Transcrio Versoparaimpresso
Transcrio Versoparaimpresso
Transcrio Versoparaimpresso
Vem comigo porque agora nós vamos falar sobre aquilo que você gosta, pagar mais para o funcionário
gastando menos em cargos.
Esta parte aqui é sobre os benefícios, ou seja, verbas que aumentam a percepção de ganho do
funcionário, mas diminuem encargos trabalhistas. Primeiro, antes de falar dos benefícios em espécie,
eu gostaria de introduzir um tema com vocês, uma teoria que eu criei. A teoria se chama “benefícios
líquidos”. O que é liquidez, do ponto de vista financeiro? Liquidez é a facilidade que eu tenho de
transformar um bem em dinheiro. Então, este relógio ele tem alguma liquidez. Eu consigo vendê-lo
rapidamente. Mas um imóvel tem pouca liquidez. Isso quer dizer que o imóvel vale menos do que o
relógio? Não, na verdade o que existe é uma diminuição quanto ao potencial de liquidez em um dos
bens.
Passando este conceito para os benefícios trabalhistas, de acordo com o tipo de funcionário um
benefício vai ser visto de forma mais líquida. Então o benefício mais líquido para todo mundo é o Vale
Alimentação. Hoje com os cartões de benefício, a pessoa vai poder utilizar em muitos
estabelecimentos, então vai ser muito próximo do que o dinheiro seria.
Um plano de saúde, ele tem liquidez? Depende. Se for para um funcionário muito jovem, geralmente
ele não vai ver um valor monetário naquilo, porque ele usa muito pouco. Agora, para um funcionário,
pai de família, ele tem lá um plano de saúde que abrange dependentes. Ele vê a filha dele indo no
médico, sempre utilizando o plano de saúde da empresa. Ele está vendo valor monetário naquilo,
porque ele está deixando de gastar com o plano. Percebe?
O benefício “mãe”, aquele que você sempre pode lançar mão e que geralmente vai te fazer bem, é o
vale alimentação. O vale alimentação, ou auxílio alimentação (como queira chamar) pode ser pago em
ticket (aí a gente tem o vale refeição e o vale alimentação), em cesta (então aí cesta básica) ou até
mesmo através do alimento, fornecimento do alimento na empresa através de uma refeição mesmo in
natura que a gente chama.
Veja bem, o vale alimentação não pode ser fornecido em dinheiro e o vale alimentação não se
confunde com o ‘salário utilidade’ que é a forma de pagar salário através de alimentação, isso é mais
comum na área rural, na relação de emprego doméstica e também tem ficado cada vez mais no
passado, mas para te dar um exemplo, se a doméstica morava na casa da pessoa, parte do salário era
pago como alimentação, parte do salário era pago como moradia e o restante em dinheiro, para ficar
num exemplo fácil de você entender. Então o auxílio de alimentação é um benefício para o trabalho,
ele não é contraprestação pelo trabalho realizado. Isso a gente tem que diferenciar aqui.
O salário da pessoa é R$2.500. O VA, que é pago no cartão, é R$1.000. A incidência de encargos se dá
em cima dos R$2.500. Então, no Simples Nacional, nós teríamos aí cerca de R$800 de encargos. Sobre
o VA, não tem encargos. Zero. Bom, então eu posso pegar a pessoa que ganha R$3.500, passa a pagar
R$2.500 de salário. e R$ 1.000,00 de VA? Não, porque você não pode fazer redução salarial, mas eu
vou te mostrar que é possível, já com uma remuneração firmada, se apropriar desse benefício também
para a sua empresa.
Aqui eu dei o exemplo de uma empresa nos Simples Nacional, mas no lucro presumido e no lucro real,
isso também vai fazer sentido. Também haverá economia de encargos sociais, contribuição patronal,
contribuição sobre o Sistema S, seguro acidente de trabalho. Além disso, no que diz respeito ao lucro
real, o vale alimentação, o auxílio alimentação, em qualquer uma das suas formas, possibilita à
empresa aderir ao PAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador, e reduzir o imposto de renda da
pessoa jurídica. Ela pode pegar o valor lá utilizado para deduzir o imposto de renda pessoa jurídica.
Vai fazer muito sentido para esse tipo de empresa.
Como vale a alimentação é pago em cartão você pode optar pelas empresas tradicionais que operam
vale alimentação ou por empresas de benefícios flexíveis. O que você tem que tomar cuidado aqui em
relação às empresas de benefícios flexíveis são alguns pontos: não existe de pagar comissão em cartão
de benefício. Comissão é remuneração. Do meu ponto de vista, não é possível pagar prêmio em cartão
de benefício, a não ser que você lance também no contra-cheque. Sabe por quê? O prêmio, vou te falar
mais à frente, não gera encargos trabalhistas também, mas ele acresce ao patrimônio do funcionário.
Logo, ele teria incidência de Imposto de Renda Pessoa Física para o funcionário, ou INSS conforme o
caso. Se o funcionário recebe isso no cartão de benefício, você está retirando a incidência, sem a
permissão da receita. Então, do meu ponto de vista, não é possível fazer isso. Além disso, do meu
ponto de vista também, não é possível pagar valores diferentes de auxílio alimentação conforme a
função do funcionário, ou pagar auxílio alimentação só para uns e não pagar para os outros. Os valores
devem ser iguais para todo mundo. Você vai pagar 200 reais para uma pessoa, você tem que pagar 200
reais para todo mundo. Porque o vale alimentação é um benefício para o trabalho, ele não é uma
remuneração pelo trabalho.
Plano de saúde, também muito interessante aqui, com algumas ressalvas. Se você instruir plano de
saúde, colhe o termo de opção na entrada, colhe o termo de opção na saída. Além disso, plano de
saúde, que a pessoa tem que dar uma alta co-participação, geralmente não dá uma sensação de ganho
para o funcionário. Então, no meu modo de ver, você deveria optar por pagar pelo menos a
mensalidade inteira, e a co-participação deveria ser apenas em relação aos procedimentos: exame,
consultas e afins. Se você quiser pagar um integral, com tudo, melhor ainda. Se for seguro saúde,
então, aí o funcionário tá no céu.
Seguro de vida. Bacana demais, muito barato. Então, uma pessoa aí com vinte e poucos anos, uma
cobertura de cem mil reais de indenização por morte e invalidez, vai ficar ali vinte reais por cabeça
para a empresa. Muito barato, é muito bom pro seu endomarketing, pro seu marketing interno, mas
também tem uma importância do ponto de vista judicial. A justiça do trabalho aceita a dedução dos
valores pagos a títulos de indenização em seguro de vida no caso de ações relativas à responsabilidade
Queridinho de vocês: prêmio. Prêmio é o seguinte, prêmio é um valor pago por um desempenho que
excede a normalidade. No que um prêmio difere da comissão? Vamos fazer uma tabelinha aqui para
entender.
Prêmio e comissão. Prêmio não gera encargos, [a comissão] gera encargos. O prêmio é sobre
desempenho excepcional. Comissão, percentual ou unidade, está atrelada à produção de uma forma
muito íntima, muito intrínseca. O prêmio é por um desempenho que excede a normalidade. O prêmio,
ele é um benefício desse nosso ponto de vista aqui. Então, ele não pode ser combinado como uma
parte da remuneração para o empregado se garantir isso para a pessoa. A comissão é remuneração.
Então, ela não pode ser retirada. Se você fixou comissão de 1%, ela vai permanecer pelo menos 1%,
ela pode ser maior, mas nunca menor.
Essa é uma necessária distinção, como que você vai fixar um prêmio? Prêmio é por um desempenho
que excede a normalidade. Então, se você vai fixar um prêmio por faturamento, você vai colocar em
cima de uma meta ousada. Se a sua média de faturamento é 100 mil, você não pode pagar um prêmio
de 500 reais se a pessoa bater 100 mil. A meta tem que ser algo realmente desafiador.
É importante destacar que você também não precisa fixar apenas em metas relacionadas à receita.
Então, você pode fazer um prêmio relacionado ao absenteísmo, desde que não inclua atestado médico,
pelo amor de Deus. Você vai premiar as pessoas que não faltem injustificadamente, que não se atrasam
injustificadamente. Obviamente, aqui, o atestado médico, para todos os efeitos, será como uma
presença. Outras métricas que você pode premiar, ticket médio, índice de satisfação do cliente, redução
de desperdício… tudo isso você vai colocar em critérios objetivos. O prêmio, se feito da forma certa,
não integra a remuneração do funcionário. É um benefício, ele vai lá no contra-cheque com a rúbrica
‘prêmio’.
Você vai fazer um programa de premiação dentro da sua empresa. Então, vamos a um exemplo aqui.
Vou fazer um programa de premiação aqui. Então, o programa nosso de premiação funciona da
seguinte maneira. Tem um critério aqui de faturamento. Então, o faturamento média da empresa é 200
mil. Se a empresa faturar 300 mil, as pessoas ganham aqui um ponto. Vamos colocar faturamento
individual, eentão, faturamento individual é 30 mil. A pessoa vende ali 30 mil, tem 10 funcionários na
venda ali. Se ela faturar acima de 40 mil, um ponto. Assiduidade, se ela não faltar de jeito nenhum,
mais um ponto. Se o ticket médio bater o que a empresa quer, dentro de uma meta desafiadora, mais
um ponto. Se o índice de satisfação do cliente bater pelo menos quatro estrelas, mais um ponto.
Todo mundo que bater quatro pontos vai receber 500 reais. Pode ser feito assim. Podem ser feitos
também prêmios temáticos. “Olha, no Natal, tudo que vocês venderem aqui nós vamos apurar e se a
gente bater pelo menos 20% a mais do que o Natal do ano passado, todo mundo vai receber 200 reais”.
Pode ser feito igualmente um prêmio de melhor vendedor. “O melhor vendedor do mês vai receber um
prêmio de 300 reais”.
Custo benefício: PLR. Gosto muito também da PLR. É um programa de participação nos lucros, né?
Pode ser em valores percentuais do lucro ou valores fixos. A grande questão aqui é o seguinte, nós
precisamos de Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo de Trabalho para que isso tenha vigência. A
PLR só pode ser paga em duas vezes no ano, com espaçamento de seis meses entre um pagamento e
outro, e até determinada faixa não gera nem imposto de renda para o funcionário, ela tem isenção de
imposto de renda até determinada faixa. Eu não sei exatamente, não estou me lembrando exatamente
quanto que é, mas ali em torno de 8 mil reais, ela tem isenção de imposto de renda para o funcionário
também. Então o pessoal gosta muito. E ela pode ser o embrião do seu programa de partnership.
O que é um programa de partnership? É um programa para que um funcionário venha se tornar sócio
da empresa. Pode fazer total sentido aqui para vocês utilizarem um programa desse para o longo prazo,
de forma que o pessoal utilize a PLR para comprar cotas da empresa no futuro. Isso pode fazer muito
sentido aqui se você está pensando em expansão. Pense nisso. Realmente a PLR tem essa dificuldade
na questão do acordo coletivo ou comissão coletiva do trabalho para vigir.
Diária de viagem. Diária de viagem é um benefício pago para você cobrir os custos do seu funcionário
em viagem: gastos com hospedagem, gastos com alimentação, também não geram cargos independente
do valor pago, desde que tenha correlação com o custo. Ele tem que ter correlação com o custo ali
realizado, não pode ser algo inventado. Entretanto, algumas convenções coletivas trazem diárias de
viagem fixas para caminhoneiro, por exemplo, o caminhoneiro aqui vai ter uma diária de viagem de
120 reais. Pode fazer muito sentido aí porque talvez a pessoa gaste menos para se hospedar e para
comer. Neste exemplo que eu dei. Difícil, né? 120 reais para hospedar e para comer, um pouco difícil.
Ajuda de custo. Como advento dos benefícios flexíveis, muita gente utiliza a ajuda de custo. Tem que
tomar cuidado para não maquiar uma remuneração. Mas a ajuda de custo, por exemplo, em um auxílio
de deslocamento, “todo mundo que vier de carro e morar até cinco quilômetros da empresa vai receber
200 reais” (no cartão de benefício, nunca pode ser em dinheiro, ok?). “Todo mundo que vier de moto
vai receber X, todo mundo que morar mais de 15 quilômetros vai receber Y”, desde que sejam critérios
objetivos, aplicáveis a todos, você não pode pagar pra um e não pagar pro outro, tem que usar a
isonomia aqui também.
Indenização por equipamentos que o funcionário possa ter. Suponhamos que o funcionário está usando
o veículo dele para o trabalho, então ele roda visitando clientes no próprio veículo, você pode pagar o
aluguel desse veículo, deve pagar na verdade, o aluguel desse veículo e a gasolina. Esse tipo de
pagamento também não gera encargos trabalhistas, então pode fazer muito sentido você compor isso
na remuneração, na hora de fazer o cálculo da remuneração. Então, um vendedor, por exemplo, um
vendedor que vai usar o carro dele, um vendedor externo, então você combina com ele aqui um salário
de R$1.500, comissão de 2% na venda, você vai indenizar o veículo dele, um Onix 2022, com
R$1.000, por mês de aluguel, mais o combustível, que vai colocar por quilômetro rodado, [suponha
que] tá dando 500 reais. O que vai gerar encargos é comissão e salário. Salário vai gerar aqui mais ou
menos 500 reais e comissão aqui nós vamos ter, não sei 2% de quê, mas 2% aqui se tornaria um pouco