Sexualidade e Ministério
Sexualidade e Ministério
Sexualidade e Ministério
Introdução
Você tem uma atividade de caráter público que se implica na sua vida pessoal? Faz
algo como uma “vocação” ou “ministério”, profissional ou religioso?
Tomando-se o texto sagrado como poético, que por sua universalidade sirva para a
análise simbólica, vê-se a sexualidade tanto para a procriação como para o gozo.
Biologicamente, hoje a sexualidade não é mais exclusiva para a procriação, e o
corpo físico pode ter outras formas de expressões para o gênero e para o prazer.
Biblicamente, porém, como ideal ético universal, sexualidade tem um caráter moral.
Sobre tudo, sexualidade é corpo e alma, ou uma alma que se expressa num corpo.
Logo, é natureza viva. Todavia, esta natureza é moldada pela cultura. Mesmo casais
transgêneros, preservados nas condições biológicas de seus corpos, fazem
parcerias transparentais que servem tanto para o gozo como para a procriação. ,
mesmo nas condições de transgênero, serve à procriação e ao gozo. O ser humano
é sempre um ser de natureza ontológica, mas também de natureza antropológica,
moldado por uma “teia de significados” (Geertz, 2008) dados pela cultura. A Bíblia é
um texto milenar e a cultura é dinâmica no tempo e espaço, por isso precisa da
interpretação correta ao ser contextualizada para a atualidade.
A Bíblia fala de sexualidade o tempo todo, porque fala de pessoas e suas relações.
Tomaremos apenas algumas metáforas poéticas bíblicas do AT e NT para o tema,
sob os tópicos: conjugalidade, desejo, gênero, erótica, mutualidade e família.
Ideal da sexualidade na poesia bíblica
Na poesia, cada homem “deixa” (azab), se desliga, da casa dos pais para formar por
si novo clã e cumprir o mandato para a família e cultura da terra, da unidade de “um
só corpo” (ahad basar); e se “une” (dabaq), em ato e processo ao par, no desafio de
produzir o “um só”, a unidade de opostos. A natureza da alma busca se completar no
seu oposto. Há paralelos da complementaridade das duas metades que se buscam
e se completam no “mito do andrógino” (Platão, 2005) e no “conceito da conjunctio”
(Jung, 1985). A experiência clínica com casais mostra que de fato há esta tendência.
Bibliografia: