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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO DE PEDAGOGIA

DISCENTES: PEDRO HENRIQUE RODRIGUES DA SILVA, MATHEUS


GOMES DOS SANTOS, RODRIGO NASCIMENTO ALVES, LINDA CRISTIAN
DOS SANTOS MOURA, JENNIFER KAYANE MIRANDA DE SOUZA,REBECA
DE OLIVEIRA SILVA E ISMAEL SILVA DE OLIVEIRA

DOCENTE: RAQUEL CARINE MARTINS

PRÉ-PROJETO DE PESQUISA: EDUCAÇÃO ÉTNICA-RACIAL E O


COLORISMO NA SOCIEDADE

FORTALEZA - CEARÁ
2024
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

EDUCAÇÃO ÉTNICA-RACIAL E O COLORISMO NA SOCIEDADE


CONTEMPORÂNEA

Projeto de pesquisa
apresentado a docente
Raquel Carine Martins.

Fortaleza
2024
1. INTRODUÇÃO

O Brasil ao longo de sua história estabeleceu um modelo de desenvolvimento


excludente, com políticas de eliminação física e simbólica da população
afro-brasileira, originando carência de uma educação étnico-racial nas escolas
brasileiras contribuindo para a perpetuação da desigualdade, racismo e
intolerância. Tais práticas aumentam cada vez mais a separação de nossa
sociedade, entre discriminadores e discriminados, fortalecendo assim ao
racismo estrutural, e até mesmo a exclusão escolar, construindo barreiras
hierárquicas na “Ideologia do branqueamento” ocasionando assim na
invisibilidade das culturas de identidade da sua linhagem com a intenção de
desvalorizar a diversidade afrodescendente com todo seu potencial e história,
no qual o negro adota uma postura de expressões, princípios, abandonando
sua etnia , tendo que embranquecer seu mundo de atividades morais e sociais
estimuladas pela população branca , deixando de lado suasraízes hierárquicas.
A pigmentocracia reforça mais ainda que as discriminações e miscigenação
serão favorecidas pela classificação social de cor em detrimento de uma pele
mais escura, sendo assim vista como uma realidade sutil e desigual, porém
enraizadas em nossa sociedade. Esse conceito pede reflexão e diálogo na
elaboração de uma desconstrução dos processos deixados pelo século
passado, no qual a mentalidade escravocrata prevalecia, bastante combatida
pelos movimentos sociais de luta e garantia de direitos por nomes e grupos
lembrados na construção de igualdades deixado nos livros de histórias, que
acima de tudo não possibilita oportunidades no acesso pleno dessa população
no campo da educação, impedindo-os ao mecanismo de transformação e
desenvolvimento de suas doutrinas e convívio sociais ideológicos de seu
caráter.
Nesse sentido, é necessário promover políticas públicas, de forma
democrática, descentralizada e transversal as quais procuram reparar danos,
reduzir diferenças e promover o respeito a heterogeneidade, o crescimento da
pluralidade, estimulando
a formação de preceitos, hábitos e comportamentos, propondo a reverência
sobre diferenças e características próprias dos grupos. Nesta perspectiva a
importância de fortes repercussões pedagógicas deve ser realizada, em órgãos
governamentais, no intuito de enaltecer o patrimônio histórico -cultural
afro-brasileiro, salientando a necessidade de estudos sobre as problemáticas
inseridas ao longo do tempo, reconhecendo toda sua estrutura a fim de superar
a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, em seus
diferentes níveis de ensino.

2. PROBLEMA

Um dos principais desafios relacionados à "Educação étnico-racial" é a falta de


formação adequada para educadores. Muitos professores não se sentem
preparados para abordar esse tema em sala de aula, o que implica a falta de
preparo diante de alguns educadores e os problemas que surgem nesse
contexto. Além disso, a falta de recursos adequados também dificulta a
abordagem desses conteúdos. É importante ressaltar como a desigualdade
social afeta negativamente as pessoas negras. Bell Hooks, em sua obra sobre
educação e raça, discute como a desigualdade impacta profundamente essas
pessoas e como o acesso a recursos educacionais de qualidade é precarizado,
perpetuando a falta de oportunidades. Ademais, a sociedade apresenta uma
formação hostil que afeta a identidade e a autoestima de pessoas pretas,
pardas e negras; essa desvalorização se reflete na educação, onde as vozes e
histórias dessas pessoas muitas vezes são silenciadas ou mal interpretadas.
Entretanto, a educação étnico-racial é uma estratégia para combater os
obstáculos raciais e promover a valorização dessas etnias. Porém, o fenômeno
do colorismo, enraizado na sociedade, traz outras complexidades que afetam a
experiência educacional dos alunos negros. O colorismo é um sistema que
oprime e valoriza os indivíduos de pele clara em detrimento dos de pele escura,
mesmo dentro da mesma etnia (Davis, 1981). Essa dinâmica é perceptível em
várias esferas, incluindo a educação. De acordo com o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), alunos de pele mais clara
frequentemente recebem mais atenção e oportunidades, enquanto os de pele
escura enfrentam estigmas que podem afetar sua auto identificação e seu
desempenho escolar. Uma problemática é que as escolas não questionam os
estereótipos negativos colocados a pessoas de pele mais escura, isso reflete
em uma visão que muitas vezes ignoram as histórias e as culturas, reforçando
a ideia de inferioridade. Angela Davis traz consigo uma perspectiva de luta
contra o racismo. Davis aborda que mulheres negras são frequentemente
exacerbadas pelo colorismo. Logo, temos a importância de ter uma escola que
não apenas informa, mas também empodere. Pois, a inclusão de discussões
sobre colorismo e educação étnica-racial é crucial para a formação de
identidades positivas entres estudantes negros(as).
Abordar uma educação etinico racial é fundamental para desenvolver uma
consciência crítica sobre a história e a cultura, reconhecendo as lutas e as
contribuições de povos racialmente discriminados. A marcha de Zumbi dos
Palmares, realizada no dia (20) de novembro, data em que se comemora o dia
da consciência negra, é um evento que celebra a resistência e a luta pela
liberdade.

3. OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO

3.1 Objetivo geral

Analisar as relações entre a educação étnico-racial e o colorismo na sociedade


contemporânea, buscando compreender como essas questões influenciam a
formação da identidade e a experiência escolar de indivíduos pertencentes a
diferentes grupos étnicos e raciais, e investigar como o colorismo impacta a
experiência educacional de estudantes de diferentes tons de pele, enfatizando
a dificuldade de identificação e pertencimento da cultura, onde existe o
pensamento de estar perdido enfrentada por aqueles que se encontram em
posições de interseccionalidade. O estudo busca compreender as implicações
desse fenômeno na formação da identidade racial, nas dinâmicas de inclusão e
como a exclusão no ambiente escolar afeta os estudantes e também propor
estratégias pedagógicas com o objetivo de dar importância a valorização da
diversidade, ao autoconhecimento e suas origens e promover também a
equidade racial no sistema educacional.
3.2 Objetivos específicos

1. Analisar como a influência do colorismo nas relações interpessoais e no


ambiente escolar age, assim identificando como diferentes tons de pele afetam
a interação entre os alunos e educadores.

2. Investigar a percepção dos alunos sobre sua identidade racial, como se


identificar,considerando como o colorismo impacta sua autoimagem, seu
conhecimento sobre suas origens, ancestralidade e seu engajamento na
educação.

3. Analisar legislações e políticas públicas existentes que tratam da educação


étnico-racial, visando garantir uma educação mais justa e igualitária para todos
os estudantes que sofrem com o preconceito racial.

4. Propor diretrizes pedagógicas que integrem a educação étnico-racial ao


currículo escolar, com foco na valorização da diversidade e na promoção do
respeito entre os alunos.

5. Realizar fóruns, palestras e oficinas em escolas e comunidades para discutir


temas de colorismo e educação étnico-racial. Incentivar a participação de
estudantes, educadores e familiares visando sensibilizá-los para as questões
do colorismo, suas identidades e suas repercussões no processo educativo.

6. Revisar currículos escolares de diferentes instituições para verificar a


inclusão de temas relacionados à diversidade étnico-racial e ao colorismo.
Analisar livros didáticos e materiais complementares utilizados nas aulas.

7. Propor um conjunto de materiais que ajudem a sensibilizar estudantes e


educadores sobre a importância da diversidade e do respeito às diferenças.
4. HIPÓTESE

● Implementação eficaz e ampliada da Lei 10.639/2003: Não basta


apenas que a história e a cultura afro-brasileira sejam ensinadas; é
necessário que esse conteúdo seja tratado de forma crítica, levando em
conta questões como o racismo estrutural, o colorismo e a diversidade
racial brasileira. Além disso, é importante fiscalizar a aplicação da lei e
garantir que ela seja parte integrante do currículo de todas as
disciplinas.
● Capacitação contínua e obrigatória de professores em educação
étnico-racial: Além de ensinar conteúdos, os professores devem ser
capacitados para identificar e combater o racismo e o colorismo em suas
práticas pedagógicas. Isso pode incluir a oferta de cursos de formação
contínua e a criação de políticas escolares que incentivem o debate
sobre diversidade racial.
● Produção de materiais didáticos representativos e antirracistas:
Desenvolver materiais que contemplem a diversidade racial de forma
positiva e que abordam criticamente o colorismo. Esses materiais podem
incluir a história e contribuições de figuras negras de pele escura, assim
como a valorização estética e cultural de diferentes características
raciais.
● Criação de espaços de diálogo e acolhimento para vivências
racializadas: Estabelecer grupos de discussão e espaços de escuta nas
escolas, onde alunos possam compartilhar suas experiências com o
racismo e o colorismo. Integrar pais, responsáveis e a comunidade em
geral nas discussões sobre educação étnico-racial, incentivando um
diálogo mais amplo sobre o racismo e o colorismo fora da sala de aula
Esses ambientes proporcionam acolhimento e fortalecem a identidade
racial dos alunos, ajudando a desconstruir preconceitos internalizados.
● Incorporação de debates sobre estética e representatividade racial:
Discutir em sala de aula as formas de representação racial na mídia e na
cultura popular, destacando a importância da valorização da estética
negra, como a diversidade de tons de pele, cabelos e traços físicos
JUSTIFICATIVA

A falta de educação étnico-racial nas escolas brasileiras perpetua o colorismo


ao não promover uma compreensão crítica das relações raciais, reforçando
estereótipos e preconceitos. Nisso, inclui a invisibilidade da história africana e
indígena, a ausência de representatividade e a predominância de uma narrativa
eurocêntrica. Causas podem ser atribuídas à herança colonial, desigualdade
socioeconômica e ao culto à aparência eurocentrada. Entre os marcos
históricos, destacam-se a escravidão, a abolição sem políticas de reparação e
a Lei de Cotas, que buscou corrigir desigualdades, mas ainda enfrenta
resistência. Esses aspectos podem revelar como a educação é essencial para
a transformação social.
Essa invisibilidade contribui para a falta de discussões sobre o colorismo no
Brasil. Isso resulta na manutenção de estereótipos, na invisibilidade das
contribuições culturais afro-brasileiras e na desvalorização de identidades
negras. Isso passa muito pelo apagamento e a ausência de figuras negras e a
falta de um currículo escolar que aborde a cultura africana e sua história; isso
contribui para a falta de compreensão sobre a diversidade racial e as
desigualdades persistem. O autor Frantz Fanon, em "Pele negra, máscaras
brancas", explica um pouco dessa parte e expõe como o colonialismo foi
causador dessa invisibilidade negra em detrimento da hierarquização racial que
valoriza a branquitude. Outro fator importante na falta de educação étnico-racial
nas escolas brasileiras é o racismo estrutural, pois isso influencia diretamente
nos livros didáticos, na qualidade de ensino e nas oportunidades escolares,
impactando negativamente a vida do estudante negro. Esse tipo de racismo é
enraizado em diversas instituições, muito por conta da raiz europeia da
colonização do Brasil. Essa supervalorização da cultura europeia levou ao
apagamento de outras culturas e isso contribui para o racismo estrutural, onde
só uma cultura é valorizada e as outras são marginalizadas.
Em resumo, é preciso combater todos esses tipos de preconceitos expostos
no texto, compreender quão prejudiciais à nossa sociedade eles são e
combatê-los, pois somente com uma sociedade antirracista podemos contribuir
para o fim dessas mazelas sociais.
6. METODOLOGIA

O estudo se baseia na premissa de que a leitura e a análise crítica são


essenciais para construir significados relacionados ao tema. Alunos e
professores atuarão como interlocutores, criando um ambiente propício ao
diálogo e à troca de experiências. O professor facilitará discussões e
incentivará a reflexão crítica sobre os textos, destacando a relevância da
diversidade étnico-racial.
A pesquisa será dividida em duas etapas:

Etapa 1: A partir de janeiro de 2025, realizaremos entrevistas e questionários


com os alunos de escolas de ensino médio para entender suas percepções
sobre raça, cor e identidade.

Etapa 2: Entre fevereiro e junho de 2025, após implementarem atividades


focadas na educação étnico-racial, utilizando uma variedade de textos (artigos,
literatura, documentários) que abordam questões de raça e colorismo. Os
alunos serão estimulados a escrever textos reflexivos sobre suas experiências
e o contexto social.

O texto será um componente central, permitindo que os alunos se apropriem


das discussões sobre raça e identidade. A proposta é que, através da leitura e
da produção textual, possamos não apenas compreender, mas também
transformar as relações étnico-raciais nas escolas. Ao final do projeto,
compararemos as produções textuais dos alunos antes e depois das
atividades. A expectativa é que essa reflexão promova a conscientização sobre
o colorismo e valorize as diversidades. Além disso, iremos promover eventos,
debates e exposições dos trabalhos dos alunos, ampliando a discussão sobre o
tema na comunidade escolar e promovendo um ambiente mais inclusivo e
consciente.
7. Cronograma de Pré-Projeto

Semana 1: Planejamento Inicial


- Reunião para discutir ideias do projeto.
- Pesquisa preliminar sobre o tema.
- Definição dos objetivos do projeto.
- Elaboração da justificativa do projeto.
- Revisão dos objetivos e justificativa.

Semana 2: Pesquisa e Levantamento de Dados


- Início da revisão de literatura.
- Continuação da revisão de literatura.
- Definição dos métodos de coleta de dados.
- Realização de entrevistas ou aplicação de questionários.
- Análise preliminar dos dados coletados.

Semana 3: Elaboração do Documento


- Estruturação do esboço do pré-projeto.
- Redação do capítulo de introdução e objetivos.
- Redação do capítulo de metodologia.
- Redação do capítulo de revisão de literatura.
- Revisão inicial do documento completo.

Semana 4: Ajustes Finais


- Revisão final do documento, incorporando feedback.
- Finalização do texto e formatação.
- Verificação da bibliografia e referências.
- Preparação dos documentos para entrega.
- Submissão final do pré-projeto.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Davis, [Angela Davis]. (1981). Mulheres, raça e classe. Disponível em:


[https://www.marxists.org/subject/women/authors/davis-angela/housework.htm]

2. Zumbi dos Palmares. (Ano).


[https://www.todamateria.com.br/zumbi-dos-palmares/].

3. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:


[https://www.ibge.gov.br/].

4. hooks, bell. (2014). Olhares negros raça e apresentações.

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