A Historia Da Bruxaria

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RESUMO DO LIVRO:

A HISTÓRIA DA BRUXARIA
Autores: Jeffrey B. Russell e Brooks Alexander
O que é uma bruxa? uma das respostas pode ser obtida nas raízes semânticas e no
desenvolvimento dos variados termos ligados à sua definição. a palavra “witch”
[“bruxa”, em inglês] deriva de wicca (pronuncia-se “uítcha”, que significa “bruxo”, um
praticante masculino da bruxaria) e de wicce (“uitchê”, que é “bruxa”); ambos os
termos pertencentes ao inglês antigo (Old English). os dois substantivos derivam do
verbo wiccian (“uítchan”, que quer dizer “jogar um feitiço” ou “lançar um
encantamento”). Contrariamente às crenças de alguns bruxos modernos, a palavra
definitivamente não é de origem celta e não tem a menor relação com o verbo witan
(saber) do inglês antigo, nem com qualquer outra palavra com o significado de
“wisdom” ou “sabedoria”. a explicação de que “witchcraft” [bruxaria] significa “a arte
dos sábios” (craft of the wise) é inteiramente falsa.
“Wizard” [mago ou mágico], diferentemente de “witch”, realmente deriva da palavra
wis do inglês médio, hoje “wise” [sábio]. a palavra “wizard” surgiu por volta de 1425,
significando um homem ou mulher de grande saber, os quais, acreditava-se,
possuíam certos conhecimentos e poderes extranormais. durante os séculos xVi e
xVii designou um “high magician” [“alto mago”]. foi somente a partir de 1825, e
raramente, que o termo foi usado como sinônimo de “bruxo(a)”.
Na idade média, os contos populares a respeito da Bruxaria refletem o medo dos
feiticeiros e o reconhecimento do poder deles. As bruxas são vistas como
detentoras do poder da natureza. Essa forma de ver é muito antiga e pode ser uma
figura arquetípica.
Antigas festas pagãs foram associadas às bruxas, as bruxas modernas
incorporaram tais festividades.
Os familiares das bruxas surgiram como os duendes, gnomos e outros espíritos da
natureza e foram associados pela Igreja aos demônios. Todas as sobrevivências do
culto e prática pagãos foram suprimidas e transformadas em demoníaco.
Feitiçaria, religião pagã, folclore e heresia cristã foram os fundadores da bruxaria
européia.
Um dos principais objetivos do livro é trazer informações precisas, incluindo
conceitos. Os autores começam o livro apresentando a diferença entre dois
conceitos-chave: feitiçaria e bruxaria. Além disso, eles fazem uso de lendas e mitos
para ajudar a contar a história de como a bruxaria se tornou motivo para medo e
preconceito, até culminar em uma caça às bruxas sanguinária e aterrorizante, cujos
reflexos podem ser percebidos até hoje no imaginário popular. Seguindo nesse
raciocínio, eles também mencionam a criação do Halloween.
Um ponto interessante abordado por Jeffrey B. Russell e Brooks Alexander diz
respeito à associação entre bruxaria e religião e como isso foi um dos motivos
determinantes para a inquisição durante a Idade Média. A caça às bruxas ganha
destaque em determinados momentos do livro e é interessante ler a respeito desse
frenesi de uma forma mais objetiva e quase filosófica. História da Bruxaria também
apresenta e estabelece as diferenças entre a bruxaria na Europa continental,
Grã-Bretanha, América do Norte e colônias inglesas, há séculos. História da
Bruxaria é um livro quase acadêmico do ponto de vista da linguagem.
Além das menções históricas e explicações a respeito de conceitos envolvendo a
bruxaria, um ponto levantado pelos autores me chamou a atenção e acredito que
poderia render um livro apenas sobre isso. Jeffrey B. Russell e Brooks Alexander
mencionam o fato de as bruxas serem vistas majoritariamente como mulheres. É
praticamente impossível associarmos homens à bruxaria de forma tão instantânea
como é feito com as mulheres. Apesar de o conceito de bruxa ter atravessado os
séculos e ter se transformado, sendo redefinido e visto até mesmo como um termo
empoderador em determinados contextos, o fato de a bruxaria ser vista como algo
quase unicamente feminino é carregado de machismo e misoginia.

“A razão pela qual a bruxaria era praticada predominantemente por mulheres,


asseverou Institoris, é que elas são mais estúpidas, volúveis, levianas, mais frágeis
e mais carnais que os homens.” (pág 102). A História da Bruxaria levanta até
mesmo a provocação de que mesmo que as bruxas sejam vistas majoritariamente
como mulheres, o diabo, figura comumente associada à bruxaria, é um homem. Isso
porque, mesmo que seja a representação do mal, uma divindade só poderia ser
masculina, enquanto seus servos e submissos, as bruxas, são mulheres. Essa é
apenas mais uma das formas explícitas de misoginia que moldaram a história da
humanidade.
O autor descarta a existência de uma antiga religião e afirma que não existia uma
bruxaria vinculada ao paganismo. E sim, que a bruxa foram invenções cristãs. Na
Idade Média o folclore e a acusação de heresias vinculadas ao demônio deram
forma a Bruxaria.
O livro fala que não existe nenhuma fundamentação teórica para os argumentos de
Margaret Murray de que existia uma bruxaria enquanto religião e fala também que a
bruxaria foi basicamente inventada, na idade média, pelo folclore e pela perseguição
aos hereges pela igreja cristã.
Com racionalismo a ideia da bruxaria foi reduzida visto que acreditava-se apenas
aquilo que era provável então anjos e demônios não existiriam o romantismo
contribuiu para o ressurgimento da ideia da bruxaria mas aí a bruxaria deixou de ser
diabólica
No Romantismo acreditava que as bruxas tinham sido mal interpretadas e elas eram
derivadas de um culto clandestino pré-cristão do mundo greco-romano.
[18:49, 03/10/2023] Mary Margareth: O interesse pelo ocultismo aumentou e ordens
mágicas e secretas adquiriram prestígio entre elas a aurora dourada ou Golden
down que tinha membros notórios como Waite e Alice Crowley que eram ocultistas
que ganharam notoriedade
Ressurge então a magia cerimonial presente na aurora dourada e o florescimento
do antigo paganismo
A ordem hermética da aurora dourada traduziu livros cabalísticos e grimórios e
inventou os sistemas criativos de numerologia sortilégios e pragas e seus próprios
afrodisíacos é crawler teve grande influência sobre gerald Gardner
Com o fim do caça às bruxas a bruxaria diabólica desapareceu e uma nova espécie
A bruxaria moderna não está historicamente ligada ao fenômeno medieval e sim as
especulações que começaram surgir depois que o fenômeno tinha desaparecido a
bruxaria anel Pagan de hoje consiste em conceitos afirmações elaborados nos 200
anos entre o final do iluminismo e o começo do século XIX
O romantismo é do século 19 percebeu que o racionalismo é não contemplava
todas as preocupações humanas então exaltavam o não racional ou intuitivo e o
estático essa ênfase despertou o interesse pela magia e por outras artes ocultas
Michele foi o primeiro a propor que o movimento da bruxaria no moderna era uma
persistência da religião pagã perseguida pelo cristianismo e que representava a
resistência da vida e da Liberdade contra a tirania cultural da igreja católica.
Vários teóricos seguiram as ideias de Michelet, entre eles, Leland que escreveu o
livro: Aradia. O evangelho das Bruxas.
O livro foi escrito a partir de depoimentos de uma camponesa chamada Madalena
que afirmava ser uma bruxa hereditária. O livro apresenta um culto organizado de
adoração a deusa centrado na figura de Diana. O livro fala que a Diana foi a
primeira criação nela estavam todas as coisas e ela tinha um irmão e filho chamado
Lúcifer com quem teve uma filha chamada Arádia. Arádia tornou-se a primeira bruxa
e ensinou bruxaria a todos que quisessem aprender
Em 1921, Murray lançou um livro sobre bruxaria o culto das bruxas na Europa
ocidental murai era antropóloga e egiptóloga e desenvolver um estudo pela bruxaria
e pelo folclore britânico
Sugeriu que aquilo que a igreja chama de bruxaria era realmente uma
remanescência da religião da fertilidade pré-cristã que em determinado ocasião
havia dominado a Europa. Ela relacionou a ideia da bruxaria com o paganismo a
temática da morte e renascimento da natureza. Argumentou que bruxaria era o
termo adotado pela inquisição para designar uma religião mais antiga que adorava a
fertilidade e a opulência da natureza.Murray escreveu que a forma feminina do
nome Diana era encontrado na em toda Europa ocidental como líder das bruxas por
causa disso Murray cunhou a expressão culto de Diânico para denominar essa
religião.Robert graves escreveu a deusa Branca numa reinterpretação de um poema
e deu origem às três foi o primeiro que retratou as três faces da deusa a jovem a
mãe e a anciã. Segundo Graves a religião original e universal da deusa foi
suprimida por uma cultura patriarcal de natureza violenta guerreira e hostil à
natureza. Graves articulou uma ideia com grande aceitação entre os bruxos
modernos a de que os Deuses extraem em sua substância vitalidade e poder da fé
depositada por seus fiéis quantos mais crentes possui uma deidade quanto mais
vigorosa a fé dos seus seguidores mais forte e mais real se tornará essa divindade
Lelante construiu sua teoria retratando a bruxaria como uma forma remanescente
de adoração a Deusa. Murray enfatizou a ideia da antiga religião e estabeleceu a
terminologia Sabá e esbat. Graves enfatizou uma religião do ouro pré patriarcal e
acrescentou o enfoque feminino, enfatizando os ciclos lunares também, introduziu a
forma triplicidade da Deusa.
O homem que reuniu todas as peças e realmente fundou a religião da bruxaria
moderna. Gerald Gardner. Gardner viajou o mundo, estudando várias culturas.
Gardner e familiarizar-se com muitos sistemas de ocultismo e com muitas religiões.
Conheceu algumas pessoas, entre elas ou Dorothy que demonstrou ser a líder de
um cover secreto e que o iniciou naquilo que ela chamava Wicca. Para ele a
bruxaria era uma região da natureza pacífica e Alegre as bruxas se reuniam em
covens liberados por uma sacerdotisa e veneravam duas divindades principais: o
Deus das florestas e a Deusa tríplice da fertilidade e do Nascimento. A tese de que
Gardner encontrou um grupo organizado e foi iniciado por ele é difícil de comprovar.
Doriem Valente diz que as fontes de Gardner não foram provadas.
Em 1953 Gardner iniciou a jovem Doreen valiente esse relacionamento foi crucial
para a futura para o futuro movimento da bruxaria.
Valiente extraiu as influências de Crowley. Reescreveu os materiais de forma a
enquadrarem em um sistema de crenças e práticas
A bruxaria organizada nos Estados Unidos começou em 1962 com Raymond e
Rosemary Buckland.
Os norte-americanos começaram a misturar o material com ideias retiradas de
outras fontes, o resultado foi um espectro de novas tradições de bruxaria que se
expandiu rapidamente.
Suzana Budapeste incorporou o feminismo a Wicca fundindo nele seu paganismo e
seus posicionamentos políticos a fim de criar o movimento que veio a ser chamado
espiritualidade feminina .
Budapeste denominou sua tradição de bruxaria diânica que só permitia a
participação das mulheres. Em 1979 está Starhawk publica a dança cósmica das
feiticeiras e diz que na Wicca as mulheres poderiam ser libertadas, os homens
reeducados e o relacionamento dos humanos alternativos poderiam ser explorados.
Historicamente há três tipos de bruxo: O feiticeiro que pratica magia simples o
herege de quem se afirmava praticar diabolismo e que foi perseguido durante as
caças às bruxas e o neo pagão os três grupos têm pouco em comum e são
designativos de bruxos. O objetivo principal da bruxaria moderna é a criação de uma
nova religião que tem algumas similaridade com a feitiçaria e o paganismo antigo
Depois de mais de 70 anos a bruxaria ainda não tem uma definição. O que marca é
uma atitude contrária à cultura e às religiões dominantes. Margot Adler coloca
quatro principais características a primeira característica é o animismo politeísmo
panteísmo a segunda característica é o feminismo a terceira é que Não existe
pecado e a quarta é a ideia da reciprocidade espiritual recebemos de volta tudo que
fazemos. A bruxaria é centrada no feminino orientada para a deusa e sensível ao
meio ambiente

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