A Tecnologia Da Informacao No Agronegoci
A Tecnologia Da Informacao No Agronegoci
A Tecnologia Da Informacao No Agronegoci
Diego da Silva Cavalheiro, Roberta Rodrigues Faoro, Daniel Hank Miri, Laura Bozzetto
Fochesatto, Juliano Stiegemeier, Jeferson Jonas Cardoso, Cassiane Chais, Juliana Matte, Paula
Patrícia Ganzer, Pelayo Munhoz Olea
RESUMO
O cenário da agricultura brasileira aponta para uma produção de alimentos eficiente, que além de
atender a demanda necessária também cause o menor impacto ambiental possível. Tudo isto,
tendo como base fundamental a modernização e a inovação tecnológica dos processos produtivos
utilizados para que a produção e a qualidade sejam atingidas. Sendo assim, este artigo teve como
objetivo descrever quais as tecnologias estão sendo usadas no agronegócio, tendo em vista o
atual ambiente geral do agronegócio. Nos procedimentos metodológicos foi utilizada a revisão
bibliográfica de dissertações e teses na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
(BDTD). Observa-se que dentre as modernizações e inovações tecnológicas destaca-se a
tecnologia da informação (TI), Tecnologia da informação e Comunicação (TIC), Sistema de
Informação Geográfico (SIG) e Agricultura de Precisão (AP). Apesar das grandes discussões
acerca da tecnologia da informação e seus recursos aplicados dentro do agronegócio pode-se
enaltecer o fato que o laço entre ambos ainda precisa ser estreitado, explorado, analisado e ocorre
e necessidade do desenvolvimento de novos caminhos para uma melhor aplicação das TI’s
voltadas para o agronegócio, focando o fator necessidade do produtor / usuário para com o
recurso criado.
1 INTRODUÇÃO
1
crescimento da população mundial, torna-se necessário o aumento da produção de alimentos para
suprir a demanda.
Os recursos tecnológicos, em especial, as tecnologias da informação surgem como
incentivo para os produtores. O principal fator motivador é mostrar para os produtores a
importância que a tecnologia da informação traz para o setor do agronegócio, aumentando de
forma eficiente a sua produtividade, beneficiando de forma direta não só o proprietário, mas o
ambiente natural.
Por ser um assunto muito recente, a influência da tecnologia da informação no
agronegócio, ainda ocupa muito espaço nas discussões do setor. O número de pesquisas na área
se expandiu mais a partir do ano de 2015, portando o período fixado para artigos se classificarem
como pertinentes a uso nesta pesquisa devem ser de 2015 a 2017, notoriamente, respeitando o
tema agronegócio e tecnologia da informação.
O objetivo do estudo é descrever quais as tecnologias que estão sendo usadas no
agronegócio, tendo em vista o atual ambiente geral do agronegócio. O artigo está estruturado em
cinco partes: introdução, referencial teórico, metodologia, pesquisa e considerações finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ao longo das três últimas décadas do século XX e início desse século XXI, a prestação de
serviços de telecomunicações em todo o mundo sofreu algumas mudanças. Houve alterações
significativas na estrutura institucional que servia de base para a prestação de serviços de
telecomunicações, principalmente após as privatizações desses setores que antes pertenciam aos
governos de estado. Porém, seria errôneo, avaliar as transformações enfrentadas pelo setor
apenas a partir do campo institucional. Essa mudança, na verdade, caminhou lado a lado com a
tecnologia (SILVA, 2003).
Primeiro a tecnologia digital, e depois o emprego da fibra óptica promoveram uma
verdadeira revolução na capacidade e velocidade de transmissão de informações através do
sistema, seja por meio de voz, sons, dados ou imagem. Alguns especialistas identificaram, em
meio às transformações tecnológicas, o início de uma nova era, propagada na mídia como a era
da tecnologia da informação (SILVA, 2003).
O termo TI (Tecnologia da Informação) passou a ser usado no lugar da informática,
processamento de dados e sistemas de informação à medida que as telecomunicações passaram a
ser à base da informática, onde os gerenciadores de banco de dados tornaram-se disponíveis e
propiciam serviços de comunicação de dados, através de softwares aplicativos entre outros
serviços. Na opinião de Keen (1996), também são incorporados a esses serviços de comunicação
computadores, redes de comunicação eletrônica pública e privada, tecnologias de
telecomunicações, protocolos de transmissões de dados bem como os serviços computacionais
de rede de empresas matriz e filiais (KEEN, 1996).
Essa área de informação e comunicação, no entanto, “com a disseminação do uso do
computador pessoal, ao longo dos anos 80, bem como a chegada da Internet, em meados dos
anos 90, coroaram a chegada desses novos tempos” (SILVA, 2003). Segundo Keen (1996) se
utiliza da computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, aderir e usar diversas
informações, a qual pode ser usada em vários contextos, sua definição pode ser bastante
complexa e ampla em diversas empresas, conforme sua utilização (KEEN, 1996).
2
Ainda o autor, entende que a área empresarial, a dimensão funcional da tecnologia da
informação é muito prática e útil, pois consegue definir padrões e estruturas dos elementos
estratégicos competitivos e também os variados tipos de produtos que a empresa pode vir a
adquirir. Diante disso, a tecnologia da informação tornou-se muito utilizada em suas diversas
subcategorias.
Na concepção de Keen (1996) a tecnologia da informação foi umas designações mais
usadas no crescente uso de equipamentos, aplicações, serviços e tecnologia básica enquadrados
nas categorias de: computadores, telecomunicações e dados de multimídia, dentro destes
centenas de subcategorias podem surgir.
Para Rezende (2003) a tecnologia da Informação tem evoluído muito com o rápido
desenvolvimento da tecnologia, e com este desenvolvimento surgem soluções disponibilizadas
pela informática. A tendência é que a tecnologia da informação seja importante na sociedade,
onde a informatização de vários conteúdos se transformou em uma norma de vida e
sobrevivência (REZENDE, 2003).
Para Bueno (2003) atualmente, vive-se na era da informação, e a potencialidade das
novas tecnologias é inegável. O avanço tecnológico acontecendo diariamente e em uma
velocidade inimaginável, observa-se a cada dia melhorias tecnológicas nas diversas áreas que
compõem a informação. Mais do que nunca, as organizações e instituições exigem,
principalmente por parte dos comunicadores, o domínio das ferramentas de comunicação, bem
como “tino” mercadológico.
Podem-se utilizar exemplos diários e corriqueiros como o avanço da telefonia:
antigamente utilizava-se de telefones fixos e orelhões, hoje se utiliza celulares modernos. Outro
exemplo são as melhorias realizadas pela televisão que passou da televisão preta e branca para
televisão digital, isso sem mencionar as criações de antenas das mais diversas marcas e modelos
com capacidades fora do alcance da imaginação, com o objetivo de melhorar imagens e
transmitir uma série de canais distintos (SILVA, 2003).
De acordo com Vieira (2005) são tão vastas as potencialidades existentes na área de
tecnologia da informação, que podemos observar por meio das inovações realizadas em
propagandas, as quais anteriormente eram elaboradas por meio de cenários e protagonistas, hoje
são organizadas digitalmente, com um personagem digital que atua como um ser humano.
Conforme o autor a tecnologia da informação é um elemento importante que pode ter impactos
positivos no mundo empresarial e possibilita um melhoramento no contexto estratégico e
funcional, capacitando a empresa a melhorar o seu processo de planejamento e a interagir com o
seu meio de forma mais produtiva (VIEIRA, 2005).
Segundo Duarte (2001) hoje os avanços tecnológicos têm proporcionado à humanidade
um patamar de informação jamais visto antes na história da humanidade, o mundo tornou-se um
lugar onde tudo está interligado, grande parte desse nível de informação se deve a evolução
computacional e a rede mundial de computadores.
De acordo com Veloso (2007) a utilização da tecnologia da informação vem tendo um
aumento em todos os setores, apresentando otimismo e possibilitando avanços científicos nos
campos do conhecimento. Com a facilidade encontrada por meio da TI, fica mais fácil incorporar
novos hábitos nas pessoas e construir novas relações sociais. Desmistificando o uso da internet e
de toda a tecnologia como um todo, especialmente a tecnologia da informação. Devido a toda
essa evolução no nível de informação o modo de tratamento dela também evoluiu, surgindo
assim como ferramenta de tratamento dessas informações a tecnologia da informação segundo
pesquisa realizada SEBRAE (2010) apontam que cerca de 60% das MPEs (Micro e Pequenas
3
Empresas) no país fazem investimentos em Tecnologia da Informação. Em 2009, esses
investimentos atingiram US$ 7,4 bilhões. A tecnologia vem atuando com um importante papel
nas organizações nos processos de planejamento, implementação e controle de uma forma bem
satisfatória tanto para o consumidor como para as empresas que adotam essa prática (VELOSO,
2007).
2.2 O AGRONEGÓCIO
Para impulsionar ainda mais esse setor, o Brasil tem realizado investimentos para o
fortalecimento do agronegócio. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
tem por objetivo elaborar mecanismos para aliar o desenvolvimento econômico e preservação
ambiental por meio do agronegócio. Nesse sentido, estão sendo realizadas pesquisas para o
desenvolvimento do mercado de Agroenergia, que consiste na produção de energia por meio da
utilização de produtos e resíduos do agronegócio.
De acordo com Farina (1999), a prática do agronegócio trata-se do uso consciente da
informação em nome da criação e manutenção de uma identidade nas relações de transformações
históricas ocorridas no campo e na sociedade contemporânea. O agronegócio tem grande
importância na economia brasileira e mundial, principalmente devido aos vários agentes
envolvidos no sistema, que faz com que haja uma sequência de atividades, geradoras de riqueza
entre os elos da cadeia. De acordo com o CEPEA, em 2011 o PIB do agronegócio teve
participação de 22,74% no total do PIB brasileiro. Com essa expressiva importância, torna-se
necessário aos agentes inserirem-se nesse mercado, atendendo às demandas globais, visando
manter sua competitividade. Do ponto de vista da concorrência, competitividade pode ser
definida como a capacidade de sobreviver e crescer em mercados correntes ou em novos
mercados (FARINA, 1999). A competitividade envolve, entre outras, questões relacionadas à
sustentabilidade, principalmente para garantia de acesso a mercados altamente exigentes.
O agronegócio é hoje a principal locomotiva da economia brasileira e responde por um
em cada três reais gerados no país. Também é responsável por 33% do Produto Interno Bruto
(PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2006).
O agronegócio brasileiro vem ganhando, ano a ano, representatividade na produção, de
acordo com o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento as exportações totais do País
somaram US$ 15,47 bilhões em fevereiro/2017, representando acréscimo de 16,0% sobre o valor
4
registrado em igual mês de 2016.
Já as importações totais brasileiras atingiram US$ 10,91 bilhões, superando em 5,9% o
valor contabilizado em fevereiro de 2016. Desse modo, a participação das compras de produtos
do agronegócio ampliou-se de 9,3% para 10,1% em relação às importações totais.
Destaca-se que o superávit do comércio exterior total do Brasil foi de US$ 4,56 bilhões
em fevereiro/2017 contra US$ 3,04 bilhões em fevereiro/2016. Esta expressividade justifica uma
análise mais detalhada do setor, em especial, do risco das empresas nele inseridas. Sendo assim,
a tecnologia da informação pode buscar avaliar o risco de mercado das empresas do agronegócio
brasileiro, setor que, de forma ampla, engloba todas as organizações direta ou indiretamente
ligadas à atividade agropecuária brasileira, que são elas: o setor de produção agropecuária, o
setor fornecedor de insumos e fatores de produção e o setor de processamento e distribuição.
Percebe-se, que através de informações da empresa Datum (2014), que a aliança entre
tecnologia e os diversos setores que envolvem a agricultura brasileira, se encaminham para uma
maior aproximação na busca de mais produtividade. A empresa, afirma que essa junção merece
atenção das empresas de Tecnologia da Informação gerando confiabilidade na realização de
projetos direcionados à melhoria dos sistemas de produção agrícola, pois com o auxílio
tecnológico e evolução constante da economia, a produção agrícola ficará prática e ágil.
Apesar da crise financeira aconte, o estado do Rio Grande do Sul, possui a semana da
Expointer, período em que o agronegócio gaúcho ganha visibilidade nacional. E, com o aumento
e evolução dos processos de produção agrícola no estado, a tecnologia passa a ser fator essencial
no auxílio da competitividade mercadológica desse setor.
Segundo o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, o Brasil é um dos
principais fornecedores agrícolas do mundo e o agronegócio representa 1/3 do PIB brasileiro,
tendo grande relevância para a economia do país (MAPA, 2017).
A tecnologia da informação pode agregar valor a esse mercado? Para Datum (2014), a
resposta é simples: Criando soluções inteligentes para gerar eficácia e melhoria dos processos
internos, assertividade no controle da produção e agilidade na comercialização; além de evitar
desperdício de recursos naturais, como por exemplo, o gerenciamento da irrigação no plantio,
por meio de dispositivos que monitoram o volume de água (DATUM, 2014).
Nesse contexto, Cócaro e Jesus (2008) afirmam que como exemplo do que aconteceu no
setor urbano, às novas tecnologias da informação estão sendo aplicadas ao agronegócio e
integrando-se velozmente entre si, por exemplo, as tecnologias de informação com as
tecnologias de controle; as tecnologias de monitoramento com as tecnologias de
telecomunicações, e que estão fundindo-se rapidamente e aumentando os recursos e resultados.
Na realidade o setor de tecnologia da informação surge como uma ferramenta de
desenvolvimento econômico, por possuir resultados confiáveis com rapidez e eficiência. O que
indica maior produção e por consequência um maior lucro.
Hoje, depois de acirradas competições a tecnologia da informação no agronegócio é vista
como um grande diferencial econômico, uma vez que consegue proporcionar vantagens
competitivas ao agronegócio. Segundo Lagran (2011), a TI passa a ser vista como diferencial
econômico, uma vez que proporciona vantagem competitiva de amplo aspecto.
Segundo Mendes (2010), todos os usuários das tecnologias da informação do
agronegócio são compostos por produtores rurais, cooperativistas agropecuárias, agroindústrias,
5
empresas de distribuição, entre outros tantos.
De acordo com a Editora Agroeconômica Safras e Mercado Ltda (2011), o agronegócio
vem se tornando importante e influente em nossa economia brasileira, por se tratar de algo
dinâmico e competitivo. Mas essas características são devidas ao fato de estarem correlacionadas
com a tecnologia da informação e suas ferramentas de apoio. Como por exemplo, a utilização de
softwares específicos em cada área, capaz de precaver erros e enfatizar acertos, de forma a
viabilizar e agilizar o processo final de entrega. O mercado de produtos agrícolas apresenta um
ritmo crescente a cada ano. O crescimento não ocorre apenas em volume, mas também nas
formas de comercialização, na agilidade dos negócios, em tecnologia e principalmente na
estrutura de informações. A cada dia que passa, notamos um aperfeiçoamento nas formas de
comercialização e uma dependência maior das informações que tem influência direta e indireta
sobre os preços de determinado produto. Dificilmente, hoje, algum produto agrícola escapa da
fórmula: produção + informação + comercialização = lucro (EDITORA AGROECONÔMICA
SAFRAS; MERCADO LTDA, 2011).
A manutenção e o fortalecimento dessa capacidade de gerar inovações é o desafio que se
impõe para o futuro da Embrapa. A geração de inovações tecnológicas para complexos sistemas
de produção agropecuária e a crescente atenção às dimensões econômica, ambiental e social
exigirão novas estratégias de pesquisa e transferência de tecnologia, além da ampliação de
arranjos e parcerias com entidades públicas e privadas no Brasil e no exterior. Entre as diversas
estratégias para enfrentar esses desafios, destaca-se a utilização intensa de tecnologias de
informação e comunicação (TICs) (LOPES, 2013).
Neste sentido por meio da Embrapa são realizadas pesquisas e congressos para constatar
a viabilidades e assertividades das TI's nas empresas e dentro do agronegócio. Buscando mapear
esta cadeia e verificar os pontos positivos e negativos. Inclusive da internet, propriamente, que é
vista como uma das grandes ferramentas capazes de dar um grande avanço e crescimento ao
agronegócio, por oferecer recursos que auxiliam no aumento comercial do mercado.
Instrumentação avançada, agropecuária de precisão, bioinformática, data-mining,
geotecnologias, modelagem, plataformas web de transferência tecnológica, entre outras TICs,
são instrumentos e vertentes de inovação importantes na atuação da Embrapa. Em função da sua
complexidade e rápida evolução, as diversas soluções de TICs exigem um planejamento
estratégico e um modelo de governança definidos e alinhados aos objetivos da empresa.
(LOPES, 2013).
De acordo com Marcelo Tacchi (2017), dentre as tantas ferramentas novas para gestão
administrativa destaca-se a Internet, que auxilia na distribuição da ideia da importância do
computador na vida rural. Hoje os portais agropecuários disponibilizam informações sobre as
produções, sobre os bancos de dados, sobre os softwares utilizados, e também fazem a ponte que
leva a aquisição dessas ferramentas de troca de informação e possibilita a comercialização em
tempo recorde desses produtos. Segundo o autor, diante da avalanche de conteúdos que estamos
sujeitos, precisamos saber gerir a informação e o conhecimento em favor da inovação, da
sustentabilidade e da vantagem competitiva. Com auxílio da tecnologia, podemos utilizar o meio
mais objetivo, rápido e eficaz de modo a disponibilizar informação para gerar conhecimento,
oportunidades e negócios. Hoje a internet é a principal ferramenta da era da informação e do
conhecimento. A internet proporciona maior interação com outras redes de comercialização, com
pesquisadores, instituições públicas e privadas e em formar parcerias, contatos com profissionais
e estudiosos do Brasil e do mundo.
Porém, toda essa tecnologia deve ser analisada, estudada, introduzida com cuidado, pois
6
segundo Noronha e Peres (1992), o valor final das decisões tomadas de forma incorreta, é muito
maior que o aumento da tecnologia e da competitividade no mercado.
O avanço da internet, da tecnologia da informação como um todo, tem crescido,
auxiliando na quebra de barreiras, encurtando distâncias e por fim tem aproximado o produtor
rural, o agro negociador de toda essa tecnologia quase que na velocidade da luz. Mas o cuidado
com essa ferramenta tão maravilhosa e eficaz, não deve ser esquecido.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
7
informação no título do trabalho, no período de 2015 a 2017. O período foi determinado por
abranger os principais estudos feitos no tema a ser abordado, ou seja, neste período o tema
agronegócio e tecnologia de informações se tornou relevante no período entre 2015 e 2017.
Nesta filtragem encontrou-se um total de 28 artigos que fizeram referência ao tema explorado.
Na sequência, foi realizada a leitura das 28 pesquisas que fizeram menção às palavras
chaves pesquisadas. Separaram-se os artigos sobre o assunto em estudo que é o uso da tecnologia
de informação no agronegócio.
Quadro 1 – Teses e Dissertações da BDTD Ano Instituição Teses Dissertações Total 2015
Ano Instituição Teses Dissertações Total
UFRGS 0 4 4
UFRP 1 0 1
2015
UNESP 0 3 3
USP 0 1 1
UNIFENAS 0 1 1
2016 UTFPR 0 1 1
UFU 0 1 1
UTFPR 0 1 1
2017
UFPR 0 1 1
Total 9 1 13 14
Fonte: elaborado pelos autores (2018).
8
No sistema de busca analisou-se 14 pesquisas aptas a serem usadas na revisão
bibliográfica do estudo realizado, segue abaixo um breve resumo dos mesmos, onde se procuram
esclarecer as principais ideias, objetivos e conclusões de cada produção sobre o tema abordado.
No estudo de Oikawa (2017), tem como objetivo o desenvolvimento de um método de
integração de fontes de dados, fazendo o uso de técnicas e conceitos de Integração de Dados (DI)
e Modelagem de Dados em seu desenvolvimento. O uso da metodologia de integração é a
aquisição de conhecimento com interesse em uma visão única a aplicação de conceitos da Gestão
da Informação e o entendimento do Ciclo de Vida da Informação no processo de extração de
dados, sua manipulação e integração, visam a centralização de dados para uso de terceiros e
auxílio no processo de tomada de decisão. Uma nova pesquisa foi realizada complementando-a
onde se identificou 91 fontes de informação do agronegócio divididos em diferentes
especialidades. Este levantamento foi crucial no processo de aquisição de conhecimento para
identificação dos agentes e atributos que devem compor o esquema integrado.
Segundo Bortoluzzi (2016), a dissertação teve como objetivo analisar a relação entre os
investimentos em tecnologia da informação e comunicação e a evolução patrimonial das
cooperativas agropecuárias do oeste do Paraná. Na qual, em tempos de alta competitividade,
aumentar a eficiência no uso da tecnologia da informação e comunicação é fundamental para a
sustentabilidade dos negócios. A metodologia do estudo é qualitativa, porque se analisaram os
relatórios de gestão dos últimos 20 anos de atuação das cooperativas (dados secundários), os
quais foram cruzados com as informações obtidas nas entrevistas (dados primários) com os
gestores de TIC destas organizações, e quantitativa, porque análises estatísticas e testes de
correlação foram aplicados nos dados. Os resultados demonstraram que a eficiência empregada
em toda a cadeia produtiva pode render melhor rentabilidade e que as cooperativas com maior
percentual de investimentos em TIC também possuem maiores resultados em patrimônio líquido.
Os testes apontam correlação entre os investimentos em TIC e a evolução dos resultados da
maioria das cooperativas estudadas.
Conforme Melo (2016), esta dissertação estuda a Comunicação rural pública no Estado
de São Paulo. Primeiramente, foi elaborada uma pesquisa bibliográfica exploratória para
compreender o cenário do agronegócio, considerado relevante para o Brasil. Em seguida, o
estudo de caso traz o conhecimento sobre a comunicação exercida pela Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), por meio da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI) e do Centro de Comunicação Rural (CECOR), responsáveis pelo
conteúdo jornalístico produzido e divulgado para o público rural ou interessados pela área. A
pesquisa apresenta os veículos de comunicação mais utilizados por esse órgão público para
informar e entreter os produtores rurais. Analisa-se o site, o boletim online, Catálogo de
Publicações e a Revista Casa da Agricultura.
Na concepção de Fazzanaro (2016), apresenta uma dissertação quantitativa, uma pesquisa
que tem avançado dentro do setor rural é o monitoramento e a coleta de dados dos animais, em
tempo real, possibilitando ao proprietário rural gerenciar seu rebanho, sem a necessidade de se
deslocar ao local monitorado ou ao ponto de coleta de dados. Assim, esta pesquisa teve como
objetivo avaliar, por meio de simulação computacional, dois tipos de protocolos de comunicação
sem fio que têm potencial para serem utilizados no monitoramento de sistemas de produção
animal em longas distâncias: o protocolo ZigBee e o IEEE 802.1ah.
Para a realização das simulações foram utilizados os softwares OMNet++ 4.5 e uma
ferramenta de extensão chamada Mixim. Por meio dos resultados obtidos por meio de simulação
9
computacional com aplicação das métricas: distância, latência e taxa de perda de pacotes de
dados nas simulações, observou-se que o protocolo ZigBee obteve o melhor desempenho em
relação à distância de cobertura do sinal e da confiabilidade dos dados transmitidos. De acordo
com Cunha (2016), essa pesquisa é dissertativo quantitativo, o mesmo foi realizado na região Sul
de Minas Gerais, que se destaca nacionalmente pelo seu cultivo de café, onde a maioria de seus
produtores têm características de agricultura familiar, desta forma tendo certa carência
tecnológica. Portanto, o objetivo desta pesquisa é desenvolver um sistema web que tem como
finalidade a gestão da produção de café. Tal sistema foi desenvolvido a partir de entrevistas
realizadas com produtores de café da região Sul de Minas Gerais, os mesmo averiguaram o quão
se faz necessário os sistemas online que os auxiliassem na gestão das propriedades. Para
desenvolvimento deste utilizou-se a linguagem de programação web PHP, JavaScript e banco de
dados MySQL. Deve-se ressaltar que o sistema apresenta a característica responsiva, adaptando
assim a diversos tamanhos e formatos de dispositivos.
Schmoeller (2016) realizou uma pesquisa de cunho dissertativo e faz um estudo com
vistas a implementar um software em um modelo de avaliação da eficiência reprodutiva de
rebanhos leiteiros e avaliar a aceitação dos produtores ao uso do software. Para isso foi realizada
pesquisa quantitativa descritiva com 100 produtores de Medianeira, São Miguel do Iguaçu e
Serranópolis do Iguaçu, no oeste do estado. Na qual, os resultados mostraram que 90% dos
produtores mantém algum nível de controle zootécnico, no entanto 72% não avaliam qualquer
indicador de desempenho. Entre os produtores que mantém algum controle zootécnico, 87% o
fazem em papel. Em média, 74% dos produtores desconhece a margem de lucro da atividade. O
software desenvolvido foi utilizado durante dez meses em uma propriedade leiteira com 150
animais da raça holandesa, sendo atualizado semanalmente com os eventos reprodutivos do
rebanho.
Aduz Nagai (2016), em seu trabalho dissertativo qualitativo, realizado em meio ao
ambiente de mudanças na agricultura, no qual a abordagem produtivista e baseada em custos que
sofrem alterações, novas visões são concebidas para determinar a competitividade e valor dos
produtos agropecuários. Assim, esta pesquisa objetivou analisar o processo de inovações
(tecnológica e social) para a criação de valor em denominação de origem em cafés no Brasil,
especificamente, na região do Cerrado Mineiro, comparativamente à produção sem selo de
origem. Para tal, foi utilizado o estudo de múltiplos casos, no qual foi aplicada uma entrevista
semiestruturada junto aos produtores que comercializam com selo de origem e aqueles que não
comercializam com selo de origem, da região do Cerrado Mineiro. Os resultados demonstraram
que as unidades que utilizam a DO apresentaram um ritmo mais intenso de adoções tecnológicas
em relação às unidades que não comercializam como selo de origem.
Segundo Seffrin (2017), o estudo deste trabalho e dissertativo qualitativo, no qual a
cultura do milho é uma das atividades agrícolas mais importantes para a economia no Brasil. O
presente estudo visou identificar áreas com correlação e autocorrelação espacial para a
produtividade de milho e suas variáveis preditoras, e também, verificar o modelo de regressão
espacial mais adequado para a explicação da cultura. O estudo foi realizado utilizando dados de
municípios do estado do Paraná referente a safras de verão dos anos agrícolas de 2011/2012,
2012/2013 e 2013/2014. Os softwares utilizados para a análise estatística e geração dos mapas
temáticos foram o ArcMap 9.3 e GeoDa 1.6.7. A regressão espacial (SAR e CAR) adotada para a
estimativa da produtividade, comparada com os resultados da regressão que não incorpora a auto
correlação espacial dos dados (OLS), apresentou melhora significativa na estimação da
produtividade do milho quando utilizado SAR e CAR.
10
Por outro lado, Neto (2016), propõe o desenvolvimento dissertativo usando um conjunto
de ferramentas, incluindo a construção de uma aeronave não tripulada para a captação de dados
apor meio de sensores como câmeras e leitores de sinais de rádio frequência, que serão aplicadas
ao agronegócio, com o objetivo de extrair informações que possibilitem a compreensão dos
diversos aspectos da cadeia produtiva agrícola, possibilitando assim visualizar, gerenciar, decidir
e maximizar os resultados obtidos. A utilização de sistemas de informação geográfico com várias
ferramentas específicas como, MAVLink, MLP, MPA, NDVI, NIR, RFI, RGP, RPA, no entanto,
para a área de agropecuária de precisão vem de encontro a esta nova demanda, pois é capaz de
organizar o grande volume de dados que já vem sendo gerados bem como a sua óbvia expansão à
medida que novas utilizações sejam aplicadas. Este trabalho demonstrou a importância da
utilização de algumas destas técnicas, descrevendo resultados relevantes de sua utilização que
contribuíram para o alcance dos objetivos propostos.
Sobretudo Torres (2015), realiza uma pesquisa que tem como característica o modelo
dissertativo qualitativo. Ao longo das últimas décadas, organizações internacionais, governos,
empresas e organizações não governamentais têm realizado estudos sobre panoramas futuros,
com o objetivo de ganhar tempo em preparar-se para superar seus concorrentes e ser
competitivos em cada área de atuação. Por meio de uma revisão bibliográfica atual, focada na
análise de toda a cadeia de suprimento de FPO, somado a uma série de entrevistas com experts
da floricultura nacional e internacional, analisaram-se atividades e ferramentas tecnológicas
usadas em cada um dos processos envolvidos no atacado, como as condições do transporte,
planejamento das entregas e os registros dos controles que garantem a qualidade do produto
final. Com esse aporte construíram-se quatro possíveis cenários futuros para o setor atacadista de
FPO brasileiro, baseados na utilização e implementação da Tecnologia de Informação.
Destarte o estudo dissertativo de Kalsing (2015), que teve por meta abordar questões
relativas ao uso de tecnologias de informação e de comunicação no meio rural. Para tanto, o
objetivo geral foi avaliar a utilização de TI e TICs pelos gestores de propriedades rurais
associadas à Cooperativa Languiru Ltda., com sede em Teutônia, no Vale do Taquari, no Rio
Grande do Sul. Buscou-se, também, avaliar o perfil socioeconômico dos gestores quanto à
utilização de tecnologias. A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, o qual serviu para
alcançar os objetivos definidos, procedendo-se, para tanto, o levantamento dos dados primários
junto a 102 gestores de propriedades rurais associados à Languiru e uma entrevista com um
gestor da cooperativa. Após a coleta dos dados, efetuou-se a análise estatística. Por meio dos
resultados apresentados, pode-se verificar que gestores com maior escolaridade e menor faixa
etária utilizam mais tecnologia, como software para gestão da propriedade e a Internet.
Conforme Jale (2015), esta tese investigou-se a assincronia, a transferência de informação
e o comportamento das correlações cruzadas dos retornos de seis commodities agrícolas do
agronegócio brasileiro, para os períodos anterior (2006-2009) e posterior à crise financeira
mundial (2010-2014). Utilizou-se o método Cross-Sample Entropy para quantificar a assincronia
entre todas as séries de retornos das commodities. Com base nos resultados obtidos, pode-se
concluir que a análise multifractal e a análise de complexidade podem ser úteis nos estudos da
dinâmica do agronegócio brasileiro, dada a sua importância, diante do cenário econômico
mundial seja para adoção de políticas monetárias e fiscal dos órgãos responsáveis, agentes
econômicos ou pelo governo federal.
Engloba Artuzo (2015), que o objetivo desta dissertação foi analisar os impactos da
adoção da aplicação de corretivos e fertilizantes em taxa variável (ATV), no ponto de vista da
eficiência técnica e econômica, na cultura da soja no estado do Rio Grande do Sul-RS. A análise
11
de pesquisa foi qualitativa e quantitativa. Por meio do envio de questionário para produtores
rurais e atores-chave da agricultura de precisão (AP). A análise descritiva dos dados permitiu
caracterizar a adoção da ATV na cultura da soja, bem como, descrever a perspectiva da adoção
da ATV pelos produtores rurais e atores chave. Tanto os produtores rurais, quanto os atores-
chave, destacam a falta de mão de obra qualificada e a falta de informação/conhecimento sobre a
ferramenta de AP, como limitantes para o crescimento da tecnologia no Brasil.
Em análise, Araújo (2015) apresenta dissertação onde deseja compreender o papel da
CCGL na região onde ela opera suas atividades de coleta, transporte, beneficiamento e
distribuição de leite e derivados, também atuando com realização de pesquisas para
beneficiamento genético de grãos. As características atuais Cooperativa são resultado da
importância da agricultura modernizada no Rio Grande do Sul, que foi responsável pela
transformação dessa e de outras cooperativas. Em razão da modernização agrícola se tornar
relevante para o estudo, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre esse e outros temas, o
que possibilitou a compreensão da influência da CCGL na região. Desse modo, compreende-se a
cooperativa como elo entre as escalas local, regional e global, a exercer ligação entre o RS e
pontos distantes dentro do território brasileiro, aproximando também nosso estado ao mercado
internacional.
Portanto, pode-se destacar que depois dos resultado do Quadro 1 e descrição de uma tese
e 13 dissertações, que as universidades estão incentivando muito pouco os alunos a
desenvolverem trabalhos ou pesquisas tecnológicas na área do agronegócio, sendo que de 9
universidades 7 apenas tem postado apenas um trabalho na área da tecnologia no agronegócio,
por sua vez, está se encaminhando num passo pequeno por vez para esse lado , sabendo assim
que estamos indo em direção de um mundo mais tecnológico pra agricultura, na qual, possa usar
cada vez mais a tecnologia em pro do agricultor que está no campo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
12
produtividade, qualidade e eficiência, além de reduzir significativamente o consumo de recursos
naturais, como água, energia e combustível.
Por fim, este artigo deixa uma continuidade para futuras pesquisas, na qual, novos
estudos podem ser feitos com o intuito de favorecer ou até mesmo expandir este estudo, ao passo
que este serve como indicativo de referência de alguns elementos da Tecnologia da Informação.
Este, por sua vez, contribui para a identificação dos mecanismos e fontes de utilização do
compartilhamento do conhecimento das tecnologias que estão sendo aplicadas no agronegócio e
dando uma base em que as universidades possam estar incentivando seus alunos a desenvolver
mais trabalhos, software, métodos e ferramentas que possam contribuir para o meio do
agronegócio, facilitando a vida do agricultor.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Andréa Santos de. Organização do espaço regional influenciado pelo circuito
espacial produtivo da Cooperativa Central Gaúcha de Leite (CCGL). 2015. Disponível em
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/133199/000984213.pdf?sequence=1, acesso
em 05/10/2017.
CUNHA, Angélica Carvalho. Sistema web responsivo para gestão do controle da produção
de café. 2016. Disponível em
http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/172/2/Ang%c3%a9lica%20Carvalho%20C
unha%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf, acesso em 04/10/2017.
13
empresas brasileiras. In.: Conselho latino – americano de escolas de administração, 2002. Porto
Alegre. Anais Porto Alegre. 2002. 1 CD ROM. EDITORA AGROECONOMICA SAFRAS &
MERCADO LTDA. Análise fundamental e atualização mercadológica. Rio Grande do Sul,
2011.
FAZZANARO, Pablo Luis. Avaliação dos protocolos ZIGBEE e IEEE 802.11AH através de
simulação computacional para aplicação no agronegócio. 2016. Disponível em
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74134/tde-12082016-112422/pt-br.php, acesso em
03/10/2017.
GIL, A.C. Métodos e ciências de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. São Paulo. V.35 n2, p
57-63. Abril. 1995.
MELO, Rafaela Rosa de. Comunicação rural pública no Estado de São Paulo: o caso da
CATI. 2016. Disponível em
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/136342/melo_rr_me_bauru.pdf?sequence
=4&isAllowed=y, acesso em 03/10/2017.
14
NETO, Miranda Milton. Sistema automático de planejamento de voos e tratamento de
imagens para veículos aéreos não tripulados. 2016. Disponível em
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/14622/1/SistemaAutomaticoPlanejamento.pdf,
acesso em 05/10/2017.
NORONHA, J. F.; PERES, F.C. Rumos da administração rural. In: Semana de atualização em
administração rural, Lages, 1991. Anais. Florianópolis: SAA; EPAGRI; CTA do planalto
Serrano Catarinense, 1992, p. 251 – 260.
TORRES, Daniel Felipe Uribe. Análise prospectiva para o setor atacadista de flores e
15
plantas ornamentais no Brasil e suas tecnologias da informação e comunicação. 2015.
Disponível em
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/158929/001021877.pdf?sequence=1, acesso
em 05/10/2017.
16