Sã Doutrina 2

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Três Coisas que são Produzidas pela Sã Doutrina

Texto: 2 Timóteo 3:16,17.


Na lição do domingo passado, aprendemos sobre a importância da sã doutrina para
a vida da igreja: ao mesmo tempo em que ela produz edificação pessoal e comunitária.
Neste domingo, estudaremos três efeitos da sã doutrina na vida da igreja e seus membros.
1. A sã doutrina existe para a unidade
Uma lição importante pode ser encontrada em 1Coríntios. Nesta carta, Paulo é
levado a escrever por cau das desavenças e demonstrações de superioridade deles: “Cada
um de vós afirma: ‘Eu sigo Paulo’, ‘eu sigo Apolo’, outro, ‘eu sigo Cefas’, outro, ‘eu sigo
Cristo’” (1 Co 1:12). A reposta de Paulo a essa divisão é fulminante: ‘Será que Cristo está
dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Fostes batizados em nome de Paulo?’ (1 Co
1:13).
Paulo está dizendo que a igreja, assim como Cristo, não deve ser dividida. Por
quê? Porque a igreja é o corpo de Cristo, como o apóstolo explica mais adiante no capítulo
12. Além disso, as pessoas não devem entregar sua lealdade absoluta a ninguém além de
Cristo, pois foi Cristo quem foi crucificado por nossos pecados (1 Co 15:1-4). E os
cristãos são batizados em nome do Deus trino e uno, não em nome de algum mestre
humano (Mt 28:19).
A unidade da igreja está fundamentada na sã doutrina e procede dela. Repetindo
o que já foi dito: a sã doutrina é o resumo do ensino bíblico que é tanto fiel à bíblia quanto
útil à vida. Por isso, quando a unidade da igreja em Corinto é colocada em risco, Pualo
lança mão de fundamentos teológicos para trazê-la de volta à conformidade com o plano
de Deus. A sã doutrina não apenas é o fundamento da unidade, mas é também a
restauradora dela. Ela não apenas fornece um padrão de unidade como ajuda a realinhar
a igreja com esse padrão quando a conformidade foi corrompida. A sã doutrina existe
para a unidade.
Vemos essa mesma dinâmica em Efésios 4, quano Paulo nos exorta a caminhar de
modo digno para com o nosso chamado (v.1). Ecomo podemos fazê-lo? Sendo humildes,
gentis e pacientes, suportando uns aos outros em amor e “buscando diligentemente manter
a unidade do Espírito no vínculo da paz” (v.2,3). Como cristãos, somos chamados
primordialmente a amar uns aos outros, a suportar com mansidão uns aos outros e a
esforçar-nos para preservar a unidade da igreja.
Por que devemos fazer isso? Paulo responde levando-nos às realidades mais
pofundas de nossa fé: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados
em uma só esperança do vosso chamado; há um só Senhoruma só é, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todose está e todos” (Ef 4:4-6). Tudo o
que diz respeito à nossa fé proclama: “Unidade!”: Há um só corpo de Cristo. Há somente
um Espírito, que nos dá uma nova vida. Há apenas uma esperança para a qual somos
chamados. Há somente um Senhor Jesus Cristo, uma só fé nesse mesmo Senhor; e um só
batismo em seu nome. Há apenas um Pai acima de todos. E Pai, Filho e Espírito Santo
são um só Deus.
A unidade da igreja está fundamentada na unidade da fé. Somos, portanto,,
chamados a preservar o vínculo de paz que nos une, a unidade que nos foi dada pelo
Espírito. Uma vez que a igreja é, de fato, uma, somos chamados para sermos um.
2. A sã doutrina existe para a adoração
A sã doutrina funciona para a adoração como lenha para o fogo. Se você deseja
um chama crepitante que ure a noite inteira, deve montar uma pilha de lenha seca de boa
qualidade. Da mesma forma é a sã doutrina, ela é o combustível que alimenta nossa
adoração.
O grande teólogo do Novo Testamento, D.A. Carson, disse: “O que deve tornar a
adoração um deleite pra nós não é, em primeiro lugar, sua inovação ou sua beleza estética,
ms seu objetivo: o próprio Deus é encantadoramente admirável, e aprendemos anos
regozijar nEle.” A sã doutrina nos ensina a nos deleitarmosem Deus, pois nos mostra o
quão maravilhoso Ele é. Ela coloca diante de nossos olhos as perfeições do Seu caráter,
a abundância de sua graça e a majestade de seu governo soberano sobre todas as coisas.
A sã doutrina nos diz que devemos adorar a Deus, e, quando inteiramente
absorvida em nosso coração, ela impulsiona e motiva nossa adoração.
Vemos isso em toda a parte nos Salmos. Observe, por exemplo, o Salmo 95. Ele
começa com uma emocionante convocação ã adoração: “Ah, vinde, cantemos ao
SENHOR, façamos um som alegre à rocha da nossa salvação! Entremos em Sua presença
com ações de graças; façamos um som alegre para Ele com com cânticos de louvor!”
(v.1,2).
O salmo, contudo, não apenas no instrui a adorar, mas também nos diz por quê:
“Porque o Senhor é umm grande Deus e Re acima de todos os deuses. Nas suas mãos
estão as profundezas da terra; as alturas dos montes lhe pertencem. Seu é o mar, pois Ele
o fez, e suas mãos formaram a terra seca” (v.3-5). Você viu aquela palavra “porque” no
iníio do versículo três? O salmoo nos dá motivos para adorar a Deus. Ele fundamenta o
nosso louvor no mérito de Deus para ser adorado, que lhe é inerente. Devemos adorar a
Deus, diz o versículo três porque Ele é grande. Ele é exaltado como Rei acima de todos
os falsos “deuses”. Devemos adorar a Deus porque somente Ele é o Rei soberano sobre
toda a terra. Não há nada que rivalize com Ele em nosso coração.
Os versículos 4 e 5 nos dão mais provas da grandeza de Deus. Eles nos lembram
que Des criou o mundo, sendo por isso seu dono. Do cume do mais alto monte às
profundezas do mar, tudo pertence a Ele. Sozinho, Deus criou a terra, e agora a sustenta
e a governa.
Portanto, nós, como criaturas de Deus, temos o compromisso de derramar nosso
coração perante Ele em gratidão, adoração e reverente louvor. Devemos cantar para Ele
pela mesma razão que os anjos cantaram quando Ele criou os céus e a terra: porque toda
a criação é manifestação da glória, do poder, da sabedoria, da beleza e do fabuloso
domínio de Deus.
Após isso, o salmo nos convoca novamente à adoração: “Oh, vinde adoremos e
prostremo-nos; ajoelhemo-nos diante do Senhor, nosso Criador!” (v.6). E, mais uma vez,
nos dá motivs para adorar: “Porque Ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do Seu pasto
e ovelhas de sua mão” (v.7a). Deus é o nosso Deus. Ele assumiu um compromisso
conosco de nos fazer o bem (Jeremias 32:40). E Ele nos tomou para si, fez de nós o Seu
povo e é o nosso pastor (Sl 23:1-6; 100:3). Ele se importa pessoalmente co cada um de
nós e no alimenta com suas próprias mãos. As mesmas mãos onipotentes que sustentam
colinas de granito também tomam onta de nós, sustentand-nos e gentilmente nos guiando
no caminho que devemos seguir: O majestoso e grandioso soberano sobre todas as coisas
se inclinou até nós.
As Escrituras nos ensinam que Deus nos resgatou do nosso pecado, reconcliando-
nos consigo e comprometendo-se a cuidar de todas as nossas necessidades, agora e
sempre. Tudo isso é motivo para louvá-lo, adorá-lo,celebrar diante dEle com júbiloe nos
curvarmos perante Ele em submissão e obediência. Tudo isso é o que a bíblia denomina
“adoração”. E tal adoração, como mostra o Salmo 95, é alimentada pela sã doutrina.
3. A sã doutrina existe para o testemunho
Por “testemunho” refiro-me principalmente à evangelização. Evangelizar é
compartilhar as boas-novas a respeito de Jesus com aqueles que não creem nEle; é chamá-
los para que abandonem o pecado e coloquem sua fé em Cristo. E que boas novas são
essas? Aqui estão elas em quatro partes:
• Deus: o único e veradadeiro Deus nos, que é Santo (Is 6:1-7), fez-nos à
sua imagem para o conhecermos e glorificarmos (Gn 1:26-28).
• Homem: nós, porém, pecamos e nos separamos de Deus, de modo que a
ira dEle está sobre nós por causa de nosso pecado (Gn 3; Rm 1:18; 3:23).
• Cristo: Em Seu grade amor, deus enviou Seu Filho Jesus para vir como rei
e resgatar seu povo de seus inimigos, mas especialmente de seu próprio
pecado (Sl 2; Lc 1:67-79). Jesus estbeleceu seu reino atuando tanto como
sacerdote mediador quanto como um sacrifício vicário: viveu uma vida
perfeita e morreu na cruz, cumprindo assim em si mesmo a lei de Deus e
tomando sobre si a punição pelos pecados de muitos (Mc 10:45; Jo 1:14;
Rm 3:12-21; 5:12-21; Hb 7:26). Depois, Ele ressurgiu dentre os mortos,
demonstrando que Deus aceitou seu sacrifício e que sua ira contra nós
havia sido satisfeita (At 2:24; Rm 4:25).
• Reação: Deus, agora, chama a todos a se arrependerem de seus pecados e
a confiar somente em Cristo para obter perdão (Jo 1:12; At 17:30). Se nos
arrepndermos de nossos pecados e confiarmos em Cristo, renascemos para
uma nova vida eterna com Deus (Jo 3:16).
O evangelho é essa mensagem de salvação por meio de Cristo. Evangelizar, ou
testemunhar, é repassar essa mensagem às demais pessoas e exortá-las a crer.
Portanto, por que afirmo que a sã doutrina existe para o testemunho? Em primeiro
lugar, evangelho é doutrina. E a doutrina, lembre-se, é apresentar a bíblia em nossas
próprias palavras. Como cristãos, queremos saber como transportar para o dia a dia a
verdade bíblica sobre quem Deus é, quem nós somos, o que Jesus fez para nos salvar e
que reação Ele nos chama a ter. Se abolirmos a doutrina, estaremos abolindo o evangelho
e a evangelização. A sã doutrina (a doutrina do evangelho) é o conteúdo do nosso
testemunho.
Conclusão

Precisamos lembrar que a sã doutrina não se resume a um conteúdo doutrinário


que existe para aumentar nosso conhecimento nos fazendo mais vaidosos. Pelo contrário,
ela existe para gerar unidade, adoração e testemunho. Num mundo onde não há uma
verdade absoluta, mas várias verdades particulares, a sã doutrina aparece como um farol
que nos mantêm unidos em torno da pessoa e obra de Jesus Cristo. Numa sociedade que
afirma a verdade de todas as religiões, a sã doutrina nos aponta o Deus verdadeiro, afim
de que possamos conhecê-lo e nos relacionemos com Ele. Diante da missão de
evangelizar as nações, a sã doutrina determina o tipo de mensagem que devemos anunciar.
Dessa forma, pensar na sã doutrina é o mesmo que viver a verdade do evangelho.

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