Curso de Aprendizes Do Evangelho 1 Ano

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CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO - 1º.ANO

1ª. AULA
NOÇÕES GERAL SOBRE A BÍBLIA

NOÇAO GERAL SOBRE A BIBLIA

1 - PARTE A

VISÃO GERAL DO ANTIGO TESTAMENTO. SUAS SUBDIVISÕES. SALMOS. PROFETAS

A Bíblia é o livro básico do Cristianismo.

É uma coletânea de numerosos livros, escritos no decurso de centena de anos. Narra a criação do universo
feita por Deus e a história dos hebreus, povo do qual nascerá Jesus. Na Bíblia Católica são ao todo 73 livros,
sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento; na Bíblia Protestante são ao todo 66 livros, porque
o Antigo Testamento tem 7 (sete) livros a menos.

Estão divididos em livros históricos, doutrinais e proféticos. Os livros do Antigo Testamento escritos uns em
hebraico e outros em aramaico, foram traduzidos para o grego. De modo geral, os livros relatam a aliança e
as relações entre Deus e os hebreus (mais tarde chamados israelitas e judeus) até o nascimento de Jesus, por
isso são chamados também de "Antiga Aliança", fundamento da Religião Judaica.

Entre as traduções da Bíblia, as mais antigas e famosas são: a Versão dos Setenta e a tradução feita por São
Jerônimo, chamada Vulgata, que se tornou importante porque os nomes dos personagens usados nela (tanto
na tradução grega como na hebraica) foram latinizados, tornando fácil a sua compreensão. Os mais antigos
manuscritos hebraicos que possuímos, remontavam ao século IX da nossa era e continham o Pentateuco.
Eram escritos dos escribas que copiavam o texto hebraico.

Em 1947, encontraram-se em uma caverna, próxima ao Mar Morto, em Qumram, inúmeros manuscritos que
ali foram deixados pelos Essênios depois da destruição de Jerusalém. Nos trazem, portanto, um acervo de
1.000 anos dos textos hebraicos.

A partir daí, na Escola Bíblica de Jerusalém, teólogos, protestantes, católicos e de outras religiões cristãs,
compilaram uma Bíblia, atualizada com todas estas descobertas e sem tender para nenhum dos dois lados.
Esta tradução foi chamada de "A Bíblia de Jerusalém". Dos estudos destes manuscritos, chegou-se à
conclusão de que muitos dos ensinamentos de Jesus são semelhantes aos que os essênios professavam; a
filosofia era a mesma. Mas não comprovam que Jesus tenha vivido com os essênios.

Os 46 livros do Velho Testamento da Bíblia Católica subdividem-se em históricos, doutrinais e proféticos,


mais o Pentateuco, chamado de " A Lei" (Torá, para os Judeus). (2)

LIVROS HISTÓRICOS: São os livros do Pentateuco e os de Josué, Juízes, Rute, Samuel, Reis, Macabeus e
outros, ao todo 21, os quais narram a história do povo hebreu.

O livro de Josué relata a conquista da Terra da Promissão e sua distribuição pelas tribos.

Os juízes mostra a história dos judeus sob o governo dos Juízes.

Samuel fala sobre os reis Saul e Davi.

O livro dos Reis registra a história de Salomão até a destruição do Templo de Jerusalém, pelos babilônios.

Esdras narra a volta do exílio de um grupo de judeus. Cada livro narra uma parte da história hebraica.
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LIVROS DOUTRINAIS: São os Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria e outros, ao todo sete.

Estes livros indicam sempre uma rota a seguir pelo homem de bem. Qualquer que seja a forma de
apresentação são sempre norteadores de conduta, indicação de caminho, regras morais, preces, hinos etc.

O Livro dos Salmos, ou Saltério, é uma coleção de poemas sagrados compostos por vários autores
inspirados, dos quais o mais importante e conhecido é o rei Davi (A Bíblia Sagrada, Edição Barsa). O
Saltério (palavra de origem grega) é o nome de um instrumento de cordas que acompanhava os cânticos, os
salmos e, por extensão, passou a denominar a coletânea dos Salmos.

O Livro dos Provérbios é um conjunto de regras práticas para se viver com sabedoria e representa vários
séculos de reflexão dos sábios, culminando com Salomão; por isso, muitas vezes, é citado por Provérbios de
Salomão. A sabedoria é personificada em justiça e verdade, mas, embora de bons sentimentos morais, seu
ensinamento foi superado pelas parábolas de Jesus.

Como exemplo, cita-se um dos provérbios de Salomão:

Sete Abominações (provérbios, 6).

"Seis são as coisas que ao Senhor aborrece, e a sua alma detesta a sétima: Olhos altivos, língua mentirosa,
mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina malvadíssimos projetos, pés prontos para correr
para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia discórdia entre seus irmãos". (2)

LIVROS PROFÉTICOS (OU: DOS PROFETAS) Estes livros, de modo geral, registram as principais
profecias dos missionários profetas de Israel. Isaías (séc. VIII a. C.) prevê a vinda do Messias; a ruína de
Israel por sua infidelidade; a ruína da Babilônia etc. Jeremias (séc. VII a. C.) vaticina sobre a ruína de
Jerusalém e Judá. Ezequiel e Daniel (séc. VI a. C.) viveram no exílio da Babilônia, tendo Daniel profetizado
vários fatos, tornando-se inclusive, magistrado na corte do Rei Nabucodonosor. Ao todo são 18 livros na
Bíblia Católica e 17 na Bíblia Protestante.

É bom observar que o estudo do Velho Testamento deve ser acompanhado pela observação sistemática em
mapas geográficos da época, que mostram os lugares mais importantes e as razões de certas situações,
ampliando o visual do estudante.

A leitura do Antigo Testamento mostra que Jesus respeita suas leis e as devolve ao legítimo sentido. Cristo
conclui a Nova Aliança, pela qual os cristãos, como herdeiros de Abrão, estão no Novo Testamento (Gl 3:15-
29).

Os Espíritas, diz Emmanuel em O Consolador, questão 360, como "novos discípulos do Evangelho devem
compreender que os dogmas passaram. E as religiões literalistas, que os construíram, sempre o fizeram
simplesmente por obediência a disposições políticas, no governo das massas. Dentro das novas expressões
evolutivas, porém, os espiritistas devem evitar as expressões dogmáticas, compreendendo que a Doutrina é
progressiva, esquivando-se a qualquer pretensão da infabilidade, em face à grandeza inultrapassável do
Evangelho".

Por isso, pode-se dizer que por meio do Espiritismo, Jesus, cumprindo suas promessas (Jo 14: 16- 26 e 16:
12-14), renova sua Aliança com os Homens em geral, fazendo-os, todos, herdeiros do seu Cristianismo
Redivivo, de forma que todas as ovelhas pudessem ser conduzidas, sem exceção, ao aprisco do Senhor; no
caminho da pluralidade das existências.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edições Paulinas


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A BÍBLIA SAGRADA - Edição Barsa


A Gênese (GE) - cap. I, itens 21 a 27 - Allan Kardec
O CONSOLADOR - questões 352 a 361 - Emmanuel
(1) Indica-se como bibliografia auxiliar o ATLAS DA BÍBLIA - Edições Paulinas
(2) Provérbios, A BIBLIA SAGRADA - Edição Barsa, item 6

2 - PARTE B

VISÃO GERAL DO NOVO TESTAMENTO. SUAS SUBDIVISÕES. EVANGELHOS. APÓCRIFOS.

O Novo Testamento é composto por um conjunto de 27 livros, tanto na Bíblia Católica como na Protestante
(a Bíblia hebraica não tem), classificados em históricos) doutrinais e profético. São históricos os quatro
Evangelhos: segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, mais o livro Atos dos Apóstolos. São livros doutrinais
as 21 epístolas: de Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas. O livro profético é o Apocalipse, que é o último livro
da Bíblia.

O EVANGELHO

Evangelho é uma palavra de origem grega e significa Boa Nova. Essa Boa Nova é a notícia solene de uma
doutrina moral, onde os exercícios da lei da justiça, com misericórdia, do saber e do amor, da humildade e
da caridade, da fé e da esperança, fundamentam a ação da reforma íntima do ser humano, dando à
ressurreição do Espírito o caráter de evolução, com responsabilidade individual e coletiva, possibilitando
através do aprendizado e do convívio fraterno, o direito da graça e da honra de se conhecer a Deus,
ingressando no Seu Reino.

Numa visão global, abrangendo todo o contexto histórico e moral do Evangelho, destaca-se a idéia profunda
e impressionante da exemplificação de Jesus, que transcende seu campo de trabalho, na sua curta vida
terrena, em uma época de transição mundial (onde a busca do saber e das conquistas sufocava o valor da
ação do amor), a ponto de se tornar um marco na História da Civilização, que conta os dias a partir do seu
nascimento.

Uma análise sensível e meditativa do Evangelho dá ao homem a compreensão e paciência para a vida;
enche-o de coragem e fé; ensina-lhe a servir a Deus através de seu semelhante, e a conquistar o "Reino de
Deus" pelo entendimento da verdade. André Luiz ("Os Mensageiros"- cap. 36), narra momentos lindos,
demonstrando que o "Evangelho dá equilibrio ao coração", envolve e extrapola segundo as possibilidades
individuais de recepção da luz espiritual.

OS QUATRO EVANGELISTAS

O Evangelho de Jesus está escrito em quatro livros, segundo o entendimento e inspiração de cada
evangelista: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros se assemelham, daí o nome de sinópticos,
porque resumidos podem ser colocados em três colunas, lado a lado. A tradição eclesiástica reconhece
Mateus como o primeiro evangelista, embora haja discussões improdutivas a respeito.

Mateus: O Levi, publicano, coletor de impostos em Cafarnaum, foi um dos quatro evangelistas; era membro
do colegiado apostólico. Suas primeiras anotações foram feitas na Palestina, em hebraico, para os judeus
convertidos. Sua idéia original foi converter e edificar, ilustrando a fé. Escreveu seu Evangelho em
aramaico; mas, o que chegou até nossos dia é a tradução em grego.

Marcos: João Marcos, primo de Barnabé, fez a primeira viagem com Paulo. Foi discípulo de Pedro, daí a
dizer-se que ele é "um eco da voz de Pedro". Seu nome hebraico era João, o latino Marcos (Atos, 12:25).
Destaca os aparentes fracassos de Jesus perante os homens, para provar os desígnios de Deus; era
necessário que o Cristo sofresse para resgatar os homens (segundo Mc 9:12,10:45,14:24) e culmina com o
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triunfo do ressurgimento do túmulo. Escreveu em grego o seu Evangelho em Roma, ainda com Pedro, para os
romanos convertidos.

Lucas: escritor de grande talento, amigo inconteste de Paulo de Tarso, médico de homens e de almas, nasceu
em Antióquia, perto de Tarso (Síria). Seu trabalho é resultado de muita ordem e informações pessoais com os
Apóstolos, Maria e Discípulos. Escreveu seu Evangelho para os pagãos convertidos. Sem este terceiro
Evangelho não teríamos 16 das mais belas parábolas de Jesus.

João: o "discípulo que Jesus mais amava", era irmão de Tiago (filhos de Zebedeu e Salomé). Ele narra o
episódio dos primeiros discípulos com a propriedade e os pormenores de quem foi testemunha ocular, desde
o primeiro milagre, nas Bodas de Caná, até aos pés da cruz, com a doce herança da mãe sublime. Seu
trabalho expande os momentos mais íntimos com Jesus, enquanto os outros evangelistas sintetizam o
acontecido. Seu resumo da última ceia é riquíssimo (capítulos 13 a 17): a humildade do lava-pés, a
despedida e a esperança ("não se turve o vosso coração"), a verdadeira videira, a vinda do Consolador, a
promessa de um breve reencontro e a prece intercessória de Jesus ao Pai Celeste, são momentos sublimes
que o Evangelho de João traz aos homens. O Evangelho de João é ESPIRITUAL:

NELE JESUS É A LUZ DO MUNDO

O MESTRE QUE ORIENTA;

O PÃO DA VIDA;

O CORDEIRO DE DEUS QUE SE IMOLA PELA SALVAÇÃO DO MUNDO; E

O FILHO QUE GLORIFICA O PAI QUE ESTÁ NO CÉU.

ATOS DOS APÓSTOLOS E EPÍSTOLAS

Entre os livros históricos do Novo Testamento, acha-se o Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas. Narra a
história das origens do Cristianismo primitivo, em Jerusalém, sua expansão pela Palestina e difusão entre os
pagãos, obra dos discípulos, as lutas e sofrimentos de todos eles. Fala da perseguição de Herodes, da
conversão de Paulo e de suas três viagens missionárias, inclusive de sua prisão em Roma.

As Epístolas, ao todo 21, formam um conjunto de livros doutrinais ou didáticos. As 14 de Paulo são
chamadas pessoais e as de Tiago, Pedro, João e Judas, universais, porquanto não são dirigidas a pessoas em
particular, mas aos cristãos em geral.

O Apocalipse, que em grego significa "revelação", é um livro profético e foi escrito por João Evangelista,
filho de Zebedeu, na Ilha de Patmos entre os anos 70 e 95, aproximadamente.

Foi escrito para reerguer o ânimo dos cristãos, submetidos a perseguições por judeus e pagãos, nos tempos
de Nero e Domiciano, imperadores de Roma, objetivando alimentar-lhes a "fé e fortaleza com a promessa da
vitoriosa vinda do Senhor" (Bíblia Sagrada, Edição Barsa - dicionário, verbete "Apocalipse").

EVANGELHOS APÓCRIFOS

Além dos quatro Evangelhos do Novo Testamento, existiram evangelhos apócrifos, assim chamados porque
não foram aceitos por falta de autenticidade. São numerosos.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edições Paulinas


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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (ESE) - Introdução Allan Kardec

PAULO E ESTÊVÂO - Emmanuel

SANTO EVANGELHO DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO - Edição Pia Sociedade de São Paulo

O NOVO TESTAMENTO - Editora Vozes

1) A BÍBLIA SAGRADA - Edição Barsa

3 - QUESTIONÁRIO

1) Como é composta a Bíblia?

2) Como se dividem os livros do Antigo Testamento?

3) De que tratam os livros históricos?

4) De que tratam os livros proféticos?

5) Quantos livros compõem o Novo Testamento? E o Antigo?

6) Quantos Evangelhos existem e quem foram os seus autores?

7) Quantas epístolas estão no Novo Testamento? Quem foram os autores?

2ª. AULA
DEUS, O UNIVERSO E O HOMEM

1 - PARTE A = DEUS. O UNIVERSO: SUA CRIAÇÃO. O HOMEM.


FORMAÇÃO DO UNIVERSO SEGUNDO OS ESPÍRITOS

"O UNIVERSO É O SANTUÁRIO DA VIDA, ONDE O HOMEM EVOLUI SEM CESSAR, APRENDENDO A
LEI DO AMOR, SOB A SUPERVISÃO DO CRIADOR, ATRAVÉS DOS ESPÍRITOS SUPERIORES".
DIVISÃO EM QUE ESTUDAMOS A GÊNESE (A CRIAÇÃO)
A CRIAÇÃO
UNIVERSAL

A MATÉRIA - AS LEIS E AS FORÇAS


A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO MUNDO MATERIAL

GÊNESE
ORGÂNICA

A HISTÓRIA DA HUMANIDADE EM SEU


PRINCÍPIO CORPORAL

GÊNESE
ESPIRITUAL

A HISTÓRIA DA HUMANIDADE EM
SEU PRINCÍPIO ESPIRITUAL
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OBJETIVO DAS AULAS

O objetivo desta aula e das três seguintes é apresentar de forma condensada os aspectos materiais e
espirituais da Criação Universal desde as suas origens, finalizando com enfoque no planeta Terra em que
vivemos.

No seu desenvolvimento firmar-se-á o conceito da onipresença de Deus em todos os tempos e em todas as


coisas e do papel que os Espíritos exercem como agentes divinos na execução dos Seus desígnios.

Em assim fazendo, conceituar-se-á a formação, a evolução e as capacidades potenciais do Espírito, bem


como os "MECANISMOS" e forma postos à sua disposição para cumprimento da harmonia universal.

DEUS

Kardec nos diz que "é impossível conceber-se a existência do relógio sem a existência do relojoeiro", ou
ainda "Deus não se mostra, mas afirma-se mediante suas obras" (A Gênese, cap.II). E se o homem não pode
medi-lo, poderá senti-lo. É esta sensibilidade da alma imortal que a ciência positiva ainda ignora, por ser
incapaz de reduzi-la ao mundo dos seus fenômenos objetivos, como se fossem simples elementos de uma
reação química ou de leis físicas.

Mas, se o homem não pode penetrar na essência de Deus, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os
atributos necessários para então compreender a OBRA DA CRIAÇÃO.

O eixo do Universo REPOUSA NA PERFEIÇAo DE DEUS e na Sua providência sobre as Suas criaturas.
Deus está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo as coisas mais mínimas. Todos os elementos da
criação se acham em relação constante com Ele, porém, o homem só poderá vê-lo através da sua percepção
quando seu Espírito se depurar. Somente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização
podem percebê-lo.

O UNIVERSO

O Universo é uma realidade praticamente infinita, para o homem que nele busca diferentes alternativas de
vida em diferentes maneiras de interpretá-la.

O homem não tem condições de saber, no nível evolutivo em que se encontra, como se formou o Universo,
senão formando teorias mais ou menos prováveis.

A ciência conjetura o nascimento do Universo na grande explosão inicial, ou "Big Bang", originando os
bilhões de estrelas e planetas, interligados por milhares e milhares de galáxias.

Tudo isto é resumido nos ensinamentos dos Espíritos, numa expressão: "A ORIGEM DE TUDO ESTÁ EM
DEUS, a inteligência suprema e Causa primária de todas as coisas" (O Livro dos Espíritos).

Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a base sobre a qual repousa
o edifício da criação, é também o ponto que importa consideremos antes de tudo.

O HOMEM

Edgar Armond, na obra "Exilados de Capela", comenta que "na realidade, a Ciência ignora a data e o local
do aparecimento do verdadeiro tipo humano, como também ignora qual o primeiro ser que pode ser
considerado como tal".

"Segundo a Ciência oficial, quando o clima da Terra se amenizou, em um dos quatro grandes períodos da
Era Terciária, isto é, no período geológico que antecedeu o atual, os antigos seres vivos que moravam nas
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árvores foram descendo para o chão, e aqueles que aprenderam a caminhar erguidos, formaram a estirpe da
qual descende o homem".

A esse respeito, diz Emmanuel, na obra "A Caminho da Luz", que "os primeiros antepassados do homem
sofreram os processos de aperfeiçoamento da Natureza. No período terciário, sob a orientação das esferas
espirituais, notavam-se algumas raças de antropóides; esses antropóides, antepassados do homem terrestre,
e os antecedentes dos símios que existem até hoje, tiveram a sua evolução em pontos convergentes (formação
evolutiva de caracteres semelhantes em grupos distintos), e daí a semelhança entre o organismo do homem
moderno e o do chimpanzé da atualidade".

Emmanuel esclarece que "não houve propriamente uma descida da árvore", no início da evolução humana,
mas a evolução de espécies pela atuação do Espírito.

PONDERAÇÕES SOBRE A CRIAÇÃO DO UNIVERSO

Somente com a ajuda de dados fornecidos pela ciência, é possível conceber-se a verdadeira Gênese. Foi
através da ciência que se romperam os dogmas das velhas crenças seculares sobre a Criação Universal.

Através da ciência é que se viu a impossibilidade da Criação como é colocada nos textos bíblicos, porém, é
fundamental que consideremos a Bíblia e nos apoiemos nos fundamentos da ciência. Trabalhando com estas
balizas de entendimento, reflexiona-se a Gênese como sendo a história da humanidade.

O nosso objetivo é apresentar de forma sucinta os ASPECTOS MATERIAIS E ESPIRITUAIS DA CRIAÇÃO


DO UNIVERSO:

1. desde a sua origem;

2. finalizando com enfoque no planeta Terra em que vivemos.

Veremos que irá se firmar o conceito da onipresença de Deus em todos os tempos e em todas as coisas, e do
papel que os Espíritos exercem como agentes divinos na Sua execução.

A ciência limitou-se à pesquisa das leis que regem a matéria e, mesmo no homem, apenas ao seu organismo
material. Porém, não consegue ir mais além, se não considerar o homem como um ser que transcende a
matéria, analisando-o como um ser espiritual.

Só o Espiritismo que ao estudar o axioma "SE TODO EFEITO TEM UMA CAUSA, TODO EFEITO
INTELIGENTE TEM UMA CAUSA INTELIGENTE", conseguiu lançar luz sobre a Gênese espiritual, sobre a
existência da alma, de onde vem, para onde vai, se tem futuro reservado, demonstrando as relações entre o
princípio espiritual e o material; a natureza da alma, sua criação no estado de simplicidade e ignorância,
sua união com o corpo, sua marcha progressiva indefinida através de existências sucessivas e através dos
mundos que são outros tantos degraus na via do aperfeiçoamento.

Seu gradual livramento da matéria através de seu Livre-arbítrio, a causa de suas inclinações boas ou más,
assim como de suas aptidões, o fenômeno do nascimento e da morte, o estado do Espírito na erraticidade,
enfim, o futuro, que é o prêmio dos seus esforços para sua melhoria e de sua perseverança no bem.

Graças a esta luz, o homem sabe de onde vem, para onde vai, por que está na Terra e por que sofre, sabe que
seu futuro está nas suas mãos e que a duração do seu cativeiro aqui DEPENDE DELE.

Despida da alegoria acanhada e mesquinha, a Gênese se lhe apresenta grande e digna da majestade, da
bondade e da justiça do Criador. Considerada sob este ponto de vista, a Gênese confundirá a incredulidade e
a vencerá - GE, cap.XII,26.
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FORMAÇÃO DO UNIVERSO SEGUNDO OS ESPÍRITOS

André Luiz em "Evolução em Dois Mundos", 1ª Parte, cap. I, diz:

"O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador, ou força nervosa do Todo-Sábio".

''Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo operam as Inteligências Divinas a Ele
agregadas, em processo de comunhão indescritível, extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia
com que constroem os sistemas da imensidade, em serviço de Co-Criação em Plano Maior, de conformidade
com os desígnios do Todo-Misericordioso que faz deles agentes orientadores da criação excelsa.

Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, daí surgindo
as galáxias, as organizações estelares e as nebulosas, e continuam a agir equilibrando rotação e massa,
harmonizando enerqia e movimento, formando os sistemas planetários.

É aí, no seio dessas formações admiráveis que se estruturam, interrelacionados, a matéria, o espaço e o
tempo a se renovarem constantes, oferecendo campos gigantescos ao progresso do Espírito.

Durante a primeira metade da longa história da Terra, nosso planeta foi um deserto sem vida envolto num
manto de ar.

Em análogo alicerce, as Inteligências Humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em
permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em Plano Menor, assimilando os corpúsculos da
matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se
exprimem, ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade
Desencarnada.

Cabe-nos assinalar, desse modo, que na essência, toda a matéria é energia tornada visível, e que toda a
energia originariamente é força divina, de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos da
Criação.

Compete-nos anotar que o fluido cósmico ou plasma divino é a força em que todos vivemos nos ângulos
variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, e com toda a razão, que "EM DEUS NOS MOVEMOS
E EXISTIMOS" (Paulo de Tarso, Atos -17:28).

João no seu Evangelho diz: "no princípio era o Verbo e o Verbo era Deus e o Verbo estava com Deus",
refere-se ao poder criador na esfera abstrata, irrevelada, antes do desencadeamento dos fenômenos criativos
referentes à Terra.

Tudo se traduz por Poder Criador, que é um atributo de Deus e é transmitido ao conjunto de Inteligências
Divinas e Espíritos Puros da Esfera Crística que são os agentes da criação.

O VERBO EM DEUS é o poder criador na esfera absoluta, abstrata, o pensamento de Deus, não
exteriorizado. O VERBO FORA DE DEUS é o pensamento transferido, o poder agindo na esfera das
manifestações objetivas, no campo das realizações fenomênicas.

Disse Jesus que: "NA CASA DO PAI há muitas moradas".

Hoje compreendemos melhor o significado dos seus ensinamentos, porquanto a grande família espiritual,
criada na universalidade dos mundos, se agita em cada canto do Universo, elaborando-se nos seus estados
evolutivos diferenciados.

Diz Emmanuel, em "A Caminho da Luz" que "a sabedoria do Pai deslocara do Sol para as mãos augustas e
compassivas de Jesus, o bloco de matéria informe, e Jesus com as suas legiões de trabalhadores divinos,
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operou a escultura geológica do orbe terreno, trabalhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o seu
coração haveria de expandir-se em amor, caridade e justiça".

"Organizou o cenário da vida, criando sob as vistas de Deus o indispensável à existência dos seres do porvir.
O seu amor foi o Verbo da criação do princípio... " "... e quando serenaram os elementos do mundo nascente,
Jesus reuniu nas alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das
amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveu o imenso laboratório em
repouso."

André Luiz relata, no livro "Evolução em Dois Mundos": "A imensa fornalha atômica estava habilitada a
receber as sementes da vida e sob o impulso dos gênios construtores que operavam no orbe nascituro, vemos
o seio da Terra, recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a espraiar-se no colo da
paisagem primitiva. Dessa geléia cósmica, verte o princípio inteligente em suas primeiras manifestações".

Prossegue Emmanuel: "Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma, e com ele lançara Jesus à
superfície da Terra o germe sagrado dos primeiros homens".

BIBLIOGRAFIA

A GÊNESE (GE) - cap. II e IV - Allan Kardec


EVOLUÇÂO EM DOIS MUNDOS - cap. I - André Luiz
A CAMINHO DA LUZ - cap. I e II - Emmanuel
O Livro dos Espíritos (LE) - pergunta 1 - Allan Kardec
O CONSOLADOR - pergunta 18 - Emmanuel
INICIAÇÃO ESPÍRITA - Edgard Armond - cap. I

2 - PARTE B

FORMAÇÃO DO UNIVERSO SEGUNDO A CIÊNCIA.


ESPAÇO E TEMPO. MATÉRIA. LEIS E FORÇAS.

No inicio do século havia muitas teorias a respeito da formação do Universo.

Teoria do Universo Oscilante: diz que o Universo está oscilando entre períodos de expansão e contração
obedecendo a um ciclo.

Teoria do Universo Constante ou Estático: propõe que o Universo sempre existiu e continuará existindo
numa condição semelhante a atual. Isso prevalecia até 1920.

Teoria do Big-Bang: (grande explosão, em inglês) é a hipótese mais aceita, hoje em dia, para explicar a
origem do cosmo.

Edwin Hubble construiu um telescópio potentíssimo, e passou a estudar as galáxias e seus movimentos.
Percebeu que as galáxias se afastavam umas das outras e que o Universo estaria em expansão e concluiu que
tudo o que existe: Terra, estrelas, milhões de galáxias saíram de uma esfera de energia menor que uma bola
de ping-pong. A explosão deste óvulo genético aconteceu há mais ou menos 15 bilhões de anos e lançou
estilhaços em todas as direções, dando origem a tudo.

Não havia matéria líquida e sólida ainda, só gases e poeira. Era o fluido cósmico que ao se expandir dá
origem à energia radiante que se propaga através de ondas. O cosmos era uma sopa de partículas
subatômicas se expandindo para todos os lados, não iriam se juntar nunca; porém, ocorreu um fenômeno que
se chamou Inflação Cósmica, ou seja: foi um movimento fora de controle, um estremecimento que permitiu
que o raio que inicialmente ia numa direção, mudasse para outra e se cruzassem uns com os outros.
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A radiação original que era DIVERGENTE, passa a ser CONVERGENTE.


Deste início irá surgir

a matéria;
o espaço e o tempo;
as leis e as forças que equilibram o Universo

Diz Emmanuel que "só na inteligência divina encontramos a origem de toda a coordenação e de todo o
equilíbrio, a razão pela qual, nas suas questões mais íntimas, a física da Terra não poderá prescindir da
lógica de Deus".

ESPAÇO E TEMPO

Dessa energia que se propaga no instante da explosão do Big-Bang, nascem:

O ESPAÇO - definido como o meio onde a energia se propaga; e junto com o espaço, temos associado

O TEMPO - era a dimensão que proporcionava a expansão do Espaço-Tempo.

O espaço e o tempo surgiram SIMULTANEAMENTE. Assim, o fato de algo material encontrar-se ou estar se
deslocando num dado local (acontecendo), num certo instante é um fenômeno em 4 dimensões, ou a 4
coordenadas, sendo:

3 pelo ESPAÇO (comprimento, largura e altura) 1 (uma) pelo TEMPO.

O espaço e o tempo são duas noções relativas e indissociáveis entre si, pois como se pode ver o Universo se
estende tanto no espaço como no tempo.

A noção espaço-tempo foi introduzida pela Teoria da Relatividade para descrever o Universo num modelo de
4 dimensões.

Um objeto ou uma ação podem se deslocar ou acontecer em qualquer sentido no espaço, entretanto, no
tempo se desloca, ou acontece, num sentido abstrato (reta passado - futuro).

Na prática só é possível se deslocar do passado em direção ao futuro.

Na teoria, existe outra possibilidade: a eternidade.

MATÉRIA

Embora o átomo já fosse estudo dos filósofos da antigüidade grega, e os 4 elementos primitivos fossem
reconhecidos como geradores da matéria, somente há cerca de um século o homem considera que todas as
substâncias conhecidas são, na verdade, DIVERSAS COMBINAÇÕES ATÔMICAS.

Os diferentes estados da matéria, até então desconhecidos, com os corpos simples, ampliaram os
conhecimentos da Química e da Física, dando origem à Física Nuclear e Quântica.

"Segundo as freqüências das moléculas das matérias que compõem um corpo, sua massa é variável ( > ou
< ), e adquire leis específicas do seu campo energético" (vibra).

Como a velocidade da luz é constante, quando ativamos os átomos desse corpo, ao quadrado da velocidade
da luz, ele libera energia.

Tem-se a noção bem simples da famosa Fórmula de Einstein:


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E (energia) = m.c2 = massa x velocidade da luz ao quadrado.

Foi necessária a criação da luz (fóton), para que a matéria desprendesse energia e fosse, então, se
ordenando, para formar o Universo.

EM RESUMO: - Todos os materiais constitutivos do mundo visível e invisível são produtos multiformes da
matéria cósmica primitiva, SIMPLES E UNA. (Segundo Mendeleiev existem 92 elementos no Universo
(corpos simples).

A matéria é força ou energia condensada. Ao atingir milhares de graus, se funde, transforma-se em gás de
átomos individualizados.

A 1 milhão de graus não existem mais átomos, seus elementos se entrechocam, dando origem ao fóton e ao
quantum de energia.

A ciência já conhece os seguintes estados da matéria:


SÓLIDO

frequência vibratória molecular condensada


LÍQUIDO

frequência vibratória molecular semi-condensada


GASOSO

frequência vibratória molecular descondensada


SOLID STATE

frequência vibratória molecular semi-expandida


S.P.STATE

frequência vibratória molecular expandida


S.S.P.STATE

frequência vibratória molecular super-expandida

Os 3 últimos estados são "plasmas" fluídicos.

Solid State: a matéria atingindo milhares de graus é semi-expandida (gás de átomos individuais), ou plasma
fluídico (sol, estrelas);

SP.State: a matéria atingindo 1 milhão de graus é expandida (fóton, luz), comportamento de uma onda
luminosa;

S.S.P.State: a matéria super-expandida: não existe mais e só foi encontrada no Big-Bang.

LEIS E FORÇAS

A matéria cósmica primitiva possui forças (latentes) variadas com diferentes propriedades (gravidade,
coesão, afinidade, atração, repulsão, magnetismo, eletricidade).

Dependendo da combinação da matéria, as forças liberadas dessa energia fluídica lideram as mutações e
combinações da matéria;
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e formam as leis imutáveis, ou leis universais (que comandam o Universo).

E que foram impostas à Criação para lhe dar harmonia e estabilidade.

Essa energia se propaga através de ondas...

Segundo teoria recente, 1980, os átomos se unem e surge a:

1 - FORÇA GRAVITACIONAL (foi criada pelas partículas gráviton que juntam a matéria)

2 - FORÇA NUCLEAR FORTE (foi criada pelas partículas glúons que faz a interação entre as partículas que
mantêm coeso o núcleo dos átomos).

E QUANDO SOBE A TEMPERATURA:

3 - surge a FORÇA ELETROMAGNÉTICA (força que atrai o elétron para o átomo, foi criada pelos fótons);

4 - FORÇA NUCLEAR FRACA (foi criada pelas partículas bósons, responsável pela radioatividade).

No BING BANG, no início, só havia a força nuclear forte. As outras vieram depois.

O Universo é sustentado por estas 4 forças (gravitacional, nuclear forte, eletromagnética, nuclear fraca).

Todas as outras forças que conhecemos são derivadas destas 4.

Einstein diz que com apenas 10 leis universais Deus comanda todo o Universo.

O Universo não pára de crescer.

GE, cap. VI, 11 diz que "A natureza jamais se opôs a si mesma. O brasão do Universo tem apenas uma
divisa: UNIDADE E VARIEDADE.

Convém acrescentar, para entendimento, que interpenetrando toda a vida universal, que está contida neste
fluído cósmico, há uma força que gera, conserva e transforma, dirige os diversos ciclos da evolução
determinada pelo Criador, que assim manifesta Sua vontade no Pensamento Universal.

Esta fonte de força é uma projeção natural da energia divina, a que se chama AM0R.

Por isso é que Jesus, há 2.000 anos, nos trouxe como baliza a seguir a LEI DO AMOR, PORQUE É ELA
QUE REGE o UNIVERSO.

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. VI - Allan Kardec

Evolução em Dois Mundos - cap. I - André Luiz A CAMINHO DA LUZ - cap. I e II - Emmanuel

O GÊNESIS E O BIG-BANG - Gerald L. Schroeder, Ph.D.

3 - QUESTIONÁRIO

1) Como definir o Universo?

2) Onde se sustenta o Universo?


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3) Do que nós necessitamos para entender a Gênese (Criação)?

4) Quem foram os cooperadores de Deus na formação do Universo?

5) O que resultou da grande explosão inicial, aceita pela Ciência como sendo o nascimento do Universo?

6) Desde quando o homem considera que todas as substâncias conhecidas são combinações atômicas?

7) Quais as forças que sustentam o Universo?

3ª. AULA
A GÊNESE MOSAICA E A
GÊNESE KARDEQUIANA

1 - PARTE A - OS SEIS DIAS DA CRIAÇÃO E OS PERíODOS GEOLÓGICOS DA TERRA.

"A Gênese (criação), diz Kardec (1), compreende duas partes: a história da formação do mundo material e a
história da Humanidade, considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual." Daí o estudo, nesta
lição, da "gênese mosaica" e os períodos geológicos da formação da Terra, a gênese orgânica e a espiritual,
pois é impossível conhecer a Gênese sem a análise das leis da Natureza.

A GÊNESE MOSAICA

Nos primciros capltulos da GÊNESIS, primeiro livro da Bíblia.

Moisés relata, simbolicamente, as origens da criação do Céu, da Terra e de tudo o que neles há; a formação
do homem e sua queda do paraíso.

Kardec, no capítulo XII de A Gênese (GE), estuda: "gênese mosaica" não como seis dias normais, mas como
seis longos períodos geológicos, com o que a própria Igreja hoje reconhece.

No primeiro dia, Deus criou o Céu e a Terra. Fez a luz e separou a luz das trevas, chamando esta de noite e
aquela de dia. Kardec registra este dia como o período astronômico no qual houve a aglomeração da
matéria cósmica universal para a formação celeste: Sol, Terra, Lua e todos os corpos celestes.

Cumpre observar aqui a relatividade do período de formação de cada um desses corpos. Ao analisar os
períodos geológicos da Terra, Kardec, em A Gênese, cap. VII, diz que no primeiro periodo, chamado de
estado primitivo do globo, o orbe que era uma massa incandescente em sua origem, pouco a pouco se
esfriou, começando naturalmente pela superfície e se endureceu. Emmanuel (2) anota que "rezam as
tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos do nosso sistema, existe uma
Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as
rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias". Diz, ainda, que Jesus, como um dos membros
dessa Comunidade, juntamente com as suas legiões de trabalhadores, operou a escultura geológica do orbe
terreno; estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra; organizou o cenário da vida; fez a pressão
atmosférica adequada ao homem; estabeleceu os grandes centros de força da ionosfera e da estratosfera e
definiu todas as linhas do progresso da Humanidade futura.

No segundo dia, disse Deus: "Faça-se o firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e
águas. Separou as águas que estavam embaixo das que estavam em cima do firmamento". Kardec refere-se a
este segundo dia como o periado primário, com o endurecimento da superfície da Terra pelo seu
resfriamento. Ausência de vida orgânica.
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No terceiro dia, da Gênese Mosaica, disse Deus: "Que as águas que estão sob o Céu se reunam em um só
lugar, e que surja o elemento árido. Ao elemento árido deu o nome de terra, e chamou mares as águas
reunidas. A terra produziu ervas verdes que traziam grãos, segundo sua espécie, e também árvores
frutíferas". Kardec denomina este terceiro dia de período de transição, no qual surgem os primeiros seres
organizados: líquens, musgos, plantas herbáceas e, depois, a vegetação maior e os primeiros animais
marinhos: os zoófitos, pólipos, crustáceos. Fala Emmanuel que "o protoplasma foi o embrião de todas as
organizações do globo terrestre". Protoplasma é uma matéria gelatinosa que cobria a crosta solidificada do
planeta. "Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, são as células albuminóides, as amebas e
todas as organizações unicelulares, isoladas e livres, que se multiplicam prodigiosamente na temperatura
tépida dos oceanos." (2)

No quarto dia disse Deus: "Haja luminares no firmamento dos céus, a fim de que separem o dia da noite; e
que eles sirvam de sinais para marcar o tempo e as estações, os dias e os anos". Kardec refere-se a este dia
como o período secundário, no qual a temperatura da Terra era menos abrasadora, atmosfera mais
purificada, vegetações menos colossais, novas espécies, peixes, animais de conchas, grandes répteis
aquáticos e anfíbios. Fala Emmanuel que "os primeiros crustáceos terrestres são um prolongamento dos
crustáceos marinhos. Seguindo-lhes as pegadas, aparecem os batráquios, que trocam as águas pelas regiões
lodosas e firmes". A sucessão dos dias e das noites é o quadro temporal de desenvolvimento da obra
terrestre.

No quinto dia disse Deus: "Que as águas produzam animais viventes que andem nas águas, e pássaros que
voem sobre a terra, sob o firmamento do céu". Kardec chama este quinto dia de período terciário, no qual se
tem a formação dos continentes, a acumulação das águas nos lugares baixos, a formação dos mares atuais,
animais terrestres gigantescos, surgimento dos pássaros. Anota Emmanuel que reino animal experimenta as
mais estranhas transições no período terciário, sob as influências do meio e em face dos imperativos da lei de
seleção" (3). Disse ainda, no mesmo capítulo, que "a máquina celular foi aperfeiçoada, no limite do possível,
em face das leis físicas do globo. Os tipos adequados da Terra foram consumados em todos os reinos da
Natureza, eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos do laboratório de suas perseverantes
experiências".

No sexto dia segundo Moisés, Deus disse também: "Que a terra produza animais viventes, cada um segundo
sua espécie, os animais domésticos, os répteis e os animais selvagens, segundo suas diferentes espécies.
Disse em seguida: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e que ele domine sobre os peixes do
mar, os pássaros do céu, as bestas, sobre toda a terra e os répteis que se movem sobre a terra", Kardec
considera este sexto dia como o período quaternário, no qual surgem os terrenos de aluvião, os vegetais e
animais atuais e o homem. Emmanuel (3) registra que os antropóides das cavernas espalharam-se pela
superfície do globo, sofrendo as influências do meio, formando os pródromos das raças futuras em seus tipos
diversificados. Fala também da grande transição para o surgimento do homem, dizendo: "Os séculos
correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessas criaturas de braços alongados e de
pelos densos, até que um dia as hostes do Invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual
preexistente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações.
Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir".

Finaliza Kardec, em A Gênese, cap. XII, item 12: "Não rejeitemos, pois, a gênese bíblica, estudemo-la, ao
contrário´, como se estuda a história da infância dos povos. É uma época rica de alegorias, das quais é
preciso procurar o sentido oculto; ela deve ser comentada e explicada com o auxílio das luzes da razão e da
ciência".

É importante destacar na Gênese de Moisés a ordem crescente de valores da dignidade na Criação,


culminando com o Homem, O ENSINAMENTO PROFUNDO É QUE TODAS AS CRIATURAS FORAM
CRIADAS SIMPLES E IGNORANTES, NO MUNDO TERRENO, E QUE POR SUA PRÓPRIA EVOLUÇÃO
ATINGIRAM OS DEGRAUS SUPERIORES.

BIBLIOGRAFIA
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GE, cap. IV, VII, XI e XII - Allan Kardec


A caminho da Luz - cap. I, II e III - Emmanuel
Os exilados de Capela - Edgard Armond
(1) GE - cap. IV, ítem 2
(2) A caminho da luz - cap. I - Emmanuel
(3) A caminho da luz - cap. II - Emmanuel

2 - PARTE B - A GÊNESE ORGÂNICA. GERAÇÃO ESPONTÂNEA

GÊNESE: Como já percebemos da lição anterior é origem ou principio de alguma coisa, formação dos seres
desde uma origem.

A Gênese Kardequiana é científica e encontra-se no livro de Kardec "A Gênese".

Obs.: Para o estudo da Gênese Orgânica faz-se necessário o auxílio da Geologia (formação da Terra) além
de uma noção geral das Leis e Forças que regem o Universo.

Há uma só substância simples) primitiva: um fluido que enche o Espaço e penetra os corpos: o FLUIDO
CÓSMICO UNIVERSAL ou MATÉRIA CÓSMICA UNIVERSAL.

Essa Matéria Cósmica primitiva, simples, uma geratriz do mundo e dos seres, transformada concorre à
produção de todas as formas e tipos dos seres vivos, das coisas inanimadas e dos mundos que rolam no
Espaço.

Inerentes à Matéria Cósmica primitiva, as forças que presidiram às transformações da matéria, para a
formação da Terra, são aqui conhecidas sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração etc.

Para estudarmos a Gênese Orgânica faz-se necessário conhecermos a LEI DE UNIDADE de que nos fala
Kardec: "A Lei de Unidade preside a formação de todos os corpos da natureza, a toda obra da Criação" (GE
- cap. X).
LEI UNIVERSAL

UNIDADE
DA
MATÉRIA

MATÉRIA
CÓSMICA
OU FLUÍDO
CÓSMICO
UNIVERSAL

PRIMITIVA, SIMPLES, UNA; DIVERSIFICADA NA ÉPOCA DO NASCIMENTO DO MUNDO

FORMAÇÃO DO MUNDO MATERIAL

A Terra, em sua origem, era uma massa incandescente. Nessa época, em seu estado primitivo, o globo
terrestre já continha todas as substâncias que o compõem, só que, sob a influência das altas temperaturas, a
maior parte dessas substâncias encontrava-se em estado gasoso.

No Periodo Primário, o primeiro efeito do resfriamento foi a formação de uma camada granítica rodeando o
globo inteiro. A seguir, a precipitação das matérias mais pesadas - houve então chuvas e lagos de enxofre e
de betume, verdadeiros rios de cobre, ferro, chumbo e outros metais fundidos. Depois, chuvas torrenciais, e
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as águas, caindo em solo quente, novamente vaporizavam, tornando a cair, assim sucessivamente, até que a
temperatura permitiu ficarem em estado líquido.

Em conseqüência do resfriamento e de misturas, essas substâncias passaram por um processo de


transformação, e as vemos sob a forma de líquidos ou sólidos, de terras, pedras, metais e cristais.

No Período de Transição, os raios do Sol começaram a aparecer através da atmosfera brumosa.

Nessa época começaram a se formar as camadas de terrenos sedimentares, depositadas pelas águas
carregadas de limo e de matérias próprias à vida orgânica.

Aparecem, então, os primeiros seres viventes do reino vegetal e do reino animal.

A Ciência calcula a formação da Terra há 4,5 bilhões de anos, e o início da vida, ou seja, da formação dos
primeiros seres vivos, em torno de 1,5 a 2 bilhões de anos depois.

Portanto, durante a primeira metade da história do planeta, ele foi, provavelmente, um deserto sem vida
envolto num manto de ar.

FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS

Vimos que a Terra, em sua origem, não continha substâncias combinadas, mas, unicamente, seus princípios
constitutivos volatilizados. No ar, em estado gasoso, estavam todas as substâncias primitivas.

A inumerável variedade dos corpos da natureza resulta de um número pequeno de princípios elementares,
combinados em proporções diferentes. Esses "princípios elementares" constituem os "corpos simples ou
elementais": oxigênio, hidrogênio, azoto, carbono, cloro, iodo, flúor, enxofre, fósforo e todas os metais. Na
Tabela de Mendeleiev são 92 corpos simples. (Hoje já se fala não 98, mas 103 corpos simples.)

A combinação de dois corpos para formar um terceiro exige circunstâncias particulares: determinado grau
de calor, de secura ou de umidade, movimento ou repouso, uma corrente elétrica, etc.

Essas combinações se operam em grande escala no laboratório da natureza.

LEI

UNIVERSAL
VARIEDADE

CORPOS

SIMPLES

OXIGÊNIO

FORMANDO
MATERIAIS OU
SUBSTÂNCIAS
CONSTITUTIVAS
DO MUNDO
HIDROGÊNIO
AZOTO
CARBONO
CLORO
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IODO
FLÚOR
ENXOFRE
FÓSFORO
METAIS

A lei que preside à formação dos minerais produz naturalmente à formação dos corpos orgânicos.

A análise química mostra que todas as substâncias, vegetais e animais são compostas dos mesmos elementos
que os corpos inorgânicos dos quais os princípios são: hidrogênio, oxigênio, azoto e carbono.

Porém, há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível: O PRINCíPIO VITAL.

Ao se formarem os seres orgânicos, eles assimilam o Princípio Vital. Aí está a diferença entre orgânico e
inorgânico.

O Princípio Vital é alimentado durante a vida pelo funcionamento dos órgãos.

GERAÇÃO ESPONTÂNEA

Assim, não havendo ainda vida na terra, cada espécie foi aparecendo à medida que o globo adquiria as
condições necessárias à existência delas.

O estudo das camadas geológicas atesta terrenos de idêntica formação e, em proporções enormes, a
presença das mesmas espécies em pontos do globo muito afastados uns dos outros.

Se num ponto, um tipo se pôde formar, em muitos outros pontos ele poderia se formar igualmente por efeito
da mesma causa.

Houve, então, uma criação simultânea e múltipla dos primeiros casais de cada espécie vegetal e animal.

Esta é a Teoria da Geração Espontânea, que evidentemente só pode se aplicar aos seres das ordens mais
ínfimas do reino vegetal e do reino animal, aqueles nos quais a vida começa a despontar e cujo organismo é
extremamente simples e rudimentar (GE - cap. X - item 20 e 21).

André Luiz, em "Evolução em Dois Mundos", relata a evolução dos corpos dos seres orgânicos a partir dessa
geração expontânea.

Desde o mais simples, os vírus, formados por nucleoproteínas e globulinas, depois surgindo as bactérias
rudimentares.

Depois de milênios, nutrindo-se no protoplasma surgem as algas nadadoras monocelulares, que circulam nas
águas alimentando-se de resíduos minerais e se nutrem agora da clorofila. As algas nadadoras dão origem
ao reino vegetal e sucedendo-as surgem algas verdes (de feição pluricelular, inaugurando a reprodução
assexuada) que dão origem ao reino animal. A ALGA é o elemento da ligação dos dois reinos.

A VIDA SURGIU PRIMEIRO NAS ÁGUAS, por ser necessário o oxigênio que havia nas águas (pois o ar em
saturado de gases). Evoluindo em ambos os lados, transformando-se nas florestas luxuriantes (e depois na
nossa vegetação de hoje) e nas águas, surgem os moluscos, que se transformam em crustáceos, peixes e
anfíbios. Saindo para a terra, vêm os répteis, animais pré-históricos, nossa fauna de hoje, até chegarem os
primatas antropóides de onde surgiu o homem.
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O PRINCÍPIO INTELIGENTE É QUE FAZ A VIAGEM EVOLUCIONAL; O embrião humano arquiva todas
os seus conhecimentos, passando pelos três reinos da natureza, na potência de sua organização entrópica (o
quantum de energia para a vida).

Do ponto de vista antropológico, o Homem pertence ao Reino Animal:

- sub-reino Metazoa;

- classe dos mamíferos;

- ordem dos primatas-antropóides;

- família homínideos, gênero Homo, espécie sapiens.

Para alcançar a "idade da razão" (hominal), o ser levou cerca de um bilhão e meio de anos. Os ancestrais do
homem viveram há um milhão de anos.

O Homo sapiens iniciou sua romaria ha 200.000 anos, com a bênção de Cristo (André Luiz).

Seu corpo é uma "colônia viva com exemplo de fraternidade", e traz as lembranças dos reinos pelo qual
passou:

a) estrutura óssea - sais minerais vitalizados;

b) células - mundo vegetal quintessenciado;

c) órgãos - mundo animal aperfeiçoando-se de espécie em espécie.

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. X - Allan Kardec

EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - cap. IV - André Luiz

LE - perg, 60, 591 e 601- Allan Kardec

A CAMINHO DA LUZ - cap. II - Emmanuel

EVOLUÇAO ANÌMICA - cap, I - Gabriel Delanne

3 - QUESTIONÁRIO

1) Quais são as duas partes em que se compreende a "Gênese" (Criação)?

2) O que representam os "seis dias" da criação, mencionados na Bíblia?

3) O que rezam as tradições do mundo espiritual no tocante à direção de todos os fenômenos do nosso
sistema planetário?

4) O que diz Kardec sobre a Gênese bíblica?

5) De onde se originaram todos os corpos encontrados no Universo?

6) O que são seres orgânicos?


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7) Como é o homem do ponto de vista antropológico?

4ª. AULA
GÊNESE ESPIRITUAL
ENCARNAÇÃO

1 - PARTE A

GÊNESE ESPIRITUAL. PRINCíPIO INTELIGENTE. UNIÃO DO PRINCíPIO ESPIRITUAL À MATÉRIA

Esta 1ª parte da 4.a Aula também pertence ao assunto A Gênese Kardequiana.

"A idéia da perpetuidade do ser espiritual é inata no homem; ela existe nele no estado de intuição e de
aspiração" (A Gênese, cap. XI, item 4). Muitos outros indícios de vida eterna levam o homem, desde tempos
imemoriais, a admitir em si, além do CORPO físico, também uma alma que sobrevive depois das fronteiras
do túmulo.

DE ONDE TERIA VINDO ESTA ALMA OU PRINCÍPIO ESPIRITUAL PARA DESENVOLVER -SE NA
TERRA? Admite-se, como verdaade, que os primeiros seres vivos, na Terra, não foram produzidos por pais
de mesma espécie, uma vez que não os havia.

Algumas teorias procuram justificar esta gênese espiritual. Uma delas crê que a vida existiu eternamente no
Universo, em forma de embriões, os quais vindo do espaço caíram na Terra. São os cosmozóis, de W. Preyer,
1880; os PANSPERMA, de Svante Arrhenius, em 1908; ou os BIOGENES, de J. Schultz, em 1929.

Outra teoria crê na geração espontânea, segundo certas condições atmosféricas, pressão, temperatura etc.

E uma terceira aceita a criação divina. (1)

Para a DOUTRiNA ESPÍRITA, Deus criou os Espíritos SIMPLES E IGNORANTES (LE, 115). O Espírito é o
princípio inteligente do Universo (LE, 23), e tem existência própria, independente da matéria, mas forma com
ela os dois princípios constitutivos do Universo.

"O ESPÍRITO, POR SUA ESSÊNCIA ESPIRITUAL, é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter uma ação
direta sobre a matéria, era-lhe necessário um intermediário, este intermediário é o envoltório fluídico que de
certa forma faz parte integrante do espírito, envoltório semi-material, isto é participante da matéria, por sua
origem, e da espiritualidade, por sua natureza astral; como toda matéria, ele é originado no fluido cósmico
universal, o qual nesta circunstância sofre uma modificação especial" (A Gênese, cap. XI, item 17).

Este envoltório é o PERISPÍRITO e constitui o traço de união entre o Espírito e a matéria. O corpo material
nada mais é que um instrumento de ação do Espírito, fundamental para o desenvolvimento de sua
inteligência e para colaborar com o Criador no progresso do globo.

DESTA FORMA, ESTAGIANDO NAS ESFERAS FÍSICAS E EXTRA-FÍSICAS, O ESPÍRITO DEPURA-SE,


EVOLUINDO POUCO A POUCO, SAINDO DA IGNORÂNCIA PARA A SABEDORIA E DAS PAIXÕES E
EMOÇÕES IMPOSTAS PELA MATÉRIA PARA A ESSÊNCIA DO AMOR.

Entendemos, então, que o Principio Inteligente interage com a matéria, enquanto a matéria está servindo de
meio para a sua evolução (sem ela, ele não evoluiria). O Principio Inteligente impulsiona a matéria a
também evoluir, fazendo com que ela também se modifique, passando para um estado mais adiantado (é a
força que elabora a matéria). Sem essa força, nada seria possível, a matéria ficaria estacionária.
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André Luiz, em "Evolução em Dois Mundos", cap. VI, menciona uma genealogia do Espírito, completando:
"Com a Supervisão celeste, o princípio inteligente gastou desde o vírus e as bactérias das primeiras horas do
protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim, de que pudesse, como ser pensante,
embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os
Espaços Cósmicos".

Diz, ainda, André Luiz, em ''No Mundo Maior", cap.4, que o (princípio espiritual) desde o obscuro momento
da criação) caminha sem detença para a frente". "Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da
irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão, tendo feito assim a
passagem através dos Reinos da Natureza." Dirige-se para a angelitude, confirmando-se, assim, as palavras
de Jesus: "SEDE PERFEITOS COMO PERFEITO É O VOSSO PAI QUE ESTA NOS CÉUS" (Mt 5:48).

BIBLIOGRAFIA

EVOLUçAo EM DOIS MUNDOS - cap. II e X- André Luiz

NO MUNDO MAIOR - cap. 4 - André Luiz

GE - cap. XI, itens 1 a 17

(1) - DEUS, O HOMEM E O UNIVERSO - cap. Donde Vem a Vida? E Existe alma - Edição da Livraria
Tavares Martins - Porto, Autores Diversos.

INICIAÇÃO ESPIRITA - Edgard Armond (item - A Evolução nos Diferentes Reinos)

2 - PARTE B - ENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO. REENCARNAÇÃO. EMIGRAÇÕES E IMIGRAÇÕES DE


ESPÍRITOS

O ensino de Kardec sobre os temas desta aula é clássico (A Gênese, cap. XI, itens 17 a 49). É uma slntese de
todo o processo evolutivo do princípio inteligente, ligado ao corpo físico, que também se quintessencia com a
evolução da alma, e do próprio mundo material que habita, que também progride. É uma visão panorâmica
de todo o processo dinâmico, em seus diferentes ciclos de evolução e em múltiplas fases de uma mesma vida.

ENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO. REENCARNAÇÃO: Vejamos como se passa a união do Espírito com a


Matéria. "Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico,
que nada é senão uma expansão de seu perispírito, o liga o gérmen em cuja direção ele se sente atraído por
uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, forma-se o
laço, sob a influência do princípio vital material do gérmen, o perisplrito, que possui certas propriedades da
matéria, se une, molécula por molécula, ao corpo que o forma; daí se dizer que o esplrito, por intermédio de
seu o perispírito, de alguma forma toma raiz no gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen está
inteiramente desenvolvido, a união é completa, e então ele nasce para a vida exterior" (A Gênese, cap. XI,
item 18).

No mesmo item se lê que na desencarnação "o Espírito se solta, molécula por molécula, como um dia se uniu,
recuperando sua liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do
corpo que causa a partida do espírito".

No intervalo das existências corporais, os Espíritos que compõem a população espiritual do globo, também
progridem. Examinam o que fizeram na vida terrestre, passam em revista o que aprenderam, reconhecem
suas faltas, traçam planos e tomam resoluções para que em nova existência possam fazer melhor .
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O principio da reencarnação é uma conseqüência da Lei do Progresso. Sem a reencarnação fica difícil
explicar a diferença que existe entre os indivíduos, e muitas outras circunstâncias ligadas à dor, alegrias,
simpatias, felicidade etc. A reencarnação não é perpétua para cada ser. Os Espíritos puros libertam-se dela.

EMIGRAÇÕES E IMIGRAÇÕES DE ESPÍRITOS: Há migrações de Espíritos entre as populações da esfera


física e extra-física; pelos nascimentos e mortes as duas populações se permutam incessantemente. Assim,
com a morte, pode-se falar, há emigração de Espíritos do mundo corpóreo para o mundo espiritual, e com os
nascimentos, imigrações daquele para este.

As diferentes condições evolutivas dos Espíritos, isto é, sua inferioridade ou evolução, associadas à
solidariedade existente entre os mundos, propiciam também migrações de Espíritos de um mundo para o
outro, porquanto "o Espirito deve, pois, permanecer no mesmo mundo, até que ali haja adquirido a soma de
conhecimentos e o grau de perfeição que tal mundo suporte" (A Gênese, cap. XI, item 34).

Há também "EMIGRAÇÕES E IMIGRAÇÕES COLETIVAS, de um mundo para outro. Delas resulta a


introdução, na população de um globo, de elementos inteiramente novos, novas raças de Espíritos que vêm se
misturar às raças existentes, constituem novas raças de homens. Ora, como os Espíritos não perdem jamais o
que adquiriram, trazem com eles a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem; por
conseguinte, imprimem seu caráter à raça corporal que vieram animar. Para isso, não têm necessidade de
que novos corpos sejam criados especialmente para seu uso; desde que a espécie corporal existe, encontram-
nos prontos a recebê-los. São, pois, simplesmente, novos habitantes chegando à Terra. A princípio fazem
parte de sua população espiritual e depois encarnam-se como os demais" (A Gênese, cap. XI, item 37).

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XI - itens 17 a 49

A CAMINHO DA LUZ - cap. III - Emmanuel

OS EXILADOS DE CAPELA - Edgard Armond

3 - QUESTIONÁRIO

1) Em que estado o homem tem idéia da perpetuidade do ser espiritual?

2) Em que forma (estado) Deus criou os Espíritos?

3) Como se chama o envoltório fluídico que envolve o Espírito? Donde ele é originado?

4) O que acontece com o Espírito quando ele vai encarnar? E quando vai desencarnar?

5) É a partida do Espírito que causa a morte do corpo, ou a morte do corpo que causa a partida do Espírito?
Comente.

6) Os Espíritos progridem no intervalo das existências corporais?

7) Que são emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro?

5ª. AULA
POVOAMENTO NA TERRA
A FORMAÇÃO DO POVO HEBREU

1 - PARTE A
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PARAÍSO PERDIDO. RAÇA ADÂMICA.

Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre
temporariamente e vê por toda a parte a justiça de Deus.

Sabe que a alma progride incessantemente através de vidas sucessivas até atingir o grau de perfeição que a
aproxima de Deus.

Sabe que as almas têm o mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com idêntica aptidão para progredir
utilizando seu livre-arbítrio.

Que todas são da mesma essência e que não há entre elas diferença, senão quanto ao progresso realizado,
pois todas têm o mesmo destino e alcançarão a mesma meta: mais, ou menos, rapidamente, pelo trabalho e
boa vontade, depois de terem percorrido a estrada do progresso.

Sabe que toda criação deriva da GRANDE LEI DE UNIDADE QUE REGE O UNIVERSO (GE, cap. I, item
30)

O homem sabe também que sua evolução se faz através de diversos mundos do Universo, que por sua vez
também evoluem para poder dar ao Espírito a condição de vida necessária a um determinado grau de
evolução, em que por ventura ele esteja.

OS MUNDOS PROGRIDEM

FISICAMENTE - pela elaboração (ou seja, ordenação) da matéria;

MORALMENTE - pela purificação dos Espíritos que os habitam.

A felicidade dos Espíritos resulta da PREDOMINÂNCIA DO BEM SOBRE O MAL.

Escreve Kardec: "Logo que um mundo alcança um dos seus períodos de transformação que o deve fazer é
galgar a hierarquia, operam-se mutações em sua população encarnada e desencarnada; é então que se
realizam as emigrações e imigrações coletivas.

Aqueles que, apesar da sua inteligência e de seu saber; perseveraram no mal, EM SUA REVOLTA CONTRA
DEUS E SUAS LEIS, seriam a partir de então um entrave ao progresso moral ulterior; uma causa
permanente de dificuldades ao repouso e felicidade dos bons.

É por isso que são excluídos e enviados a mundos menos adiantados; lá eles aplicarão sua inteligência e a
intuição dos seus conhecimentos adquiridos, ao progresso daqueles em cujo meio são chamados a viver, ao
mesmo tempo que expiarão numa série de existências penosas e através de um duro trabalho, suas faltas
passadas e seu endurecimento voluntário" (A Gênese, cap. XI, item 43).

Mas, ao mesmo tempo que os maus se afastam do mundo em que habitavam, Espíritos melhores aí os
substituem vindos quer da erraticidade concernente a este mundo, quer de um mundo menos adiantado, que
mereceram abandonar, Espíritos esses para os quais a nova habitação é uma recompensa.

Assim, renovada e depurada a população espiritual dos seus piores elementos, ao cabo de algum tempo, o
estado moral do mundo se encontra melhorado.

São as vezes parciais essas mudanças, isto é, circunscritas a um povo, a uma raça; doutras vezes são gerais,
quando chega para o globo o período de renovação (GE - cap. XI item 44). É o que ocorreu com a Terra, no
pretérito, com a chegada a raça a adâmica .
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Entendemos, então, que: a raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita. Os Espíritos
que a integram foram exilados para a Terra, já povoada, mas de homem primitivos, imersos na ignorância,
que aqueles que vieram, tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência
desenvolvida.

Adão e Eva são o casal símbolo dos Exilados da Capela. Adão personifica a Humanidade, sua falta
individual, a fraqueza do homem, em que predominam os instintos materiais a que ele não sabe resistir.

Os Espíritos que forem afastados da Terra para mundos mais atrasados, sentirão, no novo mundo, quando lá
encarnados, "a vaga recordação intuitiva" do mundo que perderam. Foi o que aconteceu com a raça
adâmica, na Terra, dando origem aos relatos bíblicos relativos à expulsão do homem do paraíso e a
consequente interpretação do pecado original.

Emmanuel, em A Caminho da Luz, cap. III, fala das raças adâmicas terrenas, originárias de um dos orbes de
Capela (uma grande estrela da Constelação de Cocheiro), como conjunto de seres decaídos e degradados,
que aqui na Terra foram recebidos amorosamente por Jesus, hà muitos milênios. "Com essas entidades
nasceram no orbe os ascendentes das raças brancas" e com o transcurso dos anos reuniram-se em quatro
grandes ramos:

1 - grupo dos ÁRIAS;

2 - civilização do EGITO;

3 - povo de ISRAEL;

4 - castas da ÍNDIA.

Finaliza Emmanuel, no mesmo capítulo, que "as quatro grandes massas de degredados formaram os
pródromos de toda a organização das civilizações futuras, introduzindo os mais largos benefícios no seio da
raça amarela e da raça negra, que já existiam".

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XI, itens 8,17 a 49

A CAMINHO DA LUZ - cap. III - Emmanuel

OS EXILADOS DE CAPELA - Edgard Armond


2 - PARTE B

O POVO HEBREU. ABRAÃO. JOSÉ. AS DOZE TRIBOS

A pesquisa científica vem revelando, ultimamente, a descoberta de fósseis pré-históricos, evidenciando que a
origem do homem na Terra situa-se, praticamente, no continente africano e na região da China, porquanto aí
foram encontrados os hominídios mais antigos. "primata hominis se encontrava arregimentado em tribos
numerosas" quando da vinda dos degredados de Capela, dando origem à raça branca (A Caminho da Luz,
cap. III).

O mesmo autor espiritual fala, no cap. VII, que "dos Espíritos degredados na Terra, foram os hebreus que
constituiram a raça mais forte e homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as
mutacões".
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Foi a raça que mais evoluiu para levar a idéia de um Deus único, Onipotente, de Justiça, Amor e
Fraternidade e as "Suas Leis".

Examinando esse povo em seu passado longínquo, reconhecemos que, se em grande a sua certeza na
existência de Deus, muito grande também era o ser orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida.
Era consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu a oportunidade de demonstrar a sua vaidosa
aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessível a se misturar com as demais raças da Terra.

ABRAÃO

Abraão é o patriarca do povo hebreu. Da sua descendência é que surgiria o Messias, gerações mais tarde.

Em rápidas anotações da história deste povo nômade, Hebreu, mais tarde chamado Israelita, verifica-se que,
segundo ele, Abraão teria sido o escolhido por Deus para dirigi-lo à Terra de Canaã. Por volta do século
XX, antes de Cristo, Abraão deixa a cidade de Ur, na Caldéia, no vale da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e
Eufrates, no Golfo Pérsico, hoje Iraque, e dirige-se para Harã, mais ao norte, em companhia de seu pai,
Terã.

Casado com Sara, sua prima, após a morte do pai, deixa a casa paterna e segue em busca da Terra
Prometida. Considerado o primeiro grande Patriarca do povo hebreu Abraão tomou seu clã e seguiu até
Siquém, região do vale do Jordão, onde havia boas terras para cultura. Ali instalou-se e viveu a maior parte
de sua vida. Depois de ser testado por Deus, na sua fidelidade ( ia sacrificar seu filho Isaac a Ele), construiu
um altar e formou uma aliança com seus mentores espirituais, dando início a uma religião MONOTEÍSTA.

Numa época de grande seca, Abraão, com a família e o rebanho, deslocou-se para o Egito. Algum tempo
depois, volta à Terra Prometida, por Negueb, mas os Cananeus não os receberam bem, em decorrência de
envolvimento com eles, de Lot, sobrinho de Abraão. Após outros desentendimentos entre os pastores dos
rebanhos de Abraão e de Lot, separaram-se. A conselho do Patriarca, Lot escolhe a planície do Jordão, ao
sul do Mar Morto para assentar-se com sua tribo.

ISAAC

Abraão teve vários filhos. Os mais citados na Bíblia são Ismael, filho de Agar, escrava de sua mulher, e
Isaac, filho de sua mulher Sara. Ismael é considerado o pai dos "ismaelitas", povo que vivia numa
confederação de tribos no deserto da Arábia. Com a descendência de Isaac concretiza-se a "Aliança com
Deus", através dos tempos.

JACÓ

Aos 40 anos de idade, Isaac casa-se com Rebeca, irmã de Labão, e tiveram dois filhos, Esaú e jacó, irmãos
gêmeos. Conta a história que Esaú, por ter nascido primeiro, tinha direito à primogenitura e trocou-a por um
prato de lentilhas com Jacó.

Isaac pede a Jacó que não se case com mulher entre as filhas de Canaã, como fizera Esaú, e o envia a Harã,
à casa de Labão, seu tio, para escolher uma hebréia.

Durante a viagem, Jacó teve o famoso sonho da escada que se erguia da Terra e os anjos de Deus subiam e
desciam por ela (representa o processo de Evolução dos Espíritos na Terra). Em Harã, conhece sua prima
Raquel por quem se apaixona. Serve a Labão por sete anos para recebê-la em casamento, mas Labão,
astuciosamente, em lugar de Raquel lhe deu Lia, a irmã mais velha. Depois de uma semana nupcial, Labão
entregou-lhe também Raquel, mas Jacó precisou servir-lhe por mais sete anos.

Na sua volta para Canaã, Jacó teve outro sonho,em que lutou com um anjo até o amanhecer. Como não foi
vencido, o anjo deu-lhe o nome de ISRAEL e lhe disse que esse seria o seu nome daí em diante, pois dos seus
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descendentes (que seriam doze) se originariam as 12 tribos de Israel. Na divisão de CANAÃ, cada um dos
quinhãos recebeu o nome de um dos filhos de Jacó. Esta é a origem do povo de Israel.

Esse sonho, segundo São Jerônimo (um estudioso e compilador da 1ª. Bíblia em latim), é uma miragem do
combate espiritual e perseverante do homem com as suas inferioridades (Reforma Íntima, como hoje
chamamos).

OS FILHOS DE JACÓ E A DIVISÃO DAS TRIBOS

Dos doze filhos de Jacó, somente José e Benjamim eram filhos de Raquel, que morrera ao dar à luz seu
segundo filho. Os outros eram filhos de Lia, sua segunda mulher e de suas duas escravas. A TRIBO DE
JACÓ era a mais poderosa de Canaã. Seu filho José, então caçula, era muito amado pelo pai, que também
muito amava sua mãe Raquel e por isso invejado pelos irmãos, estes o venderam a mercadores ismaelitas que
o levaram para o Egito, onde em virtude de sua inteligência e extraordinárias faculdades mediúnicas, torna-
se o ministro do Faraó.

José casa-se com Assenet, filha de Potifera, sacerdote de OM (Gen 41:45), seu antigo Senhor, no Egito, e
teve dois filhos, Manassés e Efraim.

Encontrando-se com os irmãos, faz as pazes e traz toda a família para viver no Egito, pois havia uma grande
seca por toda a terra de Canaã -lá ficando por 430 anos, segundo a tradição. (Hoje, pensa-se que foi bem
menos, segundo novos estudos.)

EIS AÍ O MOTIVO PELO QUAL OS HEBREUS FORAM PARAR NO EGITO. Ao morrer, JACÓ DIVIDIU A
"TERRA SANTA" como um pai de família, em doze partes, uma para cada filho (menos para Levi) porque ele
ficou encarregado dos assuntos da Religião" dando origem às DOZE TRIBOS israelitas. Esses filhos
emprestaram seus nomes à designação das Tribos. José, por ter vivido no Egito, e Levi por ser encarregado
das cerimônias religiosas, da formação da tradição oral e escrita e transmissão da Fé em Deus, não deram
nome às tribos de Israel. Manassés e Efraim, os dois filhos de José é que deram nome às tribos; o quinhão
que caberia a Levi foi dividido para os dois filhos de José.

Designaram juízes, homens reconhecidamente honestos recrutados nas tribos, os quais uniformizavam as leis
e julgavam as questões enviadas pelas tribos. Cada tribo tinha a sua assembléia de anciãos, uma Associação
protetora composta de cerca de 50 chefes de família, que se reuniam na "Casa do Pai" e procuravam manter
a ordem, o auxílio econômico aos necessitados, acordos matrimoniais etc. Cada "Casa do pai" reunia marido
e mulher, parentes e o próprio chefe da família, que tinha completo controle social sobre o clã. Era na "Casa
do Pai" que se celebrava a Páscoa.

Detalhes das tribos e juízes serão estudados na próxima aula.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edições Paulinas

A CAMINHO DA LUZ - cap. III e VII - Emmanuel

ATLAS DA BÍBLIA - Edições Paulinas

3 - QUESTIONÁRIO

1) Por que acontecem as emigrações e imigrações coletivas dos mundos?

2) Como agiram os Espíritos que foram excluídos de um mundo e mandados para outro menos evoluído?
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3) Esses Espíritos levaram a lembrança da sua vida anterior?

4) De onde se originou a raça adâmica?

5) O que acontecerá com os Espíritos que forem afastados da Terra, quando o nosso mundo galgar a
hierarquia?

6) Qual é o primeiro Patriarca do povo hebreu (judeu)? Comente resumidamente.

7) Que eram as Doze Tribos? Comente resumidamente.

6ª. AULA
MOISÉS E SUA MISSÃO
OS HEBREUS NA TERRA PROMETIDA

1 - PARTE A

MOISÉS. O ÊXODO. O DECÁLOGO. LEIS TRANSITÓRIAS. O PENTATEUCO MOISÉS E SUA MISSÃO


PLANETÁRIA E O ÊXODO

Durante 430 anos a família e os descendentes de Jacó permaneceram no Egito, transformando-se em um


povo numeroso - o povo de ISRAEL (Ex 12:40). Os Egípcios, sentindo-se ameaçados, impunham-lhes
pesados tributos através do trabalho gratuito ao Faraó.

Para evitar o aumento da população israelita, o Faraó Ramsés II, em torno de 1250 a.c., determinou a morte
de seus filhos recém-nascidos do sexo masculino.

Jocabel, mulher de Amram, neto de Levi, deu à luz um menino e o amamentou por três meses. Temerosa de
que os guardas o descobrissem, arquitetou colocá-lo no rio Nilo, num cesto forrado de betume, à hora do
banho da princesa Termútis, filha de Ramsés II (Ex 2:1-10). A princesa recolheu-o e adotou-o como filho.

Certamente Moisés foi um Espirito missionário de alta hierarquia, com uma dificil tarefa: libertar o povo
hebreu do jugo egipcio e codificar as leis divinas de caráter universal (o Decálogo). SUA MISSÃO TEM
CARÁTER PLANETÁRIO.

Educado em palácio, iniciado nos cultos herméticos dos faraós e sacerdotes, sempre se destacou por sua
personalidade de liderança. Após um incidente com um guarda egípcio, Moisés mata-o, e tem de fugir. Vai
para Madiã, ao sul da Palestina, onde se casa e passa 40 anos pastoreando, também aprendendo os
caminhos do deserto.

Um dia, nas imediações do Monte Sinai, o mesmo onde anos mais tarde recebeu o Decálogo, Moisés ouviu o
chamado à sua missão, quando Deus "lhe fala" do meio de uma sarça ardente (Ex 3). Moisés volta ao Egito
com sua família (Ex4:18-20).Reinava, então, Menerphtah, filho de Ramsés II e, tendo seu irmão mais velho,
Arão, como intérprete de sua vontade juno ao Faraó, pediu a liberdade de seu povo.

Depois de muitas dificuldades e pragas terríveis o Faraó, ainda assim, não concordou com sua saída (Ex,
caps.7 a 11).

Face à não concordância do Faraó, o Senhor instituiu a Páscoa (Ex, cap 12), na qual os hebreus deveriam
marcar as ombreiras das portas com o sangue dos cordeiros imolados, assinalando sua presença para que
seus primogênitos não fossem atingidos pela praga destruidora. Disse então o Faraó a Moisés: "Ide e servi o
Senhor, como tendes dito" (Ex 12:31).
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Inicia-se o ÊXODO (saída dos hebreus do Egito), mas, arrependendo-se, o Faraó persegue-os até as
margens do mar Vermelho (na região do mar dos Juncos), onde os soldados egípcios são tragados pelo mar,
depois da passagem de Moisés e seu POVO (Ex, cap 14).

O DECÁLOGO E AS LEIS TRANSITÓRIAS

No deserto tomam a direção sul, ao longo da costa do mar Vermelho e depois em direção ao Monte Sinai. Em
Exodo, capítulo 19, lê-se que no terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, Moisés chega ao
Monte Sinai e lá recebe os Dez mandamentos (Tábuas da Lei, ou Decálogo).

Fala Emmanuel, em "O Consolador", questão 269, que embora Moisés trouxesse consigo as mais elevadas
faculdades mediúnicas, era "impossível que o grande missionário dos Judeus e da Humanidade pudesse ouvir
o Espírito de Deus". Diz, ainda, que após o advento do Espiritismo, o homem está habilitado a compreender
que os Dez Mandamentos foram ditados por emissários de Jesus, (porquanto todos os movimentos de
evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e
misericordioso patrocínio".

Diz Kardec (ESE, cap. I) que "há duas partes distintas na lei mosaica: a LEI DE DEUS, promulgada sobre o
Monte Sinai, e a LEI CIVIL ou DISCIPLINAR, estabelecida por Moisés". A LEI DE DEUS, ou Decálogo, é
uma lei de todos os tempos e de todos os povos, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais
leis estabelecidas por Moisés, contidas no Levítico, Números e Deuteronômio (livros do Pentateuco), eram
TRANSlTÓRIAS, porque o grande legislador foi "obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente
turbulento e indisciplinado, no qual tinha que combater abusos arraigados e preconceitos adquirido durante
a servidão do Egito". Para dar autoridade às suas leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, como o
fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem devia apoiar-se na autoridade de
Deus.

Por ser um povo de difícil trato e estarem sempre insatisfeitos, apesar de Deus prover todas as suas
necessidades e auxiliá-los nas dificuldades, tiveram que vagar quarenta anos pelo deserto, a fim de que fosse
feita a purificação da raça. Os mais velhos, que haviam adquirido os costumes dos egípcios, não entraram na
Terra Santa, falecendo no deserto.

Deus não castigava seu povo, ensinava-o a valorizar a riqueza espiritual e a ordem. Ao final desse tempo,
dirigiram-se ao Vale de Arabá (sul do Mar Morto) entrando pelo lado oriental do Edom e subindo até as
terras de Moab e Amon. Acamparam nas estepes de Moab) à margem esquerda do rio Jordão, em frente à
Jericó.

Moisés, sentindo-se no final de sua vida terrestre, escolhe Josué como novo líder e discursa ao povo falando
do término de sua tarefa, da continuidade por Josué e, por fim, dá sua bênção a todas as tribos e sobe ao
Monte Nebo para ver a tão decantada TERRA PROMETIDA - CANÃA. (Sholen Asch diz que Moisés no
Monte Nebo teve a visão da Canaã Espiritual, ouviu o cântico da tranqüilidade e da graça. Teve a visão da
Terra Regenerada do 3º. milênio.) "Tinha Moisés a idade de 120 anos quando morreu" (Deut 34:7), deixando
na história dos homem a marca de sua personalidade missionária, como líder de um P0VO, como legislador
extraordinário e como "legitimo emissário do Plano Superior; para entregar ao mundo terrestre a grande e
sublime mensagem da PRIMEIRA REVELAÇÃO" (O Consolador, questão 270, Emmanuel).

MOISÉS NÃO ENTRA NA TERRA SANTA

É enterrado no Monte Nebo por seu sobrinho ESSEM, que posteriormente deu origem à seita dos Essênios,
segundo alguns.

OS CAMINHOS DO PLANO ESPIRITUAL

Para libertar os hebreus, não podia ser uma pessoa simples (qualquer um).
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Tinha que ter personalidade. Tinha que ser hebreu.

Moisés nasce hebreu - porém vai viver e absorver todo o seu conhecimento no Egito (seu povo escravo, não
podia lhe dar cultura - eram ignorantes).

Coragem, astúcia, conhecimento dos flagelos que assolavam o povo do Egito aprendeu enquanto viveu no
palácio do Faraó como um príncipe.

Conhecimento do deserto aprendeu com seu sogro, como ser pastor.

A crença de um Deus único estava INATA EM SEU SER. Talvez não cultuasse os deuses egípcios.

só, ENTÃO, ESTAVA PREPARADO PARA A SUA MISSÃO.

O PENTATEUCO

é o nome que se dá aos cinco primeiros livros da Bíbilia Pode-se dizer que o Pentateuco é o "livro da Lei de
Moisés" - a Torá, como é chamado na Bíblia Judaica. É composto de cinco livros. A composição literária é
atribuída a Moisés, afirmado pela tradição (Jo 1 :45), embora não haja confirmação de que ele tenha escrito
os cinco livros (A Bíblia de Jerusalém).

O Pentateuco contém um conjunto de prescrições e ritos que orientam a vida moral, social e religiosa do
povo judeu e se divide em: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

GÊNESIS: Este primeiro livro contém a história primitiva da criação do universo e do homem; o pecado
original, e toda sua conseqüência até o dilúvio. Depois do dilúvio, tem-se o início da ERA PATRIARCAL e
todo o referencial genealógico das tribos que compõem a história do povo hebreu.

ÊXODO: Neste livro encontra-se a libertação dos judeus do Egito; a ALIANÇA COM DEUS no Sinai, com o
Decálogo; a instituição das leis reguladoras da atividade social e religiosa, tais como leis sobre servos,
violências, propriedades, deveres dos juízes etc. e, ainda, regras para o uso do tabernáculo, objetivando
resguardar a pureza do monoteísmo contra as idolatrias e costumes arraigados por tanto tempo na
convivência com os egípcio e os povos com os quais se confrontaram.

LEVÍTICO: É um livro legislativo, que regula o ritual dos sacrifícios de purificação e agradecimento;
investidura de sacerdotes; leis sobre alimentação animal; sobre a purificação da mulher depois do parto (Lev
12) e na menstruação (Lev 15), sobre a saúde e cuidados com a lepra; sobre casamentos ilícitos etc., com
instituição de penas aos faltosos.

NÚMEROS é o quarto livro de Moisés. Refere-se ao recenseamento "de toda a congregação dos filhos de
Israel, segundo suas famílias, segundo as casas de seus pais, contando todos os homens, nominalmente,
cabeça por cabeça, capazes de sair para a guerra" (Nm 1: 2-3). Aí registra -se também a primeira tentativa
de se entrar em Canaã (Nm 13); a rebelião contra o sacerdócio de Arão (Nm 16 e 17); o direito de herança
etc.

DEUTERONÔMIO: É o quinto livro do Pentateuco. Encerra um conjunto de três discursos de Moisés ao seu
povo. No primeiro, conta a história de Israel e de seus objetivos para chegar à Terra Prometida, exortando-
os à obediência. No segundo, Moisés conta a história da legislação, falando-lhes dos Dez Mandamentos e
relembrando as leis editadas anteriormente e da necessidade de sua obediência. No terceiro discurso, Moisés
fala da solene promulgação da lei, das bênçãos decorrentes da obediência e dos castigos da desobediência.
Nos seus últimos atos, Moisés fala da nova Aliança de Deus com o povo e das promessas da misericórdia
divina; da indicação de Josué como seu sucessor e sua bênção ao seu Povo, antes de sua morte.
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BIBLIOGRAFIA

A Bíblia de Jerusalém - Edições Paulinas


Mapa da Bíblia - Edições Paulinas
O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) - cap. I
O Consolador - perg. 261 a 281 - Emmanuel

2 - PARTE B - JOSUÉ E A TERRA PROMETIDA. AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL. OS JUíZES

JOSUÉ E A TERRA PROMETIDA (1300 A 1200 a.c.) - (Josué, caps. 1 a 12)

Assumindo a liderança dos israelitas, Josué atravessa o Rio Jordão, onde estava acampado e se instala na
outra margem. Obedecendo a ordem do Senhor, Josué circuncida seu povo, pois isso não havia sido feito
durante os quarenta anos que passaram no deserto, celebra a Páscoa, e só então organiza a estratégia da
tomada de Jericó, à entrada da Terra Prometida. Fixa-se na região de Canaã, após muitas lutas e vitórias
sobre cananeus, amorreus e outros reinos.

Canaã era uma região de pequenas dimensões, mas de posição estratégicamente boa, porquanto era rota
obrigatória de comércio entre as regiões sul e norte, além de possuir ricos oásis benfazejos. Na região situa-
se a maior falha geológica do globo terrestre, a depressão do vale do Rio Jordão, com 398 m. abaixo do nível
do mar, formando o Mar Morto.

Canaã: Embora de dimensões reduzidas, Canaã ocupa posição estratégica e delicada dentro da faixa do
CRESCENTE FÉRTIL: é rota obrigatória do comércio e também corredor militar entre as grandes potências
do Leste e do Oeste.

Por isso, sempre foi um palco de lutas entre os grandes impérios do Oriente Médio.

A economia era eminentemente agrícola e pastoril.

A religião dos povos que a ocupavam era politeísta (divindades ligadas à natureza).

Ao sul se encontravam os filisteus, povo guerreiro e temido; o nome PALESTINA dado ao país de Israel, é
devido a eles.

Existem três teorias para a instalação dos israelitas no Território de Canaã:

1 - CONQUISTA - no prazo de uma geração, os israelitas aniquilaram os habitantes da região e se


instalaram com sua cultura e religião;

2 - IMIGRAÇÃO - houve uma entrada mais lenta e pacífica na terra; desde os patriarcas até a época de
Davi;

3 - REVOLTA - os israelitas provenientes do deserto, trazendo crença de um Deus libertador, influenciam os


camponeses revoltados contra as cidades-estado opressoras.

AS DOZE TRlBOS DE ISRAEL (1200 a 1020 a.c.) - (Josué, caps. 13 a 24)

o SISTEMA DAS DOZE TRIBOS

Cada um dos doze filhos de Jacó deu o nome a uma das tribos.

José, por ter vivido no Egito e LEVI, por ser o que organizava o serviço religioso, não deram os seus nomes.
Manassés e Efraim, filhos de José, os substituíram.
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Os descendentes é quem formavam os povos das tribos.

Umas eram mais numerosas que outras. Daí, o tamanho da terra dividida, ser diferente.

FORMARAM UMA CONFEDERAÇÃO OU LIGA DAS TRIBOS. A Liga das Tribos organizava assembléias.

Havia juiz de todo Israel que: -

1 - fazia leis;

2 - julgava casos mandados pelas tribos;

3 - os levitas eram encarregados dos cerimoniais e formação das tradições.

NAS TRIBOS:

- fazia-se uma assembléia de anciãos que: -

- decidiam a favor da guerra e paz;

- distribuíam ajuda aos carentes;

- em que os Levitas também ajudavam.

A ASSOCIAÇÃO PROTETORA ERA

- composta de mais de 50 Casas do Pai e era coordenada pelos chefes dessa Casas;

- concediam auxílio econômico mútuo;

- recrutamento militar;

- execução das leis de acordo com as tribos e a confederação;

- promovia a execução dos acordos matrimoniais.

CASA DO PAI:

- eram residências com mais ou menos 50 pessoas;

- eram auto suficientes na produção, distribuição e consumo de alimentos;

- exerciam educação e controle social;

- controlavam as obrigações básicas e as convicções ideológicas;

- era onde se celebrava a Páscoa.

O GOVERNO DOS JUÍZES

Atuava como um GOVERNO DEMOCRATA de hoje. Delegava poderes e cobrava responsabilidade.

LEVITAS:
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- eram os preservadores e transmissores da fé;

- não tinham território próprio;

- tinham uma cidade em cada tribo.

AS CIDADES DE REFÚGIO

Asseguravam o direito do réu se proteger enquanto não houvesse um processo legal sobre a acusação
movida contra ele.

No PERÍODO EM QUE VIGOROU O SISTEMA DAS TRIBOS OS Filisteus e as cidades-estado cananéias


sempre foram um perigo para esse tipo de governo.

Sob o aspecto religioso sofrem a influência da Religião Cananéia e adotam um sincretismo religioso com
rituais sagrados, santuários, organização sacerdotal etc.

Os Filisteus, povo forte e guerreiro, atacavam muito os israelenses e os empurravam para as regiões
montanhosas. O povo israelita, cansado, exigia um rei para dirigi-los e defendê-los .

Os juízes que mais se destacaram foram: Débora, Barac, Gedefío, Jafté, Sansão e Samuel. Este foi o último e
maior de todos os juízes. Era profeta.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edições Paulinas

MAPA DA BÍBLIA - Edicões Paulinas

ATLAS DA BÍBLIA· Edições Paulinas

3 - QUESTIONÁRIO

1) Qual a principal missão de Moisés?

2) Qual o nome dado à libertação dos israelitas do jugo do Egito?

3) Onde Moisés recebeu as Tábuas da Lei, o Decálogo? O que continham?

4) Por que Moisés fez as Leis Transitórias? Por que são assim chamadas?

5) O que é Pentateuco? Quais são os livros?

6) O que é Canaã? que outro nome tinha?

7) O que era o Governo dos juízes? Quais os que se destacaram?

7ª. AULA
GRANDEZA E DECADÊNCIA
POLÍTICA DO POVO HEBREU

1 - PARTE A - OS REIS DE ISRAEL. SAUL, DAVI, SALOMÃO.


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O último e maior de todos os juízes foi Samuel que, sendo respeitado Profeta, homem de Deus, ungiu dois
reis. Quando já estava velho, o povo, sempre insatisfeito, pediu para ser governado por um rei, como nas
outras nações. Samuel advertiu que um rei significaria recrutamento militar obrigatório, trabalho forçado e
opressão. Mas os israelitas insistiam e ele cedeu à vontade do povo.

SAUL

O primeiro rei foi Saul, um homem alto e de bela aparência, da Tribo de Benjamim.

Tudo correu bem no início, porém, o sentimento de poder fez com que desobedecesse às ordens de Deus. Por
causa disso, seu filho Jônatas não herdou o trono. Ainda com Saul em vida, Deus mandou Samuel ungir Davi
como o próximo rei de Israel. Saul era médium, às vezes muito perturbado (I Samuel 11:6; 16: 14-23; 18: 10-
12; 19:23-24). (Na Bíblia Católica em vez de I Samuel é I Reis.)

DAVI

Davi, ainda jovem, derrota Golias, um campeão filisteu.

Mais tarde sucede a Saul, sendo coroado rei pela tribo de Judá (de onde virá a genealogia de Jesus).

Davi uniu e fortaleceu o território das tribos com uma política de tradições e diplomacia; conquista as tribos
do Norte e do sul unificando o reino (2 Sm, caps. 8 e 10; 1 Cr, caps.18 a 20). (Bíblia Protestante.)

Conquistou Jerusalém, que era uma fortaleza dos Jebuzeus, ali estabelecendo a capital do reinado, sob a
proteção de Deus.

Marcou as fronteiras de Israel.

Foi um rei justo; os tributos recolhidos eram revertidos em benefício do povo. Davi foi um guerreiro e
conquistador e construiu um império. Deixou uma herança de paz e segurança. Foi o inspirado autor dos
Salmos.

SALOMÃO

Salomão o sucede: Era filho de Davi e Betsabeia, a mulher amada.

Herdou um Império formado, pacificado e fortalecido. Foi um rei administrativo:

Jerusalém colocava-se em ponto estratégico, entre as rotas do sul e do norte, o que foi muito bem explorado
por Salomão, considerado o mais rico e mais sábio de todos os reis da Terra (1 Rs, caps. 5 a 10). Expandia
seu reinado até as fronteiras do Rio Eufrates, ao norte, a às do Egito, ao sul. Seu reino marcou a idade de
ouro de Israel, no século X, a. C.

Salomão descentralizou a administração do país. Tinha minas de cobre e ouro. Diz-se que desposou cerca de
700 mulheres (costume da época, para fazer alianças).

Ao povo, impôs pesados tributos, trabalhos forçados.

Aceitou a introdução de deuses estrangeiros, o que formou as sementes da divisão do reino depois de sua
morte (I RS, cap. 11). No Antigo Testamento esta parte é chamada de "as sombras do reinado" (I Rs, cap. 11)

Construiu o TEMPLO DE JERUSALÉM que foi idealizado por seu pai, associando-o a monarquia
hereditária. O templo era considerado "santuário nacional".
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DIVISAO DO REINO

Com a morte de Salomão, seu filho Roboão enfrenta a rebelião das Tribos do Norte, dividindo o reino.

JEROBOÃO torna-se o primeiro rei de Israel, ao norte, tendo como capital SIQUÉM (a 1ª capital do Reino
do Norte).Uniu as 10 Tribos rebeldes.

As Tribos são proibidas de freqüentar o Templo de Jerusalém, que ficava ao sul, e constroem dois
santuários; porém as práticas pagãs se inflitraram nelas.

ROBOÃO, filho de Salomão, continuou a governar as tribos do Sul (]udá e Benjamim) tendo por capital
JERUSALÉM.

Depois da divisão do reino em Norte e Sul, passou-se a usar o nome de PALESTINA, quando se queria
referir aos dois reinos, juntos.
2 - PARTE B - DOMíNIOS ESTRANGEIROS. ExíLIO E RETORNO. DIÁSPORA. NÚCLEOS JUDAICOS
FORA DA PALESTINA.

ASSÍRIA ( 824 a 612 a.c.)

Após muitas lutas, o Reino de Israel (o Reino do Norte) é submetido ao poder dos assírios em 722 a. C. Seus
habitantes são levados para o exílio. Os assírios estabeleceram seu grande império até 612 a,C., quando
Nínive, capital da Assíria, é destruída pelos medos e babilônios.

Os principais profetas deste período, após Salomão, foram Elias, Amós, Oséias, Isaías, Jeremias, Ezequiel e
Daniel.

ELIAS insurge-se contra o sincretismo religioso no Reino do Norte, proclamando Javé como único soberano
Deus de Israel, em oposição aos adoradores de Baal.

OSÉIAS afirma que os cultos exteriores nada significam (Oséias, 6:6),

ISAÍAS proclama serem inúteis os cultos e sacrifícios se não houver a prática da justiça e do bem (740 a.c.).

JEREMIAS (626 a,C.) diz que a invasão do Norte era iminente e que seria um castigo divino.

BABILONIA ( 612 a 532 a.c.)

Nabucodonosor, após derrotar assírios e egípcios, toma o Reino do Sul, conquistando Jerusalém em 597 a.c.,
e em 586 ela é destruída e saqueada) inclusive o templo. Seus habitantes são levados ao exílio da Babilônia,
exceto os mais pobres que ficaram para cultivar a terra. Isso enfraqueceu os derrotados.

Ezequiel e Daniel foram deportados para a Babilônia e lá, Daniel, por seus dotes mediúnicos, torna-se
ministro da corte real e profetiza a queda do império.

PÉRSIA (538 a 331 a.c.)

Ao domínio babilônico, segue-se o persa. O filho de Cambises, Ciro II, o Grande, é o fundador do grande
Império Persa, ao derrotar os reinos da Ásia Menor. Em 539 a.C. toma Babilônia, anexando o importante
Império Babilônico. Em 538 a.c., Ciro permitiu aos hebreus exilados em Babilônia, que voltassem para
Jerusalém.
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Assim, Jerusalém e o templo são reconstruídos a partir de 538 a. C., face à política adotada pelo governo do
império persa, que, inclusive, lhes deu a liberdade de consciência para manter a própria religião.

Em 537 a.C., a primeira caravana de repatriados retorna.

A região estava dominada por povos idólatras, que ali haviam se instalado e que dificultavam a reconstrução
do templo.

Neemias foi eleito governador por Artaxerxes, sucessor de Ciro, que o manda voltar para ajudar na
reconstrução do templo e unir o povo.

Em 428 a.c., o sacerdote Esdras volta para Jerusalem com muitos judeus e assessorado pelos levitas.

Neemias promulga a LEI DE MOISÉS como lei de Estado que regerá a vida da comunidade judaica.
Fundava-se assim, em 397 a.c., o JUDAISMO.

Os samaritanos tentaram participar da comunidade judaica, porém os judeus os rejeitavam por seu culto a
deuses pagãos. Os samaritanos adoram Deus num templo no Monte Garizim. Vêm daí o ódio secular entre
Judeus e samaritanos.

MACEDÔNIOS ( 332 a 63 a.c.)

Depois dos persas, são submetidos aos macedônios, com Alexandre Magno, em 333 a.C .. Depois dos
macedônios, aproximadamente por 200 anos, são dominados pelos selêucidas (Região da Síria) e ptolomeus
(em Alexandria), dinastias fundadas pelos generais de Alexandre, após a morte deste.

Alexandre Magno transforma o mundo da época, impondo a Cultura Helenística. Traz os avanços de sua
cultura e costumes .. Morre cedo e seu império é dividido entre seus generais.

A Judéia fica sob o domínio de Ptolomeu (General grego que se tornou rei do Egito), de 301 a 197 a.c.
Deportou mais judeus para o Egito. Nesse reinado é feita a tradução dos Livros Sagrados, a Bíblia Hebraica,
para o grego (tradução dos 70).

De 197 a 142 a. C., a Judéia fica sob o poder dos Selêucidas, dinastia fundada por Seleuco, General grego
que se tornou rei da Síria; em 175 a.c., Antíoco IV tenta impor a cultura, a religião e os costumes gregos aos
judeus. Uns aceitavam e outros não ( os gregos haviam colocado seus deuses no Templo).

A família do sacerdote Matatias se opôs aos selêucidas e os irmãos MACABEUS (Judas, Jônatas e Simão)
iniciam uma guerra santa que dura três anos e meio. Conquistam territórios palestinos e os descendentes dos
Macabeus formam a verdadeira dinastia real-sacerdotal, governando a Palestina até o ano 63 a. c..

Os principais profetas deste período foram Ageu (520 a. C.), Zacarias, Joel e Malaquias, que viveu no século
V a.c. Malaquias lembrava aos judeus as exigências de Deus e a vinda do Messias.

Emmanuel, referindo-se ao monoteísmo dos israelitas, diz que "TODAS AS RAÇAS DA TERRA DEVEM AOS
JUDEUS ESSE BENEFÍCIO SAGRADO, QUE CONSISTE NA REVELAÇÃO DE UM DEUS ÚNICO, PAl
DE TODAS AS CRIATURAS E PROVIDÊNCIA DE TODOS OS SERES" ( A Caminho da Luz, cap. VII).

Nessa época, a Palestina tinha uma independência relativa e, aos poucos, Roma vai conquistando o império
grego.

IMPÉRIO ROMANO (62 a.c. a 135 d.C.)


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De 400 a 300 a.c., Roma conquista a Itália, Cártago, o domínio do Mediterrâneo, norte da África, Espanha,
parte da Grécia até Épiro, Gália, Macedônia, Ásia Menor e o Egito.

Ao dominar os selêucidas que governavam a Palestina conquistam Jerusalém.

Faz da Judéia província romana em 63 a.c. e a domina até 135 d.C .. Por isso, quando Jesus nasceu,
Otaviano Augusto era Imperador de Roma (27 a.c.). Em 70 d.C., Roma destrói Jerusalém, sob o domínio de
Tito, para nunca mais ser reconstruída, pois a doutrina de Cristo é para toda a humanidade e não somente
para uma nação. Teria que se espalhar por todo o planeta.

DIÁSPORA

Do grego diáspora que significa "dispersão". Essa palavra tornou-se o termo técnico para indicar as
comunidades judaicas estabelecidas fora da Palestina entre o último século a. C. e o século I d. c.. O
estabelecimento de hebreus fora da Palestina começou com a deportação deles promovida pelos reis assírios
e babilônios nos séculos VIII, VII e VI a. c.. Todas essas comunidades hebraicas perderam a sua identidade
sendo absorvidas pelas populações em que foram inseridas, à exceção da comunidade estabelecida em
Babilônia por Nabucodonor, que constitui a base para o restabelecimento dos hebreus em Jerusalém na
época de Ciro, por volta de fins do século VI a.c.. A comunidade judaica de Babilônia tornou-se próspera e
numerosa, mantendo sua identidade até a Idade Média. Também no Egito se estabeleceram comunidades
judaicas, desde o século VI a. C .. É incerta a data exata do seu estabelecimento, mas a colônia judaica de
Elefantina certamente já existia na época da conquista persa, em 525 a.C .. No período dos Ptolomeus, foram
oferecidas condições favoráveis para a emigração dos hebreus para o Egito, que acabaria se tornando o
mais rico e influente cenu-o do judaísmo fora Palestina. No século I d.C., os hebreus eram numerosos e bem
organizados em Alexandria, tU11 de cujos bairros era totalmente judaico, com uma administração própria e
autônoma .

Parece improvável que houvesse hebreus em Antioquia antes de meados do século II a. c. .

Nos primórdios da era cristã, é certo que havia hebreus na Síria, na Ásia Menor, na Pérsia, na Grécia e na
Itália; na primeira metade do século I d.c. sabe-se da existência de grupos judaicos em cerca de 150 cidades,
tanto dentro como fora dos limites do Império Romano. Segundo alguns estudiosos, o número de hebreus da
Diáspora era de 8 a 10% de toda a população do Império Romano. Partos, medos e elamitas, habitantes da
Mesopotâmia, Capadócia, Ponto, Asia, Frígia, Panfilia, Egito, Cirene, Roma, Creta e Arábia são
mencionados como peregrinos em Jerusalém em Atos 2:9-11. Em atos e nas Epístolas são mencionadas
muitas cidades com sinagogas Judaícas .

Os hebreus da Diáspora consideravam Jerusalém como a sua capital moral, encarando-a como guia
religioso. (Extraído de "Dicionário Bíblico", de John L. Mackenzie, Edições Paulinas, São Paulo, pág.
236/237.)

BIBLIOGRAFIA

A Bíblia Sagrada de Jerusalém - Edições Paulinas


Mapa da Bíblia - Edições Paulinas
A caminho da luz - cap. VII - Emmanuel
Atlas da Bíblia - Edições Paulinas
Povos e nações do mundo antigo - Antonio Neves de Mesquita
Iniciação Espírita - Edgar Armond

3 - QUESTIONÁRIO

1) Quem foi Saul?


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2) Como foi Davi como rei?

3) Como foi Salomão como rei?

4) O que sucedeu com as Doze Tribos de Israel, quando da desencarnação do rei Salomão?

5) Qual dos dois Reinos, o do Norte e o do Sul, foi conquistado primeiro. Quem os conquistou?

6) Por quais domínios estrangeiros a Palestina passou? Comente sucintamente.

7) O que é Diáspora? Comente sucintamente.

8ª. AULA
O POVO JUDEU NA ÉPOCA DE JESUS
CLASSES SOCIAIS

O POVO JUDEU NA ÉPOCA DE JESUS, CLASSES SOCIAIS, CASTA SACERDOTAL, COSTUMES

1 - PARTE A

O POVO JUDEU NA ÉPOCA DE JESUS. CLASSES SOCIAIS. HIERARQUIA POLíTICA E RELIGIOSA.


SINÉDRIO

O POVO JUDEU NA ÉPOCA DE JESUS

Israel vive sob o jugo do Império Romano na época do nascimento de Jesus, sendo então Imperador
Otaviano Augusto .. Mas, a dominação romana data de 63 a.c., quando o general romano Pompeu submeteu
a Judéia.

O último rei judeu foi executado em 37 a.c., tendo sido nomeado governante, por Roma, o judeu idumeu
Herodes, que governou a região tiranicamente, de 37 a. C. a 4 d. c., sob a dominação direta do governador
romano da província da Síria, último reduto, antes da dominação de Roma, do poderoso império selêucida.
Roma não tirou a liberdade da prática religiosa dos judeus, buscando assim, manter a ordem mais
facilmente, permitindo que um governante testa-de-ferro conservasse o título de rei. Roma preocupava-se
mais com o comando militar e os impostos do que com os aspectos religiosos.

Após a morte de Herodes, o Grande, o reino israelita foi dividido entre seus três fIlhos:

- a Galiléia e a Peréia ficaram com Herodes Antipas;

- a Ituréia e a Traconítide com Herodes Felipe (posteriormente assassinado por Herodes Antipas);

- a Judéia, a Iduméia e Samaria com Arquelau, que governou tão mal que Roma o destituiu, mandando um
procurador para o comando. Pôncio Pilatos foi o procurador de Roma, dessa região, entre 28 e 36 d. C.

Em 70 d.C., o general romano Tito (filho do Imperador Vespasiano) arrasou Jerusalém e o Templo.

No setor econômico, os judeus pagavam pesados impostos, cobrados pelos publicanos. Havia três tipos de
impostos:

a) sobre as terras dos próprios judeus;

b) sobre toda a compra e venda de produtos;


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c) uma contribuição anual para o sustento dos soldados romanos que ocupavam a Palestina. Este tributo era
o mais difícil de ser aceito pelos judeus.

No "Atlas da Bíblia", Edições Paulinas(l), lê-se que "A difusão da cultura grega (helenismo) e a presença de
muitos judeus em outros países prepararam o cenário para o Novo Testamento. O último fator decisivo foi o
governo de Roma, que unificou politicamente o mundo antigo, como o helenismo o havia unificado
culturalmente". Lê-se ainda, que "Os judeus da diáspora tinham colocado em muitos lugares os fundamentos
da fé em Deus e do conhecimento da sua lei. Como afirma Paulo na carta aos Gálatas: "Jesus veio quando
chegou a plenitude do tempo" (Gl 4:4 e Hb 1:1-2).

É importantíssima a análise de alguns pontos deste momento histórico na vida dos homens, porquanto estava
o terreno preparado para a vinda de Jesus:

a) o mundo antigo ocidental praticamente unificado sob a administração romana, extremamente zelosa das
regras jurídicas e tolerante com os princípios religiosos dos povos conquistados;

b) o mundo ocidental unificado pela expansão da cultura grega, desde a conquista dos macedônios, com
Alexandre Magno e seus sucessores, Selêucidas (Palestina) e Ptolomeus Alexandria, Egito, suplantando a
cultura latina e outras, com sua arte, literatura e filosofia, com Sócrates, Xenofonte, Plarão, Aristóteles e
tantos outros;

c) o declínio do paganismo greco-romano e de outros povos não mais dava respostas aos interesses da alma
humana;

d) A sustentação, por Israel, do monoteísmo, principalmennte porque os judeus da diáspora tinham colocado
em muitos lugares os fundamentos da fé em Deus e do conhecimento da sua lei. Diz o historiador Cesare
Cantu (2) que (só Israel) no meio de tão grandes desastres exteriores, conservou viva a outra parte da
tradição, e ao mesmo tempo que o dogma da queda, admitia o da regeneração; a ele se liga tanto mais
energicamente, quanto mais baixo se sente cair. ISRAEL SÓ, entre as nações antigas, conhece esta doutrina
do progresso, caráter e glória da civilização moderna".

Emmanuel referindo-se a este momento histórico do mundo encarnado, escreve (3) "O CRISTO REÚNE AS
ASSEMBLÉIAS DE SEUS EMISSÁRIOS. A TERRA NÃO PODIA PERDER A SUA POSIÇÃO ESPIRITUAL,
DEPOIS DAS CONQUISTAS DA SABEDORIA ATENIENSE E DA FAMÍLIA ROMANA".

CLASSES SOCIAIS.

HIERARQUIA POLÍTICA E RELIGIOSA

Diz Kardec (ESE, Introdução, item III) que para "bem compreender certas passagens dos Evangelhos, é
necessário conhecer o valor de muitas palavras que são freqüentemente empregadas nos textos, e que
caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia daquela época". Para isso esclarece os conceitos
das diferentes classes sociais da época, originárias das antigas tribos israelitas.

SAMARITANOS

A partir da divisão do Reino, quando Roboão, filho de Salomão, fica no sul, com o Reino de Judá, e Jeroboão
se torna rei das dez Tribos ao norte, formando o Reino de Israel, com capital em Siquém e, mais tarde, em
Samaria, diz Kardec, "uma aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois
povos que se esquivavam a todas as formas de relações recíprocas".

Os SAMARITANOs, complementa Kardec, para tornarem a cisão mais profunda e não terem de ir a
Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo próprio no Monte Garizim e
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adotaram certas reformas: admitiam somente o Pentateuco, que contém a Lei de Moisés e rejeitaram todos
os livros que lhe haviam sido posteriormente anexados. Diz Cesare Cantu que os Samaritanos aceitavam
facilmente os ritos e as divindades estrangeiras (lI Rs 17:27 e seguintes), queimavam os Livros da Lei,
perseguiam os que mantinham a circuncisão das crianças, transformando a religião, muitas vezes em
simulacros pagãos e teatro de solenidades obscenas de Baco, como aconteceu sob o domínio de Antíoco (170
a. C.) que edificou uma fortaleza sobre as ruínas da cidadela de Davi em Jerusalém e dedicou o templo a
Júpiter Olímpico.

Os Nazarenos, por tradição adotavam a castidade, a abstinência de bebidas alcoólicas e não cortavam os
cabelos. Eram nazarenos Sansão e Samuel.

Os Publicanos eram os encarregados da cobrança de impostos e outras rendas. Eram desprezados por todos
e considerados "impuros", porque os judeus não aceitavam pagar impostos, especialmente a contribuição
para o sustento dos soldados romanos.

Os Fariseus, que quer dizer separados (Parasch), aceitavam que Moisés "independentemente da lei escrita,
tinha recebido do anjo Raziel uma lei oral, que transmitiu a Josué, este aos anciãos do povo, e estes aos
membros da grande sinagoga. Esta tradição, ou Cabala, explica coisas conservadas em segredo para a
multidão, o verdadeiro sentido das cerimônias, das profecias e dos enigmas" (1).

Os fariseus, diz Kardec, eram observadores servis e afetados das práticas exteriores do culto e das
cerimônias, inimigos das inovações, mas sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes
dissolutos e muito orgulho. A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé sincera.
Acreditavam na imortalidaade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. A primeira
notícia sobre eles data de 150 a.C. E era um partido religioso popular.

Os Saduceus, opostos aos fariseus, não acreditavam na imortalidade da alma nem na ressurreição. Eram
menos piedosos e mais políticos, sendo o partido religioso sacerdotal de Caifás e Anás.

Os Essênios moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, distinguiam-se pelos costumes suaves e as


virtudes austeras. Tinham seus bens em comum e se entregavam à agricultura. "Tendo as doutrinas oriental e
grega chegado ali ao seu conhecimento, eles as misturaram com a doutrina mosaica, de modo que formassem
uma seita distinta", e por isso, "repelindo a tradição, como os saduceus, acreditando, como os fariseus, na
imortalidade da alma, não gostando da cidade, viviam nos campos, abstinham-se de todo o tráfico,
aplicavam-se ao trabalho, baniam a escravidão e não acumulavam riquezas" (1).

Os Escribas eram os doutores da Lei Mosaica, aqueles que a conheciam profundamente e eram seus
intérpretes para o comportamento social e religioso da vida judaica.

Eram em geral fariseus.

Obs.: Ler o Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), Introdução, item III.

SINÉDRIO

Após a morte de Herodes, o Grande, e a destituição de seu filho Arquelau, a Judéia foi governada por um
procurador romano.

Roma permitia aos países dominados gerir suas questões internas. Para a Judéia e a Samaria, o órgão
administrativo era o SINÉDRIO.

O Sinédrio era uma assembléia de 70 anciãos, chefiada pelo Sumo Sacerdote. Ao procurador romano, era
facultado nomear ou depor o Sumo Sacerdote.
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Os escribas e os fariseus eram jurisconsultos de profissão. Na época de Jesus, o Sinédrio era limitado à
Judéia. Era o Supremo Tribunal da nação Judaica.

Tinha tanto caráter religioso, como secular e a Lei Judaica (Torá) constituia a norma de suas decisões.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edicões Paulinas

(1) ATLAS DA BÍBLIA - Edições Paulinas

(2) HISTÓRIA UNIVERSAL, volume 4°. - cap. XII - Cesare Cantu

(3) A CAMINHO DA LUZ - cap. XII - Emmanuel


2 - PARTE B - PRINCIPAIS CIDADES. O GRANDE TEMPLO. CATEGORIAS DE SACERDOTE.
COSTUMES. COMÉRCIO. PROFISSÕES.

Esta aula tem por objetivo mostrar ao aluno a imagem aproximada de como viviam os judeus à época de
Jesus, numa tentativa de esclarecer como suas atividades e forma de ser refletiram -se nas palavras de Jesus,
dos Apóstolos e de todos aqueles que defendiam o velho arcabouço do Judaísmo.

Sua forma de viver prendia-se a costumes seculares fixados na Torá ou Lei de Moisés ( O Pentateuco), em
regras religiosas fixadas posteriormente pela classe sacerdotal e outras decorrentes, principalmente, do
sincretismo greco-judaico, a partir da vitória macedônia, com Alexandre Magno, em 333 a..c.

Muitas cidades da região estão registradas na Boa Nova e no Velho Testamento, nas quais Jesus fez sua
pregação, mas somente de Nazaré, Jerusalém e do Templo se falará nesta lição, dada sua maior importância
para a compreensão dos objetivos da aula.

NAZARÉ, na região da Galiléia, no tempo de Jesus como ainda hoje, era um dos mais belos locais da
Palestina. Situa -se ao norte de fértil vale de Israel, com suaves colinas de onde se pode ver, a dezenas de
quilômetros, o vale do Rio Jordão. Fica ao sul de Séforis, e tinha cerca de 5000 habitantes. Era uma pequena
cidade, sem grande importância política, mas os olivais e os vinhedos das encostas eram de alta
produtividade, em decorrência do clima ameno e temperado que suavizavam este ponto de encontro das
caravanas entre Damasco e Jerusalém.

Por sua população diversificada, por sua rusticidade, pelos homens pouco fiéis às leis e aos ritos judaicos,
Nazaré era vítima de preconceitos pelos judeus metropolitanos e era comum a frase: "Pode vir alguma coisa
boa de Nazaré?", como aconteceu na conversação entre Natanael e Felipe (To 1:..J:6) ou como fala Isaías
(Is 9:1), quando é chamada de "Galiléia dos gentios".

JERUSALÉM, no tempo de Jesus, era capital da Judéia, o grande centro religioso judeu, com o seu grande
templo. Situa-se num interessante altiplano bem próximo ao vale do Jordão, nas chamadas montanhas da
Judéia, a 30 Km do Mar Morto, ao sul. Jerusalém significa "paz sagrada".

Seu movimento econômico era grande e Roma aí fazia sua sede de governo com seus procuradores. A cidade
dividia -se em três bairros: Cidade Alta que ficava no Monte Sião e onde residiam os ricos; Cidade Baixa, ao
longo do vale de Cedron, onde se aglomerava o povo pobre; e o Bairro do Templo, com muitas
dependências, em outro monte. O Templo ligava-se à Cidade Alta por uma longa ponte de pedra.

Era uma cidade populosa, sendo multiplicada pelo intenso movimento à época das festas, principalmente a
Páscoa. Era toda de ruas estreitas e íngremes, circundada por muralhas. De Jerusalém a Nazaré tem cerca
de 100 quilômetros.
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JERICÓ, cidade a oeste do Jordão. Situada a 250 m. abaixo do nível do mar, considerada a cidade das
palmeiras, um oásis no deserto.

Controlava a passagem do Jordão, por onde Josué passou. Bem fortificada, Josué alcançou aqui sua
primeira vitória, quando provocou a queda de suas muralhas.

Era o centro da civilização, no tempo de Abraão, Isaac e Jacó.

Os pais de Maria provinham de Jericó.

CAFARNAUM, situada na margem noroeste do lago da Galiléia. Era a cidade-base de Jesus durante o seu
ministério .. Aí ficava também a casa da sogra de Pedro. Era a terra natal de Mateus. Jesus realizou ali
muitos dos seus "milagres", por exemplo, a cura do servo de centurião (Mt 8:5-13).

Jesus ensinava na sinagoga e operou muitos "milagres" em Cafarnaum.

BELÉM fica a 8 Km a sudoeste de Jerusalém, nas colina, de Judá. A cidade de Davi é o lugar onde o profeta
Samuel, foi escolhê-lo para suceder a Saul como futuro rei de Israel.

O profeta Miquéias predisse o nascimento do Messias, em Belém. Séculos mais tarde, nela nasceu Jesus.
Pastares e sábios foram prostrar-se diante dele.

O GRANDE TEMPLO. CATEGORIAS DE SACERDOTES.

O GRANDE TEMPLO foi idealizado por Davi e construído por Salomão, destruído por Nabucodonosor em
586 a.c., e reconstruído após a libertação dos judeus por Ciro, o Grande, rei dos Persas. Este é o 2.° Templo
(o 1.° é o que foi construído por Salomão). Continha várias portas e pátios internos sobrepostos.

Os pátios internos eram:

Pátio dos gentios, onde todos podiam freqüentar; ali eram vendidos os animais para sacrifícios (consta que
cabia até 140.000 pessoas);

Pátio dos israelitas, para o povo judeu; Pátio das mulheres;

Pátio dos Homens, que terminava junto à monumental porta de bronze, de 22 metros de altura e que se
fechava à noite;

Pátio dos Levitas, onde ficava o altar dos sacrifícios sobre uma rampa. Neste pátio dos Levitas, atrás do
altar, erguia-se o Santuário com 45 metros de largura, dividido em duas partes:

- a primeira, chamada de O Santo, onde ficava o altar dos perfumes e incensos;

- a segunda chamada de Santo dos Santos, simbolizando a antiga Arca da Aliança, que continha duas Tábuas
de Pedro, e onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar.

O Templo tinha quatro torres de canto ou pináculos, onde, reza a tradição, Jesus foi tentado (Mt 4:5).

HAVIA TRÊS CATEGORIAS DE SACEDOTES: os sacerdotes menores, encarregados de serviços internos, e


que se subordinavam ao diretor do Templo. Os sacerdotes de graus maiores, os encarregados da
administração civil e religiosa; e o Sumo Sacerdote que era eleito de dois em dois anos. Cobravam os
tributos devidos ao Templo, tanto em dinheiro como em espécie, pois os israelitas eram obrigados a pagar
dízimos, bem como a entregar parte da primeira colheita de suas plantações.
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O sacrifício ritual de animais dependia do que se celebrava e segundo as condições de cada família.
Exemplo: A purificação das mulheres depois do parto, 30 dias após, sendo menino e 60 dias, sendo menina,
era feita com sacrifícios de cabritos ou pombos (Lev, cap.12).

COSTUMES

1 - Era da lei a obrigação de circuncidar crianças masculinas no oitavo dia (Lc, 2:21), após o nascimento;

2 - era proibido o trabalho no sábado;

3 - era costume comemorar a festa nacional da Páscoa (Ex, cap. 12) em Jerusalém;

4 - os criminosos, pela lei judaica sofriam a ação de "olho por olho, dente por dente";

5 - as adúlteras eram lapidadas (mortas a pedradas);

6 - os romanos levaram para a região a flagelação e crucificação como forma de punição aos criminosos.

COMÉRCIO. PROFISSÕES

Os sacerdotes mercadejavam com muitas coisas: bis, carneiros, pombos, destinados aos sacrifícios,
perfumes, óleo e aromatizantes utilizados nas cerimônias de purificação.

Quando os mercadores e camponeses deixavam de pagar os tributos, seus produtos eram declarados
imundos, e com isso, se afastavam os compradores.

Havia no Templo mesas, guichês, repartições, balcões, destinados ao comércio, ao recebimento de donativos,
além do grande movimento de animais transportados para os sacrifícios, no Pátio dos Levitas (Jo 2:13-17).

Era costume, no Templo, sentarem-se rabinos em banquetas, nos pórticos e nos pátios públicos. Ao seu
redor, pequena multidão ouvia atenta os comentários sobre a Lei de Moisés, segundo a idéia iniciática a que
pertenciam, fariseus ou saduceus.

Uma crença generalizada de que Deus não podia receber o culto senão na Terra Santa, levou os judeus, no
exílio, a criarem um santuário que lembrasse o Templo de Jerusalém, a Sinagoga. Nesta, o culto assumiu
forma inteiramennte diversa, sem sacrifícios e sem sacerdotes. Aí somente os rabinos e conhecedores da lei e
dos profetas eram capazes de explicá-los aos ouvintes. Em lugar de DE SACRIFÍCIOS, um culto espiritual
composto de orações, cantos de salmo, leituras bíblicas e comentários (Lc 4: 16).

Era crença generalizada, também, que o Messias seria um "Salvador" da pátria, dominador do mundo, logo
não podiam os judeus aceitar Jesus, para eles demasiado simples e bom e que somente se manifestava entre
pessoas desclassificadas e ignorantes. Não era o condutor enérgico e altivo. Como esperar o triunfo, a
implantação do novo Reino, se afirmava que maior é aquele que se fizer menor de todos? Diz Humberto de
Campos, em Boa Nova, cap. 24, que Judas pensava assim, por isso fez o que fez, objetivando liderar o
movimento renovador.

Muitas outras profissões e trabalhos existiam na região à época de Jesus: pescadores, pastores, mercadores,
doutores, escravos. No Templo havia os trombeteiros, acendedores de lâmpadas, as tecedeiras, os
sacrificadores, os fiscais dos sacrifícios, auxiliares do cerimonial (1) e uma série de outros, participando da
função administrativa e operacional do templo e das cidades.

BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA SAGRADA
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ATLAS DA BÍBLIA - item 12 - Edições Paulinas

(1) O REDENTOR - cap. 14 e 34 - Edgard Armond

ENCICLOPEDIA DA BIBLIA - Edições Paulinas

3 - QUESTIONÁRIO

1) Como era a administração romana das nações conquistadas?

2) Quais os fatores que favoreceram a posterior divulgação do Cristianismo?

3) Quem eram encarregados de impostos? Quantos tipos de imposto havia? Qual era o tipo mais detestado
pelos judeus?

4) Que diferenças havia entre fariseus e saduceus?

5) Que era o Sinédrio?

6) Quantas categorias de sacerdotes havia entre os judeus? Quais eram?

7)Os judeus esperavam um Messias guerreiro ou um pacificador? Explique.

9ª. AULA
JOÃO BATISTA, O PRECURSOR
ADVENTO DO MESSIAS

1 - PARTE A - JOÃO, O BATISTA. SUA VIDA E SUA MISSÃO COMO PRECURSOR

NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA

(Lc 1:57-66)

Na importância transcendental do trabalho de Jesus na Terra, encontram-se ascendentes na assistência do


Plano Superior, desde os Profetas Maiores e Menores, dos quais falam os teólogos, até o grande Precursor,
a voz da verdade que clamou no deserto árido dos espíritos humanos conturbados.

Hoje, ainda, o Consolador; porta-voz do Senhor, testemunha fiel do Precursor, caminha pelos desertos da
vida, sem descanso, oferecendo trabalho fraterno e evolução, amparando e fortalecendo os ensinamentos do
Mestre.

João Batista era filho de Zacarias, um sacerdote da Judéia, e de Isabel (Elizabeth), parente próxima de
Maria, mãe de Jesus.

"E eram ambos justos perante Deus" (Lc 1:5-6). Segundo o testemunho, o anjo Gabriel anunciou a Zacarias
o nascimento de João "com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1:11-19). Isabel era
estéril e de idade avançada, então Zacarias duvidou do aviso do Anjo e, por isso, ficou mudo por uns tempos.

Esse anúncio foi solenemente feito no Templo de Jerusalém, em dia em que era Zacarias quem fazia as
oferendas.
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Quando completou-se o tempo (Lc 1:57), Isabel deu à luz um filho; Zacarias, cheio de júbilo, disse que se
chamaria João e, imediatamente, recomeçou a falar, louvando a Deus (o Cântico de Zacarias: Lc 1:67-79).

"E a mão do Senhor estava com João" (Lc 1: 66).

João cresceu cheio de virtudes, morrendo seus pais, pensa-se que passou a viver em um santuário essênio,
sendo iniciado em seus ensinamentos. Mas, os manuscritos de Qumrã não se referem a ele.

Pelo testemunho de Jesus, João Batista foi Elias, Profeta maior, em vida anterior (Mateus, 11:14-15 e 17:10-
12).

A PREGAÇÃO. (Lc 3:7-18)

Às margens do Rio Jordão, em Betânia, João Batista prega que "toda carne é como erva (vida efêmera) e
toda a sua beleza, como as flores do campo (fenecem e caem), mas a palavra de Deus subsiste eternamente".

João alertava para a vinda próxima do Messias e insistia no preparo da Penitência, através do Batismo e do
arrependimento (Mt 3: 11).

"Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas ... ". Para o refazimento espiritual é necessário
endireitar os caminhos morais, aprimorando os impulsos mentais com humildade e paciência.

Ao ver muitos saduceus e fariseus procurá-lo, clamava, "Raça de viboras quem vos ensinou a fugir da ira
futura (reação da vida)? Produzi frutos dignos de arrependimento, advertindo que o arrependimento para ser
sincero e válido deve ser profundo e profícuo, sofrido e renovado. A fé sem, boas obras é morta".

Anunciava a Jesus, dizendo: "Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas alpercatas
não sou digno de desatar; Ele vos batizará com o espirito e com o fogo" (Mt 3:11; Lc 3:16).

Seu batismo tinha o significado de um compromisso de mudança interior de vida (Reforma Intima).

Em sua pregação resumia, como Jesus mais tarde, a obra fraterna: (quem tem duas túnicas) reparta com o
que não tem e quem tiver alimentos, faça o mesmo" (Lc 3: 11).

- "A ninguém tratai mal, nem defraudeis", significando a máxima de Jesus "fazei ao próximo o que quereis
que vos façam".

- Tudo o que se faz é supervalorizado, em virtude dos interesses terrenos. O orgulho, a vaidade e o egoismo
adornam a cabeça dos vendilhões da paz. A insatisfação é o alimento dos desajustados de si mesmos.

- O homem firme sabe o que deve fazer na busca da sua evolução material e espiritual, aproveitando o
esforço nas oportunidades e iniciativas, com dignidade e respeito pelos semelhantes.

- Todos estes eram preceitos conhecidos e seguidos pelos Essênios.

O BATISMO DE JESUS E O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA (Lc 3:21-22; Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Jo


1:32-34)

No tempo certo, Jesus desceu da Galiléia ao Rio Jordão, onde estava João Batista. Este ao vê-lo, disse: "Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do Mundo" (Jo 1:29), e não queria batizá-lo por não se achar digno
disso. Jesus porém respondeu: "Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir a justiça" (as profecias).
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Jesus se submete ao batismo como um acontecimento que objetivava identificar a sua personalidade,
assumindo, então o seu ministério messiânico em cumprimento da justiça perfeita de Deus: justiça com
misericórdia.

"É necessário que ele cresça e eu diminua" (Jo 3: 30). Fazendo-se pequeno e humilde o homem é atraído
pela grandeza do coração manso e meigo de Jesus. Quanto mais elevado o homem construir o santuário do
Pai em seu coração, mais será atraído e absorvido por forças espiritualizantes.

Quanto mais a mensagem de Jesus crescer no coração do homem, mais ele terá diminuído os defeitos que
dormitam em sua alma, crescendo assim na qualidade dos sentimentos e da inteligência como HOMEM
NOVO LIGADO AO CRISTO.

PRISÃO E EXECUÇÃO

(Mt 14:1-13; Mc 6:14-29; Lc 3:19-20)

A missão de João termina com seu encarceramento, por ordem de Herodes, o tetrarca, por causa de sua
mulher, Herodíades, antes mulher de seu irmão Felipe, que havia sido assassinado por este Herodes.

Herodíades usa de um estratagema e instrui sua filha para que, ao dançar para Herodes no dia de seu
aniversário, lhe pedisse a cabeça de João Batista. Herodes não pôde furtar-se, porque havia já prometido o
que ela pedisse e mandou degolar João no cárcere (Mt 14:10; Lc 9:9).

João Batista foi classificado por Jesus como "o MAIOR, DENTRE os NASCIDOS DE "MULHER" e "MAIOR
QUE PROFETA" (Mt 11:9-11).

BIBLIOGRAFIA

O NOVO TESTAMENTO, na Bíblia

O REDENTOR - caps. 7 a IO, 14, 16 a 24 - Edgard Armond

BOA NOVA - cap. 2 - Humberto de Campos (Espírito)

CAMINHO, VERDADE E VIDA - lições 16 e 27 - Emmanuel

VINHA DE LUZ -lições 19, 76 e 85 - Emmanuel

PÃO NOSSO - lições 5 e 90 - Emmanuel

FONTE VIVA -lição 18 - Emmanuel

EVANGELHO DOS HUMILDES - cap. III - Eliseu Rigonatti


2 - PARTE B - JESUS. NASCIMENTO. MISSÃO. INFÂNCIA E JUVENTUDE.

O ADVENTO DO MESSIAS. CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS. NASClMENTO DE JESUS. OS MAGOS

Diz O evangelista João: "Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés, a graça e a verdade nos vieram,
por Jesus Cristo" (Jo 1: 17). E' interessante notar que o Evangelho, verdadeiro guia do Caminho, da Verdade
e da Vida, começa com a esperança natalina de ESPIRITUALIZAÇÃO DA HUMANIDADE e desenvolve-se
em nova aliança de Deus com o homem, onde o amor coroa a justiça, com a alegria do bem servir, através de
sua reforma íntima.
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A genealogia de Jesus está registrada em Mateus 1: 1-17 e em Lucas 3:23-38. Traz pequenas diferenças
nomenclaturais que podem ser atribuídas às épocas diferentes da redação dos textos. Apenas estes dois
evangelistas referem-se à ascendência de Jesus, na intenção de conectar as profecias do Velho Testamento.
Também trazem o sentido de que "um bom fruto só pode sair de uma boa árvore".

A própria História da Humanidade, salvo algumas omissões e exageros naturais, fínca suas raízes no roteiro
religioso, principalmente na parte mais antiga.

Sob o ponto de vista de eminentes teólogos, Mateus narra o nascimento de Jesus sob o testemunho de José, e
Lucas o apresenta sob o prisma de Maria.

Para a vinda do Messias, o vaso carnal escolhido e já compromissado antes de sua reencarnação na Terra,
foi Maria, virgem hebréia de família sacerdotal, fílha de Joaquim (da tribo de Levi) e Ana (da tribo de Judá))
que morava no Templo de Jerusalém, desde a morte de seus pais, onde dois anos depois, José, carpinteiro de
Nazaré (descendente da linhagem de Davi), usando de um direito aos que pertencem a essa linhagem, vai
buscar uma esposa, pois era viúvo com cinco filhos pequenos.

Por um sorteio realizado entre as virgens do Templo, a escolha cai em Maria.

Esta, bem como José, já havia recebido em sonho a visita de um anjo que lhes havia alertado para o
acontecimento.

Como o próprio Jesus afirmaria anos mais tarde "Não vim derrogar as leis", entendemos que o seu
nascimento se deu da mesma forma natural como se dão os nascimentos neste planeta.

Jesus, como homem, tinha a organização dos seres carnais. A sua superioridade com relação aos homens,
não, derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas, da elevação do seu Espírito e do seu
perispírito, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres.

Depois da Codificação de Kardec, caem por terra, todas as fantasias que as religiões tentaram imputar a
Jesus e seus pais. Não houve fenomenologia (GE - cap. XV - item 2).

A vinda do Messias foi profetizada por diversas vezes, no espaço e no tempo, do Velho Testamento. As duas
principais profecias são as de Isaías 7: 14 e a de Miquéias 5: 2.

Isaías diz: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe chamará Emmanuel, que quer dizer "O
Senhor é convosco".

Miquéias profetiza (5: 2): "E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de
Judá porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo, Israel".

José e Maria habitavam em Nazaré (Lc 2:1-20). Um recenseamento com vistas ao lançamento e controle de
novos impostos foi ordenado por César Augusto, sob a orientação de Quirino, governador romano na Síria.
Por esta razão, José, que era da casa de Davi, foi a Belém com sua jovem esposa grávida.

"Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto e ela deu à luz o seu filho primogênito ... " (Lc 2:
6-7).

Emmanuel, em "A Caminho da Luz", cap. XII, fala que a manjedoura, local onde Maria reclinou Jesus por
não haver outro no recinto da hospedaria, é o "ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a
humildade representa a chave de todas as virtudes".

''Na mesma região havia uns pastores que estavam de vigília ao seu rebanho" (Lc 2:8-18). O anjo do Senhor
apareceu-lhes: "Eis que vos anuncio uma grande alegria: nasceu hoje o REDENTOR" e uma multidão
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celeste louvou a Deus dizendo: "GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA AOS HOMENS QUE
ELE AMA" (Lc 2:13-14).

Com o nascimento de Jesus, Emmanuel diz que "começava a era definitiva da MAIORIDADE ESPIRITUAL
DA HUMANIDADE TERRESTRE, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina, ENTREGARIA o
CÓDIGO DA FRATERNIDADE E DO AMOR A TODOS OS CORAÇÕES".

Lucas nada comenta da "Estrela de Belém" nem da visita dos magos do Oriente, mas Mateus, em 2: 1-12,
registra o fato. Kardec comentando o episódio da "estrela dos magos" (A Gênese, cap. XV; item 4), diz que
não se pode verificar o assunto, mas que uma coisa é certa, a luz não podia ser uma estrela. Anota que "um
espírito pode aparecer sob a forma luminosa, ou transformar uma parte de seu fluido perispiritual em um
ponto luminoso", dando a impressão de um fato sobrenatural. No antigo Oriente, uma "estrela" era um sinal
de Deus (Nm 24:17).

Narra a história que os Magos eram iniciados do Oriente que vieram à Judéia para honrar o nascimento do
Messias. Eram reis astrônomos e sábios astrólogos que vieram prestar homenagem a Jesus como a um rei e
como efetivamente o aguardavam os judeus: um rei libertador. Os magos, Melchior, Gaspar e Balthazar,
ofereceram ao Messias ouro, incenso e mirra.

INFÂNCIA E JUVENTUDE DE JESUS. FUGA PARA O EGITO. JESUS NO TEMPLO ENTRE OS


DOUTORES

O Evangelho registra que o rei Herodes, sendo judeu-indumeu, não desconhecia os vaticínios das Escrituras
sobre o advento do Messias, e que um dos prognósticos asseverava que "Deus daria ao Messias o trono de
Davi'" (Lc 1:32). Por isso, Herodes se remordia de inquietação, na suposição de que tal acontecimento lhe
roubaria o trono e o poder, dados pelo Imperador romano, porque as esperanças e o desejo do povo, bem
sabia, eram para o surgimento de um Messias nacional que assumisse o poder em Israel, proclamando-se rei
e expulsando os intrusos romanos. Conseqüentemente, quando soube que o Messias já estava na Terra, ele
envidou todos os esforços para evitar que ele crescesse, inclusive pedindo aos três Magos do Oriente que lhe
dessem informes sobre o lugar onde Jesus havia nascido.

Devido à sanha feroz de Herodes, José, pai de Jesus, recebeu em sonho uma recomendação oriunda dos
Benfeitores Espirituais, para que pegasse o menino e sua mãe e fugissem para o Egito, o que foi feito, tendo
voltado somente quando Herodes, o Grande, já havia falecido. Informa o Evangelho de Mateus (2:22-23),
que "Ouvindo que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de Herodes, José receou ir para lá; mas, avisado em
sonhos, por divina revelação, foi para as partes da Galiléia. E chegou e habitou numa cidade chamada
Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno". Fato que não nos
espanta, porque a humanidade não sabia que neste pequeno ser estava encarnado o governador planetário
(só depois da sua missão executada, é que se entendeu a amplitude desses acontecimentos). Os mais
chegados, que o conheciam e sabiam através de sonhos e visões guardavam segredo para preservá-lo da
investida do rei, pois sabiam que seria morto certamente sem ter concluído sua missão.

Os Evangelhos discorrem muito pouco sobre a infância e juventude de Jesus, dizendo, apenas, que o "menino
crescia e se robustecia em espírito, cheio de sabedoria e a graça de Deus estava com ele" (Lc 2:40).

Comenta-se que em Nazaré, Jesus, ainda bastante jovem, freqüentava a sinagoga local, e numa das primeiras
vezes que lá esteve, para interpretação do texto lido, referente ao profeta Samuel, como era comum, tomava-
se uma criança para falar pelo Plano Espiritual (mediunicamente). Jesus foi interpelado e espantou a todos
pela maneira como o interpretou.

Com 12 anos de idade (Lc 2:39-52), tendo atingido a idade legal para o Bar Mítzvah, ele e sua família foram
a Jerusalém a fim de participarem dos cerimoniais de Páscoa. Ao regressarem, quando já estavam no meio
do caminho, seus pais notaram que ele não estava com as demais crianças e, por isso, voltaram
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apressadamente a Jerusalém, e o encontraram no Templo, confabulando com os doutores da Lei,


surpreendendo-os com as colocações que fazia em torno das Escrituras.

"Todos estavam maravilhados com a sua sabedoria e suas respostas." Quando sua mãe o admoestou pela
preocupação que passavam, ele respondeu: "Não sabeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" (Lc
2:49).

Dessa época até quando tinha trinta anos, nada mais é mencionado nos Evangelhos.

Várias hipóteses existem sobre a vida de Jesus Cristo dos doze aos trinta anos. Há quem o veja entre os
Essênios: aprendendo as doutrinas de elevada cultura dessa escola. Há também os que acreditam ter ele
estado entre os mestres orientalistas, no Himalaia.

Emmanuel, em "A Caminho da Luz", sustenta de modo categórico: "O Mestre, porém não obstante a elevada
posição das escolas essênias, não necessitou de sua contribuição.

Desde os primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era dentro da superioridade que o planeta lhe
conheceu desde os tempos longínquos do princípio" (como governador do planeta era conhecedor de todas
as verdades).

Dele asseveram os profetas de Israel: "Mas, desde o momento em que oferecer a sua vida, verá nascer uma
posteridade e os interesses de Deus hão de prosperar nas suas mãos" (Isaías 53:10).

BIBLIOGRAFIA

OBRAS PÓSTUMAS - cap."Estudo sobre a natureza de Cristo", item VII - Allan Kardec

GE - cap. XV itens 64 a 67

A CAMINHO DA LUZ - cap. XIII - Emmanuel

A BÍBLIA DE JERUSALÉM - Edições Paulinas

O REDENTOR - caps. 3 e 5 - Edgard Armond

3 - QUESTIONÁRIO

1) Que fenômenos ocorreram precedendo o nascimento do Batista?

2) Que papel estava reservado para João Batista no Messianato de Jesus? Por que ele veio na frente do
Mestre?

3) Como Jesus definiu a personalidade de João Batista? Por que ele foi executado?

4) Qual foi o temor de Herodes quando teve conhecimento do advento do Messias?

5) Como foi a infância de Jesus?

6) Como foi a juventude de Jesus?

7) Viveu Jesus entre os Essênios? Teve ele necessidade de entrar para o aprendizado das doutrinas
prevalecentes no seio dessa comunidade?
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10ª. AULA
O COLEGIADO APOSTÓLICO

1 - PARTE A - OS DOZE APÓSTOLOS. OS PRIMEIROS DISCÍPULOS.

INTRODUÇÃO

As narrativas históricas são necessárias para a crítica do conhecimento, por isso não se deve ler apenas uma
narrativa, nem aceitar a primeira notícia como definitiva.

É necessário um conhecimento conjuntural para se estabelecer bases ou estruturas para entendimentos mais
amplos. Quanto mais conteúdo se tiver (conhecimento) mais correto se tornará o juízo (discernimento).

Num apanhado geral, verifica-se que logo após o batismo e seu estágio de quarenta dias no deserto (Mt 4:1-
2), Jesus iniciou sua pregação no investimento messiânico. Os acontecimentos diferem na forma e na ordem
entre os evangelistas, mas seu significado e ensinos são o objetivo maior, e quanto a estes os princípios
permanecem inalterados, quais sejam:

a) ao convocar os discípulos, o Mestre quis demonstrar que na Criação Divina tudo se entrelaça, ninguém,
nem Ele mesmo trabalha sozinho;

b) cada ser, ou elo da corrente divina, tem seu trabalho sua obrigação seja no concerto da Co-Criação
Maior ou na Co-Criação Menor (As expressões "Co-Criação em Plano Maior" e "Co-criação em Plano
Menor" estão explicadas, com abundância de detalhes, no capítulo I do Livro "Evolução em Dois Mundos",
recebido do Espírito André Luiz), mas o elo posterior depende do anterior e se responsabiliza pelo seu elo
antecedente;

c) Jesus sabia a quem buscar e a quem derrogar seus dons de cura, a quem investir como apóstolo do reino
de Deus para sua propaganda eficaz: o Reino de Deus é Amor e Misericórdia nos corações, forças
propulsoras da renovação interior;

d) só conhece este Reino quem bebe no cálice da renúncia sublime que dá sustentação e luz na resignação
necessária ao equilíbrio psicossomático. A renúncia sublimada, investida de sabedoria e virtude, é o
apanágio da redenção.

E Jesus "sabia" das possibilidades espirituais de seus discípulos, porquanto "é fácil supor-se virtuoso, difícil
é praticar a virtude; fácil sentir-se sábio, difícil é saber transmitir o saber e, aparentemente fácil é ser bom,
difícil é exemplificar . SOMENTE o EXEMPLO COMPÕE O HOMEM DE BEM".

OS PRlMEIROS DISCÍPULOS

(Mt 4:18-22; 9:9; 10:1-4; Mc 1:16-20;2:13-14; 3:13-14; 3:13-19; Lc 5:1-11; 5:27-28; 8:12-16; Jo 1:35-42 e
1:43-51).

Foi por ocasião da volta de uma visita a Jerusalém, pela Páscoa, que Jesus começou a convidar a doze
escolhidos para que o seguissem na Grande Missão Fraterna, numa evocação de novos guias "do povo eleito
de Israel" (as 12 Tribos de Israel). Esse número era importante para eles e foi restabelecido depois da
deserção de Judas (Atos 1: 26) na escolha de Matias, através de Efod (antigo objeto de consulta a Javé, hoje
interpretado como de natureza mediúnica) (Ex 28:6-14 e 39:2-7).

Segundo alguns, Matias também conhecera Jesus e o acompanhava sempre, inclusive, por ocasião do seu
ressurgimento do túmulo.
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Segundo João Evangelista (Jo 1:35-42), no dia seguinte ao batismo de Jesus, que aconteceu perto de Betânia,
além do Jordão, nas cercanias de Jericó, João Batista estava com dois discípulos seus, quando ao ver passar
o meigo Rabi exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus".

Ao ouvir a frase, como um sinal, seguiram Jesus e ficaram com ele pelo resto do dia (eram 16 horas). Na
verdade o chamamento celeste é inerente ao Espírito, é a força de atração do Amor do Criador à sua
criatura.

Esses dois discípulos eram André e seu irmão Simão Pedro. André chamou a Simão Pedro a quem Jesus
recebeu amorosamente e o apelidou de "Cefas" que quer dizer "pedra" (forte como a rocha), indicando a
força da futura casa doutrinária construída sobre rocha, anunciando o futuro membro destacado do Colégio
Apostólico.

Algum tempo depois, já na Galiléia, o Mestre chamou a Felipe, conhecido de Pedro, pois era seu
conterrâneo, da cidade de Betsaida, às margens do Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da
Galiléia (Jo 1:43-51).

Felipe chamou Natanael, que era de Canaã, na Galiléia, também conhecido como Bartolomeu nos
Evangelhos sinóticos, o qual, Jesus "viu antes sob a figueira". Este conhecimento presciente e telepático é
uma das características do Messias, que faz também nesses versículos, a profecia sobre o seu ressurgimento
do túmulo: "Coisas maiores do que esta verás ... daqui em diante vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem" (Jo 1: 51).

Tiago, irmão de João, filhos de Zebedeu e Salomé, atendeu o chamado com alegria, pelo amor que já tinha a
Jesus; os dois irmãos eram galileus de Betsaida, pescadores generosos e sinceros, cognominados por Jesus
de os Filhos do Trovão, por seu dinamismo amoroso, embora ainda muito jovens (eram primos de Jesus).
Esse irmão de João (o Apóstolo) é o chamado "Tiago Maior".

Os irmãos Tadeu e Tiago Menor logo se juntaram ao pequeno grupo. Filhos de Alfeu , ou Cleofas, eram
aparentados com Maria, conhecendo e amando a Jesus desde pequenos (eram primos de Jesus).

Tomé, também de família de pescadores da região de Dalmanuta, tinha uma personalidade racional, fria,
mas de grande honestidade e firmeza de caráter.

Simão, o Cananita, mais tarde apelidado de Zelote, era também humilde pescador e, talvez, o mais velho de
todos (Boa Nova, cap. 9).

Levi ou Mateus, todos já conhecem a sua vocação contada nos três Evangelhos sinóticos. Apenas o seu
Evangelho o chama de "publicano", eticamente evitado por seus companheiros evangelistas. Reza a tradição
espiritual que Mateus era conhecido de Jesus desde pequeno, tendo sido seu companheiro de estudos na
Sinagoga.

Finalmente é escolhido Judas Escariotes - não era da Galiléia - que se estabelecera comercialmente em
Cafarnaum, onde vendia peixes e quinquilharias.

Portanto, foram os seguintes os apóstolos de Jesus:

Tiago Maior;
Tiago Menor;
JOÃO - também conhecido por João Evangelista;
SIMÃO PEDRO - também conhecido por Pedra ou Cefas;
FELIPE;
MATEUS - também conhecido por Levi, o Publicano;
JUDAS ESCARIOTES - também conhecido por Judas de Kerioth;
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SIMÃO CANANITA - também conhecido por Simão, o Zelote;


Tomé - também conhecido por Dídimo;
NATANAEL - também conhecido por Bartolomeu;
JUDAS TADEU - também conhecido por Judas Lebeu e
André.

BIBLIOGRAFIA

O REDENTOR - Edgard Armond - caps. 17, 18 e 31

BOA NOVA - caps. 2, 3 e 5 - Humberto de Campos (Espírito)

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel

EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - cap. I - André Luiz

2 - PARTE B - A MISSÃO DOS DOZE APÓSTOLOS.

Jesus preparou-se para dar continuidade à sua missão.


No decurso de toda a História da Humanidade, vemos que os grandes missionários não trabalham sozinhos,
objetivando assim atingir a máxima fraternidade, através da cooperação mútua. Afirma Cairbar Schutel, em
seu livro "Espirito do Cristianismo", que as grandes missões requerem sempre grandes Espíritos.

Jesus Cristo além de ensinar também propiciou exemplos salutares durante toda a sua vida. Para dar
continuidade à sua missão, o Mestre preparou outros Espíritos, de sua inteira confiança, para que, através
dos milênios não se descuidassem de "endireitar os caminhos do Senhor", como o fez João Batista. Deste
modo o Redentor deu uma demonstração viva do seu amor pela Humanidade que Deus colocou sob sua
tutela, prometendo ainda que em época propícia enviaria o Consolador, para dar testemunho da verdade e
restabelecer seus maravilhosos ensinamentos (Jo, cap. 16).

É indubitável que a sublime missão desempenhada por Jesus Cristo e pelos seus doze valorosos apóstolos
não abrangia meramente uma renovação intelectual de aspecto material, mas tinha um caráter mais
TRANSCENDENTAL, ou seja, conduzir os homens no roteiro certo para concretizar a REFORMA ÍNTIMA.
Ele não somente deu o peixes aos homens, mas ensinou-os também a pescar, do mesmo modo que ele veio
"pescar" muitas almas que se achavam chafurdadas nas trevas da ignorância.

Jesus convocou os doze apóstolos e deu-lhes instruções (Lc 9:1-16) . Mas, no Evangelho segundo Lucas,
vemos que ele arrebanhou outros setenta discípulos (Lc 10:1-12), dando a todos a autoridade sobre os
Espíritos maus e o poder para realizar todos os tipos de cura, pois o Mestre conhecia o que reinava em seus
corações, sabendo de antemão que eles eram aptos para a tarefa.

Como ponto de partida, Jesus fez-lhes um discurso de advertência (Lc 10: 2-11), demonstrando o caráter do
seu coração extremoso:

1. "Dirigi-vos às ovelhas desgarradas da casa de Israel", pois o Mestre em sua sabedoria sabia que o tempo
para a conversão dos gentios também se avizinhava.

2. "Amai os alquebrantados da alma, despertai aqueles que dormitam no desinteresse, dai de graça o que de
graça recebestes", pois o Reino dos Céus conquista-se com as boas obras. Os dons que Deus nos concede são
expressão da Sua excelsa vontade.
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3. "Se forem "bem recebidos nas cidades, saudai-as, se não, esquecei-as", (e não se envolvam em suas
vibrações impuras), pois a fé não pode ser imposta, mas conquistada."

4. "Sacudir o pó das alpercatas" é não conservar mágoa.

5. "Sede prudentes como as serpentes e sem malícia como as pombas."

Jesus asseverou que os missionários seriam perseguidos, mas que nunca estariam desamparados do Pai.

Não existe discípulo superior ao Mestre, basta que o discípulo tome o Mestre como paradigma.

Não se preocupar com o reconhecimento alheio, com a estima do mundo, pois o reino de Deus não tem
aparências exteriores - é realidade insofismável e concreta. Que esperar do julgamento humano para nós
quando o próprio Jesus foi crucificado? O destaque terreno é fugaz ou então desaparece nos contornos
históricos. Só a bondade vive sempre na lembrança.

Fala abertamente e sem medo, pois não há nada encoberto que não venha a ser revelado; "dizei-o à luz do
dia".

Não temer a morte do corpo, mas aquilo que corrompe a alma como os maus sentimentos e as iniqüidades.

Não vim trazer a paz, mas a espada.

Jesus não oferecia a paz da comodidade, mas o instrumento de aperfeiçoamento no conhecimento, na


caridade e no burilamento do Espírito através dos esforços nobres. Ele oferece uma batalha sem sangue, mas
com suor e lágrimas, a batalha do aperfeiçoamento, pois nenhuma idéia nova se estabelece sem lutas (ESE,
cap. XXlII, itens 12 e 16).

REFORMA ÍNTIMA

Jesus sabia que os seus ensinamentos não se expandiriam nem frutifícariam pacificamente, por causa da
dureza dos corações humanos. Desta forma, até hoje, irmãos empunham armas contra irmãos por não
professarem as mesmas idéias e sentimentos, esquecidos do legítimo ideal de amor ao próximo.

Finalmente, Jesus assevera que é preciso renunciar a si mesmo, com sublimidade, para segui-lo, isso com o
significado de colocar os elevados propósitos da Vida Maior acima dos mesquinhos e acanhados interesses
mundanos.

E CONCLUI:

"Quem vos recebe, a mim me recebe, e quem me recebe, recebe ao que me enviou.

Quem for caridoso é meu discípulo e jamais perderá o seu galardão".

Em resumo, Jesus recomendou o testemunho e a dignidade, a perseverança e a caridade, enfim, a fidelidade


aos desígnios de Deus, nosso Pai Celestial.

Jesus conclama a todos para que tenham SENSO DE RESPONSABILIDADE perante o próximo, pois, só
assim "A FRATERNIDADE SE TORNA OBRA DE FÉ".

BIBLIOGRAFIA

CAMINHO, VERDADE E VIDA - Emmanuel - lições 22, 104, 137 e 103


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FONTE VIVA - Emmanuel-lição 153

PAI NOSSO - Emmanuel- lições 44 e 7l

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel, pág. 20

O REDENTOR - Edgard Armond - caps. 17,18 e 31

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti - cap. X

QUESTIONÁRIO

1) De quantos membros era composto o colegiado de Jesus?Quais eram?

2) Qual o significado da ação de Jesus ao convocar apóstolos?

3) Que expressões usou Jesus quando se defrontou com Natanael, um de seus futuros apóstolos?

4) Qual era a profissão da maioria dos apóstolos? Que função exercia Mateus (Levi)?

5) O que significa o dizer de Jesus: "Sede prudentes como a serpente e mansos como a pomba?

6) Cite três das recomendações de Jesus aos discípulos.

7) O que significa não vim trazer a paz, mas a espada?

11ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE I

1 - PARTE A - INTRODUÇÃO

É DA LEI DIVINA que recebemos da vida o que oferecemos. Bens e males praticados reverterão fatalmente
em luzes ou sombras em nosso caminho, flores ou espinhos em nossos dias.

Jesus veio justamente mostrar o CAMINHO aos que Ele amava, ensinando a VERDADE da Lei do Pai para
que o homem sozinho, pelos seus esforços, conquiste a VIDA eterna.

Iniciava-se assim o Sermão do Monte, no qual Jesus compôs, com a simplicidade da sabedoria autêntica e
com a profundidade da verdade revelada, uma síntese das leis morais que regem a evolução humana.

O Sermão do Monte, também conhecido por Sermão da Montanha ou Sermão das Bem-Aventuranças, foi
pronunciado na fralda de um monte, em Cafarnaum, dirigido a todas as pessoas que seguiam Jesus.

Nele, Jesus com a simplicidade da sua sabedoria faz UMA SÍNTESE DAS LEIS MORAIS QUE REGEM A
HUMANIDADE.

Nele, o Mestre acena à Humanidade com as mais consoladoras promessas, dando a todos a certeza de que
ninguém existe por acaso, e que a Providência divina preside à superior destinação do homem, atendendo as
nossas necessidades mais imediatas e porvindouras.

Sermão significa discurso moralizante, evangélico, prédica com proposições positivas para o bem viver.
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Bem-aventurança - recompensa no Reino dos Céus. No sentido popular, sermão ganha um atributo de
censura, em virtude da sistemática radical de certas religiões.

O "Sermão do Monte", um ponto fundamental do Evangelho, encerra o substrato dos ensinamentos


redentores de Jesus, resumindo o estatuto moral da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, possibilitando a
conduta pessoal evangélica através de uma conscientização analítica e perseverante. É A CARTA MAGNA
DO TESTAMENTO DE AM0R ENTRE OS HOMENS E DEUS, na intimidade das relações do homem com o
seu semelhante.

Para melhor compreensão, os teólogos dividiram o discurso evangélico em duas partes:

1 - BEM-AVENTURANÇAS (Mt 5:1-12): Jesus fala aos corações mais sofridos pela vida de resgates,
consolando para que não se desesperem, jorrando esperanças nos umbrais da vida.

Doentes do corpo e do espírito, sofredores, angustiados e aflitos descortinavam um novo caminho de esforço
com vistas à redenção.

Três Bem-aventuranças declaram que os infelizes se preparam para receber a bênção do Reino dos Céus,
através do burilamento pela dor.

As outras se referem à atitude moral do homem destacando a importância da REFORMA ÍNTIMA, na


erradicação do mal e cultivo das virtudes.

A essência desses ensinamentos é que pela humildade, pelo altruísmo, pela dor, pela renúncia, pela justiça,
pela caridade, pelo saber com misericórdia, o HOMEM ERIGE DENTRO DE SI MESMO O REINO DE
DEUS.

Em seu curto e sublime Messianato na Terra, Jesus exemplifica suas palavras por todos os tempos.

Pelo reconhecimento e desintegração dos defeitos pela prática das virtudes; pela sublimação das dores, o
homem renova-se, elevando-se em círculos cada vez mais amplos, ao ideal harmônico da Sabedoria e Amor.

As Bem-aventuranças são fundamentadas nas leis naturais de Deus, com aplicações em todos os nossos
momentos de reflexão e fé.

A DOR, NÃO É, POIS, UM CASTIGO DE DEUS - E' OPORTUNIDADE BENDITA DE RESGATE.

2 - O CUMPRIMENTO DA LEI E DOS PROFETAS (MT 5:17 A 7:29)

Ao afirmar que não veio revogar a lei e as palavras dos profetas, mas cumpri-las , Jesus sancionou-as e
expandiu seus horizontes, mostrando o caminho da espiritualização do homem: "O Reino do Céu é UMA
CONQUISTA, onde a justiça convive com a misericórdia, o saber e o amor".

LEI a que Jesus se referiu são os Dez Mandamentos trazidos por Moisés. As Leis Transitórias seriam
rechaçadas.

PROFETAS é tudo o que veio através dos profetas (predições, ensinamentos ou advertências).

Esta segunda parte é como um desdobramento das Bem-aventuranças, como alcançá-las. E também o traço
de união entre o Antigo e o Novo testamento, onde a ANTIGA LEI DE JUSTIÇA. É CONSAGRADA NO
ENVOLVIMENTO DO AMOR.

Na Lei Divina, nem "um til se omite", mas junta-se à razão o amor e à fé a razão, para consolidação da
igualdade e da fraternidade com a boa vontade e respeito mútuo entre os homens.
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Justiça, amor ao próximo, humildade, perdão, respeito, caridade, oração, mansidão, o prejuízo da ansiosa
solicitude pela vida, o juízo temerário, o bem e o mal, o verdadeiro discípulo, a casa sobre a rocha -
resumem a razão de bem piver no ensino maior de Jesus: "SEDE PERFEITOS, COMO É PERFEITO vosso
PAI QUE ESTA NOS CÉUS" (Mt 5:48).

Para entendermos as Bem-aventuranças, temos que ter a noção da PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS.

Jesus nesse sermão não falou somente aos homens, discípulos ou não, de sua época, MAS A TODOS os
ESPÍRITOS ETERNOS E DESENCARNADOS NA TERRA.

No Sermão do Monte, Jesus ensina a progressão evolutiva dos Espíritos, dando a cada um segundo suas
obras (Lei de Causa e Efeito), e não faz simples promessas de gozos futuros.

As Bem-aventuranças são os gozos celestes a que fazem juz os bons por sua conduta na Terra, quando
cumprem os Mandamentos de Deus.

O seu percurso representa a REFORMA ÍNTIMA do Espírito. De Espírito imperfeito onde predomina a
matéria sobre o Espírito, passa para Espírito Bom e posteriormente para Espírito Puro, onde a matéria já
nada representa.

Essa Reforma Íntima, o Espírito faz percorrendo os diferentes mundos (Primitivo, Expiação e Provas,
Mundos Felizes e Mundos Celestiais). À medida que o Espírito completou a sua evolução no anterior, passa
para um mais adiantado.

As virtudes recompensadas por Jesus, pelas obras da almas, crescem de um ponto mínimo até um máximo,
quando efetivamente FARÃO JUZ AO REINO DOS CÉUS.

CONCLUSÃO - As Bem-aventuranças mostram o caminho evolutivo das almas, através dos milênios,
conquistando seus próprios valores na busca da luz e recebendo, como disse Jesus, suas recompensas,
segundo suas obras.

"Pedro de Camargo (Vinícius) sobre o Sermão do Monte, disse em "Em Busca do Mestre":

"Se por uma fatalidade se houvessem extraviados e perdidos todas as referências e relatos acerca da palavra
messiânica, restando apenas esse discurso com que Jesus iniciou suas prédicas, seria tal documento o
bastante para tornar imperecível a sua memória e a sua doutrina, tal a sabedoria dos conceitos que encerra".
Vinícius chama este discurso de "Carta Magna" das palavras de Jesus. Igualmente Gandhi disse: "Se toda a
literatura espiritual da Humanidade perecesse, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria
perdido".

O Sermão do Monte é realmente a alma do Evangelho e nele encontram-se ensinamentos tão atuais, que
parecem ditos pelos Espíritos HOJE, dentro da nova visão do Cristianismo redivivo. Disseram os Espíritos
que não vieram subverter a religião, mas "confirmá-la, sancioná-la através de provas irrecusáveis. E como é
chegado o tempo de substituir a linguagem figurada, falam sem alegorias, dando às coisas um sentido claro e
preciso que não possa ser objeto de nenhuma falsa interpretação" (LE, perg.1010a).

2 - PARTE B - AS BEM-AVENTURANÇAS DO BURILAMENTO PELA DOR

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS

Jesus iniciou por esta as Bem-aventuranças.


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"Pobres de Espírito" são os humildes, os modestos, os bondosos os quais colocam os deveres da fraternidade
acima de tudo. É a correta designação dos Espíritos que já compreendem as leis divinas e se esforçam por
obedecer a elas.

Humildade, no dizer de Santo Agostinho, significa "os que não são cheios de si". É a mais elevada das
virtudes da criatura que reconhece o primado dos desígnios divinos como Lei Natural, e com eles harmoniza
seu livre-arbítrio, na colaboracão com o Eterno.

A humildade não pode ser avaliada sob o ponto de vista econômico.

"O caminho dessa realização sublime, em nós, é o reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo e a
consciência plena de que tudo pertence a Deus, o Senhor Supremo que somos chamados a servir; acatando-
lhe a vontade nas circunstâncias da vida e respeitando-lhe a obra da criação - seja na pessoa do semelhante,
no animal, na árvore, na flor; no fruto, no inseto, na paisagem que nos cerca.

Somente assim estaremos em condições de ingressar no Reino.

Onde o encontraremos? Na Terra, transformada em paraíso, quando o Mal houver sido definitivamente
derrotado? Ou se localizará em distante constelação? Será em plano de matéria densa, ou em etéreas regiões
espirituais?

NADA DISSO ! "O REINO DOS CÉUS - DIZ JESUS - ESTÁ DENTRO DE NÓS.

Compete-nos, pois, localizá-lo em nosso universo interior, essa gloriosa edificação que poderíamos definir
como o estado de harmonia perfeita, de inefável tranqüilidade, de sintonia plena com as fontes de Vida !

Por que a humildade é indispensável?

A resposta é simples: para ingressar nesse estado de graça é preciso ser livre e, por estranho se afigure,
somente o homem humilde desfruta de liberdade plena."

"O homem humilde também alimenta aspirações. Afinal, eles representam a mola propulsora do progresso
humano. Mas distingue-se pelo fato de não se apegar, reconhecendo que o mais importante é definir e
cumprir os desígnios divinos, sintetizados na aspiração maior - SERVIR A DEUS !

POR ISSO DESFRUTA DE LIBERDADE PLENA PARA CONSTRUIR o REINO EM SEU CORAÇÃO."

"A humildade, cumpre notar, é apanágio que distingue os grandes, os fortes e iluminados, pois aqueles que
chegaram a tais condições são os que palmilharam o roteiro traçado pela excelsa virtude, porque em tal
importa o segredo da ascensão das almas. Por isso, o sábio Educador da Galiléia focalizou esse tema,
ensinando-o e exemplificando de vários modos. O seu nascimento no estábulo em Belém, tendo por berço a
manjedoura, ali então em desuso; sua convivência com os párias, miseráveis, doentes e estropiados; a atitude
de servo que assumiu, cingindo-se com toalha e lavando os pés de seus discípulos; e, finalmente, sucumbindo
justiçado no madeiro infamante, ladeado por ladrões, constituem preceitos edificantes de humildade
apresentados pela forma mais eloqüente, que é a do exemplo.

Se meditarmos sobre as demais bem-aventuranças, que se seguem à primeira, verificamos que se acham
todas na dependência DESTA. Isto quer dizer, que sem humildade jamais conquistaremos não só as outras
virtudes, como estados de vida mais espiritualizados e felizes, justificando-se deste modo a assertiva do
Mestre: porque deles, isto é, dos humildes, ou pobres de espírito, é o reino dos céus."

Por muitas vezes Jesus atestou que somente a humildade e a caridade são a chave para a paz do Espírito,
para o Reino do Céu.
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Até mesmo na hora da última ceia, ele deu seu testemunho de que humildade é a dignidade da simplicidade
(ao lavar os pés dos discípulos).

Todo mérito requer trabalho, esforço, e todo aprendizado tem seu começo: QUEM QUISER SER o
PRIMEIRO, SEJA PRIMEIRO O SERVO.

A HUMILDADE É A BASE DA REFORMA ÍNTIMA, SEM CONQUISTÁ-LA NÃO ASCENDEREMOS ÀS


OUTRAS BEM-AVENTURANÇAS, O ORGULHO NOS ATRAVANCARIA O CAMINHO.

Obs.: Ler o O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), cap. VII, itens 1,2 e 6.

BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA, PORQUE SERÃO FARTOS.

Na Bíblia Católica e na Protestante esta é a quarta Bem-aventuranças, Mt 5:6

Para entendermos esta Bem-aventurança, temos que primeiro entender o que é justiça.

JUSTIÇA é a virtude de dar a cada um o que é seu. É o equilíbrio do bom senso. É Julgar com a melhor
consciência.

A Justiça, portanto, consiste no respeito aos direitos de cada um (LE, perg. 875).

Ela está inserida no Mandamento de Jesus; "Amar ao próximo como a si mesmo", "O amor e a caridade são
o complemento da lei de Justiça", porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos
que nos fosse feito tal é o sentido das palavras de Jesus amai-vos uns aos outros, como irmãos" (LE, perg.
886).

Aí entendemos Jesus quando sintetizou os Dez Mandamentos em dois apenas: "AMAR A DEUS SOBRE
TODAS AS COISAS E AO PRÓXIM0 COM0 A SI MESM0".

Aqui está inserido tudo o que Ele espera dos homens; MAS VEM0S QUE:

A Justiça da Terra é falha; ignora as causas profundas que levaram alguém a cometer uma falta; por isso
Julga superficialmente.

Vemos no dia-a-dia uma série de iniqüidades, defrontando-nos com uma justiça defectível e parcial; e muitos
que aguardavam justiça por uma causa justa, defrontam-se apenas com o desencanto.

O homem se sente injustiçado, marginalizado e desamparado. Em vão, ele espera que a justiça lhe seja
propícia, mas vê que os interesses humanos prevalecem e ele passa a vida sequioso de desfrutar dessa
justiça, que jamais o beneficia.

Sofre incompreensões, seus apelos ecoam no vazio, e é quando ele vai aprender (no sofrimento) que existe
uma outra justiça, que não falha, que é indefectível e apela por ela.

A Justiça Divina é perfeita, imparcial, eqüitativa e Justa, por isso, ela recompensa, no Plano Espiritual, os
que sofrerem injustiças na Terra, os que suportaram tudo com paciência e resignação, que não se
revoltaram, porque já conheciam a LEI DE CAUSA E EFEITO, já sabiam que "a cada um é dado segundo
suas obras". Daí, se sofre injustiça, certamente foi injusto.

Os injustiçados serão bem-aventurados, porém, os que se tornaram instrumentos das injustiças defrontar-se-
ão com duros revezes espirituais, ao desencarnarem (Lei de ação e reação) .

EMBORA POSSAMOS ILUDIR A JUSTIÇA TERRENA, É IMPOSSÍVEL ILUDIR A JUSTIÇA DIVINA.


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Aqueles que experimentam injustiças na Terra, têm fome e sede de justiça nos Planos Espirituais, por isso, a
promessa de Jesus é ampla e irrestrita: serão chamados de Bem-aventurados e serão fartos de uma Justiça
diferente, uma Justiça equilibrada e argamassada nas Leis de Amor.

O homem inteligente, filho de Deus que é, ESPELHA-SE SEMPRE NA JUSTIÇA DIVINA, POIS É
IMPOSSÍVEL ILUDIR A JUSTIÇA DIVINA.

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS

Na Bíblia Católica esta é a 3ª Bem-aventurança, Mt 5: 5; e na Bíbilia protestante é a 2ª, Mt 5:4.

Sendo a Terra um planeta de expiação e provas implicando na idéia de resgate de faltas passadas e
presentes, cometidas em encarnações anteriores ou nesta, com o objetivo de reajustar a alma humana aos
desígnios da justiça divina, vamos entender que:

"As expiações representam resgates de crimes e de outros desvios, cometidos no mundo, em vidas passadas e,
de uma forma geral, se traduzem em dores e prantos.

Ninguém sofre sem uma causa anterior. Em outras palavras, comumente o sofrimento é o efeito de uma
causa, e se a causa não está na presente existência, certamente estará numa existência anterior . É a eterna e
sábia Lei de ação e reação.

Deus não se compraz com o sofrimento de seus filhos, porém só sofrendo na carne o que fez um seu irmão
sofrer, é que vai fazê-lo aprender a lição. Os atos de rebeldia e de obstinação na pratica do mal são as
origens das dores, das aflições e dos lamentos".

Assim é que o homem, através das lágrimas do sofrimento vai lavar as manchas da sua consciência e
purificar o seu espírito.

Porém, tem que chorar resignadamente, sem revolta, suuperar os sofrimentos, porque já sabe que se sofre, é
porque errou.

"Por isso Jesus diz que são felizes os que choram, porque já iniciaram o resgate dos débitos anteriores; e,
embora a Terra lhes reserve lágrimas, suaves consolações os esperam no mundo espiritual, onde entrarão
libertos de remorsos, originados pelos maus atos praticados no pretérito."

"Entretanto, a promessa do Cristo é sempre válida e todos os que choram serão consolados, porque a dor
sem revolta redime. O homem depara-se com dois caminhos: a vereda do amor e a senda da dor. A ele cabe
escolher a que melhor lhe convém, pois ele desfruta do livre-arbítrio."

Não há, portanto, necessidade de sofrer para se evoluir.

PARA SER FELIZ SEM A DOR QUE RESGATA E RETEMPERA A ALMA, O HOMEM DEVE
COMPREENDER O BEM POR SUA PRÓPRIA SABEDORIA, DECORRENTE DE SEU LIVRE-ARBÍTRIO.
Deus não fez o mal, que é uma ofensa à Lei Natural. A dor não é um Castigo de Deus para punir os pecados.

Ela não é causa da evolução espiritual, embora propicie a evolução, como conseqüência ou efeito de um erro
no pretérito. O Homem não conseguindo fazer o bem sem errar, reajusta-se pelo sofrimento.

Obs.: Ler ESE, cap. V, item 1 a 10 e 12 a 13.

PROVAS
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Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente uma
expiação; às vezes é uma prova escolhida pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu
adiantamento. Um Espírito pode, portanto, já ter conquistado certo grau de adiantamento, mas querendo
avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa; e se sair vitorioso, será tanto mais recompensado, quanto
mais penosa tiver sido a luta.

A prova distingue-se da expiação, porque, por grandes que sejam as dores, ela é sofrida com resignação
cristã, sem revolta, pedindo forças a Deus para suportá-la sem reclamar (ESE, cap. V, item 9).

As provas têm por fim exercitar a inteligência, a paciência e a resignação. Uma pessoa pode nascer numa
posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-la a procurar os meios de vencer as dificuldades. O
mérito consiste em suportar sem murmurações as conseqüências dos males que não se podem evitar, em
perseverar na luta, em não se desesperar quando não se sai bem, e nunca deixar as coisas correrem
descontroladas. (ESE, cap. V, item 26.)

BIBLIOGRAFIA

A voz DO M0NTE - R. Simonetti

EM BUSCA DO MESTRE - 'Vinícius

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Godoy

EVANGELHO DOS HUMILDES - cap. V - Eliseu Rigonatti

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel

ESPÍRITO DA VERDADE -lição 39, 45 e 47 - Emmanuel

QUESTIONÁRIO

1) O que é Sermão do Monte e que outros nomes tem?

2) Que é Bem-Aventuranças? Em quantas partes se dividem as Bem-aventuranças

3) Quais são as Bem-aventuranças do burilamento pela dor?

4) O que significa Bem-aventurados os pobres de espírito?

5) Por que a humildade é indispensável?

6) Qual a diferença entre expiação e prova?

7) O que o homem deve fazer para ser feliz sem ter que sofrer?

12ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE II

1 - PARTE A - BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, OS MISERICORDIOSOS E OS PACIFICADORES.

BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, PORQUE HERDARÃO A TERRA

Na Bíblia Católica é a 2ª. Bem-aventurança, Mt 5:4; e na Bíblia Protestante é a 3ª., Mt 5: 5.


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Diz Eliseu Rigonati: "Conquanto pareça que os violentos sejam senhores da terra, um dia a violência será
banida da face de nosso planeta. À medida que os homens forem ficando esclarecidos à luz da fraternidade
universal, irão também desaparecendo os atos violentos que as nações praticam contra nações, e os
indivíduos contra indivíduos. Os rebeldes que não se submeterem às leis fraternas, serão desterrados para
mundos inferiores. E a Terra será possuída pelos mansos, isto é, pelos que não tentam violentar o próximo
nem por palavras nem por atos".(l)

"Por que herdar a Terra e não o céu? A Terra é um planeta de expiação e de prova, porém, após as grandes
transições que se operarão no mundo, possivelmente no Terceiro Miilênio, ela transformar-se-á num planeta
de regeneração. Sofrerá uma alteração em seu "status". Os rebeldes e obstinados não mais aqui nascerão.
Haverá mais estreita seleção para as reencarnações. Haverá menos lágrimas e menos dores. Enfim, a Terra
será um planeta onde imperará maior felicidade.

Os brandos e pacíficos herdarão a Terra, porque eles continuarão a viver nela, para o aperfeiçoamento do
seu processo evolutivo. Os rebeldes, os mais recalcitrantes, serão relegados para planetas menos evoluídos,
onde ainda prevalece o "choro e ranger de dentes", referidos por Jesus Cristo.

Os Espíritos não retrocedem em sua jornada evolutiva, entretanto, no caso da mudança de "status" de um
planeta, isso poderá ocorrer."(2) NOTA: Eles irão para um mundo solidário, num mesmo plano espiritual
que estava, então não são retrógradas.

"Tendo chegado tal tempo, uma grande emigração se realiza neste momento entre os que a habitam; aqueles
que praticam o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não atinge, não sendo mais dignos da Terra
transformada, dela serão excluídos, porque eles lhe trariam novamente perturbações e confusão, e seriam um
obstáculo ao progresso" (GE, cap. XVIII).

"Herdar a Terra não signifIca, naturalmente, que ela se tornará nossa propriedade, mas que viveremos aqui,
quando expulsas as forças do Mal, e nosso mundo deixar o estágio de planeta de expiação e provas (onde o
egoísmo predominante nos corações é o elemento forjador da miséria humana) e passar para a categoria de
planeta de regeneração, onde consciências despertas, em relação aos objetivos da existência, elegerão o
serviço no campo do Bem, a SEARA DIVINA, por supremo recurso de reabilitação e bem-estar."(3)

O homem estará então preparado para aqui na Terra mesmo, evoluída, galgar as próximas Bem-
aventuranças.

Já estamos vendo, agora, que as Bem-aventuranças são a gratificação que o Espírito recebe sempre que
galga mais um degrau na conquista da sua REFORMA ÍNTIMA.

Entendemos agora porque não fazemos nossa Reforma Íntima em uma encarnação apenas. Serão necessários
milhares de encarnações para que ela se solidifique.

VIVER EM UM MUNDO DE REGENERAÇÃO, DE PAZ E DE MISERICÓRDIA, ONDE TODOS SE AMAM


E SE RESPEITAM É A SATISFAÇÃO DOS MELHORES ANSEIOS E SENTIMENTO DO HOMEM.

Obs.: Ler ESE, cap. IX

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE TERÃO MISERICÓRDIA

Na Bíblia Católica e na Protestante é a 5ª. Bem-aventurança; em ambas é Mt 5:7.

A justiça é a lei com rigor, a misericórdia é a lei com amor. Misericordioso é aquele que se compadece da
miséria alheia, aquele que esquece seu egoísmo e pensa no próximo.
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Ser misericordioso é sentir o coração pulsar de piedade para com os irmãos tocados pela necessidade e pelo
sofrimento, é ser compassivo, amigo, tolerante.

A misericórdia, porém, deve ser uma virtude ativa. Apenas o desprendimento de si mesmos, em doações de
trabalho e interesse pelo próximo acumula valores imperecíveis que rendem felicidade sempre.

A misericórdia com humildade está na compreensão das ofensas, que se julga receber, conscientes de que
também se precisa de misericórdia para os próprios erros.

O perdão é o esquecimento pela compreensão.

Os misericordiosos alcançarão misericórdia, porque aquilo mesmo que fizermos aos outros, isso mesmo
receberemos.

Espíritos em começo de evolução que somos, ainda muito sujeitos a erros, de que maneira mereceríamos a
misericórdia divina, senão pela misericórdia que usarmos para com nosso próximo?

Na parábola do Bom Samaritano (Lc 10:25-37), tanto o levita como o sacerdote não tiveram compaixão do
homem que jazia moribundo à margem da estrada. Entretannto, SOMENTE O SAMARITANO usou de
misericórdia com ele.

Ele não se limitou a sentir o drama daquele sofredor, mas socorreu-o do modo mais amplo possível,
IGUALANDO-SE AO MESTRE.

Obs.: Ler ESE, cap. X.

BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES, PORQUE SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS

Na Bíblia Católica e na Protestante é a 7ª. Bem-aventurança.

Já somos humildes.

Já aprendemos a confiar na justiça divina.

Já aprendemos a chorar com resignação.

Já aprendemos a ser mansos.

Já aprendemos a ser misericordiosos.

Já eliminamos praticamente nossos inferioridades, estamos então preparados para vivenciarmos as outras
Bem-aventuranças, aquelas que os Espíritos que venceram o egoísmo poderão conquistar.

PACIFICAR É TRAZER A PAZ

PACIFICADOR é aquele que tem a PAZ dentro de si, podendo então dá-la para outro. É o pacifista ativo,
que luta para implantar a paz, a concórdia, a união no mundo.

Aqui não se fala da paz conquistada pela espada, pelas guerras, pelas bombas.

O verdadeiro pacificador, de quem fala Jesus, é aquele que se impõe pela moral elevada, fazendo prevalecer
a força da justiça, asserenando a alma dos homens e conduzindo-a a reflexões íntimas para vencer por si
mesmo .
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Este pacificador é manso e pacífico, não pactua com a violência que leva ao desequilíbrio.

DEUS REINA EM TUDO E SUAS LEIS REGULAM O EQUILÍBRIO UNIVERSAL.

Pacificar é missão divina .

Mahatma Gandhi, famoso líder indiano, fez com que a paz e a liberdade fossem conseguidas pela sua Pátria,
empregando apenas uma arma por ele preconizada: a não violência. Com um jejum dobra as nações. (2)

João Paulo II, sem dúvida é um pacificador, pois deixa o conforto do seu palácio e parte para todos os
cantos do planeta, levando seu apoio aos oprimidos, promovendo a conciliação, a concórdia e a paz entre as
nações. Sempre em nome de Jesus, não se acovarda perante os poderosos, ateus, mexendo nas feridas que
afligem o seu povo oprimido.

Michael Gorbachov, outro pacificador, que fez com que a Guerra Fria entre o Oriente e o Ocidente
implodisse.

Cai o Muro de Berlim, cai a Cortina de Ferro, sem se saber como, são criaturas que têm a paz nos seus
corações e a levam NATURALMENTE aos que estão à sua volta.

Somente aquele que é justo, resignado, manso, misericordioso, puro de coração e pacificador; aproximando
suas virtudes das virtudes celestiais tem condições de ser chamado Filho de Deus, tornando-se responsável
pela administração do Universo, como membro da Família Divina. Estas qualificações crísticas conferem à
alma o direito de representar o Pai em qualquer lugar do Universo, pois onde estiver estará fazendo a
vontade do Pai. (3)

Obs.: Ler ESE, cap. IX.


2 - PARTE B - BEM-AVENTURADOS OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTiÇA, OS LIMPOS DE
CORAÇÃO E QUANDO VOS INJURIAREM E PERSEGUIREM POR CAUSA DE JESUS

BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR AMOR À JUSTIÇA, PORQUE DELES É O


REINO DE DEUS

Tanto na Bíblia Católica como na Protestante é a 8ª. Bem-aventurança, Mt 5: 10.

Nesta Bem-aventurança, Jesus refere-se aos idealistas que ousam enfrentar as limitações e preconceitos de
sua época.

''As nobres idéias que fazem com que a humanidade avance espiritual, moral, política e materialmente,
encontram acérrimos opositores, que se esforçam por esmagá-las. E no mundo, formam-se castas que se
aproveitam de suas prerrogativas, tiram o máximo proveito de seus poderes e não admitem a mais leve
mudança no regime que as mantém e favorece." (1)

Nesta Bem-aventurança "os que sofrem perseguições por amor à Jústiça ... ", Jesus refere-se aos idealistas
que, enfrentando as limitações e preconceitos de sua época, são atacados, caluniados, encarcerados e até
mortos (lutam e padecem pela Justiça na defesa dos próprios direitos e dos direitos dos outros, para que seja
ela implantada na Terra ou no Universo).

Mas ficam na história como os precursores de tempos novos, de benéficas modificações e de valores das
conquistas na ciência, na religião, na arte e nas leis .

Alexandre Soljenitsen ao denunciar a opressão e o abuso de poder no seu país, enfrentou humilhações,
culminando por ser banido da Rússia, mas sua bravura abriu caminho para outros contestadores que por
certo terminaram por acabar com o sufocante comunismo russo.
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Abraham Lincoln teve a coragem de decretar a abolição da escravatura, lutando pelos direitos humanos, e
foi morto por um sulista fanático.

Giordano Bruno por tentar provar na sua época que a Terra girava em torno do Sol, veio a ser condenado
pela Igreja e morto.

John Huss também foi condenado à morte, porque contestou dogmas absurdos da Igreja, na sua época.

Forçoso reconhecer, entretanto, que se todos aqueles que lutam por reformulações sociais, que trabalham
pelo progresso humano, são candidatos ao Reino dos Céus, nele entrarão apenas os heróis maiores, mais
autênticos, os que têm humildade. Isto o próprio Cristo o demonstrou ao situá-la, na primeira Bem-
aventurança, como senha indispensável. (4)

O verdadeiro reformador é aquele que jamais desce à agressividade, reconhecendo que nenhum ideal nobre
se realizará em plenitude sob orientação da violência, e que jamais as forças do Bem se corporificação na
Terra senão através daqueles que se disponham a agir com bondade. (4)

"O grande exemplo é o próprio Cristo, que poderia assumir a condição de Rei Todo-Poderoso e dominar
nações, impondo sua vontade. No entanto, preferiu as palhas da manjedoura, na condição de humilde
descendente de um carpinteiro, a fim de mais diretamente falar ao coração humano, consciente de que a
maior de todas as revoluções, a única capaz de transformar a Terra num paraíso, está na mobilização plena
da criatura humana em favor da causa do Bem." (4)

BEM-AVENTURADOS OS LIMPOS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS

Tanto na Bíblia Católica como na Protestante é a 6ª.Bem-aventurança, Mt 5:8.

"Deus é mente Criadora, a Consciência Cósmica que contruiu o Universo e sustenta a Vida. Estamos
mergulhados em seu seio, segundo André Luiz, como peixes num oceano. Tanto mais próximos estaremos
dEle quanto maior a nossa capacidade de nos ligarmos aos valores espirituais, já que Deus é Espírito e em
Espírito deve ser adorado, conforme ensina Jesus." (4)

"O homem deve viver como homem e o espírito como Espírito, mas se o homem souber que é um Espírito
encarnado, romperá as barreiras do esquecimento do passado e, com certeza, também se preocupará com
sua vida futura de Espírito, como seu Espírito preocupou-se antes de encarnar com sua vida de homem,
hoje." (3)

"Esta introdução serve para mostrar que existe uma relação muito estreita entre as duas fases da vida
humana, a espiritual, invisível, e a CORPÓREA, visível. De modo geral esta percepção das realidades
espirituais é muito lenta, pois cresce com as aquisições morais e de sabedoria das almas. Vai desde a vaga
intuição de Deus, sem compreendê-lo (LE, perg. 101), entre os Espíritos Imperfeitos, até chegar à Sua
compreensão, entre os espíritos Bons, de segunda ordem (LE, perg. l07), e daí ampliarem-se cada vez mais
estas percepções das coisas espirituais, até se chegar à visão de Deus (LE, perg. 113). (3)

"Allan Kardec diz que a "visão de Deus não é privilégio senão das almas mais purificadas", e também que ao
deixar o envoltório terrestre poucas possuem o grau de desmaterialização para isso necessário. Faz uma
comparação interessante: "Quem estiver no fundo de um vale, imerso numa bruma espessa, não vê o sol;
entretanto, pela luz difusa, avalia a presença do sol. Se escala a montanha, à medida que sobe, a névoa se
esclarece, a luz torna-se cada vez mais viva, porém ainda ele não vê o sol. Não é senão depois que o
observador se elevou completamente acima da camada brumosa, que, ao se encontrar no ar perfeitamente
puro, ele o vê em todo o seu esplendor. Assim acontece com a alma."
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O Espírito não se purifica senão com vagar, e as diversas encarnações são os alambiques em cujo fundo ele
deixa, de cada vez, algumas de suas impurezas.

"Diz Santo Agostinho: "Concede-se aos limpos de coração a faculdade de ver a Deus, pois têm puro o olho
com que se contemplam as coisas celestiais" e, ainda, "muito insensatos são os que buscam a Deus com os
olhos do corpo, sabendo que somente se O pode ver com os olhos do coração. Assim está escrito em outro
lugar: "Buscai o Senhor com sensibilidade do coração. Um coração limpo é um coração sensível, e como é
necessário ter são os olhos do corpo para ver a luz natural, assim não pode ver a Deus, se não tiver
purificado aquele que pode percebê-Lo." (2)

Limpos de coração são aqueles que são isentos de qualquer sentimento impuro. Sem sombra de dúvida, todos
nós alcançaremos este estado, porém, por isso, é imperioso viver milhares de vidas, neste e em outros
mundos, através da escalada dos séculos, a exemplo do que fez Jesus e outros Espíritos da sua hierarquia,
pois, segundo o Evangelho de João: "antes do mundo ser, ELE JÁ ERA".

Assim, entendemos que a alma só ingressa no Reino dos Espíritos Puros depois de se libertar da matéria e
somente aí poderá ver efetivamente a Deus. A qualificação destes Espíritos está muito acima daqueles que
vivem encarnações em mundos felizes ou de regeneração espalhados no Universo.

A respeito dessa Bem-aventurança, lembra-se que a expressão "verão a Deus" é figurada, não se deve
entendê-la materialmente.

João, Apóstolo e Evangelista, ensina-nos (Jo 1: 18) que "Ninguém jamais viu a Deus", até mesmo porque
Deus não tem uma forma, como estamos condicionados a pensar, sempre que se fala em "ver com os olhos do
corpo".

Obs.: Ler ESE, cap. VIII, itens 1 a 4.

BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS, QUANDO VOS INJURIAREM E VOS PERSEGUIREM E, MENTINDO,


DISSEREM TODO MAL CONTRA VÓS POR MINHA CAUSA.

Na Bíblia Católica e na Protestante é a 9ª. Bem-aventurança, Mt 5: 11-12.

"Estas beatitudes reportam-se ao testemunho que todo discípulo deve dar no momento oportuno, quando
chamado para tal. A razão da passagem do Messias por este mundo, sob forma humana, obedece à
necessidade de testemunhar as doutrinas de seu Messiado. Ele poderia agir no Além somente, como agiu
antes de seu nascimento, e continua agindo após o drama do Gólgota, na obra ingente da redenção humana,
mas achou indispensável exemplificar ao vivo a sua palavra de vida eterna." (5)

"A doutrina de Jesus veio estabelecer na Terra as bases definitivas em que as relações e as instituições
humanas se apoiarão. É, pois, natural que tenha de destruir tudo quanto não se conforme com ela. Acontece,
porém, que os interessados em ofuscar a luz acendida por Jesus, são muitos e poderosos e, como não lhes
convém seguir a lei divina, perseguem impiedosamente os colaboradores sinceros do Mestre." (1)

"Em todas as épocas da Humanidade, sempre prevaleceram a mentira e os interesses de grupos e de pessoas.
Muitos missionários foram perseguidos, caluniados e chamados hereges, outros foram apedrejados ou
queimados vivos, tudo por sustentarem as verdades contidas nos Evangelhos." (2)

"ASSIM CUMPRE QUE FAÇA O CRISTÃO. Toda perseguição, todos os pecados, todas as injustiças que,
acaso, venha a suportar constituem provas a serem enfrentadas. Da maneira como o discípulo portar-se em
tais conjunturas depende SUA EVOLUÇÃO, SUA VITÓRIA MORAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PESSOAL no
que respeita ao triunfo da Doutrina no seio da humanidade." (5)
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"Todos os que padeceram essas injúrias e perseguições serão chamados BEM-AVENTURADOS, pois, tudo
sofreram em nome da verdade, objetivando fazer com que ela se manifeste a todos os homens."

Após dizer que bem-aventurado será aquele que sofrer injúrias e perseguições, e que com mentira disserem
contra ele muitas coisas malévolas, devido a seguir as idéias cristãs, o Mestre Jesus proclamou:

"EXULTAI E ALEGRAI-VOS, PORQUE É GRANDE VOSSO GALARDÃO NOS CÉUS, POIS ASSIM
PERSEGUIRAM OS PROFETAS QUE VIVERAM ANTES DE VÓS" (MT, 5:12)

As Escrituras nos dão conta dos sofrimentos, perseguições e injustiças pelas quais passaram os antigos
Profetas. Muitos deles foram até mortos, simplesmente porque apregoavam a verdade ou enfrentaram os
poderosos da Terra.

Por isso, decorrido algum tempo, quando pela última vez chegou Jesus Cristo a Jerusalém, com o coração
amargurado pela incompreensão dos homens e pelo endurecimento em aceitar as suas palavras de vida
eterna, ele contemplou a cidade e, cheio de angústia, exclamou:

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados quantas vezes quis eu
reunir os teus fílhos, assim como uma galinha ajunta debaixo de suas asas os pintainhos, e tu não quiseste.
Eis que será deixada deserta a vossa casa" (Mt 23:37-38).

Mas, as perseguições e mortes não abrangeram apenas os profetas e os grandes enviados. Mesmo após a
crucificação de Jesus, elas continuaram e muitos missionários e apóstolos sofreram rudes perseguições por
discordarem dos poderosos da Terra ou por apregoarem o verdadeiro sentido das palavras do Cristo, isso
em todos os tempos e em todos os povos.

Com destaque pode-se salientar João Batista, Paulo de Tarso, Estêvão, Tiago Maior, os cristãos, os
apóstolos de Jesus e os milhares e milhares de vítimas da chamada Santa Inquisição, os quais sofreram rudes
e persistentes perseguições e torturas, por discordarem das mentiras que deturpavam os Evangelhos.

A Doutrina Espírita, que representa o advento do ESPÍRITO DE VERDADE, do CONSOLADOR tem por
objetivo básico subtrair dos ensinamentos evangélicos o véu de penumbra, que há cerca de vinte séculos vem
empanando o seu brilho, também tem-se defrontado com opositores sistemáticos, que não admitem que os
ensinamentos ministrados pelos Espíritos venham a destronar os velhos conceitos sustentados por homens
apegados às tradições e preconceitos, fanáticos; por isso, muitos dos seus porta -vozes têm sofrido críticas e
ataques de todos os matizes.

RECEBER O GALARDÃO NO CÉU, SIGNIFICA A RECOMPENSA POR MISSÕES OU TAREFAS


DESEMPENHADAS NA TERRA. É A GLORIFICAÇÃO DO ESPÍRITO POR TER CUMPRIDO A VONTADE
DE DEUS E TER DESEMPENHADO UMA TAREFA DIGNIFICANTE NO PLANO TERRENO.

Receber o galardão no Céu não é uma concessão para viver num estado de inércia e de descanso eterno, pois
a felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa, o que seria uma eterna
e fastidiosa inutilidade; mas é viver num plano de trabalho, de realizações, envidando esforços no sentido de
atingir mas é viver num plano de trabalho, a perfeição espiritual, peculiar aos Espíritos puros.
ORDENS

CLASSES

MUNDOS

BEM-AVENTURANÇA

ESPÍRITOS
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PUROS

1ª. PUROS

MUNDOS
CELESTES
OU DIVINOS

Bem-aventurados os injustiçados e perseguidos.


Bem-aventurados os limpos de coração...

ESPÍRITOS
BONS
2ª. SUPERIORES

MUNDOS

FELIZES
Bem-aventurados os perseguidos por Amor à justiça.
3ª. PRUDENTES Bem-aventurados os pacificadores
4ª. SÁBIOS
5ª. BENÉVOLOS

MUNDOS DE

REGENERAÇÃO
Bem-aventurados os misericordiosos
7ª. NEUTROS* Bem-aventurados os mansos

ESPÍRITOS

IMPERFEITOS
6ª. BATEDORES* MUNDOS DE EXPIAÇÃO E PROVAS Bem-aventurados os que
choram...
8ª. PSEUDO-SÁBIOS* Bem-aventurados os que tem fome...
9ª. LEVIANOS Bem-aventurados os humildes
10ª. IMPUROS MUNDOS PRIMITIVOS Não há Bem-aventuranças

CRIAÇÃO:

SIMPLES E
IGNORANTES REINOS INFERIORES FORMAÇÃO DOS MUNDOS
ANIMAL
VEGETAL

PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS PROGRESSÃO DOS MUNDOS

* CONSOLADOR
* JESUS
* MOISÉS
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3 - CONCLUSÃO

Analisando este gráfico, vemos que os Espíritos nascem simples e ignorantes e vão evoluindo, passando a
imperfeitos, bons e puros.

Ao mesmo tempo que os Espíritos vão evoluindo, os Mundos também vão. O Espírito é imperfeito quando
está num Mundo Primitivo. Os dois evoluem conjuntamente. Se o Espírito não evoluir junto com o planeta,
ele será afastado (Capelinos).

Vemos também que à medida que o Espírito evolui junto com o planeta, na sua evolução de vai conquistando
as Bem -aventuranças.

Vemos, então, que três Bem-aventuranças são conquistadas num Mundo de Expiação e Provas, que é um
Mundo regido pela Lei de Ação e Reação, onde há sofrimento ainda. O Espírito quer justiça e chora; quando
ele aprende a esperar pela justiça divina e a chorar resignadamente, ele se torna manso, passando então a
habitar um Mundo de Regeneração, o que vai acontecer agora com a Terra. Os inconformados e os que
fazem justiça com as próprias mãos serão expulsos.

E o Espírito conquistando a mansuetude pode ser então misericordioso com o seu próximo, fazendo, assim, a
sua regeneracão. Haverá sofrimento ainda, mas em menor escala.

Evoluindo mais, quando ele já se regenerou passará para Mundos Felizes, onde não haverá sofrimento. Os
Espíritos irão então reencarnar em missão em Mundos de Expiação e Provas para ajudar a evolução destes
mundos.

São os Pacíficos e os que sofrem Perseguição por amor à justiça, para que a justiça se instale nesses
Mundos.

Ficam nos Mundos Felizes até que se tornem Puros, e passem a habitar os Mundos Celestiais, tornando-se,
assim, Espíritos co-criadores do Universo, auxiliando os Espíritos de hierarquias mais elevadas.

Vimos então que há uma relação entre a evolução

dos Espíritos

dos Mundos e

Bem -aventuranças.

BIBLIOGRAFIA

(1) EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

(2) OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Godoy

(3) REFLEXÕES SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Durval Ciamponi

(4) A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

(5) EM BUSCA DO MESTRE - Vinícius

OBRAS DE SANTO AGOSTINHO - (Tratados Morais - Sermão da Montanha)

QUESTIONÁRIO
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1) O que significa no dizer de Jesus "Os mansos herdarão a Terra?"

2) O que significa ser pacificador?

3) Quem são os perseguidos pelo amor à justiça?

4) Os cristãos de hoje também são perseguidos?

5) Quem são os limpos de coração?

6) Que significa "ver a Deus", é possível?

7) Nós chegaremos um dia a viver no Reino dos Céus? Quando?

13ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE III

1 - PARTE A - VÓS SOIS O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO

E terminando de enumerar as suas Bem-aventuranças, Jesus dirige-se aos que as ouvem e lhes diz com
ênfase:

VÓS SOIS O SAL DA TERRA (Mt 5:13)

"Singular analogia. Contudo profundamente sábia. O sal é o condimento por excelência, usado na arte
culinária para temperar alimentos. Temperar é equilíbrio, é harmonizar os manjares com o paladar. Esse é o
papel que compete aos discípulos do Mestre na sociedade: funcionar como elemento equilibrador,
temperando todos os excessos. Equilíbrio é harmonia, e harmonia é felicidade" (Vinícius - "Em Busca do
Mestre" - pág. 8).

Por tudo o que representa, o Evangelho é de aplicação indispensável para dar sabor à existência, tornando-a
saudável e feliz. Sem ele a vida fica insípida, monótona, sem atrativos, tediosa e complicada, ainda que as
circunstâncias sejam as mais favoráveis, ainda que a aparência seja magnífica.

Uma casa pode ser ampla, moderna, confortável. Se o Evangelho não estiver nela, prevalecerão
desentendimentos, mágoas, convertendo-a em túmulo das melhores aspirações de felicidade.

Uma civilização pode ser rica, possuir tecnologia avançada, cultura admirável, produção ótima. Sem
Evangelho serão disseminadas a prepotência e a ambição, dissolução dos costumes e a irresponsabilidade
minando seus valores morais e determinando sua decadência e morte.

"Uma religião poderá atrair multidões com ritos e rezas, cerimônias e pompas, cantos e promessas, magias e
superstições, tão ao gosto da mentalidade popular; mas impossibilitada por isso mesmo de assimilar o
Evangelho, que pede acima de tudo simplicidade, ficará presa ao imediatismo dos interesses efêmeros ou à
rotina das exterioridades, desventurando-se e perdendo ma função fundamental de condutora de almas de
Deus" (A Voz do Monte - Richard Simonetti - pág. 57).

O cunho característico do sal é a incompatibilidade. Nada o altera, nada o contamina, jamais deteriora. Não
permanece inativo; age sempre. Não se oculta, é uma revelação permanente. Jamais assimila impurezas:
antes transmite seu poder purificador. Sai ileso de todas as provas; não macula ainda que imerso na
imundície. Sua missão é precisa, distinta, inconfundível. No exercício dessa função está seu valor
incomparável.
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ASSIM DEVERÁ SER O DISCÍPULO DE JESUS PERANTE O MUNDO: Tal como o Sal deve entrar em
todos os lugares, aglr sempre e continuar puro.

TODOS OS SEUS APOSTOLOS FORAM.

"Tal a razão de ser da profunda e sábia semelhança usada pelo Divino Mestre" (Vinícius - Em Busca do
Mestre (pág. 8).

VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO (Mt 5:14-16) Disse também Jesus, pois ele compara seus SEGUIDORES à
luz que AFUGENTA AS TREVAS. O Cristianismo com seus valores morais elevados, com seu empenho pela
construção do Reino de Deus, fatalmente se destacaria na História, da mesma forma que é impossível deixar
de ver uma cidade sobre a montanha: se está claro, nota-se perfeitamente o contorno de seus edifícios; se
escurece, suas luzes destacam-se.

Individualizando a figura do cristão, Jesus oferece a sugestiva imagem da candeia. Ninguém acende uma
candeia para colocá-la escondida sob o alqueire. (Aqui a palavra "alqueire" não é a nossa unidade de
medida de superfície agrária. Mas, antiga vasilha de metal para medir produtos secos (trigo, arroz, etc...)
equivalente hoje a 36,27 litros). A luz deve estar no velador (um tripé alto usado para suporte), para que
ilumine o ambiente. Em linguagem atual: não se acende uma lâmpada dentro de uma vasilha fechada. Para
cumprir sua função, ela deve estar em destaque.

O mesmo acontece ao Evangelho. É A LUZ QUE ILUMINA, QUE DÁ SIGNIFICADO A VIDA E A


VALORIZA, mas, se o homem procura em suas lições apenas conforto e bem-estar para si, sem compreender
seu apelo maior convocando-o à Fraternidade, então, sua claridade ficará aprisionada no vaso do egoísmo e
de nada valerá, pois, apesar de detê-la continuará na escuridão das próprias mazelas (A Voz do Monte - R.
Simonetti - pág. 61).

A função da luz é iluminar o ambiente onde ela se acende. Assim, a LUZ DA ESCOLA CRISTÃ, iluminando o
interior dos Espíritos que a recebem, deve refletir-se no exterior; mediante a conduta e ações desses
Espíritos.

E desse modo se explicam os dizeres do texto: "que a possa luz", isto é, o que aprendeste de mim
"resplandeça diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos
céus. (Mt, 5:16).

Será, portanto, através das boas obras, dignas e retas, justas e amoráveis, que se presta a Deus a verdadeira
homenagem, rendendo-lhe o culto racional que Ele, como Criador, espera de Suas criaturas.

Devemos expandir a luz do Evangelho, que está em nós, não podemos ser avaros, ocultando-a do próximo.

Paulo é um exemplo de Luz do Mundo. Obs.: Ler ESE, cap. XIV itens 1 a 7.
2 - PARTE B - NÃO VIM ABOLIR A LEI. RECONCILIA-TE COM TEU ADVERSÁRIO. O ADULTÉRIO. O
ESCÂNDALO. O JURAMENTO.

NAO VIM ABOLIR A LEI (Mt 5: 17)

"NÃO JULGUEIS QUE VIM DESTRUIR A LEI E OS PROFETAS, MAS SIM CUMPRIR".

Jesus afirma que não veio eliminar, extinguir, a Lei de Moisés (base do Judaísmo) e o ensino orientador dos
Profetas; mas veio para dar-lhes o verdadeiro sentido.

Após afirmar que todos os sofredores em reajuste, que se tornarem pacíficos, humildes, misericordiosos,
mansos e justos, encontrariam as Bem-aventuranças, isto é, a verdadeira paz de espírito, Jesus esclareceu
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que não vinha mudar a lei do Sinai que Moisés dera aos judeus, nem os ensinos tradicionais dos profetas.
Antes, Ele veio para cumprir na sua essência, dar o verdadeiro sentido e ampliar no Amor.

Perdão, justiça, amor e caridade em discernimento e responsabilidade, são os fundamentos verdadeiros do


cumprimento da Lei. O entendimento e o alcance prático desses ensinamentos advêm com a construção da
evolução espiritual.

QUEM CUMPRE A LEI É LIVRE, NÃO VIVE PARA RESGATE; E SIM, PARA AQUISIÇÕES
INALIENÁVEIS DO ESPÍRITO.

Em sua íntegra, o SERMÃO DO MONTE É UM ENSINO E UM CONVITE a REFORMA ÍNTIMA, pelo


conhecimento da Lei e de si mesmo, na conseqüente renovação mental. Kardec incluiu nos capítulos das
Bem-aventuranças (ESE) todo o desdobrar desses ensinos.

As leis humanas são de responsabilidade transitória, por serem disciplinadoras e adequadas a um estágio
progressivo; as leis morais naturais são imutáveis, porque traduzem o equilíbrio harmônico do universo
espiritual; pelo seu caráter divino destinam-se a TODOS os TEMPOS, com interpretação segundo a
possibilidade dos povos e, principalmente, da consciência individual.

Em seguida, Jesus desdobra os seus ensinamentos para destacar que em TODA PARTE O CUMPRIMENTO
DA LEI É O AM0R (Romanos, 13:8-14) e que "ATÉ QUE O CÉU E A TERRA PASSEM (que surja a Nova
Era) NEM UM só TIL SE OMITIRÁ DA LEI"; e essa "NOVA" justiça é superior à "ANTIGA" apenas no
florescimento do amor que a envolve: JUSTIÇA com MIISERICÓRDIA.

E depois que Jesus disse o que esperava de nós e de confirmar que não mudaria o que Moisés e os Profetas
trouxeram, porque a Lei de Deus é uma só e imutável, passou a enumerar as deturpações que haviam sido
feitas nos ensinamentos de Moisés, mostrando categórico como deveriam ser.

Obs.: Ler ESE, cap. I itens 1 a 7.

RECONCILIA-TE COM TEU ADVERSÁRIO (Mt 5:23-26)

No desenvolvimento do Sermão do Monte, disse o Cristo:

+ Se alguém te bate na face direita, oferece-lhe também a esquerda (Mt 5:39).

+ Se alguém quiser tirar-te o vestido, dê-lhe também a capa (Mt 5:40).

+ Se alguém te obrigar a caminhar uma milha, caminha com ele mais uma milha (Mt 5:41).

Qual o mérito de alguém caminhar mais uma milha junto daquele que o obrigar a fazer um percurso dessa
extensão? Jesus recomendou que não se deve resistir ao mau com violência (ver Mt 5:39), o que significa que
deve-se sempre procurar uma solução pacífica para os problemas, pois, do contrário o mal jamais será
banido da Terra.

Caminhando com o desafeto uma milha adicional, pode-se tirar disso resultados altamente benéficos. Nessa
segunda milha, vendo a humildade e a tolerância demonstrada, o inimigo poderá dispor-se ao diálogo, e
desse diálogo poderá surgir uma amizade que representa uma ponte passível de serenar os ânimos e
equacionar a pendência, criando-se, assim, o ambiente propício para a reconciliação.

No tocante a essa necessidade, disse o Cristo em Mateus, 5:25-26: "Reconcilia-te depressa com teu
adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz,
e o juiz te entregue no oficial de justiça e te encerrem na prisão, de onde não sairás enquanto não pagardes o
último ceitil" (antiga moeda). Essas palavras do Mestre equivalem a dizer que há necessidade de
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reconciliação enquanto se estiver na Terra (percorrendo mais uma milha), pois, se assim não proceder,
danosas serão as conseqüências no além-túmulo, nas vidas futuras.

A advertência do Mestre, no entanto, objetiva fazer com que haja sempre o DIÁLOGO, no sentido de dirimir
as divergências e promover um entrelaçamento. Esse diálogo deve acontecer no ambiente terreno, enquanto
estão caminhando mais uma milha, a fim de dar o tempo necessário para a conversação, troca de idéias,
silenciando as rivalidades e, desta forma, promovendo a tão esperada e necessária reconciliação.

O Evangelho segundo Lucas registra um caso típico.

Quando Jesus foi crucificado, também foram justiçados a seu lado dois criminosos. Os dois estavam
imbuídos dos profundos sentimentos de revolta contra tudo e contra todos. Um deles, no entanto, passou a
observar tudo quanto acontecia com o Mestre e ponderou: "Estamos pagando um débito para com a
sociedade, um delito que cometemos, mas Jesus Cristo é inocente e nele não foi achado culpa alguma. Nós
fizemos o mal, mas ele apenas praticou o bem".

Refletindo sobre essa discrepância, ele, Dimas, foi acometido de profundo sentimento de remorso, por isso,
olhando para o Mestre disse: "Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino", merecendo a
resposta de Jesus: "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso".

É óbvio que ele, um Espírito imbuído de sentimentos impuros, não poderia acompanhar o Espírito de Jesus
no acesso aos Planos Celestiais, mas o SEU REMORSO ERA UMA PORTA ABERTA PARA A SUA
REDENÇÃO, que seria confirmada no decorrer das vidas sucessivas, através da lei da reencarnação.

Se ele não tivesse presenciado o drama do Calvário, do qual fez parte, certamente não teria tido a dádiva
daquela conversação. No entanto, presenciando-o, tudo quanto viu representou uma guinada em sua vida e
após a sua desencarnação o seu Espírito passaria a descortinar um novo horizonte. O fato representou uma
autêntica "segunda milha" em sua vida.

Quantas vezes o tempo se encarrega de demonstrar que alguém está errado, quando assume determinada
atitude? Quantas pessoas existem que atacam idéias renovadoras e depois acabam por aceitá-las? Quantos
não brigam, atacando-se mutuamente e depois se tornam defensores do mesmo ideal. Quantos homens que
hoje são inimigos figadais não se tornam amanhã amigos extremados? Tudo é questão de amadurecimento, e
de tempo, e foi no tocante a isso que o Mestre Nazareno recomendou a necessidade de caminhar a segunda
milha.

Os que assim não procederem, quando ultrapassarem os portais do túmulo, terão pela frente problemas dos
mais agudos.

A Justiça Divina recairá, pesadamente, sobre todos aqueles que não souberem perdoar e que repelirem todas
as possibilidades de reconciliação. Sofrimentos cruciais os assolarão, e neles permanecerão até que tenham
"pago o último ceitil".

Obs.: Ler ESE, cap. XII, itens 7 e 8.

O ADULTÉRIO (Mt 5:27-28 e 5:31-32)

Adultério quer dizer infidelidade conjugal, vem de adulterar que significa corromper, falsificar.

No Evangelho, quando se fala de adultério, o pensamento geral é logo dirigido à mulher. Analisando, porém,
o Levítico (Velho Testamento), no seu cap. 20, versículo 10, verifica-se que pelo ato de adultério mereciam
condenação tanto o homem quanto a mulher, que deveriam ser mortos por apedrejamento.
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A lei mosaica não aceitava tal prática, rigorosamente, e com o passar do tempo os homens foram se
acomodando, porque a sociedade era patriarcal e machista.

Jesus coroou a antiga lei com a pureza da intenção: "Qualquer um que cobiça a mulher do próximo, já
cometeu adultério no coração" (Mt 5 :28), ou seja, conspurcou seus próprios sentimentos.

Quem ama ao companheiro (a) e respeita a si mesmo não comete adultério, que é desamor e infidelidade a
um pacto firmado conscientemente, seja entre os dois ou perante a sociedade.

O pensamento guarda, na intenção, a base do estímulo da ação, que a vontade executa. A verdadeira pureza
começa nos sentimentos que alimentam o pensamento. Por isso, Jesus disse que o erro começa no coração.

Qualquer pensamento adulterado já está contaminado com delitos e incrimina a responsabilidade individual,
antes de a ação ser cometida; no ato mental ela já está iniciada.

Ainda assim, a não consumação consciente da má intenção traz alívio e equilibrio espirituais, indicando
novos campos de sublimação afetiva. É uma tentação vencida.

Obs.: Ler ESE, cap. VIII, itens 5 a 7.

O ESCÂNDALO (Mt 5 :29-30)

"Se a vossa mão é causa de escândalo, cortai-a." Figura essa bastante enérgica, e que seria absurda se não
constasse de um ensinamento de Jesus. O significado dessa sentença é que cada um deve DESTRUIR EM SI
toda causa de escândalo, extirpando do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Quer dizer
que para o homem mais vale ter cortada uma das mãos, antes de servir essa mão de instrumento para uma
ação má; ficar privado da vista, antes que lhe servirem os olhos para conceber ou alimentar maus
pensamentos. Jesus nada disse de absurdo para quem analisar o sentido alegórico de suas palavras.

Obs.: Ler ESE, cap. VIII, itens 11 a 17.

O JURAMENTO (Mt 5:33-37)

Perjuro é aquele que falta à fé jurada, isto é, aquilo que a criatura reconheceu como justo e verdadeiro, mas
não cumpre.

Mais do que cumprir o juramento, Jesus aconselha a não jurar por tudo aquilo que o homem não toma parte.
Não jurar pelo Céu ou por Deus, que estão além das criaturas; não jurar pelas próprias cabeças "porque
não podes tornar um cabelo branco ou preto". Antes, é preferível o domínio de si mesmo. "Seja o vosso falar:
sim, sim, não, não." O homem honrado tem uma só linguagem, seu exemplo é a garantia e o aval de sua
dignidade.

O "sim" é sempre agradável de ser ouvido, mas nem sempre é construtivo; o "não" aborrece, mas muitas
vezes é a legítima disciplina auxiliar.

A forma de falar, a expressão do sentimento que anima o ser, as ocasiões e oportunidades, representam o
conjunto da realidade que significa mais do que as próprias palavras.

BIBLIOGRAFIA

O NOVO TESTAMENTO, nas Bíblias

CRONICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy


PORTAL ESPIRITISMO ATIVO espiritismoativo.weebly.com

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

PARABOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel

EM BUSCA DO MESTRE - Vinícius

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Godoy

ESE (Procurar os assuntos no "Indice Geral alfabético - Remissivo")

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

QUESTIONÁRIO

1) Por que Jesus tomou o sal como base para o seu ensinamento?

2) Por que devemos procurar ser criaturas que buscam o aperfeiçoamento para se tornar mais uma luz no
mundo?

3) Como devemos interpretar a figura da colocação da candeia sobre o velador?

4-) Que parte das leis de Moisés Jesus não veio derrogar?

5) O que devemos compreender como ensinamento dos Profetas? Jesus veio confirmá-los?

6) Por que devemos caminhar uma segunda milha com o nosso adversário?

7) O adultério é condenável tanto no Decálogo, como em nossa vida prática. Por quê?

14ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE IV

1 - PARTE A - OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE. AMAI OS VOSSOS INIMIGOS.

OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE

Disseram os antigos, "OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE". Acrescenta Jesus: "Eu, porém, vos digo:
Não resistais ao mau, qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe a outra" (Mt 5: 38-39).

Todo Pensamento malévolo emite corrente fluídica de impressão penosa; todo Pensamento Benévolo
reconforta em agradável sintonia.

Nos tempos atuais, nem a lógica humana determinaria cobrar uma ofensa em "OLHO POR OLHO", pois a
reeducação moral civil já impõe um aprendizado de encarceramento com recomposição moral, embora, na
prática, ainda não tenha alcançado este ideal.

Num raciocínio caridoso, o perdão ativo, com energia renovadora, desarticula e desintegra a violência da
ofensa moral. Violência revidando violência, é como colocar lenha na fogueira. Somente o bem dissolve o
mal, modificando suas estruturas mentais.
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Não resistir ao mau, isto é, ao perverso, como ensina o Mestre, é não reagir na mesma faixa vibratória
negativa, mas é ter serenidade; não é ser indiferente, acomodado, liberando ódio e ressentimento, mas ser
manso de coração, ENÉRGICO e disciplinado no amor e na caridade.

Por toda a História da Civilização, encontra-se a violência querendo apagar a violência, muitas vezes até em
nome de Deus com as chamadas Guerras Santas; outras vezes, em nome de Cristo, sempre buscando
harmonias fictícias e hegemonias indevidas, pois todos os homens são iguais perante Deus.

O PERDÃO é a chave da resistência ao que é mau.

A idéia do atrito físico, de bater na face não desperta o sentido profundo dessa ilustração, nos corações
endurecidos.

Para o atrasado espiritualmente, esse ensinamento de Jesus é incoerente e covarde; para o cristão leal é
sabedoria e amor. O respeito próprio não é o que grita, exige e sacode a bandeira, mas a humildade,
compreensão e trabalho contínuos.

Toda violência, principalmente quando chega ao campo físico (mais rude e primária, portanto) já está com o
caos instalado no psicossoma. Uma simples alteração já modifiica todas as funções orgânicas,
principalmente o setor supra-renal, quanto mais o perispírito (tão sutil), no seu intercâmbio biopsíquico.

DA EMOÇÃO VIOLENTA À CÓLERA É UM PASSO, COMO REAGIR? Antes que o mal da violência se
instale por completo na mente, o único antídoto é uma PARADA para evitar resultados imprevisíveis e
condicionar pensamentos positivos de refazimento.

Somente a calma do adversário consegue atenuar o desequilíbrio do agressor, diz Emmanuel (em "Vinha de
Luz"). Aí está o sentido de oferecer a outra face.

A própria vida ensina: se alguém estiver zangado, nervoso e procura brigar com outro que consiga manter a
calma, muitos males serão evitados.

POR ISSO A SABEDORIA MANDA RESISTIR PRIMEIRO AO MAL QUE ESTÁ EM NÓS, PARA, DEPOIS
APRENDER A RESISTIR AO MAL DOS OFENSORES.

A justa e digna razão deve ser o fiel da balança entre dois contendores.

Em resumo, dar a outra face não é covardia, mas apelo aos bons sentimentos que se deve vislumbrar no
semelhante, e respeito a si próprio.

Isto, também, se chama Fraternidade. E Jesus foi mais além: "Se alguém quiser tirar-te o vestido, dá-lhe
também a capa; se te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas milhas e não DESVlES de quem quiser
que lhe emprestes algo"(Mt 5:40-42).

Quantas vezes alguém se sente roubado até nos sentimentos, explorado na sua boa fé e requisitado
indevidamente no abuso de seus bons sentimentos, sem que possa defender-se?

Essas situações encontram suas origens no passado remoto das vidas anteriores e somente a humildade, a
paciência e a tolerância amenizam um resgate que, de outra forma, seria mais penoso.

Jesus aqui já falava da Lei de Ação e Reação que aprenderíamos depois com o Consolador.

Obs.: Ler ESE, cap. XII, item 8.

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS (Mt 5:43-44)


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Nas prescrições morais e intelectuais do Levítico (19:18)) Moisés afirma que Javé mandou que não se
vingasse, nem se guardasse rancor entre os do seu povo: amassem o seu próximo como a si mesmo. Mas a
determinacão de Moisés era somente nas relacões entre os de sua raça.

Jesus ampliou a Fraternidade, fazendo-a sair dos círculos pequenos de amigos e parentes, nação e raça. Que
se faz de mais ao amar irmãos de sangue, de raça e de fé? É quase uma predisposição recíproca.

Bendizer as que nos maldizem, fazer o bem a quem nos odeia, orar por quem nos calunia (Lc 6:27-28), é
obrigacão honrosa e meritória.

Quando o Espírito se esclarece nas cogitações das suas relações mentais, ele compreende que o amor dos
amigos aquece sua alma, mas floreia seus erros para suavizá-las com suas indulgências e tolerâncias, e que
os adversários estão firmes para reavivar as feridas, ressaltar as deficiências, não nos deixando acomodar
com as doenças da alma.

Jesus exemplificou, doando infinita piedade aos seus perseguidores.

Esses chamados inimigos são, muitas vezes, credores diferentes de uma vida passada.

Se amar é caridade, amar aos desafetos é caridade com misericórdia.

O espiritualista, e em particular, o espírita, não vê a vida por uma faceta só.

Quando tem noção e sentido de eternidade ou atemporalidade, o Espírito exige rigor em seu aprendizado,
sabe que colherá o que plantar no seu campo espiritual, e que, sobretudo, se a misericórdia do Pai cai sobre
o justo e o injusto, algo existe que está acima da sua compreensão, mas que fala ao seu coração.

Amar ao inimigo se resume, antes de tudo, EM PERDOAR. Jesus, na realidade, está nos falando da Lei de
Ação e Reação.

"Geralmente nos equivocamos quanto ao sentido da palavra "amor" contida no "Amai os vossos inimigos".
Jesus não pretendia que se deve ter pelo inimigo a mesma ternura que se tem por um irmão ou por um amigo.
Não se pode ter confiança naquele que se sabe que nos quer mal. Não se pode ter a mesma satisfação ao
encontrar um inimigo, que se tem com um amigo.

Esse sentimento resulta de uma lei física: o da assimilação e repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo
emite uma corrente fluídica que causa penosa impressão; e o pensamento benévolo envolve-nos num eflúvio
agradável. Daí a diferença de sensações que se experimenta à aproximação de um inimigo ou de um amigo.

Amar aos inimigos não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural. Mas, é não lhes ter ódio, nem
rancor, ou desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e incondicionalmente pelo mal que nos
fizeram. E não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos
em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhe a mão prestativa em caso de
necessidade. E abster-nos, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los"(ESE, cap. XII, item 3).

Obs.: Ler ESE, cap. XII, itens 1 a 6.

BIBLIOGRAFIA

O NOVO TESTAMENTO, nas Bíblias

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy


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ESE (Procurar os assuntos no "Índice Geral Alfabético - Remissivo")

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

EM BUSCA DO MESTRE - Vinícius

OS QUATRO SERMÕES DO MONTE - Paulo Alves Godoy

PARABOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel .

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti


2 - PARTE B - SEDE PERFEITOS.

SEDE PERFEITOS COM0 VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS (Mt 5 :48)

O Senhor da vida deu às criaturas as potencialidades da SABEDORIA E DO AMOR.

Essas potencialidades se desenvolvem nas infinitas oportunidades reencarnatórias e manifestações


existenciais.

Como Deus possui a perfeição absoluta, não se pode tomar ao pé da letra a recomendação de Jesus; mas a
criatura se relaciona com o Criador tomando-o como modelo para a perfeição relativa, cujas características
se resumem na caridade e ressaltam na sabedoria e no amor.

Assevera Kardec: "O verdadeiro homem de bem é aquele que executa a lei de justiça, amor e caridade na
maior pureza .. , ausculta a consciência sobre seus atos", para saber se não violou a lei, se não cometeu o
mal, e mais, se fez todo o bem, que pôde, se é útil e sobretudo se fez aos outros o que queria que lhe fizessem
(ESE, cap. XVII item 3).

O homem de bem tem fé em Deus e, por isso mesmo, é justo e sábio; reconhece as dificuldades da vida como
degraus de aprendizagem e progresso.

Pensar nos outros antes que em si é seu estandarte. Sua aparência, sua vivência, suas amizades, seu
trabalho, sua postura, sua alimentação, são ornamentos dos caracteres da sua personalidade.

Seu magnetismo áurico é simpático e natural; é exigente na sua reforma Íntima e benevolente com as
incompreensões humanas. Sua autoridade moral é espontânea na coletividade em que vive.

O homem bom respeita a si mesmo e aos semelhantes, é um "letreiro vivo" (O Espírito de Verdade, nº. 76).

O bom espiritista ao procurar, sinceramente, se tornar um homem de bem, deve ser perseverante na
renovação mental, sustentando-se nos princípios das leis morais e no conhecimento doutrinário que lhe
faculta uma percepção mais clara do que é o bem.

A meta do verdadeiro espiritista é a sua transformação moral através do seu esforço para diminuir as más
inclinações. "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz
para dominar suas más inclinações (ESE, cap. XVII, item 4).

O DEVER, que é a obrigação moral perante si mesmo e os outros; a VIRTUDE, como um conjunto
representativo do homem de bem, REPRESENTAM A BASE DO BOM ESPIRITISTA enquanto a dedicação e
a perseverança consciente são o seu apanágio.

Na verdade, conhece-se A ÁRVORE PELOS FRUTOS.


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Allan Kardec ensina que "O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de
raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus", e também: "o verdadeiro homem de bem
(que procura se aproximar da perfeição) É o QUE CUMPRE A LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR, DE
CARIDADE, NA SUA MAIOR PUREZA. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos a si mesmo
perguntará se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou
voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa de si, enfim, se fez a outrem
tudo aquilo que desejara para si" (ESE, cap. XVII, item 3).

"SER PERFEITO COMO PERFEITO É O PAI CELESTIAL", foi uma forma simples que Jesus apresentou
para que os homens procurassem adquirir virtudes santificantes que os aproximassem mais do Criador do
Universo e da vida.

Obs.: Ler ESE, cap. XVII, itens 1 a 4, e 10.

BIBLIOGRAFIA

O NOVO TESTAMENTO nas BíBlias

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo A . Godoy

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel .

ESE, cap. XVII

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

QUESTIONÁRIO

1) Como neutralizar a lei do "olho por olho, dente por dente"?

2) Que significa a recomendação de Jesus "Amai os vossos inimigos"?

3) Pode-se amar os inimigos como se ama os amigos? então, como proceder?

4) Por que Jesus nos recomendou ser perfeitos como o Pai Celestial? Como devemos entender isso, uma vez
que Deus é a perfeição absoluta?

5) Quais são os caracteres do homem de bem?

6) Qual a finalidade do nosso aprendizado no mundo?

7) Como reconhecer o verdadeiro espírita?

15ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE V

1 - PARTE A - "QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA" (Mt 6:3).
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Aqui Jesus expande a bem-aventurança da misericórdia e sintetiza que se deve fazer o bem sem ostentação.

Sabe-se que a caridade pode ser moral, mental e material.

A sintese dessas qualidades é a caridade cristã.

A beneficência requer modéstia, discernimento e ponderação, embora deva ser usada com abundância.

A modéstia cristã é aquela que não ofende, que serve com humildade, sem simulacro de recato. É importante
fazer o bem sem olhar a quem.

"Os que fazem o bem com ostentação já receberam a recompensa", disse Jesus (Mt 6:2-4). Realmente, a
publicidade da caridade tem o seu triste pagamento que se dissolve em poeira do tempo, num discutível
louvor efêmero dos homens.

O cristão aprende que a recompensa na Terra é transitória, enquanto o testemunho silencioso e cristalino de
suas boas ações é imortal perante as Claridades Divinas do Cristo de Deus.

Servir pelo prazer de ser útil traz o conforto imediato e intraduzível, é uma parte da recompensa divina com
que o Pai, prestimoso, envolve a Sua criatura.

Toda caridade envolve a moral que deve ser regida pela responsabilidade do livre-arbítrio e pela ética da
modéstia cristã, pois começa no pensamento cheio de boa vontade e desejo de ser útil aos semelhantes.

Ainda no Evangelho encontra-se o exemplo simples, mas completo, do óbolo da viúva (Lc 21:1-4).

A verdadeira caridade é a prática dos bons sentimentos.

É o vínculo da perfeição, afirma Paulo de Tarso (I Cor, 13:1-13).

TOdos os que exercem, a caridade são autênticos discípulos de Jesus Cristo, qualquer que seja o culto a que
pertençam, pois ela é uma necessidade da alma e na caridade se resume toda a moral dos ensinamentos do
Mestre (ESE, cap. XIII e XV).

A esmola ou óbolo é um pequeno donativo para pessoas carentes. A beneficência é o trabalho ou prática da
boa obra de forma ampliada. É o ato de fazer o bem com virtude.

Como não só de pão vive o homem, nem só é caridade a que se resume na esmola.

Caridade é consolar os tristes, confortar os que sofrem, encorajar os tíbios, perdoar aos que erram, ensinar
os que ignoram, levantar os que caem, suster os que tombam, amparar os que fraquejam.

Caridade é fazer justiça; é corrigir o defeito, é animar o tímido, é proteger o ousado, é exalçar a verdade, é
enobrecer o humilde, é semear a paz, é pugnar pelo bem, é estabelecer a concórdia, é servir o amor, é
esquecer agravos, é desculpar as faltas alheias e é, acima de tudo, adorar a Deus.

Caridade! Não há mais bela virtude. Nela se resumem todas as demais, porque todas dimanam dela, como
em nosso sistema solar toda luz irradia do Sol.

Existe caridade em adorar a Deus, porque Ele é a sede de toda a caridade. Se é caridade tudo o que se pense,
que se obre, que se deseje, que se peça em benefício do nosso semelhante, não é menos caridade a que se
tiver para conosco próprios. E amar a Deus é ter caridade para conosco.
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A caridade é o bálsamo que consola todas as dores; o manto que tapa toda a nudez; o auxilio que socorre
toda a miséria; o pão que mitiga toda a fome, a água que mata toda a sede, a luz que ilumina toda a treva; a
força que anima toda a fraqueza; o sentimento que penetra todos os corações; a riqueza que alcança todos os
pedintes.

Para o brilho da caridade nada há que faça sombra mas para ofuscar o do Sol, basta uma débil folha de
rosa, uma microscópica asa de inseto.

Foi por isso que Paulo de Tarso, em sua 1ª. Epístola aos Coríntios fez a apologia da caridade, demonstrando
de vários modos que ela é a mais excelsa de todas as virtudes. E Tiago Menor em sua Epístola Universal
afirmou que "A FÉ SEM CARIDADE É M0RTA" (Tg 2:17).

Obs.: Ler ESE, cap. XIII.

BIBLIOGRAFIA

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Godoy

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel .

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo ALVES Godoy

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

NO PAÍS DA LUZ - Fernando de Lacerda

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

2 - PARTE B - ORAR E VIGIAR. ORAÇÃO DOMINICAL. O JEJUM.

ORAR E VIGIAR (Mt 26:41; 6:5-8; Lc 22:46)

Continuando a respeito da intenção sincera, Jesus ensinou a ORAR E VIGIAR.

Ninguém consegue orar com sinceridade, quando está preocupado em afirmar sua religiosidade.

A concentração necessária para a elevação vibratória, de encontro às esferas santificantes do Mundo Maior,
requer recolhimento, individual ou coletivo, para que se possa colocar o melhor de cada um na oferenda ou
rogativa da prece, pois a forma nada vale, o pensamento tudo dirige.

Allan Kardec, no ESE (caps. XXVII e XXVIII), declara que os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula
absoluta de prece .. As que estão na Coletânea de Preces do ESE visam auxiliar a fixar as idéias,
principalmente nos momentos difíceis, mas recomenda a liberdade dos sentimentos no comando do
pensamento.

"O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando elas sejam partidas do coração e
não dos lábios apenas. Não impõe nenhuma, nem condena alguma" (ESE, cap. XXVIII, item 1).

O objetivo geral da prece é elevar nossa alma a Deus, à maneira que cada um encontra em seu coração;
entretanto, como a prece só tem valor pelo pensamento que a dirige, é condição essencial que ela seja
inteligível, espontânea e concisa. Cada palavra, cada frase deve ser entendida e sentida.

Por essa razão, Jesus recomendou o recolhimento a um aposento e orar ao Pai que está em oculto,
enfatizando ser desnecessária e vã repetição dos que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
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Em verdade, antes da oração, o Pai já sabe de que precisa a Sua criatura e bastam a humildade e a
confiança, transmitidas na prece para que a onisciência do Pai do Céu fortaleça e torne eficiente o
sentimento do homem, pois Deus sabe melhor que nós o que nos convém e não falta a quem O busque.

Devemos orar para estarmos em ligação com o Plano Maior e devemos vigiar para que os Espíritos
inferiores que vigiam nossos pensamentos não nos desviem do bem. Preces com sentimento, mental, de
coração a coração, poucas palavras ... Teremos assim uma prece eficaz que nos proporcionará uma
transfusão de forças sublimes.

ORAÇÃO DOMINICAL (Mt 6:9-15)

Tudo isso está incluído na oração que Jesus nos ensinou, de maneira clara e concisa, conhecida como "PAI
NOSSO" (ou "Oração Dominical").

Mostrando Deus como Pai de todos, ela resume todos os deveres do homem para com seu Criador, para
consigo mesmo e para com o próximo; é um ato de fé, de adoração e obediência, é uma rogativa da essência
da vida que só o Pai pode dar e um exercício de caridade.

"Conforme as circunstâncias e o tempo disponível, pode-se dizer essa oração simples ou desenvolvida" (ESE,
cap. XXVIII, item 2).

Não é recomendável desenvolvê-la em orações coletivas, entrecortadas de outras palavras, pois isso poderia
tirar sua concisão. As palavras do "Pai Nosso", como Jesus ensinou, são imantadas de luz pela sua repetição
através do tempo.

Procuremos, por agora, estudar o seu desenvolvimento:

ADORAÇÃO E LOUVOR

I - "Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome."

A saudação é suave e grandiosa. O Universo em harmonia testemunha a luz, o amor e a sabedoria de Deus.

"Cremos em vós Senhor, porque tudo nos revela o vosso poder e a vossa bondade. A harmonia do Universo é
a prova de uma sabedoria, de uma prudência e de uma previdência que ultrapassam todas as faculdades
humanas" (ESE, cap. XXVIII, item 3). Tudo e todos se inserem em suas leis divinas. Glorificar o senhor da
Vida é render graças e entregar-se ao seu amor.

OBEDIÊNCIA

II - "Venha a nós o vosso reino."

As leis físicas e morais, a harmonia universal, a paz e a justiça, onde o forte sustenta o fraco na cadeia de
evolução cósmica; o instinto, a inteligência, a razão e a pureza: tudo são estágios experimentais que se
intercomunicam e se encadeiam nos conduzindo pelos caminhos do pensamento e da ação, nos aguilhões da
dor e na bem-aventurança de servir ao próximo, amando o Pai. O reino de Deus é a perfeição, onde todos
são felizes.

III - "Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu."

Fazer a vontade de Deus é observar Suas Leis na consciência do conhecimento da Sua perfeição por todo o
Universo. Sua Augusta Vontade se traduz no Universo pelo Verbo criador.
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ROGATIVAS ESSENCIAIS

IV - "O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje."

O pão é considerado o alimento primário da vida. Em cada reino da natureza, a essência da vida necessita
do alimento físico, mas, sobretudo, do alimento espiritual que se traduz na bênção e suas necessidades
prementes com que Deus envolve Suas criaturas em todos os estágios da escala evolutiva.

O esforço, para a razão e dignidade do homem, recebe o nome de TRABALHO e o uso de sua inteligência
dilata seu raciocinio, convidando-o a prover suas necessidades e seu bem-estar; seja no trabalho material,
seja no intelectual.

Diz a sabedora popular: "DEUS AJUDA A QUEM TRABALHA". Tudo no Universo é dinâmico e é através
do movimento vibracional que se desenvolve o Espirito, no intercâmbio com os benfeitores em busca do pão
espiritual, isto é, "os meios de adquirir, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida física e espiritual, pois
ninguém tem o direito de reclamar o que lhe seja supérfluo" .

V - "Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores."

Toda infração é dívida contraída, seja leve, seja grave, que precisa ser resgatada, para a libertação.

Como reclamar clemência quem não perdoa ofensas ou sequer desculpa a ignorância? O auxílio divino está
em conformidade com os atos que praticamos para com o próximo.

O perdão dos nossos erros está relacionado ao nosso perdão às ofensas. Como clamar misericórdia, quando
se humilha a outros? o BOM SENSO "alerta para a reflexão e não deixa a morte surpreender com desejos de
vingança" em ressentimento.

Certamente o mérito do perdão é proporcional à gravidade do delito e não deve ficar na palavra. O
sentimento de indulgência é fundamental. Muitas vezes, também, o ressentimento que alimentamos nasceu de
uma frase que proferimos e ofendemos a alguém que revidou. Quem sabe aquilo que não se consegue
perdoar está na razão da própria imprevidência. Se usarmos de misericórdia para com os outros, Deus usará
de misericórdia para conosco.

O perdão completo e sincero é aquele que compreende o erro, mas é indulgente e misericordioso com o
semelhante, ESQUECENDO A OFENSA.

VI - "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal."

Não cair em tentação é resistir às sugestões dos Espíritos inferiores, através dos maus pensamentos que eles
inspiram.

"LIVRAI-NOS DO MAL" é uma rogativa para conhecer e desarticular nosso egoísmo, que materializa e vicia
nossas forças.

O mal é obra do espírito humano e, no confronto do desenvolvimento espiritual, ele tende a transubstanciar-
se e absorver-se no bem, através da escala evolutiva do amor.

"Livrai-nos do mal" é erradicar nossas deficiências, em legítima HIGIENE MENTAL.

VII - "Assim seja."

Tudo foi, é e será criado pela vontade do Pai.


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Rogamos ao Senhor a satisfação dos nossos desejos, mas reconhecemos sua onisciente sabedoria "e, em
todas as coisas, seja feita segundo a vossa santa vontade" (ESE - cap. XXVIII, item 3, subitem VII).

Se forem ditas poucas palavras, com toda a sinceridade, farão uma comunhão completa entre nós e Deus.

Jesus quando se dirigia a Deus, usava a expressão aramaica ABBA (termo familiar usado pelas crianças, que
significa 'Paizinho'). Com ESTA SIMPLES PALAVRA, ENVOLTA EM TERNURA E AMOR, OS DOIS SE
ENTRELAÇAVAM. IMITEMOS O MESTRE.

Obs.: Ler ESE, cap. XXVIII, itens 2 e 3.

O JEJUM (Mt 6:16-18)

"E quando jejuardes, não vos mostreis contristados."

O principal jejum para o cristão é o JEJUM ESPIRITUAL, DE PENSAMENTOS E AÇÕES.

É um ato disciplinar onde a meditação convoca à abstinência do mal, mesmo o jejum alimentar,
condicionado a limpeza orgânica, deve ser discreto.

O Jejum autopunição ou promocional, como no caso dos judeus que se vestiam com panos grosseiros e
atiravam cinzas às cabeças, apenas chama a atenção, mas nada acrescenta.

Não há motivo para contristações, e sim para serenidade e confiança nos nossos movimentos reflexivos.

Deus não quer sacrifícios inúteis, e sim que jejuemos no mal que praticamos.

BIBLIOGRAFIA

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Godoy

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel .

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

QUESTIONÁRIO

1) O que se deve entender das palavras de Jesus: "Que a vossa mão esquerda não saiba o que faz a direita"?

2) Que ensinamento se extrai da passagem evangélica sobre o óbolo da viúva?

3) É a prática da caridade essencial para a redenção do Espírito? Comente.

4) O que significa orar e vigiar?

5) Prescrevem os Espíritos alguma fórmula especial de prece? Por quê?

6) Que é prece? Que prece é conhecida como Oração Dominical?


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7) É o jejum material de alguma utilidade ou valor no quadro evolutivo da criatura? Tem ele alguma
conseqüência espiritual?

16ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE VI

1 - PARTE A - O VERDADEIRO TESOURO. NINGUÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES. A CANDEIA


DO CORPO.

O VERDADEIRO TESOURO (Mt 6:19-21)

Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e os ladrões roubam. "Ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, nem os ladrões roubam. PORQUE ONDE
ESTIVER VOSSO TESOURO, AÍ ESTARÁ o VOSSO CORAÇÃO.

A dedicação à conquista dos valores espirituais leva ao verdadeiro tesouro, inalienável edificação da
personalidade harmoniosa.

No último item, Jesus esclarece que nosso pensamento, está vinculado aos sentimentos, que podem nos tornar
escravos ou senhores de nós mesmos.

Obs.: Ler ESE, cap. XVI, itens 14 e 9.

NINGUÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES (Mt 6:24)

Está relacionado com o item anterior.

Ninguém pode servir a dois senhores, pois certamente se dedicará mais a um que a outro .

Muito menos se pode servir a Deus e ser escravo da riqueza.

A riqueza tem sua utilidade como: recurso para execuções de trabalhos com vistas ao progresso individual e
coletivo; provas e testemunhos da reforma íntima, num programa de altruísmo; é para ser usada e não
abusada; não é propriedade, mas usufruto nesta vida.

A desigualdade das riquezas comprova a oportunidade de aprendizado e se esclarece na pluralidade das


existências. A igualdade na criação desenvolve oportunidades equivalentes para honra ao mérito, através das
reencarnações.

A diversidade de caracteres e aptidões também tem sua influência no desequilibrio econômico, e se a pobreza
é prova de resignação e paciência, a riqueza requer testemunhos de caridade e altruísmo.

Em todos os momentos, o dinheiro deve ser usado com discernimento e bom senso; quem trabalha somente
para si mesmo, sem alcance sadio e profundo, amealhando tesouros sem praticar a caridade, é improfícuo
em espírito e verdade. É egoísta e avarento.

É importante granjear amigos sinceros através da riqueza do mundo, pois quando não a tiver mais, os
amigos solidários e fiéis estarão presentes.

O BOM EMPREGO DA FORTUNA é meta desta difícil prova; mas todo mérito paira acima da riqueza e da
pobreza.
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O desprendimento dos bens terrenos é relativo ao conhecimento e harmonia espirituais. Na realidade, o


homem é apenas ecônomo de tudo o que existe na Terra, sendo responsável por sua utilização.

Esse desapego não deve ser DESPREZO, mas sim CONSCIÊNCIA DE SUA IMPORTÂNCIA RELATIVA.

Hoje em dia, o patrimônio do Espírito é mais valorizado.

A ética dos valores já desponta renovada no horizonte espiritual; é o conhecimento das verdades eternas e a
fraternidade como base de lançamento do homem espiritual.

Devemos erradicar a AVAREZA; avareza é apego específico ao dinheiro e aos objetos materiais que
possuímos e resultado do egoísmo e da ambição. O avaro é monoideísta, fixado na sua idéia principal: o
dinheiro e a posse.

É uma verdadeira doença obsessora, e para conhecê-la melhor deve-se cuidar dos seus sintomas em
diferentes gradações. A importância exagerada que damos aos nossos pertences, a ponto de nos
desequilibrarmos na ansiedade, a mania de guardar indeterminadamente, mesmo sem uso; certas roupas ou
pertences pessoais, sem justificativa para não dá-los já caracteriza os primeiros degraus do avaro.

Uma vez identificada é preciso reagir e combatê-la, com sensatez e generosidade.

SENSATEZ - o indivíduo sensato é judicioso, age com cautela e sabedoria, pois é coerente com a lei natural.
Todo homem sensato é prudente, pensa cautelosamente nas conseqüências dos seus atos; sabe renunciar com
sublimação, quando é necessário; é previdente, mas não é ávido; utiliza seus talentos materiais e espirituais,
a serviço do bem comum.

GENEROSIDADE - é sempre acompanhada da beneficência. Um homem generoso é pródigo com seus


haveres, desapegado aos bens materiais, feliz com o bem que pode proporcionar a alguém, é filantropo. A
generosidade é inerente ao homem de bem, nasce das suas virtudes e desenvolve-se em conforto físico e
espiritual.

À medida em que formos evoluindo moralmente, sem percebermos, vamos aos poucos nos desligando dos
bens materiais, porque vamos dando a eles seu devido valor.

Usufruiremos deles, porém, estendendo os seus benefícios ti próximo.

Obs.: Sobre "Servir a Dois Senhores", 'Avareza", "Desprendimento dos Bens Terrenos" ler ESE, cap. XVI.

A CANDEIA DO CORPO (Mt 6:22-23)

"A CANDEIA DO CORPO SÃO OS OLHOS, SE TEUS OLHOS FOREM BONS, TODO O TEU CORPO
TERÁ LUZ"

Jesus não falou do olho físico, mas do olho espiritual, que traduz a vontade, a paciência, a benevolência; que
busca a luz, a beleza.

Uma chama clara da candeia reflete óleo puro, assim os olhos luminosos e bons refletem a pureza dos
sentimentos.

Um acontecimento visto por duas pessoas é interpretado de maneira diferente, dependendo dos seus
pensamentos e sentimentos, ou seja, do seu estado de espírito.
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Dependerá somente de nós, andamos na luz ou nas trevas. Segundo os videntes, as pessoas positivas tem uma
aura luminosa, suave, reconfortante - vestem-se de luz; as pessoas negativas - míopes espirituais, que vêem
tudo errado envenenam-se com seu próprio magnetismo deletério.

BIBLIOGRAFIA

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS- Paulo A Godoy

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel .

EM BUSCA DO MESTRE - Vinícius

O NOV0 TESTAMENTO, nas Bíblias

A VOZ DO MONTE - Richard Simonetti

EVANGELHO DOS HUMILDES - Eliseu Rigonatti

2 - PARTE B - A ANSIOSA SOLICITUDE PELA VIDA. BUSCA E ACHARÁS.

A ANSIOSA SOLICITUDE PELA VIDA (Mt 6:25-34; Lc 12:22-31)

A solicitude pela vida é uma qualidade da sensatez e faz parte da lei de conservação; entretanto, um cuidado
exagerado, a ansiosa solicitude, gerada por uma insegurança doentia, prejudica o homem, causando-lhe
aflições que poderiam ser erradicadas pela renovação mental.

As regras do trabalho para manter a vida com dignidade não se adaptam às funções, geralmente indevidas,
para alcançar o supérfluo.

Disse Jesus: "Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa?"

Quanto alimento se consome num certo tempo para que ele não se deteriore? Quantas roupas se pode vestir
em cada estação do ano? De que forma o homem se alimenta? De que maneira ele se veste?

"OLHAI AS AVES DO CÉU" (Mt 6:26)

As belas ilustrações literárias de Jesus são exemplos de profundidade na arte do bem viver espiritual.

Se o alimento físico mantém o corpo, o ALIMENTO DA ALMA É ETERNO. "Deus criou o homem sem roupa
e sem casa, mas deu-lhe inteligência para produzi-las" (ESE, cap. XXV, item 7).

As necessidades do corpo físico e do Espírito são intrínsecas; o trabalho, tanto físico como intelectual, é
função fundamental do homem.

Com o trabalho físico ou corpóreo, os membros não se atrofiam, os órgãos funcionam regularmente, com o
trabalho intelectual o homem desenvolve sua civilização no progresso social e moral.

Somos herdeiros de nós mesmos.

Busca e acharás, ajuda-te e o Céu te ajudará.


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Quando a ambição leva ao supérfluo, a Providência Divina abandona a criatura à sua própria sorte, isto é,
aos efeitos causados pela cobiça.

Quem tem muito mais que o necessário, é depositário de bens coletivos que deve saber administrar para o
bem comum (como a riqueza).

A educação moral do homem apenas vislumbra essa ética, pois sempre acha uma razão para mais alguma
coisa acumular.

Angústia e inquietude são começos de desequilíbrio, logo é preciso cautela.

A serenidade e a firmeza de caráter dão confiança e otimismo, fé e coragem.

As dificuldades da vida, em qualquer setor, sabe-se, faz parte do aprendizado do Espírito e sempre é bom
lembrar que o pessimismo crônico é vibração mental inferior, assim como otimismo exagerado é
inconseqüência.

Não se engane, não seja invigilante o homem, mas também não se inquiete, em espírito, com o futuro; haverá
momentos bons e maus na vida de todos, mas nossa atitude mental pode se tornar um escudo magnético de
defesa.

"Buscai primeiro o reino de Deus e sua Justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas", complementa o
Mestre (Mt 6:33; Lc 12:31).

Na maioria das vezes, o homem mistura o seu anseio de luz, sua pesquisa evolutiva, aos valores egocêntricos,
olvidando as leis gerais divinas. É preciso emergir de si mesmo, conhecendo e praticando a fraternidade, o
que só é possível na busca de experiência, na construção do Reino de Deus dentro de si próprio, no exercício
da Justiça social, que começa em nós e se expande no respeito ao próximo como a nós mesmos.

A evolução é o primeiro trabalho, em qualquer nível; a força de vontade, a coragem e o bom ânimo são
instrumentos propulsores do Espírito, mas a ansiedade é desperdício de energia.

SOMENTE NA CORAGEM DA BUSCA, CONQUISTAREMOS A VITÓRIA.

Obs.: Sobre o tema "Busca e Acharás" ler o cap. XXV de ESE.

BIBLIOGRAFIA

MANUAL PRÁTICO DO ESPÍRITA - Ney Prieto Peres

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo A Godoy

EM BUSCA DO MESTRE - Vinícius

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo Alves Gadoy

ESE - cap, XXV

O NOVO TESTAMENTO, nas Bíblias

QUESTIONÁRIO

1) Qual o verdadeiro tesouro? O que significa amealhar um tesouro nos Céus?


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2) O que signfica "não poder servir a dois senhores simultaneamente"?

3) Por que Jesus insistiu na necessidade de desapego dos bens terrenos?

4) Por que não devemos ser avaros?

5) Que são candeias do corpo? Comente sucintamente.

6) Comente sucintamente "Ansiosa Solicitude Pela Vida", em Mt 6:25-34.

7) Comente o ensino de Jesus "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas as demais
coisas vos serão dadas por acréscimo", Mt 6:33.

17ª. AULA
O SERMÃO DO MONTE VII

1 - PARTE A - SÓ DEUS PODE JULGAR. A RESPONSABILIDADE DA FÉ. PEDI E DAR-SE-VOS-Á.


ENTRAI PELA PORTA ESTREITA.

SÓ DEUS PODE JULGAR

"Não julgueis para que não sejais julgados" (Mt 7: 1).

À antiga lei Jesus acrescentou: "Com o mesmo critério com que julgardes, sereis julgados" (Mt 7:2).

Ninguém está apto a julgar o próximo, moralmente, pois além da falta de equilíbrio justo em si mesmo, e dos
desencontros com a própria consciência, a experiência da vida esclarece que após as lutas evolutivas e a
busca da harmonia piedosa, o discernimento lapidado do homem desenvolve a indulgência. Logo, quando ele
estiver em condições de julgar, não o faz por amor e respeito.

Como criticar destrutivamente e severamente o semelhante e encontrar desculpas para as deficiências


próprias?

É um juízo temerário, mas apontar o defeito dos outros é o vício mais antigo da Humanidade.

O melhor antídoto é evitar COMENTAR o MAL, o que não dispensa a reflexão interior. Não julgar para não
ser julgado, não significa aceitar e cumpliciar um erro, para evitar o nosso julgamento, encobrir delitos
também deles não nos absolve.

A tendência maior é a crítica de um defeito que não se tem mais, esquecendo-se de que outros ainda estão
ativos em nós.

Mais grave é quando as avaliações que fazemos dos outros são falseadas, exageradas ou dissimuladas
maldosamente.

Jesus nos disse: "Como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o cisco do teu olho e não vês a trave que está no
teu? (Mt 7:3-5). A censura, quando vista como exame crítico e não como condenação, deve ser revestida de
autoridade moral.

No episódio da mulher adúltera (Jo 8:1-11) , Jesus só declarou: "Aquele dentre vós que estiver sem pecado,
seja o primeiro que apedreje". Nem escribas, nem fariseus, nem jovens, nem velhos, tiveram coragem de
atirar a pedra.
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E Jesus teve a oportunidade de exemplificar os seus ensinos: "Ninguém te condenou" - Respondeu ela:
"Ninguém, Senhor". Então, disse Jesus: Nem eu, tampouco, te condenarei. Vá e não peques mais".

Com toda a sua autoridade moral, Jesus se absteve de julgar, e nós, na nossa inferioridade, estamos sempre
de dedo em riste, julgando o próximo.

Eis aí: SOMENTE A DEUS CABE o JULGAMENTO DA VIDA, (Ler: "As Estatuetas" em Espírito da
Verdade, lição 30.)

Obs.: Sobre o tema "Não Julgueis Para não Serdes Julgados" ler ESE, cap. X, itens 9 a 13.

A RESPONSABILIDADE DA FÉ

NÃO LANCE PÉROLAS AOS PORCOS (Mt 7:6).

Todos têm suas responsabilidades e suas necessidades, mas também as suas possibilidades.

Não adianta aprovar um aluno relapso; será pior para ele; não adianta impor a fé e a boa-vontade, seriam
mal interpretadas ou desvirtuadas.

Os ensinamentos divinos devem ser encarados com respeito.

Se os ensinamentos evangélicos são pérolas de luz que balsamizam os que sofrem e adornam os que querem a
reforma íntima, são rejeitados impacientemente pelos que se recusam a evoluir; pelo desconhecimento do seu
valor espiritual.

Devemos preparar o terreno para a semeadura. Daí a nossa responsabilidade em não impor a fé. Para que
aqueles que não estão preparados para dar, não a desmoralizem.

PEDI E DAR-SE-VOS-Á (Mt 7:7-12)

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe, o que
busca, acha e a quem bate, abrir-se-lhe-á" (Mt 7:7-8).

"Qual dentre vós é o homem que, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra?" "Se vós que sois maus, sabeis
dar coisas boas aos NOSSOS filhos, quanto mais vosso Pai que está nos Céus dará boas coisas aos que lhe
pedirem". (Mt 7:9-11).

Confiar em Deus, na Sua Misericórdia para com as criaturas, é a conclamação do Mestre. Ficar esperando
que "caia do céu" e acomodar-se às dificuldades e sofrimentos sem luta renovada, é covardia, é negligência e
ociosidade.

Deus já dá tudo de que o homem necessita para desenvolver sua inteligência, inclusive as oportunidades de
reencarnação e auxílio dos benfeitores espirituais.

É mister o esforço, o trabalho profícuo individual e coletivo para o mérito dessa conquista de valores.
Trabalha e progredirás, ensinam os Espíritos. O homem é filho de suas obras.

Como medida de equilíbrio, na busca da paz fraterna, Jesus cita uma regra áurea: "Fazer ao próximo o que
queres que te façam" (Mt 7:12; Lc 6:31).

Emmanuel ("Palavras da Vida Eterna", lição 66) informa que não se pode reclamar ajuda, quando não se
presta auxílio; não é lícito exigir desculpas, quando não se sabe ou não se quer desculpar.
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"Tudo quanto vós quereis que os homens vos façam, fazei vós também a eles, porque esta é a LEI E os
PROFETAS" (Mt 7: 12).

"Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem se
adianta a fazê-lo. "

No campo espiritual é melhor servir do que ser servido.

Obs.: Sobre o tema "Pedi e Obtereis" ler o cap. XXVII de ESE.

ENTRAI PELA PORTA ESTREITA (Mt 7:13-14)

Larga é a porta da perdição. Tudo, que acomoda a alma leva à "porta larga" da vida, e a ilusão conduz
muitos a esse caminho através da negligência, paixões, desvarios e vícios.

A porta larga e a porta estreita pertencem à MURALHA DO TEMPO, caminho de todos nós. Atravessá-las é
imposição da vida, MAS A ESCOLHA É DO LIVRE-ARBÍTRIO DE CADA UM.

O homem sensato procura sempre saber que caminho percorre, como conhecê-lo e vencer seus obstáculos. O
sentido filosófico desse ensino é a contínua luta entre o BEM e o MAL, na qual o homem, incansavelmente,
vai edificando o seu Espírito.

Maria Madalena é o símbolo da Porta Estreita. Rica, com uma vida fácil, sem dificuldades, depois de
conhecer o Mestre, deixou tudo para trás e optou pela Porta Estreita. Dedicou sua vida aos pobres, indo
cuidar de leprosos, vindo a morrer, também, leprosa.

Obs.: Sobre o tema "A Porta Estreita" ler ESE, cap. XVIII, itens 3 a 5.

BIBLIOGRAFIA

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Gadoy

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo A Godoy

O NOVO TESTAMENTO .

PARÁB0LAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel


2 - PARTE B - ACAUTELAI-VOS DOS FALSOS PROFETAS. O VERDADEIRO DiSCÌPULO. A CASA
SOBRE PEDRA.

ACAUTELAI-VOS DOS FALSOS PROFETAS (Mt 7:15-23)

Os falsos profetas são aqueles "que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas são lobos devoradores".

Os "lobos" que se vestem de cordeiro só enganam aos incautos invigilantes e aos muito ingênuos. Assim
como uma árvore é conhecida pelos seus frutos, devemos analisar se os prodígios e maravilhas são feitos
pela caridade que é humilde e mansa.

Vulgarmente, profeta é aquele que prediz o futuro. No sentido evangélico é qualquer enviado de Deus, com a
missão de instruir os homens e lhes revelar coisas ocultas dos chamados mistérios ou arcanos da vida
espiritual.
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Moisés, no Velho Testamento, já pedia cautela com os falsos profetas e ensinava como conhecê-los (Dt 18:
22) : "Se um profeta fala em nome de Javé, mas a palavra não se cumpre, não é de Javé. Tal profeta falou
com presunção. Não o temas".

Jesus também alertou seus discípulos e a multidão. Em todos os tempos, a falsidade, a vaidade, o orgulho,
levam alguns homens a explorar a fé dos semelhantes, esquecidos de que os delitos praticados contra o
espírito são muito mais graves do que contra a carne.

Deve-se levar em conta que muitos seguidores se juntem a esses, na deletéria esperança de uma vida fácil,
sem esforços.

O Espiritismo ampliou o entendimento sobre os profetas analisando com maior profundidade o ensinamento
de João Evangelista: 1ª. epístola, cap. 4: "Não creiais em todos os espíritos", pois sob a aparência de amor e
caridade, infiltram a desunião, a dúvida e até a descrença, quando não escravizam pelo fanatismo.

PELAS SUAS OBRAS É QUE SE CONHECE O VERDADEIRO CRISTÃO, E É PELO TEOR DOS SEUS
ENSINAMENTOS QUE SE CONHECE O VERDADEIRO PROFETA.

Obs.: Sobre "Falsos Profetas" ler ESE, cap. XXI.

O VERDADEIRO DISCÍPULO (Mt 7:21-23)

Ensinou Jesus: "Nem todo aquele que me diz: Senhor! Senhor! Entrará no reino do céu, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus" ( Mt 7:21).

Chamar alguém de Senhor ou Mestre, é aceitar e praticar seus preceitos e exemplos. A realidade do ato de fé
corresponde à realidade do ato do trabalho. E Deus conhece o coração do homem.

O verdadeiro discípulo de Jesus não se preocupa em venerá-lo com atos exteriores de devoção; não se detém
em repetições cansativas e inócuas de orações; não impõe proselitismo nem exige dos semelhantes o que ele
próprio não consegue fazer.

O verdadeiro discípulo de Jesus busca a humildade, a generosidade, a caridade, trabalha perseverante na


sua REFORMA ÍNTIMA e está sempre à disposição do serviço do Cristo, colocando-se em posição de
vigilância e oração para ser leal instrumento de auxilio ao próximo.

O verdadeiro discipulo de Jesus irradia paz, luz e serenidade à sua volta, aconchegando carinhosamente os
desvalidos que encontra, como a galinha que protege seus pintinhos sob as suas asas.

E quando já agirmos de acordo com o Mestre e praticarmos os ensinos de Jesus, é porque já estaremos com
a nossa fé alicerçada em seu Evangelho.

NADA MAIS PODERÁ NOS FAZER FRENTE.

JÁ SOMOS VENCEDORES.

JA' SOMOS DISCÍPULOS DE JESUS.

Obs.: Sobre o tema "Os que Dizem: Senhor! Senhor ! .. ler ESE, cap. XVIII, itens 6 a 9.

A CASA SOBRE PEDRA (Mt 7: 24-27; Lc 6:46-49)

O Sermão do Monte encerra-se com Jesus exortando nos homens para construírem seu destino sobre
alicerces fortes e saudáveis, aproveitando-se da parábola da casa feita sobre a rocha.
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O verdadeiro ou autêntico modo de viver requer um aprendizado constante. Mostrou Jesus que o homem,
sensato e prudente ALICERÇA SUA ALMA NA FÉ, NAS BOAS OBRAS, NO RESPEITO AO PRÓXIMO, NO
AMOR A DEUS.

O testemunho é exigido a todo instante semelhantemente como levantar um edifício, TIJOLO POR TIJOLO, A
CADA DIA, ALICERÇANDO-O NA VERDADE. Feito isso ele será seguro, como a casa construída na rocha.

Disse Mahatma Gandhi a respeito de Jesus, no Sermão do Monte: "Se fosse possível perder tudo aquilo que
está contido no Evangelho de Jesus, deixando apenas o Sermão do MONTE, ele jamais perderia o seu
esplendor".

Para o aprendiz do Evangelho, o Sermão do Monte é o CÓDIGO DE HONRA com o qual e pelo qual o
discípulo será sempre fiel a si próprio e aos semelhantes, para glorificar a Deus como Jesus ensinou.

Quando agirmos de acordo com o Sermão do Monte, e praticarmos os seus ensinamentos, já estaremos com
a nossa fé alicerçada nos ensinamentos de Jesus.

SEREMOS SEUS VERDADEIROS DISCÍPULOS.

BIBLIOGRAFIA

O NOVO TESTAMENTO, nas Bíblias

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo A Godoy

OS QUATRO SERMÕES DE JESUS - Paulo A Godoy

PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schurel -

QUESTIONÁRIO

1) Qual o ensinamento que se extrai das palavras de Jesus Cristo: "Não julgueis, para que não sejais
julgados"?

2) O que é juízo temerário?

3) Qual o sentido de "não lançar pérolas aos porcos"?

4) Basta pedir para se obter tudo?

5) Qual a importância de "entrar pela porta estreita"?

6) Por que a advertência sobre a necessidade da precaução contra os falsos profetas? O que é falso profeta?

7) Como deve agir o verdadeiro discípulo de Jesus? Tem algum mérito os atos exteriores, os ritualismos e as
encenações?

18ª. AULA
OS MILAGRES SEGUNDO O ESPIRITISMO

1 - PARTE A - CARACTERES DOS MILAGRES. OS MILAGRES NO SENTIDO TEOLÓGICO. FAZ DEUS


MILAGRES?
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CARACTERES DOS MILAGRES

Qualquer fenômeno não compreendido que causa espanto ou admiração ao ser humano, sempre foi tido
como miraculoso.

Todo ato considerado de poder divino, contrário às leis da natureza que se conhecem é chamado milagre. A
Doutrina Espírita, dentre seus postulados, preceitua que a LEI NATURAL foi criada por Deus, sendo Ele o
autor de todas as coisas. Na harmonia que reina no Universo vemos a perfeição da Lei Divina estabelecida
desde toda a eternidade. Não há prodígios de exceção, tudo pertence à Lei Eterna de Amor e Justiça; assim,
é insensato imaginar que Deus derroga Suas Leis, para atender a este ou àquele.

Assim, estas leis são eternas, perfeitas, imutáveis, não modificáveis como o próprio Deus.

Isto posto, fica mais fácil entender-se o motivo pelo qual:

1º. um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável, por isso mesmo que se realiza com
exclusão das leis naturais;

2º. outro caráter do milagre é ser insólito, isolado, excepcional. Um milagre não se explica aparentemente, é
uma ação isolada, diferente, incomum.

E tanto essa é a idéia que se lhe associa que, se um fato milagroso vem a encontrar explicação, se diz que já
não constitui milagre, por muito espantoso que seja.

A palavra "milagre" na atual interpretação significa um feito extraordinário que vai de encontro às leis da
natureza, ou seja, UMA REVOGAÇÃO DA ORDEM NATURAL DAS COISAS, uma exceção à regra geral
vigente.

Na mesma trilha segue o pensamento teológico, afirmando que por ser Deus onipotente, tudo lhe sendo
possível, pode modificar a seu bel-prazer as leis naturais, manifestando assim o Seu poder.

Esta conceituação excessivamente simplista e de cunho nitidamente humano reduz o SÁBIO DOS SÁBIOS à
condição precária de quem sanciona leis que não serão integralmente cumpridas, diminui o Poder Infinito à
situação de quem construiu macro e microcosmos para alguém menor inverter ou subverter essa mesma
ordem divina, colocando o Criador na posição de quem elaborou leis repletas e transbordantes de exceções.
Não haveria, pois, IMUTABILIDADE que é um dos atributos de Deus.

OS MILAGRES NO SENTIDO TEOLÓGICO

Para a Teologia, a origem dos milagres é sobrenatural, vem de Deus, sendo impossível de serem explicados,
constituindo-se um atentado contra a fé associar-se os milagres aos fenômenos da Natureza ou à razão.

Contudo, o ser humano cada vez mais faz uso da razão: do discernimento, não aceita mais passivamente,
credulamente, os dogmas e artigos de fé impingidos pelas religiões, desprendendo-se pouco a pouco de
conceitos arcaicos, estagnados, hipotéticos, raciocinando sobre o critério da perfeição dos Atributos de
Deus, de sua Onipotência e Sabedoria.

Os milagres são atos inexplicados, mas não inexplicáveis (A Gênese, cap. XIII, item 17).

Foram fecundos em milagres os séculos de ignorância, porque se considerava sobrenatural tudo aquilo cuja
causa não se conhecia. À proporção que a Ciência revelava novas leis, o círculo do maravilhoso ia-se
restringindo; mas como a Ciência ainda não explorara todo o vasto campo da Natureza, larga parte dele
ficou reservada para o maravilhoso.
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Kardec, em A Gênese, no item 14 do Cap. XIII, insere a seguinte questão: "Pois que o Espiritismo repudia
toda pretensão às coisas miraculosas, haverá, fora dele, milagres, na acepção usual desta palavra?"

E o próprio Codificador esclarece: "Digamos, primeiramente, que entre os fatos reputados milagrosos,
ocorridos antes do advento do Espiritismo e que ainda no presente ocorrem, a maior parte, senão todos,
encontram explicação nas novas leis que ele veio revelar. Esses fatos, portanto, se compreendem, embora sob
outro nome, na ordem dos fenômenos espíritas e como tais, nada têm de sobrenatural. Fique, porém, bem
entendido que nos referimos aos fatos autênticos e não aos que, com a denominação de milagres, são
produtos de uma indigna sutileza, com o fito de explorar a credulidade.

"Tampouco nos referimos a certos fatos lendários que podem ter tido, originalmente, um fundo de verdade,
mas que a superstição ampliou até o absurdo. Sobre esses fatos é que o Espiritismo projeta luz, fornecendo
meios de apartar do erro a verdade", conclui o Codificador.

FAZ DEUS MlLAGRES?

Ainda em A Gênese, no item 15 do mesmo cap. XIII, Kardec responde à indagação acima, esclarecendo que:
"Quanto aos milagres propriamente ditos, Deus, visto que nada lhe é impossível, pode fazê-los. Mas, fá-los?
Ou, por outras palavras: DERROGA AS LEIS QUE DELE PRÓPRIO EMANARAM? Não cabe ao homem
prejulgar os atos da Divindade, nem os subordinar à fraqueza do seu entendimento. Contudo, em face das
coisas divinas, temos, para critério do nosso juízo, os atributos mesmos de Deus. Ao poder soberano reúne
Ele a soberana sabedoria, donde se deve concluir que não faz coisa alguma de inútil.

Por que, então, faria milagres? Para atestar o seu poder, dizem. Mas, o poder de Deus não se manifesta de
maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto das obras da criação, pela sábia previdência que
essa criação revela, assim nas partes mais gigantescas, como nas mais mínimas, e pela harmonia das leis que
regem o mecanismo do Universo, do que por algumas pequeninas e pueris derrogações que todos os
prestidigitadores sabem imitar?"

E conclui de modo admirável o insigne Codificador: "Não é, pois, da alçada da Doutrina dos Espíritos a
questão dos milagres; mas, ponderando que Deus não faz, coisas inúteis, ele (o Espiritismo) emite a seguinte
opinião: NÃO SENDO NECESSÁRIOS OS MILAGRES PARA A GLORIFICAÇÃO DE DEUS, NADA NO
UNIVERSO SE PRODUZ FORA DO ÂMBITO DAS LEIS GERAIS.

Deus não faz milagres, porque sendo, como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las".

Se há fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários.

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XIII, itens 1 a 17

O LIVRO DOS MÉDIUNS (LM) - 2ª. parte, cap. I

2 - PARTE B - O SOBRENATURAL E AS RELIGiÕES. A AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

O SOBRENATURAL E AS RELIGIÕES (GE, cap. XIII, item 18)

O que é sobrenatural? - É aquilo que é superior ou natural, que excede as forças da natureza, "que não é
conhecido senão pela fé". Como o homem não sabe distinguir; por sua ignorância, o que está de acordo com
as leis da Natureza ou não, isto é, qual o limite entre o natural e o sobrenatural, ele passa a considerar tudo
o que desconhece como fatos extraordinários, maravilhosos ou de origem divina, ou seja, sobrenaturais.
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Tanta coisa tida como sobrenatural teve seus "mistérios" desvendados pela ciência humana, e essa é uma das
bases dos céticos para não aceitarem uma realidade espiritual, alegando que "isso tudo" é criação dos
homens interessados em dominar as massas humanas, submetendo-as ao seu controle de governo, ou, ainda,
produto da ignorância humana.

Independentemente de certas posições radicais, a grande maioria dos homens aceita a realidade espiritual,
da qual vai tomando, pouco a pouco, maior conhecimento, libertando-se da ignorância, das superstições e
crendices primitivas. os FANTASMAS, por exemplo, sempre considerados como fatos sobrenaturais) hoje,
são perfeitamente explicados. Da mesma forma a vidência, a audiência, a levitação, a materialização,
bicorporeidade etc., outrora "milagrosos", são hoje estudados com base científica, sem nenhuma conotação
com o sobrenatural. É verdade que os homens ainda aqui se dividem nas seguintes interpretações:

1º. uns considerando os fatos como decorrentes da própria ação do homem, designado de "sensitivo", como o
chamam os parapsicólogos;

2º. e outros, aceitando a participação dos Espíritos, estudados de acordo com o método experimental pela
Doutrina Espírita.

O sobrenatural é considerado como fundamento das religiões, uma manifestação do poder de Deus, ou uma
forma dEle apresentar-se aos homens. Essa idéia é predominante nas religiões que admitem a unicidade das
existências e a não comunicação dos Espíritos com os homens, fundamentadas em posições dogmáticas,
segundo suas interpretações das revelações de "Deus". Daí os milagres registrados no Velho e no Novo
Testamento, como fatos sobrenaturais e decorrentes da manifestação arbitrária da vontade de Deus. Nesse
poder milagroso, fincam suas raízes a adoração e a fé dos homens na esperança de alcançar, da mesma
forma, o reajuste de seus desequilíbrios.

As religiões que genericamente admitem, entretanto, a pluralidade das existências, e DENTRO DELAS o
ESPIRITISMO, interpretam tais fatos de forma diferente, dado que colocam sob a responsabilidade do
próprio homem a obrigação de restabelecer seu equilibrio, independente do "milagre" de Deus.

Obs.: Sobre os Milagres, O Sobrenatural e as Religiões, ler o cap. XIII de A Gênese, a 5ª obra da
Codificação Kardequiana. Ler também o cap. II, da 1ª. Parte, de O Livro dos Médiuns (LM).

ACÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

(GE, cap. XIV, itens 13 a 15; LM, 2.a Parte, cap. VIII)

O Espiritismo trazendo novos conhecimentos aos homens, através da Terceira Revelação, vem demonstrar
que o sobrenatural não existe e que sua crença constitui mera superstição e ignorância (LM, lª Parte, cap. IV
e cap. II, item 14.)

Tais "milagres" resultam da Ação DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA por meio de seu corpo espiritual
(perispírito), através da COMBINAÇÃO, COMPRESSÃO ou CONDENSAÇÃO de FLUIDOS RETIRADOS
DO AR (atmosfera fluídica) e do MÉDIUM, que é sempre um intermediário) consciente ou inconsciente, da
ação do Espírito e sem o qual tais fenômenos não ocorreriam (LM, 2.a Parte, cap. VIII - Laboratório do
Mundo Invisível) .

Os milagres não são, pois, fatos sobrenaturais, significando somente coisa extraordinária, admirável de se
ver. Dada a ignorância das causas, o homem passou a considerá-los um ato de poder divino, contrário às
leis da Natureza. Se Josué tivesse efetivamente detido o movimento do Sol (Josué, 10: 12-14), aí sim seria um
verdadeiro milagre, porquanto se opõe às leis naturais.

Em estudos mais aprofundados, no Curso de Educação Mediúnica, foram examinados os efeitos da Ação do
Espírito Sobre a Matéria, razão por que não se discorre aqui sobre o mesmo assunto, conquanto se possa
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dizer que esta ação, em síntese, vitaliza o corpo físico, irradia suas características como poder da mente, dá
origem às formas de pensamento, ou, ainda, atua sobre a matéria através de uma ação conjugada com os
fluidos dos médiuns, provocando os fenômenos físicos.

Em decorrência das PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO (A Gênese, cap. XIV, item 7) que "é um dos
produtos mais importantes do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de
inteligência ou alma", o ESPÍRITO ATUA SOBRE A MATÉRIA, utilizando recursos provenientes dos
médiuns, promovendo a tangibilidade, impressão, pancadas, fenômenos de transporte, materializações
diversas, movimentação de objetos etc.

Cabe ao homem, através de raciocinio e lógica, descobrir que os Espíritos são as almas dos homens que
viveram e que vivem, a vida eterna, no verdadeiro sentido da evolução infinita: "Naitre, mourir, renaitre,
encore et progresser sans cesse telle est la loi". (''Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal
é a lei.)

BIBLIOGRAFIA

LM - Segunda Parte, cap. I

GE - cap. XIII e XIV

QUESTIONÁRIO

1) O que é que se chama de "milagre"?

2) Como as Teologias consideram os milagres? O que é sobrenatural?

3) Comente: "Os milagres são atos inexplicados, mas não inexplicáveis".

4) Deus faz milagres?

5) Como o Espiritismo considera os chamados milagres?

6) São milagres as curas operadas por Jesus Cristo?

7) Como se explica a ação dos Espíritos sobre a matéria?

19ª. AULA
OS FLUÍDOS

1 - PARTE A - NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS. (GE, CAP. XIV, ITENS 1 A 6; ITENS 16 A
21)

HÁ UM FLUIDO ETÉREO QUE ENCHE O ESPAÇO E PENETRA OS CORPOS.

É O FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL, OU MATÉRIA CÓSMICA PRIMITIVA, GERADOR DO MUNDO E


DOS SERES. Como matéria elementar primitiva, dele derivam modificações e transformações que constituem
a inumerável variedade dos corpos da natureza.

Como princípio elementar universal oferece dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade,
que se pode considerar como estado normal primitivo e o de materialização ou ponderabilidade.
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A Ciência estuda os fenômenos naturais, bem como a própria matéria e esses estudos vieram comprovar a
inexistência dos chamados milagres, que no passado, por falta de explicações racionais, assim eram
considerados. Os fenômenos nos quais o elemento espiritual tem parte preponderante, não podendo ser
explicados unicamente pelas leis da matéria, escapam às investigações da Ciência.

Assim como os chamados fenômenos materiais são estudados pela Ciência propriamente dita, os outros
qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos estão nos estudos do Espiritismo. Como a vida espiritual e
a vida corporal estão perfeitamente entrosadas, os fenômenos dessas duas ordens se apresentam
freqüentemente no mesmo tempo e somente agora, com o Espiritismo e a Ciência se completando, podemos
entender a vida como um todo.

O homem no estado encarnado apenas tem a percepção dos fenômenos psíquicos ligados à vida corporal; os
que são de domínio exclusivo da vida espiritual escapam aos seus sentidos e só podem ser percebidos no
estado de Espírito. Os fluidos não podem ser vistos, mas seus EFEITOS podem ser conhecidos.

O fluido cósmico universal tem para os Espíritos uma aparência material, tal como a dos objetos tangíveis
para os encarnados, e são para eles o que, para nós, são as substâncias do mundo material; eles o elaboram
e o combinam para produzir efeitos determinados, como fazem os homens com seus materiais, embora
usando processos diferentes.

Porém, não é dado a todos os Espíritos compreender e conhecer os elementos constitutivos de seu mundo;
apenas aos mais esclarecidos. Os ignorantes do mundo invisível, tal como os ignorantes entre os encarnados,
são incapazes de explicar os fenômenos para os quais freqüentemente concorrem de modo maquinal.

Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam a nossos instrumentos de análise e à percepção de


nossos sentidos, feitos para a matéria tangível e não para a matéria etérea.

A qualificação de fluidos espirituais não é rigorosamente exata, pois trata-se, na realidade de matéria, mais
ou menos quintessenciada. Nada há realmente espiritual senão a alma ou o PRINCÍPIO INTELIGENTE.
Pode-se dizer, pois, que a matéria do mundo espiritual é chamada de fluido espiritual pela sua afinidade com
os Espíritos.

O PERISPÍRITO, ou corpo fluídico dos Espíritos, é a condensação desse fluido em torno de um foco de
inteligência ou alma. Só que a transformação molecular se opera de maneira diferente, pois o fluido
conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas, tanto que é invisível e intangível aos encarnados.

Os Espíritos extraem seu perispírito do ambiente onde se encontram, sendo formado, portanto, dos fluidos
ambientais do planeta onde se encontram. Daí resulta que os elementos constitutivos do perispírito devem
variar segundo o grau evolutivo dos mundos. Quando em visita a outro planeta, o Espírito deixa aqui seu
perispírito e se reveste de outro apropriado ao mundo onde está.

A natureza do envoltório fluídica está sempre em relação com o grau de adiantamento MORAL do Espírito.
Os Espíritos inferiores não podem mudá-lo à sua vontade e, por conseguinte, não podem se transportar à
vontade de um mundo para outro.

Os Espíritos superiores, ao contrário, podem inclusive visitar os mundos inferiores e mesmo aí se encarnar.

2 - PARTE B - AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE OS FLUIDOS. - IMPORTÂNCIA DA ATMOSFERA


FLUíDICA.

CRIAÇÕES FLUÍDICAS. FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO

"Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, formam, na verdade, a
atmosfera dos seres espirituais. São, os fluidos, o elemento do qual extraem os materiais a serem
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manipulados e é nesse ambiente que ocorrem os fenômenos espirituais, somente perceptíveis pela visão e
audição dos Espíritos, não podendo ser percebidos pelos encarnados, limitados que estão aos cinco sentidos
do corpo somático" (A Gênese, cap. XIV, item 13).

Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais através DO PENSAMENTO E DA VONTADE, que são, para
eles, o que a mão é para o homem. Pelo PENSAMENTO e naturalmente segundo sua VONTADE, eles
manipulam os fluidos aglomerando, combinando ou mesmo dispersando-os, formam conjuntos que tenham
uma aparência, uma forma e até cores determinadas, mudam as propriedades íntimas dos fluidos, como um
químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É
A GRANDE OFICINA DO LABORATÓRIO DA VIDA ESPIRITUAL.

Nem sempre esses fenômenos ou transformações são resultado de uma intenção planejada. Pode ser o
pensamento inconsciente de uma mente perturbada, ou até mesmo de uma mente influenciada ou subjugada
por outra. BASTA o ESPÍRITO PENSAR NA COISA PARA QUE TAL COISA SE PRODUZA. Um encarnado,
dotado de dupla vista, tem condições de ver um Espírito, se este quiser se apresentar. E essa apresentação
será feita segundo as aparências que o Espírito teve quando de suas encarnações à sua escolha. Assim, por
exemplo, se numa encarnação o Espírito foi branco e noutra foi negro, ele se apresentará segundo foi
evocado. Aparecerá também com as roupas da época, bem como com os sinais exteriores que tinha, como
cicatrizes, enfermidades, membros amputados etc., quando de sua desencarnação. Entretanto, no Plano
Espiritual o Espírito não mantém tais aparências. Mas, pelo pensamento, entrando em relação com a época,
seu perispírito toma instantaneamente aquela forma, a qual também deixa imediatamente quando o
pensamento deixa de agir. Pela mesma razão, os objetos de sua predileção, tais como as armas e o uniforme
de um militar, ou as ferramentas de um trabalhador, também serão fluidicamente criados. Esses objetos
fluídicos são tão reais para o Espírito, que é fluídico também, como o são no estado material para o homem
encarnado. Pela mesma razão de terem sido criados pelo pensamento, rapidamente se desfazem quando o
pensamento deixa de agir.

Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre eles como o som atua sobre o ar; eles nos trazem o
pensamento como o ar nos traz o som. Então, nos fluidos há ondas e raios de pensamentos, os quais se
cruzam sem se confundir, como no ar há ondas e raios sonoros.

O pensamento cria imagens fluídicas, as quais são chamadas "FORMAS PENSAMENTO", que aparecem em
nosso campo mental, tal como uma fotografia. Se um homem tem a idéia de matar outro, seu corpo fluídico
ou perispírito é posto em ação pelo pensamento, formando a imagem fluídica, reproduzindo todas as
variações, executa fluidicamente o gesto, o ato que pretende cumprir; o pensamento cria a imagem da vítima,
a cena inteira se apresenta como num quadro, tal como está em seu pensamento.

É assim que no Plano Espiritual não há segredos. Os movimentos mais secretos de alma repercutem no
envoltório fluídico e uma alma pode ler em outra alma como num livro e ver o que não é percebido pelos
olhos do corpo. Entretanto, vendo a intenção, não pode determinar o momento em que ela se realizará, nem
mesmo se o acontecimento se realizará, pois as circunstâncias posteriores podem modificar os planos e
mudar as disposições. No campo mental, pode-se ver o que está no pensamento, os hábitos, os desejos, os
anseias, as angústias, os projetos, suas intenções boas ou más, mas não o momento da concretização.

(Ler GE, cap. XIV; item 15.)

QUALIDADES DOS FLUIDOS

Os fluidos podem ter qualidades FÍSICAS E MORAIS. OS fluidos, originalmente neutros, adquirem suas
qualidades no meio onde são elaborados.

Sob o ponto de vista MORAL, trazem a impressão dos sentimentos do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho,
do egoísmo, da violência, da hipocrisia, da bondade, da benevolência, do amor; da caridade, da doçura etc.
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Sob o ponto de vista FÍSICO, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, soporíferos,
narcóticos, tóxicos, reparadores, etc.

O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões e vicios da Humanidade.

A IMPORTÂNCIA DA ATMOSFERA FLUÍDICA

O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos espirituais como também o pensamento dos
Espíritos desencarnados, transmitindo-se igualmente de Espírito para Espírito, conforme seja bom ou mau,
saneia ou vicia os fluidos circundantes.

O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica a dos fluidos espirituais, e por isso os assimila com
facilidade, como a esponja se embebe de líquido. Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este por sua vez,
age sobre o corpo. Se os fluidos forem de BOA NATUREZA, o C0RPO recebe uma impressão SALUTAR; se
forem MAUS, a impressão é PENOSA; e sendo persistentes poderão determinar desordens físicas. Certas
doenças não têm outra causa senão esta.

Assim se explicam os efeitos que se produzem nas reuniões. O sentimento de satisfação e bem-estar em uma
reunião simpática, animada por pensamentos de benevolência. Ao contrário, ansiedade e mal-estar
indefinível se sente num ambiente antipático onde prevaleçam pensamentos de malquerença.

Quando se diz que um médico cura seu paciente com boas palavras, estamos expondo uma verdade absoluta,
pois o PENSAMENTO BENFAZEJO traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico tanto como
sobre o moral.

Os fluidos se unem em razão da semelhança de sua natureza. É A LEI DA SINTONIA. OS fluidos


dissemelhantes se repelem.

Há incompatibilidade entre os bons e maus fluidos, como entre o azeite e a água. Logo, para evitar más
companhias é somente uma questão de REFORMA ÍNTIMA. As moscas são atraídas pelos focos de
corrupção; destruídos estes focos, elas desaparecem.

É ESTE o PROCESSO PELO QUAL OS PASSES ESPIRITUAIS E MAGNÉTICOS SURTEM EFEITO. A


INTENÇÃO DO EMISSOR, A FÉ DO RECEPTOR E A PUREZA DOS FLUIDOS USADOS FAZEM A
CURA; guardadas as devidas proporções com Jesus, também nós os passistas curamos com a ajuda do Plano
Espiritual.

( Ler GE, cap. XIV, itens 16 a 21.)

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XIV, itens 1 a 21

QUESTIONÁRIO

1) Que é Fluido Cósmico Universal? Em que estados se apresenta?

2) É dado a todos os Espíritos compreenderem os elementos constitutivos do seu mundo? Comente.

3) É absolutamente correta a denominação "fluidos espirituais"? Por quê?

4) De que depende a natureza do perispírito?

5) Como agem os Espíritos sobre os fluidos?


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6) Que são imagens fluídicas? Como são criadas?

7) Que é atmosfera fluídica? Qual sua importância?

20ª. AULA
OS MILAGRES DO EVANGELHO I

1 - PARTE A - SUPERIORIDADE DA NATUREZA DE JESUS.

Ao se analisar a NATUREZA ESPIRITUAL DE JESUS, pelas evidências e ensinos deixados como herança
aos homens, torna-se iniludível reconhecê-lo como sendo um ESPÍRITO SUPERIOR, colocado, por suas
virtudes, bem acima da humanidade terrestre.

Diz Kardec (em GE, cap. XV; itens 1 e 2) que pelos intensos resultados que a sua encarnação produziu na
Terra, admite-se que sua presença entre nós foi uma dessas MISSÕES somente conferidas pela Divindade
aos seus categorizados mensageiros.

Complementa Kardec que "COMO HOMEM, TINHA A ORGANIZAÇÃO DOS SERES CARNAIS; porém,
como ESPÍRITO PURO, desprendido da matéria, HAVIA DE VIVER MAIS DA VIDA ESPIRITUAL DO QUE
DA VIDA CORPORAL, de cujas fraquezas não era passível.

A SUA SUPERIORIDADE COM RELAÇÁO AOS HOMENS NÃO DERIVAVA DAS QUALIDADES DO SEU
CORPO, MAS DAS DO SEU ESPÍRITO, que dominava de modo absoluto a matéria e das do seu
PERISPÍRITO, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres".

Jesus praticou muitos atos e prodígios que não devem ser levados à conta de "milagres". Tudo se deu em
conseqüência de seu excelso padrão espiritual, aliado à incessante assistência de Deus. Os atos praticados
por Jesus não contrariavam as leis naturais, devendo, portanto, ser creditados à sua elevada condição
espiritual e à sua mais absoluta perfeição moral.

Os prodígios de Jesus, embora tidos na conta de miraculosos por muitos, nada mais eram que o resultado de
uma aplicação de leis naturais e dos poderes psíquicos e atributos de um Espírito de elevada estirpe.

Diz André Luiz: "Neguemo-nos a interpretar o Eterno Amigo como vulgar revolucionário terreno.
Reconheçamo-lo como a LUZ DO MUNDO".

Nesta análise da vida de Jesus e sua natureza espiritual, convém registrar algumas questões:

1. Até que ponto (grau ou nível de desdobramento) Jesus possuía a dupla vista?

2. Agiu ele como médium nas curas que operava?

3. Jesus era Deus?

As respostas, lastreadas nos princípios fundamentais esclarecidos pelos Espíritos, atestam que TODOS OS
ATOS DA VIDA DE JESUS são CONSIDERADOS NATURAIS, estando plenamente demonstrados pelo
magnetismo e pelo Espiritismo.

1. Jesus como Governador Planetário, Orientador da humanidade terrena, desde sua formação, consoante
informações de Emmanuel (1), sua alma, como Espirito Puro que era "não se achava presa no corpo, senão
pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não
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só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuíam os homens
comuns" (2).

2. Kardec responde à segunda pergunta, esclarecendo que JESUS NÃO ERA MÉDIUM, isto é, um
instrumento de Espíritos, porquanto Cristo não precisava dessa assistência, porque ERA ELE QUE
ASSISTIA AOS OUTROS. "AGIA POR SI MESMO, EM VIRTUDE DE SEU PODER PESSOAL, como o
podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Complementa Kardec, "se algum
influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir".

3. Como ESPÍRITO PURO que era e vindo à encarnação para orientação definitiva da humanidade terrena,
trazendo os preceitos fundamentais da lei do amor e prometendo complementá-la com "O Consolador",
deveria conhecer os princípios fundamentais das Leis Divinas, mas não poderia ser em hipótese alguma o
próprio Deus encarnado, como afirmam as igrejas dogmáticas. O politeísmo já foi substituído pelo
monoteísmo; não há mais de um Deus, só um.

Uma centena de vezes Jesus falou em "Aquele que me enviou", em "meu Pai" e outras expressões
semelhantes.

No mais, os Espíritos agora esclarecem que Deus é a "inteligência suprema e causa primária de todas as
coisas", e que os ESPÍRITOS PUROS são os emissários na organização e administração universal.

BIBLIOGRAFIA

(1) A CAMINHO DA LUZ - Emmanuel

(2) GE - cap. XV, item 2

GE - cap. XV, itens 1, 2 e 64 a 67

O ESPIRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius

OBRAS PÓSTUMAS (OP) - 1ª. Parte - Estudo sobre a Natureza de Jesus - Allan Kardec

2 - PARTE B - DUPLA VISTA. FATOS DA VIDA DE JESUS EM VIRTUDE DE SUA DUPLA VISTA

INTRODUÇÃO

OS fatos registrados e considerados de origem sobrenatural, nada mais são que efeitos das propriedades do
FLUIDO PERISPIRITUAL (perispírito). A superioridade do Cristo não derivava de qualidades particulares
de seu corpo, mas das do seu ESPÍRITO que dominava de modo absoluto a matéria e das do seu perispírito
tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. A pureza desses fluidos conferia a Jesus IMENSA
FORÇA MAGNÉTICA, secundada pelo incessante DESEJO DE FAZER o BEM, possibilitando-lhe estar
SEMPRE em estado de DUPLA VISTA. Alguns fatos do Evangelho podem ser analisados à luz do
Espiritismo.

Obs.: Sobre Dupla Vista (ou Vista Espiritual) ler: GE. cap. XIV, item 22, e itens 24 a 27.

ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM

Quando eles (Jesus, os apóstolos e os acompanhantes se aproximaram de Jerusalém (Mateus, 21:1-7),


chegaram a Betfagé, perto do Monte das Oliveiras. Jesus enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: "Ide a
essa aldeia que está à vossa frente e, lá chegando, encontrareis amarrada uma jumenta e junto dela o seu
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jumentinho, desmarrai-a e trazei-mos. Se alguém disser qualquer coisa, respondei que o Senhor precisa deles
e logo deixará que os conduzais. Ora, tudo isso se deu, a fim de que se cumprisse esta palavra do profeta:
Dizei à filha de Sião: Eis o teu rei, que vem a ti, cheio de doçura, montado numa jumenta e com o jumentinho
da que está sob o jugo (Zacarias, 9:9).

Os discípulos então foram e fizeram o que Jesus lhes ordenara. E tendo trazido a jumenta e o jumentinho, a
cobriram com suas vestes e o fizeram montar".

PESCA MILAGROSA (Lc 5:1-7)

Um dia, estando Jesus à margem do lago de Genesaré, (também chamado Mar da Galiléia), como a multidão
de povo o comprimisse para ouvir a palavra de Deus, viu ele duas barcas atracadas à borda do lago e das
quais os pescadores haviam desembarcado e levavam suas redes. Entrou numa dessas barcas, que era de
Simão, e lhe pediu que a afastasse um pouco da margem; e, tendo-se sentado, ensinava ao povo de dentro da
barca.

Quando acabou de falar, disse a Simão: Avança para o mar e lança as tuas redes de pescar. Respondeu-lhe
Simão:

Mestre, trabalhamos a noite toda e nada apanhamos, contudo, pois que mandas, lançarei a rede. Tendo-a
lançado, apanharam tão, grande quantidade de peixes, que a rede se rompeu. Acenaram para os
companheiros que estavam na outra barca, a fim de que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram de tal
modo as barcas, que por pouco não se submergiram (Lc 5: 1-7).

O BEIJO DE JUDAS

Jesus depois de ceiar, com seus discípulos, foi orar no Getsêmani. Em dado momento disse: "Levantai-vos,
vamos, que já está perto daqui aquele que me há de trair. Ainda não acabara de dizer essas palavras e eis
que Judas, um dos Doze, chegou e com ele uma tropa de gente armada de espadas e paus, enviada pelos
príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal para o
reconhecerem, dizendo-lhes: ''Aquele a quem eu beijar é esse mesmo o que procurais; apoderai-vos dele".
Logo, pois, se aproximou de Jesus e lhe disse: "Mestre, eu te saúdo"; e o beijou. Jesus lhe respondeu: "Meu
amigo, que vieste fazer aqui?" Ao mesmo tempo, os outros, avançando, se lançaram a Jesus e dele se
apoderaram (Mt 26:46-50).

VOCAÇÃO DE PEDRO, ANDRÉ, TIAGO, JOÃO, MATEUS E NATANAEL.

Caminhando ao longo do Mar da Galiléia viu Jesus dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão,
que lançavam suas redes ao mar, pois eram pescadores; e lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores
de homens". Logo eles deixaram suas redes e o seguiram (Mt 4: 18-20).

Daí, continuando, viu ele dois outros irmãos, Tiago, e João, seu irmão, que estavam numa barca com
Zebedeu, pai de ambos, os quais estavam a consertar suas redes e os chamou. Eles imediatamente deixaram
as redes e o pai e o seguiram (Mt 4:21-22).

Saindo dali, Jesus, ao passar, viu um homem sentado à banca de impostos, chamado Mateus, ao qual disse:
"Segue-me e o homem logo se levantou e o seguiu" (Mt 9:9).

Jesus viu a Natanael que o vinha procurar a convite de Felipe (Jol :47) e disse: "Eis aí um verdadeiro
israelita, em quem não há artifício". Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? "Antes que Felipe te
chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira", respondeu Jesus (Jo 1:43-51).

Nada de surpreendente existe nestes fatos, desde que se conheça o poder da DUPLA VISTA e a causa muito
natural dessa faculdade. Jesus a possuía em grau elevado e pode-se dizer que ela constituía o seu normal,
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conforme atestam grande número de seus atos, os quais, hoje, têm a explicá-los os fenômenos magnéticos e o
Espiritismo.

Quando Jesus previu onde se encontravam, a jumenta e o jumentinho e, ao anunciar, com segurança, onde os
pescadores poderiam lançar suas redes, indicando o lugar onde achariam os peixes, ou quando chamou a
Pedro, André, Tiago, João e Mateus é que LHES CONHECIA AS DISPOSIÇÕES ÍNTIMAS, E SABIA QUE
ELES O ACOMPANHARIAM e que eram capazes de desempenhar a missão que tencionava confiar-lhes,
muito embora CADA UM TIVESSE INTUIÇÃO DA MISSÃO QUE IRIAM DESEMPENHAR E, SEM
HESITAÇÃO, ATENDERAM AO CHAMADO.

Como poderia Jesus conhecer os pensamentos dos seus seguidores, senão pelas IRRADIAÇÕES FLUÍDICAS
DESSES PENSAMENTOS e ao mesmo tempo pela VISTA DUPLA, que lhe permitia ler no fôro íntimo? O
homem nem sempre sabe que traz em si um "ESPELHO" onde se reflete o seu pensamento, um revelador de
sua própria irradiação fluídica impregnada dele. Se conhecesse o mecanismo do mundo invisível que o cerca,
os fios ondulatórios condutores do pensamento, a ligarem todos os seres inteligentes, muito menos
surpreendido ficaria diante de certos efeitos que a ignorância atribui a "MILAGRES".

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XV, itens 5 a 9

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE - cap. 12 - André Luiz

QUESTIONÁRIO

1) Discorra ligeiramente sobre a superioridade da natureza de Jesus?

2) Podem os atos praticados por Jesus serem catalogados como impressões milagreiras ou milagrosas?

3) Pode Jesus ser denominado "Unigênito de Deus", ou seja, o único gerado? Ou, então, ser considerado
Deus?

4) Tinha Jesus a dupla vista? Que é dupla vista?

5) Cite três "milagres"de Jesus explicados pela dupla vista.

6) Que elogio fez Jesus a Natanael quando o viu pela primeira vez?

7) Por que os que foram chamados por Jesus o acompanharam sem hesitar?

21ª. AULA
OS MILAGRES DO EVANGELHO II

1 - PARTE A - CURAS: PERDA DE SANGUE. CEGO DE BETSAIDA. PARALíTICO DE CAFARNAUM. OS


DEZ LEPROSOS.

O HOMEM DA MÃO RESSEQUIDA.

INTRODUÇÃO
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OS "milagres" realizados por Jesus de Nazaré e descritos pelos Evangelhos constituíram, até o advento da
Codificação Espírita, matéria ignorada ou re-interpretada através dos tempos, através dos costumes e
culturas diversas, por exegetas, em sua maioria ainda condicionados ao pensamento de filósofos católicos.

Kardec diz em A Gênese: "Os fatos que o Evangelho relata e que foram até hoje considerados milagrosos
pertencem, na sua maioria, à ordem dos FENÔMENOS PSÍQUICOS, isto é, dos que têm como causa
primária as faculdades e os atributos da alma (GE, cap. XV, item 1).

"O princípio dos fenômenos psíquicos repousa:

1. Nas propriedades do fluido perispiritual, que constitui o agente magnético;

2. Nas manifestações da vida espiritual durante a vida corpórea e depois da morte;

3. nos estados constitutivos dos Espíritos e no papel que eles desempenham como FORÇA ATIVA DA
NATUREZA" (GE, cap. xv, item 1).

Em todos os casos o agente propulsor é o Espírito. A cura se dá pela TROCA DE UMA MOLÉCULA MALSÃ
POR UMA SÃ. Muitos fenômenos que no passado foram considerados milagrosos, por não contarem na
ocasião com uma comprovação científica são hoje fatos corriqueiros, dentro da lógica dos fenômenos
anímicos e medianímicos. Muitos fatos eram tidos como miraculosos por não se lhes conhecer a causa
determinante, atendo-se a interpretação somente ao efeito ou resultado. Mas identificada a causa do
fenômeno tido por sobrenatural, fica o mesmo colocado no domínio dos fatos naturais.

A potência criadora depende da pureza da substâncin fluídica inoculada.

Em conclusão, não há milagres no sentido comum do termo, na acepção vulgar da palavra, porque tudo o
que acontece é decorrente das leis eternas da Criação, leis perfeitas e imutáveis. No caso de JESUS, Ele
apenas por sua presença CRIAVA A SUA VOLTA UM CAMPO VIBRATÓRIO ENERGÉTICO QUE
ATIVAVA O POTENCIAL FLUÍDICO DO PACIENTE; este, pela força do seu pensamento em sintonia com a
carga psíquica do Mestre, possibilitava as modificações biopsíquicas traduzidas pelas curas e pelos
prodígios todos. Razão pela qual Jesus dizia nos pacientes curados:

• "A tua fé te curou. Perdoados te são os teus pecados, vá e não peques mais";

• "Vós sois deuses, podeis fazer o que faço e muito mais" (Jesus aos Apóstolos) (Jo 10:34; Jo 14:12).

A ação magnética pode produzir-se de várias maneiras, pode ser prolongada ou mais curta, exemplo:
PASSE.

PERDA DE SANGUE

Uma grande multidão seguia Jesus e o apertava.

Então, uma mulher, que havia doze anos sofria de uma hemorragia ... como ouvisse falar de Jesus, veio com
a mulltidão atrás dele e lhe tocou as vestes ... no mesmo instante o fluxo sangüíneo lhe cessou ... Logo, Jesus,
conhecendo em si mesmo a virtude (ou seja, força) que dele saíra, se voltou e disse: "Quem me tocou as
vestes ?"... a mulher lhe declarou toda a verdade. Disse-lhe Jesus: "Minha filha, tua fé te salvou" (Marcos,
5:25-34; Lc 8:43-48).

Segundo Kardec, as palavras "conhecendo em, si mesmo a virtude que dele saíra" são significativas, à
medida em que Jesus sentia e conhecia a movimentação fluídica que se operara nele em direção à doente. O
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fato se torna interessante, pois Jesus não magnetizara a mulher e nem tampouco a percebera. E por que ela
curou-se de seu mal e não qualquer das criaturas enfermas que lá estavam?

Kardec elucida a questão, dizendo que o fluido pode ser DIRIGIDO SOBRE O MAL PELA VONTADE DO
CURADOR, ou "ATRAÍDO pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela FÉ do doente".
Compreende-se, portanto, que A FÉ É UMA VIRTUDE MÍSTICA, MAS UMA VERDADEIRA FORÇA
ATRATIVA e que havendo dois ou mais doentes do mesmo mal, na presença do curador, um pode se curar e o
outro não.

CEGO DE BETSAIDA

"Então chegaram a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e lhe pediram que o tocasse. Tomando o cego pela
mão, passou-lhe saliva nos olhos e, havendo-lhe imposto as mãos, lhe pergunta se via alguma coisa. O
homem olhando, disse ... vagamente... novamente Jesus lhe impôs as mãos e gradativamente a visão foi-lhe
voltando até tornar-se clara e nítida" (Marcos, 8:22-26).

Aqui é evidente o EFEITO MAGNÉTICO: A CURA NÃO FOI IMEDIATA, MAS LENTA E GRADUAL,
EMBORA DEFINITIVA.

PARALÍTICO DE CAFARNAUM

" lhe apresentaram um paralítico deitado num leito. Jesus, notando-lhe a fé, disse-lhe: Meu filho, tende
confiança; perdoados te são os teus pecados ... levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa. O paralítico
se levantou imediatamente e foi para sua casa ... " (Mateus, 9:1-8; Mc 2:1-12; Lc 5:17-26).

Com a Doutrina Espírita temos hoje a comprovação do fenômeno reencarnatório, seus mecanismos e suas
implicações com fatos ocorridos em vidas anteriores. Por conseguinte, se a enfermidade daquele homem era
uma expiação do mal que ele praticara, o fato de Jesus dizer-lhe "PERDOADOS SÃO OS TEUS PECADOS",
equivalia a dizer-lhe que no cumprimento de seus débitos para com as LEIS ETERNAS, o doente já se
libertara. "CESSADA A CAUSA, O EFEITO TEM QUE CESSAR" (A Gênese, cap. XV; item 15).

Obs.: Não confundir este caso com a cura do paralítico na Piscina de Betesda, em Jerusalém, narrada por
João (Jo 5:1-18).

OS DEZ LEPROSOS

"Jesus indo para Jerusalém, passava pela Samaria e Galiléia. .. dez leprosos vieram ao seu encontro e
clamaram em altas vozes : Jesus, nosso Mestre, tem piedade de nós, Ao vê-los, Jesus disse-lhes: Ide, e
mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, enquanto iam, ficaram curados. Um deles, voltou sobre seus
passos lançou-se aos pés de Jesus e lhe rendeu graças. Esse era samaritano.

Disse Jesus: Não foram curados todos os dez? Onde estão os outros nove? Nenhum deles houve que voltasse
e glorificasse a Deus, a não ser este estrangeiro? LEVANTA-TE, VAI; TUA FÉ TE SALVOU" (Lucas, 17:11-
19).

O relacionamento entre samaritanos e judeus na época de Jesus, equivaleria hoje ao dos protestantes e
católicos. Curando a todos, samaritanos e judeus, dava Jesus um exemplo de tolerância - MAS Só O
SAMARITANO VOLTOU, POIS SOMENTE NELE HAVIA MAIS DA VERDADEIRA FÉ E MAIS
RECONHECIIMENTO QUE NAQUELES QUE SE DIZIAM ORTODOXOS (GE, cap. XV, item 16). Dizendo
ao samaritano: "TUA FÉ TE SALVOU", dá Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros. Estar
curado nem sempre significa estar salvo - PODERIAM TER o CORPO CURADO, MAS SEU ESPÍRITO
AlNDA ESTAVA DOENTE.

O HOMEM DA MÃO RESSEQUIDA


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"De novo entrou Jesus na sinagoga e ali encontrou um homem que tinha seca uma das mãos. E eles
observavam Jesus para ver se Ele curaria em dia de sábado ... Disse Ele ao homem que tinha a mão seca:
"Levanta-te e coloca-te ali no meio. - Depois disse-lhes: É permitido em dia de sábado fazer o bem e o mal,
salvar a vida ou tirá-la?" "Eles permaneceram em silêncio. Olhando-os indignado e condoído com a dureza
de seus corações, disse ao homem: "Estenda a tua mão". Ele a estendeu e ela se tornou sã" (Mt 12:9-14; Mc
3:1-6).

O AMOR NÃO TEM DIA NEM HORA PARA SER PRATICADO e o magnetismo de Jesus agiu serenamente
sobre a atrofia nervosa da mão daquele homem. Disse o Mestre: "Meu Pai não cessa de agir e eu também ajo
sem cessar" (jo 5:17). Como o sábado é que foi feito para o homem e pelo homem, A VERDADEIRA
CARIDADE ESTÁ NOS SENTIMENTOS NOBRES E NÃO NO DIA DA SEMANA. (Ler GE, cap. XV, itens 10
a 18.)

2 - PARTE B - CURAS: O PARALíTICO DA PISCINA. CEGO DE NASCENÇA. O SERVO DO CENTURIÃO


DE CAFARNAUM. OUTRAS CURAS OPERADAS POR JESUS.

O PARALÍTICO DA PISCINA

" ... havia em Jerusalém, uma piscina (um tanque) denominada Betesda, com cinco galerias, onde deitavam
doentes, cegos, coxos, todos à espera que as águas fossem agitadas pelo Anjo do Senhor ... quando então
traria a cura àquele que fosse o primeiro a entrar nela ... Estava lá um homem que se achava doente há trinta
e oito anos ... Jesus sabendo-o enfermo, perguntou-lhe se queria ser curado, ao que o paralítico respondeu
que não havia ninguém que o pusesse no tanque quando a água era agitada. Jesus disse-lhe: "Levanta-te,
toma o teu leito e vai-te. E no mesmo instante o homem foi curado ... " (João, 5:1-17).

A piscina de Betesda, em Jerusalém, era uma cisterna próximo ao Templo, alimentada por uma fonte natural,
cuja água pode ter tido propriedades curativas. Era uma fonte intermitente que vez por outra jorrava com
força, agitando suas águas. Acreditava-se ser este o instante de proceder-se às curas. Talvez as propriedades
das águas fossem ativadas com este fenômeno, procedendo à cura de algumas moléstias. Hoje conhecemos
bem o poder curativo de determinadas fontes de água mineral e outras, mas, à época, o fenômeno passava
por sobrenatural.

Jesus, ao encontrar após o paralítico, ainda acrescenta:

"NÃO TORNES MAIS A PECAR", para que não te suceda coisa pior (Jo 5:14).(Reforma Íntima.)

Por estas palavras, deu-lhe a entender que o seu problema era devido a sérios compromissos assumidos em
VIDAS ANTERIORES e deleteriamente GRAVADOS EM SEU PERISPÍRITO. O que na linguagem da época
seria uma punição por atos praticados. Que ele procurasse preservar-se, pois, de outros desacertos.

CEGO DE NASCENÇA

"Quando Jesus passava, viu um homem que era cego desde que nascera. Seus discípulos lhe perguntaram se
havia sido pecador o homem, ou se ele pagava dívidas de seus pais. Jesus respondeu: Não é por pecado dele,
nem dos pais, mas para que nele se patenteiem as obras do poder de Deus ... Tendo dito isto, cuspiu no chão
e, havendo feito lama com a saliva, ungiu com essa lama os olhos do cego e lhe disse para ir lavar-se no
tanque de Siloé. Ele foi, lavou-se e voltou vendo. Perguntaram-lhe então como se curara e ele lhes disse que
(aquele homem que se chamava Jesus me curou) ... E os fariseus também o interrogaram ... e o chamaram
uma segunda vez e ele lhes disse: (Se esse homem não fosse um enviado de Deus, nada poderia fazer de tudo
o que tem feito ... ). (João, 9:1-34).

A situação constrangedora a que foi submetido o cego de nascença, colocado frente aos fariseus que
procuravam, a todo custo, distorcer a Verdade personalizada em Jesus e patenteada em suas curas, serve
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como exemplo de simplicidade ante as dificuldades e empeços colocados por aqueles que queriam, a todo
custo, comprometer Jesus e sua obra - o que não conseguem.

À pergunta dos discípulos sobre quem pecara, o cego ou seus pais, responde Jesus não ser uma ocorrência
de "pecado", mas que nele se patenteava o poder de Deus, isto é, o CEGO DE NASCENÇA ERA UM
INSTRUMENTO PARA MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS. Se não era uma EXPIAÇÃO do passado
(e portanto seria um caso de reencarnação), era uma PROVAÇÃO apropriada ao progresso daquele
Espírito, porquanto Deus, que é justo, não lhe imporia um sofrimento sem utilidade.

Quanto ao meio empregado para a sua cura, é evidente que a fórmula saliva-terra fôra um veículo de energia
curativa empregada por Jesus, porque a lama feita não podia ter virtude senão pela ação do fluido curador
do qual ela estava impregnada (GE, cap. XV; item 25).

O SERVO DO CENTURIÃO DE CAFARNAUM

"Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, veio ter com ele um centurião, suplicando-lhe: "Senhor; tenho em casa
um servo que está enfermo com paralisia, sofrendo horrivelmente". Disse Jesus: "Irei curá-lo". Ao que
responde o centurião: 'Senhor eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dize uma só palavra e
meu servo será curado ... " Ouvindo isto, Jesus admirou-se e disse aos que o acompanhavam: "Em verdade
vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé ... " e disse Jesus ao centurião: "Vai e, como
creste, assim será feito". E naquela mesma hora o servo ficou são" (Mateus, 8:5-13; Lucas, 7:1-10).

OUTRAS CURAS OPERADAS POR JESUS

"Jesus ia por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte
de doenças e enfermidades entre o povo ... traziam-lhe os doentes e afligidos por males diversos, os
possessos, lunáticos, paralíticos e ele a todos curava. E acompanhava-o grande multidão ... " (Mateus, 4:23-
25; Lc 6:17-19).

Diz Kardec que de todos os fatos que atestam o poder de Jesus, os mais numerosos são, indubitavelmente, as
curas. "QUERIA ELE PROVAR DESSA FORMA QUE O VERDADEIRO PODER ERA O DO BEM" (GE,
cap. XV item 27), que aliviando sofrimentos, fazia prosélitos pelo coração, fazendo-se entendido e amado.

TAL FAZ O ESPIRITISMO - CURA MALES FÍSICOS MAS, SOBRETUDO, CURA AS CHAGAS M0RAIS;
seus mais sinceros adeptos não são os que se maravilham ante a fenomenologia, mas aqueles que
experimentam a transformação em seus caracteres, com vistas à nobreza do espírito.

(Ler GE, cap. XV itens 21 a 28.)

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XV

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius

QUESTIONÁRIO

1) Que fatores propiciam a ocorrência dos fenômenos psíquicos?

2) O que fez a mulher que tinha um fluxo de sangue, merecer a cura por parte de Jesus? Como se deu a cura?

3) Como explicar o dizer de Jesus: "Os teus pecados te são perdoados"?


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4) Qual a lição que se tira da cura dos dez leprosos?

5) Por que Jesus curava até em dia de sábado contrariando determinação do Judaísmo, e enfurecendo os
judeus?

6) Na piscina de Betesda era um anjo quem agitava as águas?

7) Como se explica o poder curativo da lama feita por Jesus, com saliva e terra?

22ª. AULA
OS MILAGRES DO EVANGELHO III

1 - PARTE A - RESSURREiÇÕES: DO FILHO DA VIÚVA DE NAIM. DA FILHA DE JAIRO. DE LÁZARO.

Jesus ressuscitou o filho da viúva da cidade de Naim (Galiléia), quando seu corpo atravessava a rua, levado
para ser enterrado (Lc 7: 11-17); ressuscitou a filha de Jairo, que era príncipe da Sinagoga e que lhe fôra
implorar, de joelhos, que impusesse as mãos sobre sua filha (Mt 9:18-19 e 9:23-26; Mc 5:21-24 e 5:35-43;
Lc 8:40-42 e 8:49-56); e ressuscitou a Lázaro (Jo 11: 1-46) irmão de Marta e de Maria de Betânia.

RESSURREIÇÃO DO FILHO DA VIÚVA DA CIDADE DE NAlM

"Em dia subseqüente dirigia-se Jesus para uma cidade chamada Naim e iam com ele os seus discípulos e
uma grande multidão. Ao aproximar-se ele da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho
único de sua mãe, que e era viúva; e vinha com ela muita gente da cidade. Logo que o Senhor a viu,
compadeceu-se dela e disse: "Não chores". Chegando-se, tocou a esquife, e parando os que o conduziam,
disse: "Moço, Eu te mando, Levanta-te". Aquele que havia estado morto, sentou-se e começou a falar; e Jesus
o entregou à mãe dele. Todos ficaram cheios de medo e glorificaram a Deus dizendo: 'Um grande profeta
levantou-se entre nós', e: 'Deus visitou o seu povo'. A notícia disto se divulgou por toda a Judéia e
circunvizinhança" (Lucas, 7:11-17).

Naim é uma cidade da Palestina, a sudeste da Galiléia e bem próxima do Monte Tàbor, onde Jesus ia
continuamente, e narra-nos o Evangelho ter-se realizado ali a transfiguração do Senhor.

Naquela época não havia tempo determinado por lei para o enterramento dos cadáveres e os ataques de
catalepsia, sendo muito comum, eram tomados por mortos.

O caso da viúva da cidade de Naim parece ter sido um desses casos. Jesus logo percebera que se tratava de
um caso de morte aparente, o qual, se não fosse acudido a tempo, seria consumado, e o moço considerado
morto seria enterrado.

Jesus fez parar o enterro, porque sabia que se tratava de um ataque cataléptico e não de um morto, sabia que
aquele Espírito encarnara para auxiliá-lo na administração de um ensinamento que só hoje podemos
assimilar.

Jesus ressuscitou o filho da viúva, e a sua ação neste caso foi simplesmente magnética; neutralizou a morte,
vencendo-a com seus eflúvios vivificadores, e pela sugestão verbal fez que o moço tomasse posse do seu
corpo: "Moço, eu te mando, levanta-te".

Assim, depreende-se, que ninguém tem mais ação magnética do que aquele que sabe amar e ama de verdade .

Mais tarde, Paulo de Tarso e Simão Pedro também tiveram oportunidade de fazer ressurgir mortos (Atos
9:36-42; e 20:9-12), comprovando as palavras de Jesus: "Tudo o que faço, também vós podereis fazer" (Jo
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14:12). Estes chamados prodígios estão no conhecimento das leis naturais e revestidos da afirmação
exemplar de caridade.

RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO

Recordemos a narrativa evangélica: "Enquanto assim lhes falava, veio um chefe da sinagoga e adorava-o,
dizendo: 'Neste momento acaba de expirar minha filha: vem, põe tua mão sobre ela e viverá'. E Jesus,
levanta-se, o foi seguindo com seus discípulos. Quando Jesus, chegou à casa do chefe da sinagoga, vendo os
tocadores de flauta e a multidão em alvoroço disse: "Retirai-vos, pois a menina não está morta, mas sim
dormindo". E riram. Mas retirada a multidão, entrou Jesus, tomou a mãe pela mão e ela levantou. E a fama
deste fato correu por toda aquela terra" (Mateus,9: 18-19, 23, 24,26; Lc, 8:40-42, 49 a 56; Mc 5 :21 a 24, e
35 a 43).

Nos tempos de Jesus, ainda não se conheciam os ataques epilépticos, ou síncope, acidente muito comum
naquela época e que eram recebidos como morte, tanto assim que, sem curarem os pacientes, enterravam-nos
imediatamente. Quantas dolorosas provações houve naquela época justamente pelo fato de não se tomar
precaução alguma antes de enterrar um corpo.

Qualquer ataque que cessasse os sinais de vida, viesse entorpecer a inteligência e apresentasse rigidez dos
membros, era um sinal de morte, ocorrendo o enterro imediato.

Jesus, não há dúvida, portanto ressuscitou a filha de Jairo porque, se não chegasse a tempo, ela iria para a
sepultura em em seguida e então morreria. Na casa já estavam os flautistas, as carpideiras e a multidão em
alvoroço e a multidão para acompanhar o enterro. Mas como se deu a cura?

Não é difícil explicar pelo Espiritismo. A morte é a separação da alma do corpo, devido à DEFICIÊNCIA
DO FLUIDO VITAL, ou sua extinção. Assim nos casos de síncope e catalepsia, há desequilíbrio do fluido
vital. Jesus, conhecedor das leis dos fluidos e da natureza humana, pelo seu amplo poder magnético
preencheu a deficiência do fluido da menina, com seu fluido vivificante, restituindo à saúde a paciente: ela
pôde tomar posse do seu corpo.

Allan Kardec trata magistralmente desses casos, e os estudiiosos do Evangelho devem interessar-se tanto
pelo lado científico da cura, como pelo lado moral para saberem quanto pode fazer aquele que tem
conhecimentos e tem fé; e aquele que se dedica ao bem do próximo.

No livro "Religião dos Espíritos", lição "Sonâmbulos", Emmanuel cita, entre outros, o caso de Tereza
D'Avila que permaneceu em regime de parada cardíaca (catalepsia) por quatro dias consecutivos, acordando
subitamente quando preparavam seu enterro.

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO (João 11:1-46)

A ressurreição de Lázaro, por muito impressionante, foi a que se tornou mais conhecida, apesar de que
durante séculos só a terem compreendido pela letra.

Como na ressurreição da filha de Jairo, Jesus declarou inicialmente que Lázaro não estapa morto. Disse
claramente que sua enfermidade não ia até a morte e que ela (a doença) viera para a glória do Pai e para
que o Filho de Deus fosse glorificado. Tanto assim que, amando muito a Lázaro e a suas irmãs, esperou
propositadamente que se passassem dois dias para atender ao chamado, visto que sabia, e disse aos
discípulos, que seu amigo Lázaro dormia e que o iria despertar do sono.

Em caminho, porém, como não devesse evitar a crença de que Lázaro estava morto, por reconhecer que os
homens ainda não se achavam preparados para receber as explicações que ele teria que dar; julgou
conveniente ocultar certos fatos que seria, em época própria, explicados pelo Consolador e corroborados
pela Ciência.
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Então disse que Lázaro estava morto, mesmo porque naquele estado de catalepsia, ainda hoje só MESMO
JESUS poderia fazê-lo retomar à vida plena.

Colocado, havia quatro dias, num túmulo qual os usavam naquela época (catacumbas, cavernas), Lázaro
vítima de uma enfermidade pútrida, deveria cheirar como supunha sua irmã, mas que não tem confirmação
no Evangelho e foi talvez por isso, que mais tarde, deram o nome de Mal de São Lázaro aos leprosos.
Todavia, Lázaro não tinha lepra, porque se a tivesse não poderia viver junto à família.

Ao dizer que Lázaro estava morto, por assim entender necessário, Jesus, rendendo graças ao Pai, porque ia
fazer voltar a vida ao corpo de seu amigo, humildemente dirigiu-se a Deus dizendo: " ASSIM FALEI POR
CAUSA DO POVO QUE ME CERCA, PARA QUE CREIAM QUE TU ME ENVIASTE". (jo 11:41-42).

Possuindo o dom da presciência, Jesus tinha antecipado o conhecimento do que estava para verificar-se.

O espírito de Lázaro não havia ainda total e defenitivamente abandonado o corpo doente. Fraquíssimo era,
em verdade, o laço que os ligava (espírito-corpo), já quase rompido e Lázaro morreria realmente se Jesus
não chegasse. Foi atuando sobre esse laço que Jesus operou o fenômeno, revitalizando o organismo de
Lázaro, TRANSMINTINDO-LHE FLUÍDOS VIVIFICANTES, COMO NUMA TRANSFUSÃO.

Jesus necessitou IMPRESSIONAR os HOMENS ainda muito presos às coisas da matéria, do seu tempo, de
maneira que o FATO ATRAVESSASSE OS SÉCULOS e pudesse PRODUZIR FRUTOS EM TODAS AS
ÉPOCAS.

Se o espirito de Lázaro (como os dos outros - o filho da viúva de Naim e a filha de Jairo, já se houvesse
desligado totalmente do corpo, Jesus não os faria voltar à vida terrena, porque isso seria CONTRARIAR As
LEIS IMUTÁVEIS DO CRIADOR, que, Onisciente, jamais derroga as que emanaram da Sua infinita
sabedoria.

(Ler GE, cap. XV itens 37 a 40.)

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XV

O ESPÍRITO DO CRISTlANISMO - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius


2 - PARTE B - JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS. TEMPESTADE APLACADA. ÁGUA TORNADA
VINHO (BODAS DE CANÁ)

JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS

(Mt 14:22-33; Mc 6:45-52; Jo 6:15-21)

"Logo depois ordenou Jesus aos discípulos que embarcassem e o precedessem na outra margem, enquanto
despedia o povo. Tendo-o despedido, subiu ao monte, para rezar num lugar retirado. Ao cair da noite, estava
lá, sozinho. Entretanto, a barca já ia a longa distância da terra, estava açoitada pelas ondas, porque o vento
era contrário. Lá pelas três horas da madrugada foi ter com eles, caminhando sobre o lago. Ao vê-lo andar
sobre as águas, ficam os discípulos assustados. "É um fantasma!, diziam: soltando gritos de pavor. Mas logo
Jesus lhes disse estas palavras: 'CORAGEM! sou EU; NÃO TENHAIS MEDO. Então Pedro respondeu:
"Senhor; se és tu mesmo, dá-me ordem de ir ao teu encontro sobre as águas". Jesus lhe disse: "VEM!". E
Pedro descendo da barca, foi ao encontro de Jesus. Percebendo porém, a fúria do vento, ficou atemorizado;
e, começava afundar, gritou: "Salva-me, Senhor!". No mesmo instante, Jesus estendeu a mão e o segurou,
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dizendo: 'HOMENS DE POUCA FÉ, POR QUE DUVIDASTE? . E ao subirem eles à barca parou o vento.
Então os que estavam na barca prostraram-se diante dele, dizendo: "Tu és verdadeiramente o Filho de
Deus!" (Mt 14:22 a 33).

Kardec dá duas alternativas para uma melhor análise do fenômeno, tendo por base as leis da Natureza; em
ambas hipóteses é possível a ocorrência de tal fato:

1 - Jesus, embora vivo, pôde aparecer por sobre as águas, de forma tangível, estando seu corpo em outro
local (aparições tangíveis). Foi um fenômeno de emancipação da alma, que em seguida, se tornou tangível.

2 - A outra hipótese supõe que seu corpo fosse sustentado pela neutralização da gravidade pela mesma força
fluídica que mantém no espaço um objeto, sem qualquer ponto de apoio.

O processo é envolver-se o Espírito com "atmosfera fluidica" que dá leveza especifica, como o ar nos balões
(por analogia), permitindo a levitação. Hoje, sabe-se, também da força magnética que faz barcos andarem
sobre um "colchão de ar".

Obs.: Ler GE, cap. XV; itens 41 e 42.

TEMPESTADE APLACADA

(Mt 8:23-27; Mc 4:35-41; Lc 8:22-25)

Um dia entrou ele num barco com os seus discípulos e lhes disse: "Passemos à outra margem do lago". E
partiram. Enquanto navegavam, adormeceu. Desencadeou-se uma tempestade no lago, e já corriam perigo,
invadidos pelas águas. Aproximaram-se, pois, e o despertaram, dizendo: "Mestre! Mestre! Estamos
perdidos!" Tendo ele acordado, repreendeu o vento e o tumulto das vagas; acalmaram-se e veio a bonança.
Então Jesus lhes perguntou: "Onde está a vossa fé?" Foram tomados de medo e admiração, e diziam entre si:
"Quem é este que ordena aos ventos e ás vagas, e eles obedecem?" (Lc 8:22 a 25).

Nas questões 536 a 540 de O Livro dos Espíritos, os amigos espirituais elucidam acerca da interferência de
entidades desencarnadas de diferentes níveis de evolução, como executantes de ordens emanadas da
Espiritualidade Maior, nos fenômenos da Natureza. Entretanto, deixam ainda um espaço para maiores
digressões futuras acerca do assunto.

Se assim é, não se estranha o fato de Jesus ter ampla autoridade sobre essas inteligências e "prova um poder
que a nenhum homem é dado exercer". (A Gênese, cap.XV; item 46). O fato de estar Jesus a dormir
tranqüilamente, durante a tempestade, atesta a sua superioridade em compreender que não haveria risco
algum naquele momento. Na parte moral, o assunto enseja o ensino de PROVAR-SE A FÉ E A CONFIANÇA
justamente nos momentos mais difíceis. Os obstáculos sempre virão até que o Espírito se auto domine,
educando-se confiantemente no aprendizado das leis divinas.

(Ler GE, capo XV; itens 45 e 46.)

ÁGUA TORNADA VINHO (BODAS DE CANÁ

Lê-se em João, cap. 2 verso 1 a 11: "Três dias depois houve uma festa de bodas em Caná da Galiléia,
achando-se ali a mãe de Jesus. Ele também foi convidado com seus discípulos. Tendo acabado o vinho, a mãe
de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas, Jesus disse-lhe: Mulher que tenho eu contigo? Ainda não é
chegada a minha hora.

Então, ela falou aos que serviam: Fazei tudo o que ele vos disser.
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Estavam ali seis talhas de pedra que os judeus usavam, para as purificações, que levavam cada uma duas ou
tres metretás (medida de capacidade, de 45 litros cada). Jesus lhes disse: Enchei dágua as talhas. E eles as
encheram até a borda. Então disse-Ihes Jesus: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. O mestre-
sala logo que provou a água convertida em vinho, como não sabia donde viera, chamou o noivo e lhe disse:
Todos constumam pôr primeiro o bom vinho, e quando já beberam fartamente, servem o inferior; mas porém,
guardaste o bom vinho até agora.

Este primeiro milagre Jesus fez em Caná da Galiléia, e manifestou sua glória, e seus discípulos creram nele".

Este "milagre" encontra -se unicamente no Evangelho de João e é apresentado como o primeiro que foi feito
por Jesus, o que deveria ter sido levado em conta pelos outros evangelistas; entretanto, pouca ou nenhuma
impressão causou. Segundo Kardec, o fato em si mesmo não tem tanta importância, visto que a missão de
Jesus transcendia fenômenos puramente materiais.

Se bem que se pudesse atribuir o fato a uma transformação das propriedades da água por ação magnética,
diz Kardec, em A Gênese, cap. XV; item 47: "Entre as hipóteses deve-se preferir a mais racional e os
espíritas não são tão crédulos que por toda a parte vejam manifestações, nem tão absolutos em suas
opiniões, que pretendam explicar tudo por meio dos fluidos". Kardec diz ser mais racional ver aí uma dessas
parábolas tão freqüentes no ensinamento de Jesus, como a parábola da figueira que secou, do mau rico e
outras que foram interpretadas e reinterpretadas através dos tempos, trazendo em seu bojo um cunho pessoal
e ambíguo à postura íntegra e uniforme de Jesus.

Em O Livro dos Médiuns, 2.a Parte, cap. VIII (Laboratório do Mundo Invisível), item 129, Kardec afirma que
"o Espírito pode operar; pela vontade, sobre a matéria elementar; uma transformação íntima que lhe dá
certas propriedades".

Obs.: Ler GE, cap. XV item 47.

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XV

O ESPÍRITO DO CRISTIANISM0 - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius

LM, 2ª Parte - cap. VIIl

QUESTIONÁRIO

1) Como se explica Jesus ter ressuscitado o filho da viúva da cidade de Naim?

2) Quando Jesus fez Lázaro ressurgir do túmulo estava ele realmente morto?

3) Jesus usou o dom da presciência no episódio da ressureição de Lázaro? Comente.

4) Como explicar o fato de Jesus ter andado sobre as águas?

5) Como Jesus aplacou a tempestade?

6) Como fez Jesus a água se tornar vinho?

7) Qual a opinião de Kardec sobrte o "milagre"realizado por Jesus nas bodas de Caná?
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23ª. AULA
OS MILAGRES DO EVANGELHO IV

1 - PARTE A - TRANSFIGURAÇÃO. A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES. O PÃO DA VIDA.

TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS

Mt 17:1-8. (Mt 17:9-13). Mc 9:2-8. (Mc 9:9-13). Lc 9:28-36

Segundo a tradição, ocorreu no Monte Tabor (que fica 11 quilômetros a sudeste de Nazaré), com
aproximadamente 1000 metros de altura; Jesus se dirigiu a ele com três dos seus discípulos, Pedro, Tiago e
João, e a eles apareceu transfigurado: - seu rosto resplandeceu como o Sol, suas vestes se tornaram
brilhantes e brancas como a luz, e eis que apareceram Elias e Moisés falando com Ele. Em seguida uma
nuvem luminosa os envolveu e uma voz que dá nuvem saía, anunciou: "ESTE É MEU FILHO AMADO, EM
QUE ME COMPRAZO, ESCUTAI-O" (Mt 17:5, Mc 9:7, Lc 9:3).

Minutos depois, Jesus se apresenta aos discípulos no estado habitual e lhes proibiu que falassem do ocorrido,
que ele houvesse ressurgido dentre os mortos. E seus discípulos guardaram segredo, mas sem
compreenderem o que queria dizer ressurgir dentre os mortos (Mt 17:9-13).

E Deus enaltecendo Seu Enviado, ordenou que um Espírito transmitisse aquelas palavras confirmativas, pela
segunda vez, do messiado de Jesus. (A primeira vez foi na ocasião do batismo de Jesus: Mt 3:17, Mc 1:11, Lc
3:22.)

Hoje, compreende-se a possibilidade desse fenômeno e da narrativa evangélica. Kardec em A Gênese, cap.
XV; item 44, resume que a explicação para este fenômeno se encontra nas propriedades do fluido
perispiritual, sendo um fato muito comum que em virtude da irradiação fluídica poder modificar a aparência
de um indivíduo.

N0 CASO DE JESUS, A PUREZA DE SEU PERISPÍRlTO permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional
fulgor; como um sol. A mesma luz que OFUSCOU a Paulo de Tarso, na Estrada de Damasco.

De todas as faculdades reveladas por Jesus, nenhuma se pode dizer inacessível às possibilidades da
Humanidade, porque estão todas na ordem da Lei Natural.

Em razão, porém, de sua superioridade, de sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas
faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são comuns. Colocado de lado o seu envoltório
carnal, Jesus fazia sobressair o estado dos PUROS ESPÍRITOS.

No cap. VII de "O Livro dos Médiuns", item 123, encontra -se a transfiguração como uma modificação das
disposições moleculares do perispírito.

Prossegue ainda o Codificador lionês, agora pelo item 39, do cap. XIV de "A Gênese", a elucidar o
mecanismo do fenômeno: "Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório
perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na
superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições. Pode a imagem real do corpo apagar-se
mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência; ou, então, vistos através
da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão.

Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a
expressão de um semblante feio tomar bela, radiosa e até luminosa, se, ao contrário, o Espírito é presa de
paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.
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Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre QUALIDADES e SENTIMENTOS predominantes


no Espírito. O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica: é uma espécie de aparição
perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da morte, em lugar
de se produzir ao longe como nas aparições propriamente ditas. O que distingue as aparições desse gênero é
o serem, geralmente, perceptíveis por todos os assistem e com os olhos do corpo, precisamente por se
basearem na matéria carnal visível, ao passo que nas aparições puramente fluídicas não há matéria
tangível".

É interessante lembrar que se outro Espírito combinar seu fluido com o do primeiro, pode substituir a
aparência, da pessoa, que poderá variar como esse Espírito quiser.

Segundo Vinicius: Na aparição do Tabor, estavam representadas:

+ a LEI - através de Moisés;

+ os PROFETAS - através de Elias ( o Profeta Maior)

+ o AM0R - LEI MAIOR - através de Jesus que unia os outros dois.

(Ler GE, cap. XV; itens 43 e 44.)

A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃEs

Houve duas; a primeira é narrada em Mt 14:13-21, Mc; 6:30-44) Lc 9:10-17 e Jo 6:1-14; e a segunda é
narrada em Mt 15:32-39 e Mc 8:1-10.

É indiferente tomar a primeira ou a segunda como referência, porque o fenômeno é o mesmo (mudam apenas
alguns pormenores).

"Chamando Jesus a seus discípulos disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que
permanecem comigo e não têm o que comer e não quero despedi-la em, jejum, para que não desfaleçam pelo
caminho. Mas os discípulos lhe disseram:

Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão. Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães
tendes? Responderam: sete e alguns peixinhos. Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão, tomou os
sete pães e os peixes e, dando graças, partiu e deu aos discípulos. E estes ao povo. Todos comeram e se
fartaram; e do que sobejou recolheram sete cestos cheios. Ora, os que comeram eram quatro mil homens,
além de mulheres e crianças. E tendo despedido o povo, Jesus entrou no barco e foi para o território de
Magadã" (Mt 15: 32-39). (Obs.: Esta foi a 2ª. multiplicação dos pães.)

Todos os fenômenos quando desconhecidos na sua essência, são tidos como miraculosos.

São inúmeros os casos de produções, por Espíritos, de matérias comestíveis.

O Espiritismo reintegra as verdades evangélicas no seu verdadeiro lugar, dando-lhes o justo valor,
explicando-as de acordo com a razão e a verdadeira Ciência, conforme as Leis Naturais.

Concluímos, então, que eram de duas naturezas os pães que Jesus ofereceu à multidão que seguia seus
passos:

1 - o pão para o corpo;


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2 - o pão para a alma, o que sacia a fome do Espírito. Em "O Livro dos Médiuns", cap. VIII (Laboratório do
Invisível), no item 128, perg. 12 e 13, Kardec pergunta a S. Luiz: "O Espírito pode fazer uma substância
salutar apropriada à cura de uma doença?" R.: Sim.

Poderia, da mesma maneira, fazer uma substância alimentar? Alguém poderia comê-la e saciar-se? R.: Sim.
E' apenas um trabalho químico e os Espíritos têm a vontade e a permissão de Deus".

No caso da multiplicação dos pães, sabe-se hoje que Jesus AGIU SOBRE A MATÉRIA, tirando do elemento
universal as moléculas necessárias à formação do pão.

As substâncias agem no organismo e estes pães, elaborados pela vontade e benevolência de Jesus, que se
apiedou do povo faminto, também AGIU BENEFICAMENTE SOBRE o ESTÔMAGO, PRODUZINDO A
SENSAÇÃO DE SACIEDADE.

Obs.: Ler GE, cap. XV; item 48.

O PÃO DA VIDA (Jo 6:22-40 e Jo 6:41-71)

João Evangelista, no cap. 6, verso 22 a 40, narra que no dia seguinte à multiplicação dos pães, a multidão
procurou Jesus novamente, pedindo-lhe um milagre, para que cressem em Jesus, o que não deixa de ser
estranho: pois no dia anterior não presenciaram um milagre espetacular?! Jesus usa com eles energia e
amor: - "Trabalhai, não pela comida que perece, mas para a vida eterna".

Conhecedor profundo das almas, Jesus sabia que o sinal prodigioso da multiplicação dos pães passara em
vão e apenas a fome saciada lhes comovera as entranhas. Trabalhar pelo pão de cada dia é necessário à
sobrevivência física com dignidade; trabalhar pelo alimento espiritual é elaborar a imortalidade.

Este valor intrínseco da nutrição espiritual, Jesus colocou na oração matinal: "O pão nosso de cada dia dai-
nos hoje", não o pão para o qual trabalhamos fisicamente, mas o Pão de Deus, o que dá vida ao mundo.

Ele complementa: "Eu sou o Pão da Vida, quem vem a mim não terá fome".

Sendo nós seus discípulos, seguindo suas orientações morais e espirituais, ESTAREMOS SACIADOS E NÃO
TEREMOS ANGúsTIAs E NECESSIDADES.

Obs.: Ler GE, cap. XV, itens 50 e 51.

BIBLIOGRAFIA

LM, 2.a Parte, - cap. VII e VIII

GE - cap. XV

O ESPÍRITO DO CRISTIANISM0 - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius


2 - PARTE B - AS APARiÇÕES DE JESUS APÓS A SUA MORTE

Todos os quatro evangelistas narram as aparições de Jesus após a sua morte, fazendo-o com riquezas de
detalhes, a fim de não pairar qualquer dúvida sobre a realidade do fato. Essas aparições se explicam
perfeitamente pelas PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO, pois, observando-se cuidadosamente as
circunstâncias em que ocorreram, nelas reconhecem-se todos os caracteres peculiares a um ser fluídico.
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O Mestre aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o vêem, outros não, com aparências
diversas de modo que nem os seus discípulos o reconhecem de pronto. Penetra a matéria, adentrando
recintos fechados; fala com os seus discípulos em tom breve e sentencioso, observando-se claramente, em
todas as suas atitudes, que ele já não faz parte do mundo terreno. Suas aparições são produzidas de tal
maneira que causam simultaneamente surpresa e assombro; eles pressentem que já não se trata de um ser
corpóreo.

É patente, pois, que Jesus se mostrou com seu corpo perispiritico, o que explica que ele somente tenha sido
visto pelos que ele desejava que o vissem. E fora de dúvida que, se ele estivesse com seu corpo carnal, todos
o veriam da mesma forma como acontecia antes da morte .

Antes da sua morte na cruz, o Mestre tinha um corpo material, carnal, de natureza semelhante ao de toda a
gente. Após o episódio de sua crucificação, o seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o
são de ordinário os corpos e, além disso, muitas pessoas puderam vê-lo e tocá-lo.

A primeira aparição foi para Maria Madalena ( Mc 16:9-11 e Jo 20:11-18). Estando ela chorando perto do
sepulcro, abaixando-se para ver melhor o lugar onde o corpo de Jesus havia sido colocado, ela viu dois
Espíritos de grande elevação, vestidos de branco que lhe falaram: "Por que buscais entre os mortos ao que
vive?", e ao ser inquirida sobre o motivo de suas lágrimas, disse ela: "É que levaram o meu Senhor e não sei
onde o puseram".

Em seguida ela viu um homem que julgou ser o jardineiro e lhe fez a seguinte indagação: "Senhor; foste tu
quem o tirou, diga-me onde o puseste ?"

O irreconhecível personagem então exclamou: Maria!

Logo ela reconheceu ser Jesus, e, voltando-se disse: "Rabboni!" (Isto é, Mestre). Logo a seguir disse-lhe o
Mestre: "Não me detenhas porquanto ainda não subi para meu Pai; mas, vai ter com meus irmãos e dize-lhes
de minha parte:

Subo a meu Pai, a vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus" (Jo 20:11-18).

Nessa descrição evangélica observam-se dois detalhes interessantes: o Mestre deu demonstração de que
NÃO tinha mais um CORPO fisico, por isso NÃO PERMITIU que Madalena o tocasse. Além disso deixou
bem claro que não era Deus, o Criador de todas as coisas, mas uma de Suas criaturas.

Nesse mesmo dia, após ter surgido aos olhos atônitos de Maria Madalena, Jesus apareceu junto a dois
discípulos que se dirigiam de Jerusalém pam Emaus, tornando-se novamente irreconhecível (Mc 16: 12-13 e
Lc 24: 13-35). Acatando generoso convite para que permanecesse com eles em Emaús, e assentando-se com
eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o e repartiu-o. Nesse ato eles reconheceram que o personagem
desconhecido era Jesus; entretanto, logo a seguir ele desapareceu das vistas deles.

Cabe aqui esclarecer que a primeira aparição de Jesus (que foi para Madalena) foi simplesmente visível e
audível, porém, não trangível. No caso dos dois discípulos de Emaús, ela aconteceu de modo diverso: foi
visível, audível e tangível. O Mestre, com seu corpo perispirítico podia, à sua vontade, DAR ou RETIRAR
dele a tangibilidade, bem como desaparecer quando lhe aprouvesse.

Após a retumbante manifestação do Espírito de Jesus no caminho de Emaús, os dois discípulos voltaram
apressadamente para Jerusalém, onde os apóstolos e alguns discípulos estavam reunidos num recinto
fechado.

Enquanto os dois narravam o que lhes aconteceu no caminho de Emaús, o Espírito de Jesus se apresentou no
meio deles, dizendo: "A paz seja convosco, sou eu, não vos assusteis" Em seguida, mostrou-lhes as chagas
que tinha nas mãos e nos pés (Lc 24:36-49 e Jo 20:19-25).
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O apóstolo Tomé não estava presente e, quando voltou, surpreendeu-se mas não deu crédito às informações
de seus companheiros de apostolado, adiantando que somente creria se visse as chagas produzidas pelos
cravos e também o rasgão que fizeram no lado de Jesus.

Oito dias depois, Jesus se apresentou novamente entre eles, estando fechadas todas as portas. Dirigindo-se a
Tomé, que então estava presente, disse-lhe Jesus: "Põe aqui o teu dedo e olha minhas mãos, estende também
a tua mão e meta-a no meu lado". Tomé, num misto de alegria e surpresa, Se limitou a dizer: "Meu senhor e
meu Deus?" O Mestre então, lhe disse: "Tu creste Tomé; porque viste; ditosos os que creram sem ver" (Jo
20:26-29).

Nova aparição aconteceu quando da pesca que Pedro, Tomé, João, Tiago Maior, Natanael e mais dois
discípulos faziam no Mar de Tiberíades (também chamado Mar da Galiléia). Durante toda a noite não
haviam apanhado nada. Logo ao amanhecer Jesus apareceu sem se dar a conhecer recomendando-lhes que
lançassem a rede do lado direito do barco. Eles a lançaram e logo quase não a puderaram retirar, tão
carregada estava de peixes. Nisso o apóstolo João reconheceu o Mestre e exclamou: "É o Senhor?" Ao ouvir
essa palavra, Pedro, que estava nu, tomou de sua túnica e se atirou ao mar a fim de se encobrir (Jo 21:1-14).

O evangelista Lucas (24:50-53) afirmou que o Espírito de Jesus tornou a aparecer em Betânia, onde
abençoou os discípulos e deles se separou.

Mateus, por sua vez (28:16-20) legou a informação de que a última aparição de Jesus foi na Galiléia, no
monte onde ele havia designado. Ali ele disse: "É me dado todo o poder no Céu e na Terra", recomendando
aos seus apóstolos que se encarregassem de difundir os ensinamentos evangélicos.

Afirmou Paulo de Tarso em sua 1". Epístola aos CorÍntios (15:3-8), que "após o seu ressurgimento o Cristo
foi visto por Celas e depois pelos Doze. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos, e novamente por
Tiago, e por todos os apóstolos, e ao final, depois de todos foi visto também por mim, como por um nascido
fora do tempo" (1ª. Epístola aos Coríntios, 15:3-8).

O livro Atos dos Apóstolos afirma em 1:2-4 que Jesus apareceu aos apóstolos durante 40 dias, falando e
comendo com eles.

E também apareceu a Ananias, instruindo-o para que procurasse Paulo de Tarso, na cidade de Damasco, e
fizesse com que recuperasse a visão (At 9:10-12).

Corroborando ter Jesus usado o corpo perispirítico após a crucificação, afirmou ainda o apóstolo Paulo em
sua 1ª. Epístola aos Coríntios (15:40-50): "Há corpos celestes e corpos terrestres, semeia-se corpo animal e
ressuscitará corpo espiritual, se há corpo animal há também corpo espiritual; a carne e o sangue não podem
herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção".

Obs.: Ler GE, cap. XV, itens 56 a 63.

BIBLIOGRAFIA

GE, cap. XV,

CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godov

O EVANGELHO POR DENTRO - Paulo Alves Godoy

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel .

ATOS DOS APÓSTOLOS, 9:10-19


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1'. EPÍSTOLA DE PAULO AOS CORÍNTIOS - (15:5-8 e 15:40-50)

LM, lª. Parte, - cap. I, item 3

QUESTIONÁRIO

1) Como se produziu a transfiguração no Tabor? Foi ela a primeira sessão espírita da era cristã?

2) Quais foram os Espíritos que se comunicaram com Jesus no Tabor? Que simbolizam?

3) Como se operou a multiplicação dos pães?

4) Podem os Espíritos produzir substância curadora ou alimentícia? Comente.

S) Que significa dizer que Jesus é o "Pão da Vida"?

6) Nas aparições de Jesus após a sua morte isso aconteceu em corpo carnal ou perispirítico? Como se chega
à conclusão?

7) Quem foi a primeira pessoa para quem o Espírito de Jesus apareceu após a sua crucificação? Comente.

24ª. AULA
OS MILAGRES DO EVANGELHO V

1 - PARTE A - ANÁLISE SUMÁRIA DAS OBSESSÕES. POSSESSÃO.

A análise das obsessões é feita com profundidade no Curso de Educação Mediúnica. Nesta lição faz-se uma
análise sumária, mais como introdução ao estudo dos obsedados do Evangelho.

Kardec considera a obsessão como uma das doenças psíquicas que exige uma atenção maior.

A obsessão caracteriza-se como o domínio que alguns Espíritos podem exercer sobre certas pessoas.
Geralmente esses Espíritos ainda são apegados a sentimentos de vingança, egoísmo e orgulho.

Os bons Espíritos jamais constrangem; os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem subjugar,
conduzindo a vítima à sua vontade.

A obsessão divide-se em:

1 - obsessão simples;

2 - fascinação;

3 - subjugação.

1) - A OBSESSÃO SIMPLES verifica-se quando um Espírito inferior em moral "se impõe a um médium,
intromete-se nas comunicações que ele recebe, impede-o de se comunicar com outros Espíritos e substitui os
que são evocados" (Kardec, O Livro dos Médiuns, 2.a Parte, cap. XXIII).

2) - A FASCINAÇÃO traz conseqüências mais graves: caracteriza-se como uma ilusão projetada diretamente
no psiquismo do médium, paralisando sua capacidade de discernimento. O médium fascinado não se
considera enganado. O Espírito, atuando de forma sutil, consegue inspirar-lhe confiança e agir sobre ele
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hipnoticamente. A ilusão pode chegar ao ponto de levar o médium a considerar a mais absurda das
afirmações como verídica. Os homens mais instruídos não escapam a este tipo de influência, "o que prova
tratar-se de uma aberração produzida por uma causa estranha, cuja influência os subjuga" (Kardec, O Livro
dos Médiuns, 2. a Parte, cap. XXIII).

As conseqüências da fascinação são muito mais graves do que aquelas geradas pela obsessão simples, na
medida em, que o fascinado é dirigido, condicionado a aceitar teorias, posturas de forma irrefletida e cega.

3) - A SUBJUGAÇÃO é um envolvimento psíquico que traz como conseqüência a total paralisação da


vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado seu livre-arbítrio. A subjugação, segundo Kardec, pode ser
MORAL ou FÍSICA.

a) Na primeira, o subjugado é constrangido a tomar decisões no mais das vezes absurdas e


comprometedoras, que por uma espécie de indução hipnótica, aceita como sensatas: é uma espécie de
fascinação vigorosa.

b) No segundo caso, o constrangimento do Espírito ao médium é tal que o leva a movimentações físicas
involuntárias, podendo chegar as raias do ridículo. Kardec cita exemplos importantes de subjugação
corpórea em O Livro dos Médiuns e que devem ser analisados e estudados.

POSSESSÃO

Em O Livro dos Médiuns, item 241, Kardec prefere não usar o termo possessão que corresponderia à
subjugação em mais alto grau. A primeira razão é por implicar na crença de seres sempre voltados para o
mal (demônios) na época; e a segunda, por dar a impressão de coabitação, quando só existe
constrangimento.

Anos mais tarde, em A Gênese, cap. XIV; item 47, Kardec aceita o termo genérico possessão e classifica-a de
temporária e intermitente. Na Revista Espírita (de 1863 a 1867) ele descreve vários casos de possessões. "O
Espírito (Kardec) em A Gênese, cap. XIV, item 47, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o
faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito
se fosse vivo".

CARACTERIZAÇÃO DA OBSESSÃO

Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características (Kardec, O Livro dos Médiuns, 2. a Parte, cap.
XXIII, item 243):

1- Insistência de um Espírito em comunicar-se, queira ou não o médium, pela escrita, pela audição, pela
tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam.

2- Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das
comunicações recebidas.

3 - Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes
respeitáveis e venerados, dizem falsidades ou absurdos.

4 - Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por seu intermédio.

5 - Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.

6 - Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.


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7 - Necessidade incessante e inoportuna de escrever (e poder-se-ia acrescentar de comunicar-se sob


qualquer circunstância).

8 - Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar sem
querer

9 - Ruidos e transtornos contínuos em redor do médium causados por ele ou tendo-o por alvo.

Importante notar-se que não somente os médiuns estão sujeitos a qualquer tipo de obsessão, mas todo aquele
que imprudentemente se deixa influenciar por sentimentos, emoções, paixões, pensamentos e atitudes
negativas ou inferiores.

BIBLIOGRAFIA

LM, 2." Parte, - cap. XXIII

GE - cap. XIV - Obsessões e Possessões, itens 45 a 49


2 - PARTE B - OS OBSEDADOS DO EVANGELHO: O POSSESSO DE CAFARNAUM; OS POSSESSOS
GADARENOS; O JOVEM LUNÁTICO; A FILHA DA MULHER CANANÉIA; OS SETE ESPÍRITOS DE
MARIA MADALENA; A MULHER CURVADA.

O conhecimento do Espiritismo esclarece de forma ampla e objetiva os problemas relativos aos obsedados do
Evangelho, descaracterizando-lhes as aparências de "milagres".

Os motivos da obsessão variam segundo o caráter do Espírito obsessor:

1. práticas de vingança contra a pessoa que o feriu moralmente nesta ou em outra reencarnação;

2. desejo de fazer o mal;

3. inveja do bem;

4. orgulho do seu falso saber.

Os meios de se combater a obsessão variam segundo as características de que ela se reveste:

a) na obsessão simples - provar ao Espírito que não foi enganado por ele e que será impossível deixar-se
enganar, cansando-lhe a paciência, convencendo-o de que perde seu tempo.

b) Para os Espíritos mais renhidos - a prece fervorosa, o apelo aos bons Espíritos e, sobretudo, a postura
íntegra, vencendo-o pelo bom procedimento.

c) No caso da subjugação corpórea é necessária a intervenção de uma terceira pessoa, com autoridade
moral, agindo por meio de magnetismo e que hoje popularmente conhecemos como aplicação de passes
inseridos no contexto de uma Assistência Espiritual.

Assim como as curas, a libertação de possessos ou obsedados figura como os mais numerosos atos de Jesus.
Naquele tempo atribuía -se a possessão à obra dos demônios, bem como as enfermidades cujas causas eram
desconhecidas: catalepsia, mudez, epilepsia etc.

Eram em grande número os possessos e obsedados de toda a sorte na Judéia, daí a oportunidade que Jesus
teve de curar a muitos. Sem apresentar caráter epidêmico, as obsessões individuais são muito freqüentes em
seus mais variados aspectos, trazendo como consequência distúrbios de ordem física, desarticuladores da
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estrutura perispiritual do obsedado, QUANTO MAIS GRAVE FOREM OS COMPROMETIMENTOS DE


ORDEM MORAL ENTRE O OBSESSOR E O OBSEDADO.

O POSSESSO DE CAFARNAUM (Mc 1:21-28; Lc 4:31-37)

"Vieram em seguida a Cafarnaum e Jesus, entrando primeiramente no dia de sábado, na sinagoga, os


instruía. Admiravam-se de sua doutrina, pois os instruía como QUEM TEM AUTORIDADE e não como os
escribas. Ora, encontrava-se na sinagoga um homem possuído por um Espírito impuro, que gritava, dizendo:
Que há entre vós e nós, Jesus de Nazaré. Viestes para nos perder? Sei quem vós sois: vós sois o Santo de
Deus. Mas Jesus, falando-lhe com tom de ameaça, lhe disse: "CALA-TE E SAI DESTE HOMEM". Então, o
Espírito impuro, agitando-se com violentas convulsões e soltando um grande grito, saiu dele. Todos ficaram
tão surpresos que perguntavam-se uns aos outros: Que é isto? E qual é essa nova doutrina? Ele manda com,
império mesmo aos Espíritos impuros e eles obedecem." (Mc 1:21-28).

Os fariseus entendiam que os obsedados eram possuídos pelo demônio e como também não aceitavam o
poder moral superior de Jesus, argumentavam que "É pelo príncipe dos demônios que ele expele os
demônios" (Mt 9:34 e 12:24). Infelizmente, ainda hoje, é o mesmo raciocínio de muitos teólogos e de muitos
fanáticos contra a Doutrina Espírita.

OS POSSESSOS GADARENOS (Gadareno refere-se a Gadara, e Gadara era uma das cidades da Decápole,
região à leste do Rio Jordão) ) (Mt 8:28-34; Mc 5: 1-20; Lc 8:26-39)

"Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados,
saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho" (Mt 8:28).

Na seqüência, escreve Mateus: "Então os possessores lhe rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a
manada de porcos. "Pois ide", ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram para os porcos; e eis que toda a
manada se precipitou despenhadeiro abaixo, para dentro do mar e nas águas pereceram".

Kardec comenta que "o fato de serem alguns maus Espíritos enviados aos corpos de porcos é contrário a
toda probabilidade".

Diz, ainda, que "um Espírito mau não deixa de ser um Espírito humano" e como tal "é contra as leis da
natureza que ele possa animar o corpo de um animal".

Justifica o Codificador com a possibilidade de uma alegoria para caracterizar as inclinações imundas de
certos Espíritos, ou informações ampliadas por ignorância e superstição (A Gênese, cap. XV; item 34).

Pode-se aduzir também que os Espíritos expulsos por Jesus surgissem, "materializados", somente para a
percepção sensorial dos porcos, que assustados fugiram espavoridos, precipitando-se nas águas. Esta
hipótese é racional, lógica e possível, porquanto se sabe que certos animais podem ver Espíritos. (Ver lição
número 10, Curso de Educação Mediúnica, 2°. Ano; e O Livro dos Médiuns, 2. a Parte, cap. XXII.)

O JOVEM LUNÁTICO

(Mt 17:14-21; Mc 9:14-29; Lc 9:37-43)

"Estando Jesus junto à multidão, aproximou-se dele um homem que se ajoelhou e disse: 'Senhor, compadece-
te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras na água. Apresentei-o
a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo'. Jesus exclamou: "Ó geração incrédula e perversa ! Até
quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino". E Jesus repreendeu o mau
Espírito e este saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado" (Mt 17, 14-18).
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Depois, interrogado pelos discípulos sobre por que não puderam eles expulsar o obsessor, Jesus lhes
respondeu: "Por causa da pequenez de vossa fé", acrescentando que "esta casta não se expele senão por
meio da oração e jejum".

Comenta Kardec que "a imensa SUPERIORIDADE DE CRISTO dava-lhe tal autoridade sobre os Espíritos
imperfeitos, então chamados demônios, que lhe bastava recomendar que se retirassem, para que eles não
pudessem resistir a tal injunção" (A Gênese, cap. XV, item 33).

A FILHA DA MULHER CANANÉIA (Mt 15:21-28; Mc 7:24-30)

"Jesus, partindo dali, retirou-se para a região de Tiro e de Sidom, na Fenícia. E eis que uma mulher
cananéia, daquela região, veio gritando: "Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim; a minha filha está
horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra". Então, seus discípulos se chegaram
e pediram: Despede-a, porque vem gritando atrás de nós. Jesus respondeu: "Não fui enviado senão às
ovelhas da casa de Israel. Mas ela, aproximando-se, prostrou-se diante dele e pôs-se a rogar: "Senhor,
socorre-me!" Ele tornou a responder: "Não é bom tomar o pão dos sem filhos e lançá-los aos cachorrinhos".
A mulher cananéia insistiu: "Sim, senhor; porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa
dos seus donos". Diante disso, Jesus lhes disse: "Ó mulher; grande é a tua fé. Faça-se contigo como queres".
E a partir daquele momento sua filha ficou curada" (Mt 15:21-28).

OS SETE ESPÍRITOS DE MARIA MADALENA (Lc 8:1-2; Mc 16:9)

Depois disso, ele andava por cidades e aldeias, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os
Doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de Espíritos malignos e
doenças. Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, o
procurador de Herodes e várias outras, que o serviam com os seus bens.

A MULHER CURVADA (Lc 13:10-17)

"Todos os sábados Jesus ensinava numa sinagoga. Um dia, viu ali uma mulher possuída de um Espírito que a
punha doente, havia dezoito anos, era tão curvada que não podia olhar para cima. Vendo-a, Jesus a chamou
e lhe dissse: "Mulher, estás livre da tua enfermidade". Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e ela,
endireitando-se, rendeu graças a Deus.

Mas o chefe da sinagoga, indignado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: "Há
seis dias destinados ao trabalho; vinde nesses dias para serdes curados e não nos dias de sábado".

O Senhor, tomando a palavra, disse-lhes: "Hipócritas, qual de vós não solta da canga o seu boi ou o seu
Jumento em dia de sábado e não o leva a beber?" Por que então não se deveria libertar, em dia de sábado,
dos laços que a prendiam, esta filha de Abraão, que Espíritos trevosos conservavam atada durante dezoito
anos?

A estas palavras, todos os seus adversários ficaram confusos e todo o povo encantado de vê-lo praticar
tantas ações gloriosas" .

Jesus conhecendo o pensamento dos fariseus a respeito de que ele expelia demônios pelos demônios, diz:
"Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado" e complementa: "Se satanás expulsa a satanás, é
dividido contra si mesmo, como, pois, seu reino subsistirá?" (Mt 12:25-25)' Mc 3:22-24)' Lc 11:15-18).

Em nota em A Gênese, cap. XV; item 36, comenta Kardec que "se Jesus tivesse operado seus milagres pela
virtude do demônio, o demônio teria pois trabalhado para destruir seu império, e teria empregado seu poder
contra si mesmo. Certamente, um demônio que procurasse destruir o reino do vício para estabelecer o da
virtude, seria um estranho demônio".
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O Mestre, certamente, não podia interferir nas Leis que determinam a cada ser que faça a sua colheita,
conforme tenha sido sua própria semeadura, ou que a cada criatura será dado receber o que ela própria
semeou.

Jesus sempre que curou, acrescentava: "A tua fé te curou, vá e não peques mais".

BIBLIOGRAFIA

GE - cap. XV

O ESPÍRITO DO CRISTIANISMO - Cairbar Schutel

EM TORNO DO MESTRE - Vinícius

O EVANGELHO PEDE LICENÇA - Paulo Alves Godoy

A BIBLIA DE JERUSALEM -

NOVO TESTAMENTO - Edições Paulinas

QUESTIONÁRIO

1) O que é obsessão simples? O que é fascinação?

2) O que é subjugação ou possessão?

3) Quais são as características da obsessão?

4) Quais são os motivos que levam um Espírito a obsediar?

5) Discorra ligeiramente sobre os possessos gadarenos.

6) Por que os discípulos de Jesus não puderam expulsar o mau Espírito do jovem lunático? (1ft 17:14-21)

7) Comente a censura do chefe da sinagoga a Jesus, por ele ter curado a mulher curvada (Lc 13:10-17).

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