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FACULDADE DO SERTÃO CENTRAL


CURSO DE PEDAGOGIA

Josilda Massena Pontes

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


II ENSINO FUNDAMENTAL I – ANOS INICIAIS

Sertãozinho – PB
2024
2

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


II ENSINO FUNDAMENTAL I – ANOS INICIAIS

Relatório Final de Estágio


solicitado pelo Prof°. José
Ailton Ferreira Fidelis, referente
à avaliação do Componente
Curricular Estágio
Supervisionado II em
Fundamental I anos iniciais.

Sertãozinho – PB
2024
3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4

CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ...................................................................... 5

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO CURRICULAR NA


EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................ 8

DESENVOLVIMENTO DA OBSERVAÇÃO DO ESTÁGIO .......................................... 9

 Primeiro Dia de Observação ........................................................................... 10

 Segundo Dia de Observação .......................................................................... 12

 Terceiro Dia de Observação............................................................................ 12

 Quarto Dia de Observação .............................................................................. 13

DESENVOLVIMENTO DA REGÊNCIA ...................................................................... 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 15

ANEXOS .................................................................................................................... 17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 18


4

INTRODUÇÃO

“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”.


(Paulo Freire)

O presente relatório de estágio supervisionado é um registro


sistematizado das experiências vivenciadas, unindo teoria e prática pedagógica
e analisando suas contribuições para a formação docente. Segundo Pimenta e
Gonçalves (1990), o estágio supervisionado visa "propiciar ao aluno uma
aproximação com a realidade na qual atuará," destacando a importância desse
exercício para o desenvolvimento de competências que ultrapassam a teoria e
avançam para a prática reflexiva no contexto escolar.
A prática docente realizada durante o estágio supervisionado ocorreu em
uma escola da rede municipal, mais especificamente na Escola de Ensino
Fundamental Maria de Lourdes Silva, localizada na zona urbana de Sertãozinho-
PB. O estágio foi conduzido nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
integrando o currículo obrigatório do curso de Licenciatura em Pedagogia da
Faculdade do Sertão Central (FASEC) e foi realizado sob a supervisão direta da
professora regente Gabryella Maria da Silva Nunes, entre os dias 23/09/2024 e
27/09/2024. Os objetivos principais do estágio foram proporcionar ao aluno uma
aproximação com a realidade profissional, desenvolver habilidades em sala de
aula e favorecer a interação com diversos atores do ambiente escolar, como
professores, estudantes e a comunidade escolar.
De acordo com Libâneo (1994), "o aprendizado é um processo
colaborativo, no qual o professor atua como mediador, facilitando a construção
do saber." Essa concepção de ensino como um ato interativo reforça a
importância do estágio como um espaço privilegiado para que o futuro docente
exercite o papel mediador, promovendo uma aprendizagem ativa e engajada.
Nesse contexto, o estágio supervisionado oferece ao estudante de Pedagogia
uma experiência de aprendizado real, onde ele pode aplicar os conhecimentos
teóricos adquiridos ao longo da formação, conforme indica Vygotsky (2001): "O
mestre deve viver na comunidade escolar como parte inalienável dela,
estabelecendo relações de afeto e colaboração com os alunos, que fortaleçam
e elevem o processo de ensino e aprendizagem."
5

As atividades realizadas com a turma de vinte alunos de seis anos de


idade incluíram conteúdos variados, como escrita de bilhetes, estações do ano,
numerais, escrita de frases, adição e subtração, pintura com guache, e a prática
do alfabeto cursivo maiúsculo e minúsculo. Durante esse período, o contato
direto com os estudantes, bem como a participação ativa em sala de aula,
proporcionaram uma compreensão prática das responsabilidades e desafios da
docência no Ensino Fundamental I.
Esse relatório busca, portanto, apresentar e refletir sobre o papel do
Estágio Supervisionado na formação inicial dos alunos de Pedagogia, conforme
destacam Nóvoa (1992) e Schön (2000), que defendem que a prática reflexiva e
a formação em serviço são fundamentais para a constituição da identidade
docente. A experiência em sala de aula não apenas socializa o estudante com o
ambiente escolar real, mas também o conduz a reflexões profundas sobre o
ensino, possibilitando uma análise crítica que se enriquece com a teoria
estudada.
O estágio é, assim, um momento indispensável para que o futuro
professor perceba as nuances do processo educativo e compreenda a dimensão
social de sua atuação. Em síntese, ao final do estágio, é possível concluir que
esse espaço é um campo fértil para articular teoria e prática, oferecendo ao
futuro docente a possibilidade de vivenciar e refletir sobre o seu papel na
construção de um ambiente de ensino significativo e transformador.

CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O estágio supervisionado foi realizado na Escola de Ensino Fundamental


“Maria de Lourdes Silva,” localizada na Rua Presidente Getúlio Vargas, s/n, no
Centro de Sertãozinho-PB. A construção da escola remonta à gestão do prefeito
Zacarias Maurício de Pontes, quando inicialmente foi destinada para funcionar
como creche. Entretanto, o edifício permaneceu fechado durante alguns anos
até ser oficialmente inaugurado como escola em 1991, sob o governo do prefeito
Geraldo Vieira da Silva. A criação da instituição atendeu a uma necessidade da
comunidade local, recebendo crianças de 6 a 10 anos e contribuindo para a
democratização do acesso à educação na região (Saviani, 2008).
6

A estrutura física da escola está em boas condições de conservação,


apresentando um ambiente adequado e acolhedor para os alunos. A instituição
conta com 04 salas de aula, uma cozinha, 02 banheiros, uma sala de diretoria,
um almoxarifado, um pátio e áreas cobertas e descobertas. As salas de aula
possuem janelas amplas, que garantem ventilação e iluminação adequadas,
além de mobiliário que atende às demandas dos alunos e professores, conforme
orientações do Ministério da Educação sobre o ambiente escolar saudável
(Brasil, 2013). As instalações sanitárias são limpas regularmente, e o sistema de
esgoto está adequado, preservando as condições de higiene no espaço escolar.

O acervo bibliográfico da escola, constituído por livros fornecidos pelo


FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e outros materiais
pedagógicos adquiridos pelos profissionais da instituição, é acessível aos
educadores, o que facilita o planejamento e a execução das atividades
pedagógicas (Libâneo, 1994). Além disso, a escola conta com um parquinho
móvel na área externa, proporcionando um espaço de lazer importante para o
desenvolvimento motor e social das crianças, conforme Vygotsky (2001), que
destaca a relevância das atividades lúdicas para a aprendizagem.

A escola atende um total de 233 alunos, distribuídos em 04 turmas do 1º


e 2º ano, nos turnos manhã e tarde, 04 turmas do 3º e 4º ano também em ambos
os turnos, e 02 turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) no período
noturno. A equipe pedagógica é composta por 26 profissionais, incluindo 01
diretora, 08 professores do ensino fundamental, 02 professores da EJA, 09
auxiliares, 01 agente administrativo e 04 vigilantes que atuam nos diferentes
turnos e em finais de semana e feriados.

A professora regente da turma do 1º ano, que acompanhou o estágio,


possui formação em Pedagogia e atua na área há um ano, demonstrando
metodologias inovadoras e engajamento na prática docente. Segundo Freire
(1996), a prática educativa se concretiza na interação respeitosa e afetiva entre
educador e educandos, promovendo um ambiente onde o conhecimento é
construído de forma significativa. A professora, ao estimular a autonomia dos
discentes e valorizar os saberes prévios trazidos por eles, implementa uma
7

prática mediadora que permite a construção coletiva do conhecimento (Libâneo,


1994).

O Planejamento Participativo Pedagógico (PPP) da instituição é


atualizado semanalmente e é elaborado com a contribuição dos docentes,
atendendo aos interesses e demandas da comunidade escolar. O ato de
planejar, conforme Vasconcellos (2002), é essencial para a prática educativa,
pois permite ao professor não apenas organizar suas atividades, mas também
refletir sobre o cotidiano escolar, buscando soluções conjuntas para os desafios
que surgem. Esse processo de troca e colaboração proporciona uma formação
continuada dos professores, promovendo o aprimoramento das práticas
pedagógicas e o desenvolvimento profissional.

A turma acompanhada durante o estágio foi composta por alunos do 1º


ano do Ensino Fundamental, com idades entre 6 e 7 anos. A maioria dos alunos
é oriunda de famílias de baixa renda, sobrevivendo com auxílios sociais ou com
rendas familiares de até um salário mínimo, embora também existam alunos de
famílias com rendas superiores. Segundo Patto (1990), a realidade
socioeconômica dos alunos influencia diretamente suas oportunidades
educacionais, evidenciando a importância de práticas inclusivas e adaptativas
no ensino.

O ambiente da sala de aula é organizado de forma a atrair a atenção e


motivar os alunos. A professora regente decorou o espaço com materiais visuais
e didáticos, como cartazes de boas-vindas, o alfabeto, o calendário e a chamada,
utilizando recursos como jogos, TV e tablets para enriquecer as atividades
pedagógicas e atender às necessidades específicas da faixa etária, alinhando-
se aos pressupostos da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) de criar
ambientes de aprendizado que sejam acolhedores e interativos.

Essas características da Escola Maria de Lourdes Silva refletem o


compromisso da instituição com a educação integral dos alunos, oferecendo não
apenas o conhecimento acadêmico, mas também contribuindo para o
desenvolvimento humano e social dos discentes, conforme defende Perrenoud
8

(2001) ao afirmar que a escola é um espaço de formação plena, onde o aluno


aprende a viver em sociedade e a se desenvolver integralmente.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO CURRICULAR


NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A prática pedagógica na educação infantil desempenha um papel


fundamental na formação da base educacional das crianças e na construção de
um ensino de qualidade, sendo considerada por autores como Pimenta e Lima
(2004) uma etapa crucial para o desenvolvimento integral do aluno. Segundo
Nelson Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para
mudar o mundo”, o que reforça a importância da educação infantil no
fortalecimento da sociedade e na transformação de futuras gerações.

Durante o estágio realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental


Maria de Lourdes Silva, no período de 23 a 27 de setembro de 2024, houve um
engajamento profundo nas atividades pedagógicas, o que me proporcionou uma
experiência prática valiosa. Ao longo desse período, foi possível observar e
participar de atividades educacionais alinhadas ao Projeto Político-Pedagógico
(PPP) da instituição, que estabelece diretrizes para uma educação inclusiva e de
qualidade, em consonância com as demandas atuais da sociedade (Libâneo,
1994).

A equipe pedagógica da instituição se mostrou altamente comprometida


com a educação de qualidade e inclusão, aspectos frequentemente destacados
por teóricos da educação, como Freire (1996), que enfatiza o papel da escola
como espaço de transformação e acolhimento para todos os alunos. A escola
atende a uma diversidade de estudantes, incluindo crianças com deficiência, e
valoriza práticas inclusivas que, de acordo com Perrenoud (2001), são
fundamentais para o desenvolvimento social e emocional de todos os alunos.

Durante a realização das atividades pedagógicas, fui acompanhada pela


professora regente, que aplicava metodologias ativas para engajar os alunos e
promover uma aprendizagem significativa. Essas práticas, embasadas no
referencial teórico de Vygotsky (2001), incentivavam a interação entre alunos,
9

promovendo a troca de saberes e estimulando o aprendizado colaborativo, o que


é essencial para o desenvolvimento da autonomia e das habilidades
socioemocionais das crianças.

Esse estágio foi uma oportunidade enriquecedora para refletir sobre a


importância da formação pedagógica no curso de licenciatura em pedagogia.
Como aponta Saviani (2008), o desenvolvimento de uma educação de qualidade
depende de uma formação docente sólida e de uma prática educativa que
respeite e valorize a diversidade presente em sala de aula. Observando as
práticas da instituição e a maneira como elas estão alinhadas ao PPP, percebi
que a inclusão e a busca pela qualidade no ensino não são apenas discursos,
mas sim ações concretas que compõem a identidade da escola.

DESENVOLVIMENTO DA OBSERVAÇÃO DO ESTÁGIO

A acolhida calorosa na escola, desde a equipe diretiva até o pessoal de


apoio e os docentes, foi essencial para minha inserção no ambiente escolar.
Esse acolhimento facilitou o acesso aos documentos institucionais, como o
Projeto Político Pedagógico (PPP), e permitiu uma compreensão mais profunda
das práticas e da estrutura de gestão da instituição. De acordo com Libâneo
(1994), a gestão escolar e o PPP são pilares fundamentais para o planejamento
e a execução de uma prática pedagógica eficiente, alinhada com os objetivos
educacionais e com as demandas da comunidade.

O PPP da escola revelou-se bem estruturado e fundamentado nas


necessidades observadas tanto na realidade da instituição quanto no contexto
dos educandos. Esse alinhamento com as diretrizes oficiais para o Ensino
Fundamental, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e com as
teorias pedagógicas estudadas ao longo do curso de pedagogia demonstra o
compromisso da escola com a formação integral dos estudantes. A importância
de um PPP que reflita a realidade escolar é destacada por Veiga (2004), que
ressalta como esse documento deve ser um instrumento vivo, constantemente
revisado para atender às demandas sociais e educacionais.
10

No Ensino Fundamental, especialmente nos anos iniciais, são


transmitidos valores fundamentais para a formação cidadã, incluindo direitos,
deveres, e o respeito à coletividade e à ordem democrática. A educação voltada
para a cidadania, como discutido por Freire (1996), tem o potencial de formar
indivíduos críticos, capazes de agir com autonomia e responsabilidade. A
instituição incentiva a iniciativa e a autonomia dos alunos, promovendo um
ambiente propício para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e
cognitivas essenciais para essa etapa educacional.

Além de um PPP bem estruturado, a escola apresenta uma infraestrutura


de qualidade, com ambientes pintados e organizados para proporcionar um
espaço acolhedor e estimulante para as crianças. Na sala de aula, as crianças
contam com mobiliário adequado, como mesas ajustáveis e bebedouros
acessíveis, o que contribui para um ambiente de aprendizado saudável e
confortável. Segundo Paro (2007), a qualidade da infraestrutura escolar é um
fator crucial que impacta diretamente no bem-estar dos alunos e no processo de
ensino-aprendizagem, pois um ambiente seguro e agradável estimula o
engajamento e a motivação.

Primeiro Dia de Observação

O primeiro dia de observação do estágio ocorreu em 23 de setembro de


2024. Desde o início, a professora foi receptiva e acolhedora, apresentando-me
à turma e explicando aos alunos a razão da minha presença em sala de aula.
Essa introdução facilitou minha inserção e o estabelecimento de um ambiente
de respeito mútuo, essencial para o bom desenvolvimento do estágio. De acordo
com Tardif (2002), o ambiente colaborativo entre docentes e estagiários é crucial
para que o aprendizado seja significativo e para que o estagiário compreenda as
dinâmicas pedagógicas em ação.

Durante a observação, a professora me permitiu escolher um local


estratégico para registrar as interações e o cotidiano da sala de aula. Esse
primeiro momento foi dedicado exclusivamente à observação e à anotação de
práticas pedagógicas e da rotina dos alunos. Notei que as crianças, inicialmente,
estavam um pouco tímidas em relação à minha presença, o que é natural para
11

essa faixa etária e reflete o processo de familiarização típico dos primeiros


contatos escolares (Vygotsky, 1998). Segundo a professora, o processo de
adaptação das crianças com ela mesma levou algumas semanas, o que destaca
a importância do vínculo na construção de um ambiente de aprendizagem
acolhedor e seguro.

A professora iniciou a aula com uma prática de acolhida, demonstrando


sensibilidade ao bem-estar emocional dos alunos. Cada criança se acomodava
em sua cadeira, entregando os cadernos com as tarefas de casa para correção
e recebendo novas instruções. Em seguida, a professora usou um painel com
fotos e nomes dos alunos para realizar a chamada, prática que fortalece o senso
de identidade e pertencimento dos estudantes (Freire, 1996). Após a chamada,
a turma discutiu a data do dia, em uma atividade que estimulou a interação e o
desenvolvimento de noções temporais, fundamentais para a formação do
pensamento lógico (Piaget, 1990).

A sequência de atividades incluiu uma oração, uma roda de conversa para


promover a expressão oral, e uma atividade de escrita de bilhetes para uma
professora ausente, o que incentivou o desenvolvimento da linguagem escrita e
a empatia. As atividades também contemplaram higiene, lanche e tempo para
brincadeiras no parquinho, o que está em conformidade com a BNCC, que
enfatiza a importância do brincar para o desenvolvimento integral da criança
(Brasil, 2017).

No retorno do intervalo, a aula de geografia abordou a data comemorativa


do Dia da Primavera, relacionando-a ao reconhecimento das características das
estações do ano. Essa aula foi expositiva e dialogada, utilizando exercícios orais
e escritos, além de vídeos, o que promoveu uma aprendizagem multimodal. De
acordo com Ausubel (1982), atividades expositivas e dialogadas possibilitam a
ancoragem de novos conhecimentos a partir das estruturas cognitivas já
existentes, consolidando o aprendizado de forma significativa.
12

Segundo Dia de Observação

O segundo dia de observação ocorreu em 24 de setembro de 2024, com


início pontual às 13h. A rotina de observação foi acompanhada de maneira
detalhada, pois compreendê-la é fundamental para o desempenho na futura
regência. A professora iniciou as atividades com a acolhida e organização da
sala; os alunos acomodaram-se e entregaram seus cadernos para correção e
planejamento das tarefas do dia seguinte. Em seguida, deu-se continuidade ao
ritual diário, que incluía a "Rotina Diária" com oração, calendário, chamadinha, e
escolha do ajudante do dia, práticas que promovem o desenvolvimento da
organização e o sentido de comunidade entre as crianças (Piaget, 1990;
Vygotsky, 1998).

Na primeira parte da tarde, a aula foi dedicada à matemática, com foco no


ensino dos numerais de 1 a 100 e na ordenação por seriação. A professora
explicou o conceito de ordem e posição a partir do Sistema Numérico Decimal,
utilizando métodos explicativos, atividades orais e escritas. Esse enfoque reforça
a importância de práticas de ensino que relacionam o aprendizado ao cotidiano
das crianças e permitem a construção de noções matemáticas essenciais
(Freire, 1996). Em seguida, as crianças foram orientadas a higienizar as mãos e
receberam o lanche, momento que destaca o cuidado com a rotina e a higiene.

No segundo horário, a disciplina de História abordou as datas


comemorativas, com ênfase no Dia da Primavera. A aula incluiu uma roda de
conversa sobre a importância das datas comemorativas, seguida por atividades
artísticas, como a confecção de cartazes e ilustrações, o que possibilitou o
desenvolvimento das habilidades manuais e a expressão criativa dos alunos
(Ausubel, 1982).

Terceiro Dia de Observação

O terceiro dia de observação, em 25 de setembro de 2024, iniciou-se às


13h. Com o passar dos dias, já me sentia mais integrada à sequência de
atividades da sala, o que facilitou a realização da observação. A professora deu
início à rotina com a acolhida, acomodação dos alunos e a organização dos
13

cadernos. Após a acolhida e a "Rotina Diária" — que incluía oração, calendário,


chamadinha e escolha do ajudante —, iniciou-se a aula de Português.

O foco da aula foi o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita


por meio da prática de frases na lousa, onde os alunos também foram
incentivados a escrever em letra cursiva, promovendo o reconhecimento e o uso
correto desse formato. Segundo Freire (1996), a prática da escrita coletiva
fortalece a construção da linguagem e da autonomia. Após a aula, as crianças
higienizaram as mãos, participaram do lanche e brincaram no parquinho,
atividades essenciais para o desenvolvimento social e motor.

No segundo horário, a aula de Ciências explorou os períodos do dia, onde


as crianças identificaram atividades relacionadas a diferentes horários. Esse
conteúdo foi trabalhado de forma expositiva dialogada, com atividades orais e
escritas, proporcionando a compreensão da temporalidade e a formação de uma
rotina (Vygotsky, 1998).

Quarto Dia de Observação

O quarto dia de observação ocorreu em 26 de setembro de 2024, com


início às 13h. Sentindo-me mais familiarizada com a sequência das atividades,
observei a acomodação inicial dos alunos, a organização dos cadernos e o início
com a "Rotina Diária", incluindo oração, calendário, chamadinha e escolha do
ajudante. Esse início de aula é fundamental para criar um ambiente de
estabilidade e previsibilidade, elementos que favorecem a aprendizagem (Tardif,
2002).

No primeiro horário, a aula de Matemática foi dedicada a atividades de


Adição e Subtração, com exercícios orais e escritos que reforçam o
entendimento dos conceitos básicos de operações. Segundo Piaget (1990), esse
tipo de atividade é fundamental para o desenvolvimento do pensamento lógico-
matemático, pois ajuda as crianças a consolidarem habilidades de resolução de
problemas. Após o lanche, a turma teve um momento de recreação
supervisionada, essencial para o bem-estar e a socialização.
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O segundo horário foi dedicado à aula de Artes, onde os alunos


participaram de uma atividade de pintura com guache em papelão, o que
estimulou a criatividade e a expressão individual. Esse tipo de atividade artística
desempenha um papel importante no desenvolvimento da motricidade fina e na
capacidade de abstração, elementos essenciais para o desenvolvimento infantil
(Ausubel, 1982).

DESENVOLVIMENTO DA REGÊNCIA

No dia 27 de setembro de 2024, iniciei minha regência pontualmente às


13h, conforme programado. Segui toda a rotina estabelecida pela professora,
começando com a acomodação das crianças em suas cadeiras, oração diária,
consulta ao calendário, chamadinha, e a escolha do ajudante do dia. Esse início
estruturado da rotina foi fundamental para criar um ambiente de estabilidade e
previsibilidade, facilitando a adaptação das crianças e promovendo o
engajamento na aula (Vygotsky, 1998; Tardif, 2002).

Na sequência, expliquei que a aula daquele dia seria de Português e que


trabalharíamos o alfabeto cursivo maiúsculo e minúsculo, além da forma de letra
de imprensa em ambas as variações. Esse tipo de exercício ajuda na construção
das habilidades iniciais de leitura e escrita, essenciais para a alfabetização
(Ferreiro & Teberosky, 1999). Para facilitar a visualização e compreensão, utilizei
um alfabeto exposto acima da lousa. Chamei cada aluno para escrever uma letra
na lousa, começando pela letra "A" e seguindo até "Z", incentivando a
participação ativa e a familiarização com as letras.

Após esse exercício coletivo, pedi que as crianças copiassem as letras


em seus cadernos, seguindo o modelo da lousa. Em seguida, realizamos uma
leitura individual, onde cada aluno identificava e lia as letras, distinguindo as
formas maiúsculas e minúsculas tanto no estilo cursivo quanto na letra de
imprensa. Esse método de leitura e escrita associada favorece a consolidação
do aprendizado e a identificação das letras, como destacado por Emília Ferreiro,
que enfatiza a importância do processo de descoberta da escrita pelas próprias
crianças (Ferreiro & Teberosky, 1999). Notavelmente, algumas crianças
apresentaram dificuldades, o que é natural considerando o estágio inicial de
15

alfabetização em que se encontram; essa fase exige paciência e metodologias


adaptativas para promover a aprendizagem gradual (Piaget, 1990).

Quando chegou o horário do lanche, acompanhei as crianças na higienização


das mãos, orientando-as para que fizessem fila e se organizassem para o
lanche. Esse momento é importante não apenas para o cuidado com a higiene,
mas também para reforçar a importância dos bons hábitos e da disciplina. Após
o lanche, os alunos brincaram no parquinho, atividade que observei de perto e
participei, auxiliando em algumas brincadeiras e garantindo um ambiente seguro.
Segundo Piaget (1990), essas interações de recreação são fundamentais para
o desenvolvimento social e emocional, promovendo cooperação e interação
positiva entre os alunos.

No segundo horário, conduzi a aula de Ensino Religioso, abordando a


história da "Arca de Noé". Organizei uma roda de conversa para discutir os
personagens e o enredo, seguido de um vídeo explicativo que auxiliou na
compreensão da narrativa. A utilização de histórias e recursos visuais no ensino
religioso pode ser uma maneira eficaz de conectar os alunos com temas de
valores, empatia e respeito ao próximo (Freire, 1996). Ao final, recebi o carinho
das crianças com abraços, encerrando a aula com um sentimento de
acolhimento e reconhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado realizado no âmbito da disciplina Estágio


Supervisionado II - Anos Iniciais do Ensino Fundamental I foi uma experiência
decisiva para compreender as complexidades e as demandas reais da prática
docente em uma instituição de ensino. A vivência prática permitiu que eu me
colocasse no papel do educador, enfrentando desafios e explorando as múltiplas
dimensões da atividade pedagógica. Segundo Freire (1996), "ensinar exige
compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo,"
destacando a responsabilidade do docente na formação de sujeitos críticos e
transformadores. Essa experiência evidenciou a importância de um
envolvimento comprometido, que ultrapassa o conteúdo acadêmico e busca
formar integralmente o educando.
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O estágio também revelou que o trabalho docente é um processo contínuo


de reflexão, pesquisa e inovação. Como afirma Tardif (2002), o saber docente é
dinâmico e enraizado tanto na teoria quanto na prática, o que exige do professor
uma constante renovação para que possa responder efetivamente às
necessidades dos alunos e à realidade da sala de aula. Essa busca por
aprimoramento reforça o compromisso do educador em oferecer uma educação
de qualidade, e reitera a necessidade de práticas pedagógicas que valorizem a
autonomia e o protagonismo dos estudantes, como defendido por Piaget (1990)
e Vygotsky (1998).

A prática pedagógica realizada durante o estágio complementa a


formação acadêmica e proporciona as bases para uma práxis reflexiva e
transformadora, essencial na profissão docente. Esta experiência intensifica a
compreensão da docência como uma verdadeira missão, uma oportunidade
para, nas palavras de Freire (1996), "transformar o mundo". Dessa forma, o
estágio supervisionado reafirma a importância do professor como agente de
mudança social, capaz de ampliar as possibilidades de conhecimento e de
formação de cada indivíduo.

"A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem." (Paulo Freire)
17

ANEXOS

(Primeira dia de observação) (Segundo dia de observação)

(Terceiro dia de observação)

Fotos da minha regência.


Fonte: Acervo da própria autora, 2024 (Quarto dia de observação)
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, 2017.

Cury, A. (2006). Nunca desista de seus sonhos. Rio de Janeiro: Sextante.

Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra.

Ferreiro, E., & Teberosky, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre:


Artes Médicas,1999

Libâneo, J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. São Paulo:


Cortez, 1994.

Libâneo, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

Mandela, N. Citação. Disponível em: https://www.mandelafoundation.org.


Acesso em: 23 set. 2024.

Patto, M. H. S. A Produção do Fracasso Escolar: Histórias de Submissão e


Rebeldia. São Paulo: T. A. Queiroz, 1990.

Perrenoud, P. A Escola e a Construção da Cidadania: O Papel da Escola na


Construção de Novas Formas de Competência e Cidadania. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2001.

Paro, V. H. Qualidade do Ensino: A Contribuição da Gestão Escolar. São


Paulo: Cortez, 2007

Vygotsky, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,


2001.

Veiga, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da Escola: Uma Construção


Coletiva. Campinas: Papirus, 2004.

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