3379 2022 ANEXO Reestrutura Plano Municipal de Educação

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PREFEITURA MUNICIPAL DE LUCAS DO RIO VERDE – MT

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


LUCAS DO RIO VERDE
2015/2025

Lucas do Rio Verde – MT


2022
Prefeito Municipal
Miguel Vaz Ribeiro

Vice Prefeito
Márcio Pandofi

Secretária Municipal de Educação


Elaine Benetti Lovatel

Equipe Técnica de Monitoramento e Revisão do Plano Municipal de Educação


Denise Terezinha Dalberto
João Edson de Sousa
Katiane da Silva Avansi
Michelene Rufino Amalio Araújo de Britto
Paulo César Angeli
Tania Cristina Crivelin Jorra

Coordenadores dos Estudos e Revisão das Metas nas Miniconferências.


Adércio Nogueira Neponoceno
Ana Cristina de Almeida Blessa
Carlise Pelissari Zacarias de Godoi
Denise Terezinha Dalberto
Edileuza Julia Dourado
Elaine Benetti Lovatel
João Edson de Sousa
Karina Aparecida da Silva Lima
Lucinete Dallabrida
Luiz Rodrigues de Oliveira
Osmar Cícero da Silva
Rosiane Aparecida Dias Pereira
Tania Cristina Crivelin Jorra
Valdir da Silva Moreira
Wellington José Gobi Zarelli

Secretaria Municipal de Educação


Av. América do Sul, 2500 – S
Parque dos Buritis
Lucas do Rio Verde – MT
CEP: 78.455-000
Fone: (65) 3548-8306/3549.8300
E-mail: [email protected]

Todos os direitos reservados.

Plano Municipal de Educação de Lucas do Rio Verde – 2015/2025


Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação. 2022
SUMÁRIO
FORÚM MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

O Fórum Municipal de Educação foi instituído através de Decreto Municipal nº 1.114


em 22 de outubro de 2002 para acompanhamento e avaliação do Plano Municipal de
Educação do Município de Lucas do Rio Verde, foi reestruturado através da Lei nº 1860 de 06
de julho de 2010 e alterado pela Lei nº 2719 de 14 de novembro de 2017, o qual é composto
pelos seguintes membros:
a) Secretário(a) Municipal de Educação;
b) Um representante da Secretaria Municipal de Finanças ou da Secretaria
Municipal de Gestão Pública;
c) Um representante do Poder Legislativo;
d) Um representante do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública;
e) Um representante da Assessoria Pedagógica Estadual;
f) Um representante dos Gestores das Escolas Municipais da Educação Infantil;
g) Um representante dos Gestores das Escolas Municipais do Ensino Fundamental;
h) Dois representantes dos Servidores de Apoio;
i) Dois representantes dos pais de alunos das Escolas Municipais;
j) Um representante do FUNDEB;
k) Um representante dos professores da Rede Municipal da Educação Infantil;
l) Um representante dos professores da Rede Municipal do Ensino Fundamental;
m) Um representante dos Diretores das Escolas Particulares;
n) Um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;
o) Um representante da Secretaria Municipal de Saúde;
p) Um representante de instituições que atendam a modalidade de Educação
Especial;
q) Um representante de Instituições de Ensino Superior existente no Município;
r) Um representante do Conselho Municipal de Educação;
s) Um representante da OAB
t) Dois representantes das Associações de Bairros.
u) Um representante do Conselho de Alimentação Escolar;
v) Um representante da Secretaria Municipal de Esporte e/ou Cultura
O secretário municipal de educação é membro nato e indicará até dois componentes, como
representante do poder executivo.
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

O Conselho Municipal de Educação de Lucas do Rio Verde - MT, criado através da


Lei Municipal nº 1280 de 07 de junho de 2006 e instituído como Sistema Municipal de
Ensino nos termos da Lei Municipal 1629 de 26 de novembro de 2008, é um órgão normativo,
consultivo, deliberativo, mobilizador e de acompanhamento e controle social. O CME/LRV
apresenta a seguinte composição:

a) 03 (três) representantes dos Professores da Rede Municipal;


b) 01 (um) representante dos Professores da Rede Estadual;
c) 03 (três) representantes dos Conselhos Escolares (categoria dos pais) da Rede Pública de
Ensino;
d) 02 (dois) representantes do Poder Executivo;
e) 01 (um) representante do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público;
f) 01 (um) representante das Instituições Privadas da Educação Básica;
g) 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Lucas do Rio
Verde (OAB) – indicado pela categoria;
h) 01 (um) representante da Entidade Superior de Ensino do Município;
i) 02 (dois) representantes dos Gestores das Escolas da Rede Municipal de ensino.
APRESENTAÇÃO

A construção de um Plano Municipal de Educação significa um grande avanço para o


Município, pois promove a qualificação da educação a partir do diálogo, da participação e do
debate público acerca das suas diretrizes futuras.
Nestes termos, o processo de construção revela a característica mais contundente e
importante do PME, a saber, que este é um Plano do Município e não um plano de um ou
outro governo, ou seja, a sua elaboração coletiva e sua aprovação pelo Legislativo como lei,
confere-lhe o poder de ultrapassar diferentes gestões. Sob este aspecto, este documento
conduz à superação da descontinuidade dos processos quando do início de cada nova gestão.
Neste sentido, o PME, com força de lei e legitimidade social, proporciona aos distintos
dirigentes municipais o sentido da continuidade das políticas públicas, oferecendo, sobretudo,
metas e critérios de avaliação acerca da execução e dos resultados das ações nas áreas da
educação municipal.
O que justifica a construção do Plano Municipal de Educação – PME é a busca por uma
educação municipal de qualidade, enquanto conceito dinâmico, reconstruído constantemente,
onde cada instituição de ensino tenha autonomia para refletir, propor e agir nessa busca. Além
do cumprimento a legislação, previsto na Constituição Federal, conforme o art. 214 que
define:

A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o


objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de
colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do produto interno bruto.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n. 9.394/96 também trata do


PNE no art. 9º, item I: A União incumbir-se-á de: elaborar o Plano Nacional de Educação,
em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. E, por fim, a aprovação
e publicação que ocorreu em 25/06/2014 do Plano Nacional de Educação pelo Governo
Federal, determinou que os PMEs fossem elaborados, revisados ou reformulados no prazo de
um ano.

Outro fato importante na formulação do PME é a concretização das ações para o


desenvolvimento social e econômico do município previstas no Plano de Governo, através do
Plano Plurianual - PPA, que é um instrumento de planejamento governamental de médio
prazo, previsto no artigo 165 da Constituição Federal, regulamentado pelo Decreto n. 2.829,
de 29 de outubro de 1998 e estabelece diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública
para um período de 4 anos, organizando as ações do governo em programas que resultem em
bens e serviços para a população. É aprovado por lei, tendo vigência do segundo ano de um
mandato majoritário até o final do primeiro ano do mandato seguinte. Nele constam,
detalhadamente, os atributos das políticas públicas executadas, tais como metas físicas e
financeiras, público-alvo, produtos a serem entregues à sociedade. Também é levado em
consideração a Lei Orçamentária Anual (LOA) onde o governo municipal define as
prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. A LOA
disciplina todas as ações do Poder Executivo e nenhuma despesa pública pode ser executada
fora do orçamento.
O planejamento da Educação do Município é de suma importância, pois define
prioridades nas redes públicas e privadas de ensino, integra o município às políticas e planos
educacionais da União e do Estado, envolve a sociedade na sua elaboração, torna-se uma lei
municipal PME que deverá ser cumprida durante os 10 anos de vigência, perpassando por três
gestões e garantindo a continuidade dos projetos iniciados. Com isso possibilita que os
objetivos dos gestores públicos quanto à responsabilidade social em seus mandatos sejam
atingidos.
Como resultados da elaboração do PME podemos considerar a elevação global do nível
de escolaridade da população, garantia da oferta de educação infantil e de ensino fundamental
obrigatório, de ensino fundamental a todos os que não o concluíram na idade própria, de
padrão de qualidade nas instituições de ensino, excelência na formação e na valorização dos
profissionais da educação, respeito e atendimento às pessoas com deficiência, diversidades
étnicas, religiosas, econômicas e culturais, gestão democrática e controle social da educação
e, por fim, contribui para o bom desempenho educacional, verificado em avaliações internas e
externas, em nível municipal, estadual e federal.
Em conformidade com as diretrizes definidas no PNE, o Plano Municipal de Educação
foi aprovado em 2015 contendo um total de 18 metas, às quais estavam associadas a 202
estratégias, para serem cumpridas no prazo de vigência do PME. No entanto, após passar pelo
processo de avaliação dos dois primeiros anos de vigência do PME, o mesmo passou por
reestruturação em conferência em 2018, ficando com 18 metas associadas a 181 estratégias
específicas, visto que algumas estratégias foram consideradas como ações e realocadas nas
estratégias vigentes. Após nova conferência em outubro de 2021 ele continua com 18 metas
associadas a 183 estratégias específicas. As metas são voltadas para a educação básica,
educação profissional, educação superior, a valorização, formação e remuneração de
profissionais da educação, conforme síntese a seguir.

ESTADO DE MATO GROSSO


MUNICIPIO DE LUCAS DO RIO VERDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
FÓRUM MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
LUCAS DO RIO VERDE – MT
2015/2025

METAS E ESTRATÉGIAS
METAS
18

Meta 1: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4


(quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar em 50% (cinquenta por cento) a oferta de
educação infantil em creches de forma a atender as crianças de até 3 (três) anos matriculadas
nas Instituições de Ensino, até o final da vigência deste PME, de acordo com a ampliação do
PNE.
Estratégias:
1.1 definir, em regime de colaboração entre a União, as Instituições do Sistema Municipal de
Ensino, empresas privadas, entre outros, metas de expansão para a educação infantil
assegurando o padrão nacional de qualidade;
1.2 realizar, semestralmente, em regime de colaboração, levantamento da demanda da creche
para a população de até 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o
atendimento da demanda manifesta;
1.3 manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as normas de acessibilidade,
programa nacional de construção e reestruturação de escolas, bem como de aquisição de
equipamentos, visando a expansão e a melhoria da rede física de escolas públicas de educação
infantil;
1.4 garantir e aplicar, avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com
base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de
pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre
outros indicadores relevantes;
1.5 viabilizar parcerias para formação inicial e promover a formação continuada dos (as)
profissionais da educação infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por
profissionais com formação superior;
1.6 estimular a articulação entre graduação e pós-graduação, núcleos de pesquisa e cursos de
formação para profissionais da educação de modo a garantir a elaboração e implementação de
currículos e propostas pedagógicas que incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao
processo de ensino-aprendizagem e às teorias educacionais no atendimento da população de 0
(zero) a 5 (cinco) anos;
1.7 implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por
meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no
desenvolvimento integral das crianças de zero a 5 (cinco) anos de idade;
1.8 preservar as especificidades da educação infantil na organização do Sistema Municipal de
Ensino, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, e a articulação com
a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno (a) de 6 (seis) anos de idade no
ensino fundamental;
1.9 fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças
na educação infantil, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência
social, saúde e proteção à infância;
1.10 garantir o acesso à educação infantil em tempo integral com qualidade, para todas as
crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos que estejam em situação de vulnerabilidade social.

Meta 2: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 2º (segundo) ano do Ensino
Fundamental.
Estratégias:
2.1 garantir a aplicação dos processos pedagógicos regulamentados pelos sistemas de ensino;
2.2 articular via Secretaria Municipal de Educação com Centros de Educação Infantil e
escolas que ofertem a pré-escola, estratégias pedagógicas observando o período de transição
da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental;
2.3 garantir que todos os alunos matriculados no ciclo de alfabetização realizem as avaliações
nacionais;
2.4 incentivar os sistemas de ensino a criarem seus instrumentos de avaliação e
monitoramento;
2.5 promover nos sistemas de ensino formação continuada aos professores alfabetizadores,
contendo conhecimentos de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas
inovadoras;
2.6 promover e assegurar intercâmbios entre os sistemas de ensino, a fim de socializar e
divulgar as diferentes práticas pedagógicas realizadas no ciclo de alfabetização;
2.7 proporcionar aulas de apoio pedagógico para os alunos matriculados no ciclo de
alfabetização.

Meta 3: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6


(seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 98% (noventa e oito por cento) dos
alunos concluam essa etapa na idade recomendada.
Estratégias:
3.1 articular junto aos sistemas de ensino existentes no município a permanente discussão e
ressignificação de seus currículos, respeitando as especificidades de cada instituição;
3.2 fortalecer mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as) do
ensino fundamental;
3.3 acompanhar e monitorar o acesso, a permanência e o aproveitamento escolar dos
beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de
discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento condições
adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaboração com as famílias e com
órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;
3.4 garantir a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria com órgãos
públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;
3.5 estimular e fortalecer o uso das tecnologias pedagógicas existentes nas escolas, de maneira
articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente
comunitário;
3.6 promover a integração das escolas com organizações e movimentos culturais e esportivos,
a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais e esportivas para a livre fruição dos
(as) alunos (as) dentro e fora dos espaços escolares;
3.7 estimular a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para as
populações do campo, nas próprias comunidades;
3.8 fortalecer e monitorar os Projetos que articulam saúde, educação, assistência social e
cultura, ampliando a equipe multiprofissional para que possam atuar de forma mais constante
junto às escolas auxiliando na resolução de problemas de aprendizagem, indisciplina e
fortalecendo os vínculos familiares;
3.9 organizar a oferta de matrícula da rede pública na área urbana, priorizando o zoneamento
de cada instituição educacional.

Meta 4: Oferecer educação de qualidade em tempo integral para no mínimo, 40% (quarenta
por cento) das escolas públicas da educação básica do município, até 2025.
Estratégias:
4.1 ofertar a educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de
acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, culturais, esportivas e lazer de forma que o
tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser
igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo;
4.2 garantir a construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para
atendimento em tempo integral;
4.3 garantir ampliação, reestruturação e manutenção efetiva das escolas públicas, por meio da
instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática com internet,
espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e
outros;
4.4 fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e
esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças e
parques;
4.5 adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando
a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas,
esportivas e culturais;
4.6 estabelecer no prazo de 2 (dois) anos contados da publicação deste plano, uma Política
Municipal de Educação em tempo Integral, através do Sistema Municipal de Ensino;
4.7 garantir para as escolas que ofertam educação em tempo integral um coordenador para o
núcleo diversificado, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Municipal de
Ensino;
4.8 ofertar a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, na faixa etária de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e
suplementar, ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em
instituições especializadas.

Meta 5: Garantir a oferta de 100% da demanda manifesta no ensino médio e a permanência


de, no mínimo, 95% dos alunos na idade certa até o final de vigência deste plano.

Estratégias:
5.1 aprimorar e fortalecer a relação entre família, aluno e unidade escolar, infraestrutura e
materiais didáticos adequados ao processo educativo, considerando as características desta
etapa de ensino, conforme os padrões do CAQ - Custo Aluno Qualidade;
5.2 consolidar a identidade do Ensino Médio, aperfeiçoando a discussão e ressignificando a
concepção curricular que proporciona formação geral e específica;
5.3 manter e ampliar programas e ações de correção de fluxo, por meio do acompanhamento
individualizado do aluno com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como
aulas de apoio específico no turno complementar, estudos de recuperação e progressão
parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade;
5.4 redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno, bem como a
distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de
acordo com as necessidades específicas dos alunos;
5.5 implantar, gradativamente, em pontos estratégicos conforme zoneamento e necessidade,
organização curricular para o ensino noturno regular, de modo a atender as especificidades do
aluno trabalhador.
5.6 garantir e ampliar no currículo a inserção de atividades que utilizem outros espaços
pedagógicos além da sala de aula, possibilitando o acesso e a mobilidade (transporte) a esses
locais em todos os turnos;
5.7 garantir nas escolas de ensino médio, até 2017, equipamentos de informática e equipar as
salas de aulas com kit multimídias em condições de uso, na proporção mínima de um
conjunto (rack multimídia) para cada 35 alunos, bem como espaço físico, além de garantir
assistência técnica para o efetivo funcionamento em todas as unidades públicas;
5.8 atender, imediatamente, a demanda por ensino médio nas populações do campo,
preferencialmente com professores habilitados e graduados na área, garantindo moradia e
transporte para os mesmos da própria comunidade;
5.9 estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência
dos jovens beneficiários de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à
frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações
de discriminação, preconceitos e violências; práticas irregulares de trabalho, consumo de
drogas, gravidez precoce; em parceria com as famílias e com órgãos públicos de assistência
social, saúde e proteção à adolescência e juventude;
5.10 ampliar e fortalecer a oferta de ensino médio integrado a educação profissional ou
concomitante para atender com qualidade a demanda;
5.11 garantir a melhoria da infraestrutura física da instituição (laboratório química,
informática, biblioteca, espaço externo) entre outros e um currículo próprio da realidade da
comunidade.

Meta 6: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com


melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais
para o IDEB:
IDEB 2015 2017 2019 2021 2023
Anos iniciais do ensino fundamental 6.6 6.8 6.9 7.0 7.2
Anos finais do ensino fundamental 5.5 5.8 6.1 6.4 6.6
Ensino médio 4.3 4.7 5.0 5.2 5.5

Estratégias:
6.1 garantir os direitos e objetivos de aprendizagens e desenvolvimento dos alunos para cada
ano do ensino fundamental e médio;
6.2 assegurar que:
a) no quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% dos alunos do ensino fundamental e
do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50%, pelo menos, o
nível desejável;
b) no último ano de vigência deste PME, todos os estudantes do ensino fundamental e do
ensino médio tenham alcançado o nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento do seu ano de estudo, e 80%, pelo menos, o
nível desejável;
6.3 garantir o processo de formação continuada nas escolas de educação básica, por meio da
implementação de projetos que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando a
melhoria da qualidade educacional;
6.4 implementar as políticas das redes e sistemas de ensino, de forma a atingir e elevar as
metas do IDEB, garantindo a equidade da aprendizagem nas instituições educacionais no
município;
6.5 apoio técnico e financeiro à gestão escolar pública, mediante transferência direta de
recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no
planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e o efetivo
desenvolvimento da gestão democrática;
6.6 promover, articular e ampliar os programas educacionais com as demais áreas; saúde,
assistência social, esporte, cultura e profissionalização, possibilitando a articulação da rede de
apoio integral às famílias como condição para a melhoria do processo ensino/aprendizagem
do aluno;
6.7 estabelecer políticas de estímulos às escolas que melhorem o desempenho no IDEB,
considerando a realidade de cada instituição de ensino, de modo a valorizar o mérito do corpo
docente, da direção e da comunidade escolar;
6.8 garantir que ao final do ciclo de alfabetização 100% das crianças estejam alfabetizadas;
6.9 prover e garantir a manutenção de equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a
utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas públicas da educação básica,
criando, inclusive, mecanismos para implementação das condições necessárias para a
universalização das bibliotecas nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de
computadores, inclusive a internet;
6.10 garantir e aplicar políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo
desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de
suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências
adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de
segurança para a comunidade;
6.11 garantir políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes e jovens que se
encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os princípios
da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente;
6.12 garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro-brasileira e
indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de janeiro
de 2003 e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas
diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação
para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;
6.13 garantir adaptação ou diversificação das provas da avaliação do IDEB, para alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

Meta 7: Universalizar o atendimento na Educação Básica aos alunos com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.
Estratégias:
7.1 atualizar e manter o fluxo de matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede
pública do município de Lucas do Rio Verde, que recebam atendimento educacional
especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na
educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar da educação
especial, oferecida em instituições públicas, privadas, comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva
na modalidade, nos termos da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007;
7.2 manter em efetivo funcionamento, as salas de recursos multifuncionais e fomentar a
garantia da formação continuada aos profissionais da educação para o atendimento
educacional especializado (AEE);
7.3 implementar salas de recursos multifuncional nas escolas que ainda não foram
contempladas;
7.4 garantir atendimento educacional especializado, bem como aumentar o número de
profissionais, para salas de recursos multifuncionais, nas formas complementar e suplementar,
a todos alunos alvo da Educação Especial matriculados na educação básica, conforme
necessidade identificada;
7.5 assegurar, a continuidade e a ampliação de apoio técnico e financeiro às instituições
filantrópicas, sem fins lucrativos, com atendimento aos educandos com alto grau de
comprometimento no seu desenvolvimento global;
7.6 garantir a criação de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria, articulados
com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência
social, pedagogia, fonoaudiologia e psicologia, para apoiar o trabalho dos professores da
educação básica que atuam nas turmas de inclusão;
7.7 garantir e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas
instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos alunos com deficiência, por
meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de
material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva;
7.8 garantir a oferta de educação inclusiva, vetando a exclusão do ensino regular sob alegação
de deficiência e promovendo a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento
educacional especializado;
7.9 fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento
educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos
alunos alvo da Educação Especial, beneficiários de programas de transferência de renda,
juntamente com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas
ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com
as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à
adolescência e à juventude;
7.10 disponibilizar acervo literário, em Libras e Braile em caracteres ampliados, para 100%
das escolas que possuem alunos surdos, cegos e de baixa visão, com incrementos anuais de
20% de escolas, por intermédio de parcerias com instituições de assistência social, cultural e
organizações não governamentais;
7.11 assegurar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas
especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas e cegas, com
estabelecimento de terminalidade temporal;
7.12 buscar parcerias para aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em 100% das
instituições da educação básica, que atendem ou não educandos com necessidades educativas
especiais;
7.13 manter parceria com as Secretarias de Saúde e de Assistência Social de programas de
orientação e acompanhamento a 100% das famílias dos alunos com necessidades educacionais
especiais;
7.14 manter, em parceria com outras Secretarias Municipais, a Equipe Multiprofissional, bem
como implementação do atendimento ofertado, garantindo como membros da equipe
profissionais das áreas de: psicopedagogia, fonoaudiologia e psicologia, neurologia e pediatra
para efetuarem os primeiros diagnósticos e posteriores encaminhamentos para tratamentos
especializados no período de 03 (três) meses;
7.15 promover adequações, adaptações e diversificação curricular, no sentido de atender as
especificidades de todos os alunos com deficiência;
7.16 mobilizar a comunidade escolar e a sociedade no processo de inclusão através de Fóruns,
Conferências, Seminários entre outros, de modo a informar e esclarecer aos diversos setores
da sociedade sobre as potencialidades e especificidades das pessoas com deficiência;
7.17 Ampliar parcerias com organizações governamentais e não governamentais, visando a
oferta de qualificação profissional aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, considerando as demandas locais,
visando sua colocação, permanência e ascensão no mercado de trabalho;
7.18 implementar indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão do
atendimento ofertado a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação pelas instituições públicas e privadas que prestam esse
serviço.
7.19 implementar a adaptação e diversificação curricular para alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, visando o acesso
aos conteúdos e construção do conhecimento, garantindo a permanência dos mesmos até a
conclusão da educação básica;
7.20 priorizar o acesso a educação infantil e fomentar a oferta do atendimento educacional
especializado complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com deficiências, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação
bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da
educação básica com profissionais capacitados para acompanhamento aos alunos;
7.21 ampliar e capacitar os profissionais da educação para atender a demanda do processo de
escolarização dos estudantes, garantindo a oferta de professores do atendimento educacional
especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores e intérpretes de Libras, guias-
intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos, e professores
bilíngues;
7.22 garantir a disponibilização de monitor ou articulador dos alunos com necessidades de
apoio nas atividades de higienização, alimentação e locomoção entre outras, que exijam
auxílio constante no cotidiano escolar da educação básica, inclusive no transporte, quando
necessário.

Meta 8: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 95 % (noventa
e cinco por cento), erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir o analfabetismo funcional em
75% (setenta e cinco por cento), em regime de colaboração com a União e Estado, até o final
da vigência deste plano.
Estratégias:
8.1 garantir a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos – EJA a todos aqueles que não
tiveram acesso à educação na idade adequada e facilitar o acesso e permanência dos
estudantes, incluindo a oferta pela rede municipal e campanhas incentivando as matrículas;
8.2 assegurar, durante a vigência deste PME, a oferta de Educação de Jovens e Adultos – EJA
na etapa de ensino fundamental a 95% da população de 15 (quinze) anos ou mais;
8.3 garantir a oferta da Educação de Jovens e Adultos – EJA seguindo padrões de qualidade,
asseguradas nas Diretrizes Curriculares Nacionais;
8.4 ofertar, acompanhar e avaliar, em regime de colaboração com o Estado e a União, a
formação docente inicial e continuada, para que a qualidade da EJA atinja os objetivos
propostos, considerando as particularidades da oferta nas instituições educacionais e similares
8.5 sensibilizar as instituições de ensino superior e organizações não governamentais a
oferecer cursos de alfabetização direcionados ao público de EJA;
8.6 incentivar as empresas públicas e privadas a firmarem parcerias/convênios de programas
permanentes de educação de jovens e adultos para os seus trabalhadores, garantindo-lhes a
permanência na escola, sem prejuízo no seu posto de trabalho e de sua remuneração;
8.7 garantir, em parceria com o Estado, alimentação escolar para os alunos da EJA nas
instituições educacionais que ofertam a referida modalidade;
8.8 garantir, em parceria com o Estado e a União, recursos para a aquisição de materiais
didático-pedagógicos necessários aos professores e alunos da EJA;
8.9 garantir espaços físicos para funcionamento de salas de EJA que atendam aos requisitos
de infraestrutura necessários para oferta de educação de qualidade, considerando juntamente a
inclusão.

Meta 9: Garantir a oferta de educação profissional para o atendimento de 50% da demanda de


alunos do ensino fundamental e médio matriculados na EJA.
Estratégias:
9.1 estabelecer parcerias com o Estado a União e setor privado, para a realização de
mapeamento e busca ativa de jovens e adultos não profissionalizados, fora da escola, com as
áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude, por residência ou local de trabalho,
visando identificar a demanda de formação profissional e programar a oferta da educação
profissional;
9.2 garantir a expansão das matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular à
formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional, objetivando a
elevação do nível de escolaridade e motivar a permanência do aluno na escola ofertando no
período noturno modalidade de EJA, nas escolas urbanas e rurais, possibilitando o transporte
aos educadores que atuarem na zona rural;
9.3 assegurar, em regime de colaboração com o Estado e a União, 50% das matrículas no
ensino fundamental e médio dos jovens e adultos na modalidade de educação profissional por
meio de parcerias com o sindicato rural e sistema S (SESI, SENAI e SENAR);
9.4 articular as políticas de EJA com as de proteção contra o desemprego e de geração de
empregos, através da oferta de educação profissional por meio de parcerias de programas
visando geração de emprego e renda com empresas privadas e formação para as vagas de
trabalho disponíveis;
9.5 firmar com as empresas públicas e privadas parcerias/convênios de programas
permanentes de educação de jovens e adultos na formação profissional para os seus
trabalhadores, garantindo-lhes a permanência na escola, sem prejuízo no seu posto de trabalho
e de sua remuneração, efetuando acompanhamento do desenvolvimento escolar, criando uma
comissão no município para fiscalizar e garantir essa permanência e a administração dos
recursos;
9.6 avaliar e divulgar, a cada 02 (dois) anos, os resultados dos programas da educação
profissional de EJA, a fim de assegurar o cumprimento das metas deste plano por meio dos
indicadores de avaliações internas;
9.7 garantir a oferta, em regime de colaboração com o Estado e a União, de formação
continuada aos docentes, visando contribuir com a qualidade na modalidade EJA;
9.8 fomentar a integração da educação profissional na EJA, considerando as especificidades
das populações itinerantes e do campo, inclusive na modalidade de educação semipresencial e
a distância;
9.9 estimular a ampliação das oportunidades profissionais dos jovens e adultos com
deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos
articulada à educação profissional;
9.10 garantir a diversificação curricular de educação de jovens e adultos, articulando a
formação básica e a preparação para o mercado de trabalho e estabelecendo inter-relações
entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania,
de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses
estudantes;
9.11 estimular a institucionalização de programas de assistência ao aluno, compreendendo
ações de assistência social, de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a
permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito de educação de jovens e adultos
articulada à educação profissional;
9.12 assegurar, em regime de colaboração com o Estado e a União a matrícula no Ensino
Médio, em 5 (cinco) anos, para 75% (setenta e cinco por cento) dos jovens e adultos com 18
(dezoito) anos de idade ou mais, ampliando até o final deste PME, a oportunidade para que
todos tenham matrícula assegurada na rede pública;
9.13 manter a oferta de EJA nas etapas de Ensino Fundamental, Médio e Educação
Profissional às pessoas privadas de liberdade em estabelecimentos de medidas
socioeducativas e penais.

Meta 10: Fomentar a expansão das matrículas da educação profissional técnica de nível
médio, ampliando em 100% a oferta no segmento público estadual e federal até 2025.

Estratégias:
10.1 mapear, por meio de levantamento de dados junto às instituições educacionais e
principalmente nas empresas locais, visando localizar as demandas para profissionalização de
serviços com maior deficiência no município;
10.2 ampliar, progressivamente, a oferta da Educação Profissional pelo Estado e União, em
parceria com o Município, visando atender as necessidades de formação profissional, em
consonância com os arranjos produtivos locais e regionais;
10.3 assegurar que 100% das escolas disponham de padrões adequados que atendam as
necessidades dos cursos técnicos implantados, garantindo qualidade na oferta dos cursos
técnicos aos educandos;
10.4 fomentar, garantir e incentivar a interação entre as escolas que ofertam a educação
profissional e a sociedade, por meio de estágios na área de formação do estudante, incluindo o
menor e jovem aprendiz;
10.5 fomentar a integração entre as instâncias Federal, Estadual e Privada, visando articular as
ações de gestão e políticas de oferta da Educação Profissional no Município;
10.6 assegurar políticas de incentivo e parcerias com empresas e instituições locais, visando
garantir as condições necessárias à permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos
profissionalizantes;
10.7 ofertar qualificação profissional aos docentes nas próprias instituições dos cursos
profissionalizantes, ofertados no município, visando qualidade no ensino, podendo para tanto,
firmar parcerias com Estado, município, Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT e empresas
privadas.

Meta 11: Estabelecer parceria com o Governo Federal, Estadual e não governamentais, a
partir da aprovação deste plano, visando a ampliação de no mínimo 25% a oferta de educação
superior, de acordo com a demanda do município, até o termino de vigência deste plano.
Estratégias:
11.1 fomentar e ampliar a oferta de vagas na Educação Superior, considerando as demandas
locais em todas as áreas;
11.2 estimular a oferta de cursos de graduação e especialização em instituições de ensino
superior pública e privada, nas modalidades presencial e à distância, de acordo com os
parâmetros do ministério da educação e conselho nacional de educação, voltados à formação
profissional, para diferentes áreas do conhecimento;
11.3 fomentar cursos em nível superior na área de educação, para atender a necessidade de
formação inicial da educação básica;
11.4 estimular os programas especiais E as políticas de inclusão e de assistência estudantil na
instituição pública de educação superior, de modo a ampliar as taxas de acesso à educação
superior aos estudantes;
11.5 acompanhar os resultados gerados pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior - SINAES, de que trata a Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, para fortalecer as
ações de avaliação, regulação e supervisão;
11.6 promover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas oportunizando
a realização de estágio supervisionado nas unidades públicas e privadas ampliando seu
conhecimento através da prática.

Meta 12: Assegurar e ampliar, com qualidade, os programas de formação inicial e


continuada, promovendo o acesso de todos os profissionais da educação, por intermédio de
cursos específicos na área de atuação, nos diferentes níveis e modalidades, estabelecendo
parcerias com Secretaria de Estado e Ministério da Educação e com instituições de Ensino
superior e órgãos não governamentais.
Estratégias:
12.1 garantir políticas de concessão de bolsas, de modo a incentivar o profissional da
educação a especializar-se e manter-se atuante e inovador no mercado trabalho, através de
cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, por meio de parcerias entre União, Estado
e Município;
12.2 implantar programa de concessão de bolsas de estudos, para que os professores de
idiomas das escolas públicas de educação básica realizem estudos de imersão e
aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as línguas que lecionem;
12.3 incentivar a formação inicial aos profissionais de apoio e técnicos, que ainda não
possuem e oferecer aprimoramento aos que já possuem, através de parcerias com o Governo
Federal e Estadual e Instituições de Ensino Superior até 2025;
12.4 consolidar um plano de formação para os profissionais da educação prevendo cursos de
qualificação, para garantir àqueles que já atuam, formação adequada ao exercício de suas
funções;
12.5 consolidar um plano de formação continuada no espaço escolar, em 100% das escolas
públicas;
12.6 buscar parcerias com Universidades Públicas e Privadas, para que os profissionais da
educação possam ter acesso ao Mestrado e Doutorado, garantidos pela rede municipal de
ensino, incentivos, tais como licença remunerada, a partir do segundo ano da aprovação do
PME, através de normatização específica;
12.7 ampliar parcerias com a SEDUC, CEFAPRO, Universidades Públicas e Privadas, de
modo que a oferta de formação inicial, especialização e formação continuada atinjam 100%
dos profissionais da educação até o quinto ano da vigência deste plano;
12.8 propiciar Universidade Aberta em parcerias com Instituições de Ensino Superior Pública
e Privada, CEFAPRO para o município, garantindo o acesso e ampliando o número de vagas
dos profissionais a formação inicial e continuada como: Pro-funcionário, licenciaturas, cursos
técnicos entre outros;
12.9 valorizar e garantir remuneração aos profissionais não docentes de acordo com a
formação, dentro da função exercida;
12.10 ofertar capacitação aos profissionais da educação para utilização das tecnologias
educacionais;
12.11 incentivar a formação de educadores ambientais em todas as unidades de ensino do
município, comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável;
12.12 oportunizar para todos os profissionais da educação básica a capacitação na área de
história e cultura afro-brasileira, Africana e Indígena;
12.13 ofertar formação continuada para profissionais da educação, com foco na qualidade da
Educação, oportunizando que todos possam participar das formações, sem prejuízos e com
oferta de mais horários;
12.14 promover formação de conselheiros, assegurando-lhes condições de funcionamento
autônomo, a fim de fortalecer os conselhos escolares, como instrumentos de participação e
fiscalização na gestão escolar e educacional;
12.15 garantir que todos os profissionais da Educação Básica, docentes e não docentes, sejam
capacitados, gratuitamente, com formações continuadas, cursos e outros voltados para
Educação Especial;
12.16 garantir a oferta de formação continuada, com especialistas, a todos os profissionais da
educação básica pública e privada que atendem alunos com deficiência, conforme a
necessidade da rede;
12.17 oferecer e assegurar formação continuada aos profissionais da educação pública e
privada referente a igualdade entre homens e mulheres, sexualidade e orientação sexual,
dentro do segmento diversidade;

Meta 13: Garantir a manutenção da valorização dos (as) profissionais do magistério da rede
pública municipal da educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as)
demais profissionais com escolaridade equivalente, gradativamente, até 2020.
Estratégias:
13.1 garantir, por iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, até o final da vigência deste
PME, a manutenção da comissão permanente, com representação do Poder Executivo, Poder
Legislativo, Conselho Municipal de Educação, Sindicato dos Trabalhadores no Ensino
Público e também das instituições, nos seus respectivos níveis de atendimento, para
acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial para os profissionais do
magistério público da educação básica no Município de Lucas do Rio Verde, de forma a
atingir a meta até a data base de 2020;
13.2 utilizar o piso salarial profissional nacional, pautado na Lei Federal n. 11.738, de 16 de
julho de 2008, como patamar mínimo do Plano de Carreiras Cargos e Salários para os
profissionais da educação e implementar, gradualmente, o cumprimento da jornada de
trabalho em um único estabelecimento escolar;
13.3 assegurar outras fontes de receita para a educação, de forma a ampliar investimentos
financeiros específicos, para implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais
da educação, em particular acompanhando o piso salarial profissional, conforme garantido em
lei.

Meta 14: Assegurar até maio de 2018, a criação e implementação do Plano de Carreiras,
Cargos e Salários para todos os profissionais da rede municipal de educação, utilizando a Lei
Federal n. 11.738, de 16 de julho de 2008 e os termos do inciso VIII, do art. 206 da
Constituição Federal, e a Lei 12.014 de 6 de agosto de 2009, como patamar mínimo de
referência para sua elaboração.
Estratégias:
14.1 manter a comissão permanente de profissionais da educação do município e SINTEP,
escolhidos democraticamente, com representação de cada unidade escolar, a fim de subsidiar
a Secretaria Municipal de Educação, o Executivo e o Legislativo na elaboração,
reestruturação e implementação do Plano de Carreira;
14.2 garantir que na elaboração do Plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica
do município, seja adotado como referência o piso salarial nacional profissional, definido em
lei federal, nos termos do inciso VIII, do art. 206 da Constituição Federal;
14.3 garantir que o ingresso dos profissionais da educação seja através de concurso público,
definido em lei federal, nos termos do inciso V, do art. 206 da Constituição Federal;
14.4 assegurar que as redes públicas de educação básica possam ampliar para 90% (noventa
por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais do magistério e profissionais da
educação não docentes, que sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e estejam em
exercício nas redes escolares a que se encontrem vinculados;
14.5 acompanhar os profissionais iniciantes, a fim de fundamentar, com base em avaliação
documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante o estágio
probatório, orientação didático-pedagógica de estudos na área de atuação do (a) professor (a),
com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de cada
disciplina. Reformular a ficha de avaliação de estágio probatório e merecimento dos
profissionais da educação básica;
14.6 garantir a prática das licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional,
inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu, conforme prevê no Plano de Carreira dos
profissionais da educação do Município onde, obrigatoriamente, o profissional deverá
permanecer vinculado ao município o dobro do tempo destinado aos estudos;
14.7 estabelecer Plano de Carreira para os profissionais da educação, a fim de garantir a
priorização de repasse de transferências federais voluntárias, na área da educação do
município;
14.8 redefinir/reformular a ficha de avaliação e os critérios da avaliação de todos os
profissionais da educação básica docentes e não docentes tanto de estágio probatório como
também merecimento;
14.9 garantir a perícia médica dos profissionais da Educação, preferencialmente no município;
14.10 garantir que todos os profissionais de Educação recebam em ganho real, evitando
benefícios;
14.11 Incluir os profissionais de apoio no Plano de Carreira de Educação;
14.12 Garantir e implantar ações efetivas nas unidades escolares dentro da carga horária,
especificamente voltadas para promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e a
integridade física, mental e emocional a todos os profissionais da educação, como condição
para a melhoria da qualidade educacional.

Meta 15: Consolidar a gestão democrática da educação, no âmbito das escolas públicas,
prevendo recursos e apoio técnico.
Estratégias:
15.1 manter os programas de apoio e formação aos conselheiros (as) dos conselhos de
acompanhamento de políticas públicas e controle social do Fundeb, Alimentação Escolar,
Conselho Municipal de Educação e Comissão de Transporte Escolar, como instrumentos de
participação e fiscalização na gestão escolar e educacional; Assegurar condições de
funcionamento autônomo e garantir a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico
adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas a rede escolar, com vistas ao bom
desempenho de suas funções;
15.2 estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de
Grêmios Estudantis, Associações de Pais e Mestres - APM ou Conselhos Deliberativos das
Comunidades Escolares - CDCEs, assegurando-lhes, inclusive, espaços adequados e
condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os
conselhos escolares, por meio das respectivas representações;
15.3 estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus
familiares na formulação dos projetos políticos-pedagógicos, currículos escolares, planos de
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação
institucional;
15.4 favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos
estabelecimentos de ensino, com a participação efetiva do Conselho Deliberativo da
Comunidade Escolar – CDCE, Associação de Pais e Mestres - APM e/ou assembleia geral;
15.5 desenvolver e garantir cursos de formação para gestores escolares, orientadores
educacionais e coordenadores pedagógicos, a fim de subsidiar a definição de critérios e
objetivos para o provimento dos cargos e aprimoramento profissional;
15.6 convocar e mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação
formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos que a educação
seja assumida como responsabilidade de todos, visando o controle social, efetivando as
políticas públicas educacionais.

Meta 16: Igualar a escolaridade média entre grupos de cor e raça, declarados à Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE até 2025
Estratégias:
16.1 estabelecer políticas afirmativas que assegurem igualdade entre homens e mulheres,
cor/raça, credo, renda, cultura e nível de escolaridade dos pais, de forma a orientar ações
afirmativas para a diversidade;
16.2 potencializar a mediação pedagógica nos conflitos socioambientais, buscando a inclusão
social sem distinções étnicas, físicas, etárias, religiosas, de classe ou entre homens e mulheres,
nas instituições de ensino do município;
16.3 assegurar que a educação das relações étnico-raciais seja contemplada conforme
estabelece a lei nº 10.639 (2003), em todos os espaços de formação continuada da rede
educacional;
16.4 incentivar a participação dos profissionais da educação em fóruns, seminários e grupos
de estudos – relativos à temática da diversidade étnico-racial;
16.5 ampliar em todas as escolas acervo bibliográfico e didático que contemple as
diversidades étnico-racial e cultural;
16.6 garantir incentivo e dar apoio financeiro para a publicação de material didático-
pedagógico, produzidos pelas escolas, enfocando a diversidade étnico-racial e cultural do
município através de projetos e atividades desenvolvidas nas escolas;
16.7 fortalecer o desenvolvimento das ações em todas as escolas, de forma a promover o
conhecimento das diversidades étnico-racial e cultural do município;
16.8 a partir da aprovação do PME, promover projetos contínuos e permanentes dando
culminância, oficialmente na semana da consciência negra, na educação do município, a fim
de fortalecer ações desenvolvidas nas escolas;
16.9 promover a valorização da produção literária afro-brasileira, africana e indígena e a
reflexão sobre conceitos e estereótipos acerca da diversidade;
16.10 garantir recursos financeiros do orçamento total da educação, anual, para implementar
políticas públicas para a valorização e inclusão dos diversos segmentos étnico-raciais;
16.11 garantir o debate acerca da equidade entre homens e mulheres, principalmente da
violência doméstica e familiar, oferecendo palestras informativas sobre o assunto nas
unidades escolares e demais instituições públicas e privadas.

Meta 17 Fomentar no município a educação ambiental nos currículos da educação básica, de


modo a concretizar a teoria e a prática.
Estratégias:
17.1 promover a educação ambiental, dentro da educação básica, abrangendo toda
comunidade escolar, na construção de escolas sustentáveis, principalmente no que tange a
infraestrutura e funcionamento, para melhor aproveitamento de recursos e serviços,
divulgando nas mídias os trabalhos em execução;
17.2 desenvolver programas e projetos de educação ambiental na educação básica, para
responsabilidade social, proteção e conservação ecológica do meio ambiente;
17.3 estabelecer parceria com os setores da mídia, da saúde, da educação e da sociedade civil
organizada, envolvendo a comunidade escolar, na divulgação anual dos estudos, de forma a
esclarecer a sociedade das consequências causadas pelos impactos ambientais;
17.4 fomentar a coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos, em parceria com o SAAE
e Secretaria de Meio Ambiente, incentivando a formação de educadores ambientais em todas
as unidades de ensino do município, comprometidos com a construção de uma sociedade
sustentável;
17.5 envolver anualmente as Instituições de Ensino técnico e superior, escolas públicas e
privadas, no sentido de discutir a educação ambiental no município, através de seminários e
minicursos, fortalecendo o saber científico, com ampla divulgação;
17.6 garantir e assegurar a participação de representação da educação como membro no
Conselho Municipal de Meio Ambiente;
17.7 estabelecer parceria com a Secretaria de Agricultura e de Meio Ambiente, a fim de
reativar e manter as atividades educativas realizadas na área nativa do Museu do Cerrado;
17.8 manter no Município a Agenda 21 local e nas instituições de ensino;
17.9 estabelecer parceria técnica entre a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente com a
Educação e implementando no currículo escolar a criação de ações que promovam a
conscientização do cuidado com o meio ambiente;
17.10 estabelecer parcerias público/privada para captação de recursos financeiros, para
custear projetos e ações de sustentabilidade nas unidades escolares.

Meta 18: Vincular mais verbas para educação, aperfeiçoar os mecanismos e instrumentos de
controle social, através da recuperação ampla e irrestrita dos impostos, da exclusão da área
educacional de quaisquer benefícios tributários e inclusão de novas receitas.
Estratégias:
18.1 fiscalizar o controle que assegure o rigoroso cumprimento do artigo 212 da Constituição
Federal, que determina aos municípios garantir a aplicação dos percentuais mínimos de 25%
(vinte e cinco por cento) da receita resultante de impostos, compreendida e proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e, elevando, gradativamente, se
necessário, chegando ao investimento de 30% (trinta por cento), até o término de vigência
deste PME.
18.2 assegurar o repasse automático dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento
do ensino para a secretaria de educação, cumprindo os prazos determinados no § 5º, do art. 69
da LDB;
18.3 garantir e fomentar o regime de colaboração entre o estado e o município, que incluirá a
instituição de instâncias permanentes de negociação, cooperação e pactuação;
18.4 garantir, entre as metas dos planos plurianuais vigentes nos próximos dez anos, a
previsão do suporte financeiro às metas constantes deste PME;
18.5 manter a autonomia financeira das escolas municipais, mediante repasse de recursos,
conforme números de alunos, diretamente aos estabelecimentos públicos de ensino, a partir de
critérios objetivos;
18.6 apoiar técnica e financeiramente o Conselho Municipal de Educação e o Sistema
Municipal de Ensino e os demais conselhos vinculados a educação;
18.7 contribuir para que a gestão tenha como elementos a destinação de recursos para as
atividades fim, a descentralização, a autonomia da escola, a equidade e o fortalecimento dos
Conselhos Deliberativos das Comunidades Escolares – CDCEs e Associações de Pais e
Mestres – APMs;
18.8 manter o encaminhamento dos relatórios de todos os recursos destinados à educação,
qualquer que seja a sua origem, ao Conselho de Acompanhamento e Controle Social (CACS-
FUNDEB), para fiscalização do mesmo;
18.9 garantir o cumprimento, a partir da aprovação deste plano, que as metas estejam
vinculadas ao orçamento anual, contemplando recursos oriundos das parcerias com a União e
o Estado e, de quaisquer benefícios tributários.

DIAGNÓSTICOS DA EDUCAÇÃO

O Município de Lucas do Rio vem oportunizando, no decorrer dos anos, uma


educação que assegure os direitos e deveres do ser humano para que exerçam sua cidadania.
Segundo relatos de pioneiros, as primeiras escolas construídas em Lucas do Rio Verde
iniciaram em 1983. Com a migração crescente das famílias ao município e a necessidade de
novas escolas, originou-se a construção das mesmas próximas a fazendas. No ano 1985, havia
12 escolas para 90 alunos. Com o passar dos anos essas escolas rurais foram extintas,
ocorrendo uma descentralização e favorecendo assim a melhoria do espaço físico e do quadro
funcional qualificado.
O Município de Lucas do Rio Verde dispõe, atualmente, de 32 instituições de ensino
de educação básica, sendo 19 municipais (incluindo as creches), 05 estaduais, 07 particulares
e 01 federal. Possui também 06 escolas técnicas, sendo uma pública e os cursos do nível
superior são ofertados por 08 instituições de ensino existentes no município, sendo uma de
ensino presencial e demais na modalidade de educação a distância, entre elas a Universidade
Aberta do Brasil.
Educação Infantil
O contexto histórico da educação infantil brasileira tem aproximadamente cem anos,
surgindo com o primeiro Jardim-de-Infância Municipal no Rio de Janeiro, em 1909.
No entanto, seu crescimento deu-se principalmente a partir dos anos 70 e foi acelerado
até 1993, mais com caráter assistencialista. A mobilização de organizações da Sociedade
Civil, decisões políticas e programas governamentais têm sido meios eficazes de expansão das
matrículas e de aumento da consciência social sobre o direito, a importância e a necessidade
da educação infantil.
Sua expansão tem ocorrido de forma crescente, sendo vários fatores responsáveis por
isso, entre os quais se destacam a intensificação da urbanização, a participação da mulher no
mercado de trabalho, as mudanças na organização e estrutura da família, os avanços do
conhecimento cientifico sobre o desenvolvimento da criança, o direito da criança a educação
em seus primeiros anos de vida.
Com a Constituição de 1988, a educação para crianças de 0 a 6 anos de idade é vista
como necessária e de direito de todos, além de ser dever do Estado, deve ser integrada ao
Sistema de Ensino.
Conforme estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil as
creches atenderão crianças de 0 a 3 anos, sendo a matrícula facultativa para a família e a
oferta obrigatória para o poder público. E, por determinação da Lei n. 9.394/96 Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, em seu art. 6º, é dever dos pais ou
responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos
de idade, sendo consideradas instituições de educação infantil, um direito da criança, dever do
Estado e da família.
A partir daí, tanto a creche quanto a pré-escola são incluídas na política educacional,
seguindo uma concepção pedagógica, complementando a ação familiar, e não mais
assistencialista. Esta perspectiva pedagógica vê a criança como um ser social, histórico,
pertencente a uma determinada classe social e cultural.
Em Lucas do Rio Verde, a partir de 1997, a educação infantil, iniciou um trabalho
pautado no cuidar e educar, como partes integrantes do processo continuo de aprendizagem,
contribuindo, assim, para a conquista gradativa de uma educação infantil de qualidade.
Nos últimos 10 anos, no município, ocorreu um crescimento de 400% de crianças
matriculadas em creches e pré-escolas, existiu empenho e investimento na expansão do
atendimento a estas crianças, tanto do poder público como das instituições de ensino
particulares, contribuindo também para o desenvolvimento global.
A Creche Municipal, mesmo antes da determinação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, já iniciava os trabalhos pedagógicos e administrativos no sistema
educacional, desvinculando-se aos poucos da assistência social.
A Educação Infantil no município, tanto na rede municipal como na rede privada,
fundamenta-se na formação integral das crianças, respeitando-as como sujeito de direito e
protagonistas de sua própria história, valorizando seus conhecimentos, assegurando através de
um projeto político-pedagógico, que vise o respeito à diversidade de informações trazidas e
ampliadas pelas mesmas, através do convívio escolar.

Tabela 01- Número de alunos concluintes nas creches do Município de Lucas do Rio Verde.
Educação Fase Creche: Anos
Infantil 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Berçário (0 até 1 ano) 99 105 84 159 291 273 208
Infantil I (1 até 2 anos) 76 195 202 198 268 308 397
Infantil II (2 até 3 anos) 125 165 233 295 272 293 383
Total 300 466 519 652 831 874 988
Fonte – Secretaria Municipal de Educação.

Tabela 02- Número de alunos concluintes na pré-escola do Município de Lucas do Rio Verde.
Educação Fase Pré-Escola: Anos
Infantil 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Infantil III (3 anos 264 278 484 379 503 571 711
até 31/01)
Infantil IV (4 anos 500 554 585 723 721 825 944
até 31/04)
Infantil V (5 anos até 600 562 712 764 806 815 905
31/04)
Total 1.364 1.392 1.781 1.866 2.030 2.211 2.560
Fonte – Secretaria Municipal de Educação.

Ensino Fundamental
No que se refere ao ensino fundamental a Constituição Federal, no artigo 208,
preconiza que “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público e subjetivo” e seu
não oferecimento pelo Poder Público ou sua oferta irregular implicará responsabilidade da
autoridade competente. Mesmo assim, no Brasil, ainda ocorre a exclusão da criança em idade
escolar, seja por omissão da família e da sociedade ou do Poder Público, o que é a forma mais
perversa e irremediável de exclusão social.
O Plano Municipal de Educação em Lucas do Rio Verde tem como foco a oferta do
atendimento da educação básica, quer seja na idade adequada ou para os que a ele não
tiveram acesso em idade própria.
O dever do município, no que se refere ao ensino fundamental é amplo, compete em
gerir um sistema de ensino. E isso implica na organização e orientação de uma estrutura
administrativa e gerencial com produção de normas jurídicas, de âmbito local, para atuar
sobre sua rede de ensino, a qual está em ritmo de expansão.
Sabendo que o município sozinho não terá condições de enfrentar essa demanda para
cumprir a meta do ensino fundamental, é de suma importância estabelecer no Plano Estadual
e Municipal mecanismos do regime de colaboração para fazer frente a esse desafio.
A oferta do ensino fundamental no Município de Lucas do Rio Verde ocorre em
quinze instituições da rede pública, e seis instituições da rede privada. Avaliados
externamente pela Provinha Brasil, que visa diagnosticar e investigar o desenvolvimento das
habilidades relativas à alfabetização e ao letramento em Língua Portuguesa e Matemática,
desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas
públicas brasileiras. Aplicada duas vezes ao ano (no início e no final), a avaliação é dirigida
aos alunos que passaram por, pelo menos, um ano escolar dedicado ao processo de
alfabetização.
Outra forma de avaliação para o ensino fundamental é a Avaliação Nacional da
Alfabetização – ANA, essa avaliação está direcionada para as unidades escolares e estudantes
matriculados no 3º ano do Ensino Fundamental, fase final do Ciclo de Alfabetização, e insere-
se no contexto de atenção voltada à alfabetização. Essa avaliação é censitária e contribui para
o processo de alfabetização nas escolas públicas brasileiras.
Além dessas duas formas de avaliação o ensino fundamental também passa pela
avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, criado pelo Inep em
2007 e, representa a iniciativa pioneira de reunir em um só indicador dois conceitos
igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho
nas avaliações.

Tabela 03- Número de alunos concluintes no ensino fundamental do município de Lucas do Rio Verde.
ANOS

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014


Ensino Anos
2.708 2.657 3.884 3.994 4.422 4.736 4.796
Iniciais:
Fundamental Anos Finais: 1.840 1.796 3.498 3.269 3.025 3.311 3.445
Fonte – Secretaria Municipal de Educação

Educação em tempo Integral


A educação em tempo integral deve ser pensada como gestão política, que articule
ações conjuntas para que possa ir além de atividades socioeducativas, mas que seja uma
educação que promova o desenvolvimento dos alunos em várias dimensões indissociáveis: na
mente, no corpo, no saber, na cultura, na vida, no social, na saúde, na construção de um
cidadão pleno, autônomo, crítico e participativo.
Segundo a LDB, em seu Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá
pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente
ampliado o período de permanência na escola e o ensino fundamental será ministrado,
progressivamente, em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.
Nesta perspectiva, para que aconteça a educação em tempo integral faz-se necessário a
atuação em rede, envolvendo as Secretarias Municipais de Educação; Esporte e Lazer; Cultura
e Turismo; e Saúde, possibilitando conhecimentos que transcendam a sala de aula, em uma
ação conjunta, na qual todos sejam responsáveis por uma educação integral e integradora.
No ano de 2013 foi instituído o Programa Ser Integral, com o objetivo de proporcionar
às crianças e adolescentes uma educação em jornada ampliada, de modo que as atividades
educativas promovam o desenvolvimento delas, através de eixos estruturantes como:
Promoção Social e Cultural, Identidade Corporal e Formação do Saber, considerando
atividades socioeducativas que possam ir além do Currículo da Base Comum Nacional.
Em 2014 foram contempladas 50% das instituições da rede municipal do ensino
fundamental em tempo integral, que juntas atenderam 1.211 (mil duzentos e onze) crianças e
adolescentes que tiveram a oportunidade de participar de atividades complementares.

Ensino Médio
O processo de socialização no ensino médio, através da escola, é marcante em uma
vivência de 90 anos. Nos anos 20, havia poucas escolas denominadas elementares, as quais
atendiam de forma insuficiente as necessidades e as demandas da população da época. Quem
recebia instruções de forma privilegiada eram as elites que frequentavam as escolas
profissionais superiores, ficando ao resto da população o acesso às escolas elementares.
A partir dos anos 50 abre-se espaço para atendimento da maioria da população,
mediante a expansão de cursos colegiais normais e o ensino técnico. Nas duas décadas
seguintes a educação começou a ter maior importância social, como condição de
desenvolvimento do indivíduo e construção de sua cidadania. Mas o que se viu foi a
ampliação do acesso a escola, com o aumento das redes escolares, embora insuficientes para
atender a demanda.
Nos anos 80, no Regime Militar autoritário e centralizador, a política pública de
educação refletia essa situação que era o modelo político vigente. Criou-se o III Plano Setorial
de Educação, Cultura e Desportos (III SPEC).
A educação brasileira vive em constante situação de alienação, ministrada sempre a
partir de esquemas elaborados por outros contextos sociais, diferentes do nosso, e sempre de
forma hierárquica de autoridade e poder, formando, assim, indivíduos submissos, ou seja, a
mão-de-obra necessária para a manutenção do capitalismo. Somos frutos de uma educação
burguesa, de uma sociedade elitizada e uma escola classificatória.
Numa população de dez milhões de jovens de 15 a 17 anos, menos de 15% ingressam
no Ensino Médio. De 4,5 milhões de alunos, apenas 784 mil concluem o ensino médio.
(OLIVEIRA, 1995).
Eis algumas razões que são evidentes para a exclusão ou evasão desses alunos das
escolas: ingresso no mercado de trabalho; repetência; procura por outra escola ou habilitação
que ofereça um curso mais técnico ou propedêutico; ingresso no ensino noturno ou supletivo.
Dessa forma, surge o seguinte questionamento: Qual é a especificidade, o lugar social do
Ensino Médio na Educação Escolar?
Decorrente da falta de respostas claras quanto a esta questão, tem-se um ensino
aprendizagem sem objetivos concretos e um total descompasso com a realidade.
O ensino médio convive, também, com alta seletividade interna, se os alunos estão
chegando com maior número a esse nível de ensino, os índices de conclusão nas últimas
décadas indicam que há muito por se fazer. No período de 1970/1973, 74% dos que iniciaram
o ensino médio conseguiram concluí-lo; no período de 1977/1980, este índice caiu para 50,8%
e, no período de 1991/1994 caiu para 43,8%. Os números de abandono, evasão e repetência,
apesar da melhoria dos últimos anos, ainda são bastante desfavoráveis. Convém destacar que
abandono refere-se ao aluno que deixa de frequentar as aulas e que retorna na mesma série no
ano seguinte e evasão refere-se aos alunos que não retornam no ano seguinte. Os índices de
evasão e abandono no Centro-Oeste ainda são elevados, refletindo a realidade de Mato Grosso
e do Município de Lucas do Rio Verde.
Por outro lado, existem aspectos positivos no ensino médio e, o mais importante entre
eles, é que o nível de ensino apresentou a maior taxa de crescimento nos últimos anos, em
todo o sistema de ensino. Entretanto, em se tratando de ensino médio, não é apenas expansão,
ele foi o que enfrentou, nos últimos anos, a maior crise em termos de ausência de definição
dos rumos que deveriam ser seguidos em seus objetivos e em sua organização. Temos, então,
que a partir disso construirmos propostas concretas e articuladas para a ação de indivíduos
críticos e produtivos, em favor da equidade social com mais acesso à cidadania.
O ensino médio do Município de Lucas do Rio Verde também é marcado pela
dualidade estrutural enraizada na forma de organização da sociedade de classes, que explicita
as relações entre o capital e o trabalho. O Ensino Médio começou a ser ofertado em 1985, na
Escola Estadual Dom Bosco, com a modalidade propedêutica. A pedagogia escolar tem
buscado democratizar o processo ensino-aprendizagem, através de alternativas
contextualizadas, interdisciplinar, com o intuito de superar as dificuldades encontradas diante
de um currículo fragmentado, linear com fins estabelecidos e participação restrita. Em
decorrência disto ainda apresenta como resultado um alto índice de repetência e evasão,
seguido de um considerável número de transferências. Outro fator que contribui com os altos
números negativos também é a forma de organização da economia do município, pois os
estudantes do ensino médio são trabalhadores que movimentam a agricultura, agroindústria,
indústria moveleira e metalurgia, e especialmente o comércio e serviços, com jornadas
extenuantes, além dos empregos temporários que forçam a migração das famílias.
Em decorrência das transformações do mundo do trabalho e da globalização, o ensino
médio de Lucas do Rio Verde vem mudando seu currículo e sua proposta pedagógica, no
intuito de atender as necessidades dos educandos, de acordo com a realidade local, bem como
prepará-los para enfrentar a demanda e competitividade social.

Tabela 04- Número de alunos concluintes no ensino médio do município de Lucas do Rio Verde.
Ensino Anos
Médio 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total
1.939 2.110 2.035 2.297 2.314 2.582 2.419
Fonte Assessoria Pedagógica Estadual SEDUC/MT – Rede Privada

IDEB
Com vistas na melhoria do processo ensino e aprendizagem o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) instituiu o IDEB - Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica, que representa o indicador de dois conceitos
igualmente importantes para a qualidade de educação: fluxo escolar e médias de desempenho
nas avaliações. Agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala
do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis e, que permitem
traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos
dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas
avaliações do Inep. O IDEB das escolas e das redes de ensino varia em uma escala de zero a
dez.
As instituições de ensino que ofertam 5°ano, 9°ano do Ensino Fundamental e 3º ano
do Ensino Médio participam do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, que afere
os desempenhos dos alunos, na área de Língua Portuguesa e Matemática, de 02 em 02 anos,
pelo Ministério da Educação, para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil
para os municípios.
O Município de Lucas do Rio Verde vem avançando, consideravelmente, nos anos
iniciais do ensino fundamental, ficando o desafio de melhorias nos anos finais do ensino
fundamental e ensino médio, fato que se comprova nos mais recentes resultados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), relativos entre 2007 e 2013.

Tabela 05- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do município de Lucas do Rio Verde.
IDEB Observado
Lucas do Rio Verde
2007 2009 2011 2013
ANOS INICIAIS 4,9 5,8 6,1 6,3
ANOS FINAIS 4,4 4,5 5,0 5,1
ENSINO MÉDIO 3,2 3,4 3,4 3,4
Fonte: INEP

Educação Especial
No que se refere ao atendimento na educação especial, que é garantido na Constituição
Federal, preferencialmente na rede regular de ensino (artigo 208, inciso III), reforçado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 54, inciso III, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, n. 9394/96, em seu art. 58, além das legislações normatizadas pelo
Conselho Nacional de Educação – CNE e Conselho Estadual de Educação do Mato Grosso –
CEE - MT, que dispõem sobre o atendimento às pessoas com deficiências.
Dessa forma a nossa legislação determina que o atendimento do deficiente seja feito
preferencialmente na rede regular de ensino, no entanto, ressalva os casos de
excepcionalidade em que as necessidades dos educandos especiais exigem outras formas de
atendimento. As políticas recentes do setor, de acordo com a legislação vigente, têm indicado
três situações possíveis para a organização do atendimento: escola especial, matrículas nas
salas comuns de ensino regular com participação no turno inverso, nas salas de recursos
multifuncional, se necessário.
A inclusão do aluno na instituição de ensino acontece quando a família opta em
matricular seu filho na escola especial ou rede regular de ensino, tendo como fundamento as
diretrizes educacionais, que se constitui na garantia do acesso contínuo ao espaço comum da
vida em sociedade, orientado pelo acolhimento e aceitação da diversidade humana, esforço
coletivo pela equiparação de oportunidades com qualidade para todos os indivíduos e em
atenção à educação na formação de uma sociedade onde todos tenham o direito a cidadania.
A inclusão propõe a ruptura de princípios e práticas que excluem os que são
considerados fora dos padrões de normalidade, com mudanças nos projetos pedagógicos,
currículo, metodologia, avaliação e atitudes dos educadores, a fim de reforçar e favorecer a
integração social e opção por práticas heterogêneas, devendo haver uma preparação para os
profissionais da educação, a fim de oferecer um ensino de qualidade a todos os educandos,
inclusive àqueles que necessitam de atendimentos especiais nas classes comuns, tendo suporte
necessário a sua prática pedagógica.
A oferta de ensino, requer também a adequação das escolas, especial ou regular,
quanto à provisão de recursos humanos e materiais para a implementação de práticas
pedagógicas pautadas no perfil biopsicossocial dos alunos, possibilitando o pleno
desenvolvimento de suas habilidades e competências sensoriais, afetivas e intelectuais,
visando a inclusão destes ao processo cultural, econômico e social, cabendo para isto a
formação inicial e continuada dos profissionais envolvidos no processo.
Quanto à realidade do município, considerando-se que até o ano de 1993 não existia,
formalmente, atendimento educacional especializado para as pessoas com deficiências. No
ano de 1993 foi fundada a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que era
uma Organização Não Governamental – ONG, em nível nacional, que tem por objetivo a
manutenção das Escolas de Educação Especial, atendendo pessoas com deficiência. Esta
Associação organizou a criação e manutenção da Escola Especial Renascer, que começou a
funcionar em agosto de 1994, com 08 alunos e 05 funcionários.
Foi implantada na rede municipal de ensino, no ano de1998, uma Sala de Recursos
para atender alunos com deficiência auditiva/surdez que contava com os serviços de uma
fonoaudióloga, durante 20 horas semanais, e de professora especialista em Línguas de Sinais.
No entanto, o atendimento aos alunos com deficiência auditiva iniciou em 1998 até o ano de
2010 na Sala de Recursos I. Inicialmente a Sala funcionava nas dependências da Escola Eça
de Queirós e os alunos frequentavam no turno inverso ao da escolarização, em agrupamentos
pequenos e variáveis; ou individualizado, durante a semana.
Atualmente, esse atendimento acontece na classe regular do ensino comum e, no
período de turno inverso recebem o atendimento educacional especializado- AEE, atendidos
nas salas de recursos multifuncionais, com profissionais especializados.
Esse atendimento tem como função identificar, elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos
alunos, considerando suas necessidades específicas, com atividades desenvolvidas, não sendo
substitutivas à escolarização e complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com
vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

Tabela 06 – Alunos com necessidades educacionais especiais atendidos no município de Lucas do Rio Verde.
Alunos com Necessidades Educacionais Especiais
Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total 132 136 74 191 217 261 292
Fonte – Secretaria Municipal de Educação.
Educação de Jovens e Adultos - EJA
No processo educacional um dos objetivos do Plano Nacional de Educação,
determinado pela Constituição Federal, é a integração de ações do Poder Público que
conduzam a erradicação do analfabetismo (artigo 214, inciso I). Trata-se de tarefa que exige
uma ampla mobilização de recursos humanos e financeiros por parte dos governos e da
sociedade.
A legislação educacional, além dos dispositivos de caráter nacional, compreende as
Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas, dentro de nosso regime federativo, os Estados e
os Municípios, de acordo com a distribuição das competências estabelecidas na Constituição
Federal, gozam de autonomia e estabelecem uma normalidade própria, harmônica e
diferenciada. O Sistema Estadual de Ensino oferece cursos e programas com certificação de
competências, reconhecendo o grau de escolaridade real de cada jovem e adulto cursista, e
orientando-o para a etapa e modalidade adequada de volta aos estudos.

Tabela 07- Número de alunos concluintes do EJA no município de Lucas do Rio Verde.
EJA Anos
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Ensino Fundamental 219 239 314 351 440 427 433
Ensino Médio 223 248 362 300 391 483 428
Total 442 487 676 651 831 910 861
Fonte: Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
SEDUC/MT.

Formação Profissional
A formação para o trabalho, por ser muito heterogênea, não existe no Brasil dados
precisos sobre a oferta. Temos instituições Federais, Estaduais e Particulares, Sistema S
(Senac-Senai-Sesc-Sesi), sendo presencial e a distância, além de treinamento em serviço de
cursos oferecidos pelas empresas para os seus funcionários. O Decreto Lei n. 2.208, de abril
de 1997, relaciona os três níveis de educação profissional:
a) O Básico, que não tem como pré-requisito a conclusão do ensino fundamental ou médio;
b) O Técnico, que deve ser cursado posterior ou concomitante ao ensino médio, e que supõe a
conclusão deste último para certificação profissional;
c) O Tecnológico, que supõe a conclusão anterior do ensino médio e se desenvolve em cursos
de nível superior.
A LDB com referência ao ensino profissional prevê que o mesmo seja ofertado:
a) No ensino superior e tecnológico, pela União e pelos Estados;
b) no nível médio, pelos Estados, e suplementarmente pela União e Municípios;
c) o nível básico, pela União, pelos Estados e pelos Municípios.
O município deve investir na formação profissional de cursos orientadores para as
vocações econômicas da região, assim, será maior a sua capacidade de desenvolvimento
sustentável. Em Lucas do Rio Verde já possuímos uma infraestrutura de equipamentos
necessários à adequação e implantação de educação a distância e tecnológica.
A Formação Profissional exige, atualmente, níveis cada vez mais altos de educação
básica, não podendo ficar reduzidas a aprendizagem de algumas habilidades técnicas,
oferecendo cursos de curta duração, voltada para a inserção do trabalhador às oportunidades
do mercado de trabalho, vinculadas a promoção de níveis crescentes de escolarização regular.
A educação formal e a não-formal devem estar integradas através das instituições
especializadas e as adquiridas por outros meios, principalmente aqueles no trabalho. Com isso
se dá um passo muito importante no estabelecimento de um sistema flexível, que reconhece os
créditos que o aluno obtenha em qualquer modalidade, dando certificação às competências
adquiridas por meio não-formal de educação profissional. Temos que considerar que a
responsabilidade da oferta dessa modalidade é do setor educacional, compartilhada com toda
a sociedade civil, pois os recursos provêm, portanto, de múltiplas fontes.
As metas deste Plano Municipal de Educação estão, assim como o PNE, direcionadas
para a implantação de uma educação profissional moderna, com a integração das iniciativas
pública e privada. O objetivo central é generalizar as oportunidades de formação e
capacitação para o trabalho.
A LDB introduziu uma abertura de grande alcance para a política educacional ao
estabelecer que o Poder Público deve incentivar o desenvolvimento de programas de
educação a distância, em todos os níveis e modalidades de Ensino.
O conceito de educação a distância precisa ser ampliado onde existe e incentivado nos
locais onde há a necessidade de ser implementado, para incorporar as inúmeras possibilidades
de todos os níveis e modalidades de educação, por meio de correspondência, transmissão
radiofônica e televisiva, programas de computador, Internet, ou seja, através dos mais
recentes processos de utilização conjugada de meios como a telemático e a multimídia.

Ensino Superior
Quanto a educação superior, atribui-se historicamente a União o papel de atuar, de
acordo com a Constituição Federal. As instituições públicas deste nível de ensino não podem
prescindir do apoio do Estado. As faculdades ou universidades têm um papel importante a
desempenhar no sistema, seja na pesquisa básica e na pós-graduação, como padrão de
referência no ensino de graduação.
Constitucionalmente não cabe aos municípios a oferta de Educação Superior, o Poder
Público Municipal precisa ter uma política de educação superior para seus munícipes, por
meio de parcerias com o ensino superior e empresas locais.
A educação superior é hoje condição sine qua non para o desenvolvimento
profissional, intelectual, cultural e humano dos cidadãos de qualquer parte do mundo. Desta
forma, o Município de Lucas do Rio Verde, que vem consolidando-se como exemplo na área
de educação, tendo recebido prêmios nos últimos anos, não poderia deixar de contemplar em
seu Plano Municipal de Educação, o estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas de apoio
à oferta, expansão e consolidação do ensino superior via Instituições Públicas e de
contribuição via Instituições Privadas ou comunitárias, seguindo, inclusive, os objetivos e
metas propostas nos Planos Estadual e Nacional de Educação.
A estrutura educacional presente no Estado, em nível superior, apresenta, segundo
dados do e-MEC (2014), um total de 225 opções de áreas de cursos superiores em 63
municípios. Entre cursos em atividade e em extinção, o Estado possui 1.536 ofertas de cursos,
sendo que apenas 44,6% dos municípios possuem ensino superior presencial ou EAD (com
polo presencial). São ofertados também 148 cursos de especialização (lato sensu) nas
modalidades presencial e/ou EAD. O sistema e-MEC (2014) apresenta listagem total de 64
instituições de ensino superior (IES) com atuação no Estado, sendo 4 IES públicas e 60 IES
privadas, sendo que 19 delas possuem sede ou atuação na capital, e outras 45 com atuação
apenas no interior.
Considerando este cenário educacional do Estado de Mato Grosso, pode-se concluir
que a maior parte dos cursos superiores ofertados no estado estão localizados em municípios
do interior, em especial em IES privadas. Segundo os dados do Censo Nacional da Educação
Superior (2013), apenas 45% do corpo docente é constituído de professores com formação
stricto sensu (mestrado e/ou doutorado), uma exigência que será sempre maior. Segundo
dados do e-MEC (2011), o Estado forma apenas 1,4% do total de docentes com mestrado no
Brasil, embora sua população seja 1,9% da população nacional, o que mostra uma defasagem
em termos estatísticos.
Considerando o Plano Nacional de Educação, que tem como um dos objetivos centrais
do seu desenvolvimento a melhoria da qualidade de ensino, que é tema de debates e
reinvindicações de toda sociedade civil organizada e elemento de preocupação dos governos
federal, estadual e municipal. Mas esse objetivo só poderá ser alcançado se for promovida
concomitantemente, a valorização do magistério.
Valorização Profissional
O Plano Municipal de Educação tem como um dos objetivos centrais do seu
desenvolvimento, a continuidade da qualidade de ensino, tema de debates e reivindicações de
toda sociedade civil organizada, do poder público e instituições privadas, promovendo a
valorização dos profissionais da educação.
A valorização dos profissionais da educação básica deve ser prioridade com ação
voltada a novas bases sócio histórico do contexto mundial, gestor de novos paradigmas do
conhecimento e de novas exigências para o desempenho da educação escolar.
A implementação de políticas públicas voltadas para a formação inicial e continuada
dos profissionais da educação, representa uma das condições da produtividade no contexto do
avanço científico e tecnológico. Tal fato cria a possibilidade da educação básica oferecer à
população deste município, maior possibilidade de inserção nas atividades produtivas, com
vista à melhoria da qualidade de vida da população.
De acordo com o Plano Nacional de Educação, é preciso criar condições que
mantenham o entusiasmo inicial, a dedicação e a confiança nos resultados do trabalho
pedagógico. É preciso que os profissionais possam vislumbrar perspectivas de crescimento
profissional e de continuidade de seu processo de formação.
O Plano Municipal de Educação pressupõe a valorização dos profissionais da
educação através de uma formação profissional que assegure o desenvolvimento da pessoa
enquanto cidadão e profissional, propriedade dos conhecimentos, objeto de trabalho com os
alunos e dos métodos pedagógicos que promovam a aprendizagem. Um sistema de educação
continuada que permita ao profissional um crescimento constante do seu domínio sobre a
cultura letrada, dentro de uma visão crítica e perspectiva humanística.
A Jornada de trabalho concentrada, sempre que possível, em um único
estabelecimento de ensino e que respeite o tempo necessário para as atividades
complementares ao trabalho em sala de aula, salários condignos, compatível no mercado de
trabalho, com outras ocupações que requerem nível equivalente de formação e o compromisso
social e político do magistério.
A sociedade atual exige o aprofundamento e ampliação dos conhecimentos, isso impõe
a qualificação permanente do educador, para o exercício da docência. Além disso, é
importante incentivar a participação em eventos acadêmico-científicos, que subsidiem a
formação técnica e crítica de todos os profissionais da educação, de modo a melhorar o seu
trabalho, incentivando-os a participação junto a entidade da categoria, de forma a fortalecer e
promover a sua formação inicial. Neste sentido, a formação continuada do profissional de
educação ganha significado e relevância, fundamentalmente, frente aos avanços científicos e
tecnológicos.
A ação educativa que se desenvolve no interior da escola deve ser oferecida para todos
os seus trabalhadores, com cursos de capacitação, com qualidade em áreas técnicas e
administrativas, constituindo-se de importância fundamental para o desenvolvimento da
qualidade de educação no município.
O Art. 206 da Constituição Federal, inciso V, determina que a valorização dos
profissionais da educação escolar, seja garantido, na forma da lei, planos de carreira, com
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas e, no
inciso VIII estabelece o piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública.
A valorização do profissional da educação, por um lado, depende das políticas
instituídas pelos poderes públicos para a garantia das condições de trabalho que, entre outros,
inclui espaço físico condizente com o processo educativo, equipamentos, instalações
adequadas, acervo bibliográfico, recursos pedagógicos e novos meios de comunicação e
informação. De outro lado, exige desse profissional respeito aos alunos, compromisso com o
processo de aprendizagem, interesse e dedicação ao seu trabalho, participação efetiva nas
atividades das instituições como componente de uma ação mais global, desenvolvida em
equipe.
O PME confirma as proposições das entidades científicas e profissionais do campo
para formação aos profissionais da educação em quaisquer níveis e modalidades. A formação
continuada é parte essencial da estratégia de melhoria permanente da qualidade da educação e
visa a criação de novos horizontes na atuação profissional. Essa formação terá como
finalidade a reflexão sobre a prática educacional e a busca do seu aperfeiçoamento técnico,
ético e político.

Tabela 08 – Número de professores no município de Lucas do Rio Verde.


Professores Professores/Escolaridade Anos
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Magistério 08 03 12 07 10 09 08
Graduação 149 127 240 280 306 267 239
Pós-Graduação 42 118 282 325 337 376 430
Mestrado 08 09 13 24 25 30 33
Total 207 257 547 636 678 682 710
Fonte: Instituições de ensino de Lucas do Rio Verde.

Tabela 09 - Equipe técnica das instituições de ensino de Lucas do Rio Verde.


Equipe Técnica Escolaridade Anos
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
(Técnico de Ensino Médio Completo 13 20 26 22 22 22 11
laboratório de Pró-funcionário -- -- 08 10 08 08 08
informática e
Graduação Incompleta -- -- 03 09 10 14 08
técnico de
Graduação Completa 08 07 14 18 24 20 33
secretaria)
Total 21 27 51 59 64 64 60
Fonte: Instituições de ensino de Lucas do Rio Verde.

Tabela 10 – Equipe de apoio das instituições de ensino de Lucas do Rio Verde.


Equipe de Apoio Escolaridade Anos
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
(Auxiliar de Serviços
Gerais Escolar, Guarda Alfabetizado -- -- 2 03
de Patrimônio, Ens.Fun. Incompleto 81 100 91 95 98 129 128
Motoristas, Merendeira, Ens. Fun. Completo 13 15 44 46 28 37 37
Secretária Escolar, Ens. Médio Incompleto 01 01 07 07 08 21 19
Zelador de Pátio) Ens. Médio Completo 14 26 96 102 168 205 240
Pró-funcionário -- -- 08 08 09 13 13
Graduação Incompleta -- -- 06 09 09 06 06
Graduação Completa -- 01 12 12 13 15 17
Total 109 143 266 282 333 426 460
Fonte: Instituições de ensino de Lucas do Rio Verde.

Diversidade Étnico Racial


Este Plano Municipal de Educação, levando em consideração todo o histórico do
Brasil, Colônia, Império e República, que teve no aspecto legal, uma postura ativa e
permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afrodescendente e
indígena brasileira até hoje, elenca metas e estratégias para a desconstrução de preconceitos
arraigados na sociedade. A Lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003 altera a Lei n. 9.394/96,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" e a Lei n.
11.645, de 10 de março de 2008 inclui a “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
O Decreto n. 1331, de 17 de fevereiro de 1854, estabelecia que nas escolas públicas do
país não fossem admitidos escravos, e a previsão de instrução para adultos negros dependia da
disponibilidade de professores. O Decreto n. 7031-A, de 06 de setembro de 1878, estabelecia
que os negros só poderiam estudar no período noturno, e diversas estratégias foram montadas
no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos bancos escolares.
Após a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil busca efetivar a condição de um
Estado Democrático de Direito, com ênfase na cidadania e na dignidade da pessoa, contudo,
ainda, possui uma realidade marcada por posturas subjetivas de preconceitos, racismo e
discriminação aos afrodescendentes, que, historicamente, enfrentam dificuldades para o
acesso e a permanência nas escolas.
As políticas para a educação das relações étnico-raciais devem ter como objetivo
reafirmar os direitos de todos os cidadãos e valorizar a diversidade étnica racial, uma vez que,
constituem os aspectos mais fortes e ricos do processo construtivo da identidade do nosso
país.
A educação étnico-racial deve configurar-se como uma luta política, compreendida em seu
nível mais poderoso de transformação: a construção de relações sociais democráticas, que
garantam a inclusão de grupos historicamente marginalizados e vitimados pela discriminação
racial. Considera, ainda, um processo de reconhecimento da diversidade étnico-racial e
cultural, com a proposição de políticas reparatórias e antirracistas.
Busca-se mudança de atitudes e valores, diante da comunidade escolar e das minorias
culturais ou das culturas em desvantagens sociais, permitindo a reelaboração e adoção
sistemática de atitudes que permitam o reconhecimento e a valorização da diversidade
cultural, como uma das maiores riquezas do patrimônio comum da humanidade, e deve ser
reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras. Neles deverão ser
propostas situações nas quais sejam trabalhados valores éticos, históricos e culturais, que
visem a reeducação, cujo intuito será subverter a lógica do racismo, que orienta nossa
percepção sobre o negro e indígena, assim, destruir preconceitos e estabelecer respeito à
diversidade étnico-racial que compõe nossa sociedade.
A educação das relações étnico-raciais deve levar o reconhecimento de que muitas das
desigualdades raciais entre negros e brancos e indígenas, têm raízes nos mais de 350 anos de
escravidão no Brasil, são reproduzidas e atualizadas cotidianamente no contexto das relações
sociais até os dias de hoje. A política para uma educação que contemple as questões étnico-
raciais, deve prever a implementação de currículos escolares, concebidos nos princípios da
inclusão social, direito à diversidade cultural. As diretrizes políticos-pedagógicas que
norteiam a proposta de linhas políticas de educação étnico-racial consideram os aspectos
legais previstos na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e na
Constituição Estadual.
Nesse sentido, o Município de Lucas do Rio Verde aponta sua leitura sobre as relações
étnicas raciais, haja vista sua configuração cultural em seu território, o encontro de migrantes
advindos dos vários estados brasileiros, pertencentes a várias matrizes culturais como:
europeus, asiáticos, americanos, latino-americanos e a população afrodescendente e indígena,
que aqui vive.
Para eficácia de uma educação que resulte em relações mais justas, aspectos do
contexto escolar como material didático, currículo e interações sociais/étnico-raciais devem
sofrer mudanças de acordo com as diversas modalidades de ensino e adequado às fases de
desenvolvimento psicossocial humano (infância, adolescência, adulto e velhice), pois esses
elementos, muitas vezes, constituem os mecanismos intraescolares que reproduzem e
veiculam ideias racistas que acabam dificultando a inclusão (acesso, permanência e sucesso)
do alunado negro na escola.
Portanto, esse processo de reeducação não deve significar confrontos, acusações e
ódios, mas uma retomada histórica de valores como mecanismo necessário para as discussões
atuais sobre as problemáticas em relação as situações socioeconômicas dos grupos étnico-
raciais, historicamente marginalizados.

Educação Ambiental
O Plano Municipal de Educação não poderia deixar de considerar a importância da
questão ambiental, visto que nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações
inerentes à temática ambiental e, concomitantemente, às iniciativas dos variados setores da
sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres, no intuito de educar
as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a
modificação de atitudes inadequadas e a devida apropriação de posturas benéficas ao
equilíbrio ambiental.
As ideias ligadas à temática ambiental não surgiram de um dia para outro. Numerosos
fatos de âmbito internacional foram delineando o que conhecemos hoje por educação
ambiental.
Ilustrativamente, podemos citar alguns desses acontecimentos: Considerado um clássico na
história do movimento ambientalista mundial, o livro “Primavera Silenciosa”, lançado em
1962, que alertava para a crescente perda da qualidade de vida produzida pelo uso
indiscriminado e excessivo dos produtos químicos e os efeitos dessa utilização sobre os
recursos naturais.
A Carta de Belgrado (1975) preconizou que as fundações de um programa mundial de
Educação Ambiental fossem lançadas; A Declaração da Conferência Intergovernamental de
Tibilisi, sobre educação ambiental (1977), atentou para o fato de que, nos últimos decênios, o
homem, utilizando o poder de transformar o meio ambiente, modificou rapidamente o
equilíbrio da natureza. Como resultado, as espécies ficaram frequentemente expostas a
perigos que poderiam ser irreversíveis. No Congresso de Moscou (1987), chegou-se à
concordância de que a educação ambiental deveria objetivar modificações comportamentais
nos campos cognitivos e afetivos.
Dentro desse contexto, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na
implementação de atividades que propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades de
sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de
participação que levem à autoconfiança, às atitudes positivas e ao comprometimento pessoal
com a proteção ambiental, implementados de modo interdisciplinar.
No Brasil, conforme orientação da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.
9.795/99) e do Programa Nacional de Educação Ambiental, o cenário é rico em ações
relacionadas às questões sociais e ambientais. Nesse contexto, os Estados se organizam em
redes e comissões colegiadas, traçando diretrizes, metas e proposições.
O Estado de Mato Grosso não se esquiva desse compromisso, possui leis, programas e
projetos em parcerias, redes, comissões e coletivos de educadores, que formam uma grande
comunidade de aprendizagem nos setores escolarizados, além de fortalecer a educação
popular.
No intuito de fortalecer as políticas públicas que favoreçam a construção dos projetos
ambientais escolares e comunitários, os municípios, aliados à dimensão escolar e ao saber
popular, resgatam a função do processo pedagógico à capacidade de sensibilizar, para a
importância de inserir a educação ambiental nos projetos políticos-pedagógicos, como
programa e fortalecimento da educação ambiental. Consolidando, assim, a função social da
educação, que converge para o compromisso com a transformação social e a responsabilidade
ecológica.
A educação ambiental do município deverá estar pautada em ações que tenham como
base: parceria com outras instituições; estímulo à mediação pedagógica; reconhecimento dos
múltiplos saberes; incentivo a um enfoque complexo e emancipatório; reflexão sobre a ética
menos antropocêntrica; respeito à diversidade biológica e à diferença cultural e étnica,
oportunizando, assim, a visão da complexidade ambiental, sem perder a dimensão regional.
O Programa de Educação Ambiental Semeando a Educação foi implantado na rede
municipal de ensino no ano de 2007, com o objetivo a sensibilizar os educandos para a
responsabilidade de proteger e cuidar do meio ambiente, levando informações para que
construção do conhecimento sobre valores e ações, que contribuam para a formação de uma
sociedade justa, ecologicamente equilibrada e sustentável. Nos anos de 2007 e 2008 o
programa era realizado apenas com os alunos da rede municipal de ensino, porém, de 2009 a
2012 o mesmo se tornou municipal, atendendo todas as redes de ensino. Em seis anos de
duração foram produzidas 83.000 mudas de árvores nativas e recuperadas 12 áreas
degradadas, algumas das quais constituem hoje mata fechada. O desenvolvimento desse
programa rendeu ao município alguns prêmios relacionados ao Programa Agrinho de Meio
Ambiente em 2008/2009/2010/2011 e o prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente em 2009.
O Projeto Escolas Sustentáveis e Com Vidas também faz parte da educação ambiental
no município. O desenvolvimento desse projeto teve início em 2009, com a participação de 4
instituições de ensino. No ano de 2013, 9 instituições do ensino fundamental adeririam ao
projeto e criaram as COMVIDAS, realizaram as conferências nos ambientes escolares,
desenvolveram projetos ambientais, participaram da conferencia municipal infanto-juvenil
pelo meio ambiente e 7 projetos foram selecionados para etapa estadual e 5 representaram o
Estado de Mato Grosso, na etapa nacional em Luziânia (GO), em novembro de 2013,
destacando o nosso município no cenário nacional e, no ano de 2014, 5 instituições de ensino
foram contempladas com o PDDE, sustentáveis recursos financeiros para ser investido em
ações ambientas na instituição de ensino.

Financiamento da Educação
Quanto à educação básica como um todo, cabe à União redistribuir recursos e
suplementar os estados e municípios que não dispuserem de arrecadação suficiente para
financiar o acesso universal a uma educação de qualidade. No que se refere ao financiamento
da educação, a Constituição Federal, nos artigos 212 e 213 garante que:
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo serão
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os
recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a
universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do
plano nacional de educação.
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde,
previstos no art. 208, VII serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma
da lei.
§ 6º As cotas estaduais e municipais de arrecadação da contribuição social
do salário-educação serão distribuídas, proporcionalmente ao número de
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de
ensino.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
em lei, que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes
financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento
de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de
estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir, prioritariamente, na expansão
de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à
inovação, realizadas por universidades e/ou por instituições de educação
profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder
Público.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos


Profissionais da Educação – FUNDEB regulamentado por lei específica, apresenta sua
composição, conforme tabela abaixo: contribuição de Estados, Distrito Federal e Municípios:

1. Contribuição de Estados, Distrito Federal e Municípios.


• 16,66% em 2007;
• 18,33% em 2008;
• 20% a partir de 2009, sobre:
 Fundo de Participação dos Estados – PME
 Fundo de Participação dos Municípios – FPM
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS
 Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações – IPIexp
 Desoneração de Exportações (LC 87/96)
2. Contribuição de Estados, DF e Municípios, de:
• 6,66% no 1º em 2007;
• 13,33% em 2008;
• 20% a partir de 2009, sobre:
 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD
 Imposto sobre Propriedade Veículos Automotores – IPVA
 Quota Parte de 50% do Imposto Territorial Rural devida aos Municípios – ITR
3. Complementação da União
• 2,0 bilhões de reais em 2007;
• 3,0 bilhões de reais em 2008;
• 4,5 bilhões de reais em 2009; e
• 10% do valor total do Fundo a partir de 2010.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb

O poder público de Lucas do Rio Verde busca os caminhos seguros para a educação,
visando a melhoria do ensino-aprendizagem de seus educandos, viabilizando recursos
provenientes de diversas esferas administrativas e, buscando a qualidade social adequada para
todos os cidadãos luverdenses.
O Plano Municipal de Educação caracteriza-se como instrumento definido em função
das políticas educacionais que serão implementadas, da legislação que lhe sustenta e das
condições humanas, materiais e financeiras que está a disposição da sociedade, assegurando o
pleno desenvolvimento do processo de universalização da Educação Básica no município,
garantindo um modelo de gestão que tenha como princípios fundamentais: o caráter público
da educação, a representatividade social e a formação da cidadania, através da articulação
democrática com as diferentes esferas dos poderes públicos federal, estadual e municipal, com
vistas à necessidade da integração de seus planos educacionais.
O desenvolvimento da gestão do ensino público, orientado pela democratização e
cooperação, através da responsabilização dos entes federados, conforme disposto nas
Constituições Federal e Estadual, referente aos percentuais a serem aplicados na educação,
visam instituir políticas que garantam salários dignos aos profissionais da educação, de
formação continuada e condições dignas de trabalho, só assim teremos uma educação de
qualidade.
REFERÊNCIAS:

Constituição Federal de 1988;


Carson, Rachel: Primavera silenciosa;
Carta de Belgrado, 1975;
Declaração da Conferência Intergovernamental de Tibilisi, 1977;
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;
Decreto n. 1331, de 17 de fevereiro de 1854;
Decreto n. 7031-A, de 06 de setembro de 1878;
Decreto Lei n. 2.208, de abril de 1997;
Decreto Municipal nº 1.114 em 22 de outubro de 2002;
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990;
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96;
Lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003;
Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004;
Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008;
Lei Federal n. 11.738, de 16 de julho de 2008;
Lei 12.014 de 6 de agosto de 2009;
Lei Municipal nº 1860 de 06 de julho de 2010;
Lei nº 2719 Municipal de 14 de novembro de 2017;
Lei Municipal nº 1280 de 07 de junho de 2006;
Lei Municipal 1629 de 26 de novembro de 2008;
OLIVEIRA, 1995, A pedagogia no contexto escolar;
Plano Nacional de Educação;
Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.795/99);
Site: Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso;
Site: Conselho Nacional de Educação;
Site: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP);
Site: Ministério da Educação.

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