SandroFranciscoAlvesJunior - TF
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São Paulo
2019
ii
Área de concentração:
Engenharia Metalúrgica
São Paulo
2019
iii
Catalogação-na-publicação
AGRADECIMENTOS
À técnica Alzira Vicente de Oliveira Corrêa pela ajuda na preparação das amostras
para metalografia.
Aos meus grandes amigos Caio Zuccolan Carvas e Luiza de Brito Fantin pela
RESUMO
ABSTRACT
During aging heat treatments or use, the precipitation of several phases may occur
cracking plant operated at 640 °C for 100,000 hours. To evaluate the occurred
extraction. Sigma (Fe-Cr-Mo) was the most precipitated phase, followed by small
amounts of M23C6 (M = Cr, Fe, Mo) and Fe2Mo Laves phase. The experimental
precipitation (TTP) diagrams, as well as with results obtained with the aid of
Thermo-Calc software.
vii
LISTA DE FIGURAS
= solução sólida, (Cr,Mo) = solução sólida, Fe7Mo6 = fase um (μ), σ = fase sigma,
termicamente para solubilização por 1,5 horas e temperado em água [4]. ........ 12
filtragem.............................................................................................................. 25
viii
Murakami............................................................................................................ 30
atacada. ............................................................................................................. 32
........................................................................................................................... 42
........................................................................................................................... 42
extraídos............................................................................................................. 43
x
LISTA DE TABELAS
[1]. ........................................................................................................................ 4
das principais possíveis fases intermetálicas que podem aparecer nos aços
massa dos EDS Spot realizados com a composição química da fase sigma da
SUMÁRIO
1 Introdução .................................................................................................................................................. 1
2 Revisão Bibliográfica .................................................................................................................................. 2
2.1 Aços inoxidáveis austenitícos ................................................................................................................................... 2
2.2 Elementos de ligas e seus efeitos............................................................................................................................. 4
2.2.1 Cromo ................................................................................................................................................................ 5
2.2.2 Níquel................................................................................................................................................................. 6
2.2.3 Molibdênio .......................................................................................................................................................... 7
2.2.4 Manganês .......................................................................................................................................................... 7
2.2.5 Silício ................................................................................................................................................................. 7
2.2.6 Nióbio e Titânio .................................................................................................................................................. 8
2.2.7 Carbono ............................................................................................................................................................. 8
2.2.8 Nitrogênio ........................................................................................................................................................... 8
2.3 Diagramas de fase e TTP ......................................................................................................................................... 9
2.3.1 Diagrama de fase ............................................................................................................................................... 9
2.3.2 Diagrama TTP .................................................................................................................................................. 11
2.4 Fases que precipitam ao longo do envelhecimento ................................................................................................ 13
2.4.1 Carbeto M23C6 .................................................................................................................................................. 13
2.4.2 Carbeto M6C..................................................................................................................................................... 14
2.4.3 Fases intermetálicas......................................................................................................................................... 15
3 Objetivos .................................................................................................................................................. 19
4 Materiais e Métodos ................................................................................................................................. 19
4.1 Microscopia óptica e Microscopia eletrônica de varredura ...................................................................................... 20
4.2 Difração de raios X ................................................................................................................................................. 21
4.3 Extração dos precipitados ...................................................................................................................................... 21
4.3.1 Extração via eletroquímica ............................................................................................................................... 21
4.3.2 Extração via química ........................................................................................................................................ 24
4.3.3 Filtragem dos precipitados e análise................................................................................................................. 24
4.4 Simulação termodinâmica ...................................................................................................................................... 26
5 Resultados e Análise................................................................................................................................ 27
5.1 Análise prévia... ...................................................................................................................................................... 27
5.2 Microscopia óptica e análise ................................................................................................................................... 28
5.3 Microscopia eletrônica de varredura e análise ........................................................................................................ 29
5.4 Espectroscopia de energia por dispersão de raios X e análise ............................................................................... 32
5.5 Difração de raios X e análise .................................................................................................................................. 36
5.6 Extração de precipitados e análise ......................................................................................................................... 37
5.6.1 Difração de raios X e análise ............................................................................................................................ 38
5.7 Microscopia eletrônica de varredura com microanálises químicas e análise ........................................................... 41
5.8 Simulação termodinâmica e análise ....................................................................................................................... 46
6 Conclusão ................................................................................................................................................ 47
7 Referências .............................................................................................................................................. 50
1
1 Introdução
boa estética visual [1]. Com isso esses materiais possuem uma grande variedade
de aplicações, que vão desde cubas de pias de cozinha até tubulações de reatores
nucleares.
Para uma liga à base de ferro possuir a classificação de aço inoxidável, ela
deve possuir no mínimo 11% de cromo em massa na sua composição, já que esta
e nióbio [1]. Mais à frente haverá uma seção sobre a função e efeitos deles. Além
a dos aços inoxidáveis austeníticos, sendo que 2/3 da produção mundial de aços
inoxidáveis são dessa categoria [3]. Isso se deve à combinação favorável das
microestrutura a pior. Com isso, a liga tem grande tendência de formar outras
fases em várias etapas de sua vida, ou seja, durante a sua fabricação, estoque e
liga. Por causa disso, o estudo sobre estas fases tem grande importância na
nominal, era constituída de aço AISI 316L e que trabalhou por aproximadamente
software Thermo-Calc.
2 Revisão Bibliográfica
estrutura garante com que eles sejam tenazes e dúcteis, mesmo em temperaturas
3
resistência à corrosão desses aços é mais elevada quanto maior for a quantidade
diversas técnicas, dado que não mudam de fase com o tratamento térmico da
possível notar que todas essas características são dependentes dos elementos
de liga presentes nesses aços. Com isso, para se projetar as propriedades da liga
Figura 1 - Diagrama da evolução dos aços inoxidáveis austeníticos com base nos elementos de
liga [4].
2.2.1 Cromo
resistência a corrosão dos aços inoxidáveis, pois ele é o responsável por passivar
massa, sendo que quanto maior esse valor, maior a resistência a corrosão [5,7].
dos principais elementos formadores das fases intermetálicas: ele está presente
nas fases sigma (σ), chi (χ) e de Laves (η), possuindo a primeira uma maior
2.2.2 Níquel
O níquel tem como função estabilizar a austenita, que é a fase matriz dos
aços inoxidáveis austeníticos. Para que este elemento de liga cumpra esta função,
inoxidáveis que possuem um teor menor, que são a série 200, sendo adicionados
resistência contra a fragilização por corrosão sob tensão quando o seu teor está
entre 8 a 12% na composição da liga [2]. Além disso, ele reduz a solubilidade do
carbono na matriz favorecendo a formação do carbeto M23C6. Por fim, ele reduz a
2.2.3 Molibdênio
Entretanto, essa consequência pode ser considerada uma desvantagem, pois isso
dificultará a conformação a quente [5]. Outro efeito desse elemento de liga é ser
para os aços inoxidáveis austeníticos. Por fim, ele também é formador de carbetos
2.2.4 Manganês
pode ser utilizado como complementar nos aços inoxidáveis de série 200. Além
2.2.5 Silício
porcentagem em massa nos aços inoxidáveis auteníticos costuma ser menor que
1%, pois ele estabiliza a ferrita, forma fases intermetálicas fragilizantes com o Fe
baixo ponto de fusão. Porém, o Si aumenta a fluidez da liga, fator que colabora
2.2.7 Carbono
o fato de que ele aumenta a resistência mecânica da liga por efeito de soluto
intersticial e de que estabiliza fortemente a austenita [6]. Além disso, ele também
corrosão intergranular, com isso sua porcentagem em massa nos aços inoxidáveis
2.2.8 Nitrogênio
da austenita. Além disso, ele não tem sua solubilidade reduzida no sistema Fe-
9
Porém a quantidade de elementos de liga presente nesses aços faz com que o
elementos na austenita. Por exemplo, a formação da fase sigma no aço 316 pode
levar centenas de horas. Outro fator que faz o estudo ser limitado é a baixa
carbetos.
O quaternário Fe-Cr-Ni-Mo
Por fim, diagramas de fases não levam em conta os fatores cinéticos. Com
TTP.
11
e “alloy 2”. O primeiro conjunto foi tratado termicamente a 1090 °C durante uma
uma diferente temperatura de solubilização,1260 °C, e por uma hora e meia. Após
Elemento
C Cr Ni Mo Mn Si Fe
químico
Massa
0,023 17,3 13,1 2,66 1,74 0,73 Balanço
(%)
12
Figura 4 – Em cima: Diagrama TTP do aço inoxidável da série 316L tratado termicamente para
solubilização por 1,5 horas e temperado em água [4].
supersaturada em carbono [10]. Além disso, essa fase tem sua cinética de
uma temperatura mais elevada. Isso ocorre devido ao fato dos grãos serem
contornos de grãos é reduzida [3, 10]. Como esses precipitados têm preferência
solubilização não afetou a cinética de precipitação delas, uma vez que essa
variável não é tão expressiva quanto as duas descritas anteriormente [10]. Por
13
o fato de ele ser composto majoritariamente por molibdênio, que possui baixa
relativamente comum. A estrutura cristalina deste carbeto é CFC com 116 átomos
letra M pode ser referente aos seguintes elementos: Cr, Mo, Ni e Fe. Por causa
parâmetro de rede mais comum para o Cr23C6 puro é 10,638 Å. Este valor pode
de ferro, com isso o intervalo presente na literatura para o parâmetro de rede desta
em contorno de grão possuem uma boa relação de coerência com um dos grãos,
fases chi e de Laves poderiam precipitar junto com o carboneto, porém isto não
ocorre devido à difusão mais lenta de seus formadores, fazendo com que isso
ocorra depois. Quando a matriz fica praticamente isenta de carbono a fase sigma
O carbeto M6C possui estrutura cristalina CFC com 112 átomos por célula
variar de 10,85 Å a 11,28 Å [3]. A similaridade desse carbeto com o M23C6 torna
característica dessa fase é que ela pode dissolver nitrogênio, e com isso aços que
possuem esse elemento de liga são capazes de precipitar esse carbeto de forma
preferencial em relação ao M23C6. [3,7]. Por fim, Goldshmidt sugeriu que esse
envelhecimento [11].
formam são sigma, chi e Laves. As fases sigma e chi normalmente são
corrosão devido ao empobrecimento da matriz nos elementos de liga Cr, Mo, Ti,
porém ela tem um forte efeito de endurecimento por precipitação [7]. A Tabela 3
Tabela 3 - Tabela com as estruturas cristalinas e composições químicas das principais possíveis
fases intermetálicas que podem aparecer nos aços inoxidáveis austeníticos [3].
– Mo. A sua formação nos aços inoxidáveis costuma ocorrer entre 550 °C a 900
equiaxial [3]. Sua composição química varia bastante, contudo nas ligas AISI 316
de horas [3,7]. Há três razões para esse fato: o carbono é insolúvel na fase sigma,
e com isso a sua formação só ocorre quando todo o carbono presente na matriz
for consumido por outra fase; o segundo motivo é o fato de sua célula unitária ser
tetragonal e a matriz ser cúbica, e com isso a sua nucleação se torna difícil e
aumento de molibdênio nessa fase faz com que seu parâmetro de rede a0
aumente, porém o parâmetro c0 não sofre alteração [10]. Os aços do tipo 304, 316,
321 e 347, devido aos seus valores de cromo e níquel equivalentes, possuem
essa reação pode ser 100 vezes maior [3,7]. Segue abaixo o modelo da evolução
da microestrutura:
17
morfologia variada [3,7,10]. Diferentemente da sigma a chi pode ser coerente com
Além dessas características, o fato dela poder dissolver o carbono e possuir uma
fácil nucleação faz com que ela preceda a formação da fase sigma [3,7].
18
Fe2Mo, Fe2Nb e Fe2Ti, sendo que no aço 316 com molibdênio maior que 2% em
[3,7]. Para ligas contendo Mo e/ou Ti a sua precipitação ocorre para temperaturas
[3].
Cr equiv.=(%Cr)+0,31(%Mn)+1,76(%Mo)+0,97(%W)+2,02(%V)+1,58(%Si)+
2,44(%Ti)+1,70(%Nb)+1,22(%Ta)-0,226(%Ni)-0,177(%Co)
Com essa fórmula, Leitnaker e Bentley [14] sugeriram que para valores de
Como dito anteriormente a fase chi pode dissolver carbono, com isso ela será
C e Mo altos.
19
uma série de binários a base de Fe em que as duas podem ser formadas. Por
sigma são na seguinte ordem crescente: Ti > V > Nb > Cr. Já os da Laves são: Zr
3 Objetivos
4 Materiais e Métodos
citados anteriormente.
20
e somente uma foi escolhida para ataques. Para se revelar a microestrutura foram
de glicerina, cinco de ácido clorídrico e uma de ácido nítrico e tinha como objetivo
uma das amostras foi escolhida para ser atacada com gliceregia por um minuto e
atacada e a não atacada foram levadas para serem observadas no MEV da marca
FEI e modelo Inspect F50. Durante a observação da amostra não atacada, foram
acoplado ao MEV. Por fim, com uso do software ImageJ foram calculadas as
frações volumétricas dos precipitados a partir das imagens obtidas no MEV e com
análise era da marca Philips e do modelo X’Pert PRO PW 3040/00, sendo o anodo
20° até 120° com um passo de 0,02° e um tempo por passo de 200 segundos. O
Plus, sendo que os valores de 2θ dos picos foram marcados através do método
do ponto mais alto do pico e indexação dos mesmos foi feita com base no banco
de dados do programa. A seleção das fichas para identificação das fases foi feita
ml, 250 ml de uma solução de 10% em volume de ácido clorídrico, uma fonte de
haste de cobre foi conectada ao polo positivo da fonte, e o anel ao polo negativo.
extração foi planejada da seguinte maneira: primeiro foi feita uma pré-extração de
amostra foi lavada com água destilada, secada e pesada. Em seguida, foi refeito
a extração por 7,5 horas. Por fim, a parte da amostra não dissolvida foi lavada,
secada e pesada.
24
Para a extração via química foi utilizada uma solução de Berzelius de 200
foi lavada com água destilada secada e pesada. Em seguida, o volume restante
da solução de Berzelius foi utilizada para se fazer a extração por 20 horas. Por
Para a realização das filtragens das soluções resultantes dos dois métodos
kitassato, uma presilha, uma rolha furada no meio, um tubo de polietileno, um anel
foi embebido em etanol, de modo que sua hidrofobia fosse amenizada. Depois, o
proveniente da extração via eletroquímica foi filtrada. Por fim, o filtro que possuía
os precipitados foi colocado em uma estufa para a secagem e depois foi pesado.
25
outra para visualização no MEV com microanálise química por EDS. A análise de
utilizada foi de varrer de 10° até 90° com um passo de 0,06° e um tempo por passo
trabalho, que foi de 640°C. Os dados de saída foram as fases e suas porcentagens
Tabela 4 - Composição química em porcentagem em massa da liga 316L que compõe o tubo
estudado no trabalho.
Elemento
C Cr Ni Mo Mn Si Fe
químico
Massa
0,018 17,03 12,58 2,32 1,69 0,28 Balanço
(%)
5 Resultados e Análise
limitação de conter informações de até 3000 horas, foi possível notar que a
fases chi e sigma podem estar presentes. Outra análise realizada foi a aplicar a
17,8 e para ligas que contêm molibdênio, a chance de haver a formação de chi e
sigma são altas. Por fim, é esperado que a liga fique empobrecida em cromo e
molibdênio, uma vez que essas fases são ricas neles, e que enriqueça em níquel,
pois esse elemento não tem grande participação nas fases formadas. Nas seções
28
glicerégia:
Com as imagens da microscopia óptica foi possível notar que houve uma
antiga ferrita delta, tendo como resultado a fase austenita e sigma. Para a
Assim como nas imagens da microscopia óptica, foi possível ver que houve
foram vistos com maior nitidez, e nas imagens da amostra não atacada, a
Nas Figuras 13 e 14, existem três cores na escala preto e branco: cinza
possível fase sigma e a última aos precipitados que estão presentes tanto no
interior dos grãos como em seus contornos. Com base nessas cores, é possível
afirmar que quanto mais clara a fase maior a quantidade de elementos pesados
são ricos nos elementos mais pesados na liga, e há grande chance de que os de
cor branca são ricos em molibdênio. Na Figura 15 não possível fazer essa análise,
Os do interior dos grãos são finas agulhas. Já os que estão presentes nos
foi de 3,19%. Esses resultados, estão de acordo com o fato de essas fases
32
Portanto, essa análise revelou que a fase sigma tem grande chance de
colaboram com a identificação das possíveis fases a serem formadas, pois como
apresentam variadas morfologias. Por isso são necessárias outras técnicas para
resultados:
Tabela 5 – Resultados e erros de medição das microanálises químicas realizadas na Figura 15.
Posição Elemento Cr Ni Mo Mn Si Fe
1
Erro (%) 2,61 16,48 7,77 31,88 24,03 2,97
2
Erro (%) 2,70 8,78 7,15 26,16 24,24 2,93
3
Erro (%) 2,64 12,35 7,25 25,52 35,26 2,96
4
Erro (%) 3,02 9,47 5,20 21,35 26,14 2,81
5
Erro (%) 3,14 6,03 38,06 18,30 67,71 2,48
6
Erro (%) 2,95 7,49 5,87 25,31 17,88 2,92
níquel. Essa mudança está de acordo com o que discutido na análise prévia.
obtiveram para fase sigma na referência [17]. Com base nisso e nas observações
que a fase cinza claro presente na imagem é a sigma. Na Tabela 7 está presente
[17] com a analisada nesse trabalho, pode ser explicada pelo fato de que a liga
envelhecimento foi de 3000 horas, enquanto que o tubo, estudado foi por
aproximadamente 11,5 anos. Com isso houve tempo para que mais cromo
devido ao pequeno tamanho desses precipitados brancos, com isso a análise por
Figura 17 – Difratograma da amostra do tubo com os picos identificados, sendo γ = austenita, C = carbeto
M23C6, σ = fase sigma, η = fase de Laves e cps = contagens por segundo.
são intensos, tornando a visualização dos picos das fases precipitadas dificultada.
Esse efeito se deve a baixa fração volumétrica dessas fases formadas durante
Além disso, outro aspecto perceptível é que há muita sobreposição entre os picos
das diferentes fases presentes. Esse fator também dificulta a análise e pode levar
precipitados brancos presentes nas fotografias retiradas pelo MEV têm a chance
adquirida pela via eletroquímica foi de 3,27%, já a adquirida pela via química foi
parte dos precipitados ficaram aderidos no copo do filtro. Portanto esses valores
não podem ser utilizados para quantificação da massa extraída, uma vez que
houve perdas durante o processo. Contudo, ainda foi possível realizar as técnicas
identificados dos precipitados extraídos pela via química e pela via eletroquímica:
Figura 18 – Difratograma dos precipitados extraídos via eletroquímica com os picos identificados. Sendo C =
carbeto M23C6, σ = fase sigma, η = fase de Laves e cps = contagens por segundo.
Figura 19 - Difratograma dos precipitados extraídos via química com os picos identificados. Sendo C =
carbeto M23C6, σ = fase sigma, η = fase de Laves e cps = contagens por segundo.
39
corretamente tanto pela via eletroquímica quanto pela via química, pois os picos
da fase austenita não estão mais presentes como na Figura 17. Além disso, é
presença do sinal de fase amorfa na Figura 18. Isso ocorreu devido ao menor
identificação do carbeto e da Laves se tornou mais segura, uma vez que seus
picos estão com menor sobreposição e mais nítidos. No entanto nenhuma fase
nova foi encontrada, o que gera uma discussão com a análise prévia, visto que foi
dito que havia a possibilidade de ocorrer a formação da fase chi e do carbeto M6C
também. Essa diferença com o esperado pode ser explicada da seguinte maneira:
que a segunda formada é mais rica nele. Como a liga do tubo possui menos Mo
40
que a estudada por Weiss e Stickler na referência [10], pode não haver restado
Tabela 8 – Tabela com os parâmetros de rede dos precipitados identificados nos difratogramas.
para a liga envelhecida por 1500 horas a 650 °C na referência [10]. O motivo de o
resultado encontrado nesse trabalho ter sido maior que o deles pode ser explicado
parâmetro de rede. Além disso, essa explicação pode ser apoiada no o fato de
não ter se formado as fases chi e M6C, que, como sugerido anteriormente, pode
química das fases. Esse efeito está atrelado a composição inicial da liga como
e análise
essa característica está de acordo com o que foi visto na seção 5.2 como também
composição química deles, uma vez que a imagem foi realizada com elétrons
discutida.
42
resultados:
Tabela 9 - Resultados e erros de medição das microanálises químicas realizadas na Figura 22.
Posição Elemento Cr Ni Mo Mn Si Fe
obtidos:
Tabela 11 – Tabela comparativa com a média dos resultados obtidos pelas microanálises químicas
das áreas 1, 2, 4 e 5.
com nenhuma das fases identificadas até o momento e nem com a literatura. Com
obtido pode ser o valor da mistura das fases M23C6 e a de Laves. Uma vez que as
Porém não é possível realizar uma EDS localizada nesses precipitados, pois como
uma técnica com resolução maior, como por exemplo a microscopia eletrônica de
que também não está longe do resultado de 3,57% encontrado pelo software para
Com isso, é possível afirmar que os resultados simulados estão próximos dos
experimentais, sendo possível o uso deles para se estimar a quantidade das fases
formadas. Porém, é preciso levar em conta que o método utilizado para se calcular
6 Conclusão
possível verificar que o envelhecimento por 11,5 anos a 640 °C do tubo feito de
encontrada para elas foi em torno de 10%, e essa característica está vinculada ao
suas composições. Além disso, há fortes indícios de que a antiga ferrita delta
grande importância para se ter uma análise mais confiável. Os parâmetros de rede
condição que a liga foi submetida foi o mesmo que o experimental. O valor
tonalidades utilizada pelo software ImageJ nas imagens do MEV. Com isso, é
fato de que esses levam em conta os fatores cinéticos de formação das fases.
TTP apresentado por Weiss e Stickler [10] apresentou a divergência de que a liga
presente no tubo não precipitou as fases chi e M6C. Essa diferença é explicada
Portanto, o uso desse diagrama para predição das fases deve ser feito tendo em
7 Referências
[1] Davis, J.R. ASM Specialty Handbook: Stainless Steels. ASM International,
1994. ISBN: 978-0-87170-503-7.
[8] Lula R. A. Stainless Steel. 3th ed. American Society for Metals, 1989. ISBN:
0-87170-208-8.
[10] Weiss B.; Stickler R. Phase instabilities during high temperature exposure of
316 austenitic stainless steel. Metallurgical Transactions, v. 3, n. 4, p. 851-
866, 1972.
51
[15] ASM. Metals HandBook, Vol. 9: Metallography and Microstruct, 9th ed.
ASM International, p. 568-588, 1992.