Anexo 2 DtzEmpregoOpPMPR FINALIZADA1

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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

ESTADO-MAIOR
3ª SEÇÃO

DIRETRIZ N.º 016/2024-PM/3

“DIRETRIZ DE EMPREGO OPERACIONAL


DA PMPR”

CURITIBA
2024
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PMPR Curitiba, 29 de outubro de 2024


EM
3ª SEÇÃO Diretriz n.º 016/2024

“DIRETRIZ DE EMPREGO OPERACIONAL DA PMPR”

1 FINALIDADE

Estabelecer as diretrizes gerais para organização, preparo e emprego operacional


da Polícia Militar do Paraná (PMPR), visando à proteção dos direitos fundamentais, à
preservação da ordem pública e à realização de polícia ostensiva no Estado, além de
cumprir outras atribuições definidas por lei.

2 OBJETIVOS

a) Estabelecer parâmetros doutrinários, regulamentares e procedimentais para


organização, preparo e emprego operacional da Polícia Militar do Paraná, mediante o
planejamento, comando, coordenação, execução e controle das atividades de polícia
ostensiva, de preservação da ordem pública e demais atribuições definidas em lei;
b) Delimitar de forma clara a missão precípua da PMPR, interrelacionando-a com a
legislação vigente;
c) Padronizar as condutas necessárias para o emprego operacional da PMPR;
d) Apresentar as ações estratégicas de emprego operacional da Corporação;
e) Definir os conceitos fundamentais relacionados às peculiaridades do emprego
operacional da Corporação;
f) Apresentar a estrutura e a articulação da PMPR, adequando o emprego
operacional às disposições legais em vigor, evitando possíveis conflitos de competência
interna.

3 SITUAÇÃO

Os desafios da segurança pública são diferenciados e abarcam desde a


padronização e modernização ao atendimento primário de situações rotineiras até
respostas mais complexas a ocorrências de alto risco. É nesse contexto que a Polícia Militar
do Paraná, estruturada na hierarquia e disciplina militares, e detentora exclusiva das
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missões de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, por força constitucional,


de lei orgânica e legislação específica, deve nortear seu emprego operacional em ações
proativas, visando à prevenção criminal e a preservação da ordem pública, orientada pelas
estratégias mais adequadas de policiamento, com foco na resolução de problemas.
De modo complementar, deve valer-se do conhecimento produzido pelo sistema de
inteligência para orientar o emprego lógico e racional do efetivo em ações e operações de
repressão qualificada, sempre com objetivo definido, decisivo e alcançável. Nesse sentido,
a presente Diretriz possui um peso normativo superior às demais regras e princípios
operacionais da Corporação, unificando e sintetizando as orientações estratégicas, visando
proporcionar uma base sólida e a modernização das práticas operacionais, sendo um ponto
de referência para o alinhamento contínuo das ações em todos os níveis da Corporação.
As ações promovidas pela Polícia Militar do Paraná devem estar integralmente
alinhadas à missão, visão e valores institucionais, nos termos de seu Plano Estratégico.
Este alinhamento é essencial tanto durante a fase de planejamento quanto na execução
das atividades. Cada iniciativa deve refletir o compromisso com a proteção da sociedade,
a ética profissional, a segurança e a excelência, demonstrando elevado espírito militar. A
adoção de uma postura íntegra garante que todas as ações, missões e operações estejam
direcionados para alcançar os objetivos institucionais. Desta forma, assegura-se uma
atuação coesa e eficaz, que não só atende às expectativas da sociedade, mas também
fortalece a credibilidade e a eficiência da PMPR.
Nesse sentido, o policial militar deve ser um promotor dos direitos humanos no
desenvolvimento de seu trabalho, não abusando do uso da força, mas executando
procedimentos justos para o atingimento de seus objetivos, aumentando a confiança da
comunidade na Instituição, que também participará da resolução dos problemas, garantindo
a transparência das ações e o correspondente controle social.
Para garantir a segurança e o bem-estar da sociedade, a Corporação deve planejar
suas ações de forma detalhada, com coordenação meticulosa e execução precisa,
monitorando os resultados e corrigindo os desvios, mantendo o controle sobre os recursos
disponibilizados para buscar a excelência na gestão operacional. Logo, esta norma serve
como um guia essencial para a tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais,
promovendo a melhor utilização dos recursos disponíveis para enfrentar os desafios diários
da segurança pública.
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4 ATRIBUIÇÃO LEGAL, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

4.1 ATRIBUIÇÃO LEGAL

Nos termos da Constituição Federal, a segurança pública é exercida para a


preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, cumprindo
à Polícia Militar, a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. Para tanto, sua
atuação deve ser balizada pela Lei Federal nº 14.751/2023 (Lei Orgânica Nacional das
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares), a qual prevê as diretrizes a serem
observadas pelas Polícias Militares, assim como pela Constituição Estadual e pela Lei de
Organização Básica da PMPR.

4.1.1 Polícia Ostensiva

A polícia ostensiva é atribuição exclusiva da Polícia Militar, que por meio de


aparatos físicos, fardas e viaturas, identificáveis de relance pela população, realiza
atividades preventivas para a preservação da ordem pública.
Dessa forma, enquanto polícia ostensiva a Corporação pode ser direcionada para
a prevenção não só de ilícitos penais, mas também para a prevenção da desordem social
e de ilícitos administrativos podendo atuar na integralidade de suas quatro fases, quando
assim previsto em lei: ordem, consentimento, fiscalização e sanção.
Nos trabalhos realizados pela Polícia Militar para prevenção de desordens sociais
e ilícitos administrativos que perturbem a tranquilidade e saúde pública, a Instituição se vale
do poder de polícia, sendo a prerrogativa de direito público que permite a intervenção na
liberdade, propriedade e demais direitos individuais, restringindo-os em prol do interesse
coletivo, de maneira a garantir a supremacia do interesse público.
No contexto da sua missão primordial, a Corporação pode atuar em três níveis de
prevenção:
a) Prevenção primária: as ações são baseadas nas causas da criminalidade num
sentido mais amplo. A prevenção não é percebida como de competência exclusiva das
instituições de segurança pública, mas também de famílias, escolas e sociedade. Assim,
envolve ações proativas num processo de gestão de risco, ou seja, promovendo a
identificação, análise e mitigação de ameaças à ordem pública. Nesta fase a atuação é
geral, nas causas dos problemas, e enseja a aproximação e participação da comunidade e
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de outros órgãos, por meio de reuniões, palestras e de uma atuação integrada a fim de
implementar estratégias que possam reduzir os riscos à ocorrência de ilícitos e desordens
sociais, buscando evitar danos à vida, à integridade física, ao patrimônio e ao meio
ambiente, assim como a redução do medo na comunidade;
b) Prevenção secundária: esse tipo de prevenção está fundamentado na noção
de risco e proteção. Envolve a identificação precoce de sinais, comportamentos ou
condições que indicam a presença de desvios da normalidade. Isso pode incluir a análise
de indicadores, dados estatísticos, relatos da comunidade e informações de inteligência.
Identificado algum desvio da normalidade social e que possa repercutir na ordem pública,
no exercício da prevenção secundária, a Polícia Militar atuará para atenuar danos e
restabelecer a situação. Sua aplicação se dará por meio das ações de polícia ostensiva;
c) Prevenção terciária: atuação quando já houve a vitimização, procurando-se
evitar a reincidência do autor e promover a reabilitação individual e social da vítima. Refere-
se às ações desenvolvidas pela Polícia Militar após a repressão imediata e o
restabelecimento da ordem, zelando pelo atendimento continuado ao cidadão, incluindo
outras condutas subsequentes que possam evitar a reincidências de crimes nos mesmos
locais e circunstâncias.

4.1.2 Preservação da Ordem Pública

A preservação da ordem pública abrange duas fases: a primeira, em situação de


normalidade, com a atuação policial mediante ações ostensivas preventivas, e a segunda,
quando a ordem pública é quebrada, momento em que a atuação institucional abrangerá o
restabelecimento por meio de ações de repressão imediata, nos casos de crimes e
contravenções, e de restauração, nos casos de desordens.
Em razão de sua atribuição constitucional de preservação da ordem pública ser
coincidente com um dos objetivos do sistema nacional de segurança pública, decorre a
missão subsidiária da Polícia Militar, atuando nas situações que afetem a ordem pública e
o órgão competente esteja inoperante ou falido, e a missão residual, nas situações que
afetem a ordem pública e inexista órgão encarregado para dar a resposta no caso
específico.
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4.2 PRINCÍPIOS

São as premissas essenciais que orientam e direcionam a ação da Corporação,


garantindo que suas atividades sejam conduzidas de maneira ética, eficaz e consoante
seus valores. Eles servem como base para a tomada de decisões e para a implementação
de políticas e procedimentos, assegurando a coerência, a integridade e o sucesso das
ações, operações e missões. No contexto da Polícia Militar do Paraná, os princípios
norteadores são: proatividade, foco, integração, legitimidade social e
proporcionalidade.

4.2.1 Princípio da proatividade

O modelo tradicional e reativo de segurança pública, conforme estudos realizados


desde os anos 1960, tem se mostrado ineficaz, provocando um sentimento de frustração
nos policiais, caracterizada pela expressão “enxugar gelo”. Este modelo ainda afasta a
população da polícia, pois não vê resolvidos os problemas pelos quais a chamou.
Estratégias proativas, que consigam operar antes do crime ou da desordem
acontecer, evitam a concretização de danos e geram maior satisfação na comunidade
atendida. Essa forma de atuação, quando aplicadas em combinação com serviços urbanos
de limpeza, iluminação e fiscalização, podem provocar uma queda significativa nos índices
de violência e o aumento da legitimidade da PMPR.

4.2.2 Princípio do foco

Devido à necessidade de atender aos mais variados tipos de demandas, o modelo


de polícia reativa se torna altamente sem foco. Neste modelo, o policial não possui tempo
para se dedicar à priorização dos problemas, nem ao estudo aprofundado das causas que
podem ter originado ou potencializado a ocorrência daquela situação danosa. Essa forma
de agir acaba causando a sensação de que os problemas estão espalhados por todo o
território, dispersando as energias da Instituição.
Estudos comprovam que o crime é altamente concentrado, seja em relação ao
território, aos criminosos ou às vítimas. Identificar os endereços com maior incidência de
problemas, priorizando a alocação dos recursos, otimiza o emprego do efetivo, gerando
maior impacto na redução dos indicadores de ordem pública. Da mesma forma, o
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reconhecimento dos criminosos reincidentes e violentos e a adoção de estratégias focadas


nestes indivíduos, são altamente eficazes na redução da violência. Por fim, verifica-se que
características pessoais, estrutura e localização de alguns comércios e grupos
demográficos pequenos possuem maior risco de serem vítimas de crimes.
Estratégias de policiamento que priorizem as intervenções focadas nestes
territórios, criminosos ou vítimas, são mais precisas, utilizam com maior eficiência os
recursos públicos e trazem melhores resultados do que o policiamento realizado de forma
aleatória.

4.2.3 Princípio da integração

Estudos comprovam que os programas implementados por vários atores sociais ou


empregando diversos componentes de forma simultânea são mais eficazes do que os
desenvolvidos por uma única Instituição. Estes programas integrados melhoram os
resultados porque aumentam a responsabilidade das organizações, reduzem a duplicação
ou ausência de esforços em serviços importantes, aumentam o comprometimento com as
iniciativas, gerando estratégias focadas e proativas baseadas em dados coletados de
diversas fontes.
A forma de implementação de estratégias integradas de enfrentamento aos
problemas de ordem pública precisam ser bem planejadas. A mera junção de programas já
existentes, sem a definição clara de objetivos, de responsabilidades e de uma metodologia
de trabalho comum, não consegue produzir mudanças significativas na realidade social de
determinado território.
Os comandantes em todos os níveis têm a responsabilidade de estabelecer e
fortalecer parcerias, colaborações e canais de comunicação eficazes com outros órgãos e
instituições para o atingimento dos fins pretendidos sem, no entanto, negligenciar suas
prerrogativas e missões institucionais, permitindo uma troca de informações mais fluida, a
coordenação de esforços e atividades conjuntas para abordar questões específicas de
ordem pública.

4.2.4 Princípio da legitimidade social

Para que as estratégias adotadas pela PMPR no enfrentamento ao crime e à


desordem funcionem e tenham sustentabilidade no longo prazo, é importante aumentarem
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o nível de confiança das pessoas na Instituição. Não basta aplicar uma estratégia com base
em indicadores, evidências e amparo legal, sem que seja feito de forma adequada e
legítima, ou seja, a estratégia e a legalidade devem estar acompanhadas da anuência
social, a qual solidifica o que a maioria da população considera correto.
As comunidades afetadas precisam entender que o programa que será
desenvolvido naquele local é necessário e adota um procedimento justo na sua execução,
sem o emprego de força abusiva, pois o papel da Polícia Militar é de pacificar e resolver os
conflitos decorrentes da vida em sociedade, adotando procedimentos legais, morais e
éticos.

4.2.5 Princípio da proporcionalidade

Diante da gravidade de determinadas situações, a sociedade espera a adoção de


medidas enérgicas, sem levar em consideração as consequências a médio e longo prazos.
A preocupação com a possibilidade de agravar uma situação, mesmo ao tentar melhorá-la,
deve ser uma precaução a ser considerada pelos comandantes em todos os níveis. As
ações precisam ser proporcionais ao bem que se busca proteger, ponderando os resultados
esperados e os potenciais danos que possam ser causados.
Diz-se que o princípio da proporcionalidade se verifica quando estiverem presentes
na atuação policial a adequação, a necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito.
Devem ser desconsideradas como opções de ação as medidas inadequadas. Essas
medidas são aquelas que, embora legais e legítimas, não são efetivas e eficazes para a
solução do problema. Da mesma forma, a medida adotada deve ser necessária, verificando
que a solução do problema não pode se dar de forma menos onerosa ao infrator. Por fim,
a proporcionalidade se refere ao equilíbrio na relação entre custo e benefício. O policial
militar deve levar em conta que o fim a ser almejado deve estar em harmonia com o ônus
exigido.

4.3 DIRETRIZES

As diretrizes orientam ações, decisões e comportamentos para o emprego


operacional da Corporação. Elas servem como um quadro de referência para garantir que
todas as ações, operações e missões sejam conduzidas de forma consistente, eficiente e
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alinhada com os princípios e valores da Instituição. Para tanto, o emprego operacional deve
observar as seguintes diretrizes:
a) Prevenção e resolução pacífica de conflitos: desenvolver e implementar
estratégias eficazes de prevenção mediante ações de policiamento integradas e próximas
da comunidade, com foco na resolução de problemas, redução da criminalidade e na
preservação da ordem pública;
b) Atendimento prioritário ao cidadão: sendo o cidadão prioridade nas ações de
polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, a Polícia Militar, quando acionada por
qualquer meio, deve atendê-lo de forma imediata e satisfatória nas demandas que
necessitar;
c) Repressão qualificada: ação organizada, direcionada e integrada baseada em
inteligência de segurança pública, elevando os graus de eficiência policial;
d) Formação e capacitação continuada: promover a formação de qualidade e a
capacitação contínua dos policiais militares de forma que possuam as habilidades e
conhecimentos necessários para desempenhar suas funções de maneira eficaz e ética;
e) Inovação e melhoria contínua: buscar constantemente a inovação e a melhoria
dos processos e práticas operacionais, utilizando tecnologias e métodos modernos para
aumentar a eficiência e eficácia das ações e operações policiais;
f) Resiliência e adaptabilidade: desenvolver a capacidade de adaptação e
resiliência frente às mudanças e desafios, assegurando a continuidade das ações policiais
mesmo em situações adversas;
g) Uso seletivo ou diferenciado da força: utilizar a força de maneira proporcional
e adequada à situação, evitando-se excessos e respeitando os protocolos estabelecidos
pela Corporação;
h) Padronização de procedimentos operacionais: padronizar procedimentos a
fim de qualificar o serviço prestado e propiciar maior segurança ao policial militar.

5 ORGANIZAÇÃO

A organização da Polícia Militar do Paraná é fundamental para a eficiência, eficácia


e efetividade de suas atividades policiais voltadas para a preservação da ordem pública.
Estruturada hierarquicamente, ela permite uma clara divisão de responsabilidades e a
especialização de funções, garantindo que cada membro da Corporação saiba exatamente
seu papel e suas atribuições.
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A estrutura organizacional, norteada pela definição clara pelos níveis de


planejamento, pela atribuição da responsabilidade territorial e pelo emprego especializado,
facilita a coordenação de ações, a tomada de decisões estratégicas e a alocação eficiente
de recursos humanos e materiais, evitando a sobreposição de esforços e o conflito de
competências.
A atuação das Unidades especializadas deve levar em conta a responsabilidade
territorial para seu emprego ordinário, especial ou extraordinário, naquelas ações que não
dizem respeito à sua competência originária vinculada ao seu primeiro esforço de emprego
operacional. Da mesma forma, além da observância da responsabilidade territorial, as
Unidades Operacionais (UOp) deverão se atentar ao seu papel conforme os níveis de
planejamento na Instituição.

5.1 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

O planejamento na Polícia Militar é dividido em três níveis: estratégico, tático e


operacional. Cada um desses níveis desempenha um papel crucial na organização, preparo
e emprego operacional, garantindo a eficiência, a eficácia e a efetividade na preservação
da ordem pública. Os três níveis de planejamento são interdependentes e devem estar
alinhados para garantir uma gestão voltada para os resultados na PMPR. Em síntese, o
planejamento estratégico define a direção e as metas de longo prazo; o planejamento tático
traduz essas metas em ações específicas e coordenadas; e o planejamento operacional
executa essas ações no dia a dia.

5.1.1 Nível Estratégico

Neste nível se encontra o planejamento de longo prazo e, dada à sua natureza e


seu grau de importância para a organização, pode resultar em modificações substanciais
para a Corporação. Sua formulação compete ao Alto Comando, responsável pelas políticas
e diretrizes institucionais da organização, preparo e emprego operacional da PMPR, bem
como o assessoramento do nível político.
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5.1.2 Nível Tático

Neste nível se encontram as ações adotadas para traduzir as políticas e diretrizes


estratégicas a serem implementadas pelas Unidades Operacionais subordinadas, com
reflexos geralmente observados a médio prazo. Sua formulação compete aos Comandos
Intermediários.

5.1.3 Nível Operacional

Neste nível se encontram as decisões operacionais em cumprimento aos planos


táticos. Sua aplicação está atrelada às Unidades Operacionais e outros setores de mesmo
nível, já que tem conteúdo detalhado e analítico, focado em atividades ou tarefas do dia a
dia no âmbito operacional. Tais decisões, geralmente, geram reflexos a curto prazo.

5.2 RESPONSABILIDADE TERRITORIAL

A responsabilidade territorial se traduz na competência atribuída a uma


organização policial militar sobre um espaço geográfico específico. Isso implica na
responsabilidade primária por todas as questões afetas à ordem pública desse território. O
comandante tem autonomia operacional para aplicar o seu efetivo conforme as
peculiaridades locais, observando as diretrizes do escalão superior, respondendo também
pelos resultados e pela qualidade das ações. O planejamento, execução e controle
adequados da aplicação dos esforços, terão relação direta com os resultados alcançados.
Em relação às Unidades de policiamento especializado, deverá haver a
comunicação anterior aos comandantes com responsabilidade territorial para o
desenvolvimento das ações de recobrimento em seus territórios. Para as operações e
missões a serem executadas, deverá atuar de forma integrada com a Unidade Operacional
de área para o planejamento racional e lógico dos meios.
O emprego das Unidades especializadas deverá ser planejado segundo a
priorização das solicitações de apoio das Unidades Operacionais (UOp) de área ou de
determinações dos escalões superiores, atendendo as políticas de segurança pública
prioritárias definidas pelo nível estratégico da Instituição.
O território do Estado do Paraná é dividido para fins de planejamento, comando,
coordenação, execução e controle em regiões, áreas, subáreas, setores e subsetores. Além
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dessa distribuição geográfica, há a divisão realizada por especialidade de determinadas


UOp, cada uma com suas atribuições específicas. Desta forma, as circunscrições relativas
às Unidades que possuem responsabilidade territorial serão desdobradas em:
a) Região: espaço territorial atribuído à responsabilidade de um Comando
Regional;
b) Área: espaço territorial atribuído à responsabilidade de uma OPM de nível de
batalhão (BPM) ou equivalente;
c) Subárea: espaço territorial atribuído à responsabilidade de uma companhia (Cia.
PM) ou equivalente;
d) Setor: espaço territorial atribuído à responsabilidade de um pelotão (Pel. PM) ou
equivalente;
e) Subsetor: espaço territorial atribuído à responsabilidade de um destacamento
(DPM) ou equivalente;
f) Posto: espaço territorial atribuído a uma fração elementar ou constituída,
devidamente escalada para a realização da atividade-fim.

A distribuição das OPMs no território e a localização de suas sedes administrativas


(existentes e futuras), será decorrente de aprofundado estudo sócio-geoeconômico do
território, ajustado a outros fatores como padronização regional, evolução da criminalidade,
organização judiciária do Estado, sistema viário, sistema prisional, defesa do meio
ambiente, regionalização do Estado, atividades de defesa integrada e territorial, região
metropolitana e adequação às atividades de coordenação e controle. Deverá ainda manter
relação com a distribuição territorial dos demais órgãos integrantes do sistema, conforme
as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP), visando a facilitar a interação no
emprego operacional.
Os limites de responsabilidade territorial devem ser respeitados em todos os níveis
de atuação (regiões, áreas, subáreas, setores e subsetores), reconhecendo que os
problemas de ordem pública não se limitam às divisões geográficas. A delimitação territorial
serve para organizar e graduar os esforços policiais, com o objetivo de otimizar a execução
das atividades. Em condições normais, as ações policiais seguirão esses limites, mantendo
comunicação adequada com os órgãos competentes, conforme a situação, e sempre com
o foco na preservação da ordem pública.
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5.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Polícia Militar do Paraná é estruturada em órgãos de direção, apoio, execução,


assessoramento e correição, visando à organização da Corporação, às necessidades de
pessoal e de material e ao emprego da PMPR para o cumprimento de suas atribuições
constitucionais, para o correto planejamento, comando, coordenação, execução e controle
das atividades policiais militares desenvolvidas.
No campo operacional, o Subcomando-Geral é o órgão responsável pela direção
geral das atividades policiais militares, podendo ser assessorado pelas seções de Estado-
Maior da Corporação nos assuntos de suas responsabilidades. A estrutura própria do
Subcomando-Geral desenvolve o planejamento estratégico-operacional na Instituição.
Os comandos intermediários são responsáveis pelo planejamento das operações
que superem a capacidade operativa das unidades subordinadas ou que precisem de ações
coordenadas ao nível regional para fazer frente às demandas.
Os órgãos de execução da Polícia Militar constituem-se das Unidades Operacionais
(batalhões e companhias independentes) da Corporação. Cumpre a estas OPMs, dentro
da sua cadeia hierárquica de responsabilidade, as ações, operações e missões necessárias
ao cumprimento das competências policiais militares em suas respectivas circunscrições
territoriais e especificidades, voltadas à preservação da ordem pública.

5.3.1 Subcomando-Geral

O Subcomando-Geral tem a atribuição de avaliar, direcionar e monitorar as


atividades operacionais dos Comandos Intermediários. Poderá ainda planejar ou
determinar a um Comando Regional que desenvolva o planejamento das operações que
envolvam mais de uma região, supervisionando os resultados por meio da avaliação dos
indicadores.
Compete ao Subcomandante-Geral, enquanto comandante operacional da
Corporação, avaliar os pedidos de apoio que superem a capacidade operacional dos
Comandos Regionais, para determinar o emprego de outros Comandos Regionais ou das
OPMs do Comando de Policiamento Especializado e do Comando de Missões Especiais.
Estes Comandos deverão planejar em conjunto as operações e missões a serem
desenvolvidas no território afetado para fazer frente ao problema identificado.
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5.3.2 Comando Intermediário

A atual articulação da PMPR prevê a existência dos Comandos Intermediários,


denominados Comandos Regionais de Polícia Militar - CRPM (responsabilidade por regiões
geográficas), do Comando de Missões Especiais - CME (atividades de policiamento tático)
e do Comando de Policiamento Especializado - CPE (atividades de policiamento
especializado). Estes Comandos se encontram no nível tático, subordinados diretamente
ao Subcomandante-Geral.
Cumpre a todos os comandantes intermediários desenvolverem seu Plano Diretor,
alinhado com o Plano Estratégico da PMPR e com o Plano de Comando do Comandante-
Geral, visando a atingir os objetivos institucionais definidos nestes documentos, que estarão
sob sua esfera de responsabilidade.
Cabe ainda ao Comando Regional identificar os riscos ou problemas enfrentados
em sua região que necessitem de uma coordenação maior de esforços, assumindo o
planejamento, execução e controle das operações e missões a serem desenvolvidas, ou
definindo as responsabilidades de cada OPM, fornecendo o apoio necessário.

5.3.3 Batalhão de Polícia Militar ou equivalente

As Organizações Policiais Militares (OPMs) de nível batalhão (BPM) ou equivalente


executarão, de forma integrada, as atividades de polícia ostensiva na atuação tanto
preventiva, como repressiva, destinadas a preservar a ordem pública, desenvolvendo suas
ações, operações ou missões em espaços geográficos definidos, estando subordinadas
diretamente a um Comando Intermediário.
Estas OPMs são responsáveis pelo planejamento, comando, coordenação,
execução e controle das atividades em seus respectivos territórios, observando as políticas,
diretrizes, objetivos, indicadores e metas definidos pelos níveis estratégico e tático, com
foco na identificação precisa dos problemas, análise das causas e formulação de respostas
eficazes para uma solução aceitável e duradoura dos casos de perturbação à ordem pública
nos espaços geográficos sob sua responsabilidade.
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5.3.4 Companhia de Polícia Militar ou equivalente

A Companhia Policial Militar (Cia. PM) ou equivalente é uma subunidade


operacional que tem competência sobre determinado território ou sobre determinada
atividade, podendo ser responsável por uma subárea ou exercer essa atividade em todo o
território paranaense.
O Comandante de Companhia deverá manter contato aproximado com as
autoridades locais, visando a um melhor desenvolvimento das atividades desempenhadas
pelo seu efetivo. Deverá ainda analisar se as decisões tomadas pelos seus subordinados
estão alinhadas com as políticas, diretrizes, objetivos, indicadores e metas definidas pela
Instituição, monitorando a produtividade de seu efetivo, devendo adotar as medidas
necessárias para que os esforços despendidos estejam relacionados aos resultados
operacionais esperados.

5.3.5 Pelotão de Polícia Militar

O Pelotão PM (Pel. PM) é a estrutura responsável por parte de um espaço


geográfico dentro de uma subunidade PM, denominada setor. Quando a designação for por
responsabilidade sobre determinada atividade poderá não ser atribuída uma extensão
territorial específica, podendo atuar em todo o território paranaense.
O Comandante de pelotão deverá manter contato aproximado com as autoridades
locais, visando um melhor desenvolvimento das atividades desempenhadas pelo seu
efetivo. Deverá ainda analisar se as decisões tomadas pelos seus subordinados estão
alinhadas com as políticas, diretrizes, objetivos, indicadores e metas definidas pela
Instituição.

5.3.6 Destacamento e Subdestacamento Policial Militar

Cada Destacamento PM (DPM), Subdestacamento PM (SubDPM) ou equivalente,


possui a responsabilidade territorial sobre um espaço geográfico denominado subsetor. A
sua capacidade operacional será mensurada em função das características demográficas,
políticas, sociais e econômicas, bem como peculiaridades e necessidades de atendimento
das localidades sob sua responsabilidade.
Sua atribuição poderá ser parte de um município de grande/médio porte ou sobre
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a totalidade de municípios pequenos, ou distritos, dentro do respectivo pelotão PM a que


está subordinado. Quando tiver a responsabilidade sobre determinada atividade poderá ser
atribuída uma extensão territorial específica.

6 PREPARO

O preparo da Polícia Militar por intermédio de uma gestão operacional e


capacitação continuada é essencial para enfrentar os desafios cotidianos e emergenciais
com competência e confiabilidade. Esse aspecto envolve a antecipação de cenários e a
criação de estratégias adequadas para diversas situações, garantindo uma resposta rápida
e eficaz.
Cumprindo a destinação constitucional da PMPR, cabe aos Comandantes,
Diretores e Chefes o preparo de seus efetivos, obedecidas às políticas estabelecidas pelo
Comandante-Geral. Tal medida compreende, entre outras, as atividades permanentes de
planejamento, organização, desdobramento, capacitação, desenvolvimento de doutrina e
pesquisas específicas, inteligência e estruturação.
Para o desempenho de suas competências, poderão ser planejados e executados
exercícios operacionais, simulados, estudos de casos, treinamentos práticos, palestras,
instruções teóricas e nivelamentos adequados à natureza das atividades policiais militares
e resultados esperados, sendo necessário compreender que o preparo é um processo, e
que todo processo pode ser aperfeiçoado, exigindo adoção de variáveis que minimizem os
efeitos prejudiciais de um preparo desprovido de técnica.

6.1 CAPACIDADE TÉCNICA

A capacidade técnica se refere ao conhecimento e às habilidades dos integrantes


da organização em aplicá-los de maneira eficiente para alcançar determinados objetivos ou
resolver problemas específicos. Engloba uma série de elementos essenciais para o
desempenho eficiente das suas funções. Os policiais militares devem passar por
treinamento extensivo, que inclui aspectos técnicos, operacionais, legais e
comportamentais para lidar com diversas situações, desde o policiamento ostensivo até o
uso adequado de armamento e táticas de resposta a emergências.
Além disso, inclui o uso adequado de equipamentos, viaturas, comunicações,
armamentos, tecnologias de informação e comunicação para a eficácia das operações
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policiais. A capacidade técnica se baseia nas demandas projetadas pelo escalão superior
e também nas necessidades específicas e pontuais de cada Unidade. Para atingir os
objetivos, a manutenção de altos padrões éticos e profissionais é fundamental no
estabelecimento da confiança pública e do funcionamento eficaz da Instituição.
Nestes termos, cumpre a todos os que estiverem em função de comando envidar
esforços para que o seu efetivo esteja preparado para o exercício da autoridade de polícia
ostensiva e de preservação da ordem pública, buscando sempre a valorização da
Instituição e a efetividade dos seus serviços.

6.2 GESTÃO DO POLICIAMENTO

As concepções e práticas adotadas para administrar as instituições influenciam na


forma como elas buscam seus objetivos e nos resultados que alcançam. O surgimento de
novas tecnologias e ferramentas, bem como o maior conhecimento sobre o que funciona e
o que não funciona na redução da criminalidade e da desordem, têm influenciado no
surgimento de novos modelos de gestão das instituições de segurança. Entre os modelos
mais recentes de gestão do policiamento podemos citar a análise criminal, as reuniões de
estatísticas computadorizadas (Compstat) e a gestão por resultados.
A análise criminal é formada por diferentes processos voltados a identificar e
mensurar padrões na dinâmica criminal, com o objetivo de construir estratégias mais
efetivas de prevenção à violência. O desenvolvimento de mapas capazes de identificar os
padrões geográficos da dinâmica criminal representou um grande avanço da análise
criminal, mostrando que a violência é causada por um conjunto complexo de fatores.
As polícias que utilizam esse modelo de gestão possuem unidades especializadas,
formadas por profissionais especializados de diferentes áreas, a fim de analisar os
indicadores criminais e auxiliar os gestores a tomarem decisões mais precisas. A PMPR
não utiliza a análise criminal como um modelo de gestão, mas como uma ferramenta de
apoio ao processo decisório.
As reuniões de estatísticas computadorizadas, mais conhecidas como
Compstat, é um modelo de gestão que surgiu na década de 1980, tendo atingido sua
maturidade em 1994, em Nova Iorque. Neste modelo são realizadas reuniões semanais
com os responsáveis pelos bairros de uma cidade, em que se projetam em telões os
indicadores criminais e os mapas atualizados, sendo todos duramente cobrados para
18

reduzirem seus indicadores criminais, inclusive com a imposição de penalidades em caso


de maus resultados.
Esse modelo deu origem, no Brasil, ao modelo de gestão por resultados, que se
diferencia do Compstat em razão de alguns fatores: abrangência mais ampla, em razão de
que as polícias aqui são responsáveis por um Estado, enquanto nos EUA são municipais;
foco nos resultados do grupo e não de cada policial de modo individual, o que permite uma
análise individual da adesão de cada policial ao programa de policiamento; e dificuldade da
institucionalização do modelo no Brasil, muito dependente da vontade política em adotar o
modelo.
O modelo de gestão por resultados é adotado atualmente na PMPR por meio da
Gestão do Desempenho Operacional (GDO), com suas diretrizes definidas em documento
próprio. A avaliação dos indicadores criminais realizada nas reuniões com os comandantes
nos diversos níveis, auxilia na definição das prioridades no emprego do efetivo, escolha das
estratégias de policiamento mais adequadas para a solução dos problemas, assim como
permite comparar as práticas adotadas que surtiram os efeitos desejados e aquelas que
não se mostraram eficazes.

7 EMPREGO

O emprego operacional da Polícia Militar do Paraná deve ser estratégico e


planejado para maximizar a preservação da ordem pública e a prevenção de crimes. A
utilização eficaz dos recursos humanos e materiais da Corporação é crucial para a
realização de ações, operações e missões bem-sucedidas, seja em policiamento de rotina,
atuação em grandes eventos ou situações de crises. A combinação dessas atividades
garante uma abordagem completa e multifacetada, permitindo uma atuação proativa e
reativa e atendendo tanto às necessidades imediatas quanto às demandas de longo prazo
da sociedade.
O emprego adequado da força policial, baseado em inteligência e análise criminal,
contribui para a prevenção de crimes e a redução do medo na comunidade. Além disso, um
emprego bem conduzido fortalece a confiança da sociedade na Polícia Militar, promovendo
uma relação de colaboração mútua e respeito.
19

7.1 ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO

A ciência policial avançou nas últimas décadas, com a criação e aperfeiçoamento


de estratégias de policiamento que vieram em substituição ao modelo tradicional construído
no início do século XX e que não conseguia mais reduzir os índices criminais, prejudicava
a legitimidade das polícias, sendo ainda excessivamente oneroso, mas que ainda continua
orientando uma parte considerável das instituições policiais, principalmente no Brasil.
Por outro lado, diversas agências policiais inovadoras passaram a empregar novas
estratégias para reduzir os índices de violência e aumentar a confiança nas instituições. A
escolha de tais estratégias é baseada em evidências, ou seja, em elementos que
comprovam ou refutam o modelo de policiamento. Algumas dessas estratégias de
policiamento são:
a) Policiamento comunitário;
b) Policiamento de proximidade;
c) Policiamento com foco em pequenos delitos e ordem pública;
d) Policiamento em pontos quentes;
e) Policiamento orientado para a solução de problemas (POSP).

7.1.1 Policiamento comunitário

A ideia da parceria entre a sociedade e a polícia trabalhando juntas na identificação,


priorização e resolução de problemas contemporâneos de segurança pública, como o
crime, o medo do crime, as desordens físicas e morais e a decadência dos bairros, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida da comunidade, pode ser identificada tanto como
uma filosofia quanto uma estratégia de policiamento.
Como filosofia, a Polícia Comunitária promove a visão de que a segurança pública
é uma responsabilidade compartilhada entre a polícia e a comunidade, equilibrando o papel
da polícia de um modelo reativo, centrado em responder a incidentes, para um modelo
proativo e preventivo, que valoriza a construção de parcerias e o engajamento contínuo
com a sociedade na solução de problemas.
Como estratégia, o policiamento comunitário traduz essa filosofia em práticas
concretas que guiam as atividades diárias da polícia. Essa estratégia alinha e prioriza a
atuação policial de modo a integrar os valores da filosofia comunitária à prática operacional,
20

criando uma abordagem coesa e eficiente que se adapta à realidade local, busca a
prevenção e fortalece o vínculo com a comunidade.
O objetivo central do policiamento comunitário é aumentar a confiança das
comunidades na polícia, estabelecendo interações positivas, a fim de que a polícia seja
percebida como uma proteção, não como uma ameaça. Cabe ressaltar que essa estratégia
consegue melhorar os vínculos com os cidadãos, mas não necessariamente provocar
redução da criminalidade.

7.1.2 Policiamento de proximidade

O policiamento de proximidade é proativo, focado em termos territoriais, com a


fixação de policiais em territórios menores que bairros, os quais possuem como foco
estabelecer maior contato com a comunidade. No entanto, não é considerado programa de
policiamento comunitário por não conseguir avançar para uma efetiva mudança
permanente na filosofia de relacionamento com as comunidades, nem para a construção
de parcerias organizadas e permanentes com elas. Também não pode ser considerado
policiamento em pontos quentes pelo fato de fixar os policiais em determinado território com
o fim de criar vínculos com a comunidade, não tendo a dinamicidade sobre diversos locais
com alto índice criminal.
Essa estratégia de policiamento se mostra efetiva na redução dos indicadores de
roubo e no aumento da sensação de segurança nas comunidades atendidas. O fato de fixar
os policiais em pequenas unidades territoriais, traz desafios de sustentabilidade financeira,
uma vez que é difícil replicar sua estrutura para um maior número de territórios por muito
tempo.

7.1.3 Policiamento com foco em pequenos delitos e ordem pública

Conhecido no Brasil como estratégia das “janelas quebradas”. Não existe um


formato de aplicação específico, indo desde uma estratégia de maior integração com a
comunidade e resolução de problemas, passando por iniciativas de fortalecimento da
fiscalização administrativa, chegando a atividades voltadas, quase exclusivamente, a
detenção e encarceramento, conhecidas como “tolerância zero”.
A diferença na forma de implantar essa estratégia modifica os resultados
produzidos. Os resultados positivos ocorrem nos locais onde os policiais são mais proativos
21

e atuam para resolver os pequenos delitos e problemas de perturbação do sossego. A


priorização de uma atuação por meio do poder de polícia administrativa, de aplicação mais
rápida e simples do que as normas penais, resultam em menos efeitos colaterais,
mostrando bons resultados para problemas de convivência.
Focando as energias da polícia em um problema de desordem prioritário, as ações
ganham repercussão e são um símbolo para uma mudança de postura da comunidade.
Grande parte das pessoas envolvidas nos pequenos delitos combatidos pela polícia
possuem ligação com a prática de crimes violentos, resultando em uma queda significativa
desses delitos. O uso dessa estratégia de policiamento em parceria com os serviços
municipais de fiscalização administrativa, de melhoria urbanística e o envolvimento das
comunidades na solução do problema mostram melhores resultados.

7.1.4 Policiamento em pontos quentes

A concentração da criminalidade em determinadas localidades, chamadas de


microterritórios, é conhecida como “lei da concentração criminal”. A análise dos indicadores
criminais em endereços (hot spots) e segmentos de rua (hot segments), mostra que quanto
menor a unidade de medida maior será a concentração verificada.
Diante disso, ao se aplicar o policiamento nesses pontos quentes, por meio de um
planejamento operacional bem elaborado, comumente conhecido como cartão-programa,
obtém-se um resultado satisfatório na redução dos indicadores criminais daquela região.
No entanto, é preciso observar e avaliar o fenômeno para identificar se os criminosos
migraram para outros territórios, mudaram de crime ou o perfil da vítima.
Para que o planejamento do policiamento de rotina (cartão programa), atualmente
denominado de programação operacional, seja mais eficiente, há a necessidade de se
observar alguns fatores. O emprego deve ser focado em um determinado tipo de problema
(crime ou desordem), com a preparação das equipes empenhadas para a execução do
policiamento de forma que saibam qual o objetivo e que atividades deverão ser
desenvolvidas para uma maior prevenção e enfrentamento das causas. Além disso, outras
ações poderão ser implementadas simultaneamente em parceria com outros órgãos para
melhores resultados.
O planejamento operacional, de caráter obrigatório no emprego do policiamento em
pontos quentes, deve ser realizado obedecendo-se a critérios técnicos que levam em
consideração o tempo ideal de permanência no ponto quente, a escolha adequada dos
22

segmentos de rua que comporão os trechos de patrulhamento e a quantidade de vezes que


a equipe deverá passar nos pontos quentes durante o turno de serviço.
Importante salientar que mesmo depois de algum tempo sem a presença do
policiamento nos locais selecionados, há um efeito dissuasório residual que consegue
manter baixos os indicadores nos pontos quentes. Porém, o prazo sem a presença das
equipes não deve ser elevado. Quanto maior a adesão dos policiais ao planejamento
operacional, maior a redução dos indicadores, sendo que o monitoramento das equipes e
o acompanhamento dos resultados são fatores primordiais para o sucesso da estratégia.

7.1.5 Policiamento orientado para a solução de problemas (POSP)

Estratégia de policiamento que tem por objetivo principal a adoção de medidas


proativas direcionadas para a solução duradoura de problemas recorrentes. Busca atuar
nas causas do crime ou desordem envolvendo a comunidade na solução dos problemas
considerados prioritários.
O policiamento orientado para a solução de problemas busca reduzir ou solucionar
os problemas, reduzindo o medo e diminuindo a desordem física e moral vivenciada na
comunidade. Para sua efetividade carece de um diagnóstico preciso das causas
subjacentes do problema e da integração da comunidade e de instituições governamentais
e não governamentais na solução do problema. O método analítico utilizado é conhecido
no Brasil como I.A.R.A. (Identificação do problema, Análise das causas, Resposta
formulada e implementada e Avaliação dos resultados).
O POSP auxilia a polícia a focar os seus esforços nos problemas que mais afetam
a comunidade, por meio da construção de estratégias que levem em conta os recursos
disponíveis e a participação de outros atores na implementação das respostas. O
monitoramento e a avaliação constante dos resultados é essencial para serem adotadas
medidas de correção da execução ou de reformulação do planejamento quando os
resultados se mostrarem insatisfatórios.

7.2 VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

A aplicação estratégica do efetivo da Polícia Militar do Paraná é fundamental para


garantir a eficácia das ações e operações de segurança pública e a preservação da ordem
em todo o território paranaense. As variáveis permitem que o policiamento ostensivo seja
23

planejado e executado de maneira estratégica, adaptando-se às necessidades e


características específicas de cada situação para maximizar a eficácia na prevenção e
repressão de crimes.
Diante da diversidade de situações e desafios que a polícia enfrenta diariamente,
é imprescindível utilizar métodos bem planejados e estruturados para a distribuição e
emprego dos recursos humanos. As estratégias para a aplicação do efetivo envolvem a
análise criteriosa das áreas de maior necessidade, a adequação das modalidades de
policiamento às características locais e a coordenação das atividades operacionais de
maneira a maximizar a presença policial e a resposta rápida às ocorrências.
Estas estratégias são delineadas com base em variáveis como índices de
criminalidade, densidade populacional, eventos programados e peculiaridades regionais,
assegurando que o efetivo esteja posicionado para atuar preventivamente e reagir de
maneira eficiente. São as variáveis do policiamento ostensivo: modalidade, circunstância
de emprego, processo de emprego e tipo.

7.2.1 Quanto à modalidade

Para cumprir eficazmente sua missão, a Polícia Militar emprega diversas


modalidades de policiamento ostensivo, cada uma com características e objetivos
específicos. Cada uma dessas modalidades desempenha um papel crucial na preservação
da ordem pública e na proteção da sociedade. As modalidades são: patrulhamento,
permanência, diligência e escolta.
a) Patrulhamento: é a atividade de deslocamento constante de policiais, a pé, a
cavalo ou em veículos, por áreas previamente determinadas, para prevenir crimes,
preservar a ordem pública e assegurar a segurança da população. Essa modalidade
envolve a vigilância ininterrupta e a presença ativa em locais estratégicos, permitindo tanto
a dissuasão de atividades ilícitas quanto a rápida resposta a ocorrências.
b) Permanência: é a atividade predominantemente estática, onde uma viatura ou
uma equipe policial permanece estacionada para monitorar e controlar um espaço
geográfico específico. Este conceito é utilizado principalmente para garantir uma presença
policial contínua e visível em locais estratégicos, contribuindo para a prevenção de crimes
e a redução do medo na comunidade.
24

c) Diligência: esta atividade envolve a busca e apreensão de objetos ou a busca e


captura de pessoas em flagrante delito ou com mandado judicial. É direcionada e focada
em cumprir ordens judiciais ou responder a situações de flagrante.
d) Escolta: consiste em uma atividade de policiamento ostensivo destinada à
custódia e proteção de pessoas ou bens durante deslocamentos. Esta modalidade
assegura que os indivíduos ou itens escoltados cheguem ao seu destino em segurança.

7.2.2 Quanto à circunstância de emprego

O policiamento ostensivo é realizado de forma visível e preventiva, buscando


desestimular a prática de delitos e fatos que alterem a ordem pública por meio da presença
constante das forças de segurança nas ruas e demais locais. Assim, ele pode ser
classificado em três circunstâncias distintas: ordinário, extraordinário e especial, cada
uma com características e objetivos específicos.
a) Ordinário: refere-se ao emprego rotineiro de meios operacionais, seguindo um
planejamento de aplicação com base nas demandas da comunidade. Um exemplo é a
escala diária dos policiais militares das Unidades Operacionais, que trabalham em turnos
dentro de suas respectivas áreas de atuação. Envolve a presença em locais de grande
circulação de pessoas, como praças, centros comerciais e áreas residenciais e a
manutenção de postos de vigilância. O objetivo principal do policiamento ordinário é
preservar a ordem pública por meio da presença policial, proporcionando uma redução do
medo na população.
b) Extraordinário: é o emprego eventual e temporário de meios operacionais, em
razão de um acontecimento imprevisto, que exige manobras de recursos. O foco é
responder rapidamente a situações emergenciais e temporárias que exigem uma presença
policial maior que a habitual, visando restabelecer a ordem e garantir a segurança dos
cidadãos. É realizado com o uso de tropas especializadas, equipamentos e táticas
específicas. Por exemplo: crises policiais, intensificação de policiamento em áreas
conflagradas, manifestações não previstas etc.
c) Especial: é o emprego temporário de meios operacionais em eventos
previsíveis, que exijam esforço além do policiamento cotidiano e um tipo de atuação
específica. Por exemplo: atuação em jogos de futebol profissional, shows, eleições, greves,
manifestações previstas, eventos de carnaval, operações de reintegrações de posse,
proteção de autoridades etc.
25

7.2.3 Quanto ao processo de emprego

O processo de emprego se refere ao meio de locomoção que permite que o


policiamento ostensivo se adapte aos diferentes ambientes, garantindo a eficácia em áreas
urbanas, rurais, aquáticas ou aéreas. Essa adaptabilidade está diretamente relacionada à
escolha do meio a ser utilizado, como viaturas, motocicletas, embarcações ou aeronaves,
que são selecionadas conforme a peculiaridade de cada cenário operacional. A definição
do meio adequado, além de potencializar a mobilidade e a capacidade de resposta,
assegura que a presença policial seja eficiente e dissuasiva, preservando a ordem pública
e protegendo os direitos fundamentais da população.
A seguir, os processos de emprego do policiamento ostensivo:
a) Policiamento a pé: permite ao policial estar mais próximo da população,
facilitando o contato direto com os cidadãos e promovendo maior confiança na Corporação.
Esse processo é comum em áreas urbanas de grande movimentação de pessoas, como
centros comerciais, parques e eventos públicos. A presença física do policial serve como
um fator dissuasivo, inibindo a prática de crimes e desordens, além de ser eficaz no
monitoramento contínuo e na resposta rápida a ocorrências próximas.
b) Policiamento motorizado (automóvel, motocicleta e outros): o policiamento
motorizado é um dos mais utilizados devido à sua capacidade de cobrir grandes áreas em
menor tempo, além de responder rapidamente a emergências. Em áreas urbanas
congestionadas, onde a mobilidade é um fator crucial para a ação policial, o uso de
motocicletas é especialmente vantajoso, pois facilita o acesso a locais de difícil alcance.
c) Policiamento a cavalo: no policiamento ostensivo, os cavalos oferecem uma
visão elevada aos policiais, facilitando o monitoramento e aumentando a visibilidade. Sua
imponência tem um forte efeito psicológico e ajuda no controle de multidões, sendo eficaz
em grandes eventos.
d) Policiamento com aeronaves: é realizado com o uso de helicópteros,
Aeronaves Remotamente Pilotadas - ARP (drones) e aviões, podendo ser aplicadas
tecnologias para maximizar o equipamento. Os helicópteros são empregados em situações
que exigem transporte de tropa e/ou deslocamento rápido, como acompanhamentos
táticos, monitoramento de grandes eventos, operações em áreas de difícil acesso,
transporte aeromédico e salvamento em desastres. O uso de ARPs permite o
monitoramento de áreas específicas e, com menor custo e risco, são plataformas de
observação. O avião, por sua vez, realiza patrulhamento de grandes áreas, em especial,
26

no apoio aos órgãos ambientais, transporte rápido de equipes especializadas e transporte


aeromédico e de órgãos. O policiamento com aeronaves pode ser utilizado em diversas
operações, bem como para a vigilância de áreas extensas ou difíceis de alcançar, como
florestas e montanhas, faixas de fronteiras ou marítimas, além de fornecer suporte logístico
às operações em terra.
e) Policiamento embarcado: caracteriza-se pela utilização de embarcações como
meio de transporte para o deslocamento de tropa em atividade de patrulhamento em
ambientes aquáticos, fornecendo maior mobilidade e capacidade de resposta em
ambientes onde o acesso por terra seria inviável ou ineficiente.
f) Policiamento com bicicleta: é uma alternativa para áreas urbanas com grande
presença de pedestres, como calçadões, ciclovias, parques e eventos, além de locais onde
o acesso por viaturas é limitado ou ineficaz, oferecendo uma mobilidade superior à do
policiamento a pé.

7.2.4 Quanto ao tipo

Os diferentes tipos de policiamento são formas de atuação qualificadas em razão


do escopo das atividades policiais, a legislação específica a ser empregada, o ambiente, o
treinamento e os principais bens jurídicos tutelados. Considerando isso, os tipos de
policiamento ostensivo são: policiamento ostensivo geral (POG) e policiamento
ostensivo especializado (POE).

7.2.4.1 Policiamento ostensivo geral (POG)

Visa preservar a ordem pública por meio da presença de policiais em locais


estratégicos. A atuação policial exerce um papel dissuasivo, inibindo a prática de crimes e
desordens. Além de prevenir, o policiamento ostensivo geral também exerce a função de
repressão imediata, respondendo rapidamente a ocorrências, visando neutralizar ameaças
e restabelecer a segurança e a tranquilidade da população. O POG envolve os diversos
processos e modalidades.
27

7.2.4.2 Policiamento ostensivo especializado (POE)

Refere-se à atuação das forças policiais em áreas ou situações que demandam


conhecimentos técnicos e táticos específicos, não abrangidos pelo policiamento ostensivo
geral. Inclui subtipos como o policiamento de trânsito, escolar, ambiental, de choque, de
fronteira, aéreo e com cães, entre outros. São subtipos de POE:
a) Motopatrulhamento Tático: realizado com o uso de motocicletas e com
aplicação do garupa atirador. Destaca-se pela agilidade e capacidade de manobra em
locais de difícil acesso ou em situações que demandam uma resposta rápida. É aplicado
com foco em intervenções táticas em áreas de risco, operações de dispersão de
aglomerações, escoltas táticas e apoio a outras unidades.
b) Operações Especiais Policiais: são atividades exclusivas do Batalhão de
Operações Especiais (BOPE) que exigem treinamento avançado e constante de seus
operadores, além de estratégias específicas para lidar com situações de alta complexidade
e risco. Objetivam fornecer resposta rápida e eficaz às ocorrências críticas, as quais
demandam intervenções especializadas. Abrangem situações como tomada de reféns,
incidentes com suicidas armados, crimes violentos contra o patrimônio e domínio de
cidades, ocorrências com explosivos e ameaças QBRN (químicas, biológicas, radiológicas
e nucleares), entre outras. Além disso, atua em atividades de cumprimento de mandados
de alto risco, prevenção e combate ao terrorismo, realização de escoltas associadas às
missões especiais, proteção de dignitários, defesa e retomada de pontos sensíveis,
rastreamento e captura de criminosos em diferentes territórios, além de desarticulação de
organizações criminosas.
c) Patrulhamento Tático Motorizado (PATAMO): utiliza viatura modelo
caminhonete ou SUV, em áreas urbanas ou rurais, dotado de armamentos, equipamentos,
acessórios e missões específicas. Segue doutrina própria, proporcionando uma resposta
rápida e tática em situações de maior complexidade. É empregado por grupos
especializados, sendo eficaz em atividades que demandam maior poder de dissuasão e
enfrentamento ao crime, como combate às organizações criminosas, operações em áreas
de risco, bem como apoio aos demais tipos de policiamento.
d) Policiamento Aéreo: utilizado em operações de emergência (como transporte
de tropa em ocorrências de crise, resgate de feridos ou acompanhamentos táticos), no
monitoramento de grandes áreas, cobertura de áreas de difícil acesso para viaturas. Pode
ser utilizado de forma ostensiva e preventiva, com o impacto psicológico em possíveis
28

infratores, ou de forma repressiva em apoio a todos os tipos de ocorrências da PMPR e


apoio a outros órgãos. Ainda, as aeronaves têm a possibilidade de realizarem voos altos,
reduzindo a sua identificação, auxiliando nas ações de inteligência.
e) Policiamento Ambiental: voltado para a proteção do meio ambiente, tendo
como objetivo prevenir e combater infrações ambientais, penais e administrativas, a
exemplo do desmatamento ilegal, caça e pesca predatórias, tráfico de animais silvestres,
poluição, queimadas irregulares e diversos outros delitos ambientais. Atua tanto em áreas
urbanas quanto rurais, bem como na proteção de unidades de conservação.
f) Policiamento Aquático: objetiva preservar a ordem pública pela vigilância
contínua em áreas alagadas de represas ou ambientes naturalmente aquáticos formados
por locais em situação de enchentes, rios, represas, lagos, baías e costas. Se distingue por
assegurar a proteção de comunidades isoladas, que dependem exclusivamente de vias
aquáticas para seu acesso e evitar saques nos locais evacuados em situações de
enchentes.
g) Policiamento com Cães: emprega cães treinados para auxiliar os policiais em
diversas atividades, como localização de drogas, explosivos, armas, pessoas
desaparecidas, suspeitos em fuga e controle de multidões, garantindo maior segurança e
apoio às equipes policiais. Devido ao poder dissuasivo, são empregados para controlar
tumultos e para patrulhamento em áreas de alta periculosidade.
h) Policiamento Comunitário Escolar: voltado para atender as instituições de
ensino e toda a comunidade escolar. Seu foco principal é a prevenção, por intermédio de
ações coordenadas, fundamentadas nos princípios da Polícia Comunitária. Essa atuação
visa promover mudanças comportamentais e incentivar escolhas saudáveis, contribuindo
para a construção de um ambiente mais seguro e harmônico no contexto escolar.
i) Policiamento de Choque: é utilizado em situações de grande aglomeração de
pessoas, em manifestações ou distúrbios que possam ameaçar a ordem pública. É o último
recurso utilizado pela PMPR no controle de multidões, realizado por unidades
especializadas que utilizam equipamentos especiais, como escudos, capacetes e
instrumentos de menor potencial ofensivo, objetivando o restabelecimento da ordem
pública.
j) Policiamento de Fronteira: voltado à prevenção, monitoramento, fiscalização e
repressão a crimes transfronteiriços e aqueles característicos das regiões de divisa entre
estados e fronteiras internacionais. Realizado pelo Batalhão de Polícia de Fronteira
(BPFron), que atua de forma singular, cooperada ou integrada com outras forças de
29

segurança pública, sempre com foco na proteção das fronteiras e no combate a ilícitos,
utilizando estratégias coordenadas e operações aéreas, terrestres e aquáticas.
k) Policiamento de Trânsito Rodoviário: tem por objetivo promover a segurança
viária, por meio de ações de fiscalização de trânsito, operações de cunho preventivo e
educativo, do registro e levantamento de sinistros de trânsito e do combate aos crimes em
rodovias estaduais.
l) Policiamento de Trânsito Urbano: tem por objetivo promover a segurança viária
por meio de ações de educação e fiscalização para fazer cumprir a legislação de trânsito,
prevenindo e coibindo crimes e infrações de trânsito. Engloba também o registro e
levantamento de sinistros de trânsito urbano, intervêm em situações de emergências, bem
como a realização de escoltas de trânsito.
m) Policiamento em Eventos: é utilizado para garantir a segurança e a ordem
pública em ocasiões de grande concentração de pessoas, como shows, eventos esportivos,
manifestações e celebrações culturais, prevenindo e mitigando riscos à integridade física
dos participantes, controlando multidões e agindo prontamente diante de emergências ou
distúrbios.
n) Policiamento Montado: realizado com o uso de cavalos em áreas de grande
aglomeração, como parques, eventos e manifestações. É empregado tanto em patrulhas
urbanas e rurais quanto em eventos esportivos e culturais. Permite atuação em locais de
difícil acesso e sua presença imponente auxilia no controle de multidões, além de promover
interação com a população.

7.2.5 Outras formas de atuação

Além dos tipos de policiamento ostensivo citados, existem outras formas de


atuação que complementam e ampliam a capacidade da PMPR de preservar a ordem
pública. Essas formas adicionais são adaptadas a contextos específicos e demandas
variadas, garantindo uma resposta alinhada às peculiaridades de cada situação. São
exemplos: Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU), Patrulha do Sossego, Patrulha
Maria da Penha, Patrulha Rural Comunitária, Patrulha Costeira entre outras.
Vale destacar que qualquer nova forma de atuação deve ser previamente planejada
e submetida à aprovação do Alto Comando da PMPR, que avaliará sua viabilidade e
alinhamento com as diretrizes operacionais e as necessidades estratégicas da Corporação.
30

7.3 ESCALONAMENTO DOS ESFORÇOS OPERACIONAIS

O escalonamento dos esforços operacionais na Polícia Militar refere-se à


distribuição e alocação estratégica de recursos humanos e materiais para maximizar a
eficácia das operações. Este processo envolve diferentes níveis de responsabilidade,
desde a execução das operações em campo até a tomada de decisões estratégicas, e
abrange a identificação de áreas prioritárias, baseando-se em análises de risco e índices
de criminalidade, e a determinação de como e onde os recursos devem ser empregados
para prevenir e combater o crime de maneira eficiente.
Essa atividade é vital para a efetividade da Polícia Militar, pois permite uma gestão
inteligente dos recursos disponíveis, garantindo que a presença policial seja mais visível e
impactante onde é mais necessária. Essa abordagem estratégica não só melhora a
capacidade de resposta da polícia, mas também reduz o medo na comunidade.
Os esforços operacionais da PMPR são estratégias integradas que buscam
preservar a ordem pública por meio de uma presença policial abrangente e eficiente. Eles
são essenciais para o recobrimento da malha protetora, que se refere à cobertura
territorial e à proteção contínua proporcionada pelas atividades policiais.
O processo de recobrimento da malha protetora é alcançado através da integração
de quatro esforços operacionais e um suplementar, criando uma rede de segurança que
cobre todas as áreas de risco, sejam urbanas ou rurais. Os esforços operacionais, que
serão detalhados a seguir, em resumo são os seguintes:
a) Primeiro esforço operacional: esforço ordinário da Unidade Operacional (UOp)
com responsabilidade territorial;
b) Segundo esforço operacional: apoio de tropas táticas da UOp;
c) Terceiro esforço operacional: apoio do CRPM;
d) Quarto esforço operacional: apoio de unidades especializadas do CME e CPE;
e) Esforço suplementar: aplicação de efetivo dos órgãos de direção, de apoio, de
assessoramento, de correição e de outros CRPM.

7.3.1 Primeiro esforço operacional

O primeiro esforço operacional consiste em ações de polícia ostensiva, com foco


tanto na prevenção quanto na repressão imediata. Este esforço é desempenhado
principalmente pelas Unidades Operacionais (UOp) com responsabilidade territorial, que
31

realizam a aplicação de Radiopatrulhas Auto (RPA), equipes supletivas e demais atividades


operacionais ordinárias. As ações seguem diferentes processos de emprego, podendo ser
preventivas ou com atendimento de ocorrências, nesse caso, desencadeadas por iniciativa
própria, por determinação superior ou por solicitações da comunidade, seja pessoalmente
ou pelo telefone de emergência 190.

7.3.2 Segundo esforço operacional

O segundo esforço operacional é caracterizado pelo recobrimento promovido pelas


tropas táticas pertencentes às próprias UOp. Essas unidades fornecem apoio direto às
equipes do primeiro esforço em suas áreas de atuação, intensificando as ações com o
emprego de unidades especializadas, como as Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas
(ROTAM), tropas de choque das Unidades que realizam o Patrulhamento Tático Motorizado
(PATAMO), Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Canis Setoriais,
entre outras. A integração dessas tropas permite uma resposta mais ágil e eficaz em
situações que demandam maior poder de enfrentamento.

7.3.3 Terceiro esforço operacional

O terceiro esforço operacional entra em ação quando os recursos disponíveis de


uma UOp territorial não são suficientes para lidar com situações que extrapolam sua
capacidade operativa. Nesse cenário, o Comando Regional de Polícia Militar (CRPM)
intervém, disponibilizando reforços oriundos de outras UOp subordinadas. Esses recursos
podem incluir tanto tropas regulares quanto táticas, proporcionando à UOp sob pressão um
incremento temporário em sua capacidade operativa para restabelecer a ordem.

7.3.4 Quarto esforço operacional

O quarto esforço operacional é ativado em situações de maior complexidade e se


caracteriza pelo uso de efetivos especializados, provenientes de Unidades subordinadas
ao Comando de Policiamento Especializado (CPE) e ao Comando de Missões Especiais
(CME). Essas unidades atuam de forma abrangente em todas as regiões do Estado do
Paraná, sendo mobilizadas conforme as particularidades operacionais e táticas exigidas
32

por cada situação específica, permitindo uma resposta altamente qualificada a eventos de
grande envergadura.

7.3.5 Esforço suplementar

O esforço suplementar é configurado pela mobilização de efetivos que


desempenham funções nos órgãos de direção, de apoio, de assessoramento e de correição
da Polícia Militar do Paraná (PMPR). Esses recursos são empregados para reforçar as
ações do CRPM e das UOp subordinadas. Além disso, outros CRPM podem ser acionadas
para prestar apoio em áreas fora de suas jurisdições, assegurando que as UOp
responsáveis territorialmente possam cumprir suas missões, mesmo diante de
adversidades que demandem reforços adicionais.

Diante do exposto, o escalonamento dos esforços operacionais na PMPR é uma


estratégia vital para garantir a eficiência e a abrangência das ações de preservação da
ordem pública. Ao integrar diferentes níveis de recursos, desde as ações ordinárias das
Unidades Operacionais até o emprego de tropas especializadas em situações de alta
complexidade, a PMPR assegura uma resposta ágil e coordenada para a prevenção e
repressão do crime.
Essa abordagem não apenas maximiza o uso dos recursos disponíveis, mas
também fortalece a capacidade de reação e proteção das comunidades, promovendo uma
sensação constante de segurança. A rede de esforços operacionais e suplementares
constitui uma malha protetora que cobre todas as áreas de risco, sejam urbanas ou rurais,
garantindo que a presença policial seja direcionada de maneira estratégica e eficiente. O
objetivo é aplicar com precisão os princípios de comando, controle e integração de forças
para manter a paz e a segurança da população.

7.4 OPERAÇÕES INTEGRADAS

Conforme a Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública


(DNAISP), operações integradas são definidas como ações coordenadas que envolvem a
participação de múltiplos órgãos e instituições. Elas ocorrem de forma articulada,
promovendo a sinergia de esforços entre agências por meio da interoperabilidade de
sistemas e da execução de atividades com objetivos comuns, respeitando as competências
33

e atribuições de cada participante. O processo de gestão dessas operações segue ciclos


de planejamento, execução, monitoramento e avaliação, com foco na otimização de
recursos e na eficiência na resposta a eventos críticos.
As operações integradas são caracterizadas pela cooperação e coordenação entre
diferentes entidades. A participação da PMPR envolve a atuação no planejamento e
implementação de atividades conjuntas, que visam respostas rápidas e efetivas frente a
cenários de crise, grandes eventos e necessidades de segurança local.
Nesse contexto, a PMPR colabora no planejamento, avaliação de riscos,
distribuição de responsabilidades operacionais e compartilhamento de informações de
inteligência. Em operações complexas, como grandes eventos ou intervenções de
emergência, a Polícia Militar trabalha em estruturas centralizadas de comando e controle,
assegurando que a comunicação seja fluida e as equipes atuem de forma coordenada.

7.5 INTELIGÊNCIA NO EMPREGO OPERACIONAL

O Sistema de Inteligência da Polícia Militar do Paraná (SIPOM/PMPR) é regido por


doutrina própria, fundamentada em um sistema normativo alinhado à Doutrina Nacional de
Inteligência de Segurança Pública e sujeito a revisões periódicas para garantir sua
atualização e efetividade. O SIPOM atua na obtenção e análise de dados e informações,
bem como na produção e disseminação de conhecimentos críticos para o processo
decisório do Comando da Corporação. Além disso, o sistema é encarregado da
salvaguarda de informações sigilosas, especialmente aquelas relacionadas à preservação
da ordem pública.
Os conceitos de Inteligência de Segurança Pública (ISP) e Inteligência Policial
Militar se complementam dentro do contexto de atividades específicas da área de
segurança pública. Embora distintas em sua aplicação, ambas visam garantir a segurança
da sociedade, prevenindo crimes e minimizando riscos por meio de uma gestão de
informações eficiente e estratégica.

7.5.1 Policiamento velado

É uma atividade de preservação da ordem pública, que atua de forma


complementar ao policiamento ostensivo. Consiste na utilização de policiais militares em
trajes civis, para fins específicos, prazo determinado, com características, princípios e
34

diretrizes operacionais próprias. Sua execução é realizada por pessoal operacional da


unidade, com a incumbência de coletar informações para uso imediato do comandante.
Essa atividade não deve ser confundida com as atribuições dos integrantes do Sistema de
Inteligência da Polícia Militar.

7.6 ESCALAS DE SERVIÇO OPERACIONAL

O desdobramento do efetivo policial das Unidades Operacionais, para sua atuação


como polícia ostensiva, exige capacidade de adaptação às circunstâncias do policiamento,
para que a Polícia Militar esteja presente onde e quando for preciso. Por isso, devem ser
aplicadas escalas operacionais que mantenham o efetivo operando diuturnamente,
estabelecendo condições para que os meios necessários estejam disponíveis para
emprego imediato, os quais serão alocados mediante canal decisório, devidamente
coordenado pelos detentores das funções de comando e supervisão.
Tomando por base os princípios da proatividade, do foco, da integração, da
legitimidade social e da proporcionalidade, as escalas de serviço deverão respeitar o
escalonamento de esforços operacionais, bem como o emprego racional e lógico dos meios
disponíveis. Assim, a escala precisa otimizar a alocação de policiais com base em análises
de dados e demandas variáveis, garantindo maior flexibilidade e eficácia nas atividades.
Cada comandante operacional deve observar os indicadores de resultados e esforços de
sua Unidade, realizando a devida gestão de desempenho operacional. A autonomia de
gestão das escalas operacionais não impede sua revisão pelo escalão superior.

7.7 COORDENAÇÃO E CONTROLE

No âmbito da coordenação e controle das atividades policiais militares, o COPOM,


as salas de operações, o Oficial Supervisor e o Coordenador do Policiamento da Unidade
(CPU) desempenham papéis essenciais, assegurando a execução eficaz das diretrizes
operacionais. Garantem a centralização das comunicações e a supervisão direta das
equipes em campo, nos seguintes termos:
a) O COPOM (Centro de Operações Policiais Militares) é a unidade responsável
pela coordenação das ocorrências policiais em tempo real. Sua principal atribuição é o
controle operacional das forças de segurança, centralizando as comunicações e
informações relacionadas às demandas de emergência e policiamento ostensivo. O Chefe
35

de Operações do COPOM é definido como autoridade de urgência e emergência no âmbito


da PMPR, para as Unidades a este vinculadas. As Salas de Operações possuem a mesma
competência dentro de sua respectiva área de atuação.
b) A supervisão consiste em assegurar que as diretrizes estabelecidas para o
serviço policial estão sendo executadas corretamente em todos os níveis. Ela envolve a
capacidade de identificar a necessidade de ajustes imediatos ou futuros nas estratégias
adotadas, visando a melhoria contínua da qualidade do serviço prestado. Nesse contexto,
cabe ao Oficial Supervisor inspecionar, revisar, orientar e direcionar as ações operacionais,
garantindo que as atividades sejam realizadas de maneira eficiente e conforme os objetivos
estabelecidos.
c) O Coordenador do Policiamento da Unidade (CPU) é o responsável pelo controle
operacional de todas as atividades de policiamento realizadas pela unidade em seu espaço
geográfico de responsabilidade territorial. O CPU atua como elo entre o comando da
unidade e as equipes policiais de serviço, garantindo que as diretrizes estabelecidas sejam
executadas de maneira eficiente e que as decisões sejam implementadas corretamente.

A atuação de todos os envolvidos nas atividades de Coordenação e Controle


acontecerá com a aplicação de recursos diversos, incluindo os sistemas informatizados em
vigor na Instituição, especialmente o SADE (Sistema de Atendimento e Despacho de
Emergências) cuja aplicabilidade envolve as atividades de cunho preventivo e de repressão
imediata. Em conjunto, os recursos tecnológicos auxiliarão na maximização do
planejamento e do emprego operacional, nas ações preventivas e na qualificação do
atendimento emergencial 190.
Diante da necessidade de intervenção e o efetivo registro dos atos inerentes à
atuação institucional, o Boletim de Ocorrência Unificado (BOU) e o Termo Circunstanciado
de Infração Penal (TCIP) deverão fazer parte do processo de concretização da ação policial
representando uma das formas de materializar o exercício da autoridade policial militar.
Tais registros deverão seguir as previsões doutrinárias evidenciando elevado grau de
qualidade e detalhamento nas descrições a fim de garantir o melhor atendimento ao
cidadão, resguardar a atuação profissional, nortear com precisão os dados estatísticos
utilizados nas atividades de planejamento, assim como, não prejudicar a continuidade da
ação penal, quando for o caso.
36

8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a) Esta norma constitui um documento normativo essencial, servindo como base


para as demais normas e procedimentos relacionados ao emprego operacional na
Corporação, possibilitando que todas as atividades sejam conduzidas de forma coerente,
padronizada e alinhada aos objetivos institucionais, buscando a eficiência, a legalidade e a
legitimidade das intervenções policiais.
b) Todos os órgãos de direção, apoio, execução, assessoramento e correição da
PMPR, deverão tomar conhecimento do conteúdo desta norma e, a partir de então,
direcionar e atualizar o planejamento, comando, coordenação, execução e controle das
atividades, consoante o contido nesta diretriz.
c) Esta norma deve ser incorporada de forma imediata nos planos de disciplina dos
cursos de formação, bem como nos cursos de aperfeiçoamento, capacitação e
especialização da PMPR, principalmente àqueles que envolvam o desenvolvimento de
competências operacionais, garantindo a padronização de terminologias e procedimentos.
d) Deverão ser priorizadas e realizadas instruções de nivelamento sobre a presente
norma, incluindo-as no Plano Geral de Ensino da Corporação, visando aumentar seu
alcance e difusão em todos os órgãos da PMPR.
e) Os aspectos doutrinários são dinâmicos e sujeitos a revisões e atualizações
sempre que necessárias, permitindo ajustes oportunos e justificados que acompanhem as
mudanças no contexto e as demandas da realidade contemporânea, assegurando que a
doutrina permaneça alinhada com os objetivos institucionais e a eficiência das atividades.
f) A 3ª Seção do EM fica responsável por recepcionar e selecionar sugestões e
propostas dos diversos escalões da PMPR para aprimoramento da presente diretriz.
g) Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Diretriz nº 004 de 16 de
junho de 2000.

Assinado eletronicamente.
Coronel QOPM Jefferson Silva,
Comandante-Geral da PMPR.

Distribuição: Comando-Geral; Subcomando-Geral; Gabinete do ChEM; Seções do EM; COGER; Diretorias;


1º ao 6º CRPMs e Unidades Subordinadas; CPE, CME e Unidades Subordinadas; Casa Militar; Assessorias
Militares.
37

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969. Reorganiza as Polícias Militares e os
Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, e
dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 3 jul. 1969.
BRASIL. Decreto nº 88.777, de 30 de setembro de 1983. Regulamento para as Polícias
Militares e Corpos de Bombeiros Militares (R-200). Diário Oficial da União: seção 1,
Brasília, DF, p. 14637, 30 set. 1983.
BRASIL. Doutrina nacional de atuação integrada de segurança pública – DNAISP. 2.
ed. Brasília, DF: Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2019.
BRASIL. Lei nº 14.751, de 31 de maio de 2023. Lei Orgânica Nacional das Polícias
Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 31 maio 2023.
PARANÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Paraná. Curitiba, PR:
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, 1989.
PARANÁ. Decreto nº 2.834, de 22 de abril de 2004. Cria as Áreas Integradas de
Segurança Pública. Diário Oficial n.º 6.713, de 22 de abril de 2004. Curitiba, PR.
PARANÁ. Decreto nº 7.339, de 16 de dezembro de 2010. Regulamento Interno e de
Serviços Gerais da Polícia Militar do Paraná. Diário Oficial do Estado do Paraná, Curitiba,
PR, 16 dez. 2010.
PARANÁ. Lei nº 1.943, de 23 de junho de 1954. Código da Polícia Militar do Paraná.
Diário Oficial do Estado do Paraná, Curitiba, PR, 23 jun. 1954.
PARANÁ. Lei nº 16.575, de 28 de setembro de 2010. Lei de Organização Básica da
Polícia Militar do Paraná. Diário Oficial do Estado do Paraná, Curitiba, PR, 28 set. 2010.
PARANÁ. Lei nº 20.866, de 9 de dezembro de 2021. Institui no âmbito do Estado do
Paraná, a Política Estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Sistema Estadual
de Legislação, Curitiba, 9 dez. 2021.
38

ANEXO A - Glossário

Ação policial militar: atitude técnica do policial militar desencadeada a partir de um


estímulo operacional.

Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP): são territórios definidos de modo a


coincidir com espaços geográficos de responsabilidade das corporações, Polícia Militar e
Polícia Civil, facilitando assim a cooperação e a coordenação das atividades de segurança
pública. Visam promover uma maior integração entre as forças de segurança pública,
dentro de suas respectivas circunscrições territoriais.

Autoridade de Polícia Judiciária Militar: é a autoridade responsável pela investigação e


condução de processos criminais envolvendo militares ou relacionados a crimes militares,
conforme definido pela legislação militar. Este papel é geralmente desempenhado por
oficiais das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares (Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares) que possuam atribuição específica para exercer as funções de polícia
judiciária no âmbito militar.

Autoridade policial militar: é uma extensão do poder/dever do Estado de proporcionar


segurança pública e preservar a ordem. Decorre da investidura do militar em seu cargo ou
função, refletindo o cumprimento do papel constitucional de garantir a incolumidade das
pessoas e do patrimônio. A autoridade de um policial militar, em qualquer nível, implica em
prerrogativas e responsabilidades. Assim, não é um privilégio pessoal, mas sim um atributo
do cargo ou função para o qual foi designado, com o dever de agir com impessoalidade,
garantindo a objetividade e a legalidade nas ações. Nesse sentido, uma das formas de
materializar o exercício da autoridade policial militar é por meio do Boletim de Ocorrência
Unificado (BOU) e do Termo Circunstanciado de Infração Penal (TCIP).

Comando: no contexto das operações integradas, refere-se ao poder de decisão que cada
representante do colegiado tem dentro de sua instituição. Isso significa que o comando é
individualizado e independente, respeitando a estrutura organizacional de cada órgão e sua
hierarquia interna, sem interferência de outras agências na autoridade de cada instituição
envolvida.
39

Controle: acompanhamento, monitoramento e avaliação das atividades da Corporação por


todos os que exercem comando, chefia ou direção, de forma a assegurar o recebimento, a
compreensão e o cumprimento das decisões do escalão superior, possibilitando identificar
e corrigir desvios, primando pela excelência de atuação. No contexto das operações
integradas, refere-se aos mecanismos de fiscalização e administração dos recursos
empregados pelas agências na atuação conjunta. Ele inclui a gestão das atividades que
estão sendo realizadas em um ambiente comum, com foco no monitoramento dos recursos
e ações das instituições envolvidas.

Coordenação: no contexto das operações integradas, é a forma de conduzir a gestão das


atividades multiagências, observando-se o princípio da liderança situacional e as
atribuições legais dos órgãos envolvidos. A coordenação é obtida por meio da conjugação
harmônica de esforços de elementos distintos, visando alcançar um mesmo fim, evitando a
duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções.

Desdobramento: refere-se à distribuição do efetivo e dos recursos operacionais da Polícia


Militar no terreno de maneira a garantir a cobertura eficiente de áreas estratégicas, como
áreas de risco ou de alta incidência criminal. O desdobramento envolve a aplicação das
forças em níveis distintos de recobrimento, a fim de ajustar a proteção e resposta conforme
a necessidade de cada local.

Efetividade: implica a capacidade de manter a consistência na obtenção de bons


resultados ao longo do tempo, garantindo que as práticas organizacionais permaneçam
sustentáveis e que o desempenho não se deteriore (realizar continuamente com qualidade).

Eficácia: reflete a capacidade de alcançar os resultados planejados, demonstrando o


sucesso em atingir objetivos e metas definidos (realizar o que foi planejado).

Eficiência: se refere à habilidade de obter os melhores resultados com o menor uso de


recursos possíveis, garantindo a máxima produtividade com o mínimo esforço ou
desperdício (realizar da maneira mais otimizada).

Esforço operacional: é a aplicação coordenada e escalonada de recursos humanos e


materiais por parte da Polícia Militar, visando a maximização da eficiência na prevenção e
40

repressão da criminalidade. O esforço operacional envolve o planejamento detalhado e a


execução estratégica de atividades, considerando variáveis como a distribuição geográfica
do efetivo, a intensidade da criminalidade em determinadas áreas, e a necessidade de
integração com a comunidade e outras forças de segurança. Essa ação é dividida em
diferentes níveis de recobrimento da malha protetora, priorizando a presença ostensiva e o
uso eficiente de unidades móveis e a pé para cobrir áreas críticas e oferecer uma resposta
rápida a eventos de risco.

Execução: no contexto da atuação integrada refere-se ao ciclo operacional em que os


planos e estratégias previamente estabelecidos durante a fase de planejamento são
implementados e executados. Essa fase envolve a coordenação das atividades planejadas,
o monitoramento em tempo real das operações, a alocação e uso eficaz de recursos
humanos, logísticos e tecnológicos, e o ajuste conforme necessário para atingir os objetivos
definidos.

Legitimidade: requisito do ato administrativo que se refere à conformidade do ato com a


lei e a competência da autoridade que o emite. O ato administrativo deve ser realizado por
uma autoridade competente e consoante as normas legais.

Malha protetora: é um termo usado na estratégia de policiamento para descrever a


distribuição de recursos policiais de forma a cobrir uma área de maneira uniforme e eficaz,
semelhante a uma rede de proteção que abrange uma determinada região, reduzindo a
vulnerabilidade e as atividades criminosas e garantindo que a presença policial esteja
amplamente distribuída e perceptível. É uma ferramenta fundamental no emprego
operacional da polícia, focada na prevenção e na resposta rápida, garantindo a segurança
em áreas críticas ou sob ameaça, por meio de uma cobertura integrada e coordenada.

Missão policial militar: é uma incumbência, tarefa ou objetivo mais amplo e definido, que
é atribuído a uma unidade, equipe ou policial individualmente. Ela representa o objetivo final
que deve ser alcançado dentro de um contexto mais planejado. A missão pode incluir uma
série de ações policiais coordenadas, visando a obtenção de um resultado desejado.

Monitoramento: processo contínuo de acompanhar as atividades operacionais realizadas


pela Polícia Militar, fornecendo informações aos comandantes sobre o andamento e a
41

execução dos planos de ação, assegurando que as atividades ocorram conforme o


planejado.

Operação policial militar: conceito mais amplo e complexo do que ação policial militar e
missão policial militar. Ela envolve o planejamento prévio e específico, a coordenação e a
execução de um conjunto de ações e atividades policiais, visando alcançar objetivo ou meta
específica, ou a execução de uma série de missões interrelacionadas. Uma operação
geralmente exige recursos materiais e humanos maiores, além de um planejamento
detalhado que leve em conta as variáveis do ambiente operacional, com estabelecimento
de objetivos a serem atingidos.

Ordem pública: é um estado ou situação de convivência pacífica, que impera a


tranquilidade pública, a salubridade pública e a segurança pública, além do funcionamento
harmonioso das instituições. Ela envolve a preservação da paz, o respeito às leis, a
proteção de bens públicos e privados, e a promoção do bem-estar geral.

Planejamento estratégico: é um processo que visa orientar uma organização para


alcançar seus objetivos e metas a longo prazo. Ele utiliza métodos sistemáticos para
analisar o ambiente interno e externo, identificar oportunidades e desafios, estabelecer
objetivos e metas claras, definir estratégias para alcançá-las e alocar recursos de forma
eficiente.

Poder de polícia: é a prerrogativa conferida ao Estado para restringir e condicionar o


exercício de direitos individuais, a fim de garantir o interesse público, a segurança, a ordem,
a saúde, os costumes e a tranquilidade social. Ele permite que a administração pública
adote medidas preventivas ou repressivas para evitar ou corrigir atos que possam
comprometer o bem-estar coletivo, dentro dos limites estabelecidos pela lei.

Repressão qualificada: conjunto de reações efetivas perante a ação criminosa, violência


ou forças adversas desenvolvido de modo sistemático nos locais, territórios ou momentos
conhecidos e identificados como de violência, antagonismos internos ou incidência criminal
elevada (delitos específicos), instruído previamente por uma avaliação adequada da
situação, embasada em atividade de inteligência e com a execução norteada pela doutrina
de emprego operacional.

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