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Eletricidade

Básica
Unidade IV
Instalações Elétricas
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
SAMARA CHAVES
AUTORIA
Samara Chaves
Olá! Meu nome é Samara Chaves. Sou formada em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande, faço mestrado em
Eletrotécnica na Universidade Federal da Paraíba e possuo experiência
técnico-profissional na área de Telecomunicações. Passei por empresas
como a Savenge Engenharia de Telecomunicações Ltda. Sou apaixonada
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles
que estão iniciando suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Dispositivos Elétricos..................................................................................12
Introdução ............................................................................................................................................ 12

Noções de Divisão das Cargas........................................................................... 12

Divisão das Instalações............................................................................................ 13

Dispositivos Elétricos..................................................................................................................... 14

Interruptores..................................................................................................................... 14

Minuteria ............................................................................................................................. 15

Temporizadores ............................................................................................................ 15

Dimmer................................................................................................................................. 15

Contatores ou Chaves Magnéticas ................................................................. 16

Disjuntores.......................................................................................................................... 17

Disjuntor Termomagnético ................................................................ 18

Disjuntor Caixa Moldada....................................................................... 18

Disjuntor Motor............................................................................................ 19

Aterramento....................................................................................................21
Introdução.............................................................................................................................................. 21

Fios e Cabos Condutores........................................................................................ 21

Sistema de Distribuição de Condutores Vivos........................................ 22

Aterramento ........................................................................................................................................23

Esquemas de Aterramento....................................................................................24

Esquema TT...................................................................................................26

Esquema TN..................................................................................................26

Esquema IT.....................................................................................................28
Instalação Elétrica Residencial .............................................................31
Proteção Contra Choques Elétricos................................................................................... 31

Esquemas TN, TT e IT: Sobrecorrente ou Dispositivo DR?.............33

Proteção Contra Sobrecorrentes..........................................................................................34

Normalização dos Disjuntores de Baixa Tensão....................................34

Normalização de Dispositivos Fusíveis........................................................ 36

Proteção Contra Sobretensões..............................................................................................37

Dispositivo de Proteção Contra Surtos – DPS........................................ 38

Regras de Segurança para evitar Acidentes ...................................41


Introdução.............................................................................................................................................. 41

Equipamento de Proteção Coletiva – EPC.................................................................... 41

Equipamentos de Proteção Individual – EPI................................................................42

Proteção da Cabeça....................................................................................................43

Proteção dos Olhos e Face....................................................................................43

Proteção Auditiva..........................................................................................................43

Proteção dos Membros Superiores.................................................................44

Proteção dos Membros Inferiores....................................................................44

Vestimentas de Segurança....................................................................................45

Proteção e Combate a Incêndios.........................................................................................45

Classes de Incêndio................................................................................................... 46

Métodos de Extinção do Fogo............................................................................47

Prevenção de Incêndio............................................................................................ 48
Eletricidade Básica 9

04
UNIDADE
10 Eletricidade Básica

INTRODUÇÃO
Na eletricidade dispomos de diferentes tipos de dispositivos
elétricos, sendo necessário compreender a divisão de cargas e a divisão
de instalações. Como também, deve-se conhecer sobre o aterramento
e os seus diferentes tipos e a sua aplicação nas instalações elétricas
residenciais. Por fim, como a eletricidade lida com uma grande carga
elétrica, podendo ocasionar acidentes, é necessário estudar as medidas
de segurança quando se vai lidar com esse meio. Entendeu? Ao longo
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Eletricidade Básica 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Identificar os diferentes tipos de dispositivos elétricos;

2. Discernir sobre a finalidade do aterramento elétrico, seus tipos e


funcionalidades;

3. Aplicar dispositivos e aterramento a instalações elétricas


residenciais;

4. Tomar medidas preventivas e procedimentos de segurança em


instalações elétricas.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
12 Eletricidade Básica

Dispositivos Elétricos

OBJETIVO:

Ao término desse capítulo você será capaz de entender as


principais considerações acerca das instalações elétricas e
os dispositivos elétricos mais utilizados nas mesmas.

Introdução
Antes de entrar nos dispositivos elétricos propriamente ditos, é
importante fazer algumas considerações sobre as instalações elétricas
como um todo. Para isso, foi usada como base a NBR 5410 que é a norma
brasileira de instalações elétricas de baixa tensão.

Noções de Divisão das Cargas


Mesmo que você não vá fazer um projeto de uma instalação elétrica,
é importante ter uma noção das principais cargas a serem consideradas
em nela.

A carga de iluminação de uma residência é um dos fatores que


influenciam na escolha do tipo de condutor e na seção deste. De acordo
com a NBR 5410, em cada cômodo ou dependência da edificação, com
área de até 10 m², deverá existir pelo menos um ponto de luz fixo no teto,
caso a área do cômodo seja superior a 10 m², deve-se instalar um ponto
de luz nos primeiros 6 m² e um outro ponto de luz a cada 4 m² inteiros,
no mínimo.

Já as tomadas, devem ser divididas entre tomadas de uso geral


e de uso específico, a depender do tipo de equipamento que elas vão
alimentar. Normalmente, para equipamentos de potência menor como
TVs, eletrodomésticos de pequeno porte, celulares etc., as tomadas são
de uso geral (TUG). A norma indica que exista pelo menos um ponto de
tomada geral em cada cômodo da edificação. No caso de varandas, se
Eletricidade Básica 13

não for possível a instalação de um ponto de tomada geral no próprio


local, esse ponto deve ser instalado em um lugar próximo ao seu acesso.

Já as tomadas de uso específico (TUE) são utilizadas em


equipamentos com uma potência maior que as tomadas anteriores,
necessitando de correntes maiores e às vezes tomadas diferenciadas
para atendê-los.

VOCÊ SABIA?

Os pontos de tomada de uso específico devem ser


instalados a uma distância máxima de 1,50 m do lugar
previsto para o equipamento a ser alimentado.

Divisão das Instalações


Antigamente não era uma prática comum dividir as instalações
elétricas de uma residência em diferentes circuitos e, quando por ventura
ocorria uma falha em qualquer ponto, toda a edificação ficava sem energia.
Um circuito é um agrupamento de pontos de consumo, alimentados pelo
menos por condutores e conectados ao mesmo dispositivo de proteção,
normalmente um disjuntor. Em sistemas com mais de uma fase, os
circuitos devem ser distribuídos de uma maneira que garanta o melhor
equilíbrio de carga entre as fases.

Assim, qualquer instalação elétrica deve ser dividida em quantos


circuitos, de modo a:

• Limitar a ocorrência de falhas.

• Favorecer as manutenções, verificações e ensaios.

• Dificultar os perigos que a falha de um único circuito pode oferecer.

• Os circuitos de iluminação precisam ser separados dos circuitos


de tomadas, tanto de uso geral como específico.

• Cada circuito necessita ter: condutor fase, condutor neutro,


condutor terra, dispositivo de proteção e identificação.
14 Eletricidade Básica

Dispositivos Elétricos
Em qualquer instalação elétrica há a necessidade de dispositivos
para comandar os circuitos elétricos, seja para acionamento de algum
equipamento, para manutenção ou até mesmo no caso de algum
problema em que seja necessária a desenergização da instalação. Confira
a seguir os principais dispositivos elétricos utilizados em uma instalação
elétrica.

Interruptores
Os interruptores que funcionam como chaves para ligar ou
desligar um aparelho, nas residências, são bastante utilizados para ligar
ou desligar lâmpadas. Esses dispositivos precisam ter capacidade de
corrente suficiente para aguentar por tempo indeterminado as correntes
que transportam.

De acordo com o número de fases que passa por esses dispositivos,


eles podem ser classificados em unipolar, bipolares ou tripolares. Por
exemplo, em um circuito monofásico para acionar uma lâmpada de LED
em uma residência, é utilizado um interruptor unipolar. Analogamente,
para controle de circuitos trifásicos (três fases diferentes), precisará ser
utilizado um dispositivo tripolar que atue nos três condutores das fases
ao mesmo tempo.

Há no mercado interruptores de várias seções, como:

• Interruptor paralelo ou three way: é utilizado para ligar uma


lâmpada ou um conjunto de lâmpadas por meio de dois pontos
diferentes, utilizando dois interruptores three way em cada ponto
conforme a preferência do usuário. Normalmente, esse tipo de
interruptor é utilizado em corredores, escadas e quintais.

• Interruptor intermediário ou four way: esse tipo de interruptor


deve ser instalado entre dois interruptores three way para que
funcione adequadamente e aumente o número de pontos
para ligar ou desligar a lâmpada ou conjunto de lâmpadas,
proporcionando três ou mais pontos de acionamento da(s)
Eletricidade Básica 15

lâmpada(s). Normalmente, é utilizado em corredores ou escadas


de maior extensão.

IMPORTANTE:

Os interruptores unipolares, three way ou four way devem


interromper apenas o condutor fase, nunca o condutor
neutro.

Minuteria
Trata-se de um dispositivo elétrico que possui um mecanismo de
relógio, possibilitando um ajuste para manter um contato elétrico durante
o tempo ajustado. A minuteria é utilizada para manter as lâmpadas de
corredores e escadas acesas apenas por um tempo suficiente para uma
pessoa entrar ou sair, desligando-as depois desse tempo. Normalmente
são usadas em prédios ou condomínios residenciais.

Temporizadores
São dispositivos que funcionam como um relógio e são capazes de
medir o tempo, podendo ser utilizado para controlar a sequência de um
evento ou processo, diferentemente da minuteria que é utilizada apenas
para lâmpadas. Os temporizadores podem ser digitais, eletromecânicos,
mecânicos, podendo até mesmo ter programas digitais utilizados
em computadores ou sistemas embarcados, uma vez que tanto os
computadores como os sistemas embarcados possuem osciladores que
funcionam como relógios.

Dimmer
O dimmer é um dispositivo capaz de mudar a intensidade de uma
corrente elétrica média em uma determinada carga. Ele é formado por
elementos ativos e passivos, os quais por meio do aumento ou diminuição
do valor eficaz da tensão alteram a intensidade da corrente em uma carga,
normalmente lâmpadas.
16 Eletricidade Básica

Esse dispositivo possui um papel determinante na economia de


energia, porque é possível determinar a quantidade de luz usada no
decorrer do dia, podendo usar a intensidade luminosa total apenas ao
anoitecer. O dimmer também é utilizado em lugares específicos com
caráter decorativo em que se deseje um controle de iluminação.

Contatores ou Chaves Magnéticas


Os contatores ou chaves magnéticas são componentes eletrome-
cânicos que por meio do uso de botões, chaves seletoras ou controle
remoto, possibilitam a comutação de circuitos elétricos de correntes com
altas intensidades.

A utilização de contatores possibilita a inclusão de funções automá-


ticas no comando de uma máquina elétrica como um motor elétrico, por
exemplo. As funções mais comuns implementadas por esses dispositivos
são temporização e retardo na partida, além da viabilidade de sinalização
sonora ou luminosa do estado de operação da máquina por ele acionada.
O uso de contatores possibilita um maior grau de proteção e seguran-
ça em comparação com os dispositivos de comandos manuais, como as
chaves manuais de acionamento.

Existem tipos de contatores de acordo com a sua utilização e a


corrente que suportam, isto é:

• Contatores de potência: esses contatores possuem contatos


de força, usados para acionar a carga, normalmente são três e
são usados para acionamentos trifásicos, a exemplo de motores
elétricos trifásicos. Há ainda contatores especiais de quatro polos,
utilizados para casos específicos.

• Contatores auxiliares: esse tipo de contator é usado de forma


complementar para os comandos elétricos de uma dada máquina.
Eles dispõem de vários contatos que admitem baixas correntes, os
quais podem ser do tipo normalmente aberto e/ou normalmente
fechado.

• Bloco de contatos auxiliares: não são contatores por si mesmos,


mas são acessórios que permitem ampliar a quantidade de
Eletricidade Básica 17

contatos auxiliares de um contator. O bloco é encaixado no contator


e quando esse contator é acionado faz a troca de estados dos
contatos do bloco acontecer da mesma forma que seus contatos
próprios.

Disjuntores
Os disjuntores são dispositivos eletromecânicos, cujo funcionamento
é similar a um interruptor automático, designado a proteger uma instalação
ou equipamento contra possíveis avarias causadas por curto-circuitos e
sobrecargas elétricas.

A função principal do disjuntor é proporcionar proteção e segurança


para a instalação ou equipamento a ele conectado, mas devido à sua
composição mecânica, o disjuntor também possibilita o seccionamento
de circuitos, sendo usado como uma “chave” para se ligar e desligar
circuitos e cargas.

Com as características de construção do disjuntor, ele é utilizado


como um interruptor de desarme automático quando o mesmo detecta
um curto-circuito ou uma sobrecarga perigosa. Dessa forma, o disjuntor é
projetado para tolerar uma determinada corrente elétrica. Caso esse valor
seja superior ao limite suportado pelo disjuntor, o mesmo interrompe o
fluxo de corrente no circuito, protegendo os cabos e consequentemente
os elementos alimentados por esse circuito em questão. Depois que o
problema for sanado, o disjuntor pode ser rearmado para que o circuito
seja novamente energizado e fique funcional.

IMPORTANTE:

Em caso de sobrecarga, o disjuntor deve atuar lentamente,


em torno de uma hora, pois a mesma pode ser ocasionada
por elevações de cargas transitórias. Já em caso de curto-
circuito, o disjuntor deve atuar instantaneamente, pois a
corrente resultante de uma falta é da ordem de um quilo
Ampères e pode causar até explosões.
18 Eletricidade Básica

Há vários tipos de disjuntores no mercado, cada um utilizado para


um tipo de aplicação específica. Confira a seguir os principais disjuntores
utilizados em instalações elétricas residência, industriais e comerciais.

Disjuntor Termomagnético
Esse tipo de disjuntor apresenta proteção magnética e proteção
contra efeitos térmicos. Esse é o tipo de disjuntor mais usado no mercado,
por conta dessas duas proteções e porque seu preço é acessível, ele é
normalmente utilizado nas residências e comércios de pequeno porte.
Esse disjuntor possui curvas de atuação, que relacionam o tipo de atuação
do dispositivo e as suas correntes nominais.

Os disjuntores termomagnéticos que operam em baixa tensão,


podem operar com até 1 kV em corrente alternada e, a depender do
número de fases do sistema, podem ser:

• Monopolar: uma fase, sistema monofásico.

• Bipolar: duas fases, sistema bifásico.

• Tripolar: três fases, sistema trifásico.

SAIBA MAIS:

Clique aqui para saber mais sobre o assunto.

Disjuntor Caixa Moldada


Esse tipo de disjuntor foi elaborado para a proteção de circuitos de
distribuição, motores e geradores, podendo ter correntes nominais entre
16 A e 1800 A. Ele recebe esse nome por conta do tipo de montagem
blindada do disjuntor, pois eles são montados em caixas termoplásticas
pré-moldadas compactas, as quais formam a carcaça externa do disjuntor.

Os componentes e contatos internos do disjuntor de caixa moldada


são parrudos, em que as câmaras de extinção de arco elétrico podem
interromper correntes elétricas da ordem de 20 ou 30 vezes superiores aos
disjuntores comuns, a exemplo do termomagnético. Uma característica
importante do disjuntor caixa moldada é a proteção térmica e magnética
Eletricidade Básica 19

que pode ser ajustada entre 5 a 10 vezes maior que a corrente nominal do
dispositivo, na maioria dos modelos. Esse ajuste é essencial para circuitos
elétricos industriais porque possibilita uma melhor regulagem e uma
proteção mais eficiente para o circuito protegido.

IMPORTANTE:

Os disjuntores caixa moldada são utilizados principalmente


em ambientes industriais, em quadro de distribuição
compacto (QDC) e quadro geral de baixa tensão (QGBT) de
estabelecimentos comerciais de maior porte e condomínios.

Disjuntor Motor
O disjuntor motor é um tipo de disjuntor termomagnético adaptado,
possuindo características especiais não encontradas nos disjuntores
termomagnéticos. Eles são usados para comando e proteção de motores
elétricos, sempre motores trifásicos. Há casos em que o disjuntor motor
é ligado diretamente na saída do próprio contator de potência do motor.

A maior vantagem do disjuntor motor é a possibilidade da partida


em tensão plena de um motor elétrico, pois esses disjuntores suportam
um acionamento com corrente de 8 a 10 vezes a corrente nominal de
um motor. Esse disjuntor pode ser utilizado até em motores com alto
conjugado de partida porque ele é projetado para suportar uma sobrecarga
momentânea enquanto o motor está sendo acionado, sem atrapalhar
uma proteção eficiente do circuito. Um disjuntor comum dispararia no
momento de partida de motor elétrico, devido à alta corrente, o que
ocasionaria um superdimensionamento do disjuntor, acarretando perda
de eficiência na proteção do circuito, pois haveria perda de sensibilidade.

A maioria dos fabricantes de disjuntores motores fornecem


esses dispositivos com ajuste de corrente, provendo uma regulagem
termomagnética mais eficiente e precisa para a proteção do motor. No
entanto, para a especificação correta desse tipo de disjuntor, é necessário
conhecer a corrente de serviço e nominal dos motores elétricos a serem
protegidos. Esses dados podem ser encontrados nos manuais das
20 Eletricidade Básica

máquinas ou na placa de identificação do motor. O maior benefício dos


disjuntores motores é não precisar utilizar um relé de sobrecarga em
conjunto com um fusível/disjuntor magnético para proteção do motor
elétrico, porque sozinho o disjuntor motor é capaz de fornecer proteção
contra sobrecarga e curto-circuito e, muitas vezes, de maneira mais
eficiente.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu como
deve ser feita a divisão das cargas de uma instalação
elétrica, de maneira simplificada e que a instalação precisa
ter circuitos de tomadas separados dos circuitos de
iluminação, circuitos específicos para aparelhos de maior
potência como ar-condicionado e chuveiro elétrico e que
a divisão dos circuitos elétricos aumenta a segurança e
facilita a manutenção na instalação. Você também viu
os principais dispositivos elétricos utilizados, como os
interruptores que servem normalmente como chave liga/
desliga para lâmpadas. A minuteria que possibilita o controle
do tempo que uma lâmpada fica ligada, os temporizadores
que podem medir o tempo e com isso, controlar uma
sequência ou um evento em um circuito. O dimmer que
pode alterar a corrente média de uma carga e com isso
mudar a intensidade luminosa de uma lâmpada, sendo
muito utilizado em ambientes decorativo. Os contatores
que servem para o acionamento de máquinas elétricas. Por
fim, você viu os disjuntores que servem para proteger um
circuito ou equipamento e também funcionam como um
equipamento de manobra, possibilitando o desligamento
ou energização de um circuito, não importando o tipo
disjuntor, essas são suas características básicas.
Eletricidade Básica 21

Aterramento

OBJETIVO:

Ao término desse capítulo você será capaz de entender a


importância do aterramento elétrico, seus diferentes tipos
e esquemas e em que lugares cada tipo é mais indicado.

Introdução
Antes de comentar sobre o aterramento elétrico propriamente dito
é importante fazer algumas considerações sobre o sistema de distribuição
dos condutores vivos em baixa tensão utilizados e o tipo de condutores
elétricos usados, porque o aterramento e seus esquemas são altamente
influenciados por esses fatores.

Fios e Cabos Condutores


A grande maioria das instalações elétricas utiliza o cobre como
elemento condutor dos fios e cabos elétricos. O uso do alumínio é raro,
apesar desse material possuir um preço menor no mercado, sendo
restringido para alguns casos especiais e a seção do condutor de alumínio
deve ser igual ou superior a 10 mm², de acordo com NBR 5410.

Os fios elétricos são formados por metal maciço ou flexível,


de diâmetro invariável com comprimento muito superior à sua seção
transversal. Os fios podem ser usados como condutor elétrico na fabricação
de cabos elétricos. Eles podem ser fabricados sem revestimento isolante
(fio nu) ou com revestimento (fio revestido). Já os cabos elétricos são
formados por um agrupamento de fios elétricos unidos, possuindo uma
cobertura isolante ou não. Os cabos podem ser nus (sem revestimento),
com revestimento e/ou cobertura. Caso tenha apenas uma seção de
material condutor é do tipo unipolar, mais de uma seção de condutores, é
classificado como multipolar. Observe a Figura 1 e veja a diferença entre
os variados tipos de fios e cabos elétricos mais utilizados nas aplicações
com eletricidade.
22 Eletricidade Básica

Figura 1: Fios e cabos elétricos. (A) Fio nu. (B) Fio isolado. (C) Cabos nus. (D) Cabos
unipolares. (E) Cabos multipolares

Fonte: Souza (2019)

VOCÊ SABIA?

Em instalações de baixa tensão, a isolação dos condutores


isolados é determinada pelo valor da tensão nominal entre
fases e é padronizada em 750 V pela NBR 6148. No entanto,
a isolação dos condutores unipolares ou multipolares
é determinada pelos valores nominais das tensões que
esses condutores suportam entre fase e terra e entre fases,
padronizadas em 0,6/1 kV pela NBR 6251 para baixa tensão.

Sistema de Distribuição de Condutores Vivos


Os sistemas de distribuição dos condutores vivos empregados em
instalações de corrente alternada são:

• Sistema monofásico a dois condutores: sistema composto por


um condutor fase e um condutor neutro, normalmente utilizado
em residências e unidades comerciais de pequeno porte.

• Sistema monofásico a três condutores: normalmente utilizado


em instalações elétricas residenciais e comerciais em que há car-
gas de iluminação e motores, mas seu uso é restrito.

• Sistema trifásico a três condutores: todos os condutores são


usados para as fases do sistema de distribuição.
Eletricidade Básica 23

• Sistema trifásico a quatro condutores: são utilizados três condu-


tores para as fases e um para o neutro dessa configuração. Esse
tipo de sistema é amplamente usado em instalações industriais.

• Sistema trifásico a cinco condutores: são usados três conduto-


res para as fases, um para o neutro e último para a proteção. Sis-
tema utilizado em instalações industriais de médio a grande porte.

Aterramento
Uma instalação elétrica de alta ou baixa tensão precisa funcionar
de forma apropriada e possuir uma segurança adequada contra riscos de
acidentes fatais, possuindo um sistema de aterramento, dimensionado de
forma correta.

O aterramento elétrico de uma instalação precisa atender as


seguintes premissas:

• Ter a garantia que a proteção vai atuar se necessário.

• Proteger as instalações contra descargas atmosféricas.

• Defender as pessoas e animais contra choques em partes


metálicas da instalação ocasionalmente energizadas.

• Ter equipotencializações, com o objetivo de nivelar o potencial da


terra em toda a área da edificação, precavendo eventuais danos
perigosos que possam aparecer ao longo de faltas para a terra.

O aterramento elétrico também deve ser capaz de oferecer proteção


contra contatos indiretos. Essa medida busca proteger os indivíduos contra
contatos em massas eventualmente energizadas, evitando um choque
elétrico. Esse tipo de acidente é bem corriqueiro, principalmente com
operários de indústrias que trabalham no setor de operação de sistemas
ou manutenção.

O contato indireto é aquele em que uma pessoa toca uma parte


metálica que em operação normal não é energizada, mas se torna viva por
falha na isolação e passa a conduzir corrente elétrica por sua superfície e
o indivíduo fica sujeito a um determinado potencial elétrico, servindo de
24 Eletricidade Básica

condutor para a corrente elétrica escoar para a terra. O limite de corrente


elétrica alternada que o corpo humano aguenta é de 25 mA, se a corrente
for superior a esse valor, há graves consequências e riscos de óbito.

A proteção contra contatos indiretos precisa ser capaz de evitar os


seguintes potenciais:

• Tensão de contato ou de toque: é a tensão que uma pessoa


está sujeita caso entre em contato com massas metálicas
acidentalmente energizadas. O tempo máximo para o acionamento
do dispositivo de proteção e interrupção da corrente de falta entre
a massa energizada e o indivíduo é de 0,5 segundos, de acordo
com as normas em vigor.

• Tensão de passo: é a tensão que um indivíduo está sujeito ao


caminhar por uma malha de terra, enquanto está circulando
uma corrente de defeito nessa malha. Essa corrente infiltra-se
no solo por meio de descargas atmosféricas ou por operações
de chaveamento na manobra ou manutenção das instalações,
espalhando-se no solo em forma de arcos concêntricos, em que
o centro é o local de infiltração da corrente, sendo passível de
provocar uma tensão de passo com intensidade a depender da
resistência do terreno e do corpo humano.

Esquemas de Aterramento
Antes de explicar os esquemas de aterramento propriamente, é
necessário entender a nomenclatura dos mesmos. De acordo com a NBR
5410, as instalações elétricas de baixa tensão necessitam atender a três
esquemas básicos de aterramento, seja o aterramento de proteção ou
funcional. Os esquemas são identificados por uma simbologia que utiliza
duas letras elementares, isto é:

1ª. letra: caracteriza a situação da alimentação em relação à terra:

• T – Um ponto diretamente aterrado.

• I – Todas as partes vivas em relação à terra ou a alimentação


de um ponto, estão isoladas da terra por meio de impedância.
Eletricidade Básica 25

2ª. letra: caracteriza a natureza do aterramento das massas.

• T – Massas aterradas diretamente, apesar da alimentação


possuir ou não aterramento.

• N – Massas ligadas ao ponto de aterramento da alimentação


diretamente, geralmente o ponto neutro.

Outras letras (eventuais): são usadas para arranjos do condutor


neutro e do condutor de proteção.

• S – As funções do condutor neutro e de proteção são realizadas


por condutores diferentes.

• C – As funções do condutor neutro e de proteção estão


reunidas em um único condutor, chamado de condutor PEN.

VOCÊ SABIA?

Massa é qualquer parte condutiva que pode ser tocada e


que geralmente não é energizada, porém que pode torna-
se viva em caso de falta, ou seja, uma falha de isolamento.
Um exemplo típico de uma massa é a carcaça metálica de
um equipamento elétrico.

A NBR 5410 traz simbologias padrão para serem utilizadas nos


diferentes tipos de condutores, com exceção do condutor que não
possui símbolo associado a ele, nos esquemas de aterramento e outros
esquemas elétricos, como é mostrado na Figura 2.
Figura 2: Simbologia dos diferentes tipos de condutores de uma instalação elétrica

Fonte: NBR 5410, (2008).


26 Eletricidade Básica

Esquema TT
No esquema TT de aterramento, existe um ponto diretamente
aterrado no suprimento de energia da edificação e as massas estão ligadas
a um eletrodo de aterramento próprio e independe do aterramento da
alimentação. Se acontecer uma falta, o percurso da corrente de curto-
circuito abrange a terra, diminuindo o valor por conta da alta impedância
terrestre.

IMPORTANTE:

Essa corrente de falta, devido à sua alta intensidade,


é perigosa para pessoas e animais, dessa forma o
acionamento de disjuntores termomagnéticos comuns
nesse esquema de aterramento não é suficiente, sendo
necessário realizar a proteção da instalação com o uso
de dispositivos a corrente diferencial residual (DR). Veja na
Figura 3 as ilustrações das possibilidades de ligação do
esquema de aterramento TT.

Figura 3: Esquema de aterramento TT. (A) Massas diferentes com ponto de aterramento em
comum. (B) Massas diferentes com aterramentos distintos

Fonte: NBR 5410, (2008).

Esquema TN
O esquema de aterramento TN apresenta um ponto diretamente
aterrado na alimentação, porém as massas da instalação estão conectadas
ao aterramento da alimentação através dos condutores de proteção.
Esse sistema foi elaborado para que o percurso da corrente de falha de
Eletricidade Básica 27

uma falta entre uma fase do sistema e uma massa seja feito apenas por
elementos condutores, fornecendo assim uma resistência muito baixa,
acelerando a drenagem da corrente para a terra.

Esse esquema de aterramento pode utilizar como dispositivos


de proteção os disjuntores magnéticos, fusíveis com sensibilidade para
curto-circuito e sobrecarga, ou ainda por dispositivos com atuação feito
por corrente diferencial residual (DR).

Há três variedades desse esquema, de acordo com a disposição do


condutor neutro e o de proteção, a saber:

1. Esquema TN-S: o condutor neutro e o condutor neutro estão


separados, como mostrado na Figura 4 (A).

2. Esquema TN-C-S: as funções de neutro e de proteção estão


agrupadas em um único condutor em parte do circuito. Depois de
um certo ponto elas são separadas em dois condutores diferentes,
como mostrado na Figura 4 (B).
Figura 4: Esquemas de aterramento. (A) TN-S. (B) TN-C-S

Fonte: NBR 5410, (2008).

3. Esquema TN-C: as funções de neutro e de proteção estão


combinadas em um condutor único, em todo o circuito, como
mostrado na Figura 5.
28 Eletricidade Básica

Figura 5: Esquema de aterramento TN-C

Fonte: NBR 5410, (2008).

Esquema IT
No esquema IT de aterramento não existe nenhum ponto da
alimentação aterrado diretamente. Dessa forma, a alimentação é
totalmente isolada da terra ou aterrada através de uma impedância de
valor muito alto, similar a um circuito aberto.

Esse esquema é bastante utilizado em hospitais e outras instalações


que não podem ser desenergizados com facilidade, pois acarreta em
danos às pessoas. Dessa forma, esse esquema foi projetado para que a
corrente oriunda de uma falta entre fase-massa não tenha intensidade
suficiente para causar riscos às pessoas que toquem em alguma massa
energizada acessível e evitar o desligamento indevido. No entanto, deve-
se evitar ao máximo que ocorra uma segunda falta enquanto os efeitos
da primeira ainda não forem extinguidos, porque uma segunda falta
pode possuir uma corrente de intensidade muito elevada e causar danos
para as instalações e pessoas. Assim, é preciso ter bastante cuidado no
dimensionamento dos condutores desse tipo de instalação. Por conta da
chance de ocorrência da segunda falta, a proteção pode ser realizada por
disjuntor termomagnético ou DR, dependendo da situação de aterramento
das massas.

As massas da instalação podem ser aterradas de acordo com as


seguintes opções em um esquema IT, a saber:
Eletricidade Básica 29

• As massas são aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da


alimentação, caso esse exista, como é mostrado na Figura 6 (A).

• O aterramento das massas é feito por eletrodo(s) de aterramento


próprio(s), por causa da falta de aterramento na alimentação ou
por independência do aterramento das massas, como é ilustrado
na Figura 6 (B).
Figura 6: Esquema de aterramento IT e suas variantes:

1) Não é admitido que o condutor neutro seja distribuído.

(A) Não existe aterramento na alimentação.

(B) O aterramento da alimentação ocorre por meio de impedância de alto valor.

(B1) As massas são aterradas por meio de eletrodos independentes e diferentes do eletrodo
de aterramento existente na alimentação.

(B2) As massas são aterradas em agrupamentos, compartilhando o eletrodo de aterramento


que é independente do eletrodo da alimentação.

(B3) As massas são aterradas de forma conjunta e no mesmo eletrodo de aterramento


existente na alimentação.

Fonte: NBR 5410, (2008).


30 Eletricidade Básica

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu a diferença
entre fios e cabos condutores e quais características que
esses condutores precisam atender para instalações de
baixa tensão. Viu também quais sistemas de distribuição
de condutores vivos para instalações de baixa tensão são
utilizadas em corrente alternada. Posteriormente, você viu
a importância do aterramento para instalações elétricas e
quais premissas esse precisa atender para que a instalação
funcione de forma satisfatória e possua segurança
adequada contra riscos de acidente fatais, além de prevenir
o risco de choques por contatos indiretos e evitar tensões
de toque e de passo perigosas. Por fim, você aprendeu qual
a simbologia adotada para os esquemas de aterramento
de acordo com NBR 5410 e esses esquemas possuem
aplicações bem específicas, cada um com seu dispositivo
de proteção apropriado, os esquemas utilizados são:
esquema TT, esquema TN que possui as variantes TN-S,
TN-C-S e TN-C e o esquema IT, esse último possuindo
várias formas de aterramento das massas.
Eletricidade Básica 31

Instalação Elétrica Residencial

OBJETIVO:

Ao término desse capítulo você será capaz de entender


quais os principais dispositivos envolvidos com proteções e
aterramento utilizados nas instalações elétricas residenciais.

Proteção Contra Choques Elétricos


A proteção contra choques elétricos é dependente do tipo de
esquema de aterramento elétrico utilizado, porque há esquemas que só
possuem proteção eficiente com dispositivos termomagnéticos e outros
apenas com dispositivos a corrente residual diferencial ou até ambos os
dispositivos.

De modo geral, as principais considerações para proteção contra


choques elétricos, seja para instalações ou produtos, são:

• Partes vivas (eletrizadas) perigosas não devem ser de fácil acesso.

• Partes condutivas acessíveis (massas) não podem oferecer perigo,


tanto em condições normais de operação quanto em casos de
falhas elétricas que tornem as massas vivas.

Das considerações anteriores, pode-se concluir que a proteção


contra choques elétricos deve assegurar por meio de duas disposições
protetoras ou duas “linhas de defesa”, as seguintes proteções:

• Proteção básica: é aquela que garante a proteção contra choques


elétricos em condições habituais, porém ela é passível de falha,
devendo essa chance de falha ser levada em consideração.

• Proteção supletiva: é aquela que garante a proteção contra cho-


ques elétricos, caso a proteção básica falhe. A proteção supletiva
pode ser realizada por:
32 Eletricidade Básica

• Equipamento ou componente.

• Na própria instalação.

• Parte no equipamento e parte na instalação.

A instalação de um equipamento elétrico deve ser compatível


com a proteção contra choques que ele é dotado. Assim, da ótica da
proteção contra choques elétricos, são normalizadas quatro classes de
equipamentos: classes 0, I, II e III, surgindo dessas classes, diferentes
possibilidades de combinar a proteção básica e a proteção supletiva,
como é mostrado no quadro 1.
Quadro 1: Combinações mais comuns da proteção contra choques elétricos

Fonte: Moreno e Souza (2001).

É importante destacar que os conceitos dos tipos de classes


abordados anteriormente, não aplicados apenas a equipamentos elétricos,
mas também a componentes e a disposições/soluções construtivas na
instalação. Por exemplo, a classe II pode ter equipamentos prontos de
fábrica com classificação classe II, como as ferramentas elétricas com
dupla isolação. No entanto, há arranjos construtivos classe II de modo
Eletricidade Básica 33

conceitual, a exemplo de uma linha elétrica formadas de condutores


isoladas em um eletroduto isolante, em que o condutor isolado sozinho
possui apenas isolação básica, mas associado ao eletroduto isolante, o
conjunto torna-se uma solução equivalente à classe II.

Esquemas TN, TT e IT: Sobrecorrente ou Dispositivo DR?


De acordo com os princípios contra choques elétricos por contatos
indiretos, os quais utilizam o seccionamento automático da alimentação,
abordados na NBR 5410, há a necessidade das massas serem conectadas
aos condutores de proteção, formando uma “rede de aterramento”. Dessa
forma, um dispositivo de proteção precisa seccionar automaticamente a
alimentação do circuito por ele protegido toda vez que ocorrer uma falta
entre alguma parte energizada e uma massa puder originar uma tensão
de contato perigosa.

No entanto, qual tipo de dispositivo de seccionamento automático


utilizar? Essa questão diz respeito ao tipo de esquema de aterramento da
instalação, pois a depender do esquema, apenas o dispositivo a sobre
corrente pode ser utilizado, ou apenas o DR, ou até ambos. Para o esquema
TN-C, o dispositivo apto a assegurar a proteção por seccionamento
automático precisa ser um dispositivo a sobrecorrente, como um disjuntor
termomagnético, por conta da incompatibilidade entre o condutor PEN
(neutro + proteção) e o princípio de funcionamento dos dispositivos a
corrente diferencial residual (DR).

Já no esquema TN-S, há a possibilidade de se usar o dispositivo à


sobrecorrente e o dispositivo à corrente diferencial residual. No esquema
TT apenas o dispositivo a corrente diferencial residual satisfaz a proteção
por seccionamento automático da instalação.

No esquema IT, quando as massas são aterradas de forma individual,


ou por grupos, deve-se utilizar as mesmas regras do esquema TT e assim
utilizar dispositivos DR para seccionamento automático da alimentação.
Já quando todas as massas estão aterradas de forma coletiva, as regras
referentes ao esquema TN são aplicadas, e assim, pode-se optar por um
dispositivo à sobre corrente ou um dispositivo DR para o seccionamento
automático da instalação.
34 Eletricidade Básica

De acordo com a NBR 5410, independentemente do esquema de


aterramento utilizado (TN, TT e IT), o uso da proteção diferencial residual,
de alta sensibilidade com corrente diferencial residual nominal igual ou
inferior a 30 mA, é obrigatória nas seguintes situações:

• Circuitos que atendam pontos localizado em lugares que possuam


banheira ou chuveiro.

• Circuitos de tomadas localizadas em áreas externas à edificação,


devido à possibilidade de se tornarem áreas molhadas.

• Circuitos de tomadas localizadas em áreas internas que tenham


possibilidade de alimentar equipamentos no exterior.

• Circuitos de tomadas situadas nas cozinhas, copas-cozinhas, áreas


de serviço, lavanderias, garagens e, de modo geral, em qualquer
lugar interno molhando em uso normal ou sujeito a lavagens.

Proteção Contra Sobrecorrentes


A proteção contra sobrecorrentes é destinada à instalação, mais
especificamente aos condutores elétricos e a determinados equipamentos
sensíveis, como motores elétricos.

Normalização dos Disjuntores de Baixa Tensão


Os disjuntores de baixa tensão são designados à conexão com
circuitos que não possuam mais de 1000 V CA ou 1500 V CC, independente
da corrente nominal desses disjuntores.

Os mini disjuntores, são aqueles com tensão nominal igual ou inferior


a 440V, corrente nominal igual ou inferior a 125 A, usados em circuitos de
corrente alternada em instalações residenciais e análogas, projetado para
uso por pessoas não qualificadas ou advertidas, esses disjuntores não
necessitam de manutenção.
Eletricidade Básica 35

VOCÊ SABIA?

Os disjuntores, operando com a função principal de proteção


contra sobrecorrentes, funcionam por meio de disparadores
que podem ser magnéticos, térmicos e eletrônicos.

Os disjuntores mais convencionais, de uso geral, são implemen-


tados com disparadores térmicos, os quais atuam na ocorrência de so-
brecorrentes moderadas, normalmente correntes de sobrecarga e dispa-
radores magnéticos, usados para correntes mais elevadas, como as de
curto-circuito. Por conta desses disparadores, esses dispositivos são cha-
mados de disjuntores termomagnéticos.

O disparador térmico usual é formado por uma lâmina bimetálica


capaz de se curvar quando sujeita ao calor oriundo da passagem da
corrente. Essa deformação temporária da lâmina, por conta das diferentes
dilações nos metais constituintes, causa a abertura do disjuntor, caso
ultrapasse um valor de corrente limite. O tempo de atuação do disparador
é inversamente proporcional ao valor da corrente, ou seja, o disparo ocorre
em um tempo tanto mais curto quanto mais elevado for o valor da corrente.

VOCÊ SABIA?

Alguns disparadores térmicos têm uma faixa corrente de


ajustagem e outros possuem compensação de temperatura.

O disparador magnético é formado por um eletroímã (bobina) que


é capaz de atrair uma peça articulada caso a corrente alcance um valor
determinado. Essa atração provoca um deslocamento da peça articulada,
por meio de acoplamentos mecânicos e acarreta na abertura dos contatos
principais do disjuntor. No mercado há disjuntores que possuem ajuste no
disparo magnético.

Por fim, o disparador eletrônico, contém sensores de corrente e cir-


cuitos eletrônicos para processamento dos sinais de comando e atuado-
res. Os sensores de corrente são formados por circuitos magnéticos e de-
36 Eletricidade Básica

senvolvem a imagem da corrente a ser medida. Já os circuitos eletrônicos


processam as informações proveniente dos sensores e, conforme o valor
da corrente medida, impõe o disparo do disjuntor no tempo estipulado.

Normalização de Dispositivos Fusíveis


Apesar de fusível designar o dispositivo inteiro na linguagem do
cotidiano, o nome “fusível” é apenas parte do que as normas denominam,
apropriadamente, de “dispositivo fusível”. Assim, no caso mais gerado de
um dispositivo fusível, seus componentes são:

• Base – parte fixa do dispositivo, possuindo contatos e terminais.

• Porta-fusível – parte móvel do dispositivo, em que é instalado o


fusível.

• Elo fusível – parte substituível do dispositivo e que deve ser


trocado sempre que o dispositivo atuar. Esse é o elemento que
deve se fundir sempre que percorrido por uma determinada
corrente, em um tempo especificado.

• Indicador – parte responsável por uma indicação visível de que o


dispositivo fusível atuou.

• Percussor – dispositivo mecânico responsável pela liberação de


energia necessária para acionar outros dispositivos ou indicadores,
ou para fazer um intertravamento quando o dispositivo fusível atua.

As normas em vigor definem três tipos de dispositivos fusíveis,


todos limitadores de corrente, a saber:

• gG – para proteção de circuitos contra correntes de sobrecarga e


correntes de curto-circuito.

• gM e aM – fornecem apenas proteção contra correntes de curto-


circuito, sendo indicados para circuitos de proteção de motores
elétricos ou como proteção de retaguarda (quando é preciso
complementar a insuficiente capacidade de interrupção de um
disjuntor, por exemplo).
Eletricidade Básica 37

Proteção Contra Sobretensões


As pessoas, os animais e os bens precisam ser protegidos contra
os efeitos prejudiciais causados por uma falta elétrica entre partes
energizadas dos circuitos com tensões nominais diferentes e outras
causas que possam suceder em sobretensões, a exemplo de fenômenos
atmosféricos e sobretensões de manobra. Já em instalações alimentadas
por rede de distribuição em baixa tensão localizadas em zonas expostas
a raios, caso seja crucial, necessitam ser instalados, na origem da
instalação, dispositivos adequados de proteção contra sobretensões, do
tipo não curto-circuitante (diferentemente de disjuntores, fusíveis), tais
como para-raios de resistência não linear de baixa tensão, como os para-
raios secundários.

IMPORTANTE:

Os dispositivos de proteção contra sobretensões, a


exemplo do DPS, podem ser necessários na origem da
instalação, mais precisamente nos pontos de entrada
ou saída dos condutores, junto aos equipamentos e, por
ventura, também ao longo da linha.

É aconselhável que sejam utilizados dispositivos de proteção contra


surtos (DPS) ao longo das linhas e junto de equipamentos sensíveis,
como computadores, centrais telefônicas e outros aparelhos eletrônicos
sensíveis a variações na tensão. A NBR 5410, fixa a capacidade mínima de
corrente do dispositivo de proteção contra sobretensões em 10 kA, em
áreas gerais, e 20 kA, para áreas críticas, com maior incidência de raios
por exemplo.

Quando ao quadro de entrada, ou quadro geral da edificação, já


está a mais de 10 metros da origem “formal” da instalação elétrica e a
planta do local apontar a impossibilidade de equipotencialização entre o
quadro e a origem, os dois pontos precisam ser objeto de proteção contra
sobretensões, como se fossem entradas ou instalações distintas.
38 Eletricidade Básica

A origem da instalação pode ser definida como o ponto logo


após o medidor de energia elétrica, se a instalação é atendida em baixa
tensão pela concessionária ou na saída dos terminais secundários do
transformador de média tensão/baixa tensão, se a instalação é atendida
em média tensão. É importante destacar também as regras gerais
relacionadas ao aterramento, que pressupõem interligações entre os
eletrodos de aterramento existentes no ponto de entrada/origem e no
quadro geral da instalação.

Para proteger equipamentos eletrônicos sensíveis contra sobre-


tensões, no caso em que estes sejam alimentados entre fases, os dispo-
sitivos contra sobretensões precisam ser conectados em cada uma das
fases e no condutor de proteção do circuito. Já quando os equipamentos
sensíveis forem alimentados entre fase e neutro, os dispositivos de prote-
ção contra sobretensões precisam ser ligados entre fase e neutro, e entre
o neutro e o condutor de proteção da instalação.

Dispositivo de Proteção Contra Surtos – DPS


O DPS é um dispositivo de proteção contra surtos elétricos, o qual
é de suma importância para a proteção de equipamentos elétricos e
eletrônicos, evitando danos a esses quando ocorre um surto. Os surtos
elétricos ocorrem por conta de vários fatores, entre eles as descargas
atmosféricas que atingem redes elétricas, de transmissão ou distribuição,
as partidas de grandes motores e outros problemas que podem acontecer
nas instalações elétricas.

VOCÊ SABIA?

Há três classes de DPS, mas o princípio de funcionamento


de todas as classes é muito similar, sendo que o dispositivo
de proteção contra curto atua a partir da relação entre seus
componentes e materiais internos, a exemplo do varistor,
que é a peça chave para o funcionamento do DPS.

O varistor é um resistor elétrico em que o valor da sua resistência


muda de acordo com a tensão que é aplicada sobre ele. Quanto maior
Eletricidade Básica 39

for a tensão, menor será o valor da resistência do varistor e quanto menor


a tensão, maior a oposição à passagem de corrente pelo varistor, sendo
a resistência inversamente proporcional à tensão do varistor. O principal
benefício desse elemento é o tempo de resposta extremamente rápido.

Quando ocorre o surto na rede, a tensão é absurdamente alta, assim


uma tensão desse tipo atravessando o DPS faz a resistência desse ser
próxima de zero, ofertando um caminho com menor objeção à passagem
da corrente elétrica, escoando essa energia altíssima para o sistema de
aterramento. Assim trabalha o varistor no interior do DPS. A velocidade
com que o DPS desvia o surto para o sistema de aterramento é da ordem
de frações de segundo, sendo esse tempo insuficiente para o disjuntor
detectar a anomalia, por essa razão o DPS só funciona com fase ligada de
um terminal e terra ligado no outro.

Quando um DPS é acionado, o mesmo fecha um curto-circuito


entre a fase e o terra. No entanto, como o tempo de atuação do DPS é
extremamente curto, esse curto circuito não é capaz de causar prejuízos a
instalação ou equipamentos. Contudo, assim como todo dispositivo, o DPS
também chega ao fim de sua vida útil e isso acontece quando seu circuito
interno já não é mais capaz de fazer o fechamento entre fase e terra com
a velocidade necessária. O problema mais grave ocorre em casos que o
dispositivo de proteção contra surtos queima e o curto-circuito formado
entre fase e terra se torna permanente, por essa razão há a necessidade
de fazer a instalação de um dispositivo de seccionamento do circuito em
que o DPS está conectado.
40 Eletricidade Básica

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que a
proteção contra choques elétricos possui duas linhas de
defesa, que são a proteção básica a proteção supletiva.
Também viu que a proteção contra choques elétricos está
intimamente ligada ao tipo de esquema de aterramento
da instalação e os dispositivos adequados para proteção
contra choques a depender do esquema são: esquema TN
deve-se usar o DR, no esquema TN-S pode-se utilizar o
DR ou dispositivo a sobrecorrente, no esquema TT apenas
o DR e no esquema IT pode-se usar o DR ou dispositivo
a sobrecorrente, a depender de como as massas estão
aterradas. Você viu também o que é a proteção contra
sobrecorrentes, ela normalmente ocorre com um emprego
de disjuntor termomagnético para uso geral, mas os
disjuntores podem ter disparadores magnéticos, térmicos e
eletrônicos. Pode-se utilizar os dispositivos fusíveis também
para proteção contra sobrecorrentes, tanto de sobrecarga
como de curto-circuito, a depender do tipo de dispositivo
fusível. Por fim, você viu a importância da proteção contra
sobretensões, podendo-se utilizar para-raios em casos
específicos e o DPS em casos mais gerais, desde que
atendam as especificações das normas em vigor.
Eletricidade Básica 41

Regras de Segurança para evitar Acidentes

OBJETIVO:

Ao término desse capítulo você conhecerá as principais


medidas de segurança nas instalações elétricas e os
principais equipamentos de proteção utilizados.

Introdução
Muitas medidas de prevenção de acidentes envolvendo eletricidade,
em especial o choque elétrico, passam pela isolação, barreiras,
aterramento, dispositivos de proteção, a exemplo dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) e os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC),
ferramentas com certificação e boas práticas de segurança do trabalho.

Para prevenir que um indivíduo receba uma descarga elétrica


causada por um choque elétrico, equipamentos como motores elétricos
e máquinas de maior porte, necessitam ter suas carcaças aterradas
adequadamente, com o objetivo de escoar as correntes elétricas
resultantes de falha no isolamento do equipamento ou contato com
circuito energizado. Com um bom aterramento, o curto-circuito resultante
do choque elétrico é capaz de acionar o dispositivo de proteção e evitar
maiores danos.

Veja nas próximas seções algumas das medidas e procedimentos


de segurança mais utilizados em instalações elétricas.

Equipamento de Proteção Coletiva – EPC


Para realizar serviços em instalações elétricas e nas suas
proximidades, necessitam estar previstos e adotados equipamentos de
proteção coletiva (EPC). EPC é todo dispositivo, sistema, ou meio fixo ou
móvel, de abrangência coletiva, designado a proteger a integridade física
e a saúde de operários, usuários e terceiros.
42 Eletricidade Básica

As medidas protetivas coletivas abrangem procedimentos e a


utilização de equipamentos de isolamento das partes vivas, em adição
ao posicionamento de obstáculos, barreiras e sinalização, sistema de
seccionamento automático da alimentação, bloqueio do religamento
automático e aterramento de proteção e funcional das instalações
elétricas.

Os principais equipamentos de proteção coletiva utilizados e suas


finalidades são:

• Cone de sinalização – serve para a sinalização de áreas de


trabalho e obras, normalmente em vias públicas, rodovias, além
de orientação do trânsito de veículos e de pedestres. O cone pode
ser utilizado juntamente com o sinalizador STROBO, fita zebrada,
bandeirola, dentre outros.

• Fita de sinalização – é usada quando é necessária a delimitação


e isolamento de áreas de trabalho.

• Grade metálica dobrável – serve para isolar e sinalizar áreas de


trabalho, poços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e
outras circunstâncias análogas.

• Sinalizador STROBO – sua função é a identificação de obras,


serviços, atendimentos e acidentes em rodovias e vias públicas.

• Banqueta isolante – serve para isolar o trabalhador do solo


enquanto ele está trabalhando no equipamento guindauto, em
regime de linha energizada;

• Manta e cobertura isolantes – elas servem para isolar as partes


energizadas da rede enquanto há execução de tarefas na mesma.

Equipamentos de Proteção Individual – EPI


O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo de
utilização individual usado pelo trabalhador, com o objetivo de proteger
contra riscos passível de prejudicar a saúde e a segurança do operário no
trabalho.
Eletricidade Básica 43

A empresa é obrigada a oferecer gratuitamente ao empregado


o EPI compatível com o risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento nos seguintes casos:

• Se as medidas de ordem geral ou coletiva não propiciarem


proteção completa contra os riscos de acidentes do trabalho ou
de doenças relacionadas à ocupação.

• Durante o tempo em que as medidas de proteção coletiva


estiverem sendo implementadas.

• Para atender circunstâncias de emergência.

Os EPIs podem ser divididos de acordo com a parte do corpo que


vão proteger ou a depender da atividade exercida, veja a seguir.

Proteção da Cabeça
Os EPIs usados para proteção da cabeça do trabalhador agentes
meteorológicos, típicos de trabalhos a céu aberto, trabalho em local
confinado, impactos oriundos de queda de objetos, choque elétrico,
queimaduras e irradiação solar. Normalmente são utilizados os EPIs:

• Capacete de proteção tipo aba frontal (jóquei).

• Capacete de proteção tipo aba total.

• Capacete de proteção tipo aba frontal com viseira.

Proteção dos Olhos e Face


São utilizados óculos de segurança para proteção, com lente incolor
ou com lente em tonalidade escura, como EPI de proteção de olhos e
face contra impactos mecânicos, raios ultravioletas e partículas volantes.

Proteção Auditiva
Os EPIs de proteção auditiva possuem a finalidade de proteger os
ouvidos em atividades e locais que possuem ruídos excessivos. Há dois
tipos de EPIs de proteção auditiva, são eles:

• Protetor auditivo tipo concha.

• Protetor auditivo tipo inserção (plug).


44 Eletricidade Básica

Proteção dos Membros Superiores


Os EPIs para proteção dos membros superiores são luvas, mas
cada tipo de luva a depender do material de fabricação, serve para um
determinado tipo de atividade, a saber:

• Luva isolante de borracha – protege mãos e braços contra


choques elétricos típicos de atividades com circuitos energizados.

• Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha


– é usada apenas com a finalidade de proteger a luva isolante de
borracha.

• Luva de proteção em raspa e vaqueta – usada para proteção das


mãos e braços contra agentes escoriantes e abrasivos.

• Luva de proteção tipo condutiva – usada para proteger mãos


e punhos quando o operário realiza atividades com potencial
elétrico.

• Luva de proteção em borracha nitrílica – usada para proteger


mãos e punhos contra agentes biológicos e químicos.

• Luva de proteção em PVC (hexanol) – usada para proteção


das mãos e punhos contra recipientes que contém graxa, óleo,
solvente e ascarel.

Proteção dos Membros Inferiores


De modo semelhante ao caso dos EPIs para proteção de membros
inferiores, a proteção dos membros inferiores é feita, em sua maioria,
por calçados, cada um com uma finalidade a depender do material de
fabricação e do tamanho, a saber:

• Calçado de proteção tipo botina de couro – usada para proteger


os pés contra escoriações, torção, derrapagens e umidade.

• Calçado de proteção tipo bota de couro (cano médio) – usada


para proteger os pés e pernas contra torção, escoriações, umidade
e escorregões.
Eletricidade Básica 45

• Calçado de proteção tipo bota de couro (cano longo) – serve para


proteger pés e pernas contra escoriações, torções, escorregões,
umidade e ataquem de animais, principalmente peçonhentos.

• Calçado de proteção tipo bota de borracha (cano longo) – serve


para proteger pés e pernas contra agente químicos agressivos,
derrapagens e umidade.

• Calçado de proteção tipo condutivo – é usado para proteger os


pés quando o operário está realizando atividades com potencial
elétrico perigoso.

• Perneira de segurança – serve para proteger as pernas contra


objetos cortantes, perfurantes e ataque de animais peçonhentos.

Vestimentas de Segurança
Confira a seguir as principais vestimentas de seguranças utilizadas
como equipamentos de proteção individual e suas finalidades.

• Blusão e calça em tecido impermeável – utilizados para proteger


o corpo contra produtos químicos, chuva e umidade.

• Vestimenta de proteção tipo apicultor – usada para proteger o


indivíduo contra picadas de vespas, abelhas, marimbondos etc.

• Vestimenta de proteção tipo condutiva – usadas para proteger


o trabalho quando o usuário está realizando atividades com
potencial elétrico.

Proteção e Combate a Incêndios


A proteção contra incêndios é um assunto com mais complexidade
do que possa aparentar. A priori, supõe-se que ela é formada pelos
equipamentos de combate à incêndios presentes nas edificações No
entanto, os equipamentos formam apenas uma parte de um conjunto,
sendo necessário o treinamento e conhecimento das pessoas envolvidas
na edificação, tanto residentes como operários.
46 Eletricidade Básica

IMPORTANTE:

Para o combate a incêndio ser eficaz, os ocupantes


da edificação deverão conhecer e manusear de forma
adequada os equipamentos de combate a incêndio, assim
como proceder de forma calma e com racionalidade
sempre que ocorrer início de fogo, extinguindo-o e/
ou pedindo ajuda ao Corpo de Bombeiros por meio do
telefone 193.

Classes de Incêndio
Os incêndios são categorizados conforme as características dos
seus materiais combustíveis. Apenas conhecendo a natureza do material
que está queimando, é possível encontrar a melhor maneira para uma
extinção do fogo rápida e segura. Confira a seguir quais são as classes de
incêndio e suas principais características.

• Classe A: é caracterizada por fogo em materiais sólidos, os quais


queimam em superfície e em profundidade, restando apenas
resíduos, brasas e cinzas após a queima. Esse tipo de incêndio é
cessado normalmente pelo método de resfriamento, mas às vezes
o fogo é extinto por abafamento por meio de jato pulverizado.

• Classe B: é caracterizada por fogo em combustíveis líquidos


e inflamáveis, os quais queimam em superfície e não deixam
resíduos após a queima. Esse tipo de incêndio é eliminado pelo
método do abafamento.

• Classe C: é caracterizada por fogo em materiais ou equipamentos


energizados, normalmente equipamentos elétricos e a extinção
apenas pode ser feita com agente extintor não-condutor de
eletricidade, nunca com extintores de água ou espuma. Para
apagar um incêndio Classe C, primeiramente deve-se desligar o
quadro de força, porque dessa forma o incêndio passará a ser um
de Classe a ou Classe B.
Eletricidade Básica 47

• Classe D: é caracterizado por fogo em metais pirofóricos, como


alumínio, antimônio e magnésio, os quais são difíceis de serem
apagados e a extinção acontece pelo método do abafamento.
Nessa classe de incêndio, nunca se deve usar extintores de água
ou espuma para apagar o fogo.

Métodos de Extinção do Fogo


Partindo-se da premissa de que, para existir fogo, são necessários
o combustível comburente e o calor, constituindo o triângulo do fogo
ou, mais recentemente, o quadrado ou tetraedro do fogo, em que se
reconhece a existência de uma reação em cadeia. Para se extinguir o
fogo, basta remover um desses elementos citados.

Com a remoção de um dos elementos do fogo, há quatro métodos


de extinção que podem ser usados no combate de incêndios:

• Extinção por retirada do material (isolamento) – esse método


é formado por duas técnicas: retirar o material que está pegando
fogo e retirar o material que está próximo ao fogo.

• Extinção por retirada do comburente (abafamento) – esse


método é resumido em diminuir ou impedir o contato do oxigênio
com o combustível.

• Extinção por retirada do calor (resfriamento) – esse método


compreende a eliminação do calor por meio da diminuição da
temperatura, até que o combustível não dê origem a mais gases
ou vapores e se apague.

• Extinção química – esse método compreende o seguinte: o


combustível, perante a ação do calor dá origem a gases ou vapores,
os quais ao se combinarem com o comburente, constituem uma
mistura inflamável. Se utilizarmos determinados agentes extintores
para combater o fogo, suas moléculas se dissociarão devido à
ação do calor e se combinarão com a mistura inflamável, vapor ou
gás em adição ao comburente, produzindo outro tipo de mistura
não inflamável.
48 Eletricidade Básica

Prevenção de Incêndio
• Os principais cuidados necessários para prevenir incêndios são:

• Obedecer às proibições de fumar no lugar de trabalho.

• Não riscar fósforos, nem acender isqueiros ou ligar aparelhos


celulares em lugares sinalizados.

• Conservar o local de trabalho organizado e limpo.

• Evitar a acumulação de lixo em locais inadequados.

• Pôr os materiais de limpezas em embalagens próprias e


identificadas.

• Preservar as áreas de escape acessíveis e desobstruídas, sem deixar


materiais nos corredores e escadas, mesmo que temporariamente.

• Não deixar aparelhos elétricos ligados após o uso, sendo


recomendada a retirada destes da tomada.

• Não fazer consertos em interruptores e tomadas elétricas, a menos


que seja por alguém apto e familiarizado.

• Não sobrecarregar instalações elétrica utilizando o plug T, pois o


mesmo oferece riscos de aquecimento e curto-circuito.

• Examinar se não há nenhum equipamento elétrico ligado, antes


de sair do local de trabalho.

• Conhecer e respeitar as normas de segurança ao manipular


produtos explosivos ou inflamáveis.

• Guardar os materiais inflamáveis em lugares reservados e à prova


de fogo.

• Não encobrir condutores elétricos, como fios e cabos, com tapete.

• Ao usar materiais inflamáveis, utilize-os em quantidades pequenas,


guardando-os sempre na posição vertical e na embalagem adequada.

• Não usar chama ou aparelho de solda próximo de materiais


inflamáveis.
Eletricidade Básica 49

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu a
importância dos equipamentos de proteção coletiva (EPC),
viu algumas medidas protetivas coletivas e aprendeu
que os principais EPCs que são: cone de sinalização,
fita de sinalização, grade metálica dobrável, sinalizador
STROBO, banqueta isolante, manta e cobertura isolantes.
Você também viu a importância e necessidade dos
equipamentos de proteção individual (EPI) e os mesmos
podem ser fornecidos pelo empregador, a depender do
caso. Os EPIs são classificados de acordo com a parte
que protegem, assim esses equipamentos são divididos
em: protetores de cabeça, protetores dos olhos e face,
protetores auditivos, protetores dos membros superiores,
protetores dos membros inferiores e vestimentas de
segurança. Por fim, você viu a necessidade da proteção
e combate a incêndios, aprendendo sobre as classes de
incêndio, métodos de extinção do fogo e quais são os
principais cuidados necessários para prevenir incêndio.
50 Eletricidade Básica

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). NBR
5410:2004. Instalações Elétricas de Baixa Tensão: Electrical installations
of buildings - low voltage, [S. l.]: ABNT, p. 1-209, 2008.

CPNSP (São Paulo). Norma regulamentadora Nº 10: Segurança em


instalações e serviços em eletricidade. São Paulo: s. n., 2015.

MATTEDE, H. Disjuntor caixa moldada e suas aplicações!. [S. l.],


2020. Disponível em: https://www.mundodaeletrica.com.br/disjuntor-
caixa-moldada-e-suas-aplicacoes/ Acesso em: 8 jan. 2021.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO DO BRASIL (Brasil). NR


10. Norma Regulamentadora Nº 10: Segurança em instalações e serviços
em eletricidade, S. l., p. 1-21, 2016.

MORENO, H.; SOUZA, J. R. A. Guia EM da NBR 5410. São Paulo: Rev.


Eletricidade Moderna, 2001. 289 p.

SOUZA, J. L. M. Condutores Elétricos: Dimensionamento e


Instalação. 2019. 45 p. Notas de Aula (Bacharel em Engenharia Agrícola) -
Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2019.

UNESP. Laboratório de Ensino do DEE; UNIVERSIDADE


ESTADUAL PAULISTA . Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA. SEGURANÇA EM ELETRICIDADE: NORMAS DE CONDUTA EM
EXPERIMENTOS COM RISCO POTENCIAL DE ACIDENTE. 2ª. ed. rev. e
atual. Ilha Solteira - SP: s. n., fevereiro 2006. 13 p.

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