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DIA DO QUADRO DE MATERIAL BÉLICO
As primeiras sementes do Quadro de Material Bélico foram lançadas em 1762, com
a criação da Casa do Trem, que tinha por finalidade suprir as necessidades de conservação dos trens de guerra do Vice-Reino. Quase dois séculos mais tarde, após a II Guerra Mundial, conflito caracterizado pelo aumento da potência de fogo e pelo emprego maciço de meios motomecanizados, o Exército Brasileiro veio a concretizar a união de profissionais capazes de prever, prover e manter o material de guerra da Força Terrestre, criando, em 1959, o Quadro de Material Bélico. Executando a manutenção nos diversos escalões, o suprimento de suas classes afins e a evacuação de viaturas e armamento, o Material Bélico garante a ação continuada nos campos de batalha e a liberdade de manobra aos comandantes em todos os níveis. O tenente-general CARLOS ANTONIO NAPION nasceu em Turim - Itália, em 1756. Sua história confunde-se com a do Quadro de Material Bélico no Brasil. Revelou-se, desde cedo, um aficionado pelo estudo da metalurgia e da química, buscando sempre o melhor aproveitamento militar para os metais. Em 1800, após a conquista da Itália por Napoleão, passa a servir ao Reino de Portugal como contratado, vindo para o Brasil em 1808, integrando a comitiva da Família Real. Aqui, foram atribuídas ao tenente-general NAPION múltiplas e árduas missões ligadas à defesa, à implantação da indústria militar de material bélico e ao ensino militar superior. Na função de Inspetor Geral Real, criou e dirigiu a Fábrica Estrela e o Arsenal de Guerra do Rio, raízes de toda a estrutura do Quadro de Material Bélico no Brasil. Foi também Inspetor Geral de Artilharia, ampliando a Real Fábrica de Armas da Conceição e aprimorando a estrutura das fortalezas da colônia. Como presidente da Junta Militar da Academia Real Militar, criada por D. João em 1810, coube a NAPION organizá-la e dirigi-la, atos que lhe proporcionaram o privilégio de ter sido o primeiro comandante das academias militares em terras brasileiras, tendo permanecido naquela função até sua morte, em 27 de junho de 1814. Seus restos mortais encontram-se no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. O precioso legado de profícuas realizações tornou-o merecedor do reconhecimento da instituição e do país, materializado com o Decreto Presidencial de 1966, que o instituiu patrono do Quadro de Material Bélico. Hoje, ao cumprir suas diversificadas missões, as unidades de material bélico realizam a manutenção de todo o equipamento orgânico do Exército, contribuindo decisivamente com o objetivo maior de preservação da capacidade operacional da Força Terrestre. O combate moderno se caracteriza pela elevada tecnologia do material de emprego militar e exige pessoal cada vez mais capacitado a operar e manter em funcionamento meios bélicos sofisticados e de alta letalidade. Quanto mais complexos os materiais, maiores serão as necessidades de uma manutenção preventiva constante e eficiente. Presente com seu pessoal em todas as áreas de atividade da Força Terrestre, desde a concepção doutrinária e o estabelecimento das políticas setoriais até os trabalhos especializados da logística, incluídos aí vetores de modernidade como a informática, a aviação e os dispositivos de simulação, o combatente de material bélico se faz presente em campanha, na selva, na caatinga, na montanha, nas operações aeromóveis e no apoio às Forças de Paz, enfim, onde quer que se faça necessário levar adiante o apoio em manutenção, transporte, suprimento e evacuação de materiais de emprego militar. A velocidade que se processam os implementos tecnológicos nos equipamentos de combate e a rapidez da evolução da doutrina de emprego das forças no Teatro de Operações fazem com que o Material Bélico se configure como necessidade absoluta no campo de batalha, para o pleno êxito das operações da Força Terrestre. Implacáveis, o tempo e as condições impostas pelo terreno deterioram os equipamentos. Manter a operacionalidade desses equipamentos em prol do cumprimento das atribuições constitucionais do Exército Brasileiro é a contribuição maior do Quadro de Material Bélico para o perfeito andamento das operações e para o avanço tecnológico da Nação. Nesta data em que o Exército Brasileiro homenageia os integrantes do Quadro de Material Bélico, prestando-lhes justa homenagem, invoquemos os feitos de seu ilustre patrono, o tenente-general CARLOS ANTONIO NAPION, na certeza de que enquanto a logística de manutenção não garante, sozinha, o sucesso nas batalhas, a sua negligência eternizará o fracasso. Levemos, pois, a certeza do triunfo na batalha, como reza a Canção do Quadro de Material Bélico. Parabéns valorosos integrantes do Quadro de Material Bélico!