11_2024_web
11_2024_web
11_2024_web
2024
ANO 132 | Nº 11
CONFIRA AS
NOVI
DADES
www.vidaecaminho.com.br
vidaecaminho
vidaecaminho
vidaecaminho
(11) 3105-7773
[email protected]
O ESTANDARTE • IGREJA NACIONAL • CADERNO 1 • 3
SUMÁRIO | EDITORIAL
SUMÁRIO
UMA LEI QUE NÃO COLOU
C
EVANGELIZAÇÃO PAG 5
A Secretaria de Evangelização ostuma-se dizer que, no Brasil, existem leis que
divulga os trabalhos dos colam e leis que não colam, ou seja, leis que são
campos missionários. respeitadas e leis que só existem oficialmente.
Esse é o caso do Dia de Ação de Graças, comemo-
FATIPI PAG 10 rado na última quinta-feira do mês de novembro.
Nos dias 21 a 24 de outubro A celebração teve sua origem nos Estados Unidos, no ano
foi realizado o 2º Congresso de 1620, quando os colonizadores ingleses renderam graças
Internacional de Teologia. a Deus por terem sobrevivido a um rigoroso inverno. A
data foi oficializada pelo presidente Abraão Lincoln, em
1863, e tornou-se feriado nacional em 1939, na presidência
MISSÃO AMAZONAS PAG 30
de Franklin Delano Roosevelt.
A 3ª IPI de Manaus desen- Nos dias de hoje, trata-se de uma festa celebrada no grande
volve importante trabalho império do norte na qual: não pode faltar o peru como prato
missionário em Humaitá. principal nas refeições que reúnem as famílias; em muitas
cidades acontecem concorridos desfiles em suas ruas; um
campeonato de futebol americano marca todo o dia.
CADERNO 1 A celebração tem grande importância popular, chegando
PASTORAL DA DIRETORIA 04 até a superar as comemorações natalinas e de ano novo.
Como não poderia deixar de ser, dada a influência da
cultura norte-americana no Brasil, também ao nosso pais
CADERNO 2
chegou o Dia Nacional de Ação de Graças. O presidente
SECRETARIA DE EVANGELIZAÇÃO 06 Eurico Gaspar Dutra, em 1949, estabeleceu a comemora-
SECRETARIA NACIONAL DE AÇÃO SOCIAL E DIACONIA 08 ção no calendário nacional. E, em 1965, na ditadura militar,
FATIPI 10 o presidente Humberto de Alencar Castello Branco oficia-
lizou sua celebração na última quinta-feira de novembro.
CADERNO 3 O fundador e dono do Bradesco, Amador Aguiar, fez um
NOSSAS IGREJAS 15 grande esforço, com recursos de que dispunha, para que a
lei que estabeleceu o Dia Nacional de Ação de Graças “co-
CADERNO 4 lasse” no Brasil. Na sede de seu poderoso empreendimen-
ESPIRITUALIDADE REFORMADA 16 to bancário, na Cidade de Deus, em Osasco, SP, durante
alguns anos, Amador Aguiar promoveu a comemoração,
ARTIGO TEOLÓGICO 23-25
transmitindo-a pelos meios de comunicação.
FÉ PARA O DIA A DIA 26 Apesar de todo esse esforço, a celebração não cativou o
ARTIGO 28,30,34 coração do povo brasileiro. É praticamente ignorada de
O MUNDO E O REINO 31 uma forma em geral.
Mesmo assim, algumas denominações protestantes
A VOZ DO SENHOR 32
costumam comemorar o Dia de Ação de Graças. Igrejas REV. GERSON CORREIA
CADERNO 5 utilizam o último domingo de novembro para promover a DE LACERDA
Festa das Primícias.
RESENHA 35 PASTOR AUXILIAR DA 1ª IPI
Qualquer que seja a nossa situação, esta é uma excelente DE OSASCO, SP, E EDITOR E
NOTAS E FALECIMENTO 36 oportunidade para manifestamos nossa gratidão ao Senhor
REVISOR DO JORNAL O ESTANDARTE
ÓRGÃO OFICIAL DA IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL FUNDADO EM 7 DE JANEIRO DE 1893, POR REV. EDUARDO CARLOS PEREIRA,
REV. BENTO FERRAZ E PRESB. JOAQUIM ALVES CORRÊA. (SUCESSOR DE "IMPRENSA EVANGÉLICA", FUNDADA EM 5/11/1864). PRODUZIDO PELA AGÊNCIA DE
COMUNICAÇÃO VIDA & CAMINHO.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA, LITERÁRIA E CULTURAL PENDÃO REAL : • DALKARLOS APARECIDO FRANCO DOS SANTOS
(PRESIDENTE) • MARCOS PAULO DE OLIVEIRA (VICE-PRESIDENTE) • TIAGO NOGUEIRA DE SOUZA (SECRETÁRIO) • ALESSANDO RICHTER • CARLOS EDUARDO ARAÚJO
• EDUARDO BORNELLI DE CASTRO • JACQUELINE BUENO DE SOUZA • KLEBER NOBRE DE QUEIROZ • RAPHAEL FREDERICO AIELLO DE MORAES
CONSELHO EDITORIAL AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO VIDA & CAMINHO: REVS. ANDRÉ LIMA, BENÍCIO ALVES NETO, EUGÊNIO ANUNCIAÇÃO, JULIO T. ZABATIERO E
MARCOS CAMILO SANTANA, PRESBS. EDUARDO MAGALHÃES E REGIANE SOARES, CARLOS ALEXANDRE VENÂNCIO E LISSÂNDER DIAS • REDAÇÃO: • EDITOR E REVISOR:
GERSON CORREIA DE LACERDA • JORNALISTA RESPONSÁVEL: SHEILA AMORIM - REG. MT 31751 • ARTE E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: SEIVA D´ARTES • IMAGENS:
STOCK.ADOBE, UNSPLASH, PEXELS, PIXABAY E ARQUIVO PESSOAL (FOTOS) • RUA DA CONSOLAÇÃO, 2121 . CEP 01301-100 - SÃO PAULO-SP; FONE: (011) 3105-7773;
E-MAIL: [email protected] • PUBLICAÇÃO: PERIODICIDADE MENSAL • ISSN 1980-976-X • EDIÇÃO DIGITAL GRATUITA EM WWW.IPIB.ORG
ARTIGOS ASSINADOS NÃO REPRESENTAM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA IPIB, NEM DA PRÓPRIA DIREÇÃO DO JORNAL, SENDO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS
AUTORES. MATÉRIAS ENVIADAS SEM SOLICITAÇÃO DA REDAÇÃO SÓ SERÃO PUBLICADAS A CRITÉRIO DA DIRETORIA. OS ORIGINAIS NÃO SERÃO DEVOLVIDOS.
4 • CADERNO 1 • IGREJA NACIONAL • O ESTANDARTE
PASTORAL DA DIRETORIA
PRIMÍCIAS E GRATIDÃO
O
ser humano é o coroamento da criação, o fi- nossa salvação.
nal da fantástica obra, lindamente descrita no Nesse imenso contexto, se encontra o tema da reflexão
primeiro capítulo do livro de Gênesis; depois escolhida para a mensagem pastoral deste mês: “Primícias
disso, o Criador descansou e daí em diante e Gratidão”.
continuou a cuidar de tudo o que fez, a gover- Por que Primícias e Gratidão? Como justificar esta es-
nar todo o Universo, do qual é Senhor. colha?
Nesta mesma descrição, vemos que Deus concedeu ao Para entendermos bem o porquê desta escolha, deve-
ser humano a honra de ser mordomo desta criação, in- mos repassar toda a história da humanidade e, em es-
vestindo-o de grande autoridade, a ponto de lhe dizer: pecial, a história do povo eleito de Deus, destacado no
“Multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre Antigo Testamento.
os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal A esse respeito, a Bíblia nos mostra que, desde os mais
que rasteja pela terra” (Gn 1.28). E acrescentou a permis- remotos tempos, com as mais diferentes experiências e
são para que, da criação, extraísse tudo o que necessitasse em meio a intempéries e perseguições, o povo escolhido
para sua sobrevivência. de Deus tem sido plenamente amparado por Ele.
Refletindo sobre estes dois destaques, vê-se claramente Por isso, não obstante as vaciladas deste povo, em vários
a deferência do Criador para com o ser humano, seu zelo momentos, o Senhor sempre esteve presente, no susten-
especial, seu carinho. Ser humano este que, mesmo tro- to material, no amadurecimento e sustento espiritual, no
peçando e, por várias vezes, se insurgindo contra Deus, fortalecimento da fé, mesmo em meio a conflitos e con-
continuou a ser guardado e cuidado por Ele, sem jamais frontos com inimigos.
ter ficado desprotegido. Todavia, para que este povo tivesse essa constante as-
A maior prova deste cuidado, com proteção e infini- sistência, o Criador teve de estar sempre junto a ele, não o
to amor está em Jesus Cristo, que veio ao mundo para deixou a deriva, lançando-o à própria sorte. Deus sempre
estabelecer a eterna aliança entre o ser humano e Deus, teve um plano para seus escolhidos e, na execução deste
deixando claro que Ele, Jesus, é o único caminho para plano, levantou pessoas com incumbências especiais, que
O ESTANDARTE • IGREJA NACIONAL • CADERNO 1 • 5
PASTORAL DA DIRETORIA
se notabilizaram por terem sido fiéis às suas orientações. também escritas por Paulo, percebe-se que, dispondo-
O Senhor escolheu muitos obreiros, com funções especí- -as em sequência, mais que recomendações, elas acabam
ficas e, por meio destas pessoas, transmitiu sua Palavra, compondo um mandamento.
que chegou até nós no Antigo Testamento.. Se juntarmos, em sequência, o versículo 28 do oitavo
Ao lermos as Sagradas Escrituras, podemos acompa- capítulo da Carta de Paulo aos Romanos, com o versículo
nhar toda a trajetória do povo de Deus, observando, por 18 do quinto capítulo da Primeira Carta aos Tessalonicen-
exemplo, que são muitos os registros de experiências tris- ses, temos um mandamento especial: “Sabemos que todas
tes, mas também de alegria e de festas, manifestações de as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
clamor a Deus, e também de regozijo e de gratidão a Ele. daqueles que são chamados segundo o seu propósito; [por
Com estes fatos a Palavra do Senhor nos mostra muito isso], em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus
bem quem é o ser humano e como se comporta; obser- em Cristo Jesus para convosco”.
vamos seu pertencimento a uma sociedade normal, que Deste modo, nossa manifestação de gratidão a Deus,
vivencia toda sorte de experiências inerentes a ele. Po- mais que uma sensação de segurança e de “dever cum-
rém, é importante falarmos que estas manifestações não prido”, deve ser uma manifestação de louvor, adoração
ficaram restritas ao povo judeu, referenciado no Antigo e reconhecimento da soberania de Deus, em nossa vida.
Testamento, mas continuaram com a igreja, conforme No mês de novembro, celebra-se o “Dia Nacional de
podemos ver no Novo Testamento. Ação de Graças” e, em nossas igrejas, celebram-se cultos
Portanto, nós, cristãos, não devemos pensar que Antigo alusivos à data, em algumas delas denominados “Culto
e Novo Testamento são mensagens distintas, mas assimi- das Primícias”. Por isso, Primícias e Gratidão se resumem
lar plenamente que a Palavra de Deus é uma só, ou seja, a uma só coisa, como podemos ver adiante.
Antigo e Novo Testamento se complementam, engendram Iniciando no Antigo Testamento, destaca-se que, de-
uma só mensagem. pois da saída do povo hebreu do Egito, são mencionadas
três festas, que passaram a
ser celebradas, de acordo
NO MÊS DE NOVEMBRO, CELEBRA-SE O com a orientação de Deus.
Dentre elas está a “Festa
“DIA NACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS” das Primícias”, também de-
E, EM NOSSAS IGREJAS, CELEBRAM- nominada “Festa das Sema-
nas” ou “Festa das Colhei-
SE CULTOS ALUSIVOS À DATA, EM tas” (Ex 34.22).
Esta festa, celebrada 50
ALGUMAS DELAS DENOMINADOS dias depois da Páscoa, uma
“CULTO DAS PRIMÍCIAS”. POR das outras duas festas prin-
cipais, externava a gratidão
ISSO, PRIMÍCIAS E GRATIDÃO SE do povo de Israel pela co-
lheita do ano, pelo supri-
RESUMEM A UMA SÓ COISA mento de sua alimentação.
Destaca-se que, no he-
misfério norte, esta festa
Se, no Antigo Testamento, temos pessoas especiais, ocorre durante a Primavera, portanto, entre os dias 21
como os profetas, reis e sacerdotes, dentre outras, que de março e 21 de junho, de nosso calendário atual, a
Deus utilizou para admoestar, orientar e exortar seu povo, qual, após o domínio grego, na região da Palestina, em
no Novo Testamento, Ele utilizou os evangelistas e após- alusão aos 50 dias, após a Páscoa, passou a denominar-se
tolos, para este fim. E, em meio a estas admoestações, Pentecostes.
orientações e exortações, estas pessoas especiais enfatiza- Aqui no Brasil, por estarmos no hemisfério sul do pla-
vam a importância da gratidão para com o próximo, mas, neta, a primavera ocorre entre os dias 23 de setembro e
sobretudo, da gratidão a Deus. 21 de dezembro; por isso, a simbologia das Primícias, a
Quem não se lembra dos versículos de vários Salmos, “Festa dos Primeiros Frutos”, é celebrada em novembro.
nos quais a ordenança é a gratidão? Por exemplo: “Rendei Na realidade, nas Igrejas Cristãs, sobretudo nas de tra-
graças ao Senhor, porque Ele é bom, e a sua misericórdia dição reformada, devido ao seu significado bíblico, esta
dura para sempre” (Sl 107.1); festa foi associada a uma outra festa, que surgiu no ano de
Vemos também em 1 Crônicas, a ordenança do rei Davi 1621, nos Estados Unidos da América do Norte, chamada
a Asafe e a seus irmãos de celebrarem ao Senhor com Thanksgiving Day (dia de ação de graças), mas que foi
hinos de louvor e de ação de graças: “Rendei graças ao Se- também consolidada no Brasil, e ocorre na quarta quin-
nhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, ta-feira do mês de novembro, de acordo com a Lei Federal
os seus feitos” (1Cr 16.8). no 781/49, regulamentada pela Lei no 5.110/65.
Ou, então, em meio às orientações de Paulo aos Co- Porém, a despeito de qualquer outra conotação, leis
lossenses: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em que oficializam a data ou outra alusão simbólica, nós PRESB. ÍTALO
ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele gra- cristãos, devemos ter sempre em mente que a gratidão FRANCISCO CURCIO
ças a Deus Pai” (Cl 3. 17). é mais que uma celebração e mais que um gesto de res-
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DA
Outro registro relevante, está em 1 Coríntios 11.21 peito. Gratidão é um mandamento de Deus ao seu povo, 1ª IPI DE SÃO PAULO, SP, E
quando Paulo lembra que, na última ceia, Jesus a iniciou ao qual devemos sempre obedecer. Por isso, reiteramos: 1º VICE-PRESIDENTE DA DIRETORIA
DA ASSEMBLEIA GERAL DA IPIB
dando graças. “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em
Em outras passagens, mencionadas em cartas distintas, Cristo Jesus para convosco”.
6 • CADERNO 2 • DEPARTAMENTOS INTERNOS DA IPIB • O ESTANDARTE
SECRETARIA DE EVANGELIZAÇÃO
Nosso projeto começou no ano de 2019 através de membros da IPI Ebenézer que congregavam anos. Começamos a reforma e finalizamos
de um plano de ação desenvolvido pelo Presbi- na cidade vizinha Itambé, porém moravam em em 2022. Desde então, nos reunimos em nos-
tério de Maringá, junto com a IPI Ebenézer, de Floresta. sas próprias dependências na área central da
Itambé, PR. Com o envio do Rev. Alexandre Cruz no ano cidade.
Nas décadas de 60 e 70, havia um trabalho de 2019, alugamos um salão, reformamos e co- Estamos no processo de organização de nossa
Presbiteriano Independe na cidade, mas foi meçamos nossos cultos públicos. congregação e orações são bem-vindas, para que
descontinuado nos anos 70, ficando por mui- No ano de 2021, o Presbitério comprou possamos de forma saudável eleger nossos ofi-
tos anos sem ter nossa igreja na cidade. o antigo templo que havia sido da IPI nos ciais e, assim, nos desenvolver como a primeira
O trabalho retornou no ano de 2018 nas casas anos 60, que estava desocupado por muitos IPI da cidade.
SECRETARIA DE EVANGELIZAÇÃO
MOTIVOS DE ORAÇÃO:
REDE REFÚGIO EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP > Pela proteção do Senhor para todos os
que trabalham na Rede Refúgio;
> Pela saúde da missionária, dos migran-
tes e dos refugiados;
> Para que os migrantes e refugiados co-
nheçam a Jesus;
> Pelas reuniões semanais, a fim de que
as pessoas oo bairro possam participar.
No mês de agosto iniciamos reuniões nas casas enfermos, proteção a mulheres e crianças em si- formações da realidade da migração no Brasil.
de famílias venezuelanas. As reuniões são se- tuação de risco e aulas de Português. Com tudo o que ouvimos e vimos, estamos no
manais e têm vindo adultos, jovens e crianças. Também no final do mês de agosto, partici- caminho certo, com a graça de Deus.
Em uma destas reuniões, o casal anfitrião en- pamos do VIII Fórum Refugiados, na cidade Ainda temos muito o que fazer. "A seara é
tregou suas vidas para Jesus. de São Paulo. A Rede Refúgio foi representada grande, e os trabalhadores são poucos". Por isso
Além deste novo projeto, a Rede Refúgio con- por 5 pessoas, sendo o pastor titular da 1ª IPI estamos orando para que o Senhor traga traba-
tinua recebendo novos refugiados, acolhendo em de São José do Rio, um presbítero, uma senhora lhadores para a seara, com o coração disposto
todas as áreas de necessidades, como documen- da igreja, eu e nossa coordenadora missionária a amar estas vidas que foram forçadas a deixar
tação, doações em geral, auxiliando a encontrar Ioná, que foi uma das palestrantes. seus países por diferentes situações e serem aco-
trabalho, visitas nas casas, acompanhamento aos Participar deste Fórum nos trouxe muitas in- lhidas como "natural da terra".
MOTIVOS DE ORAÇÃO:
PLANTAÇÃO DE IGREJA EM ARMAÇÃO DOS BÚZIOS, RJ
> Para alcançar novas vidas e bairros
onde nós moramos;
O projeto de plantação de igreja em Armação alcançar novas vidas nessa região e promover espiritual dentro do município.
dos Búzios é cumprimento do IDE de Jesus o reencontro para aqueles que se encontram Estamos certos de que a obra do Espírito
com visão de crescimento dentro desse muni- afastados de Jesus Cristo. Santo está nesse lugar e juntos na missão esta-
cípio, que é uma cidade turística que está em Considerando por ser uma área turística e remos fortes. Na unidade e no amor, a nossa
fase de crescimento. com cultura diferente, estamos empenhados oração é o fortalecimento da igreja.
Chegamos ao município com objetivo de em fazer acontecer coisas diferentes no nível
8 • CADERNO 2 • DEPARTAMENTOS INTERNOS DA IPIB • O ESTANDARTE
C
om o tema “Desafios da Melhor Idade”, fui con- profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão
vidado a pensar sobre o Dia Nacional do Idoso visões" (Joel 2.28).
e o Dia Internacional da Terceira Idade cele- O sonho do povo da melhor idade é ser reconhecido pelos
brados no dia 1º de outubro de 2024. Desde a seus feitos, muitas vitórias e derrotas, alegrias e tristezas.
minha infância, eu ouvia falar que o Brasil seria Sonhamos com uma igreja acolhedora, preparada para
o país do futuro, que a juventude e os novos brasileiros fa- receber os seus guerreiros que lutaram contra as hostes ce-
riam esse futuro promissor para todos nós. O tempo passou lestiais do inimigo, usando as armas recomendadas pelo
e, aos que envelheceram, quase nada foi feito. Somos um apóstolo Paulo (Efésios 6.10-20).
país de idosos sem qualidade de vida, homens e mulheres Um dos meus sonhos é ver a Igreja do Senhor Jesus, a IPI
que estão cansados de lutar pela sobrevivência e que não do Brasil, realizando grandes obras que beneficiem a todos,
conseguem ter uma velhice saudável. independentemente da idade.
As cidades não são projetadas para dar vida boa aos que Mesmo na chamada melhor idade temos sonhos. Sonhos
ajudaram a construí-las; os automóveis tomaram os espa- pessoais, familiares e para nossa comunidade de fé. Sonha-
ços nas ruas e calçadas. Além disso, os jovens não estão mos com uma igreja comprometida com toda criação de
preparando o mundo para sua própria velhice. Deus. Afinal, Ele nos colocou neste paraíso para sermos
Não aprenderam que a experiência de vida contida na me- cuidadores da sua criação.
mória desses homens e mulheres poderia enriquecê-los ainda Faz parte, além de cuidar das pessoas, cuidar dos ani-
mais, somando-se ao conhecimento tecnológico existente. mais, dos rios, mares, das nascentes, florestas e de todos
Algumas ações foram criadas, como a Lei Federal 11.433, os seres viventes. E esta é uma boa ação a ser realizada por
de 2006, que desenvolveu o Estatuto do Idoso e trouxe al- nós, que somos da melhor idade e que durante a vida toda
guns benefícios àqueles que atingirem os 65 anos. contribuímos com a igreja e com a nossa pátria.
A Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida no dia Quando celebramos o Dia do Idoso nos vemos com o
14 de dezembro de 2020, proclamou a década do envelhe- coração aquecido para continuamos a sonhar, realizar e
cimento saudável 2021-2030. continuamos contribuindo para o Reino de Deus.
REV.APARÍCIO
Mesmo com leis e direitos, os desafios para homens e mu- Sabemos que temos limitações, menos vigor e forças. SOARES CARVALHO
lheres que estão na chamada "melhor idade" são incontáveis. Mas sonhamos ver os idosos continuando a trabalhar para
PASTOR DA IPI DE ALUMÍNIO, SP, E
O que nos faz viver com mais intensidade é a esperança o Reino de Deus. ASSESSOR NA SECRETARIA NACIONAL
DE AÇÃO SOCIAL E DIACONIA – REGIÃO
da chegada de dias melhores. motivada pelas palavras do Afinal, no Reino de Deus, há lugar para todos os tra- SUDESTE
profeta Joel, que diz: "E acontecerá depois que derramarei o balhadores. Independentemente da idade, sempre temos
meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas trabalho a realizar!
10 • CADERNO 2 • DEPARTAMENTOS INTERNOS DA IPIB • O ESTANDARTE
FATIPI
FATIPI
FATIPI DAY
ensino-aprendizagem, a construção do
saber, a edificação da igreja e a partici-
pação na sociedade.
As Escrituras Sagradas são relevantes,
pois vivemos numa sociedade que está
cheia de perguntas e, como igreja, pre-
cisamos ter a sensibilidade de ouvir para
responder aos desafios presentes.
Muitas vezes, a igreja não tem ouvido
a sociedade e, por isso, tem respondido
perguntas que não estão sendo feitas.
Pior é quando a igreja mesma formula
as perguntas para ela mesma responder.
Precisamos levar a sério a Bíblia, tanto
na leitura, como na interpretação.
Precisamos de bons métodos exegé-
ticos, boa hermenêutica, boa teologia
para uma interpretação séria, que leve
a uma prática consciente, que traga res-
postas aos desafios contemporâneos,
pois, muitas vezes ou na maioria das
vezes, as pessoas estão lendo as Escri-
turas Sagradas através das nossas vidas.
Até o próximo Congresso! Deus nos
abençoe! >Rev. Marcos Nunes da Sil-
va, pastor da IPI de Vila Carrão, São
Paulo, SP, e diretor da FATIPI
12 • CADERNO 2 • DEPARTAMENTOS INTERNOS DA IPIB • O ESTANDARTE
FATIPI
V
ivemos numa sociedade que não sabe lidar mais emblemático disso é o de Jó. Jó fez muitas perguntas
com o não. As pessoas só querem receber o a Deus, querendo explicações do porquê de sua situação e
sim. Querem sempre uma resposta afirmativa Deus não respondeu nenhuma de suas perguntas. O silên-
para suas perguntas, ansiedades, preocupações cio de Deus foi um não para Jó.
e pedidos. É claro que a Palavra de Deus nos ensina que muitas
Na igreja não é diferente. A maioria dos crentes tem difi- respostas de Deus vêm acompanhadas de sim diante dos
culdades com o não do pastor, do conselho, da diaconia, nossos pedidos. O rei Josafá orou a Deus junto com o povo
da liderança, etc. pedindo a vitória sobre os moabitas e receberam um sim
Mas, em tempos de confissão positiva, a maior dificul- de Deus. Eliseu pediu que Deus abrisse os olhos de seu
dade dos cristãos é aceitar o não de Deus. O Deus que se servo Geazi para que visse o exército de Deus e recebeu um
anuncia hoje em muitos púlpitos é o Deus papai-noel (de sim. Elias orou para que chovesse novamente e recebeu um
rico) ou o gênio da lâmpada que satisfaz não três pedidos, sim. Jesus orou a Deus pedindo a ressurreição de Lázaro e
mas todos os nossos desejos. recebeu um sim. Nosso Deus é um Deus que responde com
Com isso, pedimos tudo a Deus na certeza de receber um sim a muitos dos nossos pedidos.
um grande sim. Mas nem sempre é assim, pois, em muitos Mas, também, encontramos na Bíblia, muitos nãos de
momentos, recebemos o não de Deus. Seja diante de uma Deus. Temos Moisés que conduziu o povo durante o de-
enfermidade que não chega à cura, de um emprego que não serto até a terra prometida e, quando estavam para entrar,
vem, de um negócio que não sai, etc. Deus a mostra a Moisés e diz: Não!
Diante do não de Deus, muitos se desesperam, outros se Davi queria construir uma casa para Deus, um templo,
revoltam, outros simplesmente fingem não ouvir ou com- pois todos os povos construíam templos para seus “deuses”
preender e continuam pedindo, passando muitas vezes a e recebe um sonoro “Não” de Deus.
querer fazer troca com Deus. O apóstolo Paulo sofria com um espinho na carne e pe-
Ouvi um jovem dizendo que “não” não é resposta porque diu a Deus, por três vezes, que o livrasse daquele problema
um não deve vir acompanhado de explicações do porquê é e Deus responde: “Não! A minha graça te basta”.
não. Isso pode valer para as pessoas, nos relacionamentos Foi o próprio Jesus, filho de Deus, que, no Getsêmani, pró-
humanos, mas, para Deus, não, porque na Bíblia encontra- ximo da hora de sua morte, em oração pediu por três vezes:
mos muitos nãos de Deus sem nenhuma explicação. O caso “Pai, passa de mim esse cálice”. E Deus responde: Não!
O ESTANDARTE • DEPARTAMENTOS INTERNOS DA IPIB • CADERNO 2 • 13
FATIPI
O não de Deus é pedagógico, pois Deus sabe o que é Não devemos confiar em nossa própria
melhor para nós. força e sabedoria
Um outro não de Deus foi para Pedro em João 13.36-38. Pedro era um homem obstinado, que sabia o que queria ou
Pedro recebeu vários “nãos” de Deus e aqui temos mais pelo menos pensava assim. Essa impulsividade o levava a
um não de Jesus. confiar em si mesmo, em sua própria capacidade. Quando
Jesus estava indo para Jerusalém para ser morto na cruz Jesus diz não, ele questiona e insiste: “Eu estou pronto para
do Calvário. Pedro, pressentindo esse momento, chega morrer pelo senhor!” e Jesus responde com uma pergunta:
diante de Jesus pergunta: “Senhor, para onde é que o se- “Está mesmo?” Em seguida, Jesus fez a afirmação que Pedro
nhor vai?” Jesus responde com um não para Pedro dizendo: jamais esqueceria: “Antes que o galo cante, você dirá três
“Você não pode ir agora para onde eu vou”. Pedro ainda vezes que não me conhece.”
questiona: “Por que não posso te seguir agora? Darei minha Jesus estava mostrando a Pedro que ele não era tudo aquilo
vida por ti.” que imaginava de si mesmo. Que a verdadeira força não está
Não é fácil receber o não de Deus diante daquilo que em nós, mas em Deus. Por isso, recebeu o não de Deus.
desejamos. Mas não podemos nos esquecer: Deus tem um Quantas vezes nos sentimos assim ou agimos assim?
propósito em tudo que faz, inclusive no “não” em resposta Achamos que somos fortes para resolver qualquer proble-
ao nosso pedido. ma ou para fazer qualquer coisa. Por isso, recebemos o não
de Deus e ficamos sem saber o que fazer.
Não – escola de Deus Pedro disse que morreria por Jesus. Jesus foi preso e
Diante do pedido de Pedro, Jesus responde: “Agora não Pedro, naquela mesma noite, diante de pessoas simples,
negou a Jesus por três vezes dizendo:
“Não o conheço!”
O NÃO DE DEUS, QUER SEJA Aquele que se dizia forte aprendeu
que era mais fraco do que pensava. O
DEFINITIVO OU TEMPORÁRIO, não de Deus estava certo!
FATIPI
ACONTECEU NA FATIPI
PROCESSO SELETIVO
As inscrições para os cur- no site da FATIPI, assim sição da igreja.
sos de graduação da FATI- como a Ficha de Inscrição. Entre em contato conos-
PI, modalidade presencial Para o curso presencial, co e faça sua inscrição.
e EaD, estão abertas. O oferecemos bolsas de es- Venha estudar numa
Processo Seletivo ocorre- tudos. instituição de ensino teo-
rá nos meses de outubro a Nossos cursos são au- lógico centenária e com-
janeiro. torizados e reconhecidos prometida com a igreja e o
O edital está publicado pelo MEC e estão à dispo- Reino de Deus.
NOSSAS IGREJAS
NOSSAS IGREJAS
CURIOSIDADE:
Até a data presente, a 1ª IPI de Curitiba investiu 99 pessoas
ao presbiterato.
Primeiros membros da igreja
O ESTANDARTE • CONCÍLIOS & IGREJAS • CADERNO 3 • 17
NOSSAS IGREJAS
NOSSAS IGREJAS
NOSSAS IGREJAS
INVESTIDURA DE PRESBÍTEROS EM
BELO HORIZONTE DIA DA CRIANÇA EM SANTA FÉ
No dia 13 de outubro, na
IPI de Santa Fé, tivemos
uma celebração do Dia
das Crianças que se es-
tendeu para crianças de
todas as idades.
Contamos com a visi-
ta do Zé da Roça e sua
turma (Missionário Gil-
berto, da IPI de Rolân-
dia, PR).
No dia 27/10/2024, por ocasião Após a celebração,
do culto vespertino, foram inves- ainda desfrutamos de
tidos os Presbíteros César Medei- uma doce comunhão
ros Costa, Márcia Regina Salgado cheia de gostosuras.
Alves Sampaio e Adriano Cézar de Nossa noite foi tremen-
Quadros, que foram reeleitos para da. >Rev. André Cla-
o presbiterato pela assembleia de vero, pastor da IPI de
membros no dia 20/10/2024. >Sandro Bussinger Sampaio, Santa Fé, PR
A Igreja de Belo Horizonte agra- membro da IPI de Belo Hori-
dece a Deus pelo dom de uma zonte, MG, e dos Gideões In-
liderança sadia e democrática. ternacionais.
20 • CADERNO 3 • CONCÍLIOS & IGREJAS • O ESTANDARTE
NOSSAS IGREJAS
NOSSAS IGREJAS
Foto rara do Primeiro Templo da Primeira Segundo Tempo da Primeira Igreja, Terceiro e atual Templo da Primeira Igreja,
Igreja, consagrado aos 24 de janeiro de 1937, consagrado, sob ameaça de perseguição, em consagrado aos 9 de novembro de 2013, para
para cerca de 110 pessoas 1963, para cerca de 270 pessoas mais de 800 pessoas
UMA HISTÓRIA MARCADA Foram semeadas comunidades que IMPOSSÍVEL ENCERRAR Ministério de Música; o ministé-
se tornaram igrejas. A 1ª Igreja se rio dos Gideões; a Secretaria de
POR PLANTAÇÃO DE expandiu e, com participação ativa NUM ARTIGO OS Missões; as reuniões de oração, as
IGREJAS e direta, multiplicou-se. 150 ANOS! células, os encontros de mulheres,
A Igreja Sesquicentenária car- os programas de rádio, transmis-
Dentre as notáveis virtudes do mi- rega em seu legado a plantação Temos vários ministérios que são online dos cultos, podcasts,
nistério do Rev. Isaías Garcia Vieira e da 2ª, da 3ª, da 4ª Igrejas de Ma- frutificaram nesta comunidade: a estudos bíblicos de senhoras, mo-
sua dileta esposa, Jane Caixeta Viei- chado, da Igreja do Maanaim, das Semana Jovem que completa sua mentos de partilha e de exposição
ra, destaca-se a plantação de igrejas. congregações (5ª, 6ª e 8ª Igrejas); 11ª edição em 2024; a Conferên- do texto bíblico.
Com gerência administrativa da Igreja de Alfenas, de Paragua- cia da Fé Reformada, abrigada Temos incontáveis irmãos que
estratégica e com apoio de evange- çu, de Serrania, de Pouso Alegre, há 8 anos na 1ª Igreja; o Grupo exprimem a graça de Deus que
listas, a 1ª Igreja se posicionou nos de Carvalhópolis, além de partici- Ágape, trabalho evangelístico de chama para serem discípulos de
avanços urbanos e rurais de Macha- pação em vários outros trabalhos décadas; o Coral; as secretárias Cristo servos inúteis, nomeados
do ao fincar a presença evangélica. na cidade e na região. representadas pela Ana Lúcia; o aqui ou não.
A 1ª DE MACHADO AVANÇA
A 1ª Igreja sempre se posicionou de
maneira ferrenha, clara e ousada em
defesa da Palavra de Deus. Olhando
adiante, seguiremos retornando às
verdades indeléveis da Bíblia, perse-
verando nos caminhos da Palavra e
avançando, com passo ritmado pela
graça e misericórdia, em fidelidade
ao Senhor Deus, à Igreja que deixa-
remos aos nossos filhos.
A 1ª IPI de Machado rende gra-
ças ao Senhor Deus porque ele é
Culto Solene ao Senhor em gratidão pelos 150 bom, sua misericórdia dura para
anos, prestado aos 28 de setembro de 2024 com sempre, e de geração em geração
um coral formado por ministros de louvor a sua fidelidade. >Rev. Eduardo
de diversas Igrejas que guardam no DNA a Bornelli de Castro, pastor da
participação da Primeira Igreja 1ª IPI de Machado, MG
22 • CADERNO 3 • CONCÍLIOS & IGREJAS • O ESTANDARTE
NOSSAS IGREJAS
IDENTIDADE PRESBITERIANA
ARTIGO
INDEPENDENTE
TEOLÓGICO
ARTIGO
de 1° Samuel 7.12: “Até aqui nos ajudou o Senhor”. NOSSO DIA A DIA
24 • CADERNO 4 • OPINIÕES & REFLEXÕES • O ESTANDARTE
ARTIGO TEOLÓGICO
D
esde a minha infância, ocorrida em Bofete ceder pelos vivos e ajudá-los em suas dificuldades. Porém,
e Votorantim, o Dia de Finados chamava a maioria dos que foram batizados católicos na infância
a minha atenção. Naquele dia, a fábrica de deve estar no Purgatório, num estágio de purificação antes
tecidos, com seus cinco mil empregados, de serem recebidos por Deus, nos céus. Daí as missas de
cerrava os seus portões. Uma parcela da intercessão pelos mortos. Na visão católica, com a morte
população do distrito de Votorantim se deslocava para começa uma viagem que, à luz das velas, as missas e rezas
o Cemitério São João Batista. ajudam os falecidos a encontrarem o caminho para o céu.
A movimentação durava o dia todo. Em Sorocaba,
linhas de ônibus especiais passavam pelos cemité- Rituais e culto aos mortos no México
rios. Os vendedores de pipoca, picolé e pirulitos No final dos anos 1980, estávamos num congresso de edu-
ofereciam seus produtos às crianças. Era mais do cação cristã, na capital do México, na passagem do primeiro
que um momento religioso. Parentes e amigos se para o dia dois de novembro. Durante a noite os tambores
encontravam e aproveitavam para prosear sobre vi- rugiam. Os mexicanos comemoravam no cemitério a che-
vos e mortos. gada do dia dos mortos, com muita dança, comida e bebida.
O DIA DE FINADOS E A
CRENÇA DOS REFORMADOS
Um culto evangélico num cemitério No dia seguinte, na frente das casas ou na vitrine das
Algumas igrejas, inclusive a IPI Central de Votoran- lojas, observamos altares com imagens católicas, de enti-
tim, faziam um culto ao “ar livre” dentro do cemitério. dades indígenas, comida, doces, fotografias de parentes e
As crianças da Liga Juvenil juntas com os jovens da amigos já mortos e muitas flores típicas de sepultamento.
UMPI ficavam na entrada da necrópole, distribuindo A apoteose do dia dos mortos no México ocorre no ce-
folhetos para quem chegava. Geralmente era um folhe- mitério, onde em cima do túmulo os familiares estendem
to com o título “Onde você irá passar a eternidade?”. uma toalha, colocam a comida, especialmente as preferidas
O pastor alertava os ouvintes: “Viemos aqui para falar pelos antepassados, junto com a bebida, e ali conversam
para os vivos e não para os mortos”. relembrando casos com relação aos falecidos.
O teor da pregação e dos hinos estava voltado para A festa no Dia de Finados no México sincretizou costu-
a evangelização e a necessidade de tomar uma deci- mes indígenas pré-colombianos com os de origem católi-
são ao lado da vida e não da morte. Cantava-se muito co-romano da Península Ibérica. Isso ocorreu em vários
e, às vezes, participava até o coral da igreja. O culto países da América Latina.
terminava com a indicação do endereço do templo e Para algumas dessas culturas, os mortos continuam vivos
o convite para visitá-lo. Logo depois, alguns evangéli- e devem ser agradados por meio de cerimônias especiais;
cos se dispersavam para visitar o túmulo de seus entes caso contrário, os falecidos atrapalham os vivos e não en-
queridos. Porém, os evangélicos iam de mãos vazias, contram facilmente o caminho para o paraíso.
enquanto os católicos levavam flores, acendiam velas Atualmente prolifera no México e entre imigrantes mexi-
e rezavam pelos mortos. canos nos EUA um novo e herético culto prestado à “Santa
No entanto, os católicos têm uma diferença nas cren- Morte”. A imagem dessa “deusa” é uma caveira ves-
ças se comparados com os evangélicos. Para eles, tida como o anjo da morte.
no cemitério repousam os corpos, enquanto as Esse culto foi iniciado por tra-
almas, em uma pequena quantida- ficantes de
de, estão no céu, ao lado da
Virgem Maria e de Jesus
Cristo. Eles po-
dem inter-
O ESTANDARTE • OPINIÕES & REFLEXÕES • CADERNO 4 • 25
IDENTIDADE PRESBITERIANA
ARTIGO
INDEPENDENTE
TEOLÓGICO
ARTIGO
drogas, criminosos, contrabandistas e pessoas muito po- nias mortuárias desde que fossem realizadas com um tom
bres, que pedem à “Santa” sucessos no amor, prosperida- sereno. Lutero denunciava o aspecto trágico que era expresso
de, sorte na vida e proteção. Sua imagem é adornada com pelos pagãos por meio de “urros e lamentos horríveis”.
flores, doces, cigarros e velas coloridas. A visão presbiteriana deste tema é exposta na Confissão
de Fé de Westminster (cap.33) com as seguintes palavras:
A origem e a necessidade humana dos “Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em
rituais mortuários pó e veem a corrupção; mas as suas almas (que nem mor-
Por que o ser humano desenvolve ritos relativos aos mor- rem nem dormem), tendo uma substância imortal, voltam
tos? Uma das causas é a incerteza que toma conta de nós. imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos,
O ser humano é o único ser vivo que sabe que um dia vai sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no
morrer. Esta consciência, se não for abafada, provoca-lhe mais alto dos céus onde veem a face de Deus em luz e glória,
geralmente ansiedade e angústia, alimentando algum tipo esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos
de sentimento religioso ou de espiritualidade. ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos
Por isso, os grupos humanos desenvolvem rituais de se- e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia
pultamento e festas para os mortos, até como uma forma final. Além destes dois lugares destinados às almas separa-
de defesa emocional diante da morte e do morrer. das de seus respectivos corpos as Escrituras não reconhecem
Norbert Elias (1897-1990), sociólogo alemão, afirmou nenhum outro lugar.”
que, “na verdade, não é a morte, mas o conhecimento da
morte que cria problemas para os seres humanos”. Os ri- Conclusão
tuais servem para afastar o incômodo das incertezas e dú- Concluímos ressaltando as diferenças e os pontos de con-
vidas que causam ansiedade e angústia. cordância entre evangélicos e católicos em relação aos
Um historiador do século XIX, Fustel de Coulanges mortos. Ambas as tradições concordam quanto à ideia de
(1830-1889) atribuía a tais ritos um importante papel na ressurreição dos mortos, imortalidade da alma e juízo fi-
construção da coesão social. Segundo ele, nas culturas anti- nal. O Credo dos Apóstolos e o Credo de Nicéia é aceito
gas, os mortos e os antepassados do indivíduo continuavam pelos dois ramos. Todavia, outras diferenças norteiam o
presentes entre os vivos e, ao redor dos túmulos, as foguei- comportamento no Dia de Finados, o entendimento dos
ras se acendiam, os banquetes se realizavam e os contratos textos bíblicos, da tradição cristã, das liturgias e cânticos.
sociais eram celebrados. No Manual de Culto da IPIB, infelizmente quase des-
Os cristãos, como nos aponta Phillip Áries (1914-1984), conhecido e pouco usado por muitos pastores atuais, em
assumiram diferentes formas de representações da morte sua edição de 2005, entre outras orientações encontramos
desde a morte de Jesus, passando pelo período medieval, os seguintes dizeres: o “funeral cristão é um culto a Deus,
chegando até os dias de hoje. e como tal deve ser dirigido ao Senhor da vida”. Por isso,
Entretanto, foi no século XVI que surgiram novas pos- toda “a ênfase deve ser dada ao louvor de Deus, pelo fato da
turas, crenças e representações, divulgadas com mais força ressurreição de Cristo, através da qual temos a vida eterna,
por Martinho Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509- e não ao louvor da pessoa falecida”.
1564). Assim, desde a Reforma tornou-se visível a diferença Consequentemente, “dignidade, concisão e ausência
entre ambos os ramos da cristandade. Protestantes e cató- de ostentação marcam o funeral reformado”. Por isso, os
licos se diferem quanto às suas representações da morte, evangélicos sentem que o Dia de Finados e suas práticas
destino das almas, cuidado com o corpo dos mortos. têm pouco a ver com eles. Porém, tal data deve ser uma
oportunidade para todos os cristãos pensarem naqueles
As Igrejas da Reforma e os mortos entes queridos que os antecederam na fé. >Rev. Leonil-
Calvino e Lutero não deixaram muitos textos escritos sobre do Silveira Campos, pastor jubilado do Presbitério
temas ligados a morte. Porém, deixaram clara a recusa da São Paulo, doutor em Ciências da Religião, professor
forma católica de encarar a morte e os mortos. Eles recusa- aposentado da FATIPI e dos programas de Ciências
vam ritos e orações pelos mortos. Calvino aceitava cerimô- da Religião da Universidade Metodista de São Paulo
e da Universidade Presbiteriana Mackenzie
26 • CADERNO 4 • OPINIÕES & REFLEXÕES • O ESTANDARTE
O PERFIL DA POLÍTICA
C
onsummatum est. Está consumado. Significado
profundo de comportamento social. Últimas
palavras de Jesus na cruz. Consumou-se o res-
gate por altíssimo preço de sangue.
Alea jacta est. A sorte está lançada. Palavras
de Julio César, general romano, ao atravessar o rio Rubicão
na guerra civil contra Pompeu.
As urnas falaram, as pessoas votaram. A consumação de
tudo, na esfera do pleito eleitoral, já teve, em nosso País,
restrições a mulheres e analfabetos. O direito de todos re-
mete a votar bem, ou arrepender-se e frustrar-se depois. As
palavras do Salvador (Jo 19.30), única referência bíblica a
respeito, tornaram-se também brocardo jurídico, ao encer-
rar um ato processual considerado peremptório.
Temos novos vereadores e novos prefeitos. O vereador
tem que ser alguém capaz de ver a dor dos munícipes,
como escolhido para caminhar pelas veredas de uma cida-
de, representando legitimamente a comunidade. É o poder
mais próximo do povo.
O prefeito é o encarregado da governança local. Agora,
tanto o prefeito quanto o vereador assumem compromisso
não com um determinado partido, mas pela administração
da coisa pública. É um mandato outorgado. Democratica-
mente, deve ser um dos atores principais contra qualquer
regime imposto pela força, quer de esquerda, quer de di-
reita.
Ética na política? Seria bem melhor dizer que não existe
política sem ética. Água e azeite não se misturam.
Portanto, aos fatos: as urnas falaram. Os vencedores
precisam escutar, sem disfarces de deficiência auditiva ou
visual. Nós, cristãos reformados e cidadãos, sempre alme-
jamos alcançar o ápice espiritual. Esperamos, ao votar, re-
ciprocidade na confiança depositada.
A primeira análise indica claramente que nossa opção,
prioridade absoluta, está concentrada em Jesus. A escolha
política é individual e não transferível para a igreja como
um todo.
Chega a ser pueril acreditar-se que poderia existir gente,
ou partido, que possa se apresentar como detentor exclusi-
vo da virtude e da honestidade, como se fossem angelicais
guardiões democráticos.
Pretendem, como se fossem demiurgos, à moda da Gré-
cia antiga, trajando uma espécie de manto da santidade.
Portando-se desse modo, acabam se tornando no que são:
destruidores da vida em sociedade, pois não existe o infa-
lível demiurgo. É destrutivo. Nocivo. Populista. Demagógi-
co. Prisioneiro da ideologia. Cria um tipo que quer plasmar
as massas, para eles sinônimo de povo. Consideram esse
povo manipulável e muitos “esclarecidos” nutrem desprezo
por ele, embora queiram cooptá-lo em período eleitoral.
Usam como dogma as palavras “povo” e “pobre”, como
se fossem classes subalternas: exigem obediência cega e
proíbem fanática e ameaçadoramente a divergência. Nós
contra eles. A democracia, porém, é um regime com duplo
conteúdo: responsabilidade e responsabilização. O contrá-
rio, que não nos interessa, seria um sistema absolutista ou
ditatorial.
Um dos sintomas dessa situação é acenar para os desva-
O ESTANDARTE • OPINIÕES & REFLEXÕES • CADERNO 4 • 27
ARTIGO
HAGAR E SARA:
UMA HISTÓRIA MAL RESOLVIDA
A
história de Abraão, Sara e Hagar é fundamen- Uma mulher estéril poderia oferecer sua riqueza da noi-
tal para a origem de duas grandes religiões: Ju- va (mohar) para outra mulher, tornando-se socialmente a
daísmo e Islamismo. Mas a leitura dos textos de mulher-marido daquela que deveria conceber um filho em
Genesis 16 e 21 pode suscitar muitas dúvidas seu nome. Uma mulher-marido tinha os mesmos direitos
para alguns. legais que qualquer marido e podia pedir indenização em
Qual seria a relação entre Sara e Hagar e, entre Abraão e caso de adultério.
Hagar? Por que Abraão não tentou impedir que Sara expul- É possível que Sara tenha usado a sua riqueza da noiva
sasse Hagar e seu filho Ismael de sua casa? Como Sara tinha para comprar uma escrava no Egito, Hagar (Gn 16.1). E,
este poder sendo Ismael o filho primogênito de Abraão, quando percebeu que não conseguia conceber um filho de
herdeiro, portanto, da promessa divina? Abraão, ela usou do costume de mulher-marido para tentar
A antropologia bíblica pode responder a todas estas conceber por meio de Hagar.
perguntas por conciliar as questões culturais da época e Isto pode ser observado na mudança de termos usados
região onde a história acontece, além de analisar o discurso para descrever Hagar no decorrer da história.
narrativo. Enquanto em Gênesis 16.1, Hagar é chamada de shi-
Para compreender a relação complicada entre estes três phah, termo que designa uma jovem virgem que serve à
personagens é essencial conhecer alguns costumes da re- proprietária em tarefas domésticas, em Gênesis 21, após
gião mesopotâmica. o nascimento de Ismael, Hagar passa a ser chamada de
Primeiramente, é importante saber que, quando um ca- ‘amah, termo que designa uma escrava-concubina. Hagar
samento era estabelecido, a família do noivo entregava um é, portanto, considerada a partir do nascimento de Ismael
certo valor (mohar), muitas vezes em forma de presentes a ‘amah ou concubina, não de Abraão, mas de Sara.
(mattan) à família da noiva, sendo este repassado poste- Quando compreendemos esta relação, tão estranha para
riormente à noiva. nós nos dias de hoje, começamos a ler a história dos três
Este valor consistia na “riqueza da noiva” e poderia ser personagens com outro olhar.
utilizado pela mulher como sustento no caso de uma viu- Podemos agora entender por que o anjo se dirige a Hagar
vez, divórcio ou para comprar uma escrava. dizendo: “Hagar, escrava (shiphah) de Sarai, de onde vens?”
É o que vemos por exemplo quando Eliezer entrega o (Gn 16.8).
mohar a Rebeca e presentes (mattan) a Betuel, sua esposa, E podemos entender por que Abraão, mesmo após se
e a Labão (Gn 24.53), e quando Raquel e Lia reclamam deitar com Hagar, ainda a chama de serva de Sara: “A tua
por seu pai haver gastado a “riqueza da noiva” que lhes serva (shiphah) está nas tuas mãos; procede segundo melhor
pertencia (Gn 31.15). te parecer” (Gn 16.6).
Por isto o próprio Deus
consola Abraão pela sepa-
ração de seu primogênito,
contra o que Abraão nada
pode fazer: “Não te pare-
ça isso mal por causa do
moço e por causa da serva
(‘amah). Atende a Sara em
tudo o que ela te disser” (Gn
21.12).
Sara, socialmente a mu-
lher-marido de Hagar,
tinha todo o direito e o
poder sobre ela. Embora, à
primeira vista, a passivida-
de de Abraão possa nos es-
pantar, a compreensão das
questões culturais envol-
vidas revela uma situação LIDICE MEYER PINTO
na qual Abraão não tinha RIBEIRO
escolhas. MEMBRO DA IGREJA PRESBITERIANA
UNIDA DA IPB, DOUTORA EM
A decisão final sobre o ANTROPOLOGIA, PROFESSORA NO
MESTRADO EM CIÊNCIA DAS RELIGIÕES
destino de Hagar e Ismael DA UNIVERSIDADE LUSÓFONA, PORTUGAL
estava apenas nas mãos de
Sara, a mulher-marido.
O ESTANDARTE • OPINIÕES & REFLEXÕES • CADERNO 4 • 29
ARTIGO
CAPA
ARTIGO
MISSÃO AMAZONAS
MENOS QUEIMADA E MAIS PLANTAÇÕES
José Andreze, servo de Jesus Cris-
to, pastor nessa amada igreja, gra-
ça e paz, da parte de Deus e de seu
Filho, a vós outros, da Igreja Pres-
biteriana Independente do Brasil!
É com grande alegria e gratidão
que me dirijo a vocês, invocando
a graça e a paz que vêm de Deus e
de seu Filho.
Hoje, quero compartilhar um
relato inspirador sobre as inicia-
tivas missionárias em nosso país,
com um foco especial no estado
do Amazonas, onde temos visto a
mão de Deus operando de manei-
ras poderosas.
A Igreja Presbiteriana Inde-
pendente do Brasil tem sido um
exemplo de compaixão e compro-
metimento, sempre voltando seus
olhos e coração para as necessida-
des missionárias, especialmente
em regiões como o Amazonas,
onde a luz do Evangelho ainda ação, demonstrando que juntos
busca conquistar muitos corações. podemos realizar muito mais do
No mês de setembro, tive a hon- que sozinhos.
ra de acompanhar uma delegação À medida que avançamos, peço
da 3ª IPI de Manaus, junto com a todos que orem conosco.
representantes do Presbitério do Orem para que o Senhor da sea-
Amazonas, em uma visita a um ra envie mais trabalhadores para
dos campos missionários mais essa missão. Precisamos de líde-
promissores do sul do estado: o res, evangelistas e discipuladores
município de Humaitá, comuni- que estejam dispostos a se dedicar
dade chamada Realidade. ao ministério e a impactar vidas.
Nessa localidade, encontramos O nosso clamor é por uma reno-
o missionário Valdivino e sua co- vação do fervor missionário entre
munidade, que, com muito esfor- também colherá frutos abundantes uma adição significativa, mas não nós para que possamos ver uma
ço e dedicação, têm trabalhado na tanto no que se refere à produção sem desafios. Convido todos os verdadeira transformação nas co-
plantação de uma nova igreja. agrícola quanto à colheita espiri- membros da IPI do Brasil a se uni- munidades que estamos alcançando.
Valdivino, com uma rica expe- tual de almas. rem em oração por nossas igrejas e Cada oração, cada ato de apoio,
riência no interior de Rondônia, Com fé, visualizamos o irmão por esse novo campo missionário. cada recurso enviado é uma se-
trouxe consigo não apenas seu Valdivino e sua família fazendo A tarefa à nossa frente é monumen- mente que plantamos no solo fértil
conhecimento, mas também um parte dessa grande colheita. tal, e enfrentamos dificuldades que do Amazonas.
ardente desejo de ver uma igreja Este novo trabalho missionário exigem mais do que apenas recur- Estamos diante de uma opor-
Presbiteriana Independente esta- em Humaitá se une às oito igrejas e sos materiais. Precisamos do apoio tunidade única de ver o Reino de
belecida na região. sete congregações já existentes sob espiritual de cada um de vocês. Deus se expandir, e cada um de nós
A realidade em Humaitá é emble- a jurisdição do nosso Presbitério. É Estamos focados em projetos de tem um papel a desempenhar nes-
mática. O crescimento da produção revitalização das igrejas existentes se grande plano.
de café, que vem se expandindo e na plantação de novas comuni- Que a paz de Cristo esteja com
rapidamente, reflete um potencial dades de fé. todos vocês, e que possamos sem-
semelhante ao que vimos no século Agradecemos as parcerias que pre nos lembrar que “quem sai
XIX e início do XX, quando o café temos estabelecido com secreta- andando e chorando, enquanto
se tornou a rota de crescimento para rias da IPI do Brasil e com igrejas semeia, voltará com júbilo, trazen-
muitas igrejas nossas. locais, que têm sido fundamentais do os seus feixes” (Salmo 126.6).
Acreditamos firmemente que, para o nosso progresso. Amém. >Rev. José Andreze Nu-
assim como as plantações de café Essas colaborações são uma nes da Silva, pastor da 3ª IPI de
prosperam, a igreja em Humaitá expressão do corpo de Cristo em Manaus, AM
O ESTANDARTE • OPINIÕES & REFLEXÕES • CADERNO 4 • 31
O MUNDO E O REINO
CAPA
A VOZ DO SENHOR
A VOZ DO SENHOR
o seu juramento, dentro da prática literária que adotou no não é deste mundo. Assim, em todos os tempos, o povo de
texto de registar os juramentos como transcrição direta da Deus pode continuar pedindo que venha o reino de Deus,
fala de quem os fez. trazendo justiça e salvação a todos os que se acham perdi-
O juramento divide-se em duas partes. dos neste mundo.
A primeira vem como resposta ao desejo de Davi de
edificar o templo. De acordo com a promessa divina, este A validade do juramento sobre Sião (Salmo
desejo seria satisfeito sobre aquele dentre seus filhos que o 132.13-18)
substituísse no trono. O salmista introduz o terceiro assunto também com uma
A segunda parte do juramento é a promessa de que, em breve introdução antes de registrar as palavras pronuncia-
todas as gerações de sua descendência, não faltará alguém das por Deus, dizendo que Deus escolheu Sião e preferiu
para assentar no seu trono para sempre. Sião dentre outros lugares para fazer dela sua morada per-
Mas esta promessa estava condicionada a duas exigências manente.
que deveriam ser respeitadas pelos descendentes do rei. As palavras de Deus apresentam uma progressão que
A primeira é que conhecessem e mantivessem a mesma acompanha a ampliação dos sentidos da palavra Sião.
fidelidade para com o acordo estabelecido entre Deus e Ao confirmar as palavras do salmista, dizendo que Deus
seu pai, Davi. realmente escolheu a Sião para a sua habitação, estaria fa-
Além disso, deveriam seguir os novos ensinamentos que lando sobre o templo ou a cidade de Jerusalém construída
Deus iria transmitir por intermédio daqueles que seriam sobre o monte Sião.
iluminados pelo seu Espírito para transmitir toda a orien- Ao prometer fartura aos habitantes e socorro aos pobres,
tação divina. Sião abrangeria a todo o reino de Israel, a terra e o seu povo,
Mas possivelmente o salmista já esteja vivendo em um incluindo as autoridades que o dirigiam.
tempo em que não mais havia rei sobre Israel e era também Quando diz que preparou novamente lâmpada de Davi,
conhecedor da história de seus reis e de como eles abando- que está apagada, o florescer de seu trono que agora está
naram a aliança firmada entre Deus e Davi. seco, e a visão dos fiéis exultando de júbilo, inclui a pala-
Mas ele se firma nas palavras com as quais introduziu vra Sião no conjunto dos termos presentes na esperança
esta parte do Salmo, recorrendo à própria afirmação do messiânica.
rei de que o acerto que Deus fez com ele era uma aliança Assim, não somente o salmista, mas todos os que espe-
eterna. ram a volta do grande rei, aquele que é a Luz do mundo e REV. LYSIAS
OLIVEIRA DOS SANTOS
A confiança nesta durabilidade do reinado davídico deu que pela ressurreição fez florescer novamente o trono da
origem às diferentes esperanças messiânicas. glória divina, podem continuar clamando: “Lembra-te Se- PASTOR JUBILADO DA IPI DO BRASIL
No texto do Evangelho de João, elas se concretizam na nhor, levanta-te e reaviva todos os juramentos que fizestes
pessoa de Jesus que veio para reinar sobre um reino que com o teu servo Davi”.
34 • CADERNO 4 • OPINIÕES & REFLEXÕES • O ESTANDARTE
ARTIGO
FORTALECIMENTO DO POVO
QUE SE HUMILHAR
“S
e o meu povo, que se chama pelo meu
nome se humilhar, orar, me buscar e se
A IGREJA ESTÁ EXPOSTA À TENTAÇÃO,
converter dos seus maus caminhos, eu AOS DESAPONTAMENTOS... PROBLEMAS
ouvirei dos céus, perdoarei os seus peca-
dos e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). E DIFICULDADES PODERÃO SER NOSSA
A expressão meu povo veio, mais tarde, a ser nomeado
cristão. Hoje, somos chamados a reconhecer com profun-
HUMILHAÇÃO NESTE MUNDO DE
didade a importância desta expressão - meu povo, ou cris- PECADOS, MAS, COM HUMILDADE,
tãos. A igreja se tornará fortalecida quando reconhecer a
beleza e o significado do seu nome e se dedicar àquele que ESTAMOS HONRANDO O REINO DE
lhe chama pelo nome.
Vamos considerar a expressão se humilhar que vem logo
CRISTO E NOS FORTALECENDO NELE
a seguir no verso citado. Se humilhar é outo canal de for-
talecimento da vida cristã. Quando o crente é humilhado,
mas permanece humilde e firme em Cristo, ele está inician-
do o seu crescimento espiritual. O povo de Deus, ao se humilhar, está reconhecendo a so-
Jesus Cristo nos deu exemplos de humildade e de humi- berania de Deus e do seu poder sobre as nossas fraquezas.
lhação; ora lavando os pés dos discípulos (Jo13.5); ora su- Temos uma profunda lição de humildade na parábola
portando horrível sofrimento (At 8.32,33); Ele obedeceu a do fariseu e do publicano. O fariseu, com a arrogância e o
Deus humildemente até a morte na cruz. Jesus Cristo estava orgulho em alta, se proclamava sem pecados.
cumprindo o plano de Deus e implantando o seu reino. ´ O publicano, humilhado, em público dizia: “Ó Deus, tem
Ao longo de sua história, o crente se depara com desilusões, pena de mim, que sou pecador” (Lc 18.13).
dificuldades, humilhação, mas, fortalecido na graça de Deus, ele O relato bíblico faz crer que o publicano voltou “justifica-
tem vitórias. “Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do para sua casa “porque todo o que se exalta será humilha-
das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos do, mas o que se humilha será exaltado”. Esta é uma verdade
proverá livramento, de sorte que a podeis suportar” (1Co.10.13). difícil que o homem deve entender e praticar.
Tanto quanto a família, a igreja está exposta à tentação, “Peço a Deus que, segundo a riqueza de sua glória, conce-
aos desapontamentos. O povo de Deus é nutrido pela es- da a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu
perança, pela certeza da ressurreição em Cristo. Espírito, no íntimo de cada um “(Ef 3.16.) REV. ODILON DE
Estejamos vigilantes. Problemas e dificuldades poderão Ansiamos por uma igreja que, quando humilhada, per- CARVALHO
ser nossa humilhação neste mundo de pecados, mas, com maneça humilde diante de Deus; que prossiga alegre sob a MINISTRO JUBILADO DA IPIB
humildade, estamos honrando o reino de Cristo e nos for- ação do Espírito Santo, buscando a plenitude do reino; for-
talecendo nele. talecida no amor de Jesus Cristo e na graça do nosso Deus.
O ESTANDARTE • VARIEDADES • CADERNO 5 • 35
O MUNDO E RESENHA
OARTIGO
REINO