Saneamento Ecológico - Fechando o Ciclo

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Revista de Agricultura Urbana nº 3 - Saneamento Ecológico

Saneamento ecológico: fechando o ciclo

Steven A. Esrey - [email protected]


UNICEF, Nova York, EUA
Ingvar Andersson - [email protected]
PNUD, Nova York, EUA
Foto 1: horta de parede
Foto 2: canteiros em telhado adubado com urina humana
Foto 3: um pé de abobrinha cultivado junto a um toalete

O saneamento ecológico, que se caracteriza pela


separação da urina, pode contribuir para a segurança
alimentar, reduzir a poluição e melhorar o
gerenciamento das águas, dos solos e dos nutrientes.
Provavelmente, também pode contribuir para a saúde e
o bem estar de duas maneiras: menos transmissão de
doenças - por matar os agentes patogênicos na sua
origem - e mais segurança alimentar - por aumentar a
absorção de nutrientes. O saneamento ecológico é mais
viável financeira e ecologicamente do que os métodos
convencionais, não apenas por reduzir os
investimentos no sistema mas também por gerar
recursos por meio das atividades produtivas que
enseja. Dele resultam sistemas descentralizados que
fortalecem as comunidades ao promover as fontes
locais de suprimento e o trabalho em conjunto. Também
pode ser mais seguro do que os métodos
convencionais, e menos poluidor, reduzindo os gastos
municipais com cuidados de saúde e com a
despoluição ambiental, gerando receitas diversas, que
incluem até a dinamização do turismo.

Introdução

Uma das mais poderosas forças no mundo contemporâneo é a urbanização. Alguns dos problemas,
aparentemente desconexos, associados à urbanização - escassez de água, insegurança alimentar e poluição
- são na verdade manifestações de vários pressupostos e ações não muito aparentes. Um desses
pressupostos é que não há limites para os recursos naturais como a terra e a água. Outro conceito
equivocado é que o meio ambiente é capaz de absorver todos os dejetos resultantes do uso e abuso
daqueles recursos naturais. Esses pressupostos levam a fluxos lineares que transformam os recursos em
resíduos, que não são reciclados. Os desenvolvimentos tecnológicos que servem a esses fluxos lineares
tornaram-se parte do problema, ao invés de serem sua solução, ao permitirem o aumento da velocidade com
que se transformam recursos em resíduos.

Hoje, cerca da metade da população mundial não tem acesso a nenhuma forma de saneamento (WHO e

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UNICEF 2000). E o resto da humanidade depende de sistemas convencionais de saneamento, que se limitam
a duas categorias: ou os sistemas baseados em redes de esgoto transportado com ajuda de muita água, ou
os sistemas de fossa séptica. Ambas as tecnologias - a da descarga e a da acumulação - foram concebidas a
partir da premissa de que os nutrientes que nós eliminamos não têm valor significativo, e devem ser
descartados. Conseqüentemente, o meio ambiente é poluído, os nutrientes são perdidos, e uma ampla gama
de problemas de saúde é criada (Esrey, 2000).

O saneamento ecológico (Esrey, 1998) representa uma mudança no modo como as pessoas pensam e agem
com relação às fezes humanas. Trata-se de uma abordagem baseada no ecossistema (Figura 1) que
reconhece a necessidade e o benefício de se promover o bem estar e a saúde da população ao mesmo
tempo em que recupera e recicla os nutrientes. Representa uma abordagem que valoriza o fechamento do
ciclo dos nutrientes, evitando a abordagem linear de pretender "jogá-los fora".

Figura 1. O saneamento ecológico é seguro, ecológico e agrega valor

Características do projeto

As "soluções" oferecidas pelo saneamento convencional consideram que o meio ambiente pode processar
infinitamente os nossos resíduos, ou mais simplesmente ainda, transferem os problemas para as
comunidades que vivam rio abaixo. O saneamento ecológico, ao contrário, minimiza a necessidade de
recursos externos e reduz a liberação de resíduos do sistema para o meio ambiente.

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Existem duas características


básicas nos projetos de
saneamento ecológico. Um deles é
a separação da urina, evitando-se
que ela se misture com as fezes
(ver figura ao lado). O interior do
vaso sanitário tem uma parede
divisória, de modo que a urina sai
pela parte da frente enquanto que
as fezes caem pela abertura na
parte de trás do vaso. Outro tipo de
projeto combina a urina com as
fezes, de modo que possam ser
processadas juntas ou separadas.
Em ambos os casos, é possível
gerenciar o excreta com pouca ou
nenhuma água, e também é
possível mantê-lo longe do solo e
das águas superficiais e
subterrâneas.

Os agentes patogênicos são tratados perto do local onde foram excretados, reduzindo as possibilidades de
contaminação. Praticamente todos os patógenos encontráveis no excreta humano são provêm das fezes, já
que a urina é estéril, com poucas exceções (ex. Schistosoma haemotobium - um verme trematóide que causa
a esquitossomose). Se as fezes forem impedidas de se misturarem à urina, fica muito mais fácil tratá-las de
modo ecológico, sem o uso de agentes químicos poluidores e sem necessidade de processos caros nem de
estações de tratamento dispendiosas.

Em vários países têm sido realizados testes microbiológicos para verificar a eficiência dos banheiros e
toaletes ecológicos que empregam o sistema do saneamento ecológico. Até hoje, as evidências indicam
(Stenstrom, 1999) que a adição de calcário ou de cinzas ajuda a dessecar as fezes e elevar seu pH,
resultando efetivamente na eliminação de todos os patógenos após alguns meses. As fezes, depois de
dessecadas, podem retornar para o solo, ou ser compostadas com resíduos domésticos orgânicos caso haja
suspeitas da presença de patógenos. Se houver suspeita de que os patógenos possam resistir à dessecação
e ao aumento do pH, eles podem ser mortos no prazo de dias se a temperatura superar os 50 graus, em
condições de compostagem termofílica (Feachem e outros, 1983). Naturalmente os patógenos são
eliminados se deixados sem contato com a água e sem serem perturbados pelo clima ou por animais. Esse
período pode chegar a dois anos, se ovos de Ascaris estiverem presentes.

Se a urina estiver misturada às fezes, como ocorre nos sistemas convencionais, fica mais difícil lidar com o
excreta de modo seguro. São necessários mais tempo, compostagem termófila e talvez produtos químicos
como o cloro para matar as bactérias. No geral, as soluções convencionais de saneamento falham ao tratar
do excreta, seja perto ou longe de onde ele é produzido. Mais de 90% dos esgotos nos países em
desenvolvimento são descartados sem nenhum tratamento nos corpos d'água próximos, sendo que esse
número, na América Latina - região que tem proporcionalmente o maior índice de sistemas baseados em
descarga hidráulica - chega a 98% (Briscoe & Steer 1997).

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O saneamento ecológico também contribui para a proteção da saúde humana ao fornecer um ambiente mais
saudável. O excreta humano contém níveis muito baixos de metais pesados. Por exemplo, na Suécia a urina
contém menos que 3,2 mg de cádmio (Cd) por kg de fósforo (P), comparados a 26 mg Cd/kg P nos
fertilizantes comerciais e a 55 mg Cd/kg P na lama de esgoto (Jonsson e outros, 1997).

Também há preocupações com a presença de substâncias farmacêuticas no excreta (Raloff, 1998). Muitos
produtos farmacêuticos podem ser parcialmente ou totalmente mantidos ativos quando depositados na água,
mas quando o excreta é devolvido ao solo são rapidamente decompostos pelos microorganismos nele
presentes (Stockholm Vatten e outros, 2000). A absorção pelas plantas, nesse caso, é negligenciável.

A prática de retornar os nutrientes ao solo pode garantir mais a sua fertilidade do que a incorporação de
fertilizantes comerciais. O saneamento ecológico é um sistema operado no nível da família ou da
comunidade. A reciclagem dos nutrientes para a horta doméstica é um domínio quase sempre feminino, que
pode produzir comida e renda adicionais. O excreta tratado pode ser embalado e vendido como adubo,
gerando renda (Morgan, 1999). Também é fato sabido que quando as mulheres controlam os recursos, há
mais chance de eles serem usados para melhorar as condições de alimentação e saúde da família do que
quando são controlados pelos homens.

Exemplos ao redor do mundo

Alcançar soluções ecológicas para o saneamento requer uma mudança no modo como as pessoas pensam e
agem com relação ao excreta humano. Em algumas sociedades, o excreta é considerado um recurso valioso,
e sua manipulação não encontra resistências. Na verdade, a urina tem sido usada como um recurso em
muitas partes do mundo, por séculos. Foi usada na Europa para limpar as casas, amaciar a lã, reforçar o aço,
curtir o couro e tingir roupas. Os gregos e os romanos usavam urina para tingir seus cabelos, e os
agricultores africanos a usam para fermentar plantas para produzir tinturas. Os farmacêuticos chineses a
empregam para produzir coagulantes do sangue. Já em outras sociedades, o excreta, principalmente as
fezes, são consideradas como imundas também há séculos. A experiência mostra, entretanto, que a
separação da urina é aceitável, e que a resistência à manipulação da urina é muito menor do que à
manipulação das fezes.

Muitas pessoas não sabem que as fezes podem ser processadas e transformadas em húmus, com todas as
suas características típicas, inclusive o cheiro agradável e a facilidade de manejo e de incorporação ao solo,
sendo inócuo para a saúde. Além disso, a experiência mostra que depois de as pessoas se familiarizarem
com esses sistemas, não há problemas com moscas ou com mau-cheiro, e as pessoas não se recusam a
instalar esses sistemas em suas próprias casas.

O saneamento ecológico ganhou mais visibilidade nos últimos anos. Na maioria dos lugares onde ele foi
testado, as questões de saúde foram priorizadas. Muitos testes microbiológicos do excreta têm sido
realizados, porém os métodos variam, e a quantidade de amostras costuma ser reduzida em função dos
custos envolvidos. No geral, o excreta pode ser processado com segurança, mas qualquer desatenção com a
manutenção do sistema ou falha na aplicação do calcário ou das cinzas pode impedir a eliminação adequada
dos agentes patogênicos presentes.

Existem evidências recolhidas em vários lugares indicando que as pessoas preferem hortaliças cultivadas
com adubo de urina, e na China as pessoas chegam a pagar mais por elas (Mi Hua, comunicação pessoal,
2000).

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Na Cidade do México, experimentos com urina fermentada como adubo para produção de alimentos tiveram
ótimos resultados (Arroyo, comunicação pessoal, 2000). Beneficiaram-se os cultivos de alface, coriandro,
salsa, chicória, funcho, ervas aromáticas, pêra e de piqui chileno. Também responderam bem plantas como
couve-flor, brócolis, repolho, e raízes como cenoura, nabo, beterraba e cebola. Plantas de frutos como
tomate, abóbora, abobrinha, pimenta e berinjela não reagiram tão bem à urina fermentada, talvez devido ao
seu uso continuado (excesso de nitrogênio) na fase de frutificação. Quando o solo é enriquecido com húmus
de minhoca, os resultados com as plantas de frutos melhoram visivelmente. No caso do tomate, a produção
aumentou de 3 a 5 kg por planta quando o composto é enriquecido com o fósforo e o potássio do húmus de
minhoca.

Em Cuernavaca, México, foram realizadas pesquisas (Guadarrama 2000) usando a urina humana como fonte
de nitrogênio na produção orgânica de hortaliças. Os experimentos compararam cultivos adubados com urina
com outros grupos de controle, na produção do cardo, aipo e beterraba. Para cada cultivo, a colheita foi maior
quando se aplicou urina, comparado aos controles. A raiz central, o comprimento do passo, e a área de
folhagem aumentaram nos vegetais adubados com urina, e não se verificaram ataques de pragas nem
doenças.

Na província de Guangxi,
China, os banheiros com
separação da urina
(desidratação em dois
compartimentos separados)
estão sendo cada vez mais
difundidos. As hortas sobre
telhados (ver foto ao lado)
usam apenas urina para
cultivar seus produtos como
tomates, repolhos, feijões e
abóboras. As fezes são
levadas para os campos
agrícolas. Urina e fezes são
usadas nos campos para
cultivar milho, arroz e bambu. Na China, os agricultores têm tradicionalmente utilizado o excreta humano,
quase sempre sem tratamento, para produzir alimentos, sendo reconhecido, há séculos, como um valioso
fertilizante. Um projeto-piloto iniciado com 70 banheiros com separação de urina foi tão bem sucedido que já
cresceu para 30.000 unidades, instaladas em áreas urbanas e rurais da província. Esse esforço tem sido
apoiado pelos mais altos dirigentes políticos.

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Em um projeto-piloto em Kerala, Índia, a urina separada é


desviada para uma área de cultivo anexa à parte de trás
dos banheiros (ver foto à esquerda). Abobrinhas e pepinos
são ali cultivados, que depois de colhidos são cortados em
fatias, fritos e consumidos. A primeira etapa do projeto foi
concluída com sucesso, e existe demanda para a
construção de mais banheiros com essa tecnologia. As
comunidades instaladas nas ilhas do Pacífico também estão
construindo hortas que utilizando a tecnologia da urina
desviada, pressionadas pela necessidade de não poluir os
rios e as praias e destruir a fonte de sustento de suas vidas:
a pesca. Algumas dessas comunidades insulares, como Fiji,
também têm hortas com essa tecnologia instaladas nas
escolas, com ótimos resultados.

No Zimbábue, tem havido muita experimentação nos


últimos poucos anos com saneamento ecológico. O sistema
está agora se espalhando pelas áreas periurbanas de
Harare e também nas áreas rurais vizinhas, com vários tipos
de modelos de vaso sanitário sendo testados. Além dos
modelos que separam a urina das fezes, outros sistemas
ecologicamente adequados também estão sendo usados.
Um deles é o "arbourloo", no qual a urina e as fezes são depositadas em um buraco raso. Quanto ele está
quase cheio, é coberto com terra e deixado quieto por vários meses para que ocorra a decomposição dos
materiais. Então, uma árvore é plantada nele. Uma larga variedade de árvores frutíferas cresce muito bem
nesse tipo de sistema. Guava, banana, mulberry e paw paw respondem muito bem e crescem rapidamente,
ao lado de árvores de crescimento mais lento como pés de abacate, manga e cítricos. Todas essas frutas e
frutos reciclam valiosos micronutrientes e os fornecem a seus consumidores, melhorando decisivamente sua
situação nutricional.

Em meados dos anos 90, em Estocolmo, Suécia, foram iniciados vários projetos habitacionais com orientação
ecológica. Uma de suas principais características foi o desenvolvimento e experimentação de sistemas de
saneamento ecológico com banheiros que permitem a separação da urina das fezes. A urina era colhida,
guardada e aplicada nos campos. As fezes eram tratadas por sistemas convencionais. Os experimentos são
coordenados pela Companhia de Águas de Estocolmo, e estão em curso pesquisas sobre os impactos
desses sistemas na saúde e no ambiente, bem como sobre sua aceitação social. As conclusões até agora
indicam que os riscos para a saúde são mínimos, e que a emissão (perda) de nitrogênio e de fósforo para o
ambiente é 50 a 60% menor do que nos sistemas de esgoto convencionais. No cultivo de cereais, a urina
também se revelou um substituto válido para os fertilizantes minerais, sem qualquer impacto negativo para as
plantas nem para o ambiente. E, como informado mais acima, a urina contém menos metais pesados do que
os fertilizantes e os efluentes dos esgotos convencionais.

Outros países ao redor do mundo também estão realizando experiências com sistemas de saneamento
ecológico, mas nem todos priorizam a reciclagem dos nutrientes. Muitas dessas iniciativas surgiram para
enfrentar outros problemas locais, específicos, como poluição e escassez de água. Hoje, o apoio aos projetos
de saneamento ecológico vem de muitas partes: desde agências internacionais como o PNUD e o UNICEF, e
países doadores como a Áustria, a Alemanha e a Suécia, até ONGs internacionais, como a CARE e a

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Wateraid, e organizações locais e nacionais.

O valor do excreta humano

Os excretos humanos são constituídos por dois componentes básicos: a urina e as fezes. Cada um deles tem
propriedades muito diferentes, são produzidos em quantidades diferentes, e requerem cuidados e processamento
diferentes. Os estudos publicados indicam que um ser humano adulto produz mais de 1 litro de urina e pouco menos de
200 g de fezes (incluindo sua umidade) por dia (Del Porto & Steinfeld, 1997), variando um pouco com o tipo de dieta,
idade, atividade, localização, e condições de saúde.
A urina contém aproximadamente 80% do total de nitrogênio encontrado no excreta humano, e cerca de 2/3 do fósforo e
do potássio excretados. A maior parte do carbono excretado - até 70% - é encontrada nas fezes. As quantidades acima
podem sugerir que a excreta humana contém poucos nutrientes, porém essa impressão desaparece quando
consideramos que cada pessoa urina anualmente cerca de 4,5 kg of nitrogênio, mais de 0,5 kg de fósforo, e cerca de 1,2
kg de potássio. Esses nutrientes são suficientes para adubar por um ano o cultivo dos grãos consumidos por uma
pessoa (Wolgart, 1993).
Em uma cidade com um milhão de pessoas, esses números equivalem a 4,5 mil toneladas de nitrogênio, mais de 500
toneladas de fósforo, e cerca de 1,2 mil toneladas de potássio. Embora a reciclagem apenas da urina já seja muito
importante, também as fezes devem ser recuperadas e recicladas para evitar o esgotamento dos solos a longo prazo e a
poluição do meio ambiente.
(Fonte: César Añorve)

Referências

● Briscoe J & Steer A. 1993. New approaches to structural learning. Ambio 22 (77): 456 and WHO, Environmental
Health Newsletter 27 (Supplement, 1997).
● Esrey SA, Gough J, Rapaport D, et al. 1998. Ecological Sanitation. Stockholm: SIDA.
● Esrey SA. 2000. Rethinking Sanitation: Panacea or Pandora's Box. In: Chorus I, Ringelband U, Schlag G & Schmoll O
(eds), Water, Sanitation and Health, International Water Association, London.
● Del Porto D & Steinfeld C. 1997. The Composting Toilet System Book. Concord, Mass.: Center for Ecological Pollution
Prevention.
● Jönsson, H. 1997. Assessment of sanitation systems and re-use of urine. In: Drangert J-O, Bew J, and Winblad W,
Ecological Alternatives in Sanitation, Proceedings from SIDA Sanitation Workshop, Balingsholm, Sweden.
● Feachem RG, Bradley DJ, Garelick H et al. 1983. Sanitation and Disease: Health Aspects of Excreta and Wastewater
Management. New York: John Wiley & Sons.
● Guadarrama RO, 2000. Human urine used as a source of nitrogen in the production of organic crops, in Cuernavaca,
Morelos, Mexico: a case study.
● Jonsson H, Stenstrom T-A & Sundin A. 1997. Source separated urine, nutrient and heavy metal content, water saving
and faecal contamination. Wat. Sci. Tech. 35(9): 145-152.
● Morgan P. 1999. Ecological sanitation in Zimbábue Ð an overview. Paper presented at the International Workshop,
Ecological Sanitation Ð Closing the Loop to Food Security, 17-21 October 1999, Cuernavaca Mexico.
● Raloff J. 1998. Drugged waters: does it matter that pharmaceuticals are turning up in water supplies? Science News
153: 187-189.
● Stenström T-A. 1999. Health security in the re-use of human excreta from on-site sanitation. Paper presented at the
International Workshop, Ecological Sanitation - Closing the Loop to Food Security, 17-21 October, 1999, Cuernavaca
Mexico.

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● Stockholm Vatten et al. 2000. Urinsortering - en del av kretsloppet. Stockholm: Byggforskningradet.


● Wolgast M. 1993. Rena vatten - om tankar I kretslopp. Uppsala, Sweden: Creanom HB.
● World Health Organization and United Nations Children's Fund. 2000. Global water supply and sanitation assessment
2000 Report. Geneva: WHO & UNICEF.

Sumario Revista No.3

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