Períodos Literários

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Colégio Estadual Antônio Prado Junior

Língua Portuguesa/Literatura – Professora Fanny Nigri – 1º. Ano do Ensino Médio


Aluno: _______________________________________________________ no.: ________

Cada período literário descreve a sociedade da época enfocando sua cultura,


linguagem e ideias. O estudo destes períodos literários nos ajuda a compreender e a
acompanhar melhor as mudanças que acontecem na sociedade.
De um modo geral, podemos reconhecer ao longo da história literária brasileira 2
momentos básicos:

1º) Literatura do Período Colonial (1500-1836) - Período em que a cultura


portuguesa se impôs.
- Literatura Informativa
- Barroco
- Arcadismo
2º) Literatura do Período Nacional (1836 até os nossos dias) - Marcado pelo esforço
em alcançar uma autonomia cultural mais vigorosa.
- Romantismo
- Realismo/Naturalismo
- Parnasianismo
- Simbolismo
- Pré-Modernismo
- Modernismo
- Pós-Modernismo

LITERATURA INFORMATIVA (século XVI)


Como o próprio nome já diz, o objetivo da Literatura Informativa era descrever a
terra brasileira. Jesuítas, cronistas e viajantes portugueses produziram no séc. XVI
inúmeros textos sobre a terra recém-descoberta. A Literatura de Informação começou com
a Carta de Pero Vaz de Caminha em 1500.
OUTRAS OBRAS
Padre Manuel da Nóbrega: Diálogo sobre a conversão do gentio
Gabriel Soares de Sousa: Tratado descritivo do Brasil
Além dessas obras devemos destacar também a produção do padre José de Anchieta que
escreveu poesias e autos religiosos a fim de catequizar os índios.
CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA INFORMATIVA
Textos descritivos
Nacionalismo
Os portugueses queriam transmitir sua fé aos índios, mas eles já tinham a sua própria
cultura.
BARROCO (Final do séc.XVI e início do séc. XVII)
Período literário caracterizado pelos contrastes, oposições e dilemas.
O homem do barroco buscava a salvação ao mesmo tempo que queria usufruir dos prazeres
mundanos,daí surgiram os conflitos.É o antropocentrismo (homem) opondo-se ao
Teocentrismo (Deus).
O homem deste período está entre o céu e a Terra. Mesmo se valorizando, ele vivia
atormentado pela idéia do pecado,então vivia buscando a salvação.
CARACTERÍSTICAS
1-Culto dos contrastes. Presença da antítese: claro/escuro, vida/morte, tristeza/alegria,
2-Pessimismo
3-Intensidade = presença da hipérbole (figura de linguagem caracterizada pelo exagero da
expressão)
4-Linguagem muito rebuscada
AUTORES E OBRAS
1-Bento Teixeira: “Prosopopéia” marco inicial do Barroco brasileiro em 1601
2-Gregório de Matos: apelidado “Boca do Inferno”. Escreveu poesia lírica,satírica e
religiosa.Não publicou nada em vida,o que conhecemos de sua obra é fruto de pesquisas.O
apelido é porque o autor retratava a sociedade da época(às vezes, com uma linguagem
considerada de baixo calão.)
3 – Padre Antônio Vieira: “Sermão da Sexagésima”, ”Sermão de Santo Antônio aos peixes”

ARCADISMO (SÉC.XVIII)
Em oposição aos exageros do Barroco, surge o Arcadismo que propunha
uma literatura mais simples. Arcadismo deriva de Arcadia. Arcadia: região grega onde,
segundo a mitologia, viviam os poetas e pastores.
O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publicação de “Obras” de Cláudio
Manuel da Costa em 1768.

CARACTERÍSTICAS AUTORES E OBRAS


1-Culto à natureza Cláudio Manuel da Costa: “Obras”, “Vila
2-Bucolismo (vida campestre) Rica”
3-Simplicidade Tomás Antônio Gonzaga: “Marília de
Dirceu”, “Cartas Chilenas”
Basílio da Gama: “O Uraguai”

“Na obra desses poetas podemos reconhecer a presença não só de alguns elementos
típicos da natureza brasileira como também certa tendência para a confissão de tramas
sentimentais e amorosas, antecipando assim o estilo romântico que surgiria plenamente no
século seguinte” (Douglas Tufano).

ROMANTISMO (SÉC. XIX)


-Prosa -Poesia
A POESIA DO ROMANTISMO
O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de “Suspiros Poéticos e
Saudades” de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra
no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX.
A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos
pessoais, com os autoresvoltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio
de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se
sobressai um intenso desejo de liberdade.
O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e
retórico mas sempre sentimental e nacionalista.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
-Exaltação dos sentimentos pessoais; reformas sociais;
-Expressa os estados da alma; -Valorização da natureza;
-Exaltação da liberdade, igualdade e -Sentimento nacionalista
TENDÊNCIAS DA POESIA ROMÂNTICA

-Indianismo -Ultra-Romantismo -Poesia Social


CONTEXTO HISTÓRICO
- Surgiu a partir da segunda metade do século XIX.
- As idéias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço.
- As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a
ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico.
- Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias
de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos freqüentes com as grandes cidades
europeias.
- Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população
urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado.
O Realismo iniciou-se na França, em 1857, com a publicação de “Madame Bovary”, de
Gustave Flaubert.
No Brasil foi em 1881, com “Memórias Póstumas da Brás Cubas” de Machado de
Assis e “O Mulato” de Aluísio Azevedo.
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Língua Portuguesa/Literatura – Professora Fanny Nigri – 2º. Ano do Ensino Médio
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CARACTERÍSTICAS DO REALISMO
- Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental
- Representação mais fiel da realidade
- Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, como o
casamento, por exemplo
- Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da
classe
- Influência dos métodos experimentais
- Narrativa minuciosa (com muitos detalhes)
- Personagens analisadas psicologicamente

AUTORES PRINCIPAIS
Machado de Assis
É considerado o maior escritor do século XIX, escreveu romances e contos, mas
também aventurou-se pelo mundo da poesia, teatro, crônica e critica literária.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Foi tipógrafo e revisor tornando-se
colaborador da imprensa da época.
Sua infância foi muito pobre e a sua ascensão artística se deve a muito trabalho e
dedicação. Sua esposa, Carolina Xavier, o incentivou muito na carreira literária, tanto que
foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
Como romancista escreveu: ”A mão e a luva”, “Ressurreição”, ”Helena” e “Iaiá
Garcia”.
Embora sejam romances, essas obras também revelam algumas características que
futuramente marcarão a fase realista e madura do autor, como a análise psicológica dos
personagens, o humor, monólogos interiores e cortes na narrativa (uma das suas principais
características).
“Memórias Póstumas da Brás Cubas” (considerado o divisor de águas na obra
machadiana) “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”,
revelam o interesse cada vez maior do autor de aprofundar a análise do comportamento do
homem, revelando algumas características próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria,
o egoísmo e a vaidade, todas encobertas por uma aparência boa e honesta.
Como contista Machado escreveu: ”A Cartomante”,”O Alienista”,”O Enfermeiro”,”O
Espelho” dentre outros. Como cronista escreveu, entre 1892 e 1897, para a Gazeta de
Notícias, sob o título “A Semana”.
Embora suas peças teatrais não tenham o mesmo nível que seus contos e romances,
ele nos deixou “Quase ministro” e “Os deuses da casaca”.
Como crítico literário, além de vários prefácios e ensaios destacam-se 3 estudos:
”Instinto de nacionalidade”,”A nova geração” e “O primo Basílio” (a respeito do romance
de mesmo nome de Eça de Queirós).
Outros Autores
Raul Pompéia: “O Ateneu”
Aluísio Azevedo: “O cortiço”,”O Mulato”, “Casa de pensão”
Inglês de Souza: “O missionário”
Adolfo Caminha: “A normalista”, “Bom-Crioulo”
Domingos Olímpio: ”Luzia-Homem”
Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o
sentimentalismo dos românticos e percorreu novos caminhos. Na prosa, surgiu
o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo.
Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos
(linguagem simples, emprego da sintaxe e vocabulário brasileiros, sentimentalismo, etc)
esconderam as verdadeiras qualidades da poesia. Então, propuseram uma literatura mais
objetiva, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto),
racionalista e voltada para temas universais.
A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias
exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.
Desde a década de 1870, as idéias parnasianas já estavam sendo divulgadas. No
final dessa década, o jornal carioca “Diário do Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em
versos que ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um lado, os adeptos
do Realismo e Parnasianismo, e, de outro os seguidores do Romantismo.
Como consequência, as ideias parnasianas e realistas foram amplamente divulgadas
nos meios artísticos e intelectuais do país.
O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de
“Fanfarras” de Teófilo Dias.

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS


- OLAVO BILAC (16/12/1865 – 28/12/1918)
Tentou estudar medicina e advocacia, porém abandonou as duas carreiras por gostar
mais de artes plásticas.
Além de poesias, ele também escreveu crônicas e comentários, inicialmente
publicados em jornais e revistas.
Foi inspetor escolar, secretário da Liga de Defesa Nacional, jornalista, tomou parte
na fundação da Academia de Letras e foi sócio correspondente da Academia das Ciências
de Lisboa.
Trabalhou muito pelo ensino cívico e pela defesa do país.
Expressou seu mundo interior através de uma poesia lírica, amorosa e sensual,
abandonando o tom comedido do Parnasianismo.
Olavo Bilac criou uma linguagem pessoal e comunicativa, não ficando limitado às
ideias parnasianas.
Por causa disso, ele é considerado um dos mais populares escritores de sua época.
Escreveu: “A sesta de Nero”, “O incêndio de Roma”, “O Caçador de Esmeraldas”
“Panóplias”, “Via Láctea”, “Sarças de fogo”, “As viagens”, “Alma inquieta”, “Tarde”
(publicada após a sua morte, em 1919), etc.
- ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937)
Um dos mais típicos poetas parnasianos. Suas poesias se caracterizam por um
grande preciosismo vocabular. Possui características românticas, porém é mais contido e
não tão sentimental como os românticos.
Obras: “Canções Românticas”, “Meridionais”, “Sonetos e Poemas”, “Versos e
Rimas”.
- RAIMUNDO CORREIA (1860 – 1911)
A visão negativa e subjetiva que tinha do mundo deu um certo tom filosófico à sua
poesia, embora apenas superficialmente.
Poemas:” Plenilúnio”, “Banzo”, “A cavalgada”, “Plena Nudez”, “As pombas”.
Livros: “Primeiros Sonhos”, “Sinfonias”, “Versos e Versões”, “Aleluias”, “Poesias”.
- VICENTE DE CARVALHO (1866 – 1924)
Apesar do rigor com a forma, ele não possui características parnasianas, pois não
abandonou a expressão lírica e sentimental do romantismo.
Obras: “Ardentias”, “Relicário”, “Rosa, rosa de amor”, “Poemas e canções”.
Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formavam a “Tríade Parnasiana”.
CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO
- Preocupação formal
- Comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a escultura
- Referências a elementos da mitologia grega e latina
- Preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens)
- Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas características físicas)
- Habilidade na criação dos versos
- Vocabulário culto
- Objetivismo
- Universalismo
- Apego à tradição clássica

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O Simbolismo é um movimento que aprofunda e radicaliza os ideais românticos,


estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Ele nasceu na
França, no final do século XIX, em contraposição ao Realismo e ao Naturalismo. No
intenso contato com a cultura, a mentalidade, as artes e a religiosidade orientais, os artistas
desta época mergulham nestes valores distintos do pensamento ocidental, mais racional, e
espelham em suas criações esta outra visão de mundo.
Sem o Romantismo, com sua oposição ao uso desmedido da Razão, o Simbolismo
não existiria, pois ele se apropria dos princípios românticos e os aprofunda de tal forma que
nem o romântico mais contagiado pelas raízes desta Escola o faria. Os simbolistas
percorrem, assim, caminhos mais ousados e irracionais, recorrendo ao uso extremo dos
símbolos e do misticismo, empreendendo rumo ao inconsciente uma jornada além dos
limites extremos da razão, um mergulho nos recantos mais ocultos do inconsciente.
Os simbolistas adotavam uma visão pessoal e individualista da realidade, sem se
ater muito aos princípios estéticos então vigentes. Isto lhes valeu o pejorativo apelido de
‘decadentistas’. Em 1886, porém, a publicação de um importante manifesto – ‘O Século
XX’, do teórico deste movimento, Jean Moréas – deu ao movimento seu nome definitivo –
simbolismo. Na França, esta escola está intimamente ligada às conseqüências da Revolução
Francesa, que marcaram sua natureza sócio-cultural, e às teorias elaboradas pelo
Romantismo e pelo Liberalismo.
Para os adeptos do Simbolismo, não basta sentir as emoções, mas é necessário levar
em conta também a sua dimensão cognitiva. Esta é a real postura poética, segundo seus
seguidores. Este movimento se reveste igualmente de um marcante subjetivismo, ou seja,
de um teor individualista, em detrimento da visão geral dos fatos. A musicalidade é um de
seus atributos que mais se destaca; assim, os simbolistas usam ferramentas como a
aliteração e a assonância. Além disso, o Simbolismo revela-se um movimento de caráter
transcendental, sempre resvalando para a imaginação e a fantasia, privilegiando a intuição
para interpretar os dados do real, desprezando a razão ou a lógica.
Os sonhos são para os discípulos do Simbolismo ferramentas fundamentais para
compreender experiências ancestrais do homem, em épocas nas quais prevaleciam
sensações caóticas e anárquicas, que hoje são relembradas pelo sujeito apenas em suas
experiências oníricas ou nas sessões psicanalíticas. Esta escola é essencialmente literária,
pois realiza no âmbito da Literatura uma completa renovação.
Em Portugal o Simbolismo desembarcou no século XIX, com a publicação de
“Oaristo”, de Eugênio de Castro, em 1890. No Brasil, em 1893, publicou-se “Missal” e
“Broquéis”, de Cruz e Sousa. Já a poesia simbolista não repercutiu no Brasil como o fez na
Europa. Na França, o Simbolismo ganhou forças com a obra “As Flores do Mal”, do
poetaCharles Baudelaire, em 1857.

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