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REPÚPLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO MÉDIO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO UÍGE
ÁREA: ADMINISTRAÇÃO, GESTÃO E SERVIÇOS
CURSO: CONTABILIDADE E GESTÃO

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

CRITÉRIOS DE VALORIMETRIA DAS EXISTÊNCIAS EM ARMAZÉM


CASO: EMPRESA PACIÊNCIA, LDA. UÍGE, 2024

POR:

MARCOS AFONSO ANTÓNIO

UÍGE/2023/2024
REPÚPLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO MÉDIO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO UÍGE
ÁREA: ADMINISTRAÇÃO, GESTÃO E SERVIÇOS
CURSO: CONTABILIDADE E GESTÃO

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

CRITÉRIOS DE VALORIMETRIA DAS EXISTÊNCIAS EM ARMAZÉM


CASO: EMPRESA PACIÊNCIA, LDA. UÍGE, 2024.

POR:

MARCOS AFONSO ANTÓNIO

UÍGE/2023/2024
INSTITUTO MÉDIO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO UÍGE
ÁREA: ADMINISTRAÇÃO, GESTÃO E SERVIÇOS
CURSO: CONTABILIDADE E GESTÃO

CRITÉRIOS DE VALORIMETRIA DAS EXISTÊNCIAS EM ARMAZÉM


CASO: EMPRESA PACIÊNCIA, LDA. UÍGE, 2024.

POR:
MARCOS AFONSO ANTÓNIO

Prova de Aptidão Profissional apresentado ao Instituto


Médio de Administração e Gestão do Uíge como um
dos requisitos exigidos para a obtenção do grau de
técnico Médio em Contabilidade e Gestão.

Professor Orientador: Flávio Augusto Martins

UÍGE/2023/2024
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Sousa António Coxe e Delfina Buela Queto, pela
força e coragem que me deram durante a minha formação.

i
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me protegido até hoje, autor do nosso destino,
nosso guia, socorro presente na hora da angústia.
Agradeço aos meus familiares pela força depositada em mim, especialmente ao meu
pai Sousa António Coxe e a minha mãe Delfina Buela Queto.
Aos nossos professores, por contribuírem na nossa formação, especialmente ao meu
Orientador Flávio Augusto Martins, pela paciência e rigor no momento da elaboração da
presente pesquisa, se posicionando sempre como um “verdadeiro pai científico”.
À Direção do Intituto Médio de Administração e Gestão do Uíge, que muito tem feito
de forma incansável contribuindo desse modo para a moldagem da sociedade e o crescimento
da sociedade estudantil do Uíge e do país em geral. Por consequência ter assim conduzido a
minha formação.
À empresa HGS (House Games and Services), por ter de forma direita contribuído por
meio de seus serviços activamente para o culminar deste processo na pessoa do Rofino
Nsambo Funvo Kalunguila.
A todos aqueles que de forma direita ainda que indireita, tenham tido algum impacto
contribuitivo no meu processo formativo.

À todos estes e não só, o meu muito obrigado!

ii
EPÍGRAFE

“Se existe uma forma de fazer melhor descubra-a”

Thomas Edison

iii
LISTA DE ABREVIATURAS
HGS: House Games and Services
SSP: Sistema de Inventário Permanente
SSI: Sistema de Inventário Intermitente
CPV: Custo dos Produtos Vendidos
UEPS: Último a Entrar Primeiro a Sair
PEPS: Primeiro a Entrar Primeiro a Sair
MB: Margem Bruta
GES: Gestão Econômica de Estoque
FIFO: Ferst in Ferst Out
LIFO: Last in Ferts Out
CMP: Custo Médio Ponderado
EUA: Estados Unidos de América
PGC: Plano Geral de Contabilidade

iv
ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS
Tabela nº 01 – Classificação dos estoques para efeito contabilístico........................................17
Tabela nº 02 – Classificação dos estoques para efeito contabilístico........................................18
Tabela nº 03 – Classificação das empresas quanto a dimensão ...............................................23
Tabela nº 04 Amostra - relatório de stoque em janeiro de 2024...............................................46
Tabela nº 05 - Mapa de custeio FIFO........................................................................................48
Tabela nº 06 - Mapa de custeio LIFO.......................................................................................49
Tabela nº 07 - Mapa de custeio Custo Médio Ponderado.........................................................50
Tabela nº 08 - Determinação da Margem Bruta das Vendas.....................................................51

v
ÍNDICE DE FIGURAS ESQUEMAS
Figura nº 01 - Apresentação Esquemática do (SIP), numa Empresa Comercial....................10
Figura nº 02 - Apresentação Esquemática do SII numa empresa comercial. .........................10
Figura nº 03: Aplicação a Análise ABC...................................................................................43
Figura nº 4: Custos de manutenção...........................................................................................44
Figura nº 05 - Gráfico de análise global.......................... .........................................................51
Figura nº 06 - Evolução do preço de compra ...........................................................................52
Figura nº 07 - Evolução do Preço de Venda no mercado.........................................................53
Figura nº 08 - Diferencial das Existências Finais por ficha......................................................53
Figura nº 09 - Diferencial de custos por ficha...........................................................................54
Figura nº 10 - Análise da Margem Bruta..................................................................................55

vi
ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA..........................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................ii
EPÍGRAFE................................................................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................................................iv
ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS......................................................................................v
ÍNDICE DE FIGURAS ESQUEMAS.......................................................................................vi
0. INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
0.1. Problemática......................................................................................................................10
0.2. Hipóteses............................................................................................................................10
0.3. Objectivos..........................................................................................................................11
0.3.1. Objectivo geral................................................................................................................11
0.3.2. Objectivos específicos.....................................................................................................11
0.4. Metodologias......................................................................................................................11
0.4.1. Métodos...........................................................................................................................11
0.4.2. Técnicas..........................................................................................................................12
0.5 Justificativa da escolha do tema..........................................................................................12
0.7. Estrutura do trabalho..........................................................................................................12
CAPÍTULO I: GENERALIDADES CONCEPTUAIS............................................................13
1.1. Definição de Conceitos......................................................................................................13
1.1.1. Critério............................................................................................................................13
1.1.2. Valorimetria.....................................................................................................................13
1.1.3. Existências......................................................................................................................15
1.3.1. Classificação das existências..........................................................................................15
1.3.2. Sistema de inventários....................................................................................................16
1.3.2.1. Sistema de Inventário Permanente (SIP).....................................................................17
1.3.2.2. Sistema de Inventário Intermitente ou Periódico (SII)................................................17
1.1.4. Noção de armazém..............................................................................................18
1.1.4.1. Etimologia.......................................................................................................18
1.1.4.2. Funções do armazém.......................................................................................19
1.1.4.3. Tipos de armazém na logística............................................................................20
1.1.4.3.1. Armazém público......................................................................................................20

vii
1.1.4.3.2. Armazém contratado.................................................................................................20
1.1.4.3.3. Armazém próprio......................................................................................................21
1.1.4.3.4. Armazém temporário................................................................................................21
1.1.4.3.5. Armazém permanente...............................................................................................22
1.1.4.3.6. Armazém e Armazenagem........................................................................................22
1.1.4.4. Noção de stock................................................................................................23
1.1.4.5. Tipos de stock.....................................................................................................23
1.1.4.5.1. Tipos de stock de acordo com a data de validade:..........................................24
1.1.4.5.2. Tipos de stock de acordo o efeito contabilístico.............................................24
1.1.4.6.3. Tipos de stock de acordo com a organização das operações.....................................25
1.1.5. Noções de Empresas.......................................................................................................26
1.1.5.1. Objectivos das Enpresas..............................................................................................27
1.1.5.1.1. Objectivos Económicos............................................................................................27
1.1.5.1.2. Objectivos Sociais da Empresa.................................................................................27
1.1.5.2. Classificação das empresas..........................................................................................27
1.1.5.2.1. Classificação Jurídica................................................................................................27
1.1.5.2.2. Classificação Económica..........................................................................................28
1.1.5.2.3. Por sector de Actividade...........................................................................................29
1.1.5.2.4. Por titularidade de capital.........................................................................................29
1.1.5.2.5. Quanto a dimensão....................................................................................................30
CAPÍTULO II: ENQUADRAMENTO TEMÁTICO...............................................................31
2.1. Função de aprovisionamento.............................................................................................31
2.1.1. Importância da função de aprovisionamento..................................................................31
2.1.2. Actividade da função de aprovisionamento....................................................................32
2.2. Gestão de stock nas empresas............................................................................................33
2.2.1. Objectivos da gestão de stocks.......................................................................................33
2.2.1. Gestão material de stock.................................................................................................34
2.2.1.1. Importância da gestão material de stock......................................................................34
2.2.1.2 Princípios da Gestão Material de Stock........................................................................34
2.2.1.3. Actividades da gestão material de stock......................................................................36
2.2.1.3.1. Recepcionar os Materiais/Produtos...........................................................................36
2.2.1.3.2. Armazenagem...........................................................................................................37
2.2.1.3.3. Entrega aos Utilizadores...........................................................................................39
2.2.2. Gestão administrativa de stock.......................................................................................40

viii
2.2.2.1. Organização e registo de stock.....................................................................................43
2.2.2.2. Razões para manter uma boa gestão de stocks............................................................43
2.2.2.3. Organização das compras em stock.............................................................................44
2.2.2.4. Métodos para uma gestão de compras eficiente..........................................................45
2.2.3. Gestão económica de stock.............................................................................................46
2.2.3.1. Objectivos da Gestão económica de stock...................................................................46
2.3- Métodos de Avaliação de stocks........................................................................................47
2.3.1. Método PEPS (FIFO)......................................................................................................47
2.3.2. Método UEPS (LIFO).....................................................................................................48
2.3.3. Método Preço Médio ou Custo Médio Ponderado..........................................................48
2.3.4. Método de Avaliação de Estoque curva ABC.................................................................49
2.3.4.1. Aplicação a Análise ABC.............................................................................................49
2.3.5. Método preço específico.................................................................................................50
2.3.6. Método just in time.........................................................................................................50
2.4. Custo de Armazenagem.....................................................................................................50
2.4.1. Principais custos de armazenagem..................................................................................50
2.4.1.1. Custos de manutenção..................................................................................................51
2.4.1.2. Custos de compra ou requisição..................................................................................51
2.4.1.3. Custos de falta de estoque............................................................................................52
CAPÍTULO III – ABORDAGEM PRÁTICA, CASO DA EMPRESA PACIÊNCIA LDA. . .53
3.1. Apresentação da empresa...................................................................................................53
3.2.1. Procedimentos metodológicos........................................................................................53
3.2.2. Apresentação dos Dados.................................................................................................53
3.3. Amostra..............................................................................................................................53
3.4. Elaboração das Fichas de Armazém..................................................................................55
3.5. Análise e Interpretação dos Resultados.............................................................................58
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................63
SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES....................................................................................64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................65
ANEXOS

ix
0. INTRODUÇÃO
O ciclo operacional das empresas quer seja de natureza comercial ou industrial é
caracterizado por uma série de actividades que vão desde a aquisição de mercadorias e/ou
matérias primas, subsidiárias e de consumo, armazenagem, transformação e posteriormente a
venda, cumprindo assim com a missão pré-estabelecida. Estas existências enquanto
armazenadas, são reconhecidas pelo custo de aquisição ou custo histórico, que servirá de base
para a determinação do presumível preço de venda.

Neste quesito, a valorização das existências, consiste na determinação dos seus custos
de entrada e saída bem como da sua permanência em armazém e acarreta consigo uma grande
importância, pois ajuda a empresa a ter o controlo regular do stock, cabendo a empresa
seleccionar entre os demais, o critério mais eficiente a aplicar para evitar que incorram
prejuízos. Neste contexto, o presente trabalho cuja temática se assenta nos critérios de
valorimetria das existências no armazém, propõe-se conhecer a quantia pela qual as operações
e outros acontecimentos devem ser reconhecidas e inscritas nas demonstrações financeiras.

0.1. Problemática
Formular o problema consiste em dizer, de maneira clara e compreensível, qual
dificuldade com que nos defrontamos e que prestemos resolver, limitando o seu campo e
apresentado suas características, (RUDIO,1980)

A valorização das existências consiste na determinação dos seus preços de entrada e


saída. As existência em armazém devem ser valorizadas ao custo de aquisição ou de produção
em função ao preço de venda. A aplicação dos critérios de valorimetria das existência é
indispensável para qualquer empresa visto que ajuda e facilita a empresa gerir o seu stock. O
não cumprimento dos pressupostos supracitados faz com que a empresa acarreta elevados
custos de armazenamento. Sendo assim, foi necessário levantar a seguinte questão:

1. Qual é a importância da aplicação dos critérios de valorimetria das existências nas


empresas?
2. Quais repercursões financeiras voltadas para a empresa mediante a inadequação dos
critérios de valorimetria das existências?

10
0.2. Hipóteses

Hipótese é a formulação provisória demonstrada ou verificada, constituindo uma


suposição admissível. É a resposta antecipada de um problema, que uma vez a sua apreciação,
estamos capazes de confirmar ou não a mesma, pelo desenvolvimento do trabalho. Segundo o
problema exposto, foram levantadas as seguintes hipóteses:

H1: Talvez é importante esta aplicação para que se possa manter o controle e o
gerenciamento eficaz do stock.

H2: É provável que a inadequação dos critérios de valorimetria das existências


influenciem negativamente na gestão da empresa porque carecerá de informações básicas para
a conciliação dos custos de aquisição e o respectivo preço de venda das existências, podendo
para o efeito assumir custos que carecerão de uma compensação aos proveitos obtidos pela
venda das mesmas.

0.3. Objectivos

ZASSALA (2013,p.85) define que os objetivos são as metas ou fins a serem


alcançados e que devem ser definidos de forma clara e precisa. Com o presente trabalho
pretendemos atingir aos seguintes objetivos:

0.3.1. Objectivo geral

Conhecer os critérios de valorimetria das existências aplicados pela empresa


PACIÊNCIA Lda.

0.3.2. Objectivos específicos

 Elaborar a ficha de armazém usando os métodos de custeio;


 Analisar qual o método adequado a ser utilizado com base as condições das
mercadorias em armazém;
 Determinar a margem bruta por cada critério de valorimetria;
 Realizar um estudo de caso na empresa PACIÊNCIA Lda, de maneira a termos uma
melhor percepção do tema em questão com dados reais.

0.4. Metodologias
A metodologia é um conjunto organizado de procedimentos, caminhos, mecanismos
científicos, estratégias usadas pelo investigador para chegar aos objectivos propostos. Assim
sendo para o nosso trabalho usamos os seguintes métodos e técnicas:

11
0.4.1. Métodos
Método Hipotético-Dedutivo: permite supor diante das questões levantadas na
problemática e procurar confirmar ou refutar as sugestões mediante um caso prático
verificado.

Método Analítico: este método possibilitou-nos fazer uma avaliação aprofundada de


informações disponíveis na tentativa de explicarmos o contexto da realidade empresarial.

Método de estudo de caso: por este método, tornou-se necessário seleccionar uma
entidade a fim de ser o foco da nossa investigação.

0.4.2. Técnicas

Técnica Documentária: esta técnica baseia-se na análise do conteúdo, que envolve o


estudo de informação existente registada em mídias, textos e itens físicos. Nesta técnica,
utilizamos fontes primárias, ou seja, documentos que ainda não receberam tratamento
analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios e documentos arquivados
em empresas ou instituições públicas, etc.

0.5 Justificativa da escolha do tema

A escolha do presente tema justifica-se porque os critérios de valorimetria das


existências têm um papel fundamental dentro das empresas, pois eles vêm facilitar o
gerenciamento das existências de modo a não permitir que os produtos vençam o prazo, que
percam o valor e que se deteorizem.

0.6. Delimitação do tema


Segundo Cervo e Bervian (2005) delimitar o tema é selecionar um tópico ou parte
deste a ser focalizada. O presente trabalho delimita-se no espaço e no tempo. Quanto ao
espaço refere-se a um estudo feito na empresa PACIÊNCIA, Lda, situada no município do
Uíge e no que concerne ao tempo a pesquisa limita-se no ano de 2024.

0.7. Estrutura do trabalho

Para além da parte introdutória e conclusiva, presente trabalho está subdividido em


três capítulos a saber:

Capítulo I – onde falamos sobre Generalidades conceptuais;


Capítulo II – aqui fizemos um Enquadramento temático;
Capítulo III – abordamos sobre Abordagem Prática, caso da empresa Paciência Lda.

12
CAPÍTULO I: GENERALIDADES CONCEPTUAIS
1.1. Definição de Conceitos
1.1.1. Critério
O valor de um bem ou serviço decorre da sua utilidade e capacidade de converter-se
em moeda corrente. A utilidade é a capacidade de um bem ou serviço de satisfazer
necessidades humanas.

Um critério (do grego kritérion pelo latim criteriu) é um padrão que serve de base para
que coisas e pessoas possam ser comparadas e julgadas. Critério é uma regra que permite a
fundamentação racional de uma escolha, decisão, deliberação, crença ou afirmação.

1.1.2. Valorimetria
A “valorimetria “ é o procedimento para se aquilatar os valores monetários, pelas quais
as demonstrações financeiras e demais relatos contábeis devem ser reconhecidos e
escriturados. Ou seja, a valoração da riqueza patrimonial. Logo a valorimetria é uma unidade,
critério ou medida de valor, que modifica de acordo com a função e características dos
elementos que compõem a riqueza das células sociais. As teorias e enunciados para os
aspectos da ciência da contabilidade, ou seja, temos o processo ou tecnologia de mensuração
monetária, para determinar a composição em moeda corrente nacional dos itens do ativo,
passivo e do resultado. Existem diferentes bases ou critérios de valorimetria, tais como:

Custo histórico ou valor de aquisição: critério onde os ativos são registrados pelo
valor assumido no momento da sua aquisição. E os passivos pelo valor das obrigações
assumidas.

Custo corrente: critério onde os ativos são escriturados pelo valor da moeda corrente,
que teria de pagar para substituir um bem. E os passivos são escriturados pelo valor nominal
de moeda corrente que seria necessária para liquidar as obrigações.

Valor realizável (de liquidação): critério onde os ativos são registrados pelo valor
que possa corretamente ser obtido em sua alienação regular. E os passivos são registrados
pelos seus valores de liquidação, ou seja, pelas quantias não descontadas de moeda corrente
ou equivalentes, que se espera que sejam pagas para satisfazer as dívidas no decurso normal
dos negócios.

13
Valor presente (valor atual do dia do relato contábil): critério onde os ativos são
registrados pelo valor presente descontado dos futuros influxos líquidos de caixa, que se
espera que o elemento gere no decurso normal dos negócios. Os passivos são registrados pelo
seu valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidos de caixa que se espera que sejam
necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos negócios.

Custo médio de aquisições: é o critério onde se estabelece valores de ativos pela


média ponderada das últimas compras. Sendo mais utilizado para os estoques de mercadorias
destinadas a venda.

Valor econômico: é o critério mais recomendado para os ativos intangíveis


desenvolvidos internamente. Pois este critério estima o valor em decorrência de excesso de
rendimentos e utilidades, ou seja, de benefícios futuros. O valor econômico de um bem é
determinado em função de sua performance. Este procedimento busca prever um
acontecimento patrimonial através de simulação de sua ocorrência. Logo são todos os
processos tecnológicos onde se constroem hipóteses ou variáveis sobre fatos que se estimam
ou preveem que poderão ocorrer com patrimônio de uma célula social sob certas premissas.
Como exemplo temos que o valor econômico das ações resulta dos direitos, que conferem, de
participação nos lucros e no acervo líquido da companhia, enquanto que o de controle,
decorre do poder de determinar o destino da empresa, escolher seus administradores e definir
suas políticas”; O valor econômico das ações, pode, quiçá, ser expresso pelos fluxos futuros
de utilidades financeiras, descontadas. Tem-se neste gênero de critérios, tipos como o método
holístico, que é específico para se avaliar o fundo de comércio; e o a margem de contribuição
como um dos tipos prováveis pra medir lucros cessantes em perícias judiciais.

Valor de reposição: o mesmo que custo corrente.

Preço de mercado: o preço de mercado de um bem do ativo é o valor médio que


normalmente se obtém na alienação, ou seja, é o valor que se obtém quando este “bem”
converter-se em moeda corrente.

Valor residual, o que corresponde ao custo de aquisição menos a depreciação, ou


amortização, ou exaustão.

Além da aplicação dos procedimentos de recuperabilidade do valor original dos bens e


os de reavaliação dos valores de aquisição ou do custo original.

14
A base primária de valorimetria utilizada no preparo das demonstrações financeiras é o
custo histórico. Sendo que este é geralmente relacionado com outros critérios de valorimetria.
Por exemplo, os inventários de estoques são geralmente registrados pelo valor da média das
últimas aquisições, os títulos negociáveis a longo prazo, podem ser registrados pelo valor de
mercado ou valor presente. Apesar destas combinações, existem dificuldades para se
apresentar um modelo contabilístico único que trata de todos os efeitos das alterações de
valores de ativos e passivos. Portanto, cada item da riqueza patrimonial, aplica-se um
tratamento específico.

1.1.3. Existências
Chama-se existências todos os bens adquiridos (pela compra) ou produzidos e
armazenados pela empresa, (num periodo igual ou inferior a um ano) destinados a serem
consumidos no processo produtivo da empresa, ou seja produtos destinados a venda. Esses
bens registam-se na classe 2 do PGC.

Existências, é um catálogo dos artigos, dos componentes e das matérias-primas que a


empresa usa ou vende regularmente. É utilizado para descrever todos os produtos utilizados
nas várias fases da produção ou do planeamento da produção.

Devem ser reconhecidos como existências, os bens que:


 Respeitem as condições gerais para o reconhecimento como activos;
 Satisfaçam uma ou mais das seguintes condições: Sejam detidos para venda no
decurso normal da actividade operacional da empresa;
 Resultem do processo de produção da empresa e se destinem à venda;
 Se destinem a ser consumidos no processo de produção ou na prestação de serviços, e
que revistam a forma de matérias ou materiais de consumo.

1.3.1. Classificação das existências


A classificação das existências está usualmente associada ao tipo de actividade
desenvolvida pela empresa.
 As empresas comerciais dedicam-se à comercialização de mercadorias:
 As empresas industriais dedicam-se na aquisição e transformação de matérias primas,
subsidiárias e de consumo em produtos acabados.

Figuram nesta classe as seguintes rúbrica = contas:

15
 Matérias-primas (22.1): são bens que não se destinam a venda, mais a serem
incorporados directamente nos produtos resultantes do processo produtivo da empresa.
 Matérias subsidiárias (22.2) e de consumo (22,4):
Matérias subsidiárias (22.2): são bens que serão usados na produção, mas que não
serão incorporados materialmente nos produtos dela resultantes;

Matérias de consumo (22,4): são os bens envolventes ou recipientes das


mercadorias e produtos, indispensáveis ao seu acondicionamento e transacção e que não
sejam retornáveis.

 Produtos e Trabalhos em Curso (23): são produtos que se encontram em fabricação,


não estando ainda apto para serem armazenados ou vendidos.
 Produtos Acabados e Intermédios (24): são produtos aptos para o armazenamento ou
venda, ou seja, produtos que atingiram a fase final do processo produtivo, embora
normalmente os produtos intermédios reentrem no processo de fabrico, se encontram
igualmente em condições de armazenagem ou venda no estado em que se encontram.

 Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos (conta 25):


Subprodutos (conta 25.1) são bens de natureza secundária provenientes das
actividades da produção e que são obtidos simultaneamente com os produtos principais,
geralmente com um valor comercial baixo, nulo ou mesmo negativo.

Desperdícios, Resíduos e Refugos (conta 25.2) são bens resultantes do processo


produtivo e de baixo valor económico, que não respeitam as condições para serem
reconhecidos com subprodutos.

 Mercadorias (26): bens adquiridos pela empresa com o destino a venda. Ou por
outras palavras, adquirem-se com a finalidade de os tornar a vender, não sofrendo qualquer
tipo de transformação.
 Matérias primas, mercadorias e outros materiais em curso (conta 27): regista os
bens adquiridos que ainda não tenham sido recepcionados pela empresa, mas para os quais ja
tenha sido recebida a correspondente factura ou documento equivalente.

1.3.2. Sistema de inventários


A movimentação das contas de existências devem ser efectuadas tendo em atenção
dois objectivos:

16
1º Conhecimento em qualquer momento, das quantidades e valores dos stocks de que a
empresa é proprietária ou detém;
2º Apuramento do custo dos produtos vendidos e consumidos consequentemente do
resultado apurado nas vendas ou na produção.
Para o tratamento deste tema “Existências” por parte das empresas são apurados de
duas formas diferentes a conhecer:

1.3.2.1. Sistema de Inventário Permanente (SIP)


Permite determinar permanentemente o valor dos Stocks em armazém e apurar em
qualquer momento os resultados obtidos nas vendas ou na produção; faz-se a abertura da
conta 26-Mercadorias, para nos mostrar, ou dar a conhecer a saida do stock e 71-CMV para
nos dar a conhecer o custo das vendas ou produção permanentemente, apurando-se a partir do
valor da venda ou de produção o respectivo resultado.

Figura nº 01 - Apresentação Esquemática do (SIP), numa Empresa Comercial

43/45 D.O/Caixa 21 Compra 26 Mercad 71 CMVC 82 Result. Oper.


Compra a pronto Transf. p. Cust. CMV Transf. Saldo

32 Fornecedor Transferência do Saldo


Compra a prazo 61 Venda 45 Caixa
Venda a pronto
31 Cliente
Venda a prazo

1.3.2.2. Sistema de Inventário Intermitente ou Periódico (SII)


Neste sistema, o valor dos stocks em armazém e dos resultados apurados, só é
determinado através de inventariações directa dos valores em armazém, efectuadas
permanentemente (no fim do exercício económico).

Figura nº 02 - Apresentação Esquemática do SII numa empresa comercial.

43/45 Banco/Caixa 21 Compra 26 Mercadorias


Compra a pronto Transf. a p.c em 31/12
32 Fornecedor
Compra a prazo
31 / Dezembro / N
71 CMV 61 Venda 43/45
Venda a pronto

17
31/12 Tr. Saldo
82- R. Operacinal 31 Cliente
Transf.do Saldo Venda a prazo

Em resumo, de acordo com o método de inventário periódico tem-se:

 Após cada venda, apenas se regista o proveito resultante da mesma e não o respectivo
custo, pelo qual é impossível conhecer operação a operação, a margem bruta obtida;
 O custo das existências vendidas é determinado extra-contabilisticamente no final do
período, após a inventariação das existências em armazém utilizando-se para o efeito a
fórmula do custo das mercadorias vendidas;
 O resultado bruto é apurado somente no fim do período após a transferência dos saldos
das contas de vendas de mercadorias e produtos e de contas das existências vendidas
para a conta de Resultado Operacional.

1.1.4. Noção de armazém


Um armazém ou depósito é um espaço físico em que se estocam matérias-primas,
produtos semiacabados ou acabados os quais estão à espera de serem transferidos ao seguinte
ciclo da cadeia de distribuição ou para uso posterior. Age também como regulador do fluxo de
mercadorias entre a disponibilidade (oferta) e a necessidade (procura) de fabricantes,
comerciantes e consumidores.

Em tais instalações, procede-se à recepção da mercadoria (seja ela matéria-prima,


produtos semiacabados ou acabados), à sua arrumação, conservação, realização da função
picking e expedição. Muitas vezes, a paragem é aproveitada para se lhe incorporar valor. Isto
pode fazer-se por via de personalização do produto, acabamentos finais, embalamento e
rotulagem, entre outras operações.

Essas instalações dependem muito da necessidade de cada organização, podendo,


desse modo, ser depósitos próprios, públicos ou contratados/alugados. Os depósitos públicos
são usados para cargas gerais, frigoríficas, commodities, utilidades domésticas e mobiliário e
para granéis. Já os contratados são usados pela questão logística, para empresas que desejam
apenas produzir e vender. Cada alternativa oferece diferentes níveis de custos, riscos e
envolvimento gerencial.

18
1.1.4.1. Etimologia
Etimologicamente, a palavra armazém vem do em árabe: al-mahazán, e significa
«sótão, depósito». Esta última vem do latim deposĭtus («deixar de lado, guardar ou
depositar»).

1.1.4.2. Funções do armazém


Um armazém logístico é uma instalação apropriada utilizada para armazenar
mercadorias de outras empresas enquanto esses produtos não são enviados para o consumidor.
Muitas companhias alugam um galpão logístico por não terem espaço físico suficiente nas
dependências da empresa ou por buscarem redução de custos. Mas de todos eles, encontramos
como principais funções:

 Estocagem de mercadorias
Função mais conhecida do armazém, a estocagem não se limita a guardar objetos, mas,
principalmente, garantir a qualidade dos itens armazenados, evitando avarias ou perdas que
implicam em custos para a empresa.

 Carga e descarga de mercadorias


A carga e descarga são funções executadas quando os transportes chegam e saem com
as mercadorias. Devem seguir um planejamento padronizado para que não interfiram no fluxo
das demais operações, sempre resguardando a segurança dos itens.

 Separação dos produtos


Também chamado de picking, é aqui onde os produtos vendidos são separados para a
entrega ao cliente. Cada objeto é identificado e localizado em um sistema. Em seguida, é
levado para a área de expedição. Além do foco e concentração do funcionário, essa função
exige o uso de equipamentos tecnológicos para a automação da armazenagem, o que também
reduz as falhas humanas, tão comuns nesse tipo de tarefa e que geram despesas para a
empresa.

 Manuseio de materiais
Essa função envolve a movimentação dos produtos de um setor para outro, a carga e
descarga, a separação, a conferência e demais tarefas similares. Também é uma atividade que
deve ser feita cuidadosamente. A ineficiência da equipe ou do equipamento utilizado pode pôr
em risco a segurança e a qualidade do produto.

 Controle de qualidade

19
O controle de qualidade verifica os espaços de estocagem e também a integridade dos
produtos quando chegam ao armazém, incluindo a quantidade de itens e a descrição de acordo
com o material recebido. É uma função essencial para garantir a segurança dos objetos.

1.1.4.3. Tipos de armazém na logística


Além da observação das condições econômicas do mercado, também é fundamental
uma análise a respeito das necessidades e características individuais do seu negócio.

Para isso, é importante avaliar as características dos produtos a serem armazenados,


terceirização ou equipe própria de profissionais, contratação de estruturas e equipamentos de
armazenagem. A partir das avaliações, é possível fazer a opção de adotar os seguintes tipos de
armazém:

 Armazém público
 Armazém contratado
 Armazém próprio
 Armazém temporário
 Armazém permanente
Então observemos os detalhes que correspondem cada um dos tipos:

1.1.4.3.1. Armazém público


Dentre os tipos de armazém, o público é o mais popular por ter custos mais baixos que
outras opções. Entre as diversas opções de armazenagem, a pública ou terceirizada oferece um
grande diferencial: facilidade de mudança de local. Ao contratar um depósito terceirizado sua
empresa também conta com pessoal especializado, já que essa atividade oferece, além da
armazenagem dos produtos, um expertise profissional e de estrutura na área logística.

Portanto, a economia final pode vir tanto de custos mais baixos de contratação ou de
aumento de eficiência e queda nas quantidades de avarias em produtos. Em alguns casos o
custo de transporte também cai com o uso desse tipo de depósito.

Alguns serviços terceirizados também trabalham com movimentação externa e


consolidam cargas de diversos clientes que utilizam o mesmo ambiente. Em geral, armazéns
públicos cobram taxas de armazenagem e manuseio de produtos. A taxa de manuseio está
relacionada ao peso ou cubagem da carga. Já a taxa de armazenagem é baseada na quantidade
de produtos, seja a partir do peso ou volume recebido durante o mês.

20
1.1.4.3.2. Armazém contratado
Depósitos contratados são uma combinação da armazenagem própria e pública. Eles
também trabalham compartilhando recursos entre diversos clientes, mas é possível que o
contratante precise investir em ativo imobilizado.

Esse tipo de depósito estimula empresas de um mesmo setor a compartilhar custos


com armazenagem, movimentação e pessoal. A área de armazenagem contratada está em
crescimento e alguns negócios do tipo já trabalham também com outras atividades, como
transporte, controle de estoque e processamento de pedidos.

Para utilizar a armazenagem contratada, é preciso pagar um aluguel fixo pelo período
de uso. No entanto, o aluguel dá acesso pleno a toda a área e uso dos equipamentos
disponíveis.Apesar de compartilhar as áreas do armazém que não está usando com outras
empresas do mesmo setor, é raro que exista compartilhamento entre concorrentes diretos.

1.1.4.3.3. Armazém próprio


Dos diversos tipos de armazém, o depósito próprio é um dos mais conhecidos e
muitas empresas tentam trabalhar com ele inicialmente. Um armazém próprio é propriedade
da empresa ou alugado. Diferente da armazenagem compartilhada, o aluguel dá acesso
irrestrito ao espaço e deixa que a empresa use todo o armazém. Enquanto grandes empresas
certamente precisam de depósitos, armazéns e centros de distribuição próprios, é importante
considerar os custos da operação antes de adotá-la.

Ao utilizar esse tipo de armazenagem é preciso contratar colaboradores, alugar ou


comprar equipamentos, planejar e desenvolver a movimentação. Muitas empresas optam pela
armazenagem própria por conseguirem mais controle sobre seus processos logísticos.

Negócios com procedimentos internos mais complexos e que precisam de velocidade


nos processos, por exemplo, podem conseguir benefícios com esse tipo de armazenagem.
Algumas imobiliárias trabalham com aluguel sob regime de arrendamento mercantil que
permite construir o espaço nas especificações do cliente. Nesses casos, é necessário analisar
se o aluguel é mais vantajoso para o negócio ou se a melhor opção seria adquirir o espaço e
construir um depósito.

1.1.4.3.4. Armazém temporário


O armazém personalizado e temporário é aquele que foi criado para atender
necessidades especiais do contratante. Ele é utilizado por empresas que realizam certas

21
atividades por um período específico de tempo. Durante o projeto, o negócio precisa de um
local seguro para guardar seus equipamentos e insumos, ou seja, um armazém temporário.

Existem algumas opções na hora de trabalhar com esses tipos de armazém. O


primeiro é contratar armazenagem pública próxima ao local de trabalho. Outra opção é alugar
estruturas de empresas especializadas, como galpões de lona ou tendas, e instalá-los na área
utilizada.

A vantagem é conseguir adquirir os materiais para construção de uma só vez e


impedir que a ação do tempo os deteriorem.

Utilizar esse tipo de armazenagem também ajuda a empresa a tornar seus processos
mais rápidos, evitando diversos recebimentos de materiais, especialmente em locais onde
existem datas e horários específicos para a realização de descargas de mercadorias.

1.1.4.3.5. Armazém permanente


A armazenagem permanente é o tipo mais comum encontrado no mercado. Nela a
empresa deposita seus produtos, insumos e materiais de forma rotineira. Esse tipo de
estocagem pode aumentar razoavelmente os custos logísticos quando não for bem
administrado.

Na armazenagem permanente podemos incluir todos os outros tipos de armazenagem


citados neste artigo, como público, próprio e contratado. A grande diferença é que o local será
utilizado por um longo período de tempo, portanto, investimentos em sua estrutura são
importantes para o atendimento das necessidades operacionais.

Toda empresa precisa de um tipo de armazenagem, mesmo que seja de pequeno porte.
O armazém auxilia na organização de processos logísticos, melhora a eficiência de
colaboradores e, se for bem organizado, torna a movimentação mais rápida.

1.1.4.3.6. Armazém e Armazenagem


Se por um lado o termo armazém Um armazém ou depósito é um espaço físico em
que se estocam matérias-primas, produtos semiacabados ou acabados os quais estão à espera
de serem transferidos ao seguinte ciclo da cadeia de distribuição ou para uso posterior. Age
também como regulador do fluxo de mercadorias entre a disponibilidade (oferta) e a
necessidade (procura) de fabricantes, comerciantes e consumidores.

Já a armazenagem vem a ser o processo de armazenar ou seja, trata-se do acto de


armazenar diferentes tipos de mercadorias da melhor forma possível. A otimização da ação
22
ocorre com base no peso, na estrutura, na validade e em outros fatores relevantes do produto.
Para garantir o aproveitamento correto de todas as mercadorias, evitando que fiquem
obsoletas ou sofram constantes avarias, é implementada a política de inventário no processo
de armazenagem.

Essa função controla fisicamente e mantém todos os itens inventariados. Ao projetar a


estratégia de armazenagem, o sistema de administração de depósito e o modelo de
armazenamento devem ser definidos de maneira coordenada. A armazenagem nas operações
logísticas adquire cada vez mais importância dentro do setor. Isso porque tal prática envolve
decisões-chave para definir a estrutura de serviços essenciais a uma empresa. A atividade
serve para melhorar o equilíbrio entre demanda e oferta. Além disso, a redução dos custos de
armazenamento resulta diretamente em um aumento nos lucros da companhia e benefícios
para o consumidor final.

1.1.4.4. Noção de stock


Stocks, consiste em todos bens e materiais que são armazenados por uma determinada
organização para serem consumidos/utilizados no futuro.

Gestão de stocks é um Conjunto de operações que permite, após conhecer a evolução


dos stocks, que se verificou na empresa, formular previsões destes e tomar decisões de quanto
e quando encomendar na finalidade de conseguir a melhor qualidade de serviço ao mínimo de
custo.
O objectivo da gestão de stocks envolve a determinação de três decisões principais:
 O que comprar;
 Quanto comprar;
 Quando comprar;

1.1.4.5. Tipos de stock


Para uma empresa de logística, a gestão do stock no armazém é um autêntico desafio,
não só por sua rentabilidade financeira, mas também por garantir a satisfação dos clientes.
Existem diferentes formas de classificar os tipos de stock em função de sua atividade, onde
exerce as suas funções ou prazo de validade das mercadorias. Gerir o stock corretamente é
imprescindível, especialmente com concorrentes cada vez mais fortes. É fundamental não
colocar em perigo a imagem da empresa, entregando os produtos em seu devido prazo e em
perfeito estado. Portanto, para analisar o stock com precisão, é preciso dividi-lo em várias

23
categorias de acordo com o critério de classificação utilizado. Eis aqui três categorias para
mostrar os tipos de stock possíveis:

Classificar seu stock por categoria é essencial em logística. Como já deve ter
constatado, existem diferentes formas de separar os tipos de stock: por função, de acordo com
a data de validade, conforme a organização das operações realizadas, etc. Também é possível
dividir o stock segundo seu valor económico (sistema ABC) e sua utilidade para a empresa
(comercial ou industrial).

1.1.4.5.1. Tipos de stock de acordo com a data de validade:


Stock perecível: Nesta categoria de stock encontramos todos os produtos e
mercadorias que se deterioram com o passar do tempo;
Stock não perecível: Ao contrário do stock perecível, o tempo praticamente não tem
impacto nos produtos deste tipo de stock;
Stock com data de validade: Estes produtos não poderão ser vendidos uma vez
superada a data indicada.

1.1.4.5.2. Tipos de stock de acordo o efeito contabilístico


Os inventários recebem um tratamento contábil minucioso, pois constituem parcela
considerável dos ativos das empresas. São classificados, nesse caso, em cinco grandes
categorias:
 Estoque de materiais;
 Estoque de produtos em processo;
 Estoque de produtos acabados;
 Estoque em trânsito;
 Estoque em consignação.
A tabela que segue detalha cada tipo de estoque.
TIPO DE ESTOQUE DESCRIÇÃO
• São todos os itens utilizados nos processos de transformação em
De materiais produtos acabados.
• Incluem materiais diretos e indiretos, inclusive os materiais auxiliares.
• São todos os itens que já entraram no processo produtivo, mas que
De produtos em ainda não são produtos acabados.
processo • São os materiais que começaram a sofrer alterações sem estarem
fnalizados.
• São todos os itens que já estão prontos para serem entregues ao
De produtos acabados consumidor fnal.
• Incluem itens de revenda.

24
• São todos os itens que já foram despachados de uma unidade fabril
Em trânsito para outra, normalmente da mesma empresa, e que não chegaram a seu
destino fnal.
• São todos os itens que continuam a ser propriedade do fornecedor até
Em consignação
que sejam vendidos ou devolvidos sem ônus.
Tabela nº 01 – Classificação dos estoques para efeito contabilístico

Fonte:

1.1.4.6.3. Tipos de stock de acordo com a organização das operações


De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2007), as várias razões para o
desequilíbrio entre a taxa de fornecimento e a de demanda em diferentes pontos de qualquer
operação levam a diferentes tipos de estoque. Existem cinco categorias distintas de estoques,
considerando seu propósito ou razão de surgimento durante as operações na cadeia de
suprimentos:

 Estoque de proteção ou de segurança;


 Estoque de ciclo;
 Estoque de antecipação;
 Estoque no canal de distribuição;
 Estoque obsoleto, morto ou evaporado.
A tabela que segue apresenta mais detalhes para cada um dos tipos:

Tabela nº 02: Tipos de stock de acordo com a organização das operações

25
TIPO DE ESTOQUE DESCRIÇÃO
• Usado para compensar as incertezas inerentes a fornecimento e
demanda.
De proteção (de segurança)
• Compensa as incertezas no processo de fornecimento de itens
ou entre dois estágios do processo de produção.
• Ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem
fornecer simultaneamente todos os itens que produzem.
De ciclo
• Suprem a demanda média durante o tempo transcorrido entre
sucessivos reabastecimentos.
• Seu propósito é compensar diferenças de ritmo entre
fornecimento e demanda.
De antecipação
• Comumente usado quando as flutuações de demanda são
signifcativas, mas relativamente previsíveis.
• Existem porque o material não pode ser transportado
instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de
No canal de distribuição
demanda.
• Todo estoque em trânsito é estoque no canal.
• Composto de itens deteriorados, ultrapassados, perdidos ou
Obsoleto
roubados durante um armazenamento prolongado.
Fonte:

1.1.5. Noções de Empresas


A Empresa é um conjunto de factores de produção materiais e imateriais reunidos no
seu ambiente com o meio de produção de bens e serviços para alcançar fins lucrativos. Ou
ainda é uma organização de recursos que, visam a concretização de determinados objectivos e
a satisfação dos interesses e necessidades, bem como dos interesses e necessidades dos
mercados em que concorrem. (PAULA, 2004, p.23)

A empresa é um conjunto de actividades humanas organizadas por um centro de


decisões com função de adequar recursos aos objectivos pré-determinados.

Daqui resulta que a empresa é:

 Uma célula social;


 Um lugar onde as pessoas passam grande parte da sua vida;
 Um conjunto de meios (técnicos, humanos e financeiros) que permitem à empresa
alcançar os objectivos previamente fixados;
 Um sistema de relações;

26
 Um organismo onde é necessário colocar os meios certos nos lugares certos, o que se
consegue através do estabelecimento das relações hierárquicas.

Várias definições são propostas, verificamos que especialistas de diferentes profissões


têm definido a empresa consoante os seus pontos de vistas. De uma maneira geral a empresa “
é uma estrutura económica e social, financeiramente independente, produzindo bens e
serviços para o mercado”.

Desta definição podemos verificar três aspectos importantes:

 Produção: quer dizer que a empresa cria (ou transforma) bens ou serviços para a
satisfação das necessidades dos indivíduos ou outras empresas.
 A empresa produz para o mercado: Isto é, vende os bens e serviços produzidos.
 Financiamento independente: Significa que a empresa tem autonomia de produzir e
vender, são suas responsabilidades e riscos. (PAULA, 2004, p.24)

A empresa é um lugar onde se cria riqueza e se permite pôr em operações intelectuais


humanos, materiais e financeiros para extrair, produzir, transformar ou distribuir bens e
serviços, de acordo com objectivos por uma administração.

A empresa abrange um conjunto de definições, das quais foi possível introduzirmos


uma delas definindo a empresa como:

Empresa: é uma unidade produtora através da qual são reunidos e combinados os


factores de produção com objectivos predeterminados, tendo em vista a
produção/comercialização de bens/serviços e a obtenção de lucros. LOUSÃ, (2011, p.28)

1.1.5.1. Objectivos das Enpresas


Geralmente, existem dois tipos de objectivos nas empresas e abaixo vamos
desenvolver cada um deles. Os objectivos das empreas destinguem-se entre:

 Objectivos Económicos;
 Objectivos Sociais da Empresa

1.1.5.1.1. Objectivos Económicos


A empresa utiliza os seus trabalhadores para transformarem os seus recursos em bens
ou serviços que satisfaçam as necessidades dos consumidores. O seu objectivo consiste em
satisfazer as necessidades e posteriormente a obtenção do lucro.

27
1.1.5.1.2. Objectivos Sociais da Empresa

Actualmente, as empresas, para além de objectivos económicos tem também


objectivos sociais que consistem na atribuição de um salário ao trabalhador, que lhe permita
algum poder de compra para satisfazer as suas necessidades, proporcionando-lhe estabilidade
na empresa e a possibilidade de no futuro ter uma reforma, assim como realização profissional
dos empregados.

1.1.5.2. Classificação das empresas


Segundo LOUSÃ (2010), existem várias classificações de empresas dentre elas são:

 Classificação jurídica
 Classificação económica
 Classificação por sectores de actividade
 Classificação quanto a propriedade do capital
 Classificação quanto a dimensão.

1.1.5.2.1. Classificação Jurídica


Trata-se de uma classificação bastante importante porque nos dá conhecer quais os
directos e obrigações das pessoas ligadas à propriedade da empresa. Nesta classificação
distingue-se:

 Empresa em nome individual e Sociedades: que por sua vez classificam-se em


sociedades por quotas, anónimas, colectivas, e em comanditas.
 Empresa em nome individual: é uma empresa titulada por um só indivíduo ou pessoa
singular que afecta bens próprios a exploração da sua actividade económica. Assim, o
proprietário do capital é uma e única pessoa.
 Sociedades: na sociedade comercial existem dois ou mais sócios (pessoas que se
juntam para construir uma sociedade) que colocam em comum os seus bens; tendo em
vista explorar uma determinada actividade. Como já referimo-nos tradicionalmente
existem quatro tipos de sociedades comerciais:
 Sociedades por quotas: Neste tipo de sociedade a responsabilidade dos sócios é
limitada ao valor com que cada sócio entrou para a sociedade. Assim, chamam-se
quota ao capital subscrito e realizado por cada sócio. LOUSÃ, (2011, p.31)
 Sociedade em nome colectivo: A sociedade em nome colectivo é o modelo de
sociedade puro das chamadas sociedades de pessoas em que a responsabilidade dos
sócios perante os credores é ilimitada, o que quer dizer que no caso de existirem

28
dívidas pelos bens da sociedade e os valores afectos à actividade comercial não
chegarem para os pagar respondem subsidiariamente os bens particulares de cada um
dos sócios indiferentemente.
 Sociedades anónimas: é o modelo puro das sociedades de capitais baseando-se,
portanto não na pessoa dos associados, mas nos capitais investidos.

O capital deste tipo de sociedade está dividido em acções. É uma sociedade de


responsabilidade limitada no verdadeiro rigor do conceito portanto os accionistas limitam a
sua responsabilidade ao valor das acções por si subscritas (PAULA,2009,p.28).

 Sociedades em comanditas: Neste tipo de sociedades existe dois tipos de sócios: os


sócios comanditários que entram para a sociedade com capital necessário para poder
funcionarem; os sócios comanditados, que não entram com capital para a sociedade mas
põe o seu trabalho ao serviço da empresa e o conhecimento. Os sócios comanditários têm
responsabilidade limitada enquanto os sócios comanditados têm responsabilidade
ilimitada. (PAULA, 2009, p.29)

1.1.5.2.2. Classificação Económica


Trata se de uma classificação que tem a natureza da actividade desenvolvida, distinguindo
as empresas comerciais, indústrias e as de prestação de serviços.

 Empresas comerciais: São aquelas que vendem aquilo que compram. Compram
mercadorias aos fornecedores guardam essas mercadorias em armazéns depois vendem
aos clientes sem qualquer transformação.
 Empresas Industriais: São aquelas que vendem aquilo que transformam ou fabricam.
Estamos na presença de empresas que adquirem matérias-primas, subsidiárias e outros
que incorporam na produção de modo a obter bens susceptíveis de comercialização.
 Empresas de Prestação de Serviços: abrangem os mais diversificados tipos de prestação
de serviços: financeiros, transportes, hospitalares, turismo, comunicações, educacionais.

1.1.5.2.3. Por sector de Actividade


De acordo com este critério, as empresas são classificadas tendo em conta a natureza e
origem dos produtos fabricados ou comercializados. Segundo este princípio são considerados
quatro (4) sectores de actividade:

 Primário: são as empresas que têm como actividade de: agricultura, silvicultura, pesca,
pecuária, indústrias extractivas e indústrias transformadoras.

29
 Secundário: têm como actividade de electricidade, gás, água, construção e obras
públicas.
 Terciários: têm como actividade: comércio por grosso e a retalho, transporte
armazenagem e comunicação, bancos seguros e operações sobre Imóveis e outros
serviços.
 Sector Informal ou quaternário: é o sector que agrupa as empresas ligadas a
oportunidade de rendimentos, Auxiliares ou complementares devido a estagnação das
remunerações, e a inflação face aos limites da sociedade, e ao recurso que as mesmas
tenham ao crédito. Igualmente a organização internacional do trabalho, conceitua o
sector informal como as actividades exercidas fora da regulamentação, por Exemplo: As
recauchutagens constituídas por 2 ou 3 pessoas.

1.1.5.2.4. Por titularidade de capital


De acordo com este critério, pode diferenciar as empresas da seguinte forma:

 Empresas privadas: São tituladas por pessoas singulares colectivas de direito


privado, cuja gestão é por este desenvolvido com o intuito de alcançar lucro,
maximizando a rendibilidade dos capitais investidos. Ex: Pumangol, Banco BIC.
 Empresas públicas: São aquelas empresas criadas pelo estado ou por ele
nacionalizadas, integrando capitais destes ou dos outros entes públicos. Geralmente
são empresas de grande dimensão. Constituem o chamado sector Empresarial do
Estado. Ex: ENDE.
 Empresas mistas: São aquelas cuja propriedade do capital pertence simultaneamente
ao Estado, e a outros entes públicos e a entidade privada, que repartem entre si a sua
gestão e que congregam capitais de distintas províncias públicas e privadas.

1.1.5.2.5. Quanto a dimensão


Normalmente em termos internacionais, de acordo com este critério classificam se as
empresas de seguinte forma:

 Micro empresas: São aquelas empresas que se limitam a um indivíduo como dono do
capital; as que empregam até 10 trabalhadores.
 Pequenas empresas: O efectivo e relido para uma pequena empresa, aquela que
empregam mais de 10 trabalhadores e menos de 250 trabalhadores, os dirigentes
assumem quase todas as funções da organização técnicas, financeiras, e socais.

30
 Média Empresas: São consideradas médias empresas aquelas que possuem ao serviço
entre 250 à 500 trabalhadores, ou são as que têm como actividade principal indústria
extractiva ou transformadora que não ultrapassam a 1.700 milhões de kwanzas de
vendas anuais e, que não detenham nem sejam detidas em mais de 50% de capital.
 Grandes Empresas: As que empregam mais de 500 trabalhadores. (LOUSÃ 2009,
p.30)

Quanto à classificação das empresas quanto ao seu tamanho, tal como já foi
mencionado a cima, resumidamente temos:

Tabela nº3 – Classificação das empresas quanto a dimensão


CARACTERÍSTICAS
TAMANHO
Número de Trabalhadores Facturação Anual
As que empregam até 10
Micro Empresas Até 250.000 kz
trabalhadores
Pequenas Empresas Empregam mais de 11 até 100 250.001 até 3.000.000 kz
Médias Empresas As que possuem entre 101 à 200 3.000.000 até 10.000.000 kz
Grandes Empresas As que empregam mais de 201 Valor superior à 10.000.000 kz

Fonte: INAPEM (2011).

31
CAPÍTULO II: ENQUADRAMENTO TEMÁTICO
2.1. Função de aprovisionamento
A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à
disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os
recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.

Para levar a bom termo o conjunto destas operações, é necessário, antes de mais,
definir de forma precisa as necessidades:

• Em qualidade (especificações/requisitos);
• Em quantidade (económica);
• Em prazo (útil).
Para satisfazer aquelas necessidades, nas melhores condições, deve efectuar-se a
pesquisa sistemática das possibilidades oferecidas pelo mercado.

Convém, no entanto, que essa pesquisa seja feita em tempo oportuno, isto é, que os
fornecedores sejam seleccionados criteriosa e antecipadamente (antes da necessidade imediata
ocorrer) e que com eles sejam estabelecidos contratos que ofereçam vantagens para as partes.

O ideal seria que os fornecedores aceitassem fornecer em quantidade e na qualidade


desejadas o que é necessário à empresa, no momento exacto em que cada necessidade ocorre
e ao menor custo. Aliás, este é um dos princípios inerentes à filosofia de gestão JIT (Just-In-
Time).

Na prática, a empresa normalmente tem de constituir stocks de muitos dos materiais


(consumíveis) que utiliza, pelo que tem de realizar a gestão de stocks.

Para além das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de negociação,


de contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função
aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de materiais, a armazenagem,
o aviamento de requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem
obras ou a expedição para subempreiteiros.

2.1.1. Importância da função de aprovisionamento


Do exposto pode deduzir-se a importância da função aprovisionamento não apenas
pelo valor do capital aplicado em stocks, mas pela importância estratégica desta função.

32
Uma boa gestão da função aprovisionamento pode ser fonte de vantagem competitiva
para a organização, na medida em que contribui para :

 Gerar diferenciação face à concorrência, através de uma selecção criteriosa de


fornecedores qualificados que assegurem a qualidade dos fornecimentos e serviços
prestados;
 Reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens tangíveis e serviços)
fornecidos através de contratação adequada, de gestão económica dos stocks, de
armazenagem e expedição convenientes.

2.1.2. Actividade da função de aprovisionamento


Para termos um aprovisionamento eficiente devemos considerar as seguintes
operações:
1. Análise de necessidades
Quais recursos são necessários para realizar a atividade da empresa durante um
período específico? É importante estabelecer a quantidade de materiais, suprimentos e
serviços que necessitaremos para fabricar ou comercializar um produto.

2. Compra
Transação pela qual obteremos as quantidades adequadas dos recursos e serviços
necessários ao menor preço possível. É primordial escolher um fornecedor que, além de
oferecer um preço competitivo, garanta a qualidade e o cumprimento do prazo de entrega
estabelecido. O lead time é aquí um fator determinante.
3. Recebimento e armazenamento
Os recursos são recebidos na área de docas e armazenados nas estantes até serem
necessários nas linhas de produção. Os produtos acabados também são armazenados assim
que saem da fábrica.
4. Abastecimento e expedição
É preciso fornecer à fábrica os recursos necessários para ter uma atividade produtiva
ininterrupta e, da mesma forma, expedir a mercadoria que abastecerá outro armazém ou loja
física. Nesse ponto é especialmente importante ser eficientes: o excesso de estoque pode
provocar pontos de estrangulamento, além de aumentar os custos de armazenagem.

5. Gerenciamento de estoques
Um gerenciamento do estoque eficiente exerce influência direta sobre o desempenho
de todas as operações envolvidas no ciclo de aprovisionamento.

33
As operações relacionadas ao aprovisionamento envolvem inúmeros departamentos da
empresa: desde administração e compras, que se encarrega de planejar a aquisição de
mercadoria, até a expedição da mercadoria ao cliente, já no armazém. A organização e
coordenação entre cada uma das operações é um fator-chave para conseguir um
aprovisionamento eficiente.

2.2. Gestão de stock nas empresas


A Gestão de Stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo uma
das ferramentas mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus resultados
líquidos. A manutenção de um nível adequado de stockagem é um desafio que é colocado aos
gestores, já que é necessário minimizar os custos de stockagem, não pondo em risco a
operacionalidade de toda a logística das empresas.

Um stock é um conjunto de artigos que esperam uma utilização mais ou menos


próxima. Assim, tanto é stock a mercadoria existente num espaço de venda como a que existe
num armazém, como a que há na despensa de nossa casa.

A gestão de stocks é, dito de forma simplificada, o conjunto de ações que visa manter
o stock ao mais baixo nível em termos quantitativos e de custo, garantindo simultaneamente o
fornecimento regular da empresa e a melhor execução das tarefas de aprovisionamento e
armazenagem.

Assim, a gestão de stocks tem como objetivo definir quais os produtos a encomendar,
qual a altura em que devem ser encomendados e em que quantidade. A complexidade desta
missão é proporcional ao número de produtos comercializados pela empresa e ao volume de
vendas de cada um deles

2.2.1. Objectivos da gestão de stocks


É essencial analisar todos os custos que lhe estão associados e verificar até que ponto é
possível diminuir a quantidade de stocks, sem comprometer os objectivos, atingindo um ponto
óptimo. Mas nem só de custos trata a gestão de stocks, como se vai ver no ponto seguinte. A
gestão de stocks procura também gerir todo o aprovisionamento e armazenagem, que também
contribuem para prestar um melhor serviço ao cliente.

Na generalidade dos casos, os stocks são mantidos para satisfazer as seguintes


necessidades (Chase, 1995):

34
Criar segurança contra atrasos na entrega de matérias ou produtos por parte dos
fornecedores;

Aumentar a segurança perante grandes variações na procura;

Obter vantagem da dimensão económica de uma ordem de compra.

2.2.1. Gestão material de stock


A gestão física dos stocks (ou gestão material) aborda as questões ligadas à localização
dos armazéns, assim como os princípios e métodos de armazenagem, tendo em vista uma
movimentação fácil, segura e económica dos stocks”. (Lopes dos Reis, 1994, p.131)

2.2.1.1. Importância da gestão material de stock


Como esclarecido, a gestão física de stocks permite recepcionar os artigos
comprados, armazena-los e movimenta-los no armazém, para depois serem entregues aos
utilizadores internos; assegurando, desta forma, que o que foi comprado foi recebido; que
durante a sua permanência no armazém os artigos estavam bem protegidos e conservados; e
que os utilizadores puderam satisfazer os seus pedidos em tempo útil”. (Colecção o Gestor,
Caderno nº2, 1994, p.22)

2.2.1.2 Princípios da Gestão Material de Stock


Conforme o livro Colecção o Gestor - Caderno nº2, (1994, p.66-67) para uma boa
gestão física de stocks deve obedecer aos seguintes princípios:

 Proporcionar uma eficiente recepção dos materiais;


 Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno;
 Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e protecção;
 Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém;
 Prever, organizar e montar a segurança de pessoas e bens;

Com mais detalhes para cada um dos princípios enumerados acima, temos:

1. Proporcionar uma eficiente recepção dos materiais; implica o seguinte:


 Criar condições para a execução rápida e cuidada das funções administrativas da
recepção;
 Garantir espaço adequado para a descarga, como para uma eventual desembalagem,
e ainda para os controlos quantitativo e qualitativo;
 Possuir pessoal suficiente e qualificado;
 Existir saída facilitada e desimpedida para os locais de armazenamento.
35
2. Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno; implica o
seguinte:
 Pavimentos em bom estado;
 Corredores grandes;
 Meios de transporte interno bem adequados aos espaços disponíveis para o
movimento, e aos artigos a movimentar.
3. Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e protecção
 Área disponível com condições de temperatura, humidade e luz, ajustados à
conservação dos artigos armazenados;
 Suportes de armazenamento adaptados aos locais e aos artigos facilitando as
operações de contagem;
 Boa flexibilidade dos suportes de armazenamento e da sua localização;
 Possibilidade de isolar e fechar determinados sectores;
 Construção e dimensão que facilite a rotação física dos artigos.
4. Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém
 Pouca Burocracia;
 Itinerários de saída desimpedidos;
 Espaço curtos a percorrer em especial para os artigos mais movimentados;
 Saída fácil da prateleira ou suporte;
 Meios de movimentação rápidos e seguros;
 Facilidade de acesso ao material armazenado e a sua fácil localização
(coordenadas).
5. Prever, organizar e montar a segurança de pessoas e bens
 Criar condições de limpeza fácil e protecção contra poeiras, incêndios, derrame de
óleos, ou outros líquidos escorregadios;
 Sistemas de sinalização dos perigos para pessoas e bens;
 Fazer uso de cores de advertência, e ter cartazes com instruções de forma a evitar
acidentes de trabalho”.

2.2.1.3. Actividades da gestão material de stock


As actividades que são executadas na gestão material de Stocks são as seguintes

 Recepcionar Os Materiais/Produtos;
 Armazenagem;
 Entrega Aos Utilizadores

36
Para melhor compreensão observemos em seguida o que cada uma dessas actividades
compreende.

2.2.1.3.1. Recepcionar os Materiais/Produtos


A receção de materiais e produtos deve ser feita numa zona de acesso restrito, ou seja,
não deve ser permitida a entrada do fornecedor na zona de armazenagem dos restantes
materiais.

Um dos princípios corretos na receção é verificar se o que foi entregue coincide com o
que foi requisitado. Para isso o colaborador que recebe o material deve ter acesso à requisição
ou ordem de compra feita ao fornecedor. De forma a facilitar o processo de pesquisa, é
comum ser solicitado ao fornecedor que coloque o número da requisição no seu documento de
entrega. Após verificar se o que foi entregue foi requisitado, deve ser feito o controlo
quantitativo e qualitativo do material.

 Controlo quantitativo da entrega

Deve ser verificado se as quantidades entregues correspondem às quantidades


indicadas no documento do fornecedor. Devem ser definidos critérios de aceitação para a
quantidade, ou seja, excedente face à requisição que é aceitável. Não sendo possível efetuar
um controlo rigoroso da quantidade, deve ser confirmado o número de embalagens ou
volumes, sempre que possível na presença do fornecedor de forma a salvaguardar ambas as
partes de possíveis erros.

No sector do calçado por exemplo, é frequente o controlo quantitativo de peles ser


efetuado com o auxílio de uma máquina de medir peles, e de uma balança de contagem para o
controlo de peças.

 Controlo qualitativo da entrega

Após a realização do controlo quantitativo deve ser efetuado o controlo qualitativo de


forma a assegurar que a qualidade do material/produto entregue corresponde ao padrão. Deve
ser definido um plano de inspeção de forma a sistematizar o controlo realizado

37
2.2.1.3.2. Armazenagem
Para que exista uma boa gestão de stocks no armazém é indispensável arrumar
eficazmente todos os produtos no armazém. Mediante as condições físicas de cada empresa,
poderão existir:

 Armazém de matérias primas;


 Armazém de produto acabado.

Em seguida apresentamos o detalhe para cada um dos armazéns:

 Armazém de matérias primas

As áreas que deve conter o layout do armazém de matérias primas são:

 Receção de matérias primas, zona com acesso a fornecedores;


 Controlo da quantidade e qualidade dos materiais, incluindo zona para colocação de
produto não conforme;
 Receção e controlo da Subcontratação (se houver);
 Armazenagem de materiais. A área reservada à armazenagem dos materiais deverá ser
fechada e de acesso restrito;
 Expedição dos materiais para a produção.

Deve existir espaço para a colocação de caixas e/ou carros para transporte de matérias.

 Armazém de produto acabado


As áreas que deve conter o layout do armazém de produto acabado são:

 Receção de produto, com zona com acesso a fornecedores;


 Receção de produto da produção;
 Controlo da quantidade e qualidade do produto acabado, incluindo zona para
colocação de produto não conforme (interno e devoluções);
 Armazenagem de produto;
 Zona de embalamento;
 Expedição do produto.

Para uma correcta armazenagem a empresa deve:

 Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno;


 Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e guarda;
 Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém;

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 Prever, organizar e montar a segurança de pessoas e bens.

 Critérios para a arrumação de materiais

Podemos enumerar os seguintes critérios de arrumação:

 Por frequência de saídas – ficando os mais movimentados perto da expedição para


abreviar e facilitar entregas;
 Condicionar a localização às características de cada artigo: ao peso; ao volume; ao
cheiro; à fragilidade. Os materiais mais pesados devem ser colocados nas
prateleiras com maior facilidade de acesso;
 Por agrupamentos homogéneos, ou seja, famílias de artigos. Por exemplo: peles,
forros, solas e palmilhas;
 Por ordem de código;
 Por departamento a utilizar;
 Por antiguidade no armazém, isto é, o primeiro a entrar deve ser o primeiro a sair
(FIFO);
 Aleatória (espaço livre)

Uma boa prática complementar são os critérios de arrumação com um sistema de


georreferenciação dos suportes de arrumação. O sistema de georreferenciação envolve a
identificação dos suportes de arrumação e a associação da localização do material no sistema
informático.

Mediante a dimensão do armazém, a identificação pode englobar: atribuição de código


aos corredores; atribuição de código às estantes e atribuição de código às prateleiras. A
codificação pode ser feita através de letras e números. Existem sistemas informáticos que
permitem a atribuição de sistema de leitura automática (código de barras ou QR Code), à
localização, o que possibilita que, no momento da arrumação, o operador associe de imediato
o material à sua localização.

 Critérios para a movimentação de existências:

Os critérios para a movimentação de existências dentro do armazem de uma empresa


podem ser os seguintes:

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FIFO é a sigla em inglês para first in first out – o primeiro a entrar é o primeiro a sair,
em português.

Vantagens:
 Diminui a probabilidade de serem ultrapassados os prazos de validade;
 Diminui o número de “monos”.

LIFO é a sigla em inglês para last in, first out — último a entrar, primeiro a sair, em
português.

Vantagem:
 Diminui o tempo de arrumação dos materiais, pois poderão ser colocados por
exemplo: na parte da frente da prateleira.

FEFO é a sigla em inglês para, first expire, first out — o primeiro a expirar é o
primeiro a sair, em português.

Vantagem:
 Diminui a probabilidade de existirem materiais/produtos fora da validade. Deve ser
usado, sempre que existam prazos de validade, por exemplo: armazém de produtos
químicos.
 Escolha dos suportes de arrumação e movimentação

Na escolha dos suportes de arrumação e movimentação há que ter em consideração:

 As características dos artigos a armazenar – forma, dimensão, peso volume,


resistência, etc.;
 As necessidades de conservação – proteção da humidade, do calor, etc.;
 A máxima utilização do volume de armazém;
 A facilidade de contagem e ou medição.

2.2.1.3.3. Entrega aos Utilizadores


Consiste na última estapa da gestão material de stock. A também chamada de fase de
saída dos bens ou existências. Um dos objetivos principais do armazém é abastecer de forma
atempada a produção ou o cliente. O processo de abastecimento deve ser feito mediante:

 Matérias primas: as indicações do planeamento da produção e os dados que constam


do vale de matérias primas ou necessidades;
 Produto acabado: as indicações da encomenda de clientes.

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Ao processo de separação e preparação dos pedidos atribui-se a designação de picking
ou order picking. Os métodos mais frequentes de picking são:

 Picking by order – picking por encomenda: O colaborador é responsável por


recolher todos os itens de uma encomenda, podendo deslocar-se várias vezes à
mesma localização, em momentos diferentes.
 Picking by line – picking por linha/produto: O colaborador recolhe em cada
localização, a quantidade de produto necessária para satisfazer várias encomendas.
 Zone picking: Armazéns estão divididos em zonas (por exemplo: materiais de corte
e costura e materiais de montagem), com um colaborador alocado a cada zona, que
recolhe todos os produ-tos para cada encomenda, que estão localizados na sua zona.
Batch picking: Quando um produto aparece em mais do que uma encomenda, o
colaborador recolhe a quantidade total para todas as encomendas e depois separa por
encomendas.

Os produtos depois de separados devem ser colocados numa zona destinada a


materiais preparados, devendo ser dada a saída dos materiais do stock do armazém

2.2.2. Gestão administrativa de stock


A gestão administrativa de stocks permite conhecer permanentemente; o que existe,
quando existe e onde está, de forma que seja possível controlar as existências no armazém.

Segundo Alain Courtois et al. (2006, p.131-132) a gestão das entradas e saídas deve
“corresponder sempre a uma transacção. Para que esta ultima seja adequada, torna-se
necessário registar em tempo real pelo sistema informático de gestão de stocks os movimentos
de entradas e saídas”. Por isso a “gestão das entradas/saídas compreende dois tipos de
transacção”:

 Recepção - consiste na entrada de uma mercadoria em armazém. Para este tipo de


transacção é necessário verificar a conformidade e a quantidade das mercadorias
recebidas;
 Entrega – todos os artigos solicitados são retirados do stock com base na encomenda
do cliente (produtos acabados) ou numa ficha de saída (produtos recebidos).

Para Miguel Braga (1996) o armazém e as existências são, simplesmente, “a base e o


ponto de partida de toda a gestão de stocks”. (Braga, 1994, p.55). Por isso torna-se necessário
obter um conhecimento aprofundado sobre as existências, relativamente à sua qualidade e

41
quantidade, dimensões, peso e ainda campo de aplicação. E o melhor método para obter este
conhecimento passa por fazer um inventário permanente das existências partindo do
pressuposto de que sabemos identificar correctamente cada artigo do stock.

Miguel Braga (1996, p.56), acrescenta ainda que, para obter um conhecimento das
existências dos armazéns, “é necessária a atribuição de uma nomenclatura, ou seja, duma
terminologia que defina perfeitamente todos os artigos e que sirva de linguagem clara entre o
utilizador, o aprovisionamento, e os outros sectores da empresa que directa ou indirectamente
estão ligados (contabilidade, verificação de qualidade)”

Outro conceito imprescindível para alcançar uma eficácia na gestão administrativa de


stocks deve-se ter em conta o controlo de movimentos e existências. Existem duas formas de
controlo que se adicionam e complementam: O controlo administrativo das existências e o
controlo físico das existências.

Segundo o livro Colecção o Gestor - Caderno nº2 “o controlo administrativo faz-se


hoje por registo informático de todas as entradas e saídas dos artigos em stock. Identificado o
artigo e o tipo de movimento, um simples programa informático permite manter aquilo a que
se designa por inventário permanente que inclui:

 O registo de entradas com identificação dos tipos de movimentos (compra, devolução,


etc.) e da data em que tal ocorreu;
 O registo de saídas com identificação do tipo (consumo, venda, transferência,
devolução, etc.) e a data em que tal ocorreu;
 O apuramento da existência (saldo) e respectivas data;
 A valorização dos movimentos e das existências;
 Os acumulados dos movimentos para efeitos estatísticos;
 O registo de identificação dos movimentos de entrada e saída”. (Caderno nº2, 1994,
p.26-27)

Todos estes dados se obtêm a partir da identificação prévia do artigo ou produto, pelo
"input" de uma Nomenclatura (Designação e Código), que pode ser obtida, por leitura óptica
do código de barras. No controlo físico das existências, contrariamente, é necessário proceder
à contagem física de artigos em stock, comparando posteriormente os resultados obtidos com
os saldos administrativos fornecidos pela base de dados dos artigos, ou seja, pelo sistema
informático.

42
Na óptica de Miguel Braga (1996, p.60-61), a realização desses tipos de inventários
físicos, é realizado de duas maneiras:

Controlo físico rotativo, isto é, o número total dos artigos do armazém é


subdividido em grupos, e, posteriormente, cada grupo é inventariado ao longo do ano, grupo
após grupo, de tal forma que no final do ano todos os artigos do armazém estão inventariados.
Para assegurar que a maior parte do valor do armazém seja inventariado perto do fim do ano,
isto é, próximo do balanço final, pode-se procurar fazer um inventário por classe de artigos
(Analise ABC), ou seja, dividir os artigos por categorias ABC, consoante o seu valor de
importância em stock ou por frequência de saídas. Por exemplo, pode-se fazer um inventário
trimestral para os artigos considerados da classe A, um inventário semestral para os artigos da
classe B, e um inventário anual para os artigos da classe C. Este tipo de inventariação é
extremamente eficaz e menos dispendioso, pois permite fazer uma programação do trabalho
de inventário físico ao longo do ano.

Controlo físico permanente, isto é, o inventário é realizado no momento da entrada


do artigo em armazém. Este tipo de método tem a vantagem de o artigo ser contado quando a
sua existência é menor, e de os artigos de maior valor de stock serem mais vezes
inventariados, dado ser este tipo de artigos que mas entram no armazém.

Afim de os artigos em armazém poderem ser facilmente encontrados, de forma a


facilitar as operações de Expedição - Entrega (objectivo final da própria função
aprovisionamento) e de Contagem, há uma grande necessidade de estabelecer um sistema que,
a partir da base de dados de artigos, nos indique o local preciso onde os mesmos se encontram
armazenados.

A instalação do ficheiro na gestão de stocks apresenta algumas vantagens, conforme


afirma Miguel Braga (1996. p.58), e entre elas se destacam:

Facilita a operação da gestão de stocks, sobretudo no que diz respeito à gestão


económica dos stocks;

Possibilita a centralização de ficheiros de vários armazéns, com vantagens de


pessoal, e equipamento;

Possibilita o controlo dos movimentos de ficheiro de armazéns pela gestão de stocks.

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Um Ficheiro de Artigos (Base de Dados) dever registar as suas coordenadas, para que
a simples consulta ao terminal nos faculte os dados necessários à localização de qualquer
item.

É frequente encontrar armazéns em que, pela sua configuração e pelas suas


características diferenciadas de artigos armazenados, haja necessidade de adoptar sistemas de
arrumação tão diversos que um único sistema de coordenadas se torne insuficiente ou
desordenado. Nesses casos é frequente a utilização de mais de um sistema (critério) de
coordenadas. O único objectivo é encontrar uma solução que referencie com clareza a posição
física de cada item dentro do armazém”. (Colecção o Gestor, Caderno nº2,1994, p.30-32)

2.2.2.1. Organização e registo de stock


A ficha de registo e controle de estoque é um relatório que reúne todas as informações
relacionadas ao fluxo de mercadorias do estoque da empresa. Normalmente, esses dados são
organizados e dispostos em formato de planilha, facilitando o processo de identificação e
armazenamento.

Para que a planilha seja efetiva, é necessário que o responsável pela função registre
pontualmente todos os produtos que entram e saem da loja, de forma a evitar a perda ou
acúmulo de itens. Afinal, ambas as situações podem acarretar no prejuízo financeiro e afetar a
imagem da empresa.

De forma geral, o controle do estoque fornece excelentes indicadores para que o


empreendedor conheça melhor o seu negócio e evite problemas financeiros ou desavenças
com seus clientes.

2.2.2.2. Razões para manter uma boa gestão de stocks


Como abordado, a gestão de armazém e o controlo de inventário fazem parte da
logística de uma empresa, cujo objetivo passa por organizar, planificar e controlar o stock no
armazém. O segredo é encontrar um equilíbrio entre as saídas (vendas) e as entradas
(compras) de material.

Um bom controlo de stock acontece quando um negócio tem conhecimento de cada


produto no armazém, conhece o seu valor, sabe que produtos vendem mais e os que correm o
risco de ficar em excesso. Ao mesmo tempo, sabe quando é a altura certa de comprar novos
produtos.

44
Este processo auxilia na fiscalização de vários factores, como a quantidade de
produtos em estoque. Assim, é possível ter mais clareza sobre quais mercadorias têm maior ou
menor saída, facilitando a negociação de preços com seus fornecedores.

Esse acompanhamento influencia também na tomada de decisão do gestor do setor.


Baseado nas informações adquiridas, ele não só conseguirá planejar quando deverá ser feita
uma nova compra, como também entenderá o melhor momento para realizar promoções e
montar kits, de forma a incentivar a saída de produtos que não vendem.

Outro factor de peso é a otimização do espaço físico do estoque. Com maior


organização, a identificação dos itens é facilitada, reduzindo custos operacionais e impactando
positivamente a produtividade.

2.2.2.3. Organização das compras em stock


A organzação de compras em stock é a organização e o planejamento do processo de
compras de uma empresa. Assim, é responsável por administrar com eficiência toda a cadeia
de suprimentos relacionada ao fluxo com as existências. Portanto, define uma série de
estratégias que irão viabilizar a compra de insumos de produção em indústrias, mercadorias
no varejo e distribuidoras ou materiais de escritório de toda empresa.

Essa função é importante para centralizar a negociação, reduzindo custos ao passo que
mantém a qualidade das compras. Dessa maneira, garante que todos os suprimentos estejam
disponíveis para a atividade da empresa acontecer com maestria. Com ela, verificamos que
podemos:

 Aprimorar o relacionamento com fornecedores, buscando parcerias favoráveis ao


negócio;
 Adquiri-los com uma negociação satisfatória;
 Manutenção da padronização e qualidade dos produtos;
 Reduzir ao máximo o custo dos processos de compra;
 Manter o bom fluxo de materiais na empresa;
 Possibilitar pesquisa de novos produtos oferecidos pelo mercado;
 Analisar custos de oportunidade envolvendo custo e benefícios dos produtos
comprados.

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2.2.2.4. Métodos para uma gestão de compras eficiente
Ter um processo de gestão de compras eficiente faz toda a diferença para reduzir
gastos com aquisições desnecessárias. Quando uma empresa possui um bom controle de
estoque e realiza suas compras de forma programada, é possível otimizar os recursos e
aumentar seus lucros.

Isso porque comprar de forma eficiente permite que você disponibilize ao setor
comercial os produtos com mais agilidade e a preços adequados, possibilitando que as vendas
ocorram de modo a trazer resultados positivos à organização.

Para tal, apresentamos em seguida alguns métodos ou pilares para uma gestão de
compras eficiente:

 Planejamento:

Não adianta fugir, planejamento é algo imprescindível para qualquer negócio. Fazer
sua empresa funcionar de modo planejado significa prever demandas, contingências e
oferecer soluções ágeis e em conformidade com os objetivos da organização.

As metas do setor de compras deve estar em consonância com os objetivos


organizacionais, para que tudo caminhe junto e possibilite uma gestão estratégica para o
negócio. O ideal é que este planejamento seja feito anualmente e que seja baseado nos
acontecimentos do último ano.

 Gerenciamento de Cotações:

Em tempos de crise e alta na inflação, fazer a cotação de preços é fundamental para


que você consiga realizar negócios vantajosos. Quanto maior for sua pesquisa com relação a
variação dos produtos, maiores as chances de conseguir melhores resultados.

Um ponto importante é investir em ferramentas para gestão de compras que


automatizam o registro de preços, e que possibilitam a alteração dos mesmos assim que o
gestor de stock perceber que eles mudaram. Isso vai garantir que seu departamento fique mais
organizado e ágil.

 Análise de Produtos:

Este é um ponto que precisa ter como foco o que é melhor para a sua empresa.
Realizar esta pesquisa começa com uma análise aprofundada a respeito do produto que gestor

46
de stock, a qualidade necessária, o prazo de validade e a sua disponibilidade junto ao
fornecedor.

 Gestão de Fornecedores:

É preciso estar atento à qualidade dos fornecedores, pois isso também influencia
diretamente na qualidade dos produtos oferecidos por sua empresa e no aumento ou
diminuição dos custos. Se você tem em sua carteira fornecedores que atrasam muito,
entregam produtos defeituosos ou que possuem um péssimo atendimento, é o momento de
fazer uma revisão.

Mantenha tudo registrado em seu sistema ERP de forma que conste os nomes dos
fornecedores e informações a respeito dos últimos atendimentos prestados. Assim, você
consegue ter uma visão global da carteira que lhe atende.

 Análise de Resultados

Por fim, é muito importante conseguir mensurar os resultados obtidos com a gestão de
compras. Na hora de fazer a análise do seu setor, verifique se as metas foram cumpridas, o
que houve com as que tiveram mau resultado, e se preparar para o próximo planejamento e as
adequações que serão necessárias para corrigir as lacunas e erros encontrados nesta etapa.

2.2.3. Gestão económica de stock


Umas das funções mais importante para obter uma boa gestão de stocks consiste na
manutenção de um patamar aceitável do nível de stock previamente fixado, isto é, o nível de
stock depende presumivelmente de dois factores: as entradas e as saídas.

A gestão económica dos stocks é “um conjunto de operações que permite, após
conhecer a evolução dos stocks que se verificou na empresa, formular previsões da evolução
destes e tomar decisões de quanto e quando encomendar com a finalidade de conseguir a
melhor qualidade de serviço ao mínimo custo”. (Lopes dos Reis, et al, 1994, p.33)

2.2.3.1. Objectivos da Gestão económica de stock


A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos fundamentais:

• Determinar quanto reaprovisionar;

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• Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma intervenção de
Compras ou quando solicitar uma entrega de material, no âmbito de um contrato aberto com
um fornecedor (Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas parcelares). Estes
objectivos são concretizados para cada artigo do stock, que tem características específicas

2.3- Métodos de Avaliação de stocks


São procedimentos necessários ao registro da movimentação dos estoques. A avaliação
de estoque é um processo crucial para empresas em todo o mundo. Existem diversos métodos
de avaliação de estoque utilizadas pelas empresas. Eis os principais:

 PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair);


 UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair);
 Preço Médio;
 Curva ABC;
 Preço Específico;
 Just in Time.

2.3.1. Método PEPS (FIFO)


O método de avaliação de estoque “Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair” (PEPS) de
avaliação de estoque é simples, preciso e fácil de entender: ele se baseia na suposição de que
os primeiros produtos comprados ou produzidos pelo fornecedor são vendidos primeiro.
Portanto, o método PEPS leva em conta o custo do estoque como uma base para a fórmula do
custo dos produtos vendidos (CPV ou, em inglês, COGS).

No varejo, o CPV é um dos principais indicadores de desempenho. Ele calcula os


custos diretamente associados à venda dos seus produtos (armazenamento, envio, despacho
aduaneiro, aluguéis de loja, etc.). O CPV não inclui gastos indiretos como marketing ou
publicidade, salário dos colaboradores, etc.

A fórmula para o cálculo do CPV é bastante simples:

Custo dos Produtos Vendidos = Estoque Inicial + Gastos Diretos - Estoque Final

Caso uma empresa utilize o PEPS como um método primário de avaliação de


estoque, ela deve entender que os produtos do fornecedor (ou fabricante) que chegaram com
antecedência podem, às vezes, ser mais baratos que os produtos mais recentes. Tudo depende
da estratégia de precificação do fornecedor, mas geralmente os preços tendem a subir ao invés

48
de descer. Neste caso, o CPV será menor, e a margem de lucro, maior. Isso resultará em uma
base maior para a tributação.

 Vantagens e Desvantagens
Exceto pelo fato dele ser fácil de administrar e de entender, o método PEPS ajuda os
gestor de estoques a diminuírem a quantidade de produtos desperdiçados ou estragados, já que
sempre se vende o estoque mais velho primeiro. É por isso que o método PEPS é tão popular
entre os negócios que lidam com mercadorias que estragam rápido, como vegetais, carnes,
ovos, frutas, leite fresco, entre outros.

Uma das maiores e principais desvantagens do método PEPS de avaliação de estoque


é a alta dependência nos preços. Quando há uma forte atuação da inflação, a base de renda
tributável pode aumentar drasticamente, distorcendo o desempenho financeiro da empresa.

2.3.2. Método UEPS (LIFO)


O método de avaliação de estoque “Último a Entrar, Primeiro a Sair” (UEPS) é o
oposto do PEPS. Ele assume que os produtos mais recentes são vendidos primeiro. No
método UEPS, o estoque que foi adquirido primeiro continua na folha de balanço da empresa,
enquanto que os produtos mais recentes são vendidos. O método UEPS é usado nos EUA, já
que ele atende às diretrizes dos princípios contábeis norte americanos.

 Vantagens e Desvantagens
Caso uma empresa utilize o UEPS como um método de referência para a avaliação do
estoque, ela terá, uma hora ou outra, maior CPV, mas seus indicadores de lucro e renda
tributável serão menores.
Quando uma empresa utiliza o método UEPS de avaliação de estoque, os ganhos e as
demonstrações financeiras relatadas são mais baixos, e a renda tributável é menor. Isto pode
ser uma vantagem na hora de pagar os impostos, mas, por outro lado, pode ser uma
desvantagem por transmitir aos investidores uma imagem de que talvez esta não seja uma
empresa segura, diminuindo as chances dela receber investimentos ou empréstimos bancários.

2.3.3. Método Preço Médio ou Custo Médio Ponderado


A Preço Médio ou average cost; Neste método de avaliação de estoque, o gestor de
estoque estima uma média ponderada dividindo o CPV pelo número de produtos disponíveis.
Com isso, o gestor de estoque pode ter então uma noção completa do estoque disponível, que
normalmente é composto por uma média entre os produtos mais recentes com os mais antigos.

49
 Vantagens e desvantagens
No entanto, caso a empresa utilize o método Preço Médio de avaliação de estoque e
seus produtos pertençam a diferentes categorias de preço, a empresa pode perder dinheiro ao
utilizar o preço médio como um ponto de referência e deixar de levar em conta a diferença
entre os produtos caros e baratos.

2.3.4. Método de Avaliação de Estoque curva ABC


A Curva ABC é um método de classificação dos itens de estoque com base em sua
importância relativa para a empresa. A classificação é baseada em critérios como volume de
vendas, margem de lucro e frequência de vendas. Isso ajuda as empresas a priorizar os itens
de estoque mais importantes e dedicar mais tempo e recursos a gerenciá-los.

Uma gestão de stocks é também uma gestão seletiva pois não gerimos da mesma
maneira todos os artigos. Por exemplo o tratamento dado a solas e pelarias é diferentes do
dado a linhas ou telas. O custo das matérias primas representa um valor considerável do custo
de produção dos produtos, assim torna-se necessário realizar uma análise cuidada.

Um dos métodos que nos permite analisar a importância em termos financeiros dos
nossos stocks é a Análise ABC. A classificação ABC consiste em diferenciar os artigos,
consoante o volume das suas saídas anuais de stock (consumo) ou o seu valor em stock. Esta
classificação é baseada no princípio bem conhecido dos 80-20. 20% dos artigos correspondem
a 80% do valor das saídas.

2.3.4.1. Aplicação a Análise ABC


1º - Calcular o valor de consumo e ordenar os artigos por ordem decrescente do valor de
consumo;
2º - Efetuar o valor acumulado do consumo;
3º - Calcular a percentagem do valor acumulado de consumo;
4º - Calcular a percentagem de artigos acumulados;
5º - Verificar a que grupo pertence para que posteriormente seja feita uma análise.
Daí resulta que:

Classe A: estima-se que cerca de 20% dos artigos correspondem a 80% do valor de
uso. Esta classe de itens refere-se aos artigos de maior importância económica, os quais
devem ser geridos com maior atenção e controlados mais rigorosamente, com o intuito de
evitar ruturas.

50
Classe B: estima-se que cerca de 30% dos artigos correspondem a 15% do valor de
uso. Constitui a classe de artigos com uma importância intermédia, os quais requerem
cuidados medianos em termos de gestão.

Classe C: estima-se que cerca de 50% dos artigos correspondem a 5% do valor de uso.
Trata-se da classe de menor importância relativa e, por isso, a menos crítica. Pelo que os
artigos correspondentes não exigem um controlo tão rígido comparativamente às restantes
classificações de itens apresentadas.

Figura nº 03: Aplicação a Análise ABC

Fonte:

2.3.5. Método preço específico


O método de Preço Específico leva em consideração o preço individual de cada item
de estoque ao calcular o custo dos produtos vendidos e o valor do estoque final.

2.3.6. Método just in time


O método de avaliação de estoque Just in Time é um sistema de gerenciamento de
estoque que busca minimizar a quantidade de estoque mantido pela empresa. Isso é feito por
meio do controle de estoque em tempo real e da entrega de produtos exatamente no momento
em que são necessários.

2.4. Custo de Armazenagem


Ao tomar qualquer decisão que afecte o nível de stocks, é necessário ter em
consideração os custos que lhe são inerentes e que geralmente se classificam em (CENCAL,
2004): custos de aprovisionamento, custos de posse, custos de ruptura e custos de informação.

51
2.4.1. Principais custos de armazenagem
Existe uma série de custos para as organizações que precisam manter estoques. Ballou
(2006) enumera três categorias diferentes de custos associados à administração de estoques:

 Custos de manutenção;
 Custos de compra ou requisição;
 Custos de falta de estoque.

Alguns são diretamente proporcionais à quantidade estocada, outros são inversamente


proporcionais a ela, e existem ainda custos independentes da quantidade estocada. Ou seja,
conforme muda a quantidade estocada, alguns custos podem aumentar enquanto outros podem
diminuir. Por esta razão, os custos do estoque são conflitantes entre si, ou em compensação.

Uma questão crítica, portanto, é balancear os estoques para se obter o maior equilíbrio
possível entre a produção e o custo total do estoque

2.4.1.1. Custos de manutenção


Estão associados a todos os custos necessários para manter certa quantidade de
materiais por um período. Incluem os custos de: armazenagem, manuseio, seguro,
deterioração e obsolescência, furtos e roubos, perdas e de oportunidade de empregar dinheiro
em estoque (que poderia ser empregado em outros investimentos de igual risco fora da
empresa). Esses custos, são diretamente proporcionais à quantidade estocada

Figura nº 04: Custos de manutenção

Fonte:

52
2.4.1.2. Custos de compra ou requisição
Estão associados ao processo de requisição das quantidades requeridas para reposição
de estoque. Incluem os custos fixos administrativos habituais do processo de compra:

 Custo de processar pedidos nos departamentos de compras, facturamento ou


contabilidade;
 Custo para enviar o pedido até o fornecedor (eletronicamente ou por correio);
 Custo de preparação de produção ou do manuseio para atender o lote solicitado
(em caso de itens fabricados internamente);
 Custo de manuseio e verificação contra a nota e quantidade física no recebimento
do pedido.

Esses custos são inversamente proporcionais à quantidade estocada, isto é, quanto


mais vezes se comprar ou se preparar a produção, menores serão os estoques médios e
maiores serão os custos decorrentes do processo tanto de compras como de preparação.

2.4.1.3. Custos de falta de estoque


Estes custos estão associados aos casos em que houver demanda por itens em falta no
estoque. Podem ocorrer dois tipos de custos de falta de estoques, conforme a reação do cliente
em potencial frente a essa situação:

 Custo de vendas perdidas;


 Custos de atrasos.

O custo de vendas perdidas pode ser estimado como o lucro perdido quando um
cliente cancela seu pedido caso o produto desejado esteja em falta. É difícil de medir, pois não
se pode prever com precisão as intenções futuras do cliente quanto a novas compras do
produto.

Os custos de atrasos estão associados aos gastos adicionais de vendas e a custos


administrativos no reprocessamento do pedido, além de custos extraordinários de transporte e
manuseio. São de mais fácil mensuração, pois resultam em gastos diretos da empresa.

53
54
CAPÍTULO III – ABORDAGEM PRÁTICA, CASO DA EMPRESA
PACIÊNCIA LDA

3.1. Apresentação da empresa

3.2.1. Procedimentos metodológicos


Quanto aos procedimentos, foi realizado um estudo de caso na empresa PACIÊNCIA,
Lda, no qual foram colectados dados e documentos contabilísticos, especificamente relatório
de compra e venda, referentes ao mês de janeiro do ano de 2024. Os dados também foram
obtidos mediante consulta a relatórios e planilhas electrônicas de controle e acompanhamento
do estoque.

3.2.2. Apresentação dos Dados


Inicia-se com a apresentação dos dados colecatados e em seguida, foram determinados
os custos e despesas suportadas das mercadorias compradas bem como os proveitos obtidos
pala venda das mesmas.

3.3. Amostra
O departamento comercial da empresa em estudo, apresentou o seguinte relatório em
Janeiro de 2024 como espelha a nossa amostra:

Tabela nº 04 Amostra - relatório de stoque em janeiro de 2024


DATA Descrição Quantidade P.U. Valor
01/01/2024 EXIST. INICIAL 450 300 135.000,00
02/01/2024 Venda 83 500 41.500,00
07/01/2024 Venda 67 500 33.500,00
10/01/2024 Compra 460 315 144.900,00
10/01/2024 Venda 200 500 100.000,00
17/01/2024 Venda 555 500 277.500,00
22/01/2024 Compra 151 405 60.500,00
24/01/2024 Compra 408 305 54.290,00
26/01/2024 Venda 232 500 66.120,00
30/01/2024 Venda 279 450 125.550,00
2885 4.275,00 1.038.860,00
Fonte: Empresa PACIÊNCIA, Lda

55
Daí, podemos relatar as operações descritas na nossa amostra de seguinte maneira para
melhor compreensão:

 Existia em 01/01/2024 em estoque uma quantidade de RIFA COMPOSTO de 450


Unidades, avaliadas em 300kz/unid.
 No dia 01 de Janeiro do corrente ano efectuou-se a venda de 83 Un. À um preço de
500kz a cada
 Dia 02 de janeiro de 2024 fez novamente uma venda de 67Un de Rifa Composto no
valor unitário de 500kz
 Compra da referida mercadoria por 315 kz a cada a uma quantidade de 460 Unidades.
Isto no dia 10/01/2024
 Nos dias 10 e 17 a empresa vendeu 200 e 555 unidades respectivamente, todas ao
preço de 500kz/unidade.
 Aos 22 do mês de janeiro de corrente anos comprou a 405 uma quantidade de 151
unidades de Rifa Composto
 Em 24/10/2024 comprou 408 unidades da mercadoria por 305kz a cada
 Dia 26/01/2024 venda de 232 unidades de RIFA COMPOSTO por um valor de 500kz
 Vendeu em 30/01/2024 279 Unidade de Rifa a 450kz por cada unidade.

Nos baseando no relatório acima exposto, foi possível então proceder:

1- Elaboração das fichas de armazém considerando que as saídas são mensuradas de


acordo às bases que regem os seguintes métodos nomeadamente:
 FIFO;
 LIFO;
 Custo Médio Ponderado (CMP).
2- Elaboração de um quadro que ilustre:
 Os valores das existências finais para cada ficha de valorimetria
 Custo das mercadorias vendidas para cada mapa de custeio
 A margem bruta das vendas derivadas de cada um dos métodos de custeio em
estudo.
3- Representação gráfica da valorização do Stok;
4- Análise dos valores obtidos.

56
3.4. Elaboração das Fichas de Armazém
Na presente secção vamos proceder a elaboração das fichas de armazém com a intenção de conhecer quais valores a mercadorias terão à
sua saída considerando a aplicabilidade de cada uma delas. Para tal, acompanhemos:
Tabela nº 05 - Mapa de custeio FIFO
Entradas Saídas Existência
Data Descrição
Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total
01/01/2024 EXIST. INI. - - - - - - 450 300 135.000
02/01/2024 Venda - - - 83 300 24.900 367 300 110.100
07/01/2024 Venda - - - 67 300 20.100 300 300 90.000

10/01/2024 Compra 460 315 144.900 - - - 460 315 144.900

- - -
10/01/2024 Venda - - - 200 300 60.000 100 300 30.000
460 315 144.900
100 300 30.000 - - -
17/01/2024 Venda - - -
455 315 143.325 5 315 1.575
5 315 1575
22/01/2024 Compra 151 405 61.155 - - -
151 405 61.155
5 315 1575
24/01/2024 Compra 408 305 124.440 - - - 151 405 61.155
408 305 124.440
5 315 1575
- - -
26/01/2024 Venda - - - 151 405 61.155
332 305 101.260
76 305 23.180
30/01/2024 Venda - - - 279 305 85.095 - - -
31/01/2024 Exist. Final - - - - - - 53 305 16.165
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

57
Tabela nº 06 - Mapa de custeio LIFO

Entradas Saídas Existência


Data Descrição
Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total
01/01/2024 EXIST. INI. - - - - - - 450 300 135.000
02/01/2024 Venda - - - 83 300 29.000 367 300 110.100
07/01/2024 Venda - - - 67 500 33.500 300 300 90.000
300 300 90.000
10/01/2024 Compra 460 315,00 144.900,00 - - -
460 315 144.900
- - -
10/01/2024 Venda - - - 200 315 63.000 300 300 90.000
260 315 81.900
260 315 81.900 - - -
17/01/2024 Venda - - -
295 300 88.500 5 300 1.500
5 300 1.500
22/01/2024 Compra 151 405 61.155 - - -
151 405 61.155
5 300 1.500
24/01/2024 Compra 408 305 124.440 - - - 151 405 61.155
408 305 124.440

5 300 1.500
26/01/2024 Venda - - - 232 305 70.760
151 405 61.155
176 305 53.680
- - -
176 305 53.680
30/01/2024 Venda - - - 5 300 1.500
103 405 41.715
48 405 19.400
31/01/2024 Exist. Final - - - - - - 53 - 20.900
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

58
Tabela nº 07 - Mapa de custeio Custo Médio Ponderado
Entradas Saídas Existência
Data Descrição
Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total Quantid. Preço Unit. Total
01/01/2024 EXIST. INI. - - - - - - 450 300 135.000
02/01/2024 Venda - - - 83 300 29.000 367 300 110.100
07/01/2024 Venda - - - 67 500 33.500 300 300 90.000
10/01/2024 Compra 460 315,00 144.900 - - - 760 309,08 234.900
10/01/2024 Venda - - - 200 309,08 61.816 560 309,08 173.084,8
17/01/2024 Venda - - - 555 309,08 171.539,4 5 309,08 1.545,4
22/01/2024 Compra 151 405 61.155 - - - 156 401,93 62.700,4
24/01/2024 Compra 408 305 124.440 - - - 564 331,81 187.140,4
26/01/2024 Venda - - - 232 331,81 76.979,92 285 331,81 94.565,85
30/01/2024 Venda - - - 279 331,81 92.574,99 53 331,81 17.585,93
31/01/2024 Exist. Final - - - - - - 53 331,81 17.585,93
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

59
3.5. Análise e Interpretação dos Resultados
Tabela nº 08 - Determinação da Margem Bruta das Vendas

FICHA EX.INICIAL COMPRA E.F./ FICHA VENDA CMV MBV


644.170,0
135.000,00
FIFO 259.690,00 16.165,00 0 378.525,00 265.645,00
644.170,0
135.000,00
LIFO 259.690,00 20.940,00 0 373.750,00 270.420,00
644.170,0
135.000,00
CMP 259.690,00 17.585,93 0 377.104,07 267.065,93
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Figura nº 05 - Gráfico de análise global

Análise Global

MBV

Venda no Mercado

CMV

E.F. POR FICHA

COMPRA

EXISTÊNCIA INICIAL

0.00 100,000.00 200,000.00 300,000.00 400,000.00 500,000.00 600,000.00 700,000.00

CMP LIFO FIFO


Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Argumento:
Como ilustra a tabela e representa o gráfico, ambos acima expostos, pode-se destes
entender que para o mês de janeiro, a empresa paciência possuía uma existência inicial igual
a 135.000,00, compras que equivalem aos 259.690,00 e as vendas efetivamente realizadas no
mercado rondaram 644.170, isto é relativas a RIFA COMPOSTO, valores estes que
demostram-se constantes independentemente do critério de custeio. Passndo a apresentar
uma variação nas existências finais bem como os custos das mercadorias vendidas e como
consequência, na margem bruta das vendas. Suas análises seguem-se:

60
Figura nº 06 - Evolução do preço de compra

Chart Title
Quantidade P.U.
600
500 500
460
400 408
300 315 305
200
151
100
0
1ª Compra 2ª Compra 3ª Compra
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa
Argumento:

Com o gráfico acima representado, oriundo da tabela nº##, podemos então entender
qual o comportamento que as duas variáveis, por um lado a quantidade e por outro o preço
unitário tiveram ao longo do mês de Janeiro a quando da efectivação das compras de RIFA
COMPOSTO.

Podemos observar que a 1ª compra foi feita com um preço relativamente baixo, isto é
315kz face à segunda que veio a ser de 500kz, atingindo assim o pico; e a última que passou a
baixar o custo unitário para os então 305z. a quantidades a serem adquiridas por sua vez
também chegaram a registar uma variação. Pois a primeira compra foi de 460, a segunda
baixou para 151, passando a última estancar-se nos 408 umidades do artigo. As variações
tanto no preço unitário de aquisição quanto nas quantidades devem-se à mudança de
fornecedores bem como à preocupação por parte da gestão de estoque com as ropturas de
estoque.

61
Figura nº 07 - Evolução do Preço de Venda no mercado

Chart Title
Quantidade P.U.
600
555
500 500 500 500 500 500
450
400
300 279
232
200 200
100 83 67
0
1ª Venda 2ª Venda 3ª Venda 4ª Venda 5ª Venda 6ª Venda
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Comentário:
O gráfico representado tem a intenção de nos ilustrar o comportamento das variações
tanto no preço quanto na quantidade aquando de suas vendas.
As vendas foram lineares a 500 da primeira até à 5ª passando a baixar na sexta venda
para os 450kz por unidade. As quantidades foram muito variáveis, o que é compreensível,
visto que é uma variável que não depende da empresa mas sim dos clientes.
Figura nº 08 - Diferencial das Existências Finais por ficha

Total
25,000
20,000 20,940
17,586
15,000 16,165

10,000
5,000
0
FIFO LIFO CMP
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Comentário:
O presente gráfico visa nos ilustra as variações que os valores das existências finais
registraram tendo em conta o método de custeio. Podemos então reiterar que:
Se a empresa optar pelo método FIFO, ela estaria a aceitar que as 53 unidades de rifa
Composto de existência final estejam avaliadas em 16.165,00; ao passo que a opção de
utilização do LIFO, lhe daria um valor de 20.940,00 e o CMP avalia estas mesmas
quantidades à um custo total de 17.585,93. Daí, como é claro e evidente, podemos apresentar
a seguinte expressão:

62
Como 16.165,00 < 17.585,93 < 20.940,00; então FIFO < CMP < LIFO
Figura nº 09 - Diferencial de custos por ficha

CMV
379,000.00
378,525.00
378,000.00
377,000.00 377,104.07
376,000.00
375,000.00
374,000.00 373,750.00
373,000.00
372,000.00
371,000.00
FIFO LIFO CMP
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Comentário:
Como o título do gráfico diz, o mesmo nos faz entender qual o comportamento do
Custo das Mercadorias Vendidas no mês de janeiro de 2024 em função a cada critério de
valorimetria. Portanto, como observado, as mercadorias têm um custo de 378.525kz se optada
a utilização do FIFO, passam a custar 373.750,00 e 377.104,07 se usar o LIFO e o CMP
respectivamente.

É de se notar o facto de a utilização do LIFO nos dar um custo mais baixo e o FIFO
por sua vez nos dá um CMV maior.

63
Figura nº 10 - Análise da Margem Bruta

M.B.V
271,000.00
270,420.00
270,000.00
269,000.00
268,000.00
267,000.00 267,065.93
266,000.00
265,645.00
265,000.00
264,000.00
263,000.00
FIFO LIFO CMP
Fonte: Elaboração do autor, com base aos dados fornecidos pela empresa

Comentário:
A margem bruta é nada mais, nada menos que o resultado oriundo da diferença entre
as vendas realizadas e os custos diretamente suportados para a aquisição destas. Logo, de
forma bruta, temos ao valores de 265.645kz, 270.420kz e 267.065,93 para o FIFO, LIFO e
CMP respectivamente.
Como podemos observar, a empresa PACIÊNCIA, realiza maior lucro bruto quando
opta por utilizar o LIFO, uma vez que este garante um maior resultado bruto.

64
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As empresas no seu dia-à-dia têm fazendo uso dos recursos postos à sua disposição
buscar à todo custo, gerar diferenciação face à concorrência, através de uma selecção
criteriosa de fornecedores qualificados que assegurem a qualidade dos fornecimentos e
serviços prestados, bem como reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens
tangíveis e serviços) fornecidos através de contratação adequada, de gestão económica dos
estoques e de armazenagem.
Foram registadas existências iniciais avaliadas em 135.000, isto é 450 unidades a
300kz cada. Durante o mês de janeiro registou-se um fluxo de compra e venda que fez com
que ao final do mês existissem 53 unidades de Rifa Composto avaliadas em 16.165,00 de
acordo ao FIFO; um valor de 20.940,00 se usar LIFO e 17.585,93. No caso de optar pelo
CMP. As mercadorias têm um custo de 378.525kz se optada a utilização do FIFO, passam a
custar 373.750,00 e 377.104,07 se usar o LIFO e o CMP respectivamente. No concernente à
MBV, temos ao valores de 265.645kz, 270.420kz e 267.065,93 para o FIFO, LIFO e CMP
respectivamente.
Até este ponto, podemos então afirmar que conseguimos alcançar os nossos objetivos,
pois foi possível conhecer os critérios de valorimetria das existências aplicados na
PACIÊNCIA, Lda. bem como, conseguimos ainda Elaborar a ficha de armazém usando os
métodos de custeio, com base a eles identificamos que de forma primária o método mais
adequado a ser utilizado com base aos valores da MBV é o LIFO, por ele nos apresentar um
maior margem bruta de vendas.
Foi também constatado que a utilização destas três principais fichas são de uma
extrema importância, pois estas auxiliam no funcionamento coerente e eficiente da secção
responsável pelas existências em particular, e da empresa num sentido lato. O que faz com
que um uso inadequado dos critérios de valorimetria das existências influenciam
negativamente na gestão da empresa porque está sub ou sobrevalorizando as existências;
confirmando assim as nossas hipóteses ora levantadas.

65
SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Com base aos resultados obtidos no decurso das investigações, à direção da empresa
PACIÊNCIA Lda, nós sugerimos o seguinte:

 Que continue pautando pelas políticas de gestão de estoque que tem utilizado
pois a eficiência destas é testemunhada pelos resultados que a empresa tem
obtido.
 Que paute por estratégias de gestão de estoque que lhe permitam adaptar-se ao
contexto no que concerne ao critério de valorimetria a utilizar.

66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

67
ANEXOS

68

Você também pode gostar