Topografia Completa

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TOPOGRAFIA

CONCEITOS BÁSICOS

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1. INTRODUÇÃO Diferença e Semelhanças entre Geodésia e Topografia:
Ambas utilizam os mesmos instrumentos
Topografia – Originário do Grego Topos (lugar) + Graphen (Descrever) Utilizam praticamente dos mesmos métodos para p/ mapeamento da superfície
O que significa: descrição exata e minuciosa de um lugar. Topografia trabalha com pequenas áreas (sem considerar a curvatura da Terra) –
Definições Básicas: Geodésia mais abrangente (considera a curvatura da terra)
Ciência aplicada com o objetivo de representar em uma planta ou carta, uma limitada
porção da superfície terrestre, com acidentes naturais e artificiais, com expressão do * Restringindo a área para se medir sua distância pode-se considerar tal espaço (mesmo
relevo, isto tudo sem levar em consideração a curvatura da terra. sendo a Terra achatada nos pólos) como sendo plano.

Finalidade: determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção Segundo o Geógrafo W. Jordan: o limite para se considerar uma porção da superfície
limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, Terrestre como plana é 55 Km2.
desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à Ou seja:
Topografia, a locação, no terreno, de projetos elaborados de Engenharia. 55.000.000 m2 / 24.200m2 = 2273,00 Alq Paulista
(DOMINGUES, 1979). Para uma área de 5.000 Alq Pta, como proceder?
Divide-se a área em 3 áreas menores, de 1.600, 1.700 e 1.700 alq sp.
Importância: ela é a base de qualquer projeto e de qualquer obra realizada por
engenheiros ou arquitetos. Por exemplo, os trabalhos de obras viárias, núcleos
habitacionais, edifícios, aeroportos, hidrografia, usinas hidrelétricas,
telecomunicações, sistemas de água e esgoto, planejamento, urbanismo, paisagismo, 1.1. DIVISÃO DA TOPOGRAFIA
irrigação, drenagem, cultura, reflorestamento etc., se desenvolvem em função do Levantamento Topográfico Planimétrico
terreno sobre o qual se assentam. (DOMINGUES, 1979). Portanto, é fundamental o Conjunto de operações necessárias p/ a determinação de pontos e feições do
conhecimento pormenorizado deste terreno, tanto na etapa do projeto, quanto da sua terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência através de
construção ou execução; e, a Topografia, fornece os métodos e os instrumentos que suas coordenadas X e Y
permitem este conhecimento do terreno e asseguram uma correta implantação da obra Levantamento Topográfico Altimétrico
ou serviço. Conjunto de operações necessárias para a determinação de pontos e feições do
terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de referência,
terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de
nível através de suas coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional).
Topometria
Ao conjunto de métodos abrangidos pela planimetria e pela altimetria
Topologia:
por sua vez, utilizando-se dos dados obtidos através da topometria, tem por
objetivo o estudo das formas da superfície terrestre e das leis que regem o seu
modelado.

PLANTA X CARTA X MAPA


Planta é representação menor, sem muitos detalhes, até escala 1:20.000
Carta: é uma representação maior, com detalhes. Entre escala 1:20.000 e 1:250.000
Mapa: é uma representação de uma vasta região (Acima de 1:250.000)

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2. MODELOS TERRESTRES UTILIZADOS EM TOPOGRAFIA
No estudo da forma e dimensão da Terra, podemos considerar quatro tipos de superfície
ou modelo:
a)Modelo Real
Forma exata da Terra;
Não existe modelagem matemática (não pode ser definido matematicamente)
devido à irregularidade da superfície terrestre;
b)Modelo Geoidal
Permite que a superfície terrestre seja representada por uma superfície fictícia
definida pelo prolongamento do nível médio dos mares (NMM) por sobre os
continentes.
MODELOS TERRESTRES UTILIZADOS EM Determinado matematicamente através de medidas gravimétricas (força da
gravidade) realizadas sobre a superfície terrestre;
TOPOGRAFIA Específicos da Geodésia.
c)Modelo Elipsoidal
É o mais usual de todos os modelos que serão apresentados. Nele, a Terra é
representada por uma superfície gerada a partir de um elipsóide de revolução, com
deformações relativamente maiores que o modelo geoidal.
No Brasil, as cartas produzidas no período de 1924 até meados da década de 80
utilizaram como referência os parâmetros de Hayford. A partir desta época, as cartas
produzidas passaram a adotar como referência os parâmetros definidos pelo Geodetic
Reference System - GRS 67, mais conhecido como Internacional 67.

Parâmetros:
DATUM = SAD 69 (CHUÁ); a = 6.378.160 m; f = 1 - b/a = 1 / 298,25
Onde
DATUM: é um sistema de referência utilizado para o cômputo ou correlação dos
resultados de um levantamento. Existem dois tipos de datuns: o vertical e o horizontal.
O datum vertical é uma superfície de nível utilizada no referenciamento das altitudes
tomadas sobre a superfície terrestre. O datum horizontal, por sua vez, é utilizado no
referenciamento das posições tomadas sobre a superfície terrestre. Este último é
definido: pelas coordenadas geográficas de um ponto inicial, pela direção da linha entre
este ponto inicial e um segundo ponto especificado, e pelas duas dimensões (a e b) que
definem o elipsóide utilizado para representação da superfície terrestre.
SAD: South American Datum, oficializado para uso no Brasil em 1969, é representado
pelo vértice Chuá, situado próximo à cidade de Uberaba-MG.
a: é a dimensão que representa o semi-eixo maior do elipsóide (em metros).
b: é a dimensão que representa o semi-eixo menor do elipsóide (em metros).
f: é a relação entre o semi-eixo menor e o semi-eixo maior do elipsóide, ou seja, o seu
achatamento.

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equador e varia de 0° a 90°, positivamente para o norte (N) e negativamente para o sul
(S).
Latitude é a distância em graus, minutos e segundos de arco Norte ou Sul do
Equador, medidos ao longo do meridiano do ponto; vai de 0 a 90º, ou ainda, “latitude é
o ângulo entre o fio de prumo e o plano do equador celeste, ou o ângulo entre o plano
do horizonte e o eixo de rotação da Terra”.

d)Modelo Esférico
Terra é representada como uma esfera
É o mais distante da realidade
Não é utilizado!!!

Longitude(λ): de um ponto da superfície terrestre é o ângulo formado entre o


meridiano de origem, conhecido por Meridiano de Greenwich (na Inglaterra), e o
meridiano do lugar (aquele que passa pelo ponto em questão). Sua contagem é feita de
0° a 180°, positivamente para oeste (W ou O) e negativamente para leste (E ou L).
Longitude é a distância em graus, minutos e segundo de arco Leste ou Oeste do
Meridiano de Greenwich, medidos ao longo do paralelo do ponto, vai de 0 a 180º, ou
Longitude é o ângulo entre o plano do meridiano celeste e o plano do meridiano de
origem, escolhido arbitrariamente.
Coordenadas Geográficas (Φ,λ): é o nome dado aos valores de latitude e longitude
que definem a posição de um ponto na superfície terrestre. Estes valores dependem do
elipsóide de referência utilizado para a projeção do ponto em questão.
O ângulo da longitude é determinado pelas linhas que vão do Meridiano
Linha dos Pólos ou Eixo da Terra: é a reta que une o pólo Norte ao pólo Sul e em Principal e do meridiano no qual está o ponto a ser localizado, até o ponto onde elas se
torno do qual a Terra gira. (Movimento de Rotação) encontram, que é o centro da Terra.
O ângulo da latitude é determinado pelas linhas que vão do Equador e do
Equador: é o círculo máximo da Terra, cujo plano é normal à linha dos paralelo no qual está o ponto a ser localizado, até o ponto onde elas se encontram, que é
pólos.Paralelos: são os círculos cujos planos são paralelos ao plano do equador. Os o centro da Terra.
Paralelos mais importantes são: Trópico de Capricórnio (φ = 23°23'S) e Trópico de
Câncer (φ = 23°23'N).
Meridianos: são as seções elípticas cujos planos contém a linha dos pólos e que são
normais aos paralelos.
Latitude(φ): de um ponto da superfície terrestre é o ângulo formado entre o
paralelo deste ponto e o plano do equador. Sua contagem é feita com origem no

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PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Para entender o que são projeções cartográficas, precisamos lembrar de que o


nosso planeta tem a forma arredondada e que o mapa é desenhado sobre uma folha de
papel, isto é, numa superfície plana. Por isso foram criadas as projeções cartográficas,
que permitem representar uma realidade esférica numa superfície plana. A Terra é
redonda, mas os papéis são planos. Representar em um desenho a superfície do planeta
obriga, então, a prolongar aqui, apertar ali, cortar aquele lado. Resumindo: as
deformações são inevitáveis.

As projeções cartográficas são, portanto, formas ou técnicas de representar a


superfície terrestre em mapas. Essas técnicas ajudam os cartógrafos a amenizar o
problema do arredondamento do planeta na elaboração de mapas.

Quando representamos uma área pequena, por exemplo, uma cidade, um bairro,
uma fazenda, a projeção cartográfica não é tão importante, no entanto não podemos
ignorá-las quando da representação de grandes áreas, como por exemplo, um estado ou
um país.

Uma projeção cartográfica consiste num conjunto de linhas (paralelos e


meridianos), que formam uma rede, sobre o qual são representados os elementos do
mapa: terras, mares, rios, etc.

Todos os mapas e/ou cartas são representações aproximadas da superfície


terrestre, uma vez, que a forma esférica da Terra é desenhada sobre uma superfície
plana. A elaboração de um m consiste em um método pelo qual se faz corresponder a
cada ponto da superfície terrestre, como sendo a um ponto no mapa. Para se obter esta
correspondência utiliza-se os sistemas de projeções cartográficas. Os sistemas de
projeções cartográficas são analisados pelo tipo de superfície adotada e pelo grau de
deformação.
As cartas utilizadas em arquitetura em engenharia geralmente apresentam coordenadas
UTM: Representação Cartográfica
Coordenadas UTM (E,N): é o nome dado aos valores de abscissa (E) e ordenada (N)
de um ponto sobre a superfície da Terra, quando este é projetado sobre um cilindro O problema básico da cartografia é representar a superfície da Terra sobre o
tangente ao elipsóide de referência. O cilindro tangencia o Equador, assim dividido em plano. A figura utilizada para representar a Terra é o elipsóide de revolução ou a esfera.
60 arcos de 6º (60 x 6 = 360°). Cada arco representa um fuso UTM e um sistema de A escolha dependerá da escala que se deseja trabalhar.
coordenadas com origem no meridiano central ao fuso, que para o hemisfério sul,
constitui-se dos valores de 500.000m para (E) e 10.000.000m para (N). Quando as regiões são pequenas pode-se assimilar tais superfícies, sem erro
A figura a seguir mostra um fuso de 6°, o seu meridiano central e o grid de coordenadas sensível, como sendo uma superfície plana. Neste caso, o problema cartográfico se
UTM. reduz a um problema puramente geométrico de solução imediata. No caso mais comum,
A origem do sistema UTM se encontra no centro do fuso. a região que se deseja representar é extensa e/ou devido à precisão, a curvatura da Terra
Para o Hemisfério Norte as ordenadas variam de 0 a 10.000 km enquanto para o tem que ser levada em consideração. Porém, o desenvolvimento de superfícies curvas
Hemisfério Sul variam de 10.000 a 0 km. no plano provoca deformações. É fácil verificar o que acontece com tal superfície, por
As abscissas variam de 500 a 100 km à Oeste do Meridiano Central e de 500 a 700 km exemplo: tente colocar uma bola de borracha, cortada ao meio, num plano. Isto não é
a Leste do mesmo. possível sem antes esticar uma parte e encolher outra, ou seja sem que não introduza
deformações.

As deformações mencionadas se refletem sobre os ângulos, comprimentos e


áreas. Dependendo da finalidade do trabalho, certos sistemas de projeção se adequam
melhor que outros.

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Projeção Cilíndrica – o mapa é construído imaginando-o desenhado num
O objetivo inicial da cartografia é expressar sobre um sistema de coordenadas cilindro tangente ou secante a superfície terrestre, que é depois desenrolado. Pode-se
planas, pontos discretos que tenham perfeita ligação com seu homólogo na superfície verificar que em todas as projeções cilíndricas, os meridianos bem como os paralelos
terrestre, de tal forma que o cálculo efetuado sobre o sistema plano mantenha perfeita são representados por retas perpendiculares. Ex. Projeção Mercator (UTM).
correspondência quando transformado para a superfície original (Santos, 1985).
As figuras 11, 12 e 13, mostram as projeções planas, cônicas e cilíndricas:

Classificação da Projeção Cartográfica

Um esquema de classificar a projeção cartográfica é dividi-la em classes e


variedades, considerando ainda os fatores específicos: superfície de referência e de
projeção, de acordo com os seguintes critérios.

Critério Extrínseco
Polar Equatorial Oblíqua
Neste critério, as classes consideram as propriedades da superfície de projeção Figura 11: Projeções Planas
em relação á superfície de referência. Segundo Santos (1985), são divididas quanto a:

a) Natureza da superfície de projeção: definida como sendo uma figura


geométrica. Subdivide-se em três variedades, cada uma representando uma
projeção básica: plano, cone, cilindro. Sendo o mais simples o plano,
enquanto que o cone e o cilindro são figuras desenvolvíveis no plano.

b) Modo de coincidência ou contato entre as duas superfícies: é subdividida


em três variedades representando os três tipos de coincidência entre as
superfícies, são elas: tangente – resultando um ponto ou linha de contato
entre as superfícies, dependendo da projeção; Secante – podendo acontecer Normal Equatorial (Transversal) Oblíqua
uma ou duas linhas de contato; polisuperfície – o ponto de contato é infinito, Figura 12: Projeções Cônicas
o emprego de polisuperfície fornece as projeções poliédricas (muitos
planos), as projeções policilíndricas (muitos cilindros) e as policônicas
(muitos cones).

c) Posição da superfície de projeção em relação à superfície de referência:


também subdivide-se em três variedades; normal – quando o eixo de
simetria da superfície de projeção coincide com o eixo de rotação da
superfície de referência; transversal – quando o eixo de simetria é
perpendicular ao eixo de rotação e finalmente oblíquas – quando o eixo de
simetria encontra-se em qualquer posição que não seja as anteriores.
Normal Transversal Oblíqua
Projeção Plana ou Azimutal – o mapa é construído imaginando-o situado num Figura 13: Projeções Cilíndricas
plano tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra. Ex. Projeção Esterográfica
Polar.

Projeção Cônica – o mapa é construído imaginando-o desenhado num cone que


envolve a esfera terrestre, que é em seguida desenrolado. As projeções cônicas podem
ser também tangentes ou secantes. Nas projeções cônicas os meridianos são retas que
convergem em um ponto e todos os paralelos, circunferências concêntricas a esse ponto.
Ex. Projeção Cônica de Lambert.

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Critério Intrínseco
Projeção Policônica (afilática) – Apropriada para uso em países ou regiões de
Neste critério, as classes levam em consideração as propriedades cartográficas e extensão predominantemente norte-sul e reduzida extensão leste-oeste. É amplamente
o modo de geração da projeção (Santos, 1985): utilizada nos EUA. No Brasil é utilizada em mapas de séries Brasil, regionais, estaduais
e temáticos. Não é conforme nem equivalente, só tem essas característica próxima ao
a) Propriedades cartográficas – São divididas em quatro variedades: meridiano central. Apresenta pequena deformação próxima ao centro do sistema, mas
aumenta rapidamente para a periferia.
a.1) Conformidade ou ortomorfismo: conservação dos ângulos ou seja,
conserva rigorosamente a forma das figuras infinitamente pequena. Projeção Cônica Conforme de Lambert – A existência de duas linhas de
contato com a superfície nos fornece uma área maior com baixo nível de deformação.
a.2) Equivalência: significa que as áreas representadas são conservadas. Isto se faz com que esta projeção seja bastante útil para regiões que se estendam na
direção leste-oeste, porém pode ser utilizada em quaisquer latitudes. A partir de 1962,
a.3) Eqüidistante: neste caso conserva-se a escala linear sobre uma linha ou foi adotada para a Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo.
um conjunto de linhas.
Contudo, existem inúmeras projeções e nenhuma é melhor ou pior que as outras.
a.4) Afiláticas: não conservam ângulos, áreas ou comprimentos, porém tentam A escolha depende da finalidade do mapa: viajar, comparar áreas, navegar, etc. Na
minimizar as deformações. tabela a seguir, serão mostrados as características principais de algumas das
cartográficas mais importantes:
b) Modo de geração – leva em consideração o modo como foi gerada a projeção Tabela 06: Sistemas de Projeção
(representação). Está dividida em três variedades: Projeção Classificação Aplicações Características
Albers Cônica Mapeamentos Temáticos, Preserva áreas.
b.1) Geométrica: quando submetido as leis de geometria analítica. Equivalente Mapeamentos de Áreas com Substitui com
extensão predominantemente leste- vantagens todas as
b.2) Semi-Geométrica: Neste caso somente uma família de linhas obedecem às oeste. outras cônicas
leis da geometria analítica. equivalentes.
Bipolar Cônica Indicada para base cartográfica Preserva ângulos.
b.3) Convencionais: não existe operação projetiva, a representação se faz Oblíqua Conforme confiável dos continentes Usa dois cones
mediante processos matemáticos. americanos. oblíquos.
Cilíndrica Cilíndrica Mapas Mundi. Altera área e
A seguir apresentamos alguns tipos de projeções cartográficas mais usadas na Eqüidistante Eqüidistante Mapas em escala pequena. ângulos
elaboração de mapas: Trabalhos computacionais.
Gauss-Krüger Cilíndrica Cartas Topográficas Antigas Altera área
Projeção de Mercator (conforme) – Também conhecida como Projeção Conforme (porém as
cilíndrica de Mercator, procura-se traçar um mapa de toda superfície terrestre. Ela distorções não
produz bem o tamanho e o formato das áreas situadas na zona intertropical, mas ultrapassam 0,5%)
exagera na representação das áreas temperadas e polares. Para se ter uma idéia desses Estereográfica Azimutal Mapeamento das Regiões Polares Preserva ângulos.
exageros, basta observarmos um mapa mundi, observe que a Groenlândia parece ter a Polar Conforme Tem distorções de
mesma área que o Brasil, quando na verdade é cerca de quatro vezes menor. escala.
Lambert Cônica Mapas Temáticos.
Projeção de Peters – Essa projeção tem como objetivo fazer uma projeção Conforme Mapas políticos. Preserva ângulos
oposta a de Mercator. Procura-se fazer um retrato mais ou menos fiel do tamanho das Cartas militares.
áreas, só que acaba muitas vezes distorcendo as formas. Na verdade, essa projeção não Cartas Aeronáuticas
se preocupa com a forma, mas com a proporção, isto é o tamanho relativo de cada área, Lambert Cônica Cartas ao Milionésimo Preserva ângulos
trata-se de uma projeção equivalente. Million Conforme
Mercator Cilíndrica Cartas Náuticas. Preserva ângulos
Projeção Plana ou Polar – Segundo esta projeção, as diversas partes da Conforme Mapas Geológicos.
superfície terrestre estariam supostamente dispostas num plano, que está centrado num Mapas magnéticos.
ponto qualquer do globo. Esta projeção tem a vantagem das áreas próximas do centro Mapas Mundi
ficam muito bem representadas, bem detalhadas, mas as áreas distantes vão ficando Miiler Cilíndrica Mapas Mundi. Altera área e
cada vez mais distorcidas. Mapas em escalas pequenas. ângulos.

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Policônica Cônica Mapeamento Temático em escalas Altera área e SISTEMA DE PROJEÇÃO UTM
pequenas ângulos.
UTM Cilíndrica Mapeamento básico em escalas Preserva ângulos. O sistema de projeção UTM foi criado pelo belga Gerard Kremer, a partir de
Conforme médias e grandes. Altera áreas modificações efetuadas na Projeção Conforme de Gauss, o seu uso é limitado entre os
Cartas topográficas (porém as paralelos ± 80º (cunha,1994).
distorções não
ultrapassam 0,5%) A superfície de projeção é formada por 60 cilindros transversos e secantes à
superfície de referência (figura 14), compostos por fusos de 6º de amplitudes,
Projeções utilizadas no Brasil compreendido entre as longitudes múltiplas de 6º, e meridianos centrais múltiplos
ímpares de 3º.
Historicamente, no Brasil, a Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) foi a grande
responsável pela cartografia sistemática nacional. Em 1900, adotou a projeção
poliédrica, no qual pequenos quadriláteros esféricos são projetados sobre um plano
tangente com contornos idênticos, para as folhas da carta topográficas em escala
1:100.000, na dimensão de 30’ x 30’.

Em 1932, a DSG adotou a projeção de conforme de Gauss (cilíndrica


transversal), com fusos de 3º de abrangência. Nesta projeção foram confeccionadas
cartas topográficas na escala 1:50.000, na dimensão de 10’x 10’.

A DSG, em 1943, ampliou o tamanho do fuso, passando de projeção conforme


de Gauss de 3º para 6º de amplitude, e introduzindo o cilindro secante ao invés de
tangente, com novo formato para as folhas topográficas, com as dimensões 15’ x 15’,
mantendo a escala de 1:50.000.

Em 1951, a União Internacional de Geodésia e Geofísica (UGGI), numa


Figura 14: Cilindro transverso e secante
tentativa de padronização mundial recomendou a projeção UTM (Universal Transversa
de Mercator), e em 1955, a DSG adotou-a.

Atualmente, as Normas Cartográficas Brasileiras da Fundação Instituto A secância traz vantagens em relação a tangência porque surgem duas linhas
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prescrevem o Sistema UTM para cartas paralelas ao meridiano central que fornecem distâncias em verdadeira grandeza (k=1),
gerais nas escalas compreendidas entre 1:250.000 e 1:25.000, da cartografia sistemática pois são linhas comuns ao cilindro e ao esferóide (linhas AB e CD). Na região interna a
terrestre. Escalas maiores que 1:25.000, da cartografia sistemática terrestre, ainda não essas duas linhas, a projeção sobre a superfície do cilindro é reduzida (k<1) (linha RQ)
estão normatizadas, exceto cartas em escalas grandes de cartografia aeronáutica; que e, exteriormente, até os limites do fuso, a projeção é ampliada (k>1) (linhas SS’)
usam o sistema LTM (Local Transversa de Mercator) (Rocha,1995). (Figura 15).

A norma para execução de levantamento topográfico NBR 13133/1994, da


ABNT, descreve as características do sistema de projeção topográfico (sistema
topográfico local) utilizado nos levantamentos topográficos.

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Figura 15: Cilindro secante: representação gráfica

O desdobramento dos cilindros resulta num plano, conhecido como plano UTM,
que representa as regiões ou os pontos do elipsóide terrestre contido no respectivo fuso,
segundo um sistema de coordenadas plano retangulares.

Os eixos de cada sistema plano retangular parcial são as transformadas do


Equador e do Meridiano Central, a intersecção de ambos definem a origem do sistema
de coordenadas UTM. As coordenadas UTM (N,E) da origem do sistema são dada por:

N=0 hemisfério norte;


N = 10.000.000 m hemisfério sul;
E = 500.000 m hemisfério norte e sul.

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O sistema UTM é conforme, logo não há deformações angulares, porém as
distâncias e áreas apresentam deformações. A deformação linear depende da posição
dos pontos dentro do fuso UTM, e é dada pelo coeficiente de deformação linear ou fator
de escala (k). O fator de escala no meridiano central é igual à ko = 0,9996, nas linhas de
secância é igual a unidade, pois a mesma se projetam em verdadeira grandeza, por
imposição do método.

Entre as linhas de secância apresenta-se uma zona de redução, onde as distâncias


projetadas no plano são menores do que as distâncias reais do elipsóide, tendo, portanto
um fator de escala menor que a unidade, ou seja, k < 1. Entre as linhas secância e as
bordas do fuso, apresenta-se as zonas de ampliações nas quais o fator de escala excede a
unidade, ou seja k > 1, conforme se vê na figura 16:

MC

1°37' 1°37'
BORDA OESTE DO FUSO

BORDA LESTE DO FUSO


180 KM 180 KM
K= K min = K0=0,9996

K>1 K<1 K<1 K>1

E=320 km E=680 km
Equador N=0 Figura 17: Fusos UTM no Brasil
Linha de Secância

Linha de Secância

Zona de Zona de Zona de Zona de Este sistema pode ser utilizado para qualquer região da Terra, menos as feitas
Ampliação Redução Redução Ampliação
nas calotas polares; é este o significado da palavra universal.

Em resumo, é um sistema de representação plana do elipsóide terrestre que


3° 3° adota a projeção conforme de GAUSS, disciplinada por um conjunto de especificações,
nos quais podemos destacar:
K máximo K=1,0009737
Figura 16: Sistema de coordenadas e zonas de redução e ampliação 1) Adota a projeção conforme (Mercator) transversa de GAUSS;

Os sistemas parciais que abrangem o território brasileiro estão compreendidos 2) Fusos de 6º de amplitude, em número de 60 (sessenta), a partir do antimeridiano de
entre os fusos 18 e 25 (figura 17), contados a partir do antemerediano de Greenwich, Greenwich, em coincidência com fusos da Carta do Mundo na escala de 1:1. 000.000;
para leste de 6 em 6 graus, segundo o critério adotado pela Carta Internacional ao
Milionésimo. Como exemplo, menciona-se que o meridiano central do fuso a que pertence o
município de São Paulo – SP tem longitude igual a -45º. Assim, todos os pontos da
superfície terrestre com longitudes compreendidas entre -42º e -48º utilizam este
mesmo meridiano central como referência.

3) Com o objetivo de reduzir as deformações, é introduzido nos cálculos o fator de


redução de escala, dado pela relação:

k = 1 – 1/2500 = 0,9996;

4) O sistema é limitado para pontos situados entre ±800 de latitude; esta especificação
visa evitar deformações exageradas na representação de pontos próximos dos pólos;

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5) O sistema apresenta dois eixos cartesianos ortogonais: o eixo das ordenadas é
representado pela transformada do meridiano central do fuso e o eixo das abscissas pela Transformação de Coordenadas
transformada do equador;
Transformação de Coordenadas Geográficas em UTM
6) As coordenadas neste sistema são representadas pelas letras N,E: latitude e longitude,
respectivamente; A transformação de coordenadas geográficas em UTM é feita seguindo as
seqüências de transformações:
7) Para pontos do hemisfério sul, deve-se somar 10.000.000 de metros às ordenadas;
para pontos a leste do meridiano central deve-se somar 500.000 metros; e para pontos a Transformação de coordenadas Geográficas (φ, λ) em TM (X, Y):
oeste do meridiano central, deve-se subtrair o valor calculado de 500.000 metros, para As coordenadas geográficas de um ponto geodésico são transformadas em
as abscissas. Esta especificação objetiva obter-se sempre coordenadas UTM positivas, coordenadas Transversa de Mercator (TM), pela aplicação das fórmulas (Blachut et al.,
evitando-se os inconvenientes de números negativos. 1980):
X – B = (a2Δλ2 + a4Δλ4 + a6Δλ6 + ...)
Y = (a1Δλ + a3Δλ3 + a5Δλ5 + ...)
onde:

B = A0 c φ – A1 c senφ cosφ (1 + A2 sen2φ + A4 sen4φ + A6 sen6φ + A8 sen8φ)

c = a2 / b

3 ⎧⎪ 15 ⎡ 35 ⎛ 63 ⎛ 99 2 ⎞ ⎞⎤ ⎫⎪
A0 = 1 − e 2 ⎨1 − e 2 ⎢1 − e 2 ⎜⎜1 − e 2 ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥ ⎬
4 ⎪⎩ 16 ⎣ 36 ⎝ 64 ⎝ 100 ⎠ ⎟⎠⎦ ⎪⎭

3 ⎧⎪ 25 ⎡ 77 ⎛ 837 2 ⎛ 2123 2 ⎞ ⎞⎤ ⎫⎪
A1 = e 2 ⎨1 − e 2 ⎢1 − e 2 ⎜⎜1 − e ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥ ⎬
4 ⎪⎩ 16 ⎣ 60 ⎝ 704 ⎝ 1860 ⎠ ⎟⎠⎦ ⎪⎭

5 ⎡ 139 2 ⎛ 1087 2 ⎛ 513427 2 ⎞ ⎞⎤


A2 = e 2 ⎢1 − e ⎜1 − e ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥
8 ⎣ 144 ⎜⎝ 1112 ⎝ 521760 ⎠ ⎟⎠⎦

35 4 ⎛ 125 2 ⎛ 221069 2 ⎞ ⎞
A4 = e ⎜1 − e ⎜1 − e ⎟⎟
72 ⎜⎝ 164 ⎝ 150000 ⎠ ⎟⎠

105 6 ⎛ 1179 2 ⎞
A6 = e ⎜1 − e ⎟
256 ⎝ 400 ⎠
231 8
A8 = e
640
B =>comprimento do arco de meridiano do equador até a
latitude φ
2 2 2 2
E = (a – b ) / b => e – segunda excentricidade
A => semi-eixo maior do elipsóide
B => semi-eixo menor do elipsóide
Φ => latitude do ponto (no primeiro termo da equação deve ser
transformado para radianos).
Δλ = λ – λ0 => λ0 – longitude do MC e λ – longitude do ponto
A1, ..., a6 => coeficientes
A0, A1, A2, A4, A6, A8 => coeficientes

21 22
−1 Transformação das coordenadas TM (X,Y) em UTM (N, E)
⎡⎛ 1 ⎞ 2 ⎤2
a1 = P = N cos φ = c ⎢⎜⎜ ⎟⎟ + e 2 ⎥
⎣⎢⎝
cos ϕ ⎠ ⎦⎥
As coordenadas TM são transformadas em UTM, conforme o hemisfério,
através das expressões:
1
a2 = a1 sen φ
2 Hemisfério Norte:

1 N = 0,9996 X
a3 = a1 (-1 + 2 cos2 φ + e2 cos4 φ)
6
1 E = 500000 + 0,9996 Y
a4 = a2 (-1 + 6 cos2 φ + 9e2 cos4 φ + 4e4 cos6 φ)
12
Hemisfério Sul:
1
a5 = a1 (1 -20 cos2 φ + (24-58e2) cos4 φ + 72e2 cos6 φ + …) N = 10.000.000 + 0,9996 X
120 E = 500.000 + 0,9996 Y

Transformação de Coordenadas UTM em Geográficas


1
a6 = a2 (1 - 60 cos2 φ + 120 cos4 φ + …)
360 A transformação de coordenadas UTM em geográficas é feita seguindo as
seguintes seqüências de transformações:
Para o elipsóide de referência UGGI 1967, os parâmetros são:
Transformação das coordenadas UTM (N,E) em TM (X, Y):
a = 63780160,00 m
b = 6356774,5161 m As coordenadas UTM são transformadas em coordenadas TM, conforme o
e2 = 0,00673972512832 hemisfério, através das expressões:

E os coeficientes: Hemisfério Norte:

A0 = 0,994976985 X = N / 0,9996
A1 = 0,005001972 Y = (E – 500.000) / 0,9996
A2 = 0,004185064
A4 = 0,00002179287 Hemisfério Sul:
A6 = 0,0000001230692
A8 = 0,0000000007447048 X = (N – 10.000.000) / 0,9996
Y = (E – 500.000) / 0,9996

23 24
Transformação das coordenadas TM (X,Y) para Geográficas (φ, λ): EXEMPLO:
As coordenadas TM são transformadas em geográficas pela aplicação das
fórmulas: CÁLCULOS GEODÉSICOS

φ = φ1 + b2 y + b4 y + b6 y + …
2 4 6
Dados do Trabalho
λ = λ0 + b1 y + b3 y3 + b5 y5 + …
onde: Coordenadas do Ponto
Λ0 =>longitude do meridiano central Latitude (φ):20o 49’ 58,2” S
Φ1 => latitude correspondente ao ponto do meridiano central Longitude (λ):49o 22’ 03,4” W
cuja longitude retificadas desde o equador B = X, ambos os Referenciado ao South American Datum 1969 (SAD 69), Elipsóide Internacional de
valores medidos em radianos. 1967 (UGGI-67)
B1, …, b6 => coeficientes
1
1) Transformar em UTM
⎡⎛ 1 ⎞ 2 ⎤2 Parâmetros para o Elipsóide de Referência UGGI 1967:
b1 = c-1 ⎢⎜⎜ cos ϕ ⎟⎟ + e ⎥
2
a = 6.378.160,000m
⎣⎢⎝ ⎠ ⎦⎥ b = 6.356.774,5161m
℮2 = 0,00673972512832
1 2
b2 = − b 1 sen φ1 cos φ1 (1 + e2 cos2 φ1) Coeficientes
2 A0 = 0,994976985
A1 = 0,005001972
1 3 A2 = 0,004185064
b3 = − b 1 (2 - cos2 φ1 + e2 cos4 φ1)
6 A4 = 0,00002179287
A6 = 0,0000001230692
1 2 A8 = 0,0000000007447048
b4 = − b 1 b 2 [3 + (2 - 9e2) cos2 φ1 + 10 e2 cos4 φ1 - 4 e4 cos6 φ1]
12

1 5 Cálculo do C
b5 = b 1 [24 -20 cos2 φ1 + (1 + 8 e2) cos4 φ1 - 2 e2 cos6 φ1 + …]
120 C= a2
b
C= 6.378.160 2
6.356.774,5161
C= 40.680.924.985.600,000
6.356.774,5161
= 6.399.617,42902

1 4
b6 = b 1 b 2 [45 + 16 cos4 φ1 + …]
360

O cálculo de φ1, que corresponde a um dado comprimento meridiano, é baseado


em aproximações sucessivas φ1, φ2, φ3,…, φn, onde:
X
φ1 =
A0 c
Como B1 calculado com a expressão fornecida para B no item 1.5.1.1, faz:
X − B1
φ2 = φ1 +
A0 c

E assim sucessivamente, até que:

φ1 = φn, onde Bn = X

Cálculo de B

25 26
−1

(
B = A0 Cϕ − A1Csenϕ cosϕ 1 + A2 sen 2ϕ + A4 sen 4ϕ + A6 sen 6ϕ + A8 sen 8ϕ ) ⎡⎛ 1 ⎞ 2
a1 = P = N cos φ = c ⎢⎜⎜
⎤2
⎟⎟ + e ⎥
2

⎣⎢⎝
cos ϕ ⎠ ⎦⎥
Transformação da Latitude de graus decimais para radianos 1
Primeiro, transforma Graus Minutos Segundos para Graus decimais a2 = a1 sen φ
-20o 49’ 58,2” 2
58,2” equivale a 0,97 minutos
1
49,97 minutos equivale a 0,832833 graus a3 = a1 (-1 + 2 cos2 φ + e2 cos4 φ)
Portanto, -20o 49’ 58,2” equivale a -20,832833o 6
1
a4 = a2 (-1 + 6 cos2 φ + 9e2 cos4 φ + 4e4 cos6 φ)
Converter graus decimais para radianos: 12
Rad = (Graus decimais * π)/180 = -0,36360153419
1
a5 = a1 (1 -20 cos2 φ + (24-58e2) cos4 φ + 72e2 cos6 φ + …)
120
(
B = A0 Cϕ − A1Csenϕ cosϕ 1 + A2 sen 2ϕ + A4 sen 4ϕ + A6 sen 6ϕ + A8 sen 8ϕ )
1
B = 0,99497698 5 × 6399617,42902 × (-0,36360153419) − 0,00500197 2 × 6399617,42902 × sen − 20,832833 × cos − 20,832833 × a6 = a2 (1 - 60 cos2 φ + 120 cos4 φ + …)
360
(1 + 0,041sen 2
− 20,83 + 0,000021sen − 20,83 + 0,000000123sen − 20,83 + 0,000000000sen − 20,83
4 6 8
)=
−1
⎡⎛ 1 ⎞ 2 ⎤ 2
B = -2.307.805,14065 a1 = C ⎢⎜⎜ ⎟⎟ + e ⎥
2
⎢⎣⎝ cos ϕ ⎠ ⎥⎦
x = B + a2L2 + A4L4 + A6L6...
y = a1L + A3L3... a2 a2 − b2 a2 − b2
C= e2 = e' 2 =
b a2 b2
L = λ – λ0
Onde Cálculo do e2
λ é a Longitude do ponto
λ0 é a Longitude do Meridiano Central
6.378.160 2 − 6.356.774,51612
e2 = =0,00669460533
6.378.160 2
Cálculo de L (em radianos)

L = λ – λ0 Cálculo do e’2
L = -49o 22’ 03,4” – (-51o) = 1o 37’ 56,6”
L = 0,02849056078rad 6.378.160 2 − 6.356.774,51612
e' 2 = =0,00673972513 (segunda excentricidade)
6.356.774,719 2

Cálculo do a1

Cálculo dos coeficientes a1, a2...., a6

27 28
−1
⎡⎛ 1 ⎞ 2 ⎤ 2 Para o hemisfério Sul
a1 = C ⎢⎜⎜ ⎟⎟ + e' ⎥
2
= N = 10.000.000,00 + 0,9996x
⎢⎣⎝ cos ϕ ⎠ ⎥⎦ N = 10.000.000 + 0,9996*(-2.308.788,51345) = 7.692.135,00196m
−1
⎡⎛ 1 ⎞
2 ⎤ 2

6.399.617,42902 ⎢⎜⎜ ⎟ + 0,00673972513⎥ = 5.963.694,23847 E = 500.000 + 0,9996y


o ⎟
⎢⎝ cos− 20 49'58,2" ⎠ ⎥
⎣ ⎦ E = 500.000 + 0,9996*169.926,301549= 669858,331028m

Cálculo do a2
1
a2 = × a1 × senϕ = 0,5 x5.963.694,23847 xsen − 20 o 49'58,2" = −1.060.471,87932
2
a2= −1.060.471,87932

Cálculo do a3
1
a3 = a1 (-1 + 2 cos2 φ + e’2 cos4 φ) = 747.627,908203
6

Cálculo do a4
1
a4 = a2 (-1 + 6 cos2 φ + 9e2 cos4 φ + 4e4 cos6 φ)
12
a4 = -380.476,32711

Cálculo do a5
1
a5 = a1 (1 -20 cos2 φ + (24-58e2) cos4 φ + 72e2 cos6 φ + …)
120
a5 = 49.697,4519872(1-17,47036674+18,014549644+0,32343778901)
=992665,299938

Cálculo do a6
1
a6 = a2 (1 - 60 cos2 φ + 120 cos4 φ + …)
360
a6 = -118.280,950571

Cálculo de x e y (Coordenadas TM)


x = B + a2L2 + a4L4 + a6L6

x = -2.307.805,14065 + [(-1.211.170,8954)x(0,02849056078)2 ] + [(-380.476,32711)x(0,02849056078)4]


+ [(-118.280,950571)x(0,02849056078)6]

x = -2.308.788,51345

y = a1L + a3L3+ a5L5


y = (6.867.404,52313x 0,02849056078)+ [747.627,908203x(0,02849056078)3]+[
992665,299938x(0,02849056078)5]

y = 169.926,301549

Cálculo das Coordenadas UTM

29 30
2) Calcular as coordenadas cartesianas do ponto 1, sabendo: 3) Calcular as coordenadas Geodésicas a partir das Coordenadas
Coordenadas do Ponto
cartesianas obtidas no cálculo anterior.
Latitude (φ1):20o 49’ 58,2” S
X = 3.883.906,17005
Longitude (λ1):49o 22’ 03,4” W
Y = -4.526.250,30141
h1 = 540m
Z = -2.254.306,34348
Parâmetros SAD 69:
UGGI – 67
a = 6.378.160,00 Parâmetros SAD 69:
b = 6.356.774,5161 UGGI – 67
X = (N + h) x cosφ x cosλ a = 6.378.160,00
Y = (N + h) x cosφ x senλ b = 6.356.774,5161
Z = [N(1-e2) + h] x senφ ⎛ Z + e' 2 ∗b ∗ sen 3u ⎞
φ = arctan⎜ ⎟
⎜ 3 ⎟
⎝ X + Y − e ∗ a ∗ cos u ⎠
2 2 2
Cálculo do N
⎛ y⎞
λ = arctan⎜ ⎟
a ⎝x⎠
N=
1 − e 2 sen 2ϕ X 2 +Y2
h= −N
cos ϕ

e2=1-(b2/a2) = 0,00669460533
Cálculo de e2
6.378.160 6.378.160
N= = = 6.380.862,05304 ⎛ b2 ⎞ 6356777,51612
1 − 0,00669460533 x sen 2 20 o 49'58,2" 0,99915325519 e2 = 1 − ⎜ 2 ⎟ = 1 − = 0,006694560533
⎜a ⎟ 63781602
⎝ ⎠

X = (N + h) x cosφ x cosλ Cálculo de e’2


X = ( 6.380.862,05304 +540) x cos -20o 49’ 58,2” x cos -49o 22’ 03,4”
X = 3.883.906,17005 ⎛ a2 ⎞ 6378160 2
e'2 = ⎜ 2 ⎟ − 1 = − 1 = 0,00673972513m
⎜b ⎟ 6356777,51612
⎝ ⎠
Y = (N + h) x cosφ x senλ
Y = ( 6.380.862,05304 +540) x cos -20o 49’ 58,2” x sen -49o 22’ 03,4” Cálculo de Ф
Y = -4.526.250,30141
⎛ Z + e' 2 ∗b ∗ sen 3u ⎞
Z = [N(1-e2) + h] x senφ φ = arctan⎜ ⎟
⎜ 3 ⎟
⎝ X + Y − e ∗ a ∗ cos u ⎠
2 2 2

Z = [ 6.380.862,05304 (1-0,00669454192) + 540] x sen -20o 49’ 58,2” onde:


tan u 1 Z a
Z = -2.254.306,34348 senu = ; cos u = ; tan u = ∗
1 + tan 2 u 1 + tan 2 u X 2 +Y2 b

Cálculo de u
Z a
tan u = ∗
X 2 +Y2 b

-2.254.306,34348 6.378.160
tan u = ∗
3.883.906,17005 2 + (-4.526.250,301412 ) 6.356.774,5161

31 32
-2.255.069,35861 Coordenadas no sistema SAD 69
tan u = ∗ 1,00336420363 =
1,5084727 x1013 + 2,04869418x1013 Latitude (φ):20o 49’ 58,2” S
tan u = -0,37924460836 Longitude (λ):49o 22’ 03,4” W
u = arctan -0,37921216021
u = -20o 46’08,262939” Coordenadas φ e λ convertidas para TM, calculada no exercício 1
x = -2.308.788,51345
tan u y = 169.926,301549
senu =
1 + tan 2 u
Coordenadas φ e λ convertidas para UTM, calculada no exercício 1
Cálculo de Ф (continuação...) N = 7.692.135,00196m
X = 3.883.906,17005 E = 669.858,331028m
Y = -4.526.250,30141
Z = -2.254.306,34348 Primeiro passo: Transformação de coordenadas UTM SAD 69 para coordenadas
UTM Córrego Alegre.
⎛ Z + e' ∗b ∗ sen u
2 3⎞
φ = arctan⎜ ⎟
⎜ 3 ⎟ DX = 138,00
⎝ X + Y − e ∗ a ∗ cos u ⎠
2 2 2

⎛ ⎞ DY = -164,4
⎜ - 2.254.306,34348 + 0,00673972513 ∗ 6.356.774,5161 ∗ sen 3 - 20 o 46'08,262939” ⎟
φ = arctan⎜
⎜ 3.883.906,17005 2 + (- 4.526.250,30141)2 − 0,00669456 ∗ 6.378.160 ∗ cos 3 - 20 o 46'08,262939” ⎟⎟ Aplicando DX e DY, temos:
⎝ ⎠

ECorrego Alegre = 669.858,331028m + DX = 669.858,331028 + 138 = 669.996,331028m


⎛ − 2.256.216,62345 ⎞ NCorrego Alegre = 7.692.135,00196 + DY = 7.692.135,00196 – 164,4 = 7.691.970,60196m
φ = arctan⎜⎜ ⎟⎟
⎝ 5.929.294,53472 ⎠
φ = arctan(− 0,38052024743)
Ф = -20o 49’58,2”

Cálculos de λ
X = 3.883.906,17005
Y = -4.526.250,30141

⎛ y⎞
λ = arctan⎜ ⎟
⎝x⎠
⎛ - 4.526.250,30141 ⎞
λ = arctan⎜⎜ ⎟⎟
⎝ 3.883.906,17005 ⎠
λ = -49o22’03,29”

Cálculo de N
a
N= =6.380.862,05304m
1 − e 2 sen 2ϕ

Cálculo de h
X 2 +Y2 3.883.906,17005 2 + (-4.526.250,30141) 2
h= −N = − 6.380.865,61034 = 422,28467 m
cos ϕ cos− 20 o 49'48,2" ”
4) Dadas as coordenadas geodésicas do exercício 2, transformá-las em coordenadas
geodésicas no sistema Córrego Alegre, sabendo que:
a=6.378.388
b=6.356.912

33 34
Segundo passo: Transformar ECorrego Alegre e NCorrego Alegre em Coordenadas Cálculo dos parâmetros para Hayford (exercício)
Geográficas
3 ⎧⎪ 15 ⎡ 35 ⎛ 63 ⎛ 99 2 ⎞ ⎞⎤ ⎫⎪
φ = φ1 + b2 y2 + b4 y4 + b6 y6 + … A0 = 1 − e 2 ⎨1 − e 2 ⎢1 − e 2 ⎜⎜1 − e 2 ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥ ⎬ = 0,994955871
4 ⎪⎩ 16 ⎣ 36 ⎝ 64 ⎝ 100 ⎠ ⎟⎠⎦ ⎪⎭
λ = λ0 + b1 y + b3 y3 + b5 y5 + …
onde:
Λ0 =>longitude do meridiano central 3 ⎧⎪ 25 ⎡ 77 ⎛ 837 2 ⎛ 2123 2 ⎞ ⎞⎤ ⎫⎪
A1 = e 2 ⎨1 − e 2 ⎢1 − e 2 ⎜⎜1 − e ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥ ⎬ = 0,005022909
Φ1 => latitude correspondente ao ponto do meridiano central 4 ⎪⎩ 16 ⎣ 60 ⎝ 704 ⎝ 1860 ⎠ ⎟⎠⎦ ⎪⎭
cuja longitude retificadas desde o equador B = X, ambos os
valores medidos em radianos.
B1, …, b6 => coeficientes 5 ⎡ 139 2 ⎛ 1087 2 ⎛ 513427 2 ⎞ ⎞⎤
A2 = e 2 ⎢1 − e ⎜1 − e ⎜1 − e ⎟ ⎟⎥ = 0,004202652
8 ⎣ 144 ⎜⎝ 1112 ⎝ 521760 ⎠ ⎟⎠⎦
Transformação de UTM para TM:
35 4 ⎛ 125 2 ⎛ 221069 2 ⎞ ⎞
X = (N – 10.000.000) / 0,9996 A4 = e ⎜1 − e ⎜1 − e ⎟ ⎟ = 0,0000219764
X = (7.691.970,60196 – 10.000.000)/0,9996 72 ⎜⎝ 164 ⎝ 150000 ⎠ ⎟⎠
X = -2.308.952,97923
105 6 ⎛ 1179 2 ⎞
Y = (E – 500.000) / 0,9996 A6 = e ⎜1 − e ⎟ = 0,0000001256
256 ⎝ 400 ⎠
Y = (669.858,331028 – 500.000) / 0,9996
231 8
Y = 169.926,301549 A8 = e =0,0000000008
640
Parâmetros do Córrego Alegre, Elipsóide Internacional de Hayford
a = 6.378.388,00 X
φ1 = = -2.308.952,97923/(0,994955871 x 6.399.936,5779) = -0,36266511223rad
b = 6.356.911,97613 A0 c
f=1/297 φ1 = -20 46’32,961988”1
o

e2 = 0,006722670
⎡⎛ 1 ⎞ 2 ⎤2
e’2=0,006768170
b1 = c-1 ⎢⎜⎜ cos ϕ ⎟⎟ + e ⎥ = 0,00000016761
2

⎣⎢⎝ ⎠ ⎦⎥
C= a2
b = 6.378.388,002/6.356.911,97613 = 6.399.936,5779m
1 2
b2 = − b 1 sen φ1 cos φ1 (1 + e2 cos2 φ1) = 4,6861787 x10-15
2

1 3
b3 = − b 1 (2 - cos2 φ1 + e2 cos4 φ1) = -7,84x10-22 x 1,1309909 = -8,8761739x10-22
6

1 2
b4 = − b 1 b 2 [3 + (2 - 9e2) cos2 φ1 + 10 e2 cos4 φ1 - 4 e4 cos6 φ1] = 5,207632x10-29
12

1 5
b5 = b 1 [24 -20 cos2 φ1 + (1 + 8 e2) cos4 φ1 - 2 e2 cos6 φ1 + …] = 8,06188x10-36
120

1 4
b6 = b 1 b 2 [45 + 16 cos4 φ1 + …] = 5,87946x10-43
360

e2 = 0,006722670
e’2=0,006768170

35 36
Cálculo de φ e λ 6) Cálculo da declinação magnética
φ = φ1 + b2 y2 + b4 y4 + b6 y6 + …
λ = λ0 + b1 y + b3 y3 + b5 y5 + … φ:20o 49’ 58,2” S
λ:49o 22’ 03,4” W
φ = φ1 + b2 y2 + b4 y4 + b6 y6 + … λo:51W
φ = -20o46’32,961988”+ 4,6861787 x10-15 x 169.926,3015492 + 5,207632x10-29 x
169.926,3015494 + 5,87946x10-43 x 169.926,3015496 = -0,36247124246rad DM = CIG + [(A+Fa)CIP]
Onde:
φ = -20 46’05,0606”
o
CIG – Curva Isogônica
A – Ano da observação
Fa – Fração do Ano
λ = λ0 + b1 y + b3 y3 + b5 y5 + … CIP – Variação anual
λ = 51 + 0,00000016761 x 169.926,301549 + -8,8761739x10-22 x 169.926,3015493 +
8,06188x10-36 x 169.926,3015495 = 0,91859525208rad

λ = 52o37’53,8716”
Cálculo do e2

5) Cálculo da convergência meridiana 6.378.160 2 − 6.356.774,51612


e2 = =0,00669460533
φ:20o 49’ 58,2” S 6.378.160 2
λ:49o 22’ 03,4” W
λo:51W Cálculo do e’2

CM = senφ (λ-λo) 6.378.160 2 − 6.356.774,51612


e' 2 = =0,00673972513 (segunda excentricidade)
o o 6.356.774,719 2
CM = sen -20 49’ 58,2”( -49 22’ 03,4”-(-51))
CM = -0,35564260571 (1,6323888889)
CM = -0o 34’ 49,96”

37 38
2.Determine as coordenadas planas UTM (E,N) dos pontos P e Q marcados na
quadrícula a seguir, utilizando o método da interpolação numérica. Note que a ERROS EM TOPOGRAFIA
quadrícula UTM difere da quadrícula geográfica em tamanho e na unidade de Por melhores que sejam os equipamentos e por mais cuidado que se tome ao proceder
representação (uma está em metros e a outra em valores de ângulo). um levantamento topográfico, as medidas obtidas jamais estarão isentas de erros.
Assim, os erros pertinentes às medições topográficas podem ser classificados como:
a)Naturais: são aqueles ocasionados por fatores ambientais, ou seja, temperatura,
vento, refração e pressão atmosféricas, ação da gravidade, etc.. Alguns destes erros são
classificados como erros sistemáticos e dificilmente podem ser evitados. São passíveis
de correção desde que sejam tomadas as devidas precauções durante a medição.
b)Instrumentais: são aqueles ocasionados por defeitos ou imperfeições dos
instrumentos ou aparelhos utilizados nas medições. Alguns destes erros são
classificados como erros acidentais e ocorrem ocasionalmente, podendo ser evitados
e/ou corrigidos com a aferição e calibragem constante dos aparelhos.
c)Pessoais: são aqueles ocasionados pela falta de cuidado do operador. Os mais comuns
são: erro na leitura dos ângulos, erro na leitura da régua graduada, na contagem do
número de trenadas, ponto visado errado, aparelho fora de prumo, aparelho fora de
nível, etc..
São classificados como erros grosseiros e não devem ocorrer jamais pois não são
passíveis de correção.
É importante ressaltar que alguns erros se anulam durante a medição ou durante o
processo de cálculo. Portanto, um levantamento que aparentemente não apresenta
erros, não significa estar necessariamente correto.

39 40
GRANDEZAS MEDIDAS NUM LEVANTAMENTO
TOPOGRÁFICO
Segundo GARCIA e PIEDADE (1984) as grandezas medidas em um
levantamento topográfico podem ser de dois tipos: angulares e lineares.

Grandezas Angulares
GRANDEZAS MEDIDAS NUM LEVANTAMENTO São elas:
TOPOGRÁFICO - Ângulo Horizontal (Hz): é medido entre as projeções de dois
alinhamentos do terreno, no plano horizontal.
A figura a seguir exemplifica um ângulo horizontal medido entre as
arestas (1 e 2) de duas paredes de uma edificação. O ângulo horizontal é o mesmo para
os três planos horizontais mostrados.

- Ângulo Vertical ( α): é medido entre um alinhamento do terreno e


o plano do horizonte. Pode ser ascendente (+) ou descendente (-), conforme se encontre
acima (aclive) ou abaixo (declive) deste plano.
A figura a seguir exemplifica ângulos verticais medidos entre a aresta
superior (Parede 1) e inferior (Parede 2) das paredes de uma edificação e o plano do
horizonte. Os ângulos medidos não são iguais e dependem da posição (altura) do plano
do horizonte em relação às arestas em questão.

O ângulo vertical, nos equipamentos topográficos modernos


(teodolito e estação total), pode também ser medido a partir da vertical do lugar (com
origem no Zênite ou Nadir), daí o ângulo denominar-se Ângulo Zenital (V ou Z) ou
Nadiral (V’ ou Z’).
A figura abaixo (RODRIGUES, 1979) mostra a relação entre ângulos
verticais e zenitais. Os processos de transformação entre eles serão estudados mais
adiante.

41 42
Unidades de Medida
Em Topografia, são medidas duas espécies de grandezas, as lineares e as angulares,
mas, na verdade, outras duas espécies de grandezas são também trabalhadas, as de
superfície e as de volume.

A seguir encontram-se as unidades mais comumente utilizadas para expressar cada


uma das grandezas mencionadas.
O sistema de unidades utilizado no Brasil é o Métrico Decimal, porém, em função
dos equipamentos e da bibliografia utilizada, na sua grande maioria importada,
algumas unidades relacionadas abaixo apresentarão seus valores correspondentes no
sistema Americano, ou seja, em Pés/Polegadas.
Unidades de Medida Linear (Resumo)
Para distâncias, usamos:
Grandezas Lineares µm(E-06), mm(E-03), cm(E-02), dm(E-01), m e Km(E+03)
São elas: polegada = 2,75 cm = 0,0275 m
polegada inglesa = 2,54 cm = 0,0254 m
pé = 30,48cm = 0,3048 m
- Distância Horizontal (DH): é a distância medida entre dois pontos, jarda = 91,44cm = 0,9144m
no plano horizontal. Este plano pode, conforme indicado na figura a seguir (GARCIA, milha brasileira = 2200 m
1984), passar tanto pelo ponto A, quanto pelo ponto B em questão. milha terrestre/inglesa = 1609,31 m
Nomes Valores
Símbolos
quilômetro km 1.000m
Múltiplos hectômetro hm 100 m
decâmetro dam 10 m
Unidade metro m 1m
decímetro dm 0,1 m
Submúltiplos centímetro cm 0,01 m
milímetro mm 0,001 m

1 metro
Valores é igual a:
- Distância Vertical ou Diferença de Nível (DV ou DN): é a Nomes Sist. Antigo Sist. Métrico
distância medida entre dois pontos, num plano vertical que é perpendicular ao plano Ponto 1 0,00019 m 5.263 pontos
horizontal. Este plano vertical pode passar por qualquer um dos pontos A/A’ ou B/B’ já Linha 12 pontos 0,0023 m 436,363 linhas
Polegada 12 linhas 0,275 m 36,3636 polegadas
mencionados. Palmo 8 polegadas 0,220 m 4,545 palmos
Pé 12 polegadas 0,330 m 3,333 pés
Côvado 2 pés 0,660 m 1,5151 côvado
- Distância Inclinada (DI): é a distância medida entre dois pontos, Vara 5 palmos 1,100 m 0,9090 vara
em planos que seguem a inclinação da superfície do terreno. Braça 2 varas 2,200 m 0,4545 braça
Corda 15 braças 33,00 m 0,0303 corda
É importante relembrar que as grandezas representadas pela planimetria são: distância Quadra 60 braças 132,0 m 0,007575 quadra
e ângulo horizontais (planta); enquanto as grandezas representadas pela altimetria são: Toesa 3 côvados 1,980 m 0,5050 toesa
Milha 1.000 braças 2.200 m 0,0004545 milha
distância e ângulo verticais, representados em planta através das curvas de nível, ou, Légua 3.000 braças 6.600 m 0,0001515 légua
através de um perfil. Pol. Inglesa - 0,0254 m 39,3732 polegadas
Pé Inglês 12 pol. inglesa 0,30479 m 3,2811 pés
Jarda 3 pés ingleses 0,91438 m 1,0937 jardas

43 44
Unidades de Medida de Superfície cm 2 (E-04), m 2 e Km 2 (E+06)
are = 100 m 2
acre = 4.046,86 m 2
Para grandes áreas: usamos quilômetro quadrado (km2) - equivale a 1.000.000 m2 ou hectare (ha) = 10.000 m 2
10.000 ares ou 100 hectares. alqueire paulista (menor) = 2,42 ha = 24.200 m 2
alqueire mineiro (geométrico) = 4,84 ha = 48.400 m 2
O uso das unidades de superfícies do sistema métrico decimal na medição de terrenos
é oficialmente obrigatório mas, as unidades agrárias antigas, quase todas derivadas da Valores
braça de 2,20 m, são usadas no Brasil desde a época da colonização. Propagaram-se, Nomes Símbolo Em are Em m2
continua e desordenadamente, e adquiriram características da região ou zona em que Múltiplo hectare ha 100 10.000
foram utilizadas, com designação própria e caráter tipicamente regional, por não Unidade are a 1 100
terem valores definidos, apresentando variações não somente com relação à Submúltiplo centiare ca 0,01 1
quantidade das terras, como também a fatores locais e pessoais. As unidades antigas
são, portanto, variáveis, principalmente as usadas nas medições de superfícies
Valor Valor
agrárias, que não tem valores inteiros correspondentes ao hectare. Em virtude dessa
variação, que prejudica o bom desempenho das funções técnico-agronômicas, em (braça) Sistema Antigo Sistema Métrico
determinados trabalhos topográficos, é necessário converter as unidades decimais em Braça Metro
unidades agrárias de uso da região estudada, para que os interessados possam ter uma quadrada Litro quadrado Hectare
idéia da área medida de suas propriedades. 50 x 50 2.500 20 12.100 1,2100
A unidade principal é o alqueire que corresponde a uma medida ideal variável 50 x 75 3.750 30 18.150 1,8150
de acordo com o número de litros ou pratos de plantio, geralmente de milho, que 50 x 100* 5.000 40 24.200 2,4200
comporta o terreno, segundo os costumes locais, daí a expressão alqueire de tantos 75 x 75 5.625 45 27.225 2,7225
litros ou de tantos pratos. 75 x 80 6.000 48 29.040 2,9040
Litro – É a área do terreno em que se faz a semeadura de um litro 80 x 80 6.400 32 pratos 30.976 3,0976
(capacidade) de sementes de milho debulhado, num compasso de um metro 75 x 100 7.500 60 36.300 3,6300
quadrado, para cada cinco ou seis grãos, cobrindo uma área de 605 metros quadrados. 100 x 100** 10.000 80 48.400 4,8400
Prato – Corresponde à área do terreno com capacidade de plantio de um prato 100 x 150 15.000 120 72.600 7,2600
de milho, sendo que as suas dimensões são de 10 x 20 braças e corresponde a 968 100 x 200 20.000 160 96.800 9,6800
metros quadrados. 200 x 200 40.000 320 193.600 19,3600
Quarta – É a área de terreno correspondendo sempre a quarta parte (1/4) do Além dessas unidades, há outras que expressam as grandes extensões de
alqueire. Dadas as variações da dimensões do alqueire, a quarta varia na mesma matas, tais como:
proporção. Légua quadrada 3.600 ha
Esta quantidade de semente de plantio varia muito de região para região, de Légua de sesmaria 3.000 x 3.000 braças
um mínimo de 20 litros a um máximo de 320 litros, compreendendo o alqueire de 50 Légua de campo 3.000 x 9.000 braças
x 50 braças (1,21 ha) e o de 200 x 200 braças (19,36 ha). Entre esse limite há ainda Sesmaria de mato 1.500 x 1.500 braças
outros tipos de alqueires, como demonstra o Quadro 4.
Para harmonizar, até certo ponto, o sistema métrico vigente no País com o Unidades de Medida Angular
antigo, para efeito de lançamento de imposto, criaram-se dois tipos de alqueire: o Para as medidas angulares têm-se a seguinte relação:
geométrico e o paulista. O primeiro corresponde à área de um terreno de forma 360° = 400g = 2π
quadrada com 100 braças de lado, ou seja, 10.000 braças quadradas (48.200 m2); o onde  π = 3,141592.
segundo, muito usado no Estado de São Paulo, de 50 braças de testada por 100 braças Atenção: As unidades angulares devem ser trabalhadas sempre com seis (6) casas
de fundo, corresponde à área de um terreno de forma retangular com 5.000 braças decimais. As demais unidades, com duas (2) casas decimais.
quadradas (24.200 m2).
Para o topógrafo ter mais certeza nos valores das unidades antigas Unidades de Medida de Volume
empregadas na região em que desempenha as suas atividades, deve recorrer a m3
informações seguras nos Cartórios de Registro de Imóveis, para evitar qualquer litro = 0,001 m 3
mal entendido.

45 46
Exercícios
a)Conversão entre Unidades Lineares ESCALAS
1.Tem-se para a medida da distância horizontal entre dois pontos o valor de Toda representação, como toda imagem, está em uma certa relação de tamanho
1.290,9078 polegadas. Qual seria o valor desta mesma medida em quilômetros? (proporção) com o objeto representado. Assim, a representação da superfície terrestre
2.O lado de um terreno mede 26,50 metros. Qual seria o valor deste mesmo lado em sob a forma de carta deve ser bastante reduzida, dentro de determinada proporção. Esta
polegadas inglesas? proporção é chamada de escala.
3.Determine o valor em milhas inglesas, para uma distância horizontal entre dois Escala é, portanto, a relação entre o tamanho dos elementos representados em
pontos de 74,9 milhas brasileiras. um mapa e o tamanho correspondente medido sobre a superfície da Terra.
b)Conversão entre Unidades de Superfície Ou ainda, Escala vem a ser a relação entre a distância de dois pontos quaisquer
1.Determine o valor em alqueires menor, para um terreno de área igual a 1224,567 do mapa com a correspondente distância na superfície da terra.
metros quadrados. E = d/D
2.Determine o valor em hectares, para um terreno de área igual a 58.675,5678 metros Onde:
quadrados. E = Escala numérica
3.Determine o valor em acres, para um terreno de área igual a 18,15 alqueires d = distância medida no mapa
paulista. D = Distância equivalente no terreno
c)Conversão entre Unidades Angulares
1.Determine o valor em grados centesimais (centésimos e milésimos de grado) e em Generalização
radianos para o ângulo de 157°17'30,65". Generalização significa distinguir entre o essencial e o não essencial,
conservando-se o útil e abandonando-se o dispensável. qualidade imprescindível na
2.Para um ângulo de 1,145678 radianos, determine qual seria o valor correspondente representação cartográfica, pois dela dependerá a simplicidade, clareza e objetividade
em graus sexagesimais. do mapa, através da seleção correta dos elementos que o irão compor. Isso não significa
3.Para um ângulo de 203,456789 grados decimais, determine qual seria o valor eliminar detalhes, mas omitir detalhes sem valor.
correspondente em graus decimais.
d)Conversão entre Unidades de Volume Indicação de Escala
1.Determine o valor em litros, para um volume de 12,34 m 3. A escala é uma informação que deve constar da carta e pode ser representada,
2.Determine o valor em m 3, para um volume de 15.362,56 litros. geralmente, pela escala numérica e/ou escala gráfica.

Escala Numérica ou Fracionária


As escalas numéricas ou fracionárias figuram-se por frações, cujos
denominadores representam as dimensões naturais e os numeradores as que lhes
correspondem no mapa. É indicada da seguinte forma: 1:50.000 ou 1/50.000. Esta
escala indica que uma unidade de medida no ma- a equivale a 50.000 unidades da
mesma medida sobre o terreno. Assim 1 cm no mapa corresponde a 50.000 cm no
terreno, ou seja, 1 cm no mapa representa 500 m do terreno. Um mapa será tanto maior
quanto menor for o denominador da escala. Assim, a escala 1:25.000 é maior que
1:50.000.
Escala Gráfica
A escala gráfica é um segmento de reta dividido de modo a permitir a medida de
distância na carta. Assim, por exemplo, a escala indica qual à distância, na carta
equivalente a 1 km. Este tipo de escala permite visualizar, de modo facilmente
apreensível. as dimensões dos objetos figurados na carta. O uso da escala gráfica tem
vantagem sobre o de outros tipos. pois será reduzida ou ampliada juntamente com a
carta. através. de métodos xerográficos e fotográficos, podendo-se sempre saber a
escala do documento com o qual se está trabalhando.
Segundo DOMINGUES (1979), a escala gráfica é a representação gráfica
de uma escala nominal ou numérica.
Esta forma de representação da escala é utilizada, principalmente, para fins
de acompanhamento de ampliações ou reduções de plantas ou cartas topográficas, em
processos fotográficos comuns ou xerox, cujos produtos finais não correspondem à
escala nominal neles registrada.

47 48
A escala gráfica é também utilizada no acompanhamento da dilatação ou
retração do papel no qual o desenho da planta ou carta foi realizado. Esta dilatação ou
retração se deve, normalmente, a alterações ambientais ou climáticas do tipo: variações Determinação de Escala
de temperatura, variações de umidade, manuseio, armazenamento, etc. A determinação da escala omitida em uma carta, só pode ser feita quando se
Ainda segundo DOMINGUES (1979) a escala gráfica fornece, rapidamente conhecer a distância natural entre dois pontos.
e sem cálculos, o valor real das medidas executadas sobre o desenho, qualquer que Depois de se fixar na carta os dois pontos, deve-se medir a distância gráfica que
tenha sido a redução ou ampliação sofrida por este. os separa e dividir a distância conhecida no terreno pela distância gráfica, deve-se ter o
A construção de uma escala gráfica deve obedecer aos seguintes critérios: cuidado de utilizar a mesma unidade de medida. o quociente representa, representará o
1) Conhecer a escala nominal da planta. denominador da escala. Exemplo: à distância entre duas cidades é de 12 km no terreno.
2) Conhecer a unidade e o intervalo de representação desta escala. Na carta, a distância entre elas é de 0,06 m. A escala será achada dividindo-se 12 000 m
3) Traçar uma linha reta AB de comprimento igual ao intervalo na por 0,06 m. Assim a escala da carta será de 1 :200 000.
escala da planta.
4) Dividir esta linha em 5 ou 10 partes iguais. Como se medir Distâncias
5) Traçar à esquerda de A um segmento de reta de comprimento igual Para se medir distâncias entre dois pontos, numa linha reta, em uma carta com
a 1 (um) intervalo. escala gráfica, deve-se utilizar uma tira de papel, na qual são marcados os dois pontos
6) Dividir este segmento em 5 ou 10 partes iguais. (A e B) e depois transportá-los para a escala.
7) Determinar a precisão gráfica da escala. Para se medir linhas curvas, de modo simples, pode-se usar o sistema de
Exemplo: supondo que a escala de uma planta seja 1:100 e que o intervalo traçados sucessivos de cordas, cuja medição final será a soma das mesmas, considerada
de representação seja de 1m, a escala gráfica correspondente terá o seguinte aspecto: como uma soma de linhas retas. Esse método é conveniente para traçados de curvas
suaves, como estradas e rios meandrantes. Cabe ressaltar que ambos os métodos
apresentam como resultado distância aproximada, não podendo ser considerado um
método preciso.
A figura a seguir mostra outros tipos de representação da escala gráfica.

Principais Escalas e suas Aplicações


A seguir encontra-se um quadro com as principais escalas utilizadas por
engenheiros e as suas respectivas aplicações. Como Medir Áreas
É importante perceber que, dependendo da escala, a denominação da
representação muda para planta, carta ou mapa. Os métodos práticos para se medir uma área qualquer em uma carta, sempre
Aplicação de Escala: fornecerão dados aproximados, mas de fácil aplicação.
Detalhes de terrenos urbanos 1:500
Método da Contagem
Planta de pequenos lotes e edifícios 1:100 e 1:200
Planta de arruamentos e loteamentos urbanos 1:500 1:1.000 Pode-se medir a área aproximada, em uma carta, empregando-se, primeiramente, o
Planta de propriedades rurais 1:1.000 1:2.000 1:5.000 papel milimetrado transparente (vegetal). Colocando-se o papel sobre a carta, desenha-
Planta cadastral de cidades e grandes propriedades rurais ou industriais1:5.000 se nele o contorno da área a ser medida. Em seguida, somam-se os quadradinhos
1:10.000 1:25.000 inteiros e depois os fragmentos de quadradinhos incluídos dentro da área, sendo os
Cartas de municípios 1:50.000 1:100.000 últimos a única possibilidade de erro. O total da soma deve ser multiplicado pela área
Mapas de estados, países, continentes etc.1:200.000 a 1:10.000.0007.6. de um dos quadradinhos do papel milimetrado.
Método de planimetragem
A avaliação de uma área também pode ser feita empregando-se um instrumento
chamado planímetro.

49 50
MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS

(MEDIDA DE DISTÂNCIAS)
A distância horizontal (DH) entre dois pontos, em Topografia, é o comprimento
do segmento de reta entre estes pontos, projetado sobre um plano horizontal.
Para a obtenção desta distância, existem alguns processos, os quais veremos a
seguir.

MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS


MEDIDA DE DISTÂNCIAS Alguns autores afirmam que o processo de medida de distâncias é direto,
quando esta distância é determinada em comparação a uma grandeza padrão
previamente estabelecida; outros autores, porém, afirmam que a medição é direta
quando o instrumento de medida utilizado é aplicado diretamente sobre o terreno.
Segundo ESPARTEL (1987) os principais dispositivos utilizados na
medida direta de distâncias, também conhecidos por DIASTÍMETROS, são os
seguintes:

a)Fita e Trena de Aço


îsão feitas de uma lâmina de aço inoxidável;
îa trena é graduada em metros, centímetros e milímetros só de um
lado;
îa fita é graduada a cada metro; o meio metro (0,5m) é marcado com
um furo e somente o início e o final da fita são graduados em
decímetros e centímetros;
îa largura destas fitas ou trenas varia de 10 a 12mm;
îo comprimento das utilizadas em levantamentos topográficos é de
30, 60, 100 e 150 metros;
îo comprimento das de bolso varia de 1 a 7,50 metros (as de 5
metros são as mais utilizadas);
înormalmente apresentam-se enroladas em um tambor (figura a
seguir) ou cruzeta, com cabos distensores nas extremidades;
îpor serem leves e praticamente indeformáveis, os levantamentos
realizados com este tipo de dispositivo nos fornecem uma maior
precisão nas medidas, ou seja, estas medidas são mais confiáveis;
îdesvantagens: as de fabricação mais antiga, enferrujam com
facilidade e, quando esticadas com nós, se rompem facilmente.
Além disso, em caso de contato com a rede elétrica, podem causar
choques;
îas mais modernas, no entanto, são revestidas de nylon ou epoxy e,
portanto, são resistentes à umidade, à produtos químicos, à
produtos oleosos e à temperaturas extremas. São duráveis e
inquebráveis.

51 52
b)Trena de Lona
îé feita de pano oleado ao qual estão ligados fios de arame muito
finos que lhe dão alguma consistência e invariabilidade de
comprimento;
îé graduada em metros, centímetros e milímetros em um ou ambos
os lados e com indicação dos decímetros;
îo comprimento varia de 20 a 50 metros;
înão é um dispositivo preciso pois deforma com a temperatura,
tensão e umidade (encolhe e mofa);
îpouquíssimo utilizada atualmente.

c)Trena de Fibra de Vidro


îé feita de material bastante resistente (produto inorgânico obtido do Apesar da qualidade e da grande variedade de diastímetros disponíveis no
próprio vidro por processos especiais); mercado, toda medida direta de distância só poderá ser realizada se for feito uso de
îconforme figura a seguir, pode ser encontrada com ou sem alguns ACESSÓRIOS especiais.
invólucro e, este, se presente, tem o formato de uma cruzeta; Segundo ESPARTEL (1987) os principais são:
sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas extremidades;
îseu comprimento varia de 20 a 50m (com invólucro) e de 20 a 100m a)Piquetes
(sem invólucro); îsão necessários para marcar, convenientemente, os extremos do
îcomparada à trena de lona, deforma menos com a temperatura e a alinhamento a ser medido;
tensão; îsão feitos de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície
înão se deteriora facilmente; no topo plana;
îé resistente à umidade e à produtos químicos; îsão assinalados (marcados) por tachinhas de cobre;
îé bastante prática e segura.
îseu comprimento varia de 15 a 30cm;
îseu diâmetro varia de 3 a 5cm;
îé cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5cm) deve
permanecer visível;
îsua principal função é a materialização de um ponto topográfico no
terreno.
Obs.: Nos EUA, em lugar do tradicional piquete de madeira, os
pontos topográficos são materializados por pinos de metal, bem
mais resistentes e com a vantagem de poderem ser cravados em
qualquer tipo de solo ou superfície.

53 54
b)Estacas
îconforme figura abaixo (PINTO, 1988), são utilizadas como
testemunhas da posição do piquete;
îsão cravadas próximas ao piquete cerca de 30 a 50cm;
îseu comprimento varia de 15 a 40cm; îsão terminadas em ponta guarnecida de ferro;
îseu diâmetro varia de 3 a 5cm; îseu comprimento é de 2 metros;
îsão chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição îseu diâmetro varia de 16 a 20mm;
numérica ou alfabética, que pertence ao piquete testemunhado. îsão pintadas em cores contrastantes (branco e vermelho ou branco e
preto) para permitir que sejam facilmente visualizadas à distância;
îdevem ser mantidas na posição vertical, sobre a tachinha do piquete,
com auxílio de um nível de cantoneira.

e)Nível de Cantoneira
îaparelho em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que
permite à pessoa que segura a baliza posicioná-la corretamente
(verticalmente) sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir.

c)Fichas
îsão utilizadas na marcação dos lances efetuados com o diastímetro
quando a distância a ser medida é superior ao comprimento deste;
îsão hastes de ferro ou aço;
îseu comprimento é de 35 ou 55cm;
îseu diâmetro é de 6mm;
îconforme figura a seguir, uma das extremidades é pontiaguda e a
outra é em formato de argola, cujo diâmetro varia de 5 a 8cm.

f)Barômetro de Bolso
îaparelho que se destina à medição da pressão atmosférica (em mb =
milibares) para fins de correção dos valores obtidos no
levantamento;
îatualmente estes aparelhos são digitais e, além de fornecerem
valores de pressão, fornecem valores de altitude com precisão de
0,10m (figura a seguir).

d)Balizas
îsão utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos,
quando há necessidade de se executar vários lances com o
diastímetro; g)Dinamômetro
îconforme figura a seguir, são feitas de madeira ou ferro; îaparelho que se destina à medição das tensões que são aplicadas aos
arredondado, sextavado ou oitavado; diastímetros para fins de correção dos valores obtidos no
levantamento;

55 56
îas correções são efetuadas em função do coeficiente de elasticidade
do material com que o diastímetro foi fabricado. PRECISÃO E CUIDADOS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS

h)Termômetro Segundo DOMINGUES (1979) a precisão com que as distâncias são


îaparelho que se destina à medição da temperatura do ar (°C) no obtidas depende, principalmente:
momento da medição para fins de correção dos valores obtidos no • do dispositivo de medição utilizado,
levantamento; • dos acessórios, e
îas correções são efetuadas em função do coeficiente de dilatação do • dos cuidados tomados durante a operação.
material com que o diastímetro foi fabricado. E, segundo RODRIGUES (1979), os cuidados que se deve tomar quando
da realização de medidas de distâncias com diastímetros são:
i)Nível de Mangueira • que os operadores se mantenham no alinhamento a medir,
îé uma mangueira d'água transparente que permite, em função do • que se assegurem da horizontalidade do diastímetro, e
nível de água das extremidades, proceder a medida de distâncias • que mantenham tensão uniforme nas extremidades.
com o diastímetro na posição horizontal. Este tipo de mangueira é A tabela abaixo fornece a precisão que é conseguida quando se utilizam
também muito utilizado na construção civil em serviços de diastímetros em um levantamento, levando-se em consideração os efeitos da tensão, da
nivelamento (piso, teto, etc.). temperatura, da horizontalidade e do alinhamento.
j)Cadernetas de Campo Diastímetro Precisão
îé um documento onde são registrados todos os elementos Fita e trena de aço 1cm/100m
levantados no campo (leituras de distâncias, ângulos, régua, Trena plástica 5cm /100m
croquis dos pontos, etc.);
Trena de lona 25cm/100m
înormalmente são padronizadas, porém, nada impede que a empresa
responsável pelo levantamento topográfico adote cadernetas que
melhor atendam suas necessidades.
Com relação aos seguintes acessórios mencionados: barômetro, termômetro e MÉTODOS DE MEDIDA COM DIASTÍMETROS
dinamômetro; pode-se afirmar que os mesmos são raramente utilizados atualmente para LANCE ÚNICO - PONTOS VISÍVEIS
correções das medidas efetuadas com diastímetros. Isto se deve ao fato destes Segundo GARCIA (1984) e analisando a figura a seguir, na medição
dispositivos terem sido substituídos, com o passar dos anos, pelos equipamentos da distância horizontal entre os pontos A e B, procura-se, na realidade, medir a
eletrônicos, muito mais precisos e fáceis de operar. Contudo, os diastímetros são ainda projeção de AB no plano topográfico horizontal HH'. Isto resulta na medição de A'B',
largamente empregados em levantamentos que não exigem muita paralela a AB.

Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho


com:
îduas pessoas para tensionar o diastímetro (uma em cada
extremidade);
îuma pessoa para fazer as anotações (dispensável).
A distância DH (entre os pontos A' e B') é igual à fração indicada
pelo diastímetro.

57 58
VÁRIOS LANCES - PONTOS VISÍVEIS Traçado de Perpendiculares
Segundo GARCIA (1984) e analisando a figura a seguir, o balizeiro Segundo GARCIA (1984) o traçado de perpendiculares é necessário:
de ré (posicionado em A) orienta o balizeiro intermediário, cuja posição coincide com a)À amarração de detalhes em qualquer levantamento
o final do diastímetro, para que este se mantenha no alinhamento. topográfico, e
b)Na determinação de um alinhamento perpendicular em
função de um outro já existente. Ex.: locação de uma obra.
a)Amarração de Detalhes
A amarração de detalhes (feições naturais e artificiais do
terreno) é realizada utilizando-se somente diastímetros. Para tanto, é necessário a
montagem, no campo, de uma rede de linhas, distribuídas em triângulos principais e
secundários, às quais os detalhes serão amarrados.
A esta rede de linhas denomina-se triangulação.
A figura a seguir (BORGES, 1988) ilustra uma determinada
superfície já triangulada.
Nesta triangulação, observa-se que os triângulos maiores
Depois de executado o lance, o balizeiro intermediário marca o final englobam os menores.
do diastímetro com uma ficha. O balizeiro de ré, então, ocupa a posição do balizeiro O objetivo da formação de triângulos principais (ABC e ACD)
intermediário, e este, por sua vez, ocupará nova posição ao final do diastímetro. e secundários (ABE, BEG, EGF, EFH, FCD, GCF, DFH, AEH e AHI) é atingir mais
Repete-se o processo de deslocamento das balizas (ré e intermediária) e de marcação facilmente todos os detalhes que se queira levantar.
dos lances até que se chegue ao ponto B.
É de máxima importância que, durante a medição, os balizeiros se
mantenham sobre o alinhamento AB.
Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho
com:
îduas pessoas para tensionar o diastímetro (uma em cada
extremidade).
îum balizeiro de ré (móvel).
îum balizeiro intermediário (móvel).
îum balizeiro de vante (fixo).
îuma pessoa para fazer as anotações (dispensável).
A distância DH será dada pelo somatório das distâncias parciais
(contagem do número de fichas pelo comprimento do diastímetro) mais a fração do
último lance.
Observações Importantes
1. Ao ponto inicial de um alinhamento, percorrido no sentido horário,
dá-se o nome de Ponto a Ré e, ao ponto final deste mesmo alinhamento, dá-se o nome Segundo BORGES (1988) a amarração dos detalhes pode ser
de Ponto a Vante. Balizeiro de Ré e Balizeiro de Vante são os nomes dados às pessoas feita:
que, de posse de uma baliza, ocupam, respectivamente, os pontos a ré e a vante do • Por perpendiculares tomadas a olho
alinhamento em questão. É o caso da figura abaixo, onde se deve medir os
2. Os balizeiros de ré e intermediário podem acumular a função de alinhamentos Aa, ab, bc, cd, de, eB e, também, os alinhamentos aa’, bb’, cc’, dd’ e
tensionar o diastímetro. ee’ para que o contorno da estrada fique determinado.
3. Para terrenos inclinados, os cuidados na medição devem ser
redobrados no que se refere à horizontalidade do diastímetro.

59 60
• Por triangulação
Devendo-se medir os alinhamentos a e b, além do b.2)Triângulo Eqüilátero
alinhamento principal DB, para que o canto superior esquerdo da piscina representada Diferentemente do anterior, este método consiste em
na figura a seguir (BORGES, 1988) fique determinado. passar uma perpendicular a um alinhamento AB conhecido, por um ponto C qualquer
A referida piscina só estará completamente amarrada se deste alinhamento. Deste modo, marca-se, no campo, um triângulo eqüilátero ao invés
os outros cantos também forem triangulados. de um triângulo retângulo.
Assim, utilizando-se os doze (12) primeiros metros de
uma trena, dispõe-se, para o triângulo eqüilátero, de três lados de 4 metros cada.
Como indicado na figura abaixo (GARCIA, 1984), o 0 e
12o metros estariam coincidentes em C. O 2o metro estaria sobre o alinhamento AB à
esquerda de C, definindo o ponto D. O 10o metro estaria sobre o alinhamento AB à
direita de C, definindo o ponto E. O ponto F, definido pelo 6o metro, se ajusta
facilmente em função dos pontos D e E já marcados.

Obs.: para que a amarração não resulte errada, a base do


triângulo amarrado deve coincidir com um dos lados do triângulo principal ou
secundário, e, o vértice daquele triângulo será sempre um dos pontos definidores do
detalhe levantado.
Obs.: para a marcação de triângulos no campo,
b)Alinhamentos Perpendiculares normalmente utilizam-se comprimentos menores equivalentes aos citados ou esquadros
Segundo ESPARTEL (1987) é possível levantar uma de madeira.
perpendicular a um alinhamento, utilizando-se um diastímetro, através dos seguintes
métodos: TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS
b.1)Triângulo Retângulo Segundo GARCIA (1984), para a medida de distâncias entre pontos
Este método consiste em passar por um ponto A, de um não intervisíveis, ou seja, em que a mesma não possa ser obtida pela existência de
alinhamento AB conhecido, uma perpendicular. algum obstáculo (edificação, lago, alagado, mata, árvore etc.), costuma-se fazer uso da
Utilizando-se os doze (12) primeiros metros de uma trena, marcação, em campo, de triângulos semelhantes.
dispõe-se, respectivamente, dos lados 3, 4 e 5 metros de um triângulo retângulo. Como indicado na figura a seguir (GARCIA, 1984), existe uma
Como indicado na figura abaixo (GARCIA, 1984), o 0 e edificação sobre o alinhamento AB, o que impede a determinação do seu comprimento
12o metros estariam coincidentes em C, situado a 3 metros do ponto A. O 7o metro pelos métodos explicitados anteriormente.
(soma dos lados 3 e 4) e representado pelo ponto D, se ajusta facilmente em função dos Assim, para que a distância AB possa ser determinada, escolhe-se um
pontos A e C já marcados. ponto C qualquer do terreno de onde possam ser avistados os pontos A e B. Medem-se
as distâncias CA e CB e, a meio caminho de CA e de CB são marcados os pontos D e
E. A distância DE também deve ser medida.

Obs.: para locar as paredes de uma casa, o mestre de


obras normalmente se utiliza de uma linha com nós. Esta linha representa um triângulo Após estabelecer a relação de semelhança entre os triângulos CAB e
retângulo de lados 0,6m : 0,8m : 1,0m; equivalente ao triângulo retângulo de 3m : 4m : CDE, a distância AB será dada por:
5m mencionado anteriormente. CA. DE
AB =
CD

61 62
ERROS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS
Os erros cometidos, voluntária ou involuntariamente, durante a
medida direta de distâncias, devem-se:
îao comprimento do diastímetro: afetado pela tensão aplicada
em suas extremidades e também pela temperatura ambiente. A correção depende dos
coeficientes de elasticidade e de dilatação do material com que o mesmo é fabricado.
Portanto, deve-se utilizar dinamômetro e termômetro durante as medições para que
estas correções possam ser efetuadas ou, proceder a aferição do diastímetro de tempos O erro devido à catenária, para um único lance, pode ser
em tempos. encontrado através da relação:
A distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será
8.f 2
dada dividindo-se o comprimento aferido do diastímetro (la) pelo seu comprimento Cc =
nominal (l) e multiplicando-se pela distância horizontal medida (DHm): 3. l
la Este erro é cumulativo, provoca uma redução do diastímetro e,
DH c = .DH m conseqüentemente, resulta numa medida de distância maior que a real. Assim, a
l distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será encontrada subtraindo-se da
îao desvio vertical ou falta de horizontalidade: ocorre quando distância horizontal medida (DHm), o erro da catenária (Cc) multiplicado pelo
o terreno é muito inclinado. Assim, mede-se uma série de linhas inclinadas em vez de número de lances (Nl) dado com o diastímetro:
medir as projeções destas linhas sobre o plano horizontal, como na figura a seguir DH c = DH m − ( N l .C c )
(BORGES, 1988).
îà verticalidade da baliza: como indicado na figura abaixo
(BORGES, 1988), é ocasionado por uma inclinação da baliza quando esta se encontra
posicionada sobre o alinhamento a medir. Provoca o encurtamento ou alongamento
deste alinhamento caso esteja incorretamente posicionada para trás ou para frente
respectivamente. Este tipo de erro só poderá ser evitado se for feito uso do nível de
cantoneira.

O erro devido ao desvio vertical (Cdv), para um único lance,


pode ser encontrado através da relação entre o desnível do terreno (DN) e o
comprimento do diastímetro (l):
DN 2
C dv =
2. l
Este erro é cumulativo e sempre positivo. Assim, a distância
horizontal correta (DHc) entre dois pontos será encontrada subtraindo-se da distância
horizontal medida (DHm), o desvio vertical (Cdv) multiplicado pelo número de lances
(Nl) dado com o diastímetro:
DH c = DH m − ( N l .C dv )
îà catenária: curvatura ou barriga que se forma ao tensionar o
diastímetro e que é função do seu peso e do seu comprimento. Para evitá-la, é
necessário utilizar diastímetros leves, não muito longos e aplicar tensão apropriada
(segundo normas do fabricante) às suas extremidades.
A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) indica a flecha (f) do
arco formado pelo comprimento (l) do diastímetro com tensão (T) aplicada nas
extremidades.

îao desvio lateral do alinhamento: ocasionado por um


descuido no balizamento intermediário, mede-se uma linha cheia de quebras em vez de

63 64
uma linha reta. Para evitar este tipo de erro é necessário maior atenção por parte dos
balizeiros.
A figura a seguir (ESPARTEL, 1987), indica como o balizeiro
intermediário (C) deve se posicionar em relação aos balizeiros de ré (A) e vante (B)
para que não haja desvio lateral do alinhamento.

MEDIDA INDIRETA DE DISTÂNCIAS

Exercícios
1.Amarre a posição das árvores, da edificação e das calçadas em
relação ao lado AB de um triângulo marcado no campo, como mostra a figura abaixo.
Utilize o método da triangulação, das perpendiculares, ou ambos.

2.Qual será o erro no comprimento de um alinhamento, em mm,


devido ao desvio vertical do diastímetro, sabendo-se que: o desnível do terreno, para
cada lance, é de 0,25m e que o comprimento do alinhamento medido resultou em
50,00m? O comprimento do diastímetro é de 25,00m. O erro encontrado é desprezível?
3.Em relação ao exercício anterior, qual será o erro para um desnível
do terreno igual a 1,00m para cada lance? O erro encontrado é desprezível?
4.Qual será o erro provocado por uma flecha de 30cm em uma trena
de 20m de comprimento? Este tipo de erro provoca uma redução ou uma ampliação da
trena? O erro encontrado é desprezível? O erro cresce ou decresce com o comprimento
da trena? Qual o valor da distância correta, para uma distância medida de 127,44m?
5.Uma linha AB foi medida com uma trena de comprimento nominal
igual a 20m, obtendo-se, após vários lances, o valor de 92,12m. Qual o comprimento
real da linha, ao constatar-se que a trena se encontrava dilatada de 6cm?
6.Uma linha medida com uma trena de lona resultou em 284,40m.
Mas, a trena, cujo comprimento nominal é de 20m, encontra-se com um comprimento
aferido de 19,95m. Determine o comprimento correto da linha medida.
7.Deve-se marcar, sobre o terreno, um alinhamento de 193,54m. Mas,
a trena de plástico a ser usada está dilatada em 35mm. Em função disso, determine qual
seria o comprimento aparente a marcar, se o comprimento nominal desta trena é 25m.

65 66
MEDIDA INDIRETA DE DISTÂNCIAS
Segundo DOMINGUES (1979) diz-se que o processo de medida de
distâncias é indireto quando estas distâncias são calculadas em função da medida de
outras grandezas, não havendo, portanto, necessidade de percorrê-las para compará-las
com a grandeza padrão.
Os equipamentos utilizados na medida indireta de distâncias são,
principalmente:
• Teodolito e/ou Nível: o teodolito é utilizado na leitura de ângulos
horizontais e verticais e da régua graduada; o nível é utilizado somente para a leitura da
régua.
A figura a seguir ilustra três gerações de teodolitos: o trânsito
(mecânico e de leitura externa); o ótico (prismático e com leitura interna); e o
eletrônico (leitura digital).

• Acessórios: entre os acessórios mais comuns de um teodolito ou


nível estão: o tripé (serve para estacionar o aparelho); o fio de prumo (serve para
posicionar o aparelho exatamente sobre o ponto no terreno); e a lupa (para leitura dos
ângulos).
A figura a seguir ilustra um tripé de alumínio, normalmente utilizado
com o trânsito; e um de madeira, utilizado com teodolitos óticos ou eletrônicos. É
interessante salientar que para cada equipamento de medição existe um tripé
apropriado.

67 68
• Nível de cantoneira: já mencionado na medida direta de distâncias,
tem a função de tornar vertical a posição da régua graduada.
• Baliza: já mencionada na medida direta de distâncias, é utilizada
com o teodolito para a localização dos pontos no terreno e a medida de ângulos
horizontais.
Ao processo de medida indireta denomina-se ESTADIMETRIA ou
TAQUEOMETRIA, pois é através do retículo ou estádia do teodolito que são obtidas
as leituras dos ângulos verticais e horizontais e da régua graduada, para o posterior
cálculo das distâncias horizontais e verticais.
Como indicado na figura abaixo (BORGES, 1988), a estádia do teodolito é
composta de:
î3 fios estadimétricos horizontais (FS, FM e FI)
î1 fio estadimétrico vertical

• Mira ou Régua graduada: é uma régua de madeira, alumínio ou


PVC, graduada em m, dm, cm e mm; utilizada na determinação de distâncias
horizontais e verticais entre pontos.
A figura a seguir (BORGES, 1988), ilustra parte de uma régua de
quatro metros de comprimento e as respectivas divisões do metro: dm, cm e mm.

69 70
LEITURAS DE TEODOLITO
GONIÔMETROS

71 72
73 74
MÉTODOS DE MEDIDA INDIRETA
Segundo GARCIA e PIEDADE (1984) os métodos indiretos de medida de
distâncias são:
Distância Horizontal
A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra um teodolito estacionado
no ponto P e a régua graduada no ponto Q. Do ponto P visa-se o ponto Q com o
círculo vertical do teodolito zerado, ou seja, com a luneta na posição horizontal.
Procede-se a leitura dos fios estadimétricos inferior (FI), médio (FM) e superior (FS).
A distância horizontal entre os pontos será deduzida da relação existente entre os
triângulos a'b'F e ABF, que são semelhantes e opostos pelo vértice.

Da figura tem-se:
f = distância focal da objetiva
F = foco exterior à objetiva
c = distância do centro ótico do aparelho à objetiva
C = c + f = constante do instrumento
d = distância do foco à régua graduada
H = AB = B - A = FS - FI = diferença entre as leituras
M = FM = leitura do retículo médio
Pelas regras de semelhança pode-se escrever que:
a ' b' AB
=
f d
AB
d= .f
a ' b'
f
a ' b' =
100 fornecido pelo fabricante
AB. f
d=
f
100
d = 100 . H
DH = d + C
Portanto,
DH = 100 . H + C
C é a constante de Reichembach, que assume valor 0cm para
equipamentos com lunetas analáticas e valores que variam de 25cm a 50cm para
equipamentos com lunetas aláticas.

75 76
DISTÂNCIA HORIZONTAL - VISADA INCLINADA DISTÂNCIA VERTICAL - VISADA ASCENDENTE
Neste caso, para visar a régua graduada no ponto Q há necessidade de A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra a luneta de um teodolito
se inclinar a luneta, para cima ou para baixo, de um ângulo (α) em relação ao plano inclinada no sentido ascendente (para cima). Assim, a diferença de nível ou distância
horizontal. Como indicado na figura abaixo (GARCIA, 1984), a distância horizontal vertical entre dois pontos será deduzida da relação:
poderá ser deduzida através:

QS = RS + RM - MQ
onde,
Do triângulo AA'M → MA' = MA . cos α QS = DN = diferença de nível
RS = I = altura do instrumento
Do triângulo BB'M → MB' = MB . cos α
MQ = M = FM = leitura do retículo médio
MA' + MB' = (MA + MB) . cos α
FS + FI
MA' + MB' = A'B' FM =
MA + MB = AB = H 2
portanto, Do triângulo ORM, tem-se que
A'B' = H . cos α RM = OR . tg α
Do triângulo OMR → OR = OM . cos α RM = DH . tg α
OM = 100 . A'B' + C RM = (100 . H . cos2 α + C ) . tg α
OM = 100 . H . cos α + C RM = (100 . H . cos2 α . tg α + C . tg α
OR = (100 . H . cos α + C ) . cos α RM = 100 . H . cos2 α . sen α / cos α + C . tg α
DH = OR RM = 100 . H . cos α . sen α + C . tg α
portanto, ora,
DH = 100 . H . cos2 α + C . cos α cos α . sen α = (sen 2 α) / 2
Desprezando-se o termo (cos a) na segunda parcela da expressão tem- então,
se: RM = 100 . H . (sen2 α ) / 2 + C . tg α
DH = 100 . H . cos2 α + C desprezando-se a última parcela tem-se,
RM = 50 . H . sen2 α
substituindo na equação inicial, resulta
DN = 50 . H . sen2α - FM + I
A interpretação do resultado desta relação se faz da seguinte forma:
î se DN for positivo (+) significa que o terreno, no sentido da
medição, está em ACLIVE.
î se DN for negativo (-) significa que o terreno, no sentido da
medição, está em DECLIVE.

77 78
DISTÂNCIA VERTICAL - VISADA DESCENDENTE posicionamento da baliza nos levantamentos, ou seja, na vertical e sobre a tachinha do
piquete.
A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra a luneta de um teodolito
inclinada no sentido descendente (para baixo). Assim, a diferença de nível entre dois
pontos será deduzida da mesma forma que para o item 8.5.3., porém, com os sinais
trocados.

îverticalidade da mira: assim como para a baliza, ocorre


quando não se faz uso do nível de cantoneira.
îpontaria: no caso de leitura dos ângulos horizontais, ocorre
quando o fio estadimétrico vertical do teodolito não coincide com a baliza (centro).
îerro linear de centragem do teodolito: segundo ESPARTEL
(1987), este erro se verifica quando a projeção do centro do instrumento não coincide
Logo: exatamente com o vértice do ângulo a medir, ou seja, o prumo do aparelho não
DN = 50 . H . sen2α + FM - I coincide com o ponto sobre o qual se encontra estacionado.
A interpretação do resultado desta relação se faz da seguinte forma:
î se DN for positivo (+) significa que o terreno, no sentido da
medição, está em DECLIVE.
î se DN for negativo (-) significa que o terreno, no sentido da
medição, está em ACLIVE.

ERROS NAS MEDIDAS INDIRETAS DE DISTÂNCIAS


Os erros cometidos durante a determinação indireta de distâncias
podem ser devidos aos seguintes fatores:
îleitura da régua: relativo à leitura errônea dos fios
estadimétricos inferior, médio e superior provocados:
a)Pela distância entre o teodolito e a régua (muito longa ou
muito curta).
b)Pela falta de capacidade de aproximação da luneta. îerro de calagem ou nivelamento do teodolito: ocorre quando o
c)Pela espessura dos traços do retículo. operador, por falta de experiência, não nivela o aparelho corretamente.
d)Pelo meio ambiente (refração atmosférica, ventos, má
iluminação).
e)Pela maneira como a régua está dividida e pela variação do
seu comprimento.
f)Pela falta de experiência do operador.
îleitura de ângulos: ocorre quando se faz a leitura dos círculos
vertical e/ou horizontal de forma errada, por falha ou falta de experiência do operador.
îverticalidade da baliza: ocorre quando não se faz uso do nível
de cantoneira. A figura abaixo (BORGES, 1988) ilustra a maneira correta de

79 80
Exercícios
1) De um piquete (A) foi visada uma mira colocada em um outro
piquete (B). Foram feitas as seguintes leituras:
fio inferior = 0,417m
fio médio = 1,518m
ângulo vertical = 5°30' em visada descendente (A → B)
altura do instrumento (A) = 1,500m
Calcule a distância horizontal entre os pontos (AB) sabendo-se que a MEDIDAS ANGULARES
luneta é do tipo analática.
2) Considerando os dados do exercício anterior, calcule a distância CONVERGÊNCIA MERIDIANA
vertical ou diferença de nível entre os pontos e determine o sentido de inclinação do
terreno.
3) Ainda em relação ao exercício anterior, determine qual é a altitude BÚSSOLAS E DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
(h) do ponto (B), sabendo-se que a altitude do ponto (A) é de 584,025m.
4) Um teodolito acha-se estacionado na estaca número (1) de uma
poligonal e a cota, deste ponto, é 200,000m. O eixo da luneta de um teodolito encontra-
se a 1,700m do solo. Para a estaca de número (2), de cota 224,385; foram feitas as
seguintes leituras:
retículo inferior = 0,325m
retículo superior = 2,675m
Calcule a distância horizontal entre as estacas.
5) De um ponto com altitude 314,010m foi visada uma régua, situada
em um segundo ponto de altitude 345,710m. Com as leituras: a = 12° em visada
ascendente; I = 1,620m; e sabendo-se que a distância horizontal entre estes pontos é de
157,100m; calcule H, FM, FI, FS.
6) Para uma poligonal triangular, calcule a cota de um ponto (C)
sabendo-se que:
DH(AB) = 100,320m
Hz(CAB) = 66°10'
Hz(CBA) = 41°42'
h(A) = 151,444m
a(A→C) = 12°40'
7) Em relação ao exercício anterior, qual será a cota do ponto (C) se a
altura do instrumento no ponto (A) for igual a 1,342m?
8) O quadro abaixo indica valores para a diferença dos fios superior e
inferior (H) e ângulos verticais tomados de uma estação para localizar pontos de um
curso d’água em um levantamento. A altura do aparelho foi de 1,83m e a altitude da
estação de 143,78m. Nos pontos em que não houve a possibilidade de projetar a altura
do aparelho sobre a régua, a leitura do fio médio está anotada junto ao ângulo vertical.
Determine as distâncias horizontais entre a estação e os pontos, bem como, as altitudes
dos mesmos.
PontoH (m)α10,041+2°19’20,072+1°57’ em 1,43m30,555+0°00’ em
2,71m41,313-2°13’51,111-4°55’ em 1,93m60,316+0°30’Determine as distâncias
horizontais entre a estação e os pontos, bem como, as altitudes dos mesmos.

81 82
CONVERGÊNCIA MERIDIANA Cálculo da Convergência Meridiana

Apresentação CM = senφ(λ-λ0), sendo:

A Convergência Meridiana (CM) é o ângulo entre o Norte de Quadrícula (N.Q.) φ = latitude do ponto,
e o Norte Geográfico (N.G.), também chamado de Norte Verdadeiro. λ = longitude do ponto e
λ0 = longitude do meridiano central

N.M. N.Q. N.G. Note que no sistema UTM, a Convergência Meridiana cresce com a latitude e
com o afastamento do Meridiano Central.

No Hemisfério Norte, ela é positiva a leste do MC e negativa a oeste do MC.


No Hemisfério Sul, ela é negativa a leste do MC e positiva a oeste do MC.
DM
Uma das imposições das Instruções do INCRA para a Planta Topográfica
Georreferenciada referente aos trabalhos de topografia e cartografia é a informação da
CM Convergência Meridiana para o centro da figura a ser representada.

Figura 18: Nortes

Por sua vez, o N.Q. é definido por uma paralela ao Meridiano Central do fuso
em que se desenvolve trabalhos e o N.G. é a direção do eixo da Terra, ou do Meridiano
Local.

O grid UTM não é alinhado de forma exata aos meridianos e paralelos; para
perceber isto, é só ver como não corre paralelo às laterais do mapa. A conseqüência
maior desta propriedade do sistema UTM para nós é que as linhas UTM não apontam
exatamente para o norte. A convergência meridiana indica o quando estão deslocados
para leste ou oeste do norte verdadeiro. No mapa, a convergência está marcada no
mesmo diagrama que a declinação, e é indicada pelo ângulo entro o Norte Geográfico e
o Norte do Grid (Indicado por NQ).

Em geral, a convergência é muito pequena e pode ser ignorada; tende a ser


menor do que um grau para grandes partes do país. No entanto, nas bordas de cada zona
e banda UTM, a convergência tende a crescer, e pode colocar suas leituras um pouco
fora da realidade. Como a convergência é constante para uma folha (e varia bem pouco
entre as folhas próximas), acredita-se que pode ser descontada da mesma forma que a
declinação, embora até o presente momento, não há nenhuma confirmação deste fato.
Uma convergência menor do que 1 grau pode ser ignorada sem grandes problemas, de
forma que não são muito comuns casos onde a convergência seja importante.

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BÚSSOLAS E DECLINAÇÃO MAGNÉTICA RM = 359O 60’ – 310O 35’ = 49O 25’ NO

BÚSSOLAS

É um instrumento empregado nos levantamentos topográficos para medir os


RM=360o -Az RM=Az
ângulos que formam as linhas do terreno com a direção do meridiano magnético.
Consiste em uma agulha imantada que tem em sua parte central uma peça de «ágata» ou
de outro mineral suficientemente duro, por intermédio do qual ela repousa sobre a ponta
de um pivô, que é colocado no centro de um limbo graduado. Este conjunto é RM=Az-180o RM=180o -Az

convenientemente acondicionado em uma caixa metálica, possibilitando assim o seu


emprego na prática. Quando o instrumento não está em serviço, levanta-se a agulha por
meio de uma pequena alavanca lateral, a fim de evitar choques com o pivô, durante o
transporte do aparelho.
O emprego da bússola é baseado na propriedade que tem a agulha imantada de
se orientar sempre na direção do pólo magnético terrestre, quando possa mover Figura 3
livremente sobre o pivô. O plano que passa pelo eixo longitudinal da agulha imantada é
denominado meridiano magnético. O ângulo formado pelo meridiano magnético de um
ponto qualquer do terreno com o plano do alinhamento que passa pelo mesmo ponto,
chama-se azimute deste alinhamento.
Assim, azimute do alinhamento AB é o ângulo formado pelo meridiano
magnético com o plano desse alinhamento, Figura 2.

Figura 2

Chama-se alinhamento a projeção horizontal da interseção do terreno com o Observando as figuras acima, pode-se deduzir as relações entre Azimutes à
plano vertical que passa por dois pontos topográficos considerados: A e B. Direita e Rumos:
As bússolas podem ter o limbo graduado de 0o a 360° ou de 0o a 90°, a partir do Quadrante Azimute → Rumo Rumo → Azimute
norte e do sul, em quadrantes. Neste último caso, é preciso que o ângulo seja seguido de 1º R = Az (NE) Az = R
nome do quadrante, em que ele esta situado, recebendo a denominação de rumo. Assim, 2º R = 180° - Az (SE) Az = 180° - R
o azimute é contado de 0° a 360°, a partir do norte, no sentido em que se movem as 3º R = Az - 180°(SO) Az = R + 180°
agulhas dos ponteiros de um relógio, ao passo que o rumo é contado em quadrantes, isto 4º R = 360° - Az(NO) Az = 360° - R
é, do norte para este e oeste e do sul para este e oeste, cujos valores variam de 0° a 90° e
teremos rumos NE (nordeste); NO (noroeste); SE (sudeste); e S0 (sudoeste). Em
determinados trabalhos, temos, às vezes, necessidade de transformar azimutes em Segundo uma convenção geral, o azimute é sempre lido com a ponta norte da
rumos ou vice-versa e para tal podemos ter as seguintes relações, conforme a Figura 3. agulha Imantada. A linha que passa pelas indicações N-S do limbo com quadrante ou 0°
Assim, um azimute de 45°30’ corresponde a um rumo de 45°30’ NE; um azimute de - 180°, nos de 0° a 360°, é denominada linha de fé da bússola. Como os azimutes são
145°20’, terá para rumo o seguinte valor: lidos com a ponta norte da agulha, que estará sempre voltada para a mesma direção,
RM = 179O 60’ – 145O 20’ = 34O 40’ SE algumas bússolas de limbo em quadrante trazem vantajosamente invertidas as posições
Para um azimute de 248O 30’ teremos: E e O, e assim o rumo será lido no respectivo quadrante que lhe corresponde, e isto
RM = 248O 30’ – 180O = 68O 30’ SO porque, considerando que a agulha tenha uma posição estável, durante as operações, e o
Já um azimute de 310O 35’, que pertence ao 4o quadrante vai ter o seguinte limbo é que se desloca, arrastado pela alidade, ao longo da agulha, quando se visa
rumo: determinado ponto. Assim, se um alinhamento AB, que está no rumo NE, for medido

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com uma bússola que tem as posições normais dos pontos cardeais E e O, o rumo seria Bússola declinada
lido com a ponta norte no quadrante NO, Figura 4. Invertendo, porém, as posições As bússolas declinadas possuem um parafuso de pressão que permite girar o
daqueles pontos, como indica a Figura 5, Já se lê o rumo no quadrante a que ele limbo em torno do seu centro e, conseqüentemente, deslocá-la em relação ao zero da
pertence, e em que se acha a linha de visada e daí a grande vantagem que apresenta a alidade. Assim, se a declinação magnética local for igual a um ângulo α com auxílio do
inversão dos pontos cardeais E e O, nas bússolas em quadrante. Quando o limbo da referido parafuso, desloca-se o limbo até o zero da alidade coincidir com a graduação
bússola não tem essa inversão, deve-se ter cuidado, ao trabalhar com o instrumento, do limbo correspondente ao valor da declinação magnética. O ângulo de qualquer linha
para evitar possíveis erros. Neste caso, os rumos lidos no quadrante NO = NE e os lidos de visada, nestas condições será um azimute ou rumo verdadeiro, porque a agulha
no SO = SE e vice-versa. imantada estará indicando a direção norte-sul verdadeira.

Declinatória
É constituída de uma caixa de latão de forma cilíndrica ou paralelepipedal tendo
suspensa em seu centro uma agulha imantada. Esse elemento acessório é adaptado ao
limbo de diversos tipos de goniômetros topográficos, para permitir orientá-los, segundo
a direção do meridiano magnético As declinatórias de forma cilíndricas apresentam na
extremidade do tubo objetivo um vidro, no centro do qual é gravada a indicação norte, e
ainda alguns traços à direita e à esquerda desta Indicação, Figura 7. Na extremidade
correspondente ao tubo porta ocular existe uma lente. O tubo que compõe a declinatória
Figura 4 Figura 5 é totalmente enegrecido Interiormente. A declinatória é colocada paralelamente ao
plano vertical de visada da alidade dos goniômetros, Figura 8.
A agulha imantada é constituída de uma peça de aço com o formato, geralmente,
de um losango bem alongado, podendo, entretanto, apresentar a forma de um retângulo
alongado, Figura 6. Em sua parte central, há uma peça de ágata ou de outro mineral
bastante duro, em forma de um estojo, e que funciona como mancal, permitindo assim a
livre rotação em torno do eixo biselado B, chamado pivô ou pino vertical de rotação da
agulha, Figura 6.

Figura 6

TIPOS DE BÚSSOLAS
Figura 7 Figura 8

Bússola de Mão É evidente que com essa disposição da declinatória será sempre possível coloca
o plano de visada sobre o meridiano magnético, Figura 8, pois, basta girar a alidade até
Usadas para levantamento expedito, de baixa precisão, não necessitam de apoio.
que o eixo da agulha imantada se oriente na direção da linha norte-sul da declinatória.
Esta bússola dispõe de visores de pínula central, podendo possuir limbo móvel ou fixo.
Levando-se o índice da alidade sobre o zero do limbo teremos o goniômetro orientado e
em condições de medir os azimutes dos alinhamentos visados, bastando para tal fazer a
Bússola do agrimensor leitura do limbo do instrumento.
Esses ângulos assim medidos no limbo horizontal do goniômetros serão os
São bússolas com base para adaptação em tripé, possuindo um semi-círculo azimutes, pois terão um lado sobre o meridiano magnético e o outro sobre o plano
graduado solidário a uma luneta excêntrica. Além da medida de ângulos horizontais, vertical que passa pelos pontos visados após termos inicialmente orientado
estas bússolas possibilitam a execução de nivelamentos em função da medida da convenientemente o aparelho. Para evitar o atrito entre a agulha imantada e o pivô, nos
inclinação das visadas com um círculo vertical. Em geral, estas bússolas têm limbo fixo transportes do instrumento, existe na declinatória um dispositivo especial para fixar a
e nível para nivelamento do prato do limbo. agulha, evitando o desgaste ou avaria no sistema de sustentação dela.

87 88
ORIENTAÇÃO DE PLANTAS

Para a representação em planta de uma porção qualquer da superfície terrestre é


indispensável que, além da adoção de uma escala para redução das distâncias, os
acidentes nela existentes ocupem posições relativas semelhantes e, ainda mais, que este
plano possa ser acoplado a outros planos de regiões próximas, mesmo se levantadas em
épocas diferentes. Assim sendo, todas as medidas de um levantamento têm que ser
referidas a uma direção única, fixa e imutável, susceptível de ser recomposta em
qualquer época.
Esta direção é a linha do meridiano geográfico do observador, sendo a
interseção do plano vertical que contêm o eixo de rotação da Terra (linha dos pólos) e o
ponto considerado da superfície terrestre, sendo o traço deste plano denominado
meridiana.
No estudo de grandes extensões, como sucede nos levantamentos geodésicos ou
nos levantamentos topográficos de precisão, não tão extensos quanto os geodésicos,
mas que também exigem maior rigor na sua representação, é obrigatória a orientação
em relação ao meridiano geográfico. Os levantamentos topográficos ordinários,
abrangendo extensões relativamente reduzidas e de uso mais imediato, podem ser
referidos ao meridiano magnético.
Diz-se que uma planta está devidamente orientada quando nela figura o traço do
meridiano geográfico e/ou do meridiano magnético da região.
A direção dos meridianos é representada em planta por setas orientadas no
sentido do norte, encimadas pelas letras NV ou NM se, respectivamente, for verdadeiro
ou magnético. A agulha imantada em conseqüência da variação da componente
horizontal do magnetismo terrestre não ocupa uma posição fixa nem definitiva. De
acordo com a posição do observador na superfície terrestre, o meridiano magnético
pode se situar diferentemente em relação ao verdadeiro, o mesmo se verificando em
épocas diferentes em um mesmo lugar, isto devido a declinação magnética.

DECLINAÇÃO MÁGNÉTICA
Figura 9: Campo magnético terrestre Figura 10:
Sabe-se por princípio da física que o globo terrestre desempenha influência, Declinação magnética
junto à agulha magnética, semelhante a de um grande imã. A agulha imantada, quando
suspensa pelo seu centro de gravidade, orienta-se de tal modo que as suas extremidades
se voltam para determinada direção, próxima à dos pólos geográficos, Figura 9. VARIAÇÕES DA DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
Denomina-se Declinação Magnética ao ângulo formado pelas projeções dos
traços dos meridianos verdadeiro (geográfico) e magnético no plano horizontal. A A variação da declinação magnética foi observada, pela primeira vez, segundo
declinação é contada a partir da direção do norte verdadeiro (pólo norte geográfico) alguns historiadores, em 1492 por Cristóvão Colombo à leste do Arquipélago de
para o norte magnético, no sentido de leste ou do oeste, Figura 10. Ela é ocidental e Açores. Ao atravessar, nesta região meridiano de 3,5o, Colombo verificou que a bússola
positiva para oeste e oriental e negativa para leste. Para caracterização do sentido do de sua embarcação, que vinha acusando declinação nordeste passou a indicar declinação
sentido da declinação, a sua grandeza deve ser seguida das iniciais E ou W, ou dos noroeste.
sinais + ou –, como por exemplo: 15o 36’ E ou –15o 36’. A determinação da declinação magnética em vários pontos de uma região em
períodos longos, possibilita constatar que ela varia tanto no espaço, variações
geográficas, quanto no tempo, variações diurnas, mensais, anuais e seculares. Há que
considerar, também, variações locais e acidentais.

89 90
Variações geográficas Mapas Magnéticos ou Cartas Isogônicas
As variações geográficas da declinação magnética são constatadas pela mudança
de declinação entre pontos da superfície de diferentes coordenadas geográficas. Do Do que foi exposto sobre as variações da declinação magnética, concluísse que
mesmo modo que existem pontos de diferentes declinações, há pontos de mesma em uma mesma região e na mesma época existem pontos de igual declinação (pontos
declinação, como outros onde a declinação é nula, o que significa a coincidência entre isogônicos), outros de mesma variação anual (pontos isopóricos) e pontos de declinação
os meridianos geográfico e magnético. nula (pontos agônicos). Os lugares geométricos destes pontos da mesma natureza são
Aos pontos de mesma declinação magnética em uma região e em determinada denominados, respectivamente, de linhas isogônicas, isopôricas e agônicas.
época denomina-se pontos isógonos ou isogônicos, enquanto os pontos onde a O traçado destas linhas em uma carta constitui a carta isogônica ou magnética,
declinação é nula são pontos agônicos. como o Mapa Magnético do Brasil, Figura 11, geralmente elaborado pelo IBGE -
Diretoria de Geodésia e Cartografia em parceria com outros órgãos.
Variação diurnas Os mapas magnéticos são usados para a determinação da declinação magnética
Instalada uma bússola em um ponto qualquer, materializada a direção de um de qualquer ponto, seja em época anterior ou posterior à da sua confecção.
alinhamento no terreno a partir deste ponto, constata-se que a medida do azimute Para se determinar a declinação através dos mapas, deve-se realizar uma
magnético desta direção em vários horários, no decorrer do dia, indicará variação no interpolação entre curvas consecutivas para obter o valor no local desejado. Esse valor
valor do azimute. Sabendo-se que a direção do meridiano verdadeiro é imutável, ë claro refere-se à data do mapa. É necessário realizar a seguir uma interpolação no tempo em
que a declinação magnética varia durante o dia com o deslocamento da direção da função da data em que se deseja e para isso dispõem-se no mapa das curvas isopóricas,
agulha imantada. que contém linhas de igual variação anual da declinação.
No decorrer do dia, esta variação não é constante, oscilando a direção da agulha, Então, chamando de d a declinação magnética desejada, a mesma pode ser
em torno de uma direção média aproximada, para o nascente e para o poente. Constata- determinada através da fórmula:
se, também, que a intensidade desta variação cresce do amanhecer até atingir o máximo
por volta do meio dia e decresce até novo mínimo nas últimas horas do dia. As curvas d = d0 + v.(Δt)
destas variações em um mesmo lugar têm aproximadamente a mesma forma, porém a
amplitude da variação é mais intensa no verão, em decorrência de uma influência mais em que:
acentuada das manchas solares na sua passagem pelo meridiano do lugar. d0 - declinação magnética na data t0 (anos), interpolada na carta de
isogônicas:
Variações mensais e anuais v - variação anual da declinação para o local em questão,
Repetindo estas observações diariamente durante um mês, a média dos valores interpolada na carta de isopóricas;
das variações diárias determina a variação média mensal no local em questão. Δt - tempo transcorrido a partir da data em que as cartas foram
Dependendo das estações do ano, esta média de variação mensal não é constante, elaboradas (ano e fração).
apresentando ligeiras variações no decorrer do ano. No entanto, representando a curva
das variações mensais durante o ano em um sistema de eixos, pode-se concluir que o
afastamento das suas ordenadas (valores médios mensais) em relação à reta que une
suas extremidades, correspondentes a janeiro e dezembro, são de pequena relevância.
Assim, é possível considerar no decorrer do ano esta variação proporcional ao tempo.
Aos pontos da superfície terrestre onde a variação anual da declinação
magnética é a mesma, em uma mesma região e na mesma época, denomina-se de
pontos isóporos ou isopóricos.

Variação secular
As variações médias anuais observadas em uma região possibilitam a
constatação de que no decorrer dos séculos a variação da declinação é uma curva
sinusoidal.
Segundo o Observatório Nacional do Rio de Janeiro, órgão responsável pelos
estudos astronômicos no Brasil, a declinação magnética no Rio de Janeiro entre os anos
de 1660 e esta data apresentou as seguintes variações: no ano de 1660 a declinação era
oriental, crescendo para leste até atingir o máximo de 11°05’SE; daí em diante passou a
decrescer e anulou-se em 1850 (agônica), quando tornou-se ocidental e em crescimento
positivo com uma variação média anual de 8’W.

91 92
A Intensidade vertical e horizontal são componentes da Intensidade total. O
ângulo do campo relativo ao solo nivelado é a Inclinação, que vale 90° no Pólo Norte
Magnético. Finalmente, o ângulo formado pelo vetor da Intensidade horizontal com o
Pólo Norte Geográfico é a Declinação.

O ponto para qual a agulha da bússola aponta é chamado de


Norte Magnético, e o ângulo entre o Norte Magnético e a verdadeira
direção norte (Norte Geográfico) é chamado Declinação Magnética.

O Norte Verdadeiro ou Norte Geográfico é o ponto para onde


convergem os meridianos terrestres.

Estes pontos coincidem com o eixo de rotação da terra e


representam os pontos de latitude 90° Norte e 90° Sul.

Declinação Magnética é o ângulo formado entre a direção do Norte Verdadeiro e


a direção do Norte Magnético, em um determinado local da superfície terrestre; ângulo
este, contado para leste (E) ou para oeste (W), a partir da direção do Norte Verdadeiro.

A Declinação Magnética varia em função de cada local da superfície terrestre,


porque o magnetismo terrestre varia de um local para o outro. É por isso que ela não
tem sempre o mesmo valor.

Além disso, o seu valor em cada local também não é constante, apresentando
Figura 11: Mapa magnético do Brasil – 1990. variações de ano para ano.

Ela pode ainda variar para leste (E) ou para oeste (W), em relação à direção do
Norte Verdadeiro.
DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
Variação Secular, Anual & Outras da Declinação Magnética
Apresentação
Secular
Muitas pessoas se surpreendem ao saber que uma bússola não aponta para o
norte verdadeiro. De fato, na maior parte da superfície terrestre, a bússola aponta em A Declinação Magnética não permanece constante no tempo. Os movimentos do
direção a um ponto a leste ou oeste do Norte Verdadeiro (também conhecido como magma na camada mais externa do núcleo da Terra (a parte metálica fundida que está
Norte Geográfico). entre 2.800 e 5.000 km abaixo da superfície da Terra) causa mudanças lentas no campo
magnético da Terra ao longo do tempo. Esta alteração é conhecida como Variação
O núcleo da terra permanece em constante fusão gerando correntes de lava Secular da Declinação Magnética.
que fluem na camada mais externa do núcleo.
Infelizmente, não podemos aplicar as correções da variação secular da declinação na
Estas correntes de material ferroso geram um campo magnético, mas os maioria dos mapas de uma maneira simples, pois a variação secular tem um
pólos deste campo não coincidem com os verdadeiros pontos norte e sul do comportamento errático que é impossível de predizer.
eixo de rotação da Terra.

Este Campo Geomagnético pode ser quantificado por vetores de força


como Intensidade total, Intensidade vertical, Intensidade horizontal,
Inclinação e Declinação.

93 94
Já o PNM (Pólo Norte Magnético) é algo bem diferente. Lá também não há
Diária
nenhum marco natural para indicar sua posição. E se alguém colocou um por lá, é bom
que tenha rodinhas, por que o PNM se move! E a uma velocidade de 15 quilômetros por
A Variação Diária do Norte Magnético (e, por
ano!
conseguinte, a Declinação Magnética) nas proximidades de
Para se identificar exatamente a posição do PNM você precisaria de uma bússola
sua posição média tem uma causa completamente
especial, uma agulha magnética montada sobre um sistema cardã. Uma bússola cuja
diferente.
agulha, além de girar, pudesse apontar diretamente para baixo ou para cima. Pois é
diretamente na vertical que a agulha da bússola fica, se estivermos exatamente no
Se o campo magnético da Terra for medido continuamente PNM! Aliás, é assim que os cientistas o localizam.
(como é feito normalmente em um Observatório
Magnético), observa-se que este valor flutua durante o dia, Onde fica o PNM? Bem, não é sempre que os governos enviam uma expedição
às vezes lentamente, às vezes rapidamente. para "caçar" o PNM. A última foi em 1994, liderada por dois cientistas: Larry Newitt
(canadense) e Charles Barton (australiano). Eles "encontraram" o PNM na Península
A causa destas flutuações é o Sol. O Sol constantemente Noice, a sudoeste da Ilha Ellef Regnes. As coordenadas do ponto médio eram 79,8°e
emite partículas carregadas que ao encontrar o campo 107,0°W (em meados de 1999), a cerca de 1.140 km do PNG!.
magnético da Terra, causam correntes elétricas na
atmosfera superior.
Figura 19: VARIAÇÕES DE POSIÇÃO DO
NORTE MAGNÉTICO AO LONGO DO TEMPO Estas correntes elétricas perturbam o campo magnético e
POSIÇÃO ATUAL DO PNM = 79,8°N e 107.0°W
NA ILHA ELLEF RINGNES-CANADÁ resultam em uma troca temporária da posição do Norte
Magnético. A distância e velocidade destes deslocamentos
dependem da natureza das perturbações no campo
magnético.

Localização

Cada posição na Terra tem uma Declinação Magnética específica. A mudança


de seu valor ao longo de um caminhamento na superfície terrestre é uma função
complexa. Se alguém se desloca na superfície terrestre ao longo de uma linha de igual
declinação (isogônica), perceberá pouca ou nenhuma variação ao longo de quilômetros.
Porém, em latitudes altas, ou próximo a anomalias magnéticas, a declinação pode
mudar até um grau por quilômetro. A atualização constante do curso é essencial
Ponto Médio?
Os Nortes (e suas diferenças)
Figura 20: Localização do PNM

Sim. Porque além do movimento anual do PNM ele tem, também, um


movimento diário, cuja amplitude varia com as atividades magnéticas do Sol.
Na verdade, como podemos perceber pela figura,
existem dois pólos nortes! O verdadeiro se pode Na figura abaixo, existem dois círculos vermelhos. O de dentro, mostra o
dizer assim, é o PNG (Pólo Norte Geográfico). Este movimento médio diário do PNM. O maior indica-nos o quanto o PNM pode mover-se
está sempre lá no "topo" do mundo. Não há nenhum num único dia, quando o sol "está com a macaca"!
marco natural do terreno que o indique para quem
passar por lá. Na verdade nem mesmo há um Olhe bem para esta ultima figura. Os traços pretos que sobem são os
terreno. O PNG fica bem na calota de gelo sobre o mar ártico. Se você abrir um buraco Meridianos. Os meridianos vão de um pólo geográfico a outro. Se você estiver no
no "chão", irá apenas encontrar gelo, gelo... e mais gelo. Até que, de repente, dará com mesmo meridiano que o PNM, a agulha de sua bússola estará apontando,
a água do mar. E mais nada. Pode-se passar pelo PNG sem nem perceber que ele existe. coincidentemente, para o PNG, também. O meridiano passa por ambos. Mas, imagine
que você esteja em um barco, nos vértices das linhas amarelas ou roxas (pontos 1 ou 2).
Sua bússola irá apontar para o PNM, e não para o PNG. Este desvio angular tem o

95 96
nome de Declinação Magnética. Repare, ainda, que os traços amarelos (no ponto 1) Para executar uma navegação
formam um ângulo diferente do formado no ponto 2. Isto significa que a declinação precisa, podemos utilizar Mapas com
magnética é diferente em cada ponto do planeta. Meridianos Magnéticos e não
É por causa da declinação que é importante sabermos que os dois pólos norte não estão Geográficos ou Bússolas
no mesmo lugar. Compensadas (corrigidas da
Declinação). Estas duas maneiras
promovem correções particulares e
que têm ação limitada em tempo e
espaço.

A melhor maneira para compensar a


Declinação Magnética quando usar
um mapa é o cálculo matemático
usando um programa específico ou
na impossibilidade de utilizá-lo, com
auxílio de Cartas Isogônicas e
Isopóricas.

Para o estudo destas variações, o


Observatório Nacional do Rio de
Janeiro publica em seu anuário um
Figura 21: Declinação Magnética
mapa do país com o traçado das
isopóricas (lugar geométrico das
Uso da Declinação Magnética regiões com mesma variação anual
da declinação magnética) e
A variação anual da Declinação Magnética tem importância na leitura e isogônicas (lugar geométrico das
orientação de um mapa. Junto com a variação geográfica (latitudes e longitudes regiões com mesma declinação
diferentes possuem declinações magnéticas diferentes) são elementos importantes para magnética).
o usuário de um mapa. Figura 22: Mapa de Declinação Magnética - Brasil
A Declinação Magnética é usada
para transformação dos rumos ou
azimutes magnéticos em rumos ou
azimutes geográficos. Os rumos ou
azimutes magnéticos são obtidos
com bússolas em campo.

8.6 - Cálculo da Declinação Magnética

DM = Cig + [(A + Fa) Cip], sendo:

DM = Declinação Magnética; Fração do Ano


Cig = Curva Isogônica (valor interpolado); 01 Jan a 19 Jan .0
A= Ano de Observação 20 Jan a 24 Fev .1
Fa = Fração do Ano (ver tabela) 25 Fev a 01 Abr .2

97 98
02 Abr a 07 Mai .3 Num certo mapa você encontrou os seguintes dados:
08 Mai a 13 Jun .4
14 Jun a 19 Jul .5 Para fazer a atualização para o ano 2003:
20 Jul a 25 Ago .6
26 Ago a 30 Set .7
01 Out a 06 Nov .8 17º53’
07 Nov a 12 Dez .9 2003
13 Dez a 31 Dez 1.0 1971
Exemplo, 0032 Anos
Cálculo para Campo Grande (MS) em 24/Set/2004

DM = -14º 37’ + [(4 + 0.7)(-8.96’)]


Encontrado quantos anos se passaram desde a
DM = -14º 37’ -42’ ultima atualização, verifica-se os graus durante
esses anos numa simples regra de três:
DM = -15º 19’
1 ano ________ cresce 8’

Cálculo da Declinação Magnética (simplificado) 32 anos _________ X

X = 256’
Saiba como fazer os cálculos da declinação magnética de uma certa região. Veja
as ilustrações : X = 256’ ou 4º 16'

• NM - Norte Magnético
• NV- Norte Verdadeiro ou Norte Geográfico
Agora pega-se os graus que vem no mapa e faz a seguinte conta:
Estas figuras indicam uma certa declinação. O norte magnético está a uma certa
distancia, medida em graus, que indica a declinação. 17º53' declinação anual antiga (do Para declinação Ocidental
mapa)
Preparar ou Declinar a Bússola: + 04º16' 360º = 359º 60' w
22º 09' - 22º 09'
Para isto você deve esta com um mapa da região que queira saber a declinação e ou 22º09' declinação anual atual 337º 51'
fazer a atualização.
O mesmo ocorre para a declinação Oriental.
1. Veja o ano da ultima declinação no mapa
2. veja quantos graus cresce a declinação por ano
Em todas as cartas impressas pelo IBGE, no canto inferior direito,
3. Observe se é Ocidental ou Oriental
encontraremos uma figura no qual possuem as seguintes informações:
4. Verifique a declinação anual do mapa
1 - a declinação entre o Norte Magnético e o Geográfico e o ano de referência.
2 - a taxa com que varia tal declinação.
Veja um exemplo
3 – o nome da folha topográfica.

99 100
Usando estas informações, podemos calcular a declinação magnética atual.
Sabemos que (neste caso) ela cresce 8’ anualmente, portando, desde 1977 até hoje
(2003) ela já cresceu (2003-1977)x8’= 208’, que dividido por 60 dá 3,46667º ou seja 3º
28'.

Assim, hoje, a declinação magnética é de 18º41' + 3º28' = 22º09'.

Desta forma, mesmo usando um mapa antigo, podemos ainda atualizar parte das
informações que ele contém.

NOTA: A parte dos minutos foi obtida assim: 0,46667° x 60 = 28' (se quiser
em segundos, multiplique por 60 de novo 0,46667° x 60 x60= 1680").

8.6.2 - Cálculos com o apoio da Declinação Magnética

Para exemplificar o cálculo de um Azimute


Magnético baseado nas informações de
Declinação Magnética existentes na legenda
de um mapa, veja ao lado, a figura
representativa de um esquema de orientação
de um mapa qualquer e com os dados
fornecidos obter :
Azimute Magnético em 2000,5
Azimute Geográfico

PASSO 1
Atualizando o valor da declinação magnética em 2000,5, temos diferença em anos que
multiplica a Variação anual :

PASSO 2
A declinação magnética em 2000,5 é igual a declinação de 1999 mais a variação até
2000,5:

PASSO 3
O Azimute Geográfico será o azimute da quadrícula menos a Convergência Meridiana:

PASSO 4
O Azimute Magnético em 2000,5 será o Azimute Geográfico mais a Declinação
Magnética:

101 102
A declinação magnética será então:
CÁLCULO DA DECLINAÇÃO MAGNÉTICA, OUTRO EXEMPLO
Declinação Magnética: é o ângulo formado entre o meridiano verdadeiro (norte/sul 4º 38’ 11,4” + 13º41’= 18019’11,4”
verdadeiro) e o meridiano magnético (norte/sul magnético) de um lugar. Este ângulo
varia de lugar para lugar e também varia num mesmo lugar com o passar do tempo.
Estas variações denominam-se seculares. Atualmente, para a determinação das
variações seculares e da própria declinação magnética, utilizam-se fórmulas DETERMINAÇÃO DO NORTE VERDADEIRO (MERIDIANO GEOGRÁFICO)
específicas (disponíveis em programas de computador específicos para Cartografia).
Vários são os processos para determinação do meridiano geográfico: por
A variação anual da declinação magnética é de 09’W (nove minutos oeste) observações astronômicas e por processos gráficos.
Para calcular a Dec. Mag. Têm de encontrar uma carta do IBGE onde estará anotada a Entre os processos astronômicos, baseados todos eles na observação de um astro
declinação magnética para o ano de produção da carta. com um teodolito, destaca-se: o das alturas correspondentes, o da observação do astro
Conte quantos meses e anos decorreram desde a produção da carta. E somar este valor na passagem pelo meridiano e o da observação do astro em uma posição qualquer.
em graus minutos segundos para obter a declinação magnética atualiza. Entre estes processos, o mais usado em topografia é o das alturas
Por Exemplo: correspondentes, em virtude de apresentarem resultados perfeitamente aceitáveis nos
trabalhos topográficos comuns, embora menos precisos que os demais processos
astronômicos, mais rigorosos e, por isso, os únicos que satisfazem à Geodésia.
NQ
NM NV O processo das alturas correspondentes está fundamentado no fato do astro, seja
o sol ou uma estrela, ao percorrer sua órbita, atingir a mesma altura (ângulo vertical) em
relação ao ponto de observação em posições simétricas à da sua passagem no meridiano
local.
Nas observações astronômicas, são usados teodolitos de precisão que permitem
13º41’ leituras diretas de 1” nos Limbos horizontal e vertical.
Entre os processos gráficos, o do estilete ou das sombras, baixa precisão,
Onde: embora baseado nos mesmos princípios das alturas correspondentes. Enquanto que o
NM – Norte Magnético dos mapas magnéticos determina indiretamente o meridiano geográfico por meio do
NQ – Norte da Quadrícula cálculo da declinação magnética local.
NV – Norte Verdadeiro

Janeiro de 1972
Carta do IBGE de Nova Granada Método das Alturas Correspondentes do Sol

Antes de iniciar o trabalho, com a finalidade de proteger a vista do observador


Exemplo para Dezembro de 2002: contra os raios solares, capazes de provocarem sérias lesões no globo ocular, se o Sol
Tempo percorrido → Dezembro de 2002 for visado diretamente com as lentes de aumento do teodolito, adaptam-se vidros
Março = mês 12, conte como mês 11, pois o mês de dezembro é o corrente escuros (acessórios do teodolito) na frente da ocular ou, na falta deles, obscurece-se a
11 objetiva com a fumaça da chama de uma vela.
2001, = 2001,91
12 Pela manhã, estaciona-se o teodolito em um ponto topográfico devidamente
0 materializado no terreno e, após calar e orientar corretamente o teodolito, bloqueia-se o
Janeiro de 1972 = 1971, = 1971 parafuso de pressão do movimento geral. Liberta-se o movimento da alidade, visa-se
12
Tempo percorrido = 2001,91 – 1971,00 um alvo distante (ponto de ré, visada para zerar o ângulo horizontal), prende-se este
Tempo percorrido = 30,91 anos movimento e com o parafuso de chamada da alidade, promove-se a colimação perfeita.
Variação = 30,91 x 09’w = 278,19’ w (nivelamento dos limbos)
278,19' Em seguida, sempre com o parafuso de pressão geral apertado e manejando os
= 4,6365º parafusos de pressão e de chamada da alidade, faz-se uma série de visadas ao Sol, no
60º
mínimo duas, anotando-se em cada visada a hora t da observação, o ângulo horizontal α
0,6365º corresponde a 38,19’ (1 grau corresponde a 60 minutos, fazendo uma regra de
e o ângulo vertical de altura i (ou zenital z). Efetuando-se três visadas, entre 9 e 11
três, temos que 0,6365 graus é igual a 38,19 minutos), ou seja, multiplica-se 0,6365 por
60. horas da manhã, por exemplo, serão anotados: t1, α1 e i1 na primeira, t2, α2 e i2 na
0,19’ = 11,4 segundos (multiplicando 0,19 por 60), portanto temos a variação da segunda, t3, α3 e i3 na terceira, e assim por diante, até o final das leituras.
declinação magnética para a carta de Nova Granada em Dezembro de 2002 Como o Sol em alturas iguais (mesmo ângulo vertical) ocupa posições
correspondente a: 4º 38’ 11,4” simétricas em relação ao seu ponto de culminação ou de passagem pelo meridiano,

103 104
correspondente ao meio-dia aproximadamente, mantém-se o círculo vertical do Conhecida a declinação magnética, assinala-se a direção do meridiano
teodolito, registrando o mesmo ângulo lido na ultima visada. Ao se aproximar a hora geográfico, no terreno, da seguinte maneira: com o teodolito estacionado em um ponto
simétrica de t3, i3, por exemplo, já no período da tarde, ou seja t4 = 24 - t3, faz-se nova A visa-se na direção do norte magnético com o limbo horizontal assinalando 0o; se a
visada e anota-se t4, α4 e i4; nas horas t5 e t6, respectivamente simétricas de t2 e t1, faz-se declinação é W, por exemplo, imprime-se uma rotação na luneta em torno do eixo
as leituras dos ângulos horizontais α5 e α6 com os ângulos verticais iguais a i2 e i1. vertical do valor do ângulo da declinação no sentido E e assinala-se o ponto B no
A título de verificação, faz-se nova visada ao alvo reparo (visada de ré), cujo terreno e o alinhamento AB terá a direção do meridiano geográfico. Se a declinação
ângulo horizontal foi zerado, que deverá estar de novo indicando 0o, caso contrário a magnética for para E o ângulo é lançado no terreno na direção contrária, ou seja W.
medição pode estar errada.
Em virtude da dificuldade em colimar com exatidão o centro do disco solar,
deve-se visar o Sol tangenciando-o com os fios do retículo (Fig. 12). Pela manhã, o
vertical tangência o lado direito do disco e à tarde o lado esquerdo ou vice-versa, Método do Estilete ou da Sombra do Sol
enquanto o fio horizontal deve tangenciar sempre a parte inferior ou a superior do disco.
Nestas condições, na primeira visada o ângulo horizontal estaria aumentado do erro + e, O processo do estilete, também conhecido como processo da sombra do Sol, é
na segunda de – e, ambos iguais ao semi-diâmetro do Sol, e que são anulados no circulo de baixa precisão, servindo apenas para quando se trabalha com equipamentos mais
do ângulo horizontal médio. rudimentares.
Consiste no seguinte: sobre um dos lados do perímetro, ou sobre uma linha cuja
posição tenha ficado bem determinada na planta escolhe-se uma superfície plana e
horizontal de um terreno úmido e limpo. Aí crava-se, verticalmente, uma vara de
aproximadamente 2m de altura, sendo que devemos verificar, com auxílio de um fio de
prumo, se ela está bem na vertical.
Com auxílio de um barbante resistente, fazendo-se centro no pé da vara,
traçados no chão, dois ou mais arcos de círculos concêntricos, Figura 13.

Figura 12: visada do Sol tangenciando os fios do retículo.

O ângulo horizontal do meridiano geográfico, correspondente à sua declinação


magnética, será a média dos ângulos horizontais das observações:

α1 + α 2 + α 3 + α 4 + α 5 + α 6
α=
6

E assim de posse de uma bússola pode-se apontar o teodolito para o ângulo


encontrado e com a linha de fé da bússola alinhada no sentido do ângulo encontrado Figura 13
registra-se a declinação magnética no local fazendo-se a leitura no limbo da bússola na
posição que a agulha aponta. Depois disto feito, pela manhã, num dia de céu bem limpo, observa-se a sombra
e marca-se os pontos 1, 2 e 3, no momento em que a extremidade da sombra da vara
encontra cada um dos arcos de círculos traçados no terreno. Faz-se, do mesmo modo,
Método das Alturas Correspondentes de uma Estrela quando o sol se encontrar do lado ocidental, marcando-se os pontos 3, 2 e 1. Esses
pontos correspondem às diversas leituras do sol (Fig. 14). Para facilidade de
A sua execução é idêntica ao processo das alturas correspondentes do Sol, isto é, determinação desses pontos, coloca-se na parte superior da vara uma moeda com um
por meio de observações para uma estrela em horas simétricas em relação à sua pequeno orifício no centro, para melhor distinguir a extremidade da sombra, que
passagem no meridiano, com a diferença da colimação ser feita no ponto imagem da terminará em razão da moeda perfurada, por um disco luminoso. Esses pontos são
estrela, vista no campo visual da luneta. Para a execução deste processo, o teodolito ter materializados no terreno, com auxílio de pregos enterrados no solo, e em seguida
de contar com um dispositivo para a iluminação dos círculos graduados e do retículo. determinamos o meio das distâncias 1-1, 2-2 e 3-3, que serão também marcadas no
terreno, e que ligadas darão a direção da bissetriz dos ângulos 1Ô1, 2Ô2 e 3Ô3, que
Por Meio de Mapas Magnéticos representa a interseção do meridiano geográfico com o plano horizontal.
Com o auxílio de um Mapa magnético, o meridiano geográfico tem sua direção
determinada por intermédio do cálculo da declinação magnética. Da forma que já foi
descrita anteriormente, através de interpolação das curvas isogônicas e isoporícas.

105 106
MEDIDAS ANGULARES
Em relação aos ângulos medidos em Topografia, pode-se classificá-los em:

Ângulos Horizontais
Os ângulos horizontais medidos em Topografia podem ser:

a)Internos
Para a medida de um ângulo horizontal interno a dois alinhamentos
consecutivos de uma poligonal fechada, o aparelho deve ser estacionado, nivelado e
centrado com perfeição, sobre um dos pontos que a definem (o prolongamento do eixo
Figura 14
principal do aparelho deve coincidir com a tachinha sobre o piquete).
Assim, o método de leitura do referido ângulo, utilizando um teodolito
Se esses pontos 1, 3 e 2, não ficarem sobre a reta do pé da vara, deve-se
eletrônico ou uma estação total, consiste em:
determinar o alinhamento médio desses pontos com a vara, para termos então a direção
• Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a vante (primeiro
do meridiano geográfico do local. Assim, determinada a direção da linha N-S
alinhamento);
verdadeira marca-se, no terreno, com duas estacas tacheadas, e esticamos entre elas um
fio de barbante, anotando a direção do norte, para evitar qualquer confusão. Em • Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição
seguida, colocamos por baixo do barbante que materializa a direção N-S verdadeira (procedimento padrão → Hz = 000°00'00");
uma bússola de mão, de maneira que a sua linha de fé coincida com o barbante ou lhe • Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário),
fique paralela. executando a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (segundo
Soltando a agulha imantada que, depois de algumas oscilações, tomará a direção alinhamento);
do meridiano magnético do lugar, e o ângulo indicado pela ponta Norte da agulha, no • Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD
limbo da bússola, será o valor da declinação magnética do local. que corresponde ao ângulo horizontal interno medido.
Este processo pode também ser feito sobre uma mesa de desenho, posta A figura a seguir ilustra os ângulos horizontais internos medidos em
horizontalmente, sobre a qual se coloca um estilete vertical. todos os pontos de uma poligonal fechada.

A relação entre os ângulos horizontais internos de uma poligonal


fechada é dada por:
ΣHz i = 180°.(n − 2)
Onde n representa o número de pontos ou estações da poligonal.

b)Externos
Para a medida de um ângulo horizontal externo a dois alinhamentos
consecutivos de uma poligonal fechada, o aparelho deve ser estacionado, nivelado e
centrado com perfeição, sobre um dos pontos que a definem (o prolongamento do eixo
principal do aparelho deve coincidir com a tachinha sobre o piquete).
Assim, o método de leitura do referido ângulo, utilizando um teodolito
eletrônico ou uma estação total, consiste em:

107 108
• Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (primeiro • Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD
alinhamento); que corresponde à deflexão medida.
• Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição A figura a seguir ilustra as deflexões medidas em todos os pontos de
(procedimento padrão → Hz = 000°00'00"); uma poligonal fechada, tombando a luneta.
• Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário),
executando a pontaria (fina) sobre o ponto a vante (segundo
alinhamento);
• Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD
que corresponde ao ângulo horizontal externo medido.
A figura a seguir ilustra os ângulos horizontais externos medidos em
todos os pontos de uma poligonal fechada.

A relação entre as deflexões de uma poligonal fechada é dada por:


Σ D d − Σ D e = 360 °
A relação entre as deflexões e os ângulos horizontais internos de uma
poligonal fechada é dada por:
De = H zi − 180°
para Hzi > 180°
e
Dd = 180° − H zi
para Hzi < 180°
A relação entre os ângulos horizontais externos de uma poligonal
Girando o Aparelho
fechada é dada por:
• Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (primeiro
alinhamento);
ΣHz e = 180°.(n + 2)
• Imputar ao círculo horizontal do aparelho, nesta posição, um
Onde n representa o número de pontos ou estações da poligonal. ângulo Hz = 180°00'00";
Os ângulos horizontais internos e externos variam de 0° a 360°. • Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário),
c)Deflexão executando a pontaria (fina) sobre o ponto a vante (segundo
A deflexão é o ângulo horizontal que o alinhamento à vante forma alinhamento);
com o prolongamento do alinhamento à ré, para um aparelho estacionado, nivelado e • Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD
centrado com perfeição, em um determinado ponto de uma poligonal. Este ângulo varia que corresponde à deflexão medida.
de 0° a 180°. Pode ser positivo, ou à direita, se o sentido de giro for horário; negativo, A figura a seguir ilustra a deflexão medida em um dos pontos de uma
ou à esquerda, se o sentido de giro for anti-horário. poligonal fechada, girando o aparelho.
Assim, para a medida da deflexão, utilizando um teodolito eletrônico
ou uma estação total, procede-se da seguinte maneira:
Tombando a Luneta
• Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (primeiro
alinhamento);
• Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição
(procedimento padrão → Hz = 000°00'00");
• Liberar somente a luneta do aparelho e tombá-la segundo o
prolongamento do primeiro alinhamento; Nos levantamentos topográficos, a escolha do tipo de ângulo horizontal que
• Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário), será medido depende do projeto e, a medida destes ângulos, constitui-se numa das suas
executando a pontaria (fina) sobre o ponto a vante (segundo maiores fontes de erro.
alinhamento); Assim, para evitar ou mesmo eliminar erros concernentes às imperfeições
do aparelho, à pontaria e leitura daqueles ângulos, utilizam-se métodos em que se

109 110
realizam mais de uma medição do ângulo horizontal para um mesmo ponto de b)Método da Reiteração
poligonal. São eles: Ainda segundo ESPARTEL (1977) e DOMINGUES (1979) este
método consiste em visar, sucessivamente, os alinhamentos a vante e a ré de um
a)Método da Repetição determinado ponto ou estação, tomando como partida para a medida do ângulos
Segundo ESPARTEL (1977) e DOMINGUES (1979) este método horizontal intervalos regulares do círculo.
consiste em visar, sucessivamente, os alinhamentos a vante e a ré de um determinado Assim como indicado na figura a seguir:
ponto ou estação, fixando o ângulo horizontal lido e tomando-o como partida para a • A luneta do aparelho é apontada para o ponto a vante
medida seguinte. (pontaria fina) e o círculo horizontal do mesmo é zerado;
Assim como indicado na figura a seguir: • Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada
• A luneta do aparelho é apontada para o ponto a vante (pontaria fina) para o ponto a ré;
(pontaria fina) e o círculo horizontal do mesmo é zerado; • O ângulo horizontal resultante é anotado ou registrado;
• Em seguida, o aparelho é liberado e a luneta é apontada • O aparelho é liberado e a luneta é novamente apontada para
(pontaria fina) para o ponto a ré; o ponto a vante;
• O ângulo horizontal resultante é anotado ou registrado; • O ângulo de partida utilizado neste momento para a segunda
• O aparelho é liberado e a luneta é novamente apontada para medida do ângulo horizontal deve ser diferente de zero e inteiro.
o ponto a vante; (ex.: 090°00’00”, 180°00’00”, 270°00’00”);
• O ângulo de partida utilizado neste momento para a segunda • Libera-se novamente o aparelho e aponta-se para o ponto a
medida do ângulo horizontal não é mais zero, e sim, o ângulo ré;
anotado ou registrado anteriormente; • Um novo ângulo horizontal é anotado ou registrado.
• Libera-se novamente o aparelho e aponta-se para o ponto a • O processo se repete um certo número n de vezes, até que o
ré; ângulo tenha sido medido em todos os quadrantes do círculo.
• Um novo ângulo horizontal é anotado ou registrado.
• O processo se repete um certo número n de vezes.

A este processo de medir sucessivamente várias vezes o mesmo


ângulo horizontal denomina-se série de leituras.
As séries são compostas, normalmente, de 3 a 8 leituras, dependendo O valor final do ângulo horizontal, para os alinhamentos medidos, é
da precisão exigida para o levantamento. dado pela seguinte relação:
O valor final do ângulo horizontal, para os alinhamentos medidos, é Σ ( Hz 2 − Hz 1 )
dado pela seguinte relação: Hz =
n
Hz n − Hz 1 Onde:
Hz =
( n − 1) Hz2: é a leitura do ângulo horizontal (na ré).
Onde: Hz1: é o ângulo horizontal de partida utilizado (na vante).
Hzn: é a última leitura do ângulo horizontal (na ré). n: número de leituras efetuadas na vante.
Hz1: é a leitura do primeiro ângulo de partida utilizado (na vante).
n: número de leituras efetuadas.
Ângulos Verticais
Como descrito anteriormente, a medida dos ângulos verticais, em alguns
aparelhos, poderá ser feita da seguinte maneira:

111 112
a)Com Origem no Horizonte
Quando recebe o nome de ângulo vertical ou inclinação, variando de
0° a 90° em direção ascendente (acima do horizonte) ou (abaixo do horizonte).
b)Com Origem no Zênite ou no Nadir
Quando recebe o nome de ângulo zenital ou nadiral, variando de 0° a
360°.
As relações entre o ângulo zenital e o vertical são as seguintes:

Ângulo Zenital Inclinação Direção


000° < V ≤ 090° α = 90° - V Ascendente
090° < V ≤ 180° α = V - 90° Descendente
180° < V ≤ 270° α = 270° - V Descendente
270° < V ≤ 360° α = V - 270° Ascendente

MÉTODOS DE LEVANTAMENTO
PLANIMÉTRICOS

113 114
MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS PLANIMÉTRICOS Este método é muito empregado em projetos que envolvem amarração de
Nos itens anteriores foram descritos os métodos e equipamentos utilizados na detalhes e na densificação do apoio terrestre para trabalhos topográficos e
medição de distâncias e ângulos durante os levantamentos topográficos. fotogramétricos.
Estes levantamentos, porém, devem ser empregados obedecendo certos critérios e
seguindo determinadas etapas que dependem do tamanho da área, do relevo e da
precisão requerida pelo projeto que os comporta.
Na seqüência, portanto, serão descritos os métodos de levantamentos
planimétricos que envolvem as fases de:
• Reconhecimento do Terreno
• Levantamento da Poligonal
• Levantamento das Feições Planimétricas
• Fechamentos, Área, Coordenadas
• Desenho da Planta e Memorial Descritivo EXEMPLO

LEVANTAMENTO POR IRRADIAÇÃO NM

O Método da Irradiação também é conhecido como método da 3 0


Decomposição em Triângulos ou das Coordenadas Polares.
É empregado na avaliação de pequenas superfícies relativamente planas,
com boa visibilidade entre os limites do terreno.
Uma vez demarcado o contorno da superfície a ser levantada, o método
consiste em localizar, estrategicamente, um ponto (P), dentro ou fora da superfície
demarcada, e de onde possam ser avistados todos os demais pontos que a definem.
Assim, deste ponto (P) são medidas as distâncias aos pontos definidores da
referida superfície, bem como, os ângulos horizontais entre os alinhamentos que
possuem (P) como vértice.
A medida das distâncias poderá ser realizada através de método direto, A
indireto ou eletrônico e a medida dos ângulos poderá ser realizada através do emprego
de teodolitos óticos ou eletrônicos.
A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de
dispositivo ou equipamento utilizado. 3 1
A figura a seguir ilustra uma superfície demarcada por sete pontos com o
ponto (P) estrategicamente localizado no interior da mesma. De (P) são medidos os PONTO A – TEODOLITO COM BÚSSOLA
ângulos horizontais (Hz1 a Hz7) e as distâncias horizontais (DH1 a DH7). (OU VÉRTICE COM COORDENADAS CONHECIDAS)

ponto A – X =10m; Y = -15m


PONTOS AZ.D DISTÂNCIA
A 0 75o30’ 25,50m
A 1 136o20’ 40,00m
A 2 212o19’ 33,20m
A 3 315o34’ 24,00m
Valores anotados em campo.

De cada triângulo (cujo vértice principal é P) são conhecidos dois lados e


um ângulo. As demais distâncias e ângulos necessários à determinação da superfície em
questão são determinados por relações trigonométricas.

115 116
CÁLCULO DAS COORDENADAS TOTAIS Neste exemplo, para o ponto 0:
Rumo = Azimute
Dx = 25,50 x sen75o30’
Dx = 25,50 x sen75,50
Dx = 24,684m

Dy = Dx = 25,50 x cos75o30’
Dy = 25,50 x cos75,50
Dy = 6,375m

Ponto 1
R = 180o – Az Æ R = 180o - 136o20’ = 43o 40’
Dx = l x senR = 40 x sen43o 40’ = 27,600m
Dy = l x cosR = 40 x cos43o 40’ = -28,920m

X0 = Longitude do ponto – distância até o meridiano mais próximo ou, obtido


transporte de coordenadas ou ainda, coordenada do vértice geográfico, quando for o
caso.
Y0 = Latitude do ponto – distância até o 1o paralelo mais próximo.

PONTOS AZ.D DISTÂNCIA Coord. Parciais Coord. Totais A


Dx Dy X Y
o
A 0 75 30’ 25,50m 24,684 6,375 34,684 -8,625 0
A 1 136o20’ 40,00m 27,600 -28,920 37,600 -43,920 1
A 2 212o19’ 33,20m -17,728 -28,054 -7,728 -43,054 2
A 3 315o34’ 24,00m -16,800 17,136 -6,800 2,136 3

X0 = Xa + Dx
Y0 = Ya + Dy

senR = Dx/l Æ Dx = l senR


cosR = Dy/l Æ Dy = l cosR

117 118
LEVANTAMENTO POR CAMINHAMENTO
LEVANTAMENTO POR INTERSEÇÃO
Segundo ESPARTEL (1977) este é o método utilizado no levantamento de
Segundo ESPARTEL (1977), o Método da Interseção também é conhecido como superfícies relativamente grandes e de relevo acidentado. Requer uma quantidade
método das Coordenadas Bipolares. maior de medidas que os descritos anteriormente, porém, oferece maior confiabilidade
É empregado na avaliação de pequenas superfícies de relevo acidentado. no que diz respeito aos resultados.
Uma vez demarcado o contorno da superfície a ser levantada, o método O método em questão inclui as seguintes etapas:
consiste em localizar, estrategicamente, dois pontos (P) e (Q), dentro ou fora da 1ª.Reconhecimento do Terreno: durante esta fase, costuma-se fazer a
superfície demarcada, e de onde possam ser avistados todos os demais pontos que a implantação dos piquetes (também denominados estações ou vértices) para a
definem. delimitação da superfície a ser levantada. A figura geométrica gerada a partir desta
Assim, mede-se a distância horizontal entre os pontos (P) e (Q), que delimitação recebe o nome de POLIGONAL.
constituirão uma base de referência, bem como, todos os ângulos horizontais formados As poligonais podem ser dos seguintes tipos:
entre a base e os demais pontos demarcados.
A medida da distância poderá ser realizada através de método direto, a)Aberta: o ponto inicial (ponto de partida ou PP) não coincide com o
indireto ou eletrônico e a medida dos ângulos poderá ser realizada através do emprego ponto final (ponto de chegada ou PC).
de teodolitos óticos ou eletrônicos.
A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de b)Fechada: o ponto de partida coincide com o ponto de chegada (PP
dispositivo ou equipamento utilizado. ≡ PC).
A figura a seguir ilustra uma superfície demarcada por sete pontos com os
pontos (P) e (Q) estrategicamente localizados no interior da mesma. De (P) e (Q) são c)Apoiada: parte de um ponto conhecido e chega a um ponto também
medidos os ângulos horizontais entre a base e os pontos (1 a 7). conhecido. Pode ser aberta ou fechada.

d)Semi Apoiada: parte de um ponto conhecido e chega a um ponto do


qual se conhece somente o azimute. Só pode ser do tipo aberta.

e)Não Apoiada: parte de um ponto que pode ser conhecido ou não e


chega a um ponto desconhecido. Pode ser aberta ou fechada.

Obs.: um ponto é conhecido quando suas coordenadas UTM (E,N) ou


Geográficas (φ,λ) encontram-se determinadas. Estes pontos são implantados no terreno
através de blocos de concreto (denominados marcos) e são protegidos por lei.
Normalmente, fazem parte de uma rede geodésica nacional, de responsabilidade dos
principais órgãos cartográficos do país (IBGE, DSG, DHN, entre outros). Quando
destes pontos são conhecidas as altitudes (h), estes são denominados RN - Referência
De cada triângulo são conhecidos dois ângulos e um lado (base definida por de Nível.
PQ). As demais distâncias e ângulos necessários à determinação da superfície em A figura a seguir ilustra um marco de concreto e suas dimensões.
questão são determinados por relações trigonométricas.

119 120
No desenho devem constar:
- as feições naturais e/ou artificiais (representados através de
símbolos padronizados ou convenções) e sua respectiva
toponímia
- a orientação verdadeira ou magnética
- a data do levantamento
- a escala gráfica e numérica
- a legenda e convenções utilizadas
- o título (do trabalho)
- o número dos vértices, distância e azimute dos alinhamentos
- os eixos de coordenadas
- área e perímetro
- os responsáveis pela execução
O desenho pode ser:
- monocromático: todo em tinta preta.
- policromático:
azul → hidrografia
vermelho → edificações, estradas, ruas, calçadas, caminhos
...
verde → vegetação
preto → legenda, malha e toponímia
2ª.Levantamento da Poligonal: durante esta fase, percorre-se as estações da
b)Escala: a escolha da escala da planta se dá em função do tamanho
poligonal, uma a uma, no sentido horário, medindo-se ângulos e distâncias horizontais.
da folha de papel a ser utilizado, do afastamento dos eixos coordenados, das folgas ou
Estes valores, bem como o croqui de cada ponto, são anotados em cadernetas de campo
margens e da precisão requerida para o trabalho.
apropriadas ou registrados na memória do próprio aparelho. A escolha do método para a
A tabela a seguir indica os formatos de papel utilizados para a
medida dos ângulos e distâncias, assim como dos equipamentos, se dá em função da
confecção de plantas, segundo as normas da ABNT.
precisão requerida para o trabalho e das exigências do contratante dos serviços (cliente).
Formato Tamanho(mm) Área(m2)
3ª.Levantamento dos Detalhes: nesta fase, costuma-se empregar o método
2xA0 1682x1680 22
das perpendiculares ou da triangulação (quando o dispositivo utilizado para amarração
A0 841x1188 91
é a trena), ou ainda, o método da irradiação (quando o dispositivo utilizado é o teodolito
A1 594x841 0,50
ou a estação total).
A2 420x594 0,25
A3 297x420 0,1250
4ª.Orientação da Poligonal: é feita através da determinação do rumo ou
A4 210x297 0,0625
azimute do primeiro alinhamento. Para tanto, é necessário utilizar uma bússola
A5 148x210 0,0313
(rumo/azimute magnéticos) ou partir de uma base conhecida (rumo/azimute
Estes formatos correspondem à seguinte divisão de folhas, a partir
verdadeiros).
do formato principal que é o A0:
5ª.Computação dos Dados: terminadas as operações de campo, deve-se
proceder a computação, em escritório, dos dados obtidos. Este é um processo que
envolve o fechamento angular e linear, o transporte dos rumos/azimutes e das
coordenadas e o cálculo da área.

6ª.Desenho da Planta e Redação do Memorial Descritivo: depois de


determinadas as coordenadas (X, Y) dos pontos medidos, procede-se a confecção do
desenho da planta da seguinte forma:
a)Desenho Topográfico: os vértices da poligonal e os pontos de
referência mais importantes devem ser plotados segundo suas coordenadas (eixos X e
Y), enquanto os pontos de detalhes comuns (feições), devem ser plotados com o auxílio As margens (ou folgas) normalmente aplicadas são de 25 a 30mm
de escalímetro, compasso e transferidor (para desenhos confeccionados manualmente). para a lateral esquerda e de 5 a 15mm para as outras laterais.

121 122
PROCESSAMENTO DOS DADOS
O processamento dos dados inclui o fechamento dos ângulos horizontais, o
transporte dos azimutes, o fechamento das distâncias horizontais, o transporte das
coordenadas e o cálculo da área.
A seguir apresenta-se a seqüência dos cálculos:
1. Transformação dos ângulos horizontais externos em internos
Hz i = 360° − Hz e
2. Erro de fechamento angular
ΣHz i = 180°.(n − 2)
c)Memorial Descritivo: é um documento indispensável para o Se o somatório dos ângulos horizontais internos medidos não resultar no
registro, em cartório, da superfície levantada. Deve conter a descrição pormenorizada valor estipulado pela relação acima, haverá um erro de fechamento (e).
desta superfície no que diz respeito à sua localização, confrontantes, área, perímetro, O erro encontrado não pode ser maior que a tolerância angular (ξ).
nome do proprietário, etc. A tolerância angular, por sua vez, depende do aparelho utilizado.
Para a estação total TC500, a tolerância angular é dada por:
ξ = 5" n
Onde n representa o número de vértices da poligonal medida.

3. Distribuição do erro angular


A correção devido ao erro de fechamento angular é proporcional ao
ângulo medido na estação e é dada pela seguinte relação:
Hz i .e
Cn =
∑ Hz i
Os valores de correção encontrados para cada ângulo devem ser somados
ou subtraídos aos mesmos conforme o erro seja para menos ou para mais.

4. Transporte do azimute
De posse do azimute do primeiro alinhamento da poligonal (medido ou
calculado), faz-se o transporte para os demais alinhamentos através da relação:
Az( P ) = Az( P − 1) − Hz( P )
Se o Az(P) > 180° → Az(P) = Az(P) - 180°
Se o Az(P) < 180° → Az(P) = Az(P) + 180°
Para checar se o transporte do azimute foi processado corretamente, o
azimute de chegada encontrado deve ser igual ao azimute de saída.

5. Variações em X e Y
As variações em X e Y de cada estação da poligonal são calculadas
através das seguintes relações:
ΔX( P ) = DH( P ). sen( Az( P ))
ΔY( P ) = DH( P ). cos( Az( P ))

6. Fechamento linear
O fechamento linear de uma poligonal é feito através das seguintes
relações:
∑ Δ X = 0 e ∑ ΔY = 0
Caso os somatórios não sejam iguais a zero, haverá um erro de
fechamento linear em X (ex) e outro em Y (ey).

123 124
7. Distribuição do erro linear
As correções devido ao erro de fechamento linear são proporcionais às
distâncias medidas e são dadas pelas seguintes relações:
ex ey
Cx( P ) = .DH( P ) Cy( P ) = .DH( P )
P e P
Os valores de correção encontrados para cada variação em X e Y devem
ser somados ou subtraídos às mesmas conforme os erros sejam para menos ou para
mais.

8. Precisão do levantamento
A precisão (M) do levantamento é determinada pela relação: MEDIDA ELETRÔNICA DE DISTÂNCIAS
P
M= 2 2
ε onde ε = ex + ey
O valor de M deve ser superior a 1000 para que o levantamento seja
considerado de topográfico (quarta ordem).

9. Transporte das coordenadas


De posse das coordenadas X e Y (locais ou UTM) do primeiro ponto da
poligonal, faz-se o transporte para os demais pontos através das relações:
X( P ) = X( P − 1) + ΔX( P − 1) e Y( P ) = Y( P − 1) + ΔY( P − 1)
Para checar se o transporte das coordenadas foi processado corretamente,
os valores de X e Y de chegada encontrados devem ser iguais aos valores de X e Y de
saída.
Com os valores de coordenadas encontrados procede-se o cálculo da
escala e desenho da planta.

10. Área
O valor da área da poligonal medida é encontrado aplicando-se o Método
de Gauss.

Exercícios
1.Dada a tabela de valores abaixo, determine as coordenadas dos pontos e a
área da poligonal.
Estação Hze DH
Az1 258°36'00” 1317,52 m
Az2 210°47'00” - 1253,94 m
Az3 279°01'30”- 1208,27 m
Az4 243°41'00”- 1899,70 m
Az5 267°55'30” - 1148,62 m
As coordenadas do ponto 1 são: X(1) = 1000,00m e Y(1) = 1000,00m.

2.Com as coordenadas do exercício anterior, desenhar a poligonal sobre


uma folha de papel tamanho A4 descontando margens de 2 cm para cada lado da folha.

125 126
MEDIDA ELETRÔNICA
De acordo com alguns autores, a medida eletrônica de distâncias não pode
ser considerada um tipo de medida direta pois não necessita percorrer o alinhamento a
medir para obter o seu comprimento.
Nem por isso deve ser considerada um tipo de medida indireta, pois não
envolve a leitura de réguas e cálculos posteriores para a obtenção das distâncias.
Na verdade, durante uma medição eletrônica, o operador intervém muito
pouco na obtenção das medidas, pois todas são obtidas automaticamente através de um
simples pressionar de botão.
Este tipo de medição, no entanto, não isenta o operador das etapas de
estacionamento, nivelamento e pontaria dos instrumentos utilizados, qualquer que seja
a tecnologia envolvida no processo comum de medição.
Segundo LOCH e CORDINI (1995) os instrumentos eletrônicos
apresentam inúmeras vantagens em relação aos tradicionais processos de medida, tais
como: economia de tempo, facilidade de operação e, principalmente, precisão adequada A figura a seguir ilustra uma medição interna utilizando trena
aos vários tipos de trabalhos topográficos, cartográficos e geodésicos. eletrônica onde a parede é o anteparo que reflete o sinal emitido. No caso, estão sendo
A medida eletrônica de distâncias baseia-se na emissão/recepção de sinais tomadas a altura e largura de um aposento.
luminosos (visíveis ou não) ou de microondas que atingem um anteparo ou refletor. A
distância entre o emissor/receptor e o anteparo ou refletor é calculada eletronicamente
e, segundo KAVANAGH e BIRD (1996), baseia-se no comprimento de onda, na
freqüência e velocidade de propagação do sinal.
Embora o tópico em discussão seja o da medida eletrônica de distâncias,
alguns dos equipamentos que serão descritos em seguida também medem ângulos
eletronicamente.
Assim, entre os principais equipamentos utilizados atualmente na medida
eletrônica de distâncias e/ou ângulos, pode-se citar:

a)Trena Eletrônica
îdispositivo eletrônico composto de um emissor/receptor de sinais
que podem ser pulsações ultra-sônicas ou feixe de luz
infravermelho;
îo alcance depende do dispositivo;
înormalmente, para a determinação de distâncias acima de 50 b)Teodolito Eletrônico
metros, é necessário utilizar um alvo eletrônico para a correta îé um dispositivo com ótica de alto rendimento, mecânica de
devolução do sinal emitido; precisão, facilidade de utilização e altíssima confiabilidade;
îcomo explicitado anteriormente, o cálculo da distância é feito em înormalmente faz parte de um sistema modular que permite adaptar
função do tempo que o sinal emitido leva para atingir o alvo, ser outros equipamentos de medição (distanciômetro ou trena
refletido e recebido de volta; a freqüência e o comprimento do eletrônica) que se adeqüem às suas novas necessidades a um custo
sinal são conhecidos pelo dispositivo; reduzido;
îo sinal é então recebido e processado e a distância calculada é A figura a seguir ilustra um teodolito eletrônico da marca LEICA
mostrada num visor de cristal líquido (LCD); (modelo T460d) e uma trena eletrônica, também da LEICA, a ele acoplada para a
îalguns destes dispositivos são capazes de processar, entre outras medição das distâncias.
coisas, áreas, volumes, adição e subtração de distâncias, etc.;
îfunciona com pilhas ou bateria, do tipo encontrado em
supermercado;
îo custo deste dispositivo, bem como, dos demais dispositivos que
serão descritos mais adiante, varia muito e depende da tecnologia
envolvida, das funções que disponibiliza e do fabricante.
As figuras a seguir ilustram trenas eletrônicas de diferentes
fabricantes (SOKKIA e LEICA), selecionadas a partir de páginas da INTERNET.

127 128
hidrelétricas, pontes, estruturas metálicas, etc.), medição
industrial, exploração de minérios, em levantamentos topográficos
e geodésicos, etc..
A figura a seguir ilustra um teodolito eletrônico da marca ZEISS
(modelo eth2lrg). Percebem-se os visores LCD correspondentes ao ângulo vertical e
horizontal medidos pelo aparelho.

înão utiliza, necessariamente, sinais refletores para a identificação do


ponto a medir, pois é um equipamento específico para a medição
eletrônica de ângulos e não de distâncias;
îassim, possibilita a leitura de ângulos (Hz e V) contínuos em
intervalos que variam de 20”, 10”, 7”, 5”, 3”, 2”, 1.5”, 1” e 0.5",
dependendo da aplicação e do fabricante;
îdispõe de prumo ótico ou a laser, como indica a figura a seguir, e
com magnitude (focal) de até 2X;
c)Distanciômetro Eletrônico
îé um equipamento exclusivo para medição de distâncias (DH, DV e
DI);
îa tecnologia utilizada na medição destas distâncias é a do
infravermelho;
îa precisão das medidas depende do modelo de equipamento
utilizado;
A figura a seguir ilustra a vista posterior (teclado e visor) e anterior
(emissor e receptor do infravermelho) de um distanciômetro da marca LEICA, modelo
DI3000s.

îpossui visor de cristal líquido (LCD) com teclado de funções e


símbolos específicos que têm por finalidade guiar o operador
durante o levantamento;
îo teclado, bem como o equipamento, são relativamente resistentes a
intempéries;
îalguns fabricantes já disponibilizam teodolitos à prova d’água;
îfunciona com bateria específica, porém, recarregável;
îa luneta tem uma magnitude (focal) que varia de 26X a 30X;
îpermite medições sob temperaturas que variam de -20°C a +50°C,
dependendo das especificações do fabricante;
îpode ser utilizado em trabalhos de engenharia que envolvam
medição de deformações em grandes obras (barragens,

129 130
îquando se utiliza o prisma acoplado a um bastão, é possível ajustar
a altura do mesmo, que é graduado em centímetros e polegadas;
îa determinação das distâncias é feita em poucos segundos e os
resultados são visualizados através de um visor LCD;
îfunciona com bateria específica, porém, recarregável;
îpode ser utilizado em levantamentos geodésicos pois as distâncias
reduzidas são corrigidas automaticamente dos efeitos da curvatura
îé normalmente utilizado acoplado a um teodolito ótico-prismático terrestre e da refração atmosférica.
convencional ou a um teodolito eletrônico;
îo alcance deste equipamento varia entre 500m a 20.000m e depende
da quantidade de prismas utilizados para a reflexão do sinal, bem d)Estação Total
como, das condições atmosféricas; îde acordo com KAVANAGH e BIRD (1996), uma estação total é o
îo prisma é um espelho circular, de faces cúbicas, utilizado acoplado conjunto definido por um teodolito eletrônico, um distanciômetro
a uma haste de metal ou bastão e que tem por finalidade refletir o a ele incorporado e um microprocessador que automaticamente
sinal emitido pelo aparelho precisamente na mesma direção em monitora o estado de operação do instrumento;
que foi recebido; îportanto, este tipo de equipamento é capaz de medir ângulos
îo sinal refletor (bastão + prismas) deve ser posicionado sobre o horizontais e verticais (teodolito) e distâncias horizontais, verticais
ponto a medir, na posição vertical, com a ajuda de um nível de e inclinadas (distanciômetro), além de poder processar e mostrar
bolha circular ou de um bipé; e, em trabalhos de maior precisão, ao operador uma série de outras informações, tais como: condições
deverá ser montado sobre um tripé com prumo ótico ou a laser; do nivelamento do aparelho, número do ponto medido, as
A figura a seguir ilustra um bastão, um prisma e um tripé específico coordenadas UTM ou geográficas e a altitude do ponto, a altura do
para bastão, todos da marca SOKKIA. aparelho, a altura do bastão, etc.;
îa tecnologia utilizada na medição das distâncias é a do
infravermelho;
îas medidas obtidas com o levantamento podem ser registradas em
cadernetas de campo convencionais, através de coletores de
dados, ou, como no caso dos equipamentos mais modernos,
através de módulos específicos (tipo cartão PCMCIA)
incorporados ao próprio aparelho;
îo coletor de dados é normalmente um dispositivo externo (que pode
ser uma máquina de calcular), conectado ao aparelho através de
um cabo e capaz de realizar as etapas de fechamento e ajustamento
do levantamento;
A figura a seguir ilustra um coletor de dados TOPCON, o cabo pelo
îquanto maior a quantidade de prismas acoplados ao bastão, maior é qual está conectado à estação total e uma ampliação do visor LCD com informações
o alcance do equipamento; sobre a medição.
As figuras a seguir ilustram dois tipos de conjunto de prismas: o
primeiro, com três prismas e alvo; o segundo, com nove prismas. Percebe-se que
ambos estão acoplados a uma base triangular que pode ser nivelada e que pode ser
apoiada sobre tripé apropriado.

131 132
îna maioria das estações, os dados registrados pelo coletor podem
ser transferidos para um computador através de uma interface RS e)Nível Digital
232 padrão (mesma utilizada nos computadores para ligação de îé um nível para medição eletrônica e registro automático de
scanners, plotters, etc.); distâncias horizontais e verticais ou diferenças de nível, portanto,
îa utilização de módulos ou cartões especiais (tipo PMCIA), quando não mede ângulos;
cheios, podem ser removidos e transferidos para um computador îo seu funcionamento está baseado no processo digital de leitura, ou
(com slot PCMCIA ou com leitor externo) para processamento seja, num sistema eletrônico de varredura e interpretação de
posterior. padrões codificados;
A figura a seguir ilustra um cartão PCMCIA com capacidade de îpara a determinação das distâncias o aparelho deve ser apontado e
armazenamento entre 512 Kb a 4 Mb. focalizado sobre uma régua graduada cujas divisões estão
impressas em código de barras (escala binária), como mostra a
figura a seguir;

îeste tipo de régua, que pode ser de alumínio, metal ínvar ou fibra de
vidro, é resistente à umidade e bastante precisa quanto à divisão da
graduação;
îos valores medidos podem ser armazenados internamente pelo
próprio equipamento ou em coletores de dados. Estes dados
îas estações são relativamente resistentes a intempéries e alguns podem ser transmitidos para um computador através de uma
fabricantes dispõem de modelos a prova d’água; interface RS 232 padrão;
îfuncionam com bateria específica, porém, recarregável; îa régua é mantida na posição vertical, sobre o ponto a medir, com a
îsão muito utilizadas atualmente em qualquer tipo de levantamento, ajuda de um nível de bolha circular, como mostra a figura a seguir;
topográfico ou geodésico.
A figura a seguir ilustra uma estação total da LEICA, modelo TC600,
com intervalo angular de 3”, precisão linear de 1,5mm e alcance de 2 km com um
único prisma.

133 134
îassim como o nível digital, é utilizado na obtenção de distâncias
verticais ou diferenças de nível e também não mede ângulos;
îpara a medida destas distâncias é necessário o uso conjunto de um
detector laser que deve ser montado sobre uma régua de alumínio,
metal ínvar ou fibra de vidro;
A figura a seguir ilustra uma régua metálica com detector laser
adaptado, ambos da marca SOKKIA.

îo alcance deste aparelho depende do modelo utilizado, da régua e


das condições ambientais (luz, calor, vibrações, sombra, etc.);
îfunciona com bateria específica, porém, recarregável;
îé utilizado essencialmente em nivelamentos convencionais e na
construção civil.
As figuras a seguir ilustram dois modelos de nível digital de
diferentes fabricantes. O primeiro é da LEICA, modelo NA3000. O segundo é da
SOKKIA, modelo SDL30. îeste tipo de nível é um aparelho peculiar pois não apresenta luneta
nem visor LCD; a leitura da altura da régua (FM), utilizada no
cálculo das distâncias por estadimetria, é efetuada diretamente
sobre a mesma, com o auxílio do detector laser, pela pessoa
encarregada de segurá-la;
îos detectores são dotados de visor LCD que automaticamente se
iluminam e soam uma campainha ao detectar o raio laser emitido
pelo nível;
îalguns modelos de nível e detectores funcionam com pilha alcalina
comum; outros, com bateria específica recarregável;
îo alcance deste tipo de nível depende do modelo e marca, enquanto
a precisão, depende da sensibilidade do detector e da régua
utilizada;
îassim como para o nível digital, a régua deve ser mantida na
posição vertical, sobre o ponto a medir, com a ajuda de um nível
de bolha circular;
îé utilizado em serviços de nivelamento convencional e na
construção civil.
As figuras a seguir ilustram dois níveis a laser de diferentes
fabricantes. O primeiro é um nível WILD LNA10 e, o segundo, um SOKKIA LP31.
Estes níveis se auto nivelam (após ajuste grosseiro da bolha circular) e possuem um
sistema giratório de emissão do infravermelho. O LNA10 tem um alcance de 80m e o
LP31 de 120m.

f)Nível a Laser
îé um nível automático cujo funcionamento está baseado na
tecnologia do infravermelho;

135 136
g)Equipamentos Motorizados, Automáticos e Robotizados
îpodem ser teodolitos ou estações total;
îsão aparelhos destinados a medições de precisão em Geodésia; îos equipamentos mais modernos dispensam o sinal refletor para
îos motorizados são indicados para medição em que não há distâncias inferiores a 80m. Acima desta distância e com um
necessidade de contato com o objeto a ser medido e em tarefas que alcance de 300m, ao invés de um sinal refletor, pode ser utilizada
requerem valores medidos a intervalos regulares de tempo; uma fita adesiva reflexiva. Com um prisma somente, o alcance
îtêm como principal característica o auto-nivelamento (eletrônico) e destes equipamentos pode chegar a 5.000m;
o alinhamento automático; îcomo a base de funcionamento destes aparelhos é o infravermelho e
îos automáticos combinam a tecnologia dos motorizados com o a comunicação é por telemetria, o sistema pode ser utilizado, com
reconhecimento automático do alvo (estático ou dinâmico); eficiência, durante a noite e por uma única pessoa;
îos robotizados combinam a tecnologia dos automáticos com o îalguns destes aparelhos funcionam com tecnologia de microondas, o
acionamento por controle remoto; que permite um alcance superior a 50.000m;
A seqüência de figuras a seguir ilustra como é o procedimento, em îsão aplicados, principalmente, em trabalhos de controle e
campo, para: monitoramento de obras, medição de deformações e
Um levantamento utilizando uma estação total convencional com um deslocamentos de terras.
operador realizando as etapas de estacionamento, nivelamento, Obs.: segundo alguns fabricantes, o raio infravermelho emitido pelos
prumo, pontaria e registro das leituras e um auxiliar para segurar equipamentos eletrônicos de medição, visível ou não, é inofensivo e enviado por um
o sinal refletor na posição vertical. diodo que pertence à classe dos laser 1. Este raio é normalmente afetado pelas
Um levantamento utilizando uma estação total com reconhecimento variações bruscas de temperatura, pressão atmosférica e umidade. Portanto, é
automático do alvo com um operador realizando as etapas de aconselhável que os levantamentos sejam efetuados em dias de boas condições
estacionamento, nivelamento, prumo, pontaria grosseira e atmosféricas.
registro das leituras e um auxiliar para segurar o sinal refletor.
Um levantamento utilizando uma estação total robotizada com um ERROS NA MEDIDA ELETRÔNICA
operador realizando as etapas de estacionamento, nivelamento e Os erros que ocorrem durante a medida eletrônica de ângulos e distâncias
prumo e um auxiliar para segurar o sinal refletor e controlar não diferem muito dos que ocorrem com a medida indireta. São eles:
remotamente a estação. Neste caso, uma única pessoa poderia îerro linear de centragem do instrumento: já descrito anteriormente.
comandar o serviço sozinha. îerro linear de centragem do sinal-refletor: ocorre quando a
projeção do centro do sinal não coincide com a posição do ponto sobre o qual está
estacionado. Uma das maneiras de se evitar este tipo de erro é utilizar um bipé para o
correto posicionamento do sinal sobre o ponto.
îerro de calagem ou nivelamento do instrumento: já descrito
anteriormente.
îerro de pontaria: ocorre quando o centro do retículo do aparelho
(cruzeta) não coincide com o centro do prisma que compõe o sinal refletor.

137 138
îerro de operação do instrumento: ocorre quando o operador não
está familiarizado com as funções, programas e acessórios informatizados (coletores)
que acompanham o instrumento.

POSICIONAMENTO POR SATÉLITE


(GPS)

139 140
Segmento Espacial
SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL
O segmento espacial consiste de 24 satélites distribuídos em seis planos orbitais
igualmente espaçados (quatro satélites em cada plano), numa altitude aproximada de
Introdução 20200 km. Os planos orbitais são inclinados 550 em relação ao equador e o período
orbital é de aproximadamente 12 horas siderais. Desta forma, a posição de cada satélite
O Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning se repete, a cada dia, quatro minutos antes que a do dia anterior. Esta configuração
System) ou NAVSTAR-GPS (Navigation Satellite with Time And Ranging), é um garante que no mínimo quatro satélites GPS sejam visíveis em qualquer ponto da
sistema de radio-navegação desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados superfície terrestre, a qualquer hora. A figura abaixo, ilustra a constelação dos satélites
Unidos da América (DoD-Department Of Defense), visando ser o principal sistema de GPS.
navegação do exército americano, Em razão da alta exatidão proporcionada pelo
sistema e do alto grau de desenvolvimento da tecnologia envolvida nos receptores GPS,
uma grande comunidade usuária emergiu nas mais variadas aplicações civis
(navegação, posicionamento geodésico e topográfico, etc.).
O GPS é um sistema de abrangência global, tal como o nome sugere. A
concepção do sistema permite que um usuário, em qualquer local da superfície terrestre,
tenha a sua disposição, no mínimo, quatro satélites que podem ser rastreados. Este
número de satélites permite o posicionamento em tempo real, conforme será visto
adiante. Para os usuários da área de Geodesia, uma característica muito importante da
tecnologia GPS, em relação aos métodos de levantamento convencionais, é a não
necessidade de intervisibilidade entre as estações. Além disto, o GPS pode ser usado
sob quaisquer condições climáticas.
A idéia básica do princípio de navegação consiste da medida das chamadas pseudo-
distâncias entre o usuário e quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites
num sistema de referência apropriado, é possível calcular as coordenadas da antena do
usuário com respeito ao mesmo sistema de referência dos satélites. Do ponto de vista
geométrico, somente três medidas de pseudo-distâncias seriam suficientes. A quarta
medida é necessária devido a não sincronização dos relógios dos satélites com o do
usuário. Três tipos de satélites fazem parte do projeto NAVSTAR-GPS. Eles são
No GPS há dois tipos de serviços, os quais são conhecidos como: SPS (Standard denominados satélites do Bloco I, II e IIR. Os satélites do bloco I são protótipos e todos
Positioning Service) e PPS (Precise Positioning Service). O SPS é um serviço de os 11 satélites planejados já foram lançados. O último satélite deste bloco, PPN 12, foi
posicionamento e tempo padrão que estará disponível para todos os usuários do globo, desativado no final de 1995. Um total de 28 satélites do Bloco II (satélites operacionais)
sem cobrança de qualquer taxa (pelo menos nos próximos dez anos). Este serviço são planejados para dar suporte a configuração de 24 satélites. No momento (março de
proporciona capacidade de obter exatidão horizontal e vertical dentro de 100 e 140 m 1996), 24 satélites do bloco II estão em operação. A título de informação, o sistema foi
respectivamente, e 340 ns (nanosegundos) na obtenção de medidas de tempo (95% declarado operacional (24 satélites operacionais testados e em pleno uso) em 27 de abril
probabilidade). O PPS proporciona melhores resultados ( 10 a 20 m), mas é restrito ao de 1995. Os satélites do bloco II serão substituídos por 20 satélites do bloco IIR, a
uso militar e usuários autorizados. Na realidade o sistema têm capacidade de medida que for necessário. Duas das novas características destes satélites são a -
proporcionar melhores níveis de exatidão, mas ao que tudo indica, este não é o interesse .capacidade de medir distâncias entre eles (cross link ranges) e calcular efemérides no
do Departamento de Defesa americano, haja vista que o sistema é global, podendo próprio satélite (Seeber, 1993).
colocar em risco aspectos de segurança. Desta forma, a limitação ao nível de exatidão Cada satélite carrega padrões de Seqüência altamente estáveis (Césio e Rubídio)
citado acima é garantida pela adoção do AS (Anti-Spoofing) e SA (Selective com estabilidade entre 10-12 e 10-13, formando uma base de tempo muito precisa. Os
Availability). O AS (anti-fraude) é um processo de criptografia do código P, visando satélites do bloco II estão equipados com dois osciladores de Césio e dois de Rubídio,
protege-lo de imitações por usuários não autorizados. O SA (disponibilidade seletiva), ao passo que os satélites do bloco 1 eram equipados com osciladores de Quartzo. Os
ou seja, a proibição de obter a exatidão proporcionada pelo GPS, é consumada pela satélites GPS são identificados com dois esquemas de numeração. O SVN (Space
manipulação das mensagens de navegação (técnica épsilon: ε ) e da freqüência dos Vehicle Number) ou número NAVSTAR é baseado na seqüência de lançamento dos
relógios dos satélites (técnica dither-δ). Existem 03 possibilidade: satélites e o número do PRN (Pseudo-Random-Noise) ou SVID (Space Vehicle
Identification) é relacionado com o arranjo da órbita e o segmento do PRN atribuído
para cada satélite.

141 142
Características dos Sinais GPS AP é a amplitude do código P,
Pi(t) é a seqüência do código P (+1, -1),
Cada satélite GPS transmite duas ondas portadoras: L1 e L2. Elas são geradas a Di(t) é o fluxo dos dados com estado (+1, - 1),
partir da freqüência fundamental de 10.23 MHz, a qual é multiplicada por 154 e 120 Ac é a amplitude do código C/A,
respectivamente. Desta forma, as freqüências (L) e os comprimentos de onda (λ.) de L1 Ci(t) é a seqüência do código C/A (+1, -1) e
e L2 são: sen(w1t) é o sinal da onda portadora.
L1 = 1575.42 MHz λ = 19 cm O índice i representa o satélite em questão, O sinal L2 tem uma estrutura mais simples
porque contém apenas o código P
L2 = 1227.60 MHz λ = 24 cm
SL2 = Bp Pi ( t ) Di ( t )sem (w2 t )
Estas duas freqüências são geradas simultaneamente, permitindo aos usuários
corrigir grande parte dos erros devido a refração ionosférica.
Nesta equação Pi(t) é novamente a seqüência do código P para o satélite i,
Os códigos PRN (Pseudo Random Noise) são modulados sobre estas duas
enquanto Bp representa sua amplitude. A época t dos dois códigos e portadoras são
portadoras. Um PRN é uma seqüência binária (O e 1 ou + 1 e - 1) que parece ter
sincronizados
característica aleatória. Como é gerado por um algoritmo, pode ser univocamente
O acesso direto ao código P somente é possível para receptores bem
identificado. O código C/A (Coarse Acquisition) com comprimento de onda por volta
sincronizados com o sistema de tempo GPS e posicionado num ponto com coordenadas
de 300 m é transmitido a uma razão de 1.023 MHz e modulado somente sobre a onda
bem definidas. Esta é a razão pela qual, em geral, o acesso é realizado com o auxílio do
portadora L1. O período deste código é 1 milisegundo. Este é o código a partir do qual
código C/A via o HOW (Hand Over Word), o qual contém o contador Z (Z-count) que
os usuários civis obtém as pseudo-distâncias que permitem obter a exatidão estipulada
acompanha as mensagens dos satélites. O contador Z é definido como um número
no SPS. Este código não é criptografado, embora possa ter sua precisão degradada. O
inteiro, com período de 1.5 segundos, e contado desde o início da semana GPS,
código P (Precise or Protected) têm sido reservado para uso dos militares americanos e
identificando desta forma a época de registro dos dados em tempo GPS. Quando o
outros usuários autorizados. Seu comprimento de onda é da ordem de 30 m e é
contador Z é conhecido, a aquisição do código P pode ser feita nos próximos seis
transmitido na razão de 10.23 MHz (uma seqüência de 10,23 milhões de dígitos
segundos (Sceber, 1993).
binários por segundo) modulado nas portadoras L1 e L2, com período de 266 dias. Cada
satélite contém o correspondente a 7 dias deste código, ou seja uma semana das 38
possíveis. Desta forma, todos os satélites transmitem na mesma freqüência e podem ser
Segmento de controle
identificados pela sua (única) semana correspondente. O seguimento do código
As principais tarefas do segmento de controle são:
L2 Carrier
1227.6 MHz
- monitorar e controlar continuamente o sistema de satélites,
- determinar o sistema de tempo GPS,
- predizer as efemérides dos satélites e calcular as correções dos relógios dos satélites e
L1 Carrier - atualizar periodicamente as mensagens de navegação de cada satélite.
1575.42 MHz
O sistema de controle é composto por cinco estações monitoras (Hawaii,
Kwajalein, Ascension Island, Diego Garcia, Colorado Springs), três antenas para
Clock Output transmitir os dados para os satélites, (Ascension Island, Diego Garcia, Kwajalein), e
10.23 MHz uma estação de controle central (MCS: Master Control Station) localizada em Colorado
Springs, Colorado (Vide figura a seguir). Cada estação monitora é equipada com
atribuído a cada satélite é reiniciado a cada semana às O hs TU (Tempo Universal) do
oscilador externo de alta precisão e receptor de dupla freqüência, o qual rastreia todos
sábado para domingo. O fato do código P ser modulado numa razão mais alta faz com
os satélites visíveis e transmite os dados para a MCS, via sistema de comunicação. Os
que o mesmo seja mais preciso. No entanto, o código P é encriptado (AS) e passa a ser
dados são processados na MCS para determinar as órbita dos satélites (efemérides
denominado código Y, o qual não é disponível para os usuários civis. O sinal GPS
transmitidas) e as correções dos relógios dos satélites afim de atualizar periodicamente
básico é ilustrado na figura a seguir. As mensagens de navegação são também
as mensagens de navegação. A informação atualizada é enviada para os satélites a partir
moduladas sobre as portadoras. Tais mensagens contém os parâmetros orbitais, dados
das antenas terrestres. As estações de controle (Monitor Station) tiveram originalmente
para correção da propagação na atmosfera, parâmetros para correção do erro dos
suas coordenadas determinadas em relação ao WGS-72. Em janeiro de 1987 foi adotado
relógios dos satélites, saúde dos satélites, etc.
o WGS-84. O DMA (Defense Mapping Agency) está realizando um refinamento do
Desta breve explanação pode-se observar que há três tipos de sinais: a portadora,
WGS- 84. Testes realizados mostraram que a nova realização deste sistema,
os códigos e os dados (navegação, relógio, etc.). Esta estrutura permite não só medir a
denominada WGS- 84(G730), está compatível com o ITPF-92 (IERS Terrestrial
fase da portadora e sua variação, mas também o tempo de propagação. Este último é
Reference Frame 1992), na ordem do decímetro.
conseguido pela modulação da fase (0 ou 180), seguindo um dos códigos PRN.
A distribuição geográfica das estações monitoras atendem os requisitos de
O sinal L1 pode ser descrito como Spilker,1978):
navegação, mas não satisfaz à determinação de órbitas altamente precisa, em particular
SL = AP Pi (t) Di (t) sen (w1t ) + Ac Ci (t) Di (t) cos (w1 t)

143 144
para aplicações de geodinâmica. O Serviço GPS Internacional de Geodinâmica (IGS: - oscilador, ,
International GPS Service for Geodynamics), estabelecido pela Associação - interface para o usuário, painel de exibição e comandos,
Internacional de Geodesia (IAG: International Association of Geodesy) têm capacidade - provisão de energia e
de produzir efemérides com precisão da ordem de 20 cm para cada uma das - memória para armazenar os dados.
coordenadas do satélite, a qual é capaz de atender a maioria das aplicações exigindo alta
precisão.

SUPRIMENT
PROCESSAD OSCILADOR O DE
OR DE ENERGIA
Segmento Espacial Rastreador
ANTENA do Código
Estações de Monitoramento E MICRO- UNIDADE
PRÉ- PROCESSAD DE
COMANDOS
AMPLIFIC Rastreador
Segmento do Usuário A-DOR da Fase MEMÓRIA
Ascension Is. DESCARRE
Kwajalein GADOR
EXTERNO
Hawaii

Colorado Springs
A antena detecta as ondas eletromagnéticas emitidas pelos satélites, converte a
Segmento de Controle energia da onda em corrente elétrica, amplifica o sinal e o envia para a parte eletrônica
do receptor. Devido a estrutura dos sinais GPS, todas as antenas devem ser polarizadas
circularmente (RHCP: right-hand circularia polarised). A antena deve ter boa
sensibilidade para garantir a recepção de sinal fraco e o padrão de ganho deve permitir
recepção de todas as elevações e azimutes visíveis. Para levantamentos geodésicos a
antena deve garantir ainda alta estabilidade do centro de fase da antena e proteção
contra muti-caminhamento ou sinais refletidos. Vários tipos de antenas estão
disponíveis no mercado: monopole or dipole, helix, spiral helix, microstrip e choke
Segmento dos usuários ring. Segundo Seeber (1993), um dos tipos de antenas mais freqüentemente usada é a
microstrip, a qual é ideal para equipamentos GPS de pequeno porte. Em geral, as
antenas geodésicas devem permitir a recepção das duas ondas portadoras (L1 e L2). A
O segmento de usuários é composto pelos receptores GPS, os quais devem ser
proteção contra o multi-caminhamento (sinais refletidos) é normalmente conseguida
apropriados para usar o sinal GPS para os propósitos de navegação, Geodesia ou outra
colocando a antena sobre um grande disco (ground plane) ou pelo uso de choke ring.
atividade qualquer. A categoria de usuários pode ser dividida em civil e militar.
Um choke ring é composto por faixas condutores concêntricas com o eixo vertical da
Atualmente há uma grande quantidade de receptores no mercado civil, para as mais
antena e fixadas ao disco (ground plate), cuja função é impedir que a maioria dos sinais
diversas aplicações, o que demonstra que o GPS realmente atingiu sua maturidade. Uma
refletidos sejam recebidos pela antena.
breve descrição dos principais componentes envolvidos num receptor, acompanhada da
As antenas GPS são protegidas para evitar possíveis danos. Para tanto se usa um
apresentação dos receptores mais utilizados em Geodesia no Brasil e no mundo fará
tipo de plástico especial, o qual deve manter os sinais tão próximo do original quanto
parte desta seção.
possível. Os sinais GPS são muitos fracos, tendo aproximadamente a i-nésima potência
que aqueles transmitidos por satélites de TV geoestacionário. A razão pela qual os
receptores GPS não necessitam de uma antena de dimensão igual a das parabólicas têm
Descrição dos receptores GPS
a ver com a estrutura dos sinais GPS e a habilidade dos receptores em captá-los. A
captação dos sinais GPS está mais concentrada no receptor do que na antena
Os principais componentes de um receptor GPS, tal como mostrado na figura a propriamente dita. De qualquer forma, uma antena GPS, geralmente, contém um pré-
seguir, são (Seeber, 1993): amplificador de baixo ruído que impulsiona o sinal antes dele alimentar o receptor
- antena com pré-amplificador, (Langley, 1995).
- seção de RF (radio freqüência) para identificação e processamento do sinal,
- microprocessador para controle do receptor, amostragem e processamento dos dados,

145 146
Os sinais GPS sofrem interferências quando passam através da maioria das A unidade de comando e display proporciona a interação com o usuário. As
estruturas. Algumas combinações de antena/receptor são capazes de captar sinais tecias podem ser usadas para entrar com comandos visando selecionar as mais variadas
recebidos dentro de casas de madeira, sobre o painel de controle de veículos e na janela opções de coleta de dados, monitoramento das atividades do receptor, mostrar as
de aviões. Naturalmente, é recomendado que as antenas sejam montadas com um amplo coordenadas calculadas e outros detalhes (DOP, satélites sendo rastreados, ângulo de
ângulo de visada, sem. obstrução. Sob folhagem densa, particularmente quando úmida, elevação, etc.), bem como para entrar com a altura da antena e identificação da estação.
os sinais GPS são atenuados, de tal modo que muitas combinações antena/receptor A maioria dos receptores dispõe de padrão de operação preestabelecido, não requerendo
apresentam dificuldades em captá-los. intervenção do usuário.
Os sinais que entram no receptor são convertidos na divisão de RF para urna Os receptores dispõem também de memória interna para armazenagem das
freqüência mais baixa, denominada freqüência intermediária (FI), a qual é mais fácil de observações (pseudo-distância e medidas de fase da portadora) e das efemérides
ser tratada nas demais partes do receptor. Isto é obtido pela combinação do sinal transmitidas. Alguns receptores possuem, em adição à armazenagem interna,
recebido pelo receptor com um sinal senoidal gerado pelo oscilador do receptor. Os capacidade de armazenar os dados diretamente em discos rígidos ou disquetes de
osciladores dos receptores GPS são, normalmente, de quartzo, de qualidade melhor que microcomputadores ligados externamente. A transferência de dados exige a presença de
os utilizados nos relógios de pulso. Alguns receptores geodésicos permitem o uso de portas seriais do tipo RS-232, as quais permitem que alguns tipos de receptores possam
osciladores externos, tal como um padrão atômico. O sinal Fl contém toda a modulação ser controlados remotamente.
presente no sinal transmitido, mas a onda portadora se apresenta deslocada em O suprimento de energia foi um fator muito crítico nos receptores da primeira
freqüência. O deslocamento é a diferença entre a freqüência recebida (original) e a geração, devido ao alto consumo. Os receptores modernos são concebidos para que
gerada no oscilador do receptor. Ela é normalmente denominada Seqüência de tenha consumo mínimo de energia. Alguns chegam mesmo a operar corri baterias
batimento da portadora (Langley, 1995). Múltiplos estágios de Fl são usados nas comuns (pilhas), embora tenham uma bateria interna recarregável, em adição a entrada
maiorias dos receptores, reduzindo a freqüência da portadora em etapas. Finalmente, o de energia externa.
sinal FI é trabalhado nos rastreadores do sinal (signal trackers), ou seja, nos canais. Os receptores GPS podem ser divididos segundo vários critérios. Uma
O canal de um receptor é considerado a sua unidade eletrônica primordial, classificação possível é de acordo com a comunidade usuária: receptor militar, civil,
podendo possuir um ou mais canais. Os tipos de canais são divididos em multi-canais navegação, geodésico e de aquisição de tempo. Uma outra classificação baseia-se no
(canais dedicados), seqüencial e multiplexados. tipo de dados proporcionado pelo receptor:
Nos receptores multi-canais, também denominados de canais paralelos, cada canal -código CIA,
rastreia continuamente um dos satélite visíveis. No mínimo quatro canais são - código CIA e portadora L1,
necessários para obter posição e correção do relógio em tempo real. Se mais canais - código CIA e portadoras L1 e L2,
estiverem disponíveis, um maior número de satélites pode ser rastreados. Os receptores - códigos CIA e P e portadoras L1 e L2,
modernos contam com até 12 canais para cada freqüência. Nos receptores seqüencial, o - portadora L1 e
canal alterna de satélite dentro de intervalos regulares, normalmente não coincidentes -portadoras L1 e L2.
corri a transmissão dos dados, fazendo com que a mensagem do satélite só seja recebida
completamente depois de várias seqüências. Alguns receptores dispõem de um canal
dedicado para a leitura das mensagens. Na maioria dos casos usa-se canais seqüenciais
rápidos, cuja taxa de alternância é da ordem de um segundo. Na técnica multiplex,
seqüências são efetuadas entre satélites numa velocidade muito alta, e quando for o
caso, nas duas freqüências. A razão de troca é mais sincronizada com as mensagens de Técnicas de Processamento do Sinal
navegação (diferente da técnica seqüencial), permitindo que elas sejam obtidas quase
que simultaneamente. Uma vantagem da técnica multiplex sobre a de multi-canais é a Em Geodesia, para aplicações em redes com bases longas ou em regiões com
não necessidade de considerar os efeitos sistemáticos entre canais. Um receptor usando forte atividade ionosférica, é essencial o uso das duas portadora (L1 e L2) e ter acesso
a técnica multiplex necessita da ordem de 30 segundos para obter a primeira posição, tal ao código P. A técnica normalmente aplicada para acessar a portadora, quando AS não
como nos receptores com canais dedicados. está em operação, é a técnica da correlação do código. Ela é, normalmente, usada para
Receptores com um único canal são de baixo custo, mas como são lentos na aquisição acessar a portadora L1. Como a portadora L2 têm modulado sobre ela apenas o código
de dados, ficam restrito à aplicações de baixa velocidade. Aqueles com canais P, o qual é sujeito ao AS, ela deve ser acessada por uma das várias técnicas disponíveis:
dedicados são mais rápidos, embora apresentem efeitos sistemáticos entre canais (inter- quadratura do sinal, correlação do código quadrado, correlação cruzada e a mais recente
channel biases), os quais são minimizados no processo de calibração realizado pelo técnica denominada P-W. Uma breve descrição de cada uma delas segue abaixo.
microprocessador. A maioria dos receptores geodésicos têm de 6 a 12 canais dedicados
(paralelos), com capacidade de rastrear todos os satélites visíveis.
O microprocessador é necessário no controle das operações do receptor (obter e (a) Correlação do código
processar o sinal, decodificar a mensagem de navegação), bem como para calcular
posições e velocidades, além de outras funções (controle dos dados de entrada e saída,
Nesta técnica, o receptor correlaciona o código gerado por ele próprio com o
mostrar informações). Ele usa, essencialmente, dados digitais para efetuar suas funções.
código recebido do satélite. Para gerar o código no receptor, necessita-se conhecer o

147 148
código gerado pelo satélite. O código gerado no receptor é deslocado até obter máxima Esta técnica se baseia no fato de que o código Y em L1 e L2 são idênticos
correlação com o transmitido pelo satélite. Assim que os códigos estiverem alinhados, embora não necessariamente conhecido. O atraso devido a ionosfera faz com que o
um dispositivo interno (code tracking loop) garante que os dois permaneçam alinhados. sinal L1 alcance a antena antes que o sinal L2. Observando o que há no sinal L1, pode-
O tempo necessário para alinhar as duas seqüência de códigos é a medida de tempo de se usar tal informação para correlacionar com o sinal L2 que chega um pouco mais
deslocamento do sinal, do satélite até o receptor. Como há erro de sincronismo entre os tarde. Desta forma, o código Y do sinal L1 é alimentado por um dispositivo no receptor
relógios do receptor e satélite, quando o tempo de propagação é multiplicado pela (variable feed back loop) até que haja correlação com o código Y da portadora L2. O
velocidade da luz, têm-se como resultado a chamada pseudo-distância, a qual pode ser atraso ocorrido é equivalente a diferença entre as pseudo-distâncias que seriam geradas
gerada a partir do código C/A ou P. A seqüência do código proporciona a leitura do a partir do código P em L1 e L2, caso fossem disponíveis. Este valor é adicionado a
relógio do satélite no momento em que um bit particular foi transmitido pelo satélite. pseudo- distância gerada a partir do código C/A para gerar a pseudo-distância em L2.
Numa segunda fase, um outro dispositivo interno (carrier-tracking loop) separa o Depois de correlacionar os dois sinais, eles estão precisamente alinhados e podem ser
código da portadora para possibilitar a medida da fase e extrair a mensagem de subtraído das portadoras, gerando a portadora L2, com comprimento de onda igual a
navegação. Esta técnica é conhecida como reconstrução da portadora. O sinal da fase da original, ou seja 24 em (Talbot, 1992).
portadora do satélite, quando demodulado, é confrontado com o sinal gerado pelo
oscilador do receptor. A observação resultante é a fase de batimento da portadora, que é
a fase relativa entre o sinal recebido e o gerado pelo oscilador do receptor. Um receptor (d) Correlação do Código com Quadratura do Sinal (Code-
usando esta técnica pode gerar observações de pseudo-distância, fase de Pagamento da Correlating Squaring)
portadora e variação da fase da portadora (L1) (Doppler), além de extrair as mensagens
de navegação. Esta técnica usa o fato de que a maioria do código Y é composto pelo código P.
Esta técnica somente pode ser aplicada na portadora L2 quando o AS não estiver Correlacionando o código Y em L2 com uma réplica do código P e usando técnicas de
ativado ou para usuários tendo acesso ao código P criptografado (código Y). filtragem é possível medir a pseudo-distância na portadora L2. O sinal é então
quadrado para obter a portadora L2 com comprimento de onda duas vezes inferior o
original. Esta técnica é aplicada nos receptores GPS Leica 200.
(b) Quadratura do Sinal (Signal Squaring)

Nesta técnica, os sinais recebidos no receptor são multiplicados por eles mesmo,
gerando uma segunda portadora. Os códigos e mensagens de navegação são perdidos e (e) Técnica P-W (P-W Code Tracking)
o sinal resultante é uma onda senoidal de freqüência duas vezes a original e razão sinal
ruído maior. A vantagem desta técnica é a não necessidade do conhecimento do código, Esta técnica for desenvolvida pela Ashtech e é usada nos recptores Ashtech
o que a torna adequada para acessar a portadora L2 quando o AS estiver ativado. ZXII. O código Y pode ser dividido em duas componentes: o código P original, e o
A perda da mensagem de navegação exige o uso de efemérides e correções dos relógios código W, este último usado na criptografia do código P. A técnica P-W, tal como a da
dos satélites obtidas a partir de fontes externas. A solução deste problema envolve o uso correlação cruzada, supõe que o código Y é o mesmo nas portadoras L1 e L2. Além
do código CIA, presente na portadora L1, a partir da qual se obtém a pseudo-distância e disto usa-se o conhecimento de que o código W é gerado em uma freqüência bem mais
a fase da portadora, bem como as mensagens de navegação. Usando a quadratura do baixa (50 bps) se comparada com a do código P. Uma réplica do código P é
sinal obtém-se a fase da portadora L2. A detecção de perdas de cicios e outliers, correlacionada com o código Y (P-W) e usando processos de filtragem de sinal, os
normalmente é mais difícil sobre dados coletados com receptores usando a quadratura sinais em L1 e L2 podem ser comparados, permitindo estimar o valor do código W, o
do sinal sobre L2, do que usando a correlação do código. Os receptores Trimble 4000 qual é eliminado, deixando apenas o código P. esta técnica proporciona três pseudo-
SST usam esta técnica. distâncias (C/A, Y1 e Y2) e duas medidas de fase da onda portadora (L1 e L2) ambas
com comprimento de onda igual a original (Ashjaee and Lorenz, 1992).
( c) Correlação Cruzada (Cross-Correlation)
Impacto da Disponibilidade Seletiva e Anti/Fraude
A técnica da correlação cruzada é uma opção disponível em alguns receptores,
tais como Trimble 4000 SSE, Trimble 4000 SSI e Turbo Rogue. Eles mudam
automaticamente o modo de operação quando o AS é ativado, isto é, passam da técnica Já foi citado na seção 1 a respeito da limitação da acuracidade do sistema GPS
de correlação do código para a de correlação cruzada. Usando esta técnica, quatro via Selective Availability (SA: Disponibilidade Seletiva) e Anti-Spoofing (AS: Anti-
observações são produzidas: duas medidas de fase da onda portadora e duas pseudo- fraude). Estes dois tipos de limitação da acuracidade do sistema foram implementados
distâncias. As medidas de fase da onda portadora são produzidas com o comprimento nos satélites do Bloco II. A disponibilidade seletiva foi ativada em 4 de julho de 1991
de onda igual a original e as pseudo-distâncias advém do código CIA e do código Y , às 04 hs TU. O AS foi exercitado intermitentemente durante o ano de 1993 e
este último via correlação cruzada. implementado em 31 de janeiro de 1994. Trata-se de redução proposital do nível de

149 150
acuracidade do GPS, de modo que o SPS (Standard Positioning Service) disponível FONTES EFEITOS
para os usuários não autorizados seja da ordem de 100 m, ao nível de confiança de 95%. Satélite Erro da órbita
Isto significa que a acuracidade da posição horizontal de um usuário posicionando-se de Erro do relógio
forma absoluta será da ordem de 100 m ou melhor, durante 95% do tempo. Relatividade
Atraso de Grupo
Esperava-se que apenas o AS seria suficiente para proporcionar a limitação no Propagação do sinal Refração troposférica
nível de acuracidade. No entanto, posicionamento com o código CA mostrou Refração ionosférica
acuracidade da ordem de 20 a 40m (Sceber, 1993). Esta inesperada situação desfechou Perdas de ciclos
o programa chamado disponibilidade seletiva (SA), para ser incorporado nos satélites Sinais refletidos
do Bloco L1. Dois efeitos fazem parte da SA: Rotação da Terra
manipulação das efemérides transmitidas ( técnica ε,) e Receptor/Antena Erro do relógio
desestabilização sistemática do oscilador do satélite (técnica δ ) Erro entre os canais
O impacto da SA sobre os usuários civis têm sido um ponto de muitas Centro de fase da antena
discussões entre usuários GPS e vários testes foram realizados para avaliar seu efeito. Estação Erro nas coordenadas
Há um aumento no ruído do código e da onda portadora. Os efeitos da técnica ε pode Marés terrestres
provocar efeitos sistemáticos na escala e orientação de uma base, caso a sessão de Movimento do Polo
observação não seja longa o suficiente para eliminar o efeito da perturbação da órbita. Carga dos oceanos
O técnica efeito da técnica δ provoca um efeito adverso na detecção e reparo de perdas Pressão da atmosfera
de ciclos para medidas não diferenciadas. O efeito é praticamente eliminado na
diferenciação, haja vista não depender da geometria do satélite. Para navegação, o uso
de DGPS (Differential GPS) ou WADGPS (Wide Area Differential GPS) praticamente Erros orbitais
elimina os efeitos de SA. Encontra-se em discussão no momento, a eliminação da SA
dentro de um período de 4 a 1O anos (Gibbons, 1996), o que vai de encontro a Informações orbitais podem ser obtidas a partir das efemérides transmitidas pelos
aspirações da comunidade usuária. Vale a pena citar que o sistema russo, similar' ao satélites ou das pós-processadas, denominadas efemérides precisas. As coordenadas dos
GPS, denominado GLONASS, encontra-se em plena operação, sem as desvantagens de satélites calculadas a partir das efemérides são, normalmente, injuncionadas como fixas
SA e AS do GPS. Claramente, é um rival em potencial para o GPS. durante o processo de ajustamento dos dados GPS. Assim sendo, qualquer erro nas
O AS refere-se a não permissão de acesso ao código P. Para tanto, o código P é coordenadas do satélite se propagará para a posição do usuário. No posicionamento por
criptografado, resultando num código protegido, denominado Y. Somente usuários ponto (próximo capítulo), os erros serão propagados diretamente para a posição do
autorizados têm acesso ao código P quando o AS está ativado. O objetivo primário do usuário. Já no posicionamento relativo, os erros orbitais são praticamente eliminados,
AS é evitar que usuários não autorizados possam gerar códigos P falsos, interferindo mas erros remanescente degrada a acuracidade da linha base na medida que esta se
com o uso militar do sistema (Underhill & Underhill, et al. 1992). O código Y é torna mais longa. Uma regra muito útil, que expressa o erro na base como função do
resultante de uma combinação dos códigos P e W. Este último é gerado numa razão de erro na posição do satélite (Well e/ al, 1986) é dada por:
50 bps (bits por segundos), ao passo que o código P apresenta uma razão de 10,23x106 Δb = b Δr/r
bps (Monico, 1995).
onde,
Δb é o resultante na base;
b é o comprimento da base (km);
Erros Relacionado com os Satélites Δr é o erro na posição do satélite e;
r é a distância do satélite ao receptor ( ≅ 20.000 )

A acuracidade das efemérides transmitidas, de acordo corri a literatura


O sistema GPS está sujeito à erros aleatórios, sistemáticos e grosseiros. As especializada (Seeber, 1993; Hofmnann-Wellenhof et al, 1992; Leick, 1995), deve
fontes de erros envolvidas no processo de medidas devem ser bem conhecidas. Os erros variar entre 20 e 50 (1σ). Elas são disponíveis em tempo real, haja vista serem
sistemáticos podem ser parametrizados (modelado como termos adicionais) ou transmitidas com as observações. As efemérides precisas, com acuracidade estimada de
eliminados por técnicas apropriadas. Os erros aleatórios, por sua vez, não apresentam 20 cm a 1 m, resultante de pós-processamento, só ficam disponíveis para os usuários
qualquer relação funcional com as medidas e são, normalmente, as discrepâncias dentro de uma semana após a coleta dos dados. A tabela a seguir apresenta erros típicos
remanescente nas observações depois que todos os erros grosseiros e sistemáticos são resultantes no processamento de bases com comprimento variando entre 10 e 5000 km.
minimizados. Eles são inevitáveis, sendo portando, considerados como uma Para o caso das efemérides transmitidas (ET), foram adotados como erros orbitais os
propriedade inerente da observação. A tabela abaixo apresenta uma subdivisão das valores 20 e 100 m. Com efemérides precisas (EP), erros de 20 cm e 2 m foram
fontes de erros e lista de alguns de seus efeitos.

151 152
considerados. Os valores 100 e 2 m, embora acima dos limites esperados, corresponde a o polinômio acima não modela adequadamente os erros dos relógios dos satélites. Os
2σ. efeitos podem ser minimizados pelo posicionamento diferencial.
Resultados documentados na literatura GPS têm evidenciado que a regra acima
é um tanto pessimista. Têm sido sugerido que ela representa mais apropriadamente a
propagação dos erros orbitais sobre a componente vertical (Santos, 1995). De qualquer Relatividade
forma fica claro que o uso das efemérides precisas deverá atender a maioria das
atividades geodésicas, pois chega a atingir precisão relativa da ordem de 1O ppb (partes Os efeitos da relatividade no GPS não são restritos somente aos satélites (órbitas
por bilhão). Nas atividades necessitando de posicionamento em tempo real, as ET têm e relógios), mas também a propagação do sinal e aos relógios dos receptores. O relógio
sido usadas. No entanto, se a acuracidade desejada deve ser melhor que a proporcionada do satélite, além dos erros já mencionados, variam devido a relatividade geral e
pelo sistema GPS com o uso de ET no método diferencial (DGPS), a tendência atual é o especial. Os relógios nas estações de monitoramento e de bordo estão situados em
uso de WADGPS (Wide Area Differential GPS) (Mueller, 1994), em fase de locais com potenciais gravitacionais diferentes, além de mover-se com velocidades
desenvolvimento. Nos Estados Unidos, sistemas de WADGPS já encontram-se em diferentes. Isto provoca uma aparente alteração na freqüência dos relógios de bordo
funcionamento. com relação aos terrestres. Os efeitos são compensados pela redução da freqüência
nominal dos relógios dos satélites em 4,55 x 10-3 Hz, antes do lançamento.
EFEMÉRIDES Erro Orbital Comprimento da Erro na base Acuracidade Apesar destes cuidados , alguns efeitos não são eliminados. Porém no
Δr ( m) base b ( km ) Δb ( cm ) Relativa processamento usando técnica diferencial, elimina-se a maioria destes efeitos.
Δb / b (ppm)
100 10 5
ET 100 50 Atraso de Grupo
1000 500 5.0
5000 2500 Este erro é decorrente do retardo dos sinais quando passam através do hardware
20 10 0.1 do satélite, afetando o tempo de propagação do sinal. No entanto, a calibração durante a
ET 100 10 fase de testes dos satélites permite determinar a magnitude do atraso e introduzi-la
1000 100 1.0 como parte dos coeficientes do polinômio do relógio.
5000 500
2 10 0.1
ET 100 1 Erros relacionados com a Propagação do Sinal
1000 10 0.1
5000 50
Os sinais provenientes dos satélites atravessam a atmosfera onde sofrem
0.2 10 0.01
refração, resultando numa trajetória curva associada a um atraso na chegada do sinal. A
ET 100 0.1
trajetória curva se deve ao fato do sinal passar através de vários níveis de densidade
1000 1 0.01
variáveis. O retardo do sinal é urna conseqüência da diferença entre a velocidade do
5000 5
sinal na atmosfera e no vácuo. O meio onde ocorre a propagação consiste
essencialmente da troposfera e da ionosfera. A troposfera se estende da superfície
Erros no Relógio do Satélite terrestre até aproximadamente 50 km e comporta-se como um meio não dispersivo, isto
é, a refração é independente da freqüência do sinal. A ionosfera é um meio dispersivo (a
Embora altamente acurados, os relógios atômicos à bordo dos satélites não refração depende da freqüência), o que significa que a fase da portadora e a modulação
acompanham o sistema de tempo GPS. A diferença chega a ser, no máximo, de 1 sobre ela serão afetadas de forma diferentes. A ionosfera abrange aproximadamente a
milisegundo (Wells el al, 1986). Os relógios são monitorados pelo segmento de região que vai de 50 até 1000 km acima da superfície terrestre. Por se tratar de
controle. O valor pelo qual eles diferem do tempo GPS faz parte da mensagem de regiões apresentando comportamentos diferentes, elas serão tratadas separadamente.
navegação na forma de coeficientes de um polinômio de segunda ordem, dado por: Além destes efeitos, incluí-se nesta seção o efeito do movimento de rotação da Terra
Dt (t) = a0 + a1 ( t – t0c ) + a2 ( t – t 0c )2 nas coordenadas do satélite durante a propagação do sinal.
Onde:
t 0c é o tempo de referencia de relógio (clock);
a0 é o estado do relógio do tempo de referência; Refração Troposférica
a1 é a marcha linear do relógio e;
a2 é a variação da marcha do relógio. O efeito da troposfera podem variar de poucos metros até aproximadamente 100
m, dependendo da densidade da atmosfera e do ângulo de elevação do satélite. A
A técnica δ usada na SA (dither) é implementada através da introdução de erro refração troposférica é muito sensível à quantidade de vapor d'água presente, razão pela
no parâmetro ai (Lachapelle el al, 1992). Conseqüentemente, quando a SA estiver ativa,

153 154
qual costuma-se dividi-la em duas componentes : uma seca e outra úmida. Uma das modelos, medidas de fase coletadas com receptores de dupla Seqüência são usadas para
várias expressões que existe para a refratividade é: estimar as correções para os usuários de freqüência simples operando na área. Maiores
detalhes podem ser encontrados em Newby and Langley, (1 990) Georgiadou Y., (1
N = 77,6 P/ T + 3,73 x 105 e / T2 990), Newby and Langley, (1 992) e Klobuchar, (1986). Este método é ideal para ser
usado dentro do contexto da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), a
Onde: P é a pressão atmosférica total (mbars), qual consistirá de uma série de receptores GPS de dupla freqüência coletando dados
T é a temperatura absoluta (Kelvin) e; continuamente em diversas regiões do Brasil.
e é a pressão parcial de vapor d'água.

Sinais refletidos ( multpath )


Refração Ionosférica
O receptor pode, em alguma circunstância, receber além do sinal que chega
A ionosfera, ao contrário da troposfera, é um meio dispersivo. Isto significa que diretamente a antena, sinais refletidos em superfícies vizinhas à mesma (multipath). Tal
a refração ionosférica depende da freqüência do sinal. Uma relação básica entre o índice circunstância depende da relatividade do meio onde se posiciona a antena,
de refração (ti) e a freqüência (1) é dada por (Dodson et aí, 1993; Hofmann-Wellenhof características da antena e de técnicas utilizadas para impedir sinais refletidos. As
el al, 1992): condições um tanto arbitrária envolvendo o levantamento torna a modelagem destes
N = 1 ± A 1 Ne / ƒ2 efeitos um tanto difícil, muito embora algumas combinações de observáveis permitam
avaliar o nível de sinais refletidos. Estes efeitos são normalmente considerados como
Onde: erros aleatórios, muito embora, em alguns casos, pode-se comportar como efeitos
A1 é urna simples combinação de constantes físicas (=40,3 Hz2 ); sistemáticos. Desta forma, a recomendação mais efetiva é evitar levantamentos em
Ne é a densidade de elétrons livre na ionosfera ( ≅ 1016 elétron/m3') e; locais propícios a estes efeitos. A figura 3.2 ilustra a ocorrência de sinais refletidos.
± depende, se o índice de refração é para ser usado com o código ( + para índice
de refração de grupo) ou com a portadora (- para índice de refração da fase).

Nesta expressão pode ser visto que o índice de refração da fase é menor que a
unidade, significando que a fase sofre um avanço quando passa através da ionosfera. O
código por sua vez sofre um atraso, já que n maior que um para este caso. Desta forma,
as pseudo-distâncias são mais longas e as medidas de fase da portadora mais curtas que
a distância geométrica entre o satélite e receptor. A diferença é idêntica em ambos
casos. A parte da freqüência do sinal, n também afetada pela densidade de elétrons Sinal Direto
livres, dependendo da atividade solar. Tempestades magnéticas superpõem um padrão
irregular sobre o ciclo da mancha solar, tornando a predição da densidade de elétrons
livres muito difícil. As regiões que apresentam os maiores distúrbios na ionosfera são a
equatorial e polar.
Sinal Refletido
Considerando apenas os termos de primeira ordem, a refração ionosférica é obtida da
seguinte expressão:

I = 1 ± A 1 / ƒ2 Nt

onde N, é o conteúdo total de elétrons (TEC: Total Electron Contents). O TEC


representa o número de elétrons de uma coluna atravessando a ionosfera junto com o
sinal, com área da seção transversal igual a 1m 2 .
A dependência da freqüência torna possível eliminar os efeitos de primeira
ordem quando se coleta os dados com um receptor de dupla freqüência. Para receptores
de freqüência simples, a ionosfera é a maior fonte de erro. No posicionamento relativo,
sobre distâncias curtas (10 a 20 km), a maioria dos erros é eliminada. No entanto,
receptores de freqüência simples são normalmente usados sobre linhas de bases maiores
que as consideradas adequadas para eliminar grande parte dos efeitos da ionosfera.
Desta forma, o uso de modelos da ionosfera pode melhorar os resultados. Nestes

155 156
Perdas de Ciclos realiza uma calibração no início de cada levantamento. Para tal, cada canal rastreia
simultaneamente um satélite em particular e determina os erros em relação a um canal
As medidas de fase são, normalmente, contínuas com respeito ao período de tomado como padrão. Todos as medidas subseqüentes são corrigidas deste efeito.
uma sessão de observação. Quando há uma não continuidade na medida da fase diz-se
que ocorreu perda de ciclos. Isto pode ser devido a bloqueio do sinal, aceleração da
antena, variações bruscas na atmosfera, interferências de outras fontes de rádio e Centro da Fase da Antena
problemas com o receptor e software. Quando ocorre perda de ciclos, é de se esperar
que a parte fracional permanece correta; somente o número inteiros de ciclos sofre um O centro elétrico da antena é um ponto no qual as medidas dos sinais são
salto. É necessário, e na maioria das vezes é possível, corrigir a fase da portadora do referenciadas e geralmente não coincide com o centro físico da antena. A discrepância
número inteiros de ciclos provocando a descontinuidade. Diversas técnicas tem sido varia com a intensidade e direção dos sinais e é diferente para a portadora L1 e L2. Para
desenvolvida para este fim. Uma outra opção é introduzir uma nova ambigüidade como levantamentos de alta precisão, todas as antenas envolvidas no projeto devem ser
incógnita no modelo de ajustamento. calibradas, visando corrigir as observações. Antenas de mesmo fabricante e modelos
iguais não devem apresentar maiores problemas. No entanto, recomenda-se que a
orientação de todas as antenas envolvidas num projeto esteja na mesma direção.
Rotação da Terra

O cálculo das coordenadas do satélite apresentada no capítulo 1 foi para o Erros Relacionados com a Estação
instante de transmissão do sinal e num sistema de coordenadas fixo a Terra. Desta
forma, torna-se necessário efetuar a correção do movimento de rotação da Terra. Além de erros nas coordenadas da estação, no caso de fixar as coordenadas da
Durante a propagação do sinal, o sistema de coordenadas rotaciona com relação ao estação base, outros erros resultantes de fenômenos geofísicos podem causar variações
satélite, alterando suas coordenadas. As coordenadas originais do satélite devem ser nas coordenadas das estações envolvidas no levantamento durante o período de coleta
rotacionadas sobre o eixo Z de um ângulo α, definido como o produto do tempo de das observações. Entre eles estão incluídos os efeitos de marés terrestres, carga dos
propagação pela velocidade de rotação da Terra . oceanos e carga da atmosfera.

Erros Relacionados com o Receptor e Antena Coordenadas da Estação

Os erros relacionados com o receptor e antena são aqueles devido ao hardware Posicionamento GPS, no modo relativo, proporciona diferenças de coordenadas
do receptor e design da antena. tridimensionais (ΔX, ΔY e ΔZ) de alta precisão. As diferenças de coordenadas não
contém informações sobre o sistema de referência (datum), as quais são indispensáveis
em qualquer tipo de levantamento. Para tal, pelo menos um ponto deve ser mantido
Erro do relógio fixo. Qualquer erro em suas coordenadas irá ser propagado para as coordenadas dos
pontos determinados a partir dele. Um outro tipo de problema, que quase sempre passa
Os receptores GPS são normalmente equipados com osciladores de quartzo, os despercebido, é que um erro na posição do ponto fixo, também afetará as componentes
quais possuem boa estabilidade interna e são de custos relativamente baixo. Cada relativas, não especialmente ΔX, ΔY e ΔZ, mas Δφ, Δλ e hΔ. A obtenção de cada uma
receptor possui a sua própria escala de tempo, definido pelo oscilador interno, a qual destas componentes é função das coordenadas supostas erradas. Têm sido mostrado que
difere da escala de tempo GPS. Alguns receptores possuem osciladores altamente um erro de 5 m nas coordenadas de uma estação base pode produzir erros de 1,0, 0,9 e
estáveis, podendo aceitar padrões de tempo externo. No entanto, são receptores de custo 0,8 ppm nas diferenças de coordenadas geodésicas Δφ, Δλ e hΔ respectivamente
elevado, normalmente utilizados em redes de alta precisão. De qualquer forma, no (Breach, 1990). Isto mostra a importância de se ter coordenadas das estações bases
posicionamento relativo, os erros dos relógios são praticamente eliminados, não compatíveis com a do WGS-84. Não é o que acontece no Brasil no momento, haja vista
exigindo para a maioria das aplicações, padrões de tempo altamente estáveis. que os parâmetros de transformação entre o SAD-69 e WGS-84 foi estimado para a
estação Chuá, origem do SAD-69, e são aplicados para todo o Brasil. Deformações da
ordem de 20 m podem ser esperada, o que certamente deteriorará a alta acuracidade
Erros entre Canais proporcionada pelo GPS.

Quando um receptor possui mais que um canal de rastreio, pode ocorrer erro
(sistemático) entre os canais. Atualmente, a maioria do receptores geodésicos possuem
canais múltiplos, com cada um dos canais registrando os dados de um satélite
particular, sujeito portanto ao tipo de erro aqui discutido. Para corrigi-lo, o receptor

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Marés Terrestre TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO GPS
A deformação da Terra devido as forças das marés (sol e lua) é denominada
marés terrestres (Earth Body Tides). Próximo ao equador, a superfície desloca-se por Introdução
volta de 40 cm durante um período de 6 horas (Baker, 1984). A variação é função da
posição do sol e da lua, sendo que os períodos principais destas variações são 12 (semi- O posicionamento geodésico pode ser realizado no modo Pontual ou relativo.
diurna) e 24 (diurna) horas. Tal variação é função do tempo, mas também depende da No primeiro caso, a posição do ponto é determinada num sistema de referência bem
posição da estação. O efeito é similar para estações adjacentes e é provável que a definido, que no caso do GPS é o WGS-84. No posicionamento relativo, a posição de
maioria deles seja cancelado no processo diferencial. Para redes com linhas base longas, um ponto é determinada com relação a do outro, cujas coordenadas devem ser
tais efeitos devem ser modelados. Detalhes do algoritmo padrão a ser usado com GPS é conhecidas. As coordenadas do ponto conhecido devem estar referenciadas ao WGS-84,
dado no IERS Standards (McCarthy, 1992). ou num sistema compatível, caso se efetue o posicionamento usando o GPS. Neste'
caso, os elementos que compõem a linha base, ou seja, ΔX, ΔY e ΔZ, são determinados
e, ao serem acrescentados as coordenadas do ponto base, proporcionam as coordenadas
Movimento do Polo do ponto desejado. Pode-se ainda acrescentar que tanto no posicionamento por ponto,
quanto no relativo, o objeto a ser posicionado pode estar em repouso ou em movimento,
A variação das coordenadas das estações causadas pelo movimento do polo deve dando origem as denominações de posicionamento estático e cinemático.
também ser considerada. Tal variação atinge até 25 mm (componente radial) e não se
cancela sobre qualquer duração da sessão. No entanto, no posicionamento relativo é
praticamente eliminada. Posicionamento por Ponto (Método Absoluto)

No posicionamento por ponto necessita-se apenas de um receptor. Este método


Carga dos Oceanos de posicionamento é o mais utilizado em navegação de reduzida precisão. O
posicionamento instantâneo de um ponto (tempo real), usando a pseudo-distância
O peso que o oceano exerce sobre a superfície terrestre produz cargas periódicas derivada do código C/A (SPS), apresenta precisão planimétrica da ordem de 100 m
na superfície terrestre resultando em deslocamento (Baker, 1984). A magnitude do (95%). Mesmo se a coleta de dados sobre um ponto estacionário for de longa duração, a
deslocamento depende do alinhamento do sol, lua e posição do observador, podendo qualidade dos resultados não melhora significantemente, em razão dos erros
alcançar cerca de 10 cm na componente vertical em alguma parte do globo. Em regiões sistemáticos envolvidos na observável. É possível incluir no processamento, além da
afastada da costa, este valor decresce, mas ainda podem alcançar cerca de 1 cm para pseudo- distância, a fase da onda portadora no processamento, caso esta seja disponível.
distâncias (oceano-estação) de 1000 km (Baker e/ al, 1995). Considerando a precisão No entanto, tal combinação não e uma prática muito utilizada no posicionamento por
preconizada pelo GPS, tais efeitos devem ser levados em consideração quando se ponto, haja vista não proporcionar refinamento da solução. Portanto, o posicionamento
objetiva levantamento de alta precisão. Para a maioria das aplicações, tal efeito pode ser por ponto não se trata de um método utilizado para fins geodésicos e cadastrais. De
desprezado, tal como é, sem maiores problemas. qualquer forma apresentar-se-á os fundamentos do método, pois o mesmo será útil para
a apresentação de alguns conceitos envolvidos no GPS.

Carga da Atmosfera

A carga da atmosfera exerce força sobre a superfície terrestre. Variações da


distribuição da massa atmosférica, a qual pode ser inferida a partir da medida de
pressão da atmosfera, induz deformações sobre a crosta, principalmente na direção
vertical. As maiores deformações estão associadas com tempestades na atmosfera,
podendo alcançar 10 mm (Van Dam and Wahr, 1987). A maioria dos programas para
processamento de dados GPS ainda não apresenta modelos para correções desta
natureza. Para redes de grande dimensão, requerendo alta acuracidade, recomenda-se
estender a campanha para 2 semanas, ao invés dos usuais 3 a 5 dias (Blewitt el al,
1994). Não se trata de um efeito com o qual o usuário deva se preocupar, mas vale a
pena ter conhecimento sobre ele e saber que o GPS é sensível ao mesmo.

159 160
método estático, pode-se aplicar a técnica OTF no processamento, reduzindo
sobremaneira o tempo de ocupação das estações a levantar. Pode-se também utilizar
como observável a pseudo-distância pura ou suavizada pela portadora, casos em que
Δt tempo medido reduz a acuracidade para a ordem do decímetro.
diferença entre as mesmas Encontra-se ainda na literatura GPS os métodos denominados estático rápido,
partes do código stop & go (pare e continue), semi ou pseudo-cinemático, além de cinemático puro,
Código do satélite entre outros. Estes métodos são fundamentalmente usados para fins de levantamentos,
onde se objetiva rapidez, e não há interesse nas coordenadas da trajetória. Eles serão
Código do receptor apresentados dentro do conceito de métodos rápida.
Um resumo dos tópicos a serem abordados dentro do posicionamento relativo aponta
ESTRUTURA DO ERRO GPS NO POSICIONAMENTO ABSOLUTO ERROS para os seguintes métodos (ou denominações):
COMPUTADOS NA MEDIÇÃO DA PSEUDO-DISTÂNCIA TÍPICO PARA
RECEPTORES DE BOA QUALIDADE posicionamento relativo estático;
Erro do relógio do satélite 0.61m posicionamento relativo em tempo real (cinemático).
Erro de efemérides 0.61m Posicionamento relativo rápido estático.
Erro de relógio do receptor 1.22m
Erros atmosféricos/ionosféricos 3.66m
Erro de S/A (se implementado) 7.62m
POSICIONAMENTO RELATIVOS ESTÁTICOS

Total do erro aplicado a pseudo-distância – 13,72m A observável normalmente usada no posicionamento relativo estático é a dupla
diferença da fase da portadora, muito embora possa também utilizar a dupla diferença
Fontes de Erro da Pseudo-distância
da pseudo-distância, ou mesmo uma combinação de ambas. Os casos em que se tem a
fase da portadora com observável fundamental são os que apresentam melhores
resultados em termos de acuraria. Trata-se da técnica mais utilizada em posicionamento
POSICIONAMENTO RELATIVO geodésico. Neste tipo de posicionamento, dois ou mais receptores rastreiam os satélites
visíveis por um período de tempo que pode variar de dezenas de minutos, até algumas
Para realizar posicionamento relativo é normal dizer que o usuário deve dispor horas. O caso envolvendo curtos período de ocupação (até dez minutos), será tratado
de dois ou mais receptores. No entanto, com o advento dos chamados Sistemas de dentro como método rápido.
Controle Ativos (SCA), um usuário com apenas um receptor poderá efetuar Como no posicionamento relativo estático o período de ocupação das estações é
posicionamento relativo referido ao sistema de referência do SCA. Deverá, para tal, relativamente longo, somente as duplas diferenças da fase da portadora serão incluídas
acessar os dados de uma ou mais estações pertencentes ao SCA, via algum sistema de como observáveis. Como a precisão da fase da portadora é muito superior que a da
comunicação. pseudo-distância, esta última não melhora os resultados significativamente quando o
O posicionamento relativo é suscetível de ser realizado usando uma das seguintes período de coleta de dados for longo. Mesmo assim, as pseudo-distâncias devem estar
observáveis: disponíveis, pois elas são utilizadas no pré-processamento para estimação do erro do
pseudo-distâncias; relógio do receptor.
pseudo-distâncias suavizadas pela portadora e;
fase da onda da portadora em conjunto com as pseudo-distâncias. POSICIONAMENTO RELATIVO EM TEMPO REAL
Em navegação, normalmente, faz-se uso das pseudo-distâncias ou pseudo- No posicionamento relativo em tempo real, além dos dois receptores
distâncias suavizadas pela portadora, mas as pseudo-distâncias são mais freqüentemente normalmente empregados no posicionamento, um dos receptores deve receber, além das
usadas. A técnica mais popular em navegação é conhecida como DGPS (Diferential observações por ele coletadas, informações adicionais via algum sistema de
GPS), a qual pode proporcionar precisão da ordem de 2 a 5m, quando se faz uso das comunicação. Estas informações podem ser as próprias observações coletadas,
pseudo-distâncias. O DGPS têm a capacidade de proporcionar posicionamento em simultaneamente, num outro receptor ou estação, caso denominado na literatura de
tempo real, muito embora possa também ser pós-processado. O posicionamento cinemático (Pure Kinematic Method), ou correções diferenciais, método este
cinemático relativo, sob a denominação de OTF (On-The-Fly) ou RTK (Real Time denominado de DGPS (Differential GPS).
Kinemamtic), têm a portadora como observável fundamental, apresentando alta
precisão. Ele será apresentado dentro do conceito de métodos de posicionamento
relativo em tempo real, juntamente com a técnica DGPS.
Nos métodos estáticos, que utilizam como observável básica a portadora, pode-
se alcançar precisão centimétrica, ou mesmo milimétrica. Embora se trate de um

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GPS DIFERENCIAL (DGPS) Neste mesmo instante t, o receptor móvel localizado em P, calcula as coordenadas do
ponto Xpt, Ypt, Zpt, usando as pseudo-distâncias d1p, d2p, d3p e d4p. Para este mesmo
O DGPS foi desenvolvimento para as aplicações em navegação necessitando de instante t pode-se calcular as diferenças no ponto de referência R(t):
precisão melhor que a oferecida pelo GPS quando se usa o SPS no modo absoluto
(posicionamento por ponto). O conceito de DGPS envolve o uso de um receptor Δx = Xr - Xrt
estacionário numa estação com coordenadas conhecidas, rastreando todos os satélites Δy = Yr - Yrt
visíveis. O processamento dos dados nesta estação (posicionamento por ponto) permite Δz = Zr - Zrt
que se calcule correções posicionais ou de pseudo-distâncias. As correções das
coordenadas ΔX, ΔY e ΔZ são possíveis de serem determinadas, pois se conhece as Aplicando estas diferenças às coordenadas calculadas no ponto P, obtém-se:
coordenadas da estação base. As correções das pseudo-distâncias são baseadas nas Xp = Xpt + Δx
diferenças entre as pseudo-distâncias observadas e as calculadas a partir das Yp = Ypt + Δy
coordenadas dos satélites e da estação base. Estando a estação base localizada nas Zp = Zpt + Δz
proximidades da região de interesse, há uma forte correlação entre os erros calculados onde XP, YP, ZP são as coordenadas corrigidas diferencialmente do ponto P. no instante
na estação base e os erros da estação móvel. Desta forma, se o usuário receber tais t. Note que os dois receptores (referência e móvel) rastreiam os mesmos satélites, ao
correções, ele poderá corrigir as suas posições ou as pseudo-distâncias observadas, mesmo tempo.
dependendo do método de correção adotado O método diferencial de posicionamento GPS, possui as seguintes variantes:
A aplicação de correções nas posições é o método mais fácil de se usar em
DGPS, mas o mesmo é significantemente afetado pela SA se qualquer um dos satélites
não for rastreado simultaneamente nas duas estações. Nestes casos, os resultados A) DGPS EM TEMPO REAL-.
apresentariam qualidade inferior que o usual.
Quando se utiliza correções para as observações de pseudo-distâncias, não há É a representação da figura abaixo. Nesta variante as correções diferenciais
necessidade do usuário rastrear a mesma constelação de satélites presente na estação são transmitidas ao receptor remoto, por uma ligação rádio de dados, utilizando o
base, pois ele só aplicará as correções nas pseudo-distâncias dos satélites efetivamente protocolo RTCM-SC-104 ("Radio Technical Commission for Maritime Services
rastreados. Se algum dos satélites rastreados não apresentar correções, e há um número Special Coinmittee N' 104") que especifica o modo de transmissão dos dados GPS
suficiente de satélites para efetuar o posicionamento, é aconselhável não utilizar tais (por "link" de rádio) para estas correções. O receptor "rover", poderá então gravar
satélites. seus dados em arquivos no próprio receptor, para posterior descarga de dados para
CADs ou GIS. Este processo fornece precisões de 1 a 10 metros, dependendo do
Considerar o seguinte esquema DOP Caso o receptor remoto estacione, isto é, deixe de se movimentar, o usuário
poderá adotar duas atitudes: 1) Encerrar o arquivo "rover"' e iniciar um novo arquivo
para a posição estática. Desta maneira poderá se valer de médias das posições'
estáticas gravadas, conseguindo precisões sub-métricas. 2) Não encerrar o arquivo
aberto. Neste caso quando da plotagem dos dados, aparecerá um "borrão" de pontos
com raio de ±10 metros.

O ponto R possui coordenadas de referência Xr, Yr e Zr. O receptor situado em


R, rastreia os satélites S1, S2, S3 e S4. Num instante t, o receptor R calcula as
seguintes coordenadas Xrt,Yrt, Zrt, utilizando as pseudo-distâncias: d1r, d2r, d3r e d4r.

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Em algumas aplicações marítimas ou na aviação, necessita-se das posições em tempo
real. É fácil perceber que nestes casos, a ocorrência de perda de ciclos sem a
B). DGPS PÓS-PROCESSADO possibilidade de recuperação, enquanto em movimento, não pode ser aceita. Deve-se
portanto dispor de métodos capazes de corrigir as perda de ciclos ou solucionar as
Nesta variante não existe ligação rádio entre receptores fixo e móvel. A correção ambigüidades em pleno movimento. Esta técnica é denominada como solução da
diferencial se faz a posterior, com os dados dos receptores descarregados e processados ambigüidade OTF (On-The-Fly).
por um software próprio. A grande vantagem deste processo em relação ao anterior, é Na técnica OTF para aplicações em tempo real, as ambigüidades devem ser
que o usuário tem total controle sobre os pontos que estão sofrendo correção solucionadas imediatamente após a coleta de dados. Como se trata de posicionamento
diferencial, isto é, através de filtros, tais como, número DOP do "rover", desvio padrão relativo, no qual utiliza-se as observações de dupla diferenças, as observações coletadas
das pseudo-distâncias medidas pelo receptor remoto, intensidade do sinal de na estação base devem ser transmitidas para a estação móvel, diferentemente da técnica
determinado satélite (evitando ruídos), o usuário pode rejeitar este ou aquele ponto ou DGPS, onde se transmite apenas correções.
grupos de feições coletadas, por não atenderem a precisão do projeto, no qual se está Isto exige sistema de comunicação com grande capacidade de transmissão.
trabalhando. A outra grande vantagem diz respeito aos custos. O DGPS pós-processado Dentro da técnica OTF há vários métodos disponíveis para a solução da
dispensa o "link" de rádio, que em alguns casos, quando as distâncias são grandes, o ambigüidade, podendo-se citar o denominado LAMBDA (Least square AMBiguity
custo dos transceptores é maior do que o custo dos próprios receptores GPS. Este Decorrelation Adjustment), FARA (Fast Ambiguity Resolution Approach), (Frei,
processo é, por excelência, o melhor método de digitalização de superfícies reais, Beutle,1 990), tratamento como rede neural (Landau, 1990), entre outros. Os métodos
aplicáveis à projetos cartográficos de escala máxima de 1:5.000, o que corresponde à se baseiam, em geral, na estimativa de mínimos quadrados com algoritmo de procura.
maioria das escalas cadastrais de áreas urbanas. Como as ambigüidades são solucionadas em tempo real, isto eqüivale ao usuário dispor
de distâncias entre o receptor e satélites com precisão milimétrica, permitindo
C) DGPS DE CAMPO posicionamento com acuracidade da ordem de 10 cm (Seeber, 1993).
Vale ressaltar que estes métodos nem sempre proporcionam as soluções da
ambigüidade corretamente, exigindo portanto meios de analisar a qualidade dos
Esta terceira variante do DGPS é uma alternativa para quem só possui receptores resultados. Pesquisas ainda estão em desenvolvimento, e os sistemas atualmente
absolutos. A precisão oscila entre 15 a 10 metros e é obtido da seguinte maneira: 1) capazes de proporcionar solução OTF ainda são de custos bastante elevados. Convém
Estaciona-se um receptor absoluto em um ponto de coordenadas conhecidas. 2) chamar a atenção que os métodos que usam o conceito OTF, embora desenvolvidos
Combinam-se as horas, minutos e segundos (as correções diferenciais variam a cada 15 visando aplicações cinemática, podem muito bem ser usados em aplicações estáticas,
segundos) nos quais gravar-se-ão os pontos, tanto no receptor fixo quanto no itinerante reduzindo sobremaneira o tempo de ocupação das estações a serem levantadas.
(deve ser o mesmo horário para ambos). 3) Após a operação de campo, para cada ponto
gravado na base, calculam-se diferenças simples Δϕ, Δλ e ΔH, para cada horário
combinado. 4) Verificam-se se os satélites recebidos no receptor base foram os mesmos POSICIONAMENTO RELATIVO ESTÁTICO RÁPIDO
para o receptor "rover", em cada horário no qual os pontos foram gravados (esta
informação é comum entre todos os receptores, na gravação de coordenadas de pontos
gravados e nomeados). 5) Rejeitam-se, então, os pontos que não atenderem à condição Nesta seção serão abordados os métodos de posicionamento denominados
anterior. 6) Para os demais pontos aplicam-se as diferenças calculadas para cada pseudo-cinemático e semi-cinemático. Dentro desta classificação inclui o método stop
ponto/horário. O DGPS de campo, é um meio de fortuna para se fugir das precisões do na go, já que ele aparece na literatura como um método de posicionamento semi-
SPS (100 a 300 metros), conseguindo-se melhores precisões, sem que se possua cinemático. O termo estático rápido talvez não seja totalmente adequado para o
equipamento adequado ao DGPS e, obviamente, não se presta à digitalização de conjunto de métodos a serem apresentados neste tópico, mas como durante a coleta de
superfícies reais. dados deve-se parar na estação, pelo menos para introdução da identificação da mesma,
A RBMC, em fase de implantação no Brasil, poderá no futuro servir como uma tal condição talvez justifique a nomenclatura. O objetivo é agrupar os métodos com
rede tipo WADGPS, e prover correções para os usuários. características similares afim de evitar a adoção de termos diferentes para o mesmo
procedimento.
Apresentaremos inicialmente o método denominado pseudo-cinemático em
MÉTODO CINEMÁTICO Seeber, (1993) e semi-cinemático em Teunissen, (1991) . Trata-se do posicionamento
em que há reocupação de uma ou todas estações. Sabe-se que para solucionar a
ambigüidade, sem a aplicação dos métodos rápidos (OTF), necessita-se de um período
Neste método assume-se que a observável fundamental é a fase da onda de coleta de dados relativamente longo, devido a necessidade de alteração da geometria
portadora. Há uma grande quantidade de aplicações que necessita das coordenadas da dos satélites que estão sendo rastreados. Na realidade, somente as primeiras e últimas
trajetória do receptor GPS com alta precisão. Um exemplo de interesse às pessoas observações contribuem significantemente para a solução. A concepção do método
ligadas as atividades de mapeamento, diz respeito aos vôos fotogramétricos utilizando baseia-se então na coleta de dados por pelo menos dois períodos na mesma estação. As
GPS para determinar as coordenadas do centro perspectiva da câmara no instante de duas coletas devem estar separadas por um intervalo de tempo longo o suficiente (20-30
tomada da foto. Trata-se no entanto de um caso que se pode efetuar pós-processamento. minutos) para proporcionar alteração na geometria dos satélites. Durante este intervalo,

165 166
outras estações podem ser ocupadas por período de tempo relativamente curto. O DILUIÇÃO DA PRECISÃO (PDOP)
método requer que o receptor continue rastreando durante as visitas as estações,
circunstância que exige um cuidadoso planejamento do levantamento antes da Os diversos DOPs (Dilution of Precision), freqüentemente usado em navegação,
execução. são obtidos a partir do conceito de posicionamento por ponto. O DOP proporciona uma
Há ainda outra opção, na qual se pode desligar o receptor durante o indicação da precisão dos resultados que serão obtidos. Ele depende basicamente de
deslocamento de uma estação para outra, mas todos os pontos devem ser reocupados. O dois fatores:
ponto inicial deve ser revisitado depois de um intervalo que permita a mudança da - a precisão da observação de pseudo-distância, expressa pelo erro equivalente do
geometria dos satélites (30-60 minutos), prosseguindo-se com a reocupação nos demais usuário (UERE: User Equivalent Range Error), que é associado ao desvio-padrão da
pontos. Neste caso, os dois arquivos de dados coletados numa mesma estação, mas em
observação ( σr ) e;
instantes diferentes, são considerados como único, com perda de ciclos entre eles, as
- a configuração geométrica dos satélites.
quais devem ser corrigidas,por técnicas de dupla ou tripla diferença. Considerando as
A relação entre σr e o desvio-padrão associado ao posicionamento ( σp ) pela seguinte
perdas de ciclos corrigidas adequadamente, o que nem sempre é possível.
expressão (Seeber, 1993)
O método stop and go se baseia em determinar rapidamente as ambigüidades e
mante-las durante o levantamento das estações de interesse. A antena é mantida σp = DOP σr
coletando dados sobre a estação a ser levantada por um breve período de tempo, o
necessário para a coleta da identificação da estação e montagem da antena. Portanto, a As seguintes designações são encontradas na literatura:
questão fundamental é a determinação da ambigüidade antes de iniciar o levantamento.
As principais técnicas que têm sido extensivamente usadas são: σH = HDOP σr para posicionamento horizontal;
1 )- determinação de uma base com longa ocupação antes de iniciar o método stop and σv = VDOP σr para posicionamento vertical;
go. σp = PDOP σr para posicionamento tridimensional e;
2 )- Curto período de ocupação sobre uma base conhecida e; σT = TDOP σr para posicionamento de tempo.
3)- troca de antena.
O efeito combinado de posição e tempo é determinado
O primeiro caso trata-se do posicionamento relativo estático, podendo-se
portanto aplicar a técnica OTF para a solução inicial da ambigüidade. No entanto, se tal GDOP = √ ( PDOP)2 + ( TDOP )2
opção fosse disponível, seria mais conveniente também usá-la nas demais estações,
evitando os problemas do método stop and go. No segundo caso, como se conhece as O PDOP pode ser interpretado como o inverso do volume V de um tetraedro
coordenadas de duas estações, os parâmetros a determinar no ajustamento são as formado pelas posições do usuário e dos satélites
ambigüidades, as quais podem ser solucionadas rapidamente. O terceiro método têm
sido extensivamente usado, pois além de ser preciso, rápido e confiável, não requer o PDOP = 1 / V
conhecimento de uma linha base próxima ao local
Instala-se um dos receptores numa estação na região do levantamento, a qual
possui coordenadas conhecidas e o outro, numa estação auxiliar próxima (2 a 5 metros).
Coleta-se dados por um período de 1 minuto e então as duas antenas são trocadas, sem
perder o contato ( lock on ) com os satélites, e coleta-se novamente dados por um
período de 1 minuto. Não havendo perda de ciclos, as ambigüidades antes e depois da
troca de antenas são as mesmas.
Combinando as equações de observações envolvidas no primeiro período de
coleta de dados, com as do período seguinte, os valores das ambigüidades podem ser
determinados. Neste caso, a geometria foi alterada ao fazer a troca de antenas, razão
pela qual as ambigüidades podem ser solucionadas rapidamente sem aplicar técnicas de
procura, tipo OTF.
Se houver perdas de ciclos durante o deslocamento, o levantamento deve ser
reiniciado, partindo, por exemplo, do último ponto levantado, o qual seria a estação
base. Tratar-se portanto de um método adequado para áreas não sujeitas à obstruções do
sinal. É essencial que o receptor informe a respeito da ocorrência de perdas de ciclos!

167 168
• Posição relativa dos satélites podem produzir erros
PDOP BOM PDOP RUIM PLANEJAMENTO, COLETA E PROCESSAMENTO DE DADOS GPS

PLANEJAMENTO E RECONHECIMENTO

No planejamento de levantamentos GPS, tal como em qualquer método


6 seg
convencional, é essencial ter a disposição a documentação cartográfica mais recente da
4 seg região de trabalho. Ela dará apoio na tarefa de definição dos pontos a serem levantados,
definição dos trajetos a serem seguidos, entre outras. A condição e existência do apoio
psuedorange psuedorange geodésico na região do levantamento deve ser verificada afim de definir os vértices do
sistema de referência (SGB: Sistema Geodésico Brasileiro) a serem usados como
estações bases. Considerando a dimensão territorial do Brasil e a distribuição do apoio
posicionamento representado básico, muitas vezes tais vértices poderão estar localizados há uma grande distância da
posicionamento área de trabalho. Trata-se, portanto, de uma questão fundamental no levantamento dos
por um quadrado
disperso quando os custos do projeto.
satélites são próximos O planejamento da coleta de dados visando o transporte de coordenadas para as
estações bases, a partir do apoio fundamental, depende de diversos fatores, entre eles
precisão exigida no levantamento, equipamentos disponíveis, etc. Se o usuário dispor de
dois equipamentos de dupla freqüência, e a precisão exigida for decimétrica, o
transporte de coordenadas da rede básica para a região de trabalho poderá ser realizada
Aspectos Práticos e Algumas Aplicações do Gps com apenas uma linha base, ligando um vértice da rede básica, e outro na região de
trabalho. A duração da coleta de dados, dependendo das distâncias envolvidas, pode
Neste tópico apresenta-se alguns dos aspectos práticos relacionados com o GPS, variar de 30 minutos a 2 horas, para linhas bases de até 500 km. Usuários com
principalmente no que concerne ao planejamento, coleta e processamento de dados. Os equipamentos de freqüência simples (portadora e código), e necessitando de precisão
assuntos abordados nos capítulos anteriores visaram proporcionar ao leitor o decimétrica, deverão executar a tarefa em questão com linhas bases de no máximo 30
embasamento teórico necessário para que, ao executar levantamentos GPS, tenha um km, cada linha com tempo de coleta de dados maior que uma hora. Para garantir a
entendimento razoável das nuanças envolvidas no processo. Esgotar todos os aspectos contabilidade do trabalho, as coordenadas das estações bases deverão ser levantadas
envolvidos não é possível e nem é a intenção, pois a cada projeto, surgem novos tendo como referência mais que um vértice da rede fundamental.
elementos. Uma breve descrição das aplicações GPS também faz parte deste capítulo. Ainda com relação a fase de obtenção das coordenadas de pontos base na região
Em alguns casos, tal descrição se apresentará em conjunto com os aspectos práticos, de trabalho, deve-se ter em mente as possibilidade futuras, haja vista, que em breve, a
haja vista que para abordar aspectos práticos deve-se considerar a aplicação em questão. RBMC deverá estar totalmente operacional. A mesma será bastante útil para usuários
dispondo de pelo menos um receptor de dupla freqüência, cujos dados poderão ser
combinados com o da estação da RBMC mais próxima, permitindo conectar o ponto de
interesse ao sistema de referência da RBMC de forma bastante eficiente. Isso é
resultante da não exigência de ocupação de pontos da rede fundamental (rede clássica),
normalmente situados em locais de difícil acesso. O usuário interessado nesta facilidade
deverá acessar os dados das estações da RBMC, o que pode ser off-line, usando
disquetes, ou via Internet.
No planejamento para levantamento de estações GPS, o responsável por tal
tarefa deve ter em mente as facilidades oferecidas por este sistema de posicionamento,
em relação aos métodos convencionais, onde havia a necessidade de implantar pontos
básicos em região apropriada para visadas angulares. Com o GPS, o ideal é que os
pontos estejam situados em locais de fácil acesso, principalmente por carro e
motocicleta, evitando deslocamentos desnecessários e cansativos.
Definidos os pontos básicos, ou de apoio, deve se estabelecido uni planejamento
das observações. Este foi um fator preponderante durante a fase experimental do GPS,
pois devido ao limitado número de satélites, era necessário saber a que horas eles
estavam visíveis na região. O planejamento das observações dependia essencialmente

169 170
da disponibilidade de satélites. Nos dias atuais, com o sistema completo, a qualquer as atividades de campo. Cuidado especial deve ser tomado com a leitura e registro da
hora do dia ou noite, têm-se no mínimo quatro satélites visíveis. Portanto, o plano de altura da antena, caso ela não seja mantida constante durante o levantamento. Este é um
observação é praticamente independente da configuração do sistema GPS, deixando o tipo de erro bastante comum nos levantamentos GPS, o qual pode não ser detectado,
planejador mais livre para seu estabelecimento. Ele poderá definir um planejamento caso a estratégia de coleta de dados não considere todos aspectos de contabilidade.
bastante otimizado, levando em consideração eficiência, precisão, custos e Alguns receptores modernos dispõem de coletor de dados que permitem o
confiabilidade. Embora não essencial nos dias atuais, faz parte desta etapa a confecção registro dos atributos das feições sendo levantadas. Isto exige que o técnico encarregado
de gráficos mostrando os diversos DOP e a elevação dos satélites, entre outros. desta tarefa tenha um pouco de conhecimento sobre a descrição de dados gráficos. Para
Nota-se que o modo de posicionamento a ser usado, em se tratando de auxílio dos interessados, apresenta-se, de forma bastante simples, alguns conceitos
posicionamento para fins geodésicos, topográficos ou cadastrais, é o relativo, em razão essenciais.
da acuracidade exigida. Na implantação dos pontos básicos, a partir dos quais se Pode-se dizer que uma feição (feature) é um dado geográfico, sobre o qual deseja-se
basearão os levantamentos locais, utiliza-se essencialmente o posicionamento relativo coletar informações. As classes (type) de feições normalmente disponíveis nos coletores
estático. O levantamento dos pontos dentro da área de interesse, dependendo da de dados incorporados aos receptores GPS são pontos, linhas e áreas. As questões
precisão exigida, poderá ser efetuado usando um dos métodos apresentados dentro do acerca da feição constitui seus atributos. A localização, por exemplo, é um atributo de
posicionamento relativo estático rápido. A duração da coleta de dados será definida em posicionamento na superfície terrestre, a qual é obtida via GPS.
função da precisão desejada, comprimento da base e dos equipamentos e software Considere, por exemplo, que no Sítio Guaruma, de propriedade do Sr. Marcos
disponíveis. Gualberto, necessita-se fazer um levantamento da área e da quantidade de benfeitorias
No planejamento envolvendo coleta de dados de longa duração, deve-se sempre (casas, mangueiras, metragem de cerca, etc.) existentes. A figura abaixo ilustra, de uma
considerar, no estabelecimento do plano de trabalho, a capacidade de armazenamento forma bastante simples, os conceitos relacionando a coleta de atributos usando GPS.
de dados, o qual é função da taxa de coleta, e o tempo de vida útil das cargas das
baterias dos receptores.
O reconhecimento é também uma fase muito importante nos levantamentos de
precisão geodésica e topográfica (mm a dm) utilizando o GPS. Para todos os métodos
de posicionamento aplicáveis, deve-se verificar as condições locais visando identificar
objetos que possam obstruir sinais, produzir muti-caminhamento, etc. Como regra, a
linha de visada acima do horizonte deve estar livre em todas as direções. Muitas vezes
tais condições não são possíveis, e o ponto é essencial para o levantamento. As
obstruções devem ser registradas por meio de um diagrama na folha de reconhecimento,
visando auxiliar na definição do planejamento das observações. Como os efeitos da
refração troposférica são críticos para ângulos de elevações muito baixos, adota-se, em
geral, um ângulo de elevação de 15", o que pode também eliminar alguns problemas
relacionados com a obstrução do sinal. Em alguns tipos de levantamentos, cadastrais
por exemplo, nem sempre é possível levantar todos os pontos necessários, devido a
causas diversas, mas essencialmente em razão dos pontos estarem em locais não
suscetíveis de serem levantados por GPS (em baixo de uma árvore, ao lado de um Na realização deste levantamento, o processo inicia-se pela introdução do nome
prédio, etc.). Nestes casos, é essencial dispor de equipamentos convencionais para da feição, classe da mesma e os atributos desejados, seguidos pelo comando de
completar o levantamento. Apenas o reconhecimento in loco propiciará tais armazenagem dos dados. Começa-se então o caminhamento ao longo do perímetro da
informações. Durante esta fase, todas informações essenciais devem ser registradas na propriedade, até retornar ao ponto inicial, onde se deve finalizar o processo.
folha de reconhecimento, a saber: nome da estação e código de identificação, descrição Em campanhas de longa duração, é imprescindível ter a disposição na região de
da localização, coordenadas aproximadas, acesso (carro, estrada), diagrama de trabalho, um microcomputador para armazenagem e análise inicial dos dados, de
obstruções, etc. preferência um Notebook (computador pequeno), o qual poderia fazer parte dos
equipamentos de campo. Desta forma, pelo menos um dos técnicos responsáveis pela
coleta de dados deve possuir habilidade computacional.
COLETA DE DADOS

A equipe envolvida na coleta de dados deve ser capaz de efetuar todas as PROCESSAMENTO DOS DADOS
operações necessárias para a execução do trabalho. Elas incluem desde as mais simples,
como a montagem e centragem do tripé, medida da altura da antena, até as um pouco As atividades envolvendo o processamento dos dados coletados são tão
mais elaboradas, envolvendo a operação do receptor e coleta de atributos. Um importantes quanto as descritas anteriormente. Elas incluem em especial, a análise da
conhecimento adequado do rastreador a ser utilizado é imprescindível. Isto poderá qualidade dos resultados obtidos, o que requer um técnico com conhecimento
auxiliar na identificação e correção de alguns problemas que venham a ocorrer durante apropriado para realizar esta tarefa. Os softwares que acompanham os equipamentos

171 172
proporcionam até sugestões sobre os resultados mais adequados, porém isto não é Uma vez que o processamento é aceito, deve-se efetuar a transformação de
suficiente quando se pretende realizar trabalhos de boa qualidade. coordenadas, de WGS-84 (o datum do GPS), para SAD-69 (o datum adotado no Brasil).
O primeiro passo no processamento dos dados é a transferência dos dados do Como normalmente os dados coletados visam servir projetos de engenharia,
receptor para o disco rígido do computador, através de software que acompanha o mapeamento, etc., as coordenadas estimadas devem ser transformadas para coordenadas
equipamento. Dos arquivos contidos numa sessão, o das observáveis é o arquivo planas, em geral UTM (Universal Transversal Mercator). O responsável pelo
principal (DAT). Têm-se além deste, os arquivos de efemérides (EPH), de mensagens, processamento deve dispor de um programa para executar esta transformação.
que contém, por exemplo, a identificação da estação e altura da antena (MES) e os de Como etapa final de uma campanha deve-se produzir um relatório contendo todas as
coeficientes para correção da ionosfera (ION). Um bom procedimento para assegurar informações pertinentes à mesma.
que as identificações das estações e alturas da antena estão corretas, é o preparo,
durante a coleta de dados, de um boletim contendo todas as informações relevantes, as
quais são verificadas ainda nesta fase. APLICAÇÃO DO GPS
O passo seguinte é o processamento individual das linhas base, embora alguns
software permitam, nesta etapa, a execução do processamento por ponto. Normalmente, O GPS está revolucionando todas as atividades de posicionamento. Em conjunto
nos programas comerciais é possível realizar as tarefas automaticamente, sem com os sistemas de comunicação tem-se criado novos conceitos de posicionamento, os
interferência do operador. O processamento pode ser realizado base-a-base, ou em rede. chamados sistemas ativos. É difícil enumerar atividades que necessitam de
Se apenas dois receptores foram utilizados na coleta de dados, a única opção é a posicionamento que não estejam envolvidas, ou em fase de envolvimento, com o GPS.
primeira. A segunda, refere-se ao caso em que mais de dois receptores foram Portanto, as aplicações do GPS são inúmeras, o que torna impossível lista-las. Convém
envolvidos na coleta, muito embora, nem todos softwares dispõem desta opção. Desta lembrar ainda que o GPS é extensivamente usado na transferência de tempo e existem
forma, é comum realizar o processamento individual das bases envolvidas na rede, o equipamentos exclusivos para este fim.
que não e matematicamente correto. A seguir estão listadas algumas atividades onde o GPS têm sido usado
Quando a coleta de dados é realizada base-a-base, e as várias bases formam uma extensivamente, seguidas de algumas descrições pormenorizadas de algumas
rede, os resultados obtidos a partir das bases individuais permitem efetuar algum tipo de aplicações:
análise para avaliar a qualidade dos resultados. Se, por exemplo, as bases formam um
polígono fechado, pode-se avaliar o seu erro de fechamento, que deve ser um valor - navegação global e regional,
pequeno (1 a 3 ppm). As componentes das bases podem ainda ser combinadas num - estabelecimento de redes geodésicas locais, regionais, continentais e globais (ativas e
ajustamento. As quantidades estatísticas advindas do processo de ajustamento da rede e passivas),
bases individuais (desvio-padrão, fator de variância a posteriori) são as informações - levantamentos topográficos para fins de mapeamento, apoio fotogramétrico, detecção
mais importantes para analisar a qualidade do levantamento. de deformações,
Quando a coleta de dados envolve mais que dois receptores, combinados de modo a - nivelamento expedito e de precisão, etc.
proporcionar possibilidades de detectar e localizar possíveis erros (rede de boa
confiabilidade), trata-se de uma rede de alta precisão. Diversos tipos de análises são
possíveis de serem aplicadas, entre elas as citadas anteriormente, além da detecção e A REDE GLOBAL IGS
localização de erros.
As análises citadas acima envolvem aspectos relacionados a precisão da rede.
O IGS (International GPS Geodynamics Service) é um serviço internacional
Quando deseja-se avaliar a exatidão (acurácia), deve-se fazer parte das estações a serem
permanente estabelecido em 1990 pelo IAG. Os objetivos principais do IGS são
levantadas, uma ou mais estações com coordenadas conhecidas num nível de qualidade
(Mueller, 1993)- (i) prover a comunidade científica com órbitas dos satélites GFIS
igual ou superior ao que se pretende determinar. As discrepâncias entre os valores
altamente precisas, (ii) prover parâmetros de rotação da Terra de alta resolução, (iii)
conhecidos e estimados indicarão o nível de exatidão atingido. Trata-se portanto de um
expandir geograficamente o ITRF mantido pelo IERS e (iv) monitorar globalmente as
aspecto a ser considerado durante o planejamento das observações.
deformações da crosta terrestre. Faz parte do IGS uma rede global, com mais de 75
Um outro aspecto envolvido na análise da qualidade dos resultados pode ser
estações GPS, rastreando continuamente os satélites GPS. Todos os receptores são de
realizado a partir do processamento de base-a-base. Esta análise envolve as soluções de
dupla freqüência, com capacidade de obter as quatro observáveis.
tripla diferença (TRP), dupla diferença com ambigüidade (float) real (FLT) e dupla
Os centros que compõem o IGS estão divididos em três categorias: operacional,
diferença com ambigüidade inteiras injuncionadas como inteiras (FIX). Em condições
regional e global. Os centros operacionais estão em contato direto com as estações
normais é de se esperar que a solução TRP proporcione resultados de pior qualidade em
rastreadoras, efetuam o controle de qualidade das observações coletadas e transmitem
termos de desvios-padrão das coordenadas, os quais melhoram na solução FLT. Se a
os dados coletados para o centro regional mais próximo. Os centros regionais coletam
solução FIX for corretamente obtida, a precisão das coordenadas será ainda melhor que
os dados de vários centros operacionais, mantém um arquivo dos mesmos, além de
a da solução FLT. Para obter a solução FIX deve-se definir e testar um conjunto de
transmitidos para um dos três centros de dados global, os quais intercambeiam dados
vetores de ambigüidades definidos como prováveis candidatos. A solução mais
entre eles afim de manter os mesmos arquivos de dados. Estes dados ficam disponíveis
provável é aquela que proporciona fator de variância a posteriori.
para usuários e pesquisadores, entre eles os dos centros de análise do IGS, os quais
processam os dados regularmente visando determinar parâmetros de rotação da Terra e

173 174
órbitas GPS altamente precisas. O escritório central do IGS funciona no Laboratório de
Propulsão a Jato, o qual é um centro de análise do IGS, estando localizado na H=h–N
Califórnia, Estados Unidos da América.
Qualquer usuário dispondo de recursos para acessar a Internet pode acessar os Diversos modelos geoidais estão disponíveis atualmente. Pode-se citar, entre
dados do IGS. outros, o GEM-T3 (Goddard Earth Modei - T3), OSU-91 (Ohio State University 1991)
e os mapas geoidais MGB-92 (IBGEIEPUSP) e GEOB-93 (IAGIUSP). O MGB-92,
oficialmente adotado no Brasil, tem precisão absoluta e relativa da ordem de 2 m e 1 cm
A REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO CONTÍNUO / km respectivamente. No Canadá e Estados Unidos da América, o nível de precisão
(RBMC) absoluta do geóide é da ordem de 10 cm e a relativa varia de 4 a 0. 1 ppm (partes por
milhão) para distâncias de até 1000 km (Sideris and She, 1994).
A RBMC, no Brasil, é o resultado de mais uma aplicação do GPS. Ela contará Os valores .citados acima são adequados para uma série de aplicações. No
com nove estações contínuas e possuirá algumas características de um sistema de entanto, a determinação de altitudes ortométricas via GPS, para substituir o nivelamento
controle ativo. Trata-se de uma concepção moderna, a qual integra os mais recentes geométrico, é um objetivo de longa duração. Até que isto ocorra, soluções locais e
desenvolvimentos na área de posicionamento. Ela não só permitirá o acesso aos técnicas aproximadas devem ser aplicadas, como por exemplo, a interpelação a partir de
usuários do SGB, como poderá fazer parte de uma rede mundial, reduzindo os custos estações levantadas usando GPS e com altitudes ortométricas conhecidas.
das participações em campanhas internacionais. Usuários dispondo de um receptor de -
dupla freqüência poderão posicionar um vértice com razoável precisão em qualquer
parte do território nacional, sem a necessidade de ocupar qualquer estação do SGB. Esta
tarefa, em razão das grandes distâncias que podem estar envolvidas, poderá demandar
tempo considerável se atentarmos para os métodos de posicionamento disponíveis
atualmente (métodos rápidos). No entanto, despender de 1 a 5 horas para medir uma
base de 500 km pode ser considerado econômico, ainda mais se um outro receptor (de
uma freqüência por exemplo) puder ser usado simultaneamente para levantar os demais
pontos de interesse na área, usando, neste caso, as técnicas de posicionamento rápido.
É importante também salientar a possibilidade de se usar a RBMC para o
desenvolvimento de WADGPS (Wide Arca Diferential GPS), com possibilidades de
produzir órbitas em tempo real com melhor qualidade que as das efemérides
transmitidas. Estudos neste sentido foram realizados com êxito, usando dados da
América do Norte (Santos, 1995). Há também a possibilidade de desenvolver modelos
regionais para a ionosfera, auxiliando sobremaneira os usuários que dispõe apenas
receptores de Seqüência simples. Trabalho neste sentido está atualmente sendo
desenvolvido (Camargo, 1995). Além disto, convém ressaltar a importância de redes
deste porte para projetos de geofísica a nível nacional e internacional, permitindo não
somente a estimação das coordenadas das estações do SCA, mas também sua
velocidade. As estações do SCA poderão ser usadas como sistema de referência para
programas de monitoramento do nível médio dos mares.

Estabelecimento de Controle Vertical

Conforme já citado, o GPS está sendo usado para as mais variadas atividades de
posicionamento. No entanto, as atividades relacionadas ao nivelamento de precisão
ainda necessitam de soluções. O GPS proporciona altitudes puramente geométrica, ao
passo que a maioria das atividades práticas, o que é de interesse são as altitudes
relacionadas ao campo gravitacional, ou seja, as altitudes ortométricas, as quais
possuem ligação com a realidade física. Para determinar altitudes ortométricas (H), a
partir das geométricas (h), determinadas com o GPS, é indispensável o conhecimento da
ondulação geoidal (N). De uma forma simplificada, mas com muito boa aproximação
,pode se escrever (Gemael, 1981)

175 176
ALTIMETRIA

INTRODUÇÃO

Altimetria é a parte da Topografia que trata dos métodos e instrumentos empregados no


estudo e na representação do relevo do solo.
Sabe-se que não é apenas a projeção horizontal de um terreno e o conhecimento de sua
área, obtida por levantamento planimétrico, que se têm interesse prático, mas também o
ALTIMETRIA estudo e a representação de seu relevo, procurando complementar os dados da
planimetria com outros tantos que mostrem e identifiquem as formas e os acidentes do
terreno.
O estudo do relevo de um terreno, planimetricamente conhecido, consiste na
determinação das alturas de seus pontos característicos e definidores da altimetria,
relacionados com uma superfície de nível que se toma como elemento de comparação,
denominada equipotencial.

Imaginando a Terra uma esfera perfeita, não-rotante e com distribuição regular de


massa, a superfície equipotencial do campo gravitacional seria exatamente uma esfera.
Entretanto, considerando-se que a Terra tem um movimento de rotação e forma
elipsoidal, a superfície equipotencial torna-se um elipsóide.
Chama-se altura de um ponto, em altimetria, o comprimento da perpendicular baixada
deste ponto sobre um plano horizontal qualquer, denominado superfície de nível de
referência. A determinação da altura de um ponto corresponde, portanto, à medição de
uma distância realizada em direção vertical.
Esta superfície de nível de referência pode ser tomada arbitrariamente, e as alturas dos
diferentes pontos característicos com ela relacionados recebem a denominação de cotas
ou alturas relativas, conforme indica a Figura A1. Porém, quando se toma como
superfície de nível de referência o correspondente à superfície média dos mares, suposta

177 178
prolongada por baixo dos continentes, as alturas dos diferentes pontos característicos
estudados recebem a denominação de altitudes ou alturas absolutas, de acordo com a COTAS E ALTITUDES
Figura A2.
O relevo do terreno é estudado em função das determinações das cotas ou altitudes dos
pontos característicos que o definem.
Embora sendo o emprego das cotas, nos levantamentos altimétricos, o mais comum nos
trabalhos topográficos, deve-se, sempre quando possível, relacionar as alturas dos
diferentes pontos estudados com o nível médio dos mares, a fim de obter as alturas
absolutas ou suas respectivas altitudes.
O recurso de tomar uma superfície de nível de comparação arbitrária é prático quando
se trabalha em regiões em que não se tem nenhuma referência de altitude, ou quando é
difícil obter elementos precisos para relacionar o levantamento altimétrico com o nível
médio dos mares, isto é, uma superfície de comparação fixa e determinada. Mesmo
nestas condições, é sempre recomendado trabalhar com altitudes aproximadas, obtidas
com um altímetro ou por meio de carta geográfica da região, quando se localiza o ponto
Figura A1: Valores encontrados a partir de um plano de referência arbitrário. de partida do levantamento planimétrico-altimétrico, determinando-se nela a a1titude
aproximada do respectivo ponto.
O inconveniente do emprego de cotas, nos Ievantamentos altimétricos, é a
impossibilidade de não se poder relacionar plantas topográficas provenientes de
levantamentos diferentes. Assim, se dispuser de duas plantas topográficas de terrenos
diferentes, e desejando determinar a diferença de altura entre dois pontos nelas fixados,
não será possível esta determinação se as alturas dos respectivos pontos estiverem
expressas em cotas, visto que, para cada um dos Ievantamentos, tomou-se uma
superfície de comparação arbitrária para determinar as alturas dos respectivos pontos.
Porém, se as alturas destes pontos estiverem representadas por meio de altitudes, pode-
se perfeitamente determinar a diferença de altura entre eles, uma vez que as respectivas
alturas estão relacionadas com uma superfície de comparação fixa, que corresponde ao
nível médio dos mares.
Figura A2: Valores encontrados a partir do plano de referência verdadeiro.

O plano de comparação (geométrico/ortométrico) é uma superfície de nível ideal que


corresponde à superfície de equilíbrio, de que se tem idéia observando as águas do mar,
supondo-as em tranqüilidade absoluta.
Sabe-se que, por efeito das atrações combinadas da lua e do soi, as águas do mar sobem
e baixam periodicamente, produzindo o fenômeno das marés, objeto de contínuos
estudos que interessam de modo particular à navegação e à hidrologia.
O nível médio dos mares, que é determinado por observações assinaladas por um
mareógrafo, em grandes períodos de anos, com o fim de anular os efeitos de todas as
causas perturbadoras do equilíbrio das águas, constitui a superfície de nível de
comparação e representa a interseção do geóide com a vertical que passa pelo ponto
considerado.

179 180
LEVANTAMENTOS ALTIMÉTRICOS MÉTODOS DE NIVELAMENTO
Ou, simplesmente, nivelamento, é a operação que determina as diferenças de nível
ou distâncias verticais entre pontos do terreno. Nivelamento é a operação topográfica que consiste em determinar a diferença de
O nivelamento destes pontos, porém, não termina com a determinação do desnível nível entre os pontos que definem o relevo do terreno, calculando suas cotas ou
entre eles mas, inclui também, o transporte da cota ou altitude de um ponto conhecido altitudes.
(RN - Referência de Nível) para os pontos nivelados. A diferença de nível pode ser obtida de duas maneiras:
Assim, segundo GARCIA e PIEDADE (1984): Diretamente no campo
A altitude de um ponto da superfície terrestre pode ser definida como a distância Obtendo-se a diferença de nível total ou as diferenças de nível parciais e
vertical deste ponto à superfície média dos mares (denominada Geóide). sucessivas até atingir a diferença de nível total.
A cota de um ponto da superfície terrestre, por sua vez, pode ser definida como a Ex.: nivelamento geométrico
distância vertical deste ponto à uma superfície qualquer de referência (que é fictícia e Indiretamente no campo
que, portanto, não é o Geóide). Esta superfície de referência pode estar situada abaixo Utilizando-se relações matemáticas entre a diferença de nível e outras
ou acima da superfície determinada pelo nível médio dos mares. grandezas.
Então, segundo ESPARTEL (1987): Ex.: nivelamento trigonométrico, estadimétrico e barométrico
À altitude corresponde um nível verdadeiro, que é a superfície de referência para
a obtenção da DV ou DN e que coincide com a superfície média dos mares, ou seja, o NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
Geóide.

NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
À cota corresponde um nível aparente, que é a superfície de referência para a Este método diferencia-se dos demais pois está baseado somente na leitura
obtenção da DV ou DN e que é paralela ao nível verdadeiro. de réguas ou miras graduadas, não envolvendo ângulos.
O aparelho utilizado deve estar estacionado a meia distância entre os pontos
(ré e vante), dentro ou fora do alinhamento a medir.
A figura a seguir (GARCIA, 1984) ilustra a cota (c) e a altitude (h) tomados para Assim como para o método anterior, as medidas de DN ou DV podem estar
um mesmo ponto da superfície terrestre (A). Torna-se evidente que os valores de c e h relacionadas ao nível verdadeiro ou ao nível aparente, depende do levantamento.
não são iguais pois os níveis de referência são distintos. Os equipamentos utilizados são:

a)Nível Ótico
Segundo ESPARTEL (1987), constitui-se de:
îum suporte munido de três parafusos niveladores ou calantes;
îuma barra horizontal;
îuma luneta fixada ou apoiada sobre a barra horizontal;
îum nível de bolha circular para o nivelamento da base (pode também
conter um nível de bolha tubular e/ou nível de bolha bipartida);
îeixos principais: de rotação (vertical), ótico ou de colimação (luneta)
e do nível ou tangente central;
îduas miras ou réguas graduadas: preferencialmente de metal ínvar;
îpara lances até 25m, a menor divisão da mira deve ser reduzida a
2mm, não podendo nunca exceder a 1cm (régua de madeira).
A figura a seguir ilustra um nível ótico e régua graduada, ambos da
marca BERGER.

181 182
îo alcance deste tipo de nível depende do modelo e marca, enquanto
a precisão, depende da sensibilidade do detetor e da régua
utilizada;
îassim como para o nível digital, a régua deve ser mantida na
posição vertical, sobre o ponto a medir, com a ajuda de um nível
de bolha circular.

Nivelamento que realiza a medida das diferenças de nível entre pontos do terreno por
intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais (FM), obtidas com um
nível, em miras colocadas verticalmente nos referidos pontos. Pela diferença entre os
valores encontrados, chega-se as DN procuradas.

Nivelamento geométrico simples


É aquele que, com uma única posição do aparelho no terreno, consegue determinar as
b)Nível Digital DN entre todos os pontos em estudo. Quando mais de dois pontos são nivelados a partir
îcomo descrito no item (8.6.e) é um nível para medição eletrônica e do ponto ocupado pelo nível temos uma irradiação altimétrica.
registro automático de distâncias horizontais e verticais; Neste processo as DN podem ser obtidas por diferença de leitura de mira ou por
îo seu funcionamento está baseado no processo digital de leitura, ou diferença de cotas.
seja, num sistema eletrônico de varredura e interpretação de Ex: DN A-B = Leitura A - Leitura B
padrões codificados; DN A-B = 2,45 m– 0,65 m = 1,80 m
îpara a determinação das distâncias o aparelho deve ser apontado e
focalizado sobre uma régua graduada cujas divisões estão
impressas em código de barras (escala binária);
îeste tipo de régua, que pode ser de alumínio, metal ínvar ou fibra de
vidro, é resistente à umidade e bastante precisa quanto à divisão da
graduação;
îos valores medidos podem ser armazenados internamente pelo
próprio equipamento ou em coletores de dados. Estes dados
podem ser transmitidos para um computador através de uma
interface RS 232 padrão;
îa régua é mantida na posição vertical, sobre o ponto a medir, com a
ajuda de um nível de bolha circular;
îo alcance deste aparelho depende do modelo utilizado, da régua e
das condições ambientais (luz, calor, vibrações, sombra, etc.).
Nivelamento geométrico simples para determinação da DN.
c)Nível a Laser
îcomo descrito no item (8.6.f) é um nível automático cujo
funcionamento está baseado na tecnologia do infravermelho;
îassim como o nível digital, é utilizado na obtenção de distâncias
verticais ou diferenças de nível e também não mede ângulos;
îpara a medida destas distâncias é necessário o uso conjunto de um
detetor laser que deve ser montado sobre uma régua de alumínio,
metal ínvar ou fibra de vidro;
îé um aparelho peculiar pois não apresenta luneta nem visor LCD; a
leitura da altura da régua (FM), utilizada no cálculo das distâncias
por estadimetria, é efetuada diretamente sobre a mesma, com o
auxílio do detetor laser, pela pessoa encarregada de segurá-la;
îos detetores são dotados de visor LCD que automaticamente se
iluminam e soam uma campainha ao detectar o raio laser emitido
pelo nível;

183 184
Nivelamento geométrico composto Cálculo do nivelamento geométrico:
É aquele em que o instrumento é instalado em mais de uma posição no terreno, 1o) Cálculo das cotas da caderneta de nivelamento:
equivalendo a uma associação de 2 ou mais nivelamentos geométricos simples, Cota Ré + Ré = PL
devidamente “amarrados” uns aos outros pelos chamados pontos de mudança (PM). PL - Vante = Cotas
Cada estação (posição) do instrumento corresponde a um nivelamento geométrico Onde:
simples, valendo para cada um, as considerações vistas acima. PL = Plano da Luneta, paralela a uma superfície de nível adotada;
Nos trabalhos normais de nivelamento geométrico composto, onde se estuda o perfil do Ré = 1a leitura de cada estação (posição) do aparelho;
terreno para atendimento a diversos projetos, recomenda-se, para maior facilidade no Vante = demais leituras de uma estação;
cálculo das diferenças de nível e de outros dados necessários aos projetos, que os Cota Ré = cota do ponto onde foi feita a leitura de ré. Corresponde ao último
elementos determinados no campo sejam devidamente anotados nas cadernetas ponto visado da estação anterior, em relação a estação atual do
próprias, e as diferenças de nível, calculadas em função das cotas ou altitudes dos instrumento.
pontos nivelados. Obs.: A cota inicial da caderneta de nivelamento deve ser obtida a partir de um RN
Como na maioria das vezes as leituras neste tipo de nivelamento são feitas a partir de (referência de nível), ou então arbitrada de tal modo que não possibilite o
diferentes posições, e a determinação das DN normalmente é feita por diferença entre aparecimento de cotas negativas no decorrer dos cálculos.
cotas dos pontos.
Exemplo de um nivelamento geométrico composto: 2o) Verificação dos cálculos na caderneta de nivelamento.
a) Calcular a DN total através das leituras de mira:
DN = | ∑ Ré - ∑Vn |
Onde: ∑Vn = última vante de cada estação
b) Calcular a DN total através das cotas:
DN = | Cota final - Cota inicial |
c) Comparar:
DN (Leituras) = DN (Cotas)

3o) Cálculo das cotas da caderneta de contranivelamento (poligonal aberta)


O contranivelamento é a operação que permite detectar erros no nivelamento de
uma poligonal aberta (ponto de chegada diferente do ponto de partida e sem cota ou
altitude conhecida), e nada mais é do que um outro nivelamento do mesmo perfil,
geralmente feito em sentido contrário ao nivelamento inicial. Como o ponto inicial da
caderneta de contranivelamento corresponde ao ponto final da caderneta de
nivelamento, a cota inicial a ser usada nos cálculos da caderneta de contranivelamento
deve ser a cota final da caderneta de nivelamento.
Obs.: O procedimento para o cálculo desta caderneta é idêntico ao do 1o passo.

Figura 31: Esquema de nivelamento geométrico composto 4o) Verificação dos cálculos na caderneta de contranivelamento
Idem 2o passo
Caderneta de nivelamento geométrico:
Pontos Leituras de mira Plano da Cotas 5o) Cálculo do erro de nivelamento
Visados Ré Vante Luneta (m) a) Poligonal fechada
P0 0,555 20,555 20,000 Existem dois tipos de poligonal consideradas altimetricamente fechadas.
P1 0,200 3,305 17,250 No primeiro tipo, o ponto de chegada coincide com o ponto de partida. Neste
P2 1,325 17,450 16,125 caso, o erro de nivelamento será dado pela diferença entre a cota de partida e a
P3 1,623 15,827 cota de chegada.
P4 2,565 14,885 e = cota de partida - cota de chegada
P5 3,452 13,998
P6

185 186
No segundo tipo, o ponto de partida e o de chegada são pontos distintos mas tem COMPOSTO
suas cotas ou altitudes conhecidas e tidas como verdadeiras. O erro de Este método, ilustrado pela figura abaixo (GARCIA, 1984), exige que
nivelamento será dado pela cota ou altitude conhecida de ponto de chegada e seu se instale o nível mais de uma vez, por ser, o desnível do terreno entre os pontos a
valor calculado a partir do ponto inicial. nivelar, superior ao comprimento da régua.
e = cota conhecida - cota calculada

b) Poligonal aberta
Com pontos de controle (RN) no trecho do nivelamento. Neste caso,
estes RN são incluídos no nivelamento que está sendo efetuado, e o erro pode
ser calculado pela diferença entre as cotas ou altitudes verdadeiras dos RN e
seus respectivos valores calculados a partir do ponto inicial. Tem -se então o
erro cometido em cada trecho do nivelamento, que somados irão resultar no erro
total cometido no nivelamento.
e = cota do RN - cota calculada do RN

Sem pontos de controle (RN) no trecho do nivelamento Instala-se o nível eqüidistante aos pontos de ré e intermediário
Quando não temos nenhum ponto de cota ou altitude conhecida que possa servir (primeiro de uma série de pontos necessários ao levantamento dos extremos), evitando-
como ponto de controle do nivelamento, devemos realizar um se ao máximo lances muito curtos.
contranivelamento, o qual pode ser feito uma ou mais vezes. O erro de Procede-se a leitura dos fios estadimétricos (FS, FM e FI) nos pontos
nivelamento é então calculado pela diferença entre a cota de um ponto do em questão e o desnível entre os dois primeiros pontos será dado pela relação:
nivelamento (geralmente cota inicial) e a cota do mesmo ponto obtida no DN P = FM re − FM int erm.
contranivelamento.
Se DN+ então o terreno está em aclive.
e = cota do ponto N do nivelamento – cota do ponto N do contranivelamento Se DN- então o terreno está em declive.
Resumo
Assim, o desnível total entre os pontos extremos será dado pelo
SIMPLES
somatório dos desníveis parciais.
Neste método, indicado pela figura abaixo (DOMINGUES, 1979),
DN = ΣDN P
instala-se o nível uma única vez em ponto estratégico, situado ou não sobre a linha a
nivelar e eqüidistante aos pontos de nivelamento.

Deve-se tomar o cuidado para que o desnível entre os pontos não


exceda o comprimento da régua (4m).
Após proceder a leitura dos fios estadimétricos (FS, FM e FI) nos
pontos de ré e vante, o desnível pode ser determinado pela relação:
DN = FM re − FM vante
Se DN+ então o terreno está em aclive (de ré para vante).
Se DN- então o terreno está em declive (de ré para a vante).
Este tipo de nivelamento pode ser longitudinal, transversal ou radiante
e é aplicado a terrenos relativamente planos.

187 188
Exercício
01) Calcule a planilha de um nivelamento geométrico composto e a faça a PRECISÃO DO NIVELAMENTO
verificação. A precisão, tolerância ou erro médio de um nivelamento é função do
perímetro percorrido com o nível (em km) e, segundo GARCIA e PIEDADE (1984),
classifica-se em:
y alta ordem O erro médio admitido é de ±1,5mm/km percorrido.
y primeira ordem O erro médio admitido é de ±2,5mm/km percorrido.
0,450 2,600
3,700 0,650
y segunda ordem O erro médio admitido é de ±1,0cm/km percorrido.
y terceira ordem
P6
P0
O erro médio admitido é de ±3,0cm/km percorrido.
0,015 2,650 3,750 2,900 0,400
P5
y quarta ordem O erro médio admitido é de ±10,0cm/km percorrido.
P1 Onde o erro médio é avaliado da seguinte forma:
îpara poligonais fechadas: é a soma algébrica das diferenças de nível
Altitude = 520m

P2
parciais (entre todos os pontos).
P4

P3
îpara poligonais abertas: é a soma algébrica das diferenças de nível
parciais (entre todos os pontos) no nivelamento (ida) e no
contranivelamento (volta).
40m 40m 40m 40m 40m 40m Este erro, ao ser processado, poderá resultar em valores diferentes de zero,
para mais ou para menos, e deverá ser distribuído proporcionalmente entre as estações
da poligonal, caso esteja abaixo do erro médio total temível.
NMM
Assim, segundo ESPARTEL (1987), o erro médio total temível em um
nivelamento para um perímetro P percorrido em quilômetros, deverá ser:
εm = ±5mm P
Pontos Leituras de mira Plano da Cotas Cálculo do Cálculo E o erro máximo admissível, segundo o mesmo autor, deverá ser:
Visados Ré Vante Luneta (m) Plano da Luneta da altitude ε = 2,5.εm
0 0,450 520,450 520,000 520,000+0,450 ---------
1 0,015 2.600 517,865 517,850 517,865+0,015 520,45-2,60 Cálculo do erro admissível no nivelamento
2 2.650 515,215 ----------------- 517,865-2,650 Em trabalhos normais de nivelamento topográfico, adota-se para limite de tolerância a
3 3,750 514,115 ---------------- 517,865-3,750 expressão: T = 2c N , em que c representa o erro por quilômetro, e N o número de
4 2,900 514,965 ---------------- 517,865-2,900 quilômetros nivelados. Se for adotado o limite de 5 milímetros por quilômetro, o erro
5 3,700 0.400 521,165 517,465 517,465+3,70 517,865-0,400 máximo permitido em 16 quilômetros nivelados será de:
6 0.650 520,515 ---------------- 521,165-0,650 T = 2 * 5mm * 16 = 40mm

02) Calcule a planilha de um nivelamento geométrico composto e a faça a


verificação.

Pontos Leituras de Plano Cotas


mira da
Visados Ré Vante Luneta (m)
0 0.1 707.100 707.000
1 0.02 2.6000 704.515 704.500
2 2.6500 701.865
3 3.7500 700.765
4 2.9000 701.615
5 3.7 0.4000 707.815 704.115
6 0.6500 707.165

189 190
Exercícios
Fontes de erro em um nivelamento geométrico
Para evitar erros grosseiros no campo, podemos fazer a leitura dos três fios 1.Qual é o desnível e a inclinação do terreno para um nivelamento
estadimétricos, de tal forma que possamos conferir a leitura do fio médio. composto onde foram obtidos os seguintes dados?
A ABNT (NBR 13133/1994) recomenda que os comprimentos das visadas de Ré e FMré = 2.50, 2.80 e 3.00m
Vante devam ser aproximadamente iguais e de no máximo 80m, de modo a compensar FMvante = 1.00, 0.80 e 0.90m.
os efeitos da curvatura da Terra e da refração atmosférica, além de melhorar a exatidão
do levantamento por facilitar a leitura da mira. A distância ideal recomendada é de 60m. 2.Pela figura abaixo, determine a diferença de nível entre os pontos. De
Para evitar os efeitos do fenômeno de reverberação (imagem tremida próximo ao solo), onde devemos tirar e onde devemos colocar terra? A altura do ponto A deve ser tomada
as visadas devem situar-se acima de 60cm do solo. como referência para o cálculo dos desníveis, bem como, para a planificação do relevo.
1o) Nível com calagem imperfeita: induz a um erro na determinação do valor do FM,
fazendo com que o mesmo não coincida com a horizontal. Este problema pode ser
solucionado com níveis que possuam rotação da luneta em do seu eixo, fazendo-se
leituras nas posições direita e esquerda e utilizando a média das leituras efetuadas.
o
2 ) Mira topográfica fora da vertical: é uma das causas de erro mais comuns nos
levantamentos topográficos. Produz uma leitura maior que a verdadeira. Para evitar este
tipo de erro podemos usar um nível esférico acoplado à mira, denominado nível de
canhoneira, ou ainda um tripé para mira.
3o) Erros de leitura na mira: podem ocorrer devido a:
mira com pintura apagada
excesso ou falta de luz
reverberação
visadas largas Onde
cansaço ou inexperiência do operador Estaca FM
A) = 1,20m (I)
4o) Erro devido a esfericidade terrestre 1) = 1,60m
d2 2) = 1,30m
e=
2R 3) = 1,25m
Em que: e = erro de nivelamento entre os pontos A e B devido ao efeito da esfericidade 4) = 1,10m
terrestre em m 5) = 0,90m
d = distância entre os pontos 6) = 1,10m
R = raio médio da terra 6.370.000 7) = 1,40m
Experiências mostram que a refração atmosférica provoca um abaixamento da linha de 8) = 1,55m
visada, reduzindo o erro devido à esfericidade em 16% 9) = 1,50m
10) = 1,22m
11) = 1,15m
12) = 1,12m

191 192
3.Dada a tabela de leituras abaixo, determine os desníveis do terreno entre Nivelamento Trigonométrico
os pontos e o erro de nivelamento. Classifique o levantamento segundo o erro É aquele em que a diferença de nível entre dois ou mais pontos topográficos é
encontrado, admitindo que o perímetro percorrido tenha sido de 1Km. determinada por meio de resoluções de triângulos situados em planos verticais, que
passam pelos pontos cuja diferença de nível se deseja.
Ponto FM(ré) FM(vante) O nivelamento trigonométrico baseia-se, portanto, no valor da tangente do ângulo de
1-2 1,283m 1,834m inclinação do terreno, pois o valor dessa função trigonométrica representa sempre a
2-3 1,433m 2,202m diferença de nível por metro de distância horizontal medida no terreno, entre os pontos
3-4 0,987m 0,729m considerados.
4-5 2,345m 1,588m Assim, determinada a distância horizontal medida no terreno entre eles, a diferença de
5-1 1,986m 1,706m nível é calculada aplicando-se a seguinte fórmula: DN = DH * tgα deduzida da
seguinte forma:
4.Determine o desnível entre dois pontos a partir de um nivelamento
trigonométrico onde foram obtidos os seguintes dados: B
I = 1.43m
DH = 47.30m
α = 8° 30' ascendente
FM = 0.000 (visado o solo)

5.Qual seria a tolerância de um nivelamento de segunda ordem, se o


perímetro medido foi de 1,283 km? Se o erro encontrado para este nivelamento foi de
1,5cm, este poderá ser aceito e distribuído normalmente?

6.Determine a altura aproximada de uma árvore sabendo-se que o ângulo de


visada do topo da árvore é de 17°40’ em relação ao solo e a distância do observador à Figura: Esquema para determinação do DN
árvore é de 40,57m.
Da Figura 31 obtém-se:
7.Determine a elevação de um ponto B, em relação a um ponto A, sabendo- C.Oposto BB' DN
se que: a elevação do ponto A é de 410,260m; a leitura de FM para uma régua tgα = ∴ tgα = ∴ tgα = ∴ DN = DH * tgα
C.Adjascente AB' DH
estacionada em A é de 3,710m; a leitura de FM para uma régua estacionada em B é de
2,820m.
Usa-se, geralmente, no nivelamento trigonométrico o valor da tangente e não do seno,
porque em Topografia trabalha-se sempre com a distância horizontal e não com a
8.Determine a distância horizontal e vertical entre dois pontos sabendo-se
distância inclinada.
que: o ângulo de visada do ponto inicial para o ponto final do alinhamento é de 30°22’
Para obter a distância horizontal do alinhamento em estudo, recomenda-se fazer a
descendente; a altura do aparelho estacionado no ponto inicial é de 1,72m; a leitura da
medição o mais horizontal possível, com o uso do diastímetro. Em determinados
régua estacionada no ponto final é de 3,520m; a distância inclinada entre os pontos é de
trabalhos, quando não se exige muita precisão, considera-se a medição de arrasto no
182,18m. Determine a elevação do ponto final para uma elevação do ponto inicial de
terreno como distância horizontal ou aplica-se a fórmula:
361,29m.
DN = DI * cosα.
Os ângulos de inclinação do terreno são medidos com o emprego de instrumentos
denominados clinômetros ou com o uso de teodolitos.

Clinômetros
Com base no princípio dos níveis que possuem planos de visadas ascendentes ou
descendentes, em relação ao plano horizontal, os clinômetros permitem medir rampas
pelos ângulos de inclinação, em percentagem ou grau. A visada é feita por visor e
pínula ou luneta.
São constituídos, esquematicamente, de um tubo que permite a visada e de um nível de
bolha fixo a um nônio que desliza em um Iimbo vertical, graduado em grau ou
percentagem, conforme cada caso. Na Figura 33 tem-se esquematizado um clinômetro
graduado em graus.

193 194
Nivelamento Estadimétrico
É o realizado por meio da estádia existente nos instrumentos denominados
taqueômetros.
Taqueômetros são goniômetros que, além de medirem ângulos, acumulam também a
propriedade de medir opticamente distâncias horizontais e verticais. Os taqueômetros,
conforme já se estudou, são classificados em taqueômetros normais (teodolitos) e auto-
redutores, quer sejam de princípio mecânico, quer sejam de princípio ótico.
Os instrumentos empregados nessa categoria de nivelamento fornecem os dados
Figura : Clinômetro ou níveis de Abney referentes às leituras processadas na mira com auxílio dos fios estadimétricos, bem
como o ângulo de inclinação do terreno lido, no limbo vertical do aparelho. A altura do
Para operá-los, visa-se uma mira colocada no ponto em que se deseja determinar o instrumento é medida, diretamente, com auxílio da própria mira ou usando-se uma trena
ângulo vertical ou a declividade. A visada deve ser feita na mesma altura do olho do metálica de bolso.
operador. Terminada a operação, gira-se o nível de bolha até que este fique na posição Neste procedimento, pode-se também, em vez do ângulo vertical, determinar o ângulo
de nivelado, o que se observa através de um prisma próprio existente dentro do tubo de zenital correspondente ao alinhamento que se mede.
visada. O ângulo ou a declividade ficará registrado no limbo vertical, por meio de um Os dados de campo, assim determinados, são levados às fórmulas estadimétricas para o
nônio que foi arrastado pelo nível. cálculo das diferenças de nível, entre os pontos topográficos em estudo. O nivelamento
O limbo dos clinômetros é graduado de 0° a ± 90°, quando a graduação for em graus, e estadimétrico é obtido por meio da expressão:
de 0% a ± 100%, quando em percentagem. A aproximação é dada pelo nônio e varia de ⎛ sen 2α ⎞
DN = ⎜ S * G * ⎟ + i − FM
acordo com a qualidade do instrumento. ⎝ 2 ⎠
em que: S = Estádia (fio superior – fio inferior);
Teodolitos G = o número gerador do instrumento (G=100);
Com estes instrumentos podem-se realizar três tipos de nivelamento: trigonométrico, α = o ângulo de inclinação;
estadimétrico e geométrico. i = a altura do instrumento;
Quando se opera com um teodolito, pode-se obter, no seu limbo vertical, o ângulo de FM = a leitura feita na mira com o fio médio do retículo.
inclinação do terreno.
Em função da tangente do ângulo de inclinação, obter-se-á o nivelamento
trigonométrico, dado por DN = (DH * tgα)+ i – FM , sendo DN a diferença de nível;
DH, a distância horizontal entre os pontos dados; α, o ângulo de inclinação; i, a altura
do instrumento; e FM, a leitura feita na mira com o fio médio do retículo do
instrumento.
Para utilizar um teodolito como instrumento de nivelamento geométrico, é necessário
zerar e nivelar o limbo vertical, de modo que a visada fique paralela à linha do
horizonte, isto é, o limbo vertical registrará zero grau (ou 90o quando Zenital), operação
não recomendada em nivelamento de precisão.

195 196
NIVELAMENTO BAROMÉTRICO Atualmente, com os avanços da tecnologia GPS e dos níveis laser e digital,
este método não é mais empregado.
Nivelamento Barométrico É possível, no entanto, utilizar-se dos seus equipamentos para trabalhos
Baseia-se na diferença de pressão com a altitude, tendo como princípio que, para um rotineiros de reconhecimento. Estes equipamentos são:
determinado ponto da superfície terrestre, o valor da altitude é inversamente
proporcional ao valor da pressão atmosférica. a)Altímetro Analógico
Este método, em função dos equipamentos que utiliza, permite obter valores em campo îconstituído de uma cápsula metálica vedada a vácuo que com a
que estão diretamente relacionados ao nível verdadeiro. variação da pressão atmosférica se deforma. Esta deformação, por
É aquele em que a diferença de nível é determinada em função da variação da pressão sua vez, é indicada por um ponteiro associado a uma escala de
atmosférica existente entre pontos de diferentes altitudes da superfície terrestre. A leitura da altitude que poderá estar graduada em metros ou pés
determinação da pressão atmosférica é feita com auxílio dos instrumentos denominados (figura abaixo);
barômetros e hipsômetros (este baseia-se no ponto de ebulição da água, que varia com a îeste tipo de altímetro é dito compensado quando possui um
pressão atmosférica). O barômetro pode ser de mercúrio ou metálico, sendo este último dispositivo que indica a correção a ser feita no valor da altitude por
denominado aneróide ou altímetro. efeito da temperatura.
Estando o ar sujeito também à força da gravidade, qualquer ponto da superfície terrestre
suporta uma pressão correspondente ao peso da coluna de ar que o envolve,
denominada pressão atmosférica.
Sendo esta pressão a resultante do peso total da camada de ar existente entre o limite
superior da atmosfera e o solo, é evidente que o seu valor diminui à medida que
aumenta a altitude, pois a camada de ar, sobre o ponto considerado da superfície
terrestre, fica sendo menor. Esta é a razão por que, ao se escalar montanha, vê-se a
coluna de mercúrio descer, gradualmente, no tubo barométrico, registrando, pois, os
barômetros menor pressão atmosférica para os pontos situados em maior altitude.
Assim, para aplicação desse processo de nivelamento, é necessário conhecer a relação
que existe entre a variação da coluna barométrica e os pontos topográficos situados em
diferentes alturas. Esta relação pode ser determinada, para efeito prático, exprimindo-se
a densidade do mercúrio em relação ao ar.
Sabendo-se que a densidade do mercúrio em relação à água é de 13,6 e que um litro de
ar pesa 1,293 gramas, a densidade do mercúrio em relação ao ar será: b)Altímetro Digital
13,6 îseu funcionamento é semelhante ao do altímetro analógico, porém,
d= ∴ d = 10.518
1,293 * 10 −3 a escala de leitura foi substituída por um visor de LCD, típico dos
Este valor indica que o mercúrio é 10.518 vezes mais denso que o ar. Assim, cada aparelhos eletrônicos (figura abaixo);
variação de 1 milímetro na coluna barométrica deverá corresponder a uma variação de îas altitudes são fornecidas com precisão de até 0,04m (0,015").
10.518 milímetros na altura da camada de ar.
Diante do exposto, pode-se concluir que cada variação de 1 milímetro na coluna
barométrica corresponde a uma diferença de nível de 10,518 metros, isto é, 10,518
m/mmHg, valor que pode ser denominado fator altimétrico (Hm).
Chamando de ΔP a diferença de pressão atmosférica entre dois pontos topográficos (em
mmHg), de Hm o fator altimétrico (10,518), a diferença de nível (DN) entre eles será
dada pela seguinte expressão:

DN = Hm * ΔP ou DN = 10,518 * ΔP

No cálculo da diferença de nível por esse processo, devem-se levar em consideração


outros elementos que influem nas medições das pressões atmosféricas, tais como:
temperatura ambiente, umidade relativa e densidade do ar, para a obtenção de valores
mais precisos.

197 198
• Uma vez representadas as estacas no eixo x, estas devem ser
UTILIZAÇÃO DAS MEDIDAS DE UM LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO unidas, através de linhas ortogonais, às suas respectivas cotas já
As medidas, cálculos e transportes de um nivelamento podem ser utilizados na: representadas no eixo y. Desta forma, cada interseção de duas
linhas ortogonais (x e y) dará como resultado um ponto definidor
CONSTRUÇÃO DE PERFIS do perfil.
Segundo GARCIA e PIEDADE (1984), o perfil é a representação gráfica • O desenho final do perfil deverá compor uma linha que une todos
do nivelamento e a sua determinação tem por finalidade: os seus pontos definidores.
îO estudo do relevo ou do seu modelado, através das curvas de nível;
îA locação de rampas de determinada declividade para projetos de DETERMINAÇÃO DA DECLIVIDADE ENTRE PONTOS
engenharia e arquitetura: edificações, escadas, linhas de Segundo GARCIA e PIEDADE (1984), a declividade ou gradiente entre
eletrificação rural, canais e encanamentos, estradas etc.; pontos do terreno é a relação entre a distância vertical e horizontal entre eles.
îO estudo dos serviços de terraplanagem (volumes de corte e aterro). Em porcentagem, a declividade é dada por:
O perfil de uma linha do terreno pode ser de dois tipos: DN
• Longitudinal: determinado ao longo do perímetro de uma d(%) = .100
DH
poligonal (aberta ou fechada), ou, ao longo do seu maior Em valores angulares, a declividade é dada por:
afastamento (somente poligonal fechada).
⎛ DN ⎞
• Transversal: determinado ao longo de uma faixa do terreno e d° = arc.tg⎜ ⎟
perpendicularmente ao longitudinal. ⎝ DH ⎠
O levantamento de um perfil, para poligonais abertas ou fechadas, é feito da Segundo os mesmos autores acima, as declividades classificam-se em:
seguinte forma:
• Toma-se o maior afastamento (fechada) ou o perímetro (aberta) de
uma poligonal e determina-se a linha principal a ser levantada. Classe Declividade %Declividade Interpretação
• Faz-se o estaqueamento desta linha em intervalos de 5m, 10m ou A < 03 < 01.7 Fraca
20m, com a ajuda de balizas e trena ou de teodolito. É importante B 03 a 06 01.7 a 03.4 Moderada
que as estacas sejam numeradas. C 06 a 12 03.4 a 06.8 Moderada a Forte
• Faz-se o levantamento altimétrico desta linha e determinam-se D 12 a 20 06.8 a 11.3 Forte
todos os seus desníveis. E 20 a 40 11.3 a 21.8 Muito Forte
• Determinam-se também as linhas transversais às estacas da linha F > 40 > 21.8 Extremamente Forte
principal com a ajuda de um teodolito. Se a linha longitudinal
escolhida for o perímetro da poligonal, deve-se traçar, em cada
estaca, a linha transversal segundo a bissetriz do ângulo horizontal
naquele ponto.
• Faz-se o estaqueamento das linhas transversais com a mesma
precisão da linha principal, ou seja, em intervalos de 5m, 10m ou
20m.
• Faz-se o levantamento destas linhas transversais e determinam-se
todos os seus desníveis.
• Representam-se os valores dos desníveis obtidos e das distâncias
horizontais entre as estacas em um sistema de eixos ortogonais da
seguinte forma:
a)No eixo x são lançadas todas as distâncias horizontais entre as
estacas (perímetro da linha levantada) em escala apropriada.
Ex.: 1:750.
b)No eixo y são lançados todos os valores de cota/altitude das
estacas levantadas também em escala apropriada.
Ex.:
1:75 (escala em y 10 vezes maior que a escala em x) → perfil elevado.
1:750 (escala em y igual à escala em x) → perfil natural.
1:1500 (escala em y 2 vezes menor que a escala em x) → perfil rebaixado.

199 200
GERAÇÃO DE CURVAS DE NÍVEL
Como ilustrado na figura a seguir, as curvas de nível ou isolinhas são linhas
curvas fechadas formadas a partir da interseção de vários planos horizontais com a
superfície do terreno.
Cada uma destas linhas, pertencendo a um mesmo plano horizontal tem,
evidentemente, todos os seus pontos situados na mesma cota altimétrica, ou seja, todos
os pontos estão no mesmo nível.

• Todas as curvas são representadas em tons de marrom ou sépia


(plantas coloridas) e preto (plantas monocromáticas).
• As curvas mestras são representadas por traços mais espessos e
são todas cotadas.
• Como mostra a figura a seguir (GARCIA, 1984), curvas muito
afastadas representam terrenos planos.

Os planos horizontais de interseção são sempre paralelos e eqüidistantes e a


distância entre um plano e outro denomina-se Eqüidistância Vertical.
Segundo DOMINGUES (1979), a eqüidistância vertical das curvas de nível
varia com a escala da planta e recomendam-se os valores da tabela abaixo.
Escala Eqüidistância Escala Eqüidistância
1:5000, 5m 1:100000 50,0m • Da mesma forma, a figura a seguir (GARCIA, 1984) mostra que
1:1000 1,0m 1:200000 100,0m curvas muito próximas representam terrenos acidentados.
1:2000 2,0m 1:250000 100,0m
1:10000 10,0m 1:500000 200,0m
1:25000 10,0m 1:1000000 200,0m
1:50000 25,0m 1:10000000 500,0m

CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL


As curvas de nível, segundo o seu traçado, são classificadas em:
îmestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.
îintermediárias: todas as curvas múltiplas da eqüidistância
vertical, excluindo-se as mestras.
• Como indicado na figura a seguir, a maior declividade (d%) do
îmeia-eqüidistância: utilizadas na densificação de terrenos muito
terreno ocorre no local onde as curvas de nível são mais próximas e
planos.
vice-versa.
A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) ilustra parte de uma planta
altimétrica com curvas de nível mestras e intermediárias.

201 202
• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto, ela
não pode surgir do nada e desaparecer repentinamente. Figura de
GARCIA e PIEDADE (1984).

• Uma curva pode compreender outra, mas nunca ela mesma.


• Nos cumes e nas depressões o relevo é representado por pontos
cotados.

• Para o traçado das curvas de nível os pontos notáveis do terreno


(aqueles que melhor caracterizam o relevo) devem ser levantados
altimetricamente. É a partir destes pontos que se interpolam,
gráfica ou numericamente, os pontos definidores das curvas.
• Em terrenos naturais (não modificados pelo homem) as curvas
tendem a um paralelismo e são isentas de ângulos vivos e quebras.
14.4.2. Normas para o Desenho das Curvas de Nível
• Duas curvas de nível jamais devem se cruzar. Figura de GARCIA
e PIEDADE (1984).

• Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para


formar uma curva única, com exceção das paredes verticais de
rocha. Figura de GARCIA e PIEDADE (1984).

203 204
OBTENÇÃO DAS CURVAS DE NÍVEL INTERPOLAÇÃO
Segundo GARCIA e PIEDADE (1984), após o levantamento Segundo BORGES (1992) a interpolação das curvas de nível pode ser
planimétrico do terreno pode-se empregar um dos três métodos abaixo para a obtenção gráfica ou numérica.
das curvas de nível: a)Interpolação Gráfica
a)Quadriculação • Consiste em determinar, entre dois pontos de cotas
• É o mais preciso dos métodos. fracionárias, o ponto de cota cheia ou inteira e múltiplo da
• Também é o mais demorado e dispendioso. eqüidistância vertical.
• Recomendado para pequenas áreas. • Sejam, portanto, dois pontos A e B de cotas conhecidas e
• Consiste em quadricular o terreno (com piquetes) e nivelá- cuja distância horizontal também se conhece.
lo. • O método consiste em traçar perpendiculares ao
• A quadriculação é feita com a ajuda de um teodolito/estação alinhamento AB, pelo ponto A e pelo ponto B
(para marcar as direções perpendiculares) e da trena/estação respectivamente.
(para marcar as distâncias entre os piquetes). • Sobre estas perpendiculares lançam-se: o valor que excede a
• O valor do lado do quadrilátero é escolhido em função: da cota inteira (sentido positivo do eixo, pelo ponto A ou B,
sinuosidade da superfície; das dimensões do terreno; da aquele de maior cota); e o valor que falta para completar a
precisão requerida; e do comprimento da trena. cota inteira (sentido negativo do eixo, pelo ponto A ou B,
• No escritório, as quadrículas são lançadas em escala aquele de menor cota). Este lançamento pode ser feito em
apropriada, os pontos de cota inteira são interpolados e as qualquer escala.
curvas de nível são traçadas. • Os valores lançados sobre as perpendiculares por A e B
b)Irradiação Taqueométrica resultam nos pontos C e D, que determinam uma linha.
• Método recomendado para áreas grandes e relativamente • A interseção desta linha (CD) com o alinhamento (AB) é o
planas. ponto de cota inteira procurado.
• Consiste em levantar poligonais maiores (principais) e Ex.: seja Cota(A) = 12,6m, Cota(B) = 13,7m e DHAB = 20,0m. Determine o ponto de
menores (secundárias) interligadas. cota inteira entre A e B e sua localização.
• Todas as poligonais devem ser niveladas.
• Das poligonais (principal e secundárias) irradiam-se os
0.7 = 13.7 - 13
pontos notáveis do terreno, nivelando-os e determinando a 0.7
sua posição através de ângulos e de distâncias horizontais.
• Esta irradiação é feita com o auxílio de um teodolito e trena
ou de estação total.
• No escritório, as poligonais são calculadas e desenhadas, os
pontos irradiados são locados e interpolados e as curvas de
nível são traçadas.
c)Seções Transversais
• Método utilizado na obtenção de curvas de nível em faixas, (12.6) 13 (13.7)
ou seja, em terrenos estreitos e longos.
• Consiste em implantar e levantar planialtimetricamente os
pontos definidores das linhas transversais à linha longitudinal Cruzamento da linha corresponde à cota 13
definida por uma poligonal aberta.
• No escritório, a poligonal aberta e as linhas transversais são 0.4
determinadas e desenhadas, os pontos de cada seção são
interpolados e as curvas de nível são traçadas.
0.4 = 13 - 12.6

205 206
b)Interpolação Numérica
• O método consiste em determinar os pontos de cota inteira e
múltiplos da eqüidistância vertical por semelhança de
triângulos:
• Pela figura abaixo (BORGES, 1992), pode-se deduzir que:

• Para o exemplo do método anterior, AE calculado pela


relação acima corresponde a 7,27m. Isto eqüivale ao
resultado obtido graficamente.

EXERCÍCIO
A partir dos pares de coordenadas e cotas abaixo, traçar as curvas de nível
intermediárias de 1 em 1 metro e traçar o perfil 3-4.
PONTOS COORDENADAS TOTAIS COTAS
X Y
1 120,50 860,00 218.60
2 1.210,30 750,00 224,10
3 721,60 -140,00 227,70
4 50,10 -60,00 222,80

207 208
CORTE E ATERRO

É o procedimento matemático/topográfico que visa calcular e determinar o


PERFIL 1-5 (A)
volume de movimentação de terra do terreno. 530 CORTE
Exemplo:
529
528.85

528
527.3
527
C1
526
526.38 C2 Y COTA MÉDIA = 525,86m
C3
X A1
525 524.86
A2
524

523.266
523

522 ATERRO

Neste exemplo, pretendemos calcular o volume de corte e aterro considerando a 521

cota média. 520


1º Passo 20m 20m 20m 20m
Calcular a Cota Média 1 2 3 4 5
n
PontosCotados
CM = ∑
1 n 3º Passo
Onde:
CM = Cota Média ou Altitude Média Calcular as áreas de corte e aterro para o primeiro perfil
N = número de pontos cotados
Áreas de Corte: C1, C2 e C3
528,85 + 527,3 + 526,38 + 524,86 + 523,266 + 528,04 + 526,51 + 526,76 + 524,146 + 522,57
CM = = 525,86
10 Cálculo da C1:
Ao invés da cota média ou Altitude Média, poderia ser utilizado a Cota/Altitude do A figura corresponde a um Trapézio, cuja fórmula é:
terreno acabado (Rua).
( B + b) × h
2º Passo AREA =
2
Desenhar os PERFIS, para as linhas de corte e aterro. Neste caso, linhas A e B B = 528,85-525,86 = 2,99m
respectivamente dos pontos 1 a 5 e 6 a 10. b = 527,30-525,86 = 1,44m
h = distância entre 1 e 2 = 20m
AREAC1 =
(2,99 + 1,44) × 20 = 44,30m 2
2

Cálculo da C2
A figura corresponde a um Trapézio

B = 527,30-525,86 = 1,44m
b = 526,38-525,86 = 0,52m
h = distância entre 2 e 3 = 20m

209 210
AREAC 2 =
(1,44 + 052) × 20 = 19,60m 2
2
5º Passo
Cálculo da C3:
A figura corresponde a um Triângulo, cuja fórmula é: Cálculo das áreas de Aterro A1 e A2
Área = (B x h)/2
A1 = Triângulo
Área A1 = (B x h)/2
B=y=20,00-6,842=13,158m
526,38 - 525,86 =0,52m

h = 525,86-524,86=1,00m
526,38 - 542,86 =1,52m

A1 = (13,158 x 1)/2 = 6,579m


526.38
C3
Y 525,86m 6º Passo

X A1 Cálculo de A2, que corresponde a um trapézio.

AREA _ A2 =
( B + b) × h
524.86 2

3 20m
4 B = 525,86-523,266=2,594m
b = 525,86-524,86=1,00m
h = 20m

Em 20m, temos 1,52m de desnível,


(2,594 + 1,00) × 20
em X metros temos 0,52m de desnível. AREA _ A2 = = 35,94m 2
2

20m 1,52m de desnível Área de ATERRO do Perfil A = A1+A2


SATERROA = A1+A2 = 6,579+35,94=42,519m2
Xm 0,52m de desnível

X = (0,52x20)/1,52 = 6,842m
B=x=6,842m
h=0,52m
ÁreaC3 = (6,842x0,52)/2=1,778m

4º Passo
Somam-se as áreas de corte C1, C2 e C3.

Área de Corte do Perfil A = C1+C2+C3


SCORTEA = C1+C2+C3 = 44,30+19,60+1,778=65,678m2

211 212
6º Passo 526,76
CÁLCULO DO PERFIL (B) 6-10

PERFIL 6-10 (B) C3 COTA MÉDIA = 525,86m


Y
X
A1
530

529 CORTE
528,04
524,146
528

527 526,76
526,51
C1 8
526 C2 C3 COTA MÉDIA = 525,86m 9
525
A1 Em 20m, temos 2,614m de desnível,
524
524,146 A2 em X metros temos 0,90m de desnível.
523
522,57 20m 2,614m de desnível
522 ATERRO Xm 0,90m de desnível
521

520 X = (0,90x20)/2,614 = 6,88m


20m 20m 20m 20m
6 7 8 9 10
C3 = b x h /2 = 6,88 x 0,90/2 = 3,096m2
C1 = (B+b)xh/2 = ((528,04-525,86)+(526,51-525,86))x20/2 = 28,30m2 ÁREA TOTAL DE CORTE DO PERFIL B
SCORTEB=C1+C2+C3= 28,30+15,30+3,096=46,696 m2
C2 = (B+b)xh/2 = ((526,76-525,86)+(526,51-525,86))x20/2 = 15,50m2

C3 = bxh/2
b=x Calculado por equivalência de triângulos CÁLCULO DAS ÁREAS DE ATERRO

A1 = TRIÂNGULO
A1 = Bxh/2
B = Y = 20-6,88 = 13,12m
h = 525,86-524,146=1,714m
A1 = 13,12x1,714/2=11,24m2

A2 = trapézio
A2 = (B +b) x h/2= (525,86-522,57)+( 525,86-524,146)x20/2=50,04m2

SATERROB = A1+A2=11,24+50,04=61,28m2

213 214
CÁLCULO DOS VOLUMES O MODELADO TERRESTRE
Segundo ESPARTEL (1987), o modelado terrestre (superfície do
terreno), tal qual se apresenta atualmente, teve origem nos contínuos deslocamentos da
VOLUME DE ATERRO crosta terrestre (devidos à ação de causas internas) e na influência dos diversos
fenômenos externos (tais como chuvas, vento, calor solar, frio intenso) que com a sua
Somam-se as áreas de aterro dos perfis envolvidos, neste caso, dos perfis A ação mecânica e química, alteraram a superfície estrutural original transformando-a em
uma superfície escultural.
e B, e multiplica pela distância em metros entre os perfis A e B, que neste
Para compreender melhor as feições (acidentes geográficos) que o
exemplo corresponde a 20m. terreno apresenta e como as curvas de nível se comportam em relação às mesmas,
algumas definições geográficas do terreno são necessárias. São elas:
VATERROTOTAL = (42,519m2 + 61,28m2 )x20m = 2.075,98m3 Colo: quebrada ou garganta, é o ponto onde as linhas de talvegue
(normalmente duas) e de divisores de águas (normalmente dois) se
VOLUME DE CORTE curvam fortemente mudando de sentido.
Contraforte: são saliências do terreno que se destacam da serra
principal (cordilheira) formando os vales secundários ou laterais.
Somam-se as áreas de corte dos perfis envolvidos, neste caso, dos perfis A Destes partem ramificações ou saliências denominadas espigões e a
e B, e multiplica pela distância em metros entre os perfis A e B, que neste eles correspondem os vales terciários.
exemplo corresponde a 20m. Cume: cimo ou crista, é a ponto mais elevado de uma montanha.
Linha de Aguada: ou talvegue, é a linha representativa do fundo dos
rios, córregos ou cursos d’água.
VCORTETOTAL = (65,678m2+ 46,696 m2)x20m = 2.247,48m3
Linha de Crista: cumeada ou divisor de águas, é a linha que une os
pontos mais altos de uma elevação dividindo as águas da chuva.
CÁLCULO DAS DIFERENÇAS ENTRE CORTE E Serra: cadeia de montanhas de forma muito alongada donde partem
ATERRO os contrafortes.
Vertente: flanco, encosta ou escarpa, é a superfície inclinada que
vem do cimo até a base das montanhas. Pode ser à esquerda ou à
Subtraímos o volume de corte do volume de aterro.
direita de um vale, ou seja, a que fica à mão esquerda e direita
3 3 respectivamente do observador colocado de frente para a foz do
VOLUME = SCORTETOTAL- VATERROTOTAL = 2.247,48m - 2.075,98m curso d’água. As vertentes, por sua vez, não são superfícies planas,
mas sulcadas de depressões que formam os vales secundários.
VOLUME = 171,50m3

215 216
AS CURVAS DE NÍVEL E OS PRINCIPAIS ACIDENTES GEOGRÁFICOS • Talvegue: linha de encontro de duas vertentes opostas (pela base)
NATURAIS e segundo a qual as águas tendem a se acumular formando os rios
• Depressão e Elevação: como na figura a seguir (GARCIA, 1984), ou cursos d’água. Figura de DOMINGUES (1979).
são superfícies nas quais as curvas de nível de maior valor
envolvem as de menor no caso das depressões e vice-versa para as
elevações.

• Colina, Monte e Morro: segundo ESPARTEL (1987), a primeira é • Vale: superfície côncava formada pela reunião de duas vertentes
uma elevação suave, alongada, coberta de vegetação e com altura opostas (pela base). Segundo DOMINGUES (1979) e conforme
entre 200 a 400m. A segunda é uma elevação de forma variável, figura abaixo, podem ser de fundo côncavo, de fundo de ravina ou
abrupta, normalmente sem vegetação na parte superior e com altura de fundo chato. Neste, as curvas de nível de maior valor envolvem
entre 200 a 300m. A terceira é uma elevação semelhante ao monte, as de menor.
porém, com altura entre 100 e 200m. Todas aparecem isoladas
sobre o terreno.
• Espigão: constitui-se numa elevação alongada que tem sua origem
em um contraforte. Figura de DOMINGUES (1979).

• Corredor: faixa de terreno entre duas elevações de grande


extensão. Figura de GARCIA e PIEDADE (1984).
• Divisor de águas: linha formada pelo encontro de duas vertentes
opostas (pelos cumes) e segundo a qual as águas se dividem para
uma e outra destas vertentes. Figura de DOMINGUES (1979).

217 218
LEIS DO MODELADO TERRESTRE
Segundo ESPARTEL (1987), à ciência que estuda as formas
exteriores da superfície da Terra e as leis que regem o seu modelado dá-se o nome de
Topologia.
Por serem as águas (em qualquer estado: sólido, líquido e gasoso) as
grandes responsáveis pela atual conformação da superfície terrestre, é necessário que se
conheçam algumas das leis que regem a sua evolução e dinâmica, de forma a
compreender melhor a sua estreita relação com o terreno e a maneira como este se
apresenta.
Leis:
1a. Lei: Qualquer curso d’água está compreendido entre duas
• Dorso: superfície convexa formada pela reunião de duas vertentes elevações cujas linhas de crista vão se afastando à medida que o
opostas (pelos cumes). Segundo ESPARTEL (1987) e conforme declive da linha de aguada vai diminuindo.
figura abaixo, podem ser alongados, planos ou arredondados. 2a. Lei: Quando dois cursos d’água se encontram, a linha de crista
Neste, as curvas de nível de menor valor envolvem as de maior. que os separa está sensivelmente orientada no prolongamento do
curso d’água resultante.
3a. Lei: Se dois cursos d’água descem paralelamente uma encosta e
tomam depois direções opostas, as linhas que separam os cotovelos
indicam a depressão mais profunda entre as vertentes.
4a. Lei: Se alguns cursos d’água partem dos arredores de um mesmo
ponto e seguem direções diversas, há, ordinariamente, na sua origem
comum, um ponto culminante.
5a. Lei: Se duas nascentes ficam de um lado e de outro de uma
elevação, existe um cume na parte correspondente da linha de crista
que as separa.
• O talvegue está associado ao vale enquanto o divisor de águas está 6a. Lei: Em uma zona regularmente modelada, uma linha de crista se
associado ao dorso. baixa quando dois cursos d’água se aproximam e vice-versa. Ao
máximo afastamento corresponde um cume, ao mínimo, um colo.
7a. Lei: Em relação a dois cursos d’água que correm em níveis
diferentes, pode-se afirmar que a linha de crista principal que os
separa aproxima-se, sensivelmente, do mais elevado.
8a. Lei: Sempre que uma linha de crista muda de direção lança um
contraforte na direção de sua bissetriz. Este contraforte pode ser
pequeno, mas sempre existente.
9a. Lei: Quando dois cursos d’água vizinhos nascem do mesmo lado
de uma encosta um contraforte ou uma garupa se lança entre os dois e
os separa. Na interseção da linha de crista desse contraforte com a
linha de crista principal existe um ponto culminante.
10a. Lei: Se um curso d’água se divide em muitos ramos sinuosos e
forma ilhas irregulares, pode-se concluir que o vale é largo e a linha
de aguada tem pouca inclinação. Se, ao contrário, existe um único
canal, pode-se concluir que o vale é estreito e profundo e a linha de
aguada é bastante inclinada.

219 220
Exercícios
CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO 1.Determine os pontos de cota inteira para o terreno da figura abaixo,
De posse da planta planialtimétrica de um terreno ou região é levantado pelo método da quadriculação. Interpole e desenhe as curvas de nível com
possível, segundo GARCIA e PIEDADE (1984), analisar e classificar o relevo da eqüidistância vertical de 1m. As estacas estão cravadas em intervalos regulares de 20m.
seguinte forma:
Classificação Relevo
Plano Com desníveis próximos de zero
Ondulado Com desníveis <= 20m
Movimentado Com elevações entre 20 e 50m
Acidentado Com elevações entre 50 e 100m
Montuoso Com elevações entre 100 e 1000m
Montanhoso Com elevações superiores a 1000m 14.4.9.

TIPOS DE CARTAS
As plantas planialtimétricas de uma região, segundo ESPARTEL
(1987) podem ser classificadas como:
• Hipsométricas ou Geográficas: constituindo todo o conjunto de
plantas, cartas e mapas planialtimétricos.
• Batimétricas ou Náuticas: constituindo todas as plantas, cartas e
mapas cuja finalidade é representar o relevo marinho. Estes
produtos não possuem curvas de nível, apenas pontos e linhas de
profundidade. A profundidade dos pontos e linhas representados é
obtida através de ecobatímetros, atualmente, interligados a GPS de
precisão e, portanto, por processos diferenciados das curvas de
nível tradicionais.

2.Seja uma porção de terreno correspondente a uma vertente isolada de um


vale da qual foram determinadas, por nivelamento trigonométrico, as cotas dos pontos
A (37,0m), B (28,5m), C (26,6m), D (6,0m) e E (17,5m). Sabendo-se que as distâncias
AC, AE, ED, AB, CD e DB correspondem a 75m, 40m, 35m, 70m, 37.5m e 37.5m;
interpolar os pontos de cota inteira com eqüidistância vertical de 5m e traçar as curvas
de nível correspondentes.

221 222
PLANIALTIMETRIA î Preservar áreas de interesse ecológico e ambiental
É a representação das informações planimétricas e altimétricas, obtidas dos Æ Planejamento urbano
levantamentos já descritos anteriormente, em uma única planta, carta ou mapa. Através da planta é possível:
A finalidade da planta planialtimétrica é fornecer o maior número possível de î Estudar e planejar a direção das vias (insolação, acesso, etc.)
informações da superfície representada para efeitos de estudo, planejamento e î Estudar e planejar áreas industriais (controle da poluição e de resíduos)
viabilização de projetos. î Estudar e planejar áreas comerciais
Como já foi visto, a planimetria permite representar os acidentes geográficos î Estudar e planejar áreas residenciais (altura das edificações, afastamento das
(naturais ou artificiais) do terreno em função de suas coordenadas planas (x, y). vias, insolação, etc.)
A altimetria, por sua vez, fornece um elemento a mais, que é a coordenada (z) de î Estudar e planejar áreas de lazer e recreação (parques, jardins, praças,
pontos isolados do terreno (pontos cotados) ou de planos horizontais de interseção com museus, centros históricos, etc.)
o terreno (curvas de nível). î Estudar e planejar a distribuição de escolas, hospitais, postos de saúde, etc.
Segundo GARCIA e PIEDADE (1984), a planta planialtimétrica é utilizada para: î Estudar e planejar o tráfego
¬ Escolha do melhor traçado e locação de estradas (ferrovias ou rodovias) î Estudar e planejar o transporte coletivo e o recolhimento do lixo
Através da planta pode-se determinar: Ç Peritagem.
î Declividade máxima das rampas Através da planta é possível, inclusive:
î Mínimo de curvas necessário î Avaliar juridicamente a propriedade, estimando preço de venda e valores de
î Movimentação de terra (volumes de corte e aterro) tributação
î Locais sujeitos a inundação
î Necessidade de obras especiais (pontes, viadutos, túneis...)
− Linhas de transmissão: energia
Através da planta faz-se o estudo:
î Direção e largura da faixa de domínio da linha (perfis longitudinal e
transversais)
î Áreas de desapropriação
î Melhores locais para instalação de torres, postes, centrais de distribuição, ...
® Dutos em geral: óleo, gás, água, esgoto, produtos químicos, etc.
Através da planta é possível:
î Estudar o relevo para a idealização do projeto (perfis, declividades, etc.)
î Determinar pontos onde é necessária a utilização de bombas para recondução
do escoamento
¯ Serviços de terraplanagem
Através da planta é possível:
î Estudar o relevo para fins de planificação
î Determinar os volumes de corte e aterro necessários à construção de casas,
edifícios, sedes de fazenda, silos, ...
î Retificar as curvas de nível segundo os projetos idealizados
° Construção de açudes, barragens e usinas
Através da planta é possível:
î Determinar a área a ser ocupada pela água e o volume que será armazenado
î Projetar o desvio provisório de cursos d’água ou rios
î Realizar o estudo de impactos ambientais (fauna e flora)
± Planejamento do uso da terra
Através da planta é possível:
î Estudar e classificar os tipos de solos
î Organizar o plantio por curvas de nível
î Prevenir a erosão
î Realizar estudos e idealizar projetos de irrigação (a partir de fontes naturais)
e em função do tipo do terreno (plano, ondulado ...)
î Determinar a economia mais apropriada para a região (criação de gado,
plantio de arroz, cultura de café, soja ou milho)

223 224
AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
Como descrito acima, de posse da planta, carta ou mapa, o engenheiro pode dar
início aos estudos que antecedem às fases de planejamento e viabilização de diversos
projetos.
A avaliação de áreas de figuras planas faz parte deste estudo preliminar e tem
como objetivo informar ao engenheiro quais as áreas aproximadas envolvidas por um
determinado projeto.
Os métodos de avaliação de áreas de figuras planas são muitos. A seguir, Para a referida figura, a área será dada pela relação:
encontram-se os principais. ⎛b ⎞
S = ⎜ E + bI⎟ . h
⎝ 2 ⎠
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIAS GRÁFICAS onde,
Segundo ESPARTEL (1987), são muitos os métodos que permitem, através bE = b1 + bn (soma das bases externas: trapézios extremos)
de equivalências gráficas, determinar a área de uma figura plana. Os principais são: e
bI = b2 + ... + bn-1 (soma das bases internas)
MÉTODO DA DECOMPOSIÇÃO Nestes casos, a precisão da área obtida é tanto maior quanto menor for
Este método é utilizado na determinação da área aproximada de uma o valor de (h).
figura qualquer de lados retilíneos, delimitada sobre o papel e em qualquer escala.
O método consiste em decompor a figura original em figuras MÉTODO DO GABARITO
geométricas conhecidas (triângulos, retângulos, trapézios, quadrados) e, uma vez Para uma avaliação rápida e eficiente de áreas de figuras quaisquer
determinada a área de todas as figuras decompostas separadamente (através de fórmulas (irregulares ou não) costuma-se utilizar gabaritos.
elementares), a área da figura original será dada pelo somatório das áreas parciais. Os gabaritos são normalmente construídos sobre superfícies plásticas
A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) ilustra a decomposição de transparentes, vidro ou papel.
uma figura irregular em quatro figuras geométricas conhecidas (três triângulos e um Para a avaliação de áreas, dois tipos de gabaritos podem ser utilizados.
trapézio) cujas áreas podem ser calculadas pelas seguintes fórmulas elementares: São eles:
( AG . h1 ) ( BF. h 2 ) ( BF. h 3 )
S1 = S2 = S3 =
2 2 2
( CD + FE ) POR FAIXAS
S4 = .h4 Este é um gabarito que consiste de linhas horizontais traçadas a
2 intervalos regulares, ou seja, espaçadas entre si de um mesmo valor gerando várias
faixas consecutivas.
Assim, para a determinação da área de uma figura basta
posicionar o gabarito sobre a mesma e, com o auxílio de uma mesa de luz e uma régua,
medir o comprimento das linhas que interceptam os seus limites.
A figura a seguir ilustra os comprimentos medidos com régua
referentes às linhas do gabarito que interceptaram o perímetro de uma determinada
figura traçada sobre um mapa.

MÉTODO DOS TRAPÉZIOS


O método dos Trapézios ou de Bezout é utilizado na avaliação de
áreas ditas extrapoligonais, ou seja, aquelas que representam figuras decompostas de
lados irregulares ou curvos (delimitados por uma estrada, rio, lago, etc.).
Como mostra a figura a seguir (DOMINGUES, 1979), o método
consiste em dividir a figura decomposta em vários trapézios de alturas (h) iguais.

225 226
A área desta figura é função do espaçamento entre as linhas (h)
e do comprimento das mesmas ao interceptar os limites da figura (Σb).
Assim, para um número n de linhas medido:
S = h.Σb i
para i = 1, 2, ... , n
Como para o método anterior, a precisão da área obtida é tanto
maior quanto menor for o valor de (h).

QUADRÍCULAS
Este é um gabarito que consiste de linhas horizontais e verticais
traçadas a intervalos regulares gerando um conjunto de quadrículas.
Assim como para o método anterior, a medida da área de uma
figura é determinada posicionando-se o gabarito sobre a figura e, com o auxílio de uma
mesa de luz, contar o número de quadrículas contidas pela mesma.
A figura a seguir ilustra o conjunto de quadrículas contidas em
uma figura traçada sobre um mapa.

A diferença do aparelho mecânico para o eletrônico está justamente


no integrante. Para o aparelho mecânico, há necessidade de ler o número de voltas que
o aparelho deu ao percorrer o perímetro de uma determinada figura e, em função da
A área da figura é função da área da quadrícula base (sQ) e do
escala da planta, calcular a área através de uma relação matemática.
número de quadrículas envolvidas (Qn).
O aparelho eletrônico, por sua vez, permite a entrada da escala da
S =s Q .Q n planta (através de digitação) e a escolha da unidade a ser trabalhada. Assim, ao terminar
A precisão da área obtida por este método é tanto maior quanto de percorrer a figura, este exibe, automaticamente, o valor da área num visor de LCD
menor for a área da quadrícula. (cristal líquido).
Como na figura a seguir (ESPARTEL, 1987), a utilização do
MÉTODO MECÂNICO OU ELETRÔNICO planímetro se faz:
O método é dito mecânico ou eletrônico quando, para a avaliação da área, î Sempre em superfície plana.
utilizam-se aparelhos mecânicos ou eletrônicos. î O pólo deve ser fixado dentro ou fora da figura a medir,
dependendo do seu tamanho.
PLANÍMETRO POLAR î As hastes devem ser dispostas de maneira a formar um ângulo reto
O planímetro é um aparelho que consiste de duas hastes articuladas, entre si, assim, é possível verificar se o traçador contornará a
um pólo, um traçador e um tambor. figura facilmente.
Pela figura a seguir é possível visualizar que: î Escolhe-se um ponto de partida para as medições.
• Na extremidade da primeira haste encontra-se uma ponta seca î O aparelho deve ser zerado neste ponto.
presa a um peso, denominada pólo, utilizada para a fixação da î Percorre-se o contorno da figura com o traçador, no sentido
própria haste. horário, voltando ao ponto de partida.
• Na extremidade da segunda haste há uma lente cujo centro é î Faz-se a leitura do tambor (aparelho mecânico), ou, a leitura no
marcado por um ponto ou cruzeta, denominada traçador. visor (aparelho eletrônico).
• Na articulação das duas hastes encontra-se um tambor graduado î Para a avaliação final da área, toma-se sempre a média de (no
conectado a um contador de voltas. A este conjunto denomina-se mínimo) três leituras com o planímetro.
integrante.

227 228
Balança de Precisão î As coordenadas do ponto de partida e de chegada devem ser as
Este método avalia a área de uma figura em função do seu peso. mesmas Õ X1 = Xn e Y1 = Yn.
Para tanto, é necessário que se tenha à disposição uma balança de î Percorrendo a poligonal no sentido horário, somam-se as ordenadas
precisão (leitura entre o 0,01 e 0,001g). (SY) dos pontos, aos pares, ou seja, de duas em duas.
O método consiste em tomar como amostra uma figura cuja área seja î Na seqüência, porém em sentido contrário, subtraem-se as abcissas
conhecida e que esteja representada sobre papel cuja gramatura seja a mesma da figura (DX) dos pontos, também aos pares.
que se quer avaliar. î Os resultados de cada soma e subtração, para um mesmo ponto, são
Assim, para a avaliação da área de uma figura qualquer é preciso: multiplicados entre si (SY.DX).
î Somam-se, algebricamente, todos os produtos encontrados (S(SY .
• Desenhar uma figura geométrica conhecida (quadrado, retângulo,
DX)).
triângulo, trapézio) em determinado tipo de papel.
î A área final é dada pela seguinte relação:
• Recortar esta figura de área (sA) conhecida e pesá-la (pa).
• Transcrever os limites da figura a ser avaliada para o mesmo tipo
∑1 (Yi +1 + Yi )( Xi +1 − Xi )
n
de papel (utilizando mesa de luz). 2S =
• Recortar esta figura de área (S) desconhecida e pesá-la (P).
A área da figura que ser quer avaliar poderá, então, ser facilmente
obtida através de uma regra de três simples, ou, através da seguinte relação:
s
S = A .P
pA

MÉTODO ANALÍTICO
Segundo DOMINGUES (1979) a área de uma superfície plana limitada por
uma poligonal fechada pode ser determinada analiticamente quando se conhecem as
coordenadas ortogonais dos seus vértices.
Dos métodos analíticos conhecidos, sem dúvida, o mais empregado para a
avaliação de áreas de figuras planas é o de Gauss.

MÉTODO DE GAUSS
Como na figura abaixo, consiste em, dadas as coordenadas (X,Y) de
pontos de uma figura fechada qualquer, determinar a área desta figura seguindo os
seguintes critérios:

229 230
Exercícios
1.Determine a área total de uma figura qualquer, em cm², sabendo-se que
esta foi dividida em duas figuras geométricas conhecidas. São elas:
ANEXO I
trapézio → base maior(b) = 23,5cm; base menor(a) = 15,7cm; altura(h) = 5,3cm
triângulo qualquer → lado(a) = 6,6cm; lado(b) = 5,3cm; lado(c) = 8,3cm
Leitura e entendimento dos elementos contidos numa carta topográfica
2.Determine a área de uma figura, pelo método de Gauss, sabendo que a
mesma é definida por seis pontos cujas coordenadas são:
Ponto X Y
1 100mm 100mm
2 223mm 167mm
3 304mm 017mm
4 128mm -79mm
5 002mm -56mm
6 -41mm 023mm
Considerando que esta figura está delimitada sobre uma planta na escala
1:2.000, determine o valor da sua área real (m²).
3.Qual seria o valor da área de uma figura de 1,83g de peso sabendo-se que
uma amostra de 10cm x 15cm, no mesmo tipo de papel, tem peso igual a 0,76g?
4.Calcule a área de uma poligonal triangular a partir dos dados relacionados
abaixo.
DH(AB) = 100,320m
Hz(CAB) = 66°10'
Hz(CBA) = 41°42'

231 232
procurando adaptar os seus produtos às normas vigentes e, para tanto, mantém contato com a
Leitura e entendimento dos elementos contidos numa carta topográfica DSG.
Não obstante, tomaremos a carta produzida pelo IBGE como modelo para exemplificarmos a
Neste artigo, SANTIL E QUEIROZ (2001) afirmam que, através do entendimento dos disposição das informações.
elementos contidos numa carta topográfica, o usuário estará sendo educado para uma visão
cartográfica de forma a poder utilizá-la de maneira mais adequada, possibilitando, assim, Então, temos:
uma difusão maior da Cartografia.
Este artigo está disponível em http://www.uem.br/dge/geonotas/vol5-2/santil.shtml e foi Órgão responsável
editado para ser inserido neste Curso Virtual de Cartografia e SIG. Estabelece o órgão responsável pelo produto cartográfico, não implicando que este esteja
envolvido em todas as fases para construção do mesmo. Além disso, são mencionados na
Introdução primeira, segunda e terceira linhas o órgão de subordinação ("a quem é vinculado"), nome da
organização ("quem realiza"), região geográfica da área mapeada e a escala correspondente,
Quando observamos uma fotografia, uma caneta ou qualquer outro objeto, procuramos respectivamente.
reconhecer e identificar os elementos contidos neles. No mapeamento sistemático, cuja
classificação se insere a carta topográfica, procederemos de maneira análoga.
Cabe ao usuário, portanto, o reconhecimento e identificação dos elementos, efetuando assim,
a tradução dos símbolos contidos na carta. A incorporação destes elementos estará
relacionada ao domínio cognitivo do leitor. Finalmente, para a concretização da leitura de um
produto cartográfico, o usuário deve ser capaz de interpretar os elementos contidos neles. A
interpretação, no entanto, depende do conhecimento e habilidades do usuário em poder Título
correlacionar aspectos físicos e humanos, para a compreeensão dos fatos representados. O título da folha é determinado pela característica topográfica mais relevante da área
Apoiados em autores que desenvolveram trabalhos através de esquemas e modelos de representada. Pode ser a localidade de maior população, curso d'água mais importante ou
comunicação cartográfica, podemos fortalecer estas considerações. Como exemplo, citamos algum outro aspecto relevante.
o trabalho de Board (1977) apud Queiroz (1994) - Os Processos da Comunicação Por outro lado, deveria ser posicionado ao lado esquerdo do título o emblema da
Cartográfica - no qual apresenta a fase da leitura de mapas composta nas seguintes etapas: organização, entretanto, na maioria das cartas tal fato não é observado.
decodificação, verbalização, visualização e interpretação.
Portanto, a leitura de um produto cartográfico consiste na concretização das etapas
pertinentes a esta fase que, por sua vez, irão permitir a obtenção de informações através de
elementos contidos na carta.
A necessidade da utilização de um produto cartográfico nas atividades profissionais ou de
lazer levará o usuário a praticar a fase de leitura. Segundo Teixeira Neto (1984), em Índice de nomenclatura
particular, ao geógrafo, isto favorecerá a observação, descrição, correlação e explicação dos Segundo o IBGE (1993), as especificações da Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo
fatos geográficos. - CIM, foram adotadas na Conferência Técnica das Nações Unidas, realizada em Bonn
(Alemanha, 1962), que tem por finalidade:
Leitura interna e externa a) fornecer, por meio de uma carta de uso geral, um documento que permita uma visão de
conjunto do mundo para os estudos preliminares de investimentos e o planejamento do
Quando consideramos os elementos contidos na legenda, efetuaremos a leitura interna da desenvolvimento econômico e, também, para satisfazer às diversas necessidades dos
carta. A legenda facilita a identificação dos elementos e permite agrupá-los conforme suas especialistas de variadas ciências;
características. b) oferecer uma carta básica que permita preparar séries de cartas temáticas (população,
Ao considerarmos os elementos periféricos - título, escala, coordenadas geográficas, sistema solo, geologia, vegetação, recursos diversos, limites administrativos, etc.). Essas cartas
de projeção, dentre outros - efetuaremos a leitura externa da carta. constituem elementos fundamentais para a eficaz execução de estudos e análises.
Destinam-se estas novas especificações a permitir que todas as nações participem do
Elementos de identificação interna e externa de uma carta topográfica: esforço comum, em virtude da flexibilidade e da simplicidade das regras técnicas fixadas
para a publicação da carta.
O estudo do lay-out, ou seja, como as informações serão distribuídas espacialmente na carta
topográfica estão de acordo com a folha modelo publicada pelo DSG (Diretoria de Serviço
Geográfico). Entretanto, existem instituições que prestam serviços e/ou elaboram produtos
cartográficos sem a preocupação de seguir o disposto no Decreto-Lei no 243/67, causando
com tal atitude um descompasso com a leitura.
Atualmente, o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está

233 234
Séries cartográficas Para os demais elementos segue a divisão estabelecida a partir da folha ao milionésimo:

Séries cartográficas são divisões feitas em folhas de formato uniforme na mesma escala de • dividindo-se a folha ao milionésimo nas metades de sua latitude e longitude serão
uma área geográfica, mediante a impossibilidade de reprodução cartográfica dessa área em geradas 4 folhas num formato 3° x 2° cuja escala será 1:500.000.
uma única folha impressa em tal escala.
Segundo Oliveira (1988), o mapeamento básico tem por objetivo elaborar cartas destinadas
à cobertura sistemática de um país das quais outras cartas podem ser derivadas.
O melhor exemplo de uma série cartográfica é a Carta do Brasil ao Milionésimo (esc.
1:1.000.000). Cada folha da carta deve abranger, como regra, uma área de 4º em latitude por
6º em longitude. As folhas serão limitadas por meridianos espaçados de 6º em 6º, a partir do
meridiano internacional, e por paralelos espaçados de 4º em 4º, a partir do Equador. Para
cobrir o território brasileiro são necessárias 46 folhas desse formato.
A partir da Carta Internacional ao Milionésimo - CIM- derivam outras séries de cartas, como
as discriminadas abaixo com seus respectivos formatos.
• da folha 1:500.000 serão geradas 4 folhas num formato 1° 30' x 1° sendo a escala
Escala Formato igual a 1:250.000
1:1.000.000 6º x 4º
1: 500.000 3º x 2º
1: 250.000 1º30' x 1º
1: 100.000 30' x 30'
1: 50.000 15' x 15'
1: 25.000 7'30'' x 7'30''

Nenhuma folha impressa deverá exceder de 100 centímetros por 80 centímetros.


• da folha 1:250.000 teremos 6 folhas num formato 30' x 30' cuja escala será 1:100.000.
Articulação sistemática das folhas

Segundo o IBGE (1993), a articulação das folhas é apresentada de acordo com o seguinte
esquema:

• a primeira parte consiste de uma letra dada pela divisão dos hemisférios para a
latitude, isto é, N, para a latitude norte, e S, indicando latitude sul;
• a segunda parte consiste na divisão por zonas de intervalo de 4º, determinadas pelas
letras A,B,C,D,E,..., V, respectivamente. Isto é válido até o paralelo 88º norte ou sul e
as duas calotas polares levarão a letra Z;
• a terceira parte é determinada pela fórmula (a ou b), que indicará o fuso • da folha 1:100.000 serão geradas 4 folhas num formato 15' x 15' cuja escala será
correspondente da área abrangida na escala 1:1.000.000, sendo este estabelecido a 1:50.000.
partir do antimeridiano de Greenwich, a cada 6º de intervalo.

(a) N = [(180° ±λ )/6° ] + 1


(b) N = [(180 ° ±λ )/6° ]

Considera-se (a) para as longitudes que não são múltiplas de seis e para (b), caso contrário.
No cálculo, vale-se do sinal (-) para as longitudes a oeste de Greenwich e (+) para as situadas
a leste do mesmo meridiano.

235 236
• da folha 1:50.000 serão geradas 4 folhas num formato 7'30'' x 7'30'' cuja escala será utilizados na representação das informações . Para tanto, é necessário que a mesma
1:25.000. esteja organizada. Entende-se por organização da legenda a apresentação segundo os
componentes seletivo, ordenado e quantitativo. No caso da carta apresentar elementos
com características diferentes (ex.: localidades e vias de circulação) a legenda deve
ser organizada de modo a agrupá-los conforme suas peculiaridades. Dessa forma,
devemos criar uma classificação da legenda de acordo com os componentes citados
anteriormente. Logo, isto permitirá uma leitura mais rápida e eficaz da mesma,
facilitando, assim, a compreensão de um produto cartográfico.

Articulação e localização da folha


A articulação da folha nos mostra a disposição entre a área mapeada e as que
circunvizinham, indicando as referências daquelas que são contíguas, além da localização
Quando a folha situar-se na zona prevista, porém limitada por meridianos que não são os desta no Estado-Membro.
próprios do fuso, os meridianos limites este e oeste serão indicados entre parêntesis, após o
índice de nomenclatura. Exemplo: NL-21* (60 ° - 53° ).

Cabe salientar, ainda, que as folhas nas escalas maiores que 1:25.000 não são normatizadas
até o momento.

Mapa índice

Segundo o IBGE (1993), além do índice de nomenclatura, dispomos de outro sistema de


localização para folhas. Nesse sistema numeramos as folhas de modo a poder referenciá-las
através de um simples número. Assim:

• Para as folhas de 1:1.000.000, usamos a numeração de 1 a 46


• Para as folhas de 1:250.000, usamos a numeração de 1 a 550
• Para as folhas de 1:100.000, usamos a numeração de 1 a 3036.
Este último é conhecido como MI, que significa mapa índice, e os dois primeiros
como MIR, mapa índice reduzido.
O número MI substitui a configuração do índice de nomenclatura para escalas de
1:100.000. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV corresponderá ao MI 2215.
• Para as folhas em escala de 1:50.000, o MI vem acompanhado de um dos algarismos
1,2,3 ou 4, correspondente ao quadrante de uma folha 1:100.000. Por exemplo, a Sistema de projeção e informações adicionais
folha SD-23-Y-C-IV-3 corresponderá ao MI 2215/3, ou seja, terceiro quadrante da Quanto ao sistema de projeção, a natureza da superfície de representação é cilíndrica; a
folha 1:100.000 (MI 2215). forma de contato entre as superfícies de representação e referência é secante e a posição
• Para as folhas de 1:25.000, acrescenta-se o indicativo (NO, NE, SO ou SE) conforme relativa entre as superfícies de referência e de projeção é transversa.
a situação da folha em relação à anterior. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV-3-NO Quanto às propriedades (deformações), é apresentado na projeção conforme - conservação
corresponderá ao MI 2215/3-NO, ou seja, o quadrante noroeste da folha 1:50.000 (MI dos ângulos - e quanto ao método de construção o sistema de projeção é analítico. Estas
2215/3). informações acentuam a projeção Universal Transversa de Mercator.
As escalas gráfica e numérica são representadas para permitir ao usuário efetuar avaliações
O número MI deve ser indicado no canto superior direito das cartas topográficas nas escalas de áreas, distâncias e outras pertinentes ao interesse do mesmo. A primeira nos possibilita,
1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000, obedecendo à norma cartográfica hoje em vigor, conforme com a utilização de instrumentos, efetuar medidas diretamente sobre a carta, enquanto a
recomendam as folhas-modelo publicadas pela DSG, órgão responsável pelas normas segunda se vale da relação de proporcionalidade para a determinação das mesmas.
técnicas referentes às séries de cartas gerais. O processo mais empregado na representação das formas do terreno é o das curvas de nível
(SBC, 1996). Estas são apresentadas segundo uma eqüidistância previamente determinada a
• Localidades, limites, vias de circulação, pontos de controle e altitude partir da escala da carta.
Estes elementos constituem parte da legenda na qual fornecem informações para a Para a representação da superfície terrestre no plano, é necessária a definição da forma e
leitura interna. Devem ser apresentados no canto inferior esquerdo da carta. dimensão da Terra, bem como o datum horizontal e vertical. Como datum entende-se o ponto
A legenda, segundo Santos & Le Sann(1985), compreende a tradução dos símbolos origem, isto é, datum horizontal pode ser considerado como a origem das coordenadas

237 238
geodésicas. Antigamente, este datum localizava-se em CÓRREGO ALEGRE e, portanto,
levava esta denominação; atualmente é o CHUÁ, localizado no Triângulo Mineiro. O datum
vertical, por sua vez, determina a origem das altitudes, ou seja, o nível de referência ao qual
as altitudes são referidas em geral. A este denominamos de IMBITUBA.
Ainda com relação aos elementos externos são apresentadas as fases principais de execução
da carta: obtenção das fotografias aéreas (onde se faz necessário um planejamento de vôo);
apoio de campo (fundamental para a construção do produto cartográfico); reambulação
(trabalho de campo em que consiste esclarecer detalhes não identificados nas fotografias
aéreas, tais como: nome de rios, estradas, etc., além da demarcação dos limites de área, seja
esta municipal, estadual ou internacional); aerotriangulação (uma técnica fotogramétrica para
obtenção de pontos, que se vale do apoio de campo e da reambulação, além de instrumentos
e processamentos de dados); restituição (produção "preliminar" da carta, que se dá através de
instrumentos restituidores) e impressão do produto.

Divisão administrativa
A divisão político-administrativa será representada através dos limites internacionais e/ou
estaduais e/ou municipais contidos na área mapeada, permitindo ao usuário a localização de
elementos como também de problemas estruturados na região.

Hidrografia e vegetação
Fazem parte da legenda e como os demais elementos são divididos em classes, de modo a
facilitar a identificação e interpretação dos mesmos.
Declinação Magnética e convergência meridiana
Segundo Ernesto (1983) e Leinz & Amaral (1985), a causa e a sede do magnetismo terrestre
são discutidas. As teorias mais modernas sugerem um campo elétrico formado pela
defasagem, ocasionada pela rotação da Terra, entre a parte interna líquida (Ni e Fe) e o
manto inferior sólido.
A Terra, de acordo com SBC (1996), se comporta como um imã, possuindo um campo
magnético e dois pólos magnéticos de polaridades opostas. Os pólos magnéticos se
localizam relativamente próximos (mas não coincidem) aos pólos geográficos (extremidades
do eixo de rotação da Terra). A não coincidência entre os pólos geográficos e magnéticos se
deve à desigual distribuição do material magnético da Terra, havendo, portanto, um ângulo
formado entre eles cujo valor é 11° 30'.

239 240
Na prática, segundo Ernesto (1983), isto significa que a agulha da bússola desvia do norte OLIVEIRA, C. Curso de Cartografia Temática. Rio de Janeiro: IBGE, 1988. 152p.
geográfico para leste ou oeste segundo um ângulo, que dependerá do local onde se encontra
o observador . Portanto, de acordo com Leinz & Amaral (1985), a agulha é submetida a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARTOGRAFIA. Introdução aos métodos cartográficos.
duas forças: a vertical, que determina a inclinação, e a horizontal, que orienta a agulha Rio de Janeiro: SBC, 1996. 95p. Apostila xerografada.
rumo ao pólo magnético. Dá-se o nome de declinação magnética a esse desvio que a agulha
magnética sofre em relação à linha NS "verdadeira". TEIXEIRA NETO, A. Notas de aula de Cartografia Sistemática. Goiânia: UFGO, 1984.
A convergência meridiana é a diferença angular entre as linhas do quadriculado, sistema de Apostila xerografada.
coordenadas plano-retangulares usando medidas de distâncias sobre uma projeção
escolhida, e dos meridianos, que convergem para os pólos geográficos (Maling, 1980).

Referências Bibliográficas

COMISSÃO DE CARTOGRAFIA. Cartografia e Aerolevantamento. Brasília: COCAR,


1981. 136p.

DUARTE, P.A. Cartografia Básica. Florianópolis: UFSC, 1988, 182p.

ERNESTO, M. O magnetismo terrestre. In: Introdução à Geofísica. São Paulo: IAG/USP,


1983. p. 53-87.

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA e ESTATÍSTICA. Manuais


Técnicos de Geociências. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. 63p.

LEINZ, V.; AMARAL, S.E. Geologia Geral. São Paulo: Nacional, 1985. 397p.

MALING, D.H. Coordinate systems and map projections. London: Pergamon Press, 1980.
255p.

QUEIROZ, D.R.E. O mapa e seu papel de comunicação - Ensaio metodológico de


Cartografia Temática em Maringá - Pr. São Paulo: FFLCH/USP, 1994. 133p. Dissertação.

SANTOS, M.M.D.; LE SANN, J.G. A cartografia do livro didático de Geografia. Revista


Geografia e ensino. Belo Horizonte, n. 7, p. 3-38. 1985.

241 242
Introdução

TIPOS DE SUPERFÍCIE (TERRENO)


ANEXO II IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícia
Eng. De Avaliações e Perícia de Eng. E Arquitetura

Propriedade de domínio particular


AVALIAÇÕES E PERÍCIAS Histórico de domínio. Passível de escrituração e registro.

Do Estado
INTRODUÇÃO ⎧Municipal ⎫
⎪ ⎪
⎨ Estadual ⎬
⎪ Federal ⎪
⎩ ⎭

Terra Devoluta (de domínio do Estado)


→passível de discriminação (locação) e legitimação (título de
domínio)

DETERMINAR:
ESTRADA SUL ÁREA
CONFRONTANTES
A B C PERÍMETRO
BENFEITORIAS
GEOREFERENCIAR O TERRENO
(para imóveis rurais)
F
Vértices definidores com
coordenadas UTM, referenciadas ao SAD69
D
E

Passível de Usucapião
„ substantivo de dois gêneros
Rubrica: termo jurídico.
Aquisição de propriedade móvel ou imóvel pela posse prolongada e sem interrupção,
durante o prazo legal estabelecido para a prescrição aquisitiva
Domínio pela posse
Tipos:
→Especiais → Histórico de posse na família - 10 anos
→Normal → Posse de mais de 20 anos

Exemplo de avaliação de uma gleba urbana com edificação:


Obs. Gleba: porção de terra que foi objeto de usucapião.
Gleba: é a área de terreno que ainda não foi objeto de arruamento ou loteamento;

243 244
Esquema: Misto
1. Localização do terreno: Rua, Av, Quadra, n. lote, bairro, cidade, estado... Padrão
2. Dados do proprietário (nome, RG, CPF, etc)... Popular
3. Características do terreno: Médio
Topografia: medidas, área, declividade: Fino
Terreno Plano Valor por m2 = revista “A CONSTRUÇÃO” na tabela custos
Media declividade unitários PINI de edificações.
Grande declividade
Quanto a salubridade: Depreciação pela idade aparente:
Seco
Com água KD = (1 − R )
N

Infra estrutura Onde:


Benfeitorias públicas: N = Idade aparente
Água, esgoto, iluminação pública, guia de sarjeta, R = Razão de depreciação (normalmente = 2%)
pavimentação (tipo), linhas de ônibus, acesso para centro comercial do
município, telefonia, tv a cabo, etc... Ex:
Área edificada = 150 m2
4. Características da edificação: Padrão médio R$ 470,00/ m2
Alvenaria ou não, laje, cobertura de telhas tipo...., Idade aparente 20 anos
esquadrias de ferro ou outro material, piso, acabamento de cada cômodo
(compartimento) da edificação. Depreciação
KD = (1 − 0,02 ) = 0,67
20
5. Avaliação
Valor do Terreno (VT) + Valor da Edificação (VE) VE = Padrão x Área Edificada x KD
5.1. VT = com base em pesquisa imobiliária, consultando pelo menos VE = 470,00x150,00x0,07
5 fontes (preferencialmente, imobiliárias) VE = R$ 47.235,00
A pesquisa ideal é aquela baseada na oferta efetiva de venda
Valor obtido = m2, aplicando-se o índice de super-estimativa de 5.3. Valor do Imóvel (VI)
venda (0,9 – recomendado pelo IBAPE). VI = VT + VE
VI = R$ 15.000,00 + 47.235,00
Exemplo: Terreno de amostra = Preço de vendam = R$ 10.000,00 VI = R$ 62.235,00
Metragem = 300m2
Valor sanado = R$ 10.000,00 x 0,9 = R$ 9.000,00
Valor Unitário = R$ 9.000,00/300 m2
Valor Unitáriio = R$ 30,00/ m2

Terreno Avaliado = 500 m2x 30,00


Terreno Avaliado = R$ 15.000,00

5.2. Valor da Edificação (VE)


VE – Classificação:
Residencial
Industrial
Comercial

245 246
NOÇÕES DE TOPOGRAFIA APLICADA AO PROJETO DE ESTRADAS

O projeto e construção de estradas


BRASIL
GOVERNO FEDERAL

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO


INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZACÃO E REFORMA AGRÁRIA-INCRA
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL

DIVISÃO TÉCNICA

MEMORIAL DESCRITIVO

IMÓVEL : Fazenda Recanto dos Pássaros

ÁREA DO LEVANTAMENTO : 0.0028

MUNICÍPIO : Campo Grande / MS


REFERÊNCIA :

CONFRONTAÇÕES:
NORTE: José Antônio
SUL : Pedro Ribeiro
LESTE : Carlos Alberto
OESTE : José Antônio

DESCRIÇÃO

Inicia o perímetro da área junto ao M1, com Coordenadas UTM-SAD-69, E = 6.61 e N = 5.81
referentes ao Meridiano Central , e ao Equador; deste segue confrontando com José Antônio com raio de
4.47 m por 2.91 m até ; deste segue confrontando com José Antônio com raio de 2.26 m por 3.22 m até
M2; deste segue confrontando com Carlos Alberto com azimute verdadeiro de 172°43'38" por 5.08 m até
M3; deste segue confrontando com Pedro Ribeiro com azimute verdadeiro de 263°26'39" por 5.33 m até
M4; deste segue confrontando com Marcelo da Silva com azimute verdadeiro de 307°20'59" por 2.70 m
até M5; deste segue confrontando com José Antônio com azimute verdadeiro de 44°43'23" por 2.29 m até
M1, marco inicial da descrição deste perímetro.

Campo Grande, 30 de 10 de 2001

RESPONSÁVEL TÉCNICO
CONFERE VISTO

INCRA –

247 248

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