento ou valores sem base de comparação, é possível divulgar
Orçamento informações do tipo “a prefeitura vai gastar 15% dos seus recursos
Tradicionalmente o orçamento é compreendido como uma com pavimentação”, por exemplo.
peça que contém apenas a previsão das receitas e a fixação das Uma outra análise que pode ser realizada é a análise horizontal
despesas para determinado período, sem preocupação com planos do orçamento. Esta técnica compara os valores do orçamento com
governamentais de desenvolvimento, tratando-se assim de mera os valores correspondentes nos orçamentos anteriores (expressos
peça contábil - financeira. em valores reais, atualizados monetariamente, ou em moeda for-
Tal conceito não pode mais ser admitido, pois, conforme vimos te).
no módulo anterior, a intervenção estatal na vida da sociedade au- Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser aplica-
mentou de forma acentuada e com isso o planejamento das ações dos na apresentação dos resultados da execução orçamentária (ou
do Estado é imprescindível. seja, do cumprimento do orçamento), confrontando o previsto com
Hoje, o orçamento é utilizado como instrumento de planeja- o realizado em cada período e para cada rubrica. Deve-se apresen-
mento da ação governamental, possuindo um aspecto dinâmico, ao tar, também, qual a porcentagem já recebida das receitas e a por-
contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía cará- centagem já realizada das despesas.
ter eminentemente estático. É fundamental que a peça orçamentária seja convertida em
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos
o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo envolvidos.
período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcio- Uma outra forma de alteração do valor real é através das mar-
namento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política gens de suplementação. Para garantir flexibilidade na execução
econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas do orçamento, normalmente são previstas elevadas margens de
já criadas em lei”. suplementação, o que permite um uso dos recursos que modifica
profundamente as prioridades estabelecidas. Com a indexação or-
A função do Orçamento é permitir que a sociedade acompa- çamentária mensal à inflação real, consegue-se o grau necessário
nhe o fluxo de recursos do Estado (receitas e despesas). Para isto, o de flexibilidade na execução orçamentária, sem permitir burlar o
governo traduz o seu plano de ação em forma de lei. Esta lei passa orçamento através de elevadas margens de suplementação. Pode-
a representar seu compromisso executivo com a sociedade que lhe -se restringir a margem a um máximo de 3%.
delegou poder. Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É preciso
O projeto de lei orçamentária é elaborado pelo Executivo, e apresentar as condições que permitiram os níveis previstos de en-
submetido à apreciação do Legislativo, que pode realizar alterações trada e dispêndio de recursos.
no texto final. A partir daí, o Executivo deve promover sua imple- No caso da receita, é importante destacar o nível de evolução
mentação de forma eficiente e econômica, dando transparência econômica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o nível
pública a esta implementação. Por isso o orçamento é um proble- de inadimplência, as alterações realizadas na legislação, os meca-
ma quando uma administração tem dificuldades para conviver com nismos de cobrança adotados.
a vontade do Legislativo e da sociedade: devido à sua força de lei, o No caso da despesa, é importante destacar os principais custos
orçamento é um limite à sua ação. unitários de serviços e obras, as taxas de juros e demais encargos
Em sua expressão final, o orçamento é um extenso conjunto financeiros, a evolução do quadro de pessoal, a política salarial e a
de valores agrupados por unidades orçamentárias, funções, progra- política de pagamento de empréstimos e de atrasados.
mas, atividades e projetos. Os resultados que a simplificação do orçamento geram são,
Com a inflação, os valores não são imediatamente compreensí- fundamentalmente, de natureza política. Ela permite transformar
veis, requerendo vários cálculos e o conhecimento de conceitos de um processo nebuloso e de difícil compreensão em um conjunto de
matemática financeira para seu entendimento. Isso tudo dificulta atividades caracterizadas pela transparência.
a compreensão do orçamento e a sociedade vê debilitada sua pos- Como o orçamento passa a ser apresentado de forma mais
sibilidade de participar da elaboração, da aprovação, e, posterior- simples e acessível, mais gente pode entender seu significado. A
mente, acompanhar a sua execução. sociedade passa a ter mais condições de fiscalizar a execução orça-
Pode-se melhorar a informação oferecida aos cidadãos sem di- mentária e, por extensão, as próprias ações do governo municipal.
ficultar o entendimento, através da técnica chamada análise verti- Se, juntamente com esta simplificação, forem adotados instrumen-
cal, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, gru- tos efetivos de intervenção da população na sua elaboração e con-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

trole, a participação popular terá maior eficácia. atuação dos órgãos de controle tornou-se mais eficaz, com a ado-
Os orçamentos sintéticos, ao apresentar o orçamento (ou par- ção de novo instrumental de trabalho, como a introdução do SIAFI
tes dele, como o plano de obras e os orçamentos setoriais) de for- e da conta única do Tesouro Nacional, acompanhados de diversos
ma resumida, fornecem uma informação rápida e acessível. outros aperfeiçoamentos de ferramentas de gestão.
A análise vertical permite compreender o que de fato influen-
cia a receita e para onde se destinam os recursos, sem a “poluição Evolução histórica dos princípios orçamentários constitucio-
numérica” de dezenas de rubricas de baixo valor. Funciona como nais
um demonstrativo de origens e aplicações dos recursos da prefei- Resultado da experiência histórica da gestão dos recursos pú-
tura, permitindo identificar com clareza o grau de dependência do blicos, os princípios orçamentários foram sendo desenvolvidos pela
governo de recursos próprios e de terceiros, a importância relativa doutrina e pela jurisprudência, permitindo às normas orçamentá-
das principais despesas, através do esclarecimento da proporção rias adquirirem crescente eficácia.
dos recursos destinada ao pagamento do serviço de terceiros, dos Assim, os princípios, sendo enunciados em sua totalidade de
materiais de consumo, encargos financeiros, obras, etc. maneira genérica que quase sempre se expressam em linguagem
A análise horizontal facilita as comparações com governos e constitucional ou legal, estão entre os valores e as normas na escala
anos anteriores. da concretização do direito e com eles não se confundem.
A evidenciação das premissas desnuda o orçamento ao públi- Os princípios representam o primeiro estágio de concretização
co, trazendo possibilidades de comparação. Permite perguntas do dos valores jurídicos a que se vinculam. A justiça e a segurança jurí-
tipo: “por que a prefeitura vai pagar x por este serviço, se o seu dica começam a adquirir concretitude normativa e ganham expres-
preço de mercado é metade de x ?”. Contribui para esclarecer os são escrita.
motivos de ineficiência da prefeitura nas suas atividades-meio e na Mas os princípios ainda comportam grau elevado de abstração
execução das políticas públicas. e indeterminação.
Apesar dos muitos avanços alcançados na gestão das contas Os princípios financeiros são dotados de eficácia, isto é, produ-
públicas no Brasil, a sociedade ainda não se desfez da sensação de zem efeitos e vinculam a eficácia principiológica, conducente à nor-
caixa preta quando se trata de acompanhar as contas públicas. mativa plena, e não a eficácia própria da regra concreta, atributiva
A gestão das contas públicas brasileiras passou por melhorias de direitos e obrigações.
institucionais tão expressivas que é possível falar-se de uma verda- Assim, os princípios não se colocam, pois, além ou acima do
deira revolução. Mudanças relevantes abrangeram os processos e Direito (ou do próprio Direito positivo); também eles - numa visão
ferramentas de trabalho, a organização institucional, a constituição ampla, superadora de concepções positivistas, literalista e absoluti-
e capacitação de quadros de servidores, a reformulação do arca- zantes das fontes legais - fazem parte do complexo ordenamental.
bouço legal e normativo e a melhoria do relacionamento com a so- Não se contrapõem às normas, contrapõem-se tão-somente
ciedade, em âmbito federal, estadual e municipal. aos preceitos; as normas jurídicas é que se dividem em normas-
Os diferentes atores que participam da gestão das finanças pú- -princípios e normas-disposições.
blicas tiveram suas funções redefinidas, ampliando-se as prerroga- Resultado da experiência histórica da gestão dos recursos pú-
tivas do Poder Legislativo na condução do processo decisório perti- blicos, os princípios orçamentários foram sendo desenvolvidos pela
nente à priorização do gasto e à alocação da despesa. Esse processo doutrina e pela jurisprudência, permitindo às normas orçamentá-
se efetivou fundamentalmente pela unificação dos orçamentos do rias adquirirem crescente eficácia, ou seja, que produzissem o efei-
Governo Federal, antes constituído pelo orçamento da União, pelo to desejado, tivessem efetividade social, e fossem realmente ob-
orçamento monetário e pelo orçamento da previdência social. servadas pelos receptores da norma, em especial o agente público.
Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo em Como princípios informadores do direito - e são na verdade as
que foram redefinidas as funções do Banco do Brasil, do Banco Cen- idéias centrais do sistema dando-lhe sentido lógico - foram sendo,
tral e do Tesouro Nacional. gradativa e cumulativamente, incorporados ao sistema normativo.
Consolidou-se a visão de que o horizonte do planejamento Os princípios orçamentários, portanto, projetam efeitos sobre
deve compreender a elaboração de um Plano Plurianual (PPA) e, a a criação - subsidiando o processo legislativo -, a integração - pos-
cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que por sua sibilitando a colmatagem das lacunas existentes no ordenamento
vez deve preceder a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). - e a interpretação do direito orçamentário, auxiliando no exercício
Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, reconhe- da função jurisdicional ao permitir a aplicação da norma a situação
cendo-se que os resultados fiscais e, por consequência, os níveis não regulada especificamente.
de endividamento do Estado, não podem ficar ao sabor do acaso, Alguns desses princípios foram adotados em certo momento
mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada na por condizerem com as necessidades da época e posteriormen-
fixação de metas fiscais. Os processos orçamentário e de plane- te abandonados, ou pelo menos transformados, relativizados, ou
jamento, seguindo a tendência mundial, evoluíram das bases do mesmo mitigados, e o que ocorreu com o princípio do equilíbrio
orçamento-programa para a incorporação do conceito de resulta- orçamentário, tão precioso ao estado liberal do século XIX, e que
dos finalísticos, em que os recursos arrecadados devem retornar à foi em parte relativizado com o advento do estado do bem estar
sociedade na forma de bens e serviços que transformem positiva- social no período pós guerra.
mente sua realidade. Nos anos oitenta e noventa, em movimento pendular, o prin-
A transparência dos gastos públicos tornou-se possível graças cípio do equilíbrio orçamentário foi revigorado e dada nova roupa-
à introdução de modernos recursos tecnológicos, propiciando re- gem em face dos crescentes déficits estruturais advindos da dificul-
gistros contábeis mais ágeis e plenamente confiáveis. A execução dade do Estado em financiar os extensos programas de segurança
orçamentária e financeira passou a contar com facilidades opera- social e de alavancagem do desenvolvimento econômico.
cionais e melhores mecanismos de controle. Por consequência, a Nossas Constituições, desde a Imperial até a atual, sempre de-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ram tratamento privilegiado à matéria orçamentária. abertura de créditos suplementares e para operações de crédito
De maneira crescente, foram sendo incorporados novos princí- como antecipação da receita; b) a determinação do destino a dar
pios orçamentários às várias cartas constitucionais reguladoras do ao saldo do exercício ou do modo de cobrir o deficit.”
Estado brasileiro. O PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE, ou da pureza orçamentá-
Instaura-se a ordem constitucional soberana em nosso Impé- ria, limita o conteúdo da lei orçamentária, impedindo que nela se
rio, e a Carta de 1824, em seus arts.171 e 172, institui as primeiras pretendam incluir normas pertencentes a outros campos jurídicos,
normas sobre o orçamento público no Brasil . como forma de se tirar proveito de um processo legislativo mais
Estatui-se a reserva de lei - a aprovação da peça orçamentária rápido, as denominadas “caudas orçamentárias”, tackings dos in-
deve observar regular processo legislativo - e a reserva de parla- gleses, os riders dos norte-americanos, ou os Bepackungen dos ale-
mento - a competência para a aprovação é privativa do Poder Le- mães, ou ainda os cavaliers budgetaires dos franceses. Prática essa
gislativo, sujeita à sanção do Poder Executivo - para a aprovação do denominada por Epitácio Pessoa em 1922 de “verdadeira calamida-
orçamento. de nacional”. No dizer de Ruy Barbosa, eram os “orçamentos rabi-
Insere-se O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE, ou temporalidade- longos”, que introduziram o registro de hipotecas no Brasil e até a
significa que a autorização legislativa do gasto deve ser renovada a alteração no processo de desquite propiciaram. Essa foi a primeira
cada exercício financeiro - o orçamento era para viger por um ano inserção deste princípio em textos constitucionais brasileiros, já
e sua elaboração competência do Ministro da Fazenda, cabendo à na sua formulação clássica, segundo a qual a lei orçamentária não
Assembléia-Geral - Câmara dos Deputados e Senado - sua discussão deveria conter matéria estranha à previsão da receita e à fixação
e aprovação. da despesa, ressalvadas: a autorização para abertura de créditos
Pari passu com a inserção da anualidade, fixa-se o PRINCÍPIO suplementares e para operações de crédito como antecipação de
DA LEGALIDADE DA DESPESA - advindo do princípio geral da sub- receita; e a determinação do destino a dar ao saldo do exercício ou
missão da Administração à lei, a despesa pública deve ter prévia do modo de cobrir o déficit.
autorização legal. Entretanto, no período de 1822 a 1829, o Brasil O princípio da exclusividade sofreu duas modificações na Cons-
somente teve orçamentos para a Corte e a Província do Rio de Ja- tituição de 1988. Na primeira, não mais se autoriza a inclusão na lei
neiro, não sendo observado o PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE - o orçamentária de normas sobre o destino a dar ao saldo do exercício
orçamento deve conter todas as receitas e despesas da entidade, como o fazia a Constituição de 1967.
de qualquer natureza, procedência ou destino, inclusive a dos fun- Na segunda, podem ser autorizadas quaisquer operações de
dos, dos empréstimos e dos subsídios. crédito, por antecipação de receita ou não.
O primeiro orçamento geral do Império somente seria apro- A mudança refletiu um aprimoramento da técnica orçamen-
vado oito anos após a Independência, pelo Decreto Legislativo de tária, com o advento principalmente da Lei 4.320, de 1964, que
15.12.1830, referente ao exercício 1831-32. regulou a utilização dos saldos financeiros apurados no exercício
Este orçamento continha normas relativas à elaboração dos anterior pelo Tesouro ou entidades autárquicas e classificou como
orçamentos futuros, aos balanços, à instituição de comissões par- receita do orçamento o produto das operações de crédito.
lamentares para o exame de qualquer repartição pública e à obri- A Constituição de 1934 restaurou, no plano constitucional, a
gatoriedade de os ministros de Estado apresentarem relatórios im- competência do Poder Executivo para elaboração da proposta, que
pressos sobre o estado dos negócios a cargo das respectivas pastas passou à responsabilidade direta do Presidente da República. Cabia
e a utilização das verbas sob sua responsabilidade. ao Legislativo a análise e votação do orçamento, que podia, inclu-
A reforma na Constituição imperial de 1824, emendada pela sive, ser emendado.
Lei de 12.08.1834, regulou o funcionamento das assembléias le- Além disso, a Constituição de 1934, como já mencionado an-
gislativas provinciais definindo-lhes a competência na fixação das teriormente, estabelecia que a despesa deveria ser discriminada,
receitas e despesas municipais e provinciais, bem como regrando a obedecendo, pelo menos a parte variável, a rigorosa especializa-
repartição entre os municípios e a sua fiscalização. ção.
A Constituição republicana de 1891 introduziu profundas alte- Trata-se do PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO, ou especialidade,
rações no processo orçamentário. A elaboração do orçamento pas- ou ainda, da discriminação da despesa, que se confunde com a pró-
sou à competência privativa do Congresso Nacional. pria questão da legalidade da despesa pública e é a razão de ser
Embora a Câmara dos Deputados tenha assumido a responsa- da lei orçamentária, prescrevendo que a autorização legislativa se
bilidade pela elaboração do orçamento, a iniciativa sempre partiu refira a despesas específicas e não a dotações globais.
do gabinete do ministro da Fazenda que, mediante entendimentos O princípio da especialidade abrange tanto o aspecto qualita-
reservados e extra-oficiais, orientava a comissão parlamentar de tivo dos créditos orçamentários quanto o quantitativo, vedando a
finanças na confecção da lei orçamentária. concessão de créditos ilimitados.
A experiência orçamentária da República Velha revelou-se ina- Tal princípio só veio a ser expresso na Constituição de 1934,
dequada. Os parlamentos, em toda parte, são mais sensíveis à cria- encerrando a explicitação da finalidade e da natureza da despesa e
ção de despesas do que ao controle do déficit. dando efetividade à indicação do limite preciso do gasto, ou seja,
A reforma Constitucional de 1926 tratou de eliminar as distor- a dotação.
ções observadas no orçamento da República. Buscou-se, para tan- Norma no sentido da limitação dos créditos orçamentários
to, promover duas alterações significativas: a proibição da conces- permaneceu em todas as constituições subseqüentes à reforma de
são de créditos ilimitados e a introdução do princípio constitucional 1926, com a exceção da Super lei de 1937.
da exclusividade, ao inserir-se preceito prevendo: “Art. 34. § 1º As O princípio da especificação tem profunda significância para a
leis de orçamento não podem conter disposições estranhas à pre- eficácia da lei orçamentária, determinando a fixação do montante
visão da receita e à despesa fixada para os serviços anteriormen- dos gastos, proibindo a concessão de créditos ilimitados, que na
te criados. Não se incluem nessa proibição: a) a autorização para Constituição de 1988, como nas demais anteriores, encontra-se ex-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

presso no texto constitucional, art. 167, VII (art. 62, § 1º, “b”, na de sim o equilíbrio amplo das finanças públicas.
1969 e art. 75 na de 1946). O grande princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal é o prin-
Pode ser também de caráter qualitativo, vedando a transposi- cípio do equilíbrio fiscal. Esse princípio é mais amplo e transcende
ção, remanejamento ou a transferência de recursos de uma cate- o mero equilíbrio orçamentário. Equilíbrio fiscal significa que o Es-
goria de programação para outra ou de um órgão para outro, como tado deverá pautar sua gestão pelo equilíbrio entre receitas e des-
hoje dispõe o art. 167, VI (art. 62, §1º, “a”, na de 1969 e art. 75 na pesa. Dessa forma, toda vez que ações ou fatos venham a desviar
de 1946). a gestão da equalização, medidas devem ser tomadas para que a
Ou, finalmente pode o princípio referir-se ao aspecto tempo- trajetória de equilíbrio seja retomada.
ral, limitando a vigência dos créditos especiais e extraordinários Os PRINCÍPIOS DA UNIDADE E DA UNIVERSALIDADE tam-
ao exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato bém sofreriam alterações na Constituição de 1967. Esses princípios
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele são complementares: todas as receitas e todas as despesas de to-
exercício, caso em que reabertos nos limites dos seus saldos, serão dos os Poderes, órgãos e entidades devem estar consignadas num
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente, único documento, numa única conta, de modo a evidenciar a com-
ex vi do atual art. 167, § 2º (art. 62, § 4º, na de 1969 e sem previsão pleta situação fiscal para o período.
na de 1946). A partir de 1967, a Constituição deixou de consignar expres-
Exceção a este princípio basilar foi a Constituição de 1937, que samente o mandamento de que o orçamento seria uno, inserto
previa a aprovação pelo Legislativo de verbas globais por órgãos e no texto constitucional desde 1934. Coincidentemente, foi nessa
entidades. A elaboração do orçamento continuava sendo de res- Constituição que, ao lado do orçamento anual, se introduziu o or-
ponsabilidade do Poder Executivo - agora a cargo de um departa- çamento plurianual de investimentos. Desta maneira, introduziu-se
mento administrativo a ser criado junto à Presidência da República um novo PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL-ORÇAMENTÁRIO, O DA
- e seu exame e aprovação seria da competência da Câmara dos PROGRAMAÇÃO - a programação constante da lei orçamentária
Deputados e do Conselho Fiscal. Durante o Estado Novo, entretan- relativa aos projetos com duração superior ao exercício financeiro
to, nem mesmo essa prerrogativa chegou a ser exercida, uma vez devem observar o planejamento de médio e longo prazo constante
que as casas legislativas não foram instaladas e os orçamentos do de outras normas preordenadoras. Sem ferir o princípio da unida-
período 1938-45 terminaram sendo elaborados e aprovados pelo de, por se tratar de instrumento de planejamento, complementar
Presidente da República, com o assessoramento do recém criado à autorização para a despesa contida na lei orçamentária anual, ou
Departamento Administrativo do Serviço Público-DASP. o princípio da universalidade, que diz respeito unicamente ao or-
O período do Estado Novo marca de forma indelével a ausência çamento anual, veio propiciar uma ligação entre o planejamento
do estado de direito, demonstrando cabalmente a importância da de médio e longo prazo com a orçamentação anual. O Orçamento
existência de uma lei orçamentária, soberanamente aprovada pelo Plurianual de Investimentos - OPI não chegou a ter eficácia, não
Parlamento, para a manutenção da equipotência dos poderes cons- encontrando abrigo na Constituição de 1988, que estabeleceu, ao
tituídos, esteio da democracia. invés, um plano plurianual (PPA).
A Constituição de 1946 reafirmaria a competência do Poder Não obstante o fato das Constituições e normas a ela inferiores
Executivo quanto à elaboração da proposta orçamentária, mas de- alardearem os princípios da universalidade e unidade orçamentá-
volveria ao Poder Legislativo suas prerrogativas quanto à análise e ria, na prática, até meados dos anos oitenta, parcela considerável
aprovação do orçamento, inclusive emendas à proposta do gover- dos dispêndios da União não passavam pelo Orçamento Geral da
no. União - OGU. O orçamento discutido e aprovado pelo Congresso
Manteria, também, intactos os princípios orçamentários até Nacional não incluía os encargos da dívida mobiliária federal, os
então consagrados. Sob a égide da Constituição de 1946 foi apro- gastos com subsídios e praticamente a totalidade das operações de
vada e sancionada a Lei nº 4.320, de 17.03.64, estatuindo “Normas crédito de responsabilidade do Tesouro, como fundos e programas.
Gerais de Direito Financeiro para a elaboração e controle dos or- Tais despesas eram realizadas autonomamente pelo Banco Central
çamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do e Banco do Brasil por intermédio do denominado “Orçamento Mo-
Distrito Federal”. netário-OM” E “Conta-movimento”, respectivamente. Ainda tinha-
Verdadeiro estatuto das finanças públicas, levando mais de -se o Orçamento-SEST, que consistia no orçamento de investimen-
dez anos sua tramitação legislativa, tal lei incorporou importantes to das empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e
avanços em termos de técnica orçamentária, inclusive com a in- controladas direta ou indiretamente pela União.
trodução da técnica do orçamento-programa a nível federal. A Lei Todos estes documentos eram aprovados exclusivamente pelo
4.320/64, art. 15, estabeleceu que a despesa fosse discriminada no Presidente da República. Somente a partir de 1984, com a gradativa
mínimo por elementos. inclusão no OGU do OM, extinção da “conta-movimento” no Banco
A Constituição de 1967 registrou pela primeira vez em um tex- do Brasil e de outras medidas administrativas, coroadas pela pro-
to constitucional o PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO. mulgação da carta constitucional de 1988, passou-se a dar efetivi-
O axioma clássico de boa administração para as finanças públicas dade ao princípio da unidade e universalidade orçamentária.
perdeu seu caráter absoluto, tendo sido abandonado pela doutrina A aplicação do PRINCÍPIO DA UNIDADE foi elastecido na
o equilíbrio geral e formal, embora não se deixe de postular a busca Constituição de 1988, embora o art. 165 § 5º diga “A lei orçamentá-
de um equilíbrio dinâmico. Inserem-se neste contexto as normas ria anual compreenderá”, porquanto deixou de fora do orçamento
que limitam os gastos com pessoal, acolhidas nas Constituições de fiscal as ações de saúde e assistência social, tipicamente financia-
67 e de 88 (CF art. 169) e a vedação à realização de operações de das com os recursos ordinários do Tesouro, para compor com elas
créditos que excedam o montante das despesas de capital (CF art. um orçamento distinto, em relação promíscua com as prestações
167, III). da Previdência Social.
Hoje não mais se busca o equilíbrio orçamentário formal, mas
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Esta última sim, e somente esta, merecedora de tratamento Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”,
em documento separado, observadas em seu âmbito a unidade e previsto no artigo 56 da referida Lei, segundo o qual todas as recei-
a universalidade, já que se trata de um sistema distinto de presta- tas e despesas convergem para um fundo geral (conta única), a fim
ções e contraprestações de caráter continuado, que deve manter de se evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos.
um equilíbrio econômico- financeiro auto-sustentado. O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só
Outra inovação da Constituição de 1988 foi o orçamento de conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado: equilíbrio,
investimentos das empresas estatais. Não há aqui, entretanto, que- déficit ou superávit. Atualmente, o processo de integração planeja-
bra da unidade orçamentária, uma vez que se trata, obviamente, de mento-orçamento tornou o orçamento necessariamente multi-do-
um segmento nitidamente distinto do orçamento fiscal, a não ser cumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários
no que se refere àquelas unidades empresariais dependentes de documentos (Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentá-
recursos do Tesouro para sua manutenção, caso em que devem ser rias – LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA), uns de planejamento
incluídas integralmente no orçamento fiscal, como vem ocorrendo e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos
por força de disposições contidas na últimas LDOs. serem distintos, inclusive com datas de encaminhamento diferen-
A adoção do Orçamento de Investimento nas empresas nas tes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoria-
quais a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capi- mente ser compatibilizados entre si, conforme definido na própria
tal com direito a voto, nos termos do art. 165, § 5º, correspondeu a Constituição Federal.
um avanço na aplicação do princípio da universalidade dos gastos,
ainda que excluídos os dispêndios relativos à manutenção destas O modelo orçamentário adotado a partir da Constituição Fe-
entidades. deral de 1988, com base no § 5º do artigo165 da CF 88 consiste em
O PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DE RECEITAS determina elaborar orçamento único, desmembrado em: Orçamento Fiscal,
que essas não sejam previamente vinculadas a determinadas des- da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais, para
pesas, a fim de que estejam livres para sua alocação racional, no melhor visibilidade dos programas do governo em cada área. O ar-
momento oportuno, conforme as prioridades públicas. tigo 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o que
A Constituição de 1967 o adotou, relativamente aos tributos, deverá constar em cada desdobramento do orçamento:
ressalvados os impostos únicos e o disposto na própria Constituição “§ 5º –A lei orçamentária anual compreenderá:
e em leis complementares. I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fun-
A Carta de 1988, por sua vez, restringe a aplicação do princípio dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
aos impostos, observadas as exceções indicadas na Constituição e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
somente nesta, não permitindo sua ampliação mediante lei com- II – o orçamento de investimento das empresas em que a
plementar. União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
A emenda constitucional revisional nº 1, de 1994, ao criar o com direito a voto;
Fundo Social de Emergência-FSE e desvincular, ainda que somente III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
para os exercícios financeiros de 1994 e 1995, 20% dos impostos e entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou in-
contribuições da União, demonstrou a necessidade de se permitir direta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
a flexibilidade na alocação dos recursos na elaboração e execução Poder Público.”
orçamentária. Princípio Orçamentário da Universalidade
A Constituição de 1988 inovou em termos de constitucionali- Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orça-
zação de princípios regentes dos atos administrativos em geral e mentária deverá conter todas as receitas e despesas. Isso possi-
aplicando-os à matéria orçamentária, elevando a nível constitucio- bilita controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios
nal os PRINCÍPIOS DA CLAREZA E DA PUBLICIDADE, a exemplo administrados pelo ente público.
do previsto no art. 165, § 6º - que determina que o projeto da lei
orçamentária venha acompanhado de demonstrativo regionalizado “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo
tributária e creditícia - e no art. 165, §3º - que estipula a publicação as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de
bimestralmente de relatório resumido da execução orçamentária. papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo
financeiros.
Princípios Orçamentários Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas
Os princípios orçamentários básicos para a elaboração, execu- próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada,
ção e controle do orçamento público, válidos para todos os pode- ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o dispos-
res e nos três níveis de governo, estão definidos na Constituição to no artigo 2°.”
Federal de 1988 e na Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais
de direito financeiro, aplicadas à elaboração e ao controle dos or- Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamento bru-
çamentos. to”, definida no artigo 6º da Lei nº4.320/1964:

Princípio Orçamentário da Unidade “Art. 6º.Todas as receitas e despesas constarão da lei de orça-
De acordo com este princípio previsto no artigo 2º da Lei nº mento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.”
4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado ou Município)
deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uni- Princípio Orçamentário da Anualidade ou Periodicidade
forme.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um deter- I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
minado período de tempo, geralmente um ano. No Brasil, o exercí- II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria institui-
cio financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o artigo 34 ção concedente.
da Lei nº 4320/1964: § 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de
comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas dispo-
“Art. 34.O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.” nibilidades.
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma institui-
Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordi- ção financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na
nários autorizados nos últimos quatro meses do exercício podem qualidade de beneficiário do empréstimo.
ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição
orçamento do exercício subseqüente, conforme estabelecido no § financeira controlada de adquirir, no mercado,títulos da dívida
3º do artigo 167 da Carta Magna. pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da
dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.
Princípio Orçamentário da Exclusividade Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão veda-
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum dos:
no passado, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de ma- I – captação de recursos a título de antecipação de receita de
téria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despe- tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorri-
sa. Previsto no artigo 165, § 8º da Constituição Federal, estabelece do, sem prejuízo do disposto no § 7 o do art. 150 da Constituição;
que a Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proi- Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do ca-
bição a autorização para abertura de créditos suplementares e a pital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma
contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de da legislação;
receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou
adicionais também devem observar esse princípio. operação assemelhada, com fornecedor de bens,mercadorias ou
serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito,
Princípio Orçamentário do Equilíbrio não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
Esse princípio estabelece que o montante da despesa autori- IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária,
zada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e servi-
de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimati- ços.”
va de receitas com base no excesso de arrecadação e na observa-
ção da tendência do exercício, pode ocorrer solicitação de crédito Princípio Orçamentário da Legalidade
adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplica-
ser considerados apenas os valores utilizados para a abertura de do à administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público
crédito adicional. fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente
Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei.
Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de opera- A Constituição Federal de 1988, no artigo 37 estabelece os
ções de crédito autorizadas em lei. princípios da administração pública, dentre os quais o da legalidade
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de e, no seu art. 165 estabelece a necessidade de formalização legal
operações de crédito. Entretanto, conforme estabelece o artigo das leis orçamentárias:
167, III, da Constituição Federal é vedada a realização de operações “ Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
de crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispo- I – o plano plurianual;
sitivo conhecido como “regra de ouro”. De acordo com esta regra, II – as diretrizes orçamentárias;
cada unidade governamental deve manter o seu endividamento III – os orçamentos anuais.”
vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da
máquina administrativa e demais serviços. Princípio Orçamentário da Publicidade
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece regras li- O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 da Cons-
mitando o endividamento dos entes federados, nos artigos 34 a 37: tituição Federal e também se aplica às peças orçamentárias. Justi-
“ Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da fica-se especialmente no fato de o orçamento ser fixado em lei, e
dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei esta, para criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deve-
Complementar. res, obrigando a todos, há que ser publicada.Portanto, o conteúdo
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que te-
um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, nha validade.
autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, in-
clusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob Princípio Orçamentário da Especificação ou Especialização
a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias
contraída anteriormente. devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas discrimi-
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as ope- nadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento
rações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federa- e o controle do gasto público. Esse princípio está previsto no artigo
ção, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se 5º da Lei nº 4.320/1964:
destinem a:
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais


destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, ma- Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
terial, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras [...]” Lei Orçamentária Anual (LOA), outros planos e programas.
O princípio da especificação confere maior transparência ao O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento
processo orçamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a esti-
dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexi- mativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um
bilidade na alocação dos recursos pelo poder executivo. Além disso, determinado exercício, geralmente compreendido por um ano. No
facilita o processo de padronização e elaboração dos orçamentos, entanto, para que o orçamento seja elaborado corretamente, ele
bem como o processo de consolidação de contas. precisa se basear em estudos e documentos cuidadosamente trata-
dos que irão compor todo o processo de elaboração orçamentária
Princípio Orçamentário da Não-Afetação da Receita do governo.
Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no No Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com um tex-
inciso IV, do artigo 167, da Constituição Federal de 1988, quando to elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo
veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou des- para discussão, aprovação e conversão em lei. O documento con-
pesa: tém a estimativa de arrecadação das receitas federais para o ano
“Art. 167. São vedados: [...] seguinte e a autorização para a realização de despesas do Governo.
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento público
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos das ações a realizar no exercício.
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de re- O Orçamento Geral da União é constituído de três peças em
cursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manuten- sua composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade
ção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades Social e o Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Fe-
da administração tributária, como determinado, respectivamente, derais.
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elabo-
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. ração e controle dos Orçamentos Públicos, que estão definidos no
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada caso brasileiro na Constituição, na Lei 4.320/64, no Plano Plurianu-
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...] al, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente Lei de Respon-
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pe- sabilidade Fiscal.
los impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de É no Orçamento que o cidadão identifica a destinação dos re-
que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação cursos que o governo recolhe sob a forma de impostos. Nenhuma
de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de dé- despesa pública pode ser realizada sem estar fixada no Orçamento.
bitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de O Orçamento Geral da União (OGU) é o coração da administração
1993).” pública federal.
As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e es-
tão relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos im-
postos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO
– FPM e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste FEDERAL
e Centro-Oeste), à destinação de recursos para as áreas de saúde
e educação, além do oferecimento de garantias às operações de
crédito por antecipação de receitas. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao No Brasil, as principais normas jurídicas relativas ao Orçamen-
administrador público dispor dos recursos de forma mais flexível to Público encontram-se contidas nos seguintes dispositivos legais:
para o atendimento de despesas em programas prioritários. ● Constituição Federal da República, de 1988, nos seus artigos
No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vinculação das 163 a 169 (Capítulo II – Das Finanças Públicas);
receitas por meio do artigo 76 do Ato das Disposições Constitucio- ● Lei Federal nº 4.320/64 – Estatui Normas Gerais de Direito
nais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
União – DRU”, abaixo transcrito: da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;
● Lei Complementar nº 101/2000– Lei de Responsabilidade Fis-
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 cal – LRF–Estabelece Normas de Finanças Públicas voltadas para a
de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências;
União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no do- ●Portaria nº 42/99 do Ministério do Planejamento, Orçamento
mínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a e Gestão –Atualiza a discriminação da despesa por funções de que
referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. trata a Lei 4.320/64,estabelece os conceitos de função, subfunção,
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras pro-
cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios vidências;
na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da ● Portaria Interministerial nº163/2001 da Secretaria do Tesou-
Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que ro Nacional– STN e Secretaria de Orçamento Federal – SOF, conso-
se refere o art. 159, I, c, da Constituição. lidada com as Portarias 212/2001, 325/2001 e 519/2001.
§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
artigo a arrecadação da contribuição social do salário-educação a O Estado Nacional, por meio de seus órgãos administrativos, é
que se refere o art. 212, § 5 o, da Constituição.” o ente responsável pela gestão da máquina pública, e, mais recen-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

temente, pela consecução do bem-estar social da população, so- nhado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do primeiro ano de
bretudo no que diz respeito à execução da política de atendimento mandato presidencial, devendo vigorar por quatro anos.
de suas necessidades básicas. Recebido pelo Congresso Nacional, o projeto inicia a tramita-
Nesse sentido, o legislador constitucional originário houve por ção legislativa, observadas as normas constantes da Resolução nº.
bem traçar objetivos a serem alcançados pelo Estado brasileiro, es- 01, de 2006 – CN. O projeto de lei é publicado e encaminhado à Co-
tabelecendo-os no art. 3º da Carta Magna, a saber: missão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO.
02) PARECER PRELIMINAR: O parlamentar designado para ser
«Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Fe- o relator do projeto de plano plurianual (PPPA) deve, primeiramen-
derativa do Brasil: te, elaborar Relatório Preliminar sobre o projeto, o qual, aprovado
I - construir uma sociedade livra, justa e solidária; pela CMO, passa a denominar-se Parecer Preliminar. Esse parecer
II - garantir o desenvolvimento nacional; estabelece regras e parâmetros a serem observados quando da
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- análise e apreciação do projeto, tais como:
gualdades sociais e regionais; I) condições para o remanejamento e cancelamento de valores
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, financeiros constantes do projeto;
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimina- II) critérios para alocação de eventuais recursos adicionais de-
ção.” correntes da reestimativa das receitas; e
III) orientações sobre apresentação e apreciação de emendas.
Muito mais do que um rol casuístico, o citado dispositivo legal
é, na verdade, uma norma constitucional dirigente, pois presta-se a Em complemento à análise inicial, a CMO pode realizar audiên-
estabelecer um plano para a evolução política do Estado, ocupan- cias públicas regionais para debater o projeto.
do-se, assim, não com uma situação presente, mas com um ideal Ao relatório preliminar podem ser apresentadas emendas por
futuro, visto que condiciona a atividade estatal à sua concreta re- parlamentares, Comissões Permanentes da Câmara e do Senado e
alização. Bancadas Estaduais.
Tais objetivos constituem, por assim dizer, as razões fundamen-
tais para a existência do planejamento e do orçamento no âmbito 03) EMENDAS: Após aprovado o parecer preliminar, abre-se
do setor público, pois estes mecanismos são as principais ferramen- prazo para a apresentação de emendas ao projeto de plano pluria-
tas para a consecução de políticas condizentes com as exigências de nual, com vistas a inserir, suprimir, substituir ou modificar disposi-
uma sociedade democrática e participativa, cujos membros devem tivos constantes do projeto.
ser partes integrantes do processo de gestão dos recursos públicos. Ao projeto podem ser apresentadas até dez emendas por par-
A origem da palavra orçamento é de origem italiana: “orzare”, lamentar, até cinco emendas por Comissão Permanente da Câmara
que significa “fazer cálculos”. e do Senado e até cinco emendas por Bancada Estadual.
Lembra o professor CELSO RIBEIRO BASTOS que a finalidade As emendas são apresentadas perante a CMO, que sobre elas
última do orçamento “é de se tornar um instrumento de exercício emite parecer conclusivo e final, o qual somente poderá ser modifi-
da democracia pelo qual os particulares exercem o direito, por in- cado mediante a aprovação de destaque no Plenário do Congresso
termédio de seus mandatários, de só verem efetivadas as despesas Nacional.
e permitidas as arrecadações tributárias que estiverem autorizadas
na lei orçamentária” 04) RELATÓRIO: O relator deve analisar o projeto de plano plu-
O citado jurista conclui afirmando que “o orçamento é, por- rianual e as emendas apresentadas, tendo como orientação as re-
tanto, uma peça jurídica, visto que aprovado pelo legislativo para gras estabelecidas no Parecer Preliminar, e formalizar, em relatório,
vigorar como lei cujo objeto disponha sobre a atividade financeira as razões pelas quais acolhe ou rejeita as emendas. Deve também
do Estado, quer do ponto de vista das receitas, quer das despesas. justificar quaisquer outras alterações que tenham sido introduzidas
O seu objeto, portanto, é financeiro” no texto do projeto de lei. O produto final desse trabalho, contendo
as alterações propostas ao texto do PPPA, decorrentes das emen-
das acolhidas pelo relator e das por ele apresentadas, constitui a
PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL proposta de substitutivo.
O relatório e a proposta de substitutivo são discutidos e vota-
dos no Plenário da CMO, sendo necessário para aprová-los a mani-
PLANO PLURIANUAL festação favorável da maioria dos membros de cada uma das Casas,
O plano plurianual – PPA é instrumento de planejamento de que integram a CMO.
médio prazo, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas do O relatório aprovado em definitivo pela Comissão constitui o
governo para os projetos e programas de longa duração, para um parecer da CMO, o qual será encaminhado à Secretaria-Geral da
período de quatro anos. Nenhuma obra de grande vulto ou cuja Mesa do Congresso Nacional, para ser submetido à deliberação das
execução ultrapasse um exercício financeiro pode ser iniciada sem duas Casas, em sessão conjunta.
prévia inclusão no plano plurianual.
01) PROJETO DE LEI: O projeto de PPA (PPPA) é elaborado pela 05) AUTÓGRAFOS E LEIS: Após aprovado, o parecer da CMO é
Secretaria de Investimentos e Planejamento Estratégico (SPI) do submetido à discussão e votação no Plenário do Congresso Nacio-
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e encaminhado nal. Os Congressistas podem solicitar destaque para a votação em
ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, que possui separado de emendas, com o objetivo de modificar os pareceres
exclusividade na iniciativa das leis orçamentárias. Composto pelo aprovados na CMO. Esse requerimento deve ser assinado por um
texto da lei e diversos anexos, o projeto de lei deve ser encami- décimo dos congressistas e apresentado à Mesa do Congresso Na-
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cional até o dia anterior ao estabelecido para discussão da matéria aquele que expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à ges-
no Plenário do Congresso Nacional. tão e à manutenção da atuação governamental.
Concluída a votação, a matéria é devolvida à CMO para a re- Na base de dados do SIOP (Sistema Integrado de Planejamento
dação final. Recebe o nome de Autógrafo o texto do projeto ou do e Orçamento), o campo que identifica o programa contém quatro
substitutivo aprovado definitivamente em sua redação final assina- dígitos.
do pelo Presidente do Congresso, que será enviado à Casa Civil da
Presidência da República para sanção. 1º 2º 3º 4º
O Presidente da República pode vetar o autógrafo, total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do A integração das ações orçamentárias com o PPA é retratada
recebimento. Nesse caso, comunicará ao Presidente do Senado os na figura a seguir:
motivos do veto. A parte não vetada é publicada no Diário Oficial
da União como lei. O veto deve ser apreciado pelo Congresso Na-
cional.
A Lei 4320/64 estabelece dois sistemas de controle da exe-
cução orçamentária: interno e externo. A Constituição Federal de
1988 manteve essa concepção e deu-lhe um sentido ainda mais
amplo.
Enquanto a Constituição anterior enfatizava a fiscalização fi-
nanceira e orçamentária, a atual ampliou o conceito, passando a
abranger, também, as áreas operacional e patrimonial, além de
cobrir de forma explicita, o controle da aplicação de subvenções e
a própria política de isenções, estímulos e incentivos fiscais. Ficou
demonstrado, igualmente de forma clara, a abrangência do con-
trole constitucional sobre as entidades de administração indireta,
questão controversa na sistemática anterior.
O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos que resultem a arrecadação da receita
ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos
e obrigações;
II- a fidelidade funcional dos agentes da administração respon-
sáveis por bens e valores públicos;
III- o cumprimento do programa de trabalho, expresso em ter-
mos monetários e em termos de realização de obras e prestação
de serviços.
A partir da Portaria n 42, de 14 de abril de 1999, os programas
deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo
ORÇAMENTO ANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus
problemas, originária do processo de planejamento desenvolvido
durante a formulação do Plano Plurianual – PPA.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do
em tópicos anteriores. orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum integra-
dor do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano
termina no programa e o orçamento começa nele, o que confere a
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA esses documentos uma integração desde a origem, sem a necessi-
dade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos
diversificados. O programa age como único módulo integrador, e
Estrutura Programática os projetos e as atividades como instrumentos de realização dos
Toda ação do Governo está estruturada em programas orien- programas.
tados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o Cada programa contém, no mínimo, objetivo - indicador que
período do PPA, ou seja, quatro anos. quantifica a situação que o programa tem por fim modificar e os
A Lei do PPA foi elaborada como um instrumento mais estra- produtos (bens e serviços) necessários para atingi-lo. Os produtos
tégico, no qual seja possível ver com clareza as principais diretrizes dos programas dão origem aos projetos e atividades. A cada projeto
de governo e a relação destas com os Objetivos a serem alcançados ou atividade só pode estar associado um produto, que, quantificado
nos Programas Temáticos. por sua unidade de medida, dá origem à meta.
Com base nessas diretrizes, o PPA contempla os Programas Te- Os programas são compostos por atividades, projetos e uma
máticos e os de Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao nova categoria de programação denominada operações especiais.
Estado: Estas podem fazer parte dos programas quando entendido que, efe-
I- Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação go- tivamente, contribuem para a consecução de seus objetivos; tais
vernamental para a entrega de bens e serviços à sociedade. operações, quando associadas a programas finalísticos apresentam,
II- Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado:
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na maioria dos casos, produtos associados. Daí a necessidade de ca- na integra no Portal do Ministério da Economia.
racterização desses produtos. Quando não, as operações especiais
não se vincularão a programas. Abaixo a Lei
A estruturação de programas e respectivos produtos, consubs-
tanciados em projetos e em atividades, é sempre revisada anual- LEI Nº 13.971, DE 27 DE DEZEMBRO DE 20191
mente e seu resultado disponibilizado para que os órgãos setoriais
e as unidades orçamentárias apresentem as suas propostas orça- Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2020 a
mentárias. 2023.
O programa é o instrumento de organização da atuação gover-
namental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores esta- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
belecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema
ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. CAPÍTULO I
Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estru- DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E DO PLANO PLURIA-
turada em programas, orientados para consecução dos objetivos NUAL DA UNIÃO
estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é
a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às de- Art. 1º Esta Lei institui o Plano Plurianual da União para o perí-
mandas da sociedade. odo de 2020 a 2023 (PPA 2020-2023), em cumprimento ao disposto
no § 1º do art. 165 da Constituição.
Tipos de Programas
Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:
serviços ofertados diretamente à sociedade. Seus atributos básicos I - objetivo - declaração de resultado a ser alcançado que ex-
são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas pressa, em seu conteúdo, o que deve ser feito para a transformação
de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade de determinada realidade;
responsável pelo programa. II - meta - declaração de resultado a ser alcançado, de natureza
O indicador quantifica a situação que o programa tenha por quantitativa ou qualitativa, que contribui para o alcance do objeti-
fim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o vo;
público-alvo. III - indicador - instrumento gerencial que permite a mensu-
ração de desempenho de programa em relação à meta declarada;
Programas de Gestão de Políticas Públicas: assumirão deno- IV - regionalização - conjunto de informações, no âmbito das
minação específica de acordo com a missão institucional de cada metas do PPA 2020-2023, com vistas a compatibilizar os recursos
órgão. Portanto, haverá apenas um programa dessa natureza por públicos disponíveis com o atendimento de necessidades da socie-
órgão. Exemplo: “Gestão da Política de Saúde”. dade no território nacional e a possibilitar a avaliação regional da
Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), execução do gasto público;
unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa. V - política pública - conjunto de iniciativas governamentais or-
Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam ganizadas em função de necessidades socioeconômicas, que con-
órgãos centrais de sistemas (Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá tém instrumentos, finalidades e fontes de financiamento;
haver mais de um programa desse tipo. VI - programa - conjunto de políticas públicas financiadas por
Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações orçamentárias e não orçamentárias;
ações de gestão de Governo e serão compostos de atividades de VII - planejamento governamental - sistemática de orientação
planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informa- de escolha de políticas públicas e de definição de prioridades, a par-
ção e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervi- tir de estudos prospectivos e diagnósticos, com o propósito de dimi-
são, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades deve- nuir as desigualdades, melhorar a alocação de recursos e aprimorar
rão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial. o ambiente econômico e social;
Programas de Serviços ao Estado: são os que resultam em bens VIII - Plano Plurianual da União (PPA) - instrumento de plane-
e serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas jamento governamental de médio prazo, que define diretrizes, ob-
para esse fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, jetivos e metas, com propósito de viabilizar a implementação dos
objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade programas;
responsável pelo programa. IX - planos nacionais, setoriais e regionais - instrumentos de
comunicação à sociedade das ações governamentais, observados a
Programa de Apoio Administrativo: corresponde ao conjunto estratégia nacional de desenvolvimento econômico e social, o PPA
de despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, 2020-2023 e as diretrizes das políticas nacionais;
embora colaborem para a consecução dos objetivos dos programas X - política nacional - conjunto de diretrizes, princípios e ins-
finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis de trumentos destinados a orientar a atuação de agentes públicos no
apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de atendimento às demandas da sociedade, cuja operacionalização
prover os órgãos da União dos meios administrativos para a imple- será detalhada em planos nacionais, setoriais e regionais, com es-
mentação e gestão de seus programas finalísticos. copo e prazo definidos;
A versão vigente foi sancionada em 27/12/2020 através da lei
nº 13.971 de 27/12/2020 que institui o Plano Plurianual da União 1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13971.htm.
para o período de 2020 a 2023 cujo o conteúdo pode ser acessado Acessado em 17.01.2022
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

XI - diretriz - declaração ou conjunto de declarações que orien- amparo à família;


tam os programas abrangidos no PPA 2020-2023, com fundamento IX - o combate à fome, à miséria e às desigualdades sociais;
nas demandas da população; X - a dedicação prioritária à qualidade da educação básica, es-
XII - programa finalístico - conjunto de ações orçamentárias e pecialmente a educação infantil, e à preparação para o mercado de
não orçamentárias, suficientes para enfrentar problema da socieda- trabalho;
de, conforme objetivo e meta; XI - a ampliação da cobertura e da resolutividade da atenção
XIII - unidade responsável - órgão ou entidade da administra- primária à saúde, com prioridade na prevenção, e o fortalecimento
ção pública federal direta ou indireta, responsável pela gestão de da integração entre os serviços de saúde;
programa finalístico; XII - a ênfase na geração de oportunidades e de estímulos à
XIV - valor global do programa - estimativa dos recursos orça- inserção no mercado de trabalho, com especial atenção ao primeiro
mentários e não orçamentários, segregados nas esferas fiscal, da emprego;
seguridade social e de investimento das empresas estatais, com as XIII - a promoção da melhoria da qualidade ambiental, da con-
respectivas categorias econômicas e indicação das fontes de finan- servação e do uso sustentável de recursos naturais, considerados os
ciamento; custos e os benefícios ambientais;
XV - programa de gestão - conjunto de ações orçamentárias e XIV - o fomento à pesquisa científica e tecnológica, com foco
não orçamentárias, que não são passíveis de associação aos progra- no atendimento à saúde, inclusive para prevenção e tratamento de
mas finalísticos, relacionadas à gestão da atuação governamental doenças raras;
ou à manutenção da capacidade produtiva das empresas estatais. XV - a ampliação do investimento privado em infraestrutura,
XVI - subsídios - benefícios de natureza financeira, tributária e orientado pela associação entre planejamento de longo prazo e re-
creditícia de que trata o § 6º do art. 165 da Constituição; dução da insegurança jurídica;
XVII - gastos diretos - recursos utilizados na consecução de XVI - a ampliação e a orientação do investimento público, com
políticas públicas, executadas de forma direta ou descentralizada, ênfase no provimento de infraestrutura e na sua manutenção;
que não se caracterizam como subsídios, nos termos do disposto XVII - o desenvolvimento das capacidades e das condições ne-
no inciso XVI; cessárias à promoção da soberania e dos interesses nacionais, con-
XVIII - governança - conjunto de mecanismos de liderança, es- sideradas as vertentes de defesa nacional, as relações exteriores e
tratégia e controle utilizados para avaliar, direcionar e monitorar a a segurança institucional;
gestão pública, com vistas à consecução de políticas públicas e à XVIII - a ênfase no desenvolvimento urbano sustentável, com a
prestação de serviços de interesse da sociedade; utilização do conceito de cidades inteligentes e o fomento aos ne-
XIX - investimento plurianual prioritário - investimento sele- gócios de impacto social e ambiental;
cionado que impacta programa finalístico em mais de um exercício XIX - a simplificação e a progressividade do sistema tributário,
financeiro; e a melhoria do ambiente de negócios, o estímulo à concorrência e a
XX - investimento plurianual de empresa estatal não depen- maior abertura da economia nacional ao comércio exterior, priori-
dente - investimento que se enquadra nas hipóteses previstas no zando o apoio às micro e pequenas empresas e promovendo a pro-
PPA 2020-2023 e abrange empresa em que a União, direta ou indi- teção da indústria nacional em grau equivalente àquele praticado
retamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, pelos países mais industrializados; e
cujas programações não constem do Orçamento Fiscal ou da Segu- XX - o estímulo ao empreendedorismo, por meio da facilitação
ridade Social. ao crédito para o setor produtivo, da concessão de incentivos e be-
Art. 3º São diretrizes do PPA 2020-2023: nefícios fiscais e da redução de entraves burocráticos.
I - o aprimoramento da governança, da modernização do Esta-
do e da gestão pública federal, com eficiência administrativa, trans- CAPÍTULO II
parência da ação estatal, digitalização de serviços governamentais e DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DO PLANO PLURIANUAL
promoção da produtividade da estrutura administrativa do Estado; DA UNIÃO
II - a busca contínua pelo aprimoramento da qualidade do gas-
to público, por meio da adoção de indicadores e metas que possibi- Art. 4º O PPA 2020-2023 reflete políticas públicas, orienta a
litem a mensuração da eficácia das políticas públicas; atuação governamental e define diretrizes, objetivos, metas e pro-
III - a articulação e a coordenação com os entes federativos, gramas.
com vistas à redução das desigualdades regionais, combinados: § 1º Não integram o PPA 2020-2023 os programas destinados
a) processos de relacionamento formal, por meio da celebra- exclusivamente a operações especiais.
ção de contratos ou convênios, que envolvam a transferência de § 2º A cada programa finalístico será associada uma unidade
recursos e responsabilidades; e responsável, um objetivo e uma meta.
b) mecanismos de monitoramento e avaliação; Art. 5º Integram o PPA 2020-2023:
IV - a eficiência da ação do setor público, com a valorização da I - Anexo I - Programas Finalísticos;
ciência e tecnologia e redução da ingerência do Estado na econo- II - Anexo II - Programas de Gestão;
mia; III - Anexo III - Investimentos Plurianuais Prioritários; e
V - a garantia do equilíbrio das contas públicas, com vistas a IV - Anexo IV - Investimentos Plurianuais das Empresas Estatais
reinserir o Brasil entre os países com grau de investimento; Não Dependentes.
VI - a intensificação do combate à corrupção, à violência e ao
crime organizado;
VII – (VETADO);
VIII - a promoção e defesa dos direitos humanos, com foco no
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CAPÍTULO III ao atendimento da primeira infância possui caráter prioritário para


DA INTEGRAÇÃO COM OS ORÇAMENTOS DA UNIÃO o orçamento de 2020, nos termos do art. 3º da Lei nº 13.898, de 11
de novembro de 2019, e possui antecedência na programação e na
Art. 6º Os programas do PPA 2020-2023 estarão expressos nas execução orçamentária e financeira durante o período de vigência
leis orçamentárias anuais e nas leis de créditos adicionais. do Plano Plurianual, conforme agenda transversal e multissetorial a
§ 1º As ações orçamentárias serão discriminadas exclusivamen- ser regulamentada pelo Poder Executivo.
te nas leis orçamentárias anuais e nos créditos adicionais.
§ 2º Cada ação orçamentária estará vinculada a apenas um pro- CAPÍTULO IV
grama, exceto as ações padronizadas. DA GOVERNANÇA DO PLANO PLURIANUAL DA UNIÃO
§ 3º As vinculações entre ações orçamentárias e programas Seção I
constarão das leis orçamentárias anuais. Aspectos gerais
§ 4º As ações não orçamentárias serão vinculadas aos progra-
mas e serão disponibilizadas na internet, incluídos os respectivos Art. 11. A governança do PPA 2020-2023 visa a alcançar os ob-
valores, na forma a ser definida pelo Poder Executivo federal. jetivos e as metas estabelecidos, sobretudo para a garantia de aces-
Art. 7º O valor global dos programas não constitui limite à so às políticas públicas e de sua fruição pela sociedade e busca o
programação ou à execução das despesas expressas nas leis orça- aperfeiçoamento dos:
mentárias anuais ou nos créditos adicionais, respeitados os limites I - mecanismos de implementação e integração de políticas pú-
individualizados para despesas primárias impostos pela Emenda blicas;
Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016 (Novo Regime II - critérios de regionalização de políticas públicas; e
Fiscal). III - mecanismos de monitoramento, avaliação e revisão do PPA
Art. 8º Entende-se por projeto de investimento de grande vulto 2020-2023.
aquele cujo valor seja superior a:
I - R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), se financiado com Art. 12. A gestão do PPA 2020-2023 observará os princípios de
recursos do orçamento de investimentos das estatais independen- publicidade, eficiência, impessoalidade, economicidade e efetivida-
tes, sob responsabilidade de empresa de capital aberto ou sua sub- de e compreenderá a implementação, o monitoramento, a avalia-
sidiária; ou ção e a revisão do PPA 2020-2023.
II - R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), se financia-
do com recursos dos orçamentos fiscal ou da seguridade social, ou Seção II
com recursos do orçamento de investimentos de empresa estatal Do monitoramento e da avaliação
que não se enquadre no disposto no inciso anterior.
§ 1º Os projetos de investimentos de grande vulto somente po- Art. 13. O monitoramento do PPA 2020-2023 abrangerá seus
derão ser executados à conta de crédito orçamentário específico. programas e as ações orçamentárias e não orçamentárias a eles vin-
§ 2º A partir de 2021, os novos projetos de investimentos de culadas, conforme regulamento.
grande vulto somente poderão ser iniciados se constarem do regis- Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput¸ o Poder
tro centralizado a que alude o § 15 do art. 165 da Constituição Fe- Executivo publicará em portal eletrônico dados estruturados e in-
deral, mediante prévio atesto da viabilidade técnica e socioeconô- formações sobre a implementação e o acompanhamento do PPA
mica, nos termos do que dispuser regulamento do Poder Executivo. 2020-2023
Art. 9º Compõem o Anexo III os investimentos plurianuais prio- Art. 14. A avaliação do PPA 2020-2023 consiste em processo
ritários, definidos entre as ações do tipo projeto, dos programas fi- sistemático, integrado e institucionalizado de análise das políticas
nalísticos integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, públicas, com objetivo de aprimorar os programas e a qualidade do
exceto os investimentos relacionados exclusivamente às transfe- gasto público.
rências da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, Art. 15. O Poder Executivo encaminhará anualmente ao Con-
observadas as seguintes diretrizes: gresso Nacional Relatório Anual de Monitoramento do PPA 2020-
I - execução financeira acumulada superior a vinte por cento de 2023 com o resultado do processo de monitoramento, que conterá:
seu custo total estimado na data-base de 30 de junho de 2019; ou I - o comportamento das variáveis macroeconômicas que em-
II - conclusão até 2023. basaram a elaboração do Plano Plurianual, explicitando as eventuais
§ 1º A Seção II do Anexo III dispõe os investimentos plurianuais discrepâncias verificadas entre os valores previstos e os realizados;
prioritários que estão condicionados ao espaço fiscal nos exercícios II - a situação, por programa finalístico, dos objetivos, das me-
financeiros de referência, em atendimento aos ditames da Emenda tas e dos indicadores; e
Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016, e à apresentação III - demonstrativo da execução orçamentária e financeira dos
de emendas impositivas individuais ou de bancada estadual, disci- investimentos plurianuais.
plinadas aos §§ 9º e seguintes do art. 166 da Constituição Federal. Art. 16. A Avaliação prevista no art. 14 desta Lei será realizada
§ 2º As transferências da União para a realização de investi- no âmbito do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políti-
mentos plurianuais considerarão os planos nacionais e setoriais, a cas Públicas (CMAP) e contemplará avaliações de políticas públicas
regionalização, o estágio de execução, as restrições e a capacidade financiadas por gastos diretos e subsídios da União, selecionadas
de implementação do ente federativo destinatário dos recursos. anualmente a partir dos programas dispostos no Anexo I desta Lei.
Art. 10. Os orçamentos anuais serão compatibilizados com o § 1º A escolha das políticas que constarão da lista anual de ava-
PPA 2020-2023 e as respectivas leis de diretrizes orçamentárias e liações ocorrerá segundo critérios de materialidade, criticidade e
serão orientados pelas diretrizes de que trata o art. 3º. relevância.
Parágrafo único. O conjunto de ações governamentais voltadas § 2º O Poder Executivo dará publicidade, por meio de sítio ele-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

trônico, sobre os montantes de recursos dos programas classifica- 2º do art. 16.


dos em gasto direto ou em subsídio. Parágrafo único. Modificações realizadas nos termos do dispos-
§ 3º O Poder Executivo encaminhará anualmente ao Congresso to no caput serão informadas à Comissão Mista de Planos, Orça-
Nacional relatório contendo os resultados e as recomendações das mentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional e publicadas
avaliações. em sítio eletrônico oficial.
Art. 17. Em até trinta dias após o encaminhamento dos relató-
rios previstos no caput do art. 15 e no § 3º do art. 16, representan- Art. 22. Os órgãos e as entidades da administração pública fe-
te do órgão central do Sistema de Planejamento e de Orçamento deral direta, autárquica e fundacional promoverão o alinhamento
Federal, disciplinado pela Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, contínuo entre os instrumentos de planejamento sob sua responsa-
apresentará os resultados e as recomendações dos referidos relató- bilidade, com vistas ao fortalecimento da governança pública.
rios, em audiência pública a ser realizada na comissão referida no § § 1º Para as políticas públicas constantes dos programas de
1º do art. 166 da Constituição Federal. atendimento em educação e de amparo às mulheres, são instru-
Art. 18. O Poder Executivo federal promoverá o desenvolvi- mentos de referência, respectivamente, o Plano Nacional de Educa-
mento e a manutenção de mecanismos de transparência nas etapas ção e o Plano Nacional de
do ciclo de gestão do PPA 2020-2023, por meio de sistemas de in- Políticas para as Mulheres.
formações periodicamente atualizados, definidos em regulamento. § 2º Os órgãos e as entidades de que trata o caput elaborarão
§ 1º Com vistas ao acompanhamento e à fiscalização a que se ou atualizarão seu planejamento estratégico institucional de forma
referem o art. 70 e o inciso II do § 1º do art. 166 da Constituição, alinhada ao PPA 2020-2023 e aos planos nacionais, setoriais e re-
serão assegurados aos membros e aos órgãos competentes dos Po- gionais, no prazo de:
deres da União, inclusive ao Tribunal de Contas da União, ao Mi- I - quatro meses, contados da data de publicação desta Lei,
nistério Público Federal e à Controladoria-Geral da União, o acesso para Ministérios e demais órgãos da administração direta e para au-
irrestrito, para consulta, aos sistemas de informações referidos no tarquias organizadas na forma de agências reguladoras, ressalvado
caput e o recebimento de seus dados em meio digital. o disposto no inciso III;
§ 2º Poderão ser habilitados para consulta os cidadãos e as en- II - oito meses, contados da data de publicação desta Lei, para
tidades sem fins lucrativos credenciados segundo requisitos estabe- as entidades autárquicas não referidas nos incisos I e III e para as
lecidos pelos órgãos gestores dos sistemas de informações de que fundações;
trata este artigo. III - doze meses, contados da data de publicação desta Lei, para
Art. 19. O Poder Executivo federal regulamentará os prazos, os as instituições federais de ensino.
critérios e as orientações técnicas complementares ao monitora- Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
mento e à avaliação do PPA 2020-2023. Alterações do anexo - Vide Lei 14.235, de 2021

CAPÍTULO V Brasília, 27 de dezembro de 2019; 198º da Independência e 131º da


DISPOSIÇÕES GERAIS República.

Art. 20. Para fins do disposto no § 1º do art. 167 da Consti-


tuição, o investimento que ultrapassar um exercício financeiro, du- CRÉDITOS ORDINÁRIOS E ADICIONAIS
rante o período de 2020 a 2023, será incluído no valor global dos
programas.
Parágrafo único. As leis orçamentárias e as leis de créditos adi- Apenas depois da publicação da Lei de Orçamento Anual2 o
cionais detalharão, em seus anexos, os investimentos de que trata o Chefe do Poder Executivo pode iniciar a execução de seus progra-
caput, para o ano de sua vigência. mas. Passa-se da fase de estimativa das receitas e fixação das des-
Art. 21. Fica o Poder Executivo federal autorizado a promover pesas (Planejamento Orçamentário) para a fase de realização da
alterações no PPA 2020-2023, em ato próprio, para: receita e da despesa (Execução Orçamentária).
I - conciliar com o PPA 2020-2023 as alterações promovidas Nem sempre o Orçamento é cumprido na íntegra devido a fa-
pelas leis orçamentárias anuais e pelas leis de crédito adicional e tores como: arrecadação que não se efetiva conforme planejado,
poderá, para tanto: pressões políticas, calamidades naturais, comoções internas, entre
a) alterar o valor global do programa; outros fatores.
b) adequar vinculações entre ações orçamentárias e progra- Os créditos que autorizam a realização da despesa pública têm
mas; duas classificações: créditos ordinários e créditos adicionais.
c) revisar ou atualizar as metas; e Créditos Orçamentários - são autorizações constantes da Lei
d) revisar ou atualizar os investimentos plurianuais constantes de Orçamento Anual.
dos Anexos III, Seção I, e IV, em até 25% (vinte e cinco por cento) do Créditos Adicionais – representam autorizações de despesas
valor total previsto para cada um dos dois conjuntos de investimen- não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamen-
tos discriminados nesta alínea; to Anual
II - alterar metas; e
III - incluir, excluir ou alterar: A lei orçamentária anual, quando da sua aprovação, conterá
a) a unidade responsável por programa; créditos orçamentários, também denominados créditos iniciais,
b) o valor global do programa, em razão de alteração de fontes os quais estarão distribuídos nos programas de trabalho que com-
de financiamento com recursos não orçamentários; e põem o Orçamento Geral da União. Ocorre que, muitas vezes, a Lei
c) o valor dos gastos diretos ou dos subsídios de que trata o § 2 http://www.cnsp.org.br/website/pdfs/Guia_Orcamento.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Orçamentária Anual, também denominada Lei de Meios, não prevê No caso dos créditos especiais, a única forma de aprovação é
a realização de determinados dispêndios ou não dispõe de recursos por meio de uma lei específica. Após a aprovação legislativa, especí-
suficientes para atendê-los no exato momento em que deveriam fica ou na própria LOA, dependo do caráter dos créditos adicionais,
ser efetuados. o Poder Executivo insere esses novos créditos no orçamento corren-
Assim, denomina-se como “insuficientemente dotada” aque- te por meio de um decreto.
la despesa que, embora prevista pela LOA, não dispõe de recursos No caso dos créditos suplementares, seu valor é acrescido ao
suficientes que atendam ao dispêndio em questão. Já aquelas des- valor da LOA original, e no caso dos créditos especiais, é criada uma
pesas não dotadas de recursos na lei orçamentária e que, em face nova dotação, que discrimina o novo gasto.
da influência de diversos fatores, necessitam ser executadas deno- Para os créditos extraordinários, o procedimento é totalmente
minam-se “não computadas”. diferente. Em decorrência da maior urgência, a autorização legisla-
Para solucionar ambos os casos, adota-se o mecanismo de tiva é dispensada.
créditos adicionais, são autorizações de despesas não computadas A União e alguns estados abrem esses créditos por meio de
ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento. Em outras pa- medida provisória. Nos municípios e em estados em que não há
lavras, os créditos adicionais são instrumentos de ajustes orçamen- a previsão de MP em suas constituições, essa abertura ocorre por
tários, sendo “fundamental para oferecer flexibilidade e permitir a meio de decreto do Executivo. Se a abertura for realizada por decre-
operacionalidade de qualquer sistema orçamentário” e que visam to, ele deverá ser imediatamente submetido ao Poder Legislativo. A
a atender as seguintes situações: corrigir falhas da LOA; mudança Constituição Federal veda a edição de Medida Provisória sobre ins-
de rumos das políticas públicas; variações de preço de mercado de trumentos de planejamento, como planos plurianuais, diretrizes or-
bens e serviços a serem adquiridos pelo governo; e situações emer- çamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais suplementa-
genciais imprevistas. res, exceto no caso de abertura de créditos extraordinários (art. 62,
De acordo com o artigo 40 da Lei Federal 4.320/1964, a qual § 1º, I, d). Os créditos extraordinários incorporam-se ao orçamen-
estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e con- to em dotações específicas, ou seja, não se misturam com outras
trole dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Muni- despesas. A outra diferença é que, para os créditos extraordinários,
cípios e do Distrito Federal, “são créditos adicionais as autorizações em decorrência de sua urgência e importância, não é necessário
de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei justificar a origem dos recursos. Já no caso dos créditos especiais
de Orçamento”. O artigo 41 da mesma lei define três modalidades e suplementares, para que sejam abertos, é necessário demons-
de créditos adicionais, as quais foram recepcionadas pelo artigo trar qual será a origem dos recursos utilizados. Essa demonstração
167 da Constituição Federal de 1988: é fundamental para preservar o equilíbrio orçamentário ou, pelo
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: menos, para não aumentar o desequilíbrio. Está inscrito na própria
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamen- Constituição Federal:
tária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja Os créditos adicionais na Constituição art. 166, § 8°, e na Lei
dotação orçamentária específica; 4.320/64 surgiram para corrigir ou amenizar situações que surgem,
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e im- durante a execução orçamentária, por razões de fatos de ordem
previstas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pú- econômica ou imprevisíveis. Os créditos adicionais são incorpora-
blica. dos aos orçamentos em execução, desta forma, os créditos adicio-
nais alteraram o Orçamento.
Cada modalidade de crédito adicional possui as seguintes ca-
racterísticas: Constituição art. 166, § 8°:
− Crédito suplementar – destinado ao reforço de dotação or- Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às di-
çamentária prevista na lei orçamentária anual quando o seu saldo retrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-
torna-se insuficiente. Deve ser autorizado por lei, podendo ser a nais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
própria lei orçamentária, e aberto por decreto do Poder Executivo; forma do regimento comum.
− Crédito especial – é utilizado para atender as despesas para § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
as quais não haja dotação orçamentária específica na lei orçamen- rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despe-
tária anual. Deve ser autorizado por lei específica e aberto por de- sas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, me-
creto do Poder Executivo; diante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
− Crédito extraordinário – é utilizado para cobrir despesas im- autorização legislativa.
previsíveis e urgentes, em caso de guerra, comoção interna ou ca-
lamidade pública. Deve ser aberto por decreto do Poder Executivo, Dica: Em relação aos Créditos Ilimitados: É vedada a concessão
devendo ser dado conhecimento imediato ao Poder Legislativo. ou utilização de créditos ilimitados e, portanto, de autorizações de
despesas sem a indicação precisa de receita e do montante de gasto
Os créditos suplementares e especiais requerem autorização autorizado pelo Legislativo.
legislativa para que possam ser utilizados. No caso dos créditos su-
plementares, essa autorização pode estar contida na LOA ou em Artigo 1673 da Constituição Federal:
uma lei específica para esse fim, caso a LOA já tenha sido aprovada. I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
É importante que essa lei seja específica, que trate somente desses mentária anual;
novos créditos. Isso serve para evitar que sejam aprovadas maté- II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
rias maliciosamente “escondidas” em um projeto de lei de crédito tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
suplementar. 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

III - a realização de operações de créditos que excedam o mon- § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que
tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante não comprometidos:
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprova- I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
dos pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; exercício anterior;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou des- II - os provenientes de excesso de arrecadação;
pesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos im- III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações or-
postos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos çamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma
pelo art. 212, e a prestação de garantias às operações de crédito que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las
por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º; § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ain-
autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden- da, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
tes; credito a eles vinculadas.
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a ten-
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; dência do exercício.
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos
necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, in- extraordinários abertos no exercício.
clusive dos mencionados no art. 165, § 5º; Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Po-
autorização legislativa. der Legislativo.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercí-
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano cio financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
responsabilidade. Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importân-
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no cia, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de possível
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão Por fim, apresentamos a tabela resumo contendo as principais
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. informações sobre os Créditos Adicionais:
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será ad-
mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
A Lei 4.320/64 estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Es-
tados, dos Municípios e do Distrito Federal, versando sobre créditos
adicionais:

TÍTULO V
DOS CRÉDITOS ADICIONAIS

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não


computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamen-
tária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja
dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e im-
previstas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pú-
blica.
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autoriza-
dos por lei e abertos por decreto executivo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais de-
pende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa
e será precedida de exposição justificativa.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

CRÉDITOS ADICIONAIS
TIPOS SUPLEMENTARES ESPECIAIS EXTRAORDINÁRIOS
Finalidade Reforçar despesas já previstas Atender despesas não previstas no orçamento. Atender despesas imprevisíveis e ur-
no orçamento. gentes (ex: guerra, comoção interna
ou calamidade)
Autori- Necessidade de autorização Necessidade de autorização em lei específica. Independe.
zação na própria LOA ou em lei
legislativa específica
Abertura Decreto (Executivo): incorpo- Decreto (Executivo): incorporam-se ao orçamen- Na União, abertura se dá por meio de
e incorpo- ram-se ao orçamento adicio- to, mas conservam sua especificidade, demons- MP; Nos Estados, Distrito Federal e
ração nando-se à dotação orça- trando-se a conta dos mesmos separadamente Municípios, a abertura se dá por De-
mentária a que se destinou creto Executivo ou por MP, se houver
reforçar previsão na CE ou na Lei Orgânica do
Município. Se a abertura ocorrer por
meio de Decreto, este deverá ser en-
viado imediatamente ao Legislativo.
Incorporam-se ao orçamento, mas
conservam sua especificidade, de-
monstrando-se a contas dos mesmos
separadamente.
Vigência No exercício em que foi aberto No exercício em que foi aberto (até 31/12). No exercício em que foi aberto (até
(até 31/12) 31/12).
Prorroga- Improrrogável Só para o exercício seguinte quando o ato de Só para o exercício seguinte quando
ção autorização tiver sido promulgado nos últimos 4 o ato de abertura (MP ou Decreto)
meses do exercício. Nesse caso, os saldos são in- tiver sido editado nos últimos 4
corporados, por decreto, ao orçamento seguinte meses do exercício. Nesse caso, os
(créditos com vigência plurianual) saldos são incorporados, por decreto,
ao orçamento seguinte (créditos com
vigência plurianual).
Indicar SIM SIM NÃO
fontes

Contabilização

Registro da abertura de crédito disponível4


Documento: nota de dotação
- Sistema Orçamentário
D: crédito inicial
C: crédito disponível

Registro do empenho de despesa


Documento: nota de empenho
- Sistema Orçamentário
D: crédito disponível
C: crédito empenhado e liquidado

D: emissão de empenhos
C: empenhos a liquidar

D: valores comprometidos
C: valores em liquidação

Registro da apropriação de despesa


Documento: ordem bancária
- Sistema Orçamentário
D: crédito empenhado a liquidar
4 https://jus.com.br/artigos/14728/realizacao-de-despesa-sem-autorizacao-legal-e-a-abertura-de-credito-adicional-pelo-poder-legislativo-municipal
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

C: crédito empenhado liquidado

D: empenhos a liquidar
C: empenhos liquidados

D: valores em liquidação
C: valores liquidados
- Sistema Financeiro

D: despesa orçamentária
C: bancos conta única
- Sistema Patrimonial e Compensatório

PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

A Programação Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execução do orçamento ao
fluxo provável de recursos financeiros. Assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base
nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.
Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabe-
lece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados
fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o órgão central, contando ainda
com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes os órgãos setoriais - OSPF) e as
Unidades Gestoras Executoras (UGE).
Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual,
bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de pro-
gramação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades
Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.
A execução financeira representa o fluxo de recursos financeiros necessários à realização efetiva dos gastos dos recursos públicos para
a realização dos programas de trabalho definidos. Lembre-se de que RECURSO é dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária (enfoque
da execução financeira) e que CRÉDITO é dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização (enfoque da execução orçamentária).
De acordo com a Lei 4.320/64 o exercício financeiro no Brasil é o espaço de tempo compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezem-
bro de cada ano, no qual a administração promove a execução orçamentária e demais fatos relacionados com as variações qualitativas e
quantitativas que tocam os elementos patrimoniais da entidade ou órgão público.
O dispêndio de recursos financeiros oriundos do Orçamento Geral da União se faz exclusivamente por meio de Ordem Bancária - OB e
da Conta Única do Governo Federal e se destina ao pagamento de compromissos, bem como a transferência de recursos entre as Unidades
Gestoras, tais como liberação de recursos para fins de adiantamento, suprimento de fundos, cota, repasse, sub-repasse e afins. A Ordem
Bancária é portanto o único documento de transferência de recursos financeiros.
O ingresso de recursos se dá quando o contribuinte efetua o pagamento de seus tributos por meio de DARF, junto à rede bancária,
que deve efetuar o recolhimento dos recursos arrecadados, ao BACEN, no prazo de um dia. Com o DARF Eletrônico e a GRPS Eletrônica,
os usuários do sistema podem efetuar o recolhimento dos tributos federais e contribuições previdenciárias diretamente à Conta Única,
sem trânsito pela rede bancária. Ao mesmo tempo, a Secretaria da Receita Federal recebe informações da receita bruta arrecadada, que é
classificada decendialmente (ou seja, a cada 10 dias) no SIAFI. Esse valor classificado deve corresponder ao montante registrado no BACEN
no período.
Uma vez tendo recursos em caixa, começa a fase de saída desses recursos, para pagamentos diversos. O pagamento entre Unidades
Gestoras ocorre mediante a transferência de limite de saque, que é a disponibilidade financeira da UG on-line, existente na Conta Única.

ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO.

ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO
Com a nova estrutura do Plano Plurianual – PPA 2012-2015, que apresenta Programas Temáticos, Objetivos, Metas e Iniciativas, além
dos Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, buscou-se evitar a sobreposição entre o Plano e o Orçamento, verificada
anteriormente entre os dois instrumentos, e priorizar a relação de complementaridade existente entre eles. Os programas possuem Indi-
cadores e Objetivos. Cada Objetivo é composto por Metas e Iniciativas que, no seu conjunto, expressa o que será feito, em que intensidade
e quais os resultados pretendidos. As Iniciativas do PPA 2012-2015 asseguram o vínculo com as ações orçamentárias, agora detalhadas
apenas nas Leis Orçamentárias Anuais – LOAs, vinculadas diretamente aos Programas (Temáticos ou de Gestão), quando se observa so-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

mente as LOAs, conforme figura abaixo:

Como as ações constam apenas nos Orçamentos, e o Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento – SIGPlan utilizado para
registro e apoio às etapas do ciclo de gestão do PPA 2012-2015 foi desativado, as informações acerca domonitoramento e avaliação do
Plano foram incluídas em um novo módulo desenvolvido no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP.
Entretanto, permanecia a necessidade do acompanhamento físico-financeiro das ações orçamentárias, principalmente porque os
bens e serviços ofertados à sociedade, oriundos das despesas orçamentárias, precisam ser mensurados. Ademais, é necessário verificar
se o produto especificado e sua respectiva meta estão adequados com a descrição e implementação previstas nos atributos da ação. Para
tanto, evidenciar o valor físico executado torna-se uma questão indispensável para que, entre outras finalidades, se possa aperfeiçoar os
próximos orçamentos públicos a serem elaborados, com foco, sobretudo, em resultados. Por isso, a partir de 2012, a Secretaria de Orça-
mento Federal - SOF implementa um processo de acompanhamento físico-financeiro das ações orçamentárias, apoiado por uma solução
em Tecnologia de Informação - TI, implementada em um módulo adicional no SIOP.
Para que o acompanhamento seja bem-sucedido, é necessária a participação dos Órgãos Setoriais de Orçamento (OS) e das Unidades
Orçamentárias (UO). Assim, é de fundamental importância a capacitação das pessoas envolvidas no preenchimento do módulo do SIOP
correspondente.
Esse trabalho de acompanhamento também servirá para o Órgão de Controle, cujo interesse é verificar se o que realmente foi previsto
foi efetivamente realizado, ou seja, poderá acompanhar a execução da lei orçamentária (e suas alterações).
Este orientador está dividido em nove partes, a primeira é a introdução. Em seguida, apresenta-se a diferença entre acompanhamento
e monitoramento.A terceira descreve o processo, como é desenvolvido e quais suas características. A seguir, são elencadas as responsabili-
dades da SOF e do Órgão Setorial no Acompanhamento Orçamentário. A quinta refere-se aos indicadores que serão utilizados no processo.
A parte seguinte explicará como deverá ser preenchido o campo comentários do subtítulo/localizador. Os indicadores citados anterior-
mente precisarão ser compilados e a forma como isso será feito é apresentada na sétima parte. A oitava versará sobre o sistema: seus
campos, os momentos existentes, as tramitações possíveis, os perfis e papéis existentes e o histórico. Na última parte, há um cronograma
das etapas do Acompanhamento Orçamentário para 2012/2013. O orientador também conta com 4 anexos, que apresentam os exemplos
dos relatórios que serão gerados automaticamente pelo sistema.

DIFERENÇA ENTRE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO


Em um contexto de limitação de recursos e de foco em resultados, a importância do acompanhamento e do monitoramento se ma-
ximiza.

Para auxiliar a compreensão dos dois conceitos, poder-se-ia comparar o acompanhamento a uma foto e o monitoramento a uma fil-
magem. O acompanhamento retrata uma situação passada que pode, portanto, não ser mais verdadeira no presente, mas que é de grande
valia quando o recorte temporal se aproxima do período em que recursos são utilizados (ao final de um exercício financeiro, por exemplo).
Já o monitoramento busca detectar as dificuldades que ocorrem durante a programação para corrigi-las oportunamente.
Quando se considera a amplitude, o foco está na extensão proporcionada por cada um dos conceitos.
Assim, o acompanhamento das ações orçamentárias pressupõe uma visão geral do que está sendo acompanhado e o monitoramento,
por sua vez, busca a Especificidade.
Com relação à aplicação, o acompanhamento permite a obtenção de subsídios úteis para prestação de contas e transparência exigida
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

pela sociedade, tal qual como previsto na Constituição. Como os dados fornecidos pelo acompanhamento são de conformidade para con-
trole, eles são estáticos. O monitoramento traz subsídios para a tomada de decisão. Ao se identificar tempestivamente os pontos frágeis
e as restrições, os dados são importantes para proporcionar intervenções corretivas por meio de uma ação proativa do gestor. Essa é uma
atividade gerencial que maximiza os resultados. Os dados, por conseguinte, são dinâmicos.
Para fazer o acompanhamento orçamentário, que considera os valores físicos e financeiros das ações, são utilizados, como forma de
medição, indicadores de eficiência e eficácia. O monitoramento, por sua vez, faz uso de indicadores de eficácia e os instrumentaliza para
uma análise posterior na busca de sinais para efetividade, resultados e impactos, que são comumente buscados quando da avaliação de
uma política pública.
A informação proporcionada pelo acompanhamento é perene e contribui para realização de monitoramento e avaliação. Por sua vez,
as informações do monitoramento são transitórias (dinâmicas) e servem como subsídio para a avaliação.
Em relação à responsabilidade por executar o acompanhamento, esta recai legalmente sobre os administradores e demais responsá-
veis por bens, dinheiro e valores públicos. No caso do monitoramento, é atribuída aos administradores que precisam priorizar os projetos
da sua pasta para garantir a efetiva realização.

O quadro abaixo apresenta o resumo das diferenças entre acompanhamento e monitoramento.

DIMENSÕES ACOMPANHAMENTO MONITORAMENTO


Amplitude Pressupõe Visão Geral Pressupõe Especificidade
Dados para intervenções corretivas/proati-
Dados de Conformidade – Controle (Estático)
vas – Gerencial (Dinamico)
Aplicação
Subsidios para Prestação de Contas e Transpa-
Subsidios para a tomada de decisão
rencia
Indicadores de eficácia e sinais para a efetivi-
Forma de Medição Indicadores de eficiência e eficacia
dade, resultados impactos
Perene: contribui para o Monitoramento e Ava-
Informação Transitória: subsídios para avaliação
liação
Atribuida legalmente aos administradores e Atribuida aos administradores que precisam
Responsabilidade demais responsáveis por bens, dinheiro e valores priorizar os projetos para garantir a efetiva rea-
públicos. lização

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

DESCENTRALIZAÇÃO
A descentralização orçamentária é o mecanismo de transferência de créditos orçamentários para as unidades gestoras cuja execução
da despesa (empenho, liquidação e pagamento) ocorre de forma descentralizada, de acordo com delegação de competência. O lançamen-
to é feito por intermédio de documento do SIAFI denominado Nota de Crédito, podendo se processar da seguinte maneira:
• Programação anual com descentralização semestral realizada de acordo com o planejamento realizado pelas Secretaria localizadas
nos estados e pelo ISC;
• em processos específicos de autorização de despesas (ressarcimento, dívida de exercícios anteriores);
• mensagens via SIAFI das Unidades Gestoras (SECEXs e ISC) para complementação das dotações;
• autorização do ISC para a descentralização orçamentária relativo às despesas com a execução de cursos nos estados PTRES (039667);
• autorização da SETEC para envio de recursos de “Ações de Informática” (PTRES 811050).

São consideradas Unidades de Origem (SECEX, ISC, SETEC, SEGEDAM, SECOF, DICON, SPR).
A Unidade do Tribunal responsável pela descentralização orçamentária é a Secretaria de Orçamento, Finanças e Contabilidade - SECOF,
por subdelegação de competência da SEGEDAM.

RECEITA PÚBLICA. CONCEITO. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA. ETAPAS E ESTÁGIOS

RECEITA PÚBLICA
Os recursos financeiros canalizados para os cofres públicos ostentam, na prática, natureza e conteúdo bastante diversificados.
Nem sempre derivam da atividade impositiva do Estado - campo de abrangência do Direito Tributário - podendo resultar de contratos
firmados pela administração, com caráter de bilateralidade.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Uns e outros devem ser tidos como receitas públicas, cujo es- pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens.
tudo amplo, pertence ao campo do Direito Financeiro, e mais remo- Na atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão
tamente, ao da Ciência das Finanças. exigidos da população, para financiar os gastos da administração
Por isso, ao definirmos o Direito Financeiro como ramo do pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos
Direito Administrativo que regula a atividade desenvolvida pelo prestados ou colocados a disposição da comunidade. Exemplos: Ta-
Estado na obtenção, gestão e aplicação dos recursos financeiros, xas, Impostos e Contribuições de Melhoria.
referimo-nos à receita pública como um dos capítulos dessa disci-
plina: justamente aquele que versa sobre a captação de recursos b) Quanto à Natureza: Receitas Orçamentárias X Receitas Ex-
financeiros. tra Orçamentárias
Entrada ou ingresso é todo dinheiro recolhido aos cofres públi- Receitas Orçamentárias são todos os ingressos financeiros de
cos, mesmo sujeito à restituição. caráter não devolutivo auferidos pelo Poder Público. A receita orça-
A noção compreende as importâncias e valores realizados a mentária se subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas:
qualquer título. Assim, os tributos (impostos, taxas, e contribuição receitas correntes e receitas de capital.
de melhoria) e as rendas da atividade econômica do Estado (pre- Receita Extra Orçamentária correspondem aos valores prove-
ços), não restituíveis, são ingressos ou entradas. nientes de toda e qualquer arrecadação que não figurem no orça-
À semelhança, as fianças, cauções, empréstimos públicos, pos- mento público e, consequentemente, que não lhe pertencem. O
to que restituíveis. Governo fica como mero depositário dos valores recebidos. Exem-
Receita é a quantia recolhida aos cofres públicos não sujeita a plos: Depósitos recebidos, Cauções em dinheiro recebidas, Consig-
restituição, ou, por outra, a importância que integra o patrimônio nações retidas a pagar, etc.
do Estado em caráter definitivo.
Na lição de Aliomar Baleeiro receita pública é a entrada que, c) Quanto à Repercussão Patrimonial: Efetivas X Não efetivas
integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, con- Receitas Públicas Efetivas são aquelas em que os ingressos de
dições ou correspondência no passivo vem acrescer o seu vulto disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de
como elemento novo e positivo Associando os princípios expostos, reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspon-
concluímos que toda receita (em sentido estrito) é entrada, mas a dentes: Por isso, aumentam a situação liquida do patrimônio finan-
recíproca não é verdadeira. ceiro e a situação líquida patrimonial. Exemplos: Receita Tributária,
Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.
Contabilização Da Receita Pública Receitas Públicas Não efetivas são aquelas em que os ingres-
Conforme a variação na situação patrimonial que possa provo- sos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro de
car, sendo: reconhecimento do direito. Por isso, aumentam a situação líquida
- Receita pública efetiva; e do patrimônio financeiro, mas não altera a situação líquida patri-
- Receita pública não-efetiva. monial. São exemplos: Alienação de bens; Operações de crédito;
Amortização de empréstimo concedido; Cobrança de dívida ativa.
Receita Publica Efetiva d) Quanto à Regularidade: Ordinárias X Extraordinárias
- Não representam obrigação do ente público Receitas Ordinárias são aquelas que representam certa regu-
- Alteram a situação líquida patrimonial incorporando-se defi- laridade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela Constituição
nitivamente ao patrimônio público. ou por leis específicas. Exemplos: Arrecadação de Impostos (Fede-
rais, Estaduais ou Municipais), Transferências do Fundo de Partici-
Receita Pública Não-Efetiva pação dos Estados e do Distrito Federal, do Fundo de Participação
- São as que possuem reconhecimento do direito dos Municípios, Cota parte do ICMS destinado aos Municípios, etc.
- Não alteram a situação patrimonial líquida do ente. Receitas Extraordinárias são aquelas inconstantes, esporádi-
- No momento da entrada do recurso, registra-se, também, cas, às vezes excepcionais, e que, por isso, não se renovam de ano a
uma obrigação. ano na peça orçamentária. Como exemplo mais típico, costuma-se
citar o imposto extraordinário, previsto no art. 76 do Código Tribu-
Classificação das Receitas Públicas tário Nacional, e decretado, em circunstâncias anormais, nos casos
de guerra ou sua iminência. As receitas patrimoniais devem, tam-
a) Quanto à Origem: Originárias X Derivadas bém, ser consideradas como extraordinárias, sob o aspecto orça-
Receitas Originárias são aquelas provenientes da exploração mentário.
do patrimônio da pessoa jurídica de direito público, ou seja, o Esta- e) Quanto à forma de sua realização: Receitas Próprias, de
do coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas Transferência se de Financiamentos.
ou jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, me- ●Receitas Próprias se dão quando seu ingresso é promovido
diante pagamento de um preço estipulado. pela própria entidade, diretamente, ou através de agentes arreca-
Elas independem de autorização legal e pode ocorrer a qual- dadores autorizados. Exemplo: tributos, aluguéis, rendimento de
quer momento, e são oriundas da exploração do patrimônio mo- aplicações financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens,
biliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, in- etc.
dustrial, comercial ou de serviços, pelo Estado ou suas entidades. ●Transferências se dão quando a sua arrecadação se processa
Exemplos: Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade através de outras entidades, em virtude de dispositivos constitucio-
(aluguéis, dividendos, aplicações financeiras). nais e/ou legais, ou ainda, mediante celebração de acordos e/ou
Receitas Derivadas são aquelas cobradas pelo Estado, por força convênios. Exemplo: cota parte de Tributos Federais aos Estados e
do seu poder de império, sobre as relações econômicas praticadas Municípios (FPE e FPM), Cota parte de Tributos Estaduais aos Muni-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

cípios (ICMS e IPV A), convênios, etc.


●Financiamentos são as operações de crédito realizadas com Estágios ou Fases Da Receita Pública
destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos A realização da receita pública se dá mediante uma sequencia
recursos. São exemplos os financiamentos para implantação de par- de atividades, cujo resultado é o recebimento de recursos financei-
ques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de ros pelos cofres públicos. Os estágios são os seguintes:
saneamento básico, etc.
a) Previsão
f) Segundo a Categoria Econômica: Receitas Correntes X Re- Compreende a estimativa das receitas para compor a proposta
ceitas de Capital orçamentária e aprovação do orçamento público pelo legislativo,
●Receitas Correntes são destinadas a financiar as Despesas transformando-o em Lei Orçamentária.
Correntes. Classificam-se em: Na previsão de receita devem ser observadas as normas téc-
●Receitas Tributárias que são provenientes da cobrança de im- nicas e legais,considerados os efeitos das alterações na legislação,
postos, taxas e contribuições de melhoria. da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
●Receitas de Contribuições que são provenientes da arreca- qualquer outro fator relevante, sendo acompanhada de demonstra-
dação de contribuições sociais e econômicas; por exemplo: con- tivo de sua evolução nos três últimos anos, da projeção para os dois
tribuições para o PIS/PASEP, contribuições para fundo de saúde de seguintes àquele a que se referir a estimativa, e da metodologia de
servidores públicos, etc. cálculo e premissas utilizadas, segundo dispõe o art. 12 da LRF.
●Receita Patrimonial são proveniente do resultado financeiro
da fruição do patrimônio, decorrente da propriedade de bens mo- b) Lançamento (aplicável às receitas tributárias)
biliários ou imobiliários; por exemplo: Aluguéis, dividendos, receita É o ato da repartição competente que verifica a procedência
oriunda de aplicação financeira, etc. do crédito fiscal, identifica a pessoa que é devedora e inscreve o
●Receita Agropecuária decorre da exploração das atividades débito desta.
agropecuárias; por exemplo: receita da produção vegetal, receita Compreende os procedimentos determinação da matéria tri-
da produção animal e derivados. butável, cálculo do imposto, identificação do sujeito passivo e no-
●Receita Industrial obtida com atividades ligadas à indústria tificação.
de transformação. Exemplos: indústria editorial e gráfica, recicla- As importâncias relativas a tributos, multas e outros créditos da
gem de lixo, etc. Fazenda Pública, lançadas mas não cobradas ou não recolhidas no
●Receitas de Serviços são provenientes de atividades caracte- exercício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da sua inscri-
rizadas pela prestação se serviços por órgãos do Estado; por exem- ção pela repartição competente.
plo: serviços comerciais (compra e venda de mercadorias), etc.
●Transferências Correntes são recursos recebidos de outras c) Arrecadação
pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais
de despesas correntes. créditos, sendo distinguida em;
•Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou seus servi-
Outras Receitas Correntes são o grupo que compreende as dores e;
Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, •Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de terceiros
Receita da Dívida Ativa, etc. credenciados pelo Estado.
Receitas de Capital são aquelas provenientes de realização de Os agentes da arrecadação são devidamente autorizados para
recursos oriundos da contratação de dívidas; da conversão em es- receberem os recursos e entregarem ao Tesouro Público, sendo di-
pécie de bens (alienação de bens móveis e imóveis); dos recursos vididos em dois grupos:
recebidos de outras pessoas de direito público ou privados destina- •Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegacias, postos
dos a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital. São fiscais, etc);
destinadas ao atendimento das Despesas de Capital e classificam-se •Agentes privados (bancos autorizados).
em:
• Operações de Crédito são os financiamentos obtidos den- d) Recolhimento
tro e fora do País; trata-se de recursos captados de terceiros para Consiste na entrega do numerário, pelos agentes arrecadado-
obras e serviços públicos. Exemplos: colocação de títulos públicos, res, públicos ou privados, diretamente ao Tesouro Público ou ao
contratação de empréstimos e financiamentos, etc.; banco oficial.
• Alienação de Bens são receitas provenientes da venda de O recolhimento de todas as receitas deve ser feito com a ob-
bens móveis e imóveis; servância do princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
• Amortização de Empréstimos são receitas provenientes fragmentação para a criação de caixas especiais. (art.56 da Lei
do recebimento do principal mais correção monetária, de emprésti- 4.320/64).
mos efetuados a terceiros; Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no
• Transferências de Capital são recursos recebidos de ou- Banco do Brasil S/A, somente sendo permitidos saques para o paga-
tras entidades; aplicação desses recursos deverá ser em despesas mento de despesas formalmente processadas e dentro dos limites
de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma con- estabelecidos na programação financeira; A conta única do Tesouro
traprestação direta em bens e serviços; Nacional é mantida no Banco Central, mas o agente financeiro é o
Banco do Brasil, que deve receber as importâncias provenientes da
Outras Receitas de Capital são as que envolvem as receitas de arrecadação de tributos ou rendas federais e realizar os pagamen-
capital não classificáveis nas anteriores. tos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

União.
DÍVIDA ATIVA
Dívida ativa corresponde a uma RECEITA, o que justifica ser chamada de ATIVA.
Representa um conjunto de créditos ou direitos de distintas naturezas em favor da Fazenda Pública, sendo que esses créditos ou di-
reitos possuem prazos estabelecidos na legislação pertinente e que, caso não sejam pagos ao vencimento, terá sua cobrança realizada por
meio de órgão ou unidade específica instituída em lei.
Sendo assim, a inscrição de créditos em Dívida Ativa representa um fato permutativo que resulta da transferência de um valor não
recebido no prazo estabelecido, representando um aumento da situação líquida patrimonial.

*** Para a Dívida Ativa ser considerada presume-se a legalidade ao crédito como dívida passível de cobrança e a inscrição equivale a
uma prova pré-constituída contra o devedor.
*** Outro aspecto relevante quanto à esse crédito é que, sendo ele passível de cobrança, essa gerará um custo, que por vez gera uma
despesa, PORÉM, essa despesa não transita pelas contas relativas à Dívida Ativa.

Essa inscrição poderá ser cancelada e esse cancelamento está relacionado ao raciocínio de extinção e consequente diminuição na
situação líquida patrimonial.
*** Outra forma de cancelamento da inscrição da dívida ativa pode ser percebida através de registros de abatimentos, anistia e outros
valores, DESDE QUE essa diminuição não seja decorrente do recebimento efetivo da dívida ativa.

DESPESA PÚBLICA. CONCEITO. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA. ETAPAS E ESTÁGIOS. RESTOS A PAGAR. DES-
PESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

DESPESA PÚBLICA
Despesa pública é o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público a qualquer título, a fim de saldar gastos
fixados na lei do orçamento ou em lei especial, visando à realização e ao funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa
é parte do orçamento, ou seja, aquela em que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e
funções governamentais. Em outras palavras, as despesas públicas formam o complexo da distribuição e emprego das receitas das receitas
para custeio e investimento em diferentes setores da administração governamental.
Quanto à sua natureza, classificam-se em:
Despesa Orçamentária: é aquela que depende de autorização legislativa para ser realizada e que não pode ser efetivada sem a exis-
tência de crédito orçamentário que a corresponda suficientemente.
Despesa Extra Orçamentária: trata-se dos pagamentos que não dependem de autorização legislativa, ou seja, não integram o orça-
mento público. Correspondem à restituição ou entrega de valores arrecadados sob o titulo de receita extra orçamentária. Ex.: devolução
de fianças e cauções; recolhimento de imposto de renda retido na fonte, etc.

A despesa Orçamentária se divide ainda conforme figura abaixo:

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Despesa Efetiva e Não Efetiva


Para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser classificada quanto ao impacto na situação líquida patrimonial em: - Despesa
Orçamentária Efetiva - aquela que, no momento de sua realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil
modificativo diminutivo. - Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquida
patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-se concomitantemente
conta de variação aumentativa para anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.
Em geral, a despesa orçamentária efetiva é despesa corrente. Entretanto, pode haver despesa corrente não efetiva como, por exem-
plo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamentos, que representam fatos permutativos. A despesa
não efetiva normalmente se enquadra como despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que é efetiva como, por exemplo, as
transferências de capital, que causam variação patrimonial diminutiva e, por isso, classificam-se como despesa efetiva.

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Segundo o Professor Garrido Neto, aideia da classificação das da receita/despesa nacional, encontrado no site da STN, e procure
despesas em efetivas ou não efetivas é saber qual a afetação pa- pelo item reconhecimento de receitas/despesas pelo aspecto orça-
trimonial trazida pelas mesmas, em virtude da execução do orça- mentário e patrimonial.
mento. A LOA é uma lei de execução financeira, onde constam flu-
xos de caixa de entradas e saídas de recursos, autorizados por lei Classificação Institucional e Funcional
pelo poder legislativo. Por natureza, receitas deveriam aumentar o A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos
patrimônio da entidade que as reconhece e as despesas deveriam créditos orçamentários e está estruturada em dois níveis hierárqui-
diminuí-lo. cos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Constitui unidade
Mas essa lógica não funciona em sua totalidade na execução orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
orçamentária, em virtude do conceito de receita e despesa, sob o órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias
ponto de vista do patrimônio, ser diferente daquele conceito or- (art. 14 da Lei nº 4.320/1964). Os órgãos orçamentários, por sua
çamentário, de fluxo de caixa. No patrimônio, receita representa o vez, correspondem a agrupamentos de unidades orçamentárias. As
acréscimo definitivo de recursos, sem o surgimento de um passivo dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis
correspondente ou o consumo de um ativo. Já a despesa representa pela realização das ações. No caso do Governo Federal, o código
a diminuição de um ativo, em virtude de seu consumo, ou a trans- da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os
ferência de propriedade de um bem, necessário para obtenção de dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à
receitas. No orçamento, receita é entrada, em dinheiro e disponível unidade orçamentária. Não há ato que estabeleça , sendo definida
para atendimento das políticas públicas. Já a despesa é uma saída, no contexto da elaboração da lei orçamentária anual ou da abertura
em dinheiro e que consome recursos disponíveis, autorizados atra- de crédito especial.
vés do empenho de despesas. Quando o conceito de receita, sob Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária não correspon-
o aspecto patrimonial, coincide com o conceito orçamentário, de de necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre,
fluxo de caixa de entrada, temos uma receita efetiva, que afeta o por exemplo, com alguns fundos especiais e com as Unidades Orça-
patrimônio positivamente. EX: arrecadação de impostos. mentárias “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”,
Quando o conceito de despesa, sob o aspecto patrimonial, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”,
coincide com o conceito orçamentário, de fluxo de caixa de saída, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva
autorizado por um empenho, temos uma despesa efetiva, que afeta de Contingência”
o patrimônio negativamente. EX: reconhecimento de despesas com
serviços de terceiros. Ocorre que nem toda receita orçamentária A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias
tem afetação positiva no patrimônio, porque tem como contrapar- em funções e subfunções, buscando responder basicamente à in-
tida um consumo de um ativo ou o surgimento de um passivo. Ex: dagação “em que” área de ação governamental a despesa será rea-
arrecadação da dívida ativa (entra dinheiro, mas se baixa o direito a lizada. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº
receber, previamente contabilizado quando da inscrição), obtenção 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e
de empréstimos (entra dinheiro, mas surge um passivo - emprésti- Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixa-
mos a pagar). das, que servem como agregador dos gastos públicos por área de
Do mesmo modo, nem toda despesa orçamentária tem afe- ação governamental nas três esferas de Governo. Trata-se de clas-
tação negativa no patrimônio, porque tem como contrapartida o sificação de aplicação comum e obrigatória, no âmbito da União,
surgimento de um ativo ou a baixa de um passivo. Ex: aquisição de dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite
bens (sai o dinheiro, com uma despesa empenhada previamente, a consolidação nacional dos gastos do setor público. A classifica-
mas entra o bem adquirido. Note que não há despesa no patrimô- ção funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros
nio, já que ocorre ingresso de um bem), amortização da dívida (sai o referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos represen-
dinheiro, mas há uma baixa concomitante no passivo, empréstimos tam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das
a pagar. Note que não há despesa no patrimônio, já que houve dimi- diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa,
nuição de um passivo, tornando o ente menos devedor. executiva e judiciária.
Ou seja, a saída de dinheiro compensa com a diminuição da Função - A função é representada pelos dois primeiros dígitos
dívida. Não há despesa). Por isso, a despesa não efetiva é aquela da classificação funcional e pode ser traduzida como o maior nível
que afeta o orçamento, mas, como gera um fato permutativo, não de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A fun-
afeta a situação líquida patrimonial do ente. Vamos ver mais uma ção quase sempre se relaciona com a missão institucional do órgão,
vez o exemplo da aquisição de bens; Quando se compra um bem, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que, na União, guar-
é preciso empenhar/pagar a despesa orçamentária. Portanto essa da relação com os respectivos Ministérios.
despesa diminui o ativo disponível da entidade. Caso se verificasse A função “Encargos Especiais” engloba as despesas orçamentá-
apenas essa diminuição, a despesa seria efetiva, pois reduziria um rias em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a
ativo de forma definitiva. Mas a operação contábil não está conclu- ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, res-
ída, pois é preciso dar entrada no bem. sarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto,
Quando contabilizamos o bem, aumentamos outro ativo, o uma agregação neutra. Nesse caso, na União, as ações estarão as-
ativo permanente bens móveis/imóveis. Portanto, vendo isolada- sociadas aos programas do tipo “Operações Especiais” que consta-
mente esse segundo registro, houve aumento do patrimônio, pela rão apenas do orçamento, não integrando o PPA. A dotação global
entrada do item, causando uma mutação (conjugando a diminuição denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no
do caixa com o aumento do bem) ativa (pela entrada de um ativo art. 91 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em
no patrimônio do governo). Daí o porquê da questão ter utilizado atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de
essas expressões, beleza? Para maiores detalhes, consulte o manual recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de rências obrigatórias ou voluntárias a outros Entes da Federação e a
2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxí-
será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo lios, contribuições e financiamentos, dentre outros. As ações, con-
pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classifica- forme suas características podem ser classificadas como atividades,
ções por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” projetos ou operações especiais. a) Atividade É um instrumento de
representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento. programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,
Subfunção - A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
classificação funcional, representa um nível de agregação imedia- contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço
tamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscaliza-
governamental, por intermédio da agregação de determinado sub- ção e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados
conjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações de Assistência à Saúde”. b) Projeto É um instrumento de programa-
que se aglutinam em torno das funções. As subfunções podem ser ção utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo
combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão rela- um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta
cionadas na Portaria MOG nº 42/1999. Deve-se adotar como fun- um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento
ção aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da rede nacional de
de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao bancos de leite humano”. c) Operação Especial Despesas que não
passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das
de cada ação governamental. A exceção à combinação encontra-se ações de governo, das quais não resulta um produto, e não gera
na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.5
podem ser utilizadas conjugadas.
Estrutura Programática
Classificação por Estrutura Programática Como já assinalado anteriormente, os programas deixam de
Toda ação do Governo está estruturada em programas orienta- ter o caráter de classificador e cada nível de governo passará a ter
dos para a realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas,
Plurianual (PPA) para o período de quatro anos. Conforme estabe- e originária do processo de planejamento desenvolvido durante a
lecido no art. 3º da Portaria MOG nº 42/1999, a União, os Estados, formulação do Plano Plurianual – PPA, ora em fase de elaboração.
o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, Haverá convergência entre as estruturas do plano plurianual e
suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados do orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum inte-
os conceitos e determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes grador do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o pla-
devem ter seus trabalhos organizados por programas e ações, mas no termina no programa e o orçamento começa no programa, o que
cada um estabelecerá seus próprios programas e ações de acordo confere a esses documentos uma integração desde a origem, sem
com a referida Portaria. a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre
1. Programa - Programa é o instrumento de organização da módulos diversificados. O programa, como único módulo integra-
atuação governamental que articula um conjunto de ações que dor, e os projetos e as atividades, como instrumento de realização
concorrem para a concretização de um objetivo comum preesta- dos programas.
belecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visan- Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador
do à solução de um problema ou ao atendimento de determinada que quantifique a situação que o programa tenha por fim modificar
necessidade ou demanda da sociedade. O programa é o módulo e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo.
comum integrador entre o plano e o orçamento. O plano termina Os produtos dos programas darão origem aos projetos e atividades.
no programa e o orçamento começa no programa, o que confere A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto,
a esses instrumentos uma integração desde a origem. O progra- que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.
ma age como módulo integrador, e as ações, como instrumentos Os programas serão compostos por atividades, projetos e uma
de realização dos programas. A organização das ações do governo nova categoria de programação denominada operações especiais.
sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade Essas últimas poderão fazer parte dos programas quando entendido
e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos que efetivamente contribuem para a consecução de seus objetivos.
resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas.
a transparência na aplicação dos recursos públicos. Cada progra- A estruturação de programas e respectivos produtos, consubs-
ma deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação que tanciados em projetos e em atividades, está sendo definida no atual
o programa tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e momento, na etapa de validação SOF/SPI e Setoriais, e seu resulta-
serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa do será disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades
são identificadas as ações sob a forma de atividades, projetos ou orçamentárias apresentem as suas propostas orçamentárias.
operações especiais, especificando os respectivos valores e metas
e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A despesa pública é executada em três estágios: empenho, li-
A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, quidação e pagamento.
que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.
Os programas da União constam no Plano Plurianual e podem ser 1º ESTÁGIO – EMPENHO DA DESPESA
visualizados no sítio www.planejamento.gov.br. - Ordinário – despesas normais
2. Ação - As ações são operações das quais resultam produ- - Estimativa – despesas variáveis
tos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de - Global – despesas contratuais e sujeitas a parcelamentos
um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transfe- 5Fonte: www.eventos.fecam.org.br
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

tiva do serviço.
Empenho é o primeiro estágio da despesa e “é o ato emana-
do de autoridade competente que cria para o Estado obrigação 3º ESTÁGIO – PAGAMENTO
de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. O A ordem de pagamento é o despacho exarado pela autoridade
empenho é prévio, ou seja, precede a realização da despesa e está competente determinando que a despesa seja paga.
restrito ao limite de crédito orçamentário (art. 59). É vedada a re- A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos
alização da despesa sem prévio empenho (art. 60). A formalização processados pelos serviços de contabilidade.
do empenho se dá com a emissão do pedido de empenho, pelos O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pa-
setores competentes, e devidamente autorizados, no Módulo Fi- gadoria regularmente instituído por estabelecimentos bancários
nanceiro. A emissão da Nota de Empenho representa uma garantia credenciados, ou em casos excepcionais, por meio de adiantamento
para o fornecedor ou para o prestador de serviço contratado pela Não confundir ordem de pagamento com ordem bancária.A
Administração Pública de que a parcela referente a seu contrato ordem de pagamento é despacho exarado pela autoridade compe-
foi bloqueada para honrar os compromissos assumidos. Pode-se tente, determinando que a despesa seja paga. Ordem bancária é o
deduzir, portanto, que o orçamento é compromissado através do documento emitido através do Siaf, que transfere o recurso finan-
empenho. O empenho da despesa é o instrumento de utilização de ceiro para a conta do credor.
créditos orçamentários. Vale ressaltar que, a Secretaria do Tesouro Nacional considera,
Entende-se por nota de empenho o documento utilizado para durante o exercício financeiro, a despesa pela sua liquidação, en-
fins de registro da operação de empenho de uma despesa. Para tretanto, para fins de encerramento do exercício financeiro, toda a
cada empenho será extraída uma nota de empenho, que indicará despesa empenhada e não anulada até 31 de dezembro, será consi-
o nome do credor (beneficiário do empenho), a especificação e a derada despesa nas demonstrações contábeis.
importância da despesa. O exame da despesa pública deve anteceder ao estudo da re-
O empenho para compras, obras e serviços só pode ser emi- ceita pública, pois não pode mais ser compreendida apenas vincu-
tido após a conclusão da licitação, salvo nos casos de dispensa ou lada ao conceito econômico privado, isto é, de que a despesa deva
inexigibilidade, desde que haja amparo legal na legislação que re- ser realizada após o cálculo da receita, como ocorre normalmente
gulamenta as licitações (Lei nº 8.666/93). As despesas só podem ser com as empresas particulares.
empenhadas até o limite dos créditos orçamentários iniciais e adi- Aliás, hoje em dia, os particulares recorrem ao empréstimo
cionais, e de acordo com o cronograma de desembolso da unidade sempre que a receita se apresenta deficiente em relação à despesa.
gestora, devidamente aprovado. O Estado tem como objetivo, no exercício de sua atividade
O empenho deverá ser anulado: financeira, a realização de seus fins, pelo que procura ajustar a re-
• no decorrer do exercício: ceita à programação de sua política, ou seja, a despesa precede a
– parcialmente, quando seu valor exceder o montante da des- esta. Tal ocorre porque o Estado cuida primeiro de conhecer as ne-
pesa realizada; ou – totalmente, quando o serviço contratado não cessidades públicas ditadas pelos reclamos da comunidade social,
tiver sido prestado, quando o material encomendado não tiver sido ao contrário do que acontece com o particular, que regula as suas
entregue ou quando o empenho tiver sido emitido incorretamente. despesas em face de sua receita.
• no encerramento do exercício, quando o empenho referir-se Deve-se conceituar a despesa pública sob os pontos de vista
a despesas não liquidadas, salvo aquelas que se enquadrarem nas orçamentário e científico.
condições previstas para a inscrição em restos a pagar. Aliomar Baleeiro ensina que a despesa pública, sob o enfoque
orçamentário, é “a aplicação de certa quantia em dinheiro, por par-
O valor correspondente ao empenho anulado reverte ao cré- te da autoridade ou agente público competente, entro de uma au-
dito, tornando-se disponível para novo empenho ou descentraliza- torização legislativa, para execução de um fim a cargo do governo”.
ção, respeitado o regime de exercício. Assim a despesa pública é a soma de gastos realizados pelo
Estado para a realização de obras e para a prestação de serviços
2º ESTÁGIO – LIQUIDAÇÃO públicos.
A liquidação da despesa consiste na verificação do direito ad- Por outro lado, há o entendimento que, por despesa pública
quirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos com- deve-se entender a inversão ou distribuição de riqueza que as en-
probatórios do respectivo crédito. tidades públicas realizam, objetivando a produção dos serviços re-
A liquidação tem por fim apurar: clamados para satisfação das necessidades públicas e para fazer em
- a origem e o objeto do que se deve pagar; face de outras exigências da vida pública, as quais não são chama-
- a importância exata a ser paga e das propriamente serviços.
- a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obriga-
ção Despesa Pública no Período Clássico e no Período Moderno
No período clássico o Estado realizava o mínimo possível de
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os despesas públicas porque restringia as suas atividades somente ao
atos de verificação e conferência, desde a entrada do material ou a desempenho das denominadas atividades essenciais, em razão de
prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. ser encarado apenas como consumidor, deixando a maior parte das
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou por servi- atividades para o particular.
ços prestados terá por base: Assim, a despesa pública tinha apenas a finalidade de possibili-
- Contrato, ajuste ou acordo respectivo; tar ao Estado o exercício das mencionadas atividades básicas.
- A nota de empenho; Mas, nos dias de hoje, ocorre uma análise preponderante da
- Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efe- natureza econômica das despesas públicas, que são também utiliza-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

das para outros fins, como o combate ao desemprego. Em suma, no não observarem os referidos limites.
período clássico das finanças públicas, em razão da prevalência da § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
escola liberal, o Estado procurava comprimir as despesas aos seus neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida
menores limites, e era encarado apenas como consumidor. Tal po- no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
lítica se devia à absoluta supremacia da iniciativa privada e à teoria adotarão as seguintes providências
da imutabilidade das leis financeiras. I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
As despesas visavam apenas a cobrir os gastos essenciais do cargos em comissão e funções de confiança;
governo. II - exoneração dos servidores não estáveis.
Por outro lado, na concepção moderna das finanças públicas, o § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
Estado funciona como um órgão de redistribuição da riqueza, con- não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determi-
correndo com a iniciativa privada. O Estado passa a realizar despe- nação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
sas que, embora não sejam úteis sob o ponto de vista econômico, poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
são úteis sob o ponto de vista da coletividade, como, por exemplo, um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou uni-
as despesas de guerra, vigendo, pois, hoje, a regra de que a neces- dade administrativa objeto da redução de pessoal.
sidade pública faz a despesa. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo ante-
rior fará jus a indenização correspondente a um mês de remunera-
Elementos Da Despesa Pública ção por ano de serviço.
Os elementos da despesa pública são os seguintes: § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anterio-
a) De natureza econômica: o dispêndio, incidente em um gas- res será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego
to para os cofres do Estado e em consumo para os beneficiados; a ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
riqueza pública, bem econômico, representada pelo acervo originá- quatro anos
rio das rendas do domínio privado do Estado e da arrecadação dos § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obede-
tributos; cidas na efetivação do disposto no § 4º.”

b) De natureza jurídica: a autorização legal dada pelo poder Por outro lado, a concessão de qualquer vantagem ou aumento
competente para a efetivação da despesa; de remuneração, a criação de cargos ou alterações de estruturas de
c) De natureza política: a finalidade de satisfação da necessi- carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pe-
dade pública pelo Estado, o que é feita pelo processo do serviço los órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
público, como medida de sua política financeira. fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão
É universal o princípio de que a escolha do objetivo da despe- ser feitas se atendidos os pressupostos constantes dos incisos I e II
sa pública envolve um ato político, referente à determinação das do art. 169 da CF.
necessidades públicas que deverão ser satisfeitas pelo processo do Por sua vez, o art. 38 do ADCT estabelece que até “a promulga-
serviço público. ção da lei complementar referida no art. 169, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios não poderão despender com o
Despesa Pública e a Constituição Federal De 88 pessoal mais do que sessenta e cinco por cento do valor das respec-
A Constituição de 1988 demonstra que o constituinte se preo- tivas receitas correntes”.
cupou com o problema do limite da despesa pública. O parágrafo único do mesmo art. 38 determina que os mencio-
Assim, o art. 169 revela a preocupação do constituinte com a nados entes políticos, quando a respectiva despesa de pessoal ex-
limitação de despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Es- ceder o limite previsto no caput do artigo, deverão retornar àquele
tados do Distrito Federal e dos Municípios, que não poderá exceder limite, reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por
os limites estabelecidos em lei complementar. ano.
“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Espécies De Despesa Pública
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar. Quanto à forma
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- a) Despesa em espécie, que constitui hoje a forma usual de sua
neração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de execução, embora, como já se disse anteriormente, ainda existam
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de alguns serviços públicos que não são remunerados pelo Estado;
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administra- b) Despesa em natureza, forma que predominava na antiguida-
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas de mas que hoje está praticamente abolida, embora ainda ocorra,
pelo poder público, só poderão ser feitas: como no caso de indenização pela desapropriação de imóvel rural
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- mediante títulos da dívida pública com cláusula de correção mone-
der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de- tária (CF, art.184);2)
correntes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- Quanto ao aspecto econômico em geral
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de a) Despesa real ou de serviço é a efetivamente realizada pelo
economia mista. Estado em razão da utilização de bens e serviços particulares na sa-
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar refe- tisfação de necessidades públicas, havendo uma amputação desses
rida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, se- bens ou serviços do setor privado em proveito do setor público;
rão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais corresponde, pois, à vida dos serviços públicos e à atividade das
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que administrações, caracterizando-se pela contraprestação que é feita
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

em favor do Estado; ria pela Constituição, não podendo ser alterada a não ser por uma
b) Despesa de transferência, que é aquela que é efetivada pelo lei anterior, e não pode deixar de ser efetivada pelo Estado;
Estado sem que receba diretamente qualquer contraprestação a b) Despesa variável é aquela que não é obrigatória pela Cons-
seu favor, tendo o propósito meramente redistributivo, já que o tituição, sendo limitativa, isto é, o Poder Executivo fica obrigado a
dinheiro de uns se transfere para outros, como, por exemplo, no respeitar seu limite, mas não imperativa; daí o Estado ter a faculda-
pagamento de pensões e de subvenções a atividades ou empresas de de realizá-la ou não, dependendo de seus critérios administrati-
privadas; vo e de oportunidade, sendo de se citar, como exemplo, um auxílio
pecuniário em favor de uma instituição de caridade, não gerando,
Quanto ao ambiente por outro lado, direito subjetivo em favor do beneficiário;
a) Despesa interna é a feita para atender às necessidades de
ordem interna do país e se realiza em moeda nacional e dentro do Quanto à competência
território nacional; a) Despesa federal, que visa a atender a fins e serviços da União
b) Despesa externa, que se realiza fora do país, em moeda es- Federal, em cujo orçamento está consignada;
trangeira e visa a liquidar dívidas externas; b) Despesa estadual, que objetiva atender a fins e serviços do
Estado, estando fixada em seu orçamento;
Quanto à duração c) Despesa municipal, que tem por finalidade atender a fins e
a) Despesa ordinária, que visa a atender às necessidades pú- serviços do Município, sendo consignada no orçamento municipal;
blicas estáveis, permanentes e periodicamente previstas no orça-
mento, constituindo mesmo uma rotina no serviço público, como, Quanto ao fim
por exemplo, a despesa relativa ao pagamento do funcionalismo a) Despesa de governo é a despesa pública própria e verdadei-
público; ra, pois se destina à produção e à manutenção do serviço público,
b) Despesa extraordinária, que objetiva satisfazer necessida- estando enquadrados nesta categoria os gastos com os pagamentos
des públicas acidentais, imprevisíveis e, portanto, não constantes dos funcionários, militares, magistrados, etc., à aplicação de rique-
do orçamento, não apresentando, por outro lado, regularidade em zas na realização de obras públicas e emprego de materiais de ser-
sua verificação, e estão mencionadas na Constituição Federal (art. viçoe à conservação do domínio público;
167, §3º) como sendo as despesas decorrentes de guerra, comoção b) Despesa de exercício é a que se destina à obtenção e utili-
interna ou calamidade pública, que por serem urgentes e inadiáveis zação da receita, como a despesa para a administração do domínio
não podem esperar o processo prévio da autorização legal; fiscal (fiscalização de terras, de bosques, das minas, manutenção
c) Despesa especial, que tem por finalidade permitir o aten- de fábricas, etc.) e para a administração financeira (arrecadação e
dimento de necessidades públicas novas, surgidas no decorrer do fiscalização de receitas tributárias, serviço de dívida pública, com o
exercício financeiro e, portanto, após a aprovação do orçamento, pagamento dos juros e amortização dos empréstimos contraídos).
embora não apresentem as características de imprevisibilidade e
urgência; assim, dependem de prévia lei para a sua efetivação, sen- Classificação da Lei nº4.320/64
do de se citar, como exemplo, a despesa que o Estado é obrigado a Finalmente, deve ser mencionada a classificação adotada pela
fazer em decorrência de sentença judicial; Lei nº 4.320, de 17/03/64, que estatui normas de direito financeiro
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
Quanto à importância de que se revestem Estados, Municípios e Distrito Federal, tendo a referida lei procedi-
a) Despesa necessária é aquela intransferível em face da neces- do à classificação com base nas diversas categorias econômicas da
sidade pública, sendo sua efetivação provocada pela coletividade; despesa pública:
b) Despesa útil é aquela que, embora não seja reclamada pela
coletividade e não vise a atender necessidades públicas premen- I) Despesas correntes são aquelas que não enriquecem o patri-
tes,é feita pelo Estado para produzir uma utilidade à comunidade mônio público e são necessárias à execução dos serviços públicos e
social, como as despesas de assistência social; portanto, à luz deste à vida do Estado, sendo, assim, verdadeiras despesas operacionais
critério, não se pode falar em despesa inútil, e mesmo as despesas e economicamente improdutivas:
de guerra podem produzir uma utilidade, como a independência a) Despesas de custeio são aquelas que são feitas objetivan-
nacional e a realização de unidade nacional, podendo, inclusive; do assegurar o funcionamento dos serviços públicos, inclusive às
esta utilidade ser de caráter econômico, pois o Estado quando evita destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens
ou limita uma invasão ao seu território, impede ou diminui um pre- imóveis, recebendo o Estado, em contraprestação, bens e serviços
juízo econômico. (art. 12, §12, e art. 13): Pessoal civil - Pessoal militar - Material de
consumo - Serviços de terceiros - Encargos diversos.
Quanto aos efeitos econômicos b) Despesas de transferências correntes são as que se limitam
a) Despesa produtiva, que, além de satisfazer necessidades pú- a criar rendimentos para os indivíduos, sem qualquer contrapresta-
blicas, enriquece o patrimônio do Estado ou aumenta a capacidade ção direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e sub-
econômica do contribuinte, como as despesas referentes à constru- venções destinadas a atender à manifestação de outras entidades
ção de portos, estradas de ferro, etc.; de direito público ou privado, compreendendo todos os gastos sem
b) Despesa improdutiva é aquela que não gera um benefício de aplicação governamental direta dos recursos de produção nacional
ordem econômica em favor da coletividade; de bens e serviços (art. 12, § 2º, Ebert. 13): Subvenções sociais -
Subvenções econômicas – Inativos – Pensionistas - Salário-família
Quanto à mobilidade e Abono familiar - Juros da dívida pública - Contribuições de Previ-
a) Despesa fixa é aquela que consta do orçamento e é obrigató- dência Social - Diversas transferências correntes.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

II) Despesas de capital são as que determinam uma modifica- Observe-se que a autoridade pública deve ter muito cuidado
ção do patrimônio público através de seu crescimento,sendo, pois, na efetivação de tais despesas, uma vez que ficará sujeita a sanções,
economicamente produtivas, e assim se dividem: caso realize uma despesa considerando-a como extraordinária, sem
a) Despesas de investimentos são as que não revelam fins re- que a necessidade pública atendida se revista das características
produtivos (art. 12, § 42, e art. 13): Obras públicas - Serviços em exigidas.
regime de programação especial - Equipamentos e instalações - Como um corolário do princípio da legalidade da despesa pú-
Material permanente -Participação em constituição ou aumento de blica, a autoridade somente pode efetivar a despesa se for compe-
capital de empresas ou entidades industriais ou agrícolas. tente para tal e se cinja ao limite e fim previstos na lei.
b) Despesas de inversões financeiras são as que correspondem
a aplicações feitas pelo Estado e suscetíveis de lhe produzir rendas Despesas de Exercícios Anteriores
(art. 12, § 5º, e art. 13): - Aquisição de imóveis - Participação em O assunto está regulado pelo art. 37 da Lei nº 4.320/64, regu-
constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades co- lamentada pelo Decreto nº 93.872, de 23/12/86, que incorporou os
merciais ou financeiras - Aquisição de títulos representativos de ca- conceitos do Decreto nº 62.115, de 15/01/68.
pital de empresas em funcionamento - Constituição de fundos rota- Além desse dispositivo, cada ente da Federação poderá regu-
tivos - Concessão de empréstimos - Diversas inversões financeiras. lamentar a matéria visando atender às suas peculiaridades, desde
c) Despesas de transferências de capital são as que correspon- que, é evidente, observe os limites traçados pelo Diploma Legal.
dem a dotações para investimentos ou inversões financeiras a se-
rem realizadas por outras pessoas jurídicas de direito público ou Conceito
de direito privado, independentemente de contraprestação direta Despesas de Exercícios Anteriores são as dívidas resultantes de
em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles
contribuições, segundo derivem diretamente da lei de orçamento em que ocorreram os pagamentos.
ou de lei especial anterior, bem como dotações para amortização O regime de competência exige que as despesas sejam conta-
da dívida pública (art. 12, § 6º, e art. 13): bilizadas conforme o exercício a que pertençam, ou seja, em que
- Amortização da dívida pública foram geradas. Se uma determinada despesa tiver origem, por
- Auxílios para obras públicas exemplo, em 1987 e só foi reconhecida e paga em 1989, a sua con-
- Auxílios para equipamentos e instalações tabilização deverá ser feita à “Conta de Despesas de Exercícios An-
- Auxílios para inversões financeiras teriores” para evidenciar o regime do exercício.
- Outras contribuições.
Ocorrência
Princípios Da Legalidade Da Despesa Pública Poderão ser pagas à conta de despesas de exercício anteriores,
mediante autorização do ordenador de despesa, respeitada a cate-
Noções Gerais goria econômica própria:
A despesa pública somente pode ser realizada mediante prévia a) as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orça-
autorização legal, conforme prescrevem os arts. 165, § 8º, e 167, I, mento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente
II, V, VI e VII da Constituição Federal. para atendê-las, que não se tenham processado na época própria;
Tal regra aplica-se inclusive às despesas que são objeto de cré- assim entendidas aquelas cujo empenho tenha sido considerado
ditos adicionais e visam a atender a necessidades novas, não pre- insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspon-
vistas (créditos especiais), ou insuficientemente previstas no orça- dente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cum-
mento (créditos suplementares), em razão do disposto no art. 167, prido sua obrigação;
V, da CF. b) os restos a pagar com prescrição interrompida; retomando a
As Despesas Ordinárias situação descrita no item precedente, na hipótese de o administra-
São aquelas que visam a atender a necessidades públicas está- dor público, entretanto, optar por manter o empenho correspon-
veis, permanentes, que têm um caráter de periodicidade, e sejam dente, inscrevendo-o em restos a pagar, também é possível, por
previstas e autorizadas no orçamento, como o pagamento do fun- razões diversas, que o fornecedor não implemente a prestação que
cionalismo público. se obrigou durante todo o transcorrer do exercício seguinte. Nessa
Daí, se tais despesas não foram previstas, ou foram insuficien- hipótese, o administrador público poderá cancelar o valor inscrito.
temente previstas, a sua execução dependerá também da prévia Se assim ocorrer, o valor que vier a ser reclamado no futuro
autorização do Poder Legislativo. pelo fornecedor, também poderá ser reempenhado à conta de Des-
Tal exigência justifica-se plenamente, pois caso o Poder Execu- pesas de Exercícios Anteriores ; e
tivo pudesse livremente aumentar as despesas a votação do orça- c) os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento
mento pelo Poder Legislativo não passaria, segundo Gaston Jèze, de criada em virtude de lei e reconhecidos após o encerramento do
uma formalidade meramente ilusória. exercício - em dadas situações, alguns compromissos são reconhe-
cidos pelo administrador público após o término do exercício em
As Despesas Extraordinárias que foram gerados. Um bom exemplo dessas situações é o caso
A exigência da prévia autorização legal não se aplica a estas, de um servidor público cujo filho tenha nascido em dezembro de
porque sendo urgentes e imprevisíveis, não admitem delongas na um ano qualquer mas que somente veio a solicitar o benefício do
sua satisfação, como as decorrentes de calamidade pública, como- salário-família em janeiro do ano subsequente. Para proceder ao
ção interna e guerra externa (CF, art. 167, § 3º). pagamento das despesas relativas ao mês de dezembro, é preci-
Nestes casos, a autoridade realizará a despesa, cabendo ao Po- so, primeiramente, reconhecê-las e, após, empenhá-las à conta de
der Legislativo ratificá-la ou não (Lei nº 4.320/64, art. 44). Despesas de Exercícios Anteriores. Tais despesas, portanto, sofrem
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

o empenho pela primeira vez, diferentemente das outras duas situ- mesmo tempo em que ocorre o registro de um passivo, há também
ações apontadas, cujos objetos já sofreram empenhos no passado. a incorporação de um ativo, que representa o direito de receber um
Quanto às despesas relativas ao mês de janeiro e seguintes, serão bem ou serviço, objeto do gasto a ser efetuado pelo suprido, ou a
empenhadas no elemento de despesa correspondente. devolução do numerário adiantado.
Pode-se citar como exemplo dessa última situação: o caso de O artigo 37 da Lei nº 4.320/64 dispõe que as despesas de exer-
um servidor, cujo filho tenha nascido em setembro e somente re- cícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava
quereu o benefício do salário-família em março do ano seguinte. crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se
As despesas referentes aos meses de setembro a dezembro irão à tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
conta de despesas de exercícios anteriores, classificados, como de com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após
transferências correntes; as dos demais meses no elemento de des- o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à
pesa próprio. A promoção de um funcionário com data retroativa e conta de dotação específica consignada no orçamento, discrimina-
que alcance anos anteriores ao exercício financeiro, também é caso da por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cro-
de despesa de exercícios anteriores. nológica.
O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas
Formalização com exercícios anteriores cabe à autoridade competente para em-
Constituem elementos próprios e essenciais à instrução do penhar a despesa.
processo relativo a despesas de exercícios anteriores, para fins de As despesas que não se tenham processado na época própria
autorização do pagamento: são aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e
a) nome do credor, CGC/CPF e endereço; anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,
b) importância a pagar; dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obri-
c) data do vencimento do compromisso; gação. Os restos a pagar com prescrição interrompida são aqueles
d) causa da inobservância do empenho prévio de despesa; cancelados, mas ainda vigente o direito do credor.
e) indicação do nome do ordenador da despesa à época do fato Os compromissos reconhecidos após o encerramento do exer-
gerador do compromisso; e cício são aqueles cuja obrigação de pagamento foi criada em virtu-
f) reconhecimento expresso do atual ordenador de despesa. de de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o
encerramento do exercício correspondente.
Prescrição Portanto, Suprimento de Fundos consiste na entrega de nu-
As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de reque- merário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
rimento do favorecido, prescrevem em 05 (cinco) anos, contados própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordi-
da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito. nar-se ao processo normal de aplicação. Os artigos 68 e 69 da Lei
O início do período da dívida corresponde à data constante do nº 4.320/1964 definem e estabelecem regras gerais de observância
fato gerador do direito, não devendo ser considerado, para fins de obrigatória para a União, Estados, Distrito Federal e Municípios apli-
prescrição quinquenal, o tempo de tramitação burocrática e o de cáveis ao regime de adiantamento. Segundo a Lei nº 4.320/1964,
providências administrativas a que estiver sujeito o processo. não se pode efetuar adiantamento a servidor em alcance e nem a
responsável por dois adiantamentos.
Consoante doutrina dominante, o dispositivo em causa foi in- Por servidor em alcance, entende-se aquele que não efetuou,
serido no texto da referida lei a fim de se tentar coibir a prática no prazo, a comprovação dos recursos recebidos ou que, caso tenha
(comum entre nós) de, a cada virada de mandato, os governantes apresentado a prestação de contas dos recursos, a mesma tenha
transferirem para seus sucessores dívidas constituídas no último sido impugnada total ou parcialmente.
ano de seus mandatos. A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, Cada ente da federação deve regulamentar o seu regime de
mencionada prática, a princípio, deveria ter sido obstada ante à adiantamento, observando as peculiaridades de seu sistema de
proibição legal. Dizemos “deveria” porque o que se observa é que controle interno, de forma a garantir a correta aplicação do dinheiro
muitos governantes, a fim de fugirem ao regramento em referência, público. Destacam-se algumas regras estabelecidas para esse regi-
passaram a incorporar a prática (nociva) de cancelar os empenhos me:
emitidos em sua gestão deixando tão-somente, no último ano de a) O suprimento de fundos deve ser utilizado nos seguintes ca-
seus mandatos, aqueles com suficiente disponibilidade financeira. sos:
Com tal prática, acabam “atendendo” ao comando legal, mas con- - Para atender despesas de pequeno vulto. (item I, do art. 2º do
tinuando a transferir as dívidas por eles constituídas a seus suces- Decreto Estadual nº 1.180/08);
sores. - Para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com
serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie. (item
SUPRIMENTO DE FUNDOS II, do art. 2º do Decreto Estadual nº 1.180/08);
O suprimento de fundos (também denominado de regime de - Para atender despesas de caráter secreto ou reservado, reali-
adiantamento) é caracterizado por ser um adiantamento de valores zadas pela Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Estado de
a um servidor para futura prestação de contas. Esse adiantamento Justiça e Direitos Humanos, pelo Gabinete da Governadoria ou pela
constitui despesa orçamentária, ou seja, para conceder o recurso Casa Militar, conforme dispuser regulamento. (item II, do art. 2º do
ao suprido é necessário percorrer os três estágios da despesa orça- Decreto Estadual nº 1.180/08).
mentária: empenho, liquidação e pagamento. Despesas de pequeno vulto devem ser entendidas como des-
Apesar disso, não representa uma despesa pelo enfoque pa- pesas não rotineiras ou normais, cujo valor do suprimento não
trimonial, pois no momento da concessão não ocorre redução no poderá exceder a R$-2.000,00(dois mil reais) e cujo comprovante
patrimônio líquido. Na liquidação da despesa orçamentária, ao de despesa não poderá ultrapassar o valor de R$-200,00(duzentos
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

reais), consoante preveem as alíneas “a” e “b” do §1º do art. 2º do Art. 2º, item I, §1º,
Decreto Estadual nº 1.180/08, como por exemplo gastos com pos- Até 4.000,00 Despesas Eventuais
alínea “b”.
tagem e autenticação de documentos, reconhecimento de firmas,
confecção de carimbos, pequenos reparos etc., desde que não aco-
D) PRAZO PARA APLICAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS
bertados por contratos.
Para prestação de contas do Suprimento de Fundos o prazo é
É importante esclarecer que quando se solicita suprimento
de até15(quinze) dias após o período de aplicação.
de fundos para pagamento de despesas de pequeno vulto deve-
-se sempre atestar a falta momentânea dos materiais a adquirir ou
NOTA: Os suprimentos de fundos concedidos no mês de de-
a necessidade imperiosa de contratação do serviço, encontrando
zembro devem ser aplicados até o dia 31 deste mês, não podendo
o seu limite para cada comprovante de despesa no valor de R$-
em nenhuma hipótese ser utilizados no exercício financeiro seguin-
200,00.
te. A recomendação é que, caso haja saldo, o suprido o deposite
Sendo assim, o suprimento de fundos é um instrumento de
na conta da instituição, sob pena de ter que devolver o numerário
exceção ao qual pode recorrer o Ordenador de Despesas, em situa-
gasto em desacordo com a legislação.
ções que não permitam o processo normal de execução da despesa
pública, isto é, licitação, dispensa ou inexigibilidade, empenho, li-
E) FORMA DE CONCESSÃO
quidação e pagamento, Por isso, é recomendável muita prudência
Será concedido através de Portaria assinada pelo Ordenador de
na sua concessão, no sentido de evitar a generalização do seu uso.
Despesas e publicada no Diário Oficial do Estado, emitida em nome
do servidor sempre precedida de Nota de Empenho, onde irá cons-
b) Não se concederá suprimento de fundos:
tar o nome completo, posto ou graduação, cargo ou função e matrí-
I. A responsável por dois suprimentos;
cula do suprido; destinação ou a finalidade da despesa a realizar; o
II. A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do
valor do suprimento, em algarismos e por extenso, da importância
material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro
a ser entregue; a classificação funcional e a natureza de despesa;
servidor;
prazo de aplicação e prestação de contas.
III. A responsável por suprimento de fundos que, esgotado o
prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e
F) ELEMENTOS DE DESPESA QUE PODEM SER UTILIZADOS
IV. A servidor declarado em alcance.
O suprimento de fundos será concedido nos seguintes elemen-
tos de despesa:
Quando do seu uso, é necessário observar o seguinte:
3390.30 – Material de Consumo;
A) NA AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE CONSUMO
3390.36 – Serviços de Terceiros/Pessoa Física;
- Inexistência de fornecedor contratado/registrado. Atualmen-
3390.39 – Serviços de Terceiros/Pessoa Jurídica;
te, com a possibilidade de registrar-se preços - Ata de Registro de
339033 – Passagem e Locomoção.
Preços, é possível ter fornecedores registrados para a grande maio-
ria das necessidades de material de consumo da unidade;
NOTA: A aplicação de suprimentos de fundos em elemento de
- Se não se trata de aquisições de um mesmo objeto, passíveis
despesa diverso dos que foram citados acima, como, por exemplo,
de planejamento, e que ao longo do exercício possam vir a ser ca-
para aquisição de Equipamentos ou Material Permanente (339052)
racterizadas como fracionamento de despesa e, consequentemen-
constitui irregularidade insanável, estando o suprido obrigado a de-
te, como fuga ao processo licitatório; e
volver o recurso gasto incorretamente. Por isso, quando o suprido
- Se as despesas a serem realizadas estão vinculadas às ativi-
esteja em dúvida quanto à classificação correta do material a adqui-
dades da unidade e, como é óbvio, se servem ao interesse público.
rir, recomendamos que antes de realizar a compra, procure obter
informações junto à Coordenação de Prestação de Contas – CPC, ao
B) NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
Departamento de Administração de Recursos Materiais – DARM ou
- Inexistência de cobertura contratual;
à Coordenação de Controle Interno.
- Se não se trata de contratações de um mesmo objeto, pas-
Da mesma forma terá a prestação de contas impugnada, isto
síveis de planejamento, e que ao longo do exercício possam vir a
é, considerada IRREGULAR, não sujeita à aprovação pelo Ordena-
ser caracterizadas como fracionamento de despesa e, consequen-
dor de Despesas, o suprido que utilizar recurso de uma rubrica para
temente, como fuga ao processo licitatório; e
pagamento de produto ou serviço classificado em outra. Por exem-
- Se as despesas a serem realizadas estão vinculadas às ativi-
plo, utilizar recurso da rubrica 339039(Serviços de Terceiro Pessoa
dades da unidade e, como é óbvio, se servem ao interesse público;
Jurídica) pagar despesas classificadas na rubrica339030 (Material
de Consumo). Portanto, a recomendação é que se evite terminan-
C) LIMITES PARA CONCESSÃO
temente este tipo de prática.
Os limites para concessão de Suprimento de Fundos são os se-
guintes, de acordo com o Decreto Estadual nº 1.180/08:
G) SERVIDOR IMPEDIDO DE RECEBER
a) Responsável por dois Suprimentos de Fundos ainda não
VALOR (EM comprovados;
TIPO DE DESPESA DISPOSITIVO LEGAL
R$) b) Declarado em alcance, assim entendido aquele que tenha
Art. 2º, item I, §1º, cometido apropriação indevida, extravio, desvio ou falta verificada
Até 2.000,00 Pequeno Vulto na prestação de contas, de dinheiro ou valores confiados à sua guar-
alínea “a”.
da;
c) Que esteja respondendo a inquérito administrativo;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

d) Que exerça as funções de Ordenador de Despesas; veis.


e) Responsável pelo setor financeiro;
f) Que esteja de licença, férias ou afastado. Registro de passivos sem execução orçamentária
A característica fundamental da despesa orçamentária é de ser
H)DOCUMENTOS QUE DEVEM COMPOR A PRESTAÇÃO DE CON- precedida de autorização legislativa, por meio do orçamento.
TAS A Constituição Federal veda, no inciso II do artigo 167, a realiza-
O processo de comprovação de suprimento de fundos deve ser ção de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam
organizado com os documentos comprobatórios da efetivação da os créditos orçamentários ou adicionais.
despesa em ordem cronológica e com a rubrica do responsável pelo Não obstante a exigência constitucional, para evidenciar a real
referido suprimento, contendo as seguintes peças e nesta ordem: situação patrimonial da entidade, todos os fatos devem ser registra-
a) Memorando de encaminhamento da prestação de contas; dos na sua totalidade e no momento em que ocorrerem.
b) Cópia da Portaria de concessão do Suprimento de Fundos; Assim, mesmo pendente de autorização legislativa, deve haver
c) Cópia da Ordem de Saque ou do extrato bancário; o reconhecimento de obrigação pelo enfoque patrimonial no mo-
d) Demonstrativos de Comprovação do Suprimento de Fundos, mento do fato gerador, observando-se o regime de competência e
preenchidos de acordo com o elemento de despesa; da oportunidade da despesa, conforme estabelece a Resolução do
e) Originais dos documentos comprobatórios da despesa (No- Conselho Federal de Contabilidade nº 750/93 que trata dos Princí-
tas Fiscais de vendas, Notas Fiscais de prestação de serviços – pes- pios Fundamentais de Contabilidade. Como apresentado no início
soa jurídica, faturas e recibos de pessoas físicas) sem emendas, ra- deste Manual, o Princípio da Competência estabelece que as despe-
suras, acréscimos ou entrelinhas; sas deverão ser incluídas na apuração do resultado do período em
f) Cópia da Guia de Recolhimento (GR) do saldo não aplicado que ocorrerem, independentemente do pagamento e o Princípio
(se houver). da Oportunidade dispõe que os registros no patrimônio e das suas
mutações devem ocorrer de imediato e com a extensão correta, in-
É importante frisar que os documentos fiscais deverão obser- dependentemente das causas que as originaram.
var ainda as seguintes exigências: O momento de reconhecimento da despesa por competência
a) Serem emitidos em nome da UEPA por quem forneceu o ma- também foi adotado pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, no
terial ou prestou o serviço; inciso II, do artigo 50, reforçando entendimento patrimonialista so-
b) Serem obrigatoriamente emitidos sempre igual ou posterior bre a utilização da ocorrência do fato gerador como o momento
à data da concessão do suprimento de fundos; determinante para o registro da despesa.
c) Conterem o detalhamento do material fornecido ou do ser- A LRF também determina que o Anexo de Metas Fiscais de-
viço prestado (discriminação da quantidade de produto ou serviço), monstre a real evolução do patrimônio líquido do exercício e dos
evitando generalizações ou abreviaturas que impeçam o conheci- últimos três.
mento da natureza das despesas e da unidade fornecida. Para que essa informação seja útil e confiável é necessário que
os lançamentos observem os Princípios Fundamentais de Contabi-
I) ATESTO DOS COMPROVANTES DE DESPESAS lidade.
Para comprovar o efetivo recebimento do material e da presta- Portanto, ocorrendo o fato gerador de uma despesa e não ha-
ção de serviço no que concerne à quantidade e à qualidade adqui- vendo dotação no orçamento, a contabilidade, em observância aos
rida, os comprovantes de despesas deverão ser atestados por servi- Princípios Fundamentais de Contabilidade e às legislações citadas,
dor suficientemente identificado (cargo, função, assinatura legível) deverá registrá-la no sistema patrimonial.
que não seja necessariamente o suprido. O reconhecimento dessa despesa ocorrerá com a incorporação
de passivo em contrapartida ao registro no Sistema Patrimonial de
J) IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO variação passiva.
São consideradas irregularidades na aplicação e comprovação Ressalta-se que esse passivo pertence ao Sistema Patrimonial,
de recursos liberados a título de suprimento de fundos: portanto depende de autorização legislativa para amortização.
a) Qualquer despesa realizada anteriormente ou posterior ao No momento do registro da despesa orçamentária, o passivo
prazo de aplicação; patrimonial deve ser baixado em contrapartida de variação ativa
b) Quando forem aplicados em projeto ou atividade incompatí- patrimonial. Simultaneamente, ocorre o registro de passivo cor-
veis com a finalidade de sua concessão; respondente no Sistema Financeiro em contrapartida da despesa
c) Quando forem aplicados em desacordo com o elemento de orçamentária, em substituição ao passivo do Sistema Patrimonial.
despesa especificado no ato da concessão e na Nota de Empenho; Logo, tendo ocorrido a contraprestação de bens e serviços ou
d) Quando aplicado em outro exercício financeiro do ato con- qualquer outra situação que enseje obrigação a pagar para uma
cessivo; determinada unidade gestora, mesmo sem previsão orçamentária,
e) Quando constatado o parcelamento de despesa na aplica- esta deverá registrar o passivo correspondente, sem prejuízo das
ção do numerário, ou seja, a soma das Notas Fiscais com o mesmo possíveis responsabilidades e providências previstas na legislação,
objeto; inclusive as citadas pela Lei de Crimes Fiscais.
f) Realizar os pagamentos que não seja em dinheiro e à vista, Caso o crédito orçamentário conste em orçamento de exer-
dada a vedação legal para aquisição/contratação a prazo. cício posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação, deverá
ser utilizada natureza de despesa com elemento 92 – Despesas de
Se configurada alguma das situações acima previstas, o suprido Exercícios Anteriores, em cumprimento à Portaria Interministerial
terá que devolver o numerário gasto em desacordo com as normas STN/SOF nº 163/01 e ao artigo 37 da Lei nº4.320/1964, que dispõe:
legais, independentemente de outras sanções disciplinares cabí-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

“Art. 37.As despesas de exercícios encerrados, para os quais o quais despesas devem ser inscritas em Restos a Pagar, anulam-se as
orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo sufi- demais e inscrevem-se os Restos a Pagar não processados do exer-
ciente para atendê-las, que não se tenham processados na época cício.
própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida No momento do pagamento de Restos a Pagar referente à des-
e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício pesa empenhada pelo valor estimado, verifica-se se existe diferença
correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação específica entre o valor da despesa inscrita e o valor real a ser pago; se existir
consignada no orçamento, discriminada por elemento, obedecida, diferença, procede-se da seguinte forma:
sempre que possível, a ordem cronológica.” Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a di-
A falta de registro de obrigações oriundas de despesas já in- ferença deverá ser empenhada a conta de despesas de exercícios
corridas resultará em demonstrações incompatíveis com as normas anteriores;
de contabilidade, além da geração de informações incompletas em Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo existente
demonstrativos exigidos pela LRF, a exemplo do Demonstrativo da deverá ser cancelado.
Dívida Consolidada Líquida, tendo como consequência análise dis- A inscrição de Restos a Pagar deve observar aos limites e condi-
torcida da situação fiscal e patrimonial do ente. ções de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na Lei de
RESTOS A PAGAR Responsabilidade Fiscal – LRF.
No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que qualquer despesa
não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e constituirão a Dívida empenhada nos últimos oito meses do mandato deve ser totalmen-
Flutuante. te paga no exercício, acabando por vetar sua inscrição ou parte dela
Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar, os Processa- em Restos a Pagar, a não ser que haja suficiente disponibilidade de
dos e os Não processados. caixa para viabilizar seu correspondente pagamento.
Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a despesa
orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, res- Observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal não
tando pendente, apenas, o estágio do pagamento. aborde o mérito do que pode ou não ser inscrito em Restos a Pagar,
Os Restos a Pagar Processados não podem ser cancelados, veda contrair obrigação no último ano do mandato do governante
tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a sem que exista a respectiva cobertura financeira, eliminando desta
obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir forma as heranças fiscais, conforme disposto no seu artigo 42:
coma obrigação de pagar sob pena de estar deixando de cumprir os
Princípios da Moralidade que rege a Administração Pública e está “Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no
previsto no artigo 37 da Constituição Federal, abaixo transcrito. art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
O cancelamento caracteriza, inclusive, forma de enriquecimen- obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente
to ilícito, conforme Parecer nº 401/2000 da Procuradoria-Geral da dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício se-
Fazenda Nacional. guinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito.
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de cai-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- xa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, pagar até o final do exercício.”
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.
É prudente que a inscrição de despesas orçamentárias em Res-
Somente poderão ser inscritas em Restos a Pagar as despesas tos a Pagar não processados observe a disponibilidade de caixa e a
de competência do exercício financeiro, considerando-se como des- competência da despesa.
pesa liquidada aquela em que o serviço, obra ou material contra- Reconhecimento da despesa orçamentária inscrita em restos a
tado tenha sido prestado ou entregue e aceito pelo contratante, e pagar não processados no encerramento do exercício.
não liquidada, mas de competência do exercício, aquela em que o A norma legal estabeleceu que, no encerramento do exercício,
serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue e a parcela da despesa orçamentária que se encontrar em qualquer
que se encontre, em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, fase de execução posterior à emissão do Empenho e anterior ao
em fase de verificação do direito adquirido pelo credor ou quando o Pagamento será considerada restos a pagar.
prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver O raciocínio implícito na lei é de que a receita orçamentária
vigente. a ser utilizada para pagamento da despesa empenhada em deter-
Observando-se o Princípio da Anualidade Orçamentária, as par- minado exercício já foi arrecadada ou ainda será arrecadada no
celas dos contratos e convênios somente deverão ser empenhadas mesmo ano e estará disponível no caixa do governo ainda neste
e contabilizadas no exercício financeiro se a execução for realizada exercício.
até 31 de dezembro ou se o prazo para cumprimento da obrigação Logo, como a receita orçamentária que ampara o empenho
assumida pelo credor estiver vigente. pertence ao exercício e serviu de base, dentro do princípio orça-
As parcelas remanescentes deverão ser registradas nas Contas mentário do equilíbrio, para a fixação da despesa orçamentária au-
de Compensação e incluídas na previsão orçamentária para o exer- torizada pelo congresso, a despesa que for empenhada com base
cício financeiro em que estiver prevista a competência da despesa. nesse crédito orçamentário também deverá pertencer ao exercício.
A inscrição de despesa em Restos a Pagar não processados é Supondo que determinada receita tenha sido arrecadada e
procedida após a depuração das despesas pela anulação de empe- permaneça no caixa, portanto, integrando o ativo financeiro do
nhos, no exercício financeiro de sua emissão, ou seja, verificam-se ente público no final do exercício.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Existindo concomitantemente uma despesa empenhada, que criou para o estado uma obrigação pendente do cumprimento do pro-
gramo de condição, terá que ser registrada também numa conta de passivo financeiro, senão o ente público estará apresentando em seu
balanço patrimonial, ao final do exercício, superávit financeiro (ativo financeiro – passivo financeiro), que poderia ser objeto de abertura
de crédito adicional no ano seguinte na forma prevista na lei.
No entanto, a receita que permaneceu no caixa na virada do exercício já está comprometida com o empenho que foi inscrito em restos
a pagar e, portanto, não poderia ser utilizada para abertura de novo crédito.
Dessa forma, o registro do passivo financeiro é inevitável, mesmo não se tratando de um passivo consumado, pois falta o cumprimen-
to do programo de condição, mas por força do artigo 35 da Lei 4.320/1964 e da apuração do superávit financeiro tem que ser registrado.
Assim, suponha os seguintes fatos a serem registrados na contabilidade de um determinado ente público:
1) recebimento de receitas tributárias no valor de $1000 unidades monetárias
2) empenho da despesa no valor de $900 unidades monetárias
3) liquidação de despesa corrente no valor de $ 700 unidades monetárias
4) pagamento da despesa no valor de $ 400

5) inscrição de restos a pagar, sendo $300 de restos a pagar processado ($700-$400) e $200de restos a apagar não processado ($900-
700).
O ingresso no caixa será registrado no sistema financeiro em contrapartida de receita orçamentária.
(1). O empenho da despesa é um ato que potencialmente poderá afetar o patrimônio após o cumprimento do implemento de condi-
ção e a verificação do direito adquirido pelo credor,devendo então ser registrado no ativo e passivo compensado
(2).O reconhecimento da despesa orçamentária ao longo do exercício deve ser realizado no momento da liquidação, em contrapartida
da assunção de uma obrigação a pagar (passivo)
(3). Ao efetuar o pagamento de parte da despesa liquidada o saldo na conta movimento diminuirá no mesmo valor da diminuição do
passivo.
(4). Registrando de forma simplificada as operações na contabilidade do ente teríamos a seguinte apresentação das contas num ba-
lancete

2 – PASSIVO
Fornecedores – 700 (C)
1 – ATIVO
(3)
Conta Movimento – 1.000
400 (D) (4)
(D) (1)
Saldo –300 (C)
400 (C) (4)
2.9 – PASSIVO COMPEN-
Saldo – 600 (D)
SADO
1.9 – ATIVO COMPENSADO
Empenhos a Liquidar – R$
Crédito Disponível –
900 (C) (2)
R$900 (D) (2)
3 – DESPESA
4 – RECEITA
Despesa Corrente – 700 (D)
Receitas Tributárias –
(3)
1.000 (C) (1)
Total 2.200 (C) (1+2+3+4)
Total 2.200 (D)
(1+2+3+4)

Se ao final do exercício somente existiram essas operações serão inscritos em restos a pagar a despesa empenhada e não paga ($900-
$400), separando-se a liquidada da não liquidada.
Assim o total de restos a pagar inscrito será de $500, sendo $300 ($700-400) referente a restos a pagar processados (liquidados) e
$200 ($900-$700) restos a apagar não processado (liquidado).
Os restos apagar processado já está registrado no passivo financeiro em contrapartida da despesa ($700), resta agora registrar a ins-
crição de restos a pagar não processado.

Verifica-se que na situação anterior ao momento da inscrição dos restos a pagar, o ente está apresentando um superávit financeiro
(ativo financeiro - passivo financeiro) de $300 ($600-$300), pois possui saldo na conta movimento de $600 e passivo com fornecedores de
$300. No entanto, do total empenhado ($900) permanecem ($200) que ainda não foram liquidados até o final do exercício, mas que tem
um compromisso assumido entre o ente e o fornecedor.
Assim, o superávit financeiro real não é de $300, mas de $100, pois parte do saldo de caixa está comprometido com o empenho que
está a liquidar. Dessa forma, a contabilidade deve reconhecer um passivo financeiro quando da inscrição do resto a pagar não processado,
em contrapartida de despesa, como foi explicado anteriormente.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1. ATIVO 2. PASSIVO 300 (C)


600 (C) 200 (C)
Conta Movimento Fornecedores 500(C)
(5) Saldo
1.9 Ativo Compensado 900 (C)
2.9 Passivo Compensado 900 (D)
Empenhos a Liquidar
700 (D) Crédito Disponível
3. Despesa 200 (D)
Despesa Corrente 900 (D) 4 -Receita 1.000 (C)
(5) Receitas Tributárias
Saldo Total
2400 (D)
Total

(5) Agora, após o lançamento da inscrição do restos a pagar não processado o superávit financeiro será de $100 (Saldo Conta Movi-
mento – Saldo Fornecedores), ou seja, a contabilidade informa para o gestor que somente $100 unidades monetárias estão livres para
consecução de novas despesas, a partir da abertura de novos créditos orçamentários, pois o empenho não liquidado é um compromisso
assumido que só depende agora do cumprimento do implemento de condição por parte do fornecedor, que quando acontecer deverá ser
reconhecido pela entidade e registrado na contabilidade para posterior pagamento com a receita ingressada no ano anterior, ou seja, no
mesmo exercício da despesa.
O Balanço Financeiro simplificado ao final do exercício em cumprimento ao artigo 103 da Lei4.320/1964 será:

INGRESSOS 1.000 DISPÊNDIOS 400


500
Receita Orçamentária (Saldo Atual) 300 Despesa Orçamentária
200 (Saldo Atual)
Inscrição de Restos A Pagar (Saldo
Atual) Paga 600
0 Não Paga
Processados (Fornecedor)
Não processados Disponível saldo atual 1.500
1.500
Disponível (Saldo Anterior) Total

Total

Ao determinar que, no final do exercício, fosse reconhecida como despesa orçamentária aquela empenhada, independentemente de
sua liquidação, observa-se claramente que o legislador deu mais importância ao princípio da legalidade da despesa e da anualidade do
Orçamento, em detrimento do registro da despesa sob o regime da competência restrita.
Porém, para atender ao Princípio da Competência e aos Princípios da Legalidade da Despesa e da Anualidade do Orçamento, é neces-
sário fazer alguns ajustes no encerramento do exercício, a saber:
Com o objetivo de evitar demonstrar um superávit financeiro inexistente, que pode ser utilizado para abertura de créditos adicionais
sem lastro, comprometendo a situação financeira do ente, é recomendável que se proceda a execução da despesa orçamentária mesmo
faltando o cumprimento do implemento de condição.
Tal procedimento é concebido mediante o registro da despesa orçamentária em contrapartida com uma conta de passivo no sistema
financeiro. Observa-se que tal registro criou um passivo “fictício” e, portanto, deve-se registrar, simultaneamente, uma conta redutora
deste passivo, no sistema patrimonial.

CONTA ÚNICA DO TESOURO


A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco Central do Brasil, acolhe todas as disponibilidades financeiras da União, inclu-
sive fundos, de suas autarquias e fundações.
Constitui importante instrumento de controle das finanças públicas, uma vez que permite a racionalização da administração dos recur-
sos financeiros, reduzindo a pressão sobre a caixa do Tesouro, além de agilizar os processos de transferência e descentralização financeira
e os pagamentos a terceiros.
O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, que promoveu a organização da Administração Federal e estabeleceu as diretrizes
para Reforma Administrativa, determinou ao Ministério da Fazenda que implementasse a unificação dos recursos movimentados pelo
Tesouro Nacional, através de sua Caixa junto ao agente financeiro da União, de forma a garantir maior economia operacional e a raciona-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

lização dos procedimentos relativos a execução da programação financeira de desembolso.


Tal determinação legal só foi integralmente cumprida com a promulgação da Constituição de 1988, quando todas as disponibilidades
do Tesouro Nacional, existentes nos diversos agentes financeiros, foram transferidas para o Banco Central do Brasil, em Conta Única cen-
tralizada, exercendo o Banco do Brasil a função de agente financeiro do Tesouro.
As regras dispondo sobre a unificação dos recursos do Tesouro Nacional em Conta Única foram estabelecidas pelo Decreto nº. 93.872,
de 23 de dezembro de 1986.

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. CONCEITOS E OBJETIVOS. PLANEJAMENTO

Estamos aqui falando da Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê um mecanismo para melhor controlar as contas publicas, impondo
mais rigor nas ações do governo no tocante à contrair empréstimos ou dividas, proporcionando mais fiscalização e transparência.
Quanto aos seus princípios, o quadro abaixo mostra cada um deles com sua respectiva descrição.

Planejamento
Outro ponto importante da Lei é sobre o planejamento. Ela busca enfatizar o papel dessa função, vinculando inclusive o planejamento
à execução do gasto publico, e para isso, aponta alguns instrumentos que permitem o planejamento do gasto publico, dentre eles o PPA,
a LDO e LOA.

LDO (art. 4°) - Requisitos/Funções da LDO além do disposto no art. 165, §2°, CF/88
· Equilíbrio entre receitas e despesas
· Critérios e Forma da Limitação de Empenho (art. 9°,II, “ b” e art. 31, §1°, II)
· Condições/Exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas, além das contidas na CF/88 e na LRF (vide art.
25, §1° - transferências voluntárias e art. 26, caput, - destinação de recursos para o setor privado).
· Anexo de Metas Fiscais (art. 4°, §1° - exercício de referência + 2 seguintes)
· Anexo de Riscos Fiscais (art. 4°, §3°) - Riscos capazes de afetar as contas públicas
· Definição da forma de utilização e do montante, em percentual da RCL, da Reserva de Contingência, com base na análise dos riscos
fiscais.
· Condições para renúncia de receitas (art. 14, caput)

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

· Autorização para os municípios contribuírem para o custeio Dívida e endividamento


de despesas de competência de outros entes federados (art. 62) Dívida consolidada ou fundada: prazo de amortização superior
a 12 meses (art. 29, I) (REGRA)
LOA (art. 5°) · No caso da União, os títulos de responsabilidade do BACEN
· compatibilidade com o PPA e da LDO (art. 5°, caput) estão incluídos (art. 29, §2°)
· reserva de contingência (art. 5°, III) · Op. Crédito com prazo inferior a 12 meses cujas receitas te-
· vedação à consignação na LOA de crédito com finalidade im- nham constado do orçamento (art. 29, §3°)
precisa ou dotação ilimitada (art. 5°, §4°) · Precatórios não pagos durante a execução do orçamento em
que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para
Receita Pública fins de aplicação dos limites (art. 30, §7°)
· Dever de instituir, prever e arrecadas os tributos da compe- Dívida flutuante (art. 92, Lei n° 4.320/64): obrigações como
tência constitucional do ente federado (art. 11) - Sanção institu- prazo inferior a 12 meses
cional: vedação às transferências voluntárias para o ente que não a) restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
observe este dever, no tocante aos impostos. b) serviços da dívida;
· Renúncia de Receitas: a lei não veda, mas impõe condições c) depósitos;
(art. 14): d) débitos em tesouraria.
• estimativa de impacto financeiro-orçamentário (exercício
ref. + 2 seguintes) Gestão Patrimonial e Contábil (art. 43)
• atendimento das condições/requisitos da LDO Atendimento ao art. 164, §3°, CF/88
• atendimento a uma das condições: Disponibilidades financeiras dos Estados/Municípios deverão
§ demonstração de que a renúncia de receitas foi considerada ser depositadas em Instituições Financeiras Oficiais, ressalvados os
na LOA e de que não afetará as metas fiscais (art. 14, I) casos previstos em lei nacional.
§ medidas de compensação com o aumento de receita (art. 14, Disponibilidades de Caixa dos Regimes de Previdência
II) - a adoção destas medidas de compensação constitui condição a) conta separada das demais disponibilidades de cada ente;
para que a renúncia de receita entre em vigor. b) aplicação nas condições de mercado com a observância dos
limites e condições de proteção e prudência financeira.
Despesa Pública - Geração de despesa (art. 16) c) vedada a aplicação em títulos da dívida pública dos estados/
· condições para criação, expansão e aperfeiçoamento da ação municípios e em ações/papeis de empresas controladas ou em em-
governamental: préstimos aos segurados, ao poder público e empresas controla-
• estimativa de impacto financeiro-orçamentário (exercício das.6
ref. + 2 seguintes)
• declaração do ordenador de despesas sobre a adequação LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000
financeira/orçamentária com a LOA, LDO, PPA.
· o atendimento a estes requisitos constitui condição prévia Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsa-
para empenho/licitação e para a desapropriação de imóveis urba- bilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
nos (art. 16, §4°)
Transferências Voluntárias (art. 25) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Entrega de recursos de um ente federado a outro a título de co- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
operação, auxílio ou assistência financeira que não seja decorrente
de determinação constitucional, legal ou do SUS. CAPÍTULO I
Exigências para a realização de transferências voluntárias (art. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
25, §1°)
a) existência de dotação específica; Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças
b) atendimento às condições específicas da LDO; públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com am-
c) não podem ser destinadas ao pagamento de despesas de paro no Capítulo II do Título VI da Constituição.
pessoal; § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação pla-
d) contrapartida; nejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem des-
e) comprovação, pelo beneficiário de atendimento de determi- vios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
nadas condições como: prestação de contas dos recursos já recebi- cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
dos; atendimento aos limites constitucionais de educação e saúde; obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita,
atendimento aos limites da dívida, das despesas de pessoal e com geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dí-
restos a pagar. vidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos
Destinação de recursos públicos para o setor privado (art. 26) a Pagar.
a) autorização em lei específica; § 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União,
b) condições previstas na LDO; os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
c) previsão na LOA e nos créditos adicionais; § 3o Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
estão compreendidos:
6 Fonte: www.direito-administrativo.blogspot.com.br
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada
Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art.
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
fundações e empresas estatais dependentes; c)(VETADO)
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; d)(VETADO)
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos re-
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de sultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município. f) demais condições e exigências para transferências de recur-
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se sos a entidades públicas e privadas;
como: II -(VETADO)
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal III -(VETADO)
e cada Município; § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Ane-
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital so- xo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em
cial com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, re-
Federação; sultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que re- exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
ceba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de § 2o O Anexo conterá, ainda:
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, exclu- I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano ante-
ídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de partici- rior;
pação acionária; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,
de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de servi- comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
ços, transferências correntes e outras receitas também correntes, denciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da
deduzidos: política econômica nacional;
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três
por determinação constitucional ou legal, e as contribuições men- exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos
cionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. com a alienação de ativos;
239 da Constituição; IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por deter- a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servi-
minação constitucional; dores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natu-
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistên- reza atuarial;
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira ci- V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
tada no § 9º do art. 201 da Constituição. de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de
§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida caráter continuado.
os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos
no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros ris-
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. cos capazes de afetar as contas públicas, informando as providên-
§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do cias a serem tomadas, caso se concretizem.
Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apre-
recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o sentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária,
inciso V do § 1o do art. 19. creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para
§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação,
receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, para o exercício subseqüente.
excluídas as duplicidades.
CAPÍTULO II SEÇÃO III
DO PLANEJAMENTO DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

SEÇÃO I Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de for-


DO PLANO PLURIANUAL ma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orça-
mentárias e com as normas desta Lei Complementar:
Art. 3o(VETADO) I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes
SEÇÃO II do documento de que trata o § 1o do art. 4o;
DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do
art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de
§ 2o do art. 165 da Constituição e: caráter continuado;
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limita-
e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
a)(VETADO) § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
eventos fiscais imprevistos. limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou § 2ºNão serão objeto de limitação as despesas que constituam
contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça- obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas des-
mentária anual. tinadas ao pagamento do serviço da dívida, as relativas à inovação
§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará separada- e ao desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo
mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. criado para tal finalidade e as ressalvadas pela lei de diretrizes orça-
§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária mentárias. (Redação dada pela Lei Complementar nº 177, de 2021)
refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços pre- § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministé-
visto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. rio Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no
§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali- caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financei-
dade imprecisa ou com dotação ilimitada. ros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investi- (Vide ADIN 2.238-5)
mento com duração superior a um exercício financeiro que não es- § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
teja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclu- Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
são, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição. fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão re-
§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei ferida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e Legislativas estaduais e municipais.
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a § 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos. semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião con-
§ 7o(VETADO) junta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional,
Art. 6o(VETADO) avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas mo-
Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após netária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal
a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesou- de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
ro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os
aprovação dos balanços semestrais. beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de
§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de
para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da
específica no orçamento. Constituição.
§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo
Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos CAPÍTULO III
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. DA RECEITA PÚBLICA
§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil con-
terão notas explicativas sobre os custos da remuneração das dis- SEÇÃO I
ponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas DA PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO
cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os
de emissão da União. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to-
SEÇÃO IV dos os tributos da competência constitucional do ente da Federa-
DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DO CUMPRIMENTO DAS ção.
METAS Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun-
tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos refere aos impostos.
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e obser- Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técni-
vado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo cas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação,
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execu- da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
ção mensal de desembolso. (Vide Decreto nº 4.959, de 2004)(Vide qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demons-
Decreto nº 5.356, de 2005) trativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalida- dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál-
de específica serão utilizados exclusivamente para atender ao ob- culo e premissas utilizadas.
jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só
que ocorrer o ingresso. será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização ou legal.
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de re- § 2o O montante previsto para as receitas de operações de cré-
sultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis- dito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes
cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio do projeto de lei orçamentária.(Vide ADIN 2.238-5)
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentá- II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
rias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício sub- adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual
seqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
de cálculo. orçamentárias.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:]
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arre-
cadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valo- de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por cré-
res de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da dito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobran- espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
ça administrativa. não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orça-
SEÇÃO II mentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
DA RENÚNCIA DE RECEITA prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
qualquer de suas disposições.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompa-
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar nhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considera-
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, da irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orça-
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me- mentárias.
nos uma das seguintes condições:(Vide Medida Provisória nº 2.159, § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
de 2001)(Vide Lei nº 10.276, de 2001) (Vide ADI 6357) I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi con- execução de obras;
siderada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o
art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas do art. 182 da Constituição.
no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no perí- SUBSEÇÃO I
odo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro- DA DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO
veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
majoração ou criação de tributo ou contribuição. Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a des-
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédi- pesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato adminis-
to presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração trativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu- execução por um período superior a dois exercícios. (Vide ADI 6357)
ção discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios § 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata
que correspondam a tratamento diferenciado. o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou bene- I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
fício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020)
no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompa-
as medidas referidas no mencionado inciso. nhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos in- no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos
cisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao ou pela redução permanente de despesa. (Vide Lei Complementar
dos respectivos custos de cobrança. nº 176, de 2020)
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de
CAPÍTULO IV receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
DA DESPESA PÚBLICA de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.(Vide
Lei Complementar nº 176, de 2020)
SEÇÃO I § 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo pro-
DA GERAÇÃO DA DESPESA ponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas,
sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as de-
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e le- mais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentá-
sivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de rias. (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020)
obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. § 5o A despesa de que trata este artigo não será executada
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação go- antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais
vernamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado integrarão o instrumento que a criar ou aumentar. (Vide Lei Com-
de:(Vide ADI 6357) plementar nº 176, de 2020)

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pesso- da Constituição;
al de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial
§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela do regime de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder
criada por prazo determinado. Executivo federal responsável pela orientação, pela supervisão e
pelo acompanhamento dos regimes próprios de previdência social
SEÇÃO II dos servidores públicos. (Redação dada pela Lei Complementar nº
DAS DESPESAS COM PESSOAL 178, de 2021)
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas
SUBSEÇÃO I com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no
DEFINIÇÕES E LIMITES limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se artigo, é vedada a dedução da parcela custeada com recursos apor-
como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente tados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de previ-
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos dência. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais exceder os seguintes percentuais:
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proven- I - na esfera federal:
tos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gra- a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legisla-
tificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, tivo, incluído o Tribunal de Contas da União;
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
entidades de previdência. c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas
que se referem à substituição de servidores e empregados públicos com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do
serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19,
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas
realizada no mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamen- a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente
te anteriores, adotando-se o regime de competência, independen- líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
temente de empenho. (Redação dada pela Lei Complementar nº anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide Decreto
178, de 2021) nº 3.917, de 2001)
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será obser- d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da
vada a remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou União;
retenção, ressalvada a redução para atendimento ao disposto no II - na esfera estadual:
art. 37, inciso XI, da Constituição Federal. (Incluído pela Lei Comple- a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
mentar nº 178, de 2021) Contas do Estado;
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Consti- b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
tuição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;
e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;
da receita corrente líquida, a seguir discriminados: III - na esfera municipal:
I - União: 50% (cinqüenta por cento); a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
II - Estados: 60% (sessenta por cento); Contas do Município, quando houver;
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os li-
artigo, não serão computadas as despesas: mites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados; média das despesas com pessoal, em percentual da receita corren-
II - relativas a incentivos à demissão voluntária; te líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
art. 57 da Constituição; § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío- I - o Ministério Público;
do anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18; II - no Poder Legislativo:
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;
dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emen- c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Con-
da Constitucional no 19; tas do Distrito Federal;
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por inter- d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas
médio de unidade gestora única ou fundo previsto no art. 249 da do Município, quando houver;
Constituição Federal, quanto à parcela custeada por recursos pro- III - no Poder Judiciário:
venientes: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
a) da arrecadação de contribuições dos segurados; b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciá- I - devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondu-
rio, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constitui- ção ou reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autôno-
ção, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o. mo; e (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Mu- II - aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo
nicípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do dos Poderes referidos no art. 20. (Incluído pela Lei Complementar
caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% nº 173, de 2020)
(quatro décimos por cento). § 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega de nomeação ou de provimento de cargo público aqueles referidos
dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pes- no § 1º do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles que, de qual-
soal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percen- quer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obriga-
tuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes tória. (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
orçamentárias. Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabeleci-
§ 6o(VETADO) dos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apu- Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95%
rar, de forma segregada para aplicação dos limites de que trata este (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou ór-
artigo, a integralidade das despesas com pessoal dos respectivos gão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
servidores inativos e pensionistas, mesmo que o custeio dessas I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
despesas esteja a cargo de outro Poder ou órgão. (Incluído pela Lei remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
Complementar nº 178, de 2021) dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
SUBSEÇÃO II II - criação de cargo, emprego ou função;
DO CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento
de despesa;
Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Com- IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
plementar nº 173, de 2020) de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
atenda: saúde e segurança;
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no in-
disposto no inciso XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da ciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na
Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de lei de diretrizes orçamentárias.
2020) Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão re-
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas ferido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo,
com pessoal inativo; (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual exce-
2020) dente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sen-
II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos do pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as
180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição.
de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei Com- § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o
plementar nº 173, de 2020) objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e fun-
III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que ções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.(Vide ADIN
preveja parcelas a serem implementadas em períodos posteriores 2.238-5)
ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho
(Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) com adequação dos vencimentos à nova carga horária. (Vide ADIN
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Exe- 2.238-5)
cutivo, por Presidente e demais membros da Mesa ou órgão deci- § 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquan-
sório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal to perdurar o excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e poderá: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
dos Estados, de norma legal contendo plano de alteração, reajuste e I - receber transferências voluntárias;
reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de ato, por II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas
quando: (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) ao pagamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento despesas com pessoal. (Redação dada pela Lei Complementar nº
e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder 178, de 2021)
Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a des-
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja pesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre
parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos
do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei Com- no art. 20.
plementar nº 173, de 2020)
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV: (Incluído
pela Lei Complementar nº 173, de 2020)

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se aplicam c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária,
ao Município em caso de queda de receita real superior a 10% (dez de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de
por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre do inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
exercício financeiro anterior, devido a: (Incluído pela Lei Comple- d) previsão orçamentária de contrapartida.
mentar nº 164, de 2018) Produção de efeitos § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalida-
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Par- de diversa da pactuada.
ticipação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tri- § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de trans-
butárias pela União; e (Incluído pela Lei Complementar nº 164, de ferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetu-
2018) Produção de efeitos am-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participa- social.
ções especiais. (Incluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018)
Produção de efeitos CAPÍTULO VI
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRI-
total com pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite VADO
percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, considera-
da, para este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente,
correspondente do ano anterior atualizada monetariamente. (In- cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídi-
cluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) Produção de efeitos cas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no
SEÇÃO III orçamento ou em seus créditos adicionais.
DAS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração in-
direta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade so- exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e
cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da o Banco Central do Brasil.
fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constitui- § 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, fi-
ção, atendidas ainda as exigências do art. 17.(Vide ADI 6357) nanciamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorro-
§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o au- gações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a
mento de despesa decorrente de: participação em constituição ou aumento de capital.
I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de ha- Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pes-
bilitação prevista na legislação pertinente; soa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou in-
II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços pres- direto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres
tados; não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as
preservar o seu valor real. prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financia-
saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos mentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspon-
servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas. dente consignado na lei orçamentária.
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser uti-
CAPÍTULO V lizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que
mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financia-
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por mentos para mudança de controle acionário.
transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de ca- § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo
pital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do
assistência financeira, que não decorra de determinação constitu- Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.
cional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil
§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntá- de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e
ria, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.
I - existência de dotação específica;
II -(VETADO) CAPÍTULO VII
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Consti- DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO
tuição;
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: SEÇÃO I
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, em- DEFINIÇÕES BÁSICAS
préstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem
como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas
recebidos; as seguintes definições:
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educa-
ção e à saúde;

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apu- IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nomi-
rado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Fede- nal.
ração, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou trata- § 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput tam-
dos e da realização de operações de crédito, para amortização em bém poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evi-
prazo superior a doze meses; denciando a forma e a metodologia de sua apuração.
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera
Estados e Municípios; de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apu-
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores ração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento cada quadrimestre.
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
derivativos financeiros; enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação previstos nos incisos I e II do caput.
ou entidade a ele vinculada; § 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alte-
para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. rações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúbli-
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhe- ca poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
cimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem pre- solicitação de revisão dos limites.
juízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a re- orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida con-
lativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do solidada, para fins de aplicação dos limites.
Brasil.
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as ope- SEÇÃO III
rações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas te- DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES
nham constado do orçamento.
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra-
excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do passar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser
final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito au- a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo
torizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no pri-
acrescido de atualização monetária. meiro.
§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver in-
SEÇÃO II corrido:
DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE CRÉ- I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
DITO externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvadas as para
pagamento de dívidas mobiliárias; (Redação dada pela Lei Comple-
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei mentar nº 178, de 2021)
Complementar, o Presidente da República submeterá ao: II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívi-
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de em-
da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo penho, na forma do art. 9o.
o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e en-
de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo quanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de re-
artigo; ceber transferências voluntárias da União ou do Estado.
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites § 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o mon-
para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inci- tante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último
so XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a rela-
União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. ção dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas con-
§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas solidada e mobiliária.
alterações conterão: § 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de
I - demonstração de que os limites e condições guardam coe- descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações
rência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com de crédito internas e externas.
os objetivos da política fiscal;
II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma
das três esferas de governo;
III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por
esfera de governo;

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

SEÇÃO IV § 7º Poderá haver alteração da finalidade de operação de cré-


DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO dito de Estados, do Distrito Federal e de Municípios sem a necessi-
dade de nova verificação pelo Ministério da Economia, desde que
SUBSEÇÃO I haja prévia e expressa autorização para tanto, no texto da lei orça-
DA CONTRATAÇÃO mentária, em créditos adicionais ou em lei específica, que se de-
monstre a relação custo-benefício e o interesse econômico e social
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos da operação e que não configure infração a dispositivo desta Lei
limites e condições relativos à realização de operações de crédito Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles contro- Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de cré-
ladas, direta ou indiretamente. dito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobi-
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando- liária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação
-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a atende às condições e limites estabelecidos.
relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação § 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei
e o atendimento das seguintes condições: Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cance-
I - existência de prévia e expressa autorização para a contra- lamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento
tação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei de juros e demais encargos financeiros.
específica; § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos re- dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentá-
cursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por ria para o exercício seguinte.
antecipação de receita; § 3º Enquanto não for efetuado o cancelamento ou a amortiza-
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado ção ou constituída a reserva de que trata o § 2º, aplicam-se ao ente
Federal; as restrições previstas no § 3º do art. 23. (Redação dada pela Lei
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar Complementar nº 178, de 2021)
de operação de crédito externo; § 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons- ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da
tituição; Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.
VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei
Complementar. SUBSEÇÃO II
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autori- DAS VEDAÇÕES
zadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão
objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades. Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Comple-
em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de mentar.
crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um
observado o seguinte: ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autar-
I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas quia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive
sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma
o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta anteriormente.
ou indireta, do ônus deste; § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as opera-
II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I ções entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação,
for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Fe- inclusive suas entidades da administração indireta, que não se des-
deração, o valor da operação será deduzido das despesas de capital; tinem a:
III -(VETADO) I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição
do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o regis- concedente.
tro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna § 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de
e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão: comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas dispo-
I - encargos e condições de contratação; nibilidades.
II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição
e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias. financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida-
§ 5o Os contratos de operação de crédito externo não conte- de de beneficiário do empréstimo.
rão cláusula que importe na compensação automática de débitos Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição fi-
e créditos. nanceira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida públi-
§ 6oO prazo de validade da verificação dos limites e das condi- ca para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida
ções de que trata este artigo e da análise realizada para a concessão de emissão da União para aplicação de recursos próprios.
de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da I - captação de recursos a título de antecipação de receita de
Fazenda. (Incluído pela Lei Complementar nº 159, de 2017) tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido,
sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o § 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de
Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do ca- Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na cartei-
pital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma ra das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante
da legislação; novas operações de venda a termo.
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente
operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária fede-
serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não ral que estiver vencendo na sua carteira.
se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes; § 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público.
fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pú-
blica federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda
que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.
SUBSEÇÃO III
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA SEÇÃO V
ORÇAMENTÁRIA DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita desti- Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de
na-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo,
e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguin- as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as
tes: condições estabelecidos pelo Senado Federal e as normas emitidas
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do pelo Ministério da Economia acerca da classificação de capacidade
exercício; de pagamento dos mutuários. (Redação dada pela Lei Complemen-
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos inciden- tar nº 178, de 2021)
tes, até o dia dez de dezembro de cada ano; § 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contra-
III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que garantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida,
não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou in- e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
dexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas,
IV - estará proibida: observado o seguinte:
a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do
integralmente resgatada; próprio ente;
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município,
Prefeito Municipal. ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação
§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computa- de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
das para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garan-
desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput. tidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da
§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita reali- dívida vencida.
zadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertu- § 2o No caso de operação de crédito junto a organismo finan-
ra de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo ceiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento
competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil. para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a
§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanha- ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para
mento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobser- o recebimento de transferências voluntárias.
vância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora. § 3o(VETADO)
§ 4o(VETADO)
SUBSEÇÃO IV § 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo
DAS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL Senado Federal.
§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive
Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Cen- suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda
tral do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais que com recursos de fundos.
às seguintes: § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia
I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mer- por:
cado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo; I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à
II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de institui- prestação de contragarantia nas mesmas condições;
ção financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e § 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às
permuta; normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo
III - concessão de garantia. com a legislação pertinente;
II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza
financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às
operações de seguro de crédito à exportação.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de ga- Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamen-
rantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as trans- tária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após
ferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento. adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em
União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em ope- que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
ração de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou finan- Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará
ciamentos até a total liquidação da mencionada dívida. ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes
§ 11. A alteração da metodologia utilizada para fins de classifi- orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cum-
cação da capacidade de pagamento de Estados e Municípios deverá primento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divul-
ser precedida de consulta pública, assegurada a manifestação dos gação.
entes. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021) Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imó-
vel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do
SEÇÃO VI art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da in-
DOS RESTOS A PAGAR denização.
SEÇÃO III
Art. 41.(VETADO) DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art.
20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obri- Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão
gação de despesa que não possa ser cumprida integralmente den- em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na for-
tro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte ma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan-
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da
(Vide Lei Complementar nº 178, de 2021) (Vigência) Constituição.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balan-
serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pa- ços trimestrais nota explicativa em que informará:
gar até o final do exercício. I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com res-
pectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no
CAPÍTULO VIII mercado;
DA GESTÃO PATRIMONIAL II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especi-
ficando valor, fonte e destinação;
SEÇÃO I III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de em-
DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA préstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições
diferentes dos vigentes no mercado.
Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação
serão depositadas conforme estabelece o § 3o do art. 164 da Cons- CAPÍTULO IX
tituição. DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência
social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas SEÇÃO I
a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Cons- DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL
tituição, ficarão depositadas em conta separada das demais dispo-
nibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos
com observância dos limites e condições de proteção e prudência quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos
financeira. de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça-
§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
§ 1o em: o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo res- § 1o A transparência será assegurada também mediante: (Re-
pectivo ente da Federação; dação dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Po- I – incentivo à participação popular e realização de audiências
der Público, inclusive a suas empresas controladas. públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla-
nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei
SEÇÃO II Complementar nº 131, de 2009).
DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público acesso público; e(Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de
para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por 2016)
lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

III – adoção de sistema integrado de administração financeira SEÇÃO II


e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído
pela Lei Complementar nº 131, de 2009)(Vide Decreto nº 7.185, de Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade
2010) pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
§ 2ºA União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis- I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de
ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obriga-
e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos tória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;
pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público.(Incluído segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com-
pela Lei Complementar nº 156, de 2016) plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
§ 3oOs Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha- III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e con-
rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se- juntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou en-
rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações tidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive
necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado empresa estatal dependente;
e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas
§ 4o do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos;
§ 4oA inobservância do dispostonos §§ 2o e 3o ensejará as pe- V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e
nalidades previstasno § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei Comple- as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos
mentar nº 156, de 2016) junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o
§ 5oNos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos montante e a variação da dívida pública no período, detalhando,
os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput.(In- VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque
cluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de
§ 6oTodos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos ativos.
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e § 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as
fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de operações intragovernamentais.
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo § 2oA edição de normas gerais para consolidação das contas
Poder Executivo, resguardada a autonomia.(Incluído pela Lei Com- públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, en-
plementar nº 156, de 2016) quanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
Art. 48-A.Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo § 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que
único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária,
pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Inclu- financeira e patrimonial.
ído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das con-
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua tas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser- § 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao
viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento Poder Executivo da União nos seguintes prazos: (Vide Lei Comple-
e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;(Incluído mentar nº 178, de 2021) (Vigência)
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a Estado, até trinta de abril;
receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra- II - Estados, até trinta e um de maio.
ordinários.(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Fe-
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder deração receba transferências voluntárias e contrate operações
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. atualizado da dívida mobiliária. (Vide Lei Complementar nº 178, de
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de- 2021) (Vigência)
monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais
de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- SEÇÃO III
nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu-
ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns- Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Cons-
tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. tituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e
composto de:
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco-
nômica, as:

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas auto-
como a previsão atualizada; ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada
para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; Poder ou órgão referido no art. 20.
II - demonstrativos da execução das: Art. 55. O relatório conterá:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Comple-
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita re- mentar, dos seguintes montantes:
alizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da pensionistas;
despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, b) dívidas consolidada e mobiliária;
despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; c) concessão de garantias;
c) despesas, por função e subfunção. d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobili- e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
ária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédi- II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se
to e nas despesas com amortização da dívida. ultrapassado qualquer dos limites;
§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita III - demonstrativos, no último quadrimestre:
o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51. a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos de dezembro;
relativos a: b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no 1) liquidadas;
inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a
desempenho até o final do exercício; uma das condições do inciso II do art. 41;
II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo
IV do art. 50; da disponibilidade de caixa;
III - resultados nominal e primário; 4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos em-
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; penhos foram cancelados;
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do
art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante inciso IV do art. 38.
a pagar. § 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos in-
§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será cisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas
acompanhado também de demonstrativos: à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.
I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons- § 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerra-
tituição, conforme o § 3o do art. 32; mento do período a que corresponder, com amplo acesso ao públi-
II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, co, inclusive por meio eletrônico.
geral e próprio dos servidores públicos; § 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita
III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
e a aplicação dos recursos dela decorrentes. § 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser ela-
§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: borados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser
I - da limitação de empenho; atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.
II - da frustração de receitas, especificando as medidas de com-
bate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações SEÇÃO V
de fiscalização e cobrança. DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS

SEÇÃO IV Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo


DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público,
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titu- referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separada-
lares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão mente, do respectivo Tribunal de Contas.(Vide ADIN 2324)
Fiscal, assinado pelo: § 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âm-
I - Chefe do Poder Executivo; bito:
II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;
Poder Legislativo; II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, con-
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de solidando as dos demais tribunais.
Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimen- § 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será
tos internos dos órgãos do Poder Judiciário; proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista perma-
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados. nente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente
das Casas Legislativas estaduais e municipais.(Vide ADIN 2324)
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação
das contas, julgadas ou tomadas.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclu- CAPÍTULO X


sivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas
leis orgânicas municipais. Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que te- àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consoli-
nham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e dada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
oitenta dias. Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, po-
existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes derão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou
de parecer prévio. em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
arrecadação em relação à previsão, destacando as providências Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despe-
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone- sas de competência de outros entes da Federação se houver:
gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis- I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orça-
trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento mentária anual;
das receitas tributárias e de contribuições. II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legis-
lação.
SEÇÃO VI Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a
DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL cinqüenta mil habitantes optar por:
I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos semestre;
Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder II - divulgar semestralmente:
e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei Com- a)(VETADO)
plementar, consideradas as normas de padronização metodológica b) o Relatório de Gestão Fiscal;
editadas pelo conselho de que trata o art. 67, com ênfase no que c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
se refere a: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes or- Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de dire-
çamentárias; trizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a
II - limites e condições para realização de operações de crédito partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Com-
e inscrição em Restos a Pagar; plementar.
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pes- § 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser
soal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23; realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre.
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para § 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com
recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação,
respectivos limites; o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, retorno ao limite definidos para os demais entes.
tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Comple- Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação fi-
mentar; nanceira aos Municípios para a modernização das respectivas admi-
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos mu- nistrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com
nicipais, quando houver. vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.
§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos re- § 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desen-
feridos no art. 20 quando constatarem: volvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia,
I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inci- bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o
so II do art. 4o e no art. 9o; art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público.
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou § 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens
90% (noventa por cento) do limite; e valores, o financiamento por intermédio das instituições finan-
III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das ceiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações ex-
operações de crédito e da concessão de garantia se encontram aci- ternas.
ma de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites; Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias Legis-
acima do limite definido em lei; lativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a
V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos pro- situação:
gramas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária. I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições es-
§ 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálcu- tabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
los dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a
referido no art. 20. limitação de empenho prevista no art. 9o.
§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumpri-
mento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real
Congresso Nacional, nos termos de decreto legislativo, em parte ou acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento),
na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situ- no período correspondente aos quatro últimos trimestres.
ação, além do previsto nos inciso I e II do caput: (Incluído pela Lei § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Ins-
Complementar nº 173, de 2020) tituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a
I - serão dispensados os limites, condições e demais restrições substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- nacional, estadual e regional.
pios, bem como sua verificação, para: (Incluído pela Lei Comple- § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as me-
mentar nº 173, de 2020) didas previstas no art. 22.
a) contratação e aditamento de operações de crédito; (Incluído § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na con-
pela Lei Complementar nº 173, de 2020) dução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
b) concessão de garantias; (Incluído pela Lei Complementar nº Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado
173, de 2020) em até quatro quadrimestres.
c) contratação entre entes da Federação; e (Incluído pela Lei Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma perma-
Complementar nº 173, de 2020) nente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão reali-
d) recebimento de transferências voluntárias; (Incluído pela Lei zados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes
Complementar nº 173, de 2020) de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e
II - serão dispensados os limites e afastadas as vedações e san- de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:
ções previstas e decorrentes dos arts. 35, 37 e 42, bem como será I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
dispensado o cumprimento do disposto no parágrafo único do art. II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência
8º desta Lei Complementar, desde que os recursos arrecadados se- na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de recei-
jam destinados ao combate à calamidade pública; (Incluído pela Lei tas, no controle do endividamento e na transparência da gestão
Complementar nº 173, de 2020) fiscal;
III - serão afastadas as condições e as vedações previstas nos III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, pa-
arts. 14, 16 e 17 desta Lei Complementar, desde que o incentivo ou dronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
benefício e a criação ou o aumento da despesa sejam destinados ao tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas
combate à calamidade pública. (Incluído pela Lei Complementar nº e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como
173, de 2020) outros, necessários ao controle social;
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os termos es- IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
tabelecidos no decreto legislativo que reconhecer o estado de cala- § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de
midade pública: (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que
I - aplicar-se-á exclusivamente: (Incluído pela Lei Complemen- alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvi-
tar nº 173, de 2020) mento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pauta-
a) às unidades da Federação atingidas e localizadas no territó- da pelas normas desta Lei Complementar.
rio em que for reconhecido o estado de calamidade pública pelo § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamen-
Congresso Nacional e enquanto perdurar o referido estado de cala- to do conselho.
midade;(Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo
b) aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da
atendimento de despesas relacionadas ao cumprimento do decreto Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recur-
legislativo;(Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) sos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdên-
II - não afasta as disposições relativas a transparência, controle cia social.
e fiscalização.(Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) § 1o O Fundo será constituído de:
§ 3º No caso de aditamento de operações de crédito garantidas I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacio-
pela União com amparo no disposto no § 1º deste artigo, a garantia nal do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;
será mantida, não sendo necessária a alteração dos contratos de II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados
garantia e de contragarantia vigentes. (Incluído pela Lei Comple- ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;
mentar nº 173, de 2020) III - receita das contribuições sociais para a seguridade social,
Art. 65-A. Não serão contabilizadas na meta de resultado pri- previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Consti-
mário, para efeito do disposto no art. 9º desta Lei Complementar, tuição;
as transferências federais aos demais entes da Federação, devida- IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou
mente identificadas, para enfrentamento das consequências sociais jurídica em débito com a Previdência Social;
e econômicas no setor cultural decorrentes de calamidades pú- V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
blicas ou pandemias, desde que sejam autorizadas em acréscimo VI - recursos provenientes do orçamento da União.
aos valores inicialmente previstos pelo Congresso Nacional na lei § 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro So-
orçamentária anual. (Incluído pela Lei Complementar nº 195, cial, na forma da lei.
de 2022) Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão du- regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-
plicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto -lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de
Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e
ou superior a quatro trimestres. atuarial.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total


com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Com- QUESTÕES
plementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eli-
minando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a. 1.(CEBRASPE (CESPE) - Auditor Fiscal de Controle Externo (TCE-
(cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das -SC)/Administração/2022)
medidas previstas nos arts. 22 e 23. No que se refere à gestão de projetos, gestão de processos e
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no pra- administração financeira, julgue o item seguinte.
zo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23. Suponha-se que dois adolescentes recebam mesadas mensais:
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Cons- um deles, com 14 anos de idade, pretende guardar os recursos para
tituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à iniciar sua faculdade aos 18 anos; o outro, com 17 anos de idade,
entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pes- pretende guardar os recursos para realizar uma viagem ao exterior
soal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em logo que completar 18 anos, o que ocorrerá daqui a 11 meses. Nes-
percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exer- sa situação, são relatados, respectivamente, um planejamento fi-
cício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), nanceiro de longo prazo e outro de curto prazo.
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20. ( ) CERTO
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e ( ) ERRADO
órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da 2.(CEBRASPE (CESPE) - Analista de Apoio à Assistência Judiciá-
receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor ria (DP DF)/Administração/2022)
desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguin- Acerca da gestão por processos e de conceitos de administra-
te. ção financeira, julgue o item seguinte.
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar Em uma análise de balanço, a análise utilizada para medir o
serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro grau de utilização do capital de terceiros e seus efeitos na formação
de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o da taxa de retorno do capital próprio é denominada análise finan-
Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 ceira.
de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente. ( ) CERTO
( ) ERRADO
Art. 73-A.Qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de 3.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Gestão de Telecomunica-
Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri- ções (TELEBRAS)/Assistente Administrativo/2022)
mento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (In- Em relação à administração financeira de empresas, julgue o
cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). item subsequente.
Art. 73-B.Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cum- A antecipação de recebíveis é prática recorrente de empresas
primento das determinações dispostas nos incisos II e III do pará- e constitui-se como opção para evitar o comprometimento de imó-
grafo único do art. 48 e do art. 48-A:(Incluído pela Lei Complemen- veis como garantia.
tar nº 131, de 2009). ( ) CERTO
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e ( ) ERRADO
os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). 4.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Gestão de Telecomunica-
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 ções (TELEBRAS)/Assistente Administrativo/2022)
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;(Incluído pela Lei Em relação à administração financeira de empresas, julgue o
Complementar nº 131, de 2009). item subsequente.
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 Caso determinado empregado solicite adiantamento de salário
(cinquenta mil) habitantes.(Incluído pela Lei Complementar nº 131, e seja atendido mediante indicação de retirada de numerário no
de 2009). caixa da empresa, o responsável pelo caixa deverá ficar com docu-
Parágrafo único.Os prazos estabelecidos neste artigo serão mento assinado pelo funcionário que retirou o dinheiro em lugar do
contados a partir da data de publicação da lei complementar que numerário correspondente.
introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído ( ) CERTO
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). ( ) ERRADO
Art. 73-C.O não atendimento, até o encerramento dos prazos
previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III 5.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Gestão de Telecomunica-
do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção ções (TELEBRAS)/Assistente Administrativo/2022)
prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei Comple- Em relação à administração financeira de empresas, julgue o
mentar nº 131, de 2009). item subsequente.
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua O lucro projetado tomará em consideração os insumos a se-
publicação. rem consumidos pela empresa, as despesas, os custos e as receitas.
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio Contudo, os gastos com depreciação, amortização e exaustão não
de 1999. serão considerados para a projeção dos lucros.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

( ) CERTO 7 CERTO
( ) ERRADO
8 ERRADO
6.(CEBRASPE (CESPE) - Analista de Planejamento e Orçamento 9 ERRADO
(SEPLAN RR)/Planejamento e Orçamento/2023)
Com relação ao orçamento público no Brasil, julgue o item se- 10 ERRADO
guinte.
A multiplicidade de critérios de classificação orçamentária visa
atender à pluralidade de aspectos do orçamento público. ANOTAÇÕES
( ) CERTO
______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
7.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (PGE RJ)/Processual/2022)
Relativamente a aspectos relacionados ao orçamento público, ______________________________________________________
julgue o item.
O conceito de orçamento público modifica-se ao longo do tem- ______________________________________________________
po, em razão das mudanças sofridas nas funções do próprio orça-
mento. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
8.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (FUB)/Contabilidade/2022)
Em relação ao orçamento público, julgue o item a seguir. ______________________________________________________
No âmbito da União, o caráter autorizativo do orçamento públi-
co está presente em todas as suas dotações orçamentárias. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

9.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico (FUB)/Contabilidade/2022) ______________________________________________________


Em relação ao orçamento público, julgue o item a seguir.
______________________________________________________
A lei orçamentária, por constituir uma previsão de receitas e
uma autorização para despesas, é considerada uma lei material, ______________________________________________________
ainda que não crie direitos subjetivos a terceiros.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
10.(CEBRASPE (CESPE) - Analista em Gestão Educacional (SEE
PE)/Geral/2022) ______________________________________________________
A respeito de finanças públicas, julgue o item a seguir.
O orçamento público é um processo dinâmico que evoluiu com ______________________________________________________
o tempo; no percurso histórico, o orçamento moderno ficou conhe-
______________________________________________________
cido por ser um instrumento de controle, com vistas a avaliar vis-à-
-vis as receitas e as despesas. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 CERTO
_____________________________________________________
2 ERRADO
3 CERTO _____________________________________________________
4 CERTO ______________________________________________________
5 ERRADO
______________________________________________________
6 CERTO
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

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NOÇÕES DE GESTÃO DE
PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

- Orientação e integração de novos funcionários.


CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OU- - Administração de cargos e salários.
TROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO - Incentivos salariais e benefícios sociais.
- Avaliação do desempenho dos funcionários.
- Comunicação aos funcionários.
Gestão de pessoas: Conceito, importância, relação com os ou- - Treinamento e desenvolvimento de pessoal.
tros sistemas de organização - Desenvolvimento organizacional.
- Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho.
Conceito de Gestão de Pessoas - Relações com empregados e relações sindicais.

A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade A importância das pessoas nas Organizações:
que predomina nas organizações.Ela é contingencial e situacional,
pois depende de vários aspectos coma a cultura que existe em cada Qual a importância das organizações em ter lideres, preparados
organização, a estrutura organizacional adotada, as características para liderar pessoas. Liderança é uma das maiores competência nos
do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia uti- dias de hoje, pessoas com visão, habilidades de relacionamento,
lizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis boa comunicação, com a capacidade de desenvolver lideres de in-
importantes. fluenciar e motivar pessoas é o maior patrimônio das organizações.
As instituições não funcionam sozinhas, os cargos que fazem
Conceitos de RH ou de Gestão de Pessoas parte do plano de carreira não tem vida própria. Equipes, empresas,
corporações ou governos é resultado do trabalho de um grupo de
Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de pessoas. Empresas não têm sucesso, pessoas sim. Pessoas são im-
políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posi- portantes nas corporações, nas empresas no governo ou em qual-
ção gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, quer outra instituição, Robert W. Woodruff, ex-diretor executivo da
incluindo recrutamento, seleção, treinamento, re­compensas e ava- Coca-Cola diz, “são as pessoas e suas reações que fazem as empre-
liação de desempenho. sas serem bem-sucedidas ou quebrar”.
ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treina- No mundo globalizado muito se fala em diferencial competiti-
mento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os geren- vo, neste processo existe vários fatores que influenciam a tecnolo-
tes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos gia, os orçamentos milionários as metodologias de desenvolvimen-
estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, to de novos projetos, novos métodos de gerenciamento tudo isto
seleção e treinamento. são alguns dos fatores essenciais para o diferencial competitivo e o
ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de crescimento de qualquer organização, mas só farão diferença aque-
emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organi- les que investirem no desenvolvimento de pessoas, com equipes
zações. de alto desempenho, formando lideres capazes de criar ambientes
ARH é a função na organização que está relacionada com provi- ideais que façam com que as pessoas dêem o melhor de si e ex-
são, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos pressam o que há de melhor como potencial. Quando uma organi-
empregados. zação passa por dificuldade não se troca o nome da empresa ou as
suas instalações, trocam as pessoas, procuram um novo gerente um
O que é a Gestão de Pessoas? novo CEO, ou seja, uma nova liderança. Quando a seleção brasileira
de futebol não corresponde às expectativas a CBF procura um novo
Em seu trabalho, cada administrador — seja ele, um diretor, técnico de futebol, ai se percebe a importância das pessoas dentro
gerente, chefe ou supervisor — desempenha as quatro funções ad- das organizações. Quando as pessoas são motivadas a usar o que
ministrativas que constituem o processo administrativo: planejar, têm de melhor de si as qualidades individuais aparecem.
organizar, dirigir e controlar. A ARH está relacionada a todas essas O papel do líder dentro das organizações é extremamente im-
funções do administrador. A ARH refere-se às políticas e práticas portante, líder com uma liderança afirmadora, que sejam os melho-
necessárias para se administrar o trabalho das pessoas, a saber: res “animadores de torcida” das pessoas, seus melhores incentiva-
- Análise e descrição de cargos. dores! Devem ser capazes de dizer-lhes: “Vocês podem voar! Eu as
- Desenho de cargos. ajudo” e não ficar esperando que cometam um erro para repreen-
- Recrutamento e seleção de pessoal. dê-las.
- Admissão de candidatos selecionados. No mundo globalizado a diferença será feita pelas pessoas
que compõem o organismo das organizações, indivíduos com ca-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

pacidade de comunicação, espírito de equipe, liderança, percepção ciais, que são específicas daqueles que ocupam função de gestão.
da relação custo-benefício e foco em resultados. Gente que tenha Há um terceiro grupo, as competências específicas, referentes
iniciativa, vontade de assumir riscos e agilidade na adaptação a no- aos diversos sistemas técnicos, tais como gestão de pessoas, de ma-
vas situações, através do comprometimento, motivação, disciplina terial, informática, assuntos judiciários, entre outros. Estas compe-
a busca constante de conhecimento e da habilidade no relaciona- tências, ao contrário das outras duas, variam de um sistema para
mento pessoal. E quanto mais às pessoas assumirem esses papéis o outro e precisam de uma aproximação maior dos processos de
mais fortes se tornará as organizações. trabalho para serem mapeadas.

Relação com os outros sistemas de organização


A FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS: ATRIBUI-
Confesso que pesquisei muito este último item e não achei ÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS, POLÍTICAS E SISTEMAS DE IN-
nada que fosse mais especifico, então pelo que entendi a matéria FORMAÇÕES GERENCIAIS
abaixo pode servir. Você que está estudando e talvez tenha alguma
apostila sobre este tema especifico, me ajuda aí fazendo um co-
mentário de onde eu poderia encontrar ou digite o que leu na sua Evolução da Administração de Recursos Humanos (ARH)
apostila, sua informação terá enorme valor, obrigado
A sociedade busca uma Justiça mais célere, capaz de resolver A área de Administração de Recursos Humanos (ARH), atual-
questões cada vez mais complexas. Neste sentido, espera-se das mente conhecida como Gestão de Pessoas, surgiu a partir de uma
necessidade global das organizações de evoluírem no sentido de
instituições, o desenvolvimento e utilização de instrumentos de
desenvolver seus colaboradores e tornar-se mais competitivo no
gestão que garantam uma resposta eficaz. Esse cenário impõe a ne-
mercado.
cessidade de contar com profissionais altamente capacitados, ap-
Essa área dentro das empresas surgiu após a Era Industrial, com
tos a fazer frente às ameaças e oportunidades, propondo mudanças
o surgimento das tecnologias injetadas nas máquinas e equipamen-
que possam atender as demandas do cidadão.
tos para aceleração da produtividade nas grandes indústrias. Assim,
A partir desse raciocínio é possível visualizar a gestão de pesso-
o empresário notou que os investimentos de uma organização não
as por competências.
poderiam ser voltados somente à produção e ao lucro.
A gestão de pessoas por competências consiste em planejar,
De modo gradativo, percebeu-se que aquele antigo sistema
captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização
das organizações, com ênfase nos recursos tecnológicos, materiais
(individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à
consecução dos objetivos institucionais. e patrimoniais foi sendo tomado pela grande necessidade de inves-
Para a Justiça Federal foi adotado o conceito de competência tir nas pessoas. Tais recursos são considerados hoje como primor-
como a combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e ati- diais para a engrenagem dos negócios em qualquer área ou setor
tudes, expressas pelo desempenho profissional, que agreguem va- de atuação.
lor à pessoa e à organização. A Revolução Industrial desencadeou muitas transformações
O modelo de gestão de pessoas por competências tem como nas relações sociais, rurais, econômicas e financeiras, tanto para os
diretriz a busca pelo autodesenvolvimento e possibilita um diagnós- empresários ou também chamados de proprietários que estavam
tico capaz de investigar as reais necessidades apresentadas no con- no comando das indústrias como para os trabalhadores que esta-
texto de trabalho, bem como aquelas necessárias ao atingimento vam por trás das máquinas e equipamentos. Houve a substituição
dos desafios estratégicos da organização. da manufatura pela “maquinofatura”, o trabalho rural foi trocado
As competências classificam-se em: pelas máquinas, fazendo com que a população deixasse o campo
a) humanas (ou individuais), quando constituírem atributos de com uma proposta de uma condição de vida mais rentável na ci-
indivíduos; e dade. Porém, o que aconteceu foi o abandono das áreas rurais e
b) organizacionais (ou institucionais), quando representarem a revolta dos trabalhadores, pois as indústrias prometiam dema-
propriedades da organização como um todo ou de suas unidades siadamente e pouco conseguia cumprir, os salários eram baixos, as
produtivas. cargas horárias eram excessivas, acidentes de trabalhos eram cons-
tantes, crianças e mulheres eram submetidas a trabalhos pesados,
As competências humanas ou individuais serão classificadas não havia direito dos operários para gozarem de férias ou qualquer
como: descanso.
a) fundamentais, aquelas que descrevem comportamentos de- Durante a Revolução Industrial, as organizações eram vistas pu-
sejados de todos os servidores; ramente como indústrias de lucro, pois almejavam grande escala de
b) gerenciais, que descrevem comportamentos desejados de produção, redução dos custos e maximização dos recursos mate-
todos os servidores que exercem funções gerenciais; e riais, a fim de alcançar seus objetivos contábeis e financeiros.
c) específicas, aquelas que descrevem comportamentos espe-
rados apenas de grupos específicos de servidores, em razão da área Onde pretende-se chegar com esse breve resumo da Revo-
ou unidade em que eles atuam. lução Industrial? O ponto-chave é a evolução das organizações
passando de foco do negócio para foco nas pessoas.
A adoção do método de diagnóstico com base no modelo de
gestão de pessoas por competências requer, em primeiro lugar, a Com os deveres abusivos impostos pelos proprietários das in-
definição do dicionário de competências que será utilizado como dústrias, houve uma grande revolta dos operários ou trabalhadores,
referência do processo – o dicionário de competências fundamen- surgiram os direitos trabalhistas, de forma a resguardar as condi-
tais, válidas para todos os servidores da Justiça Federal, e geren- ções de trabalho assegurando assim, maior qualidade de vida.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

As novas exigências da legislação fizeram com que os empresá- ser realidade e até nos dias atuais ainda há muitas transformações
rios fossem obrigados a se enquadrarem conforme o determinado e melhorias a serem conquistadas nessa área.
pelos direitos trabalhistas. Esse processo de enquadramento não Após introduzir esse breve marco das relações humanas, é fato
foi facilmente aceito, porém as greves foram cada vez mais fre- de que as mudanças estão cada vez mais constantes. Muitos fatores
quentes e fizeram com que os empresários aceitassem mesmo a têm contribuído para essas mudanças como os fatores econômicos,
contragosto. Sem trabalhadores a indústria ou fábrica não produzi- tecnológicos, sociais, ambientais, culturais, demográficos, legais,
ria, assim sendo o empresário teria mais prejuízo sem os trabalha- etc.
dores do que pagando-lhes o que era de direito. Essas mudanças, tais como a Revolução Industrial, contribuí-
ram para a transformação com relação à nomenclatura adotada do
A mudança no foco foi gradativa, deixando de lado as ca- que chamamos de Área de Recursos Humanos, ora conhecida por
racterísticas incisivas de produtividade e lucratividade. Ou seja, Gestão de Pessoas, ora conhecida por Recursos Humanos somen-
nessa fase da Revolução o foco da organização ainda estava te, ora tratada como Gestão de Talentos, Gestão de Parceiros ou
voltado aos recursos materiais, instalações, prédios, maquiná- de Colaboradores, Gestão do Capital Humano, Administração do
rios, equipamentos, e outros bens materiais. As pessoas ainda Capital Intelectual e enfim Gestão de Pessoas.
não eram vistas como um bem necessário ao desenvolvimento do Embora cada empresa conforme sua gestão trate este depar-
negócio. Ainda não se tinha a percepção da significância que as tamento voltado às pessoas de uma forma, adotando um nome
pessoas representavam, pois estas são formadas de habilidades e distinto, os objetivos são os mesmos, fazer com que as pessoas se-
competências. jam parceiras da organização. Isso significa parceria com todos os
envolvidos no negócio, desde o acionista até o porteiro, desde o
Habilidades são as capacidades técnicas que um indivíduo fornecedor até o concorrente, pois são as pessoas que dão vida e
possui para realizar determinadas tarefas ou atividades. Como dinamismo ao negócio, que fazem o crescimento e o desenvolvi-
por exemplo, a profissão de mecânico exige tanto conhecimento mento acontecer.
quanto experiência. O mecânico precisa entender sobre o assunto Dessa forma, para Chiavenato2, a Administração de Recursos
para conseguir colocar na prática. Humanos (ARH) trata especificamente de um conjunto de políticas
e práticas necessárias para conduzir, os aspectos da posição geren-
Já a competência seria a soma de talento com a habilidade, cial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo
como um profissional que gosta do que faz e, portanto colocar em recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do
prática da melhor forma possível. Como por exemplo, um piloto de desempenho.
Fórmula 1, o profissional precisa ter a habilidade para pilotar (ser
treinado = ser habilitado) como também necessita a competência Conjunto de Políticas e Práticas
que no caso é o talento para disputar competições e desenvolver a
vocação pelo que faz, só assim o sucesso é mais garantido. A ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treina-
mento, avaliação, e remuneração dos empregos. Todos os gerentes
Sendo assim, as pessoas dotadas com as habilidades e com- são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles
petências podem contribuir para o futuro de uma organização. As estão envolvidos com atividades como recrutamento, entrevistas,
pessoas não são apenas fonte de mão de obra, são muito além seleção e treinamento.
disso, são agentes transformadores que contribuem com melhores Assim, eles podem: conduzir análise de cargo (determinar a na-
ideias e novas práticas. tureza do trabalho de cada funcionário), prever a necessidade de
trabalho e recrutar candidatos, selecionar candidatos, orientar no-
Como diz Chiavenato1, e onde estão as competências? Em que vos funcionários, gerenciar recompensas e salários, oferecer incen-
lugar? Quase sempre na cabeça – e não nos músculos – das pes- tivos e benefícios (remunerar funcionários), avaliar o desempenho,
soas. comunicar-se (entrevistando, aconselhando, disciplinando), treinar,
desenvolver e construir o comprometimento do funcionário.
O que ele quer dizer com isso é que, as pessoas ou os traba- De modo que é inerente à Gestão de Pessoas a prática de lidar
lhadores neste caso, deixaram de ocupar um papel mecanicista com o comportamento humano e administrar a justiça nos relacio-
dentro da gestão de uma empresa, para passarem a ocupar uma namentos. Sendo está uma tarefa árdua e difícil (desafio), pois é
posição mais estratégica. As pessoas evoluíram do simples execu- passível de erros ou de práticas injustas e/ou de situações desgas-
tar para o pensar, melhorar, modificar. E na Revolução Industrial tantes. Contudo faz-se necessário o investimento para com aqueles
esse fato fica muito evidente, pois as pessoas além de exigirem por que fazem a organização, que contribuem diretamente para o su-
melhores condições de trabalho passaram a perceber que eram cesso e o desenvolvimento interno.
valiosas pelo que podiam oferecer ao negócio, não só pela força
física, mas pela força mental e estratégica. Até então, as pessoas A Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio
não tinham consciência nem de seus direitos nem do que podiam de um conjunto integrado de processos e cuida do capital hu-
contribuir. mano das organizações, o elemento fundamental do seu capital
É importante enfatizar que o fenômeno da Revolução Indus- intelectual e a base do seu sucesso.
trial apenas foi um marco inicial para esse olhar mais analítico dos
empresários frente aos seus colaboradores. Pois esse processo de
constituição da Administração de Recursos Humanos custou muito
1 CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração - o essencial em Teoria 2 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas - 3ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
Geral da Administração - 2ª Ed. 2012 2010.
Editora
359
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Administração Estratégica de Pessoas Esse gap é o que chamamos de “gargalo” do mercado, é onde
existe uma extrema necessidade de profissionais para suprir a de-
A área de Gestão de Pessoas tem passado por uma grande manda do mercado de trabalho, mas em contrapartida as empresas
transformação nos últimos anos, a principal mudança notável nesse não conseguem selecionar um perfil de profissional que se enqua-
modelo de gestão é sua atuação, que vem deixando de ter papel so- dre dentro de suas expectativas. Isso ocorre porque os profissionais
mente operacional para atuar em campo mais estratégico dentro estão sempre em busca de algo a mais, algo que há pouco tempo
das organizações. era inexistente na administração das empresas.
A administração dos recursos humanos era concebida como Esse algo a mais é considerado pelos profissionais como aquilo
uma área operacional, pois atuava principalmente como departa- que a empresa pode oferecer além do que estão estipulados pelas
mento de pessoal. Conhecida como o departamento da empresa leis, como benefícios, vale-transporte, vale-alimentação, vale-refei-
que se restringia apenas na execução de contratações, realização ção, férias, horas extras, 13º salário, etc. O que o profissional mo-
da folha de pagamento e demissões. Trazendo para outras palavras, derno almeja é mais do que uma carreira estável, almeja um pla-
uma área que apenas executava decisões tomadas por outros de- no de carreira, sentir-se engajado no desempenho do negócio, é
partamentos e ainda levava “fama” de departamento burocrático participar de uma gestão por competências, por reconhecimento. É
por ter que fazer cumprir muitas leis, normas e regras que envol- saber que há possibilidades de crescimento, promoções, conseguir
vem o trabalhador. enxergar onde o profissional está hoje e onde ele pode chegar. Essa
Essa área foi considerada por muito tempo como uma fonte de conquista na carreira é algo desafiador tanto para o profissional
despesa, por ser vista por muitos gestores como um “mal neces- quanto para as empresas, pois com essa mudança nos objetivos dos
sário”. Esse ponto de vista mal explorado pela administração das profissionais oferecidos no mercado torna-se cada vez mais difícil
empresas foi mudando consideravelmente, ao ponto de nos dias reter “talentos” dentro de uma organização, pois eles estão sempre
atuais, ser considerada a área de maior importância em uma orga- buscando novos desafios além de uma empresa que possa oferecer
nização. o tão almejado plano de carreira.
Houve alguns marcos históricos que contribuíram para que as Retomando os fatos históricos que marcaram as transforma-
empresas passassem a enxergar as pessoas como recursos-chaves e ções na área de Gestão de Pessoas, por conseguinte, entre 1965
não apenas despesas. No Brasil, entre 1930 e 1950, Getúlio Vargas e 1980 a fase administrativa abre espaço ao movimento sindical,
passa a criar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), abrangen- agora o Gerente de Relações Industriais passa a ser chamado de
do os direitos e deveres dos empregados bem como do emprega- Gerente de RH. A partir de 1980, dá se início ao período da Admi-
dor. As organizações passam a ter uma maior preocupação com as nistração Estratégica que perdura até os dias atuais.
leis estabelecidas, e assim paulatinamente começam um processo
de restauração nos direitos trabalhistas e garantia de uma melhor Ela visa cooperar com a organização, em prol do alcance
qualidade de vida e consequentemente maior produtividade para de seus objetivos, utilizando como meio as políticas de manu-
as empresas. Um processo ganha-ganha, onde as duas partes são tenção dos recursos humanos. Em suma, a organização passa a
beneficiadas. visualizar melhor os impactos que as ações podem causar ao seu
ambiente, tanto interno quanto externo. Logo, o Gerente de RH
A partir desse contexto, surge o conceito de gestão de pes- passa a integrar a diretoria, em nível estratégico.
soas, sendo uma área vulnerável e sujeita a instabilidade frente à
cultura que se aplica às organizações. O funcionário deixou de ser Nesse contexto, é possível compreender a importância da
uma mera engrenagem de máquina e passou a ser o sujeito cola- Gestão de Pessoas e da área de recursos humanos. Pois agora as
borador, contribuindo com o seu recurso intelectual ao desempe- empresas estão diante de um ambiente marcado por constante
nhar sua parte no processo de transformação da empresa. competitividade, pela busca de novos modelos de gestão eficazes
e pela velocidade de informações que sejam capazes de reagir ao
Assim, o colaborador passa a ser visto como o principal patri- dinamismo do mercado.
mônio das organizações. E como o próprio termo utilizado, se passa O ambiente empresarial está cada vez mais complexo, hierar-
a enfatizar a importância e o papel que cada trabalhador desem- quizado e especializado e requer cada vez mais supervisão e gerên-
penha dentro de uma organização, no qual este passa a ser um cia. Como resultado, há a necessidade de planejar, controlar, coor-
parceiro, um colaborador no negócio e um recurso intelectual que denar, delegar responsabilidade e autoridade, além de melhorar as
contribui unicamente para o crescimento da empresa. relações no trabalho.
Mas revelando também ser um grande desafio para as organi- Com contato mais intenso entre a administração e a psicologia,
zações, uma vez que elas reconhecendo o real papel dos colabora- propiciada pelas teorias humanistas, a Gestão RH deixa de se con-
dores dentro da administração de uma empresa passaram a exigir centrar exclusivamente na tarefa, para atuar no comportamento
muito mais de seus profissionais. das pessoas. Segundo Fischer4, o modelo de Gestão RH tem a ênfa-
se na gestão do comportamento humano, sendo que esse modelo
Todavia, com as transformações no mercado global, nos é conhecido por duas formas, o Modelo de Relações Humanas e o
deparamos com um gap3, bastante preocupante que é a escassez Modelo do Comportamento Humano.
de profissionais, principalmente no que tange profissionais que A partir da citação de Fischer podemos concluir que a Adminis-
possuam habilidades comportamentais que se ajustem aos valo- tração de Recursos Humanos, área que cuida especificamente do
res e filosofia das empresas. desenvolvimento humano de uma empresa, ou seja, dos colabora-
dores, toma posição estratégica.
3 Palavra inglesa que significa lacuna, vão ou brecha – retirado do site: www. 4 FISCHER, André L. Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão
significados.com.br. de pessoas. In: As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Nenhuma organização consegue sobreviver em um mercado tulista.


competitivo senão tiver pessoas qualificadas trabalhando. O suces- - Fase Tecnicista (1950 - 1965): o Brasil implantou o modelo
so de qualquer empresa depende diretamente das pessoas, por isso americano de gestão de pessoas e alavancou a função de RH ao
o nome Gestão Estratégica de Pessoas. Por meio de uma ação inte- status orgânico de gerência. Foi nessa fase que a área de RH passou
grada, trabalho em equipe, unindo diferentes competências é que a operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento
uma organização consegue o sucesso. e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, bene-
Antes o Departamento Pessoal visto como um departamento fícios e outros.
restrito somente a cuidar das burocracias, entre contratações e de- - Fase Administrativa, ou Sindicalista (1965 - 1985): criou um
missões, não participava do processo decisório ou do planejamento marco histórico nas relações entre capital e trabalho, na medida
estratégico de uma organização. A alta administração considerava em que é berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas
esse departamento apenas operacional, porém com as mudanças o bases trabalhadoras, implementou o movimento sindical denomi-
Departamento Pessoal deixa de ser um simples departamento “es- nado “novo sindicalismo”. Nessa fase, registrou-se nova mudança
quecido” e passa a ser uma área de grande abrangência e respeito – significativa – na denominação e na responsabilidade do até aqui
por todos os colaboradores, entre gerentes e diretores. gerente de relações industriais: o cargo passou a se chamar Gerente
Hoje, todos os colaboradores têm papel fundamental no pro- de Recursos Humanos. Pretendia-se com essa mudança transferir a
cesso decisório, cada colaborador desempenha sua função alinhada ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais
aos elementos do modelo de gestão. para as responsabilidades de ordem mais humanísticas, voltadas
Discutir gestão estratégica de pessoas é discutir práticas de para os indivíduos e suas relações (com os sindicatos, a sociedade
gestão de pessoas com foco no negócio e nos resultados da empre- etc.).
sa, ou seja, é garantir um estreito alinhamento das ações e progra- - Fase Estratégica (1985 a atual): demarcada pela introdução
mas da área com as estratégias e objetivos globais da organização. dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados
ao planejamento estratégico das organizações. Nessa fase se re-
Compete a todos os gestores da empresa, desde a alta ad- gistraram as primeiras preocupações de longo prazo por parte das
ministração até a baixa gerência, assumir o papel de gestão de empresas com os seus trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem
pessoas. organizacional do cargo de GRH, que, de posição gerencial, de ter-
ceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido como
Para que isso ocorra a área de gestão de pessoas precisa des- diretoria, em nível estratégico nas organizações.
centralizar suas práticas, por meio de um processo intenso de capa-
citação e sensibilização dos gestores, passando a atuar muito mais Objetivos Individuais e Objetivos Organizacionais
como uma consultoria interna. E, para que as organizações passem
a adotar uma gestão estratégica de pessoas, torna-se necessário As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas
migrar do controle para o comprometimento dos colaboradores. para atingir seus objetivos e cumprir suas missões.
Enquanto uma organização se preocupar única e exclusiva- Para as pessoas, as organizações constituem o meio através do
mente em adotar mecanismos de controle de seus colaboradores, qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais, com um custo
o comprometimento estará cada vez mais distante, pois o controle mínimo de tempo, de esforço e de conflito. Muitos dos objetivos
dificulta a iniciativa, a criatividade, a parceria na busca de melhores pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do es-
resultados. Já as estratégias de comprometimento permitem o en- forço pessoal isolado. As organizações surgem para aproveitar a si-
gajamento, a participação ativa, novas ideias, enfim, o sentimento nergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto.
de pertencer a algo importante, pois o sucesso da empresa será Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão
também o sucesso do profissional. de Pessoas.
Termos como empregabilidade e empresabilidade são usados
Assim, uma Gestão Estratégica de Pessoas significa estrei- para indicar, de um lado, a capacidade das pessoas em conquistar
tar laços e aproximar-se dos colaboradores, dos gestores e área e manter seus empregos e, de outro, a capacidade das empresas
de gestão de pessoas, de forma a mobilizá-los para alcançar os em desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e capacidades
resultados e metas planejados para a organização. competitivas dos seus membros.

Ou seja, todos podem fazer parte do processo de tomada de


decisões, desde que a empresa permita isso, desenvolva essa au-
tonomia e reconhecimento. Todos colaboradores podem ser es-
tratégicos, peças-chaves para o sucesso organizacional. Isso deve
ocorrer tendo em vista que existem objetivos distintos entre as or-
ganizações e as pessoas dessas organizações.

Sendo assim, é importante resumir as 5 fases evolutivas da


Gestão de Pessoas:
- Fase Contábil (1930): caracteriza-se pela preocupação com os
custos da organização. Os trabalhadores eram vistos, exclusivamen-
te, sob o enfoque contábil.
- Fase Legal (1930 - 1950): preocupação com o acompanha-
mento e manutenção das recém criadas leis trabalhistas da era ge-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais

- Sobrevivência - Melhores salários


- Crescimento Sustentado - Melhores benefícios
- Lucratividade - Estabilidade no emprego
- Produtividade - Segurança no trabalho
- Qualidade nos Produtos/Serviços - Qualidade de vida no trabalho
- Redução de Custos - Satisfação no trabalho
- Participação no mercado - Consideração e respeito
- Novos mercados - Oportunidade de crescimento
- Novos clientes - Liberdade para trabalhar
- Competitividade - Liderança liberal
- Imagem no mercado - Orgulho da organização

Os objetivos organizacionais e os objetivos individuais das pessoas.

As pessoas como Parceiras da Organização


Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com
a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso.
- Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias.
- Os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos.
- Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam
a organização.
- Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus bens ou serviços colocados no mercado.
- Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição.
Muitas organizações utilizam meios para obter a inclusão de novos e diferentes parceiros para consolidar e fortificar seus negócios e
expandir suas fronteiras através de alianças estratégicas.
Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus
investimentos.
Graças ao emergente sistêmico - que é o efeito sinergístico da organização - este consegue reunir e juntar todos os recursos oferecidos
pelos diversos parceiros e aumentar seus resultados. Através desses resultados a organização pode proporcionar um retorno maior às
contribuições efetuadas pelos parceiros e manter a continuidade do negócio.
Geralmente, as organizações procuram privilegiar os parceiros mais importantes. Os acionistas e investidores eram, até há pouco
tempo, os mais privilegiados na distribuição e apropriação dos resultados organizacionais. Essa assimetria está sendo substituída por uma
visão sistêmica e integrada de todos os parceiros do negócio, já que todos eles são indispensáveis para o sucesso da empresa.
Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela, que lhe dá vida e dinamismo e que
faz as coisas acontecerem.

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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Parceiros da
Contribuem com: Esperam retornos de:
Organização
Acionistas e Lucros e dividendos, valor agrega-
Capital de risco e investimento
Investidores do
Trabalho, esforço, conhecimentos Salários, benefícios, retribuições e
Empregados
e competências satisfações
Fornecedo- Matérias-primas, serviços, insu-
Lucros e Novos negócios
res mos básicos, tecnologias
Clientes e
Compras, aquisição e uso dos Qualidade, preço, satisfação, valor
Consumido-
bens e serviços agregado
res
Os parceiros da organização.

Pessoas como Recursos ou como Parceiras da Organização?


Dentro desse contexto, a questão básica é escolher entre tratar as pessoas como Recursos Organizacionais ou como Parceiras da Or-
ganização.
Os empregados podem ser tratados como Recursos Produtivos das Organizações: os chamados recursos humanos. Como recursos, eles
precisam ser administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle de suas atividades, já que são considerados su-
jeitos passivos da ação organizacional. Daí, a necessidade de administrar os recursos humanos para obter deles o máximo rendimento pos-
sível. Neste sentido, as pessoas constituem parte do patrimônio físico na contabilidade organizacional. Isso significa “coisificar” as pessoas.
As pessoas devem ser visualizadas como Parceiras das Organizações. Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades,
competências e, sobretudo, o mais importante aporte para as organizações: a inteligência que proporciona decisões racionais e que impri-
me significado e rumo aos objetivos globais. Neste sentido, as pessoas constituem parte integrante do capital intelectual da organização.
As organizações bem-sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do negócio e fornecedores de competên-
cias e não mais como simples empregados contratados (como recursos).
Observe a seguir a diferença em organizações que percebem as pessoas como recursos das que percebem as pessoas como parceiros:
Pessoas como recursos Pessoas como parceiras
- Empregados isolados nos cargos; - Colaboradores agrupados em equipes;
- Horário rigidamente estabelecido; - Metas negociadas e compartilhadas;
- Preocupação com normas e regras; - Preocupação com resultados;
- Subordinação ao chefe; - Atendimento e satisfação do cliente;
- Fidelidade à organização; - Vinculação à missão e à visão;
- Dependência da chefia; - Interdependência com colegas e equipes;
- Alienação à organização; - Participação e comprometimento;
- Ênfase na especialização; - Ênfase na ética e na responsabilidade;
- Executoras de tarefas; - Fornecedoras de atividades;
- Ênfase nas destrezas manuais; - Ênfase no conhecimento;
- Mão de obra. - Inteligência e talento.

Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais, segundo Chiavenato:


- As pessoas como seres humanos;
- As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais;
- As pessoas como parceiros da organização.

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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

pessoas na organização também é fundamental para a retenção e a


Objetivos da Gestão de Pessoas fixação de talentos.

Ela deve contribuir para a eficácia organizacional através dos 6. Administrar e impulsionar a mudança: nas últimas décadas,
seguintes meios: houve um período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas,
econômicas, culturais e políticas. Essas mudanças e tendências tra-
1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar zem novas abordagens, mais flexíveis e ágeis, que devem ser utili-
sua missão: antigamente, a ênfase era colocada no fazer correta- zadas para garantir a sobrevivência das organizações. E os profis-
mente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcio- sionais de GP devem saber como lidar com mudanças se realmente
nários para obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preo- querem contribuir para o sucesso de sua organização. São mudan-
cupação em atingir objetivos e resultados. Não se pode imaginar a ças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem
função da GP sem se conhecer o negócio de uma organização. Cada novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções.
negócio tem diferentes implicações na GP. A GP está comprometida com as mudanças.

O principal objetivo da GP é ajudar a organização a atingir 7. Manter políticas éticas de comportamento socialmente res-
suas metas, objetivos e realizar sua missão. ponsável: toda atividade de GP deve ser aberta, transparente, justa,
confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas, e os seus
2. Proporcionar competitividade à organização: isto significa direitos básicos devem ser garantidos. Os princípios éticos devem
saber criar, desenvolver e aplicar as habilidades e competências da ser aplicados a todas as atividades da GP. Tanto as pessoas como
força de trabalho. A função da GP é fazer com que as forças das as organizações devem seguir padrões éticos e de responsabilidade
pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros social. A responsabilidade social não é uma exigência feita apenas
e empregados. às organizações, mas também principalmente às pessoas que nelas
trabalham.
3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem
motivadas: quando um executivo diz que o propósito da Adminis- 8. Construir a melhor empresa e a melhor equipe: não basta
tração de RH é construir e proteger o mais valioso patrimônio da mais cuidar somente das pessoas. Ao cuidar dos talentos, a GP
empresa – as pessoas – ele está se referindo a este objetivo da GP. precisa cuidar também do contexto onde eles trabalham. Isso en-
Preparar e capacitar continuamente as pessoas é o primeiro passo. volve a organização do trabalho, a cultura corporativa e o estilo da
O segundo é dar reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro. gestão. Ao lidar com essas variáveis, a GP conduz à criação não so-
Para melhorar e incrementar seu desempenho, as pessoas devem mente de uma força de trabalho fortemente engajada como tam-
perceber justiça nas recompensas que recebem. Isso significa re- bém a uma nova e diferente empresa.
compensar bons resultados e não recompensar pessoas que não
se desempenham bem. Tornar os objetivos claros e explicitar como Os Processos de Gestão de Pessoas
são medidos e quais as decorrências do seu alcance. As medidas
de eficácia da GP – e não apenas a medida de cada chefe – é que A Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos di-
devem ser proporcionais às pessoas certas, na fase certa do desem- nâmicos e interativos. Os seis processos básicos de Gestão de Pes-
penho para a organização. soas são os seguintes:
1. Processos de agregar pessoas: são os processos utilizados
4. Aumentar a auto atualização e a satisfação das pessoas no para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados
trabalho: antigamente a ênfase era colocada nas necessidades da processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem
organização. Hoje, sabe-se que as pessoas precisam ser felizes. Para recrutamento e seleção de pessoas.
que sejam produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é 2. Processos de aplicar pessoas: são os processos utilizados para
adequado às suas competências e que estão sendo tratadas equi- desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa,
tativamente. Para as pessoas, o trabalho é a maior fonte de identi- orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho
dade pessoal. As pessoas despedem a maior parte de suas vidas no organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos,
trabalho, e isso requer uma estreita identidade com o trabalho que orientação das pessoas e avaliação do desempenho.
fazem. Pessoas satisfeitas não são necessariamente as mais produ- 3. Processos de recompensar pessoas: são os processos
tivas. Mas pessoas insatisfeitas tendem a desligar-se da empresa, utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades
a se ausentar frequentemente e a produzir pior qualidade do que individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e
pessoas satisfeitas. A felicidade na organização e a satisfação no tra- benefícios e serviços sociais.
balho são determinantes do sucesso organizacional. 4. Processos de desenvolver pessoas: são os processos utilizados
5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho: qua- para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e
lidade de vida no trabalho (QVT) é um conceito que se refere aos pessoal das pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento,
aspectos da experiência do trabalho, como estilo de gestão, liber- gestão do conhecimento e gestão de competências, programas
dade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agra- de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de
dável, camaradagem, segurança no emprego, horas adequadas de comunicações e consonância.
trabalho e tarefas significativas e agradáveis. Um programa de QVT 5. Processos de manter pessoas: são os processos utilizados
procura estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para
de satisfazer a maioria das necessidades individuais das pessoas e as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura
tornar a organização um local desejável e atraente. A confiança das organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

vida e manutenção de relações sindicais. cutivos: de um lado, os especialistas em RH que atuam como con-
6. Processos de monitorar pessoas: são os processos utilizados sultores internos, e de outro, os gerentes de linha (gerentes, super-
para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar visores etc.) que estão envolvidos diretamente nas atividades de RH
resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações ge- por serem responsáveis pela utilização eficaz de seus subordinados.
renciais. Os gerentes de linha utilizam um tempo considerável na gestão
Todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de de pessoas, em reuniões, conversas individuais ou grupais, telefo-
tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. nemas, e-mails, solução de problemas e definição de planos futu-
Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quan- ros. Todo gerente de linha é responsável se a produção cai ou se
do bem ou mal utilizado. Um processo rudimentar de agregar pes- a máquina falha e prejudica a produção. Da mesma maneira, ele
soas pode exigir um intenso processo de desenvolver pessoas para também deve cuidar pessoalmente do treinamento, desempenho e
compensar as suas falhas. Se o processo de recompensar pessoas é satisfação dos subordinados.
falho, ele pode exigir um intenso processo de manter pessoas. Conflitos entre Linha e Staff
O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamen- Quando os dois lados - gerentes de linha e especialistas de RH
tal. Quando um processo é falho, ele compromete todos os demais. - tomam decisões sobre as mesmas pessoas, geralmente ocorrem
Além disso, todos esses processos são desenhados de acordo com conflitos. O conflito ocorre porque os gerentes de linha e os espe-
as exigências das influências ambientais externas e das influências cialistas em RH discordam sobre quem tem a autoridade para tomar
organizacionais internas para obter a melhor compatibilização en- as decisões sobre pessoas ou porque têm diferentes orientações a
tre si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e interativo. respeito.
Administração de RH como responsabilidade de Linha e Função Os conflitos entre linha e staff já são tradicionais:
de Staff O especialista de staff está preocupado com suas funções bá-
Há um princípio básico em ARH: “Gerir pessoas é uma responsa- sicas de proporcionar consultoria, aconselhamento e informação
bilidade de linha e uma função de staff.” sobre a sua especialidade. Ele não tem autoridade direta sobre o
O que significa isso? gerente de linha.
Quem deve gerir as pessoas é o próprio gerente - ou supervisor O gerente de linha tem autoridade para tomar as decisões re-
ou líder de equipe - ao qual elas estão subordinadas. Ele tem a res- lacionadas com suas operações e seus subordinados. Ocorre que
ponsabilidade linear e direta pela condução de seus subordinados. nem sempre existe uma distinção clara entre linha staff nas orga-
Por essa razão, existe o princípio da unidade de comando: cada nizações.
pessoa deve ter um e apenas um gerente. A contrapartida desse O conflito entre especialistas de RH e gerentes de linha é mais
princípio é que cada gerente é o único e exclusivo chefe dos seus crítico quando as decisões exigem um trabalho conjunto em assun-
subordinados. Para que o gerente possa assumir plena autonomia tos como disciplina, condições de trabalho, transferências, promo-
essa responsabilidade de gerir seu pessoal, ele precisa receber as- ções e planejamento de pessoal.
sessoria e consultoria do órgão de ARH, que lhe proporciona os Existem três maneiras para reduzir o conflito entre linha e staff:
meios e serviços de apoio. 1. Demonstrar aos gerentes de linha os benefícios de usar pro-
Assim, gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente gramas de RH.
que deve receber orientação do staff a respeito das políticas e pro- 2. Atribuir responsabilidades por certas decisões de RH exclusi-
cedimentos adotados pela organização. vamente aos gerentes de linha, e outras exclusivamente aos espe-
Centralização/Descentralização das Atividades de RH cialistas de RH.
O conceito básico de que administrar pessoas é responsabilida- 3. Treinar ambos os lados – gerentes de linha e especialistas de
de de linha e uma função de staff é fundamental. Acontece que as RH – em como trabalhar juntos e tomar decisões conjuntas. Esta al-
empresas sempre se defrontaram com o problema do relativo grau ternativa é mais eficaz se a organização tem um padrão de carreiras
de centralização/descentralização de suas áreas de atividades. E na que proporciona o rodízio entre posições de linha e staff. A rotação
área de ARH sempre predominou uma forte tendência para a cen- de cargos entre linha e staff ajuda cada grupo a compreender me-
tralização e concentração na prestação de serviços para as demais lhor os problemas do outro.
áreas empresariais.
A tal ponto que, em muitas empresas, o recrutamento e sele- As Responsabilidades da Administração de Recursos Humanos
ção, a admissão, integração, treinamento e desenvolvimento, admi- e dos Gerentes de Linha
nistração de salários e remuneração, administração de benefícios,
higiene e segurança do trabalho, avaliação do desempenho, eram Lidar com pessoas sempre foi parte integral da responsabilidade
estreitamente concentrados na área de ARH, com pouca participa- de linha de cada executivo, desde o presidente até o mais baixo
ção gerencial das demais áreas. nível de supervisão.
E nisso a área de ARH era essencialmente exclusivista e, até Organizações bem-sucedidas definem as seguintes responsabi-
certo ponto, hermética mantendo a sete chaves os segredos das lidades de linha para os gerentes:
suas decisões e atividades. A atividade prestadora de serviços do 1. Colocar a pessoa certa no lugar certo, isto é, recrutar e sele-
staff prevalecia fortemente sobre a responsabilidade de linha dos cionar.
gerentes da empresa. A tal ponto que o staff é quem tomava as 2. Integrar e orientar os novos funcionários na equipe.
decisões peculiares da linha. A centralização preponderava sobre 3. Treinar e preparar as pessoas para o trabalho.
a descentralização. 4. Avaliar e melhorar o desempenho de cada pessoa no cargo
A Interação entre Especialistas de RH e Gerentes de Linha ocupado.
Na realidade, as tarefas de ARH mudaram com o tempo. Hoje, 5. Ganhar cooperação criativa e desenvolver relações agradá-
elas são desempenhadas nas organizações por dois grupos de exe- veis de trabalho.
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

6. Interpretar e aplicar as políticas e procedimentos da organização.


7. Controlar os custos trabalhistas.
8. Desenvolver as habilidades e competências de cada pessoa.
9. Criar e manter elevado moral na equipe.
10. Proteger a saúde e proporcionar condições adequadas de trabalho.

Em organizações de pequeno porte, os gerentes de linha assumem todas as funções e responsabilidades sem qualquer assistência
interna ou externa. A medida que as organizações crescem, o trabalho dos gerentes de linha se divide e se especializa e eles passam a
necessitar de assistência através da consultoria de um staff de RH. A partir daí a ARH torna-se então uma função especializada de staff.
Com o princípio da responsabilidade de linha e função de staff em vista, deve-se descentralizar a gestão das pessoas no nível das ge-
rências de linha de um lado, enquanto, de outro, mantém-se a função de assessoria e consultoria interna através do órgão de RH. Cada
qual no seu papel para proporcionar o melhor em termos de condução de pessoas em direção aos objetivos da organização, permitindo
também o alcance dos objetivos individuais.

Função de Staff Responsabilidade de Linha


Órgão de ARH Gestor de Pessoas (gestores de linha)
- Cuidar das políticas de RH. - Cuidar da sua equipe de pessoas.

- Prestar assessoria e suporte. - Tomar decisões sobre subordinados.

- Dar Consultoria interna de RH. - Executar as ações de RH.

- Proporcionar serviços de RH. - Cumprir as metas de RH.

- Dar orientação de RH. - Alcançar resultados de RH.

- Cuidar da estratégia de RH. - Cuidar da tática e operações.


A função de staff e a responsabilidade de linha na Gestão de Pessoas.
As Tecnologias da Informação são ferramentas essenciais na criação de sistemas de informação integrados e coordenados. Como refere
Zorrinho5, “a gestão da informação é uma função que conjuga a gestão do sistema de informação e do sistema informático de suporte com
a concepção dinâmica da organização num determinado contexto envolvente”.
E hoje, mais do que nunca, os gestores têm que estar sensibilizados para o fato de o planeamento estratégico dos Sistemas da Infor-
mação ser um fator chave da criação de valor agregado e das vantagens competitivas para a empresa.
Se, por um lado, ajudam a detectar novas oportunidades e criar vantagens competitivas, por outro lado, ajudam a defendê-la de
ameaças provenientes da concorrência. É neste âmbito que o binômio SI/TI deve ser considerado no processo de formulação estratégica
do negócio e sempre na perspectiva de poder dar um contributo positivo para uma melhor estratégia.
Ao nível dos Sistemas da Informação, são definidas as necessidades de informação e sua aplicação no negócio, baseadas numa análise
da organização e do seu meio envolvente, bem como na análise da estratégia global da organização.
Ao nível das Tecnologias da Informação, é estabelecido qual a sua real contribuição para o processamento de informação e para a sa-
tisfação das necessidades informacionais e aplicacionais, bem como o desenvolvimento de sistemas e criação de vantagens competitivas
para a empresa, tendo em conta as prioridades fixadas na estratégia dos Sistemas da Informação.

Os Sistemas de Informação são distribuídos em três modelos: decisão, mensuração e informação:


a) A informação: a informação vem de acordo com o seu propósito, que é possibilitar a uma organização alcançar seus objetivos pelo
eficiente uso de seus outros recursos. Contempla, além da identificação e da classificação, a transmissão de sinais por meio de canais
denominados relatórios gerenciais.
b) A mensuração: trabalha com o problema de avaliação dos dados e por isso é importante que esta seja estabelecida corretamente.
Logo, para que uma decisão seja tomada, é necessário que a informação seja trabalhada, ou seja, mensurada. A mensuração atribui valor
a informação. É a informação mensurada, comparada, com valor dentro de um contexto, que subsidia a tomada de decisão.
c) A decisão: a tomada de decisões, objetiva solucionar problemas e manter o caráter preditivo através de um modelo de decisão que
visa explicar como as decisões realmente devem acontecer.

5 ZORRINHO, C. Gestão da Informação. Condição para Vencer. Iapmei.1995.


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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Impactos dos Sistemas e Tecnologias da Informação nas Orga- - bem como o subsistema tecnológico.
nizações

Os maiores benefícios aparecem quando as estratégias organi-


A introdução de Sistemas e Tecnologias da Informação numa or- zacionais, as estruturas e os processos são alterados conjuntamen-
ganização irá provocar um conjunto de alterações, nomeadamente te com os investimentos em Tecnologia de Informações. Segundo
ao nível das relações da organização com o meio envolvente (ana- Venkatraman, referido por O’Brien6, o verdadeiro poder das TI está
lisado em termos de eficácia) e ao nível de impactos internos na em “reestruturar as relações nas redes empresariais para aprovei-
organização (analisados através da eficiência). tar um leque mais vasto de competências.”
As Tecnologias de Informação são recursos valiosos que provo- As Tecnologias da Informação permitem assim, ultrapassar todo
cam repercussões em todos os níveis da estrutura organizacional: um conjunto de barreiras na medida em que existe uma nova ma-
neira de pensar, pois em tempo real é possível às empresas agir e
a) Ao nível estratégico, quando uma ação é susceptível de au-
reagir rapidamente aos clientes, mercados e concorrência.
mentar a coerência entre a organização e o meio envolvente, que
por sua vez se traduz num aumento de eficácia em termos de cum- Portanto, nas organizações, a informação é um fator decisivo
primento da missão organizacional; na gestão por ser um recurso importante e indispensável tanto no
contexto interno como no relacionamento com o exterior.
b) Aos níveis táticos e operacionais, quando existem efeitos en-
dógenos, traduzidos em aumento da eficiência organizacional em Quanto mais confiável, oportuna e exaustiva for essa informa-
termos de opções estratégicas. ção, mais coesa será a empresa e maior será o seu potencial de
resposta às solicitações concorrenciais. Alcançar este objetivo de-
pende, em grande parte, do reconhecimento da importância da in-
Os Sistemas de Informações permitem às organizações a oferta formação e do aproveitamento das oportunidades oferecidas pela
de produtos a preços mais baixos que, aliados a um bom serviço e à tecnologia para orientarem os problemas enraizados da informa-
boa relação com os clientes, resultam numa vantagem competitiva ção.
adicional, através de elementos de valor acrescentado cujo efeito
A revolução da Informação exige, assim, mudanças profundas
será a fidelidade dos clientes.
no modo como vemos a sociedade na organização e sua estrutura,
A utilização de Sistemas de Informações pode provocar, tam- o que se traduz num grande desafio: aproveitar as oportunidades,
bém, alterações nas condições competitivas de determinado mer- dominando os riscos inerentes ou submeter-se aos riscos com todas
cado, em termos de alteração do equilíbrio dentro do setor de as incertezas que acarretam.
atividade, dissuasão e criação de barreiras à entrada de novos con-
Na chamada “Sociedade de Informação”, esta possui um efeito
correntes.
multiplicador que dinamizará todos os setores da economia, cons-
Os SI/TI permitem, ainda, desenvolver novos produtos/serviços tituindo, por sua vez, a força motora do desenvolvimento político,
aos clientes ou diferenciar os já existentes daqueles ofertados pela econômico, social, cultural e tecnológico.
concorrência e que atraem o cliente de forma preferencial em rela-
ção à concorrência. Sistemas de Informações Gerenciais
A utilização de alta tecnologia vai permitir uma relação mais es-
treita e permanente entre empresa e fornecedores, na medida em Como já mencionado, entender a administração e o uso res-
que qualquer pedido/sugestão da parte da empresa é possível ser ponsável e eficaz dos sistemas de informação é importante para
atendido/testado pelos fornecedores. A tecnologia permitiu uma gerentes e outros trabalhadores do conhecimento atual sociedade
modificação na maneira de pensar e de agir dos produtores e con- de informação.
sumidores. Os mais variados sistemas e tecnologias da informação se
tornaram um componente vital para o sucesso de empresas e or-
Os Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação se con-
ganizações. Os sistemas de informação constituem um campo de
figuram ainda importante ferramenta nas relações travadas na es-
estudo essencial em administração e gerenciamento de empresas,
fera da Administração Pública, na medida em que permite reduzir
uma vez que é considerado uma importante área funcional para as
a burocratização de procedimentos existentes entre Organização/
operações das empresas.
Administração Pública, na constante busca do cumprimento inte-
gral das obrigações legais das organizações e de acordo com os pra- Um sistema de informação (SI) é uma combinação de pessoas,
zos prescritos em lei, através da transmissão de informação por via hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados
magnética. que coleta, transforma e dissemina informações em uma organi-
zação.
As Tecnologias de Informação apresentam inegáveis impactos 1) Conceitos de Sistemas: Sistema é qualquer conjunto de com-
ao nível interno das organizações, atingindo fortemente: ponentes e processos por eles executado, que visam transformar
- a estrutura orgânica e o papel de enquadramento/coordena- determinadas entradas em saídas (saídas do sistema). Assim, os
ção na organização; componentes são também sistemas (subsistemas), e que, por sua
vez, podem ser decompostos em novos sistemas menores.
- o nível psico-sociológico e das relações pessoais;
Assim, trata-se de uma série de elementos ou componentes in-
- o subsistema de objetivos e valores das pessoas que trabalham 6 O’BRIEN Virgínia. MBA intensivo em Gestão. Instituto Superior de Gestão. Abril/
nas organizações; Controljomal Editora, Lda.1996.
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

ter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um
mecanismo de feedback, apoiando o controle, a coordenação e a tomada de decisão em uma organização; auxiliam gerentes e funcioná-
rios a analisar problemas, visualizar soluções e a criar novos produtos.
Os conceitos de sistemas são subjacentes ao campo dos sistemas de informação. Entendê-los irá ajudá-lo a compreender muitos ou-
tros conceitos na tecnologia, aplicações, desenvolvimento e administração dos sistemas de informação que abordaremos neste livro. Os
conceitos de sistemas o ajudam a entender:
- Tecnologia: Que as redes de computadores são sistemas de componentes de processamento de informações.
- Aplicações: Que os usos das redes de computadores pelas empresas são, na verdade, sistemas de informação empresarial interco-
nectados.
- Desenvolvimento: Que o desenvolvimento de maneiras de utilizar as redes de computadores nos negócios inclui o projeto dos com-
ponentes básicos dos sistemas de informação.
- Administração: Que a administração da informática enfatiza a qualidade, valor para o negócio e a segurança dos sistemas de infor-
mação de uma organização.
Portanto um sistema pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recu-
perar, processar, armazenar e distribuir a informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e
o processo decisório em empresas e organizações.
Um sistema (por vezes chamado sistema dinâmico) possui alguns ou funções básicas em interação:
Entradas: são todos os elementos que o sistema deve receber para serem processados e convertidos em saídas ou produtos, ou seja,
envolve a captação e reunião de elementos que entram no sistema para serem processados;
Saídas: são os resultados produzidos pelo sistema, em geral diretamente relacionados aos objetivos ou razões dos sistemas; quando
não acontece, então o sistema não está cumprindo o seu fim. As saídas envolvem a transferência de elementos produzidos por um proces-
so de transformação até seu destino final.
Componentes e Processos Internos: são as partes internas do sistema, utilizadas para converter as entradas em saídas. Os processos
são as ações realizadas pelos componentes do sistema na transformação das entradas e saídas.
Envolve processos de transformação que convertem insumo (entrada) em produto;

- Feedback e Controle: Os dois conceitos adicionais do conceito de sistema (entrada, processamento e saída) incluem o feedback e o
controle. Um sistema dotado de componentes de feedback e controle às vezes é chamado de um sistema cibernético, ou seja, um sistema
auto monitorado, autorregulado.
a) Feedback: são dados sobre o desempenho de um sistema. É o retorno sobre as saídas produzidas pelo sistema sobre as entradas
do mesmo. É a avaliação da qualidade do produto do sistema. A realimentação deve ser contínua, para que se tenha certeza da evolução
dirigida do sistema, garantindo seu desenvolvimento no sentido de adaptação as necessidades.
b) Controle: envolve monitoração e avaliação do feedback para determinar se um sistema está se dirigindo para a realização de sua
meta; em seguida, a função de controle faz os ajustes necessários aos componentes de entrada e processamento de um sistema para
garantir que seja alcançada a produção adequada.
Identificação de Processos

Exemplo: Uma Padaria - produzir pães e comercializá-los

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2) Objetivos (Razões do Sistema) em seu ambiente é chamado de um sistema aberto (conectado com
A todo sistema devem ser associadas às razões de sua existên- seu ambiente pela troca de entrada e saída).
cia, de modo que seus elementos possam ser devidamente enten- Sistema Adaptável: Um sistema que tem a capacidade de
didos. Essas razões constituem-se os “objetivos” do sistema, e estão transformar a si mesmo ou seu ambiente a fim de sobreviver é cha-
diretamente relacionadas às saídas que o sistema deve produzir. mado de um sistema adaptável.
Um automóvel, por exemplo, pode ser definido, numa versão
simplista de suas razões, como um sistema do qual se quer “movi- 4) Tipos de Sistema da Informação:
mento dirigido com transporte de carga”. Os sistemas de informação podem ser manuais ou compu-
Isto é, nessa definição simplista, o que se espera de um auto- tadorizados. Muitos sistemas de informação começam como
móvel é o transporte de carga (pessoas, materiais, etc.) de um pon- sistemas manuais e se transformam em computadorizados que
to para outro, o que implica definir um automóvel como um pro- estão configurados para coletar, manipular, armazenar e pro-
dutor de “trabalho dirigido” (força aplicada), que a partir de uma cessar dados.
certa fonte geradora de energia, é capaz de transportar, de forma Assim, temos os seguintes tipos de sistemas de informação:
dirigida, carga de um ponto para outro, à velocidade desejada. a) Sistemas de informação manuais (papel-e-lápis)
Para tanto é necessário: b) Sistemas de informação informais (boca-a-boca)
- Transformar insumos em um novo produto; c) Sistemas de informação formais (procedimentos escritos)
- Satisfazer as necessidades dos clientes; d) Sistemas de informação computadorizados
- Tornar a relação custo x benefício favorável para gerar lucro e
crescimento da empresa; 5) Componentes de Sistema de Informação Computadorizado:
- Vender outros produtos. Um modelo de sistema de informação expressa uma estrutura
conceitual fundamental para os principais componentes e ativida-
Vejamos mais alguns objetivos dos Sistemas e Tecnologias da des dos sistemas de informação computadorizado.
Informação: Um sistema de informação depende dos recursos de pessoal,
hardware, software e redes para executar atividades de entrada,
a. Produzir informações realmente necessárias, confiáveis, em processamento, saída, armazenamento e controle que convertem
tempo hábil e com custo condizente, atendendo aos requisitos ope- recursos de dados em produtos de informação.
racionais e gerenciais de tomada de decisão. O modelo de Sistemas de Informação destaca os cinco recursos
b. Ter por base diretrizes capazes de assegurar a realização dos principais que podem ser aplicados a todos os tipos de sistemas de
objetivos, de maneira direta, simples e eficiente. informação, vejamos:
c. Integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coorde-
nação das diferentes unidades organizacionais (departamentos, di- A) Recursos pessoais: compreendem os usuários finais, tais
visões, diretorias, etc.) por ele interligado. como os clientes online, fornecedores, funcionários e especialistas
d. Ter um fluxo de procedimentos (internos e externos ao pro- de SI, bem como os engenheiros de software, os diretores executi-
cessamento) racional, integrado, rápido e de menor custo possível. vos de informação (CIOs, e o diretor executivo de tecnologia (CTO).
e. Contar com dispositivos de controle interno que garantam a São necessárias pessoas para a operação de todos os sistemas
confiabilidade das informações de saída e adequada proteção aos de informação. Esses recursos incluem os usuários finais e os espe-
dados controlados pelo sistema cialistas em SI.
f. Ser simples, seguro e rápido em sua operação. - Usuários finais: são pessoas que utilizam um sistema de infor-
mação ou a informação que ele produz.
3) Características dos Sistemas: - Especialistas em SI: são pessoas que desenvolvem e operam
Um sistema não existe em um “vácuo”, ou seja, isolado; na ver- sistemas de informação.
dade, ele existe e funciona em um ambiente que contém outros - Analistas de Sistemas: projetam sistemas de informação com
sistemas, vejamos: base nas demandas dos usuários finais.
- Desenvolvedores de Software: criam programas de computa-
Subsistema: Um sistema que é um componente de um sistema dor seguindo as especificações dos analistas de sistemas.
maior que, por sua vez, é seu ambiente. Todo sistema pode ser divi- - Operadores do sistema: monitoram e operam grandes redes e
dido em subsistemas menores, que recebem entradas específicas e sistemas de computadores.
produzem saídas específicas. A divisão pode ser feita até o nível de
interesse da análise. B) Recursos de hardware: Os recursos de hardware incluem to-
Cada Subsistema tem os mesmos elementos que um sistema, dos os dispositivos físicos e equipamentos utilizados no processa-
isto é, recebe entradas e produz saídas através de componentes e mento de informações.
processos. Nota-se que cada subsistema é, na realidade, um siste- - Máquinas: dispositivos físicos (redes de telecomunicações, pe-
ma em si, e poderia ser novamente em subsistemas componentes, riféricos, computadores)
e assim por adiante, até o nível desejado de composição. - Mídia: todos os objetos tangíveis nos quais são registrados da-
Fronteira de Sistema: Um sistema se separa de seu ambiente e dos (papel, discos magnéticos).
de outros sistemas por meio de suas fronteiras de sistema.
Interface: Vários sistemas podem compartilhar o mesmo am- Para tanto podemos citar dois exemplos de hardware em siste-
biente. Alguns desses sistemas podem ser conectados entre si por mas de informação computadorizados são:
meio de um limite compartilhado, ou interface. 1. Sistemas de computadores – consistem em unidades de pro-
Sistema Aberto: Um sistema que interage com outros sistemas cessamento central contendo microprocessadores e uma multipli-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

cidade de dispositivos periféricos interconectados fonte comum de registros de dados sirva muitas aplicações.
- Bases de conhecimento - que guardam conhecimento em uma
2. Periféricos de computador – são dispositivos, como um te- multiplicidade de formas como fatos, regras e inferência sobre vá-
clado ou um mouse, para a entrada de dados e de comandos, uma rios assuntos.
tela de vídeo ou impressora, para a saída de informação, e discos
magnéticos ou ópticos para armazenamento de recursos de dados. 6) Aplicações-Chaves na Organização

C) Recursos de software: Os recursos de software incluem todos - Sistemas Nível-Operacional - suporte aos gerentes organiza-
os conjuntos de instruções de processamento da informação. cionais no desenvolvimento de atividades elementares e transacio-
- Programas: um conjunto de instruções que fazem com que um nais na organização
computador execute uma tarefa específica. -TPS (Sistemas de Processamento de Transações - Transaction
- Procedimentos: conjunto de instruções utilizadas por pessoas Processing Systems).
para finalizar uma tarefa.
- Sistemas Nível-Gerenciamento - suporte ao monitoramento,
Exemplos de recursos de software são: controle, tomada de decisões e atividades administrativas de ge-
1. Software de sistema – por exemplo, um programa de sistema rentes.
operacional, que controla e apoia as operações de um sistema de -DSS (Sistemas de Suporte a Decisão - Decision Support Sys-
computador. tems)
2. Software aplicativo - programas que dirigem o processamen- -MIS (Sistemas de Informações Gerenciais - Management Infor-
to para um determinado uso do computador pelo usuário final. mation Systems)
3. Procedimentos – são instruções operacionais para as pessoas
que utilizarão um sistema de informação. - Sistemas Nível-Estratégico - auxiliam gerentes sêniores a ma-
nipular e situar questões estratégicas e tendências de longo-prazo,
D) Recursos de redes: Os recursos de rede consistem em mídias ambas na organização e no ambiente externo.
e redes de comunicação, apoiam componentes que são parte dos -ESS (Sistemas de Suporte Executivo - Executive Support Sys-
recursos de rede necessários ao apoio dos processos de e-business tems)
e de e-commerce e dos sistemas internos.
- Sistemas Nível-Conhecimento - suporte aos negócios para
Redes de telecomunicações como a Internet, Intranets e Extra- integrar novos conhecimentos e auxiliar a organização controlar o
nets tornaram-se essenciais ao sucesso de operações de todos os fluxo de papéis
tipos de organizações e de seus sistemas de informação baseados -KWA (Sistemas de Conhecimento do Trabalho - Knowledge
no computador. As redes de telecomunicações consistem em com- Work Systems)
putadores, processadores de comunicações e outros dispositivos -OAS (Sistemas de Automação de Escritório - Office Automation
interconectados por mídia de comunicações e controlados por sof- Systems)
tware de comunicações. -Data Warehouse (organizar dados corporativos)
O conceito de recursos de rede enfatiza que as redes de comu- -Data Mining - Mineração de dados
nicações são um componente de recurso fundamental de todos os -Workflow é definido como uma coleção de tarefas organizadas
sistemas de informação. Os recursos de rede incluem:
- Sistemas de Processamento de Transações
- Mídia de comunicações: cabos de pares trançados, cabo Objetivo: reduzir custos através da automatização de rotinas.
coaxial, cabo de fibra ótica, sistemas de micro-onda e sistemas de Ex: imprimir cheques
satélite de comunicações.
- Suporte de rede: recursos de dados, pessoas, hardware e sof- - Sistemas de Informações Gerenciais (SIG)
tware que apoiam diretamente a operação e uso de uma rede de Objetivo: produzir relatórios gerenciais para o planejamento e
comunicações. controle. Ex: relatório de custos totais da folha de pagamento

E) Recursos de dados: Os recursos de dados podem incluir da- - Sistemas de Apoio à Decisão
dos, modelo e bases de conhecimento, arquivos sobre seus clien- Objetivo: dar apoio e assistência em todos os aspectos da to-
tes, fornecedores, funcionários, produtos e outras informações mada de decisões sobre um problema específico, sugerindo alter-
necessárias para os negócios, incluindo as bases de conhecimento nativas e dando assistência à decisão final. Ex: Auxiliar a determinar
que são parte de seu sistema Central de Apoio à administração do a melhor localização para construir uma nova instalação industrial.
conhecimento.
Os dados constituem um valioso recurso organizacional. Dessa - Sistemas Especialistas e Inteligência Artificial
forma, os recursos de dados devem ser efetivamente administra- Objetivo: ser capaz de fazer sugestões e checar as conclusões,
dos para beneficiar todos os usuários finais de uma organização. Os tal como um especialista no assunto. Uma de suas vantagens é a
recursos de dados dos sistemas de informação normalmente são capacidade explicativa das conclusões às quais chega. Ex: Previsões
organizados em: de aplicações no mercado financeiro.
- Bancos de dados - uma coleção de registros e arquivos logica-
mente relacionados. Um banco de dados incorpora muitos registros 7) Dados x Informações
anteriormente armazenados em arquivos separados para que uma Os termos dados e informações são muitas vezes empregados
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

de modo intercambiável. Entretanto, você deve fazer a seguinte dis- - Relevante - Importante para tomada de decisões (mais rele-
tinção: vante para uns e menos para outros)
A) Dados: - são fatos ou observações crus, normalmente sobre - Simples - Informações em excesso podem não demonstrar o
fenômenos físicos ou transações de negócios. Mais especificamen- que é realmente importante
te, os dados são medidas objetivas dos atributos (características) de - Em tempo - A informação deve ser enviada a tempo para a
entidades como pessoas, lugares, coisas e eventos. tomada de decisão
São os fatos em sua forma primária. - Verificável - pode ser checada, talvez em várias fontes
Ex: número de horas trabalhadas em uma semana.
8) Atividades dos Sistemas de Informação: as atividades de
B) Informações: - são dados processados que foram colocados processamento de informação (ou processamento de dados) que
em um contexto significativo e útil para um usuário final. Os dados acontecem nos sistemas de informação incluem:
são submetidos a um processo de “valor adicionado” (processa- - Entrada de recursos de dados: Os dados sobre transações co-
mento de dados ou processamento de informação) onde: merciais e outros eventos devem ser capturados e preparados para
- Sua forma é agregada, manipulada e organizada processamento pela atividade de entrada. A entrada normalmente
- Seu conteúdo é analisado e avaliado assume a forma de atividades de registro de dados como gravar e
- São colocados em um contexto adequado a um usuário hu- editar.
mano. Uma vez registrados, os dados podem ser transferidos para
uma mídia que pode ser lida por máquina, como um disco magnéti-
C) Relações e Regras co, por exemplo, até serem requisitados para processamento.
- Estabelecer relações e regras para organizar os dados Atividades de entrada incluem a entrada de cliques de navega-
- Informação útil e valiosa ção do website, entradas e seleções de dados de e-commerce e de
- O tipo de informação criada depende da relação definida en- e-business, e consultas e respostas de colaboração online feitas por
tre os dados existentes clientes, fornecedores e funcionários.
- Adicionar dados novos ou diferentes significa que as relações
podem ser redefinidas e novas informações podem ser criadas - Transformação de dados em informação: Os dados normal-
Ex. Adicionar dados de produtos específicos aos seus dados de mente são submetidos a atividades de processamento como cálcu-
vendas para criar informações sobre vendas mensais quebradas por lo, comparação, separação, classificação e resumo. Estas atividades
linhas de produtos organizam, analisam e manipulam dados, convertendo-os assim em
informação para os usuários finais.
D) Conhecimento As atividades de processamento são realizadas sempre
É o corpo ou as regras, diretrizes e procedimentos usados para que algum dos computadores da empresa executa os progra-
selecionar, organizar e manipular os dados, para torná-los úteis mas que são parte dos recursos de software de e-business, de
para uma tarefa específica. O ato de seleção ou rejeição dos fatos, e-commerce ou dos sistemas internos.
baseados na sua relevância em relação às tarefas particulares é A informação é transmitida de várias formas aos usuários
também um tipo de conhecimento usado no processo de conversão finais e colocada à disposição deles na atividade de saída. A
de dados em informação meta dos sistemas de informação é a produção de produtos de
O conjunto de dados, regras, procedimentos e relações que de- informação adequados aos usuários finais.
vem ser seguidos para se atingir o valor informacional ou o resulta-
do adequado do processo está contido na base do conhecimento. - Saída de produtos da informação: A informação é trans-
A organização ou o processamento dos dados pode ser feito mitida em várias formas para os usuários finais e colocadas à
mentalmente, manualmente ou através de um computador. A im- disposição destes na atividade de saída. A meta dos sistemas
portância deve ser dada para que os resultados sejam úteis e de de informação é a produção de produtos de informação apro-
valor para tomar decisões priados para os usuários finais.
- Armazenamento de recursos de dados: Armazenamento é
E) Informação um componente básico dos sistemas de informação. É a ativi-
Um dado tornado mais útil através da aplicação do conheci- dade do sistema de informação na qual os dados e informações
mento. são retidos de uma maneira organizada para uso posterior.
A informação é valiosa se for pertinente à situação, fornecida As atividades de armazenamento têm lugar quando os da-
no tempo certo, para as pessoas certas de forma não complexa de- dos da empresa são armazenados e controlados nos arquivos
mais para ser entendida, deve ser precisa e completa, e de custo e bancos de dados nas drives de disco e em outros meios de
compatível. armazenamento dos computadores da empresa.
- Controle de desempenho do sistema: Uma importante
F) Características da boa informação: atividade do sistema de informação é o controle de seu de-
sempenho. Um sistema de informação deve produzir feedba-
- Precisa (ELSL) - entra lixo, sai lixo ck sobre suas atividades de entrada, processamento, saída e
- Completa - contém todos os fatos importantes armazenamento. O feedback deve ser monitorado e avaliado
- Econômico - valor da informação x custo de sua produção para determinar se o sistema está atendendo os padrões de
- Flexível - pode ser usada para diversas finalidades desempenho estabelecidos. O feedback é utilizado para fazer
- Confiável - depende da coleta dos dados e das fontes de in- ajustes nas atividades do sistema para a correção de defeitos.
formação As atividades de controle incluem a utilização de senhas
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

e outros códigos de segurança pelos clientes, fornecedores e nejar o uso das tecnologias de informações, contemplando a multi-
funcionários para a entrada nos websites de e-commerce e de plicidade e as possibilidades de uso dessas tecnologias.
e-business da empresa e para o acesso a seus bancos de dados O planejamento do uso das tecnologias de informações deixa
e bases de conhecimento. de ser uma preocupação técnica para assumir uma importância es-
tratégica, passando a ser responsável por grande parte do sucesso
9) Importância do Planejamento de Informática para a Eficá- empresarial.
cia dos Sistemas de Informação:
Hoje as tecnologias de informação são muito mais complexas e O uso das tecnologias de informação sob diversos ângulos:
abrangentes que o tradicional processamento de dados, incluindo, - Uso estratégico das tecnologias de informação;
além destes, uma imensa variedade de recursos, classificados sob - Integração organizacional;
os mais variados títulos: - Apoio funcional e pessoal;
- Apoio às decisões básicas e processos administrativos
- Sistemas de Informações Gerenciais
- Sistemas de Suporte a Decisões Os usos potenciais das tecnologias de informações são pesqui-
- Sistemas de Suporte à Gestão sados exaustivamente, identificando-se, assim, o conjunto de apli-
- Automação de Escritórios cações e sistemas mais indicados para a empresa. Questões funda-
- Automação de Processos mentais são analisadas:
- Automação Industrial
- Inteligência Artificial - Como devem ser associados os recursos técnicos de informa-
- Sistemas Especialistas ção à estrutura e filosofia administrativa da empresa?
- Automação Bancária - Como devem ser utilizadas as tecnologias de informações.
- Captura Direta de Informações Principalmente visando o aumento da competitividade da organiza-
ção e o suporte eficaz às suas atividades essenciais?
As tecnologias de informações, com toda essa abrangência, es- - Que impactos devem ser esperados, e como a empresa deve
tão transformando os valores atuais, principalmente no mundo em- se preparar, em função das rápidas transformações nas tecnologias
presarial, muito mais profunda e rapidamente que qualquer outra de informação?
transformação tecno-social da história. - Como a informática, em toda a sua abrangência, deverá evo-
Os impactos das tecnologias já foram suficientemente grandes luir na empresa, de modo que os benefícios decorrentes possam ser
para que alguns autores concluíssem que as mudanças delas decor- adequadamente aproveitados, causando o mínimo de perturbação
rentes trarão consequentemente muito mais profundas e rápidas organizacional, ou, em outras ocasiões, provocando mudanças or-
que todas as revoluções tecnológicas anteriores, alterando drastica- ganizacionais desejadas?
mente o perfil de toda a sociedade e de suas organizações.
Cada vez mais o foco de atenção para o uso dos recursos de Estas questões devem ser analisadas de acordo com a empresa
informática se desloca para resultados, por meio de abordagens a ser informatizada, mesmo em empresas de pequeno porte, mas
inovadoras, que diferenciam produtos, mudam as relações de força que já sentem a necessidade de se informatizarem, mesmo que
no mercado, criam ou destroem dependências entre organizações, parcialmente.
prendem clientes a fornecedores, reduzem prazos para atividades Para qualquer tipo de organização, o processo sistemático de
essenciais da organização, como o lançamento de novos produtos, planejamento da informatização dá rumo mais claro e objetivo,
mudam drasticamente as estruturas de custos de produtos e servi- orientando o uso das tecnologias disponíveis de forma mais pro-
ços, criam canais de comunicação inimagináveis com o mercado há dutiva e para aplicações que efetivamente tragam benefícios reais,
alguns anos. principalmente considerando que em organizações pequenas os
Tudo isso é possível e já está sendo utilizado nas empresas que recursos disponíveis para a informática são limitados, devendo ser
perceberam a importância estratégica das tecnologias de informa- orientados para as melhores oportunidades de uso.
ção. Já para organizações de médio e grande porte, o que se cons-
Por muito tempo as organizações têm feito uso das tecnolo- tata é que os recursos de informática têm sido subaproveitados,
gias de informação, mas de forma não administrada ou inadequa- sendo, em geral, utilizados para sistemas e aplicações essencial-
damente administrada. A maior parte das empresas ainda utiliza os mente transacionais (isto é, orientados para o processamento de
recursos de informática orientados para “dentro” da organização, transações, tais como contabilidade, folha de pagamentos, controle
isto é, para resolver problemas internos de processamento de in- de estoques, etc.), sem uma preocupação mais fortemente voltada
formações. para um melhor posicionamento estratégico e para um maior grau
Obviamente, esse tipo de uso também é necessário, mas im- de integração organizacional.
portante que a visão das possibilidades de utilização daquelas tec-
nologias seja ampliada e contemple o novo universo que cada vez Questões básicas a considerar num processo de Planejamen-
mais mudará as relações de competitividade em todos os segmen- to de Informática
tos da economia. Ao lado do uso estratégico, tais tecnologias repre- O planejamento de informática deve atentar para três questio-
sentam, também, um papel fundamental como agente de integra- namentos fundamentais:
ção e coesão organizacional.
Surge, então, uma situação complexa, em que muitos fatores 1. Qual a filosofia de informações que a empresa deseja perse-
de grande impacto empresarial precisam ser analisados. Esta é a guir, incluindo o grau de disseminação de recursos pretendidos, a
função do planejamento de informática: pesquisar, adequar e pla- autonomia desejada para as áreas (em termos de sistemas de infor-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

mação), entre outros aspectos?


2. Como as tecnologias de informações podem contribuir para um melhor posicionamento estratégico, econômico e organizacional
da empresa?
3. Como a empresa deve tratar a sua evolução, em termos de atualização e capacitação permanente em relação às tecnologias de
informações?

A primeira questão é determinante para a condução de um processo de informatização com baixo nível de atrito entre a filosofia ad-
ministrativa da empresa e a estrutura de informática criada.
Já a segunda questão refere-se mais ao uso propriamente dito das tecnologias de informações para um elenco de aplicações de curto
a longo prazo, mas que tenham um fim orientado para resultados bem determinados.
A terceira questão refere-se ao cuidado permanente quanto à capacitação em face do conjunto de tecnologias, de forma que a em-
presa esteja continuamente preparada para acompanhar as novas possibilidades de utilização dessas tecnologias. Em outras palavras,
pode ser importante desenvolver aplicações e usos das tecnologias de informações, com o fim principal de manter a empresa a par das
evoluções dessas tecnologias, independentemente de aplicações com um fim mais imediato ou determinado.
As respostas a essas três questões fundamentais exigem o questionamento de diversos aspectos da organização, tais como suas filo-
sofias e estratégias básicas, seus processos operacionais, as funções executadas, bem como o desenvolvimento organizacional planejado.

10) O que é a Tecnologia da Informação? Hardware + Software + Comunicação

Para a implantação de um novo Sistema de Informação é necessário o cumprimento de algumas diretrizes:

a) Projeto
Um projeto é um empreendimento com começo e fim definidos, dirigido por pessoas, para cumprir metas estabelecidas dentro de
parâmetros de custo, tempo e qualidade.

b) Intuição
Respeite a sua intuição, no entanto, use também abordagens analíticas. Esteja aberto a soluções alternativas, como análise sequen-
cial e tomada de decisão consensual. Antes de tomar a decisão final, reveja a situação e escute cuidadosamente o seu “sexto sentido”.

c) Concentrar-se ativamente na função Interface


Dê atenção às interfaces gerencias. Às áreas indefinidas e nebulosas. Procure aproximar equipes, organizações e sistemas. Questione
responsabilidades que não estejam claras. Pergunte “para que”, “quando”, “como”, e “por que”.
Comece pelo planejamento em níveis globais, utilizando a abordagem estratégica. Esteja seguro dos objetivos globais. Determine
marcos. Estabeleça um consenso em relação à filosofia de gerenciamento. Para projetos maiores, utilize a estrutura analítica, comece no
topo e em seguida estruture o projeto em diversos níveis até que consiga chegar a “pacotes de trabalho” gerenciáveis.

d) Controle e avalie resultados


Implante sistemas e técnicas gerenciais que lhe permitem acompanhar o andamento dos trabalhos e tomar medidas corretivas ao
longo do curso dos mesmos. Os sistemas deverão ser simples e flexíveis, especialmente para projetos de curta duração.

e) Gerenciando a Qualidade
O zelo e atenção quanto a qualidade é uma das metas principais. Os padrões de qualidade são ditados pelas especificações que, por
sua vez, são usadas como base para monitorar o desempenho do projeto. Mesmo em projetos que não usam especificações detalhadas
para estabelecer padrões de qualidade, espera-se um mínimo de qualidade funcional. As pressões exercidas por outros fatores, como cus-
tos e tempo, podem provocar negociações nas quais a qualidade será comprometida em favor do cronograma ou do orçamento. Contudo,
a defesa da qualidade do projeto permanece como uma das responsabilidades primordiais da gerência do projeto.
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11) Sistemas Específicos de Gestão de Informação7: Sistemas de Trabalhadores de Conhecimento (STCs) e Siste-
mas de automação de escritório
Sistemas Informatizados na Administração Atendem necessidades do nível de conhecimento envolvendo
Um administrador, precisa entender o papel dos diversos tipos trabalhadores de conhecimento, pessoas com formação universitá-
de Sistemas de Informação existentes nas empresas hoje, que são ria como engenheiros e cientistas e trabalhadores de dados multi-
necessários para apoiar a tomada de decisões e atividades de traba- disciplinares como secretárias, contadores, arquivistas etc.
lho existentes nos diversos níveis e funções organizacionais, sejam Se diferenciam, pois trabalhadores de conhecimento criam
elas desktop ou via web. informações e trabalhadores de dados manipulam, usam informa-
Eles provocam mudanças organizacionais e administrativas tra- ções prontas, a produtividade destes é aumentada com o uso dos
zendo desafios para administração, como Integração que é obter Sistemas de automação de escritório que coordenam e comunicam
vantagens com sistemas que integrem diversos níveis e funções diversas unidades, trabalhadores, e fontes externas como clientes
organizacionais possibilitando troca de informações entre diversos e fornecedores.
setores, este é o principal desafio, pois é o administrador que iden- Eles manipulam e gerenciam documentos, programação e co-
tifica quais setores precisam estar interligados. municação, envolvendo além de textos, gráficos etc, hoje publica-
O outro desafio é ter visão ampla, pois na filosofia da adminis- dos digitalmente em forma de sites para facilitar o acesso e distri-
tração os administradores são treinados para gerenciar uma linha buição de informações.
de produto e não a organização inteira como é exigido pelos siste-
mas integrados e redes setoriais. Estes desafios exigem enormes Sistemas de Informação Gerenciais (SIG)
investimentos. É o estudo dos sistemas de informação nas empresas e na
administração, dão suporte ao nível gerencial através de relatórios,
Aproveite e leia isto: processos correntes, histórico através de acessos on-line,
orientados a eventos internos, apoiando o planejamento controle
Devido à existência de diferentes interesses, especialidades e e decisão, dependem dos SPTs para aquisição de dados, resumindo
níveis em uma organização são necessários diversos tipos de siste- e apresentando operações e dados básicos periodicamente.
mas, pois nenhum sistema individual pode atender todas as neces-
sidades de uma empresa. Destacam se 4 tipos principais de siste- Sistemas de Apoio a Decisão (SAD)
mas que atendem diversos níveis organizacionais: Atendem também o nível de gerencia ajudando a tomar de-
- Sistemas do nível operacional, que dão suporte a gerentes cisões não usuais com rapidez e antecedência a fim de solucionar
operacionais em transações como vendas, contas, depósitos, fluxo problemas não predefinidos, usam informações internas obtidas
de matéria prima etc. dos SPT e SIG e também externas como preços de produtos con-
- Sistemas do nível de conhecimento envolvem as estações de correntes etc.
trabalho e automação de escritório a fim de controlar o fluxo de Têm maior poder analítico que os outros sistemas, construídos
documentos. em diversos modelos para analisar e armazenar dados, tomar deci-
- Sistemas do Nível Gerencial atendem atividades de monitora- sões diárias, por isso possuem uma interface de fácil acesso e aten-
ção, controle, tomada de decisões e procedimentos administrativos dimento ao usuário, são interativos, podendo-se alterar e incluir
dos gerentes médios e dados através de menus que facilitam a entrada deles e obtenção
- Sistemas de nível estratégico, que ajudam a gerencia sênior a de informações processadas.
enfrentar questões e tendências, tanto no ambiente externo como
interno a empresa. Sistemas de Apoio ao Executivo (SAEs)
Além das características dos sistemas por níveis empresariais, Atendem o nível gerencial, os gerentes seniores que tem pouco
eles também atendem diversas áreas funcionais, como vendas, ou nenhuma experiência com computadores, servem para tomar
marketing, fabricação, finanças, contabilidade e recursos humanos. decisões não rotineiras que exigem bom senso avaliação e percep-
ção.
Sistemas de Informação para cada nível organizacional Criam um ambiente generalizado de computação e comunica-
Sistemas de Processamento de Transações (SPTs) sistemas in- ção em vez de aplicações fixas e capacidades específicas. Projeta-
tegrados que atendem o nível operacional, são computadorizados, dos para incorporar dados externos como leis e novos concorren-
realizando transações rotineiras como folha de pagamento, pedidos tes, também adquirem informações dos SIG e SAD a fim de obter
etc., informações resumidas e úteis aos executivos, não só sob forma de
Sistemas nos quais os recursos são predefinidos e estrutura- textos, mas também gráficos projetados para solucionar problemas
dos, é através deles que os gerentes monitoram operações internas específicos que se alteram seguidamente, através de modelos me-
e externas da empresa. Apesar de constituir importante ferramenta nos analíticos.
que dinamiza e flexibiliza as atividades dos gestores, são considera- Ele é formado por estações de trabalho, menus gráficos, dados
dos “críticos”, pois se deixarem de funcionar podem causar danos a históricos e de concorrentes, bancos de dados externos, e possuem
outras empresas inter-relacionadas e a própria. Atendem 4 catego- fácil comunicação e interface.
rias funcionais: vendas/marketing, fabricação/produção, finanças/ Os Sistemas de Informação se relacionam um com outros a fim
contabilidade e recursos humanos. de atender os diversos níveis e organizacionais, sendo os SPT a fon-
te de dados mais importante para os outros sistemas, os SAEs são
os recebedores de dados de sistemas de níveis inferiores, os outros
7 https://www.oficinadanet.com.br/artigo/738/tipos_de_sistemas_de_informa- trocam dados entre si.
cao_na_empresa Também atendem diferentes áreas funcionais, por isso é im-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

portante e vantajoso a integração entre eles para há informação nal registram o recrutamento e colocação de funcionários da em-
possa chegar a diferentes partes da organização, no entanto, isto presa. Eles armazenam dados básicos de funcionários como nome
tem alto custo, é demorado e complexo por isso cada organização endereço, telefone, escolaridade, função salário, etc.
deve ligar os setores que acha necessário para atender suas neces-
sidades. Sistema Integrado de Informação e Processos de Negócios
Quanto a função organizacional, os SI se dividem em Sistemas Além de SIs para coordenar atividades e decisões da empresa
de Venda e Marketing, responsável pela venda do produto ou ser- e por setores através dos Sistemas Integrados e Processos de Ne-
viço. O Marketing procura identificar o que os clientes querem con- gócios automatizando o fluxo de informações, também necessitam
sumir e também os melhores clientes, criando e mostrando novos de Sistemas de Informação para gerenciamento de relações com
produtos ou serviços através de propagandas e promoções, já as clientes (CRM) e da cadeia de suprimento (SCM) para coordenar
Vendas contatam os clientes, oferecem os produtos e serviços fe- processos que abrangem diferentes funções empresariais, inclusive
cham pedidos, acompanham o comércio. compartilhadas com clientes e outros parceiros da cadeia de supri-
No nível estratégico eles monitoram e apoiam novos produtos mento.
e oportunidades e identificam o desempenho dos concorrentes. Os Processos de negócio é a maneira como o trabalho é orga-
No nível de Gerencia dão suporte a pesquisas de mercado cam- nizado, planejado e focado para produzir um produto ou serviço de
panhas promocionais e determinação e preços, analisando o de- valor. Pode se dizer que são um conjunto de atividades, fluxos de
sempenho do pessoal de vendas. trabalho, materiais, informações e conhecimentos, mas por outro
No nível de conhecimento apoiam estações de trabalho anali- lado referem-se a maneira da gerencia coordenar o trabalho.
sando marketing e no Operacional dão suporte ao atendimento e Embora cada função empresarial tenha seus processos de ne-
localização de clientes. gócio, eles podem ser Transfuncionais porque ligam fronteiras entre
Sistemas de Informação de Fabricação e Produção, responsável as principais áreas funcionais e agrupam funcionários de diferentes
pela produção de bens e serviços tratam do planejamento, desen- especialidades para completar as tarefas. Reprojetar um processo
volvimento, manutenção e estabelecimento de metas de produção de negócio exige análise e planejamento para evitar que os siste-
aquisição e armazenagem de equipamentos, matérias primas para mas façam o que a organização não precisa.
fabricar produtos acabados. Os processos de relacionamento entre clientes e fornecedores
No Nível Estratégico ajudam a localizar novas fábricas e investir são repensados de forma estratégica, pois com as empresas digi-
em novas de tecnologias de fabricação, no Nível de Gerencia anali- tais, o comercio eletrônico e a competição global eles tornaram-se
sam e monitoram custos, recursos de fabricação e produção no de cada vez mais exigentes e se a organização não os atendem como
Conhecimento criam e distribuem conhecimentos especializados quiserem perdem-nos. Por isso os clientes não são mais tratados
orientando o processo de produção e no Operacional monitoram e como fontes de receita, mas como ativos que precisam ser preser-
controlam a produção. Um exemplo simples deste tipo de sistema é vados, tentar conquistar novos clientes também é importante. Atra-
o controle de estoque com emissão de relatórios. vés do Gerenciamento das relações com o cliente CRM que envolve
administração e tecnologia usando SIs para coordenar os processos
Sistemas de Informação Financeira e Contábil de negócio e interações da empresa com clientes, vendas marketing
Responsáveis pela administração de ativos financeiros visando e serviços.
o retorno ao investimento. A função Finanças se encarrega de iden- Antigamente eram cadastrados apenas alguns dados de clien-
tificar novos ativos financeiros (ações títulos e dividas) através de tes em fichas hoje com as ferramentas do CRM e os múltiplos canais
informações externas. Já a função Contabilidade é responsável pela de comunicação armazenam-se dados completos ajudando as em-
manutenção e gerenciamento de registros financeiros (recibos fo- presas a identificar os melhores clientes e até mesmo o que dese-
lha de pagamento etc.) para prestar contas aos seus recursos. Estes jam consumir ou consomem mais.
sistemas compartilham problemas, acompanhando o que possuem
com o que necessitam. O Gerenciamento da Cadeia de Suprimento (SCE)
No nível Estratégico estabelecem metas de investimento pre- É a ligação e coordenação das atividades de compra fabricação
vendo desempenho financeiro, no nível de Gerencia ajudam geren- e movimentação de um produto para entregá-lo mais rapidamente
tes a supervisionar e controlar recursos financeiros, no de Conheci- ao consumidor com baixo custo. A cadeia de suprimento são proces-
mento fornecem ferramentas analíticas como estações de trabalho sos de negócios para selecionar matérias primas e transforma-las
para aumentar o retorno sobre investimento, e no Operacional em produtos intermediários e acabados interligando fornecedores,
monitoram o fluxo de recursos realizados pelas transações como indústrias, transporte, varejo, clientes, com seleção de matéria pri-
cheques, pagamentos a fornecedores, relatórios e recibos. ma, controle de estoque, entrega, ou seja, fornecer serviços desde
a fonte até o consumidor. Este também inclui a Logística Reversa
Sistemas de Recursos Humanos que é a devolução de produtos identificando o motivo e o produto.
Responsável por atrair, aperfeiçoar e manter a força de traba- Enfim o motivo principal é atender a todos evitar a falta de
lho da empresa. Ajudam a identificar funcionários potenciais e se- produtos e matérias primas para comercialização e fabricação
lecionar novos, desenvolver talentos e potencialidades. No nível es- respectivamente. Isto quando não ocorre o “Efeito Chicote” a in-
tratégico identificam habilidades, escolaridade, tipos de cargo além formação é modificada à medida que passa de entidade a entidade
de atender os planos de negócio. (Fornecedor-Fabricante-Distribuidor-Varejo-Cliente), se estes níveis
No Nível de Gerência monitoram o recrutamento, alocação e compartilhassem informações teriam um melhor desempenho.
remuneração de funcionários, no de Conhecimento descrevem fun- Este gerenciamento tem duas formas, ele pode ser:
ções relacionadas ao treinamento, elaboração de planos de carreira
e relacionamentos hierárquicos entre funcionários e no Operacio- a) SPC que é o planejamento da cadeia de suprimentos habili-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

tando a empresa a gerar previsões de demanda e desenvolver pla- tes maneiras de configurar os SI, baseando-se na estrutura orga-
nos de aquisição de matéria prima e fabricação para um produto; nizacional, que pode ser Exportadora Nacional, onde as atividades
funcionais são centralizadas no pais de origem, Multinacionais
b) SCE que é a execução da cadeia de suprimentos serve para concentram administração e controle financeiro no pais de origem
gerenciar o fluxo de produtos por meio das centrais de distribuição deixando produção vendas e marketing em outros países que são
e depósitos garantindo a entrega dos produtos. adaptados para atender as condições locais de mercado. As fran-
queadoras projetam, fabricam e financiam o produto no pais de
Para garantir o gerenciamento da cadeia de suprimentos é pre- origem, levando a produção, marketing e recursos humanos para
ciso que os membros da cadeia trabalhem em conjunto para atingir outros países. As Transnacionais não possuem sede local única e
a mesma meta e coordenar melhor os processos de negócio, para sim diversas e regionais ou mundiais, tendo suas estratégias geren-
isso as empresas estão recorrendo ao Processo Colaborativo que ciadas globalmente obtendo vantagens competitivas em cada local
é o uso de tecnologias digitais como Internet, Intranet e Extranet que está inserida.
para capacitar as organizações a desenvolver, montar e gerenciar os Com a evolução da TI e os meios de comunicação as organi-
produtos durante seu ciclo de vida. zações internacionais ganham mais flexibilidade em seus projetos
Muitas empresas hoje são donas e responsáveis por sua pró- empresariais globais, tendo 4 tipos de configuração: Sistemas Cen-
pria rede o que diminui custos e facilita o compartilhamento de in- tralizados onde o desenvolvimento e a operação ocorre no pais de
formações é claro tendo algumas restrições de acesso. Utilizam as origem, Sistemas duplicados, o desenvolvimento ocorre no pais de
redes chamadas setoriais privadas para coordenar pedidos e outras origem e as operações em unidades autônomas localizadas em ou-
atividades com fornecedores, distribuidores, empresas parceiras e tros países. Sistemas Descentralizados cada unidade e em cada pais
até mesmo alguns clientes. elaboram sistemas específicos. Sistemas em rede o desenvolvimen-
O uso de diversos SIs não integrados em uma organização pode to e operação ocorre de modo integrado e coordenado em todas
dificultar o acesso e compreensão de informações por parte da as unidades.
gerencia e outros níveis organizacionais ou até mesmo apresentar Então Sistemas Integrados exigem conhecimento dos proces-
a informação de forma errada e incompreensível causando grandes sos e níveis empresariais bem como fluxos de informações, sendo
danos, por isso muitas empresas estão montando ERPs Sistemas de determinados pelos gerentes os setores que devem estar ligados
Informação de planejamento empresarial que modelam e automa- para atender as necessidades da empresa de acordo com os recur-
tizam os processos de negócio atendendo todos os níveis da em- sos tecnológicos e administrativos que ela possui.
presa, coletando e armazenando em um único arquivo os principais
dados dos processos de negócio podendo ser acessados por todos Sistemas de Informações Logísticas
os setores da empresa, proporcionando aos gerentes informações Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos
precisas para coordenar informações diárias da empresa com am- que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, com-
pla visão dos processos de negócio e fluxo de informações. binando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as
Os Sistemas Integrados geram benefícios, promovem altera- operações logísticas. Estas operações tanto ocorrem dentro de uma
ções em 4 dimensões da empresa: estrutura, processos de gerencia- empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de supri-
mento, plataforma de tecnologia e capacidade. Usados para apoiar mentos.
estruturas organizacionais e criar uma nova cultura organizacional. Podemos considerar como hardware desde computadores e
As informações são estruturadas ao redor de processos de negó- dispositivos para armazenagem de dados até instrumentos de en-
cio transfuncionais aperfeiçoando relatórios gerenciais e tomada trada e saída do mesmo, tais como: impressoras de código de bar-
de decisões. Eles também oferecem a empresa uma plataforma de ras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos /
tecnologia de SI única contendo dados de todos os processos de programas usados na logística.
negócio. Aumentam a capacidade das empresas em interagir com Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferen-
todos os níveis da cadeia de suprimento ainda mais se usarem os tes níveis funcionais:
mesmos softwares para integração, pois assim trocarão dados sem a) sistema transacional,
intervenção manual. b) controle gerencial,
Mas quando a benefícios sempre a desafios para serem en- c) apoio à decisão e
frentados, os SI integrados são difíceis de montar e exigem gran- d) planejamento estratégico.
des investimentos em tecnologia, softwares complexos, hardware e
meios de armazenamento potentes, e mudanças nos processos de O papel da informação na logística8
negócios e atividades. O fluxo de informações é um elemento de grande importância
As empresas que não aceitarem ou não possuem condições nas operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento,
para acompanhar as mudanças não conseguirão integrar processos necessidades de estoque, movimentações nos armazéns, docu-
funcionais e empresarias, além do custo também envolve tempo, mentação de transporte e faturas são algumas das formas mais co-
cujo atraso na entrega ou implementação do sistema pode acar- muns de informações logísticas.
retar sua desatualização. Ainda pode ocorrer que as empresas não Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principal-
alcancem suas metas se utilizarem ERPs padrões e fiquem desatua- mente em papel, resultando em uma transferência de informações
lizadas, pois não atenderão o consumidor da forma que ele exige lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da
perdendo a competitividade. As menores organizações ou as que tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos
possuem sistemas isolados que atendem suas necessidades podem executivos poder contar com meios para coletar, armazenar, trans-
não optar pelos SIs Integrados. ferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.
Quando as empresas operam internacionalmente, há diferen- 8 http://www.tecspace.com.br/paginas/aula/faccamp/TI/
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações Sistema Transacional


proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos É a base para as operações logísticas e fonte para atividades de
através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfei- planejamento e coordenação. Através de um sistema transacional,
çoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria da informações logísticas são compartilhadas com outras áreas da
oferta de informações aos clientes. empresa, tais como: marketing, finanças, entre outras.
Tradicionalmente, a logística concentrou-se no fluxo eficiente Um sistema transacional é caracterizado por regras formaliza-
de bens ao longo do canal de distribuição. O fluxo de informações das, comunicações interfuncionais, grande volume de transações e
muitas vezes foi deixado de lado, pois não era visto como algo im- um foco operacional nas atividades cotidianas. A combinação de
portante para os clientes. Além disso, a velocidade de troca/transfe- processos estruturados e grande volume de transações aumenta a
rência de informações limitava-se à velocidade do papel. ênfase na eficiência do sistema de informações.
Os clientes percebem que informações sobre status do pedido, A partir dele, ocorre o principal processo transacional logístico:
disponibilidade de produtos, programação de entrega e faturas são o ciclo do pedido. Com isso, todas as atividades e eventos perten-
elementos necessários do serviço total ao cliente; centes a este ciclo devem ser processados: entrada de pedidos, che-
Com a meta de redução do estoque total na cadeia de supri- cagem de crédito, alocação de estoque, emissão de notas, expedi-
mento, os executivos percebem que a informação pode reduzir de ção, transporte e chegada do produto ao cliente. Informações sobre
forma eficaz as necessidades de estoque e recursos humanos. Em tais atividades/eventos, devem estar prontamente disponíveis, vis-
especial, o planejamento de necessidades que utiliza as informa- to que o status do pedido é uma questão cada vez mais necessária
ções mais recentes, pode reduzir o estoque, minimizando as incer- para um bom serviço ao cliente.
tezas em torno da demanda; A falta de integração entre operações logísticas é um problema
A informação aumenta a flexibilidade permitindo identificar comumente encontrado em sistemas transacionais que não estão
(qual, quanto, como, quando e onde) os recursos que podem ser sob um sistema de gestão integrada. Isto pode ocorrer basicamente
utilizados para que se obtenha vantagem estratégica. em três instâncias:
Um exemplo de posicionamento estratégico baseado em tec- - Entre atividades logísticas executadas dentro da empresa;
nologia de informação é o caso de empresas de entrega expressa. A - Entre instalações da empresa;
Fedex foi a primeira a oferecer serviço de entrega para o dia seguin- - Entre a empresa e outras pertencentes à cadeia de suprimen-
te em 1973 nos Estados Unidos. No final dos anos 80, com elevados tos ou prestadores de serviços logísticos.
investimentos em TI, ela passou a ter o controle de todo o ciclo do
pedido do cliente. Com isso podia manter total rastreabilidade do Controle Gerencial
pedido. Este nível permite com que se utilize as informações disponí-
Outro exemplo de como a informação tem grande importân- veis no sistema transacional para o gerenciamento das atividades
cia na logística é a interação entre fabricantes e varejistas no ge- logísticas. A mensuração de desempenho inclui indicadores: finan-
renciamento da cadeia de suprimentos, promovida no Brasil pelo ceiros, de produtividade, de qualidade e de serviço ao cliente.
Movimento ECR Brasil. Com tal prática, algumas redes varejistas De maneira geral, existe grande carência de indicadores / rela-
começam a disponibilizar informações do ponto de venda para seus tórios de desempenho nas empresas brasileiras. Entre os principais
fornecedores de modo que estes sejam responsáveis pelo ressu- fatores estão a ausência de um sistema transacional que possua
primento automático dos produtos. Isto reduz consideravelmente todas as informações relevantes e de visão sobre as vantagens de
o custo com estoque dos varejistas e possibilita aos fabricantes ter controlar as operações logísticas.
melhor previsibilidade da demanda, propiciando uma utilização de Um exemplo disso, é a mensuração da disponibilidade de pro-
recursos mais racionalizada. dutos, ou seja, indicadores que apontem o percentual de pedidos
que foram entregues completos;
A presença de relatórios que tratam exceções é fundamental
para um bom gerenciamento, visto que as operações logísticas se
caracterizam pelo intenso fluxo de informações. Por exemplo, um
sistema de controle proativo deve ter capacidade de prever futuras
faltas no estoque com base nas previsões de demanda e recebi-
mentos previstos.
Um conceito cada vez mais utilizado nas empresas é o de Data
Warehouse (DW). Como o nome sugere, armazena dados históricos
e atuais de várias áreas da empresa em um único banco de dados
com o objetivo de facilitar a elaboração de relatórios. O processo
de desenvolvimento de um DW fornece uma oportunidade para a
empresa rever e formalizar objetivos, planos e estratégia.
Figura: Funcionalidades de um Sistema de Informações Logís-
ticas Apoio à Decisão
Esta funcionalidade caracteriza-se pelo uso de softwares para
O formato piramidal apresentado na figura sugere que a imple- apoiar atividades operacionais, táticas e estratégicas que possuem
mentação de um sistema transacional robusto é a base que susten- elevado nível de complexidade. Sem o uso de tais ferramentas, mui-
ta o aprimoramento dos outros três níveis. tas decisões são tomadas baseadas apenas no feeling, o que em
A seguir será analisado cada um dos níveis, ressaltando a im- muitos casos aponta para um resultado distante do ótimo. Entre-
portância para a competitividade logística da empresa. tanto, se elas forem usadas, existe significativa melhoria na eficiên-
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

cia das operações logísticas, possibilitando, além do incremento do nem sempre as necessidades das empresas são atendidas. Com
nível de serviço, reduções de custos que justificam os investimentos isso, surge a necessidade de especificar estruturas de relatórios
realizados. adequadas a operação da empresa.
Existem diferenças entre as aplicações de ferramentas de apoio A adoção de um Data Warehouse9 (depósito de dados digitais
à decisão. Algumas são operacionais, pois estão voltadas para ope- que serve para armazenar informações detalhadas relativamente
rações mais rotineiras, tais como: programação e roteamento de a uma empresa, criando e organizando relatórios através de his-
veículos, gestão de estoque, etc. Por outro lado, existem ferramen- tóricos que são depois usados pela empresa para ajudar a tomar
tas que atuam mais tática e estrategicamente, tais como: localização decisões importantes com base nos fatos apresentados) favorece
de instalações, análise da rentabilidade de clientes e etc. A aplica- bastante este processo.
ção destas ferramentas vai depender principalmente da complexi- Embora um sistema ERP possua atributos que contribua para
dade existente nas atividades logísticas e de seu custo/benefício. melhorar a gestão na empresa, ele não possui ferramentas de apoio
Ferramentas que tendem a ser mais operacionais, devem estar à decisão. Vários fornecedores deste tipo de sistema investiram em
inteiramente conectadas com o sistema transacional, de modo que parcerias e aquisições para disponibilizar ferramentas de apoio à
os inputs sejam informações atualizadas e no formato adequado. decisão que auxiliem na melhoria da eficiência das operações lo-
Em geral, as empresas que não possuem um sistema integrado en- gísticas na empresa e na cadeia de suprimentos, como forma de
frentam problemas na implementação destas ferramentas no que preencher esta lacuna.
diz respeito à conectividade com o sistema utilizado.
Em ambos os tipos de ferramentas de apoio à decisão, exige-se Softwares de apoio à decisão
que o nível de expertise dos usuários seja elevado para lidar com A presença do sistema ERP está fortemente relacionada com
as dificuldades na implementação e utilização. Caso contrário, exis- aspectos transacionais e de execução de atividades operacionais,
te necessidade de treinamento específico, o que ocorre na maioria servindo como base para uma série de aplicações de apoio à de-
dos casos. cisão.
As ferramentas logísticas mais comuns encontradas no mer-
Planejamento Estratégico cado são para as seguintes áreas: programação e roteamento de
No planejamento estratégico as informações logísticas são sus- veículos, previsão da demanda, gerenciamento do armazém e pla-
tentáculos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da estraté- nejamento de estoques.
gia logística. Com frequência, as decisões tomadas são extensões Vale destacar que os sistemas ERP possuem módulos de geren-
do nível de apoio à decisão, embora sejam mais abstratas, menos ciamento de armazéns, cujo principal objetivo é gerenciar o fluxo
estruturadas e com foco no longo prazo. Como exemplo, podemos de informações, através do controle de posições e lote, regra FIFO,
citar as decisões baseadas em resultados de modelos de localização entre outras funcionalidades. Entretanto, funções relacionadas com
de instalações e na análise da receptividade dos clientes à melhoria a existência de inteligência não são disponibilizadas.
de um serviço. Duas ferramentas que não foram comentadas anteriormente
merecem destaque, principalmente pela pouca difusão nas empre-
Sistemas de Gestão Empresarial sas brasileiras dos conceitos que as norteiam.
Cada vez mais empresas brasileiras de médio e grande porte O primeiro é o módulo informações sobre a demanda. Nele
e de vários setores da economia vêm implementando sistemas de são armazenados dados mercadológicos sobre a concorrência, da-
gestão empresarial - ERP. Este tipo de sistema visa resolver proble- dos obtidos a partir dos PDV (ponto de venda) de seus principais
mas de integração das informações nas empresas, visto que antes clientes varejistas e ações promocionais tomadas pela empresa. O
elas operavam com muitos sistemas, caracterizando em alguns ca- objetivo é fornecer mais informações para o processo de previsão
sos “uma verdadeira colcha de retalhos”, o que inviabilizava uma da demanda.
gestão integrada. Além disso, a implementação de um sistema ERP O segundo trata-se do módulo informações de transporte que
permite que as empresas façam uma revisão em seus processos, armazena dados referentes ao transporte, como frete e tempo de
eliminando atividades que não agregam valor. trânsito, visando auxiliar na otimização da rede logística, bem como
Associando sistemas ERP à funcionalidade de sistemas de in- no planejamento de transporte, que determina o melhor modal
formações logísticas, podemos verificar claramente que o principal para certas rotas.
objetivo de um sistema ERP, sob o ponto de vista logístico, é atuar As vantagens competitivas são obtidas através da utilização de
como um sistema transacional, solucionando problemas com a au- redes de comunicação e sistemas informáticos que interconectem
sência de integração entre atividades logísticas. empresas, clientes e fornecedores, aumentando a produtividade,
Porém, nem todas as implementações de ERP consideram as logística e lucratividade, dentre outros benefícios às organizações
atividades logísticas de maneira integrada, isto resulta da falta de empresariais.
foco na logística, o que após o processo de implementação pode
trazer uma série de problemas para a gestão da logística.
Como exemplo podemos ter a seguinte situação: o responsável
pelo transporte não possui informação sobre o status do pedido,
que contém dados sobre a alocação de estoque (disponibilidade) e
sobre a data limite de expedição. Com isso, torna-se impraticável o
processo de consolidação de cargas.
Os principais sistemas ERP disponibilizam uma vasta possibi-
lidade de gerar relatórios e fornecer indicadores de desempenho
pré-configurados para mensuração, análise e controle. Entretanto, 9 https://www.significados.com.br/data-warehouse/
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

cas diversas se unem para atuar dentro de um mesmo sistema so-


COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: RELAÇÕES INDIVÍ- ciocultural na busca de objetivos determinados. Essa união provoca
DUO/ORGANIZAÇÃO, MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA, DESEM- um compartilhamento de crenças, valores, hábitos, entre outros,
PENHO que irão orientar suas ações dentro de um contexto preexistente,
definindo assim as suas identidades.
Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por meio de suas
Comportamento Organizacional “é um campo de estudo que ações, contribuem para a construção de sua sociedade. Entretan-
investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre to, os indivíduos agem sempre dentro de contextos que lhes são
o comportamento dentro das organizações com o propósito de preexistentes e orientam o sentido de suas ações. A construção
aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento da eficácia do mundo social é assim mais a reprodução e a transformação
de uma organização”. do mundo existente do que sua reconstrução total. Para Berger e
Tem por finalidade compreender os “espaços vazios” da organi- Luckmann (1983), a vida cotidiana apresenta-se para os homens
zação de forma que estes não prejudiquem o desenvolvimento da como realidade ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados em
organização, possibilitando, assim, reter talentos, evitar o turnover padrões que parecem ser independentes da apreensão que cada
e promover engajamento e harmonia entre os stakeholders. pessoa faz deles, individualmente.
Ter uma compreensão quanto ao comportamento organiza- Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do indivíduo
cional é extremamente importante para que as lideranças possam e do grupo, mediada pelos processos cognitivos, e interdependente
prever, e especialmente evitar, problemas individuais ou coletivos do contexto, varia conforme a inserção ambiental e o tipo de orga-
entre os colaboradores. nização, tanto quanto também varia internamente em suas subuni-
O comportamento organizacional refere-se a comportamentos dades. É importante salientar que o universo simbólico integra um
relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rotatividade no conjunto de significados, atribuindo-lhes consistência, justificativa
emprego, produtividade, desempenho humano e gerenciamento. e legitimidade. Em outras palavras, o universo simbólico possibilita
Refere-se ainda à motivação, liderança, poder, comunicação aos membros integrantes de um grupo uma forma consensual de
interpessoal, estrutura e processos de grupo, aprendizagem, apreender a realidade, integrando os significados e viabilizando a
desenvolvimento e percepção de atitude, processo de mudanças, comunicação.
conflitos. É por meio desse compartilhar da realidade que as identidades
dos indivíduos nas organizações são construídas, ao se comunicar
Considerando que, diferentemente das organizações, que aos membros, de forma tangível, um conjunto de normas, valores e
possuem uma certa formalidade em sua essência, as pessoas são concepções que são tidas como certas no contexto organizacional.
mais complexas, mais influenciáveis por variáveis diversas e, muitas Ao definir a identidade social dos indivíduos, o que se pretende é
vezes, são pouco previsíveis. garantir a produtividade, pela harmonia e manutenção do que foi
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valores, rituais, aprendido na convivência. É importante ressaltar que muitas vezes
normas, rotinas e tabus da organização, o que se pretende é buscar essas identidades precisam ser reconstruídas quando a empresa se
a sua identificação com os padrões a serem seguidos na empresa. vê diante de situações que exigem mudanças.
Dessa forma, se fornece um senso de direção para todas as pessoas
que compartilham desse meio. As definições do que é desejável e Daí vem o papel principal da análise do comportamento
indesejável são introjetadas pelos indivíduos atuantes no sistema, organizacional, que é o de permitir fazer uma leitura da dinâmica
orientando suas ações nas diversas interações que executam no existente na organização e como essa interfere e influencia o com-
cotidiano. portamento das pessoas envolvidas.
Considerando que nas relações entre indivíduo e organização
Reconhecer os significados e a própria razão de ser da empresa, existe uma troca de interesses, de conteúdo, de aporte, entre
bem como se familiarizar com as percepções e comportamentos tantos outros aspectos, gerir essa troca é papel da área de gestão
mais aceitos e valorizados na organização, conduz os funcionários de pessoa, que garante que, nessa troca, ambas as partes fiquem
a uma uniformidade de atitudes, o que é positivo no sentido de satisfeitas.
possibilitar maior coesão. No entanto, pode levar a uma perda
de individualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa — Motivação
a ser uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo para A implantação da psicologia nas organizações nas últimas
ambientes externos da organização, quando passam a adotar com- décadas concedeu aos gestores, as respostas de certas lacunas sobre
portamentos padronizados nas mais diversas situações. o trabalho humano, pois o homem é movido por uma força interior,
Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Organizacio- mas, para que seja satisfatória, e traga bem estar, é estimulada por
nais, destacamos: fatores externos. No ponto econômico das organizações, quando
•Nível Individual – Estuda as expectativas, motivações, habili- o colaborador trabalha com satisfação é sinal de mais resultado e
dades e competências que cada colaborador demonstra individual- mais rentabilidade para a empresa.
mente por meio de seu trabalho. Motivação é um processo responsável por impulso no
•Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, dos grupos, as comportamento do ser humano para uma determinada ação, que o
funções desempenhadas por estes e a comunicação e interação uns estimula para realizar suas tarefas de forma que o objetivo esperado
com os outros, além de estudar a influência e o poder do líder neste seja alcançado de forma satisfatória.
contexto. De acordo com Robbins (2005) a motivação possui três
propriedades que a regem, uma é a direção, o foco da pessoa em sua
Ao ingressar em uma organização, indivíduos com característi- meta e como realizar, outra é a intensidade, se o objetivo proposto
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

é feito como algo que vai lhe trazer satisfação ou será realizado por dispõem-se numa hierarquia mais complexa que a simples divisão
obrigação, e a permanência. “A motivação é específica. Uma pessoa em dois grandes grupos. Segundo Maslow, as necessidades
motivada para trabalhar pode não ter motivação para estudar ou humanas dividem-se em cinco grupos, necessidades fisiológicas ou
vice-versa. Não há um estado geral de motivação, que leve uma básicas, segurança, sociais, estima, auto-realização.
pessoa a sempre ter disposição para tudo.” (MAXIMILIANO, 2007, Segundo Robbins (2005), Herzberg, com a teoria dos dois
p.250). fatores, traz que os estímulos de insatisfação se eliminados podem
“Motivação é ter um motivo para fazer determinada tarefa, apaziguar os colaboradores, mas não necessariamente trazem a
agir com algum propósito ou razão. Ser feliz ou estar feliz no satisfação. Desse modo o contrário de satisfação é a não-satisfação;
período de execução da tarefa, auxiliado por fatores externos, mas e da insatisfação é a não-satisfação. Pelo fato das pessoas não
principalmente pelos internos. O sentir-se bem num ambiente estarem insatisfeitas, não quer dizer que estão satisfeitas. Os
holístico, ambientar pessoas e manter-se em paz e harmonia, com incentivos motivacionais que acercam as condições de trabalho,
a soma dos diversos papéis que encaramos neste teatro da vida Herzberg caracterizou como fatores higiênicos.
chamado “sociedade”, resulta em uma parcialidade única e que Ainda dentro da teoria de Herzberg, Chiavenato (2005), aborda
requer cuidados e atenção.” (KLAVA, 2010). dizendo que para Herzberg a motivação das pessoas para o trabalho
O que os gestores estão buscando são como manter sempre vai depender de dois fatores, sendo os higiênicos que correspondem
seus colaboradores satisfeitos, para que assim possam exercer ao contexto do trabalho e os motivacionais que correspondem ao
suas funções com o rendimento esperado pela organização, de cargo, tarefas e atividades relacionadas com o cargo.
modo que também, lhe seja prazeroso e satisfatório. Por exemplo, “As condições ambientais, no entanto, não são suficientes
além da remuneração, que já foi provado não ser o principal para induzir o estado de motivação para o trabalho. Para que haja
fator motivacional do ser humano, existe os fatores de relações motivação, de acordo com Herzberg, é preciso que a pessoa esteja
interpessoais, como ambiente de trabalho, o relacionamento com sintonizada com seu trabalho, que enxergue nele a possibilidade
os demais colaboradores, são estímulos para que os funcionários se de exercitar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões.”
motivem ao trabalho. (MAXIMIANO, 2007 p.268-269).
A partir da análise do filme Invictus (2010) a liderança exercida Seguindo ainda a linha das teorias que aborda à motivação
com democracia revela o respeito das pessoas, sem forçá-las para Zanelli (2004), apresenta a teoria X e Y, onde McGregor abordou
que isso aconteça. E dessa forma as pessoas se sentem motivadas que o homem tem aversão ao trabalho, precisa ser controlado e
a realizarem seus trabalhos sem uma pressão superior, dando-lhes punido, só se interessa pela parte financeira que o trabalho irá lhe
bem estar em seu ambiente. proporcionar, sendo está à teoria X, dentro da teoria Y, McGregor
Com a compreensão desses pontos, sabemos de que forma diz que o desempenho do homem no trabalho é um fator mais de
uma pessoa pode sentir-se motivada dentro da organização. Mas, natureza gerencial do que motivacional. O autor ainda acrescenta:
por trás de tudo isso, tem a questão do poder, pois pela busca do “A conclusão de McGregor foi a de que a prática gerencial
bem estar no trabalho, há também a ambição econômica e por apoiada na teoria X ignorava os estudos da motivação desenvolvidos
status dentro das organizações, cabe aos gestores a complicada por Maslow, que ressaltavam o quanto a motivação seria
tarefa de fazer dos seus colaboradores, aliados, de forma benéfica decorrente da emergência de necessidades humanas dispostas
hierarquicamente.” (ZANELLI, 2004 p.151-152).
para todos da organização.
Entende-se pois, que várias teorias foram criadas para abordar
a motivação, cada uma com um enfoque, mais aliadas a analisar
Teorias que abordam a motivação
de forma criteriosa a respeito do comportamento do indivíduo; de
De acordo com Zanelli (2004) ao longo do tempo foram
que formas são motivados, quais os mecanismos que poderão ser
surgindo conceitos e posteriormente teorias abordando a
usados para que o processo motivacional aconteça de forma a trazer
motivação humana, diversos teóricos contribuíram para tal
êxodo tanto para o indivíduo quanto para a organização. Segundo
propósito, analisando o comportamento do indivíduo e buscando
Chiavenato (2005, p.247). “Não faltam teorias sobre motivação. Nem
entender o que o faz motivado, e como o processo da motivação
pesquisas sobre o assunto. O fato é que o assunto é complexo”.
ocorre na vida do ser humano, dentre esses teóricos se destacaram
alguns, que analisaram de forma a colocar essas teorias dentro do Processo motivacional
contexto organizacional: Maslow, Herzberg, McGregor são alguns De acordo com Chiavenato (2005), a motivação vai estar
desses teóricos. atrelada com o comportamento humano, quando este pretende
Pode-se observar que Maslow em sua teoria destaca que o alcançar algum objetivo, a uma variedade de fatores que poderão
comportamento do indivíduo está sujeito a uma hierarquia de influenciar a motivação do indivíduo, quando o mesmo tem uma
fatores, baseada nas necessidades humanas, o teórico afirma determinada necessidade, imediatamente busca mecanismos que
que o indivíduo só será motivado a partir do momento que suas faz com que a satisfação seja suprida de forma a lhe garantir um
necessidades básicas forem supridas, colocando estas como sendo conforto e realização, ainda segundo o autor:
as necessidades fisiológicas e de segurança, estando na base da “Os seres humanos são motivados por uma grande variedade
pirâmide hierárquica de Maslow, o indivíduo conseguiria atingir de fatores. O processo motivacional pode ser explicado da
uma nova necessidade a partir do momento que a anterior tiver seguinte forma: as necessidades e carências provocam tensão e
sido satisfeita, as necessidades superiores apresentam-se como desconforto na pessoa e desencadeiam um processo que busca
motivadoras da conduta humana, ou seja, as necessidades sociais, reduzir ou eliminar a tensão. A pessoa escolhe um curso de ação
estima e auto-realização. Sobre esta mesma teoria Maximiano para satisfazer determinada necessidade ou carência. Se a pessoa
(2007, p.262), vai dizer: consegue satisfazer a necessidade, o processo motivacional é bem-
Maslow desenvolveu a idéia de que as necessidades humanas
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

sucedido. Essa avaliação do desempenho determina algum tipo de sua necessidade pessoal, os grandes realizadores se destacam
recompensa ou punição à pessoa.” (CHIAVENATO, 2005 p. 273). das outras pessoas pelo seu desejo de fazer melhor as coisas. As
Essas considerações referentes à motivação nos levam a pessoas que gostam de estar no comando, se caracteriza pela
entender que o processo motivacional está intimamente ligado ao necessidade de poder, em estar liderando e preferem situações
comportamento do indivíduo, ou seja, o que ele busca alcançar; competitivas e de status, tendem a se preocupar mais com o
é claro e faz se lembrar que o ambiente é fator preponderante prestígio e a influência do que propriamente com o desempenho
para a busca da realização das necessidades, vários fatores eficaz. “Pessoas orientadas pela necessidade de associação
são responsáveis pela motivação humana. Dentro do contexto buscam a amizade, preferem situações de cooperação em vez de
organizacional entende-se, pois que o clima organizacional está competição e desejam relacionamentos que envolvam um alto grau
relacionado com a motivação, segundo Chiavenato (2005). de compreensão mútua.” (ROBBINS, 2005 p.139)
“O clima organizacional está intimamente relacionado com As demais teorias, como, a teoria da fixação de objetivos,
o grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada ênfase na produtividade; teoria do reforço, qualidade e volume
motivação entre os membros, o clima organizacional se eleva de trabalho; teoria do planejamento do trabalho, produtividade,
e traduz-se em relações de satisfação, animação, interesse, absenteísmo, satisfação e rotatividade; teoria da equidade, ponto
colaboração irrestrita etc., todavia, quando a baixa motivação forte na previsão do absenteísmo e da rotatividade; e a teoria da
entre os membros, seja por frustração ou imposição de barreiras a expectativa, o colaborador se sente motivado sabendo que a força
satisfação, das necessidades, o clima organizacional tende a baixar, exercida para objetivo terá o resultado esperado.
caracterizando-se por estados de depressão, desinteresse, apatia, “O ambiente de trabalho moderno é, para dizer o mínimo, desafiador.
insatisfação etc., podendo em casos extremos chegar ao estado de O sucesso das organizações e das pessoas que as fazem funcionar não
agressividade, tumulto, inconformismo etc., típicos de situação em vem fácil. Essa era de contrastes abre a porta para a criatividade na
que os membros se defrontam abertamente com a organização, administração. Os ganhos em produtividade, desempenho e lealdade
como nos casos de greves, piquetes etc.” (CHIAVENATO, 2005 p. do consumidor ficam à disposição daqueles que realmente respeitam
269). as necessidades dos trabalhadores, tanto no emprego quanto na vida
Portanto, os gestores devem compreender que o clima pessoal.” (KLAVA apud SCHERMERHORN et al, 2010).
organizacional é fator de grande importância nas organizações, a As teorias motivacionais contemporâneas trouxeram uma nova
partir do momento que a organização oferece um ambiente que roupagem, sobre a motivação do indivíduo, adequando as teorias
seja propício para o colaborador se sentir motivado, animado e anteriores a um contexto organizacional moderno e desafiador, que
interessado com o trabalho, a organização caminhará ao alcance as organizações terão que enfrentar.
dos resultados positivos, colaborador que trabalha satisfeito a
organização só tende a crescer, mas para isso é preciso que haja — Liderança
condições; uma desta é favorecer um ambiente de trabalho As organizações têm evoluído, sobretudo em termos
agradável. estruturais e tecnológicos. As mudanças e o conhecimento são
os novos paradigmas e têm vindo a exigir uma nova postura nos
As relações das teorias motivacionais contemporâneas e as estilos pessoais e organizacionais, voltados para uma realidade
organizações diferenciada e emergente. Neste contexto, a Liderança passa a
A expansão da globalização exige pessoas bem instruídas ser a chave para o sucesso organizacional, decorrendo de uma
nova cultura e estrutura, na qual se privilegia o capital intelectual,
e qualificadas. As teorias contemporâneas baseiam-se na
pois são as pessoas que proporcionam as condições essenciais ao
necessidade de auto realização, a ambição por um bom cargo e
desenvolvimento das organizações.
status dos colaboradores, essas teorias dão ênfase aos estímulos
Ao longo dos tempos, a liderança tem sido alvo de interesse por
motivacionais principalmente no trabalho.
parte das organizações e dos gestores, estes começaram a perceber
Clayton Alderfer, com a Teoria ERG (Existence, Relatedness,
a importância que a mesma tem para o sucesso e o alcance dos
Growth), somou à Teoria das Necessidades descrita por Maslow,
objetivos traçados.
informações das organizações contemporâneas, e propôs três
Os líderes devem procurar incrementar, um melhor
grupos de motivação no trabalho. O primeiro grupo foi o de
relacionamento entre as pessoas, incentivando o trabalho em
existência, que está associado às necessidades básicas, como equipa, motivando os colaboradores e proporcionando um
descritas por Maslow nas necessidades fisiológicas e de segurança. ambiente de trabalho saudável, seguro e propício ao progresso e
O segundo, as necessidades de relacionamento, desejo que os desenvolvimento das suas capacidades e talentos.
seres humanos têm em manter relações sociais. No último grupo, A Liderança é um tema muito atual e de importância estratégica
aparece a necessidade de crescimento do colaborador, o desejo por para as organizações, como tal, deve ser integrada na definição da
cargos e status dentro da organização, realização pessoal dá ênfase estratégia organizacional. As organizações precisam das pessoas
as necessidades de nível alto da teoria de Maslow. “Um desejo para atingirem os seus objetivos e alcançar a sua visão e missão de
intrínseco de desenvolvimento pessoal. Isto inclui os componentes futuro, assim como as pessoas necessitam das organizações para
intrínsecos da categoria estima de Maslow, bem como as atingirem as suas metas e realizações pessoais.
características da necessidade de auto realização”. (ROBBINS, 2005 As pessoas têm sido uma preocupação constante da gestão das
p.136). organizações, uma vez que uma boa gestão das mesmas se traduz no
David McClelland e sua equipe deram ênfase a três necessidades: diferencial que alavanca os bons resultados. Para trabalhar o capital
realização, poder e associação; que aparecem de forma diferenciada humano de modo a maximizar o seu desempenho, é necessário que
em cada pessoa, caracterizando-as. A necessidade de realização, a os indivíduos se sintam motivados e satisfeitos com o seu líder e
compulsão por eficiência, o desejo de ser cada vez melhor, e suprir
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

com a forma como que a Liderança vem sendo exercida. decisões.


Os líderes têm a missão de atingir os resultados pretendidos
pela organização através das pessoas que lideram. Assim sendo, Os líderes são inovadores e criativos, procuram agir sobre a
para que a gestão de pessoas seja eficaz, os líderes têm de ser os situação em causa, as suas perspectivas e aspirações são a longo
modelos sociais, dando o exemplo, estando sempre na linha da prazo, têm uma atitude proativa, são emocionais e empáticos
frente, mostrando como se faz, fazendo. e atraem fortes sentimentos de identidade e diferenciação.
A liderança é considerada como um processo dinâmico e que As competências de liderança não podem ser ensinadas nem
vem sofrendo alterações e adaptações aos vários níveis, daí a aprendidas são inatas ao ser humano, estas vão sendo moldadas
necessidade de trabalhar algumas das suas principais características pelas experiências e conhecimentos adquiridos.
que permitem obter o máximo de eficiência e eficácia. Para Monford e tal. (2000, p.24), “Os líderes não nascem
Sejam quais forem as características pessoais e de nem são feitos; de facto, o seu potencial inato é moldado pelas
personalidade do líder, estas afetam as relações com os liderados experiências que lhes permitem desenvolver as capacidades
e, consequentemente, o desempenho destes nas tarefas que necessárias à resolução de problemas sociais significativas.
executam nas organizações.
As diversas definições de liderança não são unânimes e estão • Gestão
longe de gerar consenso entre os autores. Desta forma, tem sido A gestão tem uma abrangência muito maior do que a liderança,
muito difícil definir o que é ser líder e o que é a liderança, havendo envolve tanto os aspectos comportamentais como os que estão
inúmeras definições para este conceito. diretamente ligados à sua gestão, tais como: planeamento, controlo
Segundo Yukl (1998, p.5), “A liderança é um processo através e regulamentos internos e externos. Os gestores são mais racionais,
do qual um membro de um grupo ou organização influencia a trabalham mais com a “cabeça” do que com o “coração”.
interpretação dos eventos pelos restantes membros, a escolha dos Segundo Bennis & Nanus (1995), “gerir consiste em provocar,
objectivos e estratégias, a organização das actividades de trabalho, realizar, assumir responsabilidades, comandar. Diferentemente,
a motivação das pessoas para alcançar os objectivos, a manutenção liderar consiste em exercer influência, guiar, orientar. Os gestores
das relações de cooperação, o desenvolvimento das competências são pessoas que sabem o que devem fazer. Os líderes são as que
e confiança pelos membros, e a obtenção de apoio e cooperação de sabem o que é necessário fazer.”
pessoas exteriores ao grupo ou organização.” Os gestores são conservadores e analíticos, reagem e adaptam-
A Liderança é uma tentativa de influência, de modo a conseguir se aos factos ao invés de transformá-los. Tendem a adoptar atitudes
dos seus liderados empenho e cooperação. Nessa perspectiva, impessoais, calculam as vantagens da competição, negoceiam e
quando um chefe manipula ou exige obediência e cooperação de usam as recompensas e as punições como formas de coação. Estes
forma coerciva, não há liderança. estão perfeitamente enquadrados na cultura organizacional e lutam
pela optimização dos recursos de modo a alcançarem os resultados
Liderança X Gestão desejados.
A liderança e a gestão são vocábulos que por vezes são vistos Para que as organizações possam sobreviver num mercado
por muitos como sinônimos, no entanto existem diferenças bem globalizado e cada vez mais competitivo têm de ter uma boa gestão.
notórias entre ambos, além disso um bom líder pode não ser um A gestão tem que ter a implementação da mudança através da visão
bom chefe e vice-versa. do seu líder de forma a alcançar os resultados previamente definidos.
De acordo com Rost & Smith (1992), “A liderança é uma Sem uma boa gestão as organizações não conseguirão atingir esses
influência de relacionamento, ao passo que a gestão é um resultados e tornam-se pouco produtivas e competitivas.
relacionamento de autoridade. A liderança é levada a cabo com Quer a gestão quer a liderança têm diferentes formas de
líderes seguidores, enquanto a gestão é executada com gestores e gerir a sua equipa, através dos diferentes líderes. Esta hipótese é
subordinados.” bem acolhida por Rowe (2001), através de um modelo triangular
cujos vértices são a liderança gestionária, a liderança visionária e a
• Liderança liderança estratégica.
A liderança é um processo mais emocional, envolve o coração.
Os líderes são dinâmicos, criativos, carismáticos e inspiradores, são Tipos de liderança
visionários, assumem os riscos e sabem lidar com a mudança.
Os líderes são criativos e têm estilos mais imprevisíveis, são • Líder Gestionário
mais intuitivos do que racionais. Em vez de se adaptarem, tentam O líder gestionário está mais virado para a estabilidade
transformar o estado das coisas. Os líderes atuam proativamente financeira a longo prazo e orientado para os comportamentos de
formando ideias em vez de lhes reagirem. curto prazo e baixo custo. O seu relacionamento com as pessoas
Um bom líder não é aquele que se preocupa em sê-lo, mas está intimamente ligado com os seus papéis no processo de
aquele que dá o exemplo mostrando como as coisas devem decisão, mas raramente decide com base em valores. Não investe
ser feitas, que tem ética e se preocupa com as pessoas que o na inovação que pode mudar a organização pois falta-lhe visão,
rodeiam, que envolve e motiva toda a equipa. Deve focar-se no iniciativa e criatividade. Normalmente é reativo e adapta atitudes
desenvolvimento das pessoas com quem trabalha para que se passivas perante os objetivos, estes centram-se nas necessidades
tornem mais autónomas. sentidas e não nos desejosos ou sonhos.
O líder tem a capacidade de gerir diferentes personalidades
mobilizando-as para objetivos comuns. Liderar é saber comunicar • Líder Visionário
e conquistar a admiração e o respeito dos outros, fazendo com que Já o líder visionário fomenta a mudança, a inovação e a
todo o grupo se identifique com o líder, o siga e execute as suas criatividade. É proativo, muda o modo de as pessoas pensarem
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NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

acerca daquilo que é desejável e necessário. Está orientado para Estilos de liderança
o desenvolvimento das pessoas e para o sucesso das organizações. As organizações, as equipas e as situações variam no tempo
Normalmente decide com base em valores e relaciona-se com as e no espaço, os líderes também, daí que é bastante comum que
pessoas de modo intuitivo e empático. Enfatiza a viabilidade de o sucesso do líder e dos seus seguidores esteja diretamente
empresa a longo prazo mas os seus sonhos podem ser destruidores relacionado com o estilo de liderança adoptado.
da riqueza no curto prazo. White & Lippit (1939) fizeram os primeiros estudos para
• Líder Estratégico verificar o impacto causado pelas diferentes formas de liderar.
O líder estratégico combina as duas orientações, ou seja, Segundo eles existem essencialmente três estilos de liderança:
combina as qualidades dos gestores com as dos líderes. Acredita liderança autoritária, liberal e democrática.
nas escolhas estratégicas que fazem a diferença na organização.
Essas estratégias devem ter impacto imediato, sendo que as • Liderança Autoritária
responsabilidades serão a longo prazo. Fomenta o comportamento Em primeiro lugar aparece a liderança autoritária, “o líder fixa
ético e as decisões baseadas em valores. Tem elevadas expectativas as diretrizes, sem qualquer participação do grupo”, é ele que fixa
acerca dos seus superiores, colaboradores e dele próprio. todas as diretrizes e determina qual tarefa deve ser realizada, tudo
Podemos então concluir que a liderança estratégica resulta da tem que ser feito como ele define. (CHIAVENATO, 2003)
conciliação da liderança visionária e gestionária. Na liderança autoritária, autocrática ou diretiva o líder foca-
Alguns indivíduos terão mais aptidão para liderar e outros para se apenas nas tarefas e determina técnicas para a execução das
gerir, enquanto outros conciliam as duas vertentes. mesmas. O líder toma as decisões individualmente e não considera
No entanto, muitos líderes podem aprender a gerir e muitos a opinião da equipe, ordena e impõe a sua vontade. Este tipo de
gestores podem melhorar as suas capacidades de liderança. liderança provoca tensão e frustração no grupo. O líder tem uma
Estabelecendo a correspondência com a tese de Zaleznik, postura essencialmente diretiva e não dá espaço à criatividade dos
Rowe (2001) “ a liderança gestionária está para os gestores como liderados. A sua postura por vezes é paternalista e fica satisfeito por
a liderança visionária está para os líderes. Ao contrário de Zaleznik sentir que os outros dependem dele. É rápido na tomada de decisão
“considera ainda que os dois papéis são conciliáveis na figura do e os seus objetivos são o lucro e os resultados. Por norma, neste
líder estratégico.” tipo de liderança as consequências são nefastas, existe ausência
de espontaneidade e de iniciativa e quando o líder abandona a
A importância dos líderes organização as pessoas sentem-se completamente perdidas pois
HARRIS (2001, p.394) “O Papel dos líderes é criar um ambiente não estavam habituadas a tomar decisões e a terem iniciativa
em que as pessoas se sintam livres para experimentar, exprimir-se própria.
com franqueza, tentar novas coisas. Ainda mais importante, o seu O trabalho só se realiza na presença do líder, pois na sua
papel é o de (…) construir o espaço, remover obstáculos e permitir ausência o grupo é pouco produtivo e indisciplinado. O líder
que os empregados façam o seu trabalho. Um dos objetivos autoritário normalmente não delega tarefas, prefere ser ele a
primordiais dos líderes deveria ser o de libertar os talentos de cada executá-las. A liderança autoritária apresenta elevados níveis de
pessoa para benefício delas próprias e da empresa como um todo.” produção, mas com evidentes sinais de frustração e agressividade.
Nas organizações é crucial que os líderes sejam pessoas idóneas
e sejam um exemplo para toda a equipa, pois sem um bom líder • Liderança Liberal
não haverá uma boa equipa. É fundamental que exista uma boa A liderança liberal é totalmente inversa à autocrática, “há
liderança por parte dos líderes, somente assim a equipa será coesa e liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima
trabalhará afincadamente para o alcance das metas organizacionais participação do líder.” (CHIAVENATO, 2003)
e dos objetivos conjuntos. Se o objetivo primordial de um líder é Na liderança laissez faire ou liberal não há imposição de regras,
fazer com que os outros o sigam, então é imprescindível que dê parte-se do princípio que o grupo atingiu a maturidade e não
bons exemplos e lhes mostre o caminho a seguir. necessita do líder para o orientar e o supervisionar. Caracteriza-
A liderança é um tópico fundamental nas relações de trabalho, se pela total liberdade da equipa o líder não interfere na divisão
os líderes têm de trabalhar no sentido de evitar conflitos laborais e das tarefas nem na tomada de decisão, quem decide é o próprio
proporcionar benefícios para todos. grupo. Este é considerado o pior estilo de liderança, uma vez que
Por vezes, as incompatibilidades pessoais e profissionais entre não há demarcação dos níveis hierárquicos instala-se a confusão,
os líderes e os liderados, fazem com que surjam conflitos difíceis de a desorganização, o desrespeito e a falta de um líder com poder e
gerir, contribuindo para o insucesso das pessoas e o fracasso das autoridade para resolver os conflitos.
organizações, dificultando assim o alcance das metas traçadas. Na liderança liberal o líder só participa na tomada de decisão
Segundo Russo (2005) “a discussão se os líderes nascem líderes quando é solicitado pelo grupo, os níveis de produtividade são
ou aprendem a sê-lo é longa. Contudo a resposta diz Russo é simples insatisfatórios e existem fortes sinais de individualismo, insatisfação
e direta: as duas afirmações são verdadeiras.” e desrespeito pelo líder.
O líder deve ser capaz de criar um ambiente saudável, bem
como interação e dinâmica com toda a equipa de trabalho. É • Liderança Democrática
fundamental criar desafios e dar autonomia, para que em conjunto No que respeita à liderança democrática, participativa ou
se implementem e tomem as melhores decisões. consultiva, este estilo está voltado para as pessoas e há participação
de toda a equipa no processo de decisão. É o grupo que define
as técnicas para atingir os objetivos, no entanto o líder tem a
responsabilidade de alertar o grupo para as dificuldades existentes
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no alcance desses mesmos objetivos. análise de Shein resultam dois importantes conceitos: a liderança
Segundo, Chiavenato (2003, p.125), “As diretrizes são debatidas transformacional e a liderança transacional.
e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder”.
O líder envolve todo grupo, pede sugestões e aceita opiniões, • Liderança Transformacional
existe confiança mútua, relações amistosas e muita compreensão. Bass (1985), foi um dos pioneiros nos estudos da liderança
Este estilo de liderança está orientado para as tarefas e para transformacional e transacional, a considerar que a liderança tanto
as pessoas. Os grupos submetidos à liderança democrática, envolve comportamentos transformacionais como transacionais.
apresentam elevados níveis de produtividade, quer em quantidade Alguns autores (Barling, Slater e Kelloway, 2000; Judge e Bono, 2000)
quer em qualidade. Existe ainda, um clima de satisfação, integração destacaram exclusivamente o papel da liderança transformacional.
e comprometimento das pessoas para com a organização. A Liderança Transformacional é o tipo de liderança que
De acordo com Fachada (1998), “A diferença entre o estilo resulta do processo de influenciar as grandes mudanças das
eficaz e ineficaz não depende unicamente do comportamento do atitudes e comportamentos dos membros da organização e o
líder, mas da adequação desses comportamentos ao ambiente comprometimento com a missão e os objetivos da organização.
onde ele desempenha as suas funções.” Segundo Bass (1985), os líderes transformacionais têm “visão”,
prendem-se às suas convicções internas, têm vontade de encorajar
O estilo de liderança a adoptar vai depender sobretudo da e olhar os problemas de diferentes formas. Estes líderes são donos
equipa a liderar e do seu tamanho. Deverá estar adaptada a cada do seu próprio destino e têm talento para atravessar os tempos de
pessoa, à equipa e à tarefa a realizar, só assim se conseguirá a adversidade com sucesso.
máxima eficácia na persecução dos objetivos.
Bass (1995) descobriu que as três principais características de
Teorias da liderança um líder transformacional são o carisma, reconhecimento e estímulo
Existem várias teorias de liderança e podem ser classificadas de cada seguidor como incentivo intelectual para que os seguidores
em quatro grupos: teorias de traços de personalidade (até aos anos examinem as situações de acordo com novas perspectivas.
40), teorias sobre estilos de liderança/comportamento do líder (até O mesmo autor (BASS, 2000, p.297) sustenta que “as qualidades
aos anos 60), teorias situacionais/contingências da liderança (desde dos líderes transformacionais são afetadas pelas experiências de
os anos 50 até final da década de 70) e por último as teorias dos infância (pais zelosos e que estabelecem objetivos desafiantes).
traços e do carisma (últimas décadas). Afirma mesmo que causas hereditárias podem estar na sua origem.”
Um líder Transformacional consegue que os seus seguidores
• Teoria dos Estilos de Liderança prossigam além dos seus próprios interesses e altera ou transforma
Na Teoria sobre os Estilos de Liderança a preocupação as suas metas em metas de todo o grupo ou da organização. Ele
dominante nas várias teorias foi definir o comportamento do faz com que os seguidores se envolvam integralmente para que se
líder mais eficaz. A abordagem dos estilos refere-se não ao que o atinjam os objetivos organizacionais.
indivíduo é mas ao que ele faz, ou seja, o seu estilo de liderar. Aqui Segundo Yukl (1999, p.46), “as teorias da liderança carismática
destacam-se as maneiras e estilos de comportamento adoptados e transformacional contribuem para o nosso entendimento da
pelo líder: autocracia, liberalismo e democracia, bem como a eficácia de liderança, mas a sua singularidade e contributo foram
liderança centrada nos resultados da tarefa e a liderança centrada exagerados.”
na preocupação com as pessoas.
Como instrumento de avaliação dos estilos de liderança Black • Liderança Transacional
e Mouton (1964), apresentam uma grelha de gestão, que é uma A Liderança Transacional baseia-se na relação do líder e do
tabela de dupla entrada, composta por dois eixos: o eixo vertical liderado. O líder conduz e motiva toda a equipa na direção dos
representa a “ênfase nas pessoas” e o eixo horizontal representa objetivos estabelecidos.
a “ênfase na produção”. Nos quatro cantos e no centro da grelha Segundo Bass (1995), a liderança transacional “envolve
os autores colocaram os principais estilos de liderança, de acordo a atribuição de recompensas aos seguidores em troca da sua
com a orientação para a tarefa ou para o relacionamento. Segundo obediência. O líder reconhece as necessidades e desejos dos seus
os autores, é muito importante que cada líder aprenda a observar colaboradores, clarificando-lhes como podem satisfazê-las em troca
o seu estilo de liderança através da grelha, a fim de melhorar o seu da execução das tarefas e do desempenho.”
desempenho, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento Muitas situações de liderança são baseadas num entendimento
profissional, bem como para o desenvolvimento da organização. entre o líder e os seus seguidores. Existe um contrato social implícito
Para Chiavenato (2003, p.124), “São teorias que estudam a indicando que se concordar com o que o líder deseja fazer, o
liderança em termos de estilos de comportamento do líder em seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada
relação aos seus subordinados. A abordagem dos estilos de liderança ou a não-demissão.
se refere àquilo que o líder faz, isto é, o seu comportamento de As transações construtivas resultam em consequências
liderar”. positivas, tais como a obtenção de uma promoção. Essas promoções
são vistas como mais eficazes e satisfatórias do que as transações
• Teoria dos Traços e do Carisma corretivas, que trazem consequências negativas, tais como uma
Nas últimas décadas os psicólogos organizacionais começam a humilhação.
interessar-se pela cultura organizacional e pela mudança cultural. Este tipo de liderança, a par da liderança carismática, constitui o
De acordo com o trabalho de Shein (1989) os líderes têm de ter estilo de liderança mais apropriado para a mudança organizacional.
capacidades específicas como a paciência, persistência, contenção Não é a força da autoridade que os chefes possuem devido à
da ansiedade, garantir estabilidade e confiança emocional, etc. Da sua posição privilegiada no organograma da organização que lhes
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proporciona eficácia para liderar as pessoas, mas a percepção – Mensagem: Por fim, a mensagem é basicamente o conjunto
positiva desses seguidores que faz dele um verdadeiro líder. de informações que são transmitidas
Num mundo altamente dinâmico e instável onde o ambiente
organizacional sofre continuamente profundas alterações A junção de todos estes elementos, faz com que a comunicação
impulsionadas pelo processo de globalização, o mercado torna-se aconteça, de forma verdadeiramente eficaz, nos mais diversos
mais exigente e competitivo, exigindo das organizações adaptações contextos, principalmente no empresarial.
e respostas rápidas a estas mudanças e alterações sofridas. As E por falar em mundo corporativo, é necessário lembrar que
empresas necessitam de profissionais capazes de responderem de a boa comunicação neste ambiente é bastante dinâmica. Ela não
forma ajustada e em tempo útil aos novos desafios. é realizada apenas por meio de conversas, formais e informais,
O alinhamento entre as Práticas de Liderança e a Cultura telefonemas e reuniões. Ela está presente desde a pausa do café
Organizacional é compreendido através dos conceitos percebidos até a emissão de documentos importantes. Além disso, há também
através da revisão bibliográfica. A revisão da literatura permitiu uma a utilização de ferramentas de comunicação escrita – como e-mail,
melhor compreensão dos conceitos de Liderança e dos principais memorandos e circulares, por exemplo – que fazem parte do dia a
fatores que a influenciam. dia de qualquer organização atualmente.
A chave do sucesso para um elevado desempenho das Por isso, saber escrever de forma clara e objetiva, assim como se
organizações está na congruência entre os elementos da comunicar de forma geral, utilizando todos os meios, é fundamental
organização, principalmente entre a estratégia, a estrutura, as para o desenvolvimento das demandas. Neste sentido, investir em
pessoas, a própria cultura e como não podia deixar de ser a uma comunicação eficaz não é somente investir em comunicações
Liderança. Assim sendo, será crucial que a organização repense a verbais, uma vez que esta envolve também as comunicações não
forma como a Liderança vem sendo exercida, só assim, conseguirá verbais.
pessoas motivadas e felizes, contribuindo de forma decisiva para o Lembre-se sempre que um bom profissional deve saber
aumento da performance da organização. planejar e esquematizar suas ideias para transmiti-las de forma
eficiente e serem entendidas com assertividade por aqueles que
Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar receberem estas mensagens.
os interesses da organização com os da sua equipa de trabalho,
empenhando-se afincadamente para proporcionar um ambiente • Porque é importante investir em uma comunicação eficaz?
favorável ao desenvolvimento dos seus liderado, influenciando-os É importante que as empresas entendam o quão valioso é ter
a alcançarem os objetivos comuns. uma comunicação eficaz, que seja clara e direta entre todos aqueles
que fazem parte dos negócios. É essa comunicação que garante o
Comunicação bom andamento dos processos, a execução das atividades e o
Diferente do que muitos acreditam, a comunicação não está alcance de resultados extraordinários.
ligada apenas ao fato de saber dizer algo a outras pessoas. Ela Pode soar como exagero, querida pessoa, mas não é. Quando
consiste em fazer com que o outro lado – no caso, o receptor – uma mensagem ou uma informação relevante para a equipe é mal
entenda aquilo que é dito, sem que haja qualquer tipo de má transmitida ela, consequentemente, será mal compreendida. Essa
interpretação. falha na comunicação – que impactará o andamento das atividades
de toda uma equipe – poderá afetar negativamente o ambiente de
• O que é comunicação eficaz? trabalho e trazer diversos outros prejuízos para os negócios.
Uma comunicação eficaz no cenário organizacional pode ser Uma informação mal transmitida poderá impactar
entendida como aquela que transforma a atitude das pessoas. Se a negativamente o atendimento aos clientes e fornecedores, por
comunicação apenas muda suas ideias, mas não provoca nenhuma exemplo, além de interferir nas relações interpessoais de colegas
mudança de comportamentos, então ela não atingiu seu resultado. de trabalho.
Assim, quando falamos em comunicação eficaz, estamos Diante disso, é essencial que você, seja empreendedor,
falando daquela que atinge com efetividade seu objetivo, que é empresário ou colaborador de uma empresa, perceba como é
transmitir uma mensagem com clareza, utilizando os mais diversos importante garantir que a comunicação dentro das organizações
tipos de canais de comunicação para isso. Ou seja, basicamente é seja realmente eficaz, pois ela contribui de maneira positiva com o
quando o emissor passa uma informação ao seu receptor e este equilíbrio organizacional.
entende a mensagem exatamente como ela foi transmitida, sem
acrescentar nada a mais ou a menos à sua interpretação. • Assertividade nos processos
Veja que neste parágrafo eu falei sobre os elementos que Todos sabemos que um dos maiores gaps existentes nos mais
compõem a comunicação eficaz, aos quais vou ressaltar mais uma diversos ambientes corporativos é a falha na comunicação. Isso
vez, para que fique claro o que é necessário para que se estabeleça acontece, pois, em grande parte dos casos, as pessoas que fazem
um processo comunicacional: parte da empresa e dos negócios, de uma forma geral, não têm
– Emissor: Responsável por transmitir a mensagem, com todas a consciência de que é necessário transmitir informações com
as informações necessárias para que haja o entendimento assertivo clareza e objetividade, para que assim, a execução dos processos
e efetivo desta; organizacionais sejam o mais assertivos possíveis.
– Receptor: Trata-se de quem recebe a mensagem e faz a sua Assim, criar esta consciência e este hábito em todos,
interpretação; independentemente dos cargos ocupados, faz com que os processos
– Linguagem: Aqui estamos falando dos códigos de linguagem tenham um bom andamento e as demandas sejam executadas com
que são utilizados para que haja a transmissão correta das muito mais facilidade, tornando, assim, muito mais fácil, também, o
informações; alcance dos objetivos e resultados extraordinários.
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• Engaja e motiva os colaboradores a serem alcançados, para que assim, todos caminhem juntos em
Quando existe uma comunicação eficaz nas empresas, direção aos resultados extraordinários. Sendo assim, é através da
os colaboradores que dela fazem parte sentem-se altamente comunicação eficaz que a organização conseguirá criar uma cultura
satisfeitos. Isso acontece, pois eles enxergam que estão em um lugar corporativa, onde cada membro da equipe entende quais são os
onde existe transparência, objetividade e espírito de cooperação na valores, crenças e regras de conduta da empresa.
forma de se comunicar. Neste sentido, para iniciar o processo de desenvolvimento
A consequência disso é um ambiente em que as atividades são de uma comunicação assertiva e transparente em seus negócios,
realizadas com muito mais fluidez, o que traz resultados positivos é primordial que o seu primeiro passo a ser dado seja reunir os
para todos. Além disso, quando observam que a comunicação é gestores e líderes da sua empresa, para avaliarem se a comunicação
eficaz na empresa, ou seja, que o que cada um diz verdadeiramente existente contribui positivamente com a cultura corporativa e
importa e é levado em consideração, aumenta a sensação de também com todos os processos que citei nos parágrafos anteriores
pertencimento destes colaboradores, fazendo com haja um deste texto. Caso a resposta não seja satisfatória, vejam o que pode
aumento significativo de seu engajamento e motivação. ser feito, levando em consideração o cenário da organização em si,
buscando e pesquisando ferramentas que lhes ajude a reverter esse
• Diminuição de conflitos quadro.
A partir do momento que uma empresa investe em
comunicação eficaz, ela evita a incidência de conflitos entre seus • Conheça o seu receptor
colaboradores. O motivo disso se dá pelo fato de que todos têm a Quando se diz que cada indivíduo é único não é algo dito
grande preocupação de transmitirem suas mensagens com o maior aleatoriamente. Cada pessoa tem a sua própria construção de
número de informações possíveis, que facilitem a interpretação do significados, que é pautada por toda uma carga cultural adquirida
colega que irá recebê-la e que, por ventura, executará determinada durante toda a sua existência. Ou seja, as pessoas não agem igual,
tarefa. pois suas formas de pensar são embasadas em questões culturais
Com isso, ocorre uma diminuição considerável de discussões e particulares.
desnecessárias, que surgem por simples falhas que acontecem na Com isso, a forma de se expressar, a escolha das palavras, o
comunicação, seja por parte do emissor, ou por parte do receptor, tom da voz ou o meio utilizado na comunicação influencia tanto na
situações estas que, infelizmente, ainda são bastante corriqueiras maneira como o ouvinte interpretará a mensagem recebida quanto
nos mais diversos ambientes organizacionais. na forma que esta mensagem será transmitida.
Devido a isso, é importante entender quem é o seu receptor,
Além disso, por tornar o ambiente organizacional o mais para que assim você consiga se comunicar com ele, de uma maneira
transparente possível, caso ocorram conflitos, estes logo são que seja mais fácil para que ele compreenda e também para que
resolvidos entre todos os envolvidos, uma vez que, através da a sua mensagem seja recebida exatamente da forma como você
comunicação eficaz, estes tornaram-se maduros o suficiente, transmitiu, sem interpretações dúbias no futuro.
para, em um conversa amigável, sentarem-se e resolverem suas • Invista na cultura de feedbacks
diferenças, sem que ninguém saia ofendido ou prejudicado com O processo de comunicação deve estar em evolução contínua,
isso. sendo aperfeiçoado todos os dias. Para isso, o feedback é uma
ferramenta de suma importância, pois ele dá a oportunidade de
• Melhora o clima organizacional conversarmos com nossos receptores, no sentido de entender
Como um dos benefícios trazidos pelo investimento em uma se a mensagem que transmitimos foi bem compreendida, se eles
comunicação assertiva e eficaz nas empresas é a transparência, o necessitam de mais informações, entre outros pontos, assim como
clima organizacional melhora de forma considerável com isso. eles também podem nos ajudar com sugestões, dizendo de que
Isso acontece, pois os gestores, principalmente, fazem forma podemos melhorar estes processos dentro da empresa,
questão de compartilhar todas as informações necessárias com para que se tornem verdadeiramente eficazes e contribuam com o
seus colaboradores, o que tem como resultado uma equipe mais trabalho de todos.
motivada e altamente valorizada, pois se sente parte dos processos, Dessa maneira, assegure-se do retorno da mensagem que
bem como a diminuição de fofocas e especulações, que geralmente foi transmitida, certifique-se se ela cumpriu com o objetivo e, de
são os motivos mais recorrentes dentro de uma empresa, que fato, gerou a atitude esperada. Caso isto não ocorra, o que você
fazem com que o seu clima seja prejudicado, assim como o trabalho pode fazer é passar a informação novamente, porém, dessa vez,
de todos. utilizando mecanismos que a deixem mais clara, usando outros
meios e palavras, por exemplo.
• Dicas para desenvolver a comunicação eficaz na sua orga- O ideal aqui, na implementação da cultura de feedback, é que
nização todos procurem entender quais são as dúvidas, a fim de esclarecê-
Agora que conseguimos entender o quão importante é ter las, e melhorar cada vez mais a comunicação existente entre cada
uma comunicação cada vez mais eficaz no ambiente corporativo, um que faz parte da organização.
vou compartilhar com você algumas dicas para que você consiga
desenvolver e acelerar este processo em seus negócios. Continue • Atente-se para o uso da Língua Portuguesa
a leitura e confira: Umas das situações, que ainda observamos bastante nos mais
diversos tipos de empresas, é o uso incorreto da língua portuguesa,
• Avalie o cenário seja de forma falada ou escrita. Por mais que tenhamos acesso à
No dia a dia das organizações é muito importante que os uma infinidade de informações, bem como facilidade para aprimorar
colaboradores e a empresa estejam alinhados quanto aos objetivos nossos conhecimentos, muitos de nós ainda comete inúmeros
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pecados linguísticos, o que acaba por prejudicar consideravelmente Quais as principais competências para trabalhar bem em
a comunicação no ambiente organizacional. equipe
Sendo assim, é essencial que antes de falarmos algo ou, O trabalho em equipe é uma competência composta de
principalmente, de escrevermos um e-mail ou ainda aquela diferentes habilidades. São capacidades que podem ser aprendidas
mensagem no bate-papo do trabalho, independentemente das e desenvolvidas, e que devem ser trabalhadas por todos os
pessoas com as quais estejamos conversando, nós façamos o exercício profissionais. Independente da sua área, o autoconhecimento
de nos certificamos se estamos nos comunicando corretamente, ou visando a melhora nunca deve cessar.
seja, se as palavras estão ortográfica e gramaticalmente certas, se A seguir, confira quais habilidades precisam ser desenvolvidas
cada uma delas está transmitido a mensagem com o sentido que para aprimorar sua capacidade de trabalho em equipe.
queremos transmitir, entre outros cuidados, que farão com que
a comunicação seja de fato eficaz e alcance o seu objetivo, que é • Gerenciar conflitos
passar informações, sem que haja erros de interpretação, tanto Grande parte dos profissionais procura evitar os conflitos
decorrentes de nossa parte, quanto do receptor. a todo custo. No entanto, muitas vezes eles aparecem, e ignorá-
Cultive o hábito de, sempre que tiver em dúvida sobre como los não é uma maneira saudável ou eficiente de proceder. Para
dizer ou escrever isso ou aquilo, pesquisar antes, seja na internet ou trabalhar em equipe efetivamente, é preciso identificar, gerenciar
em um dicionário, pois isso não é vergonha nenhuma e vai te ajudar e resolver conflitos.
no aprimoramento de seus conhecimentos e em seu repertório Para isso, é necessário desenvolver um conjunto de habilidades
com o passar do tempo. sociais. Destacam-se a empatia e a assertividade. A empatia é
fundamental para que você consiga acessar o ponto de vista
— Trabalho em equipe das outras pessoas, compreendendo a situação por diferentes
Trabalho em equipe pode ser definido como os esforços perspectivas. Já a assertividade ajudará a não fugir das situações
conjuntos de um grupo ou sociedade visando a solução de um socialmente desconfortáveis e estabelecer os seus limites sem
problema. Ou seja, um grupo ou conjunto de pessoas que se agressividade.
dedicam a realizar determinada tarefa estão trabalhando em Falando na agressividade, a inteligência emocional é outra
equipe. habilidade importantíssima tanto para a gestão de conflitos quanto
Essa denominação se origina da época logo após a Primeira para o ambiente profissional como um todo.
Guerra Mundial. O trabalho em equipe, através da ação conjunta,
possibilita a troca de conhecimentos entre especialistas de diversas • Comunicação eficiente
áreas. Se comunicar de forma clara e eficiente é essencial para um
Como cada pessoa é responsável por uma parte da tarefa, o bom trabalho em equipe. Alinhar as metas e objetivos é o primeiro
trabalho em equipe oferece também maior agilidade e dinamismo. passo para que tudo funcione sem problemas. Quando todos os
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é essencial que colaboradores entendem qual a direção que devem seguir com o
o grupo possua metas ou objetivos compartilhados. Também é trabalho, é mais fácil orquestrar a execução.
necessário que haja comunicação eficiente e clareza na delegação A comunicação também é importante para que todas as partes
de cada tarefa. saibam o que é esperado delas. A delegação de tarefas deve ser
clara, e ser respeitada. Novamente, a assertividade será uma
Um bom exemplo de trabalho em equipe é a forma que habilidade essencial para a boa comunicação.
times esportivos são divididos. Cada jogador possui uma função Quando um colaborador não sabe expressar seus limites, pode
específica, devendo desempenhá-la bem sem invadir o espaço e acabar pressionado a aceitar prazos que não pode cumprir ou
função dos seus companheiros de time. tarefas que não sabe realizar. Isso prejudicará tanto o desempenho
Cada vez mais as organizações valorizam colaboradores que da equipe, quanto a confiança dos colaboradores. E claro, o produto
apresentam facilidade com trabalho em equipe. Como a grande final também será amplamente afetado.
maioria das tarefas e serviços requerem a atuação de diferentes Por isso a comunicação pode ser vista como um dos principais
setores profissionais, colaborar e se comunicar bem é mais do que pilares do bom trabalho em equipe.
essencial.
A capacidade para trabalho em equipe possibilita que você • Proatividade
apresente melhores resultados e mais eficiência. Além disso, um A proatividade é antecipar necessidades e, de forma autônoma,
ambiente corporativo composto por pessoas que se comunicam todas as atitudes para atendê-las. Para o bom trabalho em equipe,
bem e colaboram sem problemas é mais harmonioso, melhorando é preciso que todos os colaboradores tenham a habilidade de
muito a qualidade de vida de todos os envolvidos. identificar situações-problema antes que elas aconteçam. O mais
O trabalho em equipe é uma habilidade fundamental para bons importante, no entanto, é tomar uma atitude e oferecer soluções.
líderes. Por isso, se a liderança está no seu plano de carreira, você Uma equipe formada por colaboradores proativos tem um
precisa desenvolver essa capacidade. funcionamento mais eficiente. Os resultados são melhores e obtidos
De uma forma geral, pessoas que possuem facilidade com de forma mais rápida. Essa característica também possibilita que
trabalho em equipe são mais contratáveis, trabalham melhor, têm os processos sejam otimizados, elevando a qualidade do trabalho
mais qualidade de vida no trabalho e mais possibilidades de receber como um todo.
uma promoção. Para que funcionários sejam proativos, no entanto, é necessário
que o estilo de liderança da organização seja flexível. A abertura a
feedbacks, sugestões e opiniões entre os gestores é essencial para
estimular a proatividade.
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• Inovação Manter um bom relacionamento é imprescindível, o sucesso


A criatividade e inovação são habilidades capazes de no dia a dia, na convivência com pessoas e também no ambiente
transformar a forma que uma equipe interage. Para o bom trabalho profissional depende muito de como você trata as pessoas a sua
em equipe, é preciso que seus integrantes estejam sempre inovando volta, não se pode escolher com quem trabalhar, ou com quem
os processos e procurando soluções criativas. Isso possibilita dividir uma mesa no trabalho, somos “convidados” a lidar com as
a obtenção de melhores resultados, aumento da eficiência e diferenças em todos os aspectos.
otimização dos processos. Um relacionamento interpessoal saudável entre o líder e seus
Da mesma forma que a proatividade, a criatividade na equipe liderados facilita no desbloqueio da insegurança que rodeiam os
precisa de espaço concedido pela liderança para florescer. Estimular colaboradores no dia a dia, o respeito e admiração trazem harmonia
a autogestão na equipe possibilita que os profissionais criem para o ambiente de trabalho.
soluções inovativas para realizar suas tarefas. O aprimoramento deste relacionamento é diário, construído
aos poucos e deve ser regado para que futuras frustrações e
• Confiança discórdias no trabalho não venham a aparecer.
Não existe trabalho em equipe sem confiança mútua. Afinal, Algumas vezes, lidar com as diferenças causa incompatibilidade,
cada um precisa fazer a sua parte das tarefas e acreditar no desentendimentos, problemas, que devem ser solucionados a
potencial de seus companheiros. Quando você confia no resto na partir do bom relacionamento e diálogo entre os colaboradores,
sua equipe, consegue delegar tarefas sem temer pela qualidade do pois, “pequenas ações são as sementes dos grandes resultados”
produto final. (ALBUQUERQUE, 2012, p. 85).
Isso é especialmente verdadeiro para os líderes. Muitos “As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do
gestores cometem o erro de praticar a microgestão, tentando processo de interação” (MOSCOVICI, 2011, p. 69). É uma maneira
controlar todos os aspectos das tarefas de toda a equipe. Isso de conhecer mais, aprender com situações diversas no grupo social,
passa aos colaboradores a mensagem de que o líder não confia vivenciando e trocando informações.
em suas habilidades, afetando o relacionamento entre a equipe, a Interagir com o outro ou se comunicar muita das vezes se
autoconfiança e a motivação. torna uma tarefa complicada, quando essa prática costuma falhar
Para delegar, é preciso confiar. Se sua equipe sentir que a alguns conflitos surgem e não são fáceis de serem resolvidos. O ser
liderança e seus pares confiam em seu trabalho, tem muito mais humano é envolvido por sentimentos, sensações e quase nunca
chances de realizar as tarefas eficientemente e com motivação. pela razão, para se trabalhar em equipe é necessário a flexibilidade
e compreensão, afinal realizar tarefas em equipe e estar no meio
• Respeito de pessoas no ambiente de trabalho pode gerar eficiência nas
O respeito mútuo é importantíssimo para o bom trabalho em atividades e os objetivos lançados são alcançados com mais
equipe. Colaboradores que não se respeitam como profissionais facilidade.
e como pessoas jamais terão um bom relacionamento. Sem o “Influenciar pessoas é conseguir colaboração e cooperação.
respeito, nenhuma outra habilidade que citamos anteriormente é A cooperação vai além do favor, que é uma gentileza espontânea,
possível. além da obrigação e do poder de mando” (ALBUQUERQUE, 2012, p.
Para estimular o respeito entre a equipe, é necessário trabalhar 84). As pessoas se sentem parte do grupo quando podem colaborar.
as habilidades de empatia e construir uma boa convivência entre os O trabalho em equipe também é muito característico do
membros. Dinâmicas e exercícios de team building são ferramentas relacionamento interpessoal, o individuo precisa aprender a
valiosíssimas nesse cenário. trabalhar dentro de uma organização.
Equipe é considerada um “conjunto ou grupo de pessoas com
— Relacionamento interpessoal habilidades complementares, comprometidas umas com as outras
Para Albuquerque (2012), uma maneira de desenvolver a pela missão comum, objetivos comuns, obtidos pela negociação
individualidade de cada ser é aprender a aceitá-los como são, pois entre os membros envolvidos em um plano de trabalho bem
assim nos adaptamos a cada um, construindo um comportamento difundido” (CARVALHO, 2009, p. 94).
tolerante. Quando estamos dispostos a aceitar as pessoas, As empresas necessitam de funcionários qualificados e com
consequentemente nos tornamos mais flexíveis e observadores, o desenvoltura, transformar um grupo em equipe é um grande
que facilita o convívio, o aprendizado, e a capacidade de desenvolver- desafio, os funcionários estão cada dia mais isolados uns dos
se, descobrindo valores a partir de fraquezas de outros. outros, possuem egoísmo e temem se aproximar demais do outro
Mesmo sendo impossível agradar a todos o ser humano temendo perder a vaga para um colega da mesma equipe. Gestores
necessita entender que precisa conviver com as pessoas a sua volta, estão a procura de pessoas que pensam juntas, desenvolvem juntas
ninguém consegue viver sozinho, por isso tratar as pessoas bem ou e buscam crescimentos visando os lucros da empresa, hoje em dia
saber lhe dar com a presença de vários a sua volta é o mínimo que funcionários estão sendo desligados por falta destas características.
se precisa diante de uma sociedade em decorrente ascensão. Muitos visam somente o salário no começo do mês ou benefícios
De acordo com Chiavenato (2010), o relacionamento que a empresa pode oferecer a ele, é necessário abrir a mente,
interpessoal é uma variável do sistema de administração pensar e agir alto, ter ações que vão deixar a empresa orgulhosa de
participativo, que representa o comportamento humano que gera ter um funcionário que possua os valores da organização, proativo
o trabalho em equipe, confiança e participação das pessoas. “As e faz acontecer na área de atuação.
pessoas não atuam isoladamente, mas por meio de interações A comunicação é uma poderosa ferramenta capaz transformar
com outras pessoas para poderem alcançar seus objetivos” situações, resolver conflitos e também esclarecer fatos embaraçosos
(CHIAVENATO, 2010, p. 115). decorrentes do dia a dia, bem como ser gentil e educado no
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ambiente de trabalho. da empresa, tendo como fonte de informação o organograma


Além de influenciar os outros, uma boa comunicação contribui organizacional, que indica os canais que a mensagem deve seguir.
para a imagem de si mesmo, em um ambiente de trabalho não A metodologia utilizada neste trabalho foi à pesquisa de
é diferente, saber conversar com o gestor ou com a equipe de campo, onde foi elaborado um questionário fechado com
trabalho é necessário, expressar ideias, expor opiniões, concordar perguntas direcionadas ao relacionamento interpessoal dentro das
com palavras e atitudes que vão levar a empresa a resultados organizações.
positivos é essencial. O uso do questionário para Luz (2003) é a técnica mais utilizada
A comunicação é uma “ferramenta muito poderosa para nas pesquisas de clima, pois permite o uso das questões abertas ou
o comando, tanto que é considerada uma das competências fechadas, o custo é relativamente baixo, e pode ser aplicada a todos
essenciais para o êxito profissional. Nos relacionamentos humanos ou só a uma amostra de colaboradores.
tem seu valor potencializado” (ALBUQUERQUE, 2012, p. 104). A escolha do questionário com questões fechadas deu-
A dificuldade em expressar ideias ou falar em público existe e se pelo fato dos resultados obtidos serem mais reais, o leitor e
acompanha diversas pessoas, somente o fato do colaborador saber responsável por responder as perguntas necessita de mais atenção
que precisa apresentar sua proposta em uma reunião ou expor e comprometimento em analisar e interagir com o responsável pela
sua opinião em algo importante dentro da organização gera medo pesquisa.
e ansiedade. O desenvolvimento pessoal de cada profissional é O questionário elaborado foi aplicado a gestores de uma
necessário, aperfeiçoar nas habilidades propostas deixa de lado o empresa, logo em seguida os dados foram abordados e analisados
fato de não entregar o trabalho ofertado pela empresa. sob uma estatística, objetivando descrever qual o grau de satisfação
Um assunto mal falado gera confusão de informações tornando e de interesse dos mesmos em seus subordinados.
o ambiente de trabalho confuso e tenso, a união do relacionamento Através do gráfico 4.3 podemos observar que as mulheres
interpessoal com uma boa comunicação torna-se eficaz diante de possuem maior dificuldade no relacionamento interpessoal dentro
uma organização que necessita de colaboradores fluentes e certos desta organização. Não foi identificada a quantidade de homens e
do seu papel no trabalho. mulheres em cada área, porem com este questionário foi possível
“O desenvolvimento de competência interpessoal exige identificar que o publico feminino tem certa dificuldade em se
a aquisição e o aperfeiçoamento de certas habilidades de relacionar.
comunicação para facilidade de compreensão mútua” (MOSCOVICI, Mesmo possuindo certa dificuldade com as colaboradoras, este
2011, p. 102). índice não prejudica a gestão dos gerentes, conforme gráfico 4.4
Existem vários elementos primordiais e fundamentais dentro podemos ver que é maior a satisfação dos gestores quando houve
da comunicação e que devemos utilizar em nosso dia a dia. falar em relacionamento interpessoal.
Elementos - Segundo NASSAR (2005, p. 51), a estrutura Olhando de um modo geral os colaboradores conseguem se
comunicacional possui quatro características essenciais. Tais como: adequar uns aos outros e também com a empresa, a organização
Emissor – está ligado a organização é quem inicia a mensagem; Meio
oferece benefícios que fazem com que os mesmos se sintam
ou Canal de transmissão – ligado as ferramentas de comunicação,
motivados a trabalhar em equipe.
é o meio através do qual é transmitida a mensagem; Receptor –
Lacombe (2005) afirma que a satisfação do pessoal com o
público interno, a quem a mensagem é dirigida e as Respostas ou
ambiente interno da empresa está vinculada a motivação, á lealdade
Feedback – que são os resultados obtidos.
e á identificação com a empresa, facilitando, assim, a comunicação
Obstáculos – Algumas palavras transmitidas não possuem
interna e o relacionamento entre as pessoas.
o mesmo significado para o emissor e receptor, surge então
problemas devido diferenças de interpretação.
Para que a importante comunicação exerça seu papel dentro — Relações humanas
das empresas é necessário as ferramentas citadas acima, através O principal conceito dessa teoria administrativa é procurar
delas as pessoas terão mais facilidade em transmitir suas ideias e identificar e entender os sentimentos dos trabalhadores, bem
opiniões e também de ouvir o que está sendo falado. como relacionar essas emoções com as atividades por eles
A valorização do seu quadro de pessoal é primordial para que desempenhadas.
a empresa cresça e dê frutos, através disto os colaboradores se Em outras palavras, é quando o colaborador deixa de ser
tornaram mais satisfeitos e comprometidos com seu trabalho e com tratado apenas como um “homem profissional” e começa a ser
as atividades designadas. analisado por um viés mais humano, como um “homem social”, que
Para ARGENTI (2006, p. 169), “A comunicação interna no século tem um comportamento complexo e mutável.
XXI envolve mais do que memorandos e publicações; envolve Assim, o seu desempenho não poderia ser avaliado apenas
desenvolver uma cultura corporativa e ter o potencial de motivar a pelos números finais apresentados, mas por todo o processo de
mudança organizacional”. produção.
O ideal é envolver os colaboradores certos na área certa e no Surgem aí questões como: o que o levou a produzir assim? Por
local correto, resultados positivos virão e uma gestão mais eficaz que em determinado mês ele tinha uma performance melhor ou
irá surgir. pior?
Baseado nos conceitos acima se entende que a comunicação Tudo começou a fazer parte de uma questão maior e, a partir
interna exerce um importante papel dentro das empresas, através de então, fatores externos ao ambiente organizacional passaram a
dela os colaboradores executam suas funções de forma mais ser observados como elementos impactantes na mensuração dos
objetiva e de acordo com os negócios da organização. resultados.
Para DUBRIN (2003) os canais formais de comunicação são
os caminhos oficiais para envio de informações dentro e fora

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Características da teoria das relações humanas Depois de aumentar, diminuir e deixar os dois grupos em uma
Também conhecida como Escola das Relações Humanas, essa exposição contínua de luz, a conclusão foi de que a melhora no
teoria se baseava em três princípios básicos, que contrastavam com desempenho se dava mais por um fator psicológico do que algo
o modelo vigente até então, chamado de clássico ou mecanicista. fisiológico.
Ou seja, as mulheres se viam mais pressionadas a produzirem,
Confira as suas principais características: muito em função da pressão colocada sobre elas do que
1 – O homem não é somente um ser mecânico, pois suas ações propriamente por uma mudança drástica causada pela luz.
são muito mais complexas do que as de uma máquina Por isso, os resultados encontrados nessa primeira fase foram
2 – Todo ser humano tem seu comportamento direcionado pelo deixados à margem do experimento.
sistema social, em conjunto com as suas necessidades biológicas
3 – As pessoas precisam de alguns elementos fundamentais – Segunda fase:
para viver, tais como: carinho, aprovação social, influência, proteção A segunda fase também era composta por dois grupos.
e autorrealização. Um deles era formado por seis moças, sendo que cinco delas
realizavam o trabalho de montar as relés – parte dos aparelhos
• Como surgiu a teoria das relações humanas? telefônicos – e a outra era responsável por prestar ajuda a elas,
A teoria das relações humanas surgiu no período entre o final alcançando ferramentas para abastecer o trabalho. Esse era o
da década de 1920 e início da década de 1930, nos Estado Unidos. chamado time experimental.
Na época, o país vivia a chamada Grande Depressão, que O outro grupo era formado por apenas cinco funcionárias e um
culminou com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em contador, que contabilizava o número de peças produzidas. Essa era
1929. a equipe de controle.
O movimento, então, aparece como uma tentativa de encontrar O estudo foi dividido em 12 períodos e identificou que o time
respostas para os problemas econômicos vividos no país. experimental produziu melhor, pois a supervisão era mais branda
Soluções que até então eram inquestionáveis passaram a ser e não havia aquela cobrança induzida pelo instrumento que fazia a
problematizadas. quantificação do trabalho.
Tudo o que os empresários e a população em geral queriam No cenário um, o ambiente mais amistoso possibilitava um
naquele momento era se reerguer como nação. clima mais descontraído, no qual as colegas passaram a ficar amigas
Justamente por isso, a teoria traz uma nova visão administrativa e a construir uma boa relação fora dali.
para as empresas, com o intuito de rever o entendimento do capital Isso sem falar nos sentimentos de colaboração e de empatia,
humano dentro das organizações. também bastante reforçados.
Era o oposto do encontrado no grupo de controle, no qual a
Experiência de Hawthorne competitividade imperava e o individualismo tomava conta.
O grande marco da teoria das relações humanas foi a chamada
“experiência de Hawthorne”. – Terceira fase:
Hawthorne é um bairro da cidade de Chicago, onde ficava a Nesse momento, as questões físicas começaram a ser deixadas
Western Electric Company, empresa de componentes telefônicos um pouco de lado para dar mais atenção ao emocional e às relações
na qual foi realizado o primeiro estudo, dividido em quatro etapas e interpessoais no trabalho.
conduzido por Elton Mayo e Fritz Roethlisberger. Foi quando iniciou o programa de entrevistas, que tinha como
Os dois professores da Universidade de Harvard foram objetivo ouvir as opiniões dos funcionários a respeito de suas
contratados para analisar a produtividade dos funcionários e a sua atribuições.
relação com as condições físicas de trabalho. O objetivo era entender como eles se sentiam ao realizar
determinadas atividades e também como mudanças dentro da
Elton Mayo empresa poderiam ser conduzidas e em quais aspectos.
Elton Mayo é considerado por muitos como o pai da teoria das No início, essas conversas eram dirigidas: o entrevistador
relações humanas. conduzia o bate-papo conforme desejava.
O pesquisador australiano foi o principal responsável pela No entanto, com o passar do tempo, os diálogos se tornaram
metodologia da experiência de Hawthorne, assim como pela sua mais livres e os colaboradores podiam abrir o coração e falar
aplicação. abertamente sobre os seus anseios.
Durante as entrevistas, foi descoberta uma organização
– Primeira fase: composta pelos operários, algo informal, mas muito sério, que
Conhecida como estudos de iluminação, essa etapa contava servia como uma rede de apoio para que a classe se protegesse dos
com dois grupos de funcionárias que realizavam o mesmo tipo de eventuais desmandos das chefias.
atividade, só quem em condições distintas.
Na primeira equipe, a experimental, as colaboradoras deveriam – Quarta fase:
desempenhar suas funções com uma exposição variável de luz. Ora A quarta e última fase se propôs, justamente, a entender um
elas recebiam mais luminosidade, ora menos. pouco mais sobre esse movimento iniciado pelos empregados.
No time dois, o de controle, as trabalhadoras produziam com A ideia foi de apresentar uma alternativa que poderia ser
uma exposição constante à luz. vantajosa para todos os funcionários: que tal oferecer aumento às
O resultado foi que, em ambos os casos, a eficiência aumentou. equipes caso houvesse um crescimento geral da produção?
Foi, então, que os pesquisadores procuraram entender o que De pronto, a maioria aceitou e o que se observou foi um
levava a isso. sentimento de solidariedade total.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Cada trabalhador ajudava o outro, a fim de que todos Conheça os pontos mais desaprovados dentro da escola das
conseguissem cumprir suas metas e, assim, aumentassem os seus relações humanas:
salários ao final do mês.
Foi criada uma uniformidade de comportamento, de modo – Negação total de outras teorias
que todos tinham que produzir em um determinado ritmo, com um É natural que um pensamento surja para contrapor uma
nível de exigência que pudesse ser acompanhado pelos demais. norma vigente. No entanto, para muitos estudiosos, a teoria das
relações humanas simplesmente negou todos os preceitos das
Conclusão da experiência chamadas teorias clássicas e não debateu nem confrontou nenhum
A experiência de Hawthorne não trouxe só uma, mas inúmeras posicionamento anterior.
conclusões, que serviram como verdadeiras bandeiras para a teoria
das relações humanas.
Nos próximos tópicos, vamos trazer detalhes sobre elas. – Desvio do principal problema das indústrias
Muitos críticos defendem que a falta de produtividade nas
– Produtividade e interação social empresas ainda não tem uma resposta conclusiva.
Diferentemente do que defendiam as teorias clássicas, que Segundo eles, o que a teoria das relações humanas fez foi
entendiam que o desempenho profissional estava baseado única maquiar o problema, melhorando as relações de trabalho e
e exclusivamente em questões fisiológicas e físicas, a escola valorizando o empenho coletivo.
das relações humanas trouxe o contraponto, que relacionava
produtividade e interação social. – Visão romântica do trabalhador
Ou seja, quanto mais uma equipe trabalhar em sintonia, Essa objeção vai muito ao encontro do que foi citado no item
melhores vão ser os resultados alcançados. anterior.
Os defensores da escola das relações humanas acreditavam
– A influência do grupo no pensamento individual que um trabalhador feliz teria um desempenho melhor, mas muitos
A reação dos trabalhadores não acontece de forma isolada, argumentam que isso nem sempre representa a realidade.
mas sim como membros de uma coletividade.
Isso fica evidente ao observar a maneira como todos procuram – Baixo nível de amostragem em seus estudos
se adequar a determinados padrões e evitar punições por não Outro ponto bastante criticado é a limitação do campo
seguirem uma diretriz aceita pelo grande grupo. experimental. Afinal, como basear um experimento em um grupo
tão pequeno?
– O reconhecimento além do monetário Autores resistentes à teoria defendem que as pesquisas
Receber um aumento é importante, é claro. Mas o que a deveriam ser aprofundadas para se alcançar resultados mais
teoria das relações humanas busca mostrar é que o trabalhador conclusivos.
busca uma aprovação social, mais do que qualquer reajuste
salarial. Ele também deseja participar das atividades em grupo Escola das relações humanas e seus teóricos
com maior representatividade e da criação de outras estruturas Como já dito, Elton Mayo é considerado o maior expoente da
organizacionais. escola das relações humanas. Mas isso não significa dizer que ele é
Quem foi que disse que a única estrutura possível dentro de o único.
uma empresa é a tradicional, aquela montada pelos gestores? Nomes como o próprio Fritz Roethlisberger, co-autor da
A teoria das relações humanas mostrou o contrário, com os experiência de Hawthorne, William Dickson e Idalberto Chiavenato
próprios operários montando o seu próprio grupo classista. também contribuíram com temas relevantes para a área.

– A especialização e a troca de funções Roethlisberger e Dickson


A especialização não era vista como uma forma de tornar uma Juntos, os pesquisadores lançaram em 1939 a obra
empresa mais eficaz. Na verdade, a busca por mais capacitação era “Management and the worker”, na qual analisaram um grupo de
a oportunidade que os profissionais tinham de se livrar da rotina empregados trabalhando.
monótona e repetitiva de seus cargos. Entre outros elementos, o livro trouxe contribuições
Assim, era possível buscar uma promoção e trocar de função importantes para a corrente teórica, enfatizando, por exemplo, que
dentro da organização. costumes e códigos de comportamento eram mais importantes do
que incentivos financeiros.
– Foco maior nos sentimentos do trabalhador Além disso, os autores abordaram o desenvolvimento natural
A maior conclusão tirada da teoria das relações humanas foi, da liderança. Segundo eles, essa é uma habilidade inata, mas que
sem dúvidas, o aprofundamento do lado social do profissional. pode ser aprimorada.
O comportamento teve atenção total dos chamados autores Em outras palavras, você pode se tornar o líder que tanto
humanistas, que viam nos operários gente de carne e osso, que deseja ser.
também tem anseios, dificuldades e sentimentos irracionais. Ainda de acordo com Roethlisberger e Dickson, todas as
– Quais são as críticas à teoria das relações humanas? pessoas têm necessidades sociais, que são tão importantes quanto
Mas como nem tudo são flores, também existem muitas críticas às físicas.
referentes a alguns métodos desenvolvidos pelos pensadores da Em outras palavras, o lado técnico e humano estão intimamente
teoria. ligados e, para a compreensão total de um trabalhador, precisam
ser analisados em conjunto.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Chiavenato
Idalberto Chiavenato é um pensador contemporâneo da teoria QUESTÕES
das relações humanas.
O escritor brasileiro tem diversos livros publicados nas áreas de
administração de empresas e de recursos humanos. 01. (CESPE/ANAC) A respeito de gestão de pessoas, julgue os
Com algumas adaptações para a realidade atual em relação ao item abaixo.
texto original da Escola, como a correlação da satisfação profissional O mapeamento de competências origina tanto lacunas de
e os índices de turnover, por exemplo, Chiavenato é visto como um aprendizagem a serem desenvolvidas como insumos para a reali-
dos maiores pensadores dos processos administrativos corporativos zação de avaliações de desempenho nas organizações, o que repre-
no mundo.
senta uma tendência da gestão de pessoas no setor público.
( ) Certo
Qual a importância da teoria das relações humanas para as
( ) Errado
empresas?
Criada há quase um século, a teoria das relações humanas ainda
02. (CESPE/MTE) - Agente Administrativo ) No que se refere ao
é bastante atual e tem diversos pontos que podem ser explorados
comportamento organizacional, julgue o item a seguir.
nos dias de hoje.
A motivação para o trabalho, por vincular-se a um aspecto in-
trínseco ao indivíduo, de difícil observação, não pode ser influencia-
A importância de olhar e valorizar o colaborador
Um dos principais ensinamentos da teoria que pode ser trazido da por práticas de gestão de pessoas.
para a atualidade é o de que o colaborador é parte fundamental do ( ) Certo
desempenho da empresa e que, como tal, precisa ser valorizado. ( ) Errado
Por isso, enfatizar questões sociais e humanísticas defendidas pela
teoria é algo que deve ser feito, mesmo 90 anos depois. 03. (CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Gestão de Telecomunica-
Valorizar esse profissional significa dar todas as condições para ções (TELEBRAS)/Assistente Administrativo/2022)
que ele desempenhe o seu papel da melhor maneira possível, além Julgue o próximo item, relativo a relações públicas.
de recompensar sua atuação acima da média. O principal objetivo da área de relações públicas é manter a
Escutar o que ele tem a dizer, suas principais necessidades e compreensão mútua entre as empresas e os seus públicos.
suas inseguranças, é um meio de oferecer esse suporte, assim como ( ) Certo
dar feedbacks constantes. ( ) Errado
Como medir o desempenho do colaborador? .
Garantir a valorização do seus funcionários é certeza de uma
produtividade mais elevada e com qualidade. 04. (CESPE/FUB) Considerando a gestão do clima e da cultura
Mas como se certificar de que esse desempenho é, de fato, organizacional como estratégia necessária à gestão de pessoas, jul-
aquele esperado? gue o item seguinte.
Quanto a isso, você pode ficar tranquilo. Existem formas de O nível de favorabilidade do clima organizacional pode ser ava-
mensurar a performance do seus colaboradores. liado com base em taxa de turnover e de absenteísmo, em resulta-
Resolução de situações com a avaliação de desempenho dos de avaliações de desempenho e em tipos de queixas no serviço
Com os Key Performance Indicators (KPIs), popularmente médico.
conhecidos como indicadores de performance, é possível recolher ( ) CERTO
dados confiáveis para basear uma avaliação de desempenho. ( ) ERRADO
Existem diferentes tipos, capazes de avaliar questões como
produtividade, eficácia e vendas, por exemplo. 05. (CEBRASPE (CESPE) - Psicólogo (FUB)/Organizacional/2022)
Basta escolher as melhores opções para o seu caso e manter A manutenção de colaboradores engajados depende, em larga
um acompanhamento contínuo. escala, da gestão de pessoas e do controle desses sistemas e seus
resultados. Considerando a afirmativa anterior, julgue o item sub-
Teoria das relações humanas e o ciclo motivacional
sequente.
A partir dos estudos propostos pela teoria das relações
O tipo de regime empregatício, as condições de trabalho e as
humanas, outros elementos comportamentais dos profissionais
características do trabalhador afetam o absenteísmo.
começaram a ser analisados.
( ) CERTO
A motivação foi um deles, entendendo que um indivíduo
( ) ERRADO
motivado tem maior propensão a atingir um objetivo pré-
determinado do que aquele que já não tem perspectivas.
Em um primeiro momento, isso parece uma dedução
lógica, mas foi fazendo com que cada vez mais e mais empresas
se preocupassem em manter seus colaboradores dispostos e
comprometidos, inclusive a partir de incentivos e melhorias na
qualidade do ambiente organizacional.10
ibccoaching.com.br/www.sbcoaching.com.br/www.administradores.
com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10 Fonte: www.administradores.com.br/www.rhportal.com.br/www.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

06. (CESPE/TC-DF) A respeito das funções de caráter estraté- 10. (CEBRASPE (CESPE) - Professor (SEED PR)/Gestão e Negó-
gico desempenhadas por organizações públicas, julgue o próximo cios/2021)
item. O setor de recursos humanos de uma grande empresa está pre-
O termo educação corporativa, adotado por unidades de ges- ocupado com faltas e atrasos constantes dos colaboradores, devido
tão de pessoas, relaciona-se ao diagnóstico e ao planejamento de ao impacto na produtividade.
programas e de ações de aprendizagem direcionados por objetivos Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que
organizacionais de curto prazo. indica o fenômeno que está ocorrendo na citada empresa.
( ) CERTO (A) turnover
( ) ERRADO (B) absenteísmo
(C) rotatividade
07. (CEBRASPE (CESPE) - Psicólogo (FUB)/Organizacional/2022) (D) avaliação de desempenho
A manutenção de colaboradores engajados depende, em larga (E) feedback
escala, da gestão de pessoas e do controle desses sistemas e seus
resultados. Considerando a afirmativa anterior, julgue o item sub- 11. (CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procurado-
sequente. ria (PGE PE)/Recursos Humanos/2019)
Repensar a organização do trabalho, as estruturas e os mode- Julgue o item, relativo à competência interpessoal.
los gerenciais e organizacionais aumenta a probabilidade de rotati- Essa competência refere-se à habilidade no trato com pessoas
vidade no trabalho. em qualquer nível hierárquico, profissional ou social, de tal forma
( ) CERTO que ocorram influência construtiva, tolerância e respeito à indivi-
( ) ERRADO dualidade.
( ) CERTO
08. (CEBRASPE (CESPE) - Assistente (FUB)/Administração/2022) ( ) ERRADO
A teoria do equilíbrio organizacional, advinda da Teoria Com-
portamental, supõe que a organização seja um sistema social no
qual os participantes oferecem trabalho e dedicação em troca de 12. (CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STJ)/Administrati-
incentivos (benefícios). A respeito desse assunto, julgue o item sub- va/2018)
sequente. Julgue o item subsequente, relativo a qualidade de vida no tra-
Considerando-se esse equilíbrio organizacional, é correto afir- balho.
mar que a contribuição dos empregados acarreta custos pessoais, A conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações
como: trabalho, dedicação, esforço, desempenho, lealdade, assidui- gera conflitos e reduz a produtividade da empresa.
dade. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
13. (CNJ/CESPE) Com referência a organização e processo deci-
09. (CESPE/TRE-MT) - Com relação ao processo organizacional, sório, julgue os próximos itens.
assinale a opção correta. O processo racional de tomada de decisão pressupõe que o
(A) Na realidade das organizações modernas, não há motivo agente tenha conhecimento absoluto de todas as opções disponí-
administrativo para se manter uma estrutura organizacional veis para a ação.
predominantemente centralizada. ( ) CERTO
(B) A abordagem divisional da departamentalização ocorre ( ) ERRADO
quando as atividades são agrupadas de acordo com as habili-
dades, conhecimentos e recursos similares. 14. (CNJ/CESPE) Com referência a organização e processo deci-
(C) Os administradores que atuam de acordo com a teoria X dos sório, julgue os próximos itens.
estilos de direção tendem a dirigir e controlar os subordinados As decisões do tipo não programadas ou descritivas são aque-
de maneira rígida e intensiva, fiscalizando constantemente seu las preparadas uma a uma para tratar de problemas que não foram
trabalho.
resolvidos mediante a aplicação de soluções padronizadas.
(D) No exercício do controle, o administrador deve estar mais
( ) Certo
atento aos casos padronizados do que às exceções.
( ) Errado
(E) Os controles táticos devem estar localizados no mais alto
nível da organização.
15. (CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo (EB-
SERH)/2018)
Com referência à gestão de pessoas em uma organização, jul-
gue o item seguinte.
A necessidade do aumento da produtividade nas organizações
tornou o trabalho mais flexível, o que rompeu com as identidades e
os papéis profissionais definidos.
( ) Certo
( ) Errado
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

16. (CEBRASPE (CESPE) - Analista em Políticas Públicas e Gestão


Educacional (SEDF)/Apoio Administrativo/2017)
ANOTAÇÕES
Com relação a equilíbrio organizacional, liderança, motivação e
objetivos da gestão de pessoas, julgue o seguinte item. ______________________________________________________
O equilíbrio organizacional de uma instituição pública é men-
surado pela efetividade dos resultados alcançados em relação às ______________________________________________________
metas estabelecidas pelo respectivo órgão controlador.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado ______________________________________________________
17. (CEBRASPE (CESPE) - Assistente (FUNPRESP-JUD)/Adminis- ______________________________________________________
trativo/”Sem Especialidade”/2016)
Julgue o item a seguir, relativo à gestão de pessoas. ______________________________________________________
Um postulado básico da teoria do equilíbrio organizacional
consiste em oferecer estímulos aos participantes da organização, ______________________________________________________
como, por exemplo, recompensas, para incentivá-los a contribuir, ______________________________________________________
de modo mais eficaz, com o desenvolvimento da instituição.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
18. (TRT 10ª/ 2013 - CESPE - Analista Judiciário – Administra-
tiva) Acerca de noções de administração, julgue os itens a seguir. ______________________________________________________
Os modos de conversão do conhecimento (externalização, in- ______________________________________________________
ternalização, socialização e combinação) são operacionalizados nas
organizações a partir dos espaços de interação, chamados de ba, ______________________________________________________
em que conhecimentos, experiências, habilidades e demais recur-
sos valiosos são combinados nas interações entre as pessoas. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
01 CERTO
______________________________________________________
02 ERRADO
03 CERTO ______________________________________________________
04 CERTO ______________________________________________________
05 CERTO
______________________________________________________
06 ERRADO
07 ERRADO ______________________________________________________

08 CERTO _____________________________________________________
09 C
_____________________________________________________
10 B
11 CERTO ______________________________________________________

12 ERRADO ______________________________________________________
13 ERRADO
______________________________________________________
14 CERTO
______________________________________________________
15 CERTO
16 ERRADO ______________________________________________________
17 CERTO
______________________________________________________
18 CERTO
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
DE RECURSOS MATERIAIS

CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

Conceito de Classificação de Materiais

De acordo com o dicionário de significados “classificação” é a ação ou efeito de classificar algo, isto é, agrupar em classes e/ou grupos,
conforme um sistema ou método. Sendo assim a Classificação de Materiais é o processo onde agrupam-se materiais do estoque de acordo
com algum critério.
Um sistema dinâmico de classificação de materiais é essencial para as organizações, sejam elas privadas ou públicas, pois sem ele não
pode existir um controle eficiente dos estoques, codificação dos itens, procedimentos de armazenagem adequados e uma operacionaliza-
ção do almoxarifado de maneira correta.
De acordo com Viana1 um sistema de classificação de materiais deve possuir alguns atributos específicos para que seja totalmente
eficiente, o autor afirma que com a existência de vários tipos, a classificação deve ser analisada como um todo, e em conjunto, tendo em
vista propiciar decisões e resultados que colaborem para diminuir os riscos, dessa forma um método eficaz de classificação deve ter algu-
mas características que são: ser abrangente, flexível e prático.

Atributos da Classificação de Materiais


Para classificar os materiais, é preciso abordar uma série de características de cada um deles, características
Abrangência essas que devem ser totalmente abrangentes, ou seja, é necessário especificar os aspectos físicos, financeiros,
contábeis e etc. Esses aspectos são fundamentais para que o sistema de classificação seja abrangente.
Um sistema de classificação flexível é aquele que permite interfaces entre os diversos tipos de classificação,
Flexibilidade de modo a obter uma visão ampla da gestão de estoques. Enquanto a abrangência tem a ver com as característi-
cas de material, a flexibilidade refere-se à comunicação entre os tipos.2
A classificação deve ser simples e direta, sem demandar do gestor ou outro colaborador de realizar procedi-
Praticidade mentos complexos, isto é, quanto mais praticidade para poder administrar o sistema, mais eficácia trará para a
gestão da organização como um todo.

Etapas da Classificação de Materiais

De acordo com Felini3, além dos atributos do sistema de classificação materiais, existem as etapas necessárias para poder executar
essa tarefa. O processo de classificação de materiais é composto por etapas/princípios/objetivos sendo:4

1. Catalogação 2. Simplificação 3. Identificação 4. Normalização 5. Padronização 6. Codificação

1. Catalogação
A catalogação, também chamada de cadastramento, é a primeira fase do processo de classificação de materiais e consiste em ordenar,
de forma lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta
pelas diversas áreas da organização, nessa etapa cria-se grupos e subgrupos, por afinidade, finalidade e uso. De uma forma mais simplista
a catalogação é a etapa onde se realiza o inventário (ou arrolamento) dos itens existentes em estoque.

1 VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2006.


2 VIANA, J. J. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 2000.
3 FELINI, R. R.; Gestão de materiais. Escola Nacional de Administração Pública, Brasília, 2015.
4 FELINI, R. R.; Gestão de materiais. Escola Nacional de Administração Pública, Brasília, 2015.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

2. Simplificação 1. Classificação por tipo de demanda


Essa etapa realiza a redução/simplificação da variedade de Essa classificação é bastante usada nas organizações e é dividi-
itens de material em estoque que se destinam a um mesmo fim, da em materiais de estoque e materiais não de estoque.
simplificar os materiais é, por exemplo, no caso de existir dois ou Materiais de estoque: são aqueles materiais que devem existir
mais itens, que tem o objetivo de exercer a mesma função, ou seja, em estoque e para os quais são determinados critérios e parâme-
a opção pelo uso de um deles para realizar uma tarefa. Um exemplo tros de ressuprimento automático, com base na demanda e na im-
disso são os cadernos, eles podem ter características divergentes, portância para a empresa.
porém contribuem para que haja a normalização, até porque eles Materiais não de estoque: são materiais de demanda imprevi-
possuem uma única finalidade. sível para os quais não são definidos parâmetros para ressuprimen-
to automático. A aquisição desses materiais somente é feita por so-
3. Identificação licitação, na oportunidade em que se constata a necessidade deles.
A identificação, também denominada como especificação, é a Devem ser comprados para utilização imediata e são debitados no
etapa onde se realiza uma descrição meticulosa do material, pos- centro de custo de aplicação.6
sibilitando sua individualização em uma linguagem que possibilite
melhor entendimento entre o consumidor e o fornecedor. No mo- Quanto à aplicação:
mento de recepção dos materiais é possível realizar uma conferên- Materiais Produtivos: estão ligados direta ou indiretamente ao
cia das especificações pedidas com as recebidas. processo de fabricação. (Matéria-prima, materiais básicos e insu-
mos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo pro-
4. Normalização dutivo da empresa. Produtos em fabricação, são os que estão sendo
A normalização é o estabelecimento de normas técnicas para processados ao longo do processo produtivo da empresa. Produtos
os materiais, com o objetivo de solucionar ou prevenir problemas. acabados, produtos já prontos para comercialização. Materiais de
Essa etapa se ocupa da maneira pela qual devem ser utilizados os manutenção, materiais de consumo, com utilização repetitiva, apli-
materiais em suas diversas finalidades e da padronização e iden- cados em manutenção.)
tificação do material, de modo que tanto o usuário como o almo- Materiais Improdutivos: qualquer material não incorporado
xarifado possam requisitar e atender os itens utilizando a mesma às características do produto fabricado, ou seja, não agrupado ao
terminologia. produto no processo produtivo da empresa. (Como por exemplo:
materiais para limpeza, de escritório.)
5. Padronização Materiais de Manutenção: são os materiais aplicados em ma-
A padronização nada mais é do que deixar os materiais unifor- nutenção com utilização repetitiva (Como o óleo, ferramentas, e
mizados, quando eles seguem um determinado padrão o diálogo etc.).
com o mercado e o controle, são muito mais fáceis e práticos de se Materiais de Consumo Geral: materiais de consumo, com uti-
realizar. Dentro desta conceituação de padronização estabelecem- lização repetitiva, aplicados em diversos setores da empresa, para
-se padrões de medição, qualidade, peso, dimensão do material, fins que não sejam de manutenção.
etc.
Metodologia da curva ABC - Classificação pelo Valor de Con-
6. Codificação sumo
É a apresentação de cada item por meio de um código, frequen- A Classificação ABC (também chamada de Curva de Pareto) é
temente representada por um sistema alfabético, alfanumérico ou utilizada no planejamento e controle de estoques levando em con-
decimal, a codificação trata-se da atribuição de uma série de núme- sideração a demanda dos materiais, e é baseada no princípio de
ros e/ou letras a cada item de material, de forma que essa informa- que a maior parte do investimento em materiais está concentrada
ção, codificada, represente as características do item. A codificação em um pequeno número de itens. Nessa classificação, os itens são
é utilizada para facilitar a localização de materiais armazenados no divididos em três classes:
almoxarifado, quando a quantidade de itens é muito grande. Classe A: pequeno número de itens responsáveis por alta parti-
cipação no valor total dos estoques. Justificam procedimentos me-
Tipos de Classificação ticulosos no seu dimensionamento e controle (mais importantes).
Para atender às necessidades de cada organização, é necessá- Classe B: são itens intermediários entre as classes A e C. Os
ria uma divisão que guie os vários tipos de classificação. Existem procedimentos de dimensionamento e controle não precisam ser
diferentes maneiras de se classificar o material, cada uma poderá tão meticulosos (importância intermediária).
adotar seu critério. Segundo Viana5, existem 8 principais tipos de Classe C: são itens de menor importância, que não justificam
classificação de materiais, sendo eles: procedimentos rigorosos de dimensionamento e controle, devendo
1. Classificação por tipo de demanda; predominar a adoção de estoques elevados (pouco importantes).
2. Materiais Críticos;
3. Perecibilidade; A Classificação ABC pode ser feita de diversas formas, mas a
4. Periculosidade; mais difundida e assimilada é a que considera o valor de custo da
5. Possibilidade de fazer ou comprar; demanda anual de cada material em estoque.
6. Tipos de estocagem; Os elementos necessários para que a classificação possa ser
7. Dificuldade de aquisição; e feita são:
8. Mercado fornecedor.
5 VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 6 VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas,
2006. 2006.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

1. Relação de todos os materiais em estoque; Perecíveis e Não Perecíveis.


2. Preço unitário de aquisição de cada material; Os materiais perecíveis podem ser classificados:
3. Demanda ou consumo anual de cada material; - Pela ação higroscópica: materiais que possuem grande afini-
4. Montante do capital investido no exercício para a aquisição dade com a água (vapor d´água).
desses materiais. Ex.: sal marinho, cal virgem etc.;
- Pela limitação do tempo: materiais com prazo de validade.
Com esses elementos, é possível calcular o valor do consumo Ex.: remédios, alimentos etc;
anual, a relação de materiais em ordem decrescente de capital in- - Instáveis: produtos sujeitos a reações químicas. Ex.: peróxido
vestido e a relação de valores acumulados de capital investido. As de éter, óxido de etileno etc;
letras ABC servem para classificar cada grupo de item estocado, le- - Voláteis: produtos que se evaporam naturalmente. Ex.: amo-
vando em conta a quantidade armazenada e seu respectivo valor níaco;
(custo): - Por contaminação pela água: materiais que se degradam pela
A: materiais de alta prioridade, corresponde a 80% do valor do adição de água. Ex.: óleo para transformadores;
estoque distribuídos em 20% dos itens. - Por contaminação por partículas sólidas: materiais que per-
B: materiais intermediários, e representa 15% do valor dissemi- dem suas propriedades físicas ou químicas se contaminados por
nados em 30% dos itens. partículas sólidas. Ex.: graxas;
C: materiais de baixa prioridade, e condiz a 5% do valor parti- - Pela ação da gravidade: materiais que se deformam se esto-
lhado em 50% das mercadorias. cados incorretamente. Ex.: eixos de grande comprimento;
- Pela queda, colisão ou vibração: materiais de grande sensibi-
2. Materiais Críticos lidade ou fragilidade. Ex.: vidros, cristais, instrumentos de medição
São aqueles materiais de reposição específica de um equipa- etc.;
mento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não - Pela mudança de temperatura: materiais que perdem suas
é previsível e cuja falta pode causar grande risco às organizações. características se mantidos em temperaturas diferentes da requeri-
Esse tipo de classificação é muito utilizado por indústrias. Por serem da. Ex.: selantes para vedação, anéis de vedação de borracha, etc.;
sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem perma- - Pela ação da luz: materiais que se degradam pela incidência
necer estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos direta da luz. Ex.: filmes fotográficos;
ao controle de obsolescência. - Por ação de atmosfera agressiva: materiais que sofre corro-
A quantidade de material cadastrado como material crítico são quando em contato com atmosfera com grande concentração
dentro de uma empresa deve ser mínima, para ser classificado de gases ou vapores (de água ou ácidos);
como material crítico deve seguir os seguintes critérios: - Pela ação de animais: materiais sujeitos ao ataque de insetos
- Críticos por problemas de obtenção: normalmente material ou outros animais, durante o estoque. Ex.: grãos, madeiras, peles,
importado, de único fornecedor, que falta no mercado, estratégico etc.
e de difícil obtenção ou fabricação.
- Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado A adoção da classificação por perecimento permite:
com alto custo de armazenagem ou de transporte. a. Determinar lotes de compras mais racionais;
- Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: ma- b. Programar revisões periódicas para detectar falhas de esto-
teriais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes cagem;
dimensões. c. Selecionar adequadamente os locais de estoque, utilizando
- Críticos por problema de previsão: materiais que são difíceis técnicas adequadas de manuseio e transporte de materiais.
prever seu uso.
- Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de 4. Periculosidade
reposição ou para equipamento vital da produção. Os materiais considerados perigosos são aqueles que oferecem
risco, em especial durante as atividades de manuseio e transporte.
3. Perecibilidade Nesse tipo de classificação, estão inseridos os explosivos, líquidos
Não só as deteriorações das propriedades físico-químicas dos e sólidos inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos, oxidante
materiais influem nesse tipo de classificação, como também a ação etc. A adoção dessa classificação visa à identificação de materiais,
do fator tempo. Dessa maneira, quando a organização adquire de- como, por exemplo, produtos químicos e gases, que, por suas carac-
terminado material para ser utilizado em data oportuna, e, se por terísticas físico-químicas, possuam incompatibilidade com outros,
ventura não houver mais consumo, sua utilização poderá não ser oferecendo riscos à segurança. Essa classificação é útil para o ma-
mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. nuseio, transporte e armazenagem desses materiais.
Alguns materiais apresentam recomendações quanto à sua
preservação e sua adequada embalagem, como forma de proteção 5. Possibilidade de fazer ou comprar
contra a umidade, oxidação, poeira, choques mecânicos, pressão, Toda operação, de manufatura ou serviço, hora ou outra, irá
etc. precisar de insumos, sendo assim na administração da cadeia de
De uma maneira mais simplista os materiais perecíveis tra- suprimentos, a organização tem a opção make or buy (fazer ou com-
tam-se de uma classificação que leva em conta a probabilidade de prar), essa deliberação vai determinar o grau de integração vertical
perecimento ou não do material, pois compreendemos que alguns da organização. Se ela optar por fazer, maior será sua integração
materiais estragam mais rápido que outros. Além disso, o modo de vertical e, consequentemente, menor será a terceirização (outsour-
armazenagem influencia na durabilidade do material. Quanto à pe- cing).
recibilidade os materiais podem ser classificados em: Esse tipo de classificação visa determinar quais os materiais
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

que poderão ser recondicionados, fabricados internamente ou comprados. A recuperação de um material deve ter custo inferior à compra
de um novo item. Material que após a sua utilização passou por um processo de beneficiamento, permitindo a sua reutilização sem que
suas qualidades originais fossem diminuídas.
a. Fazer internamente: materiais que são fabricados na empresa;
b. Comprar: são materiais que devem ser adquiridos no mercado, para os quais não há a possibilidade de fabricação na empresa;
c. Decidir por fazer ou comprar: são materiais que estão sujeitos à análise de fazer internamente ou comprar;
d. Recondicionar: materiais passíveis de recuperação que devem ser recondicionados após desgaste e uso, não devendo ser compra-
dos nem feitos internamente.

6. Tipos de estocagem
Os materiais podem ser classificados em 2 tipos de estocagem a permanente e a temporária.
Estocagem Permanente: materiais com ressuprimento constante do estoque (renovação automática), devendo sempre existir saldo
no almoxarifado, isto é, materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento constantemente.
Estocagem de Consumo: são materiais de utilização imediata, ou seja, de não estoque, que ficam estocados no almoxarifado somen-
te até a sua utilização.

7. Dificuldade de aquisição
Os materiais podem ser classificados por suas dificuldades de compra, ou seja, materiais de difícil aquisição e materiais de fácil aqui-
sição. As dificuldades podem ocorrer de:
Fabricação especial: envolve encomendas especiais, com cronogramas de fabricação longos e acompanhamentos e inspeções nas
diversas fases da fabricação.
Escassez: há pouca oferta no mercado, o que pode comprometer a produção.
Sazonalidade: a oferta sofre alterações durante o ano.
Monopólio ou tecnologia exclusiva: há um único fornecedor.
Logística sofisticada: transporte especial, ou difícil acesso para a retirada ou entrega.
Importações: dependem da liberação de verbas ou financiamentos externos.

Quanto à dificuldade de aquisição os materiais podem ser classificados em:

- Fácil aquisição.
- Difícil aquisição.

A classificação “dificuldades de aquisição” proporciona alguns benefícios à organização, benefícios esses que são:
- Dimensionar os níveis de estoque;
- Fornecer subsídios aos gestores de estoque para a seleção do método a ser adotado para o ressurgimento;
- Propiciar maior experiência aos compradores em materiais com maior grau de dificuldade;
- Propicia maior experiência, pois tais materiais necessitam de ações ágeis e prioritárias.

8. Mercado fornecedor
Esse tipo de classificação está intensamente ligado à anterior e a complementa:
Mercado Nacional: materiais fabricados no próprio país;
Mercado Estrangeiro: materiais fabricados fora do país;
Materiais em Processo de Nacionalização: materiais para os quais se estão desenvolvendo fornecedores nacionais.

Material de Consumo e Material Permanente

A classificação de um material como permanente ou de consumo é, predominantemente, uma classificação contábil, pois é referente
à Natureza de Despesa no âmbito do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI)7. De modo geral, podemos
traçar as seguintes definições:

Material de Consumo
Os materiais de consumo são caracterizados por não se agregarem, fisicamente, ao produto final, sendo simplesmente utilizados nas
atividades de apoio administrativo, comercial e operacional. Abaixo segue a tabela referente aos materiais de consumo:

7 http://www.stn.fazenda.gov.br/SIAFI
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Materiais de Consumo
Tipo Descrição

Aditivos, álcool hidratado, fluido para amortecedor, fluido para transmissão hidráulica,
Combustíveis e lubrificantes
gasolina, graxas, óleo diesel, óleo para carter, óleo para freio hidráulico, fluidos em geral, car-
automotivos, de aviação e outras
bureto, carvão mineral, carvão vegetal, lenha, querosene comum, combustíveis e lubrificantes
finalidades.
de uso ferroviário e afins.

Acetileno, carbônico freon, hélio, hidrogênio, liquefeito de petróleo, nitrogênio, oxigênio


Gás engarrafado
e afins.
Artefatos explosivos, artigos pirotécnicos, cápsulas de detonação, dinamite, espoleta,
Explosivos e munições
fogos de artifício, granada, pólvora e afins.
Alfafa, alpiste, capim verde, farelo, farinhas em geral, fubá grosso, milho em grão, ração
Alimentos para animais
balanceada, sal mineral, suplementos vitamínicos e afins.
Açúcar, adoçante, água mineral, bebidas, café, carnes em geral, cereais, chás, condimen-
Gêneros de alimentação
tos, frutas, gelo, legumes, refrigerantes, sucos, temperos, verduras e afins.
Animais para pesquisa e abate Boi, cabrito, cobaias em geral, macaco, rato, rã e afins.
Material farmacológico Medicamentos, soro, vacinas e afins.
Agulhas, amálgama, anestésicos, broca, cimento odontológico, espátula odontológica,
Material odontológico
filmes para raios-X, platina, seringas, sugador e afins.
Ácidos, inseticidas, produtos químicos para tratamento de água, reagentes químicos,
Material químico
sais, solventes, substâncias utilizadas para combater insetos, fungos e bactérias e afins.
Argolas de metal, arreamento, barrigueiras, bridões, cabrestos, cinchas, cravos, escovas
Material de coudelaria ou de
para animais, estribos, ferraduras, mantas de pano, material para apicultura, material de
uso zootécnico
ferragem e contenção de animais, peitorais, raspadeiras e afins.
Anzóis, cordoalhas para redes chumbadas, iscas, linhas de nylon, máscaras para visão
Material de caça e pesca submarina, molinetes, nadadeiras de borracha, redes, roupas e acessórios para mergulho,
varas e afins.
Apitos, bolas, bonés, botas especiais, brinquedos educativos, calções, camisas de malha,
chuteiras, cordas, esteiras, joelheiras, luvas, materiais pedagógicos, meias, óculos para
Material educativo e esportivo
motociclistas, patins, quimonos, raquetes, redes para prática de esportes, tênis e sapatilhas,
tornozeleiras, touca para natação e afins.
Material para festividades e
Arranjos e coroas de flores, bebidas, doces, salgados e afins
homenagens
Agenda, almofada para carimbos, apagador, apontador de lápis, bandeja para papéis,
bloco para rascunho, borracha, caderno, caneta, clipes, cola, corretivo, envelope, grampeador,
Material de expediente
grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento postal, impressos e formulário em geral,
e afins.
Material de processamento de Cartuchos de tinta, etiqueta em formulário contínuo, formulário contínuo, mouse PAD,
dados peças e acessórios para computadores e periféricos, e afins.
Materiais e medicamentos
Vacinas, medicamentos e afins.
para uso veterinário
Arame, barbante, caixas plásticas, de madeira, papelão e isopor, cordas, engradados, fitas
Material de acondicionamento
de aço ou metálicas, fitas gomadoras, garrafas e potes, linha, papel de embrulho, papelão,
e embalagem
sacolas, sacos e afins.
Material de cama, mesa e Cobertores, colchas, colchonetes, fronhas, guardanapos, lençóis, toalhas, travesseiros e
banho afins.

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Abridor de garrafa, açucareiros, artigos de vidro e plástico, bandejas, coadores, colheres,


copos, ebulidores, facas, farinheiras, fósforos, frigideiras, garfos, garrafas térmicas, paliteiros,
Material de copa e cozinha
panelas, panos de cozinha, papel alumínio, pratos, recipientes para água, suportes de copos
para cafezinho, tigelas, velas, xícaras e afins.
Álcool etílico, anticorrosivo, aparelho de barbear descartável, balde plástico, bomba
para inseticida, capacho, cera, cesto para lixo, creme dental, desinfetante, desodorizante,
Material de limpeza e produ- detergente, escova de dente, escova para roupas e sapatos, espanador, esponja, estopa,
ção de higienização flanela, inseticida, lustra-móveis, mangueira, naftalina, pá para lixo, palha de aço, panos para
limpeza, papel higiênico, pasta para limpeza de utensílios, porta-sabão, removedor, rodo,
sabão, sabonete, saco para lixo, saponáceo, soda cáustica, toalha de papel, vassoura e afins
Agasalhos, artigos de costura, aventais, blusas, botões, cadarços, calçados, calças, cami-
Uniformes, tecidos e aviamen-
sas, capas, chapéus, cintos, elásticos, gravatas, guarda-pós, linhas, macacões, meias, tecidos
tos
em geral, uniformes militares ou de uso civil, zíperes e afins.
Amianto, aparelhos sanitários, arames liso e farpado, areia, basculante, boca de lobo,
boia, brita, brocha, cabo metálico, cal, cano, cerâmica, cimento, cola, condutores de fios, co-
nexões, curvas, esquadrias, fechaduras, ferro, gaxetas, grades, impermeabilizantes, isolantes
Material para manutenção de
acústicos e térmicos, janelas, joelhos, ladrilhos, lavatórios, lixas, madeira, marcos de concreto,
bens imóveis
massa corrida, niple, papel de parede, parafusos, pias, pigmentos, portas e portais, pregos,
rolos solventes, sifão, tacos, tampa para vaso, tampão de ferro, tanque, tela de estuque, telha,
tijolo, tinta, torneira, trincha, tubo de concreto, válvulas, verniz, vidro e afins.
Cabos, chaves, cilindros para máquinas copiadoras, compressor para ar condicionado,
Material para manutenção de
esferas para máquina datilográfica, mangueira para fogão margaridas, peças de reposição de
bens móveis
aparelhos e máquinas em geral, materiais de reposição para instrumentos musicais e afins.
Benjamins, bocais, calhas, capacitores e resistores, chaves de ligação, circuitos eletrôni-
cos, condutores, componentes de aparelho eletrônico, diodos, disjuntores, eletrodos, elimi-
Material elétrico e eletrônico nador de pilhas, espelhos para interruptores, fios e cabos, fita isolante, fusíveis, interruptores,
lâmpadas e luminárias, pilhas e baterias, pinos e plugs, placas de baquelite, reatores, receptá-
culos, resistências, starts, suportes, tomada de corrente e afins.
Material de manobra e patru- Binóculo, carta náutica, cantil, cordas, flâmulas e bandeiras de sinalização, lanternas, me-
lhamento dicamentos de pronto-socorro, mochilas, piquetes, sacolas, sacos de dormir, sinaleiros e afins.
Material de proteção e segu- Botas, cadeados, calcados especiais, capacetes, chaves, cintos, coletes, dedais, guarda-
rança -chuvas, lona, luvas, mangueira de lona, máscaras, óculos e afins.
Aetze especial para chapa de papel, álbuns para retratos, alto-falantes, antenas, artigos
Material para áudio, vídeo e para gravação em acetato, filmes virgens, fitas virgens de áudio e vídeo, lâmpadas especiais,
foto material para radiografia, microfilmagem e cinematografia, molduras, papel para revelação de
fotografias, pegadores, reveladores e afins.
Material para comunicações Radiofônicas, radiotelegráficas, telegráficas e afins.
Sementes, mudas de plantas e Adubos, argila, plantas ornamentais, borbulhas, bulbos, enxertos, fertilizantes, mudas
insumos envasadas ou com raízes nuas, sementes, terra, tubérculos, xaxim e afins.
Suprimento de aviação Acessórios, peças de reposição de aeronaves, sobressalentes e afins.
Material para produção
Borracha, couro, matérias-primas em geral, minérios e afins.
industrial
Sobressalentes, máquinas e Material utilizado na manutenção e reparo de máquinas e motores de navios, inclusive da
motores de navios e embarcações esquadra e de embarcações em geral.
Almofarizes, bastões, bico de gás, cálices, corantes, filtros de papel, fixadoras, frascos,
funis, garra metálica, lâminas de vidro para microscópio, lâmpadas especiais, luvas de borra-
Material laboratorial
cha, metais e metaloides para análise, pinças, rolhas, vidraria, tais como: balão volumétrico,
Becker, conta-gotas, Erlemeyer, pipeta, proveta, termômetro, tubo de ensaio e afins.
Agulhas hipodérmicas, algodão, cânulas, cateteres, compressa de gaze, drenos, espara-
Material hospitalar
drapo, fios cirúrgicos, lâminas para bisturi, luvas, seringas, termômetro clínico e afins.
Sobressalentes de armamento Material de manutenção e armamento, peças de reposição e afins.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

água destilada, amortecedores, baterias, borrachas, buzina, cabos de acelerador, cabos


de embreagem, câmara de ar, carburador completo, cifa, colar de embreagem, condensador
Suprimento de proteção ao e platinado, correias, disco de embreagem, ignição, junta homocinética, lâmpadas e lanternas
voo para veículos, lonas e pastilhas de freio, mangueiras, material utilizado em lanternagem
e pintura, motor de reposição, párabrisa, pára-choque, platô, pneus, reparos, retentores,
retrovisores, rolamentos, tapetes, válvula da marcha-lenta etermostática, velas e afins.
Material biológico Meios de cultura, sêmen e afins.
Material para utilização em Chapas de off-set, clichês, cola, espirais, fotolitos, logotipos, papel, solventes, tinta, tipos
gráfica e afins.
Alicate, broca, caixa para ferramentas, canivete, chaves em geral, enxada, espátulas, ferro
Ferramentas de solda, foice, lâmina de serra, lima, machado, martelo, pá, picareta, ponteira, primo, serro-
te, tesoura de podar, trena e afins.
Material para reabilitação Bastões, bengalas, joelheiras, meias elásticas e assemelhados, óculos, órteses, pesos,
profissional próteses e afins.
Placas de sinalização em geral, tais como, placas indicativas para os setores e seções, pla-
Material de sinalização visual
cas para veículos, plaquetas para tombamento de material, placas sinalizadoras de trânsito,
e afins
cones sinalizadores de trânsito, crachás, botons identificadores para servidores e afins.
Material técnico para seleção Apostilas e similares, folhetos de orientação, livros, manuais explicativos para candidatos
e treinamento e afins.
Material bibliográfico não Jornais, revistas, periódicos em geral, anuários médicos, anuário estatístico e afins (po-
imobilizável dendo estar na forma de CD-ROM).
Aquisição de softwares de base (de prateleira) que são aqueles incluídos na parte física
Aquisição de softwares de do computador (hardware) que integram o custo de aquisição desse no Ativo Imobilizado. Tais
base softwares representam também aqueles adquiridos no mercado sem características forneci-
das pelo adquirente, ou seja, sem as especificações do comprador.
Bens móveis de natureza permanente não ativáveis, ou seja, aqueles considerados como
Bens móveis não ativáveis despesa operacional, para fins de dedução de imposto de renda, desde que atenda as especi-
ficações contidas no artigo 301 do RIR (Regulamento de Imposto de Renda).
Registra o valor das despesas com aquisição de bilhetes de passagem para guarda em
Bilhetes de passagem
estoque.
Aquisição de bandeiras, flâmulas e insígnias, a saber, tais como: brasões, escudos, armas
Bandeiras, flâmulas e insígnias
da república, selo nacional e afins
Registra o valor das apropriações das despesas, referentes ao pagamento de suprimento
Material de consumo - paga-
de fundos, para posterior prestação de contas, onde o saldo excedente a 5% do total do agru-
mento antecipado
pamento deverá ser classificado nos subitens específicos, dentro do mesmo grupo.
Registra o valor da apropriação da despesa com outros materiais de consumo não classifi-
Outros materiais de consumo
cadas nos subitens anteriores.
Fonte: BRASIL8, 2002.

8 BRASIL. Portaria nº 448 de setembro de 2002, DOU de 17.9.2002.


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Material Permanente
São aqueles materiais que em seu uso corrente não perdem a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.
Abaixo segue a tabela referente aos materiais permanentes:

Materiais Permanentes
Tipos Descrição
Qualquer tipo de aeronave de asa fixa ou asa rotativa, tais como: avião, balão, helicóp-
Aeronaves
tero, planador, ultraleve e afins.
Todos os aparelhos de medição ou contagem. Quando estes aparelhos forem incorpo-
Aparelhos de medição e orien- rados a um equipamento maior serão os mesmos considerados componentes, tais como:
tação amperímetro, aparelho de medição meteorológica, balanças em geral, bússola, calibrador
de pneus, cronômetro, hidrômetro, magnetômetro, manômetro, medidor de gás e afins.
Todo material considerado permanente, portátil ou transportável, de uso em comuni-
Aparelhos e equipamentos de cações, que não se incorporem em instalações, veículos de qualquer espécie, aeronaves ou
comunicação embarcações, tais como: antena parabólica, aparelho de telefonia, bloqueador telefônico,
central telefônica, detector de chamadas telefônicas, fac-símile, e afins.
Qualquer aparelho, utensílio ou equipamento de uso médico, odontológico, labora-
torial e hospitalar que não se integrem a instalações, ou a outros conjuntos monitores.
No caso de fazerem parte de instalações ou outros conjuntos, deverão ser considerados
componentes, tais como: afastador, alargador, aparelho de esterilização, aparelho de Raio X,
Aparelhos, equipamentos,
aparelho de transfusão de sangue, aparelho infravermelho, aparelho para inalação, apare-
utensílios médico-odontológico,
lho de ultravioleta, balança pediátrica, berço aquecido, biombo, boticão, cadeira de dentis-
laboratorial e Hospitalar
ta, cadeira de rodas, câmara de infravermelho, câmara de oxigênio, câmara de radioterapia,
carro-maca, centrifugador, destilador, eletro-analisador, eletrocardiográfico, estetoscópio,
estufa, maca, medidor de pressão arterial (esfignomanômetro), megatoscópio, mesa para
exames clínicos, microscópio, tenda de oxigênio, termocautério e afins.
Eletrodomésticos em geral e utensílios, com durabilidade superior a dois anos, utili-
zados em serviços domésticos, tais como: aparelhos de copa e cozinha, aspirador de pó,
batedeira, botijão de gás, cafeteira elétrica, chuveiro ou ducha elétrica, circulador de ar,
Aparelhos e equipamentos condicionador de ar (móvel), conjunto de chá/café/jantar, escada portátil, enceradeira,
para esportes e diversões exaustor, faqueiro, filtro de água, fogão, forno de micro-ondas, geladeira, grill, liquidifica-
dor, máquina de lavar louca, máquina de lavar roupa, máquina de moer café, máquina de
secar pratos, secador de prato, tábua de passar roupas, torneira elétrica, torradeira elétrica,
umidificador de ar e afins.
Armas de porte, portáteis transportáveis autopropulsionadas, de tiro tenso, de tiro cur-
Armamentos vo, central de tiro, rebocáveis ou motorizadas, rampas lançadoras de foguetes motorizadas
e outros apetrechos bélicos, tais como: Fuzil, metralhadora, pistola, revolver e afins.
Coleções bibliográficas de obras científicas, românticas, contos e documentários histó-
ricos, mapotecas, dicionários para uso em bibliotecas, enciclopédias, periódicos encader-
nados para uso em bibliotecas, palestras, tais como: álbum de caráter educativo, coleções e
Coleções e materiais biblio-
materiais bibliográficos informatizados, dicionários, enciclopédia, ficha bibliográfica, jornal
gráficos
e revista (que constitua documentário), livro, mapa, material folclórico, partitura musical,
publicações e documentos especializados destinados a bibliotecas, repertorio legislativo e
afins.
Discos, CD e coleções de fitas gravadas com músicas e fitas cinematográficas de caráter
Discotecas e filmotecas educativo, científico e informativo, tais como: disco educativo, fita de áudio e vídeo com
aula de caráter educativo, microfilme e afins.
Todas as embarcações fluviais, lacustres ou marítimas exceto os navios graneleiros,
Embarcações petroleiros e transportadores de passageiros que são considerados como bens imóveis, tais
como: canoa, casa flutuante, chata, lancha, navio, rebocador, traineira e afins.
Todos os materiais permanentes utilizados em manobras militares e paramilitares,
Equipamentos de manobra e bem assim, aqueles utilizados em qualquer patrulhamento ostensivo, tais como: barraca,
patrulhamento bloqueios, cama de campanha, farol de comunicação – mesa de campanha, paraquedas,
pistola de sinalização, sirene de campanha e afins.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Todos os materiais permanentes utilizados na proteção e segurança de pessoas ou bens


públicos, como também qualquer outro utilizado para socorro diverso, ou sobrevivência em
Equipamento de proteção,
qualquer ecossistema, tais como: alarme, algema, arma para vigilante, barraca para uso não
segurança e socorro
militar, boia salva-vidas, cabine para guarda (guarita), cofre, extintor de incêndio, para-raios,
sinalizador de garagem, porta giratória, circuito interno de televisão e afins.
Todos os instrumentos de cordas, sopro ou percussão, como também outros instru-
Instrumentos musicais e
mentos utilizados pelos artistas em geral, tais como clarinete, guitarra, pistão, saxofone,
artísticos
trombone, xilofone e afins.
Máquinas, aparelhos e equipamentos não incorporáveis a instalações, destinados a
geração de energia de qualquer espécie, tais como: alternador energético, carregador de
Máquinas e equipamentos de
bateria, chave automática, estabilizador, gerador, haste de contato, NO-BREAK, poste de
natureza industrial
iluminação, retificador, transformador de voltagem, trilho, truck-tunga, turbina (hidrelétri-
ca) e afins.
Todas as máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados em reprografia ou artes gráfi-
Máquinas e equipamentos cas, tais como: aparelho para encadernação, copiadora, cortadeira elétrica, costuradora de
gráficos papel, duplicadora, grampeadeira, gravadora de extenso, guilhotina, linotipo, máquina de
Offset, operadora de ilhoses, picotadeira, teleimpressora e receptadora de páginas e afins.
Equipamentos de filmagem, gravação e reprodução de sons e imagens, bem como os
acessórios de durabilidade superior a dois anos, tais como: amplificador de som, caixa acús-
Equipamentos para áudio, tica, data show, eletrola, equalizador de som, filmadora, flash eletrônico, fone de ouvido,
vídeo e foto gravador de som, máquina fotográfica, microfilmadora, microfone, objetiva, projetor, rádio,
rebobinadora, retro-projetor, sintonizador de som, tanques para revelação de filmes, tape-
-deck, televisor, tela para projeção, toca-discos, videocassete e afins.
Máquinas, aparelhos e equipamentos que não estejam classificados em grupo especí-
Máquinas, utensílios e equi- fico, tais como: aparador de grama, aparelho de ar condicionado, bebedouro – carrinho de
pamentos diversos feira, container, furadeira, maleta executiva, urna eleitoral, ventilador de coluna e de mesa
e afins.
Todas as máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados em processamento de dados
de qualquer natureza, exceto quando for aquisição de peças destinadas à reposição dire-
Equipamentos de processa- tamente ao equipamento ou mesmo para estoque, tais como: caneta óptica, computador,
mento de dados controladora de linhas, data show – fitas e discos magnéticos, impressora, kit multimídia,
leitora, micro e minicomputadores, mesa digitalizadora, modem, monitor de vídeo, placas,
processador, scanner, teclado para micro, urna eletrônica e afins.
Todas as máquinas, aparelhos e utensílios utilizados em escritório e destinados ao
auxílio do trabalho administrativo, tais como: aparelho rotulador, apontador fixo (de mesa),
Máquinas, instalações e uten- caixa registradora, carimbo digitador de metal, compasso, estojo para desenho, globo ter-
sílios de escritório restre, grampeador (exceto de mesa), máquina autenticadora, máquina de calcular, máqui-
na de contabilidade, máquina de escrever, máquina franqueadora, normógrafo, pantógrafo,
quebra-luz (luminária de mesa), régua de precisão, régua T, relógio protocolador e afins.
Máquinas, ferramentas e utensílios utilizados em oficinas mecânicas, marcenaria,
carpintaria e serralheria, não incluindo ferramentas que não façam parte de um conjunto,
nem tão pouco materiais permanentes utilizados em oficinas gráficas, tais como: analisa-
dor de motores, arcos de serra, bomba para esgotamento de tambores, compressor de
ar, conjunto de oxigênio, conjunto de solda, conjunto para lubrificação, desbastadeira,
Máquinas, ferramentas e
desempenadeira, elevador hidráulico, esmerilhadeira, extrator de precisão, forja, fundido-
utensílios de oficina
ra para confecção de broca, laminadora, lavadora de carro, lixadeira, macaco mecânico e
hidráulico, mandril, marcador de velocidade, martelo mecânico, níveis de aço ou madeira,
pistola metalizadora, polidora, prensa, rebitadora, recipiente de ferro para combustíveis,
saca-pino, serra de bancada, serra mecânica, talhas, tanques para água, tarraxa, testadora,
torno mecânico, vulcanizadora e afins.
Equipamentos destinados a instalação conservação e manutenção de sistemas hidráu-
licos e elétricos, tais como: bomba d’água, bomba de desentupimento, bomba de irrigação,
Equipamentos e utensílios
bomba de lubrificação, bomba de sucção e elevação de água e de gasolina carneiro hidráu-
hidráulicos e elétricos
lico, desidratadora, máquina de tratamento de água, máquina de tratamento de esgoto,
máquina de tratamento de lixo, moinho, roda d’água e afins.

Editora
403
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

todas as máquinas, tratores e equipamentos utilizados na agricultura, na construção e


conservação de estradas, tais como: arado, carregadora, ceifadeira, compactador, conjunto
de irrigação, conjunto moto bomba para irrigação, cultivador, desintegrador, escavadei-
Máquinas e equipamentos ra, forno e estufa de secagem ou amadurecimento, máquinas de beneficiamento, micro
agrícolas e rodoviários trator – misturador de ração, moinho agrícola, moto niveladora, motosserra, pasteurizador,
picador de forragens, plaina terraceadora, plantadeira, pulverizador, de tração animal ou
mecânica, rolo compressor, roçadeira, semeadeira, silo para depósito de cimento, sulcador,
trator de roda e esteira e afins.
Móveis destinados ao uso ou decoração interior de ambientes, tais como: abajur, apa-
relho para apoiar os braços, armário, arquivo de aço ou madeira, balcão (tipo atendimento),
banco, banqueta, base para mastro, cadeira, cama, carrinho fichário, carteira e banco es-
colar, charter negro, cinzeiro com pedestal, criado-mudo, cristaleira, escrivaninha, espelho
Mobiliário em geral
moldurado, estante de madeira ou aço, estofado, flipsharter, guarda-louça, guarda roupa,
mapoteca, mesa, penteadeira, poltrona, porta-chapéus, prancheta para desenho, quadro
de chaves, quadro imantado, quadro para editais e avisos, relógio de mesa/parede/ponto,
roupeiro, sofá, suporte para TV e vídeo, suporte para bandeira (mastro), vitrine e afins.
Objetos de valor artístico e histórico destinados a decoração ou exposição em museus,
Obras de arte e peças para tais como: alfaias em louça, documentos e objetos históricos, esculturas, gravuras, moldu-
museu ras, peças em marfim e cerâmica, pedestais especiais e similares, pinacotecas completas,
pinturas em tela, porcelana, tapeçaria, trilhos para exposição de quadros e afins.
Animais para trabalho, produção, reprodução ou exposição e equipamentos de monta-
Semoventes e equipamentos
ria, tais como: animais não destinados a laboratório ou corte, animais para jardim zoológico,
de montaria
animais para produção, reprodução e guarda, animais para sela e tração, selas e afins.
Veículos não classificados em subitens específicos, tais como: bicicleta, carrinho de
Veículos diversos
mão, carroça, charrete, empilhadeira e afins
Veículos empregados em estradas de ferro, tais como: locomotiva, prancha, reboque,
Veículos ferroviários
tender, vagão para transporte de carga ou passageiros e afins.
Materiais empregados em imóveis e que possam ser removidos ou recuperados, tais
Peças não incorporáveis a
como: biombos, carpetes (primeira instalação), cortinas, divisórias removíveis, estrados,
imóveis
persianas, tapetes, grades e afins.
Veículos de tração mecânica, tais como: ambulância, automóvel, basculante, caçamba,
Veículos de tração mecânica caminhão, carro-forte, consultório volante, furgão, lambreta, micro-ônibus, motocicleta,
ônibus, rabecão, vassoura mecânica, veículo coletor de lixo e afins.
Veículos utilizados em manobras militares, tais como: auto choque, blindado, carro-
Carros de combate
-bomba, carro-tanque e afins.
Equipamentos, peças e aces- Equipamentos, peças e acessórios aeronáuticos, tais como: hélice, microcomputador
sórios aeronáuticos de bordo, turbina e afins.
Equipamentos, peças e aces-
Equipamentos, peças e acessórios de proteção ao voo, tais como: radar, rádio e afins.
sórios de proteção ao voo
Acessórios para automóveis que possam ser desincorporados, sem prejuízo dos mes-
Acessórios para automóveis mos, para aplicação em outro veículo, tais como: ar condicionado, capota, rádio/toca-fitas e
afins.
Equipamentos de mergulho e Equipamentos destinados as atividades de mergulho e salvamento marítimo, tais como:
salvamento escafandro, jet-ski, tanque de oxigênio e afins.
Equipamentos, peças e acessórios marítimos, tais como: instrumentos de navegação,
Equipamentos, peças e aces-
instrumentos de medição do tempo, instrumentos óticos, instrumentos geográficos e astro-
sórios marítimos
nômicos, instrumentos e aparelhos meteorológicos e afins.
Equipamentos e sistema de
Equipamentos e sistema de proteção e vigilância ambiental.
proteção e vigilância ambiental
Equipamentos, sobressalven-
tes de máquinas, motor de navios Componentes de propulsão de navios da esquadra e maquinarias de convés.
de esquadra
Outros materiais permanentes Materiais e equipamentos não classificados em subitens específicos.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Métodos geradores de eficiência no manuseio


GESTÃO DE ESTOQUES A geração de pequenos lotes de compras implica maiores cus-
tos de fretes, uma vez que não há volume suficiente para obter des-
contos oferecidos aos maiores lotes.
O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com
previsão de uso futuro. Tem, como objetivo, atender a demanda, Outra finalidade dos estoques é possibilitar descontos no
assegurando a disponibilidade de produtos. Sua formação é onero- transporte de grandes lotes equivalentes à capacidade dos veículos,
sa, uma vez que representa de 25% a 40% dos custos totais. gerando, assim, fretes menores.
Com o propósito de se evitar o descontrole financeiro, é ne-
cessário que haja uma sincronização perfeita entre a demanda e Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de res-
a oferta de mercadorias. Como isso é impossível, deve-se formar suprimento
um estoque essencialmente para atender a demanda, minimizando Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pe-
seus custos de formação. los produtos ou seus tempos de ressuprimento de maneira exata
no sistema logístico e, para garantir a disponibilidade do produto,
Classificação dos estoques deve-se formar um estoque adicional (estoque de segurança). Este
é adicionado ao estoque regulador para atender às necessidades da
Estoques de Matérias-Primas (MPs) produção e do mercado.
Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos
que ingressam no processo produtivo da empresa. São itens iniciais Proteção contra situações inesperadas
para a produção. Algumas situações inesperadas podem atingir as empresas de
maneira inesperada. Por exemplo: greves, incêndios, inundações,
Estoques de Produtos em Elaboração ou Processamento etc. A manutenção do estoque de reserva é uma maneira viável de
Os estoques de materiais em processamento - também deno- garantir o fornecimento normal nessas ocasiões.
minados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão
sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o Custos do Estoque
processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado -
por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não • Custo de colocação do pedido: custo da operação de compra
serem produtos acabados. • Descontos de preços para quantidades: pequenas compras
podem ser mais caras
Estoques de Produtos Acabados • Custo pela falta de estoque: suprimento de emergência sem-
Referem-se aos produtos já prontos e acabados, cujo processa- pre é muito caro
mento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do • Custo de capital de giro: contrair empréstimo para fazer es-
processo produtivo e já passaram por todas as fases. toque
• Custo de armazenagem: custo da operação de armazenagem
Estoque em Trânsito • Custo de obsolescência: estocagem por longos períodos cor-
São os estoques que estão em trânsito entre o ponto de esto- re este perigo
cagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velo-
cidade de deslocamento, maior será a quantidade de estoque em Sendo assim, todo e qualquer armazenamento de material
trânsito. Exemplo: produtos acabados sendo expedidos de uma fá- gera determinados custos, que são: juros; depreciação; aluguel;
brica para um centro de distribuição. equipamentos de movimentação, deterioração; obsolescência; se-
guros; salários; conservação.
Estoques em Consignação Todos eles podem ser agrupados nas seguintes modalidades:
Estoque de produtos com um cliente externo que ainda é pro- - Custos de capital (juros, depreciação);
priedade do fornecedor. O pagamento por estes produtos só é feito - Custos com pessoal (salários, encargos sociais);
quando eles são utilizados pelo cliente. - Custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação);
- Custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipa-
Finalidades mento).

Abaixo descrevemos as diversas finalidades dos estoques: Controle do estoques

Melhora do nível de serviço oferecido Princípios básicos para o controle de estoques


Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que Para se organizar um setor de controle de estoque, inicialmen-
podem ser oferecidos produtos com mais descontos, com quanti- te deveremos descrever suas principais funções:
dades mais adequadas, com mais vantagens para os clientes que 1. Determinar o que deve permanecer em estoque. Número
precisam de fornecimento imediato ou de períodos curtos de res- de itens;
suprimento. 2. Determinar quando se deve reabastecer o estoque. Priori-
Isso representa maiores vantagens competitivas, diminuição dade;
nos custos e maiores lucros nas vendas. 3. Determinar a quantidade de estoque que será necessário
para um período pré-determinado;

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

4. Acionar o departamento de compras para executar a aquisi- - Data da última aquisição e preço pago.
ção de estoque; - Quantidades máximas e mínimas a serem consideradas com
5. Receber, armazenar e atender os materiais estocados de relação aos estoques disponíveis.
acordo com as necessidades; - Cálculo sobre as possibilidades do estoque em relação ao con-
6. Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e for- sumo médio.
necer informações sobre sua posição; - Dados estatísticos de consumo por área da organização e/ou
7. Manter inventários periódicos para avaliação das quantida- dados globais.
des e estados dos materiais estocados; - Áreas da organização (departamento, divisão, setor, seção
8. Identificar e retirar do estoque os itens danificados. etc.) que utilizam o material, datas de fornecimentos, quantidades,
9. Existem determinados aspectos que devem ser especifica- custos e outras informações relevantes sobre o material requisita-
dos, antes de se montar um sistema de controle de estoque. do.
- Tipo de acondicionamento do material, embalagem de apre-
Um deles refere-se aos diferentes tipos de estoques existentes sentação, de comercialização e de movimentação, unidade (caixa,
em uma fábrica. Os principais tipos encontrados em uma empresa cento, dúzia, metro etc.) e observações gerais sobre a apresenta-
industrial são: matéria-prima, produto em processo, produto aca- ção, aspecto, conservação etc.
bado e peças de manutenção. - Observações gerais sobre o comportamento do material no
estoque e/ ou na linha de produção, conforme ocorram devoluções
Controle de Estoque pelo Tipo de Demanda ou outras situações registradas pela área de materiais.
Os estoques podem ser controlados, adotando-se diversos ti-
pos de critérios. Uma política inteligente nos estoques
Se considerarmos a natureza de sua demanda, teremos as se-
guintes classificações: A ausência de padronização nos materiais adquiridos pelo Ser-
• Estoques de demanda permanente: são estoques daqueles viço Público, por exemplo, ocasiona um aumento considerável de
produtos que requerem ressuprimento contínuo, pois seus produ- itens com a mesma finalidade. Produtos, cujos fins e metodologia
tos são consumidos durante todas as fases do ano. Ex: creme den- de ação estão ultrapassados, são adquiridos muitas vezes a preços
tal; absurdos, para satisfazer necessidades pouco significativas. Esse
• Estoques de demanda sazonal: são estoques de produtos procedimento “incha” o Almoxarifado ocasionando um desgaste
comercializados em determinados momentos do ano. Ex: Árvores desnecessário de pessoal e de maquinário.
de Natal; Quando se fala de uma política inteligente de estoques, não
• Estoques de demanda irregular: são estoques cuja venda de estamos apontando apenas para as formas de estocagem, mas na
seus produtos não pode ser prevista na íntegra. Ex: automóveis a maneira de compra que gera esse estoque. Estocar produtos ultra-
gasolina x automóveis a álcool; passados implica em aumento de gastos e dispêndio de recursos
• Estoques de demanda em declínio: ocorre no caso de produ- que poderiam ser utilizados de outra forma.
tos que estão sendo retirados do mercado em razão do declínio da Comprar demais para não perder a verba, comprar sem realizar
demanda. Ex: Fitas VHS x DVDs; uma avaliação criteriosa do consumo, e sem levar em conta as nor-
• Estoques de demanda derivada: ocorrem no caso de itens mas mínimas de segurança, fazem do Almoxarifado um lugar cheio
que são usados na linha de produção de alguns produtos acabados. de produtos, mas vazio de utilidade.
Ex: Pneus de automóveis em razão das vendas do produto acabado, Uma Política Inteligente de Estoque é aquela que respeita os
que é o automóvel. limites físicos do Almoxarifado e o dinheiro do contribuinte, aten-
dendo a todas as necessidades, sem desperdício.
Técnicas de Controle de Estoque
Os métodos mais tradicionalmente utilizados são os seguintes: Controle do estoque mínimo
• Empurrar estoques (push): utilizado, quando há mais de um
depósito no sistema de distribuição. Ocorre quando o que é vendi- Quando uma determinada unidade requisita um material é
do é maior que a necessidade dos estoques. porque necessita dele naquele momento. Não atender a um pedido
• Puxar Estoques (pull): Apenas o estoque necessário para se pode ocasionar a paralisação de um determinado setor ou trabalho.
atender a demanda daquele produto precisa ser mantido. As quan- É muito desagradável quando, por ausência de um estoque mínimo
tidades mantidas tendem a ser menores do que no método push. de segurança, não se pode cumprir a função básica de qualquer Al-
• Ponto de Reposição (estoque mínimo): objetiva reduzir os moxarifado: suprir.
custos de manutenção de estoques, mas sem correr o risco de não Para evitar que isso ocorra, basta que se tenha um ESTOQUE
se atender a demanda. O objetivo é encontrar o nível ótimo de es- MÍNIMO de itens como garantia mínima de fornecimento. Estoque
toques para um determinado produto. Para isso, é necessário que mínimo, ou estoque de segurança, tem a função de assegurar que
o estoque esteja devidamente controlado e que determine o ponto não ocorra falta de um determinado item, cobrindo eventuais atra-
de reposição (PR). sos derivados dos processos de compra. Serve como um pulmão
contra a variabilidade na demanda e nos prazos de recomposição.
Principais informações proporcionadas pelo controle
- Dados cadastrais do fornecedor. Pode-se determinar o estoque mínimo através de:
- Preço médio do item controlado. a) projeção estimada do consumo;
- Quantidades de materiais em estoques, na data do levanta- b) cálculos e módulos matemáticos.
mento.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Baseando-se nos consumos anteriores é possível se estabele- g) Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidades adquirir
cer uma projeção estimada de cada item, ou grupo de itens, por para recompor o Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Con-
período. Lançando mão desses dados pode-se estimar os níveis de sumo Médio Mensal pelo Intervalo de Aquisição.
consumo e a partir dessa estimativa determinar o valor do estoque
de segurança. As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são:
Há uma considerável quantidade de maneiras e fórmulas para a) Consumo Médio Mensal c = Consumo Anual / 12
o cálculo do estoque mínimo. Ressaltaremos a mais simples, mas b) Estoque Mínimo Em = c x f
capaz de fornecer àquele que cuida do controle das quantidades, c) Estoque Máximo EM = Em + c x I
condições de calcular matematicamente seus estoques de seguran- d) Ponto de Pedido Pp = Em + c x T
ça. e) Quantidade a Ressuprir Q = C x I

Fórmula Simples Manutenção dos estoques

E.Mn = C x K A movimentação dos materiais deve sempre ser realizada com


máxima cautela e segurança, a fim de evitar perdas de materiais e,
Onde: E.Mn = estoque mínimo ainda, acidentes de trabalho. Para que o manuseio seja efetuado de
C = consumo médio mensal forma segura, alguns pontos devem ser destacados e observados,
K = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantir obrigatoriamente, por todos os responsáveis:
contra um risco de ausência. • Os materiais paletizados com maior peso deverão ser aloca-
O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de atendimen- dos no chão, apenas sobre o pallet. Ou seja, não deverá ser alocado
to desejado para o item. nos primeiros ou segundos níveis das estruturas porta-pallets;
Por exemplo: se quisermos que determinada peça tenha um • Não é permitido o acondicionamento de caixas, materiais ou
grau de atendimento de 90%, ou seja, queremos uma garantia de embalagens diretamente no solo, visto que a umidade danifica toda
que somente em 10% das vezes o estoque desta peça esteja a zero; a proteção e pode, inclusive, danificar o bem;
sabendo que o consumo médio mensal é de 60 unidades, o estoque • Materiais de mesma natureza deverão ser alocados próximos
mínimo será: nas prateleiras para facilitar a localização e o inventário;
E.Mn = 60 x 0,9 • Não é permitido estocar materiais, mesmo que provisoria-
E.Mn = 54 unidades. mente, nos corredores, áreas livres ou áreas demarcadas para ou-
tros fins. As áreas de circulação deverão sempre permanecer livres.
Observe também os seguintes conceitos como método de aná- • O empilhamento dos materiais não deve incorrer em riscos
lise de renovação dos estoques (Níveis de Estoque): para os trabalhadores, além de preservar as características dos ma-
a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo teriais, levando em consideração a pressão ocasionada no empilha-
nos últimos 12 meses; mento;
b) Tempo de Aquisição (T)- período decorrido entre a emissão • Materiais inflamáveis deverão ficar armazenados isolada-
do pedido de compra e o recebimento do material no Almoxarifado mente dos demais;
(relativo, sempre, à unidade mês); • Os extintores de incêndio deverão sempre estar livres para
c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre alcance, não podendo ser obstruído por materiais, mesmo que
duas aquisições normais e sucessivas; temporariamente;
d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quan- • Materiais inservíveis ou em desuso deverão ser separados
tidade de material a ser mantida em estoque capaz de atender a para desfazimento.
um consumo superior ao estimado para um certo período ou para • Produtos mais antigos ou com prazos de vencimento meno-
atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. res deverão ser entregues primeiro.
É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos serviços do ór-
gão ou entidade. Obtém-se multiplicando o consumo médio mensal Alguns critérios de avaliação de estoques:
por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio,
variar de 0,25 de T a 0,50 de T; - Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), do in-
e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material ad- glês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros artigos a entra-
missível em estoque, suficiente para o consumo em certo período, rem no estoque, serão aqueles que sairão em primeiro lugar, deste
devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade modo o custo da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de
financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisi- compra desses primeiros artigos.
ção, perecimento, obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque O estoque apresenta uma relação forte com o custo de reposi-
Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo intervalo de ção, pois esse estoque representa os preços pagos recentemente.
Aquisição; Adotar este método, faz com que haja oscilação dos preços sobre
f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingi- os resultados, pois as saídas são confrontadas com os custos mais
do, determina imediata emissão de um pedido de compra, visando antigos, sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns se
a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque mostram contrários a este método.
Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aqui-
sição;

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

As vantagens desse método consistem no controle preciso dos E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar gran-
materiais, pois são ordenados em uma base contínua de acordo des quantias em estoque e que manter uma empresa com uma boa
com sua entrada, o que é importante, quando se trata de produ- variedade de produtos exige uma imobilização elevada de capital
tos sujeitos a mudança de qualidade, decomposição, deterioração de giro, ele deve saber exatamente o equilíbrio entre a quantidade
etc.; o resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos de compras suficiente para um determinado período de vendas e a
utilizados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do estoque variedade de artigos para que os clientes tenham opção de escolha.
e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira sistemática e lógica. Para que isso aconteça, é importante que o empresário levante
periodicamente a média mensal de compras para compará-las com
- Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do inglês LIFO as vendas e, com isso, saber se o investimento em mercadorias está
(last-in first-out) é um método de avaliar estoque bastante discuti- tendo o retorno desejado.
do. O custo do estoque é obtido como se as unidades mais recentes O ato de comprar deve ser sempre precedido de um bom pla-
adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras uni- nejamento. De acordo com Stickney10: “A compra de mercadorias
dades vendidas (saídas). envolve a colocação do pedido, o recebimento e a inspeção das
Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste nas mercadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosamen-
unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mesmas. Segue-se te, o comprador de uma mercadoria somente deveria registrar a
que, de acordo com o método UEPS, o custo dos artigos vendidos compra quando a propriedade legal da mercadoria adquirida pas-
(saídas) tende a refletir no custo dos artigos comprados mais recen- sasse do vendedor para o comprador.
temente (comprados ou produzidos). Também permite reduzir os Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades le-
lucros líquidos expostos. gais associadas ao contrato entre as duas partes”. E para que isso
As vantagens de utilização deste método consistem na apu- aconteça, é de grande importância a elaboração de uma previsão
ração correta de seus custos correntes; o estoque é avaliado em de compras. Nas empresas comerciais, essa previsão é complica-
termos do nível de preço da época em que o UEPS foi introduzido; da, pois o número de mercadorias comercializadas é muito gran-
é uma forma de se custear os artigos consumidos de uma manei- de. Como observa Stickney, “as empresas preferem vender tanto
ra realista e sistemática; em períodos de alta de preços, os preços quanto possível, com um número mínimo de capital ‘empatado’ em
maiores das compras mais recentes, são ajustados mais rapidamen- estoque”. Por isso, a previsão deve ser elaborada pelos diversos
te às produções, reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito pela setores funcionais da empresa, observando-se as características e
legislação brasileira. peculiaridades do mercado fornecedor e do comportamento das
vendas.
- Custo Médio é o método utilizado nas empresas brasileiras É aconselhável que sejam feitas previsões individuais para cada
para atendimento à legislação fiscal. Empresas multinacionais com setor ou departamento e reuni-las posteriormente em uma só, fa-
operações no Brasil frequentemente têm de avaliar o estoque se- cilitando o planejamento das compras. Depois de preparada a pre-
gundo o método da matriz, e também segundo o custo médio para visão de compras, esta deve ser ajustada ás condições financeiras
atendimento à legislação brasileira. da empresa. Isso deve ser feito em reunião com os encarregados de
Esse método permite que as empresas realizem um controle compras, os encarregados de vendas e os encarregados pelo con-
permanente de seus estoques, e que a cada aquisição, o seu preço trole financeiro para que se encontre um equilíbrio entre os setores.
médio dos produtos seja atualizado, pelo método do custo médio A empresa que não faz a previsão de compras encontra difi-
ponderado. culdades para manter seus estoques de forma equilibrada. Acabam
comprando mercadorias de acordo com as necessidades surgidas
Geralmente as empresas que não possuem uma boa política correndo o risco de não ter produtos em épocas que o volume de
de estocagem e vivem um dilema: quanto a empresa deve esto- vendas cresce.
car para que seus interesses e os dos seus clientes sejam atendidos Perdendo dessa forma, oportunidade de aumentar suas ven-
de forma satisfatória? A esse respeito, o Planejamento é um dos das, perdendo clientes e, consequentemente, diminuído o lucro da
principais instrumentos para o estabelecimento de uma política de empresa. E não tendo a previsão correta de compras, ele pode com-
estocagem eficiente. Pois, o departamento de vendas deseja um es- prar um volume inadequado de mercadorias aumentando o custo
toque elevado para atender melhor o cliente e a área de produção de manutenção dos estoques. Para Stickney: “Manter estoques –
prefere também trabalhar com uma maior margem de segurança ou como também se diz, carregar estoques - gera custos”.
de estoque. Isso ocorre, porque quanto maior a quantidade de mercadorias
Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques estocadas, maior será o espaço físico necessário para guardá-las,
reduzidos para diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo maior o número de funcionários necessários e maiores os gastos
de caixa. Segundo Erasmo9, planejar esta atividade é fundamental, para controle do estoque.
porque de um bom planejamento virão, por exemplo, uma menor Além disso, o mesmo autor destaca que pelo menos uma pe-
necessidade de capital de giro e uma margem de lucro maior”. Por quena quantidade de mercadorias precisa ser mantida em estoque
esse motivo, os empresários devem estar atentos aos objetivos da para satisfazer às necessidades dos clientes à medida que elas apa-
empresa para definir as quantidades corretas de cada mercadoria reçam.
que deve estar no estoque em um determinado período de tempo,
para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.

9 Operações com estoques. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/ 10 STICKNEY; Weil. Contabilidade Financeira: Uma introdução aos Conceitos
carneiro/contII>. Acesso em: 12 mai. 2015. Métodos e Usos; ed. São Paulo: Atlas, 2001
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Previsão de consumo

Existem algumas técnicas de previsão de consumo:


As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos:
a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo futuro da mesma
forma do que no passado; segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantita-
tiva.
b) Explicação: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis cuja evolu-
ção é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação.
c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das
vendas futuras.

Logo, existem métodos de previsão de estoques:


Método do último período: Esse método consiste apenas em repetir o consumo do último período. Se, por exemplo, o consumo em
um mês qualquer for de 50, você repete o mesmo valor no estoque para o próximo mês.
Método da média móvel: Deve-se determinar um período para se efetuar a previsão de consumo do próximo período, o período deve
levar em consideração a sazonalidade do produto. Exemplo: Uma loja de brinquedos tem suas vendas aumentadas no dia das crianças e
no natal.

Exemplo
2014
- fevereiro – Consumo de 160
- março – Consumo de 165
- abril – Consumo de 170
- maio – Consumo de 165
- junho – Consumo de 160
- julho – Consumo de 170
- agosto – Consumo de 165
- setembro – Consumo de 170
- outubro – Consumo de 200
- novembro – Consumo de 170
- dezembro – Consumo de 170

Calcule a previsão para janeiro de 2015, utilizando todo o período apresentado. Deve-se somar os valores dos 11 períodos apresen-
tados e posteriormente dividir por 11:

160+165+170+165+160+170+165+170+200+170+170= 1865/11= 169,54

Como não se pode ter metade de um produto, devemos arredondar para 170. De acordo com esse método da média móvel, a previsão
de consumo médio para janeiro de 2015, é de 170.

Método da média móvel ponderada: São estabelecidas porcentagens colocando as maiores nos períodos mais próximos do que será
previsto. Considere os dados da Tabela 1. Prever o mês de Janeiro do Ano 2 utilizando a média móvel trimestral com fator de ajustamento
0,5 para Dezembro, 0,3 para Novembro e 0,2 para Outubro.

Ano 1
Mês Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/Ano 2
Consumo 900 1000 800 900 900 700 1100 800 900 900 900
Fator 0,2 0,3 0,5

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

De acordo com esse método da média móvel ponderada, a pre- final do período, sobraram produtos não vendidos no estoque. Se
visão de consumo médio para janeiro do Ano 2 é de 900. for maior do que 1, quer dizer que todos os itens foram renovados
pelo menos uma vez no período avaliado.
Diante dos fatos apresentados, fica claro que a utilização corre- É um dos principais instrumentos para medir a avaliar a gestão
ta do estoque de mercadorias é fator determinante para a lucrativi- de inventário, e pode ser avaliado em diferentes periodicidades,
dade das empresas comerciais. A escolha de um bom critério para embora a análise anual seja mais frequente. Você pode usar esse
atribuição dos custos das mercadorias é um dos passos importantes recurso conforme a necessidade de sua empresa e do volume de
para uma política de estoque eficiente. Pois, mesmo que todos os bens guardados. Por ser aplicável a qualquer escala e tipo de pro-
critérios tenham como base o mesmo custo de aquisição, tornando dutos, esse indicador se mostra útil como padrão de mercado, na
suas situações reais idênticas, os resultados obtidos são diferentes busca de equilíbrio com o ritmo de vendas.
influenciando na lucratividade e na carga tributária da empresa. Aplicação: Indicador para apuração de qualidade do estoque e
Outro fator na determinação da lucratividade da empresa é o mix de produtos que compõe o mesmo.
bom planejamento da previsão de compras. Sendo o planejamento É um indicador que demonstra o desempenho do estoque,
bem feito, fica fácil fazer as compras, já que toda empresa organi- apontando de forma padronizada a qualidade do mesmo no que
zada tem seus fornecedores tradicionais cadastrados. O encarrega- se refere a utilização dos recursos estocados, independente do seu
do de compras deve acompanhar permanentemente os pedidos, tamanho e/ou complexidade.
principalmente, aqueles que não foram atendidos, pois se os prazos
de entrega não forem cumpridos pelos fornecedores, a previsão de Tendo um giro de estoque alto:
compras pode ser prejudicada e, consequentemente, a produção e – O produto não fica ultrapassado na prateleira;
as vendas da empresa também. Mais um fato notado, é que estocar – Não é necessário muito espaço para armazenamento;
mercadorias por muito tempo é um fator de diminuição da lucrati- – Em caso de sinistros, como incêndios ou roubos, o prejuízo é
vidade das empresas. Os produtos devem ser estocados o menor menor.
tempo possível, visto que reduz custo de manutenção e indica que
o investimento feito pela empresa na compra das mercadorias re- Calculando o Giro de Estoque
tornou rapidamente.
Enfim, conclui-se que o estoque garante os objetivos principais Calculando giro do estoque com base nas quantidades em
das empresas comerciais e quando o planejamento é adequado, estoque e quantidades vendidas
através de uma política de estoques eficiente, a empresa não fica Divida o número de produtos vendidos pela média de estoque
à mercê da sorte, podendo controlar seus gastos e aumentar sua
lucratividade. Número de produtos vendidos / média de estoque

Lote Econômico de Compras refere-se à quantidade ideal de Ex: você vendeu 50 televisões durante o mês, e a média do
material a ser adquirida em cada operação de reposição de esto- estoque de televisões nesse período foi de 50:
que, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos cus- 50 ÷ 50 = 1
tos de estocagem são mínimos para o período considerado. Este
conceito aplica-se tanto na relação de abastecimento pela manu- O giro do estoque foi “1″. O que quer dizer que seus produtos
fatura para a área de estoque, recebendo a denominação de lote giraram uma vez – todos eles foram vendidos e precisaram ser
econômico de produção, quanto à relação de reposição de estoque repostos.
por compras no mercado, passando a ser designado como lote eco-
nômico de compras. Calculando giro do estoque com base no valor dos produtos
Os Sistemas de Controle de Estoque permitem que o poder pú-
blico controle seu estoque com maior eficiência e agilidade, o con- Divida o valor dos produtos vendidos pelo valor médio do
trole pode ser feito por programas de computador institucionais ou estoque
não institucionais. Os sistemas de controle de estoque fazem con-
trole das entradas e saídas dos produtos permitindo a identificação valor dos produtos vendidos / valor médio do estoque
das unidades que tiveram suas entradas e saídas e a identificação
dos produtos e permitem a emissão de vários relatórios para con- Ex: As vendas totais do mês foram de R$ 50.000,00 e o valor
ferência do estoque. médio do estoque nesse período foi de R$ 25.000,00:
50.000 ÷ 25.000 = 2
Giro de Estoque O giro do estoque foi de “2″. O que quer dizer que o estoque foi
É um indicador que demonstra o desempenho do estoque, renovado duas vezes nesse período.
apontando de forma padronizada a qualidade do mesmo no que
se refere a utilização dos recursos estocados, independente do seu Tempo médio de Giro de Estoque
tamanho e/ou complexidade.
Assim, a rotatividade ou giro de estoque é um indicador que Para saber de quanto em quanto tempo seu estoque foi reno-
releva a velocidade em que o inventário foi renovado em um deter- vado você pode calcular o tempo médio do giro do estoque, fazen-
minado período ou qual é o tempo médio de permanência de um do a seguinte conta:
produto antes da venda. O cálculo desse giro pode ser feito a partir
custos ou itens, considerando o volume total de vendas e a média Número de dias do período analisado / número do giro de
de estoque. Se o resultado for menor do que 1, significa que, ao estoque nesse período
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Exemplo: Se você quer saber o tempo médio de renovação do Mas manter-se bem relacionado com o mercado fornecedor,
seu estoque em um ano em que o giro do estoque foi de 15: antevendo na medida do possível eventuais problemas que possam
365 ÷ 15 = 24,3 prejudicar a empresa no cumprimento de suas metas, é talvez o
mais importante na época de escassez e altos preços. A seleção de
Seu estoque foi renovado 15 vezes no ano e essa renovação fornecedores é considerada igualmente ponto-chave do processo
aconteceu cerca de a cada 24 dias. de compras.
A potencialidade do fornecedor deve ser verificada, assim
como suas instalações e seus produtos, e isso é importante. O seu
COMPRAS. MODALIDADES DE COMPRA balanço deve ser cuidadosamente analisado. Com um cadastro atu-
alizado e completo de fornecedores e com cotações de preços feitas
semestralmente, muitos problemas serão evitados.
Conceito de Compra Independentemente do porte da empresa, os princípios bási-
cos da organização de compras constituem-se de normas funda-
É a função responsável pela obtenção do material no mercado mentais assim consideradas:
fornecedor, interno ou externo, através da mais correta tradução a) Autoridade para compra;
das necessidades em termos de fornecedor / requisitante. É ainda, b) Registro de compra;
a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades re- c) Registro de preço;
quisitantes, compra o material certo, ao preço certo, na hora certa, d) Registro de estoque e consumo;
na quantidade certa e da fonte certa. e) Registro de fornecedores;
f) Arquivo e especificações;
Administração de Compras g) Arquivo de catálogos.

Compreendendo os seus Objetivos Completando a organização, podemos incluir como atividade


Toda atividade realizada em uma empresa, seja ela industrial, da seção de compras:
comercial ou burocrática, necessita de matérias-primas, compo- a) Pesquisa dos fornecedores (ou pesquisa de preços): Nes-
nentes, equipamentos e serviços para ser executada. se item envolverá o estudo de mercado e dos materiais, análise de
Portanto, a administração de compras é um elemento essencial custos, investigação das fontes de fornecimento e desenvolvimento
da área de materiais no alcance dos objetivos empresariais. Uma de fontes de materiais alternativos;
seção de compras tem por finalidade suprir as necessidades de ma-
teriais ou serviços, realizar o planejamento quantitativo e qualitati- b) Aquisição: Ressaltando a importância da conferência de
vo, satisfazer as necessidades no momento certo com quantidades requisições, análise das cotações, decisão de compra, entrevista a
corretas, bem como verificar todo o montante comprado, providen- vendedores, negociação de contratos e encomendas e acompanha-
ciando o transporte, armazenamento e distribuição. mento do recebimento de materiais.
Segundo Dias (1993), podemos concluir que os objetivos bási- c) Administração: Envolvendo as funções de manutenção de
cos de uma Seção de Compras seriam: estoques mínimos, transferências de materiais, conferência siste-
a) obter um fluxo contínuo de suprimentos, a fim de atender mática para evitar excessos e obsolescência de estoque, cuidando
aos programas de produção; de relações comerciais recíprocas, padronização, entre outras que
b) coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mí- for necessário.
nimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa; Segundo Dias (1993), a pesquisa é o elemento básico para a
c) comprar materiais e insumos aos menores preços, obede- própria operação da seção de compras. A busca e a investigação
cendo padrões de quantidade e qualidade definidos; estão vinculadas diretamente às atividades básicas de compras:
d) procurar sempre, dentro de uma negociação justa e honesta, a determinação e o encontro da qualidade certa, a localização de
as melhores condições para empresa, principalmente em condições uma fonte de suprimento, a seleção de um fornecedor adequado,
de pagamento. o estabelecimento de padrões e análises de valores são exemplos
de pesquisas.
A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por
todos os empresários, juntamente com as necessidades de estocar Gestão de compras de recursos materiais11
em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo.
Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para A gestão de compras é muito importante, pois pode criar van-
reduzir custos. Existem certos mandamentos que definem como tagens competitivas. Comprar significa procurar e providenciar a
comprar bem e que incluem a verificação dos prazos, preços, qua- entrega de materiais, suprimentos e máquinas, dentro da qualidade
lidade e volume. especificada e no prazo pedido a um preço justo, para a manuten-
11 TCHAMO, Joaquim Eugênio. Administração de Bens Materiais e Patrimoniais
na Universidade Pedagógica de Maputo (Moçambique) – Um Estudo de Caso /
Joaquim Eugênio Tchamo – Piracicaba, São Paulo, 2007.
Cláudia de Oliveira; Juliana Jeronymo Jorvino. COMPRAS: NEGOCIAÇÃO,
ESTRATÉGIA, REDUÇÃO DE CUSTOS SÃO ELEMENTOS PARA AGREGAR EM
SUA EMPRESA?
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: Uma abordagem logística. 4a
edição. São Paulo: Editora Atlas S. A. 1993.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

ção, a expansão e o funcionamento da empresa. serviços para a organização”.


A função compras “assume papel verdadeiramente estratégico (...) o departamento de compras desempenha um papel fun-
nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmen- damental na realização dos objetivos estratégicos da empresa [...]
te financeiros, envolvidos, deixando cada vez para trás a visão pre- a missão do departamento de compras é perceber as prioridades
conceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um competitivas necessárias para cada produto/serviço importante
centro de despesas e não um centro de lucros”. (baixos custos de produção, entregas rápidas e no tempo certo,
Como a função compras exerce uma grande influência sobre os produtos/serviços de alta qualidade e flexibilidade) e desenvolver
lucros da organização, a responsabilidade de comprador consiste planos de compras para cada produto/serviço importante que se-
em comprar materiais com qualidade correta, na quantidade certa, jam coerentes com as estratégias de operações.
no instante certo e ao preço correto, da fonte certa, para entrega no Desta visão, entende-se que a função compras deve ser mane-
local correto. Dessa forma, a compra tem em vista responder às ne- jada de forma a manter os estoques equilibrados para responder
cessidades da empresa, para esta obter lucros. Por esse motivo, os às necessidades da empresa. À área de compras também compete
materiais comprados têm enorme impacto nos lucros das empresas o cuidado com os níveis de estoque da empresa, pois, embora al-
mesmo nas manufatureiras automatizadas, conferindo à atividade tos níveis de estoque possam significar poucos problemas com a
de compras uma importância crescente. produção, acarretam um custo exagerado para sua manutenção -
Os materiais adquiridos devem ser compatíveis com as necessi- despesas com o espaço ocupado, custo do capital, pessoal de almo-
dades de produção e da competitividade, considerando o papel que xarifado e controles
estes exercem no custo total da produção. Baixos níveis de estoque, por outro lado, podem fazer com que
Qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas, a empresa trabalhe em um limiar arriscado, no qual qualquer de-
componentes, equipamentos e serviços que possa operar. Em todo talhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a pro-
sistema empresarial, para se manter um volume de vendas, um dução.
perfil competitivo no mercado e, consequentemente, gerar lucros
satisfatórios, a minimização de custos deve ser perseguida e alcan- Neste sentido, e com vista a responder ao controle de estoques
çada, principalmente os que se referem aos materiais utilizados, já na organização, a função compras deve ter diversos cuidados vi-
que representam uma parcela por demais considerável na estrutura sando alcançar as seguintes metas/objetivos fundamentais.
de custo total. a) permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo
Para as organizações não manufatureiras a administração de de produção;
compras exerce uma grande importância no controle financeiro, b) coordenar os fluxos com o mínimo de investimentos em es-
considerando que “os órgãos públicos estão cada vez mais traba- toques e adequado cumprimento dos programas;
lhando com menos dinheiro, o que significa esforços extenuantes c) comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro
para reduzir custos por meio de compras mais eficazes [...] a tarefa das especificações predeterminadas em qualidade, prazos e preços;
do executivo responsável por esses serviços é atender às demandas d) evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de
exigidas dentro das restrições orçamentárias”. avaliação e percepção do mercado;
Desse modo, é importante que o gestor da área de compras e) permitir à empresa uma posição competitiva, mediante ne-
desempenhe a sua função consciente de que faz parte do sistema gociações justas e credibilidade;
empresa e das elevadas somas envolvidas no investimento em bens f) manter parceria com os fornecedores para crescer junto com
públicos, de modo a dar uma resposta positiva ao público consu- a empresa.
midor dos serviços. A função compras ou suprimentos para uma
organização de prestação de serviços tem a missão de proporcionar Slack et al. (1997) define cinco objetivos, também denomina-
ao cliente final a garantia de que este receberá o produto final de dos “os cinco corretos de compras”:
acordo com as suas expectativas. - Comprar ao preço correto
Na Administração Pública, a Administração de Recursos Mate- - Acertar entrega para o momento correto
riais pode ser definida como um conjunto de atividades desenvolvi- - Garantir produtos e serviços na qualidade correta
das dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destina- - Garantir produtos e serviços na quantidade correta
das a suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao - Garantir o fornecedor correto.
desempenho normal das respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem a aquisição, o recebimento, a arma- Organização do setor de compras
zenagem dos materiais, o registro, o fornecimento dos mesmos aos
órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de esto- O setor de compras deve se organizar de modo a atender aos
ques, etc. Visam gerenciar de maneira eficaz os recursos do pro- cinco corretos de compras:
cesso produtivo, indo além de um simples controle de estoques, A complexidade da função de compras e de sua estruturação é
envolvendo um vasto campo de relações que são interdependentes proporcional ao tamanho da empresa. O seu gestor responde por
e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios. deveres administrativos e executivos, por isso “é responsável pelo
Por isso, para um desempenho adequado e eficiente do ges- perfeito relacionamento com as empresas fornecedoras e com as
tor de compras é necessário que se perceba que este exerce uma exigências operacionais dos demais departamentos da organiza-
ligação vital entre a empresa e os fornecedores. Para os gestores ção”.
de compras realizarem suas atividades de maneira eficaz “precisam
compreender em detalhe tanto as necessidades de todos os pro-
cessos da empresa que estão servindo, como as capacitações dos
fornecedores [...] que potencialmente podem fornecer produtos e
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Atividade Especificações
Controle e registro de fornecedores
Controle e registro de compras
Controle e registro de preços
Informação Básica Controle e registro de especificações
Controle e registro de estoques
Controle e registro de consumo
Controle e registro de catálogos
Controle e registro econômicos
Estudo de mercado
Especificações de materiais
Análise de custos
Pesquisa de Suprimento Análise financeira
Desenvolvimento de novos fornecedores
Desenvolvimento de novos materiais
Qualificação de fornecedores

Garantir atendimento das requisições


Manutenção de estoques
Evitar excesso de estoques
Administração de Materiais Melhorar giro de estoques
Garantir transferência de materiais
Padronizar embalagens
Elaborar relatórios

Negociar contratos
Efetivar as compras
Analisar cotações
Analisar requisições
Sistema de Aquisição Analisar condições de contratos
Verificar recebimento de materiais
Conferir fatura de compra
Contatar vendedores
Negociar redução e preços
Relacionamento interdepartamental

Dispor de materiais obsoletos


Ações Diversas Projeções de custos
Comparações de materiais
Manter relações comercias de confiabilidade
Atividades Partilhadas com outros setores
Padronização
Normatização
Projetos de Produção
Controle de estoques
Testes de novos produtos
Diretrizes de reciprocidade
Especificação de fornecedores
Definir em comprar ou fabricar
Contatar seguros e sistemas de transportes

Fonte: Adaptado in POZO, 2001, Pp. 142-144

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Para o efeito, no desenvolvimento das suas funções, o gestor prazo contratual, poderá exercer o direito de compra do bem em
de compras deve ter em conta que a sua atividade requer o de- pauta”.
senvolvimento da pesquisa do mercado, como uma das atividades
básicas, pois, a busca e a investigação estão vinculadas diretamente Gestão de compras de recursos patrimoniais12
às atividades básicas de compras: a determinação e o encontro da
qualidade certa, a localização de uma fonte de suprimento, a se- Os recursos patrimoniais - ou ativo imobilizado – se constituem
leção de um fornecedor adequado, o estudo para determinar se em elementos que são primordiais para as operações tanto de uma
o produto deve ser fabricado ou comprado, o estabelecimento de organização produtora de bens como a de prestação de serviços, e
padrões e análises de valores são exemplos de pesquisa. são determinantes para o sucesso operacional da organização; me-
recem, portanto, uma atenção especial.
Relações entre o Setor de Compras e os Outros Setores
Os recursos patrimoniais devem:
Administração de Vendas: A área de vendas envia o pedido - Ter natureza relativamente permanente;
para este setor, que mantém contato constante e direto com os - Ser utilizado na operação do negócio;
clientes, informando a situação dos pedidos. - Não ser destinado à venda.

Planejamento e Controle da Produção: Planejamento do siste- Nesse contexto - diferente das mercadorias, materiais de pro-
ma produtivo mediante informações de administração de vendas e dução ou suprimentos - os bens de capital não são comprados para
programação das necessidades baseando-se nos inventários. as necessidades correntes, para uso em curto prazo, mas para exi-
gências em longo prazo, para serem utilizados na produção de bens
Materiais: É a área que administra os materiais na organização ou serviços. Como regra geral, os bens de capital têm vida útil mui-
e informa a situação dos estoques e os recebimentos dos pedidos to superior a um ano.
de compras em andamento. Após a implantação de uma instalação ou da montagem de
equipamento é necessário administrá-lo da melhor forma possível,
Transportes: Situação dos fretes e posicionamento dos mate- pois são fatores de produção e, portanto, devem contribuir para o
riais em trânsito, negociação de redução de custos, recebimentos e resultado operacional da empresa. Ou seja, verificar se estão sendo
distribuição e, principalmente, a otimização das entregas aos clien- operados de forma econômica e se a sua manutenção está sendo
tes. realizada de acordo com as recomendações.
Esta análise permite visualizar se os equipamentos ou instala-
Produção: Atendimento às necessidades de programa de pro- ções já atingiram o limite da sua vida econômica, se há necessidade
dução, materiais auxiliares necessários, relacionamento de benefí- de substituí-los por outros e, ao mesmo tempo, ver até que ponto
cios comuns e globais da empresa. É o setor que produz a necessi- a manutenção preventiva é eficiente na redução dos custos com as
dade do mercado. paradas do equipamento, porque é necessário ter-se em conta que
a gestão operacional dos imobilizados tem como foco central a ve-
Qualidade: Definições dos parâmetros de qualidade e perfor- rificação periódica da capacidade de geração de serviços dos Ativos
mance dos materiais comprados e confirmação destas especifica- Fixos e dos custos reais de operá-los. Esta verificação se dá em ter-
ções. Desenvolver conjuntamente novos fornecedores e avaliar pe- mos de comparação com os serviços e custos esperados pelo equi-
riodicamente os atuais. pamento, mensurados quando da decisão inicial de investir nele.
Por esse motivo que as organizações, em face de suas comple-
Finanças: Avaliação das condições econômicas e contábeis dos xidades e tamanho, transacionam constantemente seus recursos
contratos e das compras. Elaboração de informes contábeis para patrimoniais, ora adquirindo, ora vendendo, ou trocando-os. Além
análise de estoques, compras, prazos e rentabilidade dos produtos disso, com a constante evolução dos equipamentos aliada à robó-
envolvidos nas transações de compras e vendas. tica, as organizações precisam estar em constante alerta quanto à
modernização de seus equipamentos para não perderem para a
A pesquisa que ocorre no setor de compras tem em vista suprir concorrência.
com informações e orientações aos outros setores interessados, Tendo-se em conta a especificidade de cada organização, é ne-
sendo este campo dividido em áreas distintas, das quais se pode cessário se fazer a distinção do que são bens patrimoniais, porque
destacar: estudos dos materiais, análises econômica, de fornecedo- o que é imobilizado para uma organização pode não ser para outra,
res, do custo e do preço, das embalagens e transporte e a análise dependendo da área em que cada uma opera. É nesta ótica que
administrativa. Além destes estudos, deve se ter em conta que o Francischini e Gurgel fazem algumas distinções:
sistema de compras gera informações úteis para outros setores e - Terrenos e edifícios de uma empresa imobiliária não são ati-
estes também o fazem de forma recíproca. vos imobilizados, pois se destinam à venda;
- Veículos são considerados ativos imobilizados em uma em-
O outro problema inerente à função compra é a decisão de presa de transporte, mas não para a indústria automobilística, pois
comprar ou alugar um bem patrimonial, como veículo, avião, edi- 12 ADMINISTRAÇÃO DE BENS MATERIAIS E PATRIMONIAIS NA UNIVERSI-
fício ou equipamento. Uma das modalidades mais frequentes é o DADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO (MOÇAMBIQUE) – UM ESTUDO DE CASO.
leasing, que geralmente está ligado a um banco, em que “o cliente Disponível em: https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GAQJKEYBITJS.pdf
(arrendatário) escolhe o bem, a empresa de leasing (arrendador) Renato Fenili. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais para concur-
adquire o bem escolhido junto ao fornecedor e o aluga ao cliente. sos. 3ª Edição. Editora Método, 2014.
Dependendo da forma do contrato, o cliente, no encerramento do
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

se destinam à venda; O objetivo é obter dos fornecedores negócios honestos e com-


- As máquinas e as prensas de uma montadora são considera- pensadores, sem que pairem dúvidas quanto à dignidade daqueles
das ativo imobilizado, não o sendo, porém, para os fornecedores que o conduziam.
desse tipo de equipamento. Compradores com boa qualificação profissional fornecem às
A aquisição dos bens patrimoniais é um processo complexo e empresas condições de fazer bons negócios; daí vem a maior res-
precisa de um bom planejamento para poder responder às neces- ponsabilidade, constituindo o comprador uma força vital, que faz
sidades do projeto. Para a aquisição dos bens patrimoniais, há a parte da própria vida da empresa, pois o objetivo é comprar bem e
necessidade de elaboração de um planejamento em que estejam eficientemente.
envolvidas todas as necessidades, de acordo com a capacidade fi-
nanceira da empresa. A negociação do comprador
Por esse motivo, em geral pode conhecer duas etapas, sendo Saber negociar é uma das habilidades mais exigidas de um
a primeira durante a implantação do projeto inicial do negócio e a comprador. Negociação não é uma disputa em que uma das partes
segunda quando a empresa é ampliada ou há troca de recursos. ganha e a outra tem prejuízo. Podemos afirmar que houve uma boa
A primeira etapa é elaborada em um projeto amplo, que envol- negociação quando ambas as partes saem ganhando.
ve todas as necessidades iniciais da empresa e os bens são adquiri- A confiança presente no relacionamento dos negociadores é
dos em uma só vez ou dentro de um planejamento financeiro para um fator facilitador nesse processo. Gerar confiança é muito im-
que, em determinado período, a empresa tenha todos os recursos portante e existem alguns procedimentos que devem ser evitados,
patrimoniais necessários para iniciar sua operação. A etapa que se como a impessoalidade, julgamentos morais, preocupação com pu-
refere à ampliação ou substituição sempre deverá estar subordina- nições e prêmios, concentrar-se nas limitações das pessoas, utilizar
da a um planejamento estratégico e fundamentada em uma proje- de terminologias de medo ou risco e o próprio modo de se expres-
ção de retorno de investimento para sua aprovação e garantia de sar.
sucesso. Um bom negociador deverá ver a negociação como um pro-
cesso contínuo e usar da colaboração para proporcionar um clima
Perfil do comprador: a habilidade da equipe de compras agradável, propício para solução de problemas e não tentar con-
vencer o seu oponente de que o ponto de vista dele está errado e
Atualmente o comprador é um elemento experiente e a fun- deve ser mudado.
ção é tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma
empresa. Relacionamento comprador / fornecedor
Segundo informações da CBO – Classificação Brasileira de Ocu- De acordo com Dias (1993), uma das grandes dificuldades en-
pações - Compradores, ou profissionais de Compras, são aqueles contradas pelo departamento de compras em relação ao fornece-
que executam o processo de cotação e compra de produtos, ma- dor é a consulta não correspondida.
térias-primas e equipamentos. Esses profissionais acompanham o Ocorrem diversos motivos que levam um comprador a não re-
fluxo de entregas, desenvolvem fornecedores, supervisionam equi- ceber propostas de fornecedores consultados, sendo os principais:
pes e processos de compras, fazem relatórios e executam o papel de desinteresse no fornecimento, preço muito elevado, dificuldades
interlocutor entre requisitantes e fornecedores. no relacionamento ou na comunicação, ou ainda, cotações com for-
Para tanto, precisa-se que o profissional desta área tenha um necedores inadequados e ineficientes.
conjunto de conhecimentos e habilidades para que possa adminis- Um dos documentos primordiais do Departamento de Com-
trar suas atribuições com êxito. O padrão atual exige que o compra- pras é o cadastro de fornecedores e materiais, para que exista
dor tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las em condições de escolha do fornecedor ou prováveis fornecedores de
todas as ocasiões (DIAS, 1995). determinado material.
Conforme Heinritz e Farrell (1994) para as posições na linha Através desse cadastro é que se realizará a seleção dos fornece-
das Compras, os requisitos necessários de um profissional desse dores que atendam às quatro condições básicas de uma boa com-
setor são a integridade, habilidade de tratar com outras pessoas, pra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento. Por isso,
desenvoltura, iniciativa e conhecimento, além de uma boa base de para se obter um cadastro de fornecedores eficiente, que atenda
instrução, de preferência um grau universitário. Também se faz ne- às suas necessidades, deve-se elaborar formas de verificar e acom-
cessário que as pessoas que trabalham nesta área estejam muito panhar o desempenho desses fornecedores. Uma das forma de re-
bem informadas e atualizadas, e também tenham habilidades in- alizar sua atividade é manter as informações sobre fornecedores
terpessoais, tais como poder de negociação, facilidade de trabalhar e mercadorias atualizadas, retirando e acrescentando informações
em equipe, boa comunicação e capacidade de gestão de conflitos. continuamente, monitorando suas respostas, e realizando um tra-
Para conduzir eficazmente suas compras, deve demonstrar balho de compararão das consultas efetuadas com as propostas
conhecimentos amplos das características dos produtos, dos pro- obtidas.
cessos e das fases de fabricação dos itens comprados. Deve estar
preparado para discutir em igual nível de conhecimento com os for-
necedores.
Outra característica do bom comprador é estar perfeitamente
identificado com a política e os padrões de ética definidos pela em-
presa, como, por exemplo, a manutenção do sigilo nas negociações
que envolvam mais de um fornecedor ou até mesmo quando um só
está envolvido. As concorrências, as discussões de preços e a finali-
zação da compra devem ser orientadas pelos mais elevados níveis.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Seleção de Fornecedores

A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai
garantir que todas aquelas clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas.
Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial a serem consultados, de ma-
neira que se tenha certeza de que o melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a serem
consultados, constitui uma limitação das atividades de compras.

O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de
determinado material.

A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de várias etapas, entre as quais selecionamos as seguintes:

Etapa 1 - Levantamento E Pesquisa De Mercado


Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e necessário levantar e pesquisar fornecedores em potencial.
O levantamento poderá ser realizado através dos seguintes instrumentos:
- Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;
- Edital de Convocação;
- Guias Comerciais e Industriais;
- Catálogos de Fornecedores;
- Revistas especializadas;
- Catálogos Telefônicos;
- Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.

Etapa 2 - Análise E Classificação


Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem
como, a eliminação daqueles fornecedores que não satisfizerem as exigências da empresa.

Etapa 3 - Avaliação De Desempenho


Esta etapa é efetuada pós cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do fornecedor quanto ao cumprimento do contratado,
servindo não raras vezes como elemento de eliminação das empresas fornecedoras.

Cadastro De Fornecedores

Um dos documentos primordiais do Departamento de Compras é o cadastro de fornecedores e materiais, para que exista condições
de escolha do fornecedor ou prováveis fornecedores de determinado material.
Por meio desse cadastro é que se realizará a seleção dos fornecedores que atendam às quatro condições básicas de uma boa compra:
preço, prazo, qualidade e condições de pagamento. Por isso, para se obter um cadastro de fornecedores eficiente, que atenda às suas
necessidades, deve-se elaborar formas de verificar e acompanhar o desempenho desses fornecedores.
Uma das forma de realizar sua atividade é manter as informações sobre fornecedores e mercadorias atualizadas, retirando e acres-
centando informações continuamente, monitorando suas respostas, e realizando um trabalho de compararão das consultas efetuadas com
as propostas obtidas.
A potencialidade do fornecedor deve ser verificada, assim como suas instalações e seus produtos, e isso é importante. O seu balanço
deve ser cuidadosamente analisado. Com um cadastro atualizado e completo de fornecedores e com cotações de preços feitas semestral-
mente, muitos problemas serão evitados.
É possível desenvolver um controle eletrônico para cadastro de fornecedores, no qual devem constar itens básicos e outros específi-
cos, de acordo com as necessidades do negócio.

Tipos ou modalidades de compras

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou investir.
Didaticamente, há autores que dividem as compras de acordo com seus tipos, ou modalidades. Não se tratam de modalidades de
licitação, mas sim da “categoria”, em que é possível classificar uma determinada requisição de compras recebida pelo órgão responsável
por executá-la.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

O quadro a seguir sintetiza as principais modalidades de compras:

MODALIDADES DE COMPRAS
De acordo com o item comprado
Compra para investi- Aquisição de bens patrimoniais (equipamentos, instalações etc.), que irão compor o ativo
mento imobilizado da empresa.
Aquisição de matérias-primas e produtos intermediários (= materiais produtivos) ou materiais
Compra para consumo
auxiliares (= materiais improdutivos).
De acordo com o local de origem do fornecedor
Compra local O fornecedor é do mesmo país do comprador.
Compra por importação Comprador e fornecedor são de países distintos. Nesse caso, há maior exigência burocrática.

MODALIDADES DE COMPRAS
De acordo com a formalização das compras
São compras que exigem documentos que comprovem a instrução do processo de com-
Compras formais
pra (orçamentos, editais, notas fiscais, contratos etc.)
São compras de pequeno valor, que dispensam maiores trâmites burocráticos.
No setor público, há exigência de menor formalidade nas compras por suprimento de
Compras informais
fundos, dado seu baixo vulto (valor). No entanto, não há de se falar em informalidade em
órgãos públicos.
De acordo com a necessidade de entrega do item
São compras que antecedem a necessidade efetiva de consumo, cujos itens irão compor
Compras antecipadas o estoque da organização.
Essas compras carecem de planejamento prévio do gestor de estoques.
Compras parceladas (ou con- São compras formalizadas por meio de contratos que preveem a entrega dos itens de
tratadas) material parcelada mente, ou em determinada época desejada.
São compras urgentes, originárias de uma necessidade não prevista com a devida
antecedência. São prejudiciais à empresa, dado que o caráter de emergência reduz o poder
Compras emergenciais
de negociação com o fornecedor (há menos tempo para fazer a pesquisa de mercado, por
exemplo).
De acordo com o ineditismo ou a recorrência da compra
São compras inéditas, não realizadas anteriormente pela organização. Quanto maior
Compra nova o custo/risco e menor as informações disponíveis no mercado, maior o tempo inerente à
tomada de decisão da compra.
São compras rotineiras, realizadas usualmente pela organização, nas quais as variáveis
Recompra direta
envolvidas são conhecidas, e que a avaliação de alternativas é considerada desnecessária.
São compras rotineiras, mas que sofrem alterações nas especificações, nos termos de
compra, nos potenciais fornecedores ou em qualquer outra variável envolvida, o que exige
Recompra modificada
uma reavaliação da situação, e nova tomada de decisão. Pode ser simples (poucas variáveis
envolvidas) ou complexa.
Fonte: Renato Fenili, 2014.

Sequência Lógica De Compras - Etapas Do Processo

Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco perguntas, as quais irão compor a lógica de toda e qualquer compra:

O que comprar?
R. – Especificação / Descrição do Material

Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser apoiado por áreas técnicas ou mesmo compra para espe-
cificar o material. Antes de se iniciar uma especificação, é importante ter em mente, de forma clara: O QUÊ se quer comprar, PARA QUE
servirá esse produto e QUEM fará uso dele; Depois de definido o produto, sua utilidade e o usuário, o segundo passo é procurar conhecer
bem o produto.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

a) Custo-benefício - Conhecido bem o produto, atinge-se a fase mais difícil da especificação: a melhor relação custo-benefício. Uma
boa especificação não deve prever apenas as características dos materiais e o custo da compra, mas deve ser também uma forma de fazer
com que o dinheiro gasto na compra renda mais. Essa difícil tarefa de estabelecer critérios na especificação capazes de favorecer a quali-
dade e o uso adequado do produto - sem, no entanto, encarecê-lo ou suprimir características julgadas supérfluas - é a aplicação prática da
RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO. Nem sempre o mais barato é ruim, como também nem sempre o mais caro é o melhor.
b) Utilização - Quem especifica deve conhecer como se utiliza o produto que será comprado. Ajudado pelos usuários finais e pelos
responsáveis pelo recebimento, o “especificador “ fará constar da especificação as qualidades necessárias para correta utilização e os de-
feitos que, se presentes, causarão a recusa do produto. Não é possível fazer uma boa especificação sem se manter contato com os outros
setores de compras.

Quanto e Quando comprar?


R.- É função direta da expectativa de consumo, disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.
A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material ou suprimento no setor denominado gestão de esto-
ques.
A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo orçamento financeiro da Empresa. A capacidade de armazenamento é limitada
pela própria condição física da Empresa.

Onde comprar?
R.- Cadastro de Fornecedores.

É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro confiável (qualitativamente) e numericamente adequado
(quantitativa). Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o usuário de material ou equipamentos e logicamente
os próprios compradores.

Como comprar?
R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa.

Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela
cúpula Administrativa deverão mostrar entre outras, competência para comprar, contratação de serviços, tipos de compras, fórmulas para
reajustes de preços, formulários e rotinas de compras, etc.

Outros Fatores
Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através da sua experiência e conhecimento, sentir em cada com-
pra qual fator que a influência mais, a fim de que possa ponderar melhor o seu julgamento.
Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos de Pagamento; Assistência Técnica.

Centralização das compras


Em quase todas as empresas mantém-se um departamento separado para compras. A razão que as leve a proceder assim diz respeito
a custos e padronização, assim sendo, somente alguns materiais são delegados a aquisição, e estes são aqueles de uso mais insignificante,
em termos de custos, para a empresa, e que por essa razão não sofrem maiores controles.

A empresa que atua em diversos locais distintos não necessariamente deve centralizar compras em um único local, neste caso proce-
de-se uma análise e se a mesma for favorável deve-se regionalizar as compras visando um atendimento mais rápido e um custo menor de
transporte.

O quadro abaixo apresenta as principais vantagens dessas duas estruturas:

VANTAGENS DAS ESTRUTURAS DE COMPRAS


CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
• Obtenção de maior economia de escala. • Resposta mais rápida e ágil às solicitações de compra.
• Possibilita melhor controle global do processo de com- • Maior flexibilidade na negociação com fornecedores
pras e dos estoques. regionais.
• Reduz o custo de pedido (menor número de pedidos e • Maior autonomia funcional das unidades administrativas-
redução do quadro de pessoal). -regionais.
• Evita a disparidade de preços de aquisição de um
mesmo material por distintos compradores (o que poderia
suscitar uma competição danosa entre eles).
Fonte: Renato Fenili, 2014
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Cotação (Pesquisa) De Preços - Se o preço de aquisição é justo e oferece condições de marcar


um preço de venda que permita concorrer no mercado e, ao mes-
O departamento de compras com base nas solicitações de mer- mo tempo, obter uma boa margem de lucro;
cadorias efetua a cotação dos produtos requisitados. - Se a qualidade dos produtos oferecidos tem a perfeição do
Após efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual acabamento exigida pelo consumidor;
a proposta mais vantajosa levando em consideração os seguintes - Se a quantidade oferecida é suficiente para as necessidades
itens: de produção e vendas de um determinado período;
a) prazo de pagamento; - Se os prazos de entrega satisfazem as programações de ven-
b) valor das parcelas; das da empresa;
- Se os prazos de pagamento cobrem os prazos médios de ven-
Para análise, utilizamos a seguinte fórmula: das e não comprometem o capital de giro próprio.

VA = VF Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são regis-


(n + i) tradas as informações necessárias sobre os fornecedores (endere-
VA = Valor atual do produto ço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos sociais, pessoas
VF = Valor futuro do produto para contato, linhas de produtos ou mercadorias, prazo médio de
i = Taxa de juros entrega, condições de pagamento, política de descontos etc.).
n = prazo de pagamento
Cadastro de Fornecedores
O Pedido De Compra É o órgão responsável pela qualificação, avaliação e desempe-
Após término da fase de cotação de preços dos materiais e nho de fornecedores de materiais e serviços. São atribuições do ca-
análise da melhor proposta para fornecimento, o setor de compras dastro de fornecedores:
emite o pedido de compras para a empresa escolhida. Esse pedido - Qualificar e avaliar o desempenho dos fornecedores de ma-
deverá ter com clareza a descrição do material a ser comprado, bem teriais e serviços;
como as descrições técnicas, para que não ocorram as frequentes - Acompanhar a evolução do mercado;
dúvidas que comumente acontecem. - Subsidiar as informações e tarefas do comprador;
Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sen- - Efetuar a manutenção dos dados cadastrais;
do a 1ª e 2ª vias enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na - Pontuar cada fornecedor com méritos e deméritos durante as
2ª via e a devolverá, que passará a ter força de contrato, funcionan- fases de consulta e fornecimento.
do como um “instrumento particular de compromisso de compra e
venda”. A 3ª via funciona como follow up do pedido. As premissas do cadastro de fornecedores são:
- Preço; qualidade; e prazo.

CADASTRO DE FORNECEDORES. Essas premissas determinam a atuação do setor:


- Ter registrado fornecedores cujos produtos ou serviços pos-
sam ser de interesse efetivo ou potencial da empresa;
Compras e Desenvolvimento de Fornecedores - Garantir um plantel de fornecedores com padrão acima do
mínimo necessário;
A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da - Despertar o interesse do fornecedor em manter
empresa, estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir - Se atualizado perante as metas da empresa;
materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal. - Antecipar-se às necessidades de aquisição da empresa.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empre-
sa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam compreender Critérios de cadastramento: A quantidade de empresas man-
tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as tidas no cadastro varia em função do número e da diversidade dos
capacitações dos fornecedores que podem fornecer produtos e ser- materiais consumidos. Esse número não deve ser tão reduzido e
viços para a organização. nem tão elevado, mantendo uma quantidade equilibrada.
A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, quan-
tidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa indústria de- a) Critérios políticos: são definidos pela administração da em-
pendem muito das condições em que foram adquiridos os insumos presa, tendo como fatores: estabelecimento de prioridades para
e as matérias-primas. cadastramento de empresas da região ou do Estado, prioridade nas
No comércio, as compras de mercadorias realizadas em melho- consultas a empresas de pequeno a médio porte etc.
res condições proporcionam vendas mais rápidas, e possivelmente,
com maior margem de lucro. b) Critérios técnicos: envolvem as carências de abastecimento,
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos ne- na procura de desenvolvimento de novas alternativas de forneci-
gócios. Comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias mento.
e insumos necessários à manutenção, funcionamento e expansão
da empresa. c) Critérios legais: aplicados exclusivamente às empresas esta-
Não é tão fácil definir quais os fornecedores que apresentam tais, autárquicas e do serviço público.
todas as condições necessárias, por esse motivo é preciso verificar
as seguintes condições:
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Os fatores de decisão para inclusão de fornecedores funda- - Deficiente - não deverá obter registro;
mentam-se: - Regular - poderá vir a ser registrada;
- Na estabilidade econômico-financeira; - Bom e excelente - deverão ser cadastradas.
- Na idoneidade comercial;
- Na capacidade produtiva; Seleção de Fornecedores
- Na capacidade técnica; São os seguintes os critérios de seleção:
- Na tradição no mercado. - O fornecedor da última compra deve sempre ser indicado;
- Não indicar fornecedores com atrasos na entrega;
Os critérios para cadastramento envolvem duas fases distintas: - Evitar consultas em grupos reduzidos de fornecedores;
a) Fase Inicial - Análise Preliminar; - Priorizar as consultas aos fabricantes;
b) Fase Final - Análise Complementar. - Evitar a consulta a fornecedores com baixo índice de cotação.

a) Fase Inicial - Análise Preliminar: consiste na análise sumária Avaliação de Fornecedores


e rápida dos documentos preliminares apresentados pelo interes- Os fornecedores devem ser constantemente e sistematicamen-
sado no cadastramento. Para tanto, os interessados devem apre- te avaliados por meio dos seguintes critérios:
sentar: a) Desempenho comercial;
a. Ato constitutivo da empresa, estatutos ou contrato social e b) Cumprimento de prazos de entrega;
alterações; c) Qualidade do produto;
b. Atestados de capacidade técnica e/ou de fornecimento a ou- d) Desempenho do produto em serviço.
tras empresas de ramo e porte equivalente;
c. Atestados de capacidade e idoneidade financeira; a) Desempenho comercial
d. Cópias dos dois últimos balanços; e. linha de produtos e/ou São os seguintes aspectos:
serviços oferecidos. Com esses documentos a empresa compradora - Coleta de preços: número de respostas às consultas e obedi-
poderá realizar as seguintes análises: ência as condições gerais de fornecimento.
a1) Análise social: verifica-se seu objetivo, capital e composi- - Cumprimento das condições contratuais: condições de paga-
ção acionária. Com isso procura-se evitar o cadastro de empresas mento, reajustes de preços, preços propostos e ética comercial.
que em cuja composição acionária constem funcionários da em-
presa que está cadastrando; sócio e ex-sócio de empresas excluídas b) Cumprimento dos prazos de entrega
do cadastro por falta grave; sócio de empresa já cadastrada para a O fornecedor é avaliado quanto a:
mesma linha de materiais etc. - Cumprimento dos prazos de entrega;
a2) Análise econômico-financeira: é constatada por meio de - Presteza no atendimento de emergências.
balanços, referências bancárias e cartas de crédito, cadastrando
apenas empresas tidas como solventes. c) Qualidade do produto
a3) Análise técnica preliminar: é realizada com base nos ates- O fornecedor é avaliado por meio da quantidade de devoluções
tados de capacidade técnica e na relação de equipamentos, visando efetuadas.
constatar a tradição comercial da empresa, o interesse nos mate-
riais e serviços oferecidos, a necessidade ou não de visita técnica, a d) Desempenho do produto em serviço
qualificação de produtos ou testes de materiais. O fornecedor é avaliado por meio das ocorrências de desempe-
nho insatisfatório no serviço.
b) Fase Final - Análise Complementar: Procede-se à análise
complementar para as empresas aprovadas na fase preliminar, de- Modalidades de Compras
finindo ou não o registro. De Emergência: É aquela que se realiza às pressas. Acontece
b1) Análise jurídica É realizada utilizando-se as certidões positi- quando a empresa não faz planejamento das compras.
vas dos cartórios de feitos executivos, certidões negativas de falên- Especulativa: É realizada, antes de se apresentar a necessida-
cia ou concordata e inscrições fiscais de âmbito federal, estadual e de. Destina-se a especular com uma possível alta de preços.
municipal. Antecipada: É realizada, a fim de atender às reais necessida-
b2) Análise técnica conclusiva des da loja para determinado período. Exige rigorosa previsão das
Sendo necessária, realiza-se a visita técnica, em companhia de vendas.
especialistas no campo envolvido, por meio da qual obtêm-se os Contratada: É aquela que prevê a entrega dos pedidos em épo-
seguintes elementos para avaliação: cas pré-determinadas.
a. Recursos Humanos: quantidade, qualidade e especialização; Reposição: É aquela para adquirir mercadorias com comporta-
b. Recursos Materiais: maquinário, ferramental e instalações; mento estável das vendas. Exemplo: produtos de higiene, limpeza e
c. Organização: programação, controle da produção, segurança outros que registram comportamento de vendas equilibrado.
e layout;
d. Produção: capacidade, flexibilidade e diversificação;
e. Controle de qualidade: recebimento, produção e produto.

Aprovação de Cadastro
Depois de coletar os dados dos fornecedores a empresa deve
efetuar a análise do conceito técnico do fornecedor:
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Nas empresas estatais e autárquicas, como também no servi-


COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. EDITAL DE LICITAÇÃO ço público em geral, o processo de compras obedece uma série de
requisitos, conforme estabelece a Lei nº. 8.666, de 21-6-1993, al-
terada pela Lei nº. 8.883, de 8-6-1994, motivo pelo qual se tornam
A gestão de compras assume papel verdadeiramente estraté- totalmente transparentes.
gico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, princi- Sabemos que há várias diferenças entre o processo de compra
palmente financeiros, quebra-se então uma visão preconceituosa no sistema privado e no sistema público, mas destacamos como
de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de principal:
despesas e não um centro de lucros. Compras na Administração Pública – FORMALIDADE
A função é muito mais ampla e, se realizada com eficiência, en- Compras na Administração Privada – INFORMALIDADE
volve todos os departamentos da empresa. Obter o material certo,
nas quantidades certas, com a entrega correta (tempo e lugar), da De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois princípios pre-
fonte correta e no preço certo são todas as funções de compras. liminares devem ser seguidos:
O departamento de compras tem a responsabilidade principal 1 - A definição precisa do seu objeto;
de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar pre- 2 - A existência de recursos orçamentários que garantam o pa-
ços. O insumo vindo de outros departamentos é necessário para a gamento resultante.
busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também
o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar, A seguir, as condições necessárias para validar o processo de
nesse sentido amplo, é responsabilidade de todos. compras públicas:
Segundo Arnold “essa função é responsável pelo estabeleci- 1. Avaliar a necessidade (planejamento);
mento do fluxo dos materiais na firma, pelo segmento junto ao for- 2. Definir o quanto adquirir;
necedor, e pela agilização da entrega.”. 3. Verificar as condições de guarda e armazenamento;
A função compras é vista hoje como uma parte do processo 4. Buscar atender o princípio da padronização;
de logística das empresas, ou seja, parte integrante da cadeia de 5. Obter as informações técnicas quando necessárias;
suprimentos (suplly chain). 6. Proceder a pesquisas de mercado;
Sua influência é de caráter direto nos processos produtivos em 7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dispensa /
uma empresa, os prazos devem ser cumpridos de maneira rígida inexigibilidade;
tanto na entrada como na saída de insumos, pois poderão gerar 8.Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
sérios problemas dentro do ciclo, em especial nos departamentos O principal elemento que justifica o processo licitatório para
de produção e vendas. realização de compras no setor público é a TRANSPARÊNCIA que
Esta função pode ser dividida em quatro categorias: este representa.
- Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade Portanto, conceituando temos que:
necessárias. Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma pes-
- Obter mercadorias e serviços ao menos custo. soa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens,
- Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte realizar obras ou serviços, segundo condições por ela estipuladas
do fornecedor previamente, convoca interessados na apresentação de propostas,
- Desenvolver e manter boas relações com fornecedores. a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de
Para alcançar tais objetivos, devem ser desempenhadas certas
funções básicas: parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este pro-
- Tempo e lugar (especificações de compra). cedimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar
- Fonte certa (fornecedores). às entidades governamentais possibilidade de realizarem o negócio
- Negociar condições de compra. mais vantajoso; de outro, assegurar aos administrados ensejo de
- Administrar pedido de compra. disputarem entre si a participação nos negócios que as pessoas ad-
ministrativas entendam de realizar com os particulares.
Diante ao exposto, tais argumentos servirão para dar continui-
dade ao ciclo produtivo, tendo em vista que dentro desta pasta, os
critérios adotados deverão ser de suma importância para a admi- RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM. ENTRADA. CONFE-
RÊNCIA. CRITÉRIOS E TÉCNICAS DE ARMAZENAGEM
nistração em si na busca de aumento de lucros dentro menor custo
possível.
O recebimento de materiais é a etapa inicial do processo de
O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Cadeia de Su- armazenagem, as atividades de recebimento abrangem desde a re-
primentos das organizações. cepção do material na entrega pelo fornecedor, até a entrada nos
Segundo Martins et al. (2006, p. 81): estoques. A função de recebimento é parte de um sistema integra-
A função de compras assume papel verdadeiramente estraté- do com as áreas de contabilidade, compras e transportes, ou seja,
gico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, princi- ele é caracterizado como uma interconexão entre o atendimento
palmente financeiros envolvidos, deixando cada vez mais a visão do pedido pelo fornecedor e os estoques físico e contábil da orga-
preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, nização.
um centro de despesas e não um centro de lucros.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

As atribuições básicas do Recebimento de Materiais são:


- Liberar o material para estoque no almoxarifado;
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada;
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor;
- Controlar os volumes declarados na Nota Fiscal (NF) e no Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; e
- Proceder a conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for o
caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos documentos.

Etapas do Recebimento

O recebimento de materiais é composto por 4 etapas, as quais abrangem uma série de funções e princípios, que serão especificados
a seguir:

Recebimento Provisório 1. Entrada de Materiais


2. Conferencia Quantitativa
Etapas intermediarias
3. Conferencia Qualitativa
Regularização 4. Regularização

1. Entrada de Materiais
É o recebimento provisório, a recepção dos veículos transportadores de materiais é efetuada na portaria da organização, e logo após
encaminha-se esses veículos para a área de descarga da empresa, essa etapa representa o início do processo de recebimento e tem os
seguintes objetivos:
- Triagem da documentação do recebimento;
- Constatação se a compra (objeto da NF em análise), está autorizada pela empresa;
- Verificação se a compra está no prazo de entrega combinado;
- Constatar se o N° do documento de compra consta na NF;
- Cadastrar no sistema da empresa as informações referentes a compras.

Recomendações para a realização dessa etapa:


- A descarga é a retirada das mercadorias do veículo transportador, dessa maneira, deve-se estabelecer uma rotina de solicitação
prévia de reserva de praça junto aos clientes para evitar congestionamentos, filas de espera ou problemas decorrentes de falta de espaço.
- As compras não autorizadas ou em desacordo com a programação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos no
verso da NF. Outro documento que serve para as operações de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conhecimento de Trans-
porte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando o recebimento da mercadoria a ser transportada é efetuado.
- As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em relação às condições de contrato devem motivar a recusa do recebimen-
to, anotando-se no verso da 1ª via da NF as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador. O exame
para constatação das avarias é feito através da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, quanto a evidências de
quebras, umidade e amassados e etc.
- Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser encaminhados ao almoxarifado, para efeito de descarga do material no
depósito, a recepção é voltada para a conferência de volumes, confrontando-se a NF com os respectivos registros e controles de compra.
- Para a descarga do veículo transportador é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: paleteiras, talhas, empi-
lhadeiras e pontes rolantes.
- O cadastramento dos dados necessários ao registro do recebimento do material compreende a atualização dos seguintes sistemas:
Sistema de Administração de Materiais e Dados necessários à entrada dos materiais em estoque, visando ao seu contro-
Gestão de Estoques le.
Dados referentes à liberação de pendências com fornecedores, dados necessá-
Sistema de Contas a pagar
rios à atualização da posição de fornecedores.
Sistema de Compras Dados necessários à atualização de saldos e baixa dos processos de compras.

2. Conferência Quantitativa
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na NF corresponde efetivamente à quantidade de materiais re-
cebida pela organização. Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando os seguintes métodos:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

a) Manual: para o caso de pequenas quantidades de materiais;


b) Cálculos: para o caso que envolvem embalagens padronizadas com grandes quantidades;
c) Balanças contadoras/pesadoras: para casos que envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, porcas, pregos,
arruelas e etc.;
d) Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita por meio de balanças rodoviárias ou ferroviárias (são
os casos de materiais como areia e pedra);
c) Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas;

3. Conferência Qualitativa
Essa conferência visa garantir a adequação do material ao fim que se destina, ou seja, a análise de qualidade efetuada pela inspeção
técnica, por meio da confrontação das condições contratadas na Autorização de Fornecimento com as registradas na NF pelo fornecedor,
essa atividade visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame dos seguintes itens:
1. Características dimensionais;
2. Características específicas;
3. Restrições de especificação.

Inspeção de Materiais
A inspeção de materiais está presente na etapa de conferencia qualitativa, e possui algumas Modalidades, que dependendo dos tipos
de materiais que são adquiridos, são selecionadas as seguintes:
a) Acompanhamento durante a fabricação: torna-se conveniente acompanhar in loco13 todas as fases de produção, por questão de
segurança operacional;
b) Inspeção do produto acabado no fornecedor: por interesse do comprador, a inspeção do produto acabado será feita em cada
fornecedor;
c) Inspeção por ocasião do fornecimento: a inspeção será feita por ocasião dos respectivos recebimentos.

Documentos Utilizados no Processo de Inspeção


- Especificação de compra do material e alternativas aprovadas;
- Desenhos e catálogos técnicos;
- Padrão de inspeção, instrumento que norteia os parâmetros que o inspetor deve seguir para auxiliá-lo a decidir pela recusa ou acei-
tação do material.

Seleção dos Tipos de Inspeção


A depender da quantidade, a inspeção pode ser total ou por amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos
Essa análise tem por finalidade verificar o acabamento do material, possíveis defeitos, danos à pintura,
Análise Visual
amassamentos, quebras e etc.
Análise Dimen- Essa análise tem por objetivo verificar as dimensões dos materiais, tais como largura, comprimento,
sional altura, espessura, diâmetros, e etc.
Os ensaios específicos para materiais mecânicos e elétricos comprovam a qualidade, a resistência mecâ-
Ensaios
nica, o balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos.
Testes não destru- Os testes não destrutivos de ultrassom, radiografia, líquido penetrante, dureza, rugosidade, hidráulicos,
tivos pneumáticos também podem ser realizados a depender do tipo de material.

4. Regularização
Essa etapa caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, res-
pectivamente por meio do laudo de inspeção técnica e pela confrontação das quantidades conferidas versus faturadas.
O processo de Regularização poderá dar origem a uma das seguintes situações:
- Liberação de pagamento ao fornecedor (material recebido sem ressalvas);
- Liberação parcial de pagamento ao fornecedor;
- Devolução de material ao fornecedor;
- Reclamação de falta ao fornecedor;
- Entrada do material no estoque.

Documentos envolvidos na Regularização: os procedimentos de Regularização, visando à confrontação dos dados, objetivando recon-
tagem e aceite ou não de quantidades remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes documentos:
- Nota Fiscal;
- Conhecimento de transporte rodoviário de carga;

13 É uma locução adverbial, que significa no próprio local; in situ.


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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

- Documento de contagem efetuada; O conceito de armazenagem se relaciona com o processo de


- Relatório técnico da inspeção; guarda e movimentação dos materiais em uma instalação, ao pas-
- Especificação de compra; so que estocagem está diretamente ligada a colocação dos mate-
- Catálogos técnicos; riais em um local dessa instalação.
- Desenhos.
Vantagens e Desvantagens da Armazenagem
Devolução ao Fornecedor: o material em excesso ou com de-
feito será devolvido ao Fornecedor, dentro de um prazo de 10 dias a Vantagens
contar da data do recebimento, acompanhado da NF de Devolução, As vantagens da armazenagem consistem em:
emitida pela empresa compradora. - Melhor aproveitamento do espaço físico;
- Menor índice de perda por avaria
Manuseio: é a execução de um conjunto de métodos e técni- - Melhoria dos índices de avaliação do inventário; e
cas recomendadas visando à movimentação e o manejo correto e - Mais facilidade na movimentação dos materiais, determinan-
seguro de materiais, desde o recebimento até às áreas de estoca- do redução dos custos do armazém e melhorando a eficiência no
gem e quando de sua separação para distribuição às outras Uni- atendimento aos clientes.
dades Armazenadoras de Materiais ou Unidades Consumidoras e
que envolvem trabalhadores, equipamentos e utensílios, manuais Além dessas vantagens a armazenagem visa facilitar o acesso
e motorizados, buscando agilidade, redução de custos e tempos, aos itens do almoxarifado, proteger e abrigar os materiais, e facilitar
segurança patrimonial e física dos trabalhadores, com a eliminação a movimentação interna do depósito. Dessa forma, durante a pro-
de acidentes e perdas. dução, ela movimenta e controla os estoques de produtos em pro-
cesso, armazenando os produtos acabados em tempo hábil, o que
ARMAZENAGEM DE MATERIAIS exige velocidade e flexibilidade operacional para atender o cliente
final. Assim, uma importante vantagem trazida é atender devida-
A armazenagem é a gestão do espaço necessário para manter mente o cliente, quando a armazenagem é bem realizada.
os estoques, esse espaço é denominado “almoxarifado”. Segundo
Fenili14, o almoxarifado é um local destinado a guarda e a conserva- Desvantagens
ção dos itens de material em estoque em uma determinada organi- As desvantagens estão no capital aplicado, nos custos adminis-
zação, e o profissional encarregado de um almoxarifado é denomi- trativos, nos sistemas logísticos das empresas, a armazenagem é
nado almoxarife15. uma das funções que mais agrega valor à gestão da cadeia de supri-
Ainda de acordo com o autor, a armazenagem de materiais mentos, porque conta com um sistema de armazenagem racional
pode ser compreendida como a atividade de planejamento e or- de matérias-primas e produtos.
ganização das operações destinadas a manter e abrigar adequada-
mente os materiais no almoxarifado, mantendo-os em condições Um aspecto importante é que a Armazenagem por frequência
de uso até o momento de sua demanda efetiva pela organização.16 implica em armazenar tão próximo quanto possível da saída dos
O planejamento dos almoxarifados inclui: localização, dimen- materiais que tenham maior frequência de movimento, facilitando
sionamento de área, arranjo físico, baias de atracação, equipa- assim as atividades que compõem a armazenagem.
mentos para movimentação, tipo e sistemas de armazenagem, de
sistemas informatizados para localização de estoques e mão de Objetivos da Armazenagem
obra disponível.
Segundo Viana17, uma armazenagem tem como objetivo princi-
O funcionamento adequado do almoxarifado exige que o mes- pal a minimização dos custos que ela traz para a organização, e além
mo disponha de um sistema rápido para transferência da carga, deste, temos os seguintes objetivos:
imobilizando o veículo durante o menor tempo possível, portanto a - Prover acesso facilitado a todos os itens de material;
armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções que tem - Prover proteção aos itens estocados, de forma que sua mani-
nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação pulação não incorra em danos;
dos materiais, matérias-primas, produtos acabados ou semiacaba- - Prover um ambiente cujas características não afetem a quali-
dos. dade e a integridade dos itens estocados;
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta- - Apresentar um arranjo físico que possibilite o uso eficiente de
dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres- mão de obra e de equipamentos.
centar valor, a armazenagem, no entanto pode ser definida como o - Maximizar a utilização dos espaços, ou utilizar eles nas três
compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. dimensões, da maneira mais eficiente possível;
Na prática isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que
influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância As atividades que compõem a armazenagem são:
relativa dos mesmos.
14 FELINI, R. Administração de recursos materiais e patrimoniais para concursos: - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
abordagem completa (Teoria e Questões), 3° ed, RJ; 2014. identificação do material recebido, analisar documento fiscal com o
15 A título de curiosidade, a etimologia da palavra almoxarife é originaria do pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
idioma árabe “al muxarif”, que significa ilustre, nobre, intendente, honrado.
16 FELINI, R. Administração de recursos materiais e patrimoniais para concursos: 17 VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo:
abordagem completa (Teoria e Questões), 3° ed, RJ; 2014. Atlas, 2000.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

- Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque de
produtos em processo, estoque de matéria-prima e materiais auxiliares, estoque operacional, estoque de produtos acabados e estoques
de materiais administrativos.

- Distribuição: está relacionada à expedição do material, que envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem, a
embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu destino final, nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de saída
para que haja controle do estoque.

Tipos de Armazenagem

Existem dois tipos de armazenagem, que são a temporária e a permanente.

- Armazenagem Temporária: tem como função conseguir uma forma de arrumação fácil de material, como por exemplo a colocação
de estrados para uma armazenagem direta entre outros.

- Armazenagem Permanente: tem um local pré-definido para o depósito de materiais, assim o fluxo do material determina a disposi-
ção do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantindo a organização do mesmo.

Na definição do local adequado para o armazenamento deve-se considerar:


- Volume das mercadorias / espaço disponível;
- Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento);
- Número de itens; -Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc;
- Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens;
- Velocidade necessária no atendimento.

Critérios e Técnicas de Armazenagem

Segundo Viana18, a armazenagem por ser categorizada em dois grupos, que são a armazenagem simples, e a complexa.
- Armazenagem Simples: envolve os materiais que por suas características físicas ou químicas, não demandam cuidados adicionais,
do gestor de almoxarifados.
- Armazenagem Complexa: ao contrário da anterior, essa armazenagem é inerente a materiais que carecem de medidas especiais em
sua guarda. Os aspectos físicos ou químicos dos materiais que justificam uma armazenagem complexa podem ser assim listados:

Materiais de Armazenagem Complexa


ASPECTOS FÍSICOS ASPECTOS QUÍMICOS
- Inflamabilidade ou Combustibilidade
- Explosividade
- Fragilidade
- Volatilização
- Volume
- Oxidação
- Peso
- Potencial de intoxicação
- Forma
- Radiação
- Perecibilidade

Alguns outros critérios e técnicas de armazenagem são:


- Armazenagem por agrupamento: materiais de características semelhantes são juntamente agrupados.
- Armazenagem por tamanho/peso/volume: materiais com tamanhos/pesos/volumes significativos são armazenados próximos uns
dos outros.
- Armazenagem por frequência: materiais mais solicitados, isto é, aqueles que têm uma maior frequência de movimento, são agru-
pados.
- Armazenagem Especial: critério que diz respeito à natureza especial do material, armazenagem complexa, e aos cuidados necessá-
rios no seu armazenamento e manuseio.

Recomendações para a armazenagem, quanto à organização e o local de armazenamento:


- Deve estar sempre limpo;
- Estabelecer um esquema de armazenamento;
- Proteger os materiais do calor excessivo e da luz do sol;
- Os materiais devem estar sempre organizados por grupo;

18 VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000.


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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

- Os materiais não podem ficar em contato direto com o chão; porcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o
- Os Materiais em pó devem ser acomodados em cima dos ma- recebimento até a expedição.
teriais em líquido; Assim, alguns cuidados essenciais devem ser observados:
- Os Materiais mais pesados devem ser acomodados na parte a. Determinação do local, em recinto coberto ou não;
inferior da prateleira; b. Definição adequada do layout;
- Isolado de agentes físicos e químicos, que possam prejudicar c. Definição de uma política de preservação, com embalagens
os produtos armazenados; plenamente convenientes aos materiais;
- Isolado de locais onde se conservem ou consumam alimentos, d. Ordem, arrumação e limpeza, de forma constante;
bebidas, medicamentos, etc; e. Segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc.
- É necessário evitar que pessoas não autorizadas, e especial-
mente crianças, tenham acesso. Para entrar no almoxarifado, toda e Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:
qualquer pessoa, funcionário ou visitante, deve estar devidamente a. Máxima utilização do espaço (ocupação do espaço);
identificado. b. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e
equipamentos);
Princípios das Técnicas de Armazenagem c. Pronto acesso a todos os itens (seletividade);
d. Máxima proteção aos itens estocados;
As técnicas de armazenagem são compostas por 3 princípios: e. Boa organização;
f. Satisfação das necessidades dos clientes.
1° Princípio de economia de escala na movimentação: é o
princípio que se baseia no trabalho com o uso do palete (material Estruturas de Armazenagem
de madeira usado para armazenar as mercadorias);
2° Princípio da continuidade do movimento: aquele operador As estruturas de armazenagem são elementos básicos para a
com ou sem equipamento, mas, que quem começou o movimento paletização e o uso racional de espaço, e atendem aos mais diversos
termina. Não se trabalha o movimento em divisão com outra pes- tipos de carga. São estruturas constituídas por perfis em L, U, tubos
soa, pois ocorre perda de tempo e risco maior de acidentes; modulares e perfurados, dispostos de modo a formar estantes, ber-
3° Princípio de redução do esforço: cargas com maior peso, ços ou outros dispositivos de sustentação de cargas. Os principais
maior volume ou maior rotatividade, devem ficar armazenados tipos são:
sempre na parte inferior.
Porta-paletes convencionais: esse tipo de estrutura é empre-
Deveres do Responsável gada quando é necessária seletividade nas operações de carrega-
- Manter os rótulos existentes nas embalagens sempre volta- mento, isto é, quando as cargas dos paletes forem muito variadas,
dos para o lado de fora da pilha, para uma fácil identificação; permitindo a escolha da carga em qualquer posição da estrutura
- Manter um afastamento de, entre 30 e 50 cm, entre as pare- sem nenhum obstáculo. Apesar de necessitar de muita área para
des laterais e as pilhas de produtos (além de funcionar como área corredores, compensa por sua seletividade e rapidez na operação.
de ventilação, permite localizar e identificar vazamentos);
- Manter uma área de circulação. Esta deve, pelo menos, ter Porta-paletes para corredores estreitos: permite otimização
um corredor central orientado para a porta principal do armazém, e do espaço útil de armazenagem, em função da redução dos corre-
corredores secundários, separando as diversas áreas; dores para movimentação. Porém, o custo do investimento torna-
- Promover o manuseio seguro dos produtos, atuando da en- -se maior em função dos trilhos ou fios indutivos que são necessá-
trada e saída destes do armazém; rios para a movimentação das empilhadeiras trilaterais. Em caso de
pane da empilhadeira, outra máquina convencional não tem acesso
Em caso de derrames ou vazamentos: aos paletes.
- Absorver o produto derramado ou que tenha vazado, com
material absorvente/neutralizante, conforme conste da ficha de Porta-paletes para transelevadores: também otimiza o espaço
segurança. Em caso de dúvida, contatar o fabricante do produto; útil, já que seu corredor é ainda menor que dá empilhadeira trila-
- Isolar a área contaminada; teral. Em função de alturas superiores às estruturas convencionais,
- Não utilizar água para lavagem e/ou limpeza; permite elevada densidade de carga com rapidez na movimenta-
- No caso de produto sólido, varrer com cuidado, procurando ção. Possibilita o aproveitamento do espaço vertical e propicia se-
gerar o mínimo possível de poeira. gurança no manuseio do palete, automação e controle do FIFO
- Suspender todas as operações.
Equipamentos para facilitar a Armazenagem Porta-paletes autoportante: Elimina a necessidade de constru-
ção de um edifício, previamente. Permite o aproveitamento do es-
A evolução tecnológica, como não poderia deixar de ser, es- paço vertical (em média, utiliza-se em torno de 30 m). O tempo de
tendeu seus múltiplos benefícios à área de armazenagem, tanto construção é menor e pode-se conseguir, também, redução no va-
pela introdução de novos métodos de racionalização e dos fluxos lor do investimento, uma vez que a estrutura de armazenagem vai
de distribuição de produtos, como pela adequação de instalações e ser utilizada como suporte do fechamento lateral e da cobertura,
equipamentos para movimentação física de cargas. possibilitando uma maior distribuição de cargas no piso, traduzindo
Como já mencionado anteriormente, o objetivo primordial do em economia nas fundações.
armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, e da manei-
ra mais eficiente possível. As instalações do armazém devem pro-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Porta-paletes deslizante: Sua principal característica é a pe-


quena área destinada à circulação. O palete fica mais protegido,
pois quando não se está movimentando, a estrutura fica na forma
de um blocado. Muito utilizado em espaços extremamente restritos
para armazenagem de produtos de baixo giro e alto valor agregado.
Apresenta, como vantagem, alta densidade.

Drive-in e Drive- Through: A estrutura empregada tanto no Dri-


ve-in, quanto no Drive-Through é a mesma, porém, o que as dife-
rencia é o conceito de armazenagem.

- Estrutura tipo Drive-in: a operação do Drive-In é feita através


do LIFO (Last In First Out), ou seja, o último palete que entra, será o
primeiro a sair. Recomenda-se que sua instalação seja feita próxima Nos dois sistemas de Drive, quando os corredores de armaze-
à parede ou delimitações de áreas. As estruturas drive-in são ope- nagem são muito longos, a velocidade de movimentação diminui
racionalizadas por uma única entrada. Tem como vantagem a Ren- bastante, pois além de aumentar o espaço a ser percorrido pela em-
tabilidade máxima do espaço disponível, eliminação dos corredores pilhadeira, obriga o operador a voltar de ré (este último transtorno
entre as estantes, rigoroso controle de entradas e saídas e admite pode ser minimizado com a colocação de trilhos de guia junto ao
tantas referências como ruas de carga. solo).
O Drive-in ou o Drive-Through é o tipo de estrutura á ideal para
as operações que necessitam de alta densidade de armazenagem
e baixa seletividade de produtos, justificado pelo reduzido número
de corredores operacionais, sendo comuns em armazéns frigorifi-
cados.

Estrutura dinâmica: A principal característica é a rotação auto-


mática de estoques, permitindo a utilização do sistema FIFO pois,
pela sua configuração, o palete é colocado em uma das extremi-
dades do túnel e desliza até a outra por uma pista de roletes com
redutores de velocidade, para manter o palete em uma velocidade
constante. Permite grande concentração de carga, pois necessita de
somente dois corredores, um para abastecimento e outro para re-
tirada do palete.
É empregada, principalmente, para estocagem de produtos
alimentícios, com controle de validade, e cargas paletizadas. Neste
sistema, o palete é colocado pela empilhadeira num trilho inclina-
do com roletes e desliza até a outra extremidade, onde existe um
“stop” para contenção do mesmo. Sem dúvida, é uma das mais ca-
ras, mas muito utilizada na indústria de alimentos, para atender aos
prazos de validade dos produtos perecíveis.

Estrutura tipo Cantilever: Permite boa seletividade e velocida-


de de armazenagem. Sistema perfeito para armazenagem de peças
de grande comprimento. É destinada às cargas armazenadas, pela
lateral, preferencialmente por empilhadeiras, como: madeiras, bar-
ras, tubos, trefilados, pranchas, etc. De preço elevado é composta
por colunas centrais e braços em balanço para suporte das cargas,
formando um tipo de árvore metálica.
Em alguns casos, pode ser substituída por estrutura com can-
- Estrutura tipo Drive-Through: Na estrutura Drive-Through a toneiras perfuradas, montadas no sentido vertical e horizontal,
operação é administrada por meio do FIFO (First In First Out), onde formando quadros de casulos e possibilitando armazenar os mais
o primeiro palete que entra é o primeiro a sair. Geralmente essa variados tipos de perfis pela parte frontal. Esse outro tipo de es-
estrutura é instalada em áreas livres com acesso a ambas as faces. trutura é extremamente mais barato, porém exige carregamento e
Assim, diferente do drive in que a empilhadeira entra e sai pelo descarregamento manual, tornando a movimentação mais morosa
mesmo lado, no drive Through a empilhadeira tem acesso pelos que a da estrutura tipo Cantilever, onde se movimenta vários perfis
dois lados, sendo dois corredores um de entrada e outro de saída. de uma só vez.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Estrutura tipo Push-Back: Sistema utilizado para armazenagem


de paletes semelhante ao drive-in, porém, com inúmeras vanta-
gens, principalmente relacionadas à operação, permitindo uma se- GESTÃO PATRIMONIAL. CONTROLE DE BENS. INVENTÁRIO.
letividade maior em função de permitir o acesso a qualquer nível de ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
armazenagem. Neste sistema, a empilhadeira “empurra” cada pale-
te sobre um trilho com vários níveis, permitindo a armazenagem de Gestão patrimonial
até quatro paletes na profundidade. Também conhecida por Glide
In - Gravity feed, Push Back – alimentado por gravidade, empurra e O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi-
volta), é insuperável em produtividade de movimentação, densida- ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
de de armazenagem e economia total de armazenagem de cargas seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
diferentes. elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo
Esta é uma opção para o aumento da densidade de armaze- econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos el-
nagem sem a necessidade de investimentos em equipamentos de ementos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a
movimentação, pois os paletes ficam sempre posicionados nos cor- uma entidade que vise alcançar determinados fins.
redores com fácil acesso, isto é, qualquer nível é completamente Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma
acessado sem a necessidade de descarregar o nível inferior. riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva,
A utilização dos perfis de aço laminados estruturais é absolu- sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob
tamente necessária para garantir o perfeito funcionamento de tri- o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas-
lhos, carros e rodízios dos sistemas. Com o aumento da ocupação sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza
volumétrica da fábrica (relação entre o volume total do armazém o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o
e o volume da carga estocada), podem-se listar como benefícios a patrimônio de forma qualitativa.
obtenção de maior produtividade operacional (itens movimenta- A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conheci-
dos por homem-hora), maior agilidade no fluxo de materiais, maior da como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus ar-
organização dos estoques, maior produtividade nas operações de tigos 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio
inventário e a utilização do LIFO (Last i - First out) nas operações público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens
de transferências entre Centro de Distribuição e lojas ou depósitos. móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público
não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a
Estrutura tipo Flow-rack: Sistema indicado para pequenos vo- lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previ-
lumes e grande rotatividade, onde se faz necessário o picking, faci- dência social, geral e própria dos servidores.
litando a separação de materiais e permitindo naturalmente o prin- Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
cípio FIFO Neste sistema, o produto é colocado num plano inclinado ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em
com trilhos que possuem pequenos rodízios deslizando, assim, por despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-
gravidade, até a outra extremidade, onde existe um “stop” para sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
sua contenção do mesmo. É usada com movimentações manuais to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
e mantém, sempre, uma caixa à disposição do usuário, facilitando, forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
assim, o picking, ou seja, a montagem de um pedido, como se fosse
um supermercado. TOMBAMENTO DE BENS.
Como elas precisam ser de pouca altura, pois são usadas ma- O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
nualmente, é bastante comum montá-las na parte inferior de uma dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con-
estrutura porta-paletes convencional, no intuito de usar a parte su- ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada
perior para estocagem do mesmo produto, em paletes, simulando, do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o
assim, um atacado na parte superior e um varejo na parte inferior. responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de
Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais
Estante: Sistema estático para a estocagem de itens de peque- e outros que se fizerem necessários), informando o destino (cen-
no tamanho que podem ter acessórios, como divisores, retentores, tros de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em
gavetas e painéis laterais e de fundo. estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de
Possibilita a montagem de mais de um nível, com pisos inter- saída deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
mediários. São adequadas para armazenar itens leves, manuseáveis Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino fi-
sem a ajuda de qualquer equipamento e com volume máximo de nal, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
0,5 m3. juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
O tombamento consiste na formalização da inclusão física de
Estante de grande comprimento: Utilizada, basicamente, para um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um
cargas leves que possuem um tamanho relativamente grande para único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma se-
ser colocado nas estantes convencionais. É um produto intermediá- quência de registros patrimoniais quando for por lote, que é de-
rio entre as estantes e os porta-paletes. nominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se
uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada materi-
al, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do
bem a ser registrado é o valor constante do respectivo documento
de incorporação (valor de aquisição).

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/
plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual con- série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac-
terá o número de registro patrimonial. terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres-
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras);
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data de
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos- emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e ano;
sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, com-
que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremi- ercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Termo
dades ou sobre alguma indicação importante do bem. de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do for-
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes necedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do manutenção); localização (identificação do centro de responsabil-
órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua idade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comoda-
própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também to, em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito
terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados para triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para
em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado
de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en- de conservação (bom, regular, precário, inservível, recuperável);
costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao histórico do bem vinculado a um sistema de manutenção, quan-
peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo do existir. Tal informação permitirá o acompanhamento da ma-
ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da nutenção dos bens e identificação de todos os problemas ocorridos
plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de- nestes números do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou
verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio. não plaquetável.
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebi-
de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e bens mento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que pro-
semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior cederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico,
direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior di- utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de
reita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre imóvel; denominação do imóvel; características (descrição detalha-
com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: da do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso
a plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à (compra, doação, permuta, comodato, construção, usucapião, de-
posição de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho sapropriação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial;
e/ou àqueles móveis que foram projetados para ficarem encosta- número do empenho e data de emissão; fonte de recurso; núme-
dos em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de ro do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de
fácil visualização; c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção
fixa inferior do motor; d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão
deve ser fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); localização
máquina; e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a (identificação do centro de responsabilidade); situação do bem
plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, (registrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, em
couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. depósito para manutenção, em depósito para triagem, em depósito
A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sól- para redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância, de-
ida; f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa- saparecido, baixado, outros); estado de conservação (bom, regular,
relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais precário, inservível); data da incorporação; unidade da federação;
fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na tipo de logradouro; número; complemento;bairro/distrito; municí-
carcaça; g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser pio; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; data do registro;
fixada na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor
motorista, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessóri- do arrendamento; valor de utilização; valor de atualização; moe-
os; h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste caso, da de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ do
deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem diminua reavaliador.
seu valor comercial; i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser
fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, CONTROLE DE BENS.
na lateral direita; j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
não seja possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
na parte posterior do quadro; e k) fixação de plaquetas em outros no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
bens: entende-se como outros bens aqueles materiais que não po- Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
dem ser classificados claramente como aparelhos, máquinas, mo- material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação
tores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na parte dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
onde são manuseados. A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá con-
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- ter no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição Responsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

também o nome do sublocal de lotação); declaração de responsab- Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi-
ilidade; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depend-
se é plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados ência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de
no Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro
do responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo. centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente
A transferência é a operação de movimentação de bens, com autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta
a consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade trans- deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro
feridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma-
ato, por meio das providências preliminares. É importante desta- nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá
car que a transferência de responsabilidade com movimentação de ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resultará
bens somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção,
solicitação do responsável pela carga cedente com anuência do re- que tomará todas as providências para proceder à assistência de
cebedor. A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
obsoletos ou sem utilização também se caracteriza como trans- Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
ferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde o bem está lo- de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
calizado devolve-o com a observância das normas regulamentares, envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi-
a fim de que a o Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem
sobre a situação do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do
de Patrimônio do órgão também ficam sob a guarda dos servidores bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo.
deste setor (fiéis depositários), e serão objetos de análise para a Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público
determinação da baixa ou transferência a outros setores. É impor- é vedado, salvo exceções previstas em leis.
tante colocar que uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros também
setor deverá ser fixada em local visível a todos, dentro de seu re- deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum respaldo
cinto de trabalho, visando facilitar o controle dos bens (sugestão: legal.
atrás da porta de acesso ao setor). Para que ocorra a transferência
de responsabilidade entre dois setores pertencentes a um mesmo INVENTÁRIO.
órgão, deverão ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
por escrito, do interessado em receber o bem, dirigida ao possível e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
cedente; “de acordo” do setor cedente com a autorização de trans- contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
ferência ; solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimô- que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
nio para emissão do Termo de Responsabilidade; após a emissão realmente existe em estoque.
do Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
mesmo ao agente patrimonial, para que este colha assinaturas do elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a
cedente e do recebedor. contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados os tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado em grupo de itens em determinados períodos.
receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do setor Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
cedente com a autorização de transferência e anuência das uni- nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
dades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solicitação consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento de
Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou enti-
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e dade, informando seu estado de conservação, e mantendo atualiza-
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem dos e conciliados os registros do sistema de administração patrimo-
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- nial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além disso, o
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, inventário também pode ser utilizado para subsidiar as tomadas de
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser contas indicando saldos existentes, detectar irregularidades e prov-
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- idenciar as medidas cabíveis.
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio Através do inventário pode-se confirmar a localização e
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das atribuição da carga de cada material permanente, permitindo a
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o atualização dos registros dos bens permanentes bem como o le-
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o vantamento da situação dos equipamentos e materiais em uso,
Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irregu-
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; laridade. Podem-se verificar também no inventário as necessidades
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma de manutenção e reparo e constatação de possíveis ociosidades de
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra bens móveis, possibilitando maior racionalização e minimização de
encaminhada ao Setor de Patrimônio. custos, bem como a correta fixação da plaqueta de identificação.
Na Administração Pública, o inventário é entendido como o arrola-
mento dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

periodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos va- rimoniais devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor
lores que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e aos componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a
o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade sua natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade.
dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os
diversos tipos de inventários são realizados por determinação de ALIENAÇÃO DE BENS.
autoridade competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimô- De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se
nio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou
de carga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga-
ou a qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública de- mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio.
vem ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
disposição legal, mas também como medida de controle, tendo em Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que
mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem-
danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993,
legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e que institui normas para licitações e contratos da Administração
imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação
e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da específica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a
Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). alienação por leilão.
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais dinada à existência de interesse público devidamente justificado.
bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário medi- A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
ante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
atualização física e monetária e de controle, a época da inventar- tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
iação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-responsa- comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a
bilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação dos Administração Pública.
dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alien-
gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso ação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
de bens móveis. Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constantes seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoriados
de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no próprio
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida útil,
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de aval-
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto medi- iação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis permanentes
ante autorização específica das unidades de controle patrimonial, inservíveis: quando for constatado serem os bens danificados, ob-
ou do dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a soletos, fora do padrão ou em desuso devido ao seu estado precário
Comissão de Inventário de Bens. de conservação; e b) bens móveis permanentes excedentes ou ocio-
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados sos: quando for constatado estarem os bens em perfeitas condições
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou de uso e operação, porém sem utilização.
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou oci-
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos osos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proibida
componentes patrimoniais. a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto nos
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de el- casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
ementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS.
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu
moniais. valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a reti-
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: com- rada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da
preende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e pas- transferência deste para o controle de bens baixados, feita exclu-
sivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identifi- sivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo
cação, agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das gestor. O número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser
características e quantidades obtidas no levantamento. O arrola- utilizado em outro bem.
mento pode apresentar os componentes patrimoniais deforma re- A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
sumida e recebe a denominação “sintética”. Quando tais compo- seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como-
nentes são relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao ele- qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
mento patrimonial. Os critérios de avaliação dos componentes pat- definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de


gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessa- QUESTÕES
da. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse
em utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão 1.(CEBRASPE (CESPE) - Enfermeiro (EBSERH)/Gerenciamento
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, Gestão/Gestão da Qualidade em Saúde/2018)
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado No que se refere ao aprimoramento dos sistemas de gerencia-
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que mento dos recursos materiais na saúde, julgue o item subsecutivo.
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópi- Quanto ao gerenciamento de materiais, cabe ao enfermeiro,
cas reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou
entre outras funções, determinar o material necessário, definir as
bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se
especificações, estabelecer o quantitativo e analisar a qualidade do
existe interesse pelos bens.
material.
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado perman- ( ) CERTO
ecerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um ( ) ERRADO
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de 2.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Ad-
baixa até sua destinação final. ministrativa/2017)
Julgue o item que se segue, relativo às atividades básicas de
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no administração de materiais e patrimônio.
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: Entre os procedimentos básicos da administração de mate-
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando riais incluem-se a especificação de compras, a ocasião oportuna de
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; moti- comprar, o conhecimento dos fornecedores e o estabelecimento da
vo de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. quantidade ideal.
Visando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, ( ) CERTO
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de ( ) ERRADO
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio 3.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Ad-
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- ministrativa/2017)
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procederá Acerca das compras e estoques nas organizações, julgue o item.
à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, o Entre as etapas do processo de reposição de estoques, in-
Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de re- cluem-se a verificação da necessidade de reposição de material, a
sponsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a comunicação ao setor de compras da necessidade de reposição do
responsabilidade do bem. material e a comunicação com fornecedores para obter propostas
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao de cotações.
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que ( ) CERTO
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou ( ) ERRADO
desfazimento.19
4.(CEBRASPE (CESPE) - Agente Administrativo (DPU)/2016)
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
Acerca da gestão patrimonial, julgue o item subsecutivo.
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
Item do ativo imobilizado da organização refere-se a bem que
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- possui tempo ilimitado de uso e de vida útil.
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção ( ) CERTO
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta ( ) ERRADO
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ger-
enciados”. 5.(CEBRASPE (CESPE) - Agente Administrativo (MDIC)/2014)
Com referência à gestão de materiais, julgue o item.
Os principais problemas relativos à administração de materiais
são: a má localização dos estoques, o armazenamento inadequado,
os erros de cálculo nos relatórios de entrada e saída de materiais, os
erros gerados no recebimento, o esquecimento e atraso na emissão
de documentos relativos à entrada e saída de material e a inade-
quação nos procedimentos de contagem física.
( ) CERTO
19 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de ( ) ERRADO
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo
Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www.
administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo.
com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

6.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (ANATEL)/Admi- 11.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRT 8ª Região)/Ad-
nistrativo/2014) ministrativa/”Sem Especialidade”/2013)
Julgue o item seguinte, a respeito de gestão patrimonial. Na administração de recursos materiais, o estágio do ciclo de
A palavra alienação é atribuída a toda transferência de domínio vida do produto no qual o volume vendido não se altera rapidamen-
de bens a terceiros. te, podendo ser absorvido nos perfis de distribuição de produtos
( ) CERTO similares já existentes, corresponde à fase de
( ) ERRADO (A) crescimento.
(B) maturidade.
7.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico do Banco Central do Brasil/Área (C) declínio.
1 (Suporte Técnico-Administrativo)/2013) (D) concepção.
No que se refere à administração de materiais, julgue o item (E) introdução.
a seguir.
A integração entre logística e marketing ocorre no nível de ser-
viço logístico, sendo importante a observação de aspectos referen- 12.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (ANS)/2013 (e
tes ao atendimento ao cliente para garantir que o fluxo de bens e mais 1 concurso)
serviços seja gerenciado com qualidade. A respeito da administração de recursos materiais, julgue o
( ) CERTO item que se segue.
( ) ERRADO Nos dias atuais, a administração de materiais caracteriza-se
como um conjunto de atividades orientadas a evitar a falta e a des-
8.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico do Banco Central do Brasil/Área mobilização dos estoques.
1 (Suporte Técnico-Administrativo)/2013) ( ) CERTO
No que se refere à administração de materiais, julgue o item ( ) ERRADO
a seguir.
Qualidade do material, quantidade necessária, prazo de entre- 13.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (ANS)/2013 (e
ga, preço e condições de pagamento são pré-requisitos da adminis- mais 1 concurso)
tração de materiais para abastecer, continuamente, determinada A respeito da administração de recursos materiais, julgue o
empresa com material necessário para suas atividades. item que se segue.
( ) CERTO A classificação de materiais e o gerenciamento dos estoques
( ) ERRADO são funções usualmente exercidas pelo sistema de administração
de materiais.
9.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STF)/Administrati- ( ) CERTO
va/”Sem Especialidade”/2013) ( ) ERRADO
Apesar da aparência meramente operacional, a administração
de materiais constitui função de grande valor estratégico de uma 14.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (ANS)/2013 (e
organização. A respeito desse assunto, julgue o próximo item. mais 1 concurso)
A transmissão simultânea de dados, a informatização de tare- A respeito da administração de recursos materiais, julgue o
fas administrativas e a automação de processos têm contribuído item que se segue.
para diminuir o tempo de processamento de um pedido ou entrada.
( ) CERTO A área de administração de materiais pode atuar como con-
( ) ERRADO ciliadora de interesses conflitantes entre as áreas de vendas e de
administração financeira, uma vez que desenvolve técnicas de pla-
10.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRT 8ª Região)/Ad- nejamento para garantir 100% da entrega dos pedidos realizados
ministrativa/”Sem Especialidade”/2013) pelos clientes.
No que se refere à gestão do material de consumo, assinale a ( ) CERTO
opção correta. ( ) ERRADO
(A) No governo federal, o inventário físico realizado na mudan-
ça do dirigente da unidade gestora é denominado inicial. 15.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (ANS)/2013 (e
(B) No sistema de estocagem livre, há locais fixos de armaze- mais 1 concurso)
nagem para todos os itens em guarda, o que facilita o controle A respeito da administração de recursos materiais, julgue o
dos endereçamentos. item que se segue.
(C) O sistema das revisões periódicas possibilita que a reposi- A demanda independente está relacionada à demanda conhe-
ção seja automaticamente providenciada quando for atingido cida e controlada pela empresa, intimamente vinculada, entretan-
o ponto de pedido. to, às variações de mercado e dos custos de produção.
(D) Fardos de algodão devem ser assentados sobre paletes para ( ) CERTO
possibilitar transporte, manuseio e armazenagem do produto. ( ) ERRADO
(E) Catalogação, simplificação, especificação e normalização
são etapas da classificação de materiais.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

16.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Judiciário (TRE RJ)/Administra-


tiva/2012) GABARITO
Acerca da administração de recursos materiais e patrimoniais,
julgue o item a seguir.
1 CERTO
Os materiais processados ao longo das diversas seções que
compõem o processo produtivo da empresa são denominados ma- 2 CERTO
térias-primas. 3 CERTO
( ) CERTO
4 ERRADO
( ) ERRADO
5 CERTO
17.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Ministerial (MPE PI)/Adminis- 6 CERTO
trativa/2012)
7 CERTO
A respeito da função administração de recursos materiais, jul-
gue o item a seguir. 8 CERTO
A administração de materiais pode ser conceituada como um 9 CERTO
sistema integrado que garante o suprimento da organização, no
10 E
tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida
e pelo menor custo. 11 B
( ) CERTO 12 ERRADO
( ) ERRADO
13 CERTO
18.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (PREVIC)/2011) 14 CERTO
Julgue o item a seguir, relativo à eficiência, ao uso de indicado- 15 ERRADO
res de desempenho e à ética profissional no âmbito da administra-
16 ERRADO
ção de recursos materiais.
Entre as formas de exercício do princípio da eficiência na admi- 17 CERTO
nistração pública, incluem-se a realização de avaliação de desempe- 18 ERRADO
nho entre os servidores e a manutenção dos estoques de materiais
19 ERRADO
com baixo giro, mediante ajustamento dos ritmos da reposição dos
estoques e das demandas dos usuários. 20 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO ANOTAÇÕES
19.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Administra-
______________________________________________________
tiva/2011)
Com relação a licitações e administração patrimonial e de ma- ______________________________________________________
teriais, julgue o item a seguir.
A administração de materiais visa colocar os materiais necessá- ______________________________________________________
rios na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à dispo-
sição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa. ______________________________________________________
São duas as funções da administração de materiais: programação
______________________________________________________
e compras.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
20.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Legislativo (ALECE)/Adminis-
tração/2011) ______________________________________________________
A respeito da gestão de materiais, julgue o item.
______________________________________________________
A alienação de um bem consiste na operação que transfere o
direito de propriedade do material mediante venda, permuta ou ______________________________________________________
doação.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA. GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO DE DOCUMENTOS.


DIAGNÓSTICOS. ARQUIVOS CORRENTES E INTERMEDIÁRIO. PROTOCOLOS. ARQUIVOS PERMANENTES

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atu-
ação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos.
A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre
arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições
de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.
“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou
informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas ativi-
dades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite,
1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua ativida-
de, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acer-
vo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.

Vejamos:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza
como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utiliza-
ção e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade
da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades
ou das suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.

O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante
delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

Arquivos Privados quada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser


De acordo com a mesma Lei citada acima: rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acre-
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documen- ditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas
tos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em de- organizações são de extrema importância ser adquirido.
corrência de suas atividades.” Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle
a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa deste a produção até arquivamento final dessas informações.
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pes- A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso
soa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a admi- adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento
nistração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e do- processo de atualização da documentação, interrupção no proces-
tadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público. so de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de
Exemplos: perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. que permitam acesso à informação pela internet e intranet.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc. A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
• Comercial: companhias, empresas, etc. atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos,
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente
formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa-
Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de ção e preservação dos documentos.
documentação, arquivos privados ou públicos, instituições cultu- Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e ex-
rais etc. pedição de documentos.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da ges- Esse processo acima descrito de gestão de informação e do-
tão documental, conservação, preservação e disseminação da in- cumentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma
formação contida nos documentos, assim como pela preservação eficaz, é o que chamamos de protocolo.
do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institu- O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções
ção e, em última instância, da sociedade como um todo. pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distri-
Também é função do arquivista recuperar informações ou ela- buição e movimentação dos documentos em curso.
borar instrumentos de pesquisas arquivisticas.1 A finalidade principal do protocolo é permitir que as informa-
ções e documentos sejam administradas e coordenadas de forma
GESTÃO DE DOCUMENTOS concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
Um documento (do latim documentum, derivado de docere forma que mesmo havendo um aumento de produção de docu-
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que mentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sis-
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente tema de base de dados, onde os documentos são registrados assim
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- que chegam à organização.
batório. A partir do momento que a informação ou documento chega
Documento arquivístico: Informação registrada, independen- é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con-
texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade. Recebimento:
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e
de considerável importância para as organizações atuais, sejam es- onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
sas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tec- Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
nologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos
auxilia na gestão e no processo decisório. são abertos e analisados, anexando mais informações e assim enca-
A gestão de documentos representa umconjunto de procedi- minhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para
mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramita- seus destinatários.
ção, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e interme-
diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda Registro:
permanente. Todos os documentos recebidos devem ser registrados ele-
tronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto
Através da Gestão Documental é possível definir qual a politi- dentre outras informações.
ca arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio Depois do registro o documento é numerado (autuado) em or-
arquivistico. Outro aspecto importante da gestão documental é de- dem de chegada.
finir os responsáveis pelo processo arquivistico. Depois de analisado o documento ele é classificado em uma
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, pre- pode-se ate dar um código a ele.
servação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
Por assegurar que a informação produzida terá gestão ade-
1Adaptado de George Melo Rodrigues
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na em-
presa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga
localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo,
ajudará aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempe-
nhadas pelo órgão.

A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal ou estadual ou municipal.
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, sociedades
e associações.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.
.
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser mantido
em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de ser

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pe- Arquivamento e ordenação de documentos
los órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situa- O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
ção idêntica àquela que os gerou. visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se arquivo.
encontram os documentos que perderam o valor administrativo e Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades
cujo uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conser- competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu desti-
vados somente por causa de seu valor histórico, informativo para no para arquivamento, após receber despacho final.
comprovar algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabele-
conheça como os fatos evoluíram. cido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a aten-
ção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente po-
De acordo com a extensão da atenção derá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
Os arquivos se dividem em: O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio- prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu- As operações para arquivamento são:
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
estrutura de uma instituição. 2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
um código conforme o assunto;
De acordo com a natureza de seus documentos 3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;
- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for- 4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de
mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do
(fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das 5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos –
peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro- usar uma pasta para cada código, evitando a classificação “diver-
le e conservação. sos”;
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo
técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi- 6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de
nado assunto ou setor/departamento específico. acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ-
De acordo com a natureza do assunto fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudi- exista o original manter uma única cópia;
cam a administração; 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai-
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo
com divulgação restrita. e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
De acordo com a espécie 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- documentos/processos estão armazenados.
nistrativas; Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon-
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; tal e a vertical.
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação - Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para
para evitar a esfera judicial. arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
De acordo com o grau de sigilo - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au- atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
previstos; documentos.
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins-
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo,
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, pro- devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas.
gramas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não auto- Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibi-
rizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do lidade ou não de recuperação da informação sem o uso de instru-
Estado; mentos.
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe- Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi- ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo-
litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa calizar um documento em um arquivo.
e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema
nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não auto- direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos
rizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança alfabético e geográfico.
da sociedade e do Estado. Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi-
reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi- - Método numérico cronológico
cados dentre de um mesmo assunto. Um método usado para fazer a organização dos documentos
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada por data. É extremamente utilizado para organizar documentos
e categorizada previamente para posterior arquivamento. financeiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza essencial para buscar a informação.
dos documentos, podendo ser:2
- Método numérico dígito-terminal
1. Arquivamento por assunto A partir do momento em que se faz uso de números maiores,
Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre
é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta, porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse
essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
de acordo com o assunto tratado neles. Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi-
Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor- mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par-
relatos e permite encontrar informações completas sobre deter- tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente mais ágil e eficiente.
interessante para empresas que lidam com um grande volume de
documentos de um mesmo tema. 4. Método eletrônico
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
2. Método alfabético forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu- só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os do- todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
cumentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
permitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente. 5. Método geográfico
Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele- Esse método é aquele usado quando os documentos apresen-
mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa
método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
ser rápido e simples. No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor-
No entanto, quando se armazena um número muito grande de mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja
informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de- utilizado de forma adequada. Confira!
vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço - Norma do método geográfico 1
visual do funcionário. Quando os documentos são organizados por país ou por es-
Para que a localização e o armazenamento dos documentos tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma,
se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades
escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética.
procurada. Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quanti-
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização dade maior de documentos.
e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen- - Norma do método geográfico 2
te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe
esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al- separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem
fabética para subdividir a organização. no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao
final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa apare-
3. Método numérico cer na identificação.
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti-
ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de 6. Método temático
documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial Esse é um método que propõe a organização dos documentos
para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e te-
índice numérico previamente determinado. mas básicos, que podem admitir diversas composições.
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado
quando os documentos são ordenados por números. É possível es- 7. Índice onomástico (opcional)
colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono- Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser uti-
lógico ou dígito-terminal. lizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser
organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
- Método numérico simples
Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo Tabela de temporalidade
número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É Instrumento de destinação, que determina prazos e condições
muito utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, pro- de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte
cessos e pastas de funcionários. de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação
a quantos dela necessitem.
2Adaptado de www.agu.gov.br É um instrumento resultante da atividade de avaliação de do-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

cumentos, que consiste em identificar seus valores (primário/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, regis-
trando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no
exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanen-
te, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as
funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para agili-
zar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando
atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até qui-
tação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

Armazenamento

Áreas de armazenamento

Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por
exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.

Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de arma-
zenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.
Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depósitos,
as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades específicas de preservação para cada tipo
de suporte.

A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas,
especialmente dos raios ultravioleta.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre 45%
e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em
equipamentos, manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocorrên-
cia de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as proporções dos danos.
Com base nessas constatações, recomenda-se:
- armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto
é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental;
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente
definida;
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabiliza-
dos na média, evitando variações súbitas;
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em fun-
cionamento sem interrupção;
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;

- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radiações ultravioleta;


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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluo- comenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para
rescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminá- evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.3
rias;
- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras-
teiros nas áreas de armazenamento; AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS
- manter um programa integrado de higienização do acervo e
de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e A avaliação de documentos, juntamente com a classificação, é
poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti- fundamental para a gestão de documentos, pois organizam as infor-
lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a mações de forma racional, favorecendo a recuperação e a elimina-
abertura controlada de janelas; ção de documentos, quando estes não são mais aplicadas na forma
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos administrativo, histórica e cultural.
e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura A eliminação de documentos consiste na destruição dos docu-
e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos mentos que já cumpriram prazo de guarda e não possuem valor
bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade secundário. O objetivo da eliminação é evitar o acúmulo desneces-
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± sário de documentos em depósitos, diminuindo os gastos com re-
1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% cursos humanos e materiais. A eliminação é resultado da avaliação
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%. documental e deve ter como base a Tabela de Temporalidade de
Acondicionamento Documentos em vigor.
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in- A função da avaliação de documentos é de desprezar o que
vólucros apropriados, que assegurem sua preservação. não é mais de serventia para a organização. Sendo assim, as regras
A escolha deverá ser feita observando-se as características fí- de avaliação devem ser elencado na visão crítica nas utilizações
sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do arquivísticas. Bernardes e Delatorre apud Schäfer e Lima4 dizem
mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e que “existem documentos que jamais podem ser eliminados, pois
resistência e sobre segurança no trabalho. comprovam fatos e atos fundamentais para nossa existência civil e
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove para nossa vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é possível e nem de-
a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu- sejável que todos os documentos sejam preservados, afinal, docu-
mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou mentos que cumprem uma função importante durante determinado
prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. tempo, posteriormente, perdem o seu valor original, devendo ser
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes eliminados, para que não dificultem o acesso a outros documentos
formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados com valor informativo e probatório relevantes”.
horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou O processo de avaliação de documentos busca a estabelecer
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon- a destinação desses documentos: arquivamento, recolhimento ou
dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser eliminação. Isso varia de acordo com seus valores informativos, his-
armazenado diretamente sobre o chão. tóricos, ou probatórios.
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu- A avaliação deve ser feita na fase corrente, a fim de se distingui-
tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que rem não só os documentos de valor eventual, de eliminação sumá-
possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento ria, como os de valor informativo e probatório.
será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura As ferramentas fundamentais para a classificação e avaliação
sintética, de efeito antiestático. de documentos são o plano de classificação e a tabela de tempo-
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da- ralidade. Essas duas ferramentas devem ser compostas tendo re-
nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e ferência nos princípios arquivísticos, dentre elas a organicidade,
umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em coerência e adaptabilidade.
casos de desastre.
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao Objetivos de Avaliação de Documentos5
peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe- - Redução da massa documental
za, de forma a proteger os documentos. - Agilidade na recuperação dos documentos e das informações
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar - Eficiência administrativa
formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu- - Melhor conservação dos documentos de guarda permanente
mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser pre- - Racionalização da produção e do fluxo de documentos (trâ-
enchidos para proteger o documento. mite)
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu- 3Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.ebox-
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao digital.com.br
longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe- 4 SCHÄFER, Murilo Billig; LIMA, Eliseu dos Santos. A classificação e a avaliação
tem a preservação dos documentos. de documentos: análise de sua aplicação em um sistema de gestão de documen-
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó- tos arquivísticos digitais. Perspectivas em Ciência da Informação, v.17, n.3, p.137-
lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre- 154, jul./set. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v17n3/a10v17n3>.
servação dos documentos. Acesso em: 08 mai. 2015.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, re- 5 De acordo com Ieda Pimenta Bernardes
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

- Liberação de espaço físico Destinação de Documentos7


- Incremento à pesquisa
A destinação de documentos é um conjunto de operações que
Classificação6 ocorre após a avaliação, que determina o encaminhamento dos do-
cumentos à guarda temporária, permanente ou eliminação. Esse
1. Organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de conjunto de operações identificam os documentos produzidos e
acordo com um plano de classificação ou quadro de arranjo. recebidos por um órgão e indicam o destino que se deve dar aos
mesmos.
2. Ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo de docu- Os tipos de instrumentos de destinação de documentos8 são:
mentos, selecionar a categoria de assunto sob a qual devem ser Tabela de Temporalidade de Documentos (TTD), Calendário de
basicamente recuperados, podendo-se atribuir um código. Transferência e Calendário de Recolhimento, Relação de Transfe-
rência e Relação de Recolhimento, Termo de Eliminação, Ata de
3. Ato pelo qual se atribui a documentos ou às informações ne- Eliminação de Documentos e Edital de Ciência de Eliminação de
les contidas, graus de sigilo conforme legislação específica. Também Documentos.
chamada classificação de segurança.
A Tabela de temporalidade, conforme o Dicionário Brasileiro
Plano de classificação de Terminologia Arquivística, “tabela de temporalidade é um instru-
É um esquema elaborado a partir do estudo das estruturas e mento de destinação, previamente aprovado por uma autoridade,
funções da instituição e análise do arquivo por ela produzido, pelo que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a trans-
qual se distribuem os documentos em classes, de acordo com mé- ferência, recolhimento, descarte ou eliminação de documentos (pra-
todos de arquivamento específicos. Expressão geralmente adotada zo de eliminação). O grupo de comissão de avaliação e destinação é
em arquivos correntes. o órgão responsável pela elaboração da tabela de temporalidade”.
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística,
“plano de classificação é um esquema de distribuição de documen- Também podemos dizer que a tabela de temporalidade é: o
tos em classes, de acordo com os métodos de arquivamento especí- registro esquemático do ciclo de vida documental do órgão. A apli-
ficos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma cação da tabela de temporalidade permite eliminar documentos
instituição e da análise do arquivo por ela produzido. Esse plano ainda no arquivo corrente.
geralmente é adotado em arquivos correntes”. O principais elementos constantes numa tabela de temporali-
dade são:
Etapa • tipo e/ou assunto dos documentos;
A avaliação deverá ser feita na fase corrente a fim de se dis- • período (datas-limites);
tinguir não só os documentos de valor eventual, de eliminação • quantificação;
sumária, como os de valor informativo e probatório. Na avaliação, • prazos de retenção (arquivos corrente e intermediário);
primeiro devemos observar o valor “probatório” dos documentos. • destinação (transferência, recolhimento, microfilmagem ou
eliminação);
Competência • campo destinado a observações.
Equipe técnica será constituída para integrar uma comissão de
avaliação e destinação documental, formada por pessoas ligadas a O Calendário de Transferência e o Calendário de Recolhimento
áreas profissionais diversas, tais como: determina a época de transferência de documentos dos arquivos
• arquivista ou responsável pela guarda da documentação; correntes para os arquivos intermediários.
• profissionais ligados ao campo de conhecimento que trata o A Relação de Transferência e Relação de Recolhimento é um
acervo, objeto de avaliação, entre outros. instrumento de controle utilizado para a transferência de documen-
A comissão de avaliação e destinação documental deve conhe- tos de um arquivo para outro. Esses instrumentos devem identificar
cer a estrutura e o funcionamento da instituição a ser avaliada (com as séries e os tipos documentais, as datas abrangentes, a quantida-
o propósito de poder exercer de forma competente o seu trabalho). de de documentos, o órgão de origem da documentação e devem
Observações: ser elaboradas em duas vias a serem encaminhadas juntamente
a) De acordo com o prazo de guarda, os documentos têm as com a documentação. Quando do recebimento, após a assinatura,
seguintes características: uma via deve retornar ao órgão de origem e a outra fica junto ao
• Guarda eventual – de interesse efêmero, sem valor adminis- órgão receptor.
trativo para o órgão.
• Guarda temporária – possuem valor administrativo, retido
por um tempo específico.
• Guarda permanente – considerados de suma importância,
possuem valores probatório e informativo.
a) Instrumentos de destinação
Há 2 instrumentos básicos: tabela de temporalidade e lista de
eliminação
7 BRASIL, Plano de Destinação de Documentos. Porto Alegre, 2001.
6 CONARQ. Classificação, Temporalidade, e destinação de documentos de arqui- 8 BRASIL, plano de destinação de documentos da universidade federal da frontei-
vo relativos às atividades-meio da administração pública. Rio de Janeiro, 2001. ra sul – UFFS
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

O Termo de Eliminação é o instrumento em que consta o re- Este método deve ser combinado com a análise documental,
gistro de informações sobre documentos eliminados após terem que mediante o processo analítico dos documentos, nos permite,
cumprido o prazo de guarda, e comprova e especifica que um de- a partir do conhecimento das características externas e internas,
terminado conjunto de documentos foi eliminado. chegar à identificação das séries documentais a que pertencem, e
mediante um processo de síntese, pelo estudo das agrupações do-
A Ata de Eliminação de Documentos é um documento onde cumentais, reconstruir tanto a organicidade como a funcionalidade
deverá ser registrados todos os procedimentos relacionados à ava- dos arquivos e consequentemente das instituições que os produzi-
liação e destinação de documentos, e está deverá ser elaborada por ram. (LÓPEZ GÓMEZ 1998, p.39).
uma Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (CPAD),
que aprova a relação/listagem dos documentos a serem eliminados. O método analítico sustentado por Pedro López Gómez é deno-
minado de análise documental para fins de normalização das séries
O Edital de Ciência de Eliminação de Documentos, tem como documentais. A partir dos parâmetros da tipologia documental e
objetivo dar publicidade, em periódicos oficiais, ao ato de elimina- diante da necessidade deimplantar sistemas de gestão de docu-
ção dos acervos arquivísticos sob a sua guarda. De acordo com a mentos automatizados, que supõe padronização, as séries devem
Resolução nº 5 do CONARQ, os editais para eliminação de docu- estar perfeitamente identificadas de maneira prévia, o que exige
mentos deverão consignar um prazo de 30 a 45 dias para possíveis também o estudo prévio de tipos documentais.
manifestações ou, quando for o caso, possibilitar as partes interes-
sadas requererem, a suas expensas, o desentranhamento de docu- Na dimensão desta necessidade de caracterizar os tipos docu-
mentos ou cópias de peças de processos. mentais, inicia-se o debate das relações estabelecidas entre a arqui-
vística e a diplomática. O resultado deste debate fica evidente nos
vários projetos que foram surgindo. A Espanha registra numerosas
TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS iniciativas de criação de grupos de trabalho para identificar e ava-
liar documentos de arquivo.
Identificação Arquivística e Tipologia Documental No âmbito municipal outras propostas se destacam, “com forte
Carmona Mendo (2004, p.41), referindo-se ao conceito de personalidade”, apresentando resultados que somados se traduzem
identificação definido na Espanha nas Actas de las Primeras Jorna- numa “verdadeira teoria da gestão de documentos em âmbito lo-
das sobre Identificación de Fondos Documentales en las Adminis- cal”, como observa Pedro López Gómez (1998).
traciones Públicas, realizadas em Madrid, em 1991, explica que a Os manuais de tipologia documental, elaborados com rigor
identificação compreende: pelo Grupo de Madri, passaram a servir de modelo para outros
[...] o processo de investigação e sistematização de categorias arquivistas e para outros conjuntos de documentos. (RODRIGUES,
administrativas e arquivísticas nas quais se sustenta a estrutura de 2008, p.55).
um fundo, sendo um dos seus objetivos principais assegurar através
dos seu resultados a avaliação das séries documentais. (CARMONA Na mesma linha, Carmona Mendo (2004, p.42 tradução nossa,
MENDO, 2004, p.41). grifo da autora) aponta que:
A identificação é a melhor ferramenta para aplicar o princípio
Merece referencia os estudos de Martín-Palomino y Benito e básico da arquivística: o de respeito à proveniência e da ordem
La Torre Merino, autores que definem a identificação como “[...] original. Consiste na investigação das características dos elemen-
fase do tratamento arquivístico que consiste na investigação e sis- tos implicados na gênese do fundo: o sujeito produtor e o objeto
tematização de categorias administrativas e arquivísticas em que se produzido. Entende-se por sujeito produtor a pessoa física, família
sustenta a estrutura de um fundo” (LA TORRE MERINO; MARTÍN- ou organismo que produziu e/ou acumulou o fundo. Entende-se por
-PALOMINO y BENITO 2000, p.14 tradução nossa). objeto produzido a totalidade do fundo e cada uma das agrupações
Essa definição foi desenvolvida no âmbito dos estudos de Ma- documentais que o compõem.
ría Luisa Conde Villaverde, que toma por referencia os trabalhos do
Grupo de Archivistas Municipales de Madrid, marcando o pionei- Neste sentido, Carmona Mendo (2004) ressalta que a identifi-
rismo da Espanha na difusão da teoria e da metodologia a respeito cação é um método analítico que sustenta todo o tratamento arqui-
dos processos de identificação como fase independente no âmbito vÍstico dos documentos que compõem o fundo de arquivo de qual-
das metodologias arquivísticas, diferenciando-a da classificação e quer organização, seja pública ou privada, e que pode ser aplicado
da avaliação, afirmando que a identificação antecede à essas fun- em todo o ciclo de vida dos documentos e que tem dois objetos: o
ções e todas antecedem à descrição. órgão produtor e os documentos por ele produzido.
Quando nos referimos à identificação para o tratamento dos Rodrigues (2008), Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino
fundos acumulados em arquivos, estamos falando do conhecimen- (2000), Carmona Mendo (2004), analisam este método a partir de
to dos elementos que constituem as séries documentais. Pedro Ló- duas grandes etapas, a saber: identificação do órgão produtor (ele-
pez Gómez (1998, p.39), aponta que é importante que essas tarefas mento orgânico e funcional); e identificação e do tipo documental,
se apoiem no princípio básico da arquivística, isto é, no “princípio para definir as séries documentais.
da proveniência” que deve ser a diretriz fundamental para o tra-
tamento dos fundos de arquivo. Além disso, Pedro López Gómez Identificação do órgão produtor
ressalta que: A primeira etapa do método proposto pelos autores analisados
é a identificação do organismo produtor, ou seja, é a coleta de da-
dos sobre as informações essenciais a respeito da estrutura orgâni-
ca do órgão produtor.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

A autora ressalta que também é necessária a investigação de dos sistemas de arquivos.


seu elemento funcional nesta primeira etapa, com a finalidade de Segundo Duplá Del Moral (apud CARMONA MENDO, 2004,
entender as competências, funções, atividades, tarefas e procedi- p.43),
mentos administrativos da instituição em análise, que se materia- [...] se define a série documental como o conjunto de documen-
lizam nos documentos de arquivo que formam as diferentes séries tos que correspondem a um mesmo tipo documental, produzido por
documentais. um mesmo órgão, seu antecessor e sucessor, sempre que não forme
A finalidade dessa primeira etapa do método proposto pela parte de outro fundo de arquivo; no exercício de uma função de-
identificação é conhecer o completo funcionamento do órgão, as terminada. Geralmente estão sujeitos a um mesmo procedimento
estruturas hierárquicas e suas atribuições, através de uma exaustiva administrativo e apresentam a mesma aparência e um conteúdo
investigação destes elementos orgânicos e funcionais, a partir das informativo homogêneo.
fontes de informações específicas, como explica Carmona Mendo:
Para Rodrigues (2008, p.74), este mesmo grupo de autores par-
As fontes que devemos consultar são as externas e internas. te de um parâmetro conceitual normalizado de série documental,
Entre as primeiras podemos citar: boletins oficiais, legislação, estu- “[...] representado pela seguinte fórmula: série = sujeito produtor +
dos históricos realizados...; entre as internas: a própria documenta- função tipo documental”.
ção que é objeto de estudo, ou seja, as normas internas produzidas No Brasil, de acordo com o Dicionário de Terminologia Arqui-
pelas instituições, e quando seja possível, realizar entrevistas com vística de São Paulo (2010, p.76), o conceito de série documental
os responsáveis pela gênese dos documentos. (CARMONA MENDO, remete “à sequência de unidades de um mesmo tipo documental”,
2004, p.42) cuja denominação obedece a seguinte fórmula: espécie + atividade.
Carmona Mendo (2004, p.43) e Rodrigues (2008, p.71), apon- O núcleo duro da definição esta no reconhecimento da ativida-
tam que os elementos a serem considerados neste estudo sobre as de como fundamento do reconhecimento do tipo documental e de
categorias administrativas são: seu agrupamento em séries.
• As datas de criação e/ou extinção de órgão das administra-
ções; Entende-se por tipo documental, a ”unidade produzida por
• As normas e a legislação que regularam ou regulam o seu um organismo no desenvolvimento de uma competência concreta,
funcionamento (competências, funções, atividades e procedimen- regulamentada por uma norma de procedimento e cujo formato,
tos administrativos); conteúdo informativo e suporte são homogêneos” e por série do-
• Órgão que tenham precedido o desenvolvimento das compe- cumental, “o conjunto de documentos produzidos por um mesmo
tências análogas; e, sujeito produtor no desenvolvimento da mesma função e cuja atu-
• Órgãos que herdaram competências semelhantes. ação administrativa foi plasmada num mesmo tipo documental”
(RODRIGUES, 2008, p.74).
Como resultado deste levantamento de dados, são elaborados
os seguintes instrumentos, produtos dessa primeira etapa da iden- O conceito de espécie e tipo documental, introduzidos por He-
tificação: loisa Bellotto na arquivística brasileira, são objetos de estudos da
• Índices de organismos produtores (também chamados de fi- Diplomática e da Tipologia Documental, respectivamente.
cheiros de organismos); O que se verifica na literatura, é que o objeto da Diplomática e
• Repertório de organogramas (permitem conhecer a estrutura seu campo de estudos sofrem uma adaptação na sua metodologia
e suas modificações de forma gráfica durante sua vigência); para atender às necessidades de sua aplicabilidade no campo das
• Índice legislativo (também chamado de repertório legislati- outras ciências que auxilia, ou seja, num primeiro momento o Direi-
vo de órgãos produtores), um instrumento que tem por objetivo to, depois a História e hoje a Arquivística.
o estudo de cada norma individualizada referenciada no primeiro
instrumento. Sempre adequado às necessidades de registro de dados sobre
o documento arquivístico e considerando as informações que serão
A partir desses dados coletados e estruturados nos instrumen- usadas nas análises posteriores efetuadas no campo das demais
tos referenciados, o arquivista estará apto e bem preparado com funções arquivísticas, este modelo metodológico vai além da carac-
condições para obter uma imagem fiel e completa da organização terização da estrutura documental, campo de estudos da diplomáti-
produtora, desenvolvendo parâmetros seguros para a gestão de do- ca clássica, buscando a contextualização do documento, chave para
cumentos. a compreensão e tratamento do documento arquivístico, campo de
Concluída esta etapa, inicia-se a segunda etapa do método estudos da tipologia documental. (RODRIGUES, 2008, p. 162).
proposto, ou seja, a identificação do tipo documental e das séries
documentais. A partir da metade do século XX até os dias atuais, os arquivis-
tas veem na diplomática novos usos para essa ciência no campo de
Identificação de tipos documentais investigação daarquivística, isto é, como um método de análise im-
A segunda etapa da metodologia se caracteriza pelo estudo prescindível para compreender o complexo processo de produção
detalhado do tipo documental, através da análise dos elementos dos documentos criados pela burocracia moderna. Bellotto (2002)
que identificam os documentos e que por comparação se agrupam explica que:
na mesma série documental, tornando seguro o tratamento técnico O objeto do moderno campo de estudos da Diplomática é a uni-
destes conjuntos (as séries documentais) durante todas as fases do dade arquivística elementar analisada enquanto espécie documen-
seu ciclo de vida, bem como a elaboração de instrumentos estáveis tal, servindo-se dos seus aspectos formais para definir a natureza
que normalizem os procedimentos para o correto funcionamento jurídica dos atos nela implicados, tanto relativamente à sua pro-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

dução, como a seus efeitos (CARUCCI, 1987 apud BELLOTTO, 2002, pecto externo e a materialidade do documento: meio pelo qual se
p.17). transmite a mensagem; o suporte; o formato; e, a tradição docu-
mental, ou seja, se cópia, minuta ou original.
Nessa perspectiva, a autora faz distinção entre o objeto da di- • O organismo produtor, as modificações orgânicas e funcio-
plomática clássica e da nova diplomática, a tipologia documental, e nais decorrentes de sua evolução no tempo e no espaço, chegando
seu método de análise, que são complementares para a identifica- até a unidade administrativa encarregada da gestão das séries do-
ção dos documentos arquivísticos. cumentais em sua responsabilidade.
As metodologias de tratamento documental num e noutro • A legislação que regulamenta as funções materializadas nos
campo são distintas, porém, ao mesmo tempo, imbricadas. O cam- distintos tipos documentais. Os tramites ou procedimentos admi-
po de aplicação da Diplomática gira em torno do verídico quanto à nistrativos que explica a gênese do tipo documental,conhecimento
estrutura e à finalidade do ato jurídico. Já o da Tipologia gira em importantíssimo para delimitar corretamente a vigência administra-
torno da relação dos documentos com as atividades institucionais/ tiva, jurídica e/ou histórica dos documentos para a sua avaliação.
pessoais. (BELLOTTO, 2002, p. 21) • A tipologia documental, os documentos básicos que com-
põem um processo ou dossiê, no caso de documentos compostos.
Heloisa Bellotto (apud Rodrigues 2008, p.140), aponta que po- • A ordenação das séries, que dependerá das características
demos estabelecer dois pontos de partida para a análise tipológica: identificadas nos tipos documentais que vem determinada pelo ór-
o da diplomática ou o da arquivística. gão produtor.
1. Quando se parte da diplomática, o elemento inicial é a de- • O conteúdo dos documentos, sobre as pessoas, datas, luga-
codificação do próprio documento, sendo suas etapas: da anatomia res, etc. e os assuntos que aparecem em cada série.
do texto ao discurso, do discurso à espécie, da espécie ao tipo, do • A vigência administrativa que virá determinada por uma nor-
tipo à atividade, da atividade ao produtor. ma administrativa do direito para cada série documental.
2. Quando se parte da arquivística, o elemento inicial tem que • A conveniência de conservar ou eliminar as séries documen-
ser necessariamente a entidade produtora, cujo percurso é: da com- tais de acordo com seus prazos de vigência administrativas e jurí-
petência à estrutura, da estrutura ao funcionamento, do funciona- dicas.
mento à atividade refletida no documento, da atividade ao tipo, do • O acesso e o grau de consulta dos documentos pelos usuá-
tipo à espécie, da espécie ao documento. rios, ou seja, é possível orientar a informação determinada pelas
próprias normas ou necessidades dos usuários.
A Tipologia documental é a ampliação da Diplomática na dire-
ção da gênese documental, ou seja, é a determinação e contextua- A gestão de documentos se caracteriza como um processo
lização da competência, funções e atividades da instituição gerado- de intervenção no ciclo de vida dos documentos de arquivo, inci-
ra/acumuladora em um determinado contexto documental. dindo sobre o momento de produção e acumulação na primeira e
segunda idade e que se sustenta na classificação e avaliação. Para
Enquanto a espécie documental é o objeto da Diplomática, a Ti- o desenvolvimento destes programas é necessário a padronização
pologia Documental, representando melhor uma extensão da Diplo- de procedimentos, o que tem inicio pela denominação correta dos
mática em direção à Arquivística, tem por objeto o tipo documental, documentos contextualizada no âmbito das competências, funções,
entendido como a “configuração que assume a espécie documental atividades, tarefas e procedimentos desenvolvidos pelo órgão que
de acordo com a atividade que a gerou” [...] (BELLOTO, 2002, p.19, os produziram.
grifo da autora). Posto isso, verificamos que existe uma estreita relação da iden-
tificação arquivística com a gestão de documentos, uma vez que ela
Os autores analisados apontam que uma vez coletadas, estru- se apresenta no campo teórico como um método analítico baseado
turadas e analisadas as informações da primeira etapa da identifica- nos princípios propostos pela diplomática, mais especificamente
ção arquivística (estruturas orgânicas e funcionais – competências, nos parâmetros dos estudos de tipologia documental.
funções, atividades), passase a estudar as normas e os procedimen-
tos administrativos, bem como os trâmites que tiveram cada tipo TIPOLOGIA DOCUMENTAL
documental desde sua produção. Nesta etapa será formatado o ins-
trumento que registra os dados de cada série documental, produzi- SUPORTE:
da ou acumulada, denominados: Material sobre o qual as informações são registradas. Ex: Fita
• ficha de identificação e avaliação de séries documentais (Con- magnética, filme de nitrato, papel, CD
de Villaverde, 1996; Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino,
2000) FORMA
• ficha de tipos documentais (Molina Nortes e Leyva Palma, Características físicas de apresentação, das técnicas de registro
1996 apud RODRIGUES, 2008, p.75). e da estrutura da informação, conteúdo de um documento. Estágio
• sistemas ou manuais de tipologia documental (RODRIGUES, de PREPARAÇÃO e TRANSMISSÃO de documentos. Ex: Cópia, origi-
2008) nal, rascunho, minuta.

Como aponta segundo Carmona Mendo (2004, p.44-46), o re- FORMATO


sultado do desenvolvimento, análise e aplicação das duas etapas de Configuração física de um suporte de acordo com a sua natu-
identificação arquivística permitirá ao arquivista conhecer e desen- reza e o modo como foi confeccionado. Ex: Formulário, ficha, livro,
volver parâmetros seguros para: caderno, planta, folha, cartaz, microficha, rolo de filme, tira de mi-
• A correta denominação da série, ou seja, sua definição; o as- crofilme
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

GÊNERO
Designação dos documentos segundo aspecto de sua formata- MICROFILMAGEM. AUTOMAÇÃO
ção nos diferentes suportes. Segundo a maneira que a informação
foi registrada.
A)Documentos textuais: informações escrita ou textual. Ex: De acordo com a obra Estudos Avançados em Arquivologia9, as
contrato, ata, relatório, certidão organizações podem apresentar as seguintes tipologias documen-
B)Documentos audiovisuais (analógico): informação esteja em tais:
forma de som e/ou imagem em movimento. Ex: filme, registro so- - Informação estratégica que apoia o planejamento e o proces-
noro em fita cassete. Temos os sonoros (em som) e os filmográficos so de tomada de decisão e, por sua vez, possibilita definir ações de
(em filme) médio e longo prazo;
C)Documentos micrográficos: em microforma. Ex: microfilmes - Informação sobre o negócio que possibilita a prospecção e o
e microfichas. monitoramento de concorrentes e entrantes, bem como observar o
D)Documentos iconográficos: em imagem estática. Ex: fotogra- comportamento dos clientes;
fia, negativos, diapositivos (slides), desenhos, gravuras - Informação financeira que possibilita o processamento de
E)Documentos cartográficos: representação de forma reduzida custos, lucros, riscos e controles;
de uma área maior. Ex: mapa, perfil, planta - Informação comercial que subsidia as atividades relacionadas
F)Documentos informáticos ou digitais: codificado em dígitos às transações comerciais no país e no exterior;
binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema computa- - Informação estatística como séries históricas, estudos com-
cional. Ex: arquivo em MP3, arquivo do Word, DVD parativos etc.;
- Informação gerencial que auxilia a gestão da qualidade, o ge-
ESPÉCIE renciamento de projetos, a gestão de pessoas etc.;
Designação do documento segundo seu aspecto formal e da - Informação tecnológica que subsidia a pesquisa e desenvol-
aplicação a que esse documento se destina vimento (P&D) buscando a inovação de produtos, materiais e pro-
Carta, certidão, decreto, edital, ofício, relatório, requerimento, cessos.
gravura, diapositivo (slide), planta, mapa
Cada tipologia congrega inúmeros tipos documentais que, por
TIPO sua vez, são relacionados às responsabilidades, funções, atividades
Soma da espécie documental com atividade fim (finalidade) a e tarefas desempenhadas na organização, dessa forma os docu-
que o documento se destina mentos devem ser gerenciados desde a sua gênese, por meio da
Atestados médicos, atas de reunião dos empregados, cartas gestão documental.
precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem número, A gestão documental permite a integração, importação e ex-
decreto-leis, decretos legislativos, fotografias temáticas, retratos, portação de conteúdos de diversos tipos, formatos, produtos e
litogravuras, serigrafias e xilogravuras ambientes: texto, imagem, folhas de dados, gráficos, áudio, vídeo,
e-mail, fax e páginas web.
A impressão de documentos ou a gravação em CD-ROM, DVD,
ou outro suporte eletrônico/digital poderá ser feita, desde que o
usuário tenha sido autorizado (níveis de acesso) para tal ação. Além
disso, a GD propicia maior segurança no que tange às assinaturas
eletrônicas, à certificação cronológica e controle de acessos aos do-
cumentos/informações.
O suporte físico é o meio físico empregado para registrar docu-
mentos, ou seja, é a base onde se encontra determinada informa-
ção ou mesmo um documento. A matéria do concurso pede especi-
Natureza do Assunto: ficamente para tratarmos de microfilmagem:
A)Ostensivos/Ordinário: pode ser de livre conhecimento
Microfilmagem10
B)Sigiloso: deve ser de conhecimento restrito
ULTRASSECRETO Microfilme é o resultado do processo de reprodução em filme,
SECRETO de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou ele-
SIGILOSO trônicos, em diferentes graus de redução. O microfilme reduz os
espaços em aproximadamente 98%, em relação ao documento ori-
ginal. Dessa forma, há um domínio maior da massa documental,
implicando a busca mais eficiente da informação.
A microfilmagem não elimina o prévio tratamento da docu-
mentação. O objetivo da microfilmagem é reduzir o volume docu-

9 Estudos avançados em Arquivologia/Marta Lígia Pomim Valentim (org.) – Marí-


lia. Oficina Universitária; São Paulo. Cultura Acadêmica, 2012.
10 VALENTINI, Renato. Arquivologia para concursos. Elsevier, 4. ed. Rio de
Janeiro, 2013.
Editora
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448
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

mental e garantir a durabilidade das informações documentais. Um microfilme tem vida útil de 500 anos.
A microfilmagem está prevista na Lei Nº 5.433, de 8 de maio de 1968, regulamentada pelo Decreto Nº 1.799/1996).

A seguir apresentaremos a legislação pertinente a microfilmagem:

LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968

Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos
federais, estaduais e municipais.
§ 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes
produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dele.
§ 2º Os documentos microfilmados poderão, a critério da autoridade competente, ser eliminados por incineração, destruição mecâ-
nica ou por outro processo adequado que assegure a sua desintegração.
§ 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de têrmo, por
autoridade competente, em livro próprio.
§ 4º Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua saída sob
qualquer pretexto.
§ 5º A eliminação ou transferência para outro local dos documentos microfilmados far-se-á mediante lavratura de têrmo em livro
próprio pela autoridade competente.
§ 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento.
§ 7º Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados documentos ainda não
arquivados, desde que autorizados por autoridade competente.
Art 2º Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição detentora
dos mesmos.
Art 3º O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 90 (noventa) dias, a presente Lei, indicando as autoridades competentes, nas
esferas federais, estaduais e municipais para a autenticação de traslados e certidões originárias de microfilmagem de documentos oficiais.
§ 1º O decreto de regulamentação determinará, igualmente, quais os cartórios e órgãos públicos capacitados para efetuarem a mi-
crofilmagem de documentos particulares, bem como os requisitos que a microfilmagem realizada por aquêles cartórios e órgãos públicos
devem preencher para serem autenticados, a fim de produzirem efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle, quer os microfilmes, quer os seus
traslados e certidões originárias.
§ 2º Prescreverá também o decreto as condições que os cartórios competentes terão de cumprir para a autenticação de microfilmes
realizados por particulares, para produzir efeitos jurídicos contra terceiros.
Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para efeito de mi-
crofilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes.
Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art 6º Revogam-se as disposições em contrário.

DECRETO N° 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996

Regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto
na art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968,
DECRETA:

Art. 1° A microfilmagem, em todo território nacional, autorizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, abrange os documentos
oficiais ou públicos, de qualquer espécie e em qualquer suporte, produzidos e recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e
Legislativo, inclusive da Administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e os documentos particulares
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ou privados, de pessoas físicas ou jurídicas. anterior;


Art. 2° A emissão de cópias, traslados e certidões extraídas de III - termo de encerramento atestando a fiel observância às dis-
microfilmes, bem assim a autenticação desses documentos, para posições deste Decreto;
que possam produzir efeitos legais, em juízo ou fora dele, é regula- IV - menção, quando for o caso, de que a série de documentos
da por este Decreto. microfilmados continua em microfilme posterior;
Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do
resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, da- responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da micro-
dos e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes filmagem.
graus de redução. Art. 9° Os documentos da mesma série ou seqüência, eventu-
Art. 4° A microfilmagem será feita em equipamentos que ga- almente omitidos quando da microfilmagem, ou aqueles cujas ima-
rantam a fiel reprodução das informações, sendo permitida a utili- gens não apresentarem legibilidade, por falha de operação ou por
zação de qualquer microforma. problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não sendo
Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfichas, permitido corte ou inserção no filme original.
além dos procedimentos previstos neste Decreto, tanto a original § 1° A microfilmagem destes documentos será precedida de
como a cópia terão, na sua parte superior, área reservada à titula- uma imagem de observação, com os seguintes elementos:
ção, à identificação e à numeração seqüencial, legíveis com a vista a) identificação do microfilme, local e data;
desarmada, e fotogramas destinados à indexação. b) descrição das irregularidades constatadas;
Art. 5° A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sem- c) nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do
pre em filme original, com o mínimo de 180 linhas por milímetro responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da micro-
de definição, garantida a segurança e a qualidade de imagem e de filmagem.
reprodução. § 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar as
§ 1° Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de informações e assegurar a localização dos documentos.
filme cópia do filme original. § 3° Caso a complementação não satisfaça os padrões de quali-
§ 2° Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis, de qualquer dade. exigidos, a microfilmagem dessa série de documentos deverá
tipo, tanto para a confecção do original, como para a extração de ser repetida integralmente.
cópias. Art. 10. Para o processamento dos filmes, serão utilizados equi-
§ 3° O armazenamento do filme original deverá ser feito em pamentos e técnicas que assegurem ao filme alto poder de defini-
local diferente do seu filme cópia. ção, densidade uniforme e durabilidade.
Art. 6° Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em estudo, pode-
de redução, garantida a legibilidade e a qualidade de reprodução. rão, a critério da autoridade competente, ser microfilmados, não
Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho ul- sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação
trapasse a dimensão máxima do campo fotográfico do equipamen- final.
to em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, sendo obri- Art. 12. A eliminação de documentos, após a microfilmagem,
gatória a repetição de uma parte da imagem anterior na imagem dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma
subseqüente, de modo que se possa identificar, por superposição, a precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extra-
continuidade entre as seções adjacentes microfilmadas. ção de filme cópia.
Art. 7° Na microfilmagem de documentos, cada série será pre- Parágrafo único. A eliminação de documentos oficiais ou pú-
cedida de imagem de abertura, com os seguintes elementos: blicos só deverá ocorrer se prevista na tabela de temporalidade
I - identificação do detentor dos documentos, a serem micro- do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de sua
filmados; atuação e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de
II - número do microfilme, se for o caso; janeiro de 1991.
III - local e data da microfilmagem; Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guar-
IV - registro no Ministério da Justiça; da permanente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem,
V - ordenação, identificação e resumo da série de documentos devendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação
a serem microfilmados; ou preservados pelo próprio órgão detentor.
VI - menção, quando for o caso, de que a série de documentos Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em
a serem microfilmados é continuação da série contida em microfil- filme de documentos microfilmados, para produzirem efeitos legais
me anterior; em juízo ou fora dele, deverão estar autenticados pela autoridade
VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade filma- competente detentora do filme original.
dora e do grau de redução; § 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfilmes
VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o caso, de documentos privados, deverá ser emitido termo próprio, no qual
e assinatura do detentor dos documentos a serem microfilmados; constará que o filme que o acompanha é cópia fiel do filme original,
IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do cuja autenticação far-se-á nos cartórios que satisfizerem os requisi-
responsável pela unidade, cartório ou empresa executora da micro- tos especificados no artigo seguinte.
filmagem. § 2° Em se tratando de cópia em papel, extraída de microfil-
Art. 8º No final da microfilmagem de cada série, será repro- mes de documentos privados, a autenticação far-se-á por meio de
duzida a imagem de encerramento, imediatamente após o último carimbo, aposto em cada folha, nos cartórios que satisfizerem os
documento, com os seguintes elementos: requisitos especificados no artigo seguinte.
I - identificação do detentor dos documentos microfilmados; § 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo anterior, poderá
II - informações complementares relativas ao inciso V do artigo ser extraída utilizando-se qualquer meio de reprodução, desde que
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seja assegurada a sua fidelidade e a sua qualidade de leitura.


Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá ser feita por empresas e cartórios habilitados nos termos deste Decreto.
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Art. 16. As empresas e os cartórios que se dedicarem a microfilmagem de documentos de terceiros, fornecerão, obrigatoriamente,
um documento de garantia, declarando:
I - que a microfilmagem foi executada de acordo com o disposto neste Decreto;
II - que se responsabilizam pelo padrão de qualidade do serviço executado;
III - que o usuário passa a ser responsável pelo manuseio e conservação das microformas.
Art. 17. Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando:
I - autenticados por autoridade estrangeira competente;
II - tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado;
III - forem acompanhados de tradução oficial.
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópias resultantes de microfilmagem de documentos sujeitos à fiscalização, ou necessários
à prestação de contas, deverão ser mantidos pelos prazos de prescrição a que estariam sujeitos os seus respectivos originais.
Art. 19. As infrações às normas deste Decreto, por parte dos cartórios e empresas registrados no Ministério da Justiça sujeitarão o
infrator, observada a gravidade do fato, às penalidades de advertência ou suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais e civis
cabíveis.
Parágrafo único. No caso de reincidência por falta grave, o registro para microfilmar será cassado definitivamente.
Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as instruções que se fizerem necessárias ao cumprimento deste Decreto.
Art. 21. Revoga-se o Decreto n° 64.398, de 24 de abril de 1969.
Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Comentários sobre a Legislação Pertinente à Microfilmagem
A Lei Nº 5.433, de 08 de maio de 1968 regula a microfilmagem de documentos oficiais em 6 artigos.
Ressaltamos o Art. 1º que trata da autorização da utilização da microfilmagem de documentos particulares e oficiais, e do arquivamen-
to e eliminação dos microfilmes; e o Art. 2º apresenta o fato de que os documentos “históricos” não devem ser eliminados, podendo ser
arquivados em local diferente do organismo detentor dos mesmos.
O Decreto Nº 1.799, de 30 de janeiro de 1996 regulamenta a Lei Nº 5.433/1968.
Ressaltamos o Art. 3º que define microfilme como o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e ima-
gens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução; os artigos 7º e 8º que tratam dos elementos de imagem de
abertura, e dos elementos de imagem de encerramento, respectivamente; e o Art. 13 que trata da guarda permanente dos documentos
oficiais e públicos após a microfilmagem pelo arquivo público ou órgão detentor, pois os documentos microfilmados não poderão mais ser
eliminados.

Propósitos da Microfilmagem
1º Microfilmagem de Substituição: ocorre quando o documento microfilmado não tem valor permanente (secundário), podendo,
dessa forma, ser eliminado. Assim, libera espaço nos arquivos corrente e intermediário. Como o documento original (no suporte papel)
será eliminado, substituiremos o mesmo pelo microfilme.

2º Microfilmagem de Preservação: ocorre quando o documento original tem valor permanente (secundário). Por essa razão, mesmo
microfilmado, ele nunca poderá ser eliminado. Será preservado em definitivo. A razão da microfilmagem é preservar o documento original,
sendo utilizado o microfilme para fins de consulta.

Etapas do Processo de Microfilmagem

Etapa 1: Preparo do Documento: para preparar os documentos para a microfilmagem é necessário remover os grampos e clips,
desamassar todos os documentos e definir o arranjo da documentação. Outros procedimentos do preparo podem envolver pequenos
remendos e reparos.

Etapa 2: Microfilmagem: depois que os documentos estiverem preparados os documentos serão microfilmados por microfilmadoras
rotativas ou planetárias. Fatores como tamanho e estado de conservação dos documentos devem ser levados em consideração ao escolher
os equipamentos a serem utilizados.

Etapa 3: Processamento: o processamento é o procedimento que dará visibilidade ao documento microfilmado.

Etapa 4: Duplicação: a microforma original deve ser preservada em um arquivo de segurança, e as cópias poderão ser acessadas por
quem possuir os direitos.

A seguir apresenta-se um quadro com as vantagens e as desvantagens da microfilmagem:

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VANTAGENS DESVANTAGENS
Validade legal (confere ao microfilme o mesmo valor do docu-
Alto custo
mento original);
Dificuldade de comparação entre imagens em um mesmo
Economia de espaço;
documento.
Redução do volume de papéis e documentos;
Segurança na conservação dos documentos vitais da empresa;
Facilidade de consulta a documentos arquivados;
Durabilidade do suporte;
Complementação de acervos;
Reprodução fiel e exata do documentos microfilmado (às vezes,
um documento encontra-se em mau estado de conservação, mas a
imagem não será a reprodução exata do documento original, e sim
do documento microfilmado, mas a imagem não será a reprodução
exata do documento original, e sim do documento microfilmado).
Portanto, a leitura do documento não ocorrerá de forma tão fácil.
Haverá um pouco de dificuldade, nesses casos específicos.
Preservação dos documentos originais;
Favorece o sigilo documental.

Digitalização e Automação11

O termo automação é um termo polissêmico, ou seja, a palavra é capaz de reunir diversos significados. O termo – ou os seus sinônimos:
“automatização” e “informatização” – representa, de uma maneira geral, a substituição do trabalho do homem, manual, por sistemas pre-
viamente programados que se auto-controlam, regulam e realizam uma série de operações em velocidade superior à capacidade humana.
Em arquivos, ou na literatura da área, a automação pode se referir, primeiramente, à utilização de computadores para realizar as
práticas arquivísticas (produções de índices, inventários, pesquisa, acesso etc.). Dessa maneira, a máquina é utilizada para substituir o
longo trabalho manual que vários profissionais teriam que dispensar para produzir instrumentos de recuperação em arquivos. O termo
automação, nesse sentido, é utilizado no sentido genérico, para designar qualquer atividade que envolva a utilização de computadores.
A inserção de documentos eletrônicos num ambiente arquivístico é considerado um “sintoma” de automação das unidades arquivís-
ticas. Sendo assim, o termo automação é utilizado nos discursos sobre as práticas de produção, uso e armazenamento de documentos
arquivísticos eletrônicos.
Outro uso comum para o termo automação é o que associa o fornecimento de serviços relacionados aos documentos arquivísticos
através da Internet. O atendimento de referência em arquivos – ou a disseminação da informação – tem atingido cada vez mais usuários
através dos sites de instituições arquivísticas naquilo que alguns autores podem designar como automação dos serviços de atendimento
ao usuário de arquivos.
Mas é com o processo de seleção de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos, ou seja, o que pode ser designa-
do, grosso modo, como a busca por um software que gerencie a produção, uso e destinação dos documentos arquivísticos produzidos em
uma organização, que o termo automação está mais associado. É comum, portanto, na literatura encontrar a expressão “automação de
arquivos” no sentido de processo de seleção de um aplicativo indicado para o controle da gestão documental arquivística.

Dica: O Gerenciamento Eletrônico dos Documentos (GED) funciona com softwares e hardwares específicos e usa, geralmente, as mí-
dias ópticas para armazenamento. A sua finalidade é otimizar e racionalizar a gestão documental.

Principais Conceitos
A digitalização é o processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de dispositivo apropriado, como um
escâner (definição do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, do Arquivo Nacional)
Os documentos eletrônicos são elaborados por meio de um computador, sendo seu autor identificável por meio de um código, chave
e outros procedimentos técnicos, e conservados, grande parte deles, em memórias eletrônicas de massa.

11 VALENTINI, Renato. Arquivologia para concursos. Elsevier, 4. ed. Rio de Janeiro, 2013.
NEGREIROS, L. R.; DIAS, E. W. AUTOMAÇÃO DE ARQUIVOS NO BRASIL: OS DISCURSOS E SEUS MOMENTOS. Rio de janeiro, v.3, n.1, p. 38-53, jan./jun.2007.

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Vantagens e Desvantagens dos Documentos Digitais

No GED, os documentos são preparados para serem digitalizados em “escâners especiais”. Depois de digitalizados, eles são conferidos
e gravados em meios magnéticos ou discos ópticos.

Tecnologias Relacionadas à Arquivologia


- Document Management - DM (Gerenciamento de Documentos): é a tecnologia que permite gerenciar a produção, revisão, aprova-
ção e eliminação de documentos eletrônicos. O setor de protocolo se beneficiou bastante com ela.

- Document Imaging - DI (Gerenciamento da Imagem dos Documentos): é a tecnologia mais divulgada do GED. Converte papel em
imagem (meio físico para o digital), através do processo de digitalização, com o uso de scanners.

- Record and Information Management - RIM: é o gerenciamento do ciclo vital de um documento, não importando a mídia em que
ele se insira.

- Workflow (Gestão do Fluxo de Trabalho): controla e gerencia processos dentro de uma organização, garantindo que as tarefas sejam
executadas por pessoas capacitadas, e no espaço de tempo previsto.

PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO


A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:

Fatores de deterioração em acervos de arquivos


Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão expos-
tos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de conservação para minimizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulose,
portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preservação e na
conservação documental.
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degradação
ocorrer, como veremos a seguir:

1. Fatores ambientais
São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação da
Luz, Qualidade do Ar.

- Temperatura e umidade relativa


O calor e a umidade contribuem significativamente para a destruição dos documentos, principalmente quando em suporte-papel. O
desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, é dobrada
a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa proporciona as condições necessárias para desencadear intensas reações quí-
micas nos materiais.
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante importante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade relativa
elevada.

- Radiação da luz
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos através da oxidação.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acervos:

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- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus
que bloqueiem totalmente o sol; derivados, como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle todos os materiais à base de celulose.
da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais
fluorescentes. para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os
ovos eclodem e o ciclo se repete.
- Qualidades do ar Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para as
O controle da qualidade é muito importante porque os gases e coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áreas in-
as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de ma- ternas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétricas,
teriais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluentes rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do
podem tanto vir do ambiente externo como podem ser gerando no alcance dos nossos olhos.
próprio ambiente. Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc.
2. Agentes biológicos
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre 3. Intervenções inadequadas nos acervos
outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun- Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos em
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi- um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou me-
ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os lhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam em danos
documentos. ainda maiores.
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
- Fungos conhecimento das características individuais dos documentos e dos
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umi- materiais a serem empregados no processo de conservação.
dade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis,
amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua proli- O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
feração. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos mate- dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
riais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade e O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição,
colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas
higiene. foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc.

As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos 5. Fatores de deterioração


são: Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre-
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma política
temperatura, umidade relativa e ar circulante de conservação, existem medidas que podemos tomar sem des-
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen- pender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente os
tos, com metodologia e técnicas adequadas; efeitos desses agentes. Alguns investimentos de baixo custo devem
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio ser feitos, a começar por:
dos documentos e regras de higiene do local; - treinamento dos profissionais na área da conservação e pre-
- manter vigilância constante dos documentos contra aciden- servação;
tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram. - atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência
em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, mate-
- Roedores riais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conserva-
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos ção dos documentos);
ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as - monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As em níveis aceitáveis;
iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas - uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documen-
por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde tos;
que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia - adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos;
se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade - contato com profissionais experientes que possam assessorar
relativa controladas, além de higiene periódica. em caso de necessidade.

- Ataques de insetos 6. Características gerais dos materiais empregados em con-


Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen- servação
tos, provocam perdas de superfície e manchas de excrementos. As Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi-
baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infestação mui- bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma-
to rapidamente, caso não sejam combatidas. teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres de
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, duráveis.
em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao acervo Suas características, em relação aos documentos onde são aplica-
é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre dos, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

e inércia.Dentro das especificações positivas, encontramos vários - Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os
materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exame
adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plás- dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para
ticas etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os docu- o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção
mentos como para acondicionamento. devem ser cuidadosamente realizados.

7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a - Documentos em grande formato


conservação de acervos - Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no ge-
Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter ral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebi-
acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos. do em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis-
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil
grande importância para a estabilização dos documentos. remoção.
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito
8. Higienização frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu- pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições - Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção
ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas con-
os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve dições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áre-
ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos, as.
razão por que é considerada a conservação preventiva por exce-
lência. 9. Pequenos reparos
- Processos de higienização Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode-
- Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos de mos executar visando interromper um processo de deterioração
bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e, portan- em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a
to, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir poeira, partí- critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o
culas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não
outros depósitos de superfície. sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e
- Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser avalia- muitas vezes de caráter irreversível.
do individualmente para determinar se a higienização é necessária Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de-
e se pode ser realizada com segurança. No caso de termos as condi- vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos
ções abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma-
• Fragilidade física do suporte teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística
• Papéis de textura muito porosa e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
- Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção da obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum
através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras fer- obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
ramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula, Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente
agulha, cotonete; deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Indi-
- Limpeza de livros vidual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de prote-
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel ma- ção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas,
cio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encadernação; como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios, protegendo
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lombada, assim a saúde do profissional.12
apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os cortes,
começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais ex-
posta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e intensa,
utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou ainda QUESTÕES
um pedaço de carpete sem uso;
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa primei-
ra higienização;
- Oxigenar as folhas várias vezes. 1.(CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar de Perícia (POLC AL)/2023)
Quanto aos princípios e conceitos arquivísticos, julgue o pró-
- Higienização de documentos de arquivo - materiais arquivís- ximo item.
ticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis, distor- O arquivo setorial é indicado para documentos que têm valor
cidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao alto índice permanente.
de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más ( ) CERTO
condições de armazenamento e o excesso de manuseio também ( ) ERRADO
contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos têm
que ser higienizados com muito critério e cuidado.
12Adaptado de Norma Cianflone Cassares
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

2.(CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar de Perícia (POLC AL)/2023) 9.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Jurídico (PGDF)/Bibliotecono-
Quanto aos princípios e conceitos arquivísticos, julgue o pró- mia/2021)
ximo item. A respeito de documentação geral e jurídica, julgue o item a
Arquivos correntes, por suas características, devem ser descen- seguir.
tralizados na instituição. A documentação inclui o arquivo administrativo, o qual com-
( ) CERTO preende documentos como ofícios, cartas e relatórios, e a enciclo-
( ) ERRADO pédia, a qual, como uma espécie de extratos organizados por um
plano de sistematização única, difere dos livros, porque estes apre-
3.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Gestão de Telecomunica- sentam temáticas específicas.
ções (TELEBRAS)/Assistente Administrativo/2022) ( ) CERTO
Com relação a procedimentos administrativos, julgue o item ( ) ERRADO
que se segue.
Após expedição, cópias de documentos devem ser arquivadas. 10.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Jurídico (PGDF)/Administrati-
( ) CERTO vo/2021)
( ) ERRADO Acerca dos princípios e conceitos da arquivística, bem como da
legislação que a regula, julgue o item que se segue.
4.(CEBRASPE (CESPE) - Assistente (FUB)/Administração/2022) Para que seja classificado como arquivo, um conjunto docu-
Com relação ao arquivamento e a procedimentos administrati- mental deverá ser acumulado por uma pessoa física ou jurídica du-
vos, julgue o item a seguir. rante o desenvolvimento de suas atividades.
Chama-se centro de documentação o setor responsável pelo ( ) CERTO
arquivo ativo da instituição. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 11.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Administrativo (COREN
CE)/2021)
5.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Atividades Administrativas Em uma instituição, pode haver documentos de arquivo, docu-
(MP TCE-SC)/2022) mentos de biblioteca e, em alguns casos, documentos de museu.
Acerca dos princípios e conceitos da arquivística e das tipolo- Nesse contexto, os documentos de arquivo caracterizam-se por se-
gias documentais e suportes físicos, julgue o item a seguir. rem
Os arquivos setoriais têm função de arquivo corrente. (A) resultado das atividades da instituição.
( ) CERTO (B) produzidos em numerosos exemplares.
( ) ERRADO (C) conservados com objetivos estritamente culturais.
(D) objetos de coleção de fontes diversas.
6.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico em Atividades Administrativas
(MP TCE-SC)/2022) 12.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ AM)/Arquivolo-
Em relação ao gerenciamento da informação e à gestão de do- gia/2019)
cumentos, julgue o item que se segue. Julgue o próximo item, relativo aos princípios e conceitos da
O valor primário dos documentos do arquivo intermediário é ciência arquivística.
reduzido significativamente em relação ao do arquivo corrente e O caráter orgânico que interliga os documentos de um mesmo
depois se extingue totalmente. conjunto constitui característica primordial dos arquivos.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

7.(CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo Educacional 13.(CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ AM)/Arquivolo-
(SEE PE)/2022) gia/2019)
Considerando princípios e conceitos arquivísticos, julgue o item Julgue o próximo item, relativo aos princípios e conceitos da
a seguir. ciência arquivística.
Os documentos que compõem o arquivo permanente são A função básica do arquivo é preservar a memória de uma
aqueles com valor secundário. instituição e, justamente por isso, existe a guarda permanente de
( ) CERTO documentos.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
8.(CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo Educacional
(SEE PE)/2022)
Julgue o item a seguir, acerca da gestão de documentos.
Algumas espécies de documentos ficam permanentemente no
arquivo corrente.
( ) CERTO
( ) ERRADO
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

14.(CEBRASPE (CESPE) - Técnico Municipal de Controle Interno ______________________________________________________


(CGM João Pessoa)/2018)
Acerca de conceitos relativos à arquivologia, julgue o item que ______________________________________________________
se segue.
______________________________________________________
A atividade funcional ou intelectual de instituições ou pessoas
explica a origem do acervo de arquivos. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

15.(CEBRASPE (CESPE) - Oficial Técnico de Inteligência/Área ______________________________________________________


10/2018)
______________________________________________________
Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item
que se segue. ______________________________________________________
Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem
anos fazem parte de um fundo aberto. ______________________________________________________
( ) CERTO
( ) ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 ERRADO
______________________________________________________
2 CERTO
______________________________________________________
3 CERTO
4 ERRADO ______________________________________________________
5 CERTO ______________________________________________________
6 CERTO
______________________________________________________
7 CERTO
8 ERRADO ______________________________________________________

9 CERTO ______________________________________________________
10 CERTO
______________________________________________________
11 A
______________________________________________________
12 CERTO
13 ERRADO ______________________________________________________
14 CERTO ______________________________________________________
15 CERTO
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

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LEGISLAÇÃO APLICADA
À POLÍCIA FEDERAL

segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas depen-


LEI Nº 7.102/1983: DISPÕE SOBRE SEGURANÇA PARA ES- dências. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
TABELECIMENTOS FINANCEIROS, ESTABELECE NORMAS Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo anterior in-
PARA CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS clui pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas vigilan-
PARTICULARES QUE EXPLORAM SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA tes; alarme capaz de permitir, com segurança, comunicação entre o
E DE TRANSPORTE DE VALORES, E DÁ OUTRAS PROVI- estabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, empresa
DÊNCIAS. de vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo menos, mais
um dos seguintes dispositivos:
I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que pos-
LEI Nº 7.102, DE 20 DE JUNHO DE 1983. sibilitem a identificação dos assaltantes;
II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo
Dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, es- sua perseguição, identificação ou captura; e
tabelece normas para constituição e funcionamento das empresas III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante
particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de durante o expediente para o público e enquanto houver movimen-
valores, e dá outras providências. tação de numerário no interior do estabelecimento.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei 9.017, de 1995)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- Art. 2º-A As instituições financeiras e demais instituições au-
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: torizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que colocarem
à disposição do público caixas eletrônicos, são obrigadas a instalar
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabeleci- equipamentos que inutilizem as cédulas de moeda corrente depo-
mento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação sitadas no interior das máquinas em caso de arrombamento, movi-
de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer mento brusco ou alta temperatura. (Incluído pela Lei nº
favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na 13.654, de 2018)
forma desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) § 1º Para cumprimento do disposto no caput deste artigo,
(Vide art. 16 da Lei nº 9.017, de 1995) as instituições financeiras poderão utilizar-se de qualquer tipo de
§ 1o Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo tecnologia existente para inutilizar as cédulas de moeda corren-
compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, te depositadas no interior dos seus caixas eletrônicos, tais como:
sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
postos de atendimento, subagências e seções, assim como as co- I – tinta especial colorida; (Incluído pela Lei nº 13.654,
operativas singulares de crédito e suas respectivas dependências. de 2018)
(Renumerado do parágrafo único com nova redação pela Lei nº II – pó químico; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
11.718, de 2008) III – ácidos insolventes; (Incluído pela Lei nº 13.654,
§ 2o O Poder Executivo estabelecerá, considerando a reduzida de 2018)
circulação financeira, requisitos próprios de segurança para as co- IV – pirotecnia, desde que não coloque em perigo os usuários
operativas singulares de crédito e suas dependências que contem- e funcionários que utilizam os caixas eletrônicos; (Incluído
plem, entre outros, os seguintes procedimentos: (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
pela Lei nº 11.718, de 2008) V – qualquer outra substância, desde que não coloque em pe-
I – dispensa de sistema de segurança para o estabelecimento rigo os usuários dos caixas eletrônicos. (Incluído pela Lei
de cooperativa singular de crédito que se situe dentro de qualquer nº 13.654, de 2018)
edificação que possua estrutura de segurança instalada em confor- § 2º Será obrigatória a instalação de placa de alerta, que de-
midade com o art. 2o desta Lei; (Incluído pela Lei nº verá ser afixada de forma visível no caixa eletrônico, bem como na
11.718, de 2008) entrada da instituição bancária que possua caixa eletrônico em seu
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas um úni- interior, informando a existência do referido dispositivo e seu fun-
co plano de segurança por cooperativa singular de crédito, desde cionamento. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
que detalhadas todas as suas dependências; (Incluído pela Lei § 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará as institui-
nº 11.718, de 2008) ções financeiras infratoras às penalidades previstas no art. 7º desta
III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso inviabilize Lei. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
economicamente a existência do estabelecimento. (Incluído § 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser implan-
pela Lei nº 11.718, de 2008) tadas pelas instituições financeiras de maneira gradativa, atingin-
§ 3o Os processos administrativos em curso no âmbito do De- do-se, no mínimo, os seguintes percentuais, a partir da entrada em
partamento de Polícia Federal observarão os requisitos próprios de vigor desta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

I – nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes, cobertura garantindo riscos de roubo e furto qualificado de nume-
50% (cinquenta por cento) em nove meses e os outros 50% (cin- rário e outros valores, sem comprovação de cumprimento, pelo se-
quenta por cento) em dezoito meses; (Incluído pela Lei nº gurado, das exigências previstas nesta Lei.
13.654, de 2018) Parágrafo único - As apólices com infringência do disposto nes-
II – nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) até te artigo não terão cobertura de resseguros pelo Instituto de Res-
500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% (cem por cento) em até seguros do Brasil.
vinte e quatro meses; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) Art. 9º - Nos seguros contra roubo e furto qualificado de es-
III – nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habi- tabelecimentos financeiros, serão concedidos descontos sobre os
tantes, 100% (cem por cento) em até trinta e seis meses. (In- prêmios aos segurados que possuírem, além dos requisitos míni-
cluído pela Lei nº 13.654, de 2018) mos de segurança, outros meios de proteção previstos nesta Lei, na
Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão forma de seu regulamento.
executados: (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) Art. 10. São considerados como segurança privada as ativida-
I - por empresa especializada contratada; ou (Redação des desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de:
dada pela Lei nº 9.017, de 1995) (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994)
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organi- I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras
zado e preparado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a
curso de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça segurança de pessoas físicas; (Incluído pela Lei nº 8.863, de
e cujo sistema de segurança tenha parecer favorável à sua aprova- 1994)
ção emitido pelo Ministério da Justiça. (Redação dada pela II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de
Lei nº 9.017, de 1995) qualquer outro tipo de carga. (Incluído pela Lei nº 8.863,
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, de 1994)
o serviço de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas § 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valores pode-
Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da rão ser executados por uma mesma empresa. (Renumerado
Federação. (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) do parágrafo único pela Lei nº 8.863, de 1994)
Art. 4º O transporte de numerário em montante superior a vin- § 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de
te mil Ufir, para suprimento ou recolhimento do movimento diário segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a for-
dos estabelecimentos financeiros, será obrigatoriamente efetuado ma de empresas privadas, além das hipóteses previstas nos incisos
em veículo especial da própria instituição ou de empresa especiali- do caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício das ativida-
zada. (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) des de segurança privada a pessoas; a estabelecimentos comerciais,
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil industriais, de prestação de serviços e residências; a entidades sem
Ufirs poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença de fins lucrativos; e órgãos e empresas públicas. (Incluído pela Lei nº
dois vigilantes. (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) 8.863, de 1994)
Art. 6º Além das atribuições previstas no art. 20, compete ao § 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decor-
Ministério da Justiça: (Redação dada pela Lei nº 9.017, de rentes e pelas disposições da legislação civil, comercial, trabalhista,
1995) (Vide art. 16 da Lei nº 9.017, de 1995) previdenciária e penal, as empresas definidas no parágrafo anterior.
I - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto ao cumpri- (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
mento desta lei; (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) § 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da
II - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio cumpri- vigilância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pes-
mento desta lei, pelo estabelecimento financeiro, à autoridade que soal de quadro funcional próprio, para execução dessas atividades,
autoriza o seu funcionamento; (Redação dada pela Lei ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e demais le-
nº 9.017, de 1995) gislações pertinentes. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
III - aplicar aos estabelecimentos financeiros as penalidades § 5º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
previstas nesta lei. § 6º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
Parágrafo único. Para a execução da competência prevista no Art. 11 - A propriedade e a administração das empresas espe-
inciso I, o Ministério da Justiça poderá celebrar convênio com as cializadas que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros.
Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados e Distrito Art. 12 - Os diretores e demais empregados das empresas espe-
Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) cializadas não poderão ter antecedentes criminais registrados.
Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir disposição Art. 13. O capital integralizado das empresas especializadas
desta lei ficará sujeito às seguintes penalidades, conforme a gravi- não pode ser inferior a cem mil Ufirs. (Redação dada pela
dade da infração e levando-se em conta a reincidência e a condição Lei nº 9.017, de 1995)
econômica do infrator: (Redação dada pela Lei nº 9.017, de Art. 14 - São condições essenciais para que as empresas espe-
1995) (Vide art. 16 da Lei nº 9.017, de 1995) cializadas operem nos Estados, Territórios e Distrito Federal:
I - advertência; (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) I - autorização de funcionamento concedida conforme o art. 20
II - multa, de mil a vinte mil Ufirs; (Redação dada pela desta Lei; e
Lei nº 9.017, de 1995) II - comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respecti-
III - interdição do estabelecimento. (Redação dada pela vo Estado, Território ou Distrito Federal.
Lei nº 9.017, de 1995) Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado con-
Art 8º - Nenhuma sociedade seguradora poderá emitir, em fa- tratado para a execução das atividades definidas nos incisos I e II do
vor de estabelecimentos financeiros, apólice de seguros que inclua caput e §§ 2º, 3º e 4º do art. 10. (Redação dada pela Lei nº
8.863, de 1994)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Art. 16 - Para o exercício da profissão, o vigilante preencherá os Art. 22 - Será permitido ao vigilante, quando em serviço, por-
seguintes requisitos: tar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de madeira ou de
I - ser brasileiro; borracha.
II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; Parágrafo único - Os vigilantes, quando empenhados em trans-
III - ter instrução correspondente à quarta série do primeiro porte de valores, poderão também utilizar espingarda de uso per-
grau; mitido, de calibre 12, 16 ou 20, de fabricação nacional.
IV - ter sido aprovado, em curso de formação de vigilante, rea- Art. 23 - As empresas especializadas e os cursos de formação
lizado em estabelecimento com funcionamento autorizado nos ter- de vigilantes que infringirem disposições desta Lei ficarão sujeitos
mos desta lei. (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994) às seguintes penalidades, aplicáveis pelo Ministério da Justiça, ou,
V - ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psi- mediante convênio, pelas Secretarias de Segurança Pública, confor-
cotécnico; me a gravidade da infração, levando-se em conta a reincidência e a
VI - não ter antecedentes criminais registrados; e condição econômica do infrator:
VII - estar quite com as obrigações eleitorais e militares. I - advertência;
Parágrafo único - O requisito previsto no inciso III deste artigo II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs: (Redação
não se aplica aos vigilantes admitidos até a publicação da presente dada pela Lei nº 9.017, de 1995)
Lei III - proibição temporária de funcionamento; e
Art. 17. O exercício da profissão de vigilante requer prévio re- IV - cancelamento do registro para funcionar.
gistro no Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apre- Parágrafo único - Incorrerão nas penas previstas neste artigo
sentação dos documentos comprobatórios das situações enumera- as empresas e os estabelecimentos financeiros responsáveis pelo
das no art. 16. (Redação dada pela Medida Provisória nº extravio de armas e munições.
2.184-23, de 2001) Art. 24 - As empresas já em funcionamento deverão proceder
Art. 18 - O vigilante usará uniforme somente quando em efe- à adaptação de suas atividades aos preceitos desta Lei no prazo de
tivo serviço. 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data em que entrar em vigor
Art. 19 - É assegurado ao vigilante: o regulamento da presente Lei, sob pena de terem suspenso seu
I - uniforme especial às expensas da empresa a que se vincular; funcionamento até que comprovem essa adaptação.
II - porte de arma, quando em serviço; Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
III - prisão especial por ato decorrente do serviço; 90 (noventa) dias a contar da data de sua publicação.
IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa empregadora. Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio do seu Art. 27 - Revogam-se os Decretos-leis nº 1.034, de 21 de outu-
órgão competente ou mediante convênio com as Secretarias de Se- bro de 1969, e nº 1.103, de 6 de abril de 1970, e as demais disposi-
gurança Pública dos Estados e Distrito Federal: (Redação ções em contrário.
dada pela Lei nº 9.017, de 1995) Brasília, em 20 de junho de 1983; 162º da Independência e 95º
I - conceder autorização para o funcionamento: da República.
a) das empresas especializadas em serviços de vigilância;
b) das empresas especializadas em transporte de valores; e
c) dos cursos de formação de vigilantes; LEI Nº 10.357/2001: ESTABELECE NORMAS DE CONTROLE E
II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados no inciso FISCALIZAÇÃO SOBRE PRODUTOS QUÍMICOS QUE DIRETA
anterior; OU INDIRETAMENTE POSSAM SER DESTINADOS À ELABO-
Ill - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o inciso I RAÇÃO ILÍCITA DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES, PSICO-
deste artigo as penalidades previstas no art. 23 desta Lei; TRÓPICAS OU QUE DETERMINEM DEPENDÊNCIA FÍSICA
IV - aprovar uniforme; OU PSÍQUICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigilantes;
VI - fixar o número de vigilantes das empresas especializadas
LEI NO 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001.
em cada unidade da Federação;
VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de propriedade
Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos
das empresas especializadas e dos estabelecimentos financeiros;
químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à ela-
VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e munições; e
boração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que
IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados.
determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providên-
X - rever anualmente a autorização de funcionamento das em-
cias.
presas elencadas no inciso I deste artigo. (Incluído pela Lei
nº 8.863, de 1994)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Parágrafo único. As competências previstas nos incisos I e V
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
deste artigo não serão objeto de convênio. (Redação dada
pela Lei nº 9.017, de 1995)
Art. 1o Estão sujeitos a controle e fiscalização, na forma previs-
Art. 21 - As armas destinadas ao uso dos vigilantes serão de
ta nesta Lei, em sua fabricação, produção, armazenamento, trans-
propriedade e responsabilidade:
formação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição,
I - das empresas especializadas;
posse, doação, empréstimo, permuta, remessa, transporte, distri-
II - dos estabelecimentos financeiros quando dispuserem de
buição, importação, exportação, reexportação, cessão, reaprovei-
serviço organizado de vigilância, ou mesmo quando contratarem
tamento, reciclagem, transferência e utilização, todos os produtos
empresas especializadas.
Editora
461
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LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

químicos que possam ser utilizados como insumo na elaboração de Art. 9o Os modelos de mapas e formulários necessários à im-
substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem de- plementação das normas a que se referem os artigos anteriores se-
pendência física ou psíquica. rão publicados em portaria ministerial.
§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo às substâncias entorpe- Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer motivo,
centes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou suspender o exercício de atividade sujeita a controle e fiscalização
psíquica que não estejam sob controle do órgão competente do ou mudar de atividade controlada deverá comunicar a paralisação
Ministério da Saúde. ou alteração ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de trinta
§ 2o Para efeito de aplicação das medidas de controle e fisca- dias a partir da data da suspensão ou da mudança de atividade.
lização previstas nesta Lei, considera-se produto químico as subs- Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça atividade sujeita a
tâncias químicas e as formulações que as contenham, nas con- controle e fiscalização deverá informar ao Departamento de Polícia
centrações estabelecidas em portaria, em qualquer estado físico, Federal, no prazo máximo de vinte e quatro horas, qualquer suspei-
independentemente do nome fantasia dado ao produto e do uso ta de desvio de produto químico a que se refere esta Lei.
lícito a que se destina. Art. 12. Constitui infração administrativa:
Art. 2o O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em razão I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo legal;
de proposta do Departamento de Polícia Federal, da Secretaria Na- II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal,
cional Antidrogas ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no prazo de trinta dias, qualquer alteração cadastral ou estatutária
definirá, em portaria, os produtos químicos a serem controlados a partir da data do ato aditivo, bem como a suspensão ou mudança
e, quando necessário, promoverá sua atualização, excluindo ou in- de atividade sujeita a controle e fiscalização;
cluindo produtos, bem como estabelecerá os critérios e as formas III – omitir as informações a que se refere o art. 8o desta Lei, ou
de controle. prestá-las com dados incompletos ou inexatos;
Art. 3o Compete ao Departamento de Polícia Federal o controle IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quando solici-
e a fiscalização dos produtos químicos a que se refere o art. 1o des- tado, notas fiscais, manifestos e outros documentos de controle;
ta Lei e a aplicação das sanções administrativas decorrentes. V – exercer qualquer das atividades sujeitas a controle e fis-
Art. 4o Para exercer qualquer uma das atividades sujeitas a calização, sem a devida Licença de Funcionamento ou Autorização
controle e fiscalização relacionadas no art. 1o , a pessoa física ou Especial do órgão competente;
jurídica deverá se cadastrar e requerer licença de funcionamento VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização com pes-
ao Departamento de Polícia Federal, de acordo com os critérios e soa física ou jurídica não autorizada ou em situação irregular, nos
as formas a serem estabelecidas na portaria a que se refere o art. termos desta Lei;
2o, independentemente das demais exigências legais e regulamen- VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio de produ-
tares. to químico controlado, para fins ilícitos;
§ 1o As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam exercen- VIII – importar, exportar ou reexportar produto químico contro-
do atividade sujeita a controle e fiscalização, deverão providenciar lado, sem autorização prévia;
seu recadastramento junto ao Departamento de Polícia Federal, na IX – alterar a composição de produto químico controlado, sem
forma a ser estabelecida em regulamento. prévia comunicação ao órgão competente;
§ 2o A pessoa física ou jurídica que, em caráter eventual, neces- X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e embala-
sitar exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fisca- gens de produtos químicos controlados visando a burlar o controle
lização, deverá providenciar o seu cadastro junto ao Departamento e a fiscalização;
de Polícia Federal e requerer autorização especial para efetivar as XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota fiscal, quando
suas operações. for o caso, em local visível da embalagem e do rótulo, a concentra-
Art. 5o A pessoa jurídica referida no caput do art. 4o deverá ção do produto químico controlado;
requerer, anualmente, a Renovação da Licença de Funcionamento XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal
para o prosseguimento de suas atividades. furto, roubo ou extravio de produto químico controlado e docu-
Art. 6o Todas as partes envolvidas deverão possuir licença de mento de controle, no prazo de quarenta e oito horas; e
funcionamento, exceto quando se tratar de quantidades de produ- XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão de con-
tos químicos inferiores aos limites a serem estabelecidos em porta- trole e fiscalização.
ria do Ministro de Estado da Justiça. Art. 13. Os procedimentos realizados no exercício da fiscaliza-
Art. 7o Para importar, exportar ou reexportar os produtos quí- ção deverão ser formalizados mediante a elaboração de documento
micos sujeitos a controle e fiscalização, nos termos dos arts. 1o e próprio.
2o, será necessária autorização prévia do Departamento de Polícia Art. 14. O descumprimento das normas estabelecidas nesta
Federal, nos casos previstos em portaria, sem prejuízo do dispos- Lei, independentemente de responsabilidade penal, sujeitará os in-
to no art. 6o e dos procedimentos adotados pelos demais órgãos fratores às seguintes medidas administrativas, aplicadas cumulativa
competentes. ou isoladamente:
Art. 8o A pessoa jurídica que realizar qualquer uma das ativi- I – advertência formal;
dades a que se refere o art. 1o desta Lei é obrigada a fornecer ao II – apreensão do produto químico encontrado em situação ir-
Departamento de Polícia Federal, periodicamente, as informações regular;
sobre suas operações. III – suspensão ou cancelamento de licença de funcionamento;
Parágrafo único. Os documentos que consubstanciam as in- IV – revogação da autorização especial; e
formações a que se refere este artigo deverão ser arquivados pelo V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e oito reais e
prazo de cinco anos e apresentados ao Departamento de Polícia Fe- vinte centavos) a R$ 1.064.100,00 (um milhão, sessenta e quatro
deral quando solicitados. mil e cem reais).
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§ 1o Na dosimetria da medida administrativa, serão considera- Parágrafo único. Os valores constantes dos incisos I e II deste
das a situação econômica, a conduta do infrator, a reincidência, a artigo serão reduzidos de:
natureza da infração, a quantidade dos produtos químicos encon- I - quarenta por cento, quando se tratar de empresa de peque-
trados em situação irregular e as circunstâncias em que ocorreram no porte;
os fatos. II - cinqüenta por cento, quando se tratar de filial de empresa
§ 2o A critério da autoridade competente, o recolhimento do já cadastrada;
valor total da multa arbitrada poderá ser feito em até cinco parcelas III - setenta por cento, quando se tratar de microempresa.
mensais e consecutivas. Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos
§ 3o Das sanções aplicadas caberá recurso ao Diretor-Geral do será recolhida nos prazos e nas condições estabelecidas em ato do
Departamento de Polícia Federal, na forma e prazo estabelecidos Departamento de Polícia Federal.
em regulamento. Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa de Controle e
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer qualquer uma Fiscalização de Produtos Químicos, à aplicação de multa e à aliena-
das infrações previstas nesta Lei terá prazo de trinta dias, a contar ção de produtos químicos previstas nesta Lei constituem receita do
da data da fiscalização, para sanar as irregularidades verificadas, Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD.
sem prejuízo da aplicação de medidas administrativas previstas no Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas destinará oiten-
art. 14. ta por cento dos recursos relativos à cobrança da Taxa, à aplicação
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos químicos eventu- de multa e à alienação de produtos químicos, referidos no caput
almente apreendidos serão devolvidos ao seu legítimo proprietário deste artigo, ao Departamento de Polícia Federal, para o reapare-
ou representante legal. lhamento e custeio das atividades de controle e fiscalização de pro-
§ 2o Os produtos químicos que não forem regularizados e res- dutos químicos e de repressão ao tráfico ilícito de drogas.
tituídos no prazo e nas condições estabelecidas neste artigo serão Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
destruídos, alienados ou doados pelo Departamento de Polícia Art. 23. Ficam revogados os arts. 1o a 13 e 18 da Lei no 9.017,
Federal a instituições de ensino, pesquisa ou saúde pública, após de 30 de março de 1995.
trânsito em julgado da decisão proferida no respectivo processo
administrativo. Brasília, 27 de dezembro de 2001; 180o da Independência e
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao meio am- 113o da República.
biente, o órgão fiscalizador poderá dar destinação imediata aos pro-
dutos químicos apreendidos.
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização de Pro- LEI Nº 6.815/1980: DEFINE A SITUAÇÃO JURÍDICA DO ES-
dutos Químicos, cujo fato gerador é o exercício do poder de polícia TRANGEIRO NO BRASIL, CRIA O CONSELHO NACIONAL DE
conferido ao Departamento de Polícia Federal para controle e fisca- IMIGRAÇÃO.
lização das atividades relacionadas no art. 1o desta Lei.
Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Fiscalização
LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE 1980.
de Produtos Químicos as pessoas físicas e jurídicas que exerçam
qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização de
Define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conse-
que trata o art. 1o desta Lei.
lho Nacional de Imigração.
Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de Controle e Fisca-
lização de Produtos Químicos, sem prejuízo das demais obrigações
ESTA LEI FOI REPUBLICADA PELA DETERMINAÇÃO DO ARTI-
previstas nesta Lei:
GO 11, DA LEI Nº 6.964, DE 09.12.1981.
I – os órgãos da Administração Pública direta federal, estadual
e municipal;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e saúde;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
III – as entidades particulares de caráter assistencial, filantrópi-
co e sem fins lucrativos que comprovem essa condição na forma da
Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfei-
lei específica em vigor.
tas as condições desta Lei, entrar e permanecer no Brasil e dele sair,
Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos
resguardados os interesses nacionais.
é devida pela prática dos seguintes atos de controle e fiscalização:
I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
TÍTULO I
a. emissão de Certificado de Registro Cadastral;
DA APLICAÇÃO
b. emissão de segunda via de Certificado de Registro Cadastral;
e
Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à
c. alteração de Registro Cadastral;
segurança nacional, à organização institucional, aos interesses polí-
II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
ticos, sócio-econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do
a. emissão de Certificado de Licença de Funcionamento;
trabalhador nacional.
b. emissão de segunda via de Certificado de Licença de Funcio-
Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transforma-
namento; e
ção ficarão sempre condicionadas aos interesses nacionais.
c. renovação de Licença de Funcionamento;
III – no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para:
a. emissão de Autorização Especial; e
b. emissão de segunda via de Autorização Especial.
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TÍTULO II III – pagar os emolumentos e taxas cobrados para processa-


DA ADMISSÃO, ENTRADA E IMPEDIMENTO mento do pedido de visto; (Incluído pela Lei nº 12.968,
de 2014)
CAPÍTULO I IV – seguir o rito procedimental previsto nas normas do Manual
DA ADMISSÃO do Serviço Consular e Jurídico do Ministério das Relações Exterio-
res. (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014)
Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacio- § 4o A autoridade consular brasileira poderá solicitar a apre-
nal poderá ser concedido visto: sentação dos originais dos documentos para dirimir dúvidas, bem
I - de trânsito; como solicitar documentos adicionais para a instrução do pedido.
II - de turista; (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014)
III - temporário; § 5o O Ministério das Relações Exteriores poderá editar normas
IV - permanente; visando a: (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014)
V - de cortesia; I – simplificação de procedimentos, por reciprocidade ou por
VI - oficial; e outros motivos que julgar pertinentes; (Incluído pela
VII - diplomático. Lei nº 12.968, de 2014)
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá es- II – sem prejuízo da segurança do sistema e de outras comina-
tender-se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. ções legais cabíveis, inclusão de regras para a obtenção de vistos
Art. 5º Serão fixados em regulamento os requisitos para a ob- fisicamente separados da caderneta de passaporte do requerente.
tenção dos vistos de entrada previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014)
Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere § 6o O estrangeiro que fornecer informações falsas ou descum-
ao estrangeiro o direito de obter visto de qualquer natureza, ou au- prir as regras previstas nos §§ 3o e 4o e nas normas legais pertinen-
torização de permanência no território nacional. tes estará sujeito às penalidades previstas nos incisos I, III, IV, XIII,
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: XV e XVI do art. 125 e no art. 126 desta Lei. (Incluído
I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsá- pela Lei nº 12.968, de 2014)
vel legal ou sem a sua autorização expressa; Art. 10 Poderá ser estabelecida a dispensa recíproca do visto de
II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses na- turista e dos vistos temporários a que se referem os incisos II e III do
cionais; caput do art. 13, observados prazos de estada definidos nesta Lei.
III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver (Redação dada pela Lei nº 12.968, de 2014)
sido revogada; Parágrafo único. A dispensa de vistos a que se refere o caput
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, deste artigo será concedida mediante acordo internacional, salvo,
passível de extradição segundo a lei brasileira; ou a juízo do Ministério das Relações Exteriores, aos nacionais de país
V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo que assegure a reciprocidade de tratamento aos nacionais brasilei-
Ministério da Saúde. ros, situação em que a dispensa poderá ser concedida, enquanto
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro durar essa reciprocidade, mediante comunicação diplomática, sem
que, para atingir o país de destino, tenha de entrar em território a necessidade de acordo internacional. (Redação dada
nacional. pela Lei nº 12.968, de 2014)
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião
dias improrrogáveis e uma só entrada. do embarque, no exterior, a documentação exigida, sendo respon-
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem sável, no caso de irregularidade apurada no momento da entrada,
contínua, que só se interrompa para as escalas obrigatórias do meio pela saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no artigo 125,
de transporte utilizado. item VI.
Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco
que venha ao Brasil em caráter recreativo ou de visita, assim consi- anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de cri-
derado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de térios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País,
exercício de atividade remunerada. com estadas não excedentes a noventa dias, prorrogáveis por igual
§ 1o O visto de turista poderá, alternativamente, ser solicitado período, totalizando o máximo de cento e oitenta dias por ano.
e emitido por meio eletrônico, conforme regulamento. (In- (Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)
cluído pela Lei nº 12.968, de 2014) Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangei-
§ 2o As solicitações do visto de que trata o § 1o serão processa- ro que pretenda vir ao Brasil:
das pelo Sistema Consular Integrado do Ministério das Relações Ex- I - em viagem cultural ou em missão de estudos;
teriores, na forma disciplinada pelo Poder Executivo. (In- II - em viagem de negócios;
cluído pela Lei nº 12.968, de 2014) III - na condição de artista ou desportista;
§ 3o Para a obtenção de visto por meio eletrônico, o estrangei- IV - na condição de estudante;
ro deverá: (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014) V - na condição de cientista, pesquisador, professor, técnico ou
I – preencher e enviar formulário eletrônico disponível no Por- profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a servi-
tal Consular do Ministério das Relações Exteriores; (In- ço do governo brasileiro; (Redação dada pela Lei nº
cluído pela Lei nº 12.968, de 2014) 13.243, de 2016)
II – apresentar por meio eletrônico os documentos solicita- VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio,
dos para comprovar o que tiver sido declarado no requerimento; televisão ou agência noticiosa estrangeira.
(Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014) VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro
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de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religio- nº 13.344, de 2016) (Vigência)


sa. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos
VIII - na condição de beneficiário de bolsa vinculada a projeto de concessão, prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, ofi-
de pesquisa, desenvolvimento e inovação concedida por órgão ou cial e de cortesia.
agência de fomento. (Incluído pela Lei nº 13.243, de Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão emolumentos
2016) consulares, ressalvados:
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e I - os regulados por acordos que concedam gratuidade;
III do art. 13, será de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático;
um ano; e nos demais, salvo o disposto no parágrafo único deste III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, se concedi-
artigo, o correspondente à duração da missão, do contrato, ou da dos a titulares de passaporte diplomático ou de serviço.
prestação de serviços, comprovada perante a autoridade consular, Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos
observado o disposto na legislação trabalhista. (Re- vistos é de 90 (noventa) dias, contados da data de sua concessão,
dação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) podendo ser prorrogada pela autoridade consular uma só vez, por
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de igual prazo, cobrando-se os emolumentos devidos, aplicando-se
até 1 (um) ano, prorrogável, quando for o caso, mediante prova do esta exigência somente a cidadãos de países onde seja verificada
aproveitamento escolar e da matrícula. a limitação recíproca. (Redação dada pela Lei nº
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só 12.134, de 2009).
se concederá o visto se satisfizer às exigências especiais estabele- Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade con-
cidas pelo Conselho Nacional de Imigração e for parte em contrato tígua ao território nacional, respeitados os interesses da segurança
de trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho, salvo no caso de nacional, poder-se-á permitir a entrada nos municípios fronteiriços
comprovada prestação de serviço ao Governo brasileiro. a seu respectivo país, desde que apresente prova de identidade.
Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangei- § 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exer-
ro que pretenda se fixar definitivamente no Brasil. cer atividade remunerada ou freqüentar estabelecimento de ensi-
Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, pro- no naqueles municípios, será fornecido documento especial que o
piciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia identifique e caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de Traba-
nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos lho e Previdência Social, quando for o caso.
os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimi- § 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não confe-
lação de tecnologia e à captação de recursos para setores específi- rem o direito de residência no Brasil, nem autorizam o afastamento
cos. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) dos limites territoriais daqueles municípios.
Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá sa-
tisfazer, além dos requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de CAPÍTULO II
caráter especial previstas nas normas de seleção de imigrantes es- DA ENTRADA
tabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.
Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condi- Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos
cionada, por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de locais onde houver fiscalização dos órgãos competentes dos Minis-
atividade certa e à fixação em região determinada do território na- térios da Saúde, da Justiça e da Fazenda.
cional. Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer
Art. 18-A. Conceder-se-á residência permanente às vítimas de tempo, pela manutenção e demais despesas do passageiro em via-
tráfico de pessoas no território nacional, independentemente de gem contínua ou do tripulante que não estiver presente por ocasião
sua situação migratória e de colaboração em procedimento admi- da saída do meio de transporte, bem como pela retirada dos mes-
nistrativo, policial ou judicial. (Incluído pela Lei nº mos do território nacional.
13.344, de 2016) (Vigência) Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá
§ 1o O visto ou a residência permanentes poderão ser conce- afastar-se do local de entrada e inspeção, sem que o seu documen-
didos, a título de reunião familiar: (Incluído pela Lei to de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido visados pelo
nº 13.344, de 2016) (Vigência) órgão competente do Ministério da Justiça. (Redação
I - a cônjuges, companheiros, ascendentes e descendentes; e dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autori-
II - a outros membros do grupo familiar que comprovem de- zação do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro
pendência econômica ou convivência habitual com a vítima. que tenha entrado no território nacional na condição de turista ou
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) em trânsito.
§ 2o Os beneficiários do visto ou da residência permanentes
são isentos do pagamento da multa prevista no inciso II do art. 125. CAPÍTULO III
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) DO IMPEDIMENTO
§ 3o Os beneficiários do visto ou da residência permanentes
de que trata este artigo são isentos do pagamento das taxas e emo- Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura
lumentos previstos nos arts. 20, 33 e 131. (Incluído pela mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o re-
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) gistro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do
Art. 18-B. Ato do Ministro de Estado da Justiça e Cidadania artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacio-
estabelecerá os procedimentos para concessão da residência per- nal, a critério do Ministério da Justiça.
manente de que trata o art. 18-A. (Incluído pela Lei § 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a
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multa devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar CAPÍTULO II
o seu pagamento, acrescido de correção monetária. DA PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE ESTADA
§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família po-
derá estender-se a todo o grupo familiar. Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na condição de turis-
Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tem- ta, temporário ou asilado e aos titulares de visto de cortesia, oficial
po, pela saída do clandestino e do impedido. ou diplomático, poderá ser concedida a prorrogação do prazo de
Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do im- estada no Brasil.
pedido ou do clandestino, o Ministério da Justiça poderá permitir Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do turista não exce-
a sua entrada condicional, mediante termo de responsabilidade fir- derá a 90 (noventa) dias, podendo ser cancelada a critério do Mi-
mado pelo representante da empresa transportadora, que lhe asse- nistério da Justiça.
gure a manutenção, fixados o prazo de estada e o local em que deva Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do titular do visto
permanecer o impedido, ficando o clandestino custodiado pelo pra- temporário, de que trata o item VII, do artigo 13, não excederá a um
zo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período. ano. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

TÍTULO III CAPÍTULO III


DA CONDIÇÃO DE ASILADO DA TRANSFORMAÇÃO DOS VISTOS

Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na con- Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e
dição de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe VII, poderá obter transformação do mesmo para permanente (art.
forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições 16), satisfeitas às condições previstas nesta Lei e no seu Regulamen-
da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar. to. (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 1981)
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autoriza- § 1º. Ao titular do visto temporário previsto no inciso VII do art.
ção do Governo brasileiro. 13 só poderá ser concedida a transformação após o prazo de dois
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo im- anos de residência no País. (Incluído pela Lei nº 6.964,
portará na renúncia ao asilo e impedirá o reingresso nessa condi- de 1981)
ção. § 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto
no artigo 18 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 6.964,
TÍTULO IV de 1981)
DO REGISTRO E SUAS ALTERAÇÕES Art. 38. É vedada a legalização da estada de clandestino e de
irregular, e a transformação em permanente, dos vistos de trânsito,
CAPÍTULO I de turista, temporário (artigo 13, itens I a IV e VI) e de cortesia.
DO REGISTRO (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial poderá obter
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, transformação desses vistos para temporário (artigo 13, itens I a VI)
de temporário (incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obri- ou para permanente (artigo 16), ouvido o Ministério das Relações
gado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias Exteriores, e satisfeitas as exigências previstas nesta Lei e no seu
seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a identificar-se pelo Regulamento. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 1981)
sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares. Parágrafo único. A transformação do visto oficial ou diplomáti-
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) co em temporário ou permanente importará na cessação de todas
Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito as prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes daqueles vis-
de registro, serão os constantes do documento de viagem. tos.
Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, Art. 40. A solicitação da transformação de visto não impede a
acreditado junto ao Governo brasileiro ou cujo prazo previsto de es- aplicação do disposto no artigo 57, se o estrangeiro ultrapassar o
tada no País seja superior a 90 (noventa) dias, deverá providenciar prazo legal de estada no território nacional. (Renume-
seu registro no Ministério das Relações Exteriores. rado pela Lei nº 6.964, de 1981)
Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de servi- Parágrafo único. Do despacho que denegar a transformação
ço, oficial ou diplomático, que haja entrado no Brasil ao amparo do visto, caberá pedido de reconsideração na forma definida em
de acordo de dispensa de visto, deverá, igualmente, proceder ao Regulamento.
registro mencionado neste artigo sempre que sua estada no Brasil Art. 41. A transformação de vistos de que tratam os artigos 37
deva ser superior a 90 (noventa) dias. e 39 ficará sem efeito, se não for efetuado o registro no prazo de
Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento noventa dias, contados da publicação, no Diário Oficial, do deferi-
de identidade. mento do pedido. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 1981)
Parágrafo único. A emissão de documento de identidade, salvo Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos definidos nos artigos
nos casos de asilado ou de titular de visto de cortesia, oficial ou 8°, 9°, 10, 13 e 16, poderá ter os mesmos transformados para oficial
diplomático, está sujeita ao pagamento da taxa prevista na Tabela ou diplomático. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 1981)
de que trata o artigo 130. Art. 42-A. O estrangeiro estará em situação regular no País en-
quanto tramitar pedido de regularização migratória. (In-
cluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

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CAPÍTULO IV CAPÍTULO VI
DA ALTERAÇÃO DE ASSENTAMENTOS DO CANCELAMENTO E DO RESTABELECIMENTO DO REGISTRO

Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), Art. 49. O estrangeiro terá o registro cancelado: (Re-
poderá ser alterado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
de 1981) I - se obtiver naturalização brasileira;
I - se estiver comprovadamente errado; II - se tiver decretada sua expulsão;
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; III - se requerer a saída do território nacional em caráter defi-
ou nitivo, renunciando, expressamente, ao direito de retorno previsto
III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser no artigo 51;
traduzido ou adaptado à prosódia da língua portuguesa. IV - se permanecer ausente do Brasil por prazo superior ao pre-
§ 1° O pedido de alteração de nome deverá ser instruído com a visto no artigo 51;
documentação prevista em Regulamento e será sempre objeto de V - se ocorrer a transformação de visto de que trata o artigo 42;
investigação sobre o comportamento do requerente. VI - se houver transgressão do artigo 18, artigo 37, § 2º, ou 99
§ 2° Os erros materiais no registro serão corrigidos de ofício. a 101; e
§ 3° A alteração decorrente de desquite ou divórcio obtido em VII - se temporário ou asilado, no término do prazo de sua esta-
país estrangeiro dependerá de homologação, no Brasil, da sentença da no território nacional.
respectiva. § 1° O registro poderá ser restabelecido, nos casos do item I ou
§ 4° Poderá ser averbado no registro o nome abreviado usado II, se cessada a causa do cancelamento, e, nos demais casos, se o
pelo estrangeiro como firma comercial registrada ou em qualquer estrangeiro retornar ao território nacional com visto de que trata o
atividade profissional. artigo 13 ou 16, ou obtiver a transformação prevista no artigo 39.
Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça autorizar a alteração de § 2° Ocorrendo a hipótese prevista no item III deste artigo, o es-
assentamentos constantes do registro de estrangeiro. (Renume- trangeiro deverá proceder à entrega do documento de identidade
rado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) para estrangeiro e deixar o território nacional dentro de 30 (trinta)
dias.
CAPÍTULO V § 3° Se da solicitação de que trata o item III deste artigo resultar
DA ATUALIZAÇÃO DO REGISTRO isenção de ônus fiscal ou financeiro, o restabelecimento do registro
dependerá, sempre, da satisfação prévia dos referidos encargos.
Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe
estrangeiro, remeterá ao Ministério da Justiça os dados de identifi- TÍTULO V
cação do estrangeiro e os do seu documento de identidade emitido DA SAÍDA E DO RETORNO
no Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a provi- Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que preten-
dência é obrigatória em relação ao estrangeiro que figure na con- der sair do território nacional. (Renumerado pela Lei
dição de administrador, gerente, diretor ou acionista controlador. nº 6.964, de 09/12/81)
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) § 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabele-
Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmen- cer a exigência de visto de saída, quando razões de segurança inter-
te, ao Ministério da Justiça cópia dos registros de casamento e de na aconselharem a medida.
óbito de estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a
de 09/12/81) exigência disporá sobre o prazo de validade do visto e as condições
Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o para a sua concessão.
proprietário, locador, sublocador ou locatário de imóvel e o síndico § 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29.
de edifício remeterão ao Ministério da Justiça, quando requisitados, Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se au-
os dados de identificação do estrangeiro admitido na condição de sentar do Brasil, poderá regressar independentemente de visto se
hóspede, locatário, sublocatário ou morador. (Renume- o fizer dentro de dois anos. (Renumerado pela Lei nº
rado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 6.964, de 09/12/81)
Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão de Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste
estrangeiro a serviço de entidade pública ou privada, ou a matrícula artigo, far-se-á pela anotação aposta, pelo órgão competente do
em estabelecimento de ensino de qualquer grau, só se efetivará se Ministério da Justiça, no documento de viagem do estrangeiro, no
o mesmo estiver devidamente registrado (art. 30). (Re- momento em que o mesmo deixar o território nacional.
numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se au-
Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo re- sentar do Brasil, poderá regressar independentemente de novo vis-
meterão ao Ministério da Justiça, que dará conhecimento ao Minis- to, se o fizer dentro do prazo de validade de sua estada no território
tério do Trabalho, quando for o caso, os dados de identificação do nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
estrangeiro admitido ou matriculado e comunicarão, à medida que Art. 53. (Suprimido pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)
ocorrer, o término do contrato de trabalho, sua rescisão ou prorro-
gação, bem como a suspensão ou cancelamento da matrícula e a
conclusão do curso.

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TÍTULO VI 09/12/81)
DO DOCUMENTO DE VIAGEM PARA ESTRANGEIRO Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado de quaisquer
penalidades relativas à entrada ou estada irregular no Brasil ou
Art. 54. São documentos de viagem o passaporte para estran- formalidade cujo cumprimento possa dificultar a deportação.
geiro e o laissez-passer. (Renumerado pela Lei nº (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
6.964, de 09/12/81) Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação,
Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são poderá ser recolhido à prisão por ordem do Ministro da Justiça,
de propriedade da União, cabendo a seus titulares a posse direta e pelo prazo de sessenta dias. (Renumerado pela Lei nº
o uso regular. 6.964, de 09/12/81)
Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro: Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) previsto neste artigo, determinar-se a identidade do deportando ou
I - no Brasil: obter-se documento de viagem para promover a sua retirada, a pri-
a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida; são poderá ser prorrogada por igual período, findo o qual será ele
b) a nacional de país que não tenha representação diplomática posto em liberdade, aplicando-se o disposto no artigo 73.
ou consular no Brasil, nem representante de outro país encarrega- Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existi-
do de protegê-lo; rem indícios sérios de periculosidade ou indesejabilidade do estran-
c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil. geiro, proceder-se-á à sua expulsão. (Renumerado pela
II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro Lei nº 6.964, de 09/12/81)
que haja perdido a nacionalidade originária em virtude do casa- Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradi-
mento. ção inadmitida pela lei brasileira. (Renumerado pela Lei
Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, nº 6.964, de 09/12/81)
do item I, deste artigo, dependerá de prévia consulta ao Ministério Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacio-
das Relações Exteriores. nal se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária, das
Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamen-
exterior, ao estrangeiro portador de documento de viagem emitido to da multa devida à época, também corrigida. (Re-
por governo não reconhecido pelo Governo brasileiro, ou não váli- numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
do para o Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º A concessão, no exterior, de laissez-passer a estrangeiro TÍTULO VIII
registrado no Brasil como permanente, temporário ou asilado, de- DA EXPULSÃO
penderá de audiência prévia do Ministério da Justiça. (Re-
numerado do Parágrafo único pela Lei nº 12.968, de 2014) Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer
§ 2o O visto concedido pela autoridade consular poderá ser forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou so-
aposto a qualquer documento de viagem emitido nos padrões es- cial, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular,
tabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional - OACI, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interes-
não implicando a aposição do visto o reconhecimento de Estado ou ses nacionais. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
Governo pelo Governo brasileiro. (Incluído pela Lei 09/12/81)
nº 12.968, de 2014) Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro
que:
TÍTULO VII a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência
DA DEPORTAÇÃO no Brasil;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei,
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estran- dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo,
geiro, se este não se retirar voluntariamente do território nacional não sendo aconselhável a deportação;
no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação. c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para
§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o estrangeiro.
disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República re-
artigo 104 ou artigo 105. solver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua
§ 2º Desde que conveniente aos interesses nacionais, a depor- revogação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
tação far-se-á independentemente da fixação do prazo de que trata Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-
o caput deste artigo. -se-á por decreto.
Art. 58. A deportação consistirá na saída compulsória do es- Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expul-
trangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) são do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou
Parágrafo único. A deportação far-se-á para o país da nacionali- tenha ocorrido condenação. (Renumerado pela Lei nº
dade ou de procedência do estrangeiro, ou para outro que consinta 6.964, de 09/12/81)
em recebê-lo. Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministé-
Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do transporta- rio da Justiça, de ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado,
dor pelas despesas com a retirada do estrangeiro, nem podendo cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime dolo-
este ou terceiro por ela responder, serão as mesmas custeadas pelo so ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem polí-
Tesouro Nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de tica ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública,
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assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos. tempo.


(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documen- TÍTULO IX
tos mencionados neste artigo, determinará a instauração de inqué- DA EXTRADIÇÃO
rito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá de- Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo
terminar a prisão, por 90 (noventa) dias, do estrangeiro submetido requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao
a processo de expulsão e, para concluir o inquérito ou assegurar a Brasil a reciprocidade. (Renumerado e alterado pela
execução da medida, prorrogá-la por igual prazo. (Renu- Lei nº 6.964, de 09/12/81)
merado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Re-
Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Judiciário que suspenda, provisoriamente, a efetivação do ato ex- I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalida-
pulsório, o prazo de prisão de que trata a parte final do caput deste de verificar-se após o fato que motivar o pedido;
artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do Tribunal a que II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no
estiver submetido o feito. Brasil ou no Estado requerente;
Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o
solicitação fundamentada, determinar a instauração de inquérito crime imputado ao extraditando;
para a expulsão do estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou
de 09/12/81) inferior a 1 (um) ano;
Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver
ordem política ou social e a economia popular, assim como nos ca- sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se
sos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância fundar o pedido;
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei
de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para es- brasileira ou a do Estado requerente;
trangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de quin- VII - o fato constituir crime político; e
ze dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requeren-
defesa. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) te, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, cabe- § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando
rá pedido de reconsideração no prazo de 10 (dez) dias, a contar o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou
da publicação do decreto de expulsão, no Diário Oficial da União. quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) principal.
Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, § 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a
ou que tenha o prazo desta vencido, permanecerá em liberdade apreciação do caráter da infração.
vigiada, em lugar designado pelo Ministério da Justiça, e guarda- § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar
rá as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas. crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabota-
Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de gem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra
conformidade com o disposto neste artigo ou no seguinte, o Minis- ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.
tro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão admi- Art. 78. São condições para concessão da extradição:
nistrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
dias. I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente
Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e
pedido, as normas de conduta impostas ao estrangeiro e designar II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a
outro lugar para a sua residência. (Renumerado pela prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade
Lei nº 6.964, de 09/12/81) competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82.
Art. 75. Não se procederá à expulsão: (Renumerado Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da
e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daque-
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou le em cujo território a infração foi cometida. (Renu-
(Incluído incisos, alíneas e §§ pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) merado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
II - quando o estrangeiro tiver: § 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, suces-
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou sepa- sivamente:
rado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o
celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou crime mais grave, segundo a lei brasileira;
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guar- II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extra-
da e dele dependa economicamente. ditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e
§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extra-
reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o ditando, se os pedidos forem simultâneos.
motivar. § 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Go-
§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separa- verno brasileiro.
ção, de fato ou de direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer § 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados
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requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido
preferência de que trata este artigo. (Redação dada será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. (Re-
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do
quando previsto em tratado, diretamente ao Ministério da Justiça, Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada,
devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
da sentença condenatória ou decisão penal proferida por juiz ou Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora
autoridade competente. (Redação dada pela Lei nº para o interrogatório do extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á
12.878, de 2013) curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o
§ 1o O pedido deverá ser instruído com indicações precisas so- prazo de dez dias para a defesa. (Renumerado pela
bre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso, Lei nº 6.964, de 09/12/81)
a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre § 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada,
o crime, a competência, a pena e sua prescrição. (Reda- defeito de forma dos documentos apresentados ou ilegalidade da
ção dada pela Lei nº 12.878, de 2013) extradição.
§ 2o O encaminhamento do pedido pelo Ministério da Justi- § 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tri-
ça ou por via diplomática confere autenticidade aos documentos. bunal, a requerimento do Procurador-Geral da República, poderá
(Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo
§ 3o Os documentos indicados neste artigo serão acompa- improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido
nhados de versão feita oficialmente para o idioma português. será julgado independentemente da diligência.
(Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) § 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da
Art. 81. O pedido, após exame da presença dos pressupostos notificação que o Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão
formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, será Diplomática do Estado requerente.
encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Fede- Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado atra-
ral. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) vés do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos de que trata Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da comunicação,
o caput, o pedido será arquivado mediante decisão fundamentada deverá retirar o extraditando do território nacional. (Re-
do Ministro de Estado da Justiça, sem prejuízo de renovação do pe- numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
dido, devidamente instruído, uma vez superado o óbice apontado. Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do
(Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em
Art. 82. O Estado interessado na extradição poderá, em caso de liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o
urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou con- motivo da extradição o recomendar. (Renumerado
juntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido ba-
da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais seado no mesmo fato. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará de 09/12/81)
ao Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou
nº 12.878, de 2013) tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena pri-
§ 1o O pedido de prisão cautelar noticiará o crime cometido vativa de liberdade, a extradição será executada somente depois
e deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio, da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado,
fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a entretanto, o disposto no artigo 67. (Renumerado pela
comunicação por escrito. (Redação dada pela Lei nº Lei nº 6.964, de 09/12/81)
12.878, de 2013) Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente
§ 2o O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por cau-
Ministério da Justiça por meio da Organização Internacional de Polí- sa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.
cia Criminal (Interpol), devidamente instruído com a documentação Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda
comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Esta- que responda a processo ou esteja condenado por contravenção.
do estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 3o O Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (noventa) Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado reque-
dias contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do rente assuma o compromisso: (Renumerado pela Lei
extraditando, formalizar o pedido de extradição. (Redação nº 6.964, de 09/12/81)
dada pela Lei nº 12.878, de 2013) I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos
§ 4o Caso o pedido não seja formalizado no prazo previsto no § anteriores ao pedido;
3o, o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta
novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extra- por força da extradição;
dição haja sido devidamente requerida. (Redação dada III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal
pela Lei nº 12.878, de 2013) ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pro- brasileira permitir a sua aplicação;
nunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do
sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão. Brasil, a outro Estado que o reclame; e
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a
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pena. Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do


Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis bra- artigo 37, § 2º, para o desempenho de atividade profissional certa,
sileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com os objetos e a fixação em região determinada, não poderá, dentro do prazo
e instrumentos do crime encontrados em seu poder. (Renumerado que lhe for fixado na oportunidade da concessão ou da transforma-
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) ção do visto, mudar de domicílio nem de atividade profissional, ou
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste ar- exercê-la fora daquela região, salvo em caso excepcional, mediante
tigo poderão ser entregues independentemente da entrega do ex- autorização prévia do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do
traditando. Trabalho, quando necessário. (Renumerado pela Lei
Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado nº 6.964, de 09/12/81)
requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao
por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente Ministério da Justiça a mudança do seu domicílio ou residência, de-
por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades. vendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias imediatamente seguintes à sua
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) efetivação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da
pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de pesso- constante do registro (art. 30), deverá, nos noventa dias seguintes,
as extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respectiva requerer a averbação da nova nacionalidade em seus assentamen-
guarda, mediante apresentação de documentos comprobatórios de tos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
concessão da medida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomá-
de 09/12/81) tico só poderá exercer atividade remunerada em favor do Estado
estrangeiro, organização ou agência internacional de caráter inter-
TÍTULO X governamental a cujo serviço se encontre no País, ou do Governo
DOS DIREITOS E DEVERES DO ESTRANGEIRO ou de entidade brasileiros, mediante instrumento internacional fir-
mado com outro Governo que encerre cláusula específica sobre o
Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os di- assunto. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
reitos reconhecidos aos brasileiros, nos termos da Constituição e § 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer ativida-
das leis. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) de remunerada a serviço particular de titular de visto de cortesia,
Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade ou oficial ou diplomático.
seu agente, o estrangeiro deverá exibir documento comprobatório § 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo serviço se encon-
de sua estada legal no território nacional. (Renumerado tra o serviçal, fica responsável pela sua saída do território nacional,
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data em que cessar o víncu-
Parágrafo único. Para os fins deste artigo e dos artigos 43, 45, lo empregatício, sob pena de deportação do mesmo.
47 e 48, o documento deverá ser apresentado no original. § 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos neste artigo
Art. 97. O exercício de atividade remunerada e a matrícu- não se aplica o disposto na legislação trabalhista brasileira.
la em estabelecimento de ensino são permitidos ao estrangeiro Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na con-
com as restrições estabelecidas nesta Lei e no seu Regulamento. dição de turista ou em trânsito é proibido o engajamento como
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu
Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador
de visto de turista, de trânsito ou temporário de que trata o artigo ou do seu agente, mediante autorização do Ministério da Justiça.
13, item IV, bem como aos dependentes de titulares de quaisquer (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
vistos temporários é vedado o exercício de atividade remunerada. Art. 106. É vedado ao estrangeiro: (Renumerado
Ao titular de visto temporário de que trata o artigo 13, item VI, é pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
vedado o exercício de atividade remunerada por fonte brasileira. I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre;
Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espé-
encontre no Brasil na condição do artigo 21, § 1°, é vedado estabe- cie, e de empresas de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista
lecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de admi- de sociedade proprietária dessas empresas;
nistrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil, bem III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo
como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de profis- das empresas mencionadas no item anterior;
são regulamentada. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospec-
09/12/81) (Vide Medida Provisória nº 621, de 2013) ção, exploração e aproveitamento das jazidas, minas e demais re-
Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que cursos minerais e dos potenciais de energia hidráulica;
trata o inciso V do art. 13 é permitida a inscrição temporária em V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, res-
entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada. (In- salvado o disposto na legislação específica;
cluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e des-
Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, pachante aduaneiro;
sob regime de contrato, só poderá exercer atividade junto à enti- VII - participar da administração ou representação de sindicato
dade pela qual foi contratado, na oportunidade da concessão do ou associação profissional, bem como de entidade fiscalizadora do
visto, salvo autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido exercício de profissão regulamentada;
o Ministério do Trabalho. ((Renumerado pela Lei nº VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
6.964, de 09/12/81) IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho
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de radiodifusão, de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de TÍTULO XI


tratamento; e DA NATURALIZAÇÃO
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares,
e também aos estabelecimentos de internação coletiva. CAPÍTULO I
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios DAS CONDIÇÕES
nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no
no Estatuto da Igualdade, apenas lhe é defeso: artigo 145, item II, alínea b, da Constituição, é faculdade exclusiva
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e ad- do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Jus-
ministrativa das empresas mencionadas no item II deste artigo; tiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
inclusive de navegação fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
parágrafo anterior; e I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares. II - ser registrado como permanente no Brasil;
Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não III - residência contínua no território nacional, pelo prazo míni-
pode exercer atividade de natureza política, nem se imiscuir, direta mo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de natu-
ou indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe espe- ralização;
cialmente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condi-
09/12/81) ções do naturalizando;
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manu-
de caráter político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda tenção própria e da família;
ou a difusão, exclusivamente entre compatriotas, de idéias, progra- VI - bom procedimento;
mas ou normas de ação de partidos políticos do país de origem; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena
sentido de obter, mediante coação ou constrangimento de qual- mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um)
quer natureza, adesão a idéias, programas ou normas de ação de ano; e
partidos ou facções políticas de qualquer país; VIII - boa saúde.
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qual- § 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro
quer natureza, ou deles participar, com os fins a que se referem os que residir no País há mais de dois anos. (Incluído pela
itens I e II deste artigo. Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica § 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou
ao português beneficiário do Estatuto da Igualdade ao qual tiver material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos
sido reconhecido o gozo de direitos políticos. arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturali-
Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se para fins cultu- zação sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.
rais, religiosos, recreativos, beneficentes ou de assistência, filiarem- (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
-se a clubes sociais e desportivos, e a quaisquer outras entidades § 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo an-
com iguais fins, bem como participarem de reunião comemorativa terior processar-se-á administrativamente, no Ministério da Justiça,
de datas nacionais ou acontecimentos de significação patriótica. de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da no-
Parágrafo único. As entidades mencionadas neste artigo, se tificação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
constituídas de mais da metade de associados estrangeiros, somen- Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III,
te poderão funcionar mediante autorização do Ministro da Justiça. poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das
Art. 109. A entidade que houver obtido registro mediante fal- seguintes condições: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
sa declaração de seus fins ou que, depois de registrada, passar a de 09/12/81)
exercer atividades proibidas ilícitas, terá sumariamente cassada a I - ter filho ou cônjuge brasileiro;
autorização a que se refere o parágrafo único do artigo anterior e II - ser filho de brasileiro;
o seu funcionamento será suspenso por ato do Ministro da Justi- III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Bra-
ça, até final julgamento do processo de dissolução, a ser instaurado sil, a juízo do Ministro da Justiça;
imediatamente. (Renumerado e alterado pela Lei nº IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica
6.964, de 09/12/81) ou artística; ou
Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre que conside- V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja
rar conveniente aos interesses nacionais, impedir a realização, por igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser
estrangeiros, de conferências, congressos e exibições artísticas ou industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou
folclóricas. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em socie-
dade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à
exploração de atividade industrial ou agrícola.
Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos
casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos,
no do item V.
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-
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-se apenas a estada no Brasil por trinta dias, quando se tratar: despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o naturalizando
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de
I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com trinta dias contados da publicação do ato.
diplomata brasileiro em atividade; ou Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização,
II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou será ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça,
em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de que emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será so-
serviços ininterruptos. lenemente entregue, na forma fixada em Regulamento, pelo juiz fe-
Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá deral da cidade onde tenha domicílio o interessado. (Re-
requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, numerado o art. 118 para art. 119 e alterado pela Lei nº 6.964, de
naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e 09/12/81)
ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anterior- § 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita
mente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude pelo da Primeira Vara. (Incluído alterado pela Lei nº
o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu 6.964, de 09/12/81)
nome à língua portuguesa. (Renumerado pela Lei nº § 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem
6.964, de 09/12/81) domicílio os interessados, a entrega será feita através do juiz ordi-
§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruí- nário da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima.
da com os documentos a serem especificados em regulamento. (Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) § 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de iden- solicitado pelo naturalizando no prazo de doze meses contados da
tidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua data de publicação do ato, salvo motivo de força maior, devidamen-
no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço te comprovado. (Parágrafo único transformado em
competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: em § 3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Incluído § e incisos pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 120. No curso do processo de naturalização, poderá qual-
I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, quer do povo impugná-la, desde que o faça fundamentadamente.
radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não as-
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atin- segura ao estrangeiro direito à naturalização. (Renu-
gida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento merado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano de-
pois da formatura. CAPÍTULO II
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posterior- DOS EFEITOS DA NATURALIZAÇÃO
mente à naturalização, só por exceção e motivadamente será per-
mitida, mediante autorização do Ministro da Justiça. (Pa- Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do artigo 116, só pro-
rágrafo único transformado em § 3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) duzirá efeitos após a entrega do certificado e confere ao naturaliza-
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros do o gozo de todos os direitos civis e políticos, excetuados os que
5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território a Constituição Federal atribui exclusivamente ao brasileiro nato.
nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
por intermédio de seu representante legal, a emissão de certifica- Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionali-
do provisório de naturalização, que valerá como prova de nacio- dade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza
nalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. que estes entrem ou se radiquem no Brasil sem que satisfaçam às
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) exigências desta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titu- de 09/12/81)
lar do certificado provisório, até dois anos após atingir a maiorida- Art. 124. A naturalização não extingue a responsabilidade civil
de, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em ou penal a que o naturalizando estava anteriormente sujeito em
requerimento dirigido ao Ministro da Justiça. qualquer outro país. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao de 09/12/81)
Ministro da Justiça, será apresentado, no Distrito Federal, Estados
e Territórios, ao órgão competente do Ministério da Justiça, que TÍTULO XII
procederá à sindicância sobre a vida pregressa do naturalizando e DAS INFRAÇÕES, PENALIDADES E SEU PROCEDIMENTO
opinará quanto à conveniência da naturalização. (Renu-
merado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) CAPÍTULO I
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do órgão compe- DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
tente do Ministério da Justiça, poderá ele determinar, se necessá-
rio, outras diligências. Em qualquer hipótese, o processo deverá ser Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui
submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça. (Re- cominadas: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
numerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do Minis- I - entrar no território nacional sem estar autorizado (clandes-
tério da Justiça determinará o arquivamento do pedido, se o na- tino):
turalizando não satisfizer, conforme o caso, a qualquer das condi- Pena: deportação.
ções previstas no artigo 112 ou 116, cabendo reconsideração desse II - demorar-se no território nacional após esgotado o prazo le-
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gal de estada: cidência, poderão ter os respectivos valores aumentados do dobro


Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por ao quíntuplo. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
dia de excesso, até o máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de 09/12/81)
Referência, e deportação, caso não saia no prazo fixado.
III - deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do pra- CAPÍTULO II
zo estabelecido nesta Lei (artigo 30): DO PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por
dia de excesso, até o máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Art. 127. A infração punida com multa será apurada em proces-
Referência. so administrativo, que terá por base o respectivo auto, conforme
IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, 102 e 103: se dispuser em Regulamento. (Renumerado pela Lei nº
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de Referência. 6.964, de 09/12/81)
V - deixar a empresa transportadora de atender à manutenção Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a XIII, observar-se-á
ou promover a saída do território nacional do clandestino ou do o Código de Processo Penal e, nos casos de deportação e expul-
impedido (artigo 27): são, o disposto nos Títulos VII e VIII desta Lei, respectivamente.
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
por estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a do- TÍTULO XIII
cumentação em ordem: DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de Referência, por es-
trangeiro, além da responsabilidade pelas despesas com a retirada Art 128. (Revogado pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
deste do território nacional. (Redação dada pela Lei nº Art. 129. (Revogado pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
6.964, de 09/12/81) Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a firmar acordos
VII - empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação internacionais pelos quais, observado o princípio da reciprocidade
irregular ou impedido de exercer atividade remunerada: de tratamento a brasileiros e respeitados a conveniência e os in-
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, teresses nacionais, estabeleçam-se as condições para a concessão,
por estrangeiro. gratuidade, isenção ou dispensa dos vistos estatuídos nesta Lei.
VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
ou 2º e 105: Art. 130-A. Tendo em vista os Jogos Olímpicos e Paralímpi-
Pena: deportação. cos de 2016, a serem realizados na cidade do Rio de Janeiro, Rio
IX - infringir o disposto no artigo 25: 2016, portaria conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência para Justiça e do Turismo poderá dispor sobre a dispensa unilateral da
o resgatador e deportação para o estrangeiro. exigência de visto de turismo previsto nesta Lei para os nacionais
X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § 2º, ou 99 a 101: de países nela especificados, que venham a entrar em território na-
Pena: cancelamento do registro e deportação. cional até a data de 18 de setembro de 2016, com prazo de estada
XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107: de até noventa dias, improrrogáveis, a contar da data da primeira
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão. entrada em território nacional. (Incluído pela Lei nº
XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clan- 13.193, de 2015)
destino ou irregular: Parágrafo único. A dispensa unilateral prevista no caput não
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estará condicionada à comprovação de aquisição de ingressos para
estrangeiro, expulsão. assistir a qualquer evento das modalidades desportivas dos Jogos
XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de Rio 2016. (Incluído pela Lei nº 13.193, de 2015)
visto, de registro, de alteração de assentamentos, de naturalização, Art. 131. Fica aprovada a Tabela de Emolumentos Consulares
ou para a obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez-passer, e Taxas que integra esta Lei. (Renumerado pela Lei
ou, quando exigido, visto de saída: nº 6.964, de 09/12/81) (Vide Decreto-Lei nº 2.236, de
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for 23.01.1985)
estrangeiro, expulsão. § 1º Os valores das taxas incluídas na tabela terão reajustamen-
XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48: to anual na mesma proporção do coeficiente do valor de referên-
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior Valor de Re- cias.
ferência. § 2º O Ministro das Relações Exteriores fica autorizado a apro-
XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64: var, mediante Portaria, a revisão dos valores dos emolumentos con-
Pena: deportação e na reincidência, expulsão. sulares, tendo em conta a taxa de câmbio do cruzeiro-ouro com as
XVI - infringir ou deixar de observar qualquer disposição desta principais moedas de livre convertibilidade.
Lei ou de seu Regulamento para a qual não seja cominada sanção Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a instituir mo-
especial: delo único de Cédula de Identidade para estrangeiro, portador de
Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Re- visto temporário ou permanente, a qual terá validade em todo o
ferência. território nacional e substituirá as carteiras de identidade em vigor.
Parágrafo único. As penalidades previstas no item XI, aplicam- (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
-se também aos diretores das entidades referidas no item I do ar- Parágrafo único. Enquanto não for criada a cédula de que trata
tigo 107. este artigo, continuarão válidas:
Art. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos casos de rein- I - as Carteiras de Identidade emitidas com base no artigo 135
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do Decreto n. 3.010, de 20 de agosto de 1938, bem como as certi- mas desta Lei. (Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
dões de que trata o § 2º, do artigo 149, do mesmo Decreto; e Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às pessoas de nacionali-
II - as emitidas e as que o sejam, com base no Decreto-Lei n. dade portuguesa, sob reserva de disposições especiais expressas na
670, de 3 de julho de 1969, e nos artigos 57, § 1º, e 60, § 2°, do Constituição Federal ou nos tratados em vigor. (Incluído
Decreto n. 66.689, de 11 de junho de 1970. pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 133. (Revogado pela Lei nº 7.180, de 20.12.1983) Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado a delegar a
Art. 134. Poderá ser regularizada, provisoriamente, a situação competência, que esta lei lhe atribui, para determinar a prisão
dos estrangeiros de que trata o artigo anterior. (Incluído do estrangeiro, em caso de deportação, expulsão e extradição.
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído no Ministério da Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Justiça o registro provisório de estrangeiro. (Desmembrado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2º. O registro de que trata o parágrafo anterior implicará na Art. 141. Revogadas as disposições em contrário, especialmen-
expedição de cédula de identidade, que permitirá ao estrangeiro te o Decreto-Lei nº 406, de 4 de maio de 1938; artigo 69 do Decre-
em situação ilegal o exercício de atividade remunerada e a livre lo- to-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941; Decreto-Lei nº 5.101, de
comoção no território nacional. 17 de dezembro de 1942; Decreto-Lei nº 7.967, de 18 de setembro
§ 3º. O pedido de registro provisório deverá ser feito no prazo de 1945; Lei nº 5.333, de 11 de outubro de 1967; Decreto-Lei nº
de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data de publicação desta Lei. 417, de 10 de janeiro de 1969; Decreto-Lei nº 941, de 13 de outubro
§ 4º. A petição, em formulário próprio, será dirigida ao órgão de 1969; artigo 2° da Lei nº 5.709, de 7 de outubro de 1971, e Lei
do Departamento de Polícia mais próximo do domicílio do interes- nº 6.262, de 18 de novembro de 1975. (Desmembrado pela Lei nº
sado e instruída com um dos seguintes documentos: 6.964, de 09/12/81)
I - cópia autêntica do passaporte ou documento equivalente;
II - certidão fornecida pela representação diplomática ou con- Brasília, 19 de agosto de 1980; 159º da Independência e 92º
sular do país de que seja nacional o estrangeiro, atestando a sua da República.
nacionalidade;
III - certidão do registro de nascimento ou casamento;
IV - qualquer outro documento idôneo que permita à Adminis- LEI Nº 10.826/2003: ESTATUTO DO DESARMAMENTO.
tração conferir os dados de qualificação do estrangeiro.
§ 5º. O registro provisório e a cédula de identidade, de que tra-
LEI NO 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
ta este artigo, terão prazo de validade de dois anos improrrogáveis,
ressalvado o disposto no parágrafo seguinte.
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo previsto no § 5º. os
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, defi-
acordos bilaterais, referidos no artigo anterior, os nacionais dos pa-
ne crimes e dá outras providências.
íses respectivos deverão requerer a regularização de sua situação,
no prazo previsto na alínea c, do item II do art. 133.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo especial da cédula
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de identidade de que trata este artigo.
Art. 135. O estrangeiro que se encontre residindo no Brasil na
CAPÍTULO I
condição prevista no artigo 26 do Decreto-Lei n. 941, de 13 de outu-
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
bro de 1969, deverá, para continuar a residir no território nacional,
requerer permanência ao órgão competente do Ministério da Jus-
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
tiça dentro do prazo de 90 (noventa) dias improrrogáveis, a contar
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscri-
da data da entrada em vigor desta Lei. (Renumerado
ção em todo o território nacional.
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 2o Ao Sinarm compete:
Parágrafo único. Independerá da satisfação das exigências de
I – identificar as características e a propriedade de armas de
caráter especial referidas no artigo 17 desta Lei a autorização a que
fogo, mediante cadastro;
alude este artigo.
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e ven-
Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no Brasil até 20 de
didas no País;
agosto de 1938, data da entrada em vigor do Decreto n. 3.010, des-
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as
de que tenha mantido residência contínua no território nacional, a
renovações expedidas pela Polícia Federal;
partir daquela data, e prove a qualificação, inclusive a nacionalida-
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto,
de, poderá requerer permanência ao órgão competente do Minis-
roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadas-
tério da Justiça, observado o disposto no parágrafo único do artigo
trais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segu-
anterior. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
rança privada e de transporte de valores;
Art. 137. Aos processos em curso no Ministério da Justiça, na
V – identificar as modificações que alterem as características
data de publicação desta Lei, aplicar-se-á o disposto no Decreto-lei
ou o funcionamento de arma de fogo;
nº. 941, de 13 de outubro de 1969, e no seu Regulamento, Decreto
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
nº 66.689, de 11 de junho de 1970. (Renumerado o
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
art. 135 para art. 137e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos pro-
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
cessos de naturalização, sobre os quais incidirão, desde logo, as nor-
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conceder licença para exercer a atividade; § 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar auto-
fogo, acessórios e munições; rizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil dis- Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade
parado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter
pelo fabricante; a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou do-
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados micílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabeleci-
de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro mento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
atualizado para consulta. § 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as de- § 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o
mais que constem dos seus registros próprios. deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior
a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento
CAPÍTULO II desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de
DO REGISTRO Fogo.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de re-
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão com- gistro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito
petente. Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela en-
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão regis- trega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo me-
tradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. diante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes- 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
seguintes requisitos: de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer- incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela
tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a § 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste arti-
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forneci- go, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento
das por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na
de 2008) rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamen-
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação to e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela
lícita e de residência certa; Lei nº 11.706, de 2008)
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicoló- I - emissão de certificado de registro provisório pela internet,
gica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei
no regulamento desta Lei. nº 11.706, de 2008)
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Fe-
fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em deral do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar
nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro
esta autorização. de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no cali- § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no
bre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a ex-
no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de tensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870,
2008) (Vide ADI 6466) (Vide ADI 6139) de 2019)
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, CAPÍTULO III
como também a manter banco de dados com todas as característi- DO PORTE
cas da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território
munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re- nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e muni- II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V
ções entre pessoas físicas somente será efetivada mediante auto- do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional
rização do Sinarm. de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500,
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será con- de 2017)
cedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos
(trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38)
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IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com pervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº
mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos 10.884, de 2004)
mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e
10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados
ADC 38) e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligên- ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III
cia e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cin-
Decreto nº 9.685, de 2019) co) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela
e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com
prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por- 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
tuárias; 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessi-
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de va- dade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
lores constituídas, nos termos desta Lei; documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei
constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas nº 11.706, de 2008)
de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído
couber, a legislação ambiental. pela Lei nº 11.706, de 2008)
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº
Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e 11.706, de 2008)
Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) § 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon-
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Es- derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
tados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na 2008)
forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Jus- § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
tiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706,
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput de 2008)
deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das em-
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, presas de segurança privada e de transporte de valores, consti-
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com tuídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polí-
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular cia Federal em nome da empresa.
ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se-
de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime
2014) previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor-
pela Lei nº 12.993, de 2014) rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni-
e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle horas depois de ocorrido o fato.
interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deve-
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) rá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integran- requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
tes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste que portarão arma de fogo.
artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se re- § 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste
fere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabe- artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
lecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
11.706, de 2008) instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade,
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente
municipais está condicionada à formação funcional de seus in- podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar
tegrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas competente, sendo o certificado de registro e a autorização de por-
condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a su- te expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (In-
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cluído pela Lei nº 12.694, de 2012) IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata V – à renovação de porte de arma de fogo;
este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de
nº 12.694, de 2012) fogo.
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu-
designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando
funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de ser- § 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo
vidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e
nº 12.694, de 2012) o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que de 2008)
trata este artigo fica condicionado à apresentação de documenta- Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as con-
ção comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do dições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para
art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabeleci- comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para
mentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanis- o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
mos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabele- 2008)
cidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, § 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado
de 2012) pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que tra- profissionais para realização de avaliação psicológica constante do
ta este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a § 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado
registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras Lei nº 11.706, de 2008)
24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e
pela Lei nº 12.694, de 2012) 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional pela
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo CAPÍTULO IV
o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na DOS CRIMES E DAS PENAS
forma do regulamento desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran- Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces-
geiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determina-
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de ção legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
e caçadores e de representantes estrangeiros em competição inter- titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
nacional oficial de tiro realizada no território nacional. Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso per- Omissão de cautela
mitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impe-
Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. dir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defici-
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida ência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos ou que seja de sua propriedade:
regulamentares, e dependerá de o requerente: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou
vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo-
(Vide ADI 6139) res que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
III – apresentar documentação de propriedade de arma de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda,
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó-
seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de sito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, reme-
substâncias químicas ou alucinógenas. ter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessó-
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constan- rio ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo
tes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos: com determinação legal ou regulamentar:
I – ao registro de arma de fogo; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
II – à renovação de registro de arma de fogo; Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável,
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
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(Vide Adin 3.112-1) munição, sem autorização da autoridade competente:


Disparo de arma de fogo Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entre-
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de ga arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importa-
outro crime: ção, sem autorização da autoridade competente, a agente policial
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
(Vide Adin 3.112-1) 2019)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumen-
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em tada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, uso proibido ou restrito.
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desa- pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela Lei nº
cordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação dada 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019) I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas re-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. feridas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela 13.964, de 2019)
Lei nº 13.964, de 2019) II - o agente for reincidente específico em crimes dessa nature-
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de za. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
identificação de arma de fogo ou artefato; Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insus-
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a cetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida- CAPÍTULO V
de policial, perito ou juiz; DISPOSIÇÕES GERAIS
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com
legal ou regulamentar; os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nes-
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de ta Lei.
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica- Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a defini-
ção raspado, suprimido ou adulterado; ção das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proi-
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, bidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado- disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante
lescente; e proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou 11.706, de 2008)
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. § 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras,
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante
4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regula-
Comércio ilegal de arma de fogo mento desta Lei.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedi-
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, das autorizações de compra de munição com identificação do lote
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de desta Lei.
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da
determinação legal ou regulamentar: data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de se-
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda- gurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo
ção dada pela Lei nº 13.964, de 2019) regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito § 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais
deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu
ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em resi- § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição
dência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, median-
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de te autorização concedida nos termos definidos em regulamento.
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta cri- Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a pro-
minal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) dução, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o co-
Tráfico internacional de arma de fogo mércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do ter- o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
ritório nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou atiradores e caçadores.
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Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no
laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessa- prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o
rem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente requerente.
ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso
para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o
Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documen-
dada pela Lei nº 13.886, de 2019) to de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acom-
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército panhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita
que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração
e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, firmada na qual constem as características da arma e a sua condição
atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em rela- do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
tório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído de 2008) (Prorrogação de prazo)
pela Lei nº 11.706, de 2008) Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decor- caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
rência do tráfico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utiliza- Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
das em atividades ilícitas de produção ou comercialização de dro- expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela
gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos Lei nº 11.706, de 2008)
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo ad-
União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser, quiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à
após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema gulamento desta Lei.
penitenciário da unidade da federação responsável pela apreensão. Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo pode-
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) rão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas -se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando
a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdi- extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.
mento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
11.706, de 2008) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de respon- Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
sabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadas- R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regula-
tramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, mento desta Lei:
de 2008) I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, ma-
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) rítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio,
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encami- faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição
nhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de sem a devida autorização ou com inobservância das normas de se-
uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de gurança;
armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
fogo, que com estas se possam confundir. aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os si- de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o in-
mulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de gresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exér- inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
cito. Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcional- serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros
mente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito. (Vide ADI adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de
6139) passageiros armados.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisi- Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos
ções dos Comandos Militares. serão armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Inclu-
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir ído pela Lei nº 13.964, de 2019)
arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo
dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Re- cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe e in-
dação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) dividualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já conce- por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
didas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pe-
(Vide Lei nº 10.884, de 2004) los registros de elementos de munição deflagrados por armas de
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de va- fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apu-
lidade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a rações criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei
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nº 13.964, de 2019) interessem à apuração dos fatos.


§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela uni- § 3º (VETADO).
dade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei
2019) em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por supe-
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísti- rior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de
cos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedi-
utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão mentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a
judicial responderá civil, penal e administrativamente. (Incluído eficácia da investigação.
pela Lei nº 13.964, de 2019) § 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por
ato fundamentado.
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á
dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato,
nº 13.964, de 2019) que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento pro-
Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do Poder Executivo tocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria
federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Pública e do Ministério Público e os advogados.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º
da República.
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e muni-
ção em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas
no art. 6o desta Lei. QUESTÕES
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de apro-
vação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de
2005. 1. CESPE - 2017 - PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto- A
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto autorização para que uma empresa especializada em transporte de
neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resulta- valores funcione em determinado estado caberá
do pelo Tribunal Superior Eleitoral. (A) à secretaria de segurança pública do estado, mediante con-
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997. vênio, sendo vedado autorizar o uso de espingardas de calibres
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 12, 16 ou 20, ainda que de uso permitido.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e (B) à secretaria de segurança pública do estado, mediante con-
115o da República. vênio, à qual caberá fiscalizar e controlar o armamento e a mu-
nição utilizados.
(C) ao Ministério da Justiça, por meio de seu órgão competen-
LEI Nº 12.830/2013: DISPÕE SOBRE A INVESTIGAÇÃO CRI-
te, ao qual também caberá aprovar o uniforme da empresa.
MINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA
(D) ao Ministério da Justiça, por meio de seu órgão competen-
.
te, e terá validade de dez anos, quando deverá ser revista.
LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013. (E) à secretaria de segurança pública do estado, mediante con-
vênio, à qual caberá autorizar a aquisição das armas de fogo
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado que forem necessárias à prestação do referido serviço.
de polícia.
2. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Escrivão de Polícia- Com
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- relação ao Estatuto do Desarmamento (Lei n.º 10.826/2003), que,
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: entre outros aspectos, estabeleceu regras mais restritivas em rela-
ção à compra e ao porte de arma, bem como penas mais rigorosas
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida para os crimes nele indicados, assinale a opção correta.
pelo delegado de polícia. (A) Aquele que tiver a posse ilegal ou o porte ilegal de arma
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infra- de fogo de uso permitido, com numeração, marca ou qualquer
ções penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurí- outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado,
dica, essenciais e exclusivas de Estado. responderá por um mesmo delito (em um caso ou em outro,
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade poli- tanto para a posse como para o porte).
cial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inqué- (B) Artigo da lei em questão determinou que o crime de porte
rito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável, salvo
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da auto- quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente,
ria das infrações penais. dispositivo este que foi declarado constitucional pelo STF.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de po- (C) A guarda ilegal de arma de fogo de uso restrito, sem muni-
lícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que ção, no interior da residência, não configura o crime de posse
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ilegal de arma de fogo de uso restrito, uma vez que o referido 4.000 habitantes, autorizado pelo poder público local e satisfei-
delito exige a situação concreta de perigo. tas as disposições regulamentares, porta em serviço um revól-
(D) Na lei em apreço, o artigo que dispõe sobre o delito de ver calibre .38, de propriedade do município; ao ser escalado
omissão de cautela prevê reprimenda para aquele que deixar para um curso de aperfeiçoamento no Rio de Janeiro, leva a
de observar as cautelas necessárias para impedir que menor arma municiada no porta-luvas de seu carro.
de dezoito anos ou pessoa portadora de deficiência mental se (C) Gustavo, policial civil aposentado, com teste de aptidão psi-
apodere de munição que esteja sob sua posse ou que seja de cológica em dia, contratado para trabalhar em uma segurança
sua propriedade. privada, mantém consigo, de forma velada, uma arma de fogo
(E) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito é de uso permitido, municiada e registrada em seu nome.
considerado hediondo. (D) Bernardo compra regularmente uma pistola calibre .40 e,
por razões estéticas, desejando ostentar sua capacidade patri-
3. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Delegado de Polícia monial, banha a arma em ouro, o que modifica suas caracterís-
Civil- Tendo como base as disposições estabelecidas na Lei n.º ticas físicas, mas não prejudica os caracteres alfanuméricos de
10.826/2003 e a jurisprudência do STJ e do STF acerca da matéria, identificação.
assinale a opção correta. (E) Victor possui em sua casa uma prensa para recarga de muni-
ções recém-adquirida, pois tem o objetivo de vender munições
(A) Não afasta a tipicidade da conduta criminosa o fato de a recarregadas informalmente; todavia, antes que possa fazer
arma de fogo apreendida ter sido declarada absolutamente uso do equipamento, a prensa é apreendida durante o cumpri-
ineficaz por meio de perícia realizada no curso da ação penal. mento de mandado de busca domiciliar pela Polícia Civil.
(B) Não se admite a incidência do princípio da insignificância
aos crimes previstos na referida lei, ainda que seja apreensão 6. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-PB - Escrivão de Polícia- Mar-
de pouca munição desacompanhada de arma de fogo, por se lene, cidadã comum com trinta e seis anos de idade, foi detida por
tratar de infrações penais de perigo abstrato. possuir, em sua residência, uma arma de fogo de uso permitido,
(C) Configura o delito de porte de arma, e não de posse de sem munição. Marlene possui o registro da arma, mas ele está ven-
arma de fogo, a conduta do caminhoneiro que seja surpreendi- cido há cerca de seis meses.
do transportando em seu caminhão revólver de uso permitido, Acerca dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou à luz das disposições do Estatuto do Desarmamento (Lei n.º
regulamentar. 10.826/2003).
(D) O indivíduo que carrega consigo silenciador, desacompa- I Segundo o entendimento do STJ, a posse de arma de fogo de
nhado de qualquer arma de fogo ou munição, não pratica cri- uso permitido, com o registro vencido, como no caso de Marlene,
me, pois a essa lei não prevê punição para a posse ou porte de não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo de uso per-
acessórios. mitido, uma vez que não há o dolo do agente que procede ao regis-
(E) A pena referente ao delito de posse de arma de fogo de uso tro e, depois de expirado o prazo, é apanhando com a arma nessa
permitido, prevista no art. 12 da referida lei, é aumentada de circunstância.
metade se a conduta criminosa for praticada por integrante de II O fato de a arma estar sem munição impede a configuração
empresas de segurança privada e de transporte de valores. do crime de posse ilegal de arma de fogo, dado que não existe uma
situação concreta de perigo à segurança pública.
4. CESPE / CEBRASPE - 2021 - DEPEN - Cargo 8 - Agente Federal
III O crime de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido
de Execução Penal- Com base na legislação especial, julgue o pró-
admite a concessão de liberdade provisória com fiança, diferente-
ximo item.
mente do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido,
Quando não mais interessarem à investigação, as armas de
que, por ser hediondo, não admite a concessão desse benefício.
fogo apreendidas serão encaminhadas ao Ministério da Justiça para
IV A conduta de Marlene configura o crime de posse ilegal de
destruição.
arma de fogo de uso permitido, uma vez que o fato de o certificado
( ) Certo
de registro estar vencido é suficiente para violar o bem jurídico tu-
( ) Errado
telado pelo estatuto em apreço.
Assinale a opção correta.
5. Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ - Delegado de Polí-
(A) Apenas o item I está certo.
cia- Cada uma das opções a seguir apresenta uma situação hipotéti-
(B) Apenas o item IV está certo.
ca a ser julgada com base nas incriminações contidas nos artigos 14
(C) Apenas os itens I e II estão certos.
e 16, caput e §§ 1.º e 2.º, da Lei n.º 10.826/2003. Assinale a opção
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
cuja situação hipotética contempla uma conduta que — formal e
(E) Apenas os itens III e IV estão certos.
materialmente — encontra adequação típica em um dos mencio-
nados dispositivos.
(A) Sem contar com expressa autorização do secretário de esta-
do responsável pela administração penitenciária, Paulo César,
policial penal do Estado do Rio de Janeiro, porta em via públi-
ca, junto à cintura, uma pistola calibre .380 municiada, devida-
mente registrada em seu nome.
(B) Leonardo, guarda municipal de um município mineiro com
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7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-ES - Delegado de Polícia- No


Estatuto do Desarmamento, considera-se crime hediondo
ANOTAÇÕES
(A) o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
(B) ter em depósito arma de fogo de uso permitido. ______________________________________________________
(C) o porte ilegal de arma de fogo, em qualquer modalidade.
(D) o crime de disparo de arma de fogo. ______________________________________________________
(E) a posse ilegal de arma de fogo de uso proibido.
______________________________________________________
8. CEBRASPE (CESPE) - Agente Federal de Execução Penal (DE- ______________________________________________________
PEN)/2021- Com base na legislação penal, julgue o item seguinte.
É permitido a agentes e guardas prisionais não submetidos a ______________________________________________________
regime de dedicação exclusiva portar arma de fogo particular ou
fornecida por sua corporação enquanto não estiverem de serviço. ______________________________________________________
( ) Certo
( ) Errado ______________________________________________________

______________________________________________________
9. CEBRASPE (CESPE) - Agente Penitenciário (SERIS AL)/2021-
Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento ______________________________________________________
e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue.
No caso de cidadão detentor do certificado de registro de arma ______________________________________________________
de fogo expedido pela Polícia Federal, o certificado garante o livre
porte do armamento em todo o território nacional. ______________________________________________________
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
10. CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente Administrativo- Jul-
gue o item abaixo, com base nos dispositivos da Lei n.º 7.102/1983. ______________________________________________________
Os estabelecimentos financeiros estão autorizados a organizar
e a executar seus próprios serviços de vigilância ostensiva e trans- ______________________________________________________
porte de valores, desde que os sistemas de segurança empregados ______________________________________________________
em tais atividades sejam auditados, anualmente, por empresas es-
pecializadas. ______________________________________________________
( ) Certo
( ) Errado ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 C
4 ERRADO _____________________________________________________
5 B _____________________________________________________
6 A
______________________________________________________
7 E
8 ERRADO ______________________________________________________

9 ERRADO ______________________________________________________
10 ERRADO ______________________________________________________

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