Ação Recisória - Completo - Gran Cursos
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PROCESSUAL CIVIL
Ação Rescisória
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ação Rescisória
Gustavo Deitos
Sumário
Apresentação.. ................................................................................................................3
Ação Rescisória. ..............................................................................................................5
1. Da Ação Rescisória.......................................................................................................5
1.1. Decisões de Mérito.................................................................................................... 7
1.2. Decisões sem Mérito. ................................................................................................8
1.3. Decisões Meramente Homologatórias: Não Cabe Ação Rescisória.. ...........................9
1.4. Competência........................................................................................................... 10
1.5. Hipóteses de Cabimento (art. 966 do CPC)............................................................. 13
1.6. Prazos para Ajuizamento........................................................................................22
1.7. Legitimidade Ativa e Passiva...................................................................................26
1.8. Pressupostos Processuais Específicos. . ................................................................. 28
1.9. Procedimento Legal e Aspectos Peculiares.. ...........................................................29
Exercícios......................................................................................................................34
Gabarito........................................................................................................................44
Gabarito Comentado. .....................................................................................................45
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ação Rescisória
Gustavo Deitos
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online!
Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes
de direito processual civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa,
o substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente o seguinte tópico de Direito Processual Civil: Ação
Rescisória.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do
material.
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Ação Rescisória
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Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde.
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
Obs.: A ação rescisória não é o único meio autônomo de impugnação das decisões judi-
ciais. Há outros meios também muito importantes, como o mandado de segurança e
a ação anulatória. Esta aula, particularmente, será destinada ao tratamento da ação
rescisória, que é muito explorada em provas e, portanto, merece atenção centralizada.
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Ação Rescisória
Gustavo Deitos
AÇÃO RESCISÓRIA
1. Da Ação Rescisória
A ação rescisória é uma ação de natureza especial, cujo objeto, essencialmente, é a des-
constituição da coisa julgada material. Ademais, a ação rescisória possui natureza civil e
integra a fase de conhecimento do processo.
Esta ação integra o gênero “meios de impugnação de decisões judiciais”, ao lado dos
recursos em sentido estrito, uma vez que a ação rescisória se destina a desconstituir alguns
elementos – ou todos os elementos – de uma decisão judicial anteriormente proferida, obje-
tivo natural dos recursos propriamente ditos.
Para ajudá-lo(a) a fixar esse ponto, apresento o seguinte mapa mental:
Obs.: Fique tranquilo: trataremos de todas as hipóteses do art. 966 em subcapítulo especí-
fico. Agora, apresentarei as noções básicas sobre ação rescisória.
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Ação Rescisória
Gustavo Deitos
Os efeitos basilares da decisão definitiva proferida em sede de ação rescisória são consti-
tutivo-negativos (ou desconstitutivos), e seus reflexos temporais são ex nunc (prospectivos).
Obs.: O estudo correto e aprofundado da ação rescisória é um elemento que põe o candi-
dato em significativa vantagem no concurso público, uma vez que a complexidade do
tema torna sua plena compreensão menos acessível. É para isso que trabalharemos:
para que este importantíssimo tema seja muito bem entendido por você, colocando-
-lhe em posição superior aos demais concorrentes.
Para que a ação rescisória seja admissível, basta que a decisão a ser rescindida tenha
transitado em julgado, independentemente do número de instâncias recursais que tenha per-
corrido para finalmente transitar em julgado. É o entendimento consolidado na Súmula 514
do STF:
Entendo que, antes de passarmos aos aspectos mais complexos da ação rescisória, é ne-
cessário mostrar-lhe algumas nomenclaturas basilares do assunto, para que você tenha muito
mais facilidade ao ler o material. São elas:
1) Decisão rescindenda: é a decisão judicial transitada em julgado que se pretende des-
constituir/modificar por meio da ação rescisória.
2) Rescindibilidade: é o tratamento da hipótese de uma decisão poder ser rescindida, ou
seja, a “possibilidade de rescindir”.
3) Juízo rescindente: é a apreciação do pedido de rescisão de uma decisão judicial transi-
tada em julgado. Trata-se do juízo que desconstitui uma coisa julgada material.
4) Juízo rescisório: além de desconstituir uma decisão transitada em julgado, trata de pro-
ferir um novo julgamento acerca da questão abordada pela decisão rescindida.
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Ação Rescisória
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Ex.:
Aprendendo na prática
O objeto essencial da ação rescisória, que é a pretensão de rescindir – desconstituir – deter-
minada decisão judicial, não cria obrigações às pessoas então beneficiadas pela decisão
rescindenda (decisão a ser rescindida no bojo da ação rescisória). Na verdade, eventuais
efeitos retroativos (ex tunc) que venham a emergir da ação rescisória decorrem do novo jul-
gamento do processo, quando a rescisão da decisão judicial o tornar necessário (art. 968, I,
NCPC).
É o novo julgamento do processo rescindendo, por sua vez, que interferirá de forma retroativa
nas relações jurídicas havidas entre as partes.
Abaixo, apresentarei subcapítulos específicos para cada tipo de decisão impugnável me-
diante ação rescisória, eis que as repercussões processuais se diferenciam consideravelmen-
te a depender do tipo.
Em regra, para poder ser objeto de ação rescisória, basta que a decisão, por sua natureza
jurídica, tenha abarcado atividade cognitiva do Poder Judiciário. Isso significa que basta o
fato de a decisão ter entrado no mérito da questão para que desafie ação rescisória, assim que
transitada em julgado (esgotado o prazo recursal correspondente).
Um acórdão prolatado por qualquer tribunal, que aprecie o mérito da causa, em grau de
recurso ou originariamente, tão logo transitado em julgado, é passível de ação rescisória. Tam-
bém é possível que as sentenças de primeiro grau, depois de transitadas em julgado, sejam
objeto de ação rescisória.
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Ação Rescisória
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Não são somente sentenças e acórdãos que se sujeitam a ação rescisória. Uma decisão que
resolva parcialmente o mérito da questão, com fundamento no art. 356 do NCPC (julgamento
antecipado parcial do mérito), é uma decisão interlocutória. Embora não seja sentença e nem
acórdão, ela atua cognitivamente sobre a causa, razão pela qual, quando transitada em julga-
do, sujeita-se a ação rescisória.
A necessidade de a decisão rescindenda resolver o mérito, para ser objeto de ação res-
cisória, é somente a regra geral, que comporta exceções. Estudá-las-emos no subcapítulo
iniciado logo abaixo.
Embora a legislação seja expressa no sentido de somente decisões de mérito serem sus-
cetíveis de juízo rescisório/rescindente (juízo acerca de sua rescisão ou não), existem exce-
ções a tal regra. Vejamos, nesse sentido, o art. 966, § 2º, do NCPC:
Art. 966, § 2º, NCPC: Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão tran-
sitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I – nova propositura da demanda; ou
II – admissibilidade do recurso correspondente.
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Fórum Permanente de Processualistas Civis
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Ação Rescisória
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Sempre que uma decisão sem mérito estiver impedindo o ajuizamento de uma nova ação
ou impedindo que um recurso seja admitido, caberá ação rescisória contra essa decisão
impeditiva.
Ex.:
Aprendendo na prática:
1) Quando uma decisão específica impedir o ajuizamento de nova ação, caberá ação resci-
sória. Dou-lhe um exemplo: o art. 486, § 2º do CPC exige que, se uma ação for extinta sem
resolução do mérito, a parte autora poderá ajuizar nova ação idêntica, mas deverá pagar as
custas processuais e os honorários de sucumbência como condição para o ajuizamento da
nova demanda. Neste caso, se a sentença de extinção sem resolução do mérito tiver sido pro-
ferida com manifesta violação de norma jurídica (como criando uma hipótese não prevista em
lei de inépcia da petição inicial), ou se enquadrar em qualquer hipótese do art. 966, caberá ação
rescisória contra ela, mesmo que não seja de mérito.
2) É possível o ajuizamento de ação rescisória contra decisão que, ainda que não resolva o
mérito da causa, impeça a interposição de recursos. Tal sentença, na verdade, estaria fundada
em erro de fato ou violando manifestamente norma jurídica, como, por exemplo, ter computa-
do ao prazo recursal o período em que os prazos processuais devem permanecer suspensos
– 20 de dezembro a 20 de janeiro – (art. 220 do CPC), ou ter computado o prazo processual em
dias corridos, e não em dias úteis, como manda o art. 219 do CPC.
Exemplo: Transação (acordo) realizada entre as partes e sem a participação do juiz, limitando-
-se ele a simplesmente homologar a transação realizada e documentada pelas partes, extin-
guindo o processo com resolução do mérito (art. 487, III, “b”, CPC).
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Ação Rescisória
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Dessa forma, qual seria o meio adequado para anular ato jurídico de disposição de direi-
tos tão somente homologado pelo juiz?
Seria a AÇÃO ANULATÓRIA, que se diferencia da ação rescisória por ter como principal
efeito o efeito declaratório (sendo o desconstitutivo mera consequência natural), além de pro-
duzir, em regra, efeitos ex tunc (retroativos).
É isto o que dispõe o CPC:
Art. 966, §4º, CPC: Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros parti-
cipantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no
curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
1.4. Competência
A ação rescisória, como vimos, é uma ação processada e julgada exclusivamente em tribu-
nais. Resta sabermos, agora, que tribunais são esses, e com qual critério se identifica o tribunal
competente.
Desde já, dou-lhe três dicas para ter segurança ao identificar o tribunal competente para
processar e julgar uma ação rescisória:
1) A ação rescisória, por ser ação autônoma de impugnação, não segue a mesma lógica
funcional dos recursos. Portanto, nem pense em sempre olhar para o órgão jurisdicional supe-
rior àquele que prolatou a decisão.
2) Ações rescisórias contra decisões de tribunais, como TJ, TRF, STJ e STF, são proces-
sadas e julgadas pelos próprios tribunais que proferiram a decisão rescindenda. O TRF, por
exemplo, terá em seu regimento interno um órgão competente para julgar as ações rescisórias,
como o Órgão Especial (de qualquer forma, o próprio TRF julgará a ação rescisória contra seu
acórdão).
3) Ações rescisórias contra sentenças de juízes de primeiro grau seguirão a lógica dos re-
cursos: sentença de juiz de direito será objeto de ação rescisória ajuizada no TJ; sentença de
juiz federal, no TRF.
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Ação Rescisória
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E não pense que as regras de competência da ação rescisória são previstas apenas em lei:
elas constam do texto da Constituição Federal. Agora, apresento-lhe os fundamentos consti-
tucionais da competência para processar e julgar a ação rescisória:
1) Competência do STJ:
2) Competência do STF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
(...)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
Obs.: Somente a competência dos Tribunais de Justiça (TJ) não tem regra prevista no texto
da Constituição Federal. Todavia, essa regra é normalmente prevista no texto das
Constituições Estaduais: o TJ é competente para processar e julgar, originariamente,
ações rescisórias contra seus próprios acórdãos e contra as sentenças dos juízes de
primeiro grau vinculados ao tribunal.
Perceba que a competência para o julgamento da ação rescisória é definida de acordo com
a última instância recursal que tiver se pronunciado sobre o mérito.
Exemplo: Se, em grau de recurso especial, o STJ se pronunciou sobre o mérito da causa, será
dele a competência para eventual futura ação rescisória. Se, todavia, o STF tiver analisado
somente aspectos de admissibilidade do recurso e não tiver apreciado o mérito, a competên-
cia será do tribunal inferior (TJ ou TRF, a depender do caso).
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Ação Rescisória
Gustavo Deitos
Professor, e se a ação rescisória for protocolada perante o tribunal “errado”? O que acontecerá?
Neste caso, caro(a) aluno(a), as consequências são um pouco diferentes do que normal-
mente acontece. Confira o que dispõem os §§ 5º e 6º do art. 968 do CPC:
§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado
para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apon-
tada como rescindenda:
I – não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966;
II – tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os
fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.
Lendo estes dois parágrafos, você pode vir a concluir que, na ação rescisória, o tribunal que
se declarar incompetente pode simplesmente ordenar o autor a emendar a inicial e remeter os
autos ao tribunal competente. Contudo, não é tão simples assim.
Constatada a incompetência funcional do tribunal, somente será autorizada a emenda da
inicial e a remessa dos autos se o fundamento da incompetência for um destes dois:
• 1) A decisão, além de não resolver o mérito, não é uma daquelas que impede nova ação
ou a interposição de algum recurso;
− Nesta hipótese, caberá ao autor indicar se alguma outra decisão do processo se
enquadra nas hipóteses do § 2º do art. 966, emendando a inicial e impugnando a
decisão correta. Não havendo tal decisão, poderá o autor simplesmente desistir da
ação rescisória.
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Ação Rescisória
Gustavo Deitos
Exemplo:
Uma Câmara do TJ prolata um acórdão manifestamente violador de norma jurídica, levando a
parte prejudicada a ajuizar ação rescisória. Ao receber a petição inicial da ação rescisória, o TJ
verifica que o referido acórdão já foi substituído por uma decisão proferida em sede de recur-
so especial no STJ. Neste caso, o TJ deverá intimar o autor para emendar a petição inicial, de
modo a fundamentar sua impugnação à nova decisão, para, depois, remeter a ação rescisória
ao STJ.
Se a incompetência funcional (absoluta) do tribunal for devida a outras razões, não haverá
oportunidade de emenda à petição inicial, e será aplicada a regra geral pertinente à declaração
de incompetência, com imediata remessa dos autos ao órgão competente (art. 64, § 3º, CPC).
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Ação Rescisória
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A conduta de prevaricação é descrita pelo art. 319 do Código Penal. Um exemplo de pre-
varicação seria o caso em que um juiz deixa de impulsionar determinado processo para fazer
com que o direito de uma das partes pereça ou torne-se obsoleto.
Já a conduta de concussão é descrita pelo art. 316 do Código Penal. Um exemplo seria o
fato de o juiz condicionar a sentença favorável ao réu ao pagamento de determinada quantia,
cujo não pagamento acarretará necessariamente sentença desfavorável a ele.
Por sua vez, a conduta de corrupção pode ser ativa ou passiva. A corrupção ativa é prati-
cada por quem oferece determinada vantagem. Já a corrupção passiva é praticada por quem
recebe ou solicita tal vantagem. Portanto, para justificar o cabimento da ação rescisória, so-
mente é possível a prática de corrupção passiva.
Um claro exemplo seria o fato de o juiz solicitar determinada quantia para, em troca, proferir deci-
são em algum sentido, sem necessariamente exigir tal quantia como condição necessária e exclusi-
va para que a decisão seja prolatada em tal sentido (eis a diferença essencial para com a concussão).
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, a corrupção passiva, como fundamento da ação
rescisória, pode ser comprovada no curso da própria ação rescisória, sem necessidade de pré-
via condenação do juiz corrupto em processo criminal.
Nessa situação, a ação rescisória deve ser ajuizada com prova de que o juiz prolator da de-
cisão rescindenda era impedido, por se enquadrar em alguma das hipóteses de impedimento
do art. 144 do CPC, ou absolutamente incompetente.
A suspeição do juiz não legitima, por si só, o ajuizamento de ação rescisória, pois o prossegui-
mento do processo sem oposição ao juiz no tempo oportuno implica presunção real (absoluta)
de aceitação do juiz.
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A incompetência relativa, igualmente, não legitima, por si só, o ajuizamento de ação rescisó-
ria, pois a ausência de manifestação da parte no momento oportuno sobre a incompetência
relativa provoca o fenômeno da prorrogação de competência, tornando o juízo, daí em diante,
absolutamente competente.
Não é necessário que, no curso da ação primitiva (na qual tenha sido proferida a decisão
rescindenda), alguma das partes tenha alegado incompetência absoluta. A competência ma-
terial é matéria de ordem pública, a qual ultrapassa a esfera jurídica subjetiva das partes.
Logo, se ficar comprovado que a decisão foi proferida por juiz absolutamente incompetente,
poderá tal decisão ser objeto de ação rescisória, desde que ajuizada dentro de seu prazo, sobre
o qual trataremos mais adiante.
Antes de mais nada, devemos lembrar de que a coisa julgada rescindível por meio de ação
rescisória é a coisa julgada material, isto é, aquela que interfere no mérito da causa, produzin-
do efeitos sobre a relação jurídica submetida à jurisdição.
O conceito legal de coisa julgada material é trazido pelo art. 502 do NCPC:
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a deci-
são de mérito não mais sujeita a recurso.
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Ação Rescisória
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Entende-se por coisa julgada material a força impositiva que torna imutável e indiscutível
a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Já a coisa julgada formal restringe-se à im-
possibilidade de manifestação, sobre a causa, no mesmo processo, em razão de este ter sido
extinto. No caso da coisa julgada formal, o mérito da ação (alegações do autor e do réu) não
é apreciado.
DICA!
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova
ação acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
sobre a mesma causa.
Exemplo:
Uma pessoa ajuíze ação de cobrança contra determinada microempresa. Nesta ação, a micro-
empresa é vencida e condenada a pagar o valor cobrado pelo autor. Meses depois, o mesmo
autor ajuíza nova ação de cobrança, postulando o pagamento de valores que, a princípio, esta-
riam inclusos no valor já pago pela microempresa.
A microempresa foi citada mediante carta com aviso de recebimento, que foi extraviada. Apesar
do extravio, o servidor dos Correios, no momento da entrega, atesta que a carta foi entregue ao
destinatário (a microempresa). Por não ter conhecimento do processo, a microempresa deixa
de contestar, é revel e, no fim, acaba novamente condenada por sentença ao pagamento do
valor cobrado pelo autor.
Ao descobrir que está tendo seus bens penhorados, a microempresa toma conhecimento da
segunda ação de cobrança e, desde logo, pode ajuizar uma ação rescisória contra a sentença
que a condenou a pagar o mesmo valor já cobrado na ação anterior, por ofensa à coisa julgada
material.
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Ação Rescisória
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A expressão “norma jurídica” é uma inovação em comparação ao CPC de 1973, que apenas
utilizava o termo “lei” para legitimar o cabimento de ação rescisória. Portanto, trabalha-se, de
agora em diante, com um termo mais amplo. Pode tal violação atingir norma constitucional,
norma infraconstitucional, ato normativo primário e, por força do art. 966, § 5º, do NCPC, sú-
mulas e acórdãos proferidos em julgamentos de casos repetitivos.
Art. 966, § 5º: Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra de-
cisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos
que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o
padrão decisório que lhe deu fundamento.
Obs.: Se a interpretação dada a uma norma for notoriamente errada ou contrária ao propó-
sito da norma, também poderá ser verificada a manifesta violação de norma jurídica,
viabilizando-se o ajuizamento de ação rescisória.
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Ação Rescisória
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Situações de manifesta violação de norma jurídica são observadas diante de erros de pro-
cedimento, também identificados pelo brocardo error in procedendo. É a situação em que o
juiz segue o procedimento errado, ou o conduz de forma equivocada, suprimindo fases impor-
tantes ou alterando a ordem das fases de maneira prejudicial e antijurídica.
Erros de procedimento são apenas situações exemplificativas de violação manifesta de
norma jurídica. Também é possível tal violação diante da pura aplicação de um dispositivo de
lei ao caso concreto.
Exemplo: Decisão que considera prescrita a pretensão do autor, extinguindo o processo com
resolução do mérito, com base num prazo prescricional inexistente e/ou errado.
A violação manifesta de norma jurídica deve ser aquela ocorrida no momento da prolação da
decisão rescindenda. Logo, se uma lei posterior/superveniente alterar uma regra, não será
possível o ajuizamento de ação rescisória com base na regra nova, se, na época da decisão
transitada em julgado, foi aplicada a regra então existente.
Obs.: É claro que, se determinado artigo de lei tiver interpretação controvertida nos tribu-
nais e o juiz aplicar uma interpretação totalmente descabida, diferente de toda e qual-
quer questão divergente, caberá ação rescisória.
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Ação Rescisória
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A prova nova, apta a ensejar ação rescisória, tem dois elementos essenciais: impossibili-
dade de utilização no momento da ação primitiva (pelo fato de o autor não saber da existência
da prova ou ter sido absolutamente impossível ao autor usá-la naquele momento) e convenci-
mento imperativo (a prova nova seria capaz de, no momento da ação primitiva, ter dado à parte
uma decisão favorável, sem a ajuda de qualquer outra prova ou tese).
A obtenção da prova nova deve ocorrer após o trânsito em julgado da ação primitiva, para
que o autor da ação rescisória possa invocá-la como fundamento de rescindibilidade. Contudo,
tal prova deve existir antes do trânsito em julgado.
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Ação Rescisória
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O erro de fato, para justificar ação rescisória, deve ser um erro incidente sobre fato total-
mente alheio à controvérsia instaurada entre as partes. Isto significa que o “fato errado” deve
ser aquele pacificamente aceito e tomado como premissa/princípio para que o juiz se situe
na causa.
Basicamente, o erro de fato pode ser traduzido em existência de fato tido como inexisten-
te ou inexistência de fato cuja existência era incontroversa. O erro é do juiz, e não das partes.
A respeito disso, podemos considerar o art. 966, § 1º, do NCPC:
§ 1º. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
O erro de fato que justifica o ajuizamento da ação rescisória deve ser constatável por sim-
ples exame dos autos. Isso significa que não é possível ao autor da ação rescisória requerer
produção de provas do erro: deve o erro ser, de plano, visível nos autos do processo em que
proferida a decisão rescindenda.
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Ação Rescisória
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Deve ser verificável de plano nos autos, por simples leitura, que o juiz foi levado a erro, to-
mando, em sequência, decisões que tomavam como pressuposto a conclusão equivocada a
que o juiz foi levado.
O TST é um tribunal rico em jurisprudência sobre a ação rescisória, seus elementos e pres-
supostos. Portanto, mais uma vez, citarei um enunciado de súmula do TST como substrato
para que você compreenda a lógica da ação rescisória fundada em erro de fato:
Explico: o erro de fato é sempre uma premissa fática indiscutida de um silogismo argu-
mentativo. Dou-lhe um exemplo:
Exemplo:
A fundamentação do acórdão deixa claro que a parte autora não tem direito a receber
determinada quantia cobrada, mas, na parte dispositiva, o acórdão dá provimento ao
recurso do autor e determina ao réu que pague o que o autor está cobrando. Veja: o erro
é constatável pela simples leitura dos autos, sem necessidade de novas provas. O relator
do acórdão simplesmente se equivocou e teve falso reflexo da matéria em julgamento ao
redigir a parte dispositiva.
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Ação Rescisória
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Veja: na parte dispositiva do acórdão, no exemplo, a obrigação de o réu pagar certo valor
ao autor é uma premissa fática indiscutida, uma vez que não houve nenhum embasamento
argumentativo para justificar o porquê de o autor realmente ter direito à quantia cobrada. Logo,
cabe ação rescisória por erro de fato.
DICA!
Premissa fática indiscutida: um fato imposto sem uma prévia
explicação.
Silogismo argumentativo: raciocínio jurídico formado com
base em várias teses e argumentos postos à disposição da-
quele que raciocina (o julgador).
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Ação Rescisória
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Exemplo:
As partes tomaram ciência em 01/10/2030 (quarta-feira) de sentença de mérito proferida pelo
juiz. Nenhuma delas interpôs apelação, razão pela qual o processo transitou em julgado em
14/10, dia seguinte ao último dia do prazo recursal. Conforme o art. 132, caput, do Código
Civil, o dia do começo do prazo (imediatamente seguinte ao término do prazo recursal) deve
ser excluído.
Portanto, o dia 15/10/2030 será o primeiro dia da contagem do prazo decadencial para o ajui-
zamento da ação rescisória, que terminará em 15/10/2032, ou no primeiro dia útil subsequente,
se este for feriado, fim de semana ou nele não houver expediente forense (art. 975, § 1º, CPC).
Caso o recurso tenha sido interposto após seu prazo, ou, ainda que dentro do prazo, seja
manifestamente incabível, o início do prazo de dois anos para o ajuizamento da ação rescisória
não será contado a partir da decisão que inadmitir o recurso, mas, sim, a partir do término do
prazo do recurso correto.
A certidão de trânsito em julgado é documento essencial para o ajuizamento de ação res-
cisória. O juízo, todavia, não está vinculado a tal certidão, embora ela possua presunção de
legitimidade. Se o juízo perceber qualquer equívoco na determinação do trânsito em julgado,
ele poderá apontá-lo e levá-lo em conta para determinar o dia de início e o dia de término do
prazo decadencial de dois anos.
Ademais, o trânsito em julgado (e início do prazo decadencial) somente ocorrerá após o
término do prazo dos recursos cabíveis (15 dias). Após estes 15 dias, ocorrerá o trânsito em
julgado.
Art. 975, § 2º, NCPC: Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data
de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo.
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Ação Rescisória
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Existe, por fim, uma outra exceção à regra geral, mas esta é mais simples. Trata-se da regra
de contagem prevista no art. 975, § 3º, do CPC:
§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro
prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que
têm ciência da simulação ou da colusão.
Os terceiros prejudicados também podem ajuizar ação rescisória, assim como o MP. Nes-
ses casos, é bem provável que o fundamento da ação rescisória seja a simulação ou a colusão
das partes, a fim de fraudar a lei (art. 966, inciso III). Nesse caso, o prazo de dois anos será
contado a partir da ciência da fraude (simulação ou colusão).
Veja: os dois anos são os mesmos da regra geral, mas o dia de início da contagem desses
dois anos não é o do trânsito em julgado da decisão rescindenda, mas, sim, o dia em que se
tomou ciência da simulação ou da colusão, caracterizadas como fraude.
A ciência da fraude só marca o dia de início do prazo decadencial de dois anos para o MP se
este NÃO INTERVEIO no processo em que fora prolatada a decisão rescindenda. Se o MP hou-
ver intervindo no processo da decisão rescindenda, o termo inicial decadencial para a ação
rescisória seguirá a regra geral.
A última exceção à regra geral da contagem do prazo consta do art. 525, §§ 12 e 15, do
CPC. Confira-os:
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Ação Rescisória
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§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei
ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
Obs.: Neste caso, não importa quanto tempo decorreu desde o trânsito em julgado da deci-
são rescindenda, como no caso da prova nova. O prejudicado terá dois anos, a contar
do trânsito em julgado da decisão do STF, para ajuizar a ação rescisória.
Em qualquer hipótese, o prazo decadencial será de dois anos. O que muda é a data em que
a contagem desses dois anos se inicia.
• REGRA GERAL: os dois anos iniciam-se a contar do trânsito em julgado da decisão
rescindenda.
• EXCEÇÕES: os dois anos iniciam-se a contar da descoberta da prova nova (1), da ci-
ência da fraude (2) para o MP e terceiros prejudicados ou do trânsito em julgado da
decisão do STF que tiver declarado inconstitucional (3) uma norma em que o juiz se
baseou.
− Se a descoberta da prova nova tiver ocorrido após cinco anos do trânsito em julga-
do, NÃO CABERÁ ação rescisória.
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Ação Rescisória
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A parte do processo em que foi proferida a decisão rescindenda pode, evidentemente, ajui-
zar ação rescisória, independentemente de ter ela sido autora ou ré no processo originário.
Inclusive, é possível que o terceiro interveniente, que tiver atuado nesta qualidade no processo
originário, ajuíze ação rescisória por ter participado do processo, mesmo que nem como autor,
nem como réu.
O sucessor a título universal normalmente é o sucessor obrigatório, e o singular, sucessor
voluntário, como regra geral.
• SUCESSÃO OBRIGATÓRIA (LEGAL): A lei obriga que, ocorrendo determinado fato, o su-
jeito processual seja sucedido por outra pessoa.
Exemplo: O art. 110 do CPC dispõe: “Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a
sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores.”. Veja: havendo morte de uma das partes,
ela deverá ser sucedida por alguém: espólio ou sucessores da lei civil.
• SUCESSÃO VOLUNTÁRIA: A lei não obriga a sucessão, mas, em razão de determinado
ato volitivo entre os envolvidos, a sucessão processual acaba por ocorrer, pois o titular
do direito defendido passa a ser outra pessoa. Este ato pode consistir em negócios ju-
rídicos ou acordos celebrados entre as pessoas.
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Obs.: As hipóteses em que o MP será legitimado a ajuizar ação rescisória são EXEMPLI-
FICATIVAS. Nesse sentido é a Súmula n. 407 do TST:
Portanto, as alíneas deste inciso não elencam todos os casos de legitimidade do MP.
O MP ajuizará a ação rescisória em qualquer das hipóteses em que, legalmente, deva atu-
ar, quando ordenarem as normas orgânicas do Ministério Público, a lei e a Constituição
Federal.
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Ação Rescisória
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Sempre que o MP for autor da ação rescisória, ambas as partes do processo originário se-
rão citadas como rés, pois eventual rescisão do julgado afetaria a ambas.
IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Imagine como exemplo a outorga uxória/marital. O autor de ação que tenha por objeto um
direito real sobre bem imóvel (hipoteca, anticrese, servidão etc.), embora possa atuar no polo
ativo de forma singular (sozinho), precisa do consentimento de seu cônjuge ou companheiro
para ajuizar a ação, eis que o direito real sobre bem imóvel interesse, juridicamente, a ambos
os cônjuges.
Se o processo sobre direito real imobiliário tiver transcorrido e sua decisão transitado em
julgado sem a oitiva do cônjuge ou companheiro de uma das partes, o cônjuge/companheiro
poderá ajuizar ação rescisória, porque deveria ter sido ouvido no processo principal.
Obs.: A doutrina majoritária NÃO considera cabível emenda à petição inicial da ação resci-
sória quando o autor deixa de efetuar o depósito prévio. Até porque o § 3º do art. 968
traça que a ausência de depósito prévio implica indeferimento da petição inicial (hipó-
tese de extinção sem resolução do mérito).
O depósito prévio tem um limite máximo: 1.000 (mil) salários mínimos. Portanto, mesmo
que os 5% do valor da causa correspondam a valor milionário, dever-se-á observar o teto de mil
salários mínimos vigentes à época do depósito (art. 968, § 2º, CPC).
Certos litigantes são dispensados de efetuar o depósito prévio: a Fazenda Pública (incluin-
do MP e Defensoria Pública) e os beneficiários da justiça gratuita (art. 968, § 1º, CPC).
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Ação Rescisória
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Ademais, na petição inicial da rescisória, o pedido por um novo julgamento não é implícito.
Deverá o autor, se quiser um novo julgamento da questão rescindida, pedir, especificamente,
para que o tribunal efetue um novo julgamento da demanda cuja decisão for rescindida (juízo
rescisório).
Se o autor se limitar a pedir a rescisão da decisão transitada em julgado, o único efeito será
o desfazimento daquela coisa julgada, sem nova tutela do direito envolvido (juízo rescindente).
Finalizo este subcapítulo dando-lhe mais uma informação muito importante: a ação res-
cisória admite a improcedência liminar do pedido, nas hipóteses do art. 332, caput e § 1º
do CPC:
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo,
a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Exemplo: Se o tribunal, de plano, verificar que o prazo decadencial de dois anos já transcorreu,
poderá julgar liminarmente improcedente a ação rescisória, com fundamento no implemento
da decadência e da subsequente perda do direito à rescisão.
Começarei por um aspecto peculiar ainda não mencionado na aula: a ação rescisória pode
ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão (art. 966, § 3º). Portanto, não é necessário
que o autor peça a rescisão da decisão inteira. Ele pode ter interesse na rescisão de um ou
mais capítulos, mas não na decisão inteira.
Portanto, as decisões transitadas em julgado podem ser rescindidas total ou parcialmente.
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Ação Rescisória
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As regras procedimentais da ação rescisória ainda não abordadas na aula constam dos
arts. 969 a 974 do CPC, que serão, a seguir, comentados de forma individualizada.
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, res-
salvada a concessão de tutela provisória.
No tempo do ajuizamento da ação, a parte autora pode ter interesse na suspensão imedia-
ta da decisão rescindenda, tendo em vista que a manutenção de seus efeitos poderia causar
algum dano em especial. Em razão disso, tornou-se pacífico na jurisprudência que a parte
poderia postular a suspensão, desde logo, da decisão rescindenda, caso preenchidos os requi-
sitos da tutela provisória.
Esse posicionamento da jurisprudência ganhou força e, em 2006, o CPC de 1973 foi altera-
do para prever tal possibilidade (embora com a linguagem antiga: ação cautelar e antecipação
de tutela). O Novo CPC, igualmente, mantém a previsão da possibilidade de suspenderem-se
os efeitos da decisão rescindenda mediante pedido de tutela provisória, como podemos de-
preender da leitura do art. 969 (“ressalvada a concessão de tutela provisória”).
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias
nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem
contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
O prazo para o réu contestar a ação será designado pelo juiz, em cada caso, observando-se
o mínimo de 15 dias e o máximo de 30 dias.
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Ação Rescisória
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Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias
do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado
do julgamento rescindendo.
Como as ações rescisórias são de competência dos tribunais, e os próprios tribunais são
competentes para julgar as ações rescisórias contra seus julgados, é comum que os membros
do órgão competente para o julgamento da rescisória tenham participado do julgamento da-
quela decisão que se pretende rescindir.
Os desembargadores que tiverem participado daquele julgamento a ser rescindido até podem
participar do novo julgamento (rescindente), mas, na medida do possível, será sempre sele-
cionado como relator um daqueles que não tiver participado do processo primitivo.
Essa nova regra do CPC tornou superado o entendimento da Súmula 252 do STF, que enuncia:
Em sua prova, somente considere válido o entendimento da Súmula 252 do STF se você per-
ceber que as demais alternativas são manifestamente erradas, ou se o enunciado da questão
pedir para que você responda em conformidade à jurisprudência sumulada do STF.
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a com-
petência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para
a devolução dos autos.
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Ação Rescisória
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É possível que, em dado momento do processo da ação rescisória, seja necessária a coleta
de provas periciais, depoimentos testemunhais ou, ainda, depoimentos pessoais das partes,
além de outras provas.
Você sabe de que, quando a ação rescisória visa desconstituir uma sentença de primeiro
grau, ela é julgada pelo tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. Como os tribunais não têm tan-
ta praticidade com instrução processual, e podem ser muito distantes dos objetos das provas
(especialmente os depoimentos de pessoas), é possível que o tribunal expeça uma carta de
ordem ao juízo que proferiu a sentença para que proceda à oitiva das partes e/ou de testemu-
nhas, bem como à designação de perito para examinar algo ou alguém.
A “delegação” de atribuições a outro órgão dá-se mediante carta. Se a delegação for de
tribunal para juiz de primeira instância, tratar-se-á de carta de ordem. Se a carta for para outro
órgão (menos comum nestes casos), tratar-se-á de carta precatória.
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamen-
te, pelo prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento
pelo órgão competente.
Obs.: Não é possível dar muitos detalhes do que ocorre na “fase instrutória”, porque o art. 970
dispõe que, após a contestação, deve ser observado o “procedimento comum”, e,
neste caso, o órgão julgador pode conduzir a instrução probatória de diversas formas.
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Não deixe passar batido o detalhe de que o prazo das razões finais é sucessivo: começa
para uma parte e, quando termina, começa para a outra. O prazo de 10 dias para as razões
finais não corre ao mesmo tempo para as partes, mas, sim, primeiramente para uma e de-
pois para outra.
Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso,
novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.
Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribu-
nal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto
no § 2º do art. 82.
Este artigo é importantíssimo para fins de prova, por ser muito explorado.
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EXERCÍCIOS
Questão 1 (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Assinale a
alternativa incorreta sobre ação rescisória:
a) Não é possível o manejo de ação rescisória, com base na suposta violação à norma jurídica,
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de ca-
sos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida
no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for fundada em erro
de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispen-
sável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz
deveria ter se pronunciado.
c) O Ministério Público tem legitimidade para propor a ação, se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção.
d) É lícito o pedido de tutela de urgência visando impedir o cumprimento da decisão rescindenda.
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d) a prova testemunhal, para ser aceita como “prova nova”, demandaria a existência de pelo
menos um indício de prova documental, também nova, a embasar o fundamento da ação
rescisória.
e) a descoberta de nova testemunha não se enquadra no conceito de “documento novo”, requi-
sito para a propositura da ação rescisória, razão pela qual esta deve ser julgada improcedente,
com julgamento do mérito.
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d) Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá có-
pias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o
julgamento. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que haja participado do
julgamento rescindendo.
e) Na petição inicial da ação rescisória, o autor deve cumular ao pedido de rescisão o pedido
de novo julgamento do processo, bem como depositar cinco por centro sobre o valor da causa
que se converterá em multa caso a ação seja declarada improcedente por unanimidade, sendo
que apenas as entidades de Direito Público estão dispensadas do depósito dos valores.
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Ação Rescisória
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c) A ação rescisória não pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.
d) Recebida a inicial o relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo de até 15 dias
para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
e) A decisão transitada em julgado que, em embora não seja de mérito, impeça nova proposi-
tura da demanda, poderá ser objeto de ação rescisória.
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GABARITO
1. a
2. c
3. b
4. c
5. c
6. b
7. e
8. a
9. a
10. b
11. E
12. E
13. E
14. d
15. e
16. E
17. C
18. C
19. E
20. b
21. b
22. c
23. a
24. e
25. e
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Assinale a
alternativa incorreta sobre ação rescisória:
a) Não é possível o manejo de ação rescisória, com base na suposta violação à norma jurídica,
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de ca-
sos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida
no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for fundada em erro
de fato verificável do exame dos autos. Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir
fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispen-
sável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz
deveria ter se pronunciado.
c) O Ministério Público tem legitimidade para propor a ação, se não foi ouvido no processo em
que lhe era obrigatória a intervenção.
d) É lícito o pedido de tutela de urgência visando impedir o cumprimento da decisão rescindenda.
Letra a.
a) Certo. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 966, § 5º,
do CPC, que permite o manejo de ação rescisória, com fundamento em violação manifesta
de norma jurídica, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em
julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a
questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
b) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 966, § 1º, do CPC.
c) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 967, III, alínea “a”, do CPC.
d) Errado. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade
com a regra do art. 969 do CPC, que permite expressamente a concessão da tutela provisória.
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Letra c.
Você sabe que, em regra, o prazo decadencial para o ajuizamento da ação rescisória é de dois
anos, contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda. A questão, contudo, explorou
diretamente a exceção a tal regra. O art. 975, § 2º, dispõe:
Se fundada a ação no inciso VII do art. 966 [prova nova], o termo inicial do prazo será a data de des-
coberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
A prova nova pode ser testemunhal, uma vez que a lei não restringe as espécies de prova que
podem ser consideradas “novas” para este fim. Logo, como a ação rescisória foi ajuizada em
20.09.2019, não se passaram cinco anos do trânsito em julgado, que ocorreu em 26.09.2014.
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Letra b.
Trata-se da colusão entre as partes, conforme o art. 966, inciso III, do CPC.
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e) Na petição inicial da ação rescisória, o autor deve cumular ao pedido de rescisão o pe-
dido de novo julgamento do processo, bem como depositar cinco por centro sobre o valor
da causa que se converterá em multa caso a ação seja declarada improcedente por unani-
midade, sendo que apenas as entidades de Direito Público estão dispensadas do depósito
dos valores.
Letra c.
a) Errado. Quando uma decisão estiver de acordo com o entendimento predominante do STF,
não será “manifesta” a violação de norma jurídica, mesmo que, posteriormente, o entendimen-
to seja superado. Esta conclusão também é confirmada pela Tese definida no RE 590.809
do STF).
b) Errado. A ação rescisória não tem nenhuma relação direta com uniformização de jurispru-
dência. Sua relação, nesse aspecto, é a mesma tida por todas as outras ações.
c) Certo. Trata-se da correta regra do art. 975, § 2º, que institui uma exceção ao termo inicial
do prazo decadencial da ação rescisória.
d) Errado. Preferencialmente, a escolha deverá recair em juiz que não tenha participado do
julgamento rescindendo (art. 971, parágrafo único, CPC).
e) Errado. Não é obrigatório o pedido por novo julgamento. Tal pedido será formulado somen-
te se o autor bem entender. Ademais, além da Fazenda Pública, também são dispensados do
depósito prévio de 5% os beneficiários da justiça gratuita (art. 968, § 1º, CPC).
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Letra c.
a) Errado. A suspeição, se não alegada oportunamente, preclui e não pode ser discutida pos-
teriormente, muito menos usada como fundamento para a ação rescisória. Logo, a suspeição
não figura no rol de hipóteses do art. 966 do CPC.
b) Errado. A ação rescisória tem lugar depois do trânsito em julgado. Não importa o grau de
recurso que o processo principal alcançou.
c) Certo. É a hipótese de rescisão constante do art. 966, inciso I, do CPC.
d) Errado. Somente o dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida fundamenta a
ação rescisória (art. 966, inciso III).
e) Errado. A ação rescisória pode ter por objeto um ou mais capítulos, sem limitação máxima
(art. 966, § 3º).
Letra b.
Neste caso, não se trata de rescisão, mas, sim, de anulação (ação anulatória), pois a transação
levada a efeito entre as próprias partes e simplesmente homologada pelo juiz sujeita-se à anu-
lação. É a regra do art. 966, § 4º, do CPC:
Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo
e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução,
estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
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Letra e.
a) Errado. A suspeição, se não alegada oportunamente, preclui e não pode ser discutida pos-
teriormente, muito menos usada como fundamento para a ação rescisória. Logo, a suspeição
não figura no rol de hipóteses do art. 966 do CPC. Ademais, o inciso II do art. 966 menciona
como causa de rescindibilidade a decisão “proferida por juiz impedido ou por juízo absoluta-
mente incompetente;”.
b) Errado. A falsidade deve ser apurada em processo criminal ou na própria ação rescisória,
e não de forma administrativa (art. 966, inciso VI).
c) Errado. A injustiça, além de ser o termo mais indefinido do Direito, não é prevista no rol do
art. 966 como hipóteses de rescisão.
d) Errado. Deve a prova nova, em tal hipótese, ser obtida após o trânsito em julgado. Se obtida
antes, a prova não será considerada “nova”. É a regra do art. 966, VII, CPC.
e) Certo. É a hipótese prevista no art. 966, inciso VIII, do CPC.
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b) É cabível a ação rescisória quando a decisão de mérito, transitada em julgado, for fun-
dada em erro de fato que represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.
c) A distribuição da petição inicial da ação rescisória ao relator suspende automaticamente o
cumprimento da decisão rescindenda.
d) A escolha de relator poderá recair em juiz que tenha participado do julgamento rescindendo,
sendo dispensada a justificativa dessa distribuição pelo tribunal.
e) O autor que, posteriormente ao trânsito em julgado, obtiver prova nova cuja existência ig-
norava e que for capaz de lhe assegurar pronunciamento favorável terá, para propor a ação
rescisória, o prazo máximo de dois anos, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
Letra a.
a) Certo. Trata-se da regra literal do art. 966, § 5º, do CPC.
b) Errado. O erro de fato, para legitimar o ajuizamento da ação rescisória, deve ser verificável
do exame dos autos, e não representar ponto controvertido apreciado pelo juiz.
c) Errado. Conforme o art. 969:
d) Errado. Preferencialmente, a escolha deverá recair em juiz que não tenha participado do
julgamento rescindendo (art. 971, parágrafo único, CPC).
e) Errado. Na hipótese de obtenção de prova nova após o trânsito em julgado, o autor terá,
para propor a ação rescisória, o prazo máximo de cinco anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo, respeitado o prazo decadencial de dois anos a con-
tar da descoberta da prova (art. 975, § 2º, do CPC).
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Letra a.
a) Certo. Trata-se da regra literal do art. 966, § 5º, do CPC.
b) Errado. A legitimidade do MP dá-se diante de decisão rescindenda como efeito de simula-
ção ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei (art. 967, III, “b”, CPC).
c) Errado. O depósito prévio é de 5% (art. 968, II, CPC).
d) Errado. Tal decisão (sem mérito, mas impeditiva de nova ação) é, sim, rescindível (art. 966,
§ 2º, I, CPC).
e) Errado. O prazo para contestação será definido pelo juiz, observado o mínimo de 15 e o
máximo de 30 dias (art. 970 do CPC).
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em vez do quinquenal, como previsto na lei civil, acabou por acolher a tese defensiva, pondo
fim à fase cognitiva do procedimento. Por lapso de seu advogado, Anastácia perdeu o prazo
para interpor recurso, assim permitindo que a sentença transitasse em julgado. Três meses
depois disso, procurou ela a Defensoria Pública, solicitando orientação jurídica.
A medida judicial adequada para se lograr a desconstituição da sentença proferida em des-
favor de Anastácia é:
a) mandado de segurança;
b) ação rescisória;
c) querela nullitatis;
d) reclamação;
e) nenhuma, já que o fato de a sentença não ter sido impugnada pelo recurso próprio a torna
insuscetível de qualquer revisão.
Letra b.
Como se trata de sentença transitada em julgado que violou manifestamente uma norma jurí-
dica, cabe ação rescisória com fundamento no art. 966, inciso V, do CPC. Não se trata de mera
anulação (querella nullitatis), pois a coisa julgada baseou-se em atuação efetiva do juiz para a
definição do mérito, e não em meros atos de disposição das partes. Como não há evidência de
violação a direito líquido e certo, também não cabe mandado de segurança. Por fim, por não
haver descrição de hipótese de reclamação aos tribunais (art. 988 do CPC), também não cabe
reclamação.
Errado.
Conforme o art. 969:
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Errado.
A invalidade da transação deve ser impugnada em ação anulatória (art. 966, § 4º, do CPC).
Errado.
Primeiramente, cabe destacar que as hipóteses de legitimidade ativa do MP para ajuizar ação
rescisória são meramente exemplificativas, podendo o MP, portanto, ajuizar tal ação sempre
que verificar interesse jurídico que atraia sua atividade. O item sob julgamento trouxe as duas
hipóteses específicas de legitimidade ativa do MP previstas no art. 967, inciso III, do CPC, mas
ignorou a última alínea de tal inciso: “em outros casos em que se imponha sua atuação”.
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c) As decisões atacáveis mediante ação rescisória devem ter sido proferidas em ações princi-
pais, nunca em ações incidentais.
d) Concussão, prevaricação ou corrupção do juiz são hipóteses de cabimento da ação
rescisória.
e) Define-se a competência para a ação rescisória conforme o primeiro grau de jurisdição que
se pronunciou sobre o mérito da causa.
Letra d.
a) Errado. É suficiente a formação da coisa julgada, independentemente de quantos graus re-
cursais foram acessados para obtê-la.
b) Errado. Além de o depósito ser de 5%, ele tem um limitador: mil salários mínimos. As demais
informações estão corretas.
c) Errado. Pode, sim, a decisão ter sido proferida em ações incidentais, como os embargos de
terceiro. Não há proibição legal.
d) Certo. É a hipótese do art. 966, inciso I, do CPC.
e) Errado. A competência é definida pelo último grau de jurisdição que se pronunciou sobre o
mérito.
Letra e.
a) Errado. O depósito prévio não se destina a reparar perdas e danos de alguém. Sua finalidade
é predominantemente punitiva, pois, se a ação for declarada inadmissível ou improcedente por
unanimidade de votos, será o depósito convertido em multa.
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Ação Rescisória
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b) Errado. Embora o percentual seja mesmo de 5%, há uma limitação: 1.000 (mil) salários
mínimos).
c) Errado. O beneficiário da justiça gratuita é, sim, isento do depósito (art. 968, § 1º, CPC).
d) Errado. Deve a improcedência, ou a inadmissibilidade, ser declarada por unanimidade
(art. 968, inciso II, CPC).
e) Certo. Tal isenção é prevista no art. 968, § 1º, CPC.
Errado.
A decisão interlocutória que seja definitiva de mérito também pode ser objeto de ação res-
cisória. É o entendimento fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória contra
decisão interlocutória de mérito.”.
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Ação Rescisória
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Certo.
Trata-se da regra especial de contagem e cabimento da ação rescisória fixada no art. 525,
§§ 12 e 15, do CPC:
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou
do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal,
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
Certo.
Por representar o desfazimento da coisa julgada, a ação rescisória constitui relativização da
proteção constitucional à coisa julgada, mas sempre fundamentada em bens maiores, que
visem evitar que a injustiça – em várias de suas faces – seja protegida pela coisa julgada.
Errado.
É cabível a rescisória, sim, contra a decisão interlocutória de mérito. É o entendimento
fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória
de mérito.”.
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Letra b.
a) Errado. A sentença terminativa (sem mérito) pode, em alguns casos, ser objeto de ação
rescisória: quando impedir o ajuizamento de nova ação ou a interposição de algum recurso
(art. 966, § 2º, CPC).
b) Certo. Mesmo sendo interlocutória ou monocrática, a decisão resolutória do mérito pode ser
objeto de ação rescisória.
c) Errado. A homologação de acordo/transação entre as partes somente é impugnável
mediante ação anulatória (art. 966, § 4º, CPC).
d) Errado. Qualquer prova nova pode fundamentar a ação rescisória, ainda que não documental.
e) Errado. A ausência de pressupostos processuais de existência pode ser fundamento de im-
pugnação na ação denominada qurela nullitatis insanabilis, que é uma espécie de ação anula-
tória fundada em inexistência de um pressuposto processual de existência (vício insanável).
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Ação Rescisória
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b) Se o fundamento da ação for prova nova, o termo inicial do prazo decadencial será a data de
sua descoberta, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
c) O direito à rescisão se extingue em 3 (três) anos contados do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
d) Decisões interlocutórias de mérito, transitadas em julgado, não podem ser rescindidas.
Letra b.
a) Errado. Na verdade, é indispensável que o fato não represente ponto controvertido sobre o
qual o juiz deveria ter se pronunciado. Deve se tratar de algo constatável pela simples leitura
dos autos (art. 966, § 1º, CPC).
b) Certo. É a regra especial do art. 975, § 2º, do CPC.
c) Errado. O prazo decadencial é de dois anos.
d) Errado. A decisão interlocutória que seja definitiva de mérito também pode ser objeto de
ação rescisória. É o entendimento fixado no Enunciado n. 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória
contra decisão interlocutória de mérito.”
Letra c.
a) Errado. É a incompetência absoluta que pode fundamentar a ação rescisória.
b) Errado. Tal fundamento não justifica autonomamente o ajuizamento de ação rescisória, por
não constar do rol do art. 966 do CPC.
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Letra a.
a) Certo. É a regra do art. 966, § 2º, inciso I, do CPC.
b) Errado. O montante total do depósito não pode ultrapassar 1.000 (mil) salários mínimos.
c) Errado. O processo não será extinto: o autor será intimado para emendar a petição inicial,
a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda
não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ou tiver
sido substituída por decisão posterior (art. 968, § 5º). Nas demais hipóteses, o processo será
diretamente remetido ao órgão competente (art. 64, § 3º, CPC).
d) Errado. O prazo não é fixo: ele será fixado pelo juiz, de 15 a 30 dias (art. 970 do CPC).
e) Errado. A regra geral determina que o prazo decadencial de dois anos é contado do trânsito
em julgado da decisão rescindenda.
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Letra e.
a) Errado. O sucessor a título singular também pode ajuizar a ação rescisória (art. 967, inciso
I, do CPC).
b) Errado. O prazo decadencial é de dois anos.
c) Errado. A ação rescisória pode ter por objeto um ou mais capítulos, sem limitação máxima
(art. 966, § 3º).
d) Errado. O prazo não é fixo: ele será fixado pelo juiz, de 15 a 30 dias (art. 970 do CPC).
e) Certo. É a regra do art. 966, § 2º, inciso I, do CPC.
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b) a ação rescisória não pode ser manejada nesse caso, pois o impedimento do juiz remonta
apenas ao parentesco de primeiro grau, e assim não inclui irmãos, sendo considerada a sen-
tença totalmente válida.
c) eventual ação rescisória manejada nesse caso deverá ser distribuída para uma das varas do
mesmo grau de jurisdição do qual partiu a sentença a ser rescindida, sendo atribuição do juízo
monocrático a análise dessas demandas.
d) caso Brás opte por valer-se de uma ação rescisória, deverá depositar 5% sobre o valor da
causa, que será convertido em multa, caso a ação seja por maioria de votos declarada inad-
missível ou improcedente.
e) o prazo que Brás terá para propor eventual ação rescisória é contado do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
Letra e.
a) Errado. É admitida a concessão de tutela provisória (liminar), conforme o art. 969 do CPC.
b) Errado. O impedimento do juiz é configurado diante de um irmão, o que fundamenta a ação
rescisória (art. 966, II, CPC).
c) Errado. A competência será do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado, já que foi dele a
última decisão de mérito proferida.
d) Errado. A conversão do depósito de 5% em multa ocorrerá se a inadmissibilidade ou impro-
cedência for declarada por decisão unânime (art. 968, II, CPC).
e) Certo. É a regra do art. 975, caput, CPC.
Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e
48° lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.
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