Tullis 2007

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No estudo realizado por TULLIS et al.

(2007) foram desenvolvidas


novas relações adimensionais da carga submersa, tanto para vertedouros
labirinto, como para vertedouros lineares, com crista de perfil chanfrado.
Segundo os autores, todas as vantagens descritas em inúmeros trabalhos
relacionados à vertedouros labirinto, resultam em uma gama de aplicações
dessa estrutura, inclusive quando a submersão é uma fator a ser considerado.
TULLIS et al. (2007) afirmam que estruturas como vertedouros labirinto de
baixa carga de operação, instalados em canais levemente inclinados, ou onde
o canal de jusante é restrito e/ou com muita vegetação, podem estar sujeitas a
submersão.
Os vertedouros são normalmente projetados para condições de escoamento
livre, na qual a superfície livre da água a jusante está abaixo da crista. Sob
essas condições, a relação entre a carga e a vazão do vertedouro é governada
principalmente pela geometria deste e pelas condições do escoamento no
canal de aproximação. Quando o nível de água de jusante excede a elevação
da crista, o vertedouro é submerso, sendo necessária uma maior carga de
montante para a passagem do fluxo, para uma dada vazão, se comparado às
condições de escoamento livre.
VILLEMONTE (1947), apud TULLIS et al. (2007), desenvolveu uma relação
baseada no fator de redução do fluxo, que descreve os efeitos da submersão
relativos a performance hidráulica de vertedouros lineares com crista de perfil
chanfrado. Essa relação também foi utilizada em vertedouros labirinto, já que
não existiam dados específicos para esses casos. Vários pesquisadores
publicaram em seus estudos relações de submersão baseadas em um fator de
redução de vazão (vazão do escoamento submerso/vazão do escoamento
livre) para vertedouros lineares com perfil de crista chanfrado, em função da
razão de submersão (carga piezométrica a jusante/carga piezométrica a
montante).
TAYLOR (1968), apud TULLIS et al. (2007), verificou que o fator de
amplificação da vazão para escoamento submerso era maior que esse mesmo
fator para o escoamento livre, e concluiu que os efeitos causados pela
submersão eram menos significantes em vertedouros labirintos do que em
vertedouros lineares.
Através de testes realizados em três tipos de vertedouro labirinto com crista
de perfil chanfrado, TULLIS et al. (2007) determinaram dois novos coeficientes
adimensionais. O primeiro relaciona a carga total de jusante e de montante
para as condições de escoamento livre (Hd/Ho), e o segundo determina o fator
de amplificação da carga de montante (H*/Ho), que relaciona a carga total em
condições de submersão (H*) e em condições de escoamento livre (Ho).

O experimento foi conduzido para várias faixas de vazões e níveis de


submersão. A influência da variação de diversos tipos de perfil de crista dos
vertedouros labirinto submetidos à submersão foi admitida como pequena,
entretanto os autores afirmam que essa consideração deve ser melhor
investigada.
O fator de redução da vazão foi calculado para todos os dados experimentais
e comparado com os obtidos pela equação proposta por VILLEMONTE (1947),
apud TULLIS et al. (2007). Os resultados sugeriram que o fator de redução da
vazão causado pela submersão, em vertedouro labirinto, é menor, se
comparado ao vertedouro linear, para o mesmo parâmetro adimensional Hd/Ho,
estando em coerência, portanto, com as conclusões apresentadas por
TAYLOR (1968), apud TULLIS et al. (2007).
Os resultados do estudo de TULLIS et al. (2007) mostraram semelhanças
entre os comportamentos dos vertedouros labirinto e linear. Ao passo que o
nível de submersão (Hd /Ho) se aproxima de zero, a carga de montante na
condição submersa se aproxima da carga na condição de escoamento livre.
Com o aumento o nível de submersão, o nível de água a jusante se aproxima
do nível de água de montante. Quando esse se iguala à carga total a montante,
o vertedouro labirinto deixa de funcionar como uma estrutura de controle.
Os autores verificaram uma pequena variação nos efeitos de submersão entre
estruturas com α igual a 7º, 8º e 20º. Quando este ângulo tende a 90º, o
desempenho da estrutura submersa se aproxima daquele apresentado por um
vertedouro linear.
As relações do parâmetro Hd /Ho desenvolvidas nesse estudo mostraram que:
a) a submersão não inicia até que o nível de água de jusante exceda a crista
do vertedouro;

b) a carga total de montante não causou efeito significativo na


submersão, até que esta represente mais que 50% da carga total de jusante; o
maior nível de submersão ocorre quando a carga total de jusante é igual a de
montante.

As equações proposta por VILLEMONTE (1947), apud TULLIS et al.


(2007), apesar de apresentarem bons resultados para vertedouros lineares,
não prevêem com precisão a submersão para vertedouros labirinto (erro
máximo = 22% e erro médio = 8,9%).
TULLIS et al. (2007) afirmam que a relação entre a vazão e a carga de um
vertedouro labirinto submerso pode ser precisamente representada pelos
parâmetros adimensionais propostos que relacionam a carga total de montante
e de jusante, com a carga de montante associada ao escoamento livre e a
vazão.

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