Módulo 4 - HOMENS

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ORGANIZAÇÃO

Richarde Barbosa Guerra


AUTORES
Eduardo Costa de Queiroz
Richarde Barbosa Guerra
Vanessa Fonseca Jaffar de Queiroz
Priscila López Lourenço Guerra

Belo Horizonte – 2021


Guerra, Richarde Barbosa [Org.]
Lagoinha Gerações - Módulo 4 - Homens / Coletânea.
– Belo Horizonte, MG : Profetizando Vida, 2021.
96 p.; 14 x 21 cm

ISBN: 978-65-86589-84-9

1. Moral cristã e teologia devocional. I. Título.

CDD 240

Lagoinha Gerações - Módulo 4 - Homens


Copyright © 2021 by Profetizando Vida

Editora: Organização:
Profetizando Vida Richarde Barbosa Guerra
Autores:
Capa: Eduardo Costa de Queiroz
Eduardo Queiroz Richarde Barbosa Guerra
Vanessa Fonseca Jaffar de Queiroz
Priscila López Lourenço Guerra
Projeto gráfico e diagramação:
Eduardo Queiroz

Revisão:
Maria de Lurdes Costa de Queiroz

Primeira Edição: agosto de 2021

Este livro foi editado respeitando as novas regras da ortografia.

Todos os direitos reservados à editora.


Nenhuma parte deste livro pode ser produzida,
arquivada ou transmitida por qualquer meio – eletrônico,
mecânico, fotocópias, etc. – sem a devida permissão
da editora, podendo ser usada apenas para citações breves.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Homens
Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada
um com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos
todo homem perfeito em Cristo. (Colossenses 1:28)

De acordo com as Sagradas Escrituras, existem três tipos


de homens. O primeiro foi o homem original, criado pelo
próprio Deus, e foi a coroa da criação. Ele recebeu identida-
de, propósito, caráter, autoridade, temperamento e atributos.
Recebeu, também, responsabilidades, um jardim e uma es-
posa. Ele, no entanto, desprezou tudo o que recebeu, decidin-
do, por conta própria, desobedecer ao Criador e, com isso,
tornou-se o que chamamos de “homem caído”, por causa do
pecado, ou simplesmente homem natural. Deus, no entanto,
prometeu que viria e nos religaria a Ele por meio do seu filho
Jesus Cristo. Quando tomamos esse caminho, podemos ser o
terceiro homem, o homem espiritual.
Neste curso, você verá qual o caminho para resgatar sua
hombridade, saindo do lugar do primeiro Adão e se tornan-
do novamente aquilo que o segundo Adão (Jesus Cristo) pro-
piciou a você por intermédio da cruz. Envolva-se e assuma
seu verdadeiro lugar na criação. Que o Senhor toque fundo
em seu coração e lhe permita viver essa realidade. Bons estu-
dos. Que o Pai o abençoe abundantemente.

Pr. Márcio Valadão


Sumário

Criados à imagem de Deus........................................................9

O homem do século XXI..........................................................21

Omissão e transferência de culpa............................................27

O homem e o poder...................................................................33

Autoridade x Liderança............................................................41

Cumprindo seu papel...............................................................49

Exaltados pela humildade........................................................59

Ira ou justiça própria?...............................................................67

Outros deuses............................................................................75

Muito mais que espectadores..................................................85

Referências Bibliográficas........................................................95
Criados à imagem
de Deus

Então disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa ima-


gem, conforme a nossa semelhança. Domine ele so-
bre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os
animais grandes de toda a terra e sobre todos os pe-
quenos animais que se movem rente ao chão. E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou.’ (Gênesis 1:26-27)

O primeiro passo é entender que, no texto original,


quando a Bíblia diz que o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, o termo “homem” se referia ao ser
humano: “[...] homem e mulher os criou”. Homem e mulher
refletem a imagem de Deus; nenhum deles, isoladamente, é
capaz disso. A ordem de Deus do domínio sobre a criação,
portanto, foi para o homem e a mulher, e não apenas para
o homem.
Ambos são criação de Deus, mas cada um possui suas ca-
racterísticas e missões distintas, e isso não significa que um
tenha maior ou menor valor do que o outro.
Você realmente sabe quem você é? Ou será que ainda tem
alguma dúvida? Por falar em dúvida, quais são as maiores
dúvidas da humanidade?

9
• Quem sou eu?
• De onde eu vim?
• Para onde eu vou?
Quando o homem não sabe sua identidade, ele se torna
presa fácil para ser enganado pelo inimigo, pelo mundo e por
sua própria carne.
Quando ainda menino, você pode ter sofrido com frases
do tipo: “Prove que você é homem”; “Homem não chora”;
“Para provar que você é homem, precisa ficar com muitas
mulheres”; “Você precisa de muito dinheiro para ser reco-
nhecido na vida”; “Homem de verdade tem de ter um diplo-
ma”. Foram cobranças e rótulos que geraram frustrações e
reações que, muitas vezes, não faziam parte dos nossos so-
nhos ou do que gostaríamos de ser. Faltou alguém do nosso
lado para nos auxiliar ou nos apontar o caminho certo para
nos tornarmos homens segundo o coração de Deus. Não
conseguimos mais expressar nossas emoções, por isso nos
tornamos frios ou violentos demais e perdemos o respeito e a
autoridade que nos foram concedidos por Deus.
O menino deve se tornar um homem e os homens devem
ter consciência de que realmente eles o são; essa não é uma
opção, precisa ser um fato. O homem precisa saber de onde
veio e do que é feito. Precisa descobrir sua identidade e seu
lugar na história.
O homem, em todo o seu ser, foi feito à imagem e seme-
lhança de Deus, mas uma representação não é exatamente
aquilo que ela aparenta ser. Assim como uma pintura, foto ou
escultura não passam de uma tentativa de representar aquilo
que os inspirou. Vamos tentar entender isto de uma forma
mais clara.

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Criados à imagem de Deus

Deus é ao mesmo tempo pai, filho e espírito, ou seja, exis-


tem três pessoas distintas (façamos), que formam a plenitude
de um único Deus:

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua,


por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradi-
ção dos homens, segundo os rudimentos do mundo,
e não segundo Cristo; Porque nele habita corporal-
mente toda a plenitude da divindade; E estais perfei-
tos nele, que é a cabeça de todo o principado e potes-
tade [...]. (Colossenses 2:8-10, grifos nossos)

Deus não pode ser explicado ou definido de forma plena,


com base nos conhecimentos humanos, porque sua natureza
divina só nos foi revelada por meio do seu filho Jesus, em
Quem habita corporalmente toda plenitude de Deus.
Podemos perceber que o homem possui a capacidade de
amar, de pensar, de criar, de fazer o bem, de agir com justiça,
de ser verdadeiro, de ser misericordioso, de se santificar, de
agir com sabedoria, verdade e liberdade, e que essas carac-
terísticas o próprio Deus compartilhou com ele. São o que
chamamos de “atributos comunicáveis de Deus”. Eles foram
impressos na criação da humanidade, por isso o homem foi
feito à imagem e semelhança de Deus. Por portar tais atribu-
tos, o homem se parece com Deus em alguns aspectos. Mas
só podemos refletir de Deus o que Ele mesmo é, e o nosso
conhecimento sobre Ele se limita ao que Ele mesmo quis re-
velar à humanidade:

Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhe-


cimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juí-
zos, e inescrutáveis os seus caminhos! ‘Quem conheceu

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a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?’
‘Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?
‘Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele
seja a glória para sempre! Amém.’ (Romanos 11:33-36)

O homem natural não pode conhecer a Deus porque o


nível de raciocínio humano se torna limitado ao grau de en-
volvimento dele com o Espírito Santo de Deus. Esse homem
é incapaz de glorificar a Deus com sua vida:

Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm


do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é ca-
paz de entendê-las, porque elas são discernidas espi-
ritualmente. (1 Coríntios 2:14)

O homem que vive segundo seus instintos naturais, que é


o seu estado pecaminoso, pensa ser tolice e loucura as coisas
que são de Deus, por isso as ignora.
Já outros homens, apesar de terem tido um encontro com
Deus, de terem recebido o Espírito Santo em sua vida, ainda
são imaturos na fé e se satisfazem com qualquer coisa que
lhes proporcione diversão. Desejam fazer o que é correto, po-
rém ainda caem com frequência, ainda são desobedientes,
oram pouco, têm pensamentos impuros, vivem ansiosos e
não têm a capacidade de receber ensino espiritual mais pro-
fundo porque não se esforçam para fazê-lo:

Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas


como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes
leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam
em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda
não estão em condições, porque ainda são carnais.

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Criados à imagem de Deus

Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não


estão sendo carnais e agindo como mundanos? (1 Co-
ríntios 3:1-3)

Para nos tornarmos conhecedores de Deus e para glorifi-


cá-Lo, refletindo sua imagem e semelhança, precisamos nos
tornar homens espirituais:

Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele


mesmo por ninguém é discernido; pois ‘quem conhe-
ceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo?’
Nós, porém, temos a mente de Cristo. (1 Coríntios
2:15,16)

O homem espiritual, em oposição ao homem natural, crê


no sobrenatural. Ele tem sua vida governada por Deus. Tem
comunhão e relacionamento íntimo com Ele. Revela os atri-
butos comunicáveis de Deus porque se tornou habitação do
Espírito Santo. Ele nos ensinou a repetir um padrão santo de
comportamento, que nos foi revelado por meio do seu filho
Jesus, por intermédio do qual nos tornamos família de Deus,
eleitos para sermos santos, porque Ele é um Pai Santo.

A paternidade
O pai tem a capacidade de abençoar e de gerar vida. Toda
capacidade criativa do homem vem de Deus, o Pai. Sem Ele
nada podemos fazer. Não fomos criados para tentar desco-
brir sozinhos como a vida é! Ser homem não tem nada a ver
com um jogo de tentativa e erro. Deus deseja ser nosso Pai,
Ele tem prazer em nos ensinar, mas precisamos, primeiro,
reconhecer que somos homens imperfeitos, inacabados, par-
ciais, totalmente carentes de direção e orientação.

13
Muitos têm se tornado homens solitários porque não tive-
ram um pai por perto para orientá-los sobre coisas simples
da vida e cresceram cheios de dúvidas e medos. Tornaram-se
orgulhosos demais para pedir ajuda a qualquer tipo de figu-
ra masculina, principalmente porque ela não esteve presente
quando ele mais precisou dela. Muitos ficaram inseguros e
vacilantes porque nunca tiveram a aprovação ou a orientação
de ninguém!
Saber lidar com qualquer dificuldade ou desafio torna-se
mais fácil quando existe uma figura de autoridade sobre nos-
sa vida, que nos dá uma aprovação sobre cada um desses pro-
blemas. O caminho solitário é muito mais doloroso e deixa
marcas profundas.
Para nos tornarmos homens e para transferirmos a pleni-
tude de ser homem para a próxima geração, precisamos de
ajuda, de uma referência paterna. As mães são fortes, mas elas
não sabem ser pais! Só vamos entender o lugar e a importân-
cia de um pai quando observarmos o modelo de um filho que
aprende com o pai e coloca em prática tudo o que ele apren-
deu, tornando-se, assim, um homem em sua plenitude.

A filiação
Como filhos eleitos recebemos o chamado para servir pela
graça que nos foi concedida, para cumprirmos a vontade de
Deus, assim como Cristo cumpriu aquilo que o Pai Lhe de-
terminou.
Com Cristo somos herdeiros. Dessa forma, os seres huma-
nos são capazes de expressar vontades, tomar decisões, ava-
liar situações, demonstrar emoções, pensar de forma lógica e
racional, exercer domínio, possuir responsabilidades e criar

14
Criados à imagem de Deus

coisas incríveis. Mas todo filho precisa aprender a obedecer!


O problema acontece quando o filho quer se emancipar do
pai cedo demais. Seguir tomando suas decisões sem consul-
tar ou pedir permissão ao pai. Deus, com certeza, quer nos
ver crescer e fazer coisas grandiosas, mas precisamos saber
que Jesus só fez o que fez porque estava em Deus! Ele tinha
a ordem e o apoio do Pai. Ele quis que a vontade de Deus se
cumprisse, e não sua própria vontade! Ele teve medo, sentiu
dor, ficou angustiado e, apesar disso, enfrentou tudo confian-
do na promessa do Pai. Esse é o modelo de filiação que deve-
mos seguir!

A espiritualidade
O selo do Espírito está sobre nós! A única maneira de de-
monstrarmos nosso verdadeiro arrependimento é produzin-
do frutos genuínos de arrependimento. Só existe uma ma-
neira de gerarmos esses frutos: sendo guiados pelo Espírito.
O homem que não é guiado pelo Espírito, com certeza, será
guiado pela carne... Só poderemos ser imagem e semelhança
de Deus se refletirmos o que Ele é!
Um encontro verdadeiro com Deus gera mudança em
nossa direção, uma forma diferente de enxergar o mundo e
a vida, que nos leva a uma reconciliação com o Pai. Nossa
natureza pecaminosa precisa se curvar diante do poder e da
autoridade de Deus. Sabemos que recebemos a salvação a
partir do momento que recebemos Jesus como nosso único
e suficiente salvador, mas precisamos produzir o fruto des-
se arrependimento, que é a vida de Deus! No nosso interior
precisa fluir um rio de águas vivas! Essa fonte não pode secar,
por isso devemos nos encher do Espírito:

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Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus,
aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus,
graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai,
e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nos-
so Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais
em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepre-
ensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para
ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da
glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamen-
te no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu san-
gue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua
graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós
em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o
mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito
que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas,
tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual
fomos também feitos herança, predestinados segundo
o propósito daquele que faz todas as coisas conforme
o conselho da sua vontade, a fim de sermos para lou-
vor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos
em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes
a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação,
tendo nele também crido, fostes selados com o Santo
Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa he-
rança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da
sua glória. (Efésios 1:1-14, grifos nossos)

Paulo está querendo nos lembrar quem realmente somos


na nossa origem: “Assim como nos escolheu, nele, antes da

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Criados à imagem de Deus

fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis


perante ele; e em amor nos predestinou para ele”. Não somos
obra do acaso, mas fomos planejados por Deus antes da fun-
dação do mundo, para sermos semelhantes a Ele, irrepreen-
síveis e santos!
O problema é que nos perdemos na nossa identidade:

Quando todo o povo estava sendo batizado, também


Jesus o foi. E, enquanto ele estava orando, o céu se
abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma
corpórea, como pomba. Então veio do céu uma voz:
`Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado’. (Lucas
3:21-22)

Jesus é o filho amado e nEle Deus se alegra! Você deve


estar se perguntando o que isso tem a ver com você! Esta
é a hora de você prestar bastante atenção. Jesus veio como
homem, e como homem Deus afirmou que Ele era o filho
amado, porque Deus queria reafirmar sua identidade nEle,
conforme o texto de Lucas 4:1-13.
O diabo usa sempre a mesma estratégia: A DÚVIDA. Foi
assim com Eva e tem sido assim com a humanidade desde
a queda. Ele é o pai da mentira e tenta nos enganar dizendo
que Deus precisa provar que nos ama fazendo aquilo que de-
sejamos que Ele faça no momento que queremos. Mas Jesus
sabia quem Ele era: “Respondeu Jesus: ‘Eu lhes afirmo que
antes de Abraão nascer, EU SOU!’” (João 8:58)
Antes de saber quem somos, de onde viemos e para onde
vamos, devemos, primeiro, saber quem Ele é! A falta de iden-
tidade em Deus gera uma busca que resulta muitas vezes no
pecado!

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Hoje o diabo tem usado a mentira de que o pecador é
uma vítima! Tem usado a desculpa de que somos vítimas de
pecados cometidos contra nós por alguém, ou pela sociedade
e suas injustiças:

• Sou assim porque meus pais não me deram condição de


estudar...
• Sou assim porque minha esposa me abandonou...
• Sou assim porque meu chefe não paga o que mereço...
• Sou assim porque sou feio demais...
• Sou assim porque ninguém me dá oportunidade...

Será que o pecado que cometeram contra mim me dá o


direito de pecar também? Sabe o que acontece? Paramos
de olhar para a cruz. Esquecemo-nos de que JESUS se fez
pecado por nós para que fôssemos justificados diante de
Deus pela fé!

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu,


mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou,
e se entregou a si mesmo por mim. (Gálatas 2:20)

Não se acomode com os rótulos que foram colocados em


você ou com quem você pensa que é hoje. Procure se conhe-
cer, procure conhecer a Cristo, pois somente assim consegui-
rá entender quem é, para que se torne, então, o homem que
reflete a Glória de Deus!

18
Criados à imagem de Deus

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Invista no seu relacionamento com Deus por meio


de uma vida focada nas disciplinas espirituais, tais como oração,
leitura da Palavra e jejum.

GUARDAR: Quando você entende quem você é, torna-se capaz


de zelar pelo cumprimento do seu propósito e da sua identidade
impressa por Deus desde a criação.

Para responder:

De acordo com o que você aprendeu nesta lição, como


você responderia a estas três perguntas: Quem sou eu?
De onde vim? Para onde vou?

Reflita agora quais comportamentos você tem hoje que


são reflexos da sua história.

Você se vê como imagem e semelhança de Deus?


Justifique.

Como você enxerga Jesus na sua vida?

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O homem do
século XXI

É necessário, primeiro, deixar bem claro que nossa proposta


com este livro não é trazer para os homens um peso maior do
que o que eles já carregam nos dias atuais. Na verdade, o que
pretendemos é que cada homem que tiver acesso a este estudo
seja transformado interiormente para que se torne mais pareci-
do com o modelo do único homem que não conheceu o pecado,
Jesus Cristo, e dessa forma seja capaz de provocar transforma-
ção nos lares, na igreja, entre os amigos e familiares e, principal-
mente, na nossa sociedade. Quando auxiliamos um homem a
ser transformado, as futuras gerações serão impactadas!
Vivemos hoje em uma sociedade adoecida: adultérios,
abusos, agressões, abandono, indiferença, crimes. Infeliz-
mente, a maioria desses problemas é causada pelo homem:

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos ter-


ríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presun-
çosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais,
ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliá-
veis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, ini-
migos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais
amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo
aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afas-
te-se também destes. (2 Timóteo 3:1-5)

21
Esse é o resultado do que acontece quando os homens não
caminham com Deus. Mas Paulo, percebendo a natureza pe-
caminosa do homem, diz a Timóteo, seu discípulo, que existe
uma forma de sermos diferentes:

Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que


aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe
de quem o aprendeu. Porque desde criança você co-
nhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo
sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.
(2 Timóteo 3:14-15)

Por que, então, nas famílias dentro das igrejas, existem tan-
tos divórcios, agressões e coisas tão terríveis? Com certeza os
homens das igrejas enfrentam os mesmos desafios e frustra-
ções que aqueles que estão vivendo fora delas, mas por que,
então, não agimos diferente? Paulo estava discipulando Timó-
teo para ser um seguidor de Jesus Cristo, com o objetivo de
torná-lo sábio em suas atitudes, sendo capaz de revelar Cristo
por meio de tudo o que viesse a fazer. Podemos deduzir, en-
tão, que existe uma falha em nossas igrejas no que diz respeito
a ajudar os homens a entenderem o que é necessário para se
tornarem maridos, pais e homens segundo o coração de Deus.
O grande problema dos homens é que, geralmente, eles
caminham sozinhos, carregando uma série de problemas e
pecados que não conseguem resolver porque não entendem,
ou não têm coragem de pedir ajuda. Paulo incentiva Timó-
teo a permanecer nas coisas que aprendeu com ele! Como
já dissemos, todo homem precisa caminhar com outro que
seja capaz de instruí-lo melhor em alguma área. Chega de
andar sozinho! A caminhada solitária é muito mais difícil do

22
O homem do século XXI

que parece. Requer um aprendizado por tentativa e erro, o


que muitas vezes nos leva a experimentar coisas que não pre-
cisaríamos se tivéssemos alguém mais experiente para nos
ensinar e orientar. Precisamos dividir nosso fardo, confessar
nossos pecados para sermos sarados!
O homem de hoje está pressionado, cheio de conflitos e
problemas, vivendo crises que nunca terminam. Segundo
uma pesquisa feita pela OMS em 20191, a taxa de suicídio de
homens é 76% maior do que a de mulheres. A incidência de
doenças relacionadas ao estresse, como pressão alta, derrame
e doenças cardíacas, é de duas a quatro vezes mais elevada
para homens do que para mulheres.
Parece que os homens estão amedrontados, acuados, diante
de uma ameaça crescente de alguém que foi criado por Deus
para auxiliá-lo, estar ao seu lado no cumprimento do chamado
de glorificarem a Deus juntos. Esse medo tem se manifestado,
muitas vezes, em violência. Precisamos mudar isso!
A crescente influência dos pensamentos pós-modernos
tem agravado esse quadro. O homem não sabe identificar
mais, de forma clara, qual o seu papel na família e na socie-
dade. Parte de tudo isso lhe foi tirado para atender a um dis-
curso relativista e pragmático. O homem deste século é ainda
mais confuso a respeito do que deve e do que não deve fazer.
Ser homem, muitas vezes, é confundido facilmente com mi-
soginia ou puro machismo. Como consequência, temos uma

1
HOMENS representam 76% dos suicidas do Brasil, revela relatório da OMS. Gazeta
do Povo. Cad. saúde e bem-estar. 2019. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.
com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/homens-representam-76-dos-suicidas-do-
brasil-revela-relatorio-da-oms/>. Acesso em: 28 mar. 2020.

23
geração de “emasculados” ou incels, que são homens que não
sabem lidar com o sexo oposto e com a sociedade de forma ge-
ral. Eles se isolam e acabam contraindo vários tipos de doen-
ças de natureza psicológica.
Outro grupo crescente refere-se àqueles que não querem
se tornar homens: os pós-adolescentes. Ninguém quer ser
adulto hoje em dia, pois não está se sentindo preparado para
assumir as responsabilidades intrínsecas dessa faixa etária - é
a síndrome de Peter Pan.
Todo homem precisa de algo a que possa dedicar sua
vida - uma missão, uma causa, um propósito. Fracassamos
quando colocamos nosso foco nos lugares errados. O Salmo
128:1-6 precisa ser a base da nossa vida:

Como é feliz quem teme ao Senhor, quem anda em


seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho,
e será feliz e próspero. Sua mulher será como videira
frutífera em sua casa; seus filhos serão como brotos de
oliveira ao redor da sua mesa. Assim será abençoado
o homem que teme ao Senhor! Que o Senhor o aben-
çoe desde Sião, para que você veja a prosperidade de
Jerusalém todos os dias da sua vida, e veja os filhos
dos seus filhos. Haja paz em Israel!

O homem original era intencional, foi criado para um


propósito maior que sempre foi glorificar a Deus (Isaías
43:7). Mas o pecado nos afastou desse propósito e, desde en-
tão, perdemos na busca por significado e realização pessoal.
O homem passou a utilizar seu potencial criativo para de-
senvolver coisas que se tornaram o foco e a razão de todo o
seu esforço pessoal. Nossa alegria precisa estar no Senhor!
24
O homem do século XXI

O homem de hoje precisa voltar-se para Deus, ter Deus como


seu Pai, Cristo como o governador da sua vida. Toda tenta-
tiva que não visar à reaproximação do homem a Deus fra-
cassará! Projetos falham, pessoas nos decepcionam, riquezas
são roubadas, sonhos se frustram, mas o homem que teme
ao Senhor recebe a bênção de se alegrar independentemente
das situações, porque colocou sua confiança no lugar certo:

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e


a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescen-
tadas. (Mateus 6:33)

Deus tem prazer em nos ver realizados, mas é necessário,,


hoje, reorganizar nosso senso de propósito, retirar todos os
rótulos que nós mesmos colocamos em nossa vida e buscar,
com toda intensidade, aquilo que mais importa para o ho-
mem deste século - o Reino de Deus!

25
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden
para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Compartilhe com pessoas idôneas e de sua con-


fiança as coisas de seu coração. Não caminhe sozinho neste
mundo.

GUARDAR: Confronte o discurso do seu tempo com aquilo


que está na Palavra de Deus e sempre escolha a Palavra.

Para responder:

Quais são os três maiores desafios do homem de hoje?

Quais estratégias você tem usado para lidar com cada


um deles?

Essas estratégias estão sendo eficazes?

O que o impede de abrir seu coração ou procurar al-


gum tipo de ajuda?

Você se arrepende com frequência dos seus erros? Jus-


tifique.

Qual tem sido a maior missão da sua vida?

26
Omissão e
transferência de culpa

Você, homem, já se calou diante de uma situação em que


sua opinião poderia ter feito toda diferença? Você já disse
o famoso “Ahn”, só para o assunto não render? Ou você já
teve várias vezes a resposta para uma pergunta na ponta da
língua, mas, por falta de confiança, preferiu ver outra pessoa
responder, ganhar o crédito ou a vaga de emprego, só porque
você teve medo de se posicionar e de assumir a responsabili-
dade ou o risco do erro?

Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais


selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela per-
guntou à mulher: ‘Foi isto mesmo que Deus disse:
‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?’
Respondeu a mulher à serpente: ‘Podemos comer do
fruto das árvores do jardim, mas Deus disse: ‘Não co-
mam do fruto da árvore que está no meio do jardim,
nem toquem nele; do contrário vocês morrerão’. Disse
a serpente à mulher: ‘Certamente não morrerão! Deus
sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se
abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do
bem e do mal’. Quando a mulher viu que a árvore pa-
recia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e,
além disso, desejável para dela se obter discernimen-
to, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido,

27
que comeu também. Os olhos dos dois se abriram, e
perceberam que estavam nus; então juntaram folhas
de figueira para cobrir-se. Ouvindo o homem e sua
mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo
jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se
da presença do Senhor Deus entre as árvores do jar-
dim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, pergun-
tando: ‘Onde está você?’ E ele respondeu: ‘Ouvi teus
passos no jardim e fiquei com medo, porque estava
nu; por isso me escondi’. E Deus perguntou: ‘Quem
lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da
árvore da qual lhe proibi comer?’ Disse o homem: ‘Foi
a mulher que me deste por companheira que me deu
do fruto da árvore, e eu comi’. (Gênesis 3:1-12)

Se Adão estava ali, próximo ou ao lado de Eva quando ela


foi enganada pela serpente, uma importante pergunta preci-
sa ser feita: por que ele não disse nada?
Este texto bíblico contém algumas informações importan-
tes para que possamos entender a personalidade e a postura
de Adão como homem.
Antes de Deus criar Eva, Ele já ordenara a Adão que nun-
ca comesse nem tocasse na árvore que estava no meio do jar-
dim. Esperava-se, pois, que Adão transmitisse essa proibição
à sua esposa quando ela entrou em cena. Acreditamos que ele
realmente fez isso, tanto que a própria mulher o disse para a
serpente.
O texto não é claro quando diz que o homem estava pre-
sente o tempo todo, assistindo ao diálogo da mulher com a
serpente, mas fica bem claro que ele estava com a mulher e os
dois comeram - primeiro a mulher, depois, o homem.

28
Omissão e transferência de culpa

E ao homem declarou: ‘Visto que você deu ouvidos


à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu
lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por
sua causa; com sofrimento você se alimentará dela to-
dos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas-
-daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas
do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o
seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado;
porque você é pó e ao pó voltará’. (Gênesis 3:17-19)

E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, ten-


do sido enganada, tornou-se transgressora. (1 Timó-
teo 2:14)

Adão sabia o que estava acontecendo, aliás, um de seus


papéis era o de proteger o jardim, mas se calou, e isso foi o
começo da falha de cada homem - por exemplo, o silêncio de
Abraão quando Sara lhe ofereceu Hagar para se deitar com
ele gerou Ismael, que foi abandonado junto com a mãe, por
não ser o filho que Deus lhe havia prometido (Gênesis 16;
21:1-20); a rebeldia de Caim que, mesmo com o alerta de
Deus, deixou o pecado entrar em seu coração, o que o le-
vou a assassinar seu irmão (Gênesis 4:1-16); a impaciência
de Moisés, que matou o egípcio e tentou ocultar o crime, o
que acabou levando-o ao exílio no deserto (Êxodo 2:11-21).
Esse é um retrato revelador da natureza do nosso fracasso.
Desde Adão, todo homem tem a tendência de permanecer
em silêncio quando deveria falar. O homem se sente mais
confortável em situações nas quais sabe exatamente o que fa-
zer, mas, quando as coisas ficam confusas ou apresentam al-
guma dificuldade, ele tende a se retrair e se afastar; quando é
pressionado, ele sente raiva e se torna violento. Ele se esquece
29
da verdade de Deus e trata de se defender. O que deveria ser
uma atitude para resolver o problema se torna em uma atitu-
de para se defender do problema.
Olha aí o nosso amigo Adão! Ele se omitiu diante de um
problema do qual ele fazia parte, mas, em vez de assumir a
frente e tentar corrigir seu erro, ele se defendeu da maneira
mais fácil que viu - transferiu a culpa para a mulher.
Desse ponto em diante, tudo dá errado. O resultado é o
que vemos todos os dias: paixões sexuais descontroladas,
maridos e pais sem envolvimento, homens aborrecidos que
amam estar no controle de tudo. E tudo isso começou quan-
do Adão se recusou a se pronunciar.
Deus nos chama hoje para o reconhecimento da nossa fra-
queza. Devemos reconhecer, mais uma vez, que somos ho-
mens inacabados, cheios de incerteza no coração. Precisamos
abrir nossa boca e dizer Àquele que tudo conhece todas as
nossas dores e frustrações. Saia do silêncio, pare de transferir
suas culpas! Assuma a responsabilidade da sua casa! Não é
por meio de violência ou de imposição, mas pedindo a Deus
força e entendimento para vencer cada desafio e, principal-
mente, o medo. Não seja um covarde! Pare de deixar para
amanhã o que precisa ser resolvido hoje. Não transfira para
o outro sua responsabilidade! Não se cale na hora que você
precisa falar! Lembre-se de que você só tem o hoje para viver.

Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade,


mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E
esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não
perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite
no último dia. (João 6:38-39)

30
Omissão e transferência de culpa

Jesus é nosso exemplo de que não devemos nos deixar le-


var pelas nossas vontades ou por aquilo que não queremos
fazer. Assim como Ele foi obediente até a morte para cumprir
a vontade do Pai, assim todos nós homens devemos voltar à
obediência, ao cumprimento das expectativas de Deus sobre
nós. A promessa de Jesus é que Ele estaria ao nosso lado to-
dos os dias, por isso não precisamos temer, e, sim, crer.

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é neces-


sário que aquele que se aproxima de Deus creia que
ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. (He-
breus 11:6)

Quando te desviares para a direita e quando te des-


viares para a esquerda, teus ouvidos ouvirão atrás de
ti uma palavra, dizendo: ‘Este é o caminho, andai por
ele’. (Isaías 30:21)

31
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden
para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Assuma as responsabilidades de seus atos, não os


transferindo para outras pessoas quando você errar.

GUARDAR: Entenda que a verdade e a sua obediência sempre


serão suas melhores armas.

Para responder:

Descreva, em poucas palavras, uma situação em que


você se omitiu quando poderia ter falado.

Como você lida com a culpa? Você assume e reconhece


seu erro com facilidade ou procura sempre um culpado?

Você dá mais ouvidos ao que uma figura feminina (espo-


sa, mãe, chefe, amiga) diz, ou prefere buscar ouvir a voz
de Deus? Justifique.

Em que área da vida você tem se omitido mais?

32
O homem e
o poder

Nosso ego se agita quando falamos de poder. Pessoas mu-


dam completamente de atitude quando recebem poder, bas-
ta você se lembrar da célebre frase de Abraham Lincoln: “Se
quiser conhecer verdadeiramente um homem, dê-lhe poder.”
Vamos ver o que a Palavra nos fala sobre isto: “A quem muito
foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado,
muito mais será pedido”. (Lucas 12:48)
Nesta passagem de Lucas, fica claro que, quanto mais au-
toridade ou poder recebemos, mais seremos cobrados e exi-
gidos. Deus formou o homem do pó da terra e deu-lhe o po-
der, o domínio sobre as criaturas. Com esse poder também
veio a responsabilidade:

Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de


Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os
abençoou, e lhes disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-
-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os
animais que se movem pela terra’. Disse Deus: ‘Eis
que lhes dou todas as plantas que nascem em toda
a terra e produzem sementes, e todas as árvores que
dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento
para vocês. E dou todos os vegetais como alimento a

33
tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os gran-
des animais da terra, a todas as aves do céu e a todas
as criaturas que se movem rente ao chão’. E assim foi.
E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado
muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o
sexto dia. (Gênesis 1:27-31, grifos nossos)

Quando Deus atribuiu esse poder ao homem, Ele mesmo


o capacitou para recebê-lo e viu que tudo o que tinha feito
era muito bom. O que aconteceu, então, que fez com que o
homem perdesse o controle na administração desse poder?
Quando o homem se afastou de Deus por causa do pe-
cado, ele perdeu o equilíbrio e o domínio próprio. Passou a
fazer do seu direito uma tirania, abusando do poder e aca-
bando por deixar seu ego dominá-lo. Deixando de adorar o
Criador, ele passou a adorar a criatura e a contemplar a obra
das suas próprias mãos, agindo sem responsabilidade.
Desde então, a relação do homem com o poder mudou.
O poder passou a ser o foco da sua vida, em vez de ser um
presente de Deus. Conseguimos ver na Palavra uma mudan-
ça muito grande que aconteceu na vida de um homem que
estava perdido no seu pecado e, consequentemente, no po-
der. Atos 9:1-9 fala sobre a conversão de Saulo. Ele perseguia
os discípulos de Jesus. Ele vinha de uma linhagem de gran-
de prestígio religioso, era um fariseu, da tribo de Benjamim,
tinha em suas mãos o poder de prender os cristãos judeus
e até mesmo de levá-los à morte. Ele pediu cartas ao sumo
sacerdote para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso
achasse alguns que eram do Caminho, homens e mulheres,
os levasse presos para Jerusalém. Muitas vezes nós, homens,

34
O homem e o poder

temos o poder em nossas mãos e o usamos para fazer o


mal. Talvez porque, como Saulo, tenhamos a convicção de
estar fazendo a coisa certa, mas na verdade estamos cegos
pelos nossos pecados e pela ausência de Deus na direção
da nossa vida.
Quando Saulo teve um encontro com Jesus no caminho
para Damasco, sua percepção de poder mudou radicalmente.
Ele percebeu que o verdadeiro poder estava em Jesus Cristo,
a Quem ele deveria todo respeito e obediência. Ele então pas-
sou a usar o poder que vinha do alto para fazer o que era reto
diante de Deus. Ele teve seu nome mudado para Paulo e se
tornou um poderoso instrumento nas mãos de Deus.
A Bíblia também descreve a história de José, um homem
muito conhecido, que passou grandes adversidades na vida.
Esse homem governou o Egito, e a história conta que ele
foi um dos filhos de Jacó e Raquel e, por ser obediente, ti-
nha grande apreço de seu pai. Por causa disso, seus irmãos
o odiavam. Em Gênesis 37 está escrito que Jacó amava José
mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua
velhice. José passou por várias provações e sofrimentos. Foi
lançado em um poço por seus irmãos, que queriam matá-
-lo, depois foi vendido como escravo por eles e chegou a ser
preso por uma acusação caluniosa da mulher de Potifar, que
afirmou que José havia tentado estuprá-la, sendo que essa
cena foi armada por ela mesma. Embora tenha passado por
todos esses sofrimentos e acusações, José jamais deixou de
amar a Deus. Ele manteve uma vida de obediência às Leis do
Senhor. Sua história nos mostra que o caráter e a intimidade
que o homem desenvolve com o Senhor fazem toda a dife-
rença na vida dele.

35
Além disso, o consequente amor bíblico pelo próximo,
que independe de cor, raça ou gênero, mantém-nos em co-
munhão com o Criador. José tinha todos os motivos para
querer destruir seus irmãos como reação aos atos de co-
vardia que praticaram contra ele. Quando José chegou ao
posto mais elevado do Egito, abaixo apenas do faraó e tendo
o poder em suas mãos, poderia ter-se vingado, mas quan-
do um homem tem o coração voltado para Deus, o próprio
Deus restaura também em seu coração o equilíbrio e a res-
ponsabilidade:

Então disse José a seus irmãos: ‘Eu sou José! Meu pai
ainda está vivo?’ Mas os seus irmãos ficaram tão pas-
mados diante dele que não conseguiam responder-
-lhe. ‘Cheguem mais perto’, disse José a seus irmãos.
Quando eles se aproximaram, disse-lhes: ‘Eu sou José,
seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Ago-
ra, não se aflijam nem se recriminem por terem me
vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus
me enviou adiante de vocês. Já houve dois anos de
fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá
cultivo nem colheita. Mas Deus me enviou à frente de
vocês para lhes preservar um remanescente nesta ter-
ra e para salvar-lhes as vidas com grande livramento.
(Gênesis 45:3-7)

Podemos citar também o exemplo de Daniel, um jovem


solteiro, sem defeito algum, que fazia parte da aristocracia is-
raelita. Ele tinha boa aparência, era instruído em toda a sabe-
doria, ciência e conhecimento, cheio de habilidades, mas foi
arrancado de sua casa e levado para uma terra diferente, com
uma cultura diferente, onde se tornou escravo e foi obrigado
36
O homem e o poder

a aprender uma nova língua, novos costumes, tornando-se


servo daqueles que o retiraram da sua casa.

E Daniel propôs no seu coração não se contaminar


com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho
que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos
que lhe permitisse não se contaminar. (Daniel 1:8)

Ele poderia ter usado milhões de desculpas para se en-


tregar ao pecado, já que ele se encontrava em um ambiente
que lhe oferecia o melhor desta terra, não havia ninguém que
o conhecia por perto e ele precisava se enquadrar naquele
padrão. Quantas vezes usamos como desculpas para nossos
comportamentos errados algo de ruim que aconteceu na
nossa vida!

• Eu fui traído, por isso...


• Eu fui abandonado, por isso...
• Eu nunca tive oportunidade, por isso...
• Ninguém nunca me amou, por isso...

O que o mundo tem cobrado de você? Que você se enqua-


dre no padrão dele? Que você tenha os melhores carros, mo-
tos, roupas, ou que tenha a rede social com o maior número
de seguidores, com as fotos mais legais? Ou será que tem exi-
gido que você tenha os melhores resultados profissionais e
ministeriais? Será que você terá que negar o seu Deus para se
enquadrar nesse padrão? Vai comer os manjares?
Reflita na sua vida. Pare para pensar em quantas vezes o
poder esteve em suas mãos e como você se comportou diante
dele. Será que você se rendeu ao senhorio de Deus sobre sua

37
vida e agiu com compaixão, amor e responsabilidade, ou será
que você se tornou o juiz e o executor daquele momento?
Que o Espírito Santo de Deus habite em nós todos os dias,
para que sejamos capazes de receber de Deus o poder de
governar nossas famílias com responsabilidade, sabedoria e
humildade, assim como nos nossos trabalhos e ambientes de
liderança. Devemos nos lembrar sempre de que todo poder
pertence a Deus, e Ele mesmo o delega aos homens conforme
Lhe convém. Ele conhece nossa estrutura e sabe o que cada
um de nós é capaz de suportar.

38
O homem e o poder

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Invista e desenvolva os melhores dons e permita


que a glória de Deus se manifeste aqui na Terra por meio de
cada um deles.

GUARDAR: Entenda: o poder não foi dado para o seu próprio


deleite, mas para servir a Deus. Você não é a fonte desse poder;
você é apenas o canal dele.

Para responder:

Você mudou sua visão de poder quando teve um en-


contro com Jesus como Saulo?

Por que você acha que nem todos os homens assumem


papéis de grandes responsabilidades?

Como estamos tratando nossos pais, esposa, filhos ou


funcionários?

Você está preparado para receber mais poder? Descre-


va por quê.

39
Autoridade x
Liderança

Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou


no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o
SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore
do jardim comerás livremente, mas da árvore do co-
nhecimento do bem e do mal não comerás; porque,
no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
(Gênesis 2:15-18)
E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mu-
lher e comeste da árvore que eu te ordenara não co-
messes, maldita é a terra por tua causa; em fadigas
obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu come-
rás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu
pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado;
porque tu és pó e ao pó tornarás. (Gênesis 3:17-19,
grifos nossos)

Deus havia estabelecido uma intimidade com o homem, um


relacionamento de confiança. Ele delegou-lhe tarefas e tam-
bém estabeleceu-lhe limites. Ele quis que o homem assumisse
o comando para que houvesse, na família, um porto seguro,
no qual todos pudessem buscar a solução para os problemas,
assim como a igreja busca a solução para os seus problemas
em Cristo. Mas em algum momento o homem tirou o Senhor
41
do centro da sua vida e passou a ouvir mais à sua mulher do
que a Deus.
Alguma coisa é quebrada quando Cristo deixa de ser o
“Cabeça” do homem! É inevitável que, a partir desse mo-
mento, o homem também deixe de ser o cabeça e perca sua
referência familiar e social. Muitos homens, hoje, reclamam
que as mulheres não os respeitam, mas eles mesmos não res-
peitam a liderança de Cristo sobre sua vida. Tomam todas
as decisões sem consultá-Lo; não se dedicam ao estudo das
Escrituras; não tomam a frente na busca de Deus em seu lar;
não repreendem seus filhos com a Palavra; não contribuem
nas despesas da casa dos pais enquanto ainda moram com
eles e desfrutam de tudo que eles podem lhe proporcionar;
não se prostram diante de Deus quando tudo está difícil, mas
estouram em gritos, agressividade e descontrole.
Queremos falar sobre o grande chamado de Deus para o
homem exercer sua autoridade na família e, consequente-
mente, na sociedade, mas para isso, primeiro, devemos re-
correr à origem desse chamado:

Mas quero que saibais que Cristo é o cabeça de todo


varão, e o varão, cabeça da mulher; e Deus, a cabeça
de Cristo. (I Coríntios 11:3)
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também
Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salva-
dor do corpo. (Efésios 5:23)

Esses dois textos falam da responsabilidade diante de


Deus que o homem tem sobre sua família no casamento.
A solução para todos os problemas da família tem de come-
çar pelo pai! Essa não é uma questão de machismo. Foi uma
42
Autoridade X Liderança

escolha que Deus fez para que houvesse uma ordem, para
que houvesse alguém responsável para Lhe dar satisfação so-
bre o andamento das coisas. Nada tem a ver com a habilidade
do homem de liderar, ou com sua personalidade ou agressi-
vidade. Não é porque ele é mais forte, mas, sim, porque Deus
escolheu assim!
Deus poderia ter começado tudo com a mulher, mas ele
escolheu o homem e lhe concedeu a habilidade de iniciar os
processos. Talvez a grande diferença entre os dois esteja aí:
essa habilidade de iniciar processos vem de Deus para o ho-
mem! Mas um grande problema se instalou na humanidade
porque o homem deixou de iniciar os processos na sua famí-
lia. Desde a queda, o homem aprendeu a transferir a culpa
e suas responsabilidades para a mulher, e o pior é que ele
mesmo se tornou referencial para que a mulher também pro-
curasse transferir suas culpas, atribuindo-as ao diabo!
Hoje, a primeira referência que todo filho tem é da mulher.
O homem se omitiu também no seu papel de ser o cabeça.
Como sempre ele conseguiu transferir sua responsabilidade
para a mulher, que já estava tão atarefada no seu papel de
auxiliadora, agora precisa aprender a resolver todos os pro-
blemas que eram da responsabilidade dele.
Preste atenção nesta verdade: a partir de hoje, as transfe-
rências de culpa precisam terminar aqui! Jogar a culpa em
outros é uma tentativa de se justificar. O sentido básico de
justificar-se é tentar ficar bem consigo mesmo. Isso acon-
tece porque o peso da culpa nos esmaga, e o ser humano
detesta o sentimento de culpa, de ser pressionado. Esse sen-
timento é destrutivo, rouba-nos a alegria. Por isso os ho-
mens continuam a se esconder, tentando fugir da realidade

43
e das responsabilidades. Sentem-se limitados, incapazes e
acuados. Fogem de Deus e se escondem nas bebidas, nas
drogas, nos prazeres, nas conquistas profissionais e na reli-
giosidade ou nas filosofias. Assuma sua culpa! No final das
contas, nunca poderemos fugir da nossa culpa porque todo
homem e toda mulher terão de prestar contas de seus atos
a Deus! A cruz do calvário é o único lugar onde podemos
ficar livres da culpa.
O fato de os homens estarem tentando encobrir seus
erros e pecados tem provocado trágicas consequências na
sociedade. Como? Eles preferem deixar o casamento a re-
conhecerem seu pecado de adultério. Preferem deixar seus
empregos a reconhecer suas limitações e sua preguiça de es-
tudar novamente e buscar aprimorar-se profissionalmente.
Preferem ver seus filhos atolados em drogas ou na promis-
cuidade sexual a se posicionarem como autoridade e sacer-
dote em casa. Tudo isso vai deixando um grande buraco,
que acaba por ser ocupado pela mulher, que deveria estar
ocupada em cumprir também seu papel, mas agora vê suas
horas do dia escorregarem pelos dedos, privando os filhos
da sua presença também.
Deus quer que a família tenha uma liderança forte e es-
pera que o homem assuma sua posição de cabeça para que
essa liderança seja exercida e a ordem restaurada. Mas pres-
te atenção: existe uma benção liberada e delegada por Deus
para que o homem exerça a autoridade sobre a mulher, seja
responsável por ela, da mesma forma que Cristo é o Cabeça
da igreja. Para que a mulher se submeta a seu marido, esse
marido precisa ter as atitudes de Cristo, ou seja, ela vai reco-
nhecer naturalmente Jesus na vida dele!
44
Autoridade X Liderança

Nenhum homem pode usar a autoridade que lhe foi con-


cedida por Deus para subjugar a mulher e para obrigá-la a
satisfazer suas vontades pessoais e suas depravações. Um ma-
rido que ama sua esposa jamais agirá com ela sem estar de
acordo com Cristo.
Da mesma forma, um jovem solteiro não pode abusar do
amor de sua mãe para viver à custa dela, sugando e retirando
tudo que ela tem, sem sequer se preocupar em pagar uma
conta de luz ou água, ou fazer um simples sacolão para aju-
dar nas despesas de casa.
Liderança tem a ver com habilidades, que variam de
acordo com o temperamento e com os dons que cada um
possui naturalmente ou adquiriu por meio da capacitação
pessoal. Nem sempre o marido como cabeça terá talentos
ou habilidades para liderar determinadas áreas como sua
esposa, mas mesmo que a mulher os possua, ela jamais
poderá deixar de reconhecer e de honrar a autoridade que
existe sobre a vida do seu marido como o dirigente do lar,
na tomada de decisões importantes. Isso tira da mulher o
peso da responsabilidade de ser cabeça e de ser cobrada
por Deus por isso.
O homem que sabe administrar com sabedoria os vários
talentos e habilidades da sua esposa conquista o mundo!
Deus conhece sua criação e deseja que o homem aprenda a
distinguir e apreciar o dom de liderança da sua esposa para
que ele permita que ela seja livre para exercê-lo no lar:

A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias


mãos a insensata derruba a sua. (Provérbios 14:1)

45
Existe uma grande força na família quando cada um en-
tende e vive seu papel em casa. O homem que se sente mal
com isso precisa desenvolver essas habilidades, mas ele não
pode reprimir ou impedir que a mulher seja sua auxiliadora
e não apenas uma faxineira ou um objeto sexual. Quando ela
se realiza no seu papel de auxiliadora, ela consegue se subme-
ter sem problemas.

46
Autoridade X Liderança

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Exerça sua autoridade com sabedoria, entendendo


que junto com ela você recebeu responsabilidades.

GUARDAR: Seja humilde, nunca permitindo que sua liderança


venha subir à cabeça.

Para responder:

Para você o que é autoridade?

Quando você deixa de exercer sua autoridade?

Como você avalia sua liderança?

Cristo tem sido autoridade sobre sua vida?

47
Cumprindo
seu papel
E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim
do Éden para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

Vocês devem ter observado que desde a lição 1 deste livro


temos encerrado as lições com um box que trata de aplicações
justamente do versículo acima. Chegou a hora de aprofundar-
mos este relevante assunto: qual o papel bíblico do homem?
Vamos começar falando sobre duas coisas que Deus de-
terminou para que todo homem, seja ele casado ou solteiro,
assuma como sua responsabilidade: o papel de trabalhar e de
proteger.
Depois de ter visto que tudo o que tinha feito era bom,
Deus atribuiu ao homem responsabilidades para manuten-
ção e proteção daquele lugar, e aproveitou para estabelecer
também limites:

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: ‘De


toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certa-
mente morrerás’. (Gênesis 2:16,6)

Deus estava ali apresentando ao homem toda a sua cria-


ção, delegando-lhe autoridade para tirar dali o seu sustento,

49
com todo respeito e zelo. Estabeleceu para o homem, então,
uma rotina diária de trabalho, para que ele ocupasse seu tem-
po, e determinou também um tempo de descanso.
O trabalho faz parte da vida do homem. Ser provedor está
diretamente ligado ao trabalho. O homem que fica sem tra-
balho se sente frustrado, e isso não é por acaso. O trabalho
preenche uma lacuna de tempo que poderia deixar o homem
ocioso, abrindo uma porta para os devaneios que levam ao
erro. Por falar em erro, em consequência do pecado, este tra-
balho se tornou mais difícil e pesado:

E a Adão disse: ‘Porquanto destes ouvidos à voz de


tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, di-
zendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa
de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás
a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu
pão, até que te tornes à terra; porque dela foste to-
mado; porquanto és pó e em pó te tornarás’. (Gênesis
3:17-19)

Assim também os maridos devem amar a sua mulher


como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mes-
mo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria
carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também
Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do
seu corpo. (Efésios 5:28-30, grifos nossos)

Mais uma coisa precisa ficar bem clara sobre o papel do


homem: o homem que se conhece, que ama a Deus e a Ele se
submete tem também o papel de ser o provedor da mulher.
No texto destaca-se que, assim como o homem se ama e cuida

50
Cumprindo seu papel

do seu próprio corpo, agora ele se tornou uma só carne com


a mulher, ou seja, ele precisa alimentá-la e dela cuidar! Esse é
mais um dos motivos pelo qual o homem precisa deixar pai
e mãe, tornar-se financeiramente independente para, então,
conseguir cumprir seu papel de provedor do seu lar. A capa-
cidade de provisão do homem está diretamente ligada à sua
independência financeira e à sua capacidade de servir com o
que tem. O homem precisa decidir ser aquele que vai servir
primeiro sua esposa! Como? Com seu trabalho!
Desde a queda, fica muito evidente a função primária do
homem como provedor e protetor, e as consequências graves
quando ele falha em uma delas. Onde ele estava quando de-
veria ter protegido Eva da influência da serpente?

Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu co-


ração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu
coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás as-
sentado em tua casa, e andando pelo caminho, e dei-
tando-te e levantando-te. (Deuteronômio 6:5-7)

Amar a Deus acima de tudo é o papel mais importante


na vida de um homem. Quando ele ama a Deus, consequen-
temente, ama o que vem depois: a esposa, os filhos, os ami-
gos, que é amar o próximo, o segundo maior mandamento.
Do cumprimento desse papel dependem todos os outros!
O homem só conseguira direcionar sua família se es-
tiver sob a direção de Cristo. Isso é sacerdócio. Não basta
apenas ler a Bíblia, falar sobre coisas espirituais, analisar as
pregações e possuir um repertório de orações repleto de reli-
giosidade. Todo homem precisa desenvolver sua capacidade

51
de levar a presença de Deus e os ensinamentos deixados por
Ele na sua Palavra a qualquer lugar por onde passar. Isso im-
plica andar com Deus, ter experiências com Ele e ser real-
mente transformado por Ele.
O ideal seria que, desde criança, o homem vivesse a vida
comum do lar com sensibilidade e respeito, adquirindo expe-
riência e leveza para viver essa realidade em sua própria casa
com sua futura esposa:

Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar,


com discernimento; e, tendo consideração para com
a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com
dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da
mesma graça de vida, para que não se interrompam
as vossas orações. (1 Pedro 3:7)

Quando o homem se torna o provedor espiritual da sua


família, ele busca e leva sua esposa a experimentar a presença
de Deus, e isso a santifica:

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo


amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para
que a santificasse, tendo-a purificado por meio da
lavagem de água pela palavra. (Efésios 5:25-26, gri-
fos nossos)

Quando um homem ama uma mulher, quando o marido


ama sua esposa, vive a vida em santidade e vive Cristo em sua
vida, a mulher sente prazer em se submeter a ele. Ela o respei-
ta e admira e lhe devolve o controle da família. Homens que
se posicionam como sacerdotes dentro de casa conseguem
restabelecer a ordem que tira o peso da mulher e reequilibra

52
Cumprindo seu papel

a família. Homem e mulher em uma só carne se cuidam, se


alimentam e, acima de tudo, respeitam-se.
Eis aí uma ordem para o homem amar a mulher como
Cristo amou a igreja. Esse é um amor sacrificial, de entrega
e renúncia, para que haja a santificação da mulher. Paulo diz
que “quem ama a mulher, ama a si mesmo”.
Para que um homem compreenda seu papel de prove-
dor na família, é fundamental que exista esta compreensão:
o homem precisa se amar, saber quem realmente é, saber
suas necessidades, limitações e medos. Tudo isso vai influen-
ciar como ele demonstrará seu amor pela mulher.
O homem solteiro que ama a Deus sobre todas as coisas
e que se conhece bem consegue, também, tornar-se uma fi-
gura social forte, que estende suas convicções espirituais
para sua vida secular. Mas saber quem ele é não é suficiente.
O homem precisa se preparar para deixar pai e mãe, com o
entendimento de que quem deixa pai e mãe está preparado,
física, emocional e financeiramente para ir e começar uma
nova família.
O problema acontece quando o homem não consegue se
tornar independente em qualquer uma dessas áreas. Acomo-
da-se na posição de contar sempre com a ajuda de alguém,
seja financeira, seja emocionalmente, e até se acostuma com
pessoas sempre fazendo todas as atividades de casa, coisas
básicas, como lavar louça, cozinhar, arrumar a cama e a casa,
e até colocar comida no próprio prato. Aí pensa que vai se
casar e que a esposa terá tais obrigações com ele! Onde está
escrito isso na Palavra de Deus?

53
Vamos ler o que o mesmo capítulo de Efésios diz:

Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Mu-


lheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor,
pois o marido é o cabeça da mulher, como também
Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual
ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a
Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujei-
tas a seus maridos. (Efésios 5:21-24, grifos nossos)

O termo “sujeitar-se” – ou “submeter-se” – tem sido utili-


zado por alguns homens de forma errada no trato com suas
respectivas mulheres. Alguns chegam a submeter suas es-
posas a humilhações, como se elas fossem uma espécie de
escrava. Existem relatos de homens cristãos que fazem até
exigências sexuais às suas esposas – contra a vontade delas –,
alegando que elas devem se submeter a eles em tudo, segun-
do está na Bíblia.
Vocês realmente acreditam que existe na Palavra de Deus
alguma ordem que venha a fazer mal a qualquer ser huma-
no? É claro que não! Deus é amor, a maldade não faz parte
da sua natureza!
Vejamos, então, o que significa a mulher ser submissa ao
marido. Essa orientação está registrada em vários versículos
na Bíblia (Efésios 5:22; Efésios 5:24; Colossenses 3:18; 1 Pe-
dro 3:1; 1 Pedro 3:5). Preste atenção no verso que destacamos
acima: “Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as
mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos”.
Essa é uma comparação perfeita para explicar o que real-
mente significa essa submissão. Existe algo de ruim, como
igreja, em estarmos submissos a Cristo? Não nos sentimos

54
Cumprindo seu papel

protegidos nEle? Não sentimos prazer em fazer Sua vontade?


Não confiamos na ação e proteção dEle e estamos sempre
querendo agradar-lhe? Quando não conseguimos fazer qual-
quer uma dessas coisas não ficamos entristecidos? Ele é nos-
sa direção, nosso líder, nosso maior exemplo! Servir a Cristo
é uma das melhores satisfações que a Sua igreja pode viver!
Submetermo-nos a Cristo é uma bênção; mesmo que possa
haver tribulações envolvidas, é sempre o melhor.
O marido, assim como Cristo diante de Sua igreja, tam-
bém deve ser o líder do lar. Para isso deve ser amável, aten-
cioso, respeitoso, abençoador, protetor, servo, provedor e
conselheiro da sua esposa. Ela precisa admirá-lo para se sub-
meter a ele. Essa é a missão que Deus deu ao homem em
seu lar, esse é o seu lugar. Qualquer atitude violenta ou não
amorosa não cabe aqui. Qual esposa não se sentirá atraída
a se submeter a um marido que a ama como Cristo amou a
igreja? Esse é o segredo da submissão bem-sucedida!
Em Gênesis 2:18 está escrito:

Então o Senhor Deus declarou: ‘Não é bom que o ho-


mem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e
lhe corresponda”.

A esposa deve ser uma amorosa auxiliadora, cooperando


com a liderança – e missão – de seu marido para a edificação
mútua. O texto de Efésios 5:21 reforça isto: “Sujeitem-se uns
aos outros, por temor a Cristo.” Lembre-se de que esse fato
não faz da esposa maior nem menor que seu marido, pois
ambos foram feitos à imagem e semelhança de Deus (Gêne-
sis 1:27). O esforço precisa ser mútuo!

55
Uma das coisas que Jesus deixou bem clara:

Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem qui-


ser tornar-se importante entre vocês deverá ser ser-
vo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo;
como o Filho do homem, que não veio para ser ser-
vido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos. (Mateus 20:26-28)

Quem escolhe ser servo cumpre seu papel como Cristo fez
com a igreja. Não é só financeiramente; isso também implica
tarefas de casa. A alegria, o amor e a realização só podem se
tornar realidade quando você sacrificar a busca dos seus maio-
res interesses em nome dos maiores interesses da sua mulher e
família. Jesus escolheu Se ver como servo que colocava os ou-
tros e o que era melhor para eles acima do Seu próprio interes-
se. Ele levou isso ao extremo morrendo por nós naquela cruz!
Com certeza, a maioria de nós nunca será chamada a fazer
um sacrifício dessa dimensão pelas esposas, mas fomos cha-
mados para abandonar nossos próprios interesses por amor
a elas e a nos tornarmos responsáveis por cuidar delas e por
protegê-las.
Esteja disposto a cumprir com seriedade e de todo cora-
ção seu papel, tendo como exemplo Aquele que não negou,
mas se entregou por nós!

56
Cumprindo seu papel

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Seja proativo, sempre antecipando o que se deve


fazer e faça com excelência.
GUARDAR: Seja precavido, planeje sempre buscando ouvir a
vontade de Deus e busque proteger esse propósito.

Para responder:

Você tem dificuldades em identificar seu papel? Justi-


fique.

Você se sente ameaçado pelo crescimento e envolvi-


mento das mulheres em todas as esferas de liderança?

Você se sente mal quando não consegue ser o provedor


do lar? O que fazer para mudar essa situação?

Você tem servido mais ou tem sido mais servido? Está


disposto a se tornar como Cristo?

57
Exaltados pela
humildade
A alguns que confiavam em sua própria justiça e des-
prezavam os outros, Jesus contou esta parábola: ‘Dois
homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e
o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo:
‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros
homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo
como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e
dou o dízimo de tudo quanto ganho’. Mas o publicano
ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu,
mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia
de mim, que sou pecador’. Eu lhes digo que este ho-
mem, e não o outro, foi para casa justificado diante de
Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se
humilha será exaltado. (Lucas 18:9-14)

Entendendo primeiro o que é o orgulho:

ORGULHO: “Sentimento de prazer ou satisfação que uma pessoa


sente em relação a algo que ela própria ou alguém a ela relacionado
realiza bem; sentimento de respeito que alguém sente por si mes-
mo; atitude arrogante que faz com que a pessoa sinta-se melhor ou
mais importante que outra(s); amor-próprio exagerado”1.

1 ORGULHO. In: Michaelis: dicionário brasileiro da língua portuguesa. Disponível


em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/
orgulho>. Acesso em: 20 fev. 2021.

59
Tratamos agora de uma luta contra um dos nossos maio-
res inimigos: nós mesmos. Quando o homem decide iniciar
uma caminhada solitária, sem perceber, ele vai criando em
seu coração uma fortaleza quase intransponível, que vamos
tratar agora como “orgulho”.
Segundo Agostinho, “o orgulho é a fonte de todas as fra-
quezas porque é a fonte de todos os vícios”.
Nosso esforço pessoal por crescimento, conquistas, aper-
feiçoamento, credibilidade e sucesso faz parte da nossa busca
por significado. Precisamos saber para que existimos e atribu-
ímos nossa existência às nossas realizações. O mundo diz ao
homem: trabalhe o máximo que puder para edificar uma car-
reira bem-sucedida, fique até tarde no escritório, envolva-se
em grandes projetos, viaje sempre que for solicitado, aproveite
ao máximo seu potencial, vista-se bem, ganhe muito dinheiro,
tenha uma boa casa, um bom carro, uma boa família.
Tudo isso parece excelente, mas a cada etapa vencida va-
mos nos tornando mais autossuficientes, criando dentro do
nosso coração a sensação de que não precisamos de ninguém,
ou que podemos usar os outros para chegar aonde queremos.

Por que o orgulho é tão nocivo?

• Foi a razão da queda de Satanás

Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da


alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derru-
bava as nações! Você que dizia no seu coração: ‘Subi-
rei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas
de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia,

60
Exaltados pela humildade

no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais


alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo’.
(Isaías 14:12-14)

Filho do homem, diga ao governante de Tiro: ‘Assim


diz o Soberano Senhor: “No orgulho do seu coração
você diz: ‘Sou um deus; sento-me no trono de um
deus no coração dos mares”. Mas você é um homem,
e não um deus, embora se ache tão sábio quanto um
deus. (Ezequiel 28:2)

Satanás errou feio quando quis ser como Deus. Ele não se
contentou com tudo o que Deus lhe tinha dado, mas seu co-
ração se encheu de orgulho. O pior de tudo é que ele conse-
guiu levar com ele um terço dos anjos na sua queda! E vendo
ele que Deus tinha criado o homem e lhe dedicado tamanha
atenção e amor, planejou destruir a humanidade com a mes-
ma pedra que o derrubou:

Disse a serpente à mulher: ‘Certamente não morre-


rão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus
olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhece-
dores do bem e do mal. (Gênesis 3:4-5, grifos nossos)

• Faz-nos pensar que podemos ser iguais a Deus


ou que podemos ocupar Seu lugar

Eva pecou porque viu a possibilidade de ser como Deus,


conhecedora do bem e do mal. O orgulho está na origem da
queda da humanidade e já nascemos carregando esse peca-
do. Quando Deus questionou Adão sobre o motivo de terem
se escondido, por que será que ele não se humilhou e reco-
nheceu o seu erro?

61
Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor
Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do
dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre
as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o ho-
mem, perguntando: ‘Onde está você?’ E ele respondeu:
‘Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, por-
que estava nu; por isso me escondi’. E Deus perguntou:
‘Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fru-
to da árvore da qual lhe proibi comer?’ Disse o homem:
‘Foi a mulher que me deste por companheira que me
deu do fruto da árvore, e eu comi. (Gênesis 3:8-12)

Nossa transferência de culpa está diretamente ligada à


nossa negação em reconhecer que erramos! Isso é orgulho!
Você pode estar aí pensando que não é orgulhoso, mas o or-
gulho se camufla de várias maneiras no nosso coração:

• Eu sou a pior das pessoas, não sou digno de fazer tal


coisa (falsa humildade).
• Não preciso de ajuda nisso. Eu posso fazer ou resolver
sozinho (autossuficiência).
• Temos de fazer sempre o melhor, afinal, é para Deus.
Será??? (falsa aparência).

O orgulho está diretamente ligado à falta de identidade.


Quando não sabemos quem somos. É muito comum querer-
mos mostrar para as pessoas e para nós mesmos que somos
“bons”, que “temos valor”.

Quais são os sinais de orgulho?


Talvez você tenha muita dificuldade de reconhecer pessoas
mais talentosas que você, mais interessantes, inteligentes,
62
Exaltados pela humildade

bem-sucedidas e capazes. Talvez sua própria companheira,


com suas conquistas, atitudes e resultados positivos, o inco-
moda tanto. Este é o sinal de que você precisa ter seu ego
transformado. Egos inflados são como uma barriga cheia de
gases, está vazia, mas provoca dor e incômodo. E o pior é que
estão sempre atarefados, tentando fazer de tudo para serem
notados, para se manterem inflados2.
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas
humildemente considerem os outros superiores a si
mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus inte-
resses, mas também dos interesses dos outros. Seja a
atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embo-
ra sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus
era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante
aos homens. E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e
morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta po-
sição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no
céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
(Filipenses 2:3-11)

Egos inflados são ocos, vazios, repletos de ilusões sobre


nós mesmos. Não passam de uma tentativa louca de ocupar
um lugar que só pertence a Deus. Quem tem um ego trans-
formado por Cristo fica feliz com a vitória dos outros, por-
que entende que o mundo não gira em torno de si mesmo.

2 Sugerimos a leitura do livro Ego transformado, de Timothy Keller, da Editora Vida


Nova, 2014.

63
É necessário aprendermos hoje que Jesus Cristo precisa ocu-
par o vazio da nossa vaidade e egoísmo, para que as pessoas
consigam enxergá-Lo em nós.

Preste atenção e veja se você tem agido assim:

• Pensa que é superiores aos outros.


• Tenta ser reconhecido além do que precisa ou merece.
(Gênesis 11:4) “[...] tornemos célebre o nosso nome”.
• Tenta fazer mais do que foi chamado para fazer (João
3:22-30). João sabia quem ele era, sabia seu papel.
• Você só se preocupa com sua reputação (1 Samuel 26:17-
25). Nossa reputação só vale se estamos preocupados em
agradar a Deus, não aos homens.

Jesus resgatou a humanidade para que nEle fôssemos res-


taurados e livres do orgulho! A humildade está diretamente
ligada à nossa capacidade de obedecer a uma direção! Quem
é humilde se sujeita em obediência e recebe a justa recom-
pensa de Deus!

Portanto, ninguém se glorie em homens; porque to-


das as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja
Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente ou o
futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo,
de Deus. (1 Coríntios 3:21-23)

Paulo nos faz lembrar que devemos lutar contra uma na-
tureza vaidosa e egoísta. Esse autoconhecimento passa pela
pessoa de Jesus Cristo, pelo exemplo que nos deixou, para
que nEle, e somente nEle, obtenhamos a humildade necessá-
ria para considerarmos o outro superior a nós mesmos.
64
Exaltados pela humildade

Jesus, mesmo sendo Deus, esvaziou-se da sua glória,


tornou-se homem e teve morte de cruz. Essa demonstra-
ção de humildade precisa ser nossa maior motivação para
prosseguirmos na nossa busca como homens inacabados
que desejam alcançar o coração do Pai. Se Jesus venceu o
mundo, tenha bom ânimo, pois com Ele somos mais que
vencedores!

Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais ve-


lhos. Sejam todos humildes uns para com os outros,
porque ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede
graça aos humildes’. Portanto, humilhem-se debaixo
da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no
tempo devido. (1 Pedro 5:5-6)

65
Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden
para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Seja muito firme em não permitir que sua vontade


se sobreponha à vontade de Deus.
GUARDAR: Ao manter um sistemático e cada vez mais íntimo
relacionamento com Deus, mais você verá a glória dEle e menor
você ficará.

Para responder:

Você tem dificuldade de assumir seus erros? Descreva.

Em que situações você se sente superior aos outros?


Descreva.

Como você avalia suas conquistas?

Com que frequência você tenta fazer mais do que pre-


cisa em busca de reconhecimento?

66
Ira ou justiça
própria?

Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazi-


guem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem
lugar ao diabo. (Efésios 4:26-27)

Será que é possível ficar irado sem pecar? Quantas vezes


pecamos nessa área porque perdemos o controle e agimos
tempestivamente! Da fúria no trânsito às brigas nos lares, a
ira é um problema significativo na vida de muitos cristãos.

O que vem a ser a ira?


Ira: sentimento de raiva extrema ou cólera contra alguém ou
algo; fúria, indignação. A externalização desse sentimento.
Desejo de vingança1.

A ira é uma reação a um estímulo, algo que sentimos mo-


mentaneamente em decorrência de algo que julgamos ser
moralmente errado ou simplesmente desaprovamos. É um
sentimento e possui duas fases: a primeira é a do sentimento

1 IRA. In: Michaelis: dicionário brasileiro da língua portuguesa. Disponível em:


<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/
orgulho>. Acesso em: 20 fev. 2021.

67
em si, que não se caracteriza como um pecado, por isso o
texto de Efésios diz que quando ficarmos irados não é para
pecarmos. Já a segunda fase trata-se do que fazemos com
esse sentimento para não darmos lugar ao diabo. É necessá-
rio darmos uma resposta à ira. Como todos os sentimentos,
a ira foi dada por Deus como um sinal de alerta. A ira é uma
raiz. É muito mais complexa do que parece, porque envolve
a pessoa com sua história, suas crenças, sensações e desejos.
Já reparou quantas vezes você reagiu intempestivamente e
depois, após analisar a situação com mais calma, após ter es-
cutado a outra versão da história, percebeu a grande manca-
da que deu? Isso demonstra que a ira vem de uma percepção
pessoal, e unicamente pessoal. Ela é uma resposta emocional a
determinada situação ou evento que nos privam da resposta ou
do resultado esperado. É simplesmente baseada no meu posi-
cionamento moral diante daquilo que me gerou tamanha raiva.
Observe este trecho da história de Jonas:

Mas Jonas ficou profundamente descontente com isso


e enfureceu-se. Ele orou ao Senhor: ‘Senhor, não foi
isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi
por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia
que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito
paciente, cheio de amor e que promete castigar mas
depois se arrepende. Agora, Senhor, tira a minha
vida, eu imploro, porque para mim é melhor morrer
do que viver’. O Senhor lhe respondeu: ‘Você tem al-
guma razão para essa fúria?’ (Jonas 4.1-4)

Jonas foi chamado por Deus para levar uma mensagem


de arrependimento ao povo de Nínive, capital da Assíria.
68
Ira ou justiça própria?

Os assírios estavam despontando como povo dominante e


haviam declarado guerra contra os egípcios, e Israel estava na
rota de conquista daquele povo. Era um povo cheio de mal-
dade, malícia, idolatria, injustiça, violência e, com certeza,
tentariam destruir Israel.
Jonas tinha estabelecido no seu coração uma sentença
para os ninivitas. Segundo o julgamento de Jonas, eles mere-
ciam a morte. Sua primeira reação, então, foi fugir da presen-
ça de Deus e seguir para Társis, pegando um navio em Jope;
não por medo, mas porque queria ver o circo pegar fogo.

· Cuidado, seu senso de justiça próprio pode colo-


car outras pessoas em risco!

Quando Jonas desobedeceu a Deus, ele não pensou que


estaria colocando as pessoas que estavam naquele barco em
risco. Ele pensou somente nele mesmo, tanto que ele dormiu
no meio da tempestade!
Quando você briga no trânsito, você só está preocupado
com sua verdade, sua razão, mas você se esquece de que exis-
tem outras pessoas envolvidas e que a consequência da sua
ira pode prejudicar uma delas!

· Cuidado, seu senso de justiça próprio vai fazê-lo


achar que você pode se condenar!

Ele mesmo pediu para ser lançado ao mar para acalmar a


ira do Senhor. Ele achou que se sacrificando não precisaria
presenciar o cumprimento da vontade de Deus sobre aquele
povo e sobre sua própria vida.

69
· Cuidado, seu senso de justiça própria vai levá-lo
a acreditar que sua vontade é mais importante
do que a vontade de Deus!

Jonas foi para Nínive para pregar depois que Deus o livrou
da morte, mas em seu coração ele dizia que eles iam mor-
rer em quarenta dias, porque isso era o que para ele deveria
acontecer.
Quando aquele povo de Nínive se arrependeu dos seus
pecados logo no primeiro dia, eles passaram os outros trin-
ta dias lamentando-se diante de Deus. A surpresa de Jonas
foi que, passados os quarenta dias, Deus não havia destruído
aquela cidade.
Nessa hora Jonas ficou indignado com a atitude de Deus
para com aquele povo. Na verdade, ele ficou indignado com
quem Deus é! Para ele Deus tinha de ser vingativo, justo, in-
flexível e castigar aquele povo sem compaixão por causa dos
seus pecados. Mas aí ele conheceu a verdadeira natureza de
Deus: misericordioso, compassivo, amoroso, clemente e per-
doador.
Jonas se vê, então, perdido em sua justiça própria e perde
o sentido de viver, pedindo a Deus que lhe tirasse a vida. Veja
o que Deus pergunta a Jonas: “É razoável essa sua ira?” ou
em outra versão: “Você tem alguma razão para essa fúria?”
Você sabe o que você está dizendo? Então Jonas se pôs a pen-
sar novamente, e Deus mostrou-lhe a diferença entre a nossa
justiça e a justiça dEle!
Deus fez crescer uma planta para protegê-lo do sol. Jonas
ficou muito feliz com aquilo. Mas Deus fez a planta morrer
no dia seguinte, e Jonas se revoltou novamente.
70
Ira ou justiça própria?

Então, perguntou Deus a Jonas: ‘É razoável essa tua


ira por causa da planta? Ele respondeu: É razoável a
minha ira até à morte.’ (Jonas 4:9)

Naquele momento, Deus revelou sua Justiça:

Tornou o Senhor: ‘Tens compaixão da planta que te


não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que
numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei
de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em
que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sa-
bem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e
também muitos animais?’ (Jonas 4:10,11)

Deus quis fazê-lo entender a dimensão da sua Justiça. Ele


salvou os homens que estavam no barco com Jonas, salvou
o próprio Jonas da morte, enviando o peixe para tragá-lo, e
salvou o povo de Nínive. Por que você se acha no direito de
jugar tudo e a todos?
Você se coloca em discussões e debates intermináveis nas
redes sociais contra irmãos em Cristo simplesmente porque
você se coloca como o justo e o juiz daquela situação, como
se sua verdade fosse a verdade de Deus?
Justiça tem a ver com amor, perdão, bondade. Deus não pode
ser uma coisa que Ele não é. Deus é bom! Ele é todo bom, mes-
mo quando pensamos que Ele está errado! Ele não erra. Peça-
-Lhe para ver as pessoas e as circunstâncias como Ele as vê! Re-
flita nas suas atitudes sobre a ótica dos ensinamentos de Deus.
Ficar irado, indignado ou revoltado diante de uma situa-
ção não é pecado. O pecado só vai acontecer se você resolver
agir no momento da ira:

71
Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vos-
sa ira, nem deis lugar ao diabo. (Efésios 4:26,27)

Existe um tempo necessário para que você tome uma de-


cisão. Use esse tempo para pensar nas coisas do alto, para que
o diabo não encontre lugar na sua vida para fazê-lo pecar!
Um bom caminho para administrar sua ira é seguir os se-
guintes passos:

• analise o fato como ele realmente aconteceu, tentando


não misturá-lo com suas emoções;
• entenda o que esse fato gerou nas suas emoções e o que
lhe tem provocado desconforto;
• após entender suas emoções, tenha um comportamento
responsável para que suas ações não se convertam em
pecado.

72
Ira ou justiça própria?

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Seja paciente diante dos seus desafios diários para


não deixar a ira se tornar pecado.

GUARDAR: Invista nos passos que sugerimos no final desta li-


ção para, quando se deparar com a ira, agir corretamente.

Para responder:

Você se ira com facilidade? Cite alguns exemplos.

Quantas vezes você errou no seu julgamento de algu-


ma situação? Cite uma.

Quais são as situações que o fazem perder o controle?

Quais as marcas que a ira deixou em seus relaciona-


mentos (família, amigos, trabalho)?

73
Outros deuses

Todos nós nascemos com um grande vazio dentro do cora-


ção, uma ansiedade imensa por encontrar uma resposta para
tudo ou, talvez, alguma coisa que explique nossa existência,
afinal de contas somos racionais. Nós, cristãos, sabemos que
a verdadeira resposta está em Deus, por meio do seu filho Je-
sus. Mas a idolatria é um sistema de valores e prioridades que
criamos na tentativa de ocupar esse vazio com algo palpável,
que nos sacie, mesmo que seja momentaneamente. Podemos
citar como exemplos:
• o poder;
• o prestígio;
• os estudos;
• o dinheiro;
• os negócios;
• a religião;
• a liderança;
• a popularidade;
• o ego;
• a sexualidade.

Resumindo: idolatria é tudo aquilo a que recorremos para


aliviar nossa dor, nossas frustrações, nossa solidão e angústias.
75
São os outros deuses que nos distanciam cada vez mais da
suficiência do Deus verdadeiro.
Temos visto que cada vez mais as pessoas têm se refugiado
em outros altares que não o altar do Senhor, em busca de um
alívio imediato para suas dores e frustrações. Estão correndo
atrás de respostas rápidas. Nem sempre Deus vai responder
no momento em que queremos, mas Ele sabe sempre a hora
certa de trazer a resposta ou a solução para os nossos pro-
blemas. Precisamos tratar essa verdade com muita seriedade,
porque ou existe um grande problema sobre a compreensão
de quem é Deus, ou existe um grande problema na institui-
ção igreja no que diz respeito à forma como Deus é apresen-
tado àqueles que O buscam.
Desde a história de Adão, percebemos que o homem tem
a tendência de temer a disciplina ou a reação de Deus diante
de um erro cometido. O homem foge do confronto direto; ele
não quer expor sua nudez. Faz isso por meio de mentiras e
da transferência de culpa. Percebemos aqui que o medo tem
duas faces: medo de decepcionar e medo da punição:

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o co-


nhecimento do Santo a prudência. (Provérbios 9:10)

O medo de decepcionar
O medo de decepcionar está diretamente ligado a uma
admiração profunda por alguém que consideramos perfeito
demais, e isso faz com que cobremos de nós mesmos uma
perfeição impossível de ser alcançada. O temor ao Senhor
está diretamente ligado ao conhecimento que temos a respei-
to da Sua pessoa, da Sua grandeza e do Seu poder. Esse temor

76
Outros deuses

está relacionado com respeito e reconhecimento, e não com


o medo. Sabemos que Deus é justo, compassivo e benigno.
Ele não planeja o mal e age sempre com misericórdia! Por
que, então, temos a tendência de nos afastarmos dEle quando
erramos? Porque tiramos os olhos de Deus e colocamos em
nós mesmos:

A ira de Deus se revela do céu contra toda impieda-


de e perversão dos homens que detêm a verdade pela
injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer
é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu
eterno poder, como também a sua própria divinda-
de, claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo, sendo percebidos por meio das coisas que
foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpá-
veis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes,
se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obs-
curecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-
-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a gló-
ria do Deus incorruptível em semelhança da imagem
de homem corruptível, bem como de aves, quadrú-
pedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens
à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio co-
ração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles
mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando
e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é
bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os en-
tregou Deus a paixões infames; porque até as mulhe-
res mudaram o modo natural de suas relações íntimas
por outro, contrário à natureza; semelhantemente,
os homens também, deixando o contato natural da

77
mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensua-
lidade, cometendo torpeza, homens com homens, e
recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu
erro. E, por haverem desprezado o conhecimento de
Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição
mental reprovável, para praticarem coisas inconve-
nientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e
maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda,
dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores,
aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunço-
sos, inventores de males, desobedientes aos pais, in-
sensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem miseri-
córdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de
que são passíveis de morte os que tais coisas praticam,
não somente as fazem, mas também aprovam os que
assim procedem. (Romanos 1:18-32, grifos nossos)

Este texto fala sobre o motivo pelo qual Deus se indignou


e realmente ficou irado. O homem, tendo o conhecimento de
Deus, por meio de tudo que por Ele foi criado e revelado em
Sua criação, deixou de glorificar a Deus como Deus, mudan-
do a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem
de homem corruptível e passou a adorar a criatura no lugar
do criador. O homem começou a se preocupar em decepcio-
nar homens e parou de se preocupar em decepcionar a Deus!
Estabeleceu-se uma transferência de altar na vida do ho-
mem a partir desse momento. O texto diz que Deus entregou
o homem a uma disposição mental reprovável, por causa da
sua incredulidade e por ter desprezado seu conhecimento.
Deus permitiu que o homem que se distanciasse dEle vivesse
uma vida sem limites.

78
Outros deuses

Sexo
Um dos altares que tem destruído a vida do homem é a
imoralidade sexual.
O sexo se torna uma idolatria porque ele se torna uma vál-
vula de escape: “Briguei em casa... A pornografia me consola;
as coisas estão ruins no trabalho... O sexo me faz esquecer;
estou decepcionado, então, preciso do prazer”. Toda vez que
isso acontece, deixamos de buscar a Deus em primeiro lugar,
porque nem sempre a resposta de Deus é imediata, na hora
que queremos. “Estou sofrendo tanto... Preciso de uma re-
compensa urgente!!! Então, vou pelo caminho mais fácil, a
satisfação da carne”.
O sexo foi criado por Deus e é tratado como uma bên-
ção, para o nosso prazer e procriação e não pode se tornar o
centro da nossa vida. Ele é apenas um complemento da obra
linda que Deus fez por nós. Deus viu que os homens precisa-
vam de alguém ao lado deles. Ele sabe muito bem quem Ele
fez. Mas Ele estabeleceu o sexo para o casamento (Gênesis
1:8 e 2-24), onde ele deixa de ser um altar de idolatria e se
torna um lugar de servirmos ao outro, com o intuito de fazer
o outro feliz, realizado, amado:

O marido deve cumprir os seus deveres conjugais


para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher
para com o seu marido. A mulher não tem autorida-
de sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da
mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o
seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recu-
sem um ao outro, exceto por mútuo consentimento
e durante certo tempo, para se dedicarem à oração.

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Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os
tente por não terem domínio próprio. (1 Coríntios
7:3-5)

O termo “imoralidade” deriva da palavra porneia, que de-


signa todos os tipos de pecados sexuais. Não podemos negar
todas as advertências bíblicas sobre os que praticam a imo-
ralidade sexual, e não podemos aceitar que ela invada nossa
mente e nosso lar, provocando o distanciamento entre nós e
Deus, maridos e mulheres, entre pais e filhos:

Todas as coisas me são permitidas, mas nem todas são


saudáveis. Tudo me é lícito realizar, mas eu não per-
mitirei que nada me domine. Os alimentos são para
o estômago e o estômago, para os alimentos. Deus,
no entanto, destruirá tanto um quanto o outro. Mas
o corpo não é para servir à imoralidade, e sim para o
Senhor; e o Senhor, para o corpo. Por seu poder, Deus
ressuscitou o Senhor e, igualmente, nos ressuscita-
rá. Não sabeis que os vossos corpos são membros de
Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei
a uma prostituta? De forma alguma! Ou não é de vos-
so conhecimento que quem se une a uma prostituta
torna-se um corpo com ela? Porquanto está escrito:
‘Os dois serão uma só carne’. Entretanto, aquele que
se une ao Senhor é um só espírito com Ele! Fugi, por-
tanto, da imoralidade sexual. Qualquer outro pecado
que uma pessoa comete, fora do corpo os comete; to-
davia, quem peca sexualmente, peca contra o seu pró-
prio corpo. Ou ainda não entendeis que o vosso corpo
é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o
qual tendes da parte de Deus, e que não pertenceis a
vós mesmos? Pois fostes comprados por alto preço;

80
Outros deuses

portanto, glorificai a Deus no vosso próprio corpo.


(I Coríntios 6:12-20)

Dinheiro
Tão perigoso quanto a idolatria ao sexo é a idolatria ao
dinheiro:

[...] pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os ma-


les. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, des-
viaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com
muitos sofrimentos. (1 Timóteo 6:10)

A ganância ou avareza, quando presente na vida de uma


pessoa, acaba comprometendo todas as outras áreas de sua
vida. Homens viciados em trabalho, jovens que deixam de se
relacionar porque precisam ter, conquistar, adquirir bens e
status são capazes de passar por cima de tudo e de todos para
atingir seus objetivos. São também capazes de negociar sua fé:

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há


de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará
a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus
e às riquezas. (Mateus 6:24)

A busca descontrolada por bens materiais acaba compro-


metendo o relacionamento com a família. Muitos homens
querem dar tudo a seus filhos, mas o que na verdade eles mais
precisam é de tempo e dedicação. A confiança nas promessas
de Jesus precisa nortear a vida de todo homem:

[...] Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a


sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescenta-
das. (Mateus 6:33)

81
O medo da punição
Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são
passíveis de morte os que tais coisas praticam, não
somente as fazem, mas também aprovam os que as-
sim procedem. (Romanos 1:32, grifos nossos)

O medo da punição está diretamente ligado a um relacio-


namento distante, superficial, baseado apenas no que se ou-
viu falar. Na tentativa desesperada de justificar seu erro e sua
transgressão, o homem, temendo que a justiça de Deus seja
semelhante à justiça do homem, mais uma vez se esconde
atrás da multidão de pecadores, procurando se aliançar com
pessoas que também compactuam e aprovam seus erros.
Usamos aqui o exemplo da idolatria sexual e da avareza,
mas tudo que ocupa o lugar de Deus na nossa vida se torna
nosso deus. Lembre-se de que você foi comprado por um alto
preço! Você agora pertence a Deus!
Convido você, hoje, para restaurar o altar de Deus na sua
vida. Este é o momento de parar de fugir do confronto direto
com o único que pode e tem todas as respostas. Arrependa-
-se de seus maus caminhos, pare de buscar o prazer na hora
que precisa haver o conserto. Pare de desviar o motivo ver-
dadeiro de entrar na presença de Deus. Pare de recorrer a
Deus apenas para pedir perdão por ter pecado. Confesse seu
pecado de idolatria, Ele quer ser o seu Deus, o seu único e
suficiente salvador, o seu refúgio e sua fortaleza!

82
Outros deuses

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Busque viver um padrão compatível com aquilo


que prega a Palavra de Deus, seja solteiro ou casado. Os princí-
pios ali expostos são fundamentais para uma vida saudável.

GUARDAR: Não tenha medo de procurar ajuda para falar sobre


suas dificuldades, principalmente com relação à sua sexualidade,
seja qual for a natureza dela. Conversar sempre é um bom come-
ço; escolha uma pessoa preparada e que tenha temor a Deus.

Para responder:

Você consegue identificar outro altar na sua vida? Des-


creva.

Quais são as frustrações que o fazem fugir em busca


de prazer?

Quando você peca, você se arrepende verdadeiramen-


te e pede perdão, ou volta a cometer o mesmo pecado
de novo?

Você tem medo de decepcionar a Deus, ou tem medo


da punição de Deus?

83
Muito mais que
espectadores

O homem de hoje é resultado de uma transformação que


começou a acontecer com a queda. Deus nos criou para ter
um relacionamento íntimo e profundo com Ele, e essa comu-
nhão foi quebrada pelo pecado. Desde então nos tornamos
totalmente dependentes da intervenção de Cristo, pela graça
que nos foi derramada, para que este relacionamento com
o Pai fosse restabelecido. O problema é que neste processo
muitos desanimam e ficam paralisados, assistindo ao fim de
suas famílias, ministérios e vidas, como meros espectadores
de um grande drama.

O que diferencia um espectador de um


atleta?
O espectador assiste ao jogo, mas o atleta entra no jogo.
O espectador prefere o conforto pessoal do seu assento, mas
o jogador aceita as dores, as pancadas, os incômodos, as exi-
gências, o preparo e os desafios que fazem parte daquele es-
porte:

Jesus dizia a todos: ‘Se alguém quiser acompanhar-


-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua
cruz e siga-me’. (Lucas 9:23)

85
O homem que conhece a Cristo precisa tomar uma séria
decisão: ficar sentado como espectador de uma obra linda
ou decidir fazer parte dessa obra negando-se a si mesmo, to-
mando sua cruz e seguindo a Ele!
Ser um verdadeiro discípulo de Jesus exige alto compro-
misso e sacrifício profundo, que nos tira do lugar confortá-
vel, da nossa poltrona de espectador e nos leva para a região
do confronto, onde temos a oportunidade de nos tornarmos
mais parecidos com Ele.

O que é necessário para ser um atleta de


alto rendimento?
No mundo esportivo, fica claro que a genética distingue
o rendimento de um atleta de elite. Mas há outro fator tam-
bém considerado essencial, que se refere à dedicação: treino
e experiência.
Infelizmente muitos homens crentes escolhem ser meros
espectadores apesar de possuírem em sua genética o DNA
do próprio Deus! Fomos feito à imagem e semelhança dEle!
Isso quer dizer que todos nós podemos nos tornar atletas de
alto rendimento se nos dedicarmos a aprender mais e mais
com Ele.
Quando aprendemos que fomos criados à imagem e se-
melhança de Deus, percebemos que algo de errado aconte-
ceu durante a trajetória da humanidade. O plano de Deus
para o homem estava muito claro no princípio da criação:

Deus os abençoou, e lhes disse: ‘Sejam férteis e multi-


pliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem
sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre

86
Muito mais que espectadores

todos os animais que se movem pela terra’. (Gênesis


1:28)

Sujeitar, dominar, proteger, liderar, frutificar são bênçãos


de Deus para o homem.
Uma grande mentira foi plantada em nosso coração pelo
nosso adversário, o diabo, querendo roubar nossa identidade
em Deus. Temos sido ensinados, desde muito cedo, que o ho-
mem não consegue guiar as rédeas da sua casa porque fomos
testemunhas de que os nossos pais saíram de casa, entregan-
do-se a prostituição, ao vício da bebida e das drogas. Alguns
foram criados por mulheres, que precisaram se tornar fortes,
porque não foram tratadas como a parte mais frágil. E sabe
o que é pior? Temos medo do que nos desafia a ser como o
modelo original. É mais cômodo deixar como está.
Sabe qual é o resultado de homens que perderam sua iden-
tidade e se tornaram espectadores medrosos? Uma geração
de homens sem coragem, efeminados, frouxos, que fogem de
qualquer confronto. Em vez de correrem para enfrentar as
batalhas, fogem delas, cedem sua autoridade e lugar às mu-
lheres.
O medo nos impede de fazer tudo o que poderíamos fa-
zer e de nos tornarmos tudo o que sonhamos ser. Devemos
aprender que coragem não é a ausência de medo, e sim a ha-
bilidade de encarar o medo toda vez que ele aparece.
Independentemente de quem ou de como seu pai é ou era,
Deus o chamou para algo e esse algo começa com você reco-
nhecendo que é um guerreiro, um atleta que precisa de treina-
mento. O homem foi criado para iniciar processos, mas isso
não para por aí, porque “Estou convencido de que aquele que

87
começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de
Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
A passividade não tem lugar na masculinidade verdadei-
ra, e Deus, para vencê-la, colocou o Seu DNA, o Seu coração
guerreiro em cada um de nós:

Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não


se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu
Deus, estará com você por onde você andar. (Josué 1:9)

Se você parar para pensar, a vida do homem moderno


parece um universo totalmente diferente da hostilidade do
mundo primitivo, com todos os seus perigos e desafios. Hoje
não há batalhas a lutar, exceto os congestionamentos no trân-
sito, as reuniões, as brigas em casa e as contas a pagar.
Sem uma grande batalha em que o homem possa viver e
morrer, a parte forte de sua natureza fica encoberta sob uma
ira dissimulada, que parece não ter razão alguma.
Os homens estão irados e não sabem realmente por quê.
Por que as mulheres perdem seus maridos para o esporte
ou para os filmes de ação? Porque é a maior aventura que
a maioria deles já experimentou! Por que tantos outros se
perdem em suas carreiras profissionais? Porque se apegam a
tudo o que já conquistaram; esses são seus verdadeiros tro-
féus! Deus criou a humanidade para dominar sobre as coisas
que por Ele foram criadas, mas procuramos heróis, carrões,
diretorias, mansões, porque nos sentimos pequenos demais
e precisamos mostrar todo o poder que está reprimido den-
tro de nós e que foi interrompido pela queda. Tornamo-nos
extremistas: ou somos ativistas demais ou preguiçosos
demais:
88
Muito mais que espectadores

A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem


a padecer fome. (Provérbios 19:15)

Quem é preguiçoso o é em qualquer esfera da vida: no


trabalho, em casa, no lazer. É aquela pessoa que quer tudo na
mão e, podendo se escorar no outro, o faz:

Pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão


das mãos goteja a casa. (Eclesiastes 10:18).

Em contrapartida, o ativismo distorce a funcionalidade da


rotina de trabalho, atribuindo-lhe um exagero de importân-
cia porque o ativista foge de uma realidade que teme. Ele se
esconde atrás de projetos e sucessos que alimentam seu ego,
e teme a realidade de casa:

É melhor obter sabedoria do que ouro! É melhor ob-


ter entendimento do que prata! A vereda do justo evi-
ta o mal; quem guarda o seu caminho preserva a sua
vida. O orgulho vem antes da destruição; o espírito
altivo, antes da queda. Melhor é ter espírito humilde
entre os oprimidos do que partilhar despojos com os
orgulhosos. (Provérbios 16:16-19)

Exerça atividades com o equilíbrio de Cristo e nunca seja


o controlador da sua vida, mas seja submisso a Ele, remindo
seu tempo, porque os dias são maus:

No amor não há medo; pelo contrário o perfeito


amor expulsa o medo, porque o medo supõe casti-
go. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no
amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu

89
irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a
quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele
nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame
também seu irmão. (1 João 4:18-21)

Para que o homem deixe de ser mero espectador e vença


todo medo de experimentar a nova vida, ele precisa encon-
trar as coisas para as quais seu coração foi feito para realizar,
e a principal delas é ser aperfeiçoado no amor! Aprenda a
amar a Deus sobre todas as coisas e a amar ao próximo como
a si mesmo. Esforce-se, gaste tempo investindo naquilo que
fará toda diferença na sua vida! Espelhe-se em Cristo!

Assim está escrito: ‘O primeiro homem, Adão, tor-


nou-se um ser vivente’; o último Adão, espírito vi-
vificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o
natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem
era do pó da terra; o segundo homem, do céu. Os
que são da terra são semelhantes ao homem terreno;
os que são do céu, ao homem celestial. Assim como
tivemos a imagem do homem terreno, teremos tam-
bém a imagem do homem celestial. Irmãos, eu lhes
declaro que carne e sangue não podem herdar o Rei-
no de Deus, nem o que é perecível pode herdar o im-
perecível. Eis que eu lhes digo um mistério: nem to-
dos dormiremos, mas todos seremos transformados,
num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som
da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transfor-
mados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível
se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal,
se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é
corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é

90
Muito mais que espectadores

mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra


que está escrita: ‘A morte foi destruída pela vitória’.
‘Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte,
o seu aguilhão?’(1 Coríntios 15:45-55)

Que Deus o encoraje a se tornar mais do que um especta-


dor carnal, que não conhece todo seu potencial, mas que seja
aperfeiçoado na vida de Cristo, como Seu imitador revestido
de incorruptibilidade e amor.

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Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden
para o cultivar e o guardar. (Gênesis 2:15)

CULTIVAR: Seja um homem de iniciativa, não viva de reagir,


mas de agir.

GUARDAR: Busque ter uma rotina intencional em todas as áre-


as de sua vida.

Para responder:

Você saberia dizer a diferença entre um espectador e


um atleta?

Você se lembra de alguém o ensinando pescar, andar


de bicicleta, jogar bola ou qualquer outra coisa que o
fizesse se sentir mais homem?

Como você reage ao medo? Você enfrenta ou foge?

Do que você precisa para se tornar um verdadeiro


guerreiro?

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