Texto Tarefa de Língua Portuguesa
Texto Tarefa de Língua Portuguesa
Texto Tarefa de Língua Portuguesa
Certa vez, apareceu um moço também muito bonito que quis casar com ela.
Contrataram o casamento. Mas Nossa Senhora, que era madrinha da noiva, lhe
apareceu e disse:
– Minha filha, tu vais te casar com o cão. Quando for no dia do casamento, depois
da festa acabada, teu marido há de querer te levar para casa dele. Tu, então, deves
dizer a teu pai que só queres ir no cavalo mais magro e feio de todos. Quando
chegares a um lugar da estrada onde faz cruz, teu marido vai tomar a esquerda, e
tu deves tomar pela direita, mostrando o teu rosário para ele estourar e sumir-se
para o inferno.
Passou-se.
Quando foi no dia do casamento houve muito divertimento, mas a moça estava
sempre triste. Quando chegou a hora da partida, veio um cavalo muito bonito para
a moça montar. Ela disse ao pai que não queria aquele, só queria o mais feio e
magro. O pai se espantou muito e não quis concordar. No fim, foi obrigado a aceitar
a vontade da filha.
– Vá o senhor adiante que sabe do caminho de sua casa e não eu que nunca lá fui.
O rei ficou muito amigo dele, tanto que quase todas as tardes o convidava para ir
passear com ele no jardim.
A rainha ficou, em poucos dias, apaixonada pelo Sargento Verde. Uma tarde, depois
de jantar, tendo o rei convidado-o para passear no jardim, ao passar ele pela rainha,
ela lhe disse:
– Olha, Sargento Verde, que lindos olhos e lindo corpo para divertir-se!
O Sargento respondeu:
– Saberá Vossa Real Majestade que Sargento Verde disse que se atrevia a subir e a
descer as escadas de palácio montado no seu cavalo, dançando e atirando para o ar
três limas, e todas três caírem num copo.
– Saberá rei meu senhor que eu não disse tal. Mas como a rainha minha senhora
disse, eu vou fazer.
Saiu muito triste, e foi contar tudo para o seu cavalo. O cavalo disse que ele não se
importasse, que no dia marcado fosse sem medo. No dia marcado, Sargento Verde
apresentou-se e andou pelas escadas a cavalo, correndo para cima e para baixo,
dançando e atirando para o ar três limas e aparando todas três num copo. Houve
muita comemoração e a rainha ficou chateada.
Passaram-se dias, indo o rei passear de novo com Sargento Verde no jardim. Ao
passar ele pela rainha, ela lhe disse:
– Saberá Vossa Real Majestade que Sargento Verde disse que era capaz de plantar
na hora do almoço uma bananeira no chão do palácio, e, quando fosse na hora do
jantar, ele já estaria deitando cachos com bananas maduras.
O rei mandou chamá-lo e perguntou-lhe se ele se atrevia a tanto, ele deu igual
resposta à primeira. Saiu chateado e foi conversar com o seu cavalo, que o animou
muito.
– Saberá Vossa Real Majestade que Sargento Verde disse que se animava a andar
montado no seu cavalo no largo do palácio, por cima de duas fileiras de ovos sem
quebrar um só. (Segue-se outra cena igual às anteriores).
No dia seguinte, o Sargento Verde caminhou diante de muita gente, por cima das
fileiras de ovos sem quebra nenhum. Houve muita festa. A rainha ainda mais
apaixonada ficou. Passados dias, ela armou-lhe novamente:
– Saberá Vossa Real Majestade que Sargento Verde disse que se atrevia a ir buscar
no fundo do mar a sua irmã, a princesa encantada.
Chamado pelo rei, Sargento ficou triste, mas não negou, e foi falar com o seu cavalo
que lhe disse:
– Já!
Estando um pouco adiante, olhou para trás e avistou o bicho que vinha danado
correndo, largou o sal e logo gerou-se no mundo um nevoeiro tamanho que o bicho
não pode ultrapassar.
– Bela!
Olhando para trás, lá vinha o bicho outra vez. Largou a carta de alfinetes e gerou-se
uma mata serrada de espinhos e a fera não pode passar.
Já perto de palácio, a moça disse:
– Tudo!
Chegaram ao fim da viagem, havendo muita alegria e muitas festas, e a rainha ainda
mais perdida ficou pelo Sargento Verde. No entanto, a princesa encantada não
falava. Ela estava muda.
Com pouco, a rainha levantou um quinto desafio ao Sargento, e foi dizer ao rei que
ele se atrevia, segundo dissera, a dar fala à muda.
O Sargento foi, como sempre, falar com o seu cavalo, que lhe disse:
– Não tenha medo. Na hora do almoço, dê com uma corda na moça, até ela dizer
qual foi a primeira palavra que disse ao sair do mar, e o que ela quer dizer com
aquilo. No jantar, faça o mesmo, e indague pela segunda. Na ceia, o mesmo e
indague pela terceira, e a princesa ficará falando.
– Já!
– Bela! Quer dizer ‘são duas donzelas, ela e o Sargento Verde que se chama Lucinda.’
– Tudo! Se Lucinda fosse homem, há muito o rei, meu irmão, seria cornudo.
Houve muito espanto com todas aquelas informações. O Sargento Verde voltou aos
trajes de moça, a princesa ainda ficou no palácio falando e o cavalo do Sargento
desencantou-se num lindo moço. Este se casou com a princesa desencantada. O rei
se casou com Lucinda, porque a rainha morreu amarrada em dois burros bravos,
por ordem de seu marido.