5 - PRISÃO - PRISÃO EM FLAGRANTE

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DIREITO

PROCESSUAL
PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante

Sumário
Douglas Vargas

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Prisão – Prisão em Flagrante........................................................................................................ 4
1. Flagrante Delito. . .......................................................................................................................... 4
1.1. Competência............................................................................................................................... 6
1.2. Influência da Ação Penal......................................................................................................... 7
1.3. Natureza da Prisão em Flagrante.. ........................................................................................ 8
2. Funções da Prisão em Flagrante.............................................................................................. 8
3. Fases da Prisão em Flagrante. . ................................................................................................. 9
4. Situações Especiais em que não se Imporá Prisão em Flagrante.. ..................................12
5. Categorias ou Espécies das Prisões em Flagrante.. ............................................................13
5.1. Outras Modalidades de Flagrante....................................................................................... 14
5.2. Regras Especiais. . ....................................................................................................................15
5.3. Procedimento Pós-lavratura do APF. . ................................................................................. 17
6. Pacote Anticrimes – Alterações Importantes..................................................................... 18
6.1. Art. 283 do CPP........................................................................................................................ 18
6.2. Art. 287 do CPP. . .......................................................................................................................19
6.3. Art. 310 do CPP.........................................................................................................................19
7. Audiência de Custódia............................................................................................................... 20
7.1. Desdobramentos da Audiência de Custódia.......................................................................21
8. Separação entre Presos Provisórios e Definitivos. . ........................................................... 22
Resumo............................................................................................................................................. 23
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 24
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................ 36
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 37

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Prisão – Prisão em Flagrante
Douglas Vargas

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo do tema prisão e medidas cautelares. Iremos estudar,
especificamente e detalhadamente, o assunto: Prisão em flagrante e seus principais aspectos.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de questões focada nos pontos abordados,
utilizando de exercícios das mais diversas examinadoras para maximizar a nossa prática tanto
quanto possível.
Espero que tenham um estudo proveitoso.
Lembrando que estou sempre às suas ordens no fórum de dúvidas e também nas redes
sociais (@teoriainterativa no Instagram). Conte comigo.
Estamos juntos!
Douglas.

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Prisão – Prisão em Flagrante
Douglas Vargas

PRISÃO – PRISÃO EM FLAGRANTE


1. Flagrante Delito
O termo flagrante vem do latim e significa “flagrare” (queimar), que diz respeito àquilo que
é manifestamente evidente ou notório. Dentro do nosso contexto, flagrante está associado a
uma característica do próprio delito como uma “infração que queima”, ou seja, que está sen-
do praticada ou acaba de ser. Logo, por ser o momento de maior certeza da prática do crime,
resta autorizada a prisão mesmo sem autorização judicial, funcionando como um verdadeiro
mecanismo de autodefesa da sociedade:

CF – Art. 5º, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria-
mente militar, definidos em lei.
A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no
instante em que se desenvolve ou que se termina de concluir a infração penal.
(Guilherme Nucci)

A prisão em flagrante é classificada pela doutrina majoritária como verdadeira espécie de


prisão provisória/prisão cautelar, ao lado da prisão preventiva e da prisão temporária.
Parte da doutrina considera a prisão em flagrante como uma medida de caráter precautelar.
Esse argumento é sustentado no fato de não ser essa prisão dirigida ao resultado final do
processo (como a prisão temporária e preventiva) e da modalidade necessitar que o juiz adote
após ela outra verdadeira medida cautelar, por meio da conversão em prisão preventiva ou
temporária ou mesmo da concessão de liberdade provisória com ou sem fiança. No entan-
to, para fins de prova, o posicionamento majoritário tem prevalecido e é o posicionamento
recomendado.

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O termo delito oriundo do flagrante delito abrange os crimes e as contravenções penais. Em


relação às contravenções, vamos relembrar:

Dessa forma, o parágrafo único do art. 69 da Lei n. 9.099/1995 prevê:

Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou as-
sumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
De menor potencial ofensivo, haverá a lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência.

Vamos retomar esse assunto mais adiante. No mais, lembre-se de que, em casos de fla-
grante delito, não se aplica a restrição de horário e tampouco a de inviolabilidade de domicílio.
Nesse sentido, se o agente público (como um policial) se depara com um homicídio em anda-
mento dentro de uma residência, por exemplo, pode usar de todos os meios necessários para
cessar a conduta delitiva e prender o autor em flagrante.
Vejamos o que diz o CPP:

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No rol do art. 302 temos as situações em que iremos considerar que um indivíduo está em
flagrante delito (motivo pelo qual pode ser preso sem uma ordem judicial).
Veja como a narrativa do art. 302 está perfeitamente alinhada com o conceito doutriná-
rio da prisão realizada no instante em que se desenvolve ou que se termina de concluir a in-
fração penal.

1.1. Competência
Agora que você já sabe um conceito mais completo sobre a prisão em flagrante, o próximo
passo é conhecer quem tem a capacidade e a legitimidade para prender um indivíduo que es-
teja em flagrante delito.
A resposta está expressamente prevista no art. 301 do CPP:

CPP – Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Espera aí, professor! Então quer dizer que eu, que ainda nem passei em um concurso,
como cidadão comum, posso prender uma pessoa em flagrante delito?

Exatamente!
Qualquer pessoa do povo pode prender e apresentar um indivíduo em flagrante delito à au-
toridade competente (se quiser fazê-lo). É claro que a lei não impõe o dever de agir ao cidadão
comum – até porque muitas vezes o cidadão não dispõe dos meios para subjugar o infrator, e
a lei não pode exigir que um indivíduo se sacrifique tentando fazer o trabalho do Estado.
No entanto, já no caso das autoridades policiais e seus agentes, veja que a lei é taxativa:
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Dessa forma, dizemos
que os policiais têm o chamado poder-dever de agir, quando se depararem com uma situação
como essa.
Ainda sobre esse assunto, é importante saber que a doutrina faz a diferenciação da prisão
em flagrante nos dois casos:

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Segundo a doutrina, integram o rol de agentes responsáveis pelo flagrante compulsório os po-
liciais civis, militares, federais, rodoviários e ferroviários.
Não há ainda manifestação doutrinária sobre a Polícia Penal (Emenda Constitucional de 2019).
Juízes e Promotores, por constituírem autoridades de natureza diferente da autoridade policial,
atuam em flagrante facultativo, e não obrigatório.

Vamos analisar uma questão:

001. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Depois de adquirir


um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem
autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José
levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de
fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Os agentes de polícia podem decidir, discricionariamente, acerca da conveniência ou não de
efetivar a prisão em flagrante de José.

Os agentes policiais devem prender quem se encontra em situação de flagrante delito. É o es-
trito cumprimento do dever legal.
Errado.

1.2. Influência da Ação Penal


Outro ponto que pode influenciar na atuação das autoridades policiais é a questão da na-
tureza da ação penal do delito. Sabemos que a regra é os delitos de ação penal pública in-
condicionada, na qual o Estado tem o dever de agir sem necessitar de autorização de quem
quer que seja.

Mas e nos casos de ação penal pública condicionada à representação, ou mesmo de ação
penal privada? Pode a autoridade policial e seus agentes atuar para efetivar a prisão em
flagrante do autor, sem o consentimento da vítima?

O consenso doutrinário é que inicialmente as autoridades poderão realizar apenas a apre-


ensão física ou captura do autor do delito. Após isso, a lavratura do auto de prisão em flagrante

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(parte formal do procedimento) só poderá ser realizada mediante a autorização da vítima, do


mesmo modo que se requer para a procedibilidade da ação penal em juízo.

1.3. Natureza da Prisão em Flagrante


Este ponto é bem simples, mas também costuma ser alvo dos examinadores. A prisão
em flagrante, segundo a doutrina, tem uma natureza administrativa e de ato complexo. Veja-
mos o motivo:

Observação acerca da autoridade coatora para fins de impetração de ha-


beas corpus

A prisão em flagrante enquanto ato administrativo, ou seja, antes da comunicação da pri-


são à autoridade policial, tem como autoridade coatora para impetração de habeas corpus o
próprio delegado de polícia, a ser impetrado perante um juiz de 1º grau.
Após a comunicação da prisão em flagrante, restando inerte o juiz quanto ao relaxamento
da prisão ilegal ou à concessão da liberdade provisória, o magistrado se torna a autoridade
coatora, e o habeas corpus deverá ser dirigido ao respectivo Tribunal.

2. Funções da Prisão em Flagrante


Sabendo que a prisão em flagrante não autoriza, por si só, que o agente permaneça pre-
so durante todo o curso do processo penal, vejamos suas principais funções apontadas
pela doutrina:

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3. Fases da Prisão em Flagrante


São quatro os momentos em que o flagrante de divide, quais sejam:
• Captura do agente: Tem por objetivo fazer cessar a prática da infração penal e preservar
a ordem pública.

Súmula Vinculante n. 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, jus-
tificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Situação de réu perseguido que passa ao território de outra comarca ou município: Aplica-se
o art. 290 do CPP:

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade
local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do
preso.
• Condução coercitiva: o agente é conduzido a presença da autoridade policial, a qual
adotará as providências legais cabíveis.
• Lavratura do auto de prisão em flagrante: procedimento formal realizado pela autoridade
policial com o fim de auxiliar na preservação dos elementos de prova produzidos pela
infração recém-cometida.

Procedimento de acordo com o art. 304 do CPP:


− após a apresentação do preso: a autoridade competente ouvirá o condutor – colherá
sua assinatura e lhe entregará cópia do termo e recibo de entrega do preso;
− procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e colherá, após cada oitiva,
suas respectivas assinaturas;

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− procederá o interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo


sua assinatura e lavrando, ao afinal, o auto.

CPP – Art. 304, § 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá
nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à
autoridade que o seja.

A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privati-
va de liberdade máxima não seja superior a 4 anos (art. 322 do CPP).

E uma pergunta que despenca em provas:

A falta de testemunhas impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante (APF)?

A resposta é não! Nessa hipótese, determina o CPP que, com o condutor, deverão assi-
nar o APF pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
Se o acusado se recusar a assinar o APF, não souber ou não puder fazê-lo, esse documento
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.

CPP – Art. 304, § 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre
a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)

Os examinadores costumam cobrar a literalidade desse dispositivo:

002. (FCC/CLDF/INSPETOR DE POLÍCIA LEGISLATIVA/2018/ADAPTADA) Da lavratura do


auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respec-
tivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Dispensa comentários. Letra da lei!


Certo.

O que acontece nas hipóteses de falta ou impedimento do escrivão?

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De acordo com art. 305 do CPP, na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Vamos reforçar os seguintes pontos como de especial importância.
• A lavratura do auto de prisão em flagrante requer, em regra, duas testemunhas. Se não
estiverem disponíveis duas testemunhas do fato criminoso, a falta pode ser suprida por
duas testemunhas de apresentação do preso à autoridade policial.

Curiosidade: na prática, em delegacias de polícia, quando não há testemunhas do povo dispo-


níveis para lavratura do auto de prisão em flagrante, os próprios agentes da autoridade policial
se apresentam como testemunhas.

• Segundo o STJ, o próprio condutor do flagrante (o responsável pela apresentação do


preso à autoridade policial) pode contar como testemunha.
• Via de regra, a autoridade policial realiza a oitiva do condutor, das testemunhas, depois
da vítima, e finalmente a do preso (cujo depoimento, obviamente, não é obrigatório, ten-
do em vista o direito deste ao silêncio).
• É dispensável a presença de advogado no momento do interrogatório do acusado.
• Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não ces-
sar a permanência (art. 303 do CPP).
• Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
apresentado à do lugar mais próximo (art. 308 do CPP).
• Tome nota:

Súmula n. 397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em


caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a
prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.

Vejamos mais uma questão sobre o tema:

003. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL/2018) A fim de garantir o


sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-
-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de
uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o
conduziram coercitivamente até a delegacia. Com referência a essa situação hipotética, julgue
o item subsequente.

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Em regra, após a condução coercitiva de Pedro à delegacia, a competência para lavrar o auto
de prisão em flagrante é da autoridade policial.

Essa é a regra. O CPP prevê situação excepcional em seu art. 307, que apesar de discussão
doutrinária sobre sua recepção constitucional, prevê a possibilidade de magistrado lavrar auto
de prisão em flagrante:

Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas fun-
ções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e
os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se
não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Certo.

• Recolhimento à prisão: é a própria detenção, cabível nas hipóteses não autorizadoras de


fiança pelo delegado de polícia.

Perceba que se os fundamentos do condutor e das testemunhas não resultarem em funda-


das suspeitas contra o acusado, não haverá situação prevista no art. 304, § 1º, do CPP. Dessa
forma, a autoridade policial estará impossibilitada de recolher o agente ao cárcere e deverá
soltá-lo imediatamente, podendo, contudo, se for o caso, instaurar inquérito policial ou lavrar
um boletim de ocorrência. Essa negativa por parte da autoridade policial em lavrar o APF, é o
que parte da doutrina chama de auto de prisão em flagrante negativo.

4. Situações Especiais em que não se Imporá Prisão em Flagrante


• 1) Ao autor de infração de menor potencial ofensivo: que após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele compare-
cer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança (Lei n. 9.099/1995, art. 69,
parágrafo único).

O entendimento é de que é perfeitamente possível a captura do agente e a sua condução coer-


citiva, visto que a vedação diz respeito, tão somente, à lavratura do auto de prisão em flagrante
e ao posterior recolhimento ao cárcere.

E se o agente se recusar a comparecer imediatamente ao Juizado ou não prestar o com-


promisso de comparecer em momento posterior?

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A autoridade policial estará autorizada a lavrar o auto de prisão em flagrante e o agente


poderá ser recolhido ao cárcere, salvo se hipótese de liberdade provisória com fiança pelo de-
legado de polícia.
• 2) Autor do delito de porte de drogas para consumo pessoal: Não se imporá prisão em
flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competen-
te, ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários
(Lei n. 11.343/2006, art. 48, § 2º).

Nessa situação, a recusa em comparecer imediatamente ao Juizado ou em prestar o com-


promisso de comparecer não autoriza a lavratura do APF.
• 3) Situação específica do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 301, caput, da Lei n. 9.503/1997. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela.

A apresentação espontânea do acusado é causa impeditiva da prisão em flagrante.

5. Categorias ou Espécies das Prisões em Flagrante


Vamos retomar brevemente o que diz o art. 302 do CPP:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser
ele autor da infração.

A doutrina apresenta uma nomenclatura específica para esses incisos, que também costu-
ma ser objeto de prova. Vamos a um rápido esquema para facilitar os estudos:

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5.1. Outras Modalidades de Flagrante


Além do rol do art. 302, temos ainda algumas outras modalidades importantes para a sua
prova. Vejamos quais são:

O flagrante preparado é aquele que ocorre quando um agente provocador induz o indivíduo
a cometer uma infração penal, para que possa efetuar sua prisão.
Tal tipo de flagrante é considerado como crime impossível pelo STF, conforme ressalta a
Súmula n. 145:

Súmula n. 145/STF
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua con-
sumação.

Ressalte-se ainda que, segundo o STJ, em sua Súmula n. 567, a existência de sistema de
vigilância composto por seguranças ou por câmeras não torna impossível a configuração do
crime de furto.
O flagrante forjado, por sua vez, também chamado de flagrante urdido, maquiado ou fa-
bricado, é aquele cuja materialidade foi inteiramente composta por terceiros. É um flagrante
totalmente artificial, uma verdadeira armação.
Note que a grande diferença entre o flagrante forjado e o flagrante preparado é que no fla-
grante forjado sequer há uma conduta por parte do indivíduo que será preso. Exemplo clássico
é o do indivíduo que é preso pelo tráfico de drogas que foram colocadas em seu carro por um
agente da autoridade policial, por exemplo.
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Já o flagrante esperado, também chamado de intervenção predisposta da autoridade poli-


cial, diferentemente das duas modalidades anteriores, é uma modalidade válida de flagrante.
Um bom exemplo é a campana, quando o agente policial se desloca a um determinado lo-
cal e fica observando de forma discreta, aguardando o início da prática de uma infração penal
da qual teve conhecimento através de uma denúncia.
Por último, temos o flagrante diferido, também chamado de flagrante prorrogado, pos-
tergado ou de ação controlada. Nesse caso a infração penal está em andamento, e a polícia
retarda a realização da prisão, pois considera que há um momento melhor para obter mais
informações sobre a prática delituosa.
Este tipo de flagrante só é possível diante de expressa previsão em lei, como ocorre na Lei
de Drogas (Lei n. 11.343/2006); na Lei de Organizações Criminosas (Lei n. 12.850/2013) e na
Lei de Lavagem de Capitais (Lei n. 9.6013/1998). É importante observar que apenas no caso
da Lei de Organizações Criminosas, basta uma prévia comunicação ao magistrado, não haven-
do que se falar em autorização judicial ou oitiva do MP.
Vejamos como examinador pode abordar essa temática:

004. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Situação hipoté-


tica: A polícia foi informada da possível ocorrência de crime em determinado local. Por deter-
minação da autoridade policial, agentes se dirigiram ao local e aguardaram o desenrolar da
ação criminosa, a qual ensejou a prisão em flagrante dos autores do crime quando praticavam
um roubo, que não chegou a ser consumado. Foi apurado, ainda, que se tratava de conduta
oriunda de grupo organizado para a prática de crimes contra o patrimônio. Assertiva: Nessa
situação, o flagrante foi lícito e configurou hipótese legal de ação controlada.

Questão superinteressante. Perceba que os agentes policiais esperaram o desenrolar da ação


criminosa, situação que caracteriza o chamado flagrante esperado. Lembrando que a ação
controlada, conforme estudamos, só é cabível nas hipóteses permitidas em lei.
Certo.

5.2. Regras Especiais


Muito embora a regra geral é de que qualquer pessoa pode ser presa quando encontrada
em flagrante delito, existem certos indivíduos que possuem uma condição especial ou um car-
go que lhes proporciona regras especiais para sua prisão em flagrante.
Neste tópico vamos listar estes indivíduos e as circunstâncias em que não serão aplicadas
as regras gerais de prisão em flagrante. Vejamos!

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• Menores de 18 anos: por força do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os meno-


res não são efetivamente presos, e sim apreendidos. Além disso, cumpre destacar que
o flagrante lavrado em relação a eles é de ato infracional.
• Advocacia Pública Federal: membros da AGU não poderão ser presos por descumpri-
mento de determinação judicial no exercício da função. Soma-se a isso a prerrogativa
de só serem presos em flagrante de crime inafiançável ou por ordem escrita do juízo
competente.
• Advogados em Geral: se a causa da prisão for motivada pelo exercício da profissão, o
advogado só poderá ser preso em flagrante em casos de delitos inafiançáveis.

 Obs.: Caso não se encontre no exercício da profissão, o advogado pode ser preso regular-
mente, entretanto ainda lhe resta o direito de que sua prisão seja comunicada à OAB.

• Presidente da República: conforme estabelece a Constituição Federal, enquanto não


houver uma sentença condenatória, o Presidente da República não estará sujeito a pri-
são, no caso de crimes comuns.
• Membros do MP (Procuradores e Promotores): só podem ser presos em flagrante de
crime inafiançável. Ainda nesses casos, devem ser encaminhados em até 24h para o
PGJ ou PGR (a depender se são membros do MP dos Estados ou da União).
• Magistrados em Geral: assim como os membros do MP, só podem ser presos em fla-
grante de crime inafiançável, devendo também ser imediatamente encaminhados ao
Presidente do Tribunal a que estão vinculados.
• Parlamentares Estaduais e Federais: Deputados e Senadores também só podem ser
presos em flagrante de crime inafiançável, devendo ser encaminhados, dentro de 24h, à
respectiva casa legislativa.
• Agentes Diplomáticos: diplomatas, tais como embaixadores, possuem a famosa imuni-
dade diplomática, que nada mais é do que a imunidade, em território nacional, enquanto
estiverem a serviço de seu país de origem. Isso não significa, é claro, que os diplomatas
podem cometer crimes, e sim que não serão processados no Brasil e sim em seu país
de origem, por força da chamada Convenção de Viena.
• Cônsul: também possui a mesma imunidade processual que os diplomatas em geral, en-
tretanto sua imunidade se restringe a infrações praticadas no exercício de suas funções
e no território de seu consulado.

Dúvida comum se dá quanto à atuação das autoridades policiais face ao flagrante daquele
que possui imunidade diplomática. Se o indivíduo é imune à persecução penal em nosso país,
ou não pode ser submetido à prisão em flagrante por outro motivo, o que acontece se a polícia
se deparar com ele enquanto este está perpetrando uma conduta delituosa?

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Prisão – Prisão em Flagrante
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A resposta está na separação entre os momentos da prisão em flagrante, sendo que existe
um momento material e um momento formal. Caso agentes da autoridade policial se depa-
rem, por exemplo, com o Presidente da República praticando um homicídio, poderão contê-lo
e cessar sua prática delituosa. O que não poderá ser realizada é a lavratura do auto de prisão
em flagrante, ou seja, a parte de formalização do procedimento.
Tal diferenciação é muito importante, pois seria absurdo que tais prerrogativas se tornas-
sem verdadeira salvaguarda para o cometimento de crimes, caso tivessem o condão de forçar
a absoluta inércia dos agentes policiais do Estado.

5.3. Procedimento Pós-lavratura do APF


• Comunicação da prisão e do local onde está o preso: será imediata – ao juiz competen-
te, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada:

CPP – Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

• Prazo de 24 horas após a realização da prisão (CPP – art. 306, §§ 1º e 2º):


− encaminhar ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não
informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública;
− será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade,
com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
• Crime praticado na presença de autoridade:

CPP – Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercí-
cio de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que
fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso
e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

Mais uma vez, reforço a importância de dominar esses artigos. Entra ano e sai ano, os exa-
minadores continuam copiando e colando essas normas na sua prova, mudando uma palavra
ou um termo para te induzir a erro. Então o negócio realmente é repetir, repetir e fixar.
Por experiência, recomendo principalmente que você foque nas diferenças entre as pro-
vidências imediatas e as que devem ser tomadas em até 24 horas, motivo pelo qual fiz um
esquema bacana para vocês revisarem:

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Prisão – Prisão em Flagrante
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Segundo o STJ, se a comunicação da prisão do indivíduo à família do preso ou à pessoa por


ele indicada ocorrer de forma tardia, tal irregularidade não contaminará o auto de prisão em
flagrante, que continuará válido.

Finalmente, note que as 24 horas previstas nos parágrafos 1º e 2º devem ser contadas a
partir da prisão material do indivíduo (ou seja, quando este efetivamente foi preso pelos agen-
tes da autoridade policial), e não da finalização da lavratura do APF.

6. Pacote Anticrimes – Alterações Importantes


6.1. Art. 283 do CPP
Mudança pertinente apresentada pelo pacote anticrime está no texto do art. 283 do CPP:

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condena-
ção criminal transitada em julgado.

Anteriormente, o referido artigo apresentava a possibilidade de prisão em decorrência de


prisão temporária ou prisão preventiva. A expressão foi substituída pela sentença “prisão cau-
telar”, ou seja, o artigo passa a prever a possibilidade de prisão pelo gênero e não pelas espé-
cies (preventiva e temporária).

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6.2. Art. 287 do CPP


Ainda no âmbito do tema prisões, o art. 287 passa a contar com a previsão expressa sobre
a audiência de custódia:

Redação anterior Nova redação

Art. 287. Se a infração for inafiançável,


Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não
a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso,
obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao
será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado,
juiz que tiver expedido o mandado. para a realização de audiência de
custódia.

6.3. Art. 310 do CPP


É importante destacar a severa alteração ocorrida no art. 310 do CPP (o qual trata do pro-
cedimento a ser tomado pelo magistrado ao receber o APF).
Anteriormente, o referido artigo apresentava apenas as medidas a serem tomadas pelo
juiz. Vamos relembrar:

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:


I – relaxar a prisão ilegal; ou
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do
art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; ou
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato
nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade pro-
visória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
(Redação anterior à Lei 13.964/2019)

Já a nova (e extensa) redação do artigo possui as seguintes disposições:

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de

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dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custó-
dia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegali-
dade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imedia-
ta decretação de prisão preventiva.

Assim as seguintes mudanças se destacam:


• o art. 310 passa a citar expressamente a audiência de custódia;
• o art. 310 passa a citar expressamente o prazo para realização da referida audiência;
• há previsão expressa de denegação de liberdade provisória para agentes reincidentes
ou que integram organizações criminosas, ou que portem arma de fogo de uso restrito;
• há previsão de responsabilização de autoridades que derem causa sem motivação idô-
nea à não realização da audiência de custódia no prazo;
• define-se que a prisão passa a se tornar ilegal no caso de não realização de audiência
de custódia no prazo.

7. Audiência de Custódia
Se traduz no direito do preso ser conduzido sem demora a uma audiência que lhe pos-
sibilitará um contato imediato com o juiz das garantias, com um defensor e com o Ministé-
rio Público.
Prazo: 24 horas após a realização da prisão.
Mesmo antes de previsão expressa no CPP, a audiência de custódia foi regulamentada pela
resolução do CNJ de n. 213 de 15/12/2015, a qual determina:
• a vedação da presença dos agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela investiga-
ção durante a audiência de custódia;
• que a autoridade judicial deve perguntar acerca do tratamento recebido em todos os
locais por onde passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocor-
rência de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;
• que a autoridade judicial deve abster-se de formular perguntas com finalidade de produ-
zir prova para a investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão
em flagrante.

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005. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Valter, preso em flagrante por suposta


prática de furto simples, não pagou a fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permane-
cido preso até a audiência de custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão. Na
audiência de custódia, caso não tenha advogado particular, Valter poderá contar com a assis-
tência de defensor público, que acompanhará o ato na presença do juiz, do promotor de justiça,
do secretário de audiência e dos policiais que promoveram a prisão.

A presença dos policiais que promoveram a prisão é vedada na audiência de custódia.


Errado.

006. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Na audiência de custódia, ao entrevistar


Valter, o juiz deverá abster-se de formular perguntas com a finalidade de produzir provas sobre
os fatos objeto do auto da prisão em flagrante, mas deverá indagar acerca do tratamento rece-
bido nos locais por onde o autuado passou antes da apresentação à audiência, questionando
sobre a ocorrência de tortura e maus tratos.

Questão perfeita. É exatamente isso.


Certo.

7.1. Desdobramentos da Audiência de Custódia


Relaxar prisão ilegal

Trata-se da análise da legalidade da prisão em flagrante que diz respeito a verificação de


circunstância flagrancial (art. 302 do CPP); se foram atendidas as formalidades constitucio-
nais e legais previstas para o ato e se o uso de algemas obedeceu ao teor da Súmula Vincu-
lante n. 11.

O juízo de legalidade não se confunde com o juízo de necessidade de medidas cautelares. Des-
sa forma, nada impede que o juiz, ao relaxar a prisão ilegal, decrete outras medidas cautelares
diversas da prisão ou ainda decrete prisão temporária ou preventiva a depender da existência
dos requisitos legais.

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Conversão da prisão em flagrante em preventiva

Apesar de a lei trazer apenas a expressão preventiva, a doutrina entende ser cabível tam-
bém sua conversão em prisão temporária. Essa decisão deverá ser fundamentada e provoca-
da, quando presentes os requisitos do art. 312 do CPP e se revelarem inadequadas ou insufi-
cientes as medidas cautelares diversas da prisão.
Após o advento da Lei n. 13.964/2019, não é mais possível a conversão da prisão em fla-
grante em preventiva de ofício pelo juiz. Nesse sentido:

A Lei n. 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º, e
do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva
sem o prévio requerimento das partes ou representação da autoridade policial.
Logo, não é mais possível, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ex offi-
cio do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade.
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz do art. 282, § 2º e do art.
311, significando que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia,
a conversão, de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preven-
tiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do
Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o caso, do querelante ou do
assistente do MP.
Vale ressaltar que a prisão preventiva não é uma consequência natural da prisão flagrante,
logo é uma situação nova que deve respeitar o disposto, em especial, os arts. 311 e 312
do CPP.P
STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info
686).
STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021.

Concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada (ou não)


com as medidas cautelares diversas da prisão

Ocorre quando o juiz verifica a legalidade da prisão e conclui pela não necessidade da con-
versão em prisão preventiva. A liberdade provisória é regra em nosso ordenamento jurídico.

8. Separação entre Presos Provisórios e Definitivos


Outro ponto importante sobre formalidades da prisão trata da separação de presos pro-
visórios e definitivos. O CPP prevê expressamente, em seu art. 300, que o preso provisório
deverá ficar separado dos presos que já tiverem sido condenados.
Ainda sobre este mesmo assunto, militar preso em flagrante de crime militar não deve ser
conduzido ao cárcere comum – e sim ser recolhido ao quartel da instituição à qual pertence.

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RESUMO

Fases da prisão em flagrante:


• captura do agente;
• condução coercitiva;
• lavratura do auto de prisão em flagrante: autoridade policial ouve o condutor; testemu-
nhas e acusado;
• recolhimento à prisão.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Depois de adquirir
um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem
autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José
levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de
fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Os agentes de polícia podem decidir, discricionariamente, acerca da conveniência ou não de
efetivar a prisão em flagrante de José.

002. (FCC/CLDF/INSPETOR DE POLÍCIA LEGISLATIVA/2018/ADAPTADA) Da lavratura do


auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respec-
tivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

003. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL FEDERAL/2018) A fim de garantir o


sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-
-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de
uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o
conduziram coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Em regra, após a condução coercitiva de Pedro à delegacia, a competência para lavrar o auto
de prisão em flagrante é da autoridade policial.

004. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Acerca de pri-


são, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento
do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal.
Situação hipotética: A polícia foi informada da possível ocorrência de crime em determinado
local. Por determinação da autoridade policial, agentes se dirigiram ao local e aguardaram
o desenrolar da ação criminosa, a qual ensejou a prisão em flagrante dos autores do crime
quando praticavam um roubo, que não chegou a ser consumado. Foi apurado, ainda, que se
tratava de conduta oriunda de grupo organizado para a prática de crimes contra o patrimônio.
Assertiva: Nessa situação, o flagrante foi lícito e configurou hipótese legal de ação controlada.

005. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Valter, preso em flagrante por suposta


prática de furto simples, não pagou a fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permane-
cido preso até a audiência de custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão.
A partir dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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Na audiência de custódia, caso não tenha advogado particular, Valter poderá contar com a
assistência de defensor público, que acompanhará o ato na presença do juiz, do promotor de
justiça, do secretário de audiência e dos policiais que promoveram a prisão.

006. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Valter, preso em flagrante por suposta


prática de furto simples, não pagou a fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permane-
cido preso até a audiência de custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão.
A partir dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.
Na audiência de custódia, ao entrevistar Valter, o juiz deverá abster-se de formular perguntas
com a finalidade de produzir provas sobre os fatos objeto do auto da prisão em flagrante, mas
deverá indagar acerca do tratamento recebido nos locais por onde o autuado passou antes da
apresentação à audiência, questionando sobre a ocorrência de tortura e maus tratos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Cebraspe

007. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Em decorrência de um homicí-


dio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comuni-
cados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e carac-
terísticas foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam
estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida
arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
Durante o procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial
competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e condução do preso deverá ser ou-
vido logo após a oitiva das testemunhas e o interrogatório do preso.

008. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Em decorrência de um homicí-


dio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comuni-
cados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e carac-
terísticas foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam
estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida
arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação configura hipótese de fla-
grante presumido ou ficto.

009. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Com relação aos meios de pro-


va e os procedimentos inerentes a sua colheita, no âmbito da investigação criminal, julgue o
próximo item.
A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que
durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante delito nas moda-
lidades próprio, impróprio ou ficto.

010. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – CURSO DE FORMAÇÃO/2019)


Marcela e Pablo se conheceram em uma festa e após conversarem, Pablo a chamou para ir
à casa dele. Ao chegarem à casa, Marcela, aproveitando-se da ida de Pablo ao banheiro, tran-
cou-o lá dentro e foi embora levando consigo a carteira, o telefone celular e um computador de
Pablo. Ao ouvi-lo gritar, sua vizinha entrou em contato com policiais do posto da PRF que fica

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Prisão – Prisão em Flagrante
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próximo a sua residência, os quais se dirigiram ao local. Ao chegarem, os policiais encontra-


ram o documento de identidade de Marcela e o documento de seu veículo. Irradiados os dados
do veículo, Marcela foi abordada enquanto dirigia em uma rodovia federal, tendo sido encon-
trados em sua posse os itens subtraídos de Pablo. Marcela foi presa em flagrante por policiais
rodoviários federais na mesma noite do acontecimento.
Com base na situação hipotética precedente, julgue o item.
Como Marcela já havia saído da vigilância da vítima, a prisão dela foi ilegal, pois, no momento
em que foi abordada, não estava em situação de flagrância.

011. (CESPE/TJ-BA/CONCILIADOR/2019) Acerca da prisão em flagrante delito, assinale a


opção correta.
a) É incabível a lavratura de auto de prisão em razão da prática de crime culposo.
b) A ausência de testemunhas presenciais do crime impede a lavratura do auto de prisão.
c) O auto de prisão deve ser formalizado em peça única e inteiriça e composto pelas oitivas do
condutor, das testemunhas e do interrogatório do indiciado, os quais oporão suas respectivas
assinaturas apenas ao final do procedimento.
d) É obrigatória a presença de defensor dativo ou constituído por ocasião do interrogatório do
investigado.
e) Em se tratando de ação penal pública condicionada, a lavratura do auto de prisão está con-
dicionada à manifestação do ofendido.

012. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) A prisão em flagrante do autor de cri-


me de ação penal pública condicionada à representação substitui a necessidade de manifes-
tação do ofendido para instauração de inquérito policial.

013. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Jaime foi preso em flagrante por ter


furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à delegacia, Jaime, em depoimento ao
delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que era o autor do furto. Na audiência de
custódia, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventi-
va, sob o argumento da gravidade abstrata do delito praticado. No entanto, após ouvir a defesa,
o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento de que não estava presente o requisito le-
gal da atualidade do flagrante, em razão do lapso temporal de dois meses entre a consumação
do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova diligência no inquérito policial instaurado
pelo delegado para apurar o caso, Jaime, já em liberdade, retratou-se da confissão, alegando
que havia pegado a bicicleta de Abel como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido,
Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou, ainda, que registrou boletim de ocorrência do
furto da bicicleta em retaliação à conduta de Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competente
arquivou o inquérito policial a requerimento de membro do Ministério Público, por atipicidade

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Prisão – Prisão em Flagrante
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material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jai-
me e Abel acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
O delegado de polícia não poderia deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante de Jaime, mesmo
que tivesse observado a ausência da atualidade do flagrante, nem caberia a ele sugerir o arquiva-
mento do inquérito em relatório final, uma vez que a ação do delegado em sede de investigações
policiais é regida pelo princípio do in dubio pro societate e deve fazer prevalecer o interesse público
sobre o individual.

014. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) João integra uma or-


ganização criminosa que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, cigarros
de origem estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Se João for preso em flagrante e o escrivão estiver impossibilitado de proceder à lavratura do auto
de prisão, a autoridade policial poderá designar qualquer pessoa para fazê-lo, desde que esta preste
o compromisso legal anteriormente.

015. (CESPE/EBSERH/ADVOGADO/2018) Julgue o seguinte item, acerca do habeas corpus e de


medidas coativas de prisão.
Será incabível a prisão em flagrante do autor de crime processável mediante ação pública condicio-
nada a representação, caso inexista autorização do ofendido ou de seu representante legal para a
formalização do auto.

016. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2016) João, aproveitando-se de


distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencen-
tes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante
delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério
Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.
O prazo previsto para que a autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de
cinco dias.

017. (CEBRASPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Camila foi presa em flagrante delito


pela suposta prática de tráfico de drogas. Após ser citada da ação penal, manifestou interesse em
ser assistida pela defensoria pública.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item, com base na jurisprudência do Supe-
rior Tribunal de Justiça e nas disposições do Código de Processo Penal.
Devido à gravidade do delito de que Camila é acusada, o juiz que receber o auto de prisão em
flagrante está legalmente impedido de, de ofício, conceder-lhe liberdade provisória ou aplicar-
-lhe medidas cautelares.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante
Douglas Vargas

018. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Júlio foi preso em flagrante pela


prática de furto de um caixa eletrônico da CEF. Júlio responde a outros processos por crime
contra o patrimônio.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.
No caso de Júlio ter praticado furto simples, a própria autoridade policial poderia ter arbitrado
a fiança com relação a este crime.

019. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) A respeito da prisão, da citação, do adita-


mento e dos procedimentos nas infrações penais de menor e maior potencial ofensivo, julgue
o item seguinte.
Uma vez informado o nome e o endereço de seu advogado pelo autuado, não haverá necessi-
dade de comunicação da DP a respeito da prisão em flagrante.

020. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO – AGENTE DE POLÍCIA


LEGISLATIVA/2014) Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos
Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é
servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Tendo sido surpreendidos em situação de flagrante impróprio, Paulo e João devem ser encami-
nhados à autoridade policial para a lavratura do auto de prisão, devendo o juiz ser comunicado,
no prazo de 24 horas, para, se presentes os requisitos legais, convertê-la em prisão preventiva.

021. (CESPE/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Após a prisão em flagrante, a autoridade


policial deverá entregar ao preso a nota de culpa em até vinte e quatro horas, pois não é permi-
tido que alguém fique preso sem saber o motivo da prisão.

022. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA/2013) Mário foi surpreendido no momento em


que praticava crime de ação penal pública condicionada à representação. A partir dessa situa-
ção hipotética, julgue os itens a seguir.
A prisão em flagrante é ilegal, por ser vedada em caso de crimes que se submetem à ação pe-
nal pública condicionada. Nesse caso, para apurar a conduta de Mário, o delegado poderá, ex
officio, instaurar inquérito policial.

023. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA/2013) A nota de culpa deve ser entregue a Ma-


rio no momento da prisão em flagrante, sob pena de a autuação posterior tornar-se ilegal e
passível de livramento imediato por habeas corpus.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão – Prisão em Flagrante
Douglas Vargas

024. (CEBRASPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Após denúncia anônima, João


foi preso em flagrante pelo crime de moeda falsa quando fazia uso de notas de cem reais fal-
sificadas. Ele confessou a autoria da falsificação, confirmada após a perícia. Com base nessa
situação hipotética e nos conhecimentos específicos relativos ao direito processual penal, jul-
gue o item subsecutivo.
O delegado tem competência para arbitrar a fiança de João, visto que se trata de crime
afiançável.

025. (CESPE/MPU/ANALISTA – DIREITO/2013) Considerando que um servidor público te-


nha sido preso em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econô-
mica Federal, tendo sido o crime facilitado em razão da função exercida pelo referido servidor.
Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal.
Ao receber o auto de prisão em flagrante do servidor, o juiz deverá converter a prisão em fla-
grante em preventiva e, então, se for o caso, deliberar pela aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão, como a suspensão do exercício da função pública.

Outras Bancas

026. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR/2019) Nos


exatos termos do art. 302 do CPP, considera-se em flagrante delito quem:
a) cometeu a infração penal nas últimas 24h.
b) é imediatamente reconhecido como autor do crime pela vítima.
c) é avistado em conduta que gera fundada suspeita, logo após o crime.
d) é encontrado com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.
e) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração.

027. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2019) Sobre a prisão


em flagrante é correto afirmar que:
a) toda pessoa do povo tem o dever legal de prender quem esteja em flagrante delito.
b) em caso de crime hediondo a comunicação da prisão em flagrante à família do preso pode
ser proibida pelo Delegado de Polícia.
c) pode ser relaxada se estiver em conformidade com as formalidades legais e o fato consti-
tuir crime.
d) a ausência de testemunhas do crime impede a elaboração do auto de prisão em flagrante.
e) é considerado em flagrante delito não só aquele que está cometendo a infração penal como
aquele que acaba de cometê-la.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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028. (FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2019) Lucas, oficial do Ministério


Público, enquanto cumpria sua função em via pública, por volta de 15h, depara-se com Antônio
conduzindo uma motocicleta com simulacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com
aquela situação, tendo em vista que identificou, pela placa, que aquela moto era de propriedade
de seu colega de trabalho. Diante disso, Lucas entra em contato com seu colega, que confirma
que fora vítima de um crime de roubo que teria sido praticado 30 minutos antes, descrevendo
as características do autor do fato, que coincidiam com as de Antônio.
Considerando as informações expostas, em sendo confirmada a autoria, é correto afirmar
que Lucas:
a) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, tendo em vista que, apesar da situação de
flagrante, o ato somente pode ser realizado por agentes de segurança pública.
b) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez que inexiste situação de flagrante
prevista em lei, apesar da identificação da autoria.
c) poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois constatada a situação de flagrante próprio
prevista em lei.
d) poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante
presumido.
e) poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado.

029. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2019) Enquanto


Pedro estava praticando um crime de furto em um carro localizado na rua, Antônio, que morava
na casa da frente, contatou o seu advogado e perguntou quem poderia prendê-lo.
À luz da sistemática afeta aos direitos e garantias constitucionais, o advogado respondeu cor-
retamente que, naquele instante, Pedro
a) apenas poderia ser preso por ordem do Delegado de Polícia.
b) apenas poderia ser preso pelo proprietário do veículo.
c) apenas poderia ser preso se houvesse ordem judicial.
d) poderia ser preso por qualquer do povo.
e) apenas poderia ser preso pela polícia.

030. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019) Sobre as prisões cautelares ad-


mitidas no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa que reproduz corretamente
conceito jurídico ou dispositivo legal.
a) Considera-se em flagrante delito quem é perseguido, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, logo após ocorrer situação que faça suspeitar ser ele o autor da infração.
b) A falta de testemunhas da infração impedirá o auto de prisão em flagrante ainda que com o
condutor assinem outras duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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c) Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá, fundamentadamente, relaxar a prisão


ilegal com arbitramento de fiança.
d) Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apre-
sentado à do lugar mais próximo, quando, por motivos de saúde, não puder aguardar o resta-
belecimento da primeira.
e) Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

031. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) “Flagrante” significa o manifesto, ou evi-


dente, e o ato que se pode observar no exato momento de sua ocorrência. Sobre a prisão em
flagrante e suas eventuais conversões, assinale a alternativa correta.
a) A prisão em flagrante é uma modalidade de execução provisória da pena.
b) A prisão em flagrante só pode ocorrer mediante a expedição de mandado judicial prévio que
possibilite a identificação e localização do acusado.
c) Sendo modalidade de prisão cautelar, a prisão em flagrante só é cabível em crimes afiançá-
veis em que a pena abstrata seja superior a 4 anos de privação de liberdade máxima.
d) A prisão em flagrante é a modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, reali-
zada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal (crime ou
contravenção penal).
e) A prisão em flagrante pode ser convertida em prisão temporária, mas a prisão preventiva só
pode advir de decisão judicial fundamentada enquanto estiver solto o acusado.

032. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) Suponha que dois policiais


civis abordem um indivíduo em atitude suspeita e que portava ferramentas aparentemente
destinadas ao crime de furto. Durante a abordagem, o indivíduo, de livre e espontânea vontade,
confessa aos policiais que o seu objetivo era utilizar as ferramentas para realizar furto a resi-
dências. Tendo em vista a situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) O indivíduo deverá ser preso em flagrante delito pela tentativa de furto à residência, haja vista
portar as ferramentas necessárias, bem como haver confessado de livre e espontânea vontade.
b) Neste caso, haverá o flagrante pela tentativa de furto, pois o agente estava prestes a come-
ter a infração, não tendo a consumação se efetivado por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) Não haverá flagrante capaz de ensejar a prisão, uma vez que, no caso apresentado, o agente
não atingiu os atos de execução do delito, não havendo se falar em flagrante pelos atos pre-
paratórios.
d) O agente estaria em flagrante delito devido às ferramentas a serem utilizadas no delito, in-
dependentemente da sua confissão.
e) A confissão obtida sem o contraditório e a ampla defesa impossibilitariam o flagrante.

033. (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMO-


ÇÃO/2019) Sobre a prisão em flagrante, assinale a alternativa correta.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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a) No caso em que o agente é perseguido, logo após o fato, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em circunstâncias que façam presumir ser autor da infração, a situação
de flagrância durará pelo prazo de 24 horas, depois do qual não será mais possível a prisão em
flagrante.
b) Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
c) A falta de testemunhas da infração impedirá a autuação da prisão em flagrante.
d) A comunicação da prisão ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso, ou
à pessoa por ele indicada, deve ser feita em até 24 horas.
e) Se for o caso de liberdade provisória, ao receber o auto da prisão em flagrante, o juiz a relaxará.

034. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Impor-se-á prisão em flagrante:


a) a Deputado Federal flagrado na prática de crime de estelionato.
b) à pessoa que for flagrada transportando, para consumo pessoal, drogas, em desacordo com
determinação legal.
c) à pessoa que, flagrada na prática de crime de menor potencial ofensivo, tiver termo cir-
cunstanciado de ocorrência lavrado e assumir compromisso de comparecer ao juizado espe-
cial criminal.
d) à pessoa flagrada na prática de crime de furto simples de coisa avaliada em R$ 50,00 (cin-
quenta reais).
e) ao condutor de veículo, no caso de homicídio culposo na direção de veículo automotor, que
prestar à vítima pronto e integral socorro.

035. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em relação à prisão em flagrante, as-


sinale a alternativa correta.
a) A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena pri-
vativa de liberdade máxima não seja superior a 2 anos.
b) O delito putativo por obra do agente provocador é contemplado na lei e mesmo na doutrina
como espécie do chamado quase-flagrante.
c) Para existir a prisão em flagrante nas hipóteses de perseguição é necessário que o agente
seja preso em até 24 horas após o fato.
d) A atribuição para a lavratura do auto de prisão em flagrante é da autoridade policial do local
em que ocorrer a prisão-captura, mesmo que esta se dê em local diverso do da prática do crime.
e) Chama-se flagrante impróprio a situação de prisão em que o agente é surpreendido quando
acabou de cometer o delito.

036. (FCC/TRT – 2ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA/2018) A respeito da pri-


são em flagrante, avalie as seguintes afirmações:
I – Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com objetos ou papéis
que façam presumir ser ele autor da infração.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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II – O juiz de direito não pode presidir o auto de prisão em flagrante, função que é privativa da
autoridade policial.
III – A falta de testemunhas da infração penal impede a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

037. (VUNESP/2022/PREFEITURA DE OSASCO - SP/GUARDA CIVIL MUNICIPAL - 3ª CLAS-


SE) Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar que
a) a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
o juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
b) em até 48 (quarenta e oito) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advo-
gado, cópia integral para a Defensoria Pública.
c) em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao Promotor
de Justiça competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, cópia integral para a Procuradoria Geral do Estado.
d) a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados em até 48 (qua-
renta e oito) horas ao Promotor de Justiça competente e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada.
e) em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz com-
petente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
cópia integral para a Procuradoria Geral do Estado.

038. (VUNESP/2018/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Acerca da prisão em flagrante, assinale


a alternativa correta.
a) Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
deverá pedir apoio da Autoridade Policial local para poder lhe efetuar a prisão.
b) Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de pri-
são em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na pre-
sença deste.
c) O militar não poderá ser preso em flagrante delito e sim autuado e recolhido ao quartel da
instituição a que pertencer.
d) Na falta ou no impedimento do escrivão, somente a Autoridade Policial poderá lavrar o auto.
e) Quando o fato for praticado em presença da Autoridade Policial, ou contra esta, no exercício
de suas funções, outra Autoridade Policial deverá ser convocada para a autuação em flagrante.

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039. (VUNESP/2015/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE) O indivíduo “A”,


que coloca dolosamente sua carteira na mochila de “B”, para logo em seguida acionar a polí-
cia, sob a alegação de haver sido furtado por “B”; tendo os policiais encontrado a carteira de
“A” no interior da mochila de “B”, “B” é preso em flagrante pela prática de crime. A hipótese ora
narrada é, pela doutrina, denominada flagrante
a) esperado.
b) provocado ou preparado.
c) retardado ou diferido.
d) presumido ou ficto.
e) forjado.

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GABARITO
1. E 37. a
2. C 38. b
3. C 39. e
4. C
5. E
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
11. e
12. E
13. E
14. C
15. C
16. E
17. E
18. C
19. C
20. E
21. C
22. E
23. E
24. E
25. E
26. e
27. e
28. d
29. d
30. e
31. d
32. c
33. b
34. d
35. d
36. a

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GABARITO COMENTADO
Cebraspe

007. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Em decorrência de um homicí-


dio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comuni-
cados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e carac-
terísticas foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam
estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida
arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
Durante o procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial
competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e condução do preso deverá ser ou-
vido logo após a oitiva das testemunhas e o interrogatório do preso.

O primeiro a ser ouvido é o condutor, seguido das testemunhas e do acusado nos moldes do
art. 304 do CPP: Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e co-
lherá, desde logo, sua assinatura, entregando a ele cópia do termo e recibo de entrega do pre-
so. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva, suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
Errado.

008. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Em decorrência de um homicí-


dio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comuni-
cados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e carac-
terísticas foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam
estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida
arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação configura hipótese de fla-
grante presumido ou ficto.

A questão narra a situação de um veículo em fuga abordado em um bloqueio policial após a


prática de delito de homicídio doloso. Logo, se enquadra na hipótese de flagrante delito de

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quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam pre-
sumir ser ele autor da infração. Trata-se do flagrante presumido, ficto ou assimilado.
Certo.

009. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) Com relação aos meios de pro-


va e os procedimentos inerentes a sua colheita, no âmbito da investigação criminal, julgue o
próximo item.
A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que
durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante delito nas moda-
lidades próprio, impróprio ou ficto.

Questão perfeita. Traz todas as modalidades de flagrante do art. 302 do CPP.


Certo.

010. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – CURSO DE FORMAÇÃO/2019)


Marcela e Pablo se conheceram em uma festa e após conversarem, Pablo a chamou para ir
à casa dele. Ao chegarem à casa, Marcela, aproveitando-se da ida de Pablo ao banheiro, tran-
cou-o lá dentro e foi embora levando consigo a carteira, o telefone celular e um computador de
Pablo. Ao ouvi-lo gritar, sua vizinha entrou em contato com policiais do posto da PRF que fica
próximo a sua residência, os quais se dirigiram ao local. Ao chegarem, os policiais encontra-
ram o documento de identidade de Marcela e o documento de seu veículo. Irradiados os dados
do veículo, Marcela foi abordada enquanto dirigia em uma rodovia federal, tendo sido encon-
trados em sua posse os itens subtraídos de Pablo. Marcela foi presa em flagrante por policiais
rodoviários federais na mesma noite do acontecimento.
Com base na situação hipotética precedente, julgue o item.
Como Marcela já havia saído da vigilância da vítima, a prisão dela foi ilegal, pois, no momento
em que foi abordada, não estava em situação de flagrância.

Há situação de flagrância, pois Marcela foi encontrada, logo depois da prática do delito, por-
tando instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ela a autora da infração
contra Pablo. Trata-se do flagrante presumido, ficto ou assimilado.
Errado.

011. (CESPE/TJ-BA/CONCILIADOR/2019) Acerca da prisão em flagrante delito, assinale a


opção correta.
a) É incabível a lavratura de auto de prisão em razão da prática de crime culposo.
b) A ausência de testemunhas presenciais do crime impede a lavratura do auto de prisão.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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c) O auto de prisão deve ser formalizado em peça única e inteiriça e composto pelas oitivas do
condutor, das testemunhas e do interrogatório do indiciado, os quais oporão suas respectivas
assinaturas apenas ao final do procedimento.
d) É obrigatória a presença de defensor dativo ou constituído por ocasião do interrogatório do
investigado.
e) Em se tratando de ação penal pública condicionada, a lavratura do auto de prisão está con-
dicionada à manifestação do ofendido.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. Flagrante delito inclui crimes e contravenções penais.
b) Errada. Na ausência de testemunhas, com o condutor, deverão assinar o auto de prisão em
flagrante pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
c) Errada. As assinaturas são colhidas após a oitiva de cada um deles. Na ordem do art. 304 do
CPP: condutor; testemunhas e acusado.
d) Errada. Não há obrigatoriedade de defensor nesse momento.
Letra e.

012. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) A prisão em flagrante do autor de cri-


me de ação penal pública condicionada à representação substitui a necessidade de manifes-
tação do ofendido para instauração de inquérito policial.

Não substitui:

CPP – Art. 4º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado. Há a necessidade de manifestação do ofendido para a formalização do
auto de prisão em flagrante nos crimes de ação penal pública condicionada à representação.
Errado.

013. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Jaime foi preso em flagrante por ter


furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à delegacia, Jaime, em depoimento ao
delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que era o autor do furto. Na audiência de
custódia, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventi-
va, sob o argumento da gravidade abstrata do delito praticado. No entanto, após ouvir a defesa,
o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento de que não estava presente o requisito le-
gal da atualidade do flagrante, em razão do lapso temporal de dois meses entre a consumação
do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova diligência no inquérito policial instaurado
pelo delegado para apurar o caso, Jaime, já em liberdade, retratou-se da confissão, alegando

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que havia pegado a bicicleta de Abel como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido,
Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou, ainda, que registrou boletim de ocorrência do
furto da bicicleta em retaliação à conduta de Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competente
arquivou o inquérito policial a requerimento de membro do Ministério Público, por atipicidade
material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jai-
me e Abel acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
O delegado de polícia não poderia deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante de Jaime,
mesmo que tivesse observado a ausência da atualidade do flagrante, nem caberia a ele sugerir
o arquivamento do inquérito em relatório final, uma vez que a ação do delegado em sede de
investigações policiais é regida pelo princípio do in dubio pro societate e deve fazer prevalecer
o interesse público sobre o individual.

O delegado de polícia não deveria ter lavrado auto de prisão em flagrante, visto que Jaime
não se encontrava nas situações autorizadoras do art. 302 do CPP. No mais, Renato Brasilei-
ro explica:

Pelo menos em regra, deve a autoridade policial abster-se de fazer qualquer juízo de valor no relató-
rio, já que a opinio delicti deve ser formada pelo titular da ação penal: Ministério Público, nos crimes
de ação penal pública; ofendido ou seu representante legal, nos crimes de ação penal de iniciativa
privada.
Errado.

014. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) João integra uma


organização criminosa que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, ci-
garros de origem estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Se João for preso em flagrante e o escrivão estiver impossibilitado de proceder à lavratura do
auto de prisão, a autoridade policial poderá designar qualquer pessoa para fazê-lo, desde que
esta preste o compromisso legal anteriormente.

Exatamente o que determina o CPP:

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavra-
rá o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Certo.

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015. (CESPE/EBSERH/ADVOGADO/2018) Julgue o seguinte item, acerca do habeas corpus e


de medidas coativas de prisão.
Será incabível a prisão em flagrante do autor de crime processável mediante ação pública
condicionada a representação, caso inexista autorização do ofendido ou de seu representante
legal para a formalização do auto.

Nós já discorremos bem esse assunto. Questão reforça o que já estudamos.


Certo.

016. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2016) João, aproveitando-se


de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele
pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso
em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito
policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal.
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.
O prazo previsto para que a autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente
é de cinco dias.

Muito cuidado para não confundir prazo de DURAÇÃO de uma prisão com o prazo para COMU-
NICAÇÃO da prisão ao magistrado.
Conforme rege o CPP, a prisão deve ser comunicada IMEDIATAMENTE à autoridade judiciária:

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
Errado.

017. (CEBRASPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Camila foi presa em flagrante de-


lito pela suposta prática de tráfico de drogas. Após ser citada da ação penal, manifestou inte-
resse em ser assistida pela defensoria pública.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item, com base na jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça e nas disposições do Código de Processo Penal.
Devido à gravidade do delito de que Camila é acusada, o juiz que receber o auto de prisão em
flagrante está legalmente impedido de, de ofício, conceder-lhe liberdade provisória ou aplicar-
-lhe medidas cautelares.

O CPP prevê o seguinte:

Não há norma alguma, nem nenhum entendimento jurisprudencial que admita a gravidade do delito
como fundamento idôneo para impedir o juiz de conceder liberdade provisória ou converter a prisão
em medida cautelar.

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Lembre-se de que até em crimes inafiançáveis o STF tem admitido a concessão de liberdade
provisória sem fiança.
Errado.

018. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Júlio foi preso em flagrante pela


prática de furto de um caixa eletrônico da CEF. Júlio responde a outros processos por crime
contra o patrimônio.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.
No caso de Júlio ter praticado furto simples, a própria autoridade policial poderia ter arbitrado
a fiança com relação a este crime.

A autoridade policial pode arbitrar fiança em delitos cuja pena não supere 4 anos. Este é o caso
do furto simples.
Certo.

019. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) A respeito da prisão, da citação, do adita-


mento e dos procedimentos nas infrações penais de menor e maior potencial ofensivo, julgue
o item seguinte.
Uma vez informado o nome e o endereço de seu advogado pelo autuado, não haverá necessi-
dade de comunicação da DP a respeito da prisão em flagrante.

Uma vez que se garante que o autuado possui advogado constituído, dispensa-se o envio dos
autos à Defensoria Pública.
Certo.

020. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO – AGENTE DE POLÍCIA


LEGISLATIVA/2014) Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos
Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é
servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Tendo sido surpreendidos em situação de flagrante impróprio, Paulo e João devem ser encami-
nhados à autoridade policial para a lavratura do auto de prisão, devendo o juiz ser comunicado,
no prazo de 24 horas, para, se presentes os requisitos legais, convertê-la em prisão preventiva.

Nada disso. O juiz deve ser comunicado imediatamente. Assim rege o CPP.
Errado.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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021. (CESPE/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Após a prisão em flagrante, a autoridade


policial deverá entregar ao preso a nota de culpa em até vinte e quatro horas, pois não é permi-
tido que alguém fique preso sem saber o motivo da prisão.

Exatamente! É o que prevê o art. 306 do CPP: A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada.
Certo.

022. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA/2013) Mário foi surpreendido no momento em


que praticava crime de ação penal pública condicionada à representação. A partir dessa situa-
ção hipotética, julgue os itens a seguir.
A prisão em flagrante é ilegal, por ser vedada em caso de crimes que se submetem à ação pe-
nal pública condicionada. Nesse caso, para apurar a conduta de Mário, o delegado poderá, ex
officio, instaurar inquérito policial.

Nada disso. A prisão em flagrante só não será possível se a vítima não comparecer à delega-
cia. Se a vítima estiver presente e informar a autoridade policial que quer representar, o auto de
prisão em flagrante será lavrado normalmente.
Errado.

023. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA/2013) A nota de culpa deve ser entregue a Ma-


rio no momento da prisão em flagrante, sob pena de a autuação posterior tornar-se ilegal e
passível de livramento imediato por habeas corpus.

A nota de culpa deve ser entregue em até 24 horas, e não no exato momento da prisão em fla-
grante, como afirmou o examinador.
Errado.

024. (CEBRASPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Após denúncia anônima, João


foi preso em flagrante pelo crime de moeda falsa quando fazia uso de notas de cem reais fal-
sificadas. Ele confessou a autoria da falsificação, confirmada após a perícia. Com base nessa
situação hipotética e nos conhecimentos específicos relativos ao direito processual penal, jul-
gue o item subsecutivo.
O delegado tem competência para arbitrar a fiança de João, visto que se trata de crime
afiançável.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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O delito de moeda falsa possui pena máxima cominada em abstrato SUPERIOR a 4 anos, de
modo que o delegado não poderá arbitrar a fiança para tal delito – apenas o magistrado poderá
fazê-lo. A questão demanda que o candidato saiba a pena do delito de moeda falsa.
Errado.

025. (CESPE/MPU/ANALISTA – DIREITO/2013) Considerando que um servidor público te-


nha sido preso em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econô-
mica Federal, tendo sido o crime facilitado em razão da função exercida pelo referido servidor.
Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal.
Ao receber o auto de prisão em flagrante do servidor, o juiz deverá converter a prisão em fla-
grante em preventiva e, então, se for o caso, deliberar pela aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão, como a suspensão do exercício da função pública.

Conforme estudamos, a prisão é a última das medidas cautelares, e só será decretada se ne-
nhuma outra medida cautelar foi suficiente para tutelar os direitos e bens jurídicos ameaçados.
Dessa forma, o juiz primeiro irá deliberar pela aplicação de outras medidas cautelares, para só
depois decidir pela decretação da preventiva.
Errado.

Outras Bancas

026. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR/2019) Nos


exatos termos do art. 302 do CPP, considera-se em flagrante delito quem:
a) cometeu a infração penal nas últimas 24h.
b) é imediatamente reconhecido como autor do crime pela vítima.
c) é avistado em conduta que gera fundada suspeita, logo após o crime.
d) é encontrado com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.
e) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração.

Caro(a) aluno(a), a assertiva “d” foi invalidada por não possuir o termo “logo depois” e, portan-
to, a única que se encaixa nas hipóteses de prisão em flagrante do art. 302 do CPP é a asser-
tiva “e”: é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração.
Letra e.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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027. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2019) Sobre a prisão


em flagrante é correto afirmar que:
a) toda pessoa do povo tem o dever legal de prender quem esteja em flagrante delito.
b) em caso de crime hediondo a comunicação da prisão em flagrante à família do preso pode
ser proibida pelo Delegado de Polícia.
c) pode ser relaxada se estiver em conformidade com as formalidades legais e o fato consti-
tuir crime.
d) a ausência de testemunhas do crime impede a elaboração do auto de prisão em flagrante.
e) é considerado em flagrante delito não só aquele que está cometendo a infração penal como
aquele que acaba de cometê-la.

Vamos analisar cada uma delas:


a) Errada. Qualquer do povo pode prender em flagrante delito. Trata-se do exercício regular de
um direito.
b) Errada. Toda prisão deve ser imediatamente comunicada à família do preso.
c) Errada. A prisão será relaxada quando for ilegal.
d) Errada. A ausência de testemunhas não impedirá. Nesse caso, com o condutor, assina-
rão o APF pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
e) Certa. Trata-se do flagrante próprio, real ou perfeito.
Letra e.

028. (FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2019) Lucas, oficial do Ministério


Público, enquanto cumpria sua função em via pública, por volta de 15h, depara-se com Antônio
conduzindo uma motocicleta com simulacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com
aquela situação, tendo em vista que identificou, pela placa, que aquela moto era de propriedade
de seu colega de trabalho. Diante disso, Lucas entra em contato com seu colega, que confirma
que fora vítima de um crime de roubo que teria sido praticado 30 minutos antes, descrevendo
as características do autor do fato, que coincidiam com as de Antônio.
Considerando as informações expostas, em sendo confirmada a autoria, é correto afirmar
que Lucas:
a) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, tendo em vista que, apesar da situação de
flagrante, o ato somente pode ser realizado por agentes de segurança pública.
b) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez que inexiste situação de flagrante
prevista em lei, apesar da identificação da autoria.
c) poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois constatada a situação de flagrante próprio
prevista em lei.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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d) poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante
presumido.
e) poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado.

A situação narrada diz respeito ao flagrante presumido, ficto ou assimilado: Aquele que é en-
contrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
Letra d.

029. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2019) Enquanto


Pedro estava praticando um crime de furto em um carro localizado na rua, Antônio, que morava
na casa da frente, contatou o seu advogado e perguntou quem poderia prendê-lo.
À luz da sistemática afeta aos direitos e garantias constitucionais, o advogado respondeu cor-
retamente que, naquele instante, Pedro
a) apenas poderia ser preso por ordem do Delegado de Polícia.
b) apenas poderia ser preso pelo proprietário do veículo.
c) apenas poderia ser preso se houvesse ordem judicial.
d) poderia ser preso por qualquer do povo.
e) apenas poderia ser preso pela polícia.

Trata do art. 301 do CPP:

Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.
Letra d.

030. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019) Sobre as prisões cautelares ad-


mitidas no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa que reproduz corretamente
conceito jurídico ou dispositivo legal.
a) Considera-se em flagrante delito quem é perseguido, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, logo após ocorrer situação que faça suspeitar ser ele o autor da infração.
b) A falta de testemunhas da infração impedirá o auto de prisão em flagrante ainda que com o
condutor assinem outras duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
c) Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá, fundamentadamente, relaxar a prisão
ilegal com arbitramento de fiança.
d) Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apre-
sentado à do lugar mais próximo, quando, por motivos de saúde, não puder aguardar o resta-
belecimento da primeira.
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e) Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. A afirmação misturou características do flagrante impróprio com o presumido.
b) Errado. Não impedirá. Nesse caso, com o condutor, assinarão o APF pelo menos duas pes-
soas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
c) Errada. O juiz poderá relaxar a prisão ilegal ou convertê-la em preventiva, quando presentes
os requisitos e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
prisão; ou ainda conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
d) Errada. O CPP determina em seu art. 308 que não havendo autoridade no lugar em que se
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
e) Certa. É o flagrante presumido.
Letra e.

031. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) “Flagrante” significa o manifesto, ou evi-


dente, e o ato que se pode observar no exato momento de sua ocorrência. Sobre a prisão em
flagrante e suas eventuais conversões, assinale a alternativa correta.
a) A prisão em flagrante é uma modalidade de execução provisória da pena.
b) A prisão em flagrante só pode ocorrer mediante a expedição de mandado judicial prévio que
possibilite a identificação e localização do acusado.
c) Sendo modalidade de prisão cautelar, a prisão em flagrante só é cabível em crimes afiançá-
veis em que a pena abstrata seja superior a 4 anos de privação de liberdade máxima.
d) A prisão em flagrante é a modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, reali-
zada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal (crime ou
contravenção penal).
e) A prisão em flagrante pode ser convertida em prisão temporária, mas a prisão preventiva só
pode advir de decisão judicial fundamentada enquanto estiver solto o acusado.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. Trata-se de prisão cautelar ou provisória.
b) Errada. Independe de mandado judicial.
c) Errada. Não essa previsão legal para a prisão em flagrante.
d) Certa. Exatamente essa definição;
e) Errada. Nada disso. O juiz, na audiência de custódia, poderá relaxar a prisão ilegal ou con-
vertê-la em preventiva, quando presentes os requisitos e se revelarem inadequadas ou insufi-
cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou ainda conceder liberdade provisória, com
ou sem fiança.
Leta d.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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032. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) Suponha que dois policiais


civis abordem um indivíduo em atitude suspeita e que portava ferramentas aparentemente
destinadas ao crime de furto. Durante a abordagem, o indivíduo, de livre e espontânea vontade,
confessa aos policiais que o seu objetivo era utilizar as ferramentas para realizar furto a resi-
dências. Tendo em vista a situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) O indivíduo deverá ser preso em flagrante delito pela tentativa de furto à residência, haja vista
portar as ferramentas necessárias, bem como haver confessado de livre e espontânea vontade.
b) Neste caso, haverá o flagrante pela tentativa de furto, pois o agente estava prestes a come-
ter a infração, não tendo a consumação se efetivado por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) Não haverá flagrante capaz de ensejar a prisão, uma vez que, no caso apresentado, o agente
não atingiu os atos de execução do delito, não havendo se falar em flagrante pelos atos pre-
paratórios.
d) O agente estaria em flagrante delito devido às ferramentas a serem utilizadas no delito, in-
dependentemente da sua confissão.
e) A confissão obtida sem o contraditório e a ampla defesa impossibilitariam o flagrante.

Na situação narrada, o agente não passou dos atos preparatórios de forma a impossibilitar a
prisão em flagrante.
Letra c.

033. (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMO-


ÇÃO/2019) Sobre a prisão em flagrante, assinale a alternativa correta.
a) No caso em que o agente é perseguido, logo após o fato, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em circunstâncias que façam presumir ser autor da infração, a situação
de flagrância durará pelo prazo de 24 horas, depois do qual não será mais possível a prisão em
flagrante.
b) Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
c) A falta de testemunhas da infração impedirá a autuação da prisão em flagrante.
d) A comunicação da prisão ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso, ou
à pessoa por ele indicada, deve ser feita em até 24 horas.
e) Se for o caso de liberdade provisória, ao receber o auto da prisão em flagrante, o juiz a relaxará.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. Não há lapso temporal definido em lei para a caracterização da prisão em flagrante.
b) Certa. Súmula n. 145 do STF.
c) Errada. Não impedirá. Nesse caso, com o condutor, assinarão o APF pelo menos duas pes-
soas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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d) Errada. A comunicação é imediata.


e) Errada. O juiz relaxará a prisão ilegal. Poderá conceder liberdade provisória, com ou
sem fiança.
Letra b.

034. (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Impor-se-á prisão em flagrante:


a) a Deputado Federal flagrado na prática de crime de estelionato.
b) à pessoa que for flagrada transportando, para consumo pessoal, drogas, em desacordo com
determinação legal.
c) à pessoa que, flagrada na prática de crime de menor potencial ofensivo, tiver termo cir-
cunstanciado de ocorrência lavrado e assumir compromisso de comparecer ao juizado espe-
cial criminal.
d) à pessoa flagrada na prática de crime de furto simples de coisa avaliada em R$ 50,00 (cin-
quenta reais).
e) ao condutor de veículo, no caso de homicídio culposo na direção de veículo automotor, que
prestar à vítima pronto e integral socorro.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. Conforme estudamos, só poderão ser presos por em flagrante de crime inafiançável.
b) Errada. Na lei de drogas não se impõe prisão ao indivíduo que pratique o art. 28 do diploma
legal (porte de drogas para uso pessoal) – mesmo que este se recuse a prestar o compromis-
so de comparecer ao Juizado Especial Criminal.
c) Errada. Conforme estudamos, na situação apresentada também não se imporá prisão em
flagrante nos termos do art. 69, parágrafo único da Lei n. 9.099/1995.
d) Certa. Essa é a resposta, visto que os requisitos para aplicação do princípio da insignificân-
cia só poderão ser objeto de análise do juiz.
e) Errada. Não se imporá prisão em flagrante e nem fiança conforme determinação do
CTB, art.301.
Letra d.

035. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em relação à prisão em flagrante, as-


sinale a alternativa correta.
a) A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena pri-
vativa de liberdade máxima não seja superior a 2 anos.
b) O delito putativo por obra do agente provocador é contemplado na lei e mesmo na doutrina
como espécie do chamado quase-flagrante.
c) Para existir a prisão em flagrante nas hipóteses de perseguição é necessário que o agente
seja preso em até 24 horas após o fato.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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d) A atribuição para a lavratura do auto de prisão em flagrante é da autoridade policial do local


em que ocorrer a prisão-captura, mesmo que esta se dê em local diverso do da prática do crime.
e) Chama-se flagrante impróprio a situação de prisão em que o agente é surpreendido quando
acabou de cometer o delito.

Vamos analisar as assertivas:


a) Errada. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja
pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos.
b) Errada. É o chamado flagrante preparado.
c) Errada. Inexiste lapso temporal.
d) Certa.

Art. 290 do CPP: Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca,
o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente
à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso.
e) Errada. Trata-se do flagrante próprio.
Letra d.

036. (FCC/TRT – 2ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA/2018) A respeito da pri-


são em flagrante, avalie as seguintes afirmações:
I – Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com objetos ou papéis
que façam presumir ser ele autor da infração.
II – O juiz de direito não pode presidir o auto de prisão em flagrante, função que é privativa da
autoridade policial.
III – A falta de testemunhas da infração penal impede a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

Vamos analisar as assertivas:


I – Certo. É o flagrante presumido.
II – Errado. Poderá sim quando o crime for cometido em sua presença ou contra ele, desde que
no exercício de suas funções.
III – Errado. Não impedirá:

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Prisão – Prisão em Flagrante
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Art. 304, § 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado
a apresentação do preso à autoridade.
Letra a.

037. (VUNESP/2022/PREFEITURA DE OSASCO - SP/GUARDA CIVIL MUNICIPAL - 3ª CLAS-


SE) Nos termos do Código de Processo Penal, é correto afirmar que
a) a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
o juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
b) em até 48 (quarenta e oito) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advo-
gado, cópia integral para a Defensoria Pública.
c) em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao Promotor
de Justiça competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, cópia integral para a Procuradoria Geral do Estado.
d) a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados em até 48 (qua-
renta e oito) horas ao Promotor de Justiça competente e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada.
e) em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz com-
petente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
cópia integral para a Procuradoria Geral do Estado.

A questão aborda a literalidade do CPP, vejamos:

CPP, art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz compe-
tente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.
Letra a.

038. (VUNESP/2018/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Acerca da prisão em flagrante, assinale


a alternativa correta.
a) Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
deverá pedir apoio da Autoridade Policial local para poder lhe efetuar a prisão.
b) Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de pri-
são em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na pre-
sença deste.

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Prisão – Prisão em Flagrante
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c) O militar não poderá ser preso em flagrante delito e sim autuado e recolhido ao quartel da
instituição a que pertencer.
d) Na falta ou no impedimento do escrivão, somente a Autoridade Policial poderá lavrar o auto.
e) Quando o fato for praticado em presença da Autoridade Policial, ou contra esta, no exercício
de suas funções, outra Autoridade Policial deverá ser convocada para a autuação em flagrante.

Vejamos cada uma das assertivas:


a) Errada. Conforme o art. 290 do CPP, “se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro
município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apre-
sentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de
flagrante, providenciará para a remoção do preso”.
b) Certa. É a previsão do art. 304, § 3o, do CPP: “Quando o acusado se recusar a assinar, não
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemu-
nhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste”.
c) Errada. Conforme o art. 300, parágrafo único, do CPP, “o militar preso em flagrante delito,
após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que perten-
cer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes”.
d) Errada. Conforme o art. 305 do CPP, “na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pes-
soa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal”.
e) Errada. Conforme o art. 307 do CPP, “quando o fato for praticado em presença da autoridade,
ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz
de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo
assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz
a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver
presidido o auto”. Trata-se, pois, da autoridade judiciária.
Letra b.

039. (VUNESP/2015/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE) O indivíduo “A”,


que coloca dolosamente sua carteira na mochila de “B”, para logo em seguida acionar a polí-
cia, sob a alegação de haver sido furtado por “B”; tendo os policiais encontrado a carteira de
“A” no interior da mochila de “B”, “B” é preso em flagrante pela prática de crime. A hipótese ora
narrada é, pela doutrina, denominada flagrante
a) esperado.
b) provocado ou preparado.
c) retardado ou diferido.
d) presumido ou ficto.
e) forjado.

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Conforme estudamos, o flagrante forjado, também chamado de flagrante urdido, maquiado


ou fabricado, é aquele cuja materialidade foi inteiramente composta por terceiros. É um fla-
grante totalmente artificial, uma verdadeira armação. É exatamente essa a situação narrada
pela questão.
Letra e.

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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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