Transtorno de Personalidade

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Transtorno de Personalidade

Existe o que chamamos de traços de personalidade, que é o aspecto


duradouro do comportamento de uma pessoa. Ou seja, sua tendencia a
sociabilidade ou isolamento; desconfiança ou confiabilidade nos outros. O
transtorno acontece quando o traço de personalidade apresenta um desvio
significativo em relação aos outros e os mesmos são muito inflexíveis, o que
prejudica a adaptação da pessoa nas situações cotidianas, causando assim,
sofrimento e incomodo em seus relacionamentos pessoais e em outras áreas.

O Transtorno de Personalidade faz parte do grupo de doenças mentais, onde


os traços emocionais e comportamentais de uma pessoa são mal ajustados.

No geral são padrões generalizados e persistentes de pensar, reagir e se


relacionar, que de alguma maneira causam sofrimento significativo, ou
comprometimento funcional.

Não existe especificamente uma origem, ou causa, os transtornos variam em


suas manifestações, mas acredita ser que a causa é uma combinação de
fatores genéticos e ambientais.

Geralmente começam a tornar-se evidente durante o final da adolescência ou


inicio da idade adulta, embora as vezes, sinais sejam aparentes mais cedo,
(durante a infância).

Alguns traços e sintomas variam e muitos desaparecem com o tempo.

Cerca de 9% da população geral, ou até mesmo a metade dos pacientes


psiquiátricos em unidade hospitalares e ambulatoriais tem o transtorno de
personalidade.

Sem distinção clara em temos de sexo, classe econômica e raça. Contudo


para o transtorno de personalidade antissocial, homens superam as mulheres
em 3:1.
No transtorno de personalidade borderline, as mulheres superam os homens
em 3:1, apenas em ambientes clínicos, mas não na população geral.

Para a maioria dos transtornos de personalidade, os níveis de hereditariedade


são cerca de aproximadamente 50, o que se assemelha e as vezes
ultrapassa a outros transtornos psiquiátricos maiores.

De acordo com o DSM-5-TR, os transtornos de personalidade são


principalmente problemas com

 Autoidentidade
 Funcionamento interpessoal

Problemas de autoidentidade podem se manifestar como uma autoimagem


instável (p. ex., as pessoas flutuam entre verem-se como bondosas ou cruéis)
ou como inconsistências nos valores, objetivos e aparência (p. ex., as
pessoas são profundamente religiosas na igreja, mas profanas e
desrespeitosas em outros lugares).

Problemas de funcionamento interpessoal.


Normalmente se manifestam ao não conseguir estabelecer ou manter
relacionamentos íntimos e/ou por insensibilidade com as outras pessoas (p.
ex., incapaz de criar empatia).
Pessoas com transtornos de personalidade parecem muitas vezes
incoerentes, confusas e frustrantes para aqueles que volta delas (incluindo
médicos). Essas pessoas podem ter dificuldade em entender os limites entre
elas mesmas e os outros. Sua autoestima pode ser inapropriadamente alta ou
baixa. Elas têm estilos inconsistentes, desconectados, sobre-emocionais,
abusivos ou irresponsáveis de paternidade/maternidade, o que pode levar a
problemas físicos ou mentais em seus cônjuges e/ou filhos.
O DSM-5-TR divide os 10 tipos de transtornos de personalidade em 3 grupos
(A, B, e C), com base em características semelhantes. Mas a utilidade clínica
desses grupos não foi estabelecida.

O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico. Contempla os


seguintes transtornos de personalidade e suas características distintivas:
 Paranoide: desconfiança e suspeita
 Não costumam expressar muito afeto, sendo considerado por
muitos, uma pessoa fria e distante
 Sentimentos de hostilidade, irritabilidade e ansiedade são
frequentes
 Medo excessivo de ser desprezado
 Tendência a guardar rancor
 Inclinação a distorcer e interpretar como maldosas as ações
das pessoas
 Predisposição à autovalorização em excesso

 Esquizoide: desinteresse em outras pessoas


 Poucas ou nenhuma atividade são prazerosas;
 Frieza emocional, pouca expressão de sentimentos calorosos –
de afeto ou raiva, por exemplo;
 São indiferentes a elogios ou críticas;
 Preferem atividades solitárias e criar suas próprias fantasias
pessoais;
 Não costumam ter amigos íntimos e nem interesse de ter essas
amizades;
 Costumam ser insensíveis a certas normas sociais, como
respeito aos mais velhos e a pessoas que estão em luto

 Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos

 Podem pensar que têm poderes como o de pressentir


acontecimentos ou de ler pensamentos;
 Podem ser supersticiosos e preocupar-se em excesso com
fenômenos paranormais;
 Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social:
preferem ficar sozinhos por acharem que são diferentes e não
se encaixam;
 Normalmente, não sabem lidar com os afetos e habilidades
sociais necessárias para relações interpessoais bem-sucedidas
e muitas vezes parecem interagir com os outros de maneira
inadequada.

O grupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático.


Contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas características
distintivas:

Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros,


falsidade e manipulação dos outros para ganho pessoal
 Tendência a manipular os outros em proveito próprio;
 Desrespeitam, abertamente, normas, regras e obrigações
sociais;
 São insensíveis aos sentimentos dos outros;
 Estabelecem relacionamentos com facilidade, mas têm muita
dificuldade em mantê-los;
 Apresentam baixa tolerância à frustração e, facilmente,
tornam-se agressivos e violentos;
 Não são capazes de assumir a culpa do que fizeram de errado
ou de aprender com as punições.

 Borderline: vazio interior, relacionamentos instáveis e


desregulação emocional
 Relacionam-se de maneira muito instável: podem ter um
grande apreço por uma pessoa e logo depois, desprezá-la;
 São muito impulsivas, principalmente em relação a gastos
financeiros, comportamento sexual e abuso de álcool, drogas
e outros vícios;
 Rápida variação das emoções, passando de irritação
para angústia e depois para um estado de depressão;
 Comportamento autodestrutivo: podem ser suicidas ou se
auto-mutilarem;
 Sentimentos frequentes e duradouros de vazio e tédio;
 Costumam apresentar constantes dúvidas a respeito de si
mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu
comportamento sexual e de sua carreira profissional.

 Histriônico: busca de atenção e emocionalidade excessiva

 Buscam frequentemente elogios, aprovações e


reafirmações dos outros;
 São sedutores, manipuladores e exibicionistas;
 Preocupam-se excessivamente com a aparência;
 Expressam emoções exageradamente – muita intensidade
com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro
convulsivo em situações pouco importantes;
 Sentem-se desconfortáveis em situações em que não são o
centro das atenções;
 Apesar da intensidade com que as expressa, suas emoções
são superficiais e mudam facilmente.

 Narcisístico: autograndiosidade, necessidade de admiração e


falta de empatia
 Constantemente preocupam-se com fantasias de sucesso
ilimitado, poder, inteligência, beleza e amor ideal;
 Acreditam que são superiores, especiais e únicos, esperando
que os outros também o vejam dessa maneira;
 Geralmente exigem admiração excessiva por parte de outras
pessoas;
 Não costumam ter empatia e têm dificuldade em
compreender os desejos, experiências e sentimentos dos
outros;
 Apresentam atitudes esnobes, arrogantes e condescendentes.

O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo. Contempla os


seguintes transtornos de personalidade e suas características distintivas:
 Esquivo: evitar contato interpessoal por causa de
sensibilidade à rejeição
 Costumam ser tímidos e sentirem-se desconfortáveis em
ambientes sociais, apesar de terem um anseio forte pelo contato
social;
 Magoam-se facilmente por críticas e desaprovações;
 Não costumam ter amigos íntimos além dos parentes mais
próximos;
 Frequentemente experienciam sentimentos de tensão e
apreensão quando expostos socialmente;
 Exageram nas dificuldades existentes em atividades comuns,
por estarem fora de sua rotina e zona de conforto.

 Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado

 São incapazes de tomar decisões do dia-a-dia sem diversos


conselhos e reafirmações de outras pessoas;
 Frequentemente submetem suas próprias necessidades às
dos outros;
 Mesmo que estejam em seu direito, evitam fazer exigências;
 Sentem-se desamparados quando estão sozinhos;
 Têm muito medo de serem abandonados por pessoas com
quem têm relacionamento íntimo;
 São facilmente magoados por qualquer crítica ou
desaprovação.

 Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez, e obstinação

 São formais, detalhistas e intelectualizadas;


 Quase nunca estão satisfeitas com seu próprio desempenho,
achando que sempre devem melhorar;
 São pessoas indecisas e cheias de dúvidas;
 Querem que as façam as coisas do seu jeito ou preferem fazer
tudo por achar que os outros farão errado;
 Dedicam-se excessivamente ao trabalho e negligenciam
atividades de lazer com família ou amigos;
 Costumam ser frios e não se expressar afetivamente;
 São excessivamente corretos, respeitosos e cautelosos em
relação às normas sociais.
DIAGNÓSTICO

 Critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais, 5ª edição, Texto Revisado (DSM-5-TR)

Transtornos de personalidade são subdiagnosticados. Quando as pessoas


com transtornos de personalidade procuram tratamento, as principais queixas
frequentemente envolvem depressão ou ansiedade, em vez de manifestações
do transtorno de personalidade. Depois que os médicos suspeitam de um
transtorno de personalidade, eles avaliam as tendências cognitivas, afetivas,
interpessoais e comportamentais utilizando critérios diagnósticos específicos.
Ferramentas diagnósticas mais sofisticadas e empiricamente rigorosas estão
disponíveis para médicos mais especializados e acadêmicos.

O diagnóstico de um transtorno de personalidade requer um padrão


persistente, inflexível e generalizado de traços mal-adaptativos.
Além disso, devem ser excluídas outras causas possíveis dos sintomas, como
outros transtornos de saúde mental,

Para que um transtorno de personalidade seja diagnosticado em


pacientes < 18 anos de idade, o padrão deve ter estado presente durante ≥ 1
ano.
Como muitos pacientes com transtorno de personalidade não percebem sua
condição, os médicos podem precisar obter a história de outros médicos que
trataram esses pacientes anteriormente, familiares, amigos ou outras pessoas
que tenham entrado em contato com eles.
TRATAMENTOS:

 Psicoterapia

 Terapia Ocupacional

 Às vezes, medicamentos para sintomas específicos ou


transtornos psiquiátricos coexistentes

O padrão ouro para o tratamento de transtornos de personalidade é


psicoterapia e terapia Ocupacional, tanto psicoterapia individual como em
grupo são eficazes para muitos desses transtornos se o paciente estiver
buscando tratamento e estiver motivado para mudar.

Tipicamente, transtornos de personalidade não são muito responsivos a


medicamentos, embora alguns medicamentos possam ser eficazes para
sintomas específicos (p. ex., depressão, ansiedade). O Terapeuta
Ocupacional também pode auxiliar na gestão de rotina diária, na organização
e orientação da manipulação medicamentosa.

Transtornos que muitas vezes coexistem com transtornos de personalidade


(p. ex., transtornos depressivos, ansiedade, relacionados a
substâncias, sintomas somáticos e os transtornos alimentares) podem tornar
o tratamento desafiador.
O Terapeuta Ocupacional atua na organização de Atividades voltadas para as
praticas necessárias de suas vivências. De acordo com as necessidades do
momento, de acordo com suas habilidades, ajudando assim o paciente na sua
reabilitação. Lembrando que a mudança comportamental é mais importante
para os pacientes com esses transtornos de personalidade.

Princípios gerais do tratamento

Em geral, o objetivo do tratamento dos transtornos de personalidade é a


redução do sofrimento subjetivo como a ansiedade e a depressão. Esses
sintomas muitas vezes respondem à intensificação do suporte psicossocial,
que muitas vezes representa retirar o paciente de situações ou
relacionamentos estressantes demais, ou utilização de medicações que
possam aliviar o estresse.

Os pacientes precisam entender que seus problemas com o trabalho ou


relacionamentos são causados por suas maneiras mal-adaptativas de se
relacionar com o mundo (p. ex., tarefas, autoridade ou em relacionamentos
íntimos). Alcançar esse entendimento requer uma quantidade substancial de
tempo, paciência e compromisso. Familiares e amigos podem ajudar a
identificar os problemas que pacientes e médicos de outra forma não
perceberiam.
Comportamentos mal-adaptativos e indesejáveis (p. ex., imprudência,
isolamento social, falta de assertividade, explosões temperamentais) devem
ser tratados rapidamente para minimizar os danos continuados para
empregos e relacionamentos.

https://zenklub.com.br/blog/para-voce/transtorno-de-personalidade/

https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/transtorno-de-personalidade

https://www.tuasaude.com/transtornos-de-personalidade/

https://www.telavita.com.br/blog/tipos-de-transtornos-de-personalidade/

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