Bras Fond 02
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Introduo
A parede diafragma consiste em se realizar, no subsolo, um muro vertical de profundidades e espessuras varives, constitudos de painis elementares, quer alternados, quer sucessivos e aptos a absorver cargas axiais, empuxos horizontais e momentos fletores. A parede poder ter funo esttica ou de interceptao hidrulica, podendo ser constituda de concreto simples ou armado, pr-moldada ou de coulis, conforme o escopo a se destinar. Utilizada inicialmente na constrtuo de "cut-off" de barragens para interceptao de fluxos de infiltrao, passou a ser aplicada na soluo de grande nmero de problemas quais sejam: ! Parede de conteno para escavaes na construo de subsolos, inclusive nas proximidades de edifcios existentes; ! na construo de galerias de metr e passagens subterrneas; ! em forma poligonal para execuo de reservatrios subterrneos e shafts; ! portantes com funo de fundaes profundas; ! estruturas de conteno para preveno de deslizamentos; ! paredes para isolar terrenos contaminados; ! proteo de fundaes de pilares de pontes; ! para estruturas porturias (cais); ! Execuo de garagens subterrnes; Alm destas, uma das aplicaes mais difundidas tem sido na canalizazo de rios e crregos, pois tem permitido com segurana, economia, rapidez e sem maior perturbao do trfego urbano, solucionar o problema de enchentes pelo alargamento do canal e rebaixamento do leito e consequente aumento de vazo. A parede diafragma pode ser: ! moldada "in loco ! pr-moldada ! de "coulis" (diafragma plstico)
ClamShell hidrulico executando parede diafragma - Construtora BUENO NETTO - SP
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Escavao
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Vista da obra de retificao do Crrego dos Arrudas antes de executada a parede diafragma - BH
Crrego dos Arrudas depois de executada a parede diafragma em ambas as margens - ANDRADE GUTIERREZ - BH
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Vantagens
Algumas das vantagens das paredes pr-moldadas so: ! podem ser utilizados painis de espessura menor que no caso de painis concretados "in situ"; ! acabamento perfeito da parte visvel; ! Possibilidade de protenso, o que permite reduzir o peso dos painis; ! eliminao dos problemas ligados ao "over break", em particular dos "bolses", que se formam na argila mole, e que acarretam perdas de concreto e custos adicionais de correo da parede; ! eleminao de concreto na obra e, consequentemente, dos eventuais problemas tcnico-executivos causados por atrasos do fornecimento durante a concretagem; ! possibilidade da utilizao de juntas especiais que garantam boas condies de estanqueidade.
Metodologia Executiva
A execuo da parede diafragma pr-moldada obedece mesma metodologia de parede moldada "in loco", no que se refere a escavao; para a colocao das placas pr-moldadas, dependendo das condies de projeto e das caractersticas do terreno, pode-se adotar as seguintes alternativas: a) parede parcialmente pr-moldada Nesta alternativa ser concretada, "in situ", uma "ficha", cujos objetivos so: limitar o comprimento das placas pr-moldadas e, assim, o seu peso; reduzir os recalques das placas quando sujeitas a cargas verticais (em funo tambm do terreno de apoio), bem como permitir que eventuais variaes na profundidade da escavao sejam compensadas pelo trecho moldado "in situ". A "ficha" pode ser armada (mediante ferragem colocada na parte inferior das placas).
Colocao de placa pr-moldada
a) Escavao
b) Colocao da placa
c) Concretagem da fcha
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b) parede totalmente pr-moldada Neste caso no h nenhuma concretagem "in situ", e sim, apenas esgastamento da parede pr-moldada dentrto do "coulis" (ver matria parede diafragma plstica). Trs alternativas podem ser adotadas: ! escavao do painel j com o "coulis", uma vez que a mistura cimento-bentonita tem caractersticas adequadas para garantir a estabilidade das paredes de escavao; ! escavao do painel com lama bentontica e troca da mesma pelo "coulis", antes ou aps a colocao do elemento prmoldado;
Parede diafragma pr-moldada - Metr Fortaleza - CE
! Troca parcial da bentonita pelo "coulis" antes da colocao das placas, de maneira a compensar o volume deslocado pelas mesmas, caso contrrio faria transbordar o "coulis" fora da mureta-guia.
FASE I
Parede diafragma pr-moldada - Travessia da Av. 23 de Maio - Metr - SP
FASE II
FASE III
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Execuo de cut-off
Caractersticas do "coulis"
A funo do "coulis" na execuo de uma parede diafragma plstica ou pr -moldada : ! reduo da percolao horizontal da gua; ! preenchimento de todos os vazios entre as placas e o terreno, de maneira a garantir interligao e continuidade entre os dois; ! Impermeabilizao das juntas, melhorando as condies de estanqueidade. Uma adequada dosagem dos componentes do "coulis" permite a obteno de caractersticas finais adequadas ao projeto no que diz respeito a resistncia, estanqueidade e deformabilidade. Baseando-se em tal know-how e pesquisas bem como na prtica de execuo de obras possvel definir os seguintes princpios bsicos: ! para substituir a lama bentontica pelo "coulis" sem contaminao entre os dois (o problema relacionado com a diferena de densidade dos dois lquidos), a quantidade de cimento aconselhvel mais de 300 kg/m3 de "coulis". ! a resistncia do "coulis" fortemente influenciada pelo fator A/C, enquanto menos influenciada pelo teor de bentonita, (nos limites de dosagem normalmente utilizados). Com uma dosagem de 300kg de cimento para cada m3 de "coulis" atinge-se normalmente uma resistncia a 28 dias superior a 0,5 MPa. Vale salientar que a resistncia final do "coulis" alcanada depois d evrios meses, chegando a ser mais que o dobro da resistncia a 28 dias.
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! retrao do "coulis" durante a pega e cura do mesmo. Dependendo do grau de absoro do terreno, das caractersticas do tipo de cimento e bentonita usados e de outros fatores, o abaixamento do nvel do "coulis" em relao ao das muretas-guia nas horas seguintes ao seu lanamento normalmente da ordem de 5%, podendo chegar a mais de 10% da altura tratada. boa norma adicionar imediatamente "coulis", quando o nvel do mesmo for baixado alm do normal, para evitar problemas de descontinuidade nas juntas e formao de vazios atrs das paredes. ! Impermeabilidade do "coulis". O "coulis" normalmente utilizado apresenta um coeficiente de permeabilidade (k) da ordem de 10cm/seg.; entretanto sabe-se que o valor de k tende a diminuir com o tempo.
A figura abaixo indica as variaes de permeabilidade, deformabilidade e resistncia em funo de maior ou menor quantidade de gua, bentonita ou cimento.
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