Aula 06 - A Centralidade de Cristo

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CENTRALIDADE DE CRISTO

Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

IGREJA
CRISTOCÊNTRICA:
CORPO, FAMÍLIA
E CASA
Aula 6

A pós entendermos a centralidade de Cristo a partir do lugar que


o Pai o colocou e analisarmos como a sua prática interfere em
nossas vidas, vejamos agora esta prática a nível coletivo – na Igreja.
Antes, porém, é preciso definir o que é igreja, e o que a Bíblia, prin-
cipalmente no Novo Testamento, diz a respeito dela.

Como introdução leia abaixo o texto extraído da Teologia Sistemática


de Louis Berkhof:
A concepção reformada é que Cristo, pela operação
do Espírito Santo, reúne homens Consigo, dota-os da
verdadeira fé e, assim, constitui a igreja como Seu cor-
po, a communio fidelium ou sanctorum (comunhão
dos fiéis ou dos santos). Todavia, na Igreja Católica
Romana o estudo da igreja tem precedência sobre
tudo mais, antecedendo até ao estudo da doutrina
de Deus e da revelação divina. O que se diz é que a
igreja foi o instrumento da produção da Bíblia e, por-
tanto, tem precedência sobre ela; além disso, ela é
despenseira de todas as graças sobrenaturais. Não
é Cristo que nos leva à igreja, mas a igreja que nos

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leva a Cristo. Toda a ênfase recai, não sobre a igreja


invisível como communio fidelium, mas sobre a igreja
visível como mater fidelium (mãe dos fiéis). A Reforma
rompeu com este conceito católico romano da igre-
ja e centralizou a atenção na igreja como organismo
espiritual, como outrora fora feito. Ela deu ênfase ao
fato de que não existe igreja fora da obra de Cristo
e das operações renovadoras do Espírito Santo; e ao
fato de que, portanto, o estudo destas precede logi-
camente à consideração da doutrina da igreja.

No Novo Testamento são usadas duas palavras gregas para referir-


-se à Igreja:

• Ekklesia: vem de ek e kaleo - chamar ou chamar para fora,


convocar.

“E digo-te ainda que tu és Pedro, e sobre esta pedra


edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18 – A21)

“E uns gritavam de um modo, outros de outro; pois


havia confusão na assembleia, e a maior parte deles
nem sabia por que motivo se havia reunido.”
(At 19.32 – A21)

• Synagoge: de syn e ago - reunir-se ou reunir.

“Jesus percorreu toda a Galileia, ensinando nas sina-


gogas deles, pregando o evangelho do reino e curan-
do todas as doenças e enfermidades entre o povo.“
(Mt 4.23 – A21)

“E, quando a reunião acabou, muitos judeus e gen-


tios devotos convertidos ao judaísmo seguiram Paulo
e Barnabé, os quais, falando-lhes, os encorajavam a
perseverar na graça de Deus.” (At 13.43 – A21)

Igreja é, portanto, o povo separado por Deus, não mais rebelado


contra ele, mas reconciliado através de Cristo, vivendo, assim, seu
senhorio com exclusividade. Um povo que vive em paz, pois seu
dono é o Príncipe da Paz.

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Além de Igreja, o povo de Deus é descrito de outras maneiras no


Novo Testamento, vejamos:

• Igreja: (grego - Ek-klesia) utilizado 108 vezes no Novo Tes-


tamento.
• Significado: aqueles que foram chamados para fora.
• Cristãos: (grego Khri·sti·a·nós) utilizado 11 vezes no Novo
Testamento.
• Significado: pequenos Cristos ou os que seguem a Cristo ou
o que professa o cristianismo.
• Discípulos: (grego ma·the·tés - Hebraico lim·múdh) aparece
313 vezes no Novo Testamento.
• Significado: aprendiz, aluno receptivo a ensinamentos.

Qualquer um desses nomes, atribuídos ao povo de Deus, deixa clara


uma realidade: todos são dependentes de Deus, ou seja, o homem
por si só não pode se chamar para fora deste mundo, muito menos
seguir e ser aprendiz de Cristo. Esses termos tratam de uma troca
de realidade – o homem que anteriormente era inimigo, rebelde
e afastado de Deus, agora pertence a este. Somos um povo que
pertence exclusivamente ao Deus Pai e criador de todas as coisas.

“Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação


santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para
que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou
das trevas para sua maravilhosa luz. Antigamente,
não éreis povo; agora, sois povo de Deus; não tínheis
recebido misericórdia; agora, recebestes misericór-
dia.” (1Pe 2.9,10 – A21)

“Este é o Moisés que disse aos israelitas: Deus vos le-


vantará dentre vossos irmãos um profeta como eu.
Este é o que esteve na congregação no deserto, com
o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com os nossos
pais, e que recebeu palavras vivas para transmiti-las a
vós.” (At 7.37,38 – A21)

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NOTA IMPORTANTE:
“Este é o Moisés que disse aos israelitas: Deus vos levantará dentre vossos
irmãos um profeta como eu. Este é o que esteve na congregação no deser-
to, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com os nossos pais, e que
recebeu palavras vivas para transmiti-las a vós.” (At 7.37,38 – A21)
Neste texto em Atos quando fala “congregação”, é usada a palavra grega
Ekklesia, ou seja, uma referência neotestamentária ao povo de Israel usan-
do a mesma palavra para Igreja. Com isso podemos entender que a Igreja
não é substituta do povo de Israel, ou seja, ela não foi feita em substituição
ao povo que “teria sido” reprovado por Deus. Pelo contrário, somos uma
continuidade do que Deus começou com o povo de Israel. Não somos ju-
deus e nem substitutos deles da aliança. Somos juntamente com Israel, seu
povo na terra.

Após entender o significado de Igreja, olhemos para ela através da


ótica cristocêntrica, usando as três figuras bíblicas que o apóstolo
Paulo a compara:

1. Corpo:

• Deus se fez carne

Esta comparação não é simplesmente simbólica ou um exemplo


para entendermos melhor os papéis da Igreja. Ela é muito mais do
que isso, pois fala sobre um Deus que se fez carne e criatura, ad-
quirindo um corpo de homem. Só podemos ser chamados corpo de
Cristo porque ele se fez carne. Somos parte de Jesus, e não apenas
uma instituição, criada pelos homens, para Deus. A igreja não é algo
além de Jesus, mas parte dele.

Dietrich Bonhoeffer em seu livro Discipulado, afirma:

“Nós vivemos na comunhão plena da presença cor-


poral do Senhor, glorificado. Nossa fé deve estar cien-
te da grandeza dessa dádiva. O corpo de Jesus Cristo
é o fundamento e a certeza de nossa fé; o corpo de
Jesus Cristo é a dádiva única e perfeita pela qual nos

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tornamos participantes da salvação; o corpo de Jesus


Cristo é a nossa nova vida. No corpo de Jesus Cristo,
somos aceitos por Deus na eternidade.”

Outro detalhe importante é que a Igreja não deve ser identificada


por qualquer estereótipo, prática, maneira de vestir ou por ter um
idioma próprio. Não, o que define a igreja não é o seu modo de
pensar sobre assuntos como política ou economia. É importante
que ela se posicione sobre tais assuntos e que tenha uma forma de
pensar, vestir e agir diferente do mundo. Porém, não é isso que a
define nem é sua principal característica ou identidade. Nossa prin-
cipal característica, como igreja, é o novo nascimento.

“Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade te digo


que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer
de novo. Então lhe perguntou Nicodemos: Como um
homem velho pode nascer? Poderá entrar no ventre
de sua mãe e nascer pela segunda vez? Jesus respon-
deu: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém
não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus.” (Jo 3.3-5 – A21)
Na Igreja não pode haver pessoas que não nasceram de novo, e
que não foram batizadas. Entenda que não digo Igreja como pes-
soas que se dizem e têm práticas cristãs. Ser membro de uma igreja
não o habilita para fazer parte do povo de Deus. Falo da Igreja com
“I” maiúsculo, homens que nasceram de novo, e não são mais escra-
vos do pecado, mas, sim, escravos de Cristo. Essa é a nova vida e o
novo nascimento do qual Jesus estava falando.
Novo nascimento = é morrermos em Cristo, na sua morte.
Essa morte acontece através de arrependimento e fé na miraculosa
obra de Cristo.
Observe esta analogia:

• A água e o sangue:

Uma grávida ao dar à luz libera de seu corpo dois elementos: água
e sangue. Jesus ao ser perfurado em seu lado, logo após a sua mor-
te, também derramou água e sangue; como se naquele momento
estivesse acontecendo um parto.

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Jesus se entregou na cruz e seu corpo foi moído (destruído) para


que pudéssemos fazer parte dele. Os açoites e feridas que sofreu
eram como se abrissem um lugar onde seríamos enxertados no seu
corpo para morrer, nascer de novo, e ser reconciliado com o Pai.
Era, de fato, o nosso novo nascimento acontecendo na sua morte.
Podemos comparar também com a fenda da rocha que permitiu
Moisés ver a glória de Deus. A partir da fenda no corpo de Jesus, a
rocha eterna, nós nos reaproximamos da glória de Deus.

“Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres tua gló-


ria. E o SENHOR lhe respondeu: Farei passar toda a
minha bondade diante de ti e te proclamarei o meu
nome, o SENHOR; e terei misericórdia de quem eu
quiser ter misericórdia, e me compadecerei de quem
eu quiser me compadecer. E disse mais: Não pode-
rás ver a minha face, porque homem nenhum pode
ver a minha face e viver. O SENHOR prosseguiu: Aqui
está um lugar próximo de mim; ficarás aqui, sobre a
rocha. Quando a minha glória passar, eu te colocarei
numa fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão,
até que eu tenha passado. Depois, quando eu tirar a
mão, verás as minhas costas, mas não se verá a minha
face.” (Ex 33.18-23 – A21)

Assim fomos regenerados, ou seja, gerados novamente em Cristo.


Ele nos deu vida e relembrando o que disse a Nicodemos, seria
necessário nascer da água e do Espírito para pertencer ao reino de
Deus. A água remete ao novo nascimento, ao batismo e à palavra,
elementos que nos purificam; e o sangue ao sacrifício de Cristo,
o elemento que nos salva. Por isso, devemos passar por dois pro-
cessos para a regeneração: ser inseridos em Cristo e imergidos no
Espírito Santo.  

A igreja é, portanto, resultado do sacrifício de Deus homem se


entregando e tendo seu corpo quebrado para lhe dar vida. Somos
os que, milagrosa e graciosamente, morreram em Cristo (na sua
morte) adquirindo uma nova natureza, através do novo nascimento
(na sua ressurreição) e, assim, enxertados em um novo corpo, o
corpo de Cristo. Isso é a igreja como corpo, um organismo vivo e
não apenas um local ou uma organização.

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• Jesus o cabeça

Outro aspecto da igreja como corpo de Cristo é tê-lo como cabeça.


É ele que nos comanda, direciona e dá as ordens. Nenhuma par-
te do corpo consegue trabalhar sozinha, independente da cabeça.
Nenhuma delas comanda a si própria, pois estão conectadas entre
si e com a cabeça.

Ter a Cristo como cabeça é permitir seu senhorio e controle. A igreja


não pode viver sem cabeça ou ter várias cabeças que a controla;
ela é apenas UM corpo que tem apenas UMA cabeça – Cristo Jesus.

Quando o corpo humano fica sem algum de seus membros, tem


seu funcionamento comprometido e o membro isolado morre. As-
sim acontece na igreja; ela fica defor-
mada e perde a funcionalidade quando
seus membros estão separados um do
outro. Nenhum membro do corpo está
liberado para viver sozinho, longe do
corpo e desconectado da cabeça.
Cada parte do corpo tem sua função e
todas são essenciais para o bom funcionamento do todo. Na Igreja
cada indivíduo tem a sua funcionalidade e importância.

“Porque, assim como o corpo é uma só unidade e tem


muitos membros, e todos os membros do corpo, ainda
que muitos, formam um só corpo, assim também acon-
tece com relação a Cristo. Pois todos fomos batizados
por um só Espírito para ser um só corpo, quer judeus,
quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós
foi dado a beber de um só Espírito. Porque também
o corpo não é constituído de um só membro, mas de
muitos. Se o pé disser: Não sou mão e, portanto, não
faço parte do corpo, nem por isso deixará de ser cor-
po. E se a orelha disser: Não sou olho e, portanto, não
faço parte do corpo, nem por isso deixará de ser do
corpo. Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ou-
vido? Se o corpo todo fosse ouvido, onde estaria o ol-
fato? Mas, na realidade, Deus colocou os membros no
corpo, cada um conforme quis. E, se todos fossem um

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só membro, onde estaria o corpo? Portanto, há muitos


membros, mas um só corpo. E o olho não pode dizer
à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a ca-
beça pode dizer aos pés: Não tenho necessidade de
vós. Pelo contrário, os membros do corpo que pare-
cem ser mais fracos são essenciais; e os membros do
corpo que consideramos menos honrados, nós os ves-
timos com mais honra. E os que em nós são vergonho-
sos vestimos com dignidade especial, ao passo que
os membros mais apresentáveis não têm necessidade
disso. Mas Deus formou o corpo de tal maneira que
concedeu muito mais honra ao que tinha falta dela,
para que não haja divisão no corpo, mas para que os
membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Se
um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; e,
se um membro é honrado, todos os outros se alegram
com ele. Vós sois o corpo de Cristo e, individualmente
membros desse corpo.”  (1Co 12.12-27 – A21)

“Também sujeitou todas as coisas debaixo dos seus


pés, para que seja cabeça sobre todas as coisas, e o
deu à igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele
que preenche tudo em todas as coisas.”
(Ef 1.22,23 – A21)

“e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só


corpo, tendo por ela destruído a inimizade.”
(Ef 2.16 – A21)

“isto é, que os gentios são coerdeiros, membros do


mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cris-
to Jesus por meio do evangelho.” (Ef  3.6 –A21)

“pelo contrário, seguindo a verdade em amor, cres-


çamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Nele
o corpo inteiro bem ajustado e ligado pelo auxílio de
todas as juntas, segundo a correta atuação de cada
parte, efetua o seu crescimento para edificação de si
mesmo em amor.” (Ef 4.15,16 – A21)

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“e não retendo a Cabeça, com a qual todo o corpo,


suprido e organizado pelas juntas   e ligamentos, vai
se desenvolvendo segundo o crescimento concedido
por Deus. (Cl 2.19 – A21)

2. Casa:
A segunda figura que Paulo chama a Igreja é de casa.

“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos


profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pe-
dra de esquina. Nele, o edifício inteiro, bem ajustado,
cresce para ser templo santo no Senhor, no qual tam-
bém vós, juntos, sois edificados para morada de Deus
no Espírito.” (Ef 2.20-22 – A21)

“para que, se eu demorar, saibas como se deve pro-


ceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo,
coluna e alicerce da verdade. (1Tm 3.15 – A21)

A primeira referência à casa de Deus na Bíblia é com Jacó:

“e chegou a um lugar onde passou a noite, porque


o sol já havia se posto; tomando uma das pedras do
lugar, colocou-a debaixo da cabeça; e deitou-se ali
para dormir. Então sonhou que havia uma escada co-
locada sobre a terra, cujo topo chegava ao céu; e os
anjos de Deus subiam e desciam por ela; (...) E, cheio
de temor, disse: Como este lugar é terrível! Este lugar
não é outro senão a casa de Deus, a porta do céu.”
(Gn 28.11-12,17 – A21)

Jacó ao colocar sua cabeça na pedra e dormir é uma referência ao


nosso descanso, quando estamos sobre a rocha – Cristo. Quando
estamos neste lugar, diante da presença de Deus somos a própria
casa do Senhor.

A Igreja é, portanto, o lugar que acomoda a presença de Deus e


ao recebê-la somos beneficiados. Sim! Quando o próprio Deus está
entre nós, recebemos descanso e tudo mais que necessitamos.
O SENHOR disse a Moisés:

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“Eu mesmo irei contigo e te darei descanso.”


(Ex 33: 14b – A21)

A vontade de Deus é que a terra não seja um lugar isolado do Céu.


Por isso, sempre houve um lugar para essa conexão. No Éden, por
exemplo, havia essa realidade – Deus andava pelo jardim para se
encontrar com o homem. No Jardim, o próprio Deus vinha à terra,
todos os dias, para encontrar e se relacionar com Adão. Deus está
perto e se relaciona com sua criação.
Mesmo após o pecado (como Greg Gilbert define, este tempo en-
tre a queda do homem e a cruz), Deus providenciou outros lugares
para se relacionar com o homem, por exemplo:

• Tabernáculo de Moisés;
• Tenda de Davi;
• Templo de Salomão.
Hoje, o lugar que Deus proporciona para guardar sua própria pre-
sença aqui na terra é a sua Igreja. Nós somos sua casa e, por isso,
chamados casa de oração para todos os povos.

“E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada


casa de oração...” (Mt 21.13a – A21)

Somos o lugar onde Deus resolveu habitar, e de onde ele é o legis-


lador de todos os povos da terra. Somos o retrato atual da casa de
Deus. Assim como era com o tabernáculo de Moisés, Deus anda
quando sua Igreja anda.
Precisamos entender a diferença entre Deus habitar em um edifício
e habitar em nós. Isso nos permite entender também que onde
quer que nós estejamos sua presença estará conosco. Isso nos per-
mite:
• Sentir a presença de Deus em nosso dia a dia, nas diversas
atividades que fazemos e não apenas quando vamos à igre-
ja.

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• Entender que em todo lugar e situação que estivermos ele


estará conosco. Nunca estamos sós!
Deus escolheu habitar em seu povo, na sua igreja e não em templos
feitos por mãos humanas. Por isso, Pedro nos chama de pedras vivas
e a Jesus de pedra angular. Somos edificados nele, o qual é a pe-
dra principal da edificação da casa de Deus. A pedra angular era a
primeira pedra colocada em uma construção e, a partir dela, todas
as outras eram colocadas seguindo seu modelo e direção.
Sozinhos, nossas experiências com Deus são limitadas, mas quando
juntos somos um edifício, capaz de conter a visitação e a habitação
de Deus. Por isso, desejamos que esta presença divina em nosso
meio seja o que atraia as pessoas, e não o que temos ou produzi-
mos. Sobre a sua expressão na terra (a igreja) Deus tem derramado
o seu Espírito e, por isso, há focos de avivamentos em diversos lu-
gares do planeta.  

3. Família

• Deus é Pai

O primeiro e principal aspecto que precisamos entender ao pensar-


mos em igreja como família, é que Deus é o pai de seu povo. Assim,
a Igreja é chamada de família. Ou seja, nós somos: a família de Deus,
seus filhos e irmãos do seu primogênito – Jesus Cristo.

“Sabemos que Deus faz com que todas as coisas con-


corram para o bem daqueles que o amam, dos que
são chamados segundo o seu propósito. Pois os que
conheceu por antecipação, também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim
de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
(Rm 8.28,29 - A21)

O texto acima fala sobre a paternidade de Deus. Ele é um pai pre-


sente para seus filhos e, como falamos anteriormente, não um Deus
que fica de longe administrando tudo na Terra. Sendo assim, um
Deus de perto, ele permite intimidade com seus filhos.
Através do sacrifício de Cristo, fomos inseridos na família de Deus
e agora, sem o véu que nos separava dele, temos novamente livre

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acesso ao Pai, assim como havia no Éden, antes que Adão fizesse
sua lamentável escolha.

“para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim


de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque
sois filhos, Deus enviou ao nosso coração o Espírito de
seu Filho, que clama: Aba, Pai. Portanto, tu não és mais
escravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro
por obra de Deus.” (Gl 4.5-7 – A21)

• Papéis familiares dentro da igreja

Faz-se necessário que dentro da igreja, cada indivíduo tenha claro


quais são os seus papéis familiares e quais papéis os irmãos têm em
sua vida.
Usemos a trindade como uma figura. Nela existe um perfeito fun-
cionamento, pois cada um de seus três membros desempenha
harmoniosamente seu papel e função, permitindo assim a unidade
perfeita entre eles – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. As-
sim também deve ser o funcionamento na família e na igreja.
Devemos desempenhar papéis de pais, filhos e irmãos ao mesmo
tempo, para que ninguém ande sozinho nem deixe de receber o
que Deus quer lhe dar através do outro. A Igreja deve funcionar e
ser organizada através de relacionamentos, e não através de nossas
agendas e programações. Uma família bem estruturada não se en-
contra apenas uma vez na semana, pois se fosse assim as relações
entre seus membros seriam totalmente superficiais. Creia! Não exis-
te essa possibilidade. Não há individualismo em uma família saudá-
vel, assim como também não deve haver na igreja.
Lembrando que o que nos faz irmãos é o novo nascimento, nossas
relações devem ser pautadas nesta verdade e ter como finalidade
o dar glória a Deus.
Somos responsáveis uns pelos outros, por isso, precisamos ter na
igreja três tipos de relacionamentos:

• Pessoas que cuidamos;


• Pessoas que cuidam de nós;
• Amizades que caminham conosco.

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Paulo diz que dentro das igrejas existem lobos cruéis que procuram
devorar os rebanhos. Não está falando de Satanás e demônios, mas
de pessoas dentro das igrejas, muitas vezes até líderes. Pessoas que
estão debaixo de engano, agindo em benefício próprio. E o que
fazer diante disso? Cuidar uns dos outros, isto é, cuidar dos irmãos e
se deixar ser cuidado por eles.
Outro fator importante é que todos somos ovelhas, mesmo quan-
do cuidamos de pessoas. Não existe ninguém que não precise ser
cuidado. Como exemplo, podemos citar Davi, rei de Israel. Mesmo
sendo rei havia homens que cuidavam dele, tais como Samuel e
Natã, que foram também importantes para confrontá-lo diante de
seu pecado.

CONCLUSÃO

Deus separou um povo exclusivo para si, o qual com a sua


pessoalidade lidera, edifica e cuida dos seus. Quão grande e ao
mesmo tempo quão perto é o nosso Deus! Que privilégio ser
escolhido para fazer parte deste povo! Graças a Deus por sua graça
e bondade para conosco!

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