Ação Recisória - Completo - Gran Cursos

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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Ação Rescisória

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ação Rescisória
Gustavo Deitos

Sumário
Apresentação.. ................................................................................................................3
Ação Rescisória. ..............................................................................................................5
1. Da Ação Rescisória.......................................................................................................5
1.1. Decisões de Mérito.................................................................................................... 7
1.2. Decisões sem Mérito. ................................................................................................8
1.3. Decisões Meramente Homologatórias: Não Cabe Ação Rescisória.. ...........................9
1.4. Competência........................................................................................................... 10
1.5. Hipóteses de Cabimento (art. 966 do CPC)............................................................. 13
1.6. Prazos para Ajuizamento........................................................................................22
1.7. Legitimidade Ativa e Passiva...................................................................................26
1.8. Pressupostos Processuais Específicos. . ................................................................. 28
1.9. Procedimento Legal e Aspectos Peculiares.. ...........................................................29
Exercícios......................................................................................................................34
Gabarito........................................................................................................................44
Gabarito Comentado. .....................................................................................................45

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Ação Rescisória
Gustavo Deitos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online!
Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes
de direito processual civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa,
o substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente o seguinte tópico de Direito Processual Civil: Ação
Rescisória.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do
material.

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Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde.
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.

Bons estudos!
Seja imparável!

 Obs.: A ação rescisória não é o único meio autônomo de impugnação das decisões judi-
ciais. Há outros meios também muito importantes, como o mandado de segurança e
a ação anulatória. Esta aula, particularmente, será destinada ao tratamento da ação
rescisória, que é muito explorada em provas e, portanto, merece atenção centralizada.

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AÇÃO RESCISÓRIA

1. Da Ação Rescisória

A ação rescisória é uma ação de natureza especial, cujo objeto, essencialmente, é a des-
constituição da coisa julgada material. Ademais, a ação rescisória possui natureza civil e
integra a fase de conhecimento do processo.
Esta ação integra o gênero “meios de impugnação de decisões judiciais”, ao lado dos
recursos em sentido estrito, uma vez que a ação rescisória se destina a desconstituir alguns
elementos – ou todos os elementos – de uma decisão judicial anteriormente proferida, obje-
tivo natural dos recursos propriamente ditos.
Para ajudá-lo(a) a fixar esse ponto, apresento o seguinte mapa mental:

Tanto o procedimento legal como as hipóteses de cabimento da ação rescisória estão


estruturados nos arts. 966 a 975 do Novo Código de Processo Civil.

 Obs.: Fique tranquilo: trataremos de todas as hipóteses do art. 966 em subcapítulo especí-
fico. Agora, apresentarei as noções básicas sobre ação rescisória.

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Os efeitos basilares da decisão definitiva proferida em sede de ação rescisória são consti-
tutivo-negativos (ou desconstitutivos), e seus reflexos temporais são ex nunc (prospectivos).

 Obs.: O estudo correto e aprofundado da ação rescisória é um elemento que põe o candi-
dato em significativa vantagem no concurso público, uma vez que a complexidade do
tema torna sua plena compreensão menos acessível. É para isso que trabalharemos:
para que este importantíssimo tema seja muito bem entendido por você, colocando-
-lhe em posição superior aos demais concorrentes.

Para que a ação rescisória seja admissível, basta que a decisão a ser rescindida tenha
transitado em julgado, independentemente do número de instâncias recursais que tenha per-
corrido para finalmente transitar em julgado. É o entendimento consolidado na Súmula 514
do STF:

Súmula 514 do STF


Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela
não se tenha esgotado todos os recursos.

Entendo que, antes de passarmos aos aspectos mais complexos da ação rescisória, é ne-
cessário mostrar-lhe algumas nomenclaturas basilares do assunto, para que você tenha muito
mais facilidade ao ler o material. São elas:
1) Decisão rescindenda: é a decisão judicial transitada em julgado que se pretende des-
constituir/modificar por meio da ação rescisória.
2) Rescindibilidade: é o tratamento da hipótese de uma decisão poder ser rescindida, ou
seja, a “possibilidade de rescindir”.
3) Juízo rescindente: é a apreciação do pedido de rescisão de uma decisão judicial transi-
tada em julgado. Trata-se do juízo que desconstitui uma coisa julgada material.
4) Juízo rescisório: além de desconstituir uma decisão transitada em julgado, trata de pro-
ferir um novo julgamento acerca da questão abordada pela decisão rescindida.

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Ex.:
Aprendendo na prática
O objeto essencial da ação rescisória, que é a pretensão de rescindir – desconstituir – deter-
minada decisão judicial, não cria obrigações às pessoas então beneficiadas pela decisão
rescindenda (decisão a ser rescindida no bojo da ação rescisória). Na verdade, eventuais
efeitos retroativos (ex tunc) que venham a emergir da ação rescisória decorrem do novo jul-
gamento do processo, quando a rescisão da decisão judicial o tornar necessário (art. 968, I,
NCPC).
É o novo julgamento do processo rescindendo, por sua vez, que interferirá de forma retroativa
nas relações jurídicas havidas entre as partes.

Abaixo, apresentarei subcapítulos específicos para cada tipo de decisão impugnável me-
diante ação rescisória, eis que as repercussões processuais se diferenciam consideravelmen-
te a depender do tipo.

1.1. Decisões de Mérito

O art. 966 do NCPC estabelece determinadas hipóteses de rescisão da “decisão de mérito,


transitada em julgado”.

No entanto, quais espécies de decisão seriam essas?

Em regra, para poder ser objeto de ação rescisória, basta que a decisão, por sua natureza
jurídica, tenha abarcado atividade cognitiva do Poder Judiciário. Isso significa que basta o
fato de a decisão ter entrado no mérito da questão para que desafie ação rescisória, assim que
transitada em julgado (esgotado o prazo recursal correspondente).
Um acórdão prolatado por qualquer tribunal, que aprecie o mérito da causa, em grau de
recurso ou originariamente, tão logo transitado em julgado, é passível de ação rescisória. Tam-
bém é possível que as sentenças de primeiro grau, depois de transitadas em julgado, sejam
objeto de ação rescisória.

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Não são somente sentenças e acórdãos que se sujeitam a ação rescisória. Uma decisão que
resolva parcialmente o mérito da questão, com fundamento no art. 356 do NCPC (julgamento
antecipado parcial do mérito), é uma decisão interlocutória. Embora não seja sentença e nem
acórdão, ela atua cognitivamente sobre a causa, razão pela qual, quando transitada em julga-
do, sujeita-se a ação rescisória.

Confira o Enunciado n. 336 do FPPC1:

Enunciado n. 336 do FPPC


Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito.

A necessidade de a decisão rescindenda resolver o mérito, para ser objeto de ação res-
cisória, é somente a regra geral, que comporta exceções. Estudá-las-emos no subcapítulo
iniciado logo abaixo.

1.2. Decisões sem Mérito

Embora a legislação seja expressa no sentido de somente decisões de mérito serem sus-
cetíveis de juízo rescisório/rescindente (juízo acerca de sua rescisão ou não), existem exce-
ções a tal regra. Vejamos, nesse sentido, o art. 966, § 2º, do NCPC:

Art. 966, § 2º, NCPC: Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão tran-
sitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I – nova propositura da demanda; ou
II – admissibilidade do recurso correspondente.

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Fórum Permanente de Processualistas Civis

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Sempre que uma decisão sem mérito estiver impedindo o ajuizamento de uma nova ação
ou impedindo que um recurso seja admitido, caberá ação rescisória contra essa decisão
impeditiva.

Ex.:
Aprendendo na prática:
1) Quando uma decisão específica impedir o ajuizamento de nova ação, caberá ação resci-
sória. Dou-lhe um exemplo: o art. 486, § 2º do CPC exige que, se uma ação for extinta sem
resolução do mérito, a parte autora poderá ajuizar nova ação idêntica, mas deverá pagar as
custas processuais e os honorários de sucumbência como condição para o ajuizamento da
nova demanda. Neste caso, se a sentença de extinção sem resolução do mérito tiver sido pro-
ferida com manifesta violação de norma jurídica (como criando uma hipótese não prevista em
lei de inépcia da petição inicial), ou se enquadrar em qualquer hipótese do art. 966, caberá ação
rescisória contra ela, mesmo que não seja de mérito.
2) É possível o ajuizamento de ação rescisória contra decisão que, ainda que não resolva o
mérito da causa, impeça a interposição de recursos. Tal sentença, na verdade, estaria fundada
em erro de fato ou violando manifestamente norma jurídica, como, por exemplo, ter computa-
do ao prazo recursal o período em que os prazos processuais devem permanecer suspensos
– 20 de dezembro a 20 de janeiro – (art. 220 do CPC), ou ter computado o prazo processual em
dias corridos, e não em dias úteis, como manda o art. 219 do CPC.

1.3. Decisões Meramente Homologatórias: Não Cabe Ação Rescisória

Por natureza, as decisões judiciais meramente homologatórias, que apenas certificam a


validade de ato jurídico praticado pelas partes (normalmente envolvendo disposição de direi-
tos), não envolvem atuação efetiva e ativa do juiz. Portanto, a ação rescisória não é o meio
adequado para anular o ato jurídico de mera disposição de direitos e homologado pelo juiz.

Exemplo: Transação (acordo) realizada entre as partes e sem a participação do juiz, limitando-
-se ele a simplesmente homologar a transação realizada e documentada pelas partes, extin-
guindo o processo com resolução do mérito (art. 487, III, “b”, CPC).

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Dessa forma, qual seria o meio adequado para anular ato jurídico de disposição de direi-
tos tão somente homologado pelo juiz?

Seria a AÇÃO ANULATÓRIA, que se diferencia da ação rescisória por ter como principal
efeito o efeito declaratório (sendo o desconstitutivo mera consequência natural), além de pro-
duzir, em regra, efeitos ex tunc (retroativos).
É isto o que dispõe o CPC:

Art. 966, §4º, CPC: Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros parti-
cipantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no
curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

1.4. Competência

A ação rescisória, como vimos, é uma ação processada e julgada exclusivamente em tribu-
nais. Resta sabermos, agora, que tribunais são esses, e com qual critério se identifica o tribunal
competente.
Desde já, dou-lhe três dicas para ter segurança ao identificar o tribunal competente para
processar e julgar uma ação rescisória:
1) A ação rescisória, por ser ação autônoma de impugnação, não segue a mesma lógica
funcional dos recursos. Portanto, nem pense em sempre olhar para o órgão jurisdicional supe-
rior àquele que prolatou a decisão.
2) Ações rescisórias contra decisões de tribunais, como TJ, TRF, STJ e STF, são proces-
sadas e julgadas pelos próprios tribunais que proferiram a decisão rescindenda. O TRF, por
exemplo, terá em seu regimento interno um órgão competente para julgar as ações rescisórias,
como o Órgão Especial (de qualquer forma, o próprio TRF julgará a ação rescisória contra seu
acórdão).
3) Ações rescisórias contra sentenças de juízes de primeiro grau seguirão a lógica dos re-
cursos: sentença de juiz de direito será objeto de ação rescisória ajuizada no TJ; sentença de
juiz federal, no TRF.

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E não pense que as regras de competência da ação rescisória são previstas apenas em lei:
elas constam do texto da Constituição Federal. Agora, apresento-lhe os fundamentos consti-
tucionais da competência para processar e julgar a ação rescisória:
1) Competência do STJ:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
(...)
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

2) Competência do STF:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
(...)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

3) Competência do TRF (rescisão de acórdãos do próprio TRF e de juízes federais):

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:


I – processar e julgar, originariamente:
(...)
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

 Obs.: Somente a competência dos Tribunais de Justiça (TJ) não tem regra prevista no texto
da Constituição Federal. Todavia, essa regra é normalmente prevista no texto das
Constituições Estaduais: o TJ é competente para processar e julgar, originariamente,
ações rescisórias contra seus próprios acórdãos e contra as sentenças dos juízes de
primeiro grau vinculados ao tribunal.

Perceba que a competência para o julgamento da ação rescisória é definida de acordo com
a última instância recursal que tiver se pronunciado sobre o mérito.

Exemplo: Se, em grau de recurso especial, o STJ se pronunciou sobre o mérito da causa, será
dele a competência para eventual futura ação rescisória. Se, todavia, o STF tiver analisado
somente aspectos de admissibilidade do recurso e não tiver apreciado o mérito, a competên-
cia será do tribunal inferior (TJ ou TRF, a depender do caso).

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Neste sentido, o STF editou as seguintes Súmulas:

Súmula 249 do STF


É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória, quando, embora não
tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo,
tiver apreciado a questão federal controvertida.
Súmula 515 do STF
A competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando a
questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja
diversa da que foi suscitada no pedido rescisório.

Professor, e se a ação rescisória for protocolada perante o tribunal “errado”? O que acontecerá?

Neste caso, caro(a) aluno(a), as consequências são um pouco diferentes do que normal-
mente acontece. Confira o que dispõem os §§ 5º e 6º do art. 968 do CPC:

§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado
para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apon-
tada como rescindenda:
I – não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966;
II – tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os
fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.

Lendo estes dois parágrafos, você pode vir a concluir que, na ação rescisória, o tribunal que
se declarar incompetente pode simplesmente ordenar o autor a emendar a inicial e remeter os
autos ao tribunal competente. Contudo, não é tão simples assim.
Constatada a incompetência funcional do tribunal, somente será autorizada a emenda da
inicial e a remessa dos autos se o fundamento da incompetência for um destes dois:
• 1) A decisão, além de não resolver o mérito, não é uma daquelas que impede nova ação
ou a interposição de algum recurso;
− Nesta hipótese, caberá ao autor indicar se alguma outra decisão do processo se
enquadra nas hipóteses do § 2º do art. 966, emendando a inicial e impugnando a
decisão correta. Não havendo tal decisão, poderá o autor simplesmente desistir da
ação rescisória.

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• 2) A decisão foi substituída por uma decisão posterior.

Exemplo:
Uma Câmara do TJ prolata um acórdão manifestamente violador de norma jurídica, levando a
parte prejudicada a ajuizar ação rescisória. Ao receber a petição inicial da ação rescisória, o TJ
verifica que o referido acórdão já foi substituído por uma decisão proferida em sede de recur-
so especial no STJ. Neste caso, o TJ deverá intimar o autor para emendar a petição inicial, de
modo a fundamentar sua impugnação à nova decisão, para, depois, remeter a ação rescisória
ao STJ.

Se a incompetência funcional (absoluta) do tribunal for devida a outras razões, não haverá
oportunidade de emenda à petição inicial, e será aplicada a regra geral pertinente à declaração
de incompetência, com imediata remessa dos autos ao órgão competente (art. 64, § 3º, CPC).

1.5. Hipóteses de Cabimento (art. 966 do CPC)


A ação rescisória não pode ser ajuizada tão somente para a revisão da “justiça” da decisão.
Não pode, outrossim, ser manejada como se fosse um recurso de natureza ordinária, quando o
recorrente busca uma nova apreciação sobre uma causa decidida em instância inferior.
As hipóteses em que cabe ação rescisória são taxativas (exaustivas), e constam no rol do
art. 966 do NCPC. São elas:
• Decisões proferidas por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
• Decisões proferidas por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
• Decisões decorrentes de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte
vencida, ou decorrentes de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
• Decisões que ofendam a coisa julgada;
• Decisões que violem manifestamente norma jurídica;
• Decisões fundadas em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
• Quando o autor, após o trânsito em julgado da ação, obtém prova nova cuja existência
ignorava ou da qual não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronuncia-
mento favorável.

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1.5.1. Prevaricação, Concussão ou Corrupção do Juiz

A conduta de prevaricação é descrita pelo art. 319 do Código Penal. Um exemplo de pre-
varicação seria o caso em que um juiz deixa de impulsionar determinado processo para fazer
com que o direito de uma das partes pereça ou torne-se obsoleto.
Já a conduta de concussão é descrita pelo art. 316 do Código Penal. Um exemplo seria o
fato de o juiz condicionar a sentença favorável ao réu ao pagamento de determinada quantia,
cujo não pagamento acarretará necessariamente sentença desfavorável a ele.
Por sua vez, a conduta de corrupção pode ser ativa ou passiva. A corrupção ativa é prati-
cada por quem oferece determinada vantagem. Já a corrupção passiva é praticada por quem
recebe ou solicita tal vantagem. Portanto, para justificar o cabimento da ação rescisória, so-
mente é possível a prática de corrupção passiva.
Um claro exemplo seria o fato de o juiz solicitar determinada quantia para, em troca, proferir deci-
são em algum sentido, sem necessariamente exigir tal quantia como condição necessária e exclusi-
va para que a decisão seja prolatada em tal sentido (eis a diferença essencial para com a concussão).

O que diz a doutrina?

Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, a corrupção passiva, como fundamento da ação
rescisória, pode ser comprovada no curso da própria ação rescisória, sem necessidade de pré-
via condenação do juiz corrupto em processo criminal.

1.5.2. Impedimento ou Incompetência Absoluta do Juiz

Nessa situação, a ação rescisória deve ser ajuizada com prova de que o juiz prolator da de-
cisão rescindenda era impedido, por se enquadrar em alguma das hipóteses de impedimento
do art. 144 do CPC, ou absolutamente incompetente.

A suspeição do juiz não legitima, por si só, o ajuizamento de ação rescisória, pois o prossegui-
mento do processo sem oposição ao juiz no tempo oportuno implica presunção real (absoluta)
de aceitação do juiz.

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A incompetência relativa, igualmente, não legitima, por si só, o ajuizamento de ação rescisó-
ria, pois a ausência de manifestação da parte no momento oportuno sobre a incompetência
relativa provoca o fenômeno da prorrogação de competência, tornando o juízo, daí em diante,
absolutamente competente.

Não é necessário que, no curso da ação primitiva (na qual tenha sido proferida a decisão
rescindenda), alguma das partes tenha alegado incompetência absoluta. A competência ma-
terial é matéria de ordem pública, a qual ultrapassa a esfera jurídica subjetiva das partes.
Logo, se ficar comprovado que a decisão foi proferida por juiz absolutamente incompetente,
poderá tal decisão ser objeto de ação rescisória, desde que ajuizada dentro de seu prazo, sobre
o qual trataremos mais adiante.

1.5.3. Dolo, Coação, Simulação ou Colusão

O dolo ou a coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida consiste em ato


que, substancialmente, interfira no resultado do processo de modo a dar a vitória a determina-
da parte. Exemplo clássico é o de a parte engajar pessoas para deporem como testemunhas e,
por meio do depoimento, favorecerem-na com alegações falsas e fantasiosas.
A diferenciação material entre dolo e coação pode ser consultada nos art. 145 a 155 do
Código Civil.

1.5.4. Ofensa à Coisa Julgada

Antes de mais nada, devemos lembrar de que a coisa julgada rescindível por meio de ação
rescisória é a coisa julgada material, isto é, aquela que interfere no mérito da causa, produzin-
do efeitos sobre a relação jurídica submetida à jurisdição.
O conceito legal de coisa julgada material é trazido pelo art. 502 do NCPC:

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a deci-
são de mérito não mais sujeita a recurso.

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Entende-se por coisa julgada material a força impositiva que torna imutável e indiscutível
a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Já a coisa julgada formal restringe-se à im-
possibilidade de manifestação, sobre a causa, no mesmo processo, em razão de este ter sido
extinto. No caso da coisa julgada formal, o mérito da ação (alegações do autor e do réu) não
é apreciado.

DICA!
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova
ação acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
sobre a mesma causa.

Imagine o seguinte exemplo:

Exemplo:
Uma pessoa ajuíze ação de cobrança contra determinada microempresa. Nesta ação, a micro-
empresa é vencida e condenada a pagar o valor cobrado pelo autor. Meses depois, o mesmo
autor ajuíza nova ação de cobrança, postulando o pagamento de valores que, a princípio, esta-
riam inclusos no valor já pago pela microempresa.
A microempresa foi citada mediante carta com aviso de recebimento, que foi extraviada. Apesar
do extravio, o servidor dos Correios, no momento da entrega, atesta que a carta foi entregue ao
destinatário (a microempresa). Por não ter conhecimento do processo, a microempresa deixa
de contestar, é revel e, no fim, acaba novamente condenada por sentença ao pagamento do
valor cobrado pelo autor.
Ao descobrir que está tendo seus bens penhorados, a microempresa toma conhecimento da
segunda ação de cobrança e, desde logo, pode ajuizar uma ação rescisória contra a sentença
que a condenou a pagar o mesmo valor já cobrado na ação anterior, por ofensa à coisa julgada
material.

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1.5.5. Violação Manifesta de Norma Jurídica

A expressão “norma jurídica” é uma inovação em comparação ao CPC de 1973, que apenas
utilizava o termo “lei” para legitimar o cabimento de ação rescisória. Portanto, trabalha-se, de
agora em diante, com um termo mais amplo. Pode tal violação atingir norma constitucional,
norma infraconstitucional, ato normativo primário e, por força do art. 966, § 5º, do NCPC, sú-
mulas e acórdãos proferidos em julgamentos de casos repetitivos.

O cabimento da ação rescisória contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão


proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de dis-
tinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento é
uma novidade do CPC de 2015, e, portanto, é muitíssimo explorada em provas.

Art. 966, § 5º: Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra de-
cisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos
que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o
padrão decisório que lhe deu fundamento.

Na hipótese acima, caberá ao autor demonstrar, fundamentadamente, que a sua situação


consiste em situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não
examinada, a impor outra solução jurídica (art. 966, § 6º, CPC).
Se o autor não demonstrar que a sua situação fática é distinta daquela abordada no exame
de casos repetitivos – adotado pelo julgador da decisão rescindenda –, a petição inicial da
rescisória será considerada inepta, e o processo, extinto sem resolução do mérito.
Perceba que a violação de norma jurídica deve ser manifesta, isto é, evidente. Não é possí-
vel o ajuizamento de ação rescisória com base apenas numa ideia de que a decisão foi injusta
ou não teria adotado a melhor interpretação dentre várias possíveis.

 Obs.: Se a interpretação dada a uma norma for notoriamente errada ou contrária ao propó-
sito da norma, também poderá ser verificada a manifesta violação de norma jurídica,
viabilizando-se o ajuizamento de ação rescisória.

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Situações de manifesta violação de norma jurídica são observadas diante de erros de pro-
cedimento, também identificados pelo brocardo error in procedendo. É a situação em que o
juiz segue o procedimento errado, ou o conduz de forma equivocada, suprimindo fases impor-
tantes ou alterando a ordem das fases de maneira prejudicial e antijurídica.
Erros de procedimento são apenas situações exemplificativas de violação manifesta de
norma jurídica. Também é possível tal violação diante da pura aplicação de um dispositivo de
lei ao caso concreto.

Exemplo: Decisão que considera prescrita a pretensão do autor, extinguindo o processo com
resolução do mérito, com base num prazo prescricional inexistente e/ou errado.

A violação manifesta de norma jurídica deve ser aquela ocorrida no momento da prolação da
decisão rescindenda. Logo, se uma lei posterior/superveniente alterar uma regra, não será
possível o ajuizamento de ação rescisória com base na regra nova, se, na época da decisão
transitada em julgado, foi aplicada a regra então existente.

Ademais, confira a Súmula 343 do STF:

Súmula 343 do STF


Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescin-
denda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.

Se determinada interpretação é controvertida nos tribunais, é porque tal interpretação não


é totalmente absurda. Ela, a princípio, guardaria alguma coerência. Portanto, o STF mantém vá-
lido tal enunciado de súmula porque a divergência de interpretações as faz parecer coerentes,
embora conflitantes.

 Obs.: É claro que, se determinado artigo de lei tiver interpretação controvertida nos tribu-
nais e o juiz aplicar uma interpretação totalmente descabida, diferente de toda e qual-
quer questão divergente, caberá ação rescisória.

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1.5.6. Prova Falsa

A falsidade de um documento pode ser ideológica ou material.


A falsidade ideológica consiste na ilegitimidade de elementos intrínsecos ou subjetivos da
prova. Exemplo classicamente trazido pela doutrina é o do documento assinado sob coação
de um representante da outra parte: o documento é verdadeiro, a assinatura é verdadeira, mas
a manifestação ali contida é falsa.
Já a falsidade material consiste na ilegitimidade de elementos extrínsecos ou objetivos da
prova. Exemplo também clássico é o do documento com assinatura falsificada por alguém.
O CPC não faz nenhuma distinção entre falsidade material e/ou ideológica. Qualquer uma
delas pode legitimar o cabimento de ação rescisória com base em prova falsa.
Independentemente da espécie de falsidade, a ação rescisória terá sucesso com funda-
mento em prova falsa somente se ela foi um fundamento especialmente relevante para a pro-
lação da decisão em determinado sentido. Se a prova falsa não atuou de modo considerável
na formação do convencimento do magistrado, a decisão não deverá ser rescindida.
Por fim, conforme o próprio inciso VI do art. 966 do NCPC, a falsidade da prova poderá ser
demonstrada em processo criminal ou, inclusive, no bojo da própria ação rescisória.

1.5.7. Prova Nova (Documento Novo)

A prova nova, apta a ensejar ação rescisória, tem dois elementos essenciais: impossibili-
dade de utilização no momento da ação primitiva (pelo fato de o autor não saber da existência
da prova ou ter sido absolutamente impossível ao autor usá-la naquele momento) e convenci-
mento imperativo (a prova nova seria capaz de, no momento da ação primitiva, ter dado à parte
uma decisão favorável, sem a ajuda de qualquer outra prova ou tese).
A obtenção da prova nova deve ocorrer após o trânsito em julgado da ação primitiva, para
que o autor da ação rescisória possa invocá-la como fundamento de rescindibilidade. Contudo,
tal prova deve existir antes do trânsito em julgado.

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A conceituação de prova nova, no âmbito jurisprudencial, foi consolidada em enunciado


de súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Tal conceito, por ser válido ao processo
civil e aos demais ramos do Poder Judiciário, é válido para seu estudo. Transcrevo a Súmula
402 do TST:

Súmula n. 402 do TST


I – Sob a vigência do CPC de 2015 (art. 966, inciso VII), para efeito de ação rescisória,
considera-se prova nova a cronologicamente velha, já existente ao tempo do trânsito
em julgado da decisão rescindenda, mas ignorada pelo interessado ou de impossível
utilização, à época, no processo.
A obtenção de prova nova, como causa de rescindibilidade, deu base ao surgimento de
uma exceção à regra geral da contagem do prazo decadencial para o ajuizamento da
ação rescisória. Sobre tal assunto, estudaremos logo adiante.

1.5.8. Erro de Fato

O erro de fato, para justificar ação rescisória, deve ser um erro incidente sobre fato total-
mente alheio à controvérsia instaurada entre as partes. Isto significa que o “fato errado” deve
ser aquele pacificamente aceito e tomado como premissa/princípio para que o juiz se situe
na causa.
Basicamente, o erro de fato pode ser traduzido em existência de fato tido como inexisten-
te ou inexistência de fato cuja existência era incontroversa. O erro é do juiz, e não das partes.
A respeito disso, podemos considerar o art. 966, § 1º, do NCPC:

§ 1º. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

O erro de fato que justifica o ajuizamento da ação rescisória deve ser constatável por sim-
ples exame dos autos. Isso significa que não é possível ao autor da ação rescisória requerer
produção de provas do erro: deve o erro ser, de plano, visível nos autos do processo em que
proferida a decisão rescindenda.

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Deve ser verificável de plano nos autos, por simples leitura, que o juiz foi levado a erro, to-
mando, em sequência, decisões que tomavam como pressuposto a conclusão equivocada a
que o juiz foi levado.
O TST é um tribunal rico em jurisprudência sobre a ação rescisória, seus elementos e pres-
supostos. Portanto, mais uma vez, citarei um enunciado de súmula do TST como substrato
para que você compreenda a lógica da ação rescisória fundada em erro de fato:

Orientação Jurisprudencial n. 136 da SDI-I do TST


AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. CARACTERIZAÇÃO
A caracterização do erro de fato como causa de rescindibilidade de decisão judicial tran-
sitada em julgado supõe a afirmação categórica e indiscutida de um fato, na decisão res-
cindenda, que não corresponde à realidade dos autos. O fato afirmado pelo julgador, que
pode ensejar ação rescisória calcada no inciso VIII do art. 966 do CPC de 2015 (inciso IX do
art. 485 do CPC de 1973), é apenas aquele que se coloca como premissa fática indiscu-
tida de um silogismo argumentativo, não aquele que se apresenta ao final desse mesmo
silogismo, como conclusão decorrente das premissas que especificaram as provas ofere-
cidas, para se concluir pela existência do fato. Esta última hipótese é afastada pelo § 1º do
art. 966 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 485 do CPC de 1973), ao exigir que não tenha havido
controvérsia sobre o fato e pronunciamento judicial esmiuçando as provas.

Explico: o erro de fato é sempre uma premissa fática indiscutida de um silogismo argu-
mentativo. Dou-lhe um exemplo:

Exemplo:
A fundamentação do acórdão deixa claro que a parte autora não tem direito a receber
determinada quantia cobrada, mas, na parte dispositiva, o acórdão dá provimento ao
recurso do autor e determina ao réu que pague o que o autor está cobrando. Veja: o erro
é constatável pela simples leitura dos autos, sem necessidade de novas provas. O relator
do acórdão simplesmente se equivocou e teve falso reflexo da matéria em julgamento ao
redigir a parte dispositiva.

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Veja: na parte dispositiva do acórdão, no exemplo, a obrigação de o réu pagar certo valor
ao autor é uma premissa fática indiscutida, uma vez que não houve nenhum embasamento
argumentativo para justificar o porquê de o autor realmente ter direito à quantia cobrada. Logo,
cabe ação rescisória por erro de fato.

DICA!
Premissa fática indiscutida: um fato imposto sem uma prévia
explicação.
Silogismo argumentativo: raciocínio jurídico formado com
base em várias teses e argumentos postos à disposição da-
quele que raciocina (o julgador).

Se a parte dispositiva fosse coerente com sua fundamentação, negando provimento ao


recurso do autor e declarando que o réu nada lhe deve, não caberia ação rescisória por erro
de fato, pois, neste caso, a decisão se apoiaria numa premissa fática devidamente discutida,
apoiada em silogismo argumentativo (análise de várias teses).

1.6. Prazos para Ajuizamento

O prazo para o ajuizamento de ação rescisória é de dois anos, contados do trânsito em


julgado da decisão rescindenda, conforme o art. 975 do NCPC.
Tal prazo possui natureza decadencial, porque o ajuizamento de ação rescisória é o exer-
cício de um direito. Logo, o transcurso do prazo de dois anos após o trânsito em julgado da
decisão é causa extintiva do direito de pleitear a rescisão respectiva.
Tendo em vista que esse prazo é decadencial, sua contagem deve ser feita em dias corri-
dos, uma vez que a contagem em dias úteis só se leva a efeito com relação a prazos processu-
ais (que iniciam e terminam dentro de um processo).
O art. 132, § 3º, do Código Civil preceitua que “os prazos de meses e anos expiram no dia
de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.”.
O prazo de decadência para ajuizamento da ação rescisória conta-se do dia imediatamente
subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

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Exemplo:
As partes tomaram ciência em 01/10/2030 (quarta-feira) de sentença de mérito proferida pelo
juiz. Nenhuma delas interpôs apelação, razão pela qual o processo transitou em julgado em
14/10, dia seguinte ao último dia do prazo recursal. Conforme o art. 132, caput, do Código
Civil, o dia do começo do prazo (imediatamente seguinte ao término do prazo recursal) deve
ser excluído.
Portanto, o dia 15/10/2030 será o primeiro dia da contagem do prazo decadencial para o ajui-
zamento da ação rescisória, que terminará em 15/10/2032, ou no primeiro dia útil subsequente,
se este for feriado, fim de semana ou nele não houver expediente forense (art. 975, § 1º, CPC).

Caso o recurso tenha sido interposto após seu prazo, ou, ainda que dentro do prazo, seja
manifestamente incabível, o início do prazo de dois anos para o ajuizamento da ação rescisória
não será contado a partir da decisão que inadmitir o recurso, mas, sim, a partir do término do
prazo do recurso correto.
A certidão de trânsito em julgado é documento essencial para o ajuizamento de ação res-
cisória. O juízo, todavia, não está vinculado a tal certidão, embora ela possua presunção de
legitimidade. Se o juízo perceber qualquer equívoco na determinação do trânsito em julgado,
ele poderá apontá-lo e levá-lo em conta para determinar o dia de início e o dia de término do
prazo decadencial de dois anos.
Ademais, o trânsito em julgado (e início do prazo decadencial) somente ocorrerá após o
término do prazo dos recursos cabíveis (15 dias). Após estes 15 dias, ocorrerá o trânsito em
julgado.

Tome cuidado com a exceção! Ela é muito cobrada em provas!


O Novo CPC instituiu uma hipótese em que o prazo decadencial de dois anos será contado de
acordo com critério diferente. Tal hipótese é trazida pelo art. 975, § 2º, que dispõe:

Art. 975, § 2º, NCPC: Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data
de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo.

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Portanto, na hipótese em que a ação rescisória é ajuizada com fundamento em descoberta


de prova nova, o prazo de dois anos NÃO será contado do trânsito em julgado da decisão
rescindenda, mas, sim, DA DATA DA DESCOBERTA DA PROVA NOVA. Entretanto, a descoberta
dessa prova deve ocorrer, no máximo, após 5 anos do trânsito em julgado do processo em que
proferida a decisão rescindenda.

Existe, por fim, uma outra exceção à regra geral, mas esta é mais simples. Trata-se da regra
de contagem prevista no art. 975, § 3º, do CPC:

§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro
prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que
têm ciência da simulação ou da colusão.

Os terceiros prejudicados também podem ajuizar ação rescisória, assim como o MP. Nes-
ses casos, é bem provável que o fundamento da ação rescisória seja a simulação ou a colusão
das partes, a fim de fraudar a lei (art. 966, inciso III). Nesse caso, o prazo de dois anos será
contado a partir da ciência da fraude (simulação ou colusão).
Veja: os dois anos são os mesmos da regra geral, mas o dia de início da contagem desses
dois anos não é o do trânsito em julgado da decisão rescindenda, mas, sim, o dia em que se
tomou ciência da simulação ou da colusão, caracterizadas como fraude.

A ciência da fraude só marca o dia de início do prazo decadencial de dois anos para o MP se
este NÃO INTERVEIO no processo em que fora prolatada a decisão rescindenda. Se o MP hou-
ver intervindo no processo da decisão rescindenda, o termo inicial decadencial para a ação
rescisória seguirá a regra geral.

A última exceção à regra geral da contagem do prazo consta do art. 525, §§ 12 e 15, do
CPC. Confira-os:

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§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei
ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.

Imagine que a decisão, já transitada em julgado baseia-se fundamentalmente numa nor-


ma que o STF declarou inconstitucional, ou numa interpretação que o STF declarou inconsti-
tucional. Neste caso, é possível que, para evitar o cumprimento dessa decisão, a parte preju-
dicada ajuíze ação rescisória.
Neste contexto, o prazo decadencial de dois anos iniciar-se-á da data do trânsito em
julgado da decisão do STF que tiver declarado a inconstitucionalidade da norma ou da sua
interpretação, quando o juiz as houver utilizado como base.

 Obs.: Neste caso, não importa quanto tempo decorreu desde o trânsito em julgado da deci-
são rescindenda, como no caso da prova nova. O prejudicado terá dois anos, a contar
do trânsito em julgado da decisão do STF, para ajuizar a ação rescisória.

Em qualquer hipótese, o prazo decadencial será de dois anos. O que muda é a data em que
a contagem desses dois anos se inicia.
• REGRA GERAL: os dois anos iniciam-se a contar do trânsito em julgado da decisão
rescindenda.
• EXCEÇÕES: os dois anos iniciam-se a contar da descoberta da prova nova (1), da ci-
ência da fraude (2) para o MP e terceiros prejudicados ou do trânsito em julgado da
decisão do STF que tiver declarado inconstitucional (3) uma norma em que o juiz se
baseou.
− Se a descoberta da prova nova tiver ocorrido após cinco anos do trânsito em julga-
do, NÃO CABERÁ ação rescisória.

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1.7. Legitimidade Ativa e Passiva

Basicamente, a pessoa legitimada a integrar o polo passivo da ação rescisória é a pessoa


– ou pessoas – beneficiada(s) pela decisão rescindenda. A legitimidade ativa, por sua vez,
merece maior atenção.
O “direito de rescindir” determinada decisão judicial não pertence a qualquer pessoa.
As pessoas que podem ajuizar ação rescisória são específicas. O art. 967 do NCPC elenca um
rol exaustivo (taxativo) de legitimados a propor ação rescisória:

Art. 967: Têm legitimidade para propor a ação rescisória:


I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

A parte do processo em que foi proferida a decisão rescindenda pode, evidentemente, ajui-
zar ação rescisória, independentemente de ter ela sido autora ou ré no processo originário.
Inclusive, é possível que o terceiro interveniente, que tiver atuado nesta qualidade no processo
originário, ajuíze ação rescisória por ter participado do processo, mesmo que nem como autor,
nem como réu.
O sucessor a título universal normalmente é o sucessor obrigatório, e o singular, sucessor
voluntário, como regra geral.
• SUCESSÃO OBRIGATÓRIA (LEGAL): A lei obriga que, ocorrendo determinado fato, o su-
jeito processual seja sucedido por outra pessoa.

Exemplo: O art. 110 do CPC dispõe: “Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a
sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores.”. Veja: havendo morte de uma das partes,
ela deverá ser sucedida por alguém: espólio ou sucessores da lei civil.
• SUCESSÃO VOLUNTÁRIA: A lei não obriga a sucessão, mas, em razão de determinado
ato volitivo entre os envolvidos, a sucessão processual acaba por ocorrer, pois o titular
do direito defendido passa a ser outra pessoa. Este ato pode consistir em negócios ju-
rídicos ou acordos celebrados entre as pessoas.

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Exemplo: O § 1º do art. 109 permite que, em caso de alienação de um bem, e havendo


consentimento da parte contrária, o adquirente (comprador) do bem poderá suceder o
alienante (vendedor) no respectivo polo do processo.

II – o terceiro juridicamente interessado;

O terceiro juridicamente interessado deve comprovar que a decisão rescindenda afeta


sua esfera jurídica, isto é, cria-lhe obrigações ou retira-lhe direitos, ainda que de maneira
indireta. Tome cuidado para não confundir o interesse jurídico com o interesse econômi-
co. O interesse econômico NÃO legitima o terceiro a propor ação rescisória.

III – o Ministério Público:


a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de
fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

Obs.: As hipóteses em que o MP será legitimado a ajuizar ação rescisória são EXEMPLI-
FICATIVAS. Nesse sentido é a Súmula n. 407 do TST:

Súmula n. 407 do TST


AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE “AD CAUSAM” PREVISTA
NO ART. 967, III, “A”, “B” E “C” DO CPC DE 2015. ART. 487, III, “A” E “B”, DO CPC DE
1973. HIPÓTESES MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS
A legitimidade “ad causam” do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda
que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não
está limitada às alíneas “a”, “b” e “c” do inciso III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487,
III, “a” e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente exempli-
ficativas.

Portanto, as alíneas deste inciso não elencam todos os casos de legitimidade do MP.
O MP ajuizará a ação rescisória em qualquer das hipóteses em que, legalmente, deva atu-
ar, quando ordenarem as normas orgânicas do Ministério Público, a lei e a Constituição
Federal.

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Sempre que o MP for autor da ação rescisória, ambas as partes do processo originário se-
rão citadas como rés, pois eventual rescisão do julgado afetaria a ambas.

IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

Imagine como exemplo a outorga uxória/marital. O autor de ação que tenha por objeto um
direito real sobre bem imóvel (hipoteca, anticrese, servidão etc.), embora possa atuar no polo
ativo de forma singular (sozinho), precisa do consentimento de seu cônjuge ou companheiro
para ajuizar a ação, eis que o direito real sobre bem imóvel interesse, juridicamente, a ambos
os cônjuges.
Se o processo sobre direito real imobiliário tiver transcorrido e sua decisão transitado em
julgado sem a oitiva do cônjuge ou companheiro de uma das partes, o cônjuge/companheiro
poderá ajuizar ação rescisória, porque deveria ter sido ouvido no processo principal.

1.8. Pressupostos Processuais Específicos

Para o prosseguimento da ação rescisória, é indispensável que o autor efetue um depósito


prévio no processo, geralmente em conta vinculada ao juízo. Esse depósito consiste no mon-
tante de 5% do valor da causa (art. 968, inciso II, CPC).
Caso o depósito prévio não tenha sido efetuado, a ação rescisória será extinta sem resolu-
ção do mérito, por falta de pressuposto processual.

 Obs.: A doutrina majoritária NÃO considera cabível emenda à petição inicial da ação resci-
sória quando o autor deixa de efetuar o depósito prévio. Até porque o § 3º do art. 968
traça que a ausência de depósito prévio implica indeferimento da petição inicial (hipó-
tese de extinção sem resolução do mérito).

O depósito prévio tem um limite máximo: 1.000 (mil) salários mínimos. Portanto, mesmo
que os 5% do valor da causa correspondam a valor milionário, dever-se-á observar o teto de mil
salários mínimos vigentes à época do depósito (art. 968, § 2º, CPC).
Certos litigantes são dispensados de efetuar o depósito prévio: a Fazenda Pública (incluin-
do MP e Defensoria Pública) e os beneficiários da justiça gratuita (art. 968, § 1º, CPC).

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Ação Rescisória
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Ademais, na petição inicial da rescisória, o pedido por um novo julgamento não é implícito.
Deverá o autor, se quiser um novo julgamento da questão rescindida, pedir, especificamente,
para que o tribunal efetue um novo julgamento da demanda cuja decisão for rescindida (juízo
rescisório).
Se o autor se limitar a pedir a rescisão da decisão transitada em julgado, o único efeito será
o desfazimento daquela coisa julgada, sem nova tutela do direito envolvido (juízo rescindente).
Finalizo este subcapítulo dando-lhe mais uma informação muito importante: a ação res-
cisória admite a improcedência liminar do pedido, nas hipóteses do art. 332, caput e § 1º
do CPC:

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo,
a ocorrência de decadência ou de prescrição.

Exemplo: Se o tribunal, de plano, verificar que o prazo decadencial de dois anos já transcorreu,
poderá julgar liminarmente improcedente a ação rescisória, com fundamento no implemento
da decadência e da subsequente perda do direito à rescisão.

1.9. Procedimento Legal e Aspectos Peculiares

Começarei por um aspecto peculiar ainda não mencionado na aula: a ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão (art. 966, § 3º). Portanto, não é necessário
que o autor peça a rescisão da decisão inteira. Ele pode ter interesse na rescisão de um ou
mais capítulos, mas não na decisão inteira.
Portanto, as decisões transitadas em julgado podem ser rescindidas total ou parcialmente.

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As regras procedimentais da ação rescisória ainda não abordadas na aula constam dos
arts. 969 a 974 do CPC, que serão, a seguir, comentados de forma individualizada.

Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, res-
salvada a concessão de tutela provisória.

EM REGRA, a ação rescisória NÃO suspende os efeitos da decisão rescindenda. Contudo,


a suspensão de tal decisão pode ser pleiteada mediante tutela provisória. Obviamente, a con-
cessão da tutela provisória dependerá do preenchimento de seus requisitos legais (fumus
boni juris e periculum in mora).

No tempo do ajuizamento da ação, a parte autora pode ter interesse na suspensão imedia-
ta da decisão rescindenda, tendo em vista que a manutenção de seus efeitos poderia causar
algum dano em especial. Em razão disso, tornou-se pacífico na jurisprudência que a parte
poderia postular a suspensão, desde logo, da decisão rescindenda, caso preenchidos os requi-
sitos da tutela provisória.
Esse posicionamento da jurisprudência ganhou força e, em 2006, o CPC de 1973 foi altera-
do para prever tal possibilidade (embora com a linguagem antiga: ação cautelar e antecipação
de tutela). O Novo CPC, igualmente, mantém a previsão da possibilidade de suspenderem-se
os efeitos da decisão rescindenda mediante pedido de tutela provisória, como podemos de-
preender da leitura do art. 969 (“ressalvada a concessão de tutela provisória”).

Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias
nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem
contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.

O prazo para o réu contestar a ação será designado pelo juiz, em cada caso, observando-se
o mínimo de 15 dias e o máximo de 30 dias.

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Após o término do prazo concedido para a contestação, será observado o procedimento


comum. Isso significa que, se apresentada a contestação, poderá haver regular instrução pro-
batória. Contudo, se não for contestada a ação, será decretada a revelia, com a produção dos
efeitos da confissão, no que couber (arts. 344 e 345 do CPC).

Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias
do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado
do julgamento rescindendo.

Como as ações rescisórias são de competência dos tribunais, e os próprios tribunais são
competentes para julgar as ações rescisórias contra seus julgados, é comum que os membros
do órgão competente para o julgamento da rescisória tenham participado do julgamento da-
quela decisão que se pretende rescindir.

Os desembargadores que tiverem participado daquele julgamento a ser rescindido até podem
participar do novo julgamento (rescindente), mas, na medida do possível, será sempre sele-
cionado como relator um daqueles que não tiver participado do processo primitivo.

Essa nova regra do CPC tornou superado o entendimento da Súmula 252 do STF, que enuncia:

Súmula 252 do STF


Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo.

Em sua prova, somente considere válido o entendimento da Súmula 252 do STF se você per-
ceber que as demais alternativas são manifestamente erradas, ou se o enunciado da questão
pedir para que você responda em conformidade à jurisprudência sumulada do STF.

Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a com-
petência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para
a devolução dos autos.

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É possível que, em dado momento do processo da ação rescisória, seja necessária a coleta
de provas periciais, depoimentos testemunhais ou, ainda, depoimentos pessoais das partes,
além de outras provas.
Você sabe de que, quando a ação rescisória visa desconstituir uma sentença de primeiro
grau, ela é julgada pelo tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. Como os tribunais não têm tan-
ta praticidade com instrução processual, e podem ser muito distantes dos objetos das provas
(especialmente os depoimentos de pessoas), é possível que o tribunal expeça uma carta de
ordem ao juízo que proferiu a sentença para que proceda à oitiva das partes e/ou de testemu-
nhas, bem como à designação de perito para examinar algo ou alguém.
A “delegação” de atribuições a outro órgão dá-se mediante carta. Se a delegação for de
tribunal para juiz de primeira instância, tratar-se-á de carta de ordem. Se a carta for para outro
órgão (menos comum nestes casos), tratar-se-á de carta precatória.

Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamen-
te, pelo prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento
pelo órgão competente.

Apresentarei, sinteticamente, um mapa mental das fases da ação rescisória.

 Obs.: Não é possível dar muitos detalhes do que ocorre na “fase instrutória”, porque o art. 970
dispõe que, após a contestação, deve ser observado o “procedimento comum”, e,
neste caso, o órgão julgador pode conduzir a instrução probatória de diversas formas.

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Não deixe passar batido o detalhe de que o prazo das razões finais é sucessivo: começa
para uma parte e, quando termina, começa para a outra. O prazo de 10 dias para as razões
finais não corre ao mesmo tempo para as partes, mas, sim, primeiramente para uma e de-
pois para outra.

Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso,
novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.
Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribu-
nal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto
no § 2º do art. 82.

Este artigo é importantíssimo para fins de prova, por ser muito explorado.

Se o pedido de rescisão (objeto principal da ação rescisória) for procedente, o depósito


prévio de 5% será restituído ao autor.
Se, todavia, for declarada, por unanimidade de votos, a inadmissibilidade (falta de pres-
supostos processuais) ou a improcedência da ação rescisória, o depósito prévio será rever-
tido em favor do réu, a título de multa pecuniária, como diz o inciso II do art. 968.

As bancas tentam confundir os candidatos dizendo que a mera inadmissibilidade ou im-


procedência, por maioria de votos, teria o condão de converter o depósito prévio em multa.
Todavia, você não pode deixar passar o detalhe de que essa conversão em multa somente
ocorrerá se a inadmissibilidade ou a improcedência forem declaradas de forma unânime,
isto é, por todos os membros do órgão colegiado julgador.

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EXERCÍCIOS
Questão 1 (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Assinale a
alternativa incorreta sobre ação rescisória:
a) Não é possível o manejo de ação rescisória, com base na suposta violação à norma jurídica,
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de ca-
sos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida
no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for fundada em erro
de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispen-
sável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz
deveria ter se pronunciado.
c) O Ministério Público tem legitimidade para propor a ação, se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção.
d) É lícito o pedido de tutela de urgência visando impedir o cumprimento da decisão rescindenda.

Questão 2 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURA-


DOR) José propôs ação de usucapião para obter a declaração de obtenção da propriedade de
um imóvel registrado em nome de Pedro. A ação foi julgada procedente, ocorrendo o trânsito
em julgado em 26/09/2014. Pedro, porém, descobriu uma testemunha que afirma que José
não teve o tempo hábil de posse para a aquisição da propriedade pela usucapião. Foi proposta,
em 20.09.2019, pelo advogado de Pedro ação rescisória. O juiz deverá
a) não conhecer da ação rescisória, tendo em vista que decorreu prazo superior a dois anos do
trânsito em julgado.
b) a descoberta de nova testemunha não se enquadra no conceito de “documento novo”, re-
quisito para a propositura da ação rescisória, razão pela qual esta deve ser indeferida sem
julgamento do mérito.
c) a rescisória deve ser conhecida, tendo em vista que não transcorreu o prazo decadencial
para a propositura de ação rescisória em razão da prova nova que pode ser testemunhal.

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d) a prova testemunhal, para ser aceita como “prova nova”, demandaria a existência de pelo
menos um indício de prova documental, também nova, a embasar o fundamento da ação
rescisória.
e) a descoberta de nova testemunha não se enquadra no conceito de “documento novo”, requi-
sito para a propositura da ação rescisória, razão pela qual esta deve ser julgada improcedente,
com julgamento do mérito.

Questão 3 (2019/SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ–MT/TÉCNICO DE NÍVEL SUPE-


RIOR/DIREITO) O Ministério Público do Estado YY promoveu ação rescisória da decisão pro-
ferida pelo Tribunal de Justiça alegando a existência de simulação entre Jonas e Baleia, partes
no processo que veio a transitar em julgado. Nos termos do Código de Processo Civil, outro
fundamento que permite a rescisória proposta pelo Ministério Público é a:
a) confusão
b) colusão
c) cisão
d) compensação

Questão 4 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO–SP/PROCURADOR)


A respeito do tema “ação rescisória”, assinale a alternativa correta.
a) É cabível a propositura de ação rescisória em face de acórdão que, à época de sua prolação,
estava em conformidade com a jurisprudência predominante do STF.
b) O entendimento atual do STJ é que a ação rescisória serve como instrumento voltado à
uniformização de jurisprudência, inclusive quando a controvérsia se basear na aplicação de
norma constitucional.
c) Caso o autor obtenha, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento fa-
vorável, o termo inicial do prazo para propositura da ação rescisória será a data de descoberta
da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.

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d) Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá có-
pias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o
julgamento. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que haja participado do
julgamento rescindendo.
e) Na petição inicial da ação rescisória, o autor deve cumular ao pedido de rescisão o pedido
de novo julgamento do processo, bem como depositar cinco por centro sobre o valor da causa
que se converterá em multa caso a ação seja declarada improcedente por unanimidade, sendo
que apenas as entidades de Direito Público estão dispensadas do depósito dos valores.

Questão 5 (2019/CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) A decisão de mérito, tran-


sitada em julgado, poderá ser rescindida
a) quando for proferida por juiz suspeito.
b) somente quando estiverem esgotados todos os recursos.
c) se for verificado que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
d) caso resulte de culpa da parte vencedora em detrimento da parte vencida.
e) se tiver por objeto até dois capítulos da decisão.

Questão 6 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR


DO MUNICÍPIO) Marta propôs ação de reparação de danos materiais em face de Maria. No
curso do processo, as partes decidem firmar um acordo e para tanto celebram uma transação.
O juiz homologa a transação realizada entre as partes e extingue o processo com resolução do
mérito. Passados 8 (oito) meses, Marta percebe que foi enganada por Maria e deseja desfazer
a transação realizada entre as partes. Assinale a alternativa que corresponde ao instrumento
jurídico adequado para satisfazer as pretensões de Marta.
a) Apelação.
b) Ação anulatória.
c) Ação rescisória.
d) Agravo de instrumento.
e) Pedido de revisão.

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Questão 7 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) A ação resci-


sória é uma demanda autônoma que tem por objetivo desconstituir uma decisão judicial e, no
comum dos casos, também a realização de um novo julgamento. Com relação ao instituto,
é correto afirmar que a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando
a) for proferida por juiz suspeito ou por juízo absolutamente incompetente.
b) for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou adminis-
trativo.
c) houver injustiça na decisão proferida.
d) obtiver o autor, antes ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava, capaz, por
si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.
e) for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Questão 8 (2019/CESPE/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/


PROVIMENTO) Com base no disposto no Código de Processo Civil, acerca do instituto da
ação rescisória, assinale a opção correta.
a) Admite-se a propositura de ação rescisória para desconstituir acórdão proferido baseado
em julgamento de casos repetitivos em que não se tenha considerado a distinção entre a ques-
tão discutida no processo e o padrão decisório que lhe tenha dado fundamento.
b) É cabível a ação rescisória quando a decisão de mérito, transitada em julgado, for fun-
dada em erro de fato que represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.
c) A distribuição da petição inicial da ação rescisória ao relator suspende automaticamente o
cumprimento da decisão rescindenda.
d) A escolha de relator poderá recair em juiz que tenha participado do julgamento rescindendo,
sendo dispensada a justificativa dessa distribuição pelo tribunal.
e) O autor que, posteriormente ao trânsito em julgado, obtiver prova nova cuja existência ig-
norava e que for capaz de lhe assegurar pronunciamento favorável terá, para propor a ação
rescisória, o prazo máximo de dois anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.

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Questão 9 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO/PROCU-


RADOR MUNICIPAL) A ação rescisória visa atacar a coisa julgada material, sendo certo que
a) é cabível a sua propositura, com base em violação de norma jurídica, contra decisão ba-
seada em enunciado de súmula que não tenha considerado a existência de distinção entre a
questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) o Ministério Público tem legitimidade para o seu ajuizamento, quando a decisão rescinden-
da é o efeito de simulação ou de concussão das partes, a fim de fraudar a lei.
c) a sua petição inicial deverá ser instruída com o depósito de 3 (três) por cento sobre o valor
da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada
inadmissível ou improcedente.
d) não será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impe-
ça a nova propositura da demanda originária.
e) o relator ordenará a citação do réu, o qual deverá contestar a ação no prazo máximo de 10
(dez) dias.

Questão 10 (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Anastácia intentou deter-


minada demanda em face de Otto, que, regularmente citado, aduziu em contestação que a au-
tora não havia observado o prazo decadencial, o qual, na ótica do réu-contestante, era de três
anos. O juiz da causa, concluindo, equivocadamente, que o prazo da decadência era o trienal,
em vez do quinquenal, como previsto na lei civil, acabou por acolher a tese defensiva, pondo
fim à fase cognitiva do procedimento. Por lapso de seu advogado, Anastácia perdeu o prazo
para interpor recurso, assim permitindo que a sentença transitasse em julgado. Três meses
depois disso, procurou ela a Defensoria Pública, solicitando orientação jurídica.
A medida judicial adequada para se lograr a desconstituição da sentença proferida em desfa-
vor de Anastácia é:
a) mandado de segurança;
b) ação rescisória;
c) querela nullitatis;
d) reclamação;
e) nenhuma, já que o fato de a sentença não ter sido impugnada pelo recurso próprio a torna
insuscetível de qualquer revisão.

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Questão 11 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO–SP/PROCURADOR JURÍDICO/


ADAPTADA) Conforme previsão no CPC, julgue o item subsequente sobre os meios de impug-
nação à sentença.
A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.

Questão 12 (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) No que se refere a mandado de


segurança, ação civil pública, ação de improbidade administrativa e ação rescisória, julgue o
seguinte item.
De acordo com o Código de Processo Civil, sentença transitada em julgado que tenha sido ba-
seada em transação inválida poderá ser rescindida se o vício for verificado mediante simples
exame dos documentos dos autos.

Questão 13 (INÉDITA/2020) Acerca da ação rescisória, julgue o item subsequente:


O Ministério Público poderá ajuizar ação rescisória somente se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção, ou quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação
ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.

Questão 14 (2018/NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA–PR/ADVOGADO) Sobre a ação


rescisória, é correto afirmar:
a) É indispensável que todos os recursos possíveis tenham sido interpostos contra a decisão
de mérito no processo de origem.
b) O autor da ação rescisória deverá depositar a importância de sete por cento sobre o valor da
causa, sem limitador, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos,
declarada inadmissível ou improcedente.
c) As decisões atacáveis mediante ação rescisória devem ter sido proferidas em ações princi-
pais, nunca em ações incidentais.
d) Concussão, prevaricação ou corrupção do juiz são hipóteses de cabimento da ação
rescisória.
e) Define-se a competência para a ação rescisória conforme o primeiro grau de jurisdição que
se pronunciou sobre o mérito da causa.

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Questão 15 (2018/VUNESP/CÂMARA DE NOVA ODESSA–SP/ASSESSOR JURÍDICO I) So-


bre o depósito prévio para a propositura da ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Tem natureza jurídica indenizatória.
b) Será de 5% sobre o valor da causa sem limitação.
c) Não está isento do depósito o beneficiário da justiça gratuita.
d) Converter-se-á em multa se a ação for julgada improcedente por maioria de votos.
e) As autarquias federais, estaduais ou municipais estão isentas do depósito.

Questão 16 (2018/CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/ÁREA 2) Acerca


dos processos nos tribunais, dos meios de impugnação das decisões judiciais e da reclama-
ção constitucional, julgue o item a seguir, de acordo com o Código de Processo Civil e com o
entendimento jurisprudencial.
Cabe ação rescisória em face de sentença transitada em julgado caso verificado que esta te-
nha sido proferida por juiz absolutamente incompetente, não sendo cabível, portanto, contra
decisão interlocutória definitiva de mérito.

Questão 17 (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA–CE/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) Julgue o seguinte item, relativos a ordem dos processos, incidentes e causas de compe-
tência originária dos tribunais.
Situação hipotética: Ao ser intimado em cumprimento de sentença, o executado tomou conhe-
cimento de que, após o trânsito em julgado da decisão condenatória executada, o STF consi-
derou inconstitucional lei que amparava a obrigação reconhecida no título executivo judicial.
Assertiva: Nesse caso, será cabível a utilização de ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF.

Questão 18 (2016/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Como princípio


fundamental relacionado à segurança jurídica a Constituição Federal expressamente previu
que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. A ação
rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio.

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Questão 19 (2016/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do


novo Código de Processo Civil, a ação rescisória é a demanda através da qual se busca des-
constituir decisão coberta pela coisa julgada, com eventual rejulgamento da causa original,
não sendo cabível contra decisão interlocutória de mérito.

Questão 20 (2018/FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) A ação rescisória


a) não é admitida contra sentença terminativa, pois é necessário que a decisão seja de mérito
para que seja possível a sua rescisão.
b) é cabível, em tese, contra decisão interlocutória e contra decisão monocrática do relator,
desde que referentes ao mérito e que tenham transitado em julgado.
c) é o meio correto para a impugnação de sentença homologatória de acordo entre as partes
com trânsito em julgado.
d) que tenha por fundamento a existência de prova nova, cuja existência era ignorada pelo au-
tor da rescisória, somente é admitida quando a prova for documental.
e) é o único meio de impugnação para decisões transitadas em julgado que não apresentem
pressupostos processuais de existência.

Questão 21 (2018/FAUEL/AGEPAR/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ADVOGADO) Acerca


da ação rescisória, de acordo com o Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta.
a) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando a decisão rescinden-
da admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, desde
que o fato represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
b) Se o fundamento da ação for prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será a data de
sua descoberta, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
c) O direito à rescisão se extingue em 3 (três) anos contados do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
d) Decisões interlocutórias de mérito, transitadas em julgado, não podem ser rescindidas.

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Ação Rescisória
Gustavo Deitos

Questão 22 (2018/VUNESP/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA–SP/PROCURADOR JURÍ-


DICO) De decisão meritória transitada em julgado, caberá ação rescisória na seguinte situação:
a) se proferida por juiz relativamente incompetente.
b) se ofender ato jurídico perfeito.
c) se for fundada em prova falsa, assim reconhecida judicialmente.
d) se for fundada em erro de direito, verificável de simples exame dos autos.
e) no prazo de 3 (três) anos, contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda.

Questão 23 (2018/FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO/ASSESSORAMENTO LEGIS-


LATIVO) Sobre a ação rescisória, assinale a afirmativa correta:
a) nos casos em que admissível a rescisória, será rescindível a decisão transitada em julgado
que, embora não seja de mérito, impeça nova propositura da demanda.
b) deve o autor depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, independen-
temente de montante total, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de
votos, declarada inadmissível ou improcedente.
c) reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o processo deverá ser
extinto sem resolução de mérito.
d) o relator ordenará a citação do réu, e este terá o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar
resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedi-
mento comum.
e) o direito à rescisão se extingue em 2 anos contados da preclusão da decisão que se preten-
de rescindir.

Questão 24 (2018/FCC/TRT - 2ª REGIÃO‑SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL) Sobre a ação rescisória, nos termos do Código de Processo Civil,
é correto afirmar:
a) O sucessor a título singular daquele que foi parte no processo não tem legitimidade para
propor ação rescisória.
b) O direito à rescisão se extingue em 3 anos contados da data do trânsito em julgado da últi-
ma decisão proferida no processo.

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Ação Rescisória
Gustavo Deitos

c) A ação rescisória não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
d) Recebida a inicial o relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo de até 15 dias
para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
e) A decisão transitada em julgado que, em embora não seja de mérito, impeça nova proposi-
tura da demanda, poderá ser objeto de ação rescisória.

Questão 25 (2018/VUNESP/CÂMARA DE CAMPO LIMPO PAULISTA-SP/PROCURADOR


JURÍDICO) Brás da Silva foi condenado em uma ação de indenização movida por Nuno Coe-
lho. Não recorreu da decisão de primeiro grau. Após um ano desse trânsito em julgado, quando
Brás havia iniciado o cumprimento da sentença, descobre que o juiz da causa, prolator da sen-
tença executada, é irmão de Nuno. Diante desse fato, é correto afirmar:
a) Brás poderá se insurgir contra a sentença por meio de uma ação rescisória, porém, o cum-
primento de sentença não ficará suspenso por não ser admitida a concessão de liminar nesse
procedimento.
b) a ação rescisória não pode ser manejada nesse caso, pois o impedimento do juiz remonta
apenas ao parentesco de primeiro grau, e assim não inclui irmãos, sendo considerada a sen-
tença totalmente válida.
c) eventual ação rescisória manejada nesse caso deverá ser distribuída para uma das varas do
mesmo grau de jurisdição do qual partiu a sentença a ser rescindida, sendo atribuição do juízo
monocrático a análise dessas demandas.
d) caso Brás opte por valer-se de uma ação rescisória, deverá depositar 5% sobre o valor da
causa, que será convertido em multa, caso a ação seja por maioria de votos declarada inad-
missível ou improcedente.
e) o prazo que Brás terá para propor eventual ação rescisória é contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.

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Ação Rescisória
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GABARITO
1. a
2. c
3. b
4. c
5. c
6. b
7. e
8. a
9. a
10. b
11. E
12. E
13. E
14. d
15. e
16. E
17. C
18. C
19. E
20. b
21. b
22. c
23. a
24. e
25. e

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Ação Rescisória
Gustavo Deitos

GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Assinale a
alternativa incorreta sobre ação rescisória:
a) Não é possível o manejo de ação rescisória, com base na suposta violação à norma jurídica,
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de ca-
sos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida
no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for fundada em erro
de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispen-
sável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz
deveria ter se pronunciado.
c) O Ministério Público tem legitimidade para propor a ação, se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção.
d) É lícito o pedido de tutela de urgência visando impedir o cumprimento da decisão rescindenda.

Letra a.
a) Certo. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 966, § 5º,
do CPC, que permite o manejo de ação rescisória, com fundamento em violação manifesta
de norma jurídica, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em
julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a
questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 966, § 1º, do CPC.
c) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 967, III, alínea “a”, do CPC.
d) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade
com a regra do art. 969 do CPC, que permite expressamente a concessão da tutela provisória.

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Ação Rescisória
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Questão 2 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURA-


DOR) José propôs ação de usucapião para obter a declaração de obtenção da propriedade de
um imóvel registrado em nome de Pedro. A ação foi julgada procedente, ocorrendo o trânsito
em julgado em 26/09/2014. Pedro, porém, descobriu uma testemunha que afirma que José
não teve o tempo hábil de posse para a aquisição da propriedade pela usucapião. Foi proposta,
em 20.09.2019, pelo advogado de Pedro ação rescisória. O juiz deverá
a) não conhecer da ação rescisória, tendo em vista que decorreu prazo superior a dois anos do
trânsito em julgado.
b) a descoberta de nova testemunha não se enquadra no conceito de “documento novo”, re-
quisito para a propositura da ação rescisória, razão pela qual esta deve ser indeferida sem
julgamento do mérito.
c) a rescisória deve ser conhecida, tendo em vista que não transcorreu o prazo decadencial
para a propositura de ação rescisória em razão da prova nova que pode ser testemunhal.
d) a prova testemunhal, para ser aceita como “prova nova”, demandaria a existência de pelo me-
nos um indício de prova documental, também nova, a embasar o fundamento da ação rescisória.
e) a descoberta de nova testemunha não se enquadra no conceito de “documento novo”, requi-
sito para a propositura da ação rescisória, razão pela qual esta deve ser julgada improcedente,
com julgamento do mérito.

Letra c.
Você sabe que, em regra, o prazo decadencial para o ajuizamento da ação rescisória é de dois
anos, contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda. A questão, contudo, explorou
diretamente a exceção a tal regra. O art. 975, § 2º, dispõe:

Se fundada a ação no inciso VII do art. 966 [prova nova], o termo inicial do prazo será a data de des-
coberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.

A prova nova pode ser testemunhal, uma vez que a lei não restringe as espécies de prova que
podem ser consideradas “novas” para este fim. Logo, como a ação rescisória foi ajuizada em
20.09.2019, não se passaram cinco anos do trânsito em julgado, que ocorreu em 26.09.2014.

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Ação Rescisória
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Questão 3 (2019/SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ–MT/TÉCNICO DE NÍVEL SUPE-


RIOR/DIREITO) O Ministério Público do Estado YY promoveu ação rescisória da decisão pro-
ferida pelo Tribunal de Justiça alegando a existência de simulação entre Jonas e Baleia, partes
no processo que veio a transitar em julgado. Nos termos do Código de Processo Civil, outro
fundamento que permite a rescisória proposta pelo Ministério Público é a:
a) confusão
b) colusão
c) cisão
d) compensação

Letra b.
Trata-se da colusão entre as partes, conforme o art. 966, inciso III, do CPC.

Questão 4 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO–SP/PROCURADOR)


A respeito do tema “ação rescisória”, assinale a alternativa correta.
a) É cabível a propositura de ação rescisória em face de acórdão que, à época de sua prolação,
estava em conformidade com a jurisprudência predominante do STF.
b) O entendimento atual do STJ é que a ação rescisória serve como instrumento voltado à
uniformização de jurisprudência, inclusive quando a controvérsia se basear na aplicação de
norma constitucional.
c) Caso o autor obtenha, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento fa-
vorável, o termo inicial do prazo para propositura da ação rescisória será a data de descoberta
da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
d) Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá có-
pias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o
julgamento. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que haja participado do
julgamento rescindendo.

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Ação Rescisória
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e) Na petição inicial da ação rescisória, o autor deve cumular ao pedido de rescisão o pe-
dido de novo julgamento do processo, bem como depositar cinco por centro sobre o valor
da causa que se converterá em multa caso a ação seja declarada improcedente por unani-
midade, sendo que apenas as entidades de Direito Público estão dispensadas do depósito
dos valores.

Letra c.
a) Errado. Quando uma decisão estiver de acordo com o entendimento predominante do STF,
não será “manifesta” a violação de norma jurídica, mesmo que, posteriormente, o entendimen-
to seja superado. Esta conclusão também é confirmada pela Tese definida no RE 590.809
do STF).
b) Errado. A ação rescisória não tem nenhuma relação direta com uniformização de jurispru-
dência. Sua relação, nesse aspecto, é a mesma tida por todas as outras ações.
c) Certo. Trata-se da correta regra do art. 975, § 2º, que institui uma exceção ao termo inicial
do prazo decadencial da ação rescisória.
d) Errado. Preferencialmente, a escolha deverá recair em juiz que não tenha participado do
julgamento rescindendo (art. 971, parágrafo único, CPC).
e) Errado. Não é obrigatório o pedido por novo julgamento. Tal pedido será formulado somen-
te se o autor bem entender. Ademais, além da Fazenda Pública, também são dispensados do
depósito prévio de 5% os beneficiários da justiça gratuita (art. 968, § 1º, CPC).

Questão 5 (2019/CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) A decisão de mérito, tran-


sitada em julgado, poderá ser rescindida
a) quando for proferida por juiz suspeito.
b) somente quando estiverem esgotados todos os recursos.
c) se for verificado que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz.
d) caso resulte de culpa da parte vencedora em detrimento da parte vencida.
e) se tiver por objeto até dois capítulos da decisão.

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Ação Rescisória
Gustavo Deitos

Letra c.
a) Errado. A suspeição, se não alegada oportunamente, preclui e não pode ser discutida pos-
teriormente, muito menos usada como fundamento para a ação rescisória. Logo, a suspeição
não figura no rol de hipóteses do art. 966 do CPC.
b) Errado. A ação rescisória tem lugar depois do trânsito em julgado. Não importa o grau de
recurso que o processo principal alcançou.
c) Certo. É a hipótese de rescisão constante do art. 966, inciso I, do CPC.
d) Errado. Somente o dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida fundamenta a
ação rescisória (art. 966, inciso III).
e) Errado. A ação rescisória pode ter por objeto um ou mais capítulos, sem limitação máxima
(art. 966, § 3º).

Questão 6 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR


DO MUNICÍPIO) Marta propôs ação de reparação de danos materiais em face de Maria. No
curso do processo, as partes decidem firmar um acordo e para tanto celebram uma transação.
O juiz homologa a transação realizada entre as partes e extingue o processo com resolução do
mérito. Passados 8 (oito) meses, Marta percebe que foi enganada por Maria e deseja desfazer
a transação realizada entre as partes. Assinale a alternativa que corresponde ao instrumento
jurídico adequado para satisfazer as pretensões de Marta.
a) Apelação.
b) Ação anulatória.
c) Ação rescisória.
d) Agravo de instrumento.
e) Pedido de revisão.

Letra b.
Neste caso, não se trata de rescisão, mas, sim, de anulação (ação anulatória), pois a transação
levada a efeito entre as próprias partes e simplesmente homologada pelo juiz sujeita-se à anu-
lação. É a regra do art. 966, § 4º, do CPC:

Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo
e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução,
estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

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Ação Rescisória
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Questão 7 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) A ação resci-


sória é uma demanda autônoma que tem por objetivo desconstituir uma decisão judicial e, no
comum dos casos, também a realização de um novo julgamento. Com relação ao instituto,
é correto afirmar que a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando
a) for proferida por juiz suspeito ou por juízo absolutamente incompetente.
b) for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou administrativo.
c) houver injustiça na decisão proferida.
d) obtiver o autor, antes ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava, capaz, por
si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.
e) for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Letra e.
a) Errado. A suspeição, se não alegada oportunamente, preclui e não pode ser discutida pos-
teriormente, muito menos usada como fundamento para a ação rescisória. Logo, a suspeição
não figura no rol de hipóteses do art. 966 do CPC. Ademais, o inciso II do art. 966 menciona
como causa de rescindibilidade a decisão “proferida por juiz impedido ou por juízo absoluta-
mente incompetente;”.
b) Errado. A falsidade deve ser apurada em processo criminal ou na própria ação rescisória,
e não de forma administrativa (art. 966, inciso VI).
c) Errado. A injustiça, além de ser o termo mais indefinido do Direito, não é prevista no rol do
art. 966 como hipóteses de rescisão.
d) Errado. Deve a prova nova, em tal hipótese, ser obtida após o trânsito em julgado. Se obtida
antes, a prova não será considerada “nova”. É a regra do art. 966, VII, CPC.
e) Certo. É a hipótese prevista no art. 966, inciso VIII, do CPC.

Questão 8 (2019/CESPE/TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/


PROVIMENTO) Com base no disposto no Código de Processo Civil, acerca do instituto da
ação rescisória, assinale a opção correta.
a) Admite-se a propositura de ação rescisória para desconstituir acórdão proferido baseado
em julgamento de casos repetitivos em que não se tenha considerado a distinção entre a ques-
tão discutida no processo e o padrão decisório que lhe tenha dado fundamento.

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Ação Rescisória
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b) É cabível a ação rescisória quando a decisão de mérito, transitada em julgado, for fun-
dada em erro de fato que represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.
c) A distribuição da petição inicial da ação rescisória ao relator suspende automaticamente o
cumprimento da decisão rescindenda.
d) A escolha de relator poderá recair em juiz que tenha participado do julgamento rescindendo,
sendo dispensada a justificativa dessa distribuição pelo tribunal.
e) O autor que, posteriormente ao trânsito em julgado, obtiver prova nova cuja existência ig-
norava e que for capaz de lhe assegurar pronunciamento favorável terá, para propor a ação
rescisória, o prazo máximo de dois anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.

Letra a.
a) Certo. Trata-se da regra literal do art. 966, § 5º, do CPC.
b) Errado. O erro de fato, para legitimar o ajuizamento da ação rescisória, deve ser verificável
do exame dos autos, e não representar ponto controvertido apreciado pelo juiz.
c) Errado. Conforme o art. 969:

a propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a


concessão de tutela provisória.

d) Errado. Preferencialmente, a escolha deverá recair em juiz que não tenha participado do
julgamento rescindendo (art. 971, parágrafo único, CPC).
e) Errado. Na hipótese de obtenção de prova nova após o trânsito em julgado, o autor terá,
para propor a ação rescisória, o prazo máximo de cinco anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo, respeitado o prazo decadencial de dois anos a con-
tar da descoberta da prova (art. 975, § 2º, do CPC).

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Questão 9 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO/PROCU-


RADOR MUNICIPAL) A ação rescisória visa atacar a coisa julgada material, sendo certo que
a) é cabível a sua propositura, com base em violação de norma jurídica, contra decisão ba-
seada em enunciado de súmula que não tenha considerado a existência de distinção entre a
questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) o Ministério Público tem legitimidade para o seu ajuizamento, quando a decisão rescinden-
da é o efeito de simulação ou de concussão das partes, a fim de fraudar a lei.
c) a sua petição inicial deverá ser instruída com o depósito de 3 (três) por cento sobre o valor
da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada
inadmissível ou improcedente.
d) não será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impe-
ça a nova propositura da demanda originária.
e) o relator ordenará a citação do réu, o qual deverá contestar a ação no prazo máximo de 10
(dez) dias.

Letra a.
a) Certo. Trata-se da regra literal do art. 966, § 5º, do CPC.
b) Errado. A legitimidade do MP dá-se diante de decisão rescindenda como efeito de simula-
ção ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei (art. 967, III, “b”, CPC).
c) Errado. O depósito prévio é de 5% (art. 968, II, CPC).
d) Errado. Tal decisão (sem mérito, mas impeditiva de nova ação) é, sim, rescindível (art. 966,
§ 2º, I, CPC).
e) Errado. O prazo para contestação será definido pelo juiz, observado o mínimo de 15 e o
máximo de 30 dias (art. 970 do CPC).

Questão 10 (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Anastácia intentou deter-


minada demanda em face de Otto, que, regularmente citado, aduziu em contestação que a au-
tora não havia observado o prazo decadencial, o qual, na ótica do réu-contestante, era de três
anos. O juiz da causa, concluindo, equivocadamente, que o prazo da decadência era o trienal,

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Ação Rescisória
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em vez do quinquenal, como previsto na lei civil, acabou por acolher a tese defensiva, pondo
fim à fase cognitiva do procedimento. Por lapso de seu advogado, Anastácia perdeu o prazo
para interpor recurso, assim permitindo que a sentença transitasse em julgado. Três meses
depois disso, procurou ela a Defensoria Pública, solicitando orientação jurídica.
A medida judicial adequada para se lograr a desconstituição da sentença proferida em des-
favor de Anastácia é:
a) mandado de segurança;
b) ação rescisória;
c) querela nullitatis;
d) reclamação;
e) nenhuma, já que o fato de a sentença não ter sido impugnada pelo recurso próprio a torna
insuscetível de qualquer revisão.

Letra b.
Como se trata de sentença transitada em julgado que violou manifestamente uma norma jurí-
dica, cabe ação rescisória com fundamento no art. 966, inciso V, do CPC. Não se trata de mera
anulação (querella nullitatis), pois a coisa julgada baseou-se em atuação efetiva do juiz para a
definição do mérito, e não em meros atos de disposição das partes. Como não há evidência de
violação a direito líquido e certo, também não cabe mandado de segurança. Por fim, por não
haver descrição de hipótese de reclamação aos tribunais (art. 988 do CPC), também não cabe
reclamação.

Questão 11 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO–SP/PROCURADOR JURÍDICO/


ADAPTADA) Conforme previsão no CPC, julgue o item subsequente sobre os meios de impug-
nação à sentença.
A propositura da ação rescisória impede o cumprimento da decisão rescindenda.

Errado.
Conforme o art. 969:

a propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a


concessão de tutela provisória.

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Questão 12 (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) No que se refere a mandado de


segurança, ação civil pública, ação de improbidade administrativa e ação rescisória, julgue o
seguinte item.
De acordo com o Código de Processo Civil, sentença transitada em julgado que tenha sido ba-
seada em transação inválida poderá ser rescindida se o vício for verificado mediante simples
exame dos documentos dos autos.

Errado.
A invalidade da transação deve ser impugnada em ação anulatória (art. 966, § 4º, do CPC).

Questão 13 (INÉDITA/2020) Acerca da ação rescisória, julgue o item subsequente:


O Ministério Público poderá ajuizar ação rescisória somente se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção, ou quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação
ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.

Errado.
Primeiramente, cabe destacar que as hipóteses de legitimidade ativa do MP para ajuizar ação
rescisória são meramente exemplificativas, podendo o MP, portanto, ajuizar tal ação sempre
que verificar interesse jurídico que atraia sua atividade. O item sob julgamento trouxe as duas
hipóteses específicas de legitimidade ativa do MP previstas no art. 967, inciso III, do CPC, mas
ignorou a última alínea de tal inciso: “em outros casos em que se imponha sua atuação”.

Questão 14 (2018/NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA–PR/ADVOGADO) Sobre a ação


rescisória, é correto afirmar:
a) É indispensável que todos os recursos possíveis tenham sido interpostos contra a decisão
de mérito no processo de origem.
b) O autor da ação rescisória deverá depositar a importância de sete por cento sobre o valor
da causa, sem limitador, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de
votos, declarada inadmissível ou improcedente.

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Ação Rescisória
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c) As decisões atacáveis mediante ação rescisória devem ter sido proferidas em ações princi-
pais, nunca em ações incidentais.
d) Concussão, prevaricação ou corrupção do juiz são hipóteses de cabimento da ação
rescisória.
e) Define-se a competência para a ação rescisória conforme o primeiro grau de jurisdição que
se pronunciou sobre o mérito da causa.

Letra d.
a) Errado. É suficiente a formação da coisa julgada, independentemente de quantos graus re-
cursais foram acessados para obtê-la.
b) Errado. Além de o depósito ser de 5%, ele tem um limitador: mil salários mínimos. As demais
informações estão corretas.
c) Errado. Pode, sim, a decisão ter sido proferida em ações incidentais, como os embargos de
terceiro. Não há proibição legal.
d) Certo. É a hipótese do art. 966, inciso I, do CPC.
e) Errado. A competência é definida pelo último grau de jurisdição que se pronunciou sobre o
mérito.

Questão 15 (2018/VUNESP/CÂMARA DE NOVA ODESSA–SP/ASSESSOR JURÍDICO I) So-


bre o depósito prévio para a propositura da ação rescisória, assinale a alternativa correta.
a) Tem natureza jurídica indenizatória.
b) Será de 5% sobre o valor da causa sem limitação.
c) Não está isento do depósito o beneficiário da justiça gratuita.
d) Converter-se-á em multa se a ação for julgada improcedente por maioria de votos.
e) As autarquias federais, estaduais ou municipais estão isentas do depósito.

Letra e.
a) Errado. O depósito prévio não se destina a reparar perdas e danos de alguém. Sua finalidade
é predominantemente punitiva, pois, se a ação for declarada inadmissível ou improcedente por
unanimidade de votos, será o depósito convertido em multa.

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b) Errado. Embora o percentual seja mesmo de 5%, há uma limitação: 1.000 (mil) salários
mínimos).
c) Errado. O beneficiário da justiça gratuita é, sim, isento do depósito (art. 968, § 1º, CPC).
d) Errado. Deve a improcedência, ou a inadmissibilidade, ser declarada por unanimidade
(art. 968, inciso II, CPC).
e) Certo. Tal isenção é prevista no art. 968, § 1º, CPC.

Questão 16 (2018/CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/ÁREA 2) Acerca


dos processos nos tribunais, dos meios de impugnação das decisões judiciais e da reclama-
ção constitucional, julgue o item a seguir, de acordo com o Código de Processo Civil e com o
entendimento jurisprudencial.
Cabe ação rescisória em face de sentença transitada em julgado caso verificado que esta te-
nha sido proferida por juiz absolutamente incompetente, não sendo cabível, portanto, contra
decisão interlocutória definitiva de mérito.

Errado.
A decisão interlocutória que seja definitiva de mérito também pode ser objeto de ação res-
cisória. É o entendimento fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória contra
decisão interlocutória de mérito.”.

Questão 17 (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA–CE/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) Julgue o seguinte item, relativos a ordem dos processos, incidentes e causas de compe-
tência originária dos tribunais.
Situação hipotética: Ao ser intimado em cumprimento de sentença, o executado tomou conhe-
cimento de que, após o trânsito em julgado da decisão condenatória executada, o STF consi-
derou inconstitucional lei que amparava a obrigação reconhecida no título executivo judicial.
Assertiva: Nesse caso, será cabível a utilização de ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF.

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Certo.
Trata-se da regra especial de contagem e cabimento da ação rescisória fixada no art. 525,
§§ 12 e 15, do CPC:

§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou
do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal,
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.

Questão 18 (2016/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Como princípio


fundamental relacionado à segurança jurídica a Constituição Federal expressamente previu
que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. A ação
rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio.

Certo.
Por representar o desfazimento da coisa julgada, a ação rescisória constitui relativização da
proteção constitucional à coisa julgada, mas sempre fundamentada em bens maiores, que
visem evitar que a injustiça – em várias de suas faces – seja protegida pela coisa julgada.

Questão 19 (2016/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do


novo Código de Processo Civil, a ação rescisória é a demanda através da qual se busca des-
constituir decisão coberta pela coisa julgada, com eventual rejulgamento da causa original,
não sendo cabível contra decisão interlocutória de mérito.

Errado.
É cabível a rescisória, sim, contra a decisão interlocutória de mérito. É o entendimento
fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória
de mérito.”.

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Questão 20 (2018/FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) A ação rescisória


a) não é admitida contra sentença terminativa, pois é necessário que a decisão seja de mérito
para que seja possível a sua rescisão.
b) é cabível, em tese, contra decisão interlocutória e contra decisão monocrática do relator,
desde que referentes ao mérito e que tenham transitado em julgado.
c) é o meio correto para a impugnação de sentença homologatória de acordo entre as partes
com trânsito em julgado.
d) que tenha por fundamento a existência de prova nova, cuja existência era ignorada pelo au-
tor da rescisória, somente é admitida quando a prova for documental.
e) é o único meio de impugnação para decisões transitadas em julgado que não apresentem
pressupostos processuais de existência.

Letra b.
a) Errado. A sentença terminativa (sem mérito) pode, em alguns casos, ser objeto de ação
rescisória: quando impedir o ajuizamento de nova ação ou a interposição de algum recurso
(art. 966, § 2º, CPC).
b) Certo. Mesmo sendo interlocutória ou monocrática, a decisão resolutória do mérito pode ser
objeto de ação rescisória.
c) Errado. A homologação de acordo/transação entre as partes somente é impugnável
mediante ação anulatória (art. 966, § 4º, CPC).
d) Errado. Qualquer prova nova pode fundamentar a ação rescisória, ainda que não documental.
e) Errado. A ausência de pressupostos processuais de existência pode ser fundamento de im-
pugnação na ação denominada qurela nullitatis insanabilis, que é uma espécie de ação anula-
tória fundada em inexistência de um pressuposto processual de existência (vício insanável).

Questão 21 (2018/FAUEL/AGEPAR/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ADVOGADO) Acerca da


ação rescisória, de acordo com o Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta.
a) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando a decisão rescinden-
da admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, desde
que o fato represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

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b) Se o fundamento da ação for prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será a data de
sua descoberta, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
c) O direito à rescisão se extingue em 3 (três) anos contados do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
d) Decisões interlocutórias de mérito, transitadas em julgado, não podem ser rescindidas.

Letra b.
a) Errado. Na verdade, é indispensável que o fato não represente ponto controvertido sobre o
qual o juiz deveria ter se pronunciado. Deve se tratar de algo constatável pela simples leitura
dos autos (art. 966, § 1º, CPC).
b) Certo. É a regra especial do art. 975, § 2º, do CPC.
c) Errado. O prazo decadencial é de dois anos.
d) Errado. A decisão interlocutória que seja definitiva de mérito também pode ser objeto de
ação rescisória. É o entendimento fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória
contra decisão interlocutória de mérito.”

Questão 22 (2018/VUNESP/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA–SP/PROCURADOR JURÍ-


DICO) De decisão meritória transitada em julgado, caberá ação rescisória na seguinte situação:
a) se proferida por juiz relativamente incompetente.
b) se ofender ato jurídico perfeito.
c) se for fundada em prova falsa, assim reconhecida judicialmente.
d) se for fundada em erro de direito, verificável de simples exame dos autos.
e) no prazo de 3 (três) anos, contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda.

Letra c.
a) Errado. É a incompetência absoluta que pode fundamentar a ação rescisória.
b) Errado. Tal fundamento não justifica autonomamente o ajuizamento de ação rescisória, por
não constar do rol do art. 966 do CPC.

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c) Certo. É a hipótese de cabimento do art. 966, inciso VI.


d) Errado. Erro de direito não consta do rol do art. 966, mas apenas o erro de fato.
e) Errado. O prazo decadencial é de dois anos.

Questão 23 (2018/FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO/ASSESSORAMENTO LEGIS-


LATIVO) Sobre a ação rescisória, assinale a afirmativa correta:
a) nos casos em que admissível a rescisória, será rescindível a decisão transitada em julgado
que, embora não seja de mérito, impeça nova propositura da demanda.
b) deve o autor depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, independen-
temente de montante total, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de
votos, declarada inadmissível ou improcedente.
c) reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o processo deverá ser
extinto sem resolução de mérito.
d) o relator ordenará a citação do réu, e este terá o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar
resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedi-
mento comum.
e) o direito à rescisão se extingue em 2 anos contados da preclusão da decisão que se preten-
de rescindir.

Letra a.
a) Certo. É a regra do art. 966, § 2º, inciso I, do CPC.
b) Errado. O montante total do depósito não pode ultrapassar 1.000 (mil) salários mínimos.
c) Errado. O processo não será extinto: o autor será intimado para emendar a petição inicial,
a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda
não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ou tiver
sido substituída por decisão posterior (art. 968, § 5º). Nas demais hipóteses, o processo será
diretamente remetido ao órgão competente (art. 64, § 3º, CPC).
d) Errado. O prazo não é fixo: ele será fixado pelo juiz, de 15 a 30 dias (art. 970 do CPC).
e) Errado. A regra geral determina que o prazo decadencial de dois anos é contado do trânsito
em julgado da decisão rescindenda.

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Questão 24 (2018/FCC/TRT - 2ª REGIÃO SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL) Sobre a ação rescisória, nos termos do Código de Processo Civil,
é correto afirmar:
a) O sucessor a título singular daquele que foi parte no processo não tem legitimidade para
propor ação rescisória.
b) O direito à rescisão se extingue em 3 anos contados da data do trânsito em julgado da últi-
ma decisão proferida no processo.
c) A ação rescisória não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
d) Recebida a inicial o relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo de até 15 dias
para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
e) A decisão transitada em julgado que, em embora não seja de mérito, impeça nova proposi-
tura da demanda, poderá ser objeto de ação rescisória.

Letra e.
a) Errado. O sucessor a título singular também pode ajuizar a ação rescisória (art. 967, inciso
I, do CPC).
b) Errado. O prazo decadencial é de dois anos.
c) Errado. A ação rescisória pode ter por objeto um ou mais capítulos, sem limitação máxima
(art. 966, § 3º).
d) Errado. O prazo não é fixo: ele será fixado pelo juiz, de 15 a 30 dias (art. 970 do CPC).
e) Certo. É a regra do art. 966, § 2º, inciso I, do CPC.

Questão 25 (2018/VUNESP/CÂMARA DE CAMPO LIMPO PAULISTA-SP/PROCURADOR JU-


RÍDICO) Brás da Silva foi condenado em uma ação de indenização movida por Nuno Coelho.
Não recorreu da decisão de primeiro grau. Após um ano desse trânsito em julgado, quando
Brás havia iniciado o cumprimento da sentença, descobre que o juiz da causa, prolator da
sentença executada, é irmão de Nuno. Diante desse fato, é correto afirmar:
a) Brás poderá se insurgir contra a sentença por meio de uma ação rescisória, porém, o cum-
primento de sentença não ficará suspenso por não ser admitida a concessão de liminar nesse
procedimento.

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b) a ação rescisória não pode ser manejada nesse caso, pois o impedimento do juiz remonta
apenas ao parentesco de primeiro grau, e assim não inclui irmãos, sendo considerada a sen-
tença totalmente válida.
c) eventual ação rescisória manejada nesse caso deverá ser distribuída para uma das varas do
mesmo grau de jurisdição do qual partiu a sentença a ser rescindida, sendo atribuição do juízo
monocrático a análise dessas demandas.
d) caso Brás opte por valer-se de uma ação rescisória, deverá depositar 5% sobre o valor da
causa, que será convertido em multa, caso a ação seja por maioria de votos declarada inad-
missível ou improcedente.
e) o prazo que Brás terá para propor eventual ação rescisória é contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.

Letra e.
a) Errado. É admitida a concessão de tutela provisória (liminar), conforme o art. 969 do CPC.
b) Errado. O impedimento do juiz é configurado diante de um irmão, o que fundamenta a ação
rescisória (art. 966, II, CPC).
c) Errado. A competência será do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado, já que foi dele a
última decisão de mérito proferida.
d) Errado. A conversão do depósito de 5% em multa ocorrerá se a inadmissibilidade ou impro-
cedência for declarada por decisão unânime (art. 968, II, CPC).
e) Certo. É a regra do art. 975, caput, CPC.

Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e
48° lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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