DT UOR Electromecânica 101635

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
ELECTROMECÂNICA

Desenho Técnico para


Electromecânica
 Curso de Licenciatura em Eletromecânica

Prof.: João Filipe Nduca

Luanda, 2024/2025
INTRODUÇÃO

O Desenho Técnico é uma forma de representação gráfica utilizada


para transmitir, de maneira precisa, as características de um objecto, peça ou
sistema. Diferentemente de um desenho artístico, o desenho técnico é regido
por normas e padrões que garantem que o entendimento seja unificado e exato
entre diferentes profissionais, como engenheiros e técnicos.

Desenho Artístico Desenho Técnico


OBJECTIVOS
Geral
 Capacitar os estudantes a interpretar, elaborar e aplicar desenhos técnicos, seguindo
normas e padrões internacionais, de forma a representar de maneira precisa componentes,
sistemas e projectos eletromecânicos, facilitando a comunicação e a execução correcta de
projectos na área.

Específicos

 Familiarizar os estudantes com as normas de desenho técnico, como ISO, e os símbolos


utilizados em desenhos de componentes mecânicos e elétricos;
 Capacitar os estudantes a ler e interpretar esquemas e desenhos técnicos, sejam eles de
sistemas mecânicos ou elétricos, para garantir o entendimento correcto de projetos
complexos;
 Ensinar os métodos de projeção ortogonal e perspectivas isométricas para representar
peças e sistemas tridimensionais de forma clara e compreensível;
 Habilitar os estudantes a desenhar peças e componentes de sistemas mecânicos, como
engrenagens, eixos, e também circuitos elétricos e diagramas de painéis;
 Ensinar o conceito de tolerâncias dimensionais e geométricas, fundamentais para garantir o
funcionamento adequado de peças e componentes em um sistema eletromecânico;
 Promover a utilização de desenhos técnicos como uma ferramenta de comunicação clara
entre profissionais de diferentes áreas, como mecânica, eletrônica e automação.
IMPORTÂNCIA DE DESENHO TÉCNICO NA
ENGENHARIA
Na engenharia, especialmente na eletromecânica, o desenho técnico é
essencial para a construção, manutenção e reparação de máquinas e
sistemas. Ele permite que os engenheiros transformem ideias e conceitos
abstratos em projectos detalhados que podem ser implementados na prática.
Na eletromecânica, isso inclui o desenho de componentes mecânicos e
elétricos, como motores, sistemas de transmissão, painéis elétricos, entre
outros.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DESENHO
TÉCNICO
 Precisão: O desenho técnico deve representar fielmente as dimensões e
proporções de peças e sistemas, evitando interpretações erradas.
 Normatização: Segue normas internacionais (ISO, ABNT, DIN, etc.) que
padronizam símbolos, escalas, tipos de linha e cotas.
 Projeção Ortogonal: Utiliza vistas ortogonais (frontal, superior, lateral)
para representar um objeto em diferentes planos.
 Perspectiva Isométrica: Projeção tridimensional que facilita a
visualização de peças complexas em um espaço tridimensional.
 Cortes e Seções: Técnicas que permitem visualizar o interior de peças e
sistemas, essenciais para representar detalhes que não seriam visíveis de
outra forma.
TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

Desenho Mecânico:

 Usado para projetar peças e sistemas


mecânicos, como engrenagens, eixos e
estruturas. É fundamental para a fabricação
e montagem de máquinas.

Desenho Elétrico:

 Representa circuitos elétricos, painéis de controle e sistemas de


automação, usando símbolos padronizados para componentes como
resistores, relés e motores.

Desenho de Conjunto

 Descreve a montagem de diversos componentes em um único sistema,


detalhando a interação entre as partes e suas respectivas posições.
MATERIAIS PARA USO NO DESENHO TÉCNICO

1. Lapiseira (porta mina) – para trabalhar com desenho técnico a lapiseira/porta mina é
melhor, pois mantém uma espessura uniforme durante o traçado, eliminando a tarefa de
preparo da ponta.

Traçado (segmentos) Grafite Emprego


Tipo / Tonalidade Dureza / Espessura
HB – 0,7 Linhas definitivas e contornos
Groço contínuo e forte
H – 0,5 Texturas (hachuras) e caligrafia
Médio contínuo médio
H – 0,5 Linhas ocultas (invisíveis) e
Médio tracejado médio imaginárias
2H – 0,3 Linhas de construção (auxiliares) e
Fino contínuo claro cotas
2H – 0,3 Linhas de centro e simetria
Fino, traço-ponto, claro

Obs: Para simplificar o trabalho pode-se usar a lapiseira Linha de construçãoão


com 0,5 mm (espessura média) e dureza HB (média) e com
diferentes pressões no traçado e reforço fazer as Linha definitivas
diferenciações nos traçados.
MATERIAIS PARA USO NO DESENHO TÉCNICO
2. Borracha - A borracha deve ser do tipo macia, com capa
protetora.

3. Régua graduada (30 cm) – Deve ser do tipo transparente.


Usaremos
apenas para as construções geométricas.
4. Escalímetro – Tem um formato triangular, o que permite a
graduação de seis escalas diferentes. É muito útil para a leitura de
medidas em desenhos impressos em escalas: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75,
1:100 e 1:125.

5. Esquadros: São duas peças de


formato triangular um com ângulos de
45º e outro 30º / 60º. Você já deve ter
deduzido que o terceiro ângulo dos dois
é logicamente 90º, o que dá o nome as
peças de esquadros.
Um esquadro sempre é usado
juntamente com uma régua e / ou outro.
MATERIAIS PARA USO NO DESENHO TÉCNICO
6. Compasso: Instrumento usado para o traçado
de circunferências ou arcos, assim como o
transporte de medidas. Usaremos em construções Cabeça metálica
geométricas.
Cabeça recatilhada
para o giro
Grafite
Recomendações quanto ao uso do
compasso:
MATERIAIS PARA USO NO DESENHO TÉCNICO

7. Transferidor - Instrumento usado para medir ou marcar ângulos.


RECOMENDAÇÕES NO TRAÇADO COM GRAFITE

 Ao desenhar com a lapiseira ou o lápis, é


importante que o instrumento seja
gradualmente rotacionado. Isto mantém uma
espessura uniforme nos traçados.

 O traçado deve ser feito sempre no sentido


de puxar a lapiseira ou o lápis e não Errada
empurrar. Desta forma você terá um maior
controle no traçado.
 No desenho com instrumentos, mantenha a
lapiseira inclinada, ligeiramente para o lado
do instrumento, régua ou esquadro. Desta
forma evita-se que o grafite suje o
instrumento de apoio e provoque borrões. Certo
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

a) Com o par de esquadros, em uma folha em branco, trace linhas paralelas horizontais,
verticais e inclinadas. Veja o exemplo abaixo e use como modelo:
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

b) Trace, na mesma folha,


segmentos de recta
concorrentes, formando entre
segmentos ângulos de 15º até
completar uma volta completa
(360º). Veja o exemplo a sua
direita e use como modelo:
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

Trace a mão livre, alternadamente, os tipos de linhas usadas em desenho técnico:


Grossa Cheia; Média Tracejada, Fina Cheia e Traço-ponto Fina.
CALIGRAFIA TÉCNICA

A caligrafia técnica é uma forma específica de escrita manual utilizada em desenhos


técnicos e projectos. Sua principal função é transmitir informações de forma clara,
padronizada e sem ambiguidade. Por isso, ela segue normas rigorosas, permitindo que
diferentes profissionais compreendam e interpretem corretamente os detalhes técnicos de
projectos de engenharia, arquitetura, design industrial, entre outros.
Devemos tomar como referência os seguintes tamanhos de letras, mostrados na tabela
abaixo:
CALIGRAFIA TÉCNICA
CALIGRAFIA TÉCNICA
CALIGRAFIA TÉCNICA – forma da
escrita vertical
CALIGRAFIA TÉCNICA – forma da
escrita inclinada
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

1. Escrever o nome completo com a caligrafia


técnica.
2. Preencher a legenda com a calegrafia técnica
ELEMENTOS DO DESENHO TÉCNICO
1. Linhas:

 Existe diferentes tipos de linhas (contínuas, tracejadas, finas)


representam as bordas visíveis e ocultas, eixos de simetria, etc.
2. Cotas:

 Indicam as dimensões exatas de uma peça ou sistema, incluindo


comprimento, largura, diâmetro e ângulos.
3. Escalas:

 Redução ou ampliação das dimensões reais de um objecto, permitindo


que ele seja desenhado em um tamanho prático para visualização e
produção.
4. Símbolos:

 Símbolos normalizados representam componentes como parafusos,


motores, válvulas, interruptores, entre outros.
PROJEÇÕES ORTOGONAIS

As projeções ortogonais são um método de representação gráfica


no qual um objeto tridimensional é projetado em superfícies planas,
formando vistas bidimensionais. Estas vistas mostram diferentes ângulos de
uma peça para descrever suas formas e dimensões de maneira precisa. As
três vistas principais são:

 Vista Frontal: Mostra a face dianteira do


objeto, sendo a principal referência para as
outras vistas;

 Vista Superior (planta): Exibe a parte


superior da peça, como se fosse vista de
cima;

 Vista Lateral (perfil): Apresenta um dos


lados da peça (geralmente o direito ou
esquerdo).
TIPOS DE PROJEÇÕES

1. Cônica ou central Oblíqua

Oblíqua

2 . Cilíndrica ou paralela

Ortogonal
ELEMENTOS BÁSICOS DA PROJECÇÃO

 Plano de projeção.
 Objeto.
 Raio projetante.
 Centro de projeção.
Cortes e Seções

1. Corte Total:

O corte total é um tipo de representação gráfica onde o objecto é


"cortado" por um plano imaginário ao longo de toda a sua extensão. Isso permite
que o desenho mostre as partes internas que normalmente não seriam visíveis em
uma vista externa. Esse corte atravessa todo o comprimento ou largura da peça,
exibindo todas as características internas do objeto.
2. Corte Parcial:

O corte parcial representa apenas uma parte específica da peça, deixando o


restante intacto na vista. Esse corte é utilizado quando apenas uma área ou
detalhe interno da peça precisa ser evidenciado, sem a necessidade de representar
todo o objecto em corte.
3. Seção:

Uma seção é a representação de uma área ou superfície interna do objecto


resultante de um corte. A seção pode ser usada para destacar uma
determinada parte da peça, exibindo seu perfil, como seria visualizado após
o corte. As áreas seccionadas geralmente são hachuradas para indicar que se
trata de uma parte interna.
Perspectiva Isométrica
 Vistas Ortogonais:

As vistas ortogonais são representações


bidimensionais de uma peça tridimensional em
diferentes planos (frontal, superior e lateral).
Cada vista é projetada perpendicularmente ao
plano da peça, sem inclinação. Essas vistas são
usadas para mostrar as dimensões e formas
precisas da peça sem distorções. Entretanto, as
vistas ortogonais não fornecem uma noção
clara de como a peça aparece em 3D, pois elas
mostram apenas um lado de cada vez.
 Perspectiva Isométrica: A perspectiva isométrica, por outro lado, é uma
projeção tridimensional onde o objeto é desenhado com todas as três dimensões
visíveis em um único desenho. As linhas paralelas ao eixo X, Y, e Z são
inclinadas a 30° ou 120° em relação ao plano do papel, sem distorção de escala.
Isso permite que a peça seja visualizada em 3D, dando uma ideia clara de sua
forma e estrutura geral.
BIBLIOGRAFIAS

1. SEGUI, William T. *Engineering Drawing and Design*. Cengage Learning, 2011.


2. LEONARDO, Eduardo. *Desenho Técnico Básico*. LTC, 2007.
3. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. *Normas Técnicas e Documentação*. 3ª ed., LTC,
2008.
4. BERTOLINI, Orlando. *Desenho Técnico Industrial*. LTC, 2015.
5. FREITAS, Vicente de Paulo. *Projeções Ortogonais*. LTC, 2012.
6. OLIVEIRA, E. G. *Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico*.
Editora Érica, 2017.
7. MACHADO, Átila O. *Tolerâncias e Ajustes: Aplicações Práticas em Desenho
Técnico e Projetos de Engenharia*. LTC, 2013.
8. SENAI. *Desenho Técnico para Eletricidade e Eletromecânica*. SENAI, 2018.
OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO!

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