Biologia 11

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Resumos de biologia 11 ano preparação para exame

Biologia e Geologia (Ensino Médio - Portugal)

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BIOLOGIA11
Crescimento e renovação celular…
DNA e RNA – Aspetos comparativos
Os ácidos nucleicos, DNA e RNA são polímeros constituídos por unidades denominadas
nucleótidos.
Cada nucleótido é constituído por:
▪ Uma pentose – desoxirribose no DNA e ribose no RNA
▪ Um grupo fosfato
▪ Uma base azotada:
No DNA: Adenina (A), Timina (T), Guanina (G) e Citosina (C).
No RNA: Adenina (A), Uracilo (U), Guanina (G) e Citosina (C).
A ligação entre dois nucleótidos faz-se entre a pentose de um nucleótido com o grupo
fosfato do seguinte (ligação covalente), constituindo-se desta forma cadeias de
nucleótidos. Estas cadeias iniciam-se sempre por um grupo fosfato e terminam com
uma pentose.
A molécula de DNA é constituída por duas cadeias polinucleotídicas antiparalelas, ou
seja, com sentidos de crescimento inversos e dispostas helicoidalmente. Esta dupla
hélice mantém-se unida devido à complementaridade de bases azotadas, que
estabelecem entre si ligações químicas por pontes de hidrogénio. (A-T) e (C-G).

Nas células eucarióticas, o DNA permanece no interior do núcleo, existindo também


em determinados organelos.
A molécula de RNA é constituída por uma cadeia polinucleotídica simples, que por
vezes pode dobrar sobre si própria quando se estabelecem pontes de hidrogénio
entre as bases complementares.
Existem vários tipos de RNA que são estrutural e funcionalmente diferentes: mRNA
(mensageiro), tRNA (transferência) e o rRNA (ribossómico). Nas células eucarióticas, o
RNA é, geralmente, sintetizado no interior do núcleo, migrando depois para o
citoplasma, onde desempenha a sua função.

Replicação semiconservativa do DNA


O DNA possui a capacidade de originar cópias de si mesmo, através de um processo
designado por replicação. Este processo assegura tanto a produção de células
geneticamente idênticas como a passagem da informação genética ao longo das
gerações, em todos os organismos.

A replicação tem lugar no interior do núcleo das células, nos eucariontes e no


citoplasma nos procariontes.

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O processo inicia-se pela ligação da DNA-polimerase à molécula de DNA. Este


complexo desfaz a dupla hélice e destrói as pontes de hidrogénio, provocando à sua
passagem a separação das duas cadeias antiparalelas. À medida que as duas cadeias se
separam, a DNA-polimerase vai ligando a cada uma das cadeias nucleótidos livres de
acordo com a complementaridade de bases e no sentido 5`→3`.

Cada cadeia nucleotídica da molécula antiga serve de molde à nova cadeia que se vai
formando à passagem do complexo enzimático. No final deste processo obtêm-se
duas moléculas de DNA exatamente iguais, com os nucleótidos dispostos na mesma
sequência em que estavam dispostos na molécula original.
Síntese proteica

O DNA, além de produzir cópias de si mesmo, regula a atividade das células através
do controlo da produção das proteínas.
As proteínas resultam da ligação linear de aminoácidos por ligações peptídicas,
evoluindo depois para uma forma tridimensional funcional. Estas diferem, quer pelo
número de aminoácidos ligados quer pela sequência por que estão ligados.

▪ Gene: porção de DNA que contém a informação para a síntese de uma dada
proteína.
▪ Genoma: é a totalidade dos genes necessários para o desenvolvimento e a
formação de um organismo completo.
Nos eucariontes, o DNA está ligado a proteínas, constituindo estruturas filamentosas,
os cromossomas, localizadas no núcleo das células.

Cada sequência de três bases (tripleto) da molécula de DNA que contém a informação
para um aminoácido da proteína em formação designa-se por codogene.

A síntese proteica ocorre no interior das células em duas fases:


Transcrição:
Ocorre no interior do núcleo das células e consiste na síntese de uma molécula de
mRNA a partir da leitura da informação contida numa molécula de DNA.
O complexo enzimático, RNA-polimerase, abre a dupla hélice, destruindo as pontes
de hidrogénio que ligam as bases complementares das duas cadeias de DNA. A RNA-
polimerase inicia a síntese de mRNA, a partir de nucleótidos livres. Quando termina a
leitura, a molécula de mRNA separa-se da cadeia do DNA, reconstituindo-se a dupla
hélice.
Como nem todas as sequências de DNA codificam aminoácidos, o mRNA transcrito
(RNA pré-mensageiro) vai experimentar um processamento onde vão ser retirados os
intrões (porções que não codificam aminoácidos) ficando a molécula mais curta
apenas com os exões – mRNA funcional. Nesta molécula de mRNA formada, cada
sequência de três nucleótidos, codão, corresponde à informação necessária para
codificar um aminoácido.

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O código genético é:
▪ Redundante: codões diferentes codificam o mesmo aminoácido.
▪ Não é ambíguo: um codão só codifica um aminoácido
Codão de iniciação: AUG

Codão de finalização: UAA, UAG, UGA


Tradução:
A tradução ocorre no citoplasma e consiste na leitura da mensagem do mRNA
proveniente do núcleo através dos poros do invólucro nuclear.
Nesta etapa intervêm: o mRNA, os ribossomas, o tRNA, enzimas, o ATP que fornece
energia necessária ao processo. O tRNA possui uma sequência de 3 nucleótidos –
anticodão – que, ligando-se ao codão complementar, permite a adição do aminoácido
específico que transporta à cadeia polipeptídica em formação.
No final da tradução resulta uma sequência de aminoácidos que, por transformações
sofridas posteriormente no RER e no complexo de golgi, se tornam funcionais
conferindo à célula que a produziu uma dada característica.
A síntese de proteínas pode ser amplificada:
▪ A mesma sequência de DNA, que contém o gene que está a ser transcrito pode
ser lida várias vezes pela RNA-polimerase, resultando em várias moléculas de
mRNA iguais.
▪ A mesma molécula de mRNA pode ser lida por vários ribossomas ao longo do
seu comprimento, resultando na síntese de múltiplas cadeias polipeptídicas
iguais.
Mutação génica
O material genético sofre, ocasionalmente, alterações espontâneas ou provocadas
por fatores mutagénicos (radiações e produtos químicos). Estas alterações são mais
frequentes em momentos fundamentais na vida das células, como na replicação
semiconservativa do DNA. Estas anomalias devem-se a trocas de nucleótidos, à sua
adição ou subtração e têm como resultado uma modificação na informação do gene
(mutação génica), que podem dar origem a uma proteína anómala que conduz ao
aparecimento de uma nova característica nos indivíduos que a possuem.
Estas características podem ser prejudiciais (aparecimento de doenças que conduzem
à morte) ou conferir vantagem, ajudando o individuo a sobreviver. Evolução.
Ciclo celular
Nos seres multicelulares, o seu crescimento deve-se ao aumento do número e do
tamanho de células que os constituem. Nestes a divisão celular permite também a
regeneração de células ou de partes de órgãos que foram danificados ou a renovação
das que envelheceram e morreram.

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Na maioria dos seres unicelulares, a divisão celular conduz à reprodução do indivíduo,


dando origem a duas células independentes, que irão constituir dois novos indivíduos.
Uma célula tem assim um momento de nascimento e dura até ao momento que se
divide ou morre. O conjunto de transformações que uma célula sofre desde o
aparecimento até ao momento em que sofre divisão denomina-se ciclo celular e este
compreende duas etapas:
Interfase:
▪ Período compreendido entre o final de uma divisão celular e o início da
divisão celular seguinte. Existem 3 intervalos:
▪ G1, durante o qual ocorre um crescimento intenso da célula devido às
sínteses que se verificam no seu interior, em especial a síntese
proteica.
▪ S, quando ocorre a replicação semiconservativa do DNA, o que permite
que as células passem a dispor de duas copias exatamente iguais do seu
DNA, com consequente alteração da estrutura dos cromossomas, que
passam a possuir dois cromatídios unidos pelo centrómero.
▪ G2, em que a célula atinge o volume máximo e produz todos os
componentes necessários para entrar em divisão celular.
Existem, contudo, células de determinados órgãos que, devido ao seu elevado
grau de diferenciação, interrompem o ciclo celular, deixando de se dividir,
como no caso dos neurónios e das fibras musculares, que, quando morrem,
não são substituídos por outros, permanecendo num estádio estacionário G0.
Divisão celular ou fase mitótica:
▪ Durante esta etapa ocorre a divisão da célula em duas células-filhas. Elas
caracterizam-se por possuírem um conjunto de cromossomas idêntico, em
número, tamanho e forma – cariótipo – ao da célula que as originou. A divisão
celular das células eucarióticas inicia-se pela divisão do núcleo – mitose,
seguida da divisão do citoplasma – citocinese.
Mitose e citocinese

Conjunto de transformações durante as quais o núcleo das células eucarióticas se


divide.
Mitose: é a divisão nuclear da qual resulta a formação de dois núcleos exatamente
iguais ao da célula que os originou e apresenta quatro etapas: prófase, metáfase,
anáfase e telófase. É um processo que assegura a manutenção das características
genéticas.

▪ Prófase: inicia-se por um processo de condensação dos cromossomas, que se


vão tornando cada vez mais grossos, curtos e visíveis. Cada um deles é
constituído por dois cromatídeos unidos pelo centrómero. Os centríolos
(animais) e o citoesqueleto (células vegetais) organizam o fuso acromático.

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Durante esta fase, o invólucro nuclear desorganiza-se e os nucléolos


desaparecem.
▪ Metáfase: os cromossomas atingem o máximo de condensação e ligam-se pelo
centrómero a algumas fibrilas do fuso acromático. Os cromossomas alinham-se
na zona equatorial com os respetivos centrómeros alinhados, formando a
placa equatorial.
▪ Anáfase: dá-se a divisão do centrómero e a separação dos dois cromatídeos
do mesmo cromossoma, que passam a constituir dois cromossomas
independentes. As fibrilas ligadas aos cromossomas encurtam e os dois
cromossomas-irmãos ascendem a polos opostos. No fim em ambos os polos
estão conjuntos de cromossomas idênticos.
▪ Telófase: o invólucro nuclear reorganiza-se em volta dos cromossomas de
cada polo e os nucléolos aparecem de novo. Desfaz-se o fuso acromático e os
cromossomas descondensam, tornando-se longos, finos. No fim a célula possui
dois núcleos.

Citocinese: diz respeito à divisão do citoplasma e, portanto, à consequente


individualização das duas células-filhas.

▪ Nas células animais: a membrana citoplasmática começa a deslocar-se para o


interior, devido à ação de um anel de filamentos proteicos que puxa a
membrana para o interior. Estrangulamento.
▪ Nas células vegetais: a presença da parede celular impede a divisão por
estrangulamento. Nestas células ocorre a acumulação, na zona equatorial, de
vesículas formadas no aparelho de Golgi, que fundindo-se, originam a
membrana citoplasmática das duas células. Posteriormente ocorre a formação
da parede celular.
No final desta sequência, uma célula deu origem a duas, que possuem cópias iguais do
seu material genético e o mesmo número de cromossomas.
Regulação do ciclo celular
Os mecanismos de regulação do ciclo celular atuam fundamentalmente em três
pontos: no final de G1, durante a mitose e no final de G2.
▪ G1: neste ponto de controlo do ciclo celular a célula pode entrar em G 0 ou então
desencadear-se-á apoptose ou morte celular, se o DNA se apresentar
danificado e não puder ser reparado.
▪ G2: o ciclo celular prossegue se o DNA se autorreplicou de forma apropriada.
Caso contrário, ocorre apoptose celular.
▪ M: A mitose é interrompida se os cromossomas não se alinham de forma
adequada ou não se distribuem de forma equitativa.

Apoptose: A célula fica mais redonda e o núcleo colapsa, depois o material genético
fragmenta-se, a membrana plasmática fragiliza-se e após isso a célula fragmenta-se em
pequenas porções.

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Estes mecanismos quando falham, podem conduzir a um cancro ou neoplasia maligna.


Que é quando as células dividem-se de forma descontrolada e podem adquirir
características de malignidade. As células dos tumores malignos podem invadir os
tecidos vizinhos ou espalhar-se por outras partes do corpo – metastização.
Crescimento e regeneração tecidos vs diferenciação celular
A divisão celular permite a regeneração de certos tecidos ou órgãos dos organismos
multicelulares bem como o seu crescimento desde o ovo até ao estado adulto.
Durante o processo de crescimento de um organismo, as células, apesar de serem
geneticamente iguais vão sofrendo um processo de diferenciação celular que as torna
morfologicamente diferentes e aptas ao desempenho de determinada função.
A diferenciação celular envolve a expressão de determinados genes e a inativação de
outros. O controlo celular da diferenciação permite que os genes que se exprimem nas
células de um tecido sejam diferentes dos que estão ativos noutro tecido. Deste modo,
as células de tecidos diferentes vão produzir proteínas que as tornam especializadas
no desempenho de determinada função.
As células inicias resultantes da divisão do ovo e certas células dos organismos adultos
são indiferenciadas, podendo dar origem a células diferenciadas de qualquer um dos
tecidos do organismo. Esta capacidade é atualmente utilizada para obter, a partir de
células indiferenciadas, tecidos específicos, como pele, músculo, nervo ou órgãos
completos, que possam ser usados em transplantes.

As células indiferenciadas podem também ser usadas para a obtenção de indivíduos


geneticamente iguais sem recurso a reprodução sexuada. Estes processos que mantêm
o genoma da célula inicial, designam-se por clonagem e as células ou organismos
assim originados, por clones.

Reprodução…
Reprodução assexuada
Estratégias reprodutivas
A reprodução assexuada pode manifestar-se através de uma multiplicidade de
processos que possuem em comum as seguintes características:

▪ Os descendentes possuem a mesma informação genética entre si e igual à dos


progenitores – uniformidade genética.
▪ Apenas um progenitor é necessário para originar descendentes.
▪ São rápidos e produzem um elevado número de descendentes, o que permite
uma rápida dispersão das populações.
▪ Ocorrem quando as condições ambientais são favoráveis.
Os descendentes resultam de uma ou várias células do progenitor originadas por
mitose e são todos clones do progenitor.

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PROCESSO CARACTERIZAÇÃO
Bipartição A célula original divide-se em duas células-filhas aproximadamente
(bactérias) iguais – fissão binária ou cissiparidade.
Gemulação Surgem no progenitor pequenas saliências (gomos ou gemas) que
(leveduras, acabam por originar um novo ser.
hidra) Nos seres pluricelulares, os descendentes, normalmente, não se
separam do progenitor, originando, assim, colónias.
Esporulação Os esporos são produzidos em grande quantidade em órgãos
(Bolor do Pão) especializados – esporângios – onde se formam por mitose.
Os esporos, uma vez libertados, germinam e originam novos
descendentes, quando as condições do meio são favoráveis.
O facto de possuírem paredes celulares resistentes permite-lhes
sobreviver em condições adversas.
Partenogénese As fêmeas produzem óvulos que, sem serem fecundados, originam
(Pulgões, novos descendentes.
Dáfnias) Os descendentes podem ser machos (abelha), fêmeas (dáfnias e
pulgões) ou de ambos os sexos.
Fragmentação Algumas porções resultantes da fragmentação do organismo são
(Estrela-do- capazes de regenerar as partes em falta, de modo a constituir um
mar e planária) novo organismo.

Multiplicação Multiplicação das plantas a partir de determinados órgãos vegetais:


Vegetativa raízes, caules (rizomas e tubérculos) e folhas.
(Morangueiro Porções de determinados órgãos com grupos de células
e feto) indiferenciadas originam novos descendentes.
Algumas técnicas de multiplicação vegetativa, como a enxertia, a
mergulhia, a alporquia e a propagação in vitro, são utilizadas
frequentemente na propagação de variedades de interesse agrícola.

Reprodução sexuada
A reprodução sexuada distingue-se pelo facto de cada descendente ser o resultado de
uma fecundação, isto é, surgir da fusão de duas células reprodutoras – gâmetas – que
geralmente têm a sua origem em dois indivíduos diferentes.
Os descendentes apresentam diferenças entre si, resultado da conjugação de
material genético sempre diferente contido nos gâmetas.
É um processo gerador de variabilidade genética que se reflete na diversidade
biológica.
Meiose e Fecundação
Durante a fecundação ocorre a fusão dos citoplasmas dos gâmetas, seguida da união
dos respetivos núcleos. Deste processo resulta uma única célula – ovo ou zigoto, cujo
o núcleo possui o dobro dos cromossomas existentes nos gâmetas.

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Estes cromossomas podem agrupar-se em pares de cromossomas – cromossomas


homólogos. Cada um dos cromossomas de cada par tem origem em gâmetas
diferentes.
Após a fecundação o ovo sofre divisões mitóticas sucessivas que conduzem à
formação de um novo organismo, constituído por células iguais ao do ovo que as
originou – diploides (2n cromossomas). Os gâmetas possuem metade dos
cromossomas destas células – haploides (n cromossomas).
A formação de gâmetas permite compensar a duplicação cromossómica ocorrida na
fecundação, mantendo o cariótipo da espécie.
Meiose: é o processo de divisão nuclear através do qual, a partir de uma célula (2n) se
podem formar células (n).
▪ Divisão Reducional:
▪ Prófase I: os cromossomas condensam-se e os homólogos emparelham
(alinhando gene a gene) formando bivalentes (conjunto de 4
cromatídeos). Ao dar-se o emparelhamento surgem pontos de quiasma
entre dois cromatídeos de dois cromossomas homólogos, onde pode
ocorre o crossing-over (trocas de segmentos). Diferencia-se o fuso
acromático e desintegra-se o invólucro nuclear.
▪ Metáfase I: os pares de cromossomas homólogos organizam-se no
plano equatorial da célula. A orientação dos pares é feita de forma
aleatória. Os centrómeros ligam-se a fibras que emergem dos centríolos
opostos.
▪ Anáfase I: dá-se a separação dos cromossomas homólogos e cada
cromossoma, constituído por 2 cromatídeos, migra para um dos polos
da célula.
▪ Telófase I: os cromossomas atingem os polos e descondensam-se. O
fuso acromático desaparece e forma-se o invólucro nuclear.
▪ Divisão Equacional:
▪ Prófase II: os cromossomas constituídos por 2 cromatídeos condensam-
se, tornando-se mais curtos e grossos. O invólucro nuclear desaparece e
organiza-se o fuso acromático.
▪ Metáfase II: os cromossomas dispõem-se na zona equatorial com os
centrómeros no plano equatorial do fuso.
▪ Anáfase II: os centrómeros dividem-se e os dois cromatídeos de cada
cromossoma, que passam a constituir cromossomas independentes,
separam-se e migram para os polos da célula.
▪ Telófase II: os cromossomas chegam aos polos e descondensam-se.
Organiza-se o invólucro nuclear em volta de cada conjunto de
cromossomas.

No final da divisão II formam-se quatro células haploides, contendo cada uma, um


cromossoma de cada par de homólogo.

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Reprodução sexuada e variabilidade


A reprodução sexuada contribui para a variabilidade dos seres vivos, uma vez que os
descendentes apresentam sempre combinações diferentes de características. Esta
diversidade resulta de dois processos:
Meiose: há dois momentos fundamentais na meiose que permitem o aparecimento de
diferentes combinações de genes nas células reprodutoras:
▪ Durante a prófase I ocorre o emparelhamento dos cromossomas homólogos,
podendo verificar-se a sobreposição dos seus cromatídeos nos pontos de
quiasma. É nesses locais que pode ocorrer o crossing-over, que permite a troca
de genes entre cromossomas dos dois progenitores.
▪ Na anáfase I ocorre a separação dos cromossomas homólogos para os polos da
célula. No início os cromossomas dos diferentes pares estão dispostos ao acaso
na placa equatorial. A separação dos homólogos é dada de forma
independente e aleatória.
Isto conduz à formação de células haploides reprodutoras geneticamente distintas.
Na maioria das espécies animais: os espermatozoides e os óvulos são produzidos em
indivíduos unissexuados nas gónadas. Nas plantas, os gâmetas resultam da mitose a
partir de células já haploides nos gametângios.
Fecundação: contribui para o aumento da variabilidade, ao permitir o cruzamento ao
acaso de dois gâmetas com origens, na maioria dos casos, em indivíduos diferentes.
Nos animais unissexuados existem duas estratégias diferentes para garantir a
fecundação:
▪ Fecundação externa: nos animais aquáticos, libertam os óvulos e os
espermatozoides para o meio externo.
▪ Fecundação interna: os machos depositam os espermatozoides no interior do
corpo da fêmea.
Mutações cromossómicas: durante a meiose podem ocorrer anomalias que alteram a
estrutura dos cromossomas ou o seu número nas células resultantes.
Podem ser:
▪ Estruturais: se alteram a disposição dos genes nos cromossomas.
▪ Deleção – perda de porções do cromossoma.
▪ Translocação – troca de segmentos entre cromossomas de pares
diferentes.
▪ Duplicação
▪ Numéricas: se alteram o número de cromossomas.
▪ A não separação dos cromossomas de um par de homólogos ou dos
cromatídeos do mesmo cromossoma, conduzem à formação de células
reprodutoras com um número anormal e cromossomas.

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Ciclos de vida: unidade e diversidade


Consiste numa sequência de etapas por que passa um organismo desde a formação
do ovo até ao momento em que ele próprio se reproduz, através da produção de
gâmetas que darão origem a um ovo, que inicia um novo ciclo.
A fecundação dá início a uma etapa do ciclo de vida em que as estruturas dele
resultantes são constituídas por células diploides – a diplófase. Esta fase termina na
meiose, que, por sua vez, dá início a uma etapa do ciclo de vida caracterizada pela
presença de células haploides – a haplófase – que termina no momento da
fecundação.
Existem basicamente três tipos de ciclos de vida:
▪ Ciclo de vida diploide:
▪ Neste ciclo, a meiose ocorre antes da formação dos gâmetas – meiose
pré-gamética. Os gâmetas são, assim, a única célula da haplófase e que
todas a outras estruturas, incluindo o organismo adulto, pertençam à
diplófase. Típico dos animais, pode ocorrer também em fungos e algas.
▪ Ciclo de vida haplonte:
▪ Neste ciclo, a meiose ocorre imediatamente após a formação do ovo –
meiose pós-zigótica. Isto faz com que a diplófase esteja limitada a uma
célula – o ovo ou zigoto – e que todas as outras estruturas, pertençam à
haplófase. Pode ocorrer em algas e fungos, mas nunca em plantas ou
animais.
▪ Ciclo de vida haplodiplonte:
▪ Neste ciclo, a meiose ocorre antes da formação dos esporos – meiose
pré-espórica. A haplófase inicia-se com os esporos que, através de
mitoses sucessivas, originam estruturas pluricelulares, os gametófitos,
onde se formarão os gâmetas.
Após a fecundação, o zigoto inicia a diplófase e origina uma entidade
pluricelular diploide. Esta entidade constitui o esporófito que irá
produzir, por divisão meiótica, os esporos. Existe uma alternância de
gerações, a gametófita e a esporófita.
Típico das plantas. Pode ocorrer também em algas e fungos.

Evolução biológica…
Origem das células eucarióticas

Modelo autogénico:
▪ Algumas células procarióticas ter-se-iam tornado progressivamente mais
complexas. Prolongamentos da membrana citoplasmática deslocaram-se para
o interior do citoplasma, originando compartimentos, separados do resto do
citoplasma, que viriam a constituir os organelos celulares. Como resultado
ocorreu uma divisão interna de funções celulares.

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Modelo endossimbiótico:
▪ por processos idênticos ao da fagocitose, algumas células procarióticas teriam
englobado outras células procarióticas de menores dimensões, com as quais
passaram a estabelecer relações de simbiose.
Alguns procariontes fotossintéticos fagocitados não teriam sofrido digestão e
teriam começado a fornecer à célula matéria orgânica resultante da sua
atividade fotossintética e a receber em troca proteção, água e CO2 necessários
à fotossíntese. Gradualmente foi-se estabelecendo uma relação de simbiose
intracelular (endossimbiose), com proveito mútuo, que tornou essas duas
células numa estrutura indissociável, na qual a célula englobada teria evoluído
para cloroplasto.
Por um processo similar, a fagocitose de procariontes aeróbios, teria levado ao
aparecimento de mitocôndrias.
Evidências:
▪ As mitocôndrias e os cloroplastos possuem o seu próprio DNA (uma molécula
circular semelhante ao DNA procariótico).
▪ Tanto os cloroplastos como as mitocôndrias dividem-se por bipartição de
forma independente do resto da célula eucariótica.
▪ Ambos os organelos possuem ribossomas idênticos aos que existem nos seres
procarióticos atuais.
Origem da multicelularidade
A partir de determinada dimensão o aumento de volume das células não é
acompanhado por um aumento correspondente da superfície membranar,
necessário para garantir as trocas metabólicas decorrentes dessa alteração de
volume. Limitou a evolução estrutural dos organismos unicelulares eucariontes.
Estes organismos seguiram vias evolutivas que haveriam de originar a organização
em colónias.
A associação de seres unicelulares em estruturais maiores e mais complexas – as
colónias – bem como o aparecimento de seres pluricelulares vieram permitir o
aumento de volume, mantendo elevada a superfície de contanto das células com o
seu exterior.
Desta forma, garantida a eficácia das trocas e a eficiência do metabolismo, o
processo evolutivo pôde prosseguir no sentido do aumento de volume do organismo.
O aparecimento da multicelularidade permitiu:
▪ Diminuição da taxa metabólica e uma utilização mais eficaz da energia.
▪ O aparecimento de seres de maiores dimensões conduziu a:
▪ Uma maior diversidade de formas, o que permitiu uma melhor
adaptação aos diferentes ambientes.

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▪ Um aumento de complexidade e interação entre os sistemas de órgãos,


o que permitiu uma maior autonomia em relação ao meio externo e
um maior equilíbrio (homeostasia) face às flutuações do meio externo.
Mecanismos de evolução
Evolucionismo versus fixismo

Fixismo: considera que as diferentes espécies de seres vivos são permanentes,


perfeitas e imutáveis e que foram originadas independentemente umas da outra.

▪ Criacionismo: explicação fixista para a origem das espécies baseada,


essencialmente, nas escrituras e que defende que os seres vivos foram criados
por Deus, na sua forma definitiva, e não mais se modificaram.
Evolucionismo: defende que os seres vivos que existem, atualmente, na Terra são o
resultado da modificação de seres vivos que existiram no passado. As espécies de
seres vivos relacionam-se umas com as outras e alteram-se ao longo do tempo.
Lamarckismo: o ambiente é o principal responsável pela evolução dos seres vivos. A
necessidade que os seres vivos sentem de se adaptar a novas condições ambientais,
conduz ao uso ou ao desuso contínuo de certos órgãos.

▪ Lei do uso e do desuso: as partes do corpo extensivamente usadas por um


organismo desenvolvem-se e as que não são usadas atrofiam.
▪ Lei da herança dos caracteres adquiridos: as características que um organismo
adquire ao longo da vida são transmitidas à sua descendência. Essas pequenas
transformações ao acumularem-se ao longo de gerações provocariam o
aparecimento de novas espécies.
Darwinismo:

▪ A seleção natural como mecanismo essencial que dirige a evolução. Os seres


vivos mais aptos de uma população sobrevivem e transmitem os caracteres
favoráveis. Dado que o ambiente não possui os recursos necessários para a
sobrevivência de todos os indivíduos que nascem, deverá ocorrer uma luta pela
sobrevivência durante a qual serão eliminados os menos aptos.
▪ Todas as espécies apresentam, indivíduos com pequenas variações nas
suas características.
▪ As populações originam mais descendentes do que aqueles que os
recursos existentes nos ambientes podem suportar.
Os organismos da população portadores de características que lhes
permitam uma maior adaptação ao ambiente têm mais vantagens na
luta pela sobrevivência e, por isso, deixam mais descendentes.
▪ O aumento do número de indivíduos portadores de características
favoráveis conduz à modificação da população, ao longo do tempo.
Podendo originar uma nova espécie.

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Argumentos a favor do evolucionismo


Paleontológicos:

▪ O estudo do registo fóssil confirma a presença de espécies extintas, o que


contraria a ideia de imutabilidade das espécies.
▪ As descobertas de sequências de fósseis ilustram as modificações sofridas ao
longo de um processo evolutivo.
▪ A existência de fósseis de transição sugere a existência de antepassados
comuns para diferentes grupos de seres vivos.
Anatómicos: baseia-se no estudo comparado das formas e estruturas dos organismos
com o fim de estabelecer possíveis relações de parentesco entre elas.
▪ Órgãos ou estruturas homólogas: têm a mesma origem, a mesma estrutura
básica e posição idêntica no organismo, podendo desempenhar funções
diferentes. Evolução divergente.
▪ Órgãos ou estruturas análogas: têm origem, estrutura e posição relativa
diferentes, mas desempenham a mesma função. Evolução convergente.
▪ Órgãos ou estruturas vestigiais: resultam da atrofia de um órgão
primitivamente desenvolvido.

Citológicos: todos os seres vivos são constituídos por células – uniformidade nos
processos e mecanismos celulares dos seres vivos.

Bioquímicos:
▪ As vias metabólicas comuns (síntese de proteínas, processos respiratórios e
modos de atuação das enzimas).
▪ A universalidade do código genético e do ATP como energia biológica utilizada
pelas células.
▪ Semelhança existente entre os compostos orgânicos evidenciada através da
sequência de aminoácidos da mesma proteína em diferentes organismos.
▪ Reações sorológicas, baseadas nas reações de aglutinação entre antigenes de
um organismo e anticorpos de outro.
Neodarwinismo: as fontes de variabilidade das populações são as mutações e a
recombinação genética.
▪ Os cromossomas são as estruturas que transportam os genes responsáveis pelo
desenvolvimento dos caracteres do indivíduo.
▪ A ocorrência de mutações, génicas e cromossómicas, aumenta a variabilidade
genética, podendo conduzir ao aparecimento de genes responsáveis por novas
características.
▪ A meiose, conduz ao aparecimento de novas combinações genéticas nos
gâmetas.
▪ A fecundação dá origem a uma descendência com múltiplas combinações
genéticas, o que se reflete numa elevada variabilidade de características.

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▪ A seleção natural atua sobre a grande variedade de descendentes dentro da


população, que é assim influenciada pelo meio ambiente.
▪ As populações podem, assim, ver alterado o seu fundo genético, ou seja, o
conjunto de genes que caracterizam a população, evoluindo gradualmente.
Variabilidade e seleção natural
▪ Fatores que aumentem a variabilidade genética de uma população são
promotores de evolução, dado que quanto maior for a variabilidade de uma
população, maior será a probabilidade de um determinado conjunto génico se
apresentar vantajoso na interação que estabelece com o meio, sendo alvo da
seleção natural.
▪ As unidades de evolução são as populações (a evolução pode ser quantificada
pela alteração da proporção relativa de variações hereditárias de uma
população numa sucessão de gerações).
▪ Os fatores sobre os quais a seleção natural atua são situacionais.
Sistemática dos seres vivos…
Sistemas de classificação
A Sistemática é o estudo da diversidade biológica num contexto evolutivo.
▪ Taxonomia: classificação e nomenclatura das espécies
▪ Filogenia: história evolutiva de uma espécie ou de várias espécies relacionadas.
Diversidade de critérios
Sistemas de classificação práticos: (as plantas são ou não comestíveis) utilitários em
função do uso que o ser humano faz dos seres vivos. Carecem de base científica.
Sistemas de classificação racionais: são mais objetivos, uma vez que utilizam
características morfológicas ou fisiológicas intrínsecas aos seres vivos.

▪ Artificiais: baseiam-se em poucas características dos seres. Classificação difícil e


ambígua de alguns organismos.
▪ Naturais:
▪ Fenéticas ou horizontais: não consideram a evolução dos organismos
nem o fator tempo que lhes está associado. Baseiam-se no maior
número possível de características.
▪ Filogenéticas (vertical): estabelecem relações filogenéticas entre os
diferentes grupos e esclarecem a evolução dos mesmos ao longo do
tempo. Dificuldades na determinação da afinidade entre alguns grupos.

Taxonomia e nomenclatura
Níveis taxonómicos ou taxa:
Reino → Filo → Classe → Ordem → Família → Género → Espécie

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Regras de nomenclatura
▪ Designação dos taxa em latim (língua morta que não evolui; permite
nomenclatura universal, ou seja, constante no espaço e no tempo).
▪ As espécies são designadas segundo uma nomenclatura binominal. A primeira
palavra do nome corresponde ao género (inicial maiúscula) e a segunda é o
epíteto ou restritivo específico.
▪ Designação de grupos superiores à espécie é uninominal.
▪ O nome da família é obtido acrescentando –idae à raiz de um dos géneros.
▪ Quando a espécie tem subespécies, a nomenclatura é trinominal.
▪ Os nomes de géneros, espécies ou subespécies são escritos em letra diferente do
texto: itálico ou sublinhado.

Nomenclatura binominal: Ex: Panthera Leo Linnaeus 1758


Nome do género: Panthera
Restritivo específico: Leo
Autor: Linnaeus

Ano: 1758
Sistema de classificação de Whittaker modificado

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