5 - PRISÃO - PRISÃO EM FLAGRANTE
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PROCESSUAL
PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante
Sumário
Douglas Vargas
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Prisão – Prisão em Flagrante........................................................................................................ 4
1. Flagrante Delito. . .......................................................................................................................... 4
1.1. Competência............................................................................................................................... 6
1.2. Influência da Ação Penal......................................................................................................... 7
1.3. Natureza da Prisão em Flagrante.. ........................................................................................ 8
2. Funções da Prisão em Flagrante.............................................................................................. 8
3. Fases da Prisão em Flagrante. . ................................................................................................. 9
4. Situações Especiais em que não se Imporá Prisão em Flagrante.. ..................................12
5. Categorias ou Espécies das Prisões em Flagrante.. ............................................................13
5.1. Outras Modalidades de Flagrante....................................................................................... 14
5.2. Regras Especiais. . ....................................................................................................................15
5.3. Procedimento Pós-lavratura do APF. . ................................................................................. 17
6. Pacote Anticrimes – Alterações Importantes..................................................................... 18
6.1. Art. 283 do CPP........................................................................................................................ 18
6.2. Art. 287 do CPP. . .......................................................................................................................19
6.3. Art. 310 do CPP.........................................................................................................................19
7. Audiência de Custódia............................................................................................................... 20
7.1. Desdobramentos da Audiência de Custódia.......................................................................21
8. Separação entre Presos Provisórios e Definitivos. . ........................................................... 22
Resumo............................................................................................................................................. 23
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 24
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................ 36
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 37
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Prisão – Prisão em Flagrante
Douglas Vargas
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo do tema prisão e medidas cautelares. Iremos estudar,
especificamente e detalhadamente, o assunto: Prisão em flagrante e seus principais aspectos.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de questões focada nos pontos abordados,
utilizando de exercícios das mais diversas examinadoras para maximizar a nossa prática tanto
quanto possível.
Espero que tenham um estudo proveitoso.
Lembrando que estou sempre às suas ordens no fórum de dúvidas e também nas redes
sociais (@teoriainterativa no Instagram). Conte comigo.
Estamos juntos!
Douglas.
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CF – Art. 5º, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria-
mente militar, definidos em lei.
A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no
instante em que se desenvolve ou que se termina de concluir a infração penal.
(Guilherme Nucci)
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Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou as-
sumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
De menor potencial ofensivo, haverá a lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência.
Vamos retomar esse assunto mais adiante. No mais, lembre-se de que, em casos de fla-
grante delito, não se aplica a restrição de horário e tampouco a de inviolabilidade de domicílio.
Nesse sentido, se o agente público (como um policial) se depara com um homicídio em anda-
mento dentro de uma residência, por exemplo, pode usar de todos os meios necessários para
cessar a conduta delitiva e prender o autor em flagrante.
Vejamos o que diz o CPP:
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No rol do art. 302 temos as situações em que iremos considerar que um indivíduo está em
flagrante delito (motivo pelo qual pode ser preso sem uma ordem judicial).
Veja como a narrativa do art. 302 está perfeitamente alinhada com o conceito doutriná-
rio da prisão realizada no instante em que se desenvolve ou que se termina de concluir a in-
fração penal.
1.1. Competência
Agora que você já sabe um conceito mais completo sobre a prisão em flagrante, o próximo
passo é conhecer quem tem a capacidade e a legitimidade para prender um indivíduo que es-
teja em flagrante delito.
A resposta está expressamente prevista no art. 301 do CPP:
CPP – Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Espera aí, professor! Então quer dizer que eu, que ainda nem passei em um concurso,
como cidadão comum, posso prender uma pessoa em flagrante delito?
Exatamente!
Qualquer pessoa do povo pode prender e apresentar um indivíduo em flagrante delito à au-
toridade competente (se quiser fazê-lo). É claro que a lei não impõe o dever de agir ao cidadão
comum – até porque muitas vezes o cidadão não dispõe dos meios para subjugar o infrator, e
a lei não pode exigir que um indivíduo se sacrifique tentando fazer o trabalho do Estado.
No entanto, já no caso das autoridades policiais e seus agentes, veja que a lei é taxativa:
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Dessa forma, dizemos
que os policiais têm o chamado poder-dever de agir, quando se depararem com uma situação
como essa.
Ainda sobre esse assunto, é importante saber que a doutrina faz a diferenciação da prisão
em flagrante nos dois casos:
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Segundo a doutrina, integram o rol de agentes responsáveis pelo flagrante compulsório os po-
liciais civis, militares, federais, rodoviários e ferroviários.
Não há ainda manifestação doutrinária sobre a Polícia Penal (Emenda Constitucional de 2019).
Juízes e Promotores, por constituírem autoridades de natureza diferente da autoridade policial,
atuam em flagrante facultativo, e não obrigatório.
Os agentes policiais devem prender quem se encontra em situação de flagrante delito. É o es-
trito cumprimento do dever legal.
Errado.
Mas e nos casos de ação penal pública condicionada à representação, ou mesmo de ação
penal privada? Pode a autoridade policial e seus agentes atuar para efetivar a prisão em
flagrante do autor, sem o consentimento da vítima?
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Súmula Vinculante n. 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, jus-
tificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Situação de réu perseguido que passa ao território de outra comarca ou município: Aplica-se
o art. 290 do CPP:
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade
local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do
preso.
• Condução coercitiva: o agente é conduzido a presença da autoridade policial, a qual
adotará as providências legais cabíveis.
• Lavratura do auto de prisão em flagrante: procedimento formal realizado pela autoridade
policial com o fim de auxiliar na preservação dos elementos de prova produzidos pela
infração recém-cometida.
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CPP – Art. 304, § 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá
nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à
autoridade que o seja.
A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privati-
va de liberdade máxima não seja superior a 4 anos (art. 322 do CPP).
A resposta é não! Nessa hipótese, determina o CPP que, com o condutor, deverão assi-
nar o APF pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
Se o acusado se recusar a assinar o APF, não souber ou não puder fazê-lo, esse documento
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
CPP – Art. 304, § 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre
a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
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De acordo com art. 305 do CPP, na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Vamos reforçar os seguintes pontos como de especial importância.
• A lavratura do auto de prisão em flagrante requer, em regra, duas testemunhas. Se não
estiverem disponíveis duas testemunhas do fato criminoso, a falta pode ser suprida por
duas testemunhas de apresentação do preso à autoridade policial.
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Em regra, após a condução coercitiva de Pedro à delegacia, a competência para lavrar o auto
de prisão em flagrante é da autoridade policial.
Essa é a regra. O CPP prevê situação excepcional em seu art. 307, que apesar de discussão
doutrinária sobre sua recepção constitucional, prevê a possibilidade de magistrado lavrar auto
de prisão em flagrante:
Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas fun-
ções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e
os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se
não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Certo.
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Art. 301, caput, da Lei n. 9.503/1997. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela.
A doutrina apresenta uma nomenclatura específica para esses incisos, que também costu-
ma ser objeto de prova. Vamos a um rápido esquema para facilitar os estudos:
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O flagrante preparado é aquele que ocorre quando um agente provocador induz o indivíduo
a cometer uma infração penal, para que possa efetuar sua prisão.
Tal tipo de flagrante é considerado como crime impossível pelo STF, conforme ressalta a
Súmula n. 145:
Súmula n. 145/STF
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua con-
sumação.
Ressalte-se ainda que, segundo o STJ, em sua Súmula n. 567, a existência de sistema de
vigilância composto por seguranças ou por câmeras não torna impossível a configuração do
crime de furto.
O flagrante forjado, por sua vez, também chamado de flagrante urdido, maquiado ou fa-
bricado, é aquele cuja materialidade foi inteiramente composta por terceiros. É um flagrante
totalmente artificial, uma verdadeira armação.
Note que a grande diferença entre o flagrante forjado e o flagrante preparado é que no fla-
grante forjado sequer há uma conduta por parte do indivíduo que será preso. Exemplo clássico
é o do indivíduo que é preso pelo tráfico de drogas que foram colocadas em seu carro por um
agente da autoridade policial, por exemplo.
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Obs.: Caso não se encontre no exercício da profissão, o advogado pode ser preso regular-
mente, entretanto ainda lhe resta o direito de que sua prisão seja comunicada à OAB.
Dúvida comum se dá quanto à atuação das autoridades policiais face ao flagrante daquele
que possui imunidade diplomática. Se o indivíduo é imune à persecução penal em nosso país,
ou não pode ser submetido à prisão em flagrante por outro motivo, o que acontece se a polícia
se deparar com ele enquanto este está perpetrando uma conduta delituosa?
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A resposta está na separação entre os momentos da prisão em flagrante, sendo que existe
um momento material e um momento formal. Caso agentes da autoridade policial se depa-
rem, por exemplo, com o Presidente da República praticando um homicídio, poderão contê-lo
e cessar sua prática delituosa. O que não poderá ser realizada é a lavratura do auto de prisão
em flagrante, ou seja, a parte de formalização do procedimento.
Tal diferenciação é muito importante, pois seria absurdo que tais prerrogativas se tornas-
sem verdadeira salvaguarda para o cometimento de crimes, caso tivessem o condão de forçar
a absoluta inércia dos agentes policiais do Estado.
CPP – Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
CPP – Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercí-
cio de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que
fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso
e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Mais uma vez, reforço a importância de dominar esses artigos. Entra ano e sai ano, os exa-
minadores continuam copiando e colando essas normas na sua prova, mudando uma palavra
ou um termo para te induzir a erro. Então o negócio realmente é repetir, repetir e fixar.
Por experiência, recomendo principalmente que você foque nas diferenças entre as pro-
vidências imediatas e as que devem ser tomadas em até 24 horas, motivo pelo qual fiz um
esquema bacana para vocês revisarem:
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Finalmente, note que as 24 horas previstas nos parágrafos 1º e 2º devem ser contadas a
partir da prisão material do indivíduo (ou seja, quando este efetivamente foi preso pelos agen-
tes da autoridade policial), e não da finalização da lavratura do APF.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condena-
ção criminal transitada em julgado.
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Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
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dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custó-
dia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegali-
dade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imedia-
ta decretação de prisão preventiva.
7. Audiência de Custódia
Se traduz no direito do preso ser conduzido sem demora a uma audiência que lhe pos-
sibilitará um contato imediato com o juiz das garantias, com um defensor e com o Ministé-
rio Público.
Prazo: 24 horas após a realização da prisão.
Mesmo antes de previsão expressa no CPP, a audiência de custódia foi regulamentada pela
resolução do CNJ de n. 213 de 15/12/2015, a qual determina:
• a vedação da presença dos agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela investiga-
ção durante a audiência de custódia;
• que a autoridade judicial deve perguntar acerca do tratamento recebido em todos os
locais por onde passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocor-
rência de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;
• que a autoridade judicial deve abster-se de formular perguntas com finalidade de produ-
zir prova para a investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão
em flagrante.
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O juízo de legalidade não se confunde com o juízo de necessidade de medidas cautelares. Des-
sa forma, nada impede que o juiz, ao relaxar a prisão ilegal, decrete outras medidas cautelares
diversas da prisão ou ainda decrete prisão temporária ou preventiva a depender da existência
dos requisitos legais.
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Apesar de a lei trazer apenas a expressão preventiva, a doutrina entende ser cabível tam-
bém sua conversão em prisão temporária. Essa decisão deverá ser fundamentada e provoca-
da, quando presentes os requisitos do art. 312 do CPP e se revelarem inadequadas ou insufi-
cientes as medidas cautelares diversas da prisão.
Após o advento da Lei n. 13.964/2019, não é mais possível a conversão da prisão em fla-
grante em preventiva de ofício pelo juiz. Nesse sentido:
A Lei n. 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º, e
do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva
sem o prévio requerimento das partes ou representação da autoridade policial.
Logo, não é mais possível, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ex offi-
cio do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade.
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz do art. 282, § 2º e do art.
311, significando que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia,
a conversão, de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preven-
tiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do
Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o caso, do querelante ou do
assistente do MP.
Vale ressaltar que a prisão preventiva não é uma consequência natural da prisão flagrante,
logo é uma situação nova que deve respeitar o disposto, em especial, os arts. 311 e 312
do CPP.P
STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info
686).
STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021.
Ocorre quando o juiz verifica a legalidade da prisão e conclui pela não necessidade da con-
versão em prisão preventiva. A liberdade provisória é regra em nosso ordenamento jurídico.
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RESUMO
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Na audiência de custódia, caso não tenha advogado particular, Valter poderá contar com a
assistência de defensor público, que acompanhará o ato na presença do juiz, do promotor de
justiça, do secretário de audiência e dos policiais que promoveram a prisão.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jai-
me e Abel acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
O delegado de polícia não poderia deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante de Jaime, mesmo
que tivesse observado a ausência da atualidade do flagrante, nem caberia a ele sugerir o arquiva-
mento do inquérito em relatório final, uma vez que a ação do delegado em sede de investigações
policiais é regida pelo princípio do in dubio pro societate e deve fazer prevalecer o interesse público
sobre o individual.
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a) No caso em que o agente é perseguido, logo após o fato, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em circunstâncias que façam presumir ser autor da infração, a situação
de flagrância durará pelo prazo de 24 horas, depois do qual não será mais possível a prisão em
flagrante.
b) Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
c) A falta de testemunhas da infração impedirá a autuação da prisão em flagrante.
d) A comunicação da prisão ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso, ou
à pessoa por ele indicada, deve ser feita em até 24 horas.
e) Se for o caso de liberdade provisória, ao receber o auto da prisão em flagrante, o juiz a relaxará.
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II – O juiz de direito não pode presidir o auto de prisão em flagrante, função que é privativa da
autoridade policial.
III – A falta de testemunhas da infração penal impede a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
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GABARITO
1. E 37. a
2. C 38. b
3. C 39. e
4. C
5. E
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
11. e
12. E
13. E
14. C
15. C
16. E
17. E
18. C
19. C
20. E
21. C
22. E
23. E
24. E
25. E
26. e
27. e
28. d
29. d
30. e
31. d
32. c
33. b
34. d
35. d
36. a
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GABARITO COMENTADO
Cebraspe
O primeiro a ser ouvido é o condutor, seguido das testemunhas e do acusado nos moldes do
art. 304 do CPP: Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e co-
lherá, desde logo, sua assinatura, entregando a ele cópia do termo e recibo de entrega do pre-
so. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva, suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
Errado.
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quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam pre-
sumir ser ele autor da infração. Trata-se do flagrante presumido, ficto ou assimilado.
Certo.
Há situação de flagrância, pois Marcela foi encontrada, logo depois da prática do delito, por-
tando instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ela a autora da infração
contra Pablo. Trata-se do flagrante presumido, ficto ou assimilado.
Errado.
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c) O auto de prisão deve ser formalizado em peça única e inteiriça e composto pelas oitivas do
condutor, das testemunhas e do interrogatório do indiciado, os quais oporão suas respectivas
assinaturas apenas ao final do procedimento.
d) É obrigatória a presença de defensor dativo ou constituído por ocasião do interrogatório do
investigado.
e) Em se tratando de ação penal pública condicionada, a lavratura do auto de prisão está con-
dicionada à manifestação do ofendido.
Não substitui:
CPP – Art. 4º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado. Há a necessidade de manifestação do ofendido para a formalização do
auto de prisão em flagrante nos crimes de ação penal pública condicionada à representação.
Errado.
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que havia pegado a bicicleta de Abel como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido,
Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou, ainda, que registrou boletim de ocorrência do
furto da bicicleta em retaliação à conduta de Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competente
arquivou o inquérito policial a requerimento de membro do Ministério Público, por atipicidade
material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jai-
me e Abel acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
O delegado de polícia não poderia deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante de Jaime,
mesmo que tivesse observado a ausência da atualidade do flagrante, nem caberia a ele sugerir
o arquivamento do inquérito em relatório final, uma vez que a ação do delegado em sede de
investigações policiais é regida pelo princípio do in dubio pro societate e deve fazer prevalecer
o interesse público sobre o individual.
O delegado de polícia não deveria ter lavrado auto de prisão em flagrante, visto que Jaime
não se encontrava nas situações autorizadoras do art. 302 do CPP. No mais, Renato Brasilei-
ro explica:
Pelo menos em regra, deve a autoridade policial abster-se de fazer qualquer juízo de valor no relató-
rio, já que a opinio delicti deve ser formada pelo titular da ação penal: Ministério Público, nos crimes
de ação penal pública; ofendido ou seu representante legal, nos crimes de ação penal de iniciativa
privada.
Errado.
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavra-
rá o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Certo.
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Muito cuidado para não confundir prazo de DURAÇÃO de uma prisão com o prazo para COMU-
NICAÇÃO da prisão ao magistrado.
Conforme rege o CPP, a prisão deve ser comunicada IMEDIATAMENTE à autoridade judiciária:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
Errado.
Não há norma alguma, nem nenhum entendimento jurisprudencial que admita a gravidade do delito
como fundamento idôneo para impedir o juiz de conceder liberdade provisória ou converter a prisão
em medida cautelar.
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Lembre-se de que até em crimes inafiançáveis o STF tem admitido a concessão de liberdade
provisória sem fiança.
Errado.
A autoridade policial pode arbitrar fiança em delitos cuja pena não supere 4 anos. Este é o caso
do furto simples.
Certo.
Uma vez que se garante que o autuado possui advogado constituído, dispensa-se o envio dos
autos à Defensoria Pública.
Certo.
Nada disso. O juiz deve ser comunicado imediatamente. Assim rege o CPP.
Errado.
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Exatamente! É o que prevê o art. 306 do CPP: A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada.
Certo.
Nada disso. A prisão em flagrante só não será possível se a vítima não comparecer à delega-
cia. Se a vítima estiver presente e informar a autoridade policial que quer representar, o auto de
prisão em flagrante será lavrado normalmente.
Errado.
A nota de culpa deve ser entregue em até 24 horas, e não no exato momento da prisão em fla-
grante, como afirmou o examinador.
Errado.
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O delito de moeda falsa possui pena máxima cominada em abstrato SUPERIOR a 4 anos, de
modo que o delegado não poderá arbitrar a fiança para tal delito – apenas o magistrado poderá
fazê-lo. A questão demanda que o candidato saiba a pena do delito de moeda falsa.
Errado.
Conforme estudamos, a prisão é a última das medidas cautelares, e só será decretada se ne-
nhuma outra medida cautelar foi suficiente para tutelar os direitos e bens jurídicos ameaçados.
Dessa forma, o juiz primeiro irá deliberar pela aplicação de outras medidas cautelares, para só
depois decidir pela decretação da preventiva.
Errado.
Outras Bancas
Caro(a) aluno(a), a assertiva “d” foi invalidada por não possuir o termo “logo depois” e, portan-
to, a única que se encaixa nas hipóteses de prisão em flagrante do art. 302 do CPP é a asser-
tiva “e”: é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração.
Letra e.
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d) poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante
presumido.
e) poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado.
A situação narrada diz respeito ao flagrante presumido, ficto ou assimilado: Aquele que é en-
contrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
Letra d.
Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.
Letra d.
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e) Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
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Na situação narrada, o agente não passou dos atos preparatórios de forma a impossibilitar a
prisão em flagrante.
Letra c.
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Art. 290 do CPP: Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca,
o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente
à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso.
e) Errada. Trata-se do flagrante próprio.
Letra d.
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Art. 304, § 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado
a apresentação do preso à autoridade.
Letra a.
CPP, art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz compe-
tente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.
Letra a.
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c) O militar não poderá ser preso em flagrante delito e sim autuado e recolhido ao quartel da
instituição a que pertencer.
d) Na falta ou no impedimento do escrivão, somente a Autoridade Policial poderá lavrar o auto.
e) Quando o fato for praticado em presença da Autoridade Policial, ou contra esta, no exercício
de suas funções, outra Autoridade Policial deverá ser convocada para a autuação em flagrante.
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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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