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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1º VARA DA COMARCA DE CACHOEIRAS DE MACACU/RJ

DANIELLE FERREIRA ALVES PEREIRA, brasileira, casada, do lar, portadora da


carteira de identidade nº 25.798.579-6, expedida pelo DETRAN/RJ, inscrita no CPF/MF sob
o nº 145.676.197-81, residente e domiciliada na Rua Jair J. Pereira, 162 ,casa 03, Cidade
Alta, Cachoeiras de Macacu/RJ, CEP 28680000, telefone: (21) 984943296, endereço de e-
mail: [email protected], e CARLOS LUIZ PEREIRA JUNIOR, brasileiro, casado,
desempregado, portador da carteira de identidade nº 11.714.698-5, expedida pelo
DETRAN/RJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 085.038.947-00, residente e domiciliado na
Estrada Irineu Alves dos Santos, n.º: 106, lt 01 QD 08, Parada Modelo, Guapimirim/RJ, CEP:
25946-680, telefone e endereço de eletrônico desconhecidos, vêm, por intermédio da
Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, com fulcro no art.226, §6º da CF, requerer
a decretação do

DIVÓRCIO CONSENSUAL

pelo rito especial do art.1120 e ss do CPC, aduzindo para tanto as razões de fato e de Direito
que passam a expor.

I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Inicialmente, declaram não possuírem recursos suficientes para arcar com o


pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios, requerendo seja
reconhecido o direito à gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 c/c art. 99 do CPC/2015.

Outrossim, informam terem sido administrativamente reconhecidos pela Defensoria


Pública do Estado do Rio de Janeiro o direito à assistência jurídica integral e gratuita, nos

Assinado por Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro pelo Defensor FRANCISCO JOSSIEL OLIVEIRA BOM
Data: 11/06/24 10:10:49 -03:00
termos do art. 5º, inciso LXXIV da CRFB, tendo em vista a vulnerabilidade econômica
identificada por ocasião do ajuizamento da demanda.

II – DOS FATOS e DO DIREITO:

a) Da insustentabilidade da relação matrimonial. Da decretação do divórcio


como manifestação da liberdade de autodeterminação afetiva (art.226, §6º da CRFB):

Os Requerentes casaram-se em 22/01/2016, sob o regime de comunhão parcial


de bens, conforme demonstra a certidão de casamento anexa.

Ocorre que, por vários desentendimentos, a vida em comum tornou-se insuportável,


tendo o casal se separado de fato a 3 (Três) anos, não havendo a possibilidade de
reconciliação.

Dessa forma, evidenciada a insustentabilidade da relação matrimonial, mostra-se


aplicável ao caso o disposto no art. 226, §6º da CF, com redação dada pela EC nº66/10, in
verbis:

“art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.”

Importante observar, outrossim, que com o advento da Emenda Constitucional


nº66/10, restou consagrada a liberdade de autodeterminação afetiva, extinguindo-se a
separação judicial e acabando-se definitivamente com a exigência do prazo mínimo para a
dissolução do vínculo matrimonial.

Com isso, resta assegurado aos cônjuges meios direto e não-burocrático para que,
diante da derrocada emocional do matrimônio, possam se libertar do vínculo falido, partindo
para outros projetos pessoais de felicidade e de vida.

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Corroborando este posicionamento, tem-se a justificativa utilizada pelo Deputado
Sérgio Barradas Carneiro para instruir a então Proposta de Emenda Constitucional
apresentada ao Congresso Nacional, in verbis:

“A presente proposta de emenda constitucional é uma antiga reivindicação não só


da sociedade brasileira, assim como do Instituto Brasileiro de Direito de Família,
entidade que congrega magistrados, advogados, promotores de justiça, psicólogos,
psicanalistas, sociólogos e outros profissionais que atuam no âmbito das relações
de família e na resolução de seus conflitos, e também defendida pelo nobre
Deputado Federal Antonio Carlos Biscaia (Rio de Janeiro). Não mais se justifica a
sobrevivência da separação judicial, em que se converteu o antigo desquite. Criou-
se, desde 1977, com o advento da legislação do divórcio, uma duplicidade artificial
entre dissolução da sociedade conjugal e dissolução do casamento, como solução
de compromisso entre divorcistas e antidivorcistas, o que não mais se sustenta.
Impõe-se a unificação no divórcio de todas as hipóteses de separação dos
cônjuges, sejam litigiosos ou consensuais. A submissão a dois processos judiciais
(separação judicial e divórcio por conversão) resulta em acréscimos de despesas
para o casal, além de prolongar sofrimentos evitáveis. Por outro lado, essa
providência salutar, de acordo com valores da sociedade brasileira atual, evitará
que a intimidade e a vida privada dos cônjuges e de suas famílias sejam revelados
e trazidos ao espaço público dos tribunais, como todo o caudal de constrangimentos
que provocam, contribuindo para o agravamento de suas crises e dificultando o
entendimento necessário para a melhor solução dos problemas decorrentes da
separação. Levantamentos feitos das separações judiciais demonstram que a
grande maioria dos processos são iniciados ou concluídos amigavelmente, sendo
insignificantes os que resultaram em julgamentos de causas culposas imputáveis
ao cônjuge vencido. Por outro lado, a preferência dos casais é nitidamente para o
divórcio, que apenas prevê a causa objetiva da separação de fato, sem imiscuir-se
nos dramas íntimos; afinal, qual o interesse público relevante em se investigar a
causa do desaparecimento do afeto ou do desamor? O que importa é que a lei
regule os efeitos jurídicos da separação, quando o casal não se entender
amigavelmente, máxime em relação à guarda dos filhos, aos alimentos e ao
patrimônio familiar. Para tal, não é necessário que haja dois processos judiciais,

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bastando o divórcio amigável ou judicial.” (PEC 33/07, Dep. Sérgio Barradas
Carneiro)

Conclui-se, portanto, que havendo a manifestação inequívoca dos Requerentes no


sentido de ver dissolvido vínculo e a relação conjugal, deve ser concedido o divórcio, nos
termos do art.226, §6º da CRFB[4].

b) Dos bens adquiridos na constância da união:

Durante a união matrimonial do casal, não foram adquiridos bens.

c) Dos filhos:

Durante a constância da união conjugal, adveio o nascimento de 01 filho, DANIEL


FERREIRA PEREIRA, criança, nascido em 07/07/2015.

c1) Da guarda do filho e da convivência

Tendo em vista o bom relacionamento entre os genitores e o melhor interesse da


criança e adolescente, a guarda será exercida de forma compartilhada, nos termos da Lei
13.058/2014, e do § 2º do artigo 1.583 do Código Civil.

A criança permanecerá residindo com a genitora, como forma de melhor conservar


a rotina de vida e estudo da criança, sendo a visitação exercida pelo genitor de forma livre

c2) Dos alimentos

O genitor pagará à título de pensão à criança o valor equivalente a 30% (trinta por
cento) do salário mínimo, devendo o pagamento ser realizado até o dia 10 do mês
subsequente ao vencido, mediante depósito na conta poupança de titularidade da genitora,
a seguir: Banco Caixa TEM , Agência 3880, Operação 1288 Conta 846724714-0, CPF
145.676.197-81.

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Na hipótese de existência de vínculo empregatício, no valor equivalente a 30%
(trinta por cento) dos ganhos brutos do genitor, excluídos os descontos obrigatórios,
incidindo sobre 13º. salário, férias, PIS/PASEP, FGTS e verbas rescisórias sendo o
adimplemento realizado mediante desconto em folha de pagamento e depósito na conta
corrente de titularidade da genitora, conforme descrito acima, na forma do art. 529 do
CPC/2015

d) Da assistência alimentar recíproca:

Os Requerentes, por ora, deixam de postular assistência alimentar recíproca, uma


vez que têm meios próprios de subsistência.

e) Do nome do cônjuge virago:

O cônjuge virago irá retornar ao seu nome de solteira: DANIELLE FERREIRA


ALVES.

III – DO PEDIDO:

Ex positis, requer a este MM. Juízo que se digne de:

a) Reconhecer o direito à gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 c/c art. 99


do CPC/2015;

b) Determinar a intimação do I. membro do Ministério Público, nos termos do


art. 178, II c/c art. 698 do CPC/2015;

c) Homologar o presente acordo, para decretar o divórcio do casal, nos termos


do art.226, §6º da CRFB, expedindo-se o mandado de averbação para o cartório
competente.

IV – DO VALOR DA CAUSA:

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Dá-se à causa o valor de R$ 5.083,20 (Cinto mil e oitenta e três reais e vinte
centavos) .

Pede deferimento.
Cachoeiras de Macacu, 24 de maio de 2024.

FRANCISCO JOSSIEL OLIVEIRA BOM


Defensor Público
Mat. 9695842

Alexandra Cardoso
Estagiaria DPGE/RJ

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