Slides - Lei Das Eleições - 9.504 de 97 - Da Prestação de Contas

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LEI Nº 9.

504/97
LEI DAS ELEIÇÕES

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Professor: Franco
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
Art. 28. A prestação de contas será feita:

I – no caso dos candidatos às eleições majoritárias, na forma disciplinada pela


Justiça Eleitoral;

II – no caso dos candidatos às eleições proporcionais, de acordo com os


modelos constantes do anexo desta lei.

❑ Atualmente os modelos constantes do anexo foram substituídos e podem ser


obtidos no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), que está em
conformidade com a instrução de prestação de contas de cada eleição.
Jurisprudência

❑ Ac.-TSE, de 22.6.2023, no AREspE nº 060755475: impossibilidade de


transferência de responsabilidade pela prestação de contas ao espólio ou aos
herdeiros do de cujus, ao administrador financeiro ou ao diretório partidário no
caso de morte do prestador de contas.

❑ Ac.-TSE, de 2.3.2023, no AgR-AREspE nº 060080328: “‘[...] obrigação de


prestar contas a todos os que participam do processo eleitoral, ainda que não
haja movimentação financeira ou que ocorra renúncia, desistência,
substituição ou indeferimento de candidatura’ [...]”.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão
feitas pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das
contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na
campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos
números, valores e emitentes.

§ 2º As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão


feitas pelo próprio candidato.

§ 3º As contribuições, doações e as receitas de que trata esta lei serão


convertidas em Ufir, pelo valor desta no mês em que ocorrerem.
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§ 4º Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante
as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para
esse fim na rede mundial de computadores (Internet):

I – os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha


eleitoral, em até 72 (setenta e duas) horas de seu recebimento;

II – no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo


Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem
como os gastos realizados.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 12.12.2019, no AgR-REspe nº 060177681: os atrasos na
apresentação das parciais das contas ou dos relatórios financeiros devem ser
acompanhados de justificativa do descumprimento do ônus normativo, e
somente se acolhidas as razões do atraso afasta-se a gravidade da
irregularidade. Rejeitada a justificativa, concretiza-se nos autos irregularidade
grave apta a ensejar a desaprovação das contas.

❑ Ac.-TSE, de 12.3.2020, no AgR-REspEl nº 060120040: “[...] o atraso no


envio dos relatórios financeiros (e das parciais) ou sua entrega com
inconsistências não necessariamente conduzirá à desaprovação das contas,
porquanto terão que ser aferidos, caso a caso, a extensão da falha e o
comprometimento no controle exercido pela Justiça Eleitoral [...]”.
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§ 5º (Vetado).
§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas:

I – a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$4.000,00 (quatro mil reais)


por pessoa cedente;
II – doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos,
decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais de
propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas
do responsável pelo pagamento da despesa;
III – a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de
seus parentes até o terceiro grau para seu uso pessoal durante a
campanha.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 12.6.2018, na Cta nº 060045055: impossibilidade de uso, na
campanha eleitoral, de bem móvel, consideradas as três modalidades de meio
de transporte (veículo automotor, embarcação e/ou aeronave), de propriedade
do candidato em coparticipação com pessoa jurídica, configurando-se doação
vedada em decorrência da revogação do art. 81 da Lei nº 9.504/1997.
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§ 7º As informações sobre os recursos recebidos a que se refere o § 4º deverão
ser divulgadas com a indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e
dos respectivos valores doados.

§ 8º Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais


serão comprovados mediante a apresentação de fatura ou duplicata emitida por
agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários,
as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro
documento para esse fim.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 27.2.2023, na PC nº 060122133: “São regulares as despesas
com passagens aéreas e/ou hospedagens de apoiadores voluntários que
atuaram pública e notoriamente em favor da campanha e beneficiários cujas
funções na campanha foram aferidas mediante a pesquisa em fontes abertas”.
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§ 9º A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas
para candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a,
no máximo, R$20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada
eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou por índice que o
substituir.
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§ 10. O sistema simplificado referido no § 9º deverá conter, pelo menos:

I – identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos


doadores e os respectivos valores recebidos;

II – identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos


fornecedores de material e dos prestadores dos serviços realizados;

III – registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.


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§ 11. Nas eleições para prefeito e vereador de municípios com menos de
cinquenta mil eleitores, a prestação de contas será feita sempre pelo
sistema simplificado a que se referem os §§ 9º e 10.

§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão


registrados na prestação de contas dos candidatos como transferência dos
partidos e, na prestação de contas anual dos partidos, como transferência aos
candidatos.
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Art. 29. Ao receber as prestações de contas e demais informações dos
candidatos às eleições majoritárias e dos candidatos às eleições proporcionais
que optarem por prestar contas por seu intermédio, os comitês deverão:
I – (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.165/2015);
II – resumir as informações contidas na prestação de contas, de forma a
apresentar demonstrativo consolidado das campanhas;
III – encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das
eleições, o conjunto das prestações de contas dos candidatos e do próprio
comitê, na forma do artigo anterior, ressalvada a hipótese do inciso seguinte;
IV – havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas, referente aos 2
(dois) turnos, até o vigésimo dia posterior à sua realização.
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§ 1º (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.165/2015).
§ 2º A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de
contas impede a diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.

§ 3º Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de


apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido
político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária.

§ 4º No caso do disposto no § 3º, o órgão partidário da respectiva


circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas
solidariamente com o candidato, hipótese em que a existência do débito
não poderá ser considerada como causa para a rejeição das contas.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 2.9.2022, no AREspE nº 060851176 e, de 8.2.2022, no AREspE
nº 060120546: ausência de respaldo normativo para determinar o
recolhimento ao Tesouro Nacional de dívida de campanha, assumida pelo
partido, como se fosse recurso de origem não identificada.

❑ Ac.-TSE, de 12.8.2022, no REspEl nº 060045284; de 24.2.2022, no AgR-


AREspE nº 060756859 e, de 27.9.2016, no AgR-REspe nº 263242: dívidas
de campanha não assumidas pelo órgão partidário nacional constituem
irregularidade grave a ensejar desaprovação das contas; Ac.-TSE, de
8.2.2011, na Pet nº 2597: “A existência de dívida de campanha não obsta a
aprovação das contas do candidato ou do comitê financeiro, caso seja
assumida a obrigação pelo partido [...]”.
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Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha,
decidindo:

I – pela aprovação, quando estiverem regulares;


II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes
comprometam a regularidade;
III – pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a
regularidade;
IV – pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação
emitida pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar
as suas contas, no prazo de setenta e duas horas.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 2.3.2023, no AgR-REspEl nº 060080680: “[...] os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade não se aplicam aos casos de omissão do
dever de prestar contas”.

❑ Ac.-TSE, de 5.11.2019, no AgR-REspe nº 060147367: adota-se como balizas


o valor máximo absoluto de R$ 1.064,10 (1.000 UFIRs) como "tarifação do
princípio da insignificância" entendido como diminuto e, ainda que superado
esse valor, se o total das irregularidades não superarem 10% da arrecadação
ou da despesa, permitindo-se a aprovação das contas de candidato com
ressalvas. Tal balizamento não impede sua análise qualitativa, em que
eventual afetação à transparência da contabilidade pode ensejar a
desaprovação das contas.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 14.4.2015, na PC nº 407275 e, de 8.2.2011, na Pet nº 2596: a
existência de dívida de campanha não obsta a aprovação das contas do
candidato ou do comitê financeiro, caso seja assumida a obrigação pelo
partido; v., contudo, o Ac.-TSE, de 6.6.2006, no Ag nº 4523: o não pagamento
de dívidas de campanha até a apresentação das contas conduz à rejeição das
contas.

❑ Ac.-TSE, de 19.8.2014, no AgR-AI nº 21133: ainda que expressivo o


percentual de valores divergentes, é possível aplicar o princípio da
proporcionalidade e aprovar contas com ressalvas cujos valores absolutos
sejam pequenos.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 6.12.2011, no AgR-REspe nº 224432: irregularidade formal não
enseja a desaprovação da prestação de contas de candidato.

❑ Ac.-TSE, de 11.4.2006, no AgRgRMS nº 426: a disposição contida na Lei nº


9.096/1995, art. 35, parágrafo único, que faculta aos demais partidos o exame
e a impugnação da prestação de contas, não se aplica à prestação de contas
de campanha eleitoral.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 6.10.2022, no AgR-AREspE nº 060591352: a incidência dos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade para aprovar com ressalvas
as contas somente é possível quando presentes os seguintes requisitos:

(i) falhas que não comprometam a lisura do balanço contábil;


(ii) irrelevância do percentual dos valores envolvidos em relação ao total
arrecadado; e, por fim,
(iii) ausência de comprovada má-fé.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 28.4.2023, no AgR-REspEl nº 060035234: “[...] a falta de
extratos bancários abrangendo todo o período de campanha eleitoral
configura falha grave que compromete a regularidade das contas e enseja, por
si só, a sua desaprovação”.

❑ Ac.-TSE, de 12.8.2022, na PCE nº 060187605: “[...] as omissões de


despesas nas contas parciais não constituem causa automática para
desaprovação [...]”.

❑ Ac.-TSE, de 31.3.2022, no AgR-AREspE nº 060046172: a extrapolação do


limite de gastos para utilização de recursos próprios em campanha é
circunstância grave a ensejar a desaprovação das contas, uma vez violado o
princípio da igualdade de condições na disputa eleitoral.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 2.3.2023, no AgR-AREspE nº 060080328: “[...] 'é obrigatório que
candidatos e partidos políticos, independentemente da existência ou não de
contas parciais, apresentem as contas finais, sob pena de seu julgamento
como não prestadas' [...]”.

❑ Ac.-TSE, de 1º.7.2016, no AgR-REspe nº 168367: as contas serão julgadas


como não prestadas apenas quando não fornecida documentação
indispensável para a formulação do relatório preliminar pelo órgão técnico da
Justiça Eleitoral.

❑ Ac.-TSE, de 15.5.2014, no AgR-REspe nº 11939: “A prestação de contas


retificadora apresentada a destempo não acarreta, por si só, o julgamento das
contas de campanha como não prestadas [...]”.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 1º A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em
sessão até três dias antes da diplomação.

§ 2º Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas


e a cominação de sanção a candidato ou partido.

§ 2º-A Erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de


contas, que não comprometam o seu resultado, não acarretarão a rejeição
das contas.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 3º Para efetuar os exames de que trata este artigo, a Justiça Eleitoral poderá
requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União, dos estados, do Distrito
Federal ou dos municípios, pelo tempo que for necessário.

§ 4º Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral


poderá requisitar do candidato as informações adicionais necessárias, bem como
determinar diligências para a complementação dos dados ou o saneamento das
falhas.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 19.8.2021, no AgR-AI nº 060721259: inadmissibilidade da
juntada de documentos após o parecer conclusivo do órgão técnico.

❑ Ac.-TSE, de 25.9.2014, no REspe nº 29433: inadmissibilidade da juntada de


documentos com embargos declaratórios se a parte não sanar as
irregularidades no prazo concedido para tal.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da
publicação no Diário Oficial.

§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal


Superior Eleitoral, nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4º do art. 121 da
Constituição Federal.

§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.


LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça
Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e
indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas desta lei, relativas à arrecadação e
gastos de recursos.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 16.5.2023, no REspEl nº 46508: o simples aporte de recursos
de origem não identificada na campanha eleitoral demonstra gravidade
suficiente para configurar o ilícito previsto neste artigo.

❑ Ac.-TSE, de 16.5.2023, no REspEl nº 46508: inexistência de litisconsórcio


passivo necessário entre o candidato e os doadores de campanha, pois estes
não se sujeitam à cassação do diploma.

❑ Ac.-TSE, de 18.6.2020, no AgR-REspe nº 31048 e, de 17.11.2016, no AgR-


REspe nº 172: para a procedência do pedido, é preciso aferir a gravidade da
conduta reputada ilegal tanto pela relevância jurídica da irregularidade quanto
pela ilegalidade qualificada, marcada pela má-fé do candidato.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 10.12.2019, no RO nº 060161619: admissibilidade da
propositura de ação, antes do pleito, que vise a apurar os ilícitos descritos
neste artigo.

❑ Ac.-TSE, de 15.8.2019, no AI nº 33986: o desvio na aplicação dos recursos


do Fundo Partidário destinados à campanha feminina pode ser apurado em
representação por arrecadação e gasto ilícito de recursos, ficando vedado o
emprego dessas verbas para beneficiar exclusivamente campanhas
masculinas.

❑ Ac.-TSE, de 6.8.2019, no REspe nº 60507: a triangulação de recursos


financeiros de pessoa jurídica a pessoas físicas para, então, abastecer
campanha política, amolda-se ao escopo deste artigo.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 11.4.2019, no AgR-REspe nº 44565 e, de 29.11.2018, no AgR-
REspe nº 44650: o uso de “laranjas” para encobrir verdadeiros doadores de
campanhas configura o ilícito previsto neste artigo.

❑ Ac.-TSE, de 28.6.2018, no REspe nº 75231: possibilidade de cassação de


diploma em caso de descumprimento do limite de gastos em campanha
imposto pela Lei nº 13.165/2015.

❑ Ac.-TSE, de 17.4.2018, no RO nº 218847 e, de 28.4.2009, no RO nº 1540:


legitimidade passiva dos candidatos e dos suplentes que arrecadaram e
gastaram recurso ilicitamente.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 22.3.2018, no RO nº 122086: em crimes de reconhecida
dificuldade probatória, como o referido neste artigo, o estado-juiz está
autorizado a apoiar-se no conjunto de indícios confirmados na fase instrutória,
que devem ser admitidos como meio de prova suficiente para a condenação.

❑ Ac.-TSE, de 7.12.2017, no RO nº 1239 e, de 17.11.2016, no AgR-REspe nº


172: a tipificação deste dispositivo exige ilegalidade na forma de arrecadação
e gasto de campanha, marcada pela má-fé do candidato e suficiente para
macular a lisura do pleito, devendo-se levar em consideração a relevância
jurídica do ilícito no contexto da campanha, orientando-se pelo princípio da
proporcionalidade.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 3.8.2015, no AgR-REspe nº 79227: a omissão de despesa,
inclusive a decorrente do serviço advocatício, pode, em tese, caracterizar
abuso de poder econômico ou violação a este artigo.

❑ Ac.-TSE, de 25.6.2015, no AgR-REspe nº 23554: não aplicação do princípio


da proporcionalidade em processos de captação ou gasto ilícito de recursos
em campanhas eleitorais, presente a fraude escritural, pela prática do caixa
dois, consistente na omissão de valores gastos com o propósito de mascarar
a realidade.

❑ Ac.-TSE, de 28.10.2014, no RO nº 2295377: o pagamento para o


desempenho de funções relacionadas à campanha eleitoral em valores
superiores aos praticados no mercado, por si só, não configura o ilícito
previsto neste artigo.
Jurisprudência
❑ Legitimidade ativa: Ac.-TSE, de 19.8.2014, no AgR-AI nº 69590 (partido
coligado, após a realização das eleições); Ac.-TSE, de 13.10.2011, no AgR-
REspe nº 3776232: (coligação, mesmo após a realização das eleições); Ac.-
TSE, de 12.2.2009, no RO nº 1596: (Ministério Público Eleitoral); ilegitimidade
ativa: Ac.-TSE, de 19.3.2009, no RO nº 1498 (candidato).

❑ Ac.-TSE, de 16.6.2014, no REspe nº 35635: a procedência da representação


prevista neste dispositivo não autoriza a imposição da sanção de
inelegibilidade por ausência de previsão legal.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 29.4.2014, no AgR-AI nº 74432: a só reprovação das contas não
implica a aplicação automática das sanções deste artigo; Ac.-TSE, de
23.8.2012, no AgR-REspe nº 10893: a desaprovação das contas não
constitui óbice à quitação eleitoral, mas pode fundamentar representação cuja
procedência enseja cassação do diploma e inelegibilidade por oito anos.

❑ Ac.-TSE, de 13.8.2013, no REspe nº 13068: o não atendimento às regras de


arrecadação e aos gastos de campanha não anula a possibilidade de os fatos
serem examinados na forma dos arts. 19 e 22 da LC nº 64/1990, quando o
excesso das irregularidades e seu montante estiverem aptos a demonstrar a
existência de abuso do poder econômico.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 18.8.2011, no AgR-REspe nº 34693: a intimação para o vice-
prefeito integrar a lide na fase recursal não afasta o defeito de citação, que
deve ocorrer no prazo assinado para formalização da investigação eleitoral.

❑ Ac.-TSE, de 1º.3.2011, no AgR-AC nº 427889: efeito imediato da decisão que


cassa diploma em representação fundada neste artigo.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto
no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.

Lei Complementar nº 64/90

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público


Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-
Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias
e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou
abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida
de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de
partido político, obedecido o seguinte rito:
(...)
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 1º.2.2011, no AgR-REspe nº 28315: a adoção do rito do art. 22
da LC nº 64/1990 para a representação prevista neste artigo não implica o
deslocamento da competência para o corregedor.

❑ Ac.-TSE, de 19.3.2009, no REspe nº 28357: competência dos juízes


auxiliares para processamento e julgamento das ações propostas com base
neste dispositivo, durante o período eleitoral.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais,
será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.

§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações


propostas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da
publicação do julgamento no Diário Oficial.
Jurisprudência
❑ Ac.-TSE, de 2.2.2017, no RO nº 262247: a cassação do diploma requer, além
do juízo de proporcionalidade, que os recursos ou gastos de campanha sejam
ilícitos.

❑ Ac.-TSE, de 17.11.2016, no AgR-REspe nº 163: inexistência de interesse


jurídico de prosseguir em representação formalizada contra candidato a cargo
majoritário não eleito; Ac.-TSE, de 28.4.2009, no RO nº 1540: perda
superveniente do objeto da ação após encerrado o mandato eletivo; não
exigência de potencialidade da conduta, bastando prova da proporcionalidade
(relevância jurídica) do ilícito praticado.

❑ Ac.-TSE, de 11.6.2014, no REspe nº 184; de 24.4.2014, no RO nº 1746 e, de


13.3.2014, no RO nº 711468: a representação de que trata este parágrafo
deve comprovar a existência de ilícitos que extrapolem o universo contábil e
possuam gravidade e relevância jurídica.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros,
esta deve ser declarada na prestação de contas e, após julgados todos os
recursos, transferida ao partido, obedecendo aos seguintes critérios:
Lei nº 9.096/1995, art. 34, V: saldos financeiros de campanha eleitoral.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas


do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas
refletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e os
recursos aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das
seguintes normas:
(...)
V - obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus
candidatos no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento
imediato à tesouraria do partido dos saldos financeiros eventualmente
apurados.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
I – no caso de candidato a prefeito, vice-prefeito e vereador, esses recursos
deverão ser transferidos para o órgão diretivo municipal do partido na cidade
onde ocorreu a eleição, o qual será responsável exclusivo pela identificação
desses recursos, sua utilização, contabilização e respectiva prestação de contas
perante o juízo eleitoral correspondente;

II – no caso de candidato a governador, vice-governador, senador, deputado


federal e deputado estadual ou distrital, esses recursos deverão ser transferidos
para o órgão diretivo regional do partido no estado onde ocorreu a eleição ou no
Distrito Federal, se for o caso, o qual será responsável exclusivo pela
identificação desses recursos, sua utilização, contabilização e respectiva
prestação de contas perante o tribunal regional eleitoral correspondente;
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
III – no caso de candidato a presidente e vice-presidente da República, esses
recursos deverão ser transferidos para o órgão diretivo nacional do partido, o
qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos, sua
utilização, contabilização e respectiva prestação de contas perante o Tribunal
Superior Eleitoral;

IV – o órgão diretivo nacional do partido não poderá ser responsabilizado nem


penalizado pelo descumprimento do disposto neste artigo por parte dos órgãos
diretivos municipais e regionais.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
Parágrafo único. As sobras de recursos financeiros de campanha serão
utilizadas pelos partidos políticos, devendo tais valores ser declarados em suas
prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, com a identificação dos
candidatos.
LEI DAS ELEIÇÕES – Lei nº 9.504/97
Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos
conservarão a documentação concernente a suas contas.

Parágrafo único. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial


relativo às contas, a documentação a elas concernente deverá ser conservada
até a decisão final.
Questão de Fixação
A respeito da prestação de contas simplificada à justiça eleitoral, assinale a
opção correta.

A) Esse tipo de prestação de contas poderá ser adotado nas eleições para
prefeito e vereadores em municípios com até duzentos mil eleitores.

B) Os candidatos são dispensados de apresentar os comprovantes de recursos


utilizados que tenham sido provenientes do fundo partidário.

C) Havendo irregularidades sanáveis detectadas pelo órgão técnico, o prestador


de contas será intimado a se manifestar no prazo de trinta dias, sendo vedada a
juntada de novos documentos.
Questão de Fixação
A respeito da prestação de contas simplificada à justiça eleitoral, assinale a
opção correta.

D) As contas poderão ser julgadas regulares, sem a realização de diligências,


independentemente de parecer favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE).

E) Os candidatos não eleitos às prefeituras municipais com gastos de até vinte


mil reais — valor que pode ser atualizado monetariamente a cada eleição —
poderão submeter-se ao exame simplificado.
Gabarito Comentado
Gabarito: Letra E

Lei 9.504/97

Art. 28, § 9º

A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para


candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no
máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada
eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE ou por índice que o
substituir.

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