Dissertação - Douglas Da Costa Ferreira
Dissertação - Douglas Da Costa Ferreira
Dissertação - Douglas Da Costa Ferreira
São Carlos
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
São Carlos
2019
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Aloizio e Eunice, por estarem comigo em todos os momentos.
À Professora Doutora Gláucia Maria Dalfré e ao Professor Doutor Guilherme Aris Parsekian
que muito me ajudaram e auxiliaram através de seu profundo conhecimento.
RESUMO
ABSTRACT
Considering structures natural aging process and also considering externally strengthened
elements exposure to aggressive environments (freeze-thaw cycles, temperature,
carbonation, ultraviolet radiation, wet-dry cycles, among others), little is known about the
behavior and durability of the strengthening system bonding to the concrete substrate and
the possible performance loss due to degradation of the intervening materials. In this context,
the present work is based on the experimental analysis of the long term mechanical
behaviorof the constituent materials of the reinforced concrete beams with carbon fiber
sheets strengthening system (CFRP, Carbon Fiber Reinforced Polymer) applied according to
the EBR (Externally Bonded Reinforcement) technique kept in laboratory environment
(internal and protected) and exposed to weather (external exposure). Eight reinforced
concrete beams with rectangular section, longitudinal reinforcement rate of 0.75% and
concrete with compressive strength of 20 MPa, were tested. Among the set of beams, four
were used as reference and two were strengthened with carbon fiber sheets, and the others
were divided into two groups and exposed to six-months laboratory environment and six-
months weather environment. These beams, with a distance between the supports of 230
cm, were submitted to three-points flexural testing with a midspan concentrated load. The
beams were designed behave in strain limits with tension controlled rupture. Beams behavior
analysis was performed based on the results of the loads and modes of rupture, deformation
of the intervening materials and cracks propagation. The experimental results were also
compared with the estimates limits specific at ABNT NBR 6118 (2014), ACI 318 (2014) and
ACI 440.2R (2017). In addition, specimens of the strengthening system materials
constituents were also created and exposed to the same environmental conditions as the
beams. The mechanical properties of these materials were investigated from uniaxial tensile
testing. The results showed that lamination epoxy adhesives present reductions of up to 70%
in their mechanical properties when exposed to the weather, while the CFRP composite
showed similar properties before and after exposure. In the case of the strengthened
reinforced concrete beams, it was verified that the strengthening system provides increases
of 50% and 28% in the load capacity and stiffness, respectively, when compared to non-
strengthened specimens. However, the tests performed after exposure to the elements
showed a reduction in the increase of the load capacity. In relation to the comparison
between the theoretical and experimental results, taking into account the specifications at
ABNT NBR 6118 (2014), ACI 318 (2014) and ACI 440.2R (2017), it was observed that the
values of ultimate load and service load are close when property reductions are not applied.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 14
1.1.1 Geral ................................................................................................................ 14
1.1.2 Específicos ....................................................................................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 15
1.3 METODOLOGIA .................................................................................................. 15
1.4 DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS .......................................................................... 16
2. ESTADO DA ARTE ..................................................................................................... 17
2.1 REFORÇO A FLEXÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO .......................... 17
2.1.1 Modos de ruptura ............................................................................................. 18
2.1.2 Recomendações da ACI 440.2R (2017) ........................................................... 20
2.1.3 Estado limite último da seção reforçada ........................................................... 23
2.1.4 Tensão no aço e no FRP devido as cargas de serviço ..................................... 26
2.2 DURABILIDADE E MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO ..................................... 27
2.2.1 Durabilidade dos compósitos de FRP ............................................................... 27
2.2.2 Mecanismos de degradação ............................................................................. 28
2.2.3 Umidade e soluções salinas ............................................................................. 29
2.2.4 Temperatura elevada........................................................................................ 32
2.2.5 Radiação ultravioleta (ambiente externo).......................................................... 35
3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 37
3.1 PROGRAMA EXPERIMENTAL ........................................................................... 37
3.1.1 Dimensionamento das vigas e do sistema de reforço ....................................... 40
3.1.2 Preparação das vigas ....................................................................................... 41
3.1.3 Reforço das vigas segundo a técnica EBR ....................................................... 43
3.1.4 Caracterização do concreto .............................................................................. 44
3.1.5 Caracterização do aço ...................................................................................... 46
3.1.6 Caracterização das resinas epoxídicas ............................................................ 46
3.1.7 Caracterização dos compósitos de CFRP ........................................................ 48
3.1.8 Degradação natural .......................................................................................... 50
3.1.9 Caracterização do ambiente – Classificação climática de Köpper-Geiger......... 52
3.2 METODOLOGIA DE ENSAIOS DAS VIGAS ....................................................... 54
3.3 INSTRUMENTAÇÃO ........................................................................................... 57
3.4 ENSAIOS DE PULL-OFF (ARRANCAMENTO) ................................................... 60
3.5 MONITORIZAÇÃO DA TEMPERATURA, UMIDADE E RADIAÇÃO ................... 62
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 63
4. RESULTADOS E ANÁLISES ...................................................................................... 65
4.1 DADOS METEOROLÓGICOS ............................................................................. 65
4.2 MATERIAIS ......................................................................................................... 66
4.2.1 Concreto ........................................................................................................... 66
4.2.2 Aço ................................................................................................................... 67
4.2.3 Materiais constituintes do sistema de reforço ................................................... 68
4.2.4 Discussão dos resultados ................................................................................. 74
4.3 COMPORTAMENTO DAS VIGAS DE CONCRETO ARMADO ........................... 79
4.3.1 Vigas de referência sem reforço (V_REF_0) .................................................... 80
4.3.2 Vigas de referência reforçadas (V_REF_CFRP) ............................................... 81
4.3.3 Vigas reforçadas mantidas em ambiente laboratorial (V_LAB_CFRP) .............. 83
4.3.4 Vigas reforçadas expostas às intempéries (V_WEA_CFRP) ............................ 84
4.3.5 Discussão dos resultados ................................................................................. 86
4.4 ANÁLISE GERAL DAS VIGAS ENSAIADAS ...................................................... 89
4.4.1 Análise da degradação do sistema de reforço .................................................. 92
4.5 ENSAIOS DE PULL-OFF (ARRANCAMENTO) ................................................... 93
4.6 COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS .. 95
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 101
5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................... 104
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 105
12
1. INTRODUÇÃO
No que diz respeito aos códigos e normas que abrangem modelos analíticos de
reforço estrutural, a literatura internacional possui algumas das principais recomendações
para o uso dos compósitos de FRP em projetos estruturais. Nos Estados Unidos, a
aplicação de materiais compósitos para reforço estrutural é descrita na ACI 440.2R (2017)
(American Concrete Institute), onde se destaca o “Guide for the design and construction of
14
externally bonded FRP systems for strengthening concrete structures”. No Japão o uso de
materiais compósitos é descrito pela JSCE (2001) (Japan Society of Civil Engineers), mais
especificadamente a “Recomendation for Upgrading of Concrete Structures with Use of
CFRP Sheet”. Já na Europa, a FIB Bulletin 14 (2001) (International Federation for Structural
Concrete) traz um guia para reforço de estruturas de concreto por meio da colagem externa
de reforço com material compósito (Bulletin 14 – Externally Bonded FRP Reinforcement for
Structures).
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 GERAL
Avaliar a durabilidade e o comportamento mecânico, em longo prazo, dos materiais
constituintes do sistema de reforço e vigas de concreto armado reforçadas à flexão com
mantas de fibra de carbono (CFRP), aplicadas segundo a técnica EBR mantidas em
ambiente laboratorial (interno e protegido) e expostas a intempéries (exposição exterior).
1.1.2 ESPECÍFICOS
Diante do objetivo geral, o presente trabalho tem como objetivos específicos:
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
As vigas de concreto armado utilizadas foram de seção retangular, com uma taxa de
armadura longitudinal de 0,75% e concreto com resistência a compressão ( f ck ) de 20 MPa.
16
A manta de fibra de carbono utilizada no reforço foi do tipo unidirecional, a qual foi
cortada de modo que suas dimensões se adequassem a superfície tracionada das vigas. As
mesmas foram coladas externamente, por meio dos procedimentos de aplicação da técnica
EBR. Todas as vigas foram reforçadas com uma camada de manta de CFRP.
2. ESTADO DA ARTE
30
Plastificação do aço
(II)
20
10 1º Fissura
(I)
0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
_________________
1
MEIER, U.; KAISER, H. P. Strengthening of structures with CFRP laminates. In: Proceedings of the
speciality conf. on advanced composites materials in civil engineering structures, 1991, Las Vegas.
Anais... Las Vegas: Janeiro-Fevereiro, p. 224-232.
18
Propagação de fissuras
(a) (d)
Propagação de fissuras
(b) (e)
Fissura
Alta zona de tensão
Fissura de
cisalhamento
Propagação de fissuras
(c) (f)
Fonte: Adaptado de Teng et al. (2003)
Devido aos vários modos de ruína presentes, alguns autores (WU e HUANG, 2008;
COELHO et al., 2011) têm pesquisado técnicas para evitar falhas prematuras por
descolagem e/ou destacamento do sistema de reforço. Diferentes tipos de mecanismos de
ancoragem já foram analisados, tais como fixadores de aço chumbados ao concreto ou
mesmo a própria manta de FRP em formato de “U” colada nas extremidades do reforço à
flexão. Esses mecanismos têm-se mostrado eficientes no aumento da capacidade de carga
de vigas reforçadas, além disso, evitando a ocorrência de falhas prematura do sistema de
reforço.
20
40 Esmagamento
do concreto
Fissuras de cisalhamento
20
Viga sem reforço
Destacamento
do concreto de cobrimento
10
Falha por
cisalhamento
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Em relação aos materiais intervenientes, a norma ACI 440.2R (2017) estabelece que
a ação ambiental deve ser considerada nas propriedades iniciais dos FRP devido à
possibilidade da exposição aos diversos tipos de ambientes levar a degradação e redução
das propriedades de tração, deformação última e resistência à fadiga dos materiais
compósitos. Assim, para o dimensionamento, os materiais sofrem uma redução em suas
propriedades (tensão de tração máxima de projeto e deformação última fornecida pelo
fabricante) de acordo com o tipo de exposição por meio dos fatores de redução ambiental (
CE ), os quais são apresentados na Tabela 1.
necessário uma vez que alguns compósitos de FRP são suscetíveis a ambientes úmidos,
22
ambientes alcalinos, raios ultravioleta (UV) e altas temperaturas. O valor do C E ainda pode
f fu = CE .f fu* (1)
fu = CE . *fu (2)
mostra a Equação 3.
f fu
Ef (3)
fu
concreto.
Fc c Fc
c
Linha
Neutra
d
df
es Fs ou F y Fs ou F y
Ffe Ffe
Af efe ebi
f c'
fd 0, 41. 0,9. fu (4)
n . E f .t f
Na sequência de cálculo, o código ACI 440.2R (2017) determina que seja arbitrada
uma posição inicial da linha neutra ( c ) a fim de se determinar a deformação efetiva ( fe ) e a
concreto.
df c
fe cu . bi fd (5)
c
f fe E f . fe (6)
d c
s fe bi .
d c (7)
f
f s Es . s f yd (8)
c
c fe bi .
d c (9)
f
1, 71. f c'
c' (10)
Ec
4. c' c
1 (11)
6. c' 2. c
3. c' . c c2
1 (12)
3.1. c'2
As . f s Af . f fe
c (13)
1. f c' . 1 . b
Posteriormente, a ACI 440.2R (2017) estabelece que o momento resistente deve ser
multiplicado pelo fator de redução ( ) da Equação 15 devido aos limites de ductilidade de
elementos reforçados com a técnica EBR. Finalmente, por intermédio da Equação 16,
encontra-se o momento resistente de cálculo ( M u ).
.c .c
M n Fs . d 1 f .Ff . d f 1 (14)
2 2
M u .M n (16)
26
k .d
M s bi . Af .E f . d f 3 . d k .d .Es
f s,s (17)
k .d k .d
As .Es . d . d k .d Af .E f . d f . d f k .d
3 3
18, onde deve-se considerar a tensão no aço ( f s,s ) encontrada na Equação 17. O valor da
tensão no reforço de FRP, dado pela Equação 18, deve obedecer aos limites impostos para
cada tipo de material, de acordo com a Tabela 2 (ACI 440.2R, 2017).
Ef d f k .d
f f ,s f s,s . . bi .E f (18)
Es d k .d
Dentre o pouco conhecimento sobre este assunto sabe-se que as fibras utilizadas
nos sistemas de reforço são relativamente duráveis, sendo sua principal vantagem a
resistência à corrosão. Porém cada tipo de fibra pode apresentar um comportamento
diferente quando exposta a determinados ambientes. As fibras de vidro, por exemplo, são
suscetíveis à degradação quando expostas a umidade e alcalinidade sem o devido sistema
de proteção. Similarmente, as fibras de aramida são afetadas pela radiação ultravioleta (UV)
e possuem alto índice de absorção de umidade. Já as fibras de carbono são relativamente
inertes a diferentes tipos de ambientes (ACI 440.9R, 2015).
Por outro lado, o grande problema da durabilidade está relacionado ao tipo de matriz
utilizada nos materiais compósitos de FRP. As resinas a base de epóxi, por exemplo, são
fortemente afetadas pelos raios UV, além de serem altamente sensíveis a altas
temperaturas (CAROLIN, 2003)
aplicação do mesmo. Sistemas de reforço externos, no caso da colagem externa EBR, são
mais vulneráveis à degradação do que o sistema de reforço aplicado segundo a técnica
NSM uma vez que nessa situação o material compósito se encontra protegido internamente
à estrutura de concreto (DE LORENZIS e TENG, 2007).
_________________
1
FONSECA, S. C. Durabilidade de materiais compósitos de matriz polimérica reforçados com fibras
usados na reabilitação de estruturas de betão. 2008. 360 f. Tese de Doutorado – Universidade do
Minho, Guimarães, Portugal.
29
Isis (2006) comenta que a taxa de absorção de umidade pela matriz polimérica
diminui enquanto sua perda de resistência e rigidez aumenta ao longo do tempo. Outro fato
relevante está na redução da temperatura de transição vítrea ( Tg ), a qual é responsável
pela mudança na propriedade do polímero de rígido e sólido frágil para um plástico viscoso
e fluido. Neste caso, a presença de umidade pode levar a uma redução de até 75% na Tg e
ineficazes.
21
14
0
0.00 0.15 0.30 0.45 0.60 0.75
Deformação (%)
Fonte: Adaptado de Fernandes (2016)
Ambiente de exposição
Ambiente laboratorial Ciclos de umidade
Idade do
ensaio Tensão Módulo de Tensão Módulo de
Tg Tg
máxima elasticidade máxima elasticidade
(MPa) (GPa) (ºC) (MPa) (GPa) (ºC)
Além das matrizes, alguns tipos de fibras utilizadas nos compósitos de FRP também
estão susceptíveis à degradação causada pela ação da umidade. No caso das fibras de vidro,
segundo Isis (2006), a umidade penetra pelo compósito e remove os íons presentes na fibra,
31
Figura 7: (a) Corpo de prova de CFRP e (b) modo de ruptura dos laminados de GFRP
(a) (b)
Fonte: Cromwell, Harries e Shahrooz (2010)
32
Ambiente de exposição
Umidade Constante Solução Salina
Período Módulo de Módulo de
do ensaio Tensão máxima Tensão máxima elasticidade
elasticidade
(MPa.mm) (MPa.mm)
(GPa.mm) (GPa.mm)
CFRP GFRP CFRP GFRP CFRP GFRP CFRP GFRP
Referência 650 330 58 18 650 330 58 18
1000 h 820 300 65 18 790 350 64 19
3000 h 600 270 57 18 630 290 57 17
10000 h 700 320 61 18 630 310 66 17
Estudo realizado por Banea, Silva e Campilho (2011) avaliou a influência de altas
temperaturas nas propriedades mecânicas de adesivos epoxídicos. O adesivo epoxídico
analisado possuía uma Tg de 155ºC e foi confeccionado nas dimensões de 150 mm de
Alguns tipos de fibras utilizadas nos sistemas de reforço FRP também estão
suscetíveis à degradação perante a incidência de elevadas temperaturas. As fibras de
carbono são significativamente resistentes à temperatura. Temperaturas superiores a
1000ºC não indicam nenhuma perda de resistência ou rigidez. Por outro lado, as fibras de
vidro apresentam redução em sua resistência à tração em torno de 20% a 60% para
temperaturas superiores a 600ºC. As fibras de aramida apresentam as mesmas reduções a
temperaturas superiores a 300ºC (ISIS, 2006).
150ºC
200ºC
40
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deformação (%)
Fonte: Adaptado de Banea, Silva e Campilho (2011)
diagrama força versus deslocamento das vigas reforçadas de referência, as quais foram
mantidas em ambiente laboratorial, e das vigas reforçadas expostas a temperatura máxima
de 80ºC. Os resultados demostraram uma descolagem prematura do sistema de reforço
quando exposto a temperatura de 80ºC (Figura 10). Nesse caso, ocorreu uma redução
máxima na resistência a flexão de 9% e 21% paras as vigas com concreto de 30 MPa e 90
MPa, respectivamente.
100
80
Força (kN)
60
40
Referência_C90
Referência_C30
20 Temperatura80_C90
Temperatura80_C30
0
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
Fonte: Adaptado de Vaz, Aguiar e Camões (2005)
35
A exposição direta à radiação UV dos polímeros pode causar degradação por meio
de um mecanismo conhecido como fotodegradação, o qual causa a decomposição ou
dissociação das ligações químicas entre as cadeias poliméricas conduzida pela radiação UV
presente nas ondas solares. Esta radiação presenta nas ondas solares é capaz de causar a
degradação dos polímeros, levando a uma descoloração, oxidação da superfície,
fragilização e microfissuração de sua matriz polimérica (ISIS, 2006).
Pesquisa realizada por Zhao et al. (2017) avaliou a degradação de três tipos de
resina polimérica (éster-vinílica, epóxi e éster-epoxi) quando expostas à radiação UV.
Corpos de prova 200 mm de comprimento por 20 mm de largura e espessura de 4 mm
foram confeccionados e curados por sete dias em temperatura ambiente. Posteriormente, os
corpos de prova foram expostos à radiação UV (280 nm a 315 nm) a uma temperatura entre
57ºC a 63ºC e umidade entre 90% a 95%. Os ciclos de radiação UV possuíam 12 horas de
duração (8 horas de radiação UV e 4 horas de condensação) com um período total de 90
dias. A Tabela 5 apresenta as propriedades mecânicas das resinas de referência e após a
exposição aos ciclos de radiação UV. Os resultados demostraram uma elevada degradação
da resina éster-vinílica, a qual apresentou uma redução de 65% e 69% na resistência a
tração e no módulo de elasticidade, respectivamente. Segundo o autor, após a exposição,
os corpos de prova das resinas apresentaram grade alteração em sua coloração.
36
Além das resinas, alguns tipos de fibras também sofrem com a degradação causada
pela radiação UV. De acordo com Isis (2006), as fibras de carbono e vidro, em geral, não
são afetadas pela radiação UV, enquanto as fibras de aramida apresentam uma leve
degradação perante a exposição aos raios UV.
3. METODOLOGIA
Neste capítulo é descrita a metodologia utilizada para avaliar a durabilidade e o
comportamento mecânico das vigas de concreto armado reforçadas a flexão com mantas de
CFRP aplicadas segundo a técnica EBR, assim como dos materiais utilizados no sistema de
reforço. São apresentadas as características das vigas de concreto armado e de todos os
materiais constituintes do sistema de reforço, bem como a metodologia utilizada para o
preparo dos corpos de prova, as condições e métodos de ensaios.
nenhum tipo de reforço, sendo utilizadas com referência, e as demais foram reforçadas a
flexão com uma camada de manta de CFRP aplicadas segundo a técnica EBR. Para além
disso, corpos de prova de concreto, resina epoxídica e compósitos de CFRP também foram
confeccionados.
A designação utilizada para identificação de cada viga foi Vx_y_z, onde “x” é o
número de elementos ensaiados, “y” corresponde aos elementos utilizados como referência
(REF, de Referência), mantidos em ambiente laboratorial (LAB, de Laboratory, em língua
inglesa) ou expostos ao intemperismo (WEA, de Weathering, em língua inglesa), e “z”
devido a utilização ou não de material de reforço (0 ou CFRP).
Figura 11: Ambientes de exposição: (a) câmara isolada e protegida e (b) exposição a
intempéries (ambiente externo)
(a) (b)
Fonte: O Autor e INMET (2019)
Figura 12: Armadura longitudinal e detalhes da seção transversal das vigas utilizadas
no programa experimental. Dimensões em cm
F
20
10 115 115 10
250
17,50
20,00
1,5
2Ø6.3mm
2Ø10.0mm
12 24Ø5.0mm c/ 10cm
Fonte: O Autor
41
Com base do dimensionamento para o ELU, a manta de fibra de carbono foi cortada
em tiras com largura de 11 cm e comprimento de 220 cm de modo que suas dimensões se
adequassem à superfície tracionada da viga de concreto armado. A Figura 13 apresenta os
detalhes do posicionamento do sistema de reforço com uma camada de manta de CFRP.
Fonte: O Autor
Para além disso, tendo em vista que o dimensionamento do sistema de reforço foi
realizado segundo os princípios da norma americana ACI 440.2R (2017), fez-se a avaliação
da capacidade portante da viga, à flexão, também se considerando as recomendações da
norma ACI 318 (2014).
As vigas foram concretadas em uma única etapa procurando garantir uma menor
variação das características mecânicas do concreto. O concreto utilizado foi usinado, o qual
fornecido pela empresa SUPERCON com uma resistência a compressão nominal ( fck ) de 20
MPa. Foi utilizado a brita nº 1 como agregado graúdo. A relação água cimento foi de 0,680
com um consumo de cimento de 297 kg/m³. Além do mais, foi realizado o ensaio de
abatimento do tronco de cone, o qual apresentou um valor de 50 mm.
uma frequência de 4000 rpm. Corpos de prova cilíndricos, com dimensões de 100 x 200
mm, também foram moldados para controle tecnológico do concreto nas distintas idades
apresentadas na Tabela 6.
Após a concretagem das vigas e dos corpos de prova, os mesmos foram cobertos
com uma lona plástica, até a desforma, visando diminuir os efeitos da retração do concreto
pela evaporação da água. Para as vigas e os corpos de prova de concreto foi realizada a
cura úmida por um período de 7 dias. Os detalhes do processo de concretagem são
apresentados na Figura 14.
Figura 14: (a) preparo das armaduras, (b) posicionamento das armaduras nas formas,
(c) corpos de prova cilíndricos, (d) abatimento do tronco de cone, (e-f) lançamento do
concreto, (g) regularização do concreto e (h-i) aspecto final dos corpos de prova
Figura 15: (a) lixamento para eliminação da nata de concreto, (b) limpeza com ar
comprimido e (c) aplicação do primer
Figura 16: (a) corte da manta de fibra de carbono, (b) impregnação dos compósitos de
CFRP e (c) aplicação do CFRP ao substrato de concreto
O ensaio de módulo de elasticidade foi realizado de acordo com a ABNT NBR 8522
(2017) para o concreto nas mesmas idades dos ensaios de compressão axial. Dos cinco
corpos de prova ensaiados, três foram utilizados para determinação do módulo de
elasticidade. Neste ensaio foi utilizado um extensômetro eletrônico de configuração dupla da
marca EMIC, o qual possui um comprimento de leitura de 150 mm e uma faixa de medição
entre 0,0001 e 2,5 mm (Figura 17b).
A norma ABNT NBR 8522 (2017) determina a aplicação de uma tensão de 0,5 MPa,
determinada nos ensaios de compressão axial. Pra tal, foi aplicada uma tensão de 30% de
fc , mantendo essa tensão por 60 segundos, posteriormente a carga foi reduzida a uma
tensão de 0,5 MPa e mantida por mais 60 segundos. Este ciclo foi repetido por mais três
vezes até a obtenção do módulo de elasticidade.
(a) (b)
Fonte: O Autor
Para cada diâmetro de barra foi determinado a tensão de escoamento ( f s ), a tensão última
deformações das barras de aço foi determinada por meio do mesmo extensômetro
eletrônico utilizado para determinação do módulo de elasticidade do concreto, o qual foi
instalado no centro dos corpos de prova. A Figura 18 apresenta o ensaio de caracterização
das barras de aço.
Fonte: O Autor
Para moldagem dos corpos de prova de resina epoxídica foi necessária a confecção
de moldes de teflon, cuja geometria de reprodução seguiu as dimensões também descritas
47
Figura 19: (a) componentes, (b) pesagem dos componentes, (c) mistura manual, (d-e)
molde de teflon antes e após o lançamento da resina e (f) corpos de prova de resina
Figura 20: Ensaio de tração uniaxial das resinas epoxídicas e aspecto dos corpos de
prova antes e após o ensaio
Fonte: O Autor
Neste sentido, uma manta de fibra de carbono unidirecional com gramatura de 300
g/m² foi impregnada com resina do tipo epóxi. Segundo o fabricante, esta manta de fibra de
carbono possui resistência a tração última de 3800 MPa, módulo de elasticidade de 240
GPa e uma deformação na ruptura de 15,5 ‰.
Após a cura e ensaio dos corpos de prova de referência, os mesmos foram expostos
aos mesmos ambientes já apresentados e ensaiados nas idades pré-determinadas. A Figura
21 apresenta as dimensões dos corpos de prova de compósito de CFRP e a metodologia
utilizada na sua confecção.
Figura 21: (a) dimensões dos corpos de prova. Moldagem: (b) Limpeza da manta de
fibra de carbono, (c) preparo da resina epoxídica, (d) laminação do compósito, (e)
execução de reforço nas extremidades dos corpos de prova, (f) processo de cura e (g)
aspecto final dos corpos de prova.
290
70 150 70
15
50
60
70
(a)
Figura 22: (a) Corpo de prova de manta de CFRP – dimensões em mm e (b) ensaio de
tração uniaxial e corpos de prova de CFRP com os respectivos modos de ruptura
Após 14 dias do reforço das vigas de concreto armado (tempo necessário para cura
completa da resina epoxídica) e após a moldagem e caracterização dos corpos de prova de
referência de concreto, das resinas epoxídicas (resina A e B) e dos compósitos de CFRP, os
mesmos foram expostos ao ambiente laboratorial e às intempéries (ambiente externo) com
monitorização da temperatura, umidade e radiação UV. Vale ressaltar que durante os 14
dias necessários para a cura completa da resina epoxídica, os elementos foram mantidos
em ambiente laboratorial.
O local escolhido para armazenamento das vigas e dos corpos de prova dos
materiais constituintes do sistema de reforço foi uma câmara isolada localizada no interior
do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE) da UFSCar. A Figura 23 apresenta o ambiente
laboratorial com alguns elementos expostos.
Figura 23: Ambiente laboratorial: (a) vigas de referência reforçadas, (b) corpos de
prova de concreto e (c) compósitos de CFRP
(a)
(b) (c)
Fonte: O Autor
Vale ressaltar que o tipo de degradação abordada neste trabalho foi natural, com os
elementos expostas em uma área externa e além do mais, todos os elementos expostos às
intempéries não possuíam nenhum tipo de proteção contra agentes ambientes externos.
Para a exposição das vigas de concreto, o reforço foi posicionado na parte inferior (Figura
24b), ou seja, sem a incidência direta de agentes agressivos.
52
Figura 24: (a) área de exposição e (b) vigas de concreto reforçadas expostas à
intempéries e (c) resinas e compósitos de CFRP expostos à intempéries
(a)
(b) (c)
Fontes: Google Maps (2019) e o Autor
Para a cidade de São Carlos, localizada no estado de São Paulo (com latitude
21°57'42" (S), longitude 47°50'28" (W) e altitude de 860 metros), onde os elementos ficaram
expostos às intempéries, o clima também foi analisado com base no sistema de Köppen-
Geiger. Nesse caso, de acordo com a Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA,
2019) (ver também Figura 25), o clima local considerado é o temperado úmido com inverno
seco e verão quente (Cwa).
Figura 26: Carregamento e diagramas de momento fletor (DM) e esforço cortante (DV)
F
l = 230
DM A B C
+
F.l/4
F/2
DV +
- F/2
Fonte: O Autor
Para que fosse possível a realização dos ensaios de flexão na máquina universal de
ensaios foi necessária a elaboração de um dispositivo que servisse de apoio para as vigas e
ao mesmo tempo exercesse esforços contrários ao aplicado pela máquina de ensaios
universal. Para tal, foi elaborada uma peça rígida feita com chapas de aço de 31,75 mm e
25,40 mm de espessura ( e ), a qual serviu de apoio a um perfil metálico W200 x 26,6 com
56
150
Chapa de aço e = 31,75mm
263,5
200
Fonte: O Autor
Posteriormente, a peça rígida de aço foi fixada na máquina de ensaios universal por
meio de seis parafusos de aço do tipo sextavado M12. Em seguida fixou-se o perfil metálico
simetricamente na parte superior da peça rígida com a utilização de oito parafusos de aço
do tipo sextavado M10. A Figura 28 apresenta a vista lateral do dispositivo de ensaio e a
Figura 29 os detalhes da fixação da peça rígida de aço na máquina de ensaios universal.
Célula de carga
F EMIC 600kN
Perfil Metálico
W200 x 26,6
Fonte: O Autor
57
Figura 29: Detalhes da fixação da peça rígida de aço e aspecto final do dispositivo de
ensaio
Fonte: O Autor
3.3 INSTRUMENTAÇÃO
produzido pela Excel Sensores, o qual foi posicionado a meio vão das vigas (SG1) (Figura
30b).
Figura 30: Instrumentação das vigas: (a) Deslocamento vertical, (b) concreto, (c)
armadura longitudinal e (d) compósito de CFRP. Dimensões em cm
F
(a)
LVDT HS50MG4440
(50 mm)
115 SG1 115
SG1
IO ÃO
PO AÇ OIO
Concreto
A LIC GA AP
AP CAR
DE
(b)
ÃO VISTA SUPERIOR
OIO AÇ PO
IO
AP P LIC RGA A
A CA
Extensômetros Elétricos (SGs)
DE
VISTA SUPERIOR
SG2
Longitudinal
Armadura
(c)
IO ÃO
O AÇ OIO
AP PLIC RGA AP
A CA
DE
VISTA DA ARMADURA INFERIOR
15 55 55
Compósito de
ÃO
OIO Camada de CFRP AÇ OIO
AP PLIC RGA AP
A CA
DE
VISTA INFERIOR
Fonte: O Autor
59
Figura 31: Detalhes da instrumentação do (a) concreto, (b) armadura longitudinal e (c)
compósito de CFRP
A rotação dos apoios das vigas de concreto armado ensaiadas também foi aferida.
Neste caso, foram utilizados dois transdutores de deslocamentos (LVDT 130304 e 130305),
com um campo de leitura de 25 mm (± 0,01 mm), posicionados nas extremidades laterais
das vigas, alinhados com os apoios.
F
LVDT 130304 LVDT 130305
(25mm) (25mm)
Perfil Metálico
Potenciômetro 173905 Potenciômetro 173906
(20mm) Peça rígida de aço (20mm)
Fonte: O Autor
60
Fonte: O Autor
10
Fonte: O Autor
61
Figura 35: (a) pacometria para demarcação da área, (b) preparação dos cortes, (c)
limpeza da superfície, (d) colagem das pastilhas e (e) aparato de engate do
equipamento de pull-off
(a) (b)
Neste trabalho, a análise estatística dos resultados obtidos nos ensaios dos materiais
constituintes do sistema de reforço foi realizada no intuito de obter uma melhor
compreensão dos resultados. Apenas uma análise dos resultados médios obtidos nos
ensaios após a exposição dos corpos de prova pode levar a uma interpretação errônea dos
dados obtidos.
Nota-se ainda que foi utilizada uma confiabilidade de 95% para os intervalos de
confiança das médias apresentadas.
65
4. RESULTADOS E ANÁLISES
Neste capítulo são apresentados os resultados e análises dos ensaios de
caracterização dos materiais (aço, concreto, resinas epoxídicas e compósito de CFRP) e de
flexão em três pontos realizados nas vigas de concreto armado de referência, sem e com
reforço, e expostas em ambiente laboratorial (interno, protegido) e a intempéries (ambiente
externo).
Out/2017 Nov/2018
40
30
20
10
0
100
80
60
40
20
0
4000
3000
2000
1000
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Dias
Fonte: INMET
4.2 MATERIAIS
4.2.1 CONCRETO
Para determinação da resistência a compressão do concreto foram utilizados cinco
corpos de prova, dentre os quais três serviram para determinação do módulo de
elasticidade. Os corpos de prova foram ensaiados aos 28 dias e à data de realização dos
ensaios das vigas, especificamente aos 200 e 418 dias.
4.2.2 AÇO
A Figura 38 apresenta os diagramas tensão versus deformação do aço utilizado nas
vigas de concreto armado. Para as barras com 5 mm de diâmetro (Figura 38a) verificou-se
um comportamento típico para o aço do tipo CA-60, sem um patamar de escoamento bem
definido.
Figura 38: Diagrama tensão versus deformação das barras de aço: (a) aço 5 mm CA-
60 e (b) aço 10 mm CA-50
800 800
700 700
600 600
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
500 500
400 400
300 300
200 200
Aço 5mm 100 Aço 10mm
100 Média
Média
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 0 2 4 6 8 10 12 14
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
Fonte: O Autor
Verifica-se, também, uma pequena redução na ductilidade dos corpos de prova após
os 8 meses de exposição em ambiente laboratorial. Logo, não foram verificadas mudanças
expressivas quanto ao modo de ruptura e comportamento tensão-deformação ao longo do
período de exposição em ambiente laboratorial. Verifica-se a presença de um trecho inicial
elástico-linear e, posteriormente, de um trecho plástico, o qual é seguido da ruptura dos
corpos de prova.
69
Para os compósitos de CFRP (Figuras 39e e 39f) verifica-se que os corpos de prova
apresentaram um comportamento elástico linear até sua ruptura, típico de materiais frágeis.
Com relação sua exposição em ambiente laboratorial (Figura 39e), nota-se uma maior
70
mais clara enquanto os corpos prova com 8 meses de exposição apresentam uma coloração
mais escura, com um amarelo mais turvo.
Tabela 12: Resumo das propriedades mecânicas das resinas epoxídicas (Resina A e
Resina B) e dos compósitos de CFRP expostos em ambiente laboratorial e às
intempéries
Tipo Ambientes Idade de Tensão Módulo de Previsão
de Material de exposição máxima elasticidade deformação
ensaio exposição ao ambiente (MPa) (GPa) última (‰)
7 dias 35,8 (6,11) 2,1 (10,20)
REF
Resina A
REF
de CFRP
Figura 39: Comparação entre os diagramas de tensão média versus deformação da (a-
b) resina A (primer), (c-d) resina B (laminação) e (e-f) compósitos de CFRP mantidos
em ambiente laboratorial e expostos às intempéries
60 60
Médias Médias
REF_7DIAS REF_7DIAS
50 REF_14DIAS 50 REF_14DIAS
LAB_4MESES WEA_4MESES
LAB_8MESES WEA_8MESES
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
40 40
30 15 30 15
20 10 20 10
5 5
10 10
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
60 60
Médias Médias
REF_7DIAS REF_7DIAS
50 REF_14DIAS 50 REF_14DIAS
LAB_4MESES WEA_4MESES
LAB_8MESES WEA_8MESES
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
40 40
30 15 30 15
10 10
20 20
5 5
10 10
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
4000 4000
REF_7DIAS REF_7DIAS
REF_14DIAS REF_14DIAS
LAB_4MESES WEA_4MESES
3000 LAB_8MESES 3000 WEA_8MESES
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
1000
2000 2000 1000
750
750
500 500
1000 1000
250 250
0 0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Deformação (‰) Deformação (‰)
(e) (f)
Fonte: O Autor
73
Figura 40: Relatório fotográfico das resinas epoxídicas e dos compósitos de CFRP: (a)
14 dias de cura, (b) 4 meses de exposição e (c) 8 meses de exposição
Laboratorial
Resina A
Figura 41: Teste de Tukey para tensão última e módulo de elasticidade da resina
epoxídica do tipo primer: (a-b) ambiente laboratorial e (c-d) exposição às intempéries
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: O Autor
De acordo com a Figura 41c é possível constatar que todas as médias da resistência
a tração da resina epoxídica do tipo primer expostas a intempéries foram estatisticamente
distintas. Em relação aos corpos de prova de referência verifica-se um ganho de resistência
com a evolução temporal do tempo de cura de 7 para 14 dias. Nota-se ainda, em relação
aos corpos de prova de referência, com 14 dias de cura, que a resistência a tração sofre
uma grande degradação, diminuindo 39 e 50% para os ensaios realizados após 4 e 8 meses
de exposição às intempéries. Verifica-se também que a resistência a tração sofre uma
tendência de degradação até os 8 meses de exposição.
Figura 42: Teste de Tukey para tensão última e módulo de elasticidade da resina
epoxídica de laminação: (a-b) ambiente laboratorial e (c-d) exposição às intempéries
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: O Autor
76
Com exceção das resinas epoxídicas de laminação (Resina B), ensaiadas após 8
meses de exposição em ambiente laboratorial, os resultados encontrados no presente
trabalho para as resinas epoxídicas do tipo primer (Resina A) corroboraram com os
resultados encontrados no trabalho de Silva (2017), no qual resinas epoxídicas também
77
Em trabalho realizado por Fernandes et al. (2015) resinas epoxídicas também foram
mantidas em ambiente laboratorial, no entanto por um período de 2 anos. Os resultados,
assim como no presente trabalho, também apresentaram pequenas reduções em suas
propriedades mecânicas, especificamente 5,5 e 6,9% na resistência a tração e no módulo
de elasticidade, respectivamente.
Os resultados encontrados por Zhao et al. (2017) também foram semelhantes aos
desta pesquisa. Os autores avaliaram corpos de prova de resina epoxídica expostos a ciclos
de radiação UV (simulando exposição em um ambiente externo) por um período de 90 dias.
Ao final dos ensaios, os autores verificaram uma redução máxima de 20,4% no módulo de
elasticidade dos corpos de prova.
Nota-se ainda que a resina epoxídica de laminação (Resina B) foi mais suscetível a
degradação frente à exposição a intempéries, uma vez que suas propriedades mecânicas
sofreram maiores reduções quando comparada às reduções verificadas para a resina
epoxídica do tipo primer (Resina A), a qual foi exposta às mesmas condições ambientais.
Em relação à coloração, segundo Isis (2006), o fato das resinas epoxídicas ficarem
expostas às intempéries, sob a incidência direta da radiação UV, pode causar a degradação
desse material por um mecanismo conhecido por fotodegradação, o qual é capaz de
quebrar as ligações químicas das matrizes poliméricas, alterando sua coloração.
78
Figura 43: Teste de Tukey para tensão última e módulo de elasticidade dos
compósitos de CFRP: (a-b) ambiente laboratorial e (c-d) exposição às intempéries
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: O Autor
Pela análise das Figuras 43a e 43b verifica-se que, após a exposição em ambiente
laboratorial dos compósitos de CFRP, as propriedades mecânicas (resistência a tração e
módulo de elasticidade) não apresentaram degradação de suas propriedades, ou seja,
resultaram em médias estatisticamente equivalentes.
No caso das pesquisas realizadas por Fernandes (2016) e Silva (2017) verificou-se
que o compósito de CFRP sofreu pouca alteração em suas propriedades mecânicas
(redução máxima de 7% na resistência a tração e 6% no módulo de elasticidades) após
exposição a diversos tipos de ambientes, tais como ciclos térmicos, ciclos de gelo e degelo,
ciclos de umidade e água com cloretos.
Já em pesquisa realizada por Dalfré (2016) não foi verificada grande alteração na
resistência a tração e no módulo de elasticidade de corpos de prova de compósito de CFRP
expostos a ciclos de umidade e umidade constante em um período total de 2 anos.
O critério de parada adotado nos ensaios nas vigas de referência sem reforço foi
estabelecido em termos de deformação da armadura de flexão (no momento que a
deformação no aço atingiu o valor médio de 11‰), enquanto o adotado nas vigas reforçadas
de referência e expostas em ambiente laboratorial e intempéries foi estabelecido em termos
de falha do sistema de reforço, seguido pela perda repentina de carga e destacamento do
material.
80
Nota-se que os gráficos de força versus deslocamento lateral da face superior das
vigas na seção de apoio e força versus deslocamento do perfil metálico se encontram no
Apêndice E do presente trabalho.
Figura 44: Força versus deslocamento vertical das vigas de referência sem reforço
45
Ä Escoamento do aço V1_REF_0
40
Ñ Abertura de fissuras V2_REF_0
35
30
Força (kN)
25
20
Ä
15
F
10
5 Ñ LVDT HS50MG4440
(50 mm)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
Figura 45: Força versus deformação na armadura longitudinal das vigas de referência
sem reforço
45
40 V1_REF_0
V2_REF_0
35
30
Força (kN)
25
20
15
SG2
10
OIO ÃO OIO
AP AÇ AP
5 LIC GA
AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
81
Figura 46: Força versus deformação no concreto das vigas de referência sem reforço
45
V1_REF_0 40
V2_REF_0
35
30
Força (kN)
25
20
15
SG1
10
ÃO
OIO AÇ OIO
AP LIC GA
AP CAR AP 5
DE
0
-16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 47: Força versus deslocamento vertical das vigas de referência reforçadas
45
Ä Escoamento do aço
40
Ñ Abertura de fissuras
35
30
Força (kN)
25 Ä
V1_REF_CFRP
20
V2_REF_CFRP
15
F
10
5
Ñ LVDT HS50MG4440
(50 mm)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
82
Figura 48: Força versus deformação na armadura longitudinal das vigas de referência
reforçadas
45
40
35
30
Força (kN)
25 V1_REF_CFRP
V2_REF_CFRP
20
15
SG2
10
ÃO
OIO AÇ OIO
5 AP LIC GA AP
AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 49: Força versus deformação no concreto das vigas de referência reforçadas
45
40
35
30
Força (kN)
25
V1_REF_CFRP
20
V2_REF_CFRP
15
SG1
10
ÃO
OIO AÇ OIO
AP LIC GA AP 5
AP CAR
DE
0
-16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 50: Força versus deformação máxima do compósito de CFRP das vigas de
referência reforçadas
45
40
35
30
Força (kN)
25 V1_REF_CFRP
V2_REF_CFRP
20
15
SG4
10
OIO
Camada de CFRP ÃO OIO
AP AÇ AP
5 LIC GA
AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
83
Figura 51: Força versus deslocamento vertical das vigas reforçadas expostas em
ambiente laboratorial
45
Ä Escoamento do aço
40
Ñ Abertura de fissuras
35
30
Força (kN)
25
Ä V1_LAB_CFRP
20 V2_LAB_CFRP
15
F
10
5 Ñ LVDT HS50MG4440
(50 mm)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
Figura 52: Força versus deformação na armadura longitudinal das vigas reforçadas
expostas em ambiente laboratorial
45
40
35
30
Força (kN)
25 V1_LAB_CFRP
20 V2_LAB_CFRP
15
SG2
10
OIO ÃO OIO
AP AÇ AP
5 LIC GA
AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
84
Figura 53: Força versus deformação no concreto das vigas reforçadas expostas em
ambiente laboratorial
45
40
35
30
Força (kN)
25
V2_LAB_CFRP
20
15
SG1
10
OIO AÇ
ÃO OIO
AP AP
LIC GA
AP CAR 5
DE
0
-16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 54: Força versus deformação máxima do compósito de CFRP das vigas
reforçadas expostas em ambiente laboratorial
45
40
35
30
Força (kN)
25
V2_LAB_CFRP
20
15
SG4
10
Camada de CFRP ÃO
OIO AÇ OIO
AP LIC GA AP
5 AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 55: Força versus deslocamento vertical das vigas reforçadas expostas às
intempéries
45
Ä Escoamento do aço
40
Ñ Abertura de fissuras
35
30
Força (kN)
25
Ä
20 V1_WEA_CFRP
V2_WEA_CFRP
15
F
10
5 Ñ LVDT HS50MG4440
(50 mm)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
Figura 56: Força versus deformação na armadura longitudinal das vigas reforçadas
expostas às intempéries
45
40
35
30
Força (kN)
25
V1_WEA_CFRP
20 V2_WEA_CFRP
15
SG2
10
OIO ÃO OIO
AP AÇ AP
LIC GA
5 AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
Figura 57: Força versus deformação máxima do compósito de CFRP das vigas
reforçadas expostas às intempéries.
45
40
35
30
Força (kN)
25
V1_WEA_CFRP
20 V2_WEA_CFRP
15
SG4
10
OIO Camada de CFRP ÇÃO OIO
AP A
LIC GA AP
5 AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
86
A Tabela 13 apresenta o resumo dos resultados obtidos nos ensaios dos conjuntos
de vigas para o início do escoamento da armadura longitudinal e no instante que as vigas
atingem o máximo carregamento, em que Fsy e Fmax representam a força registrada no início
(Figuras 50, 54 e 57), no momento em que Fmax foi atingida e levando-se em conta a
deformação experimentalmente obtida (12,8‰), um grau de mobilização médio do material
de reforço de 77,9, 83,6 e 87,5% foi atingido, respectivamente. Segundo o fabricante do
material de reforço (S&P, 2019), para as vigas aqui analisadas, recomenda-se um valor
máximo de mobilização de 82,6% para os compósitos de CFRP manualmente laminados.
Tabela 13: Resumo dos resultados obtidos nos ensaios das vigas
Escoamento da Esmagamento do
armadura concreto Máxima força registrada
longitudinal ( sy ) ( c ,esm )
Vigas
Fsy u sy c f ,max Fc , esm uesm sy f ,max Fmax uF max c s f ,max
(kN) (mm) (‰) (‰)
(kN) (mm) (‰) (‰) (kN) (mm) (‰) (‰) (‰)
REF V1 23,4 10,4 1,6 --- 26,4 17,4 5,7 --- 27,6 27,6 4,7 11,7 ---
0 V2 21,9 10,1 2,0 --- 24,4 13,9 4,9 --- 26,4 22,7 7,5 11,1 ---
REF V1 26,1 9,0 1,5 3,0 33,4 14,8 7,1 5,8 41,1 32,5 9,1 14,5 10,0
CFRP
V2 26,2 9,5 2,1 2,8 29,6 11,7 3,8 3,6 40,0 32,8 10,5 12,4 9,7
LAB V1 22,4 8,2 ---* ---* ---* ---* ---* ---* 38,8 46,9 ---* 17,4 ---*
CFRP V2 23,1 9,0 1,3 3,1 31,7 16,0 8,3 6,3 37,2 32,8 4,4 17,4 10,7
WEA V1 22,5 8,4 ---* 3,4 ---* ---* ---* ---* 37,7 33,9 ---* 11,2 14,3
CFRP V2 25,3 9,6 ---* 2,4 ---* ---* ---* ---* 35,3 31,1 ---* 11,9 8,1
Quanto ao modo de ruína, as vigas de referência sem reforço, como esperado para o
domínio 2 para o qual a peça foi dimensionada, apresentaram uma ruptura dúctil
caraterizada pela deformação acentuada da armadura longitudinal de tração e início de
esmagamento do concreto comprimido.
Em relação ao modo de ruptura das vigas reforçadas (de referência e expostas aos
ambientes), após grande deformação e elevada curvatura dos elementos, verificou-se o
surgimento de fissuras paralelas ao material de reforço nos momentos que antecederam a
ruptura do elemento.
88
V2
V1
V_REF_CFRP
V2
V1
V_LAB_CFRP
V2
V1
V_WEA_CFRP
V2
Fonte: O Autor
89
Fonte: O Autor
Uma análise geral dos ensaios das vigas de concreto armado foi realizada no intuito
de avaliar a eficácia do sistema de reforço e a possível perda da resistência a flexão dos
elementos reforçados expostos em ambiente laboratorial e a intempéries.
A Tabela 14 apresenta o resumo dos resultados médios obtidos nos ensaios dos
conjuntos de vigas para o início do escoamento da armadura longitudinal ( sy ) e no instante
o qual foi obtido pela análise da força média ( F ( FV 1 FV 2 ) / 2 ) registrada para as vigas
sem reforço e reforçadas (de referência e expostas aos ambientes), respectivamente.
Tabela 14: Resumo dos resultados médias obtidos nos ensaios das vigas
Escoamento da Esmagamento do
armadura concreto Máxima força registrada
longitudinal ( sy ) ( c ,esm )
Vigas
Fsy u sy c f ,max Fc , esm uesm sy f ,max Fmax uF max c s f ,max IR
(kN) (mm) (‰) (‰) (kN) (mm) (‰) (‰) (kN) (mm) (‰) (‰) (‰) (%)
REF
21,8 10,3 1,8 ---- 25,4 15,6 5,2 ---- 27,0 25,2 6,1 11,4 ---- ----
0
REF
26,1 9,3 1,8 2,9 31,5 13,3 5,5 4,7 40,6 32,7 9,8 13,5 9,9 50,0
CFRP
LAB
22,8 8,6 1,2 3,1 31,7 16,0 8,3 6,3 38,0 39,9 3,2 17,4 10,7 43,9
CFRP
WEA
23,9 9,0 ---- 2,9 ---- ---- ---- ---- 36,5 32,5 ---- 11,6 11,2 38,3
CFRP
Fonte: O Autor
90
Figura 60: Força versus deslocamento das vigas de referência sem reforço e
reforçadas
45
40
35
30
Força (kN)
25
10,0
20
7,5
15
5,0 PRIMEIRO
V1_REF_0 PONTO
10 2,5
V2_REF_0 DE INFLEXÃO
5 V1_REF_CFRP 0,0
V2_REF_CFRP 0 1 2 3 4 5
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
Para a máxima força registrada nos ensaios das vigas de referência sem reforço e
reforçadas com uma camada de manta de CFRP ( Fmax ), verifica-se um aumento médio da
capacidade de carga de 50,5% em relação as vigas não reforçadas.
Figura 61: Comparação entre as curas força versus deslocamento das vigas de
referência e expostas aos ambientes: (a) laboratorial e (b) intempéries
45 45
40 40
35 35
30 30
Força (kN)
25 Força (kN) 25
10,0 10,0
20 20
7,5 7,5
15 V1_REF_0
5,0 15 V1_REF_0
V2_REF_0
PRIMEIRO V2_REF_0
5,0 PRIMEIRO
10 V1_REF_CFRP 2,5 PONTO 10 V1_REF_CFRP 2,5 PONTO
V2_REF_CFRP DE INFLEXÃO V2_REF_CFRP DE INFLEXÃO
5 V1_LAB_CFRP 0,0 5 V1_WEA_CFRP 0,0
V2_LAB_CFRP 0 1 2 3 4 5 V2_WEA_CFRP 0 1 2 3 4 5
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
(a) (b)
Fonte: O Autor
É possivel obervar também que a força máxima das vigas reforçadas expostas aos
ambientes sofreu uma redução de 6,4 e 10,0% quando comparado à força máxima
observada nas vigas de referência reforçadas.
Com relação a carga média de abertura de fissuras, a qual ocorreu no primeiro ponto
de inflexão das curvas (ver detalhe na Figura 61), também foi verificada uma redução, cerca
de 28 e 32% para as vigas reforçadas mantidas em ambiente laboratorial e expostas às
intempéries, respectivamente, quando comparadas às vigas reforçadas de referência.
Analisando a força máxima registrada nos ensaios das vigas reforçadas (Tabela 14)
nota-se que a exposição a intempéries foi mais agressiva para o sistema de reforço, uma
vez que sua carga última foi inferior a dos elementos mantidos em ambiente laboratorial.
Uma análise em longo prazo, com ensaios de elementos expostos por um período
maior de tempo, poderá apresentar, com mais clareza, se realmente as reduções na
resistência a flexão das vigas reforçadas foi causada pela degradação do sistema de reforço
ou do concreto propriamente dito.
Uma forte hipótese de que a redução na resistência a flexão das vigas expostas
tenha sido ocasionada pela degradação do sistema de reforço está relacionada diretamente
com a degradação da interface concreto/adesivo/CFRP, uma vez que, nos ensaios dos
materiais intervenientes, a resinas epoxídicas, utilizadas para colagem da manta de CFRP
93
(a)
(b)
Fonte: O Autor
intempéries, enquanto a Figura 63 apresenta o padrão típico de ruptura obtido nos ensaios
de arrancamento.
Figura 63: Ruptura típica verificada nos ensaios de arrancamento: (a) antes e (b) após
os ensaios de arrancamento, (c-f) ruptura típica do concreto
O que se notou ao longo dos ensaios de arrancamento foi uma redução da tensão de
aderência em relação aos ensaios realizados nas vigas de referência sem reforço. Foram
verificadas pequenas reduções de 14,5 e 19% na tensão de aderência para os ensaios
realizados nas vigas de referência reforçadas e expostas em ambiente laboratorial e a
intempéries, respectivamente.
Para a realização dos cálculos teóricos das vigas foram utilizadas as propriedades do
concreto, aço e compósito de CFRP determinadas experimentalmente. As propriedades
desses materiais encontram-se nas Tabelas 10, 11 e 12, respectivamente. A partir desses
dados a carga última foi encontrada por meio da determinação do momento fletor resistente
da seção a meio vão das vigas.
das vigas reforçadas com uma camada de manta de CFRP aplicadas segundo a técnica
EBR foi realizada segundo as recomendações da ACI 440.2R (2017).
96
final de todo o processo, os níveis de tensão no aço ( f s,s ) e no reforço de FRP ( f f ,s ) são
determinados, como apresentado no fluxograma da Figura 64.
Calcular a
Início deformação efetiva e
a tensão de ruptura Verificar os níveis de
do FRP tensão no aço e no
Minorar a tensão reforço FRP
máxima e deformação
Calcular a tensão e a
última fornecida pelo
deformação na
fabricante por meio Minorar o momento
armadura longitudinal
do coeficiente CE resistente por meio
e a deformação no
do fator de redução
concreto
Calcular a
deformação máxima Verificar a posição Calcular o momento
permitida para o FRP da linha neutra para resistente do
o equilíbrio da seção elemento reforçado
Arbitrar a posição
inicial da linha neutra
A posição da linha
neutra convergiu com a
NÃO arbitrada inicialmente ? SIM
Fonte: O Autor
Vigas Norma
fc Ec fy Ey ff Ef As Af
(MPa) (GPa) (MPa) (GPa) (MPa) (GPa) (mm²) (mm²)
NBR
---- ---- ----
V_REF_0 6118
28,5 31,6
ACI 318 ---- ---- ----
547,38 196,89 157,0
V_REF_CFRP
ACI
V_LAB_CFRP 27,4 31,2 3153,2 248,1 19,4
440.2R
V_WEA_CFRP 25,2 28,5
Fonte: O Autor
teóricos encontrados para as vigas de referência sem reforço e reforçadas, em que Fu ,exp e
Para as vigas de referência reforçadas, sem e com a redução das propriedades dos
materiais, observa-se uma relação entre as cargas últimas também próximas a 1,0 e modos
de ruptura semelhantes. É possível verificar que a utilização do coeficiente de redução
ambiental ( C E ) não modificou as cargas últimas das vigas de referência reforçadas, apenas
V_REF_CFRP 28,5 34,0 6,8 9,5 31,5 5,5 3,0 C/A 40,6
13,8 24,0
0,037 10 2,68 A 1,05
(NBR) (NBR)
V_REF_0
13,8 24,0
0,035 12 3,00 A 1,03
(ACI) (ACI)
Sem redução das
V_REF_CFRP
propriedades 18,6 32,4 0,053 6,8 3,00 C 0,97
( CE 1)
V_REF_CFRP
18,6 32,4 0,053 6,8 3,00 C 0,97
( CE 0,85 )
11,7
20,4 0,045 10 3,46 A 1,24
(NBR)
V_REF_0
12,4
21,6 0,035 12 3,00 A 1,15
(ACI)
Com redução das
V_REF_CFRP
propriedades 16,7 29,1 0,053 6,8 3,00 C 1,08
( CE 1)
V_REF_CFRP
16,7 29,1 0,053 6,8 3,00 C 1,08
( CE 0,85 )
A – Deformação excessiva da armadura longitudinal
B – Descolamento da manta de CFRP
C – Esmagamento do concreto da zona comprimida
Fonte: O Autor
99
última dos compósitos de CFRP para a exposição em ambiente interno ( CE 0,95 , para as
Tabela 19: Resultados do programa experimental das vigas expostas aos ambientes
Resultados experimentais
V_LAB_CFRP 27,4 30,0 6,4 4,17 31,7 8,3 3,0 A/C 38,0
V_WEA_CFRP 25,2 29,5 5,9 ----- ------ ----- 3,0 ----- 36,5
A – Deformação excessiva da armadura longitudinal
B – Descolamento da manta de CFRP
C – Esmagamento do concreto da zona comprimida
Fonte: O Autor
Tabela 20: Resultados da análise teórica das vigas expostas aos ambientes
Modelos analíticos
x Fu ,exp
Vigas Mu Fu ,teo ou
c s c Modo
Fu ,teo
de
(kN.m) (kN) (m) (‰) (‰) ruína
V_LAB_CFRP
18,0 31,3 0,056 6,4 3,00 C 0,95
( CE 0,95 )
Sem redução das
propriedades V_WEA_CFRP
17,5 30,4 0,060 5,9 3,00 C 0,97
( CE 0,85 )
V_LAB_CFRP
16,2 28,2 0,056 6,4 3,00 C 1,06
( CE 0,95 )
Com redução das
propriedades V_WEA_CFRP
15,7 27,3 0,060 5,9 3,00 C 1,08
( CE 0,85 )
A – Deformação excessiva da armadura longitudinal
B – Descolamento da manta de CFRP
C – Esmagamento do concreto da zona comprimida
Fonte: O Autor
100
Nota-se que, devido à falha mecânica dos extensômetros elétricos utilizados para
aferição das deformações no concreto das vigas reforçadas expostas às intempéries, a
comparação entres as cargas últimas ( Fu ,exp / Fu ,teo ) foi realizada considerando o valor
Nota-se que a relação entre as cargas últimas experimentais e teóricas das vigas
expostas aos ambientes, sem e com redução das propriedades, também ficou próxima a 1,0
além de apresentar modos de ruína semelhantes.
5. CONCLUSÕES
Este trabalho é baseado na análise do comportamento mecânico, em longo prazo, de
materiais intervenientes e vigas de concreto armado reforçadas à flexão com mantas de
fibra de carbono (CFRP) aplicadas segundo a técnica EBR.
Com base nos resultados obtidos notou-se que a evolução do tempo de cura, de 7
para 14 dias, das resinas epoxídicas do tipo primer e de laminação expostas em ambiente
laboratorial resultaram em valores estatisticamente equivalentes, ou seja, o tempo de cura
não afetou as propriedades mecânicas dos corpos de prova, nem o comportamento do
diagrama tensão-deformação destes materiais.
temporal do tempo de cura de 7 para 14 dias, os seja, os resultados dos ensaios foram
estatisticamente equivalentes.
Com base nos resultados obtidos nos ensaios das vigas verificou-se a eficiência do
reforço com mantas de CFRP aplicadas segundo a técnica EBR.
sem reforço apresentaram uma ruptura dúctil governada pela deformação acentuada da
armadura longitudinal enquanto as vigas reforçadas (de referência e expostas aos
ambientes) uma ruptura frágil com o destacamento da manta de CFRP aderida ao substrato
de concreto.
Com base nos resultados obtidos nos ensaios de arrancamento direto, foi possível
verificar que não houve alteração quantos aos modos de ruptura. Os ensaios realizados nas
vigas de referência e expostas aos ambientes apresentaram uma ruptura no concreto e não
na interface concreto/adesivo/CFRP. Verificaram-se apenas pequenas reduções na tensão
de aderência ao longo dos ensaios realizados.
na ACI 440.2R (2017). Nesse caso, também foram observados valores próximos de carga
última quando realizada a comparação entre os resultados teóricos e experimentais. Os
modos de ruptura também se mostraram semelhantes.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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construction of externally bonded FRP systems for strengthening concrete structures.
Michigan, USA, 2017.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D638: Standard test
method for tensile properties of plastics. West Conshohocken, Pensilvânia, EUA, 2014.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D7522: Standard test
method for pull-off strength for FRP laminate systems bonded to concrete substrate. West
Conshohocken, Pensilvânia, EUA, 2014.
COELHO, M.; SILVA, L.; SENA-CRUZ, J.M.; BARROS, J. Estudo comparativo de diferentes
técnicas no reforço à flexão de vigas de betão armado com recurso a CFRP’s sob acções
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2011.
CORREIA, L.; TEIXEIRA, T.; MICHELS, J.; ALMEIDA, J. A. P. P.; SENA-CRUZ, J. Flexural
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DIAS, S.; BARROS, J.; AZEVEDO, C. Comportamento de vigas de betão armado reforçadas
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BE2012, FEUP, 24-26 out, 2012.
FERRARI, V. J.; HANAI, J. B. de. Reforço à flexão de vigas de concreto armado com Tecido
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Materiais, v. 5, n. 5, p. 596-626, out 2012.
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GANGARAO, H. V. S.; TALY, N.; VIJAY, P. V. Reinforced concrete design with FRP
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108
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KARBHARI, V. M.; CHIN, J. W.; HUNSTON, D.; BENMOKRANE, B.; JUSKA, T.; MORGAN,
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Construction, v. 268, p. 238-247, 2003.
LONG, M.; DJELAL, C.; KESTELOOT, S.; BIGOURDAN, B.; LE GAC, P. Y.; SZULC, J.
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Properties of the Materials in FRP-Strengthening RC Structures under Ultraviolet Exposure.
Polymers, v. 9, 2017.
111
APÊNDICES
A Tabela A.1 apresenta o cronograma de ensaios das vigas e dos materiais constituintes do
sistema de reforço.
Tabela A.1: Cronograma de ensaio das vigas e dos materiais constituintes do sistema
de reforço
Período de realização dos ensaios
Mês
Material Tipo
2017 2018
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Lab
Viga
Wea
CP de Lab
concreto Wea
Resina Lab
A
Wea
Resina Lab
B Wea
Lab
CFRP
Wea
Data da confecção dos corpos de prova
Data da realização dos ensaios de referência
Data da realização dos ensaios após a exposição aos ambientes
Período de exposição aos ambientes
Período que antecedeu aos ensaios de referência (elementos mantidos em laboratório)
Fonte: O Autor
Figura B.1: Diagramas tensão versus deformação das resinas do tipo primer expostas
em ambiente laboratorial
60 60
50 50
40
Tensão (MPa)
40
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 Média 10 Média
REF_7DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
60 60
50 50
Tensão (MPa)
40 40
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 10 Média
Média
LAB_4MESES LAB_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
113
Figura B.2: Diagramas tensão versus deformação das resinas de laminação expostas
em ambiente laboratorial.
60 60
50 50
40 40
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 Média
10
Média
REF_7DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
60 60
50 50
Tensão (MPa)
40 40
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 10 Média
Média
LAB_4MESES LAB_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
114
Figura B.3: Diagramas tensão versus deformação dos compósitos de CFRP expostos
ao ambiente laboratorial
4000 4000
3000 3000
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
2000 2000
1000 1000
Média Média
REF_7DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
4000 4000
3000 3000
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
2000 2000
1000 1000
Média Média
LAB_4MESES LAB_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
115
Figura B.4: Diagramas tensão versus deformação das resinas do tipo primer expostas
a intempéries
60 60
50 50
40
Tensão (MPa)
40
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 10 Média
Média
REF_7DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
60 60
50 50
Tensão (MPa)
40 40
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 Média
10 Média
WEA_4MESES WEA_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
116
Figura B.5: Diagramas tensão versus deformação das resinas de laminação expostas
a intempéries
60 60
50 50
40 40
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 Média 10
Média
REF_7 DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
60 60
50 50
40 40
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
30 30
20 20
10 Média 10 Média
WEA_4MESES WEA_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
117
Figura B.6: Diagramas tensão versus deformação dos compósitos de CFRP expostos
às intempéries
4000 4000
3000 3000
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
2000 2000
1000 1000
Média Média
REF_7DIAS REF_14DIAS
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Deformação (‰) Deformação (‰)
(a) (b)
4000 4000
3000 3000
Tensão (MPa)
Tensão (MPa)
2000 2000
1000 1000
Média Média
WEA_4MESES WEA_8MESES
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Deformação (‰) Deformação (‰)
(c) (d)
Fonte: O Autor
118
V_REF_0
Figura C.1: Força versus deslocamento lateral da face superior da viga na seção de
apoio
45
V1_REF_0 (130305)
40 V1_REF_0 (130304)
35 V2_REF_0 (130305)
V2_REF_0 (130304)
30
Força (kN)
25
20
15
10 LVDT 130304 F LVDT 130305
(25mm) (25mm)
5
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deslocamento LVDT (mm)
Fonte: O Autor
25
20
15
10
5 Potenciômetro Potenciômetro
173905 (20mm) 173906 (20mm)
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
119
V_REF_CFRP
Figura C.3: Força versus deslocamento lateral da face superior da viga na seção de
apoio
45
V1_REF_CFRP (130305)
40 V1_REF_CFRP (130304)
V2_REF_CFRP (130305)
35 V2_REF_CFRP (130304)
30
Força (kN)
25
20
15
10 LVDT 130304 F LVDT 130305
(25mm) (25mm)
5
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deslocamento LVDT (mm)
Fonte: O Autor
30
Força (kN)
25
20
15
10
Potenciômetro
5 Potenciômetro
173905 (20mm) 173906 (20mm)
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
120
V_LAB_CFRP
Figura C.5: Força versus deslocamento lateral da face superior da viga na seção de
apoio
45
40
35
30
Força (kN)
25 V1_LAB_CFRP (130305)
V1_LAB_CFRP (130304)
20 V2_LAB_CFRP (130305)
V2_LAB_CFRP (130304)
15
10 LVDT 130304 F LVDT 130305
(25mm) (25mm)
5
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deslocamento LVDT (mm)
Fonte: O Autor
25
V1_LAB_CFRP (173905)
20 V2_LAB_CFRP (173906)
V1_LAB_CFRP (173905)
15 V2_LAB_CFRP (173906)
10
5 Potenciômetro Potenciômetro
173905 (20mm) 173906 (20mm)
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
121
V_WEA_CFRP
Figura C.7: Força versus deslocamento lateral da face superior da viga na seção de
apoio
45
V1_WEA_CFRP (130305)
40 V1_WEA_CFRP (130304)
V2_WEA_CFRP (130305)
35 V2_WEA_CFRP (130304)
30
Força (kN)
25
20
15
10 LVDT 130304 F LVDT 130305
(25mm) (25mm)
5
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Deslocamento LVDT (mm)
Fonte: O Autor
25
20
V1_WEA_CFRP (173905)
15 V1_WEA_CFRP (173906)
V2_WEA_CFRP (173905)
10 V2_WEA_CFRP (173906)
5
Potenciômetro Potenciômetro
173905 (20mm) 173906 (20mm)
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deslocamento (mm)
Fonte: O Autor
122
f c 28,5MPa
Ec 31, 6GPa
f y 547,38MPa
E y 196,89GPa
f fu 3153,16 MPa
fu 1, 28%
E f 248,12GPa
CE 1
A determinação da resistência à flexão das vigas de referência sem reforço foi baseada na
ABNT NBR 6118 (2014), com o uso do diagrama simplificado de distribuição de tensões e
deformações de uma viga de seção retangular com armadura simples (Figura C.1.1).
Rcc Rcc
y = .x
A'c x
M
d
h L.N.
z
As
d-x
As Rst esd Rst
bw
Fonte: O Autor
123
.x 0,8.0, 036
M As . f y . d 1,57.54, 73. 0,175 13, 77kN .m (1)
2 2
. x 0,8.0, 036
M c .. bw . f c . d 0,85.0,8.0,12.28500. 0,175 13, 77 kN.m (2)
2 2
As . f y 1,57.54, 73
x 0, 036m (3)
c ..bw . f c 0,85.0,8.0,12.28500
Com relação ao dimensionamento segundo o ACI 318 (2014), esta recomendação também
permite como simplificação o uso de um diagrama retangular equivalente para tensão no
concreto, tal como apresenta a Figura D.1.2.
a/2 Cc
c 1.c = a
Linha
Neutra
d
h d - a/2
As T
es = ey fs = fy
(a) Seção Transversal (b) Distribuição das Deformações (c) Distribuição das Tensões (d) Forças Internas
Fonte: O Autor
124
As . f y 157.547,38
a '
29,58mm (5)
0,85 . f . b c 0,85.28,5.120
a 29,58
c 34,96mm 3, 49cm (6)
1 0,846
long 0,01
d h c estr 0, 2 0,015 0,005 0,175m (7)
2 2
125
na Equação 8. A norma ACI 318 (2014) considera que a deformação última no concreto ( cu )
d c 0,175 0, 0349
s cu .0, 003 0, 012 (8)
c 0, 0349
Desta forma, quando o aço está escoando (ou seja, s sy , equação 9), obtém-se o
fy 547,38
sy 0, 00278 (9)
E 196890
a 29,58
M As . f y . d 157.547,38.175 13770000 N .mm 13,77kN .m (10)
2 2
Para o cálculo da resistência teórica das vigas de referência após a aplicação do sistema de
reforço CFRP EBR foram consideradas as recomendações da ACI 440.2R (2017). A
esquematização do equilíbrio de forças de uma viga de concreto armado reforçada com
mantas de CFRP segundo a técnica EBR pode ser verificada na Figura D.1.3.
Fc c Fc
c
Linha
Neutra
d
df
es Fs ou F y Fs ou F y
Ffe Ffe
Af efe ebi
Fonte: ACI 440.2R (2017)
126
f c' 28,50
fd 0, 41. 0, 41. 0, 01047
n . E f .t f 1.248120.0,176
(11)
fd 0,9. fu 0,9.0, 0128 0, 0115
fd 0, 01047
Logo, arbitra-se uma posição inicial para a posição da linha neutra ( c ) para se encontrar a
deformação efetiva ( fe ) e a tensão de ruptura do CFRP ( f fe ), cujos valores são obtidos por
intermédio das Equações 12 e 13. Note-se que cu é a deformação última do concreto (3‰),
d c 20 5,34
fe cu . f bi 0, 003. 0, 000069 0, 0081
c 5,34
(12)
fe fd
fe 0, 0081
14 a 16.
127
d c 17, 5 5, 34
s fe bi . (0, 0081 0, 000069). 0, 0068
d c 20 5, 34
(14)
f
c 5, 34
c fe bi . (0, 0081 0, 000069). 0, 003
d c 20 5, 34
(16)
f
Uma vez que os níveis de tensão e deformação no CFRP e na armadura longitudinal foram
determinados, o equilíbrio interno da seção foi encontrado com o uso das Equações 17 a 20
.c 0,97.53, 4
M s Fs . d 1 85982, 45. 175 12810083,5 N .mm 12,81kN .m
2 2
.c 0,97.53, 4
M f f .Ff . d f 1 0,85.39167,99. 200 5792442, 4 N .mm 5, 79kN .m (21)
2 2
M M s M f 12,81 5, 79 18, 60kN .m
f c 27, 4MPa
Ec 25, 2GPa
f y 547,38MPa
E y 196,89GPa
f fu 2995,502MPa
fu 1, 216%
E f 248,12GPa
C E 0,95
Para o cálculo da resistência teórica das vigas reforçadas expostas em ambiente laboratorial
também foram consideradas as recomendações da ACI 440.2R (2017). A esquematização
129
do equilíbrio de forças de uma viga de concreto armado reforçada com mantas de CFRP
segundo a técnica EBR pode ser verificada na Figura D.2.1.
Fc c Fc
c
Linha
Neutra
d
df
es Fs ou F y Fs ou F y
Ffe Ffe
Af efe ebi
Fonte: ACI 440.2R (2017)
f c' 27, 40
fd 0, 41. 0, 41. 0, 01027
n . E f .t f 1.248120.0,176
(11)
fd 0,9. fu 0,9.0, 01216 0, 0109
fd 0, 01027
Logo, arbitra-se uma posição inicial para a posição da linha neutra ( c ) para se encontrar a
deformação efetiva ( fe ) e a tensão de ruptura do CFRP ( f fe ), cujos valores são obtidos por
intermédio das Equações 12 e 13.
d c 20 5,59
fe cu . f bi 0, 003. 0, 000069 0, 0076
c 5,59
(12)
fe fd
fe 0, 0076
14 a 16.
d c 17, 5 5, 59
s fe bi . (0, 0076 0, 000069). 0, 0063 (14)
d c 20 5, 59
f
c 5, 59
c fe bi . (0, 0076 0, 000069). 0, 003
d c 20 5, 59
(16)
f
Uma vez que os níveis de tensão e deformação no CFRP e na armadura longitudinal foram
determinados, o equilíbrio interno da seção foi encontrado com o uso das Equações 17 a 20.
.c 1, 00.55,9
M s Fs . d 1 85982, 45. 175 12644723, 0 N .mm 12, 64kN .m
2 2
.c 1, 00.55,9
M f f .Ff . d f 1 0,85.36779,93. 200 5379153, 7 N .mm 5,37kN .m (21)
2 2
M M s M f 12, 64 5,37 18, 01kN .m
f c 25, 2 MPa
Ec 28,5GPa
f y 547,38MPa
E y 196,89GPa
f fu 2680,18MPa
fu 1, 088%
E f 248,12GPa
C E 0,85
Para o cálculo da resistência teórica das vigas reforçadas expostas às intempéries também
foram consideradas as recomendações da ACI 440.2R (2017). A esquematização do
equilíbrio de forças de uma viga de concreto armado reforçada com mantas de CFRP
segundo a técnica EBR pode ser verificada na Figura D.3.1.
132
Fc c Fc
c
Linha
Neutra
d
df
es Fs ou F y Fs ou F y
Ffe Ffe
Af efe ebi
Fonte: ACI 440.2R (2017)
f c' 25, 2
fd 0, 41. 0, 41. 0, 00985
n . E f .t f 1.248120.0,176
(11)
fd 0,9. fu 0,9.0, 01088 0, 00979
fd 0, 00979
Logo, arbitra-se uma posição inicial para a posição da linha neutra ( c ) para se encontrar a
deformação efetiva ( fe ) e a tensão de ruptura do CFRP ( f fe ), cujos valores são obtidos por
intermédio das Equações 12 e 13.
df c 20 5,90
fe cu . bi 0, 003. 0, 000069 0, 00709
c 5,90
(12)
fe fd
fe 0, 00709
14 a 16.
d c 17, 5 5, 90
s fe bi . (0, 00709 0, 000069). 0, 0058
d c 20 5, 90
(14)
f
c 5, 90
c fe bi . (0, 00709 0, 000069). 0, 003
d c 20 5, 90
(16)
f
Uma vez que os níveis de tensão e deformação no CFRP e na armadura longitudinal foram
determinados, o equilíbrio interno da seção foi encontrado com o uso das Equações 17 a 20.
.c 0,99.59, 0
M s Fs . d 1 85982, 45. 175 12526992, 7 N .mm 12,52kN .m
2 2
.c 0,99.59, 0
M f f .Ff . d f 1 0,85.34045,14. 200 4939567, 7 N .mm 4,93kN .m (21)
2 2
M M s M f 12,52 4,93 17, 45kN .m
135
Nota-se que os gráficos de força versus deformação do compósito de CFRP para a viga
V1_LAB_CFRP não foram apresentados devido a falha mecânica no extensômetro elétrico.
Figura E.1: Força versus deformação ao longo do compósito de CFRP das vigas de
referência reforçadas
45
40
35
V1_REF_CFRP (SG3)
30
V1_REF_CFRP (SG5)
Força (kN)
25 V2_REF_CFRP (SG3)
V2_REF_CFRP (SG5)
20
15
SG3 SG5
Figura E.2: Força versus deformação ao longo do compósito de CFRP das vigas
reforçadas expostas em ambiente laboratorial
45
40
35
30
Força (kN)
25 V2_LAB_CFRP (SG3)
V2_LAB_CFRP (SG5)
20
15
SG3 SG5
10
Camada de CFRP ÃO
OIO AÇ OIO
AP LIC GA AP
5 AP CAR
E
D
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
136
Figura E.3: Força versus deformação ao longo do compósito de CFRP das vigas
reforçadas expostas a intempéries
45
40
35
30
Força (kN)
V1_WEA_CFRP (SG3)
25 V1_WEA_CFRP (SG5)
V2_WEA_CFRP (SG3)
20
V2_WEA_CFRP (SG5)
15
SG3 SG5
10
OIO Camada de CFRP ÃO OIO
AP AÇ AP
LIC GA
5 AP CAR
DE
0
0 2 4 6 8 10 12
Deformação (‰)
Fonte: O Autor
137
ANEXO