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- PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:
a) PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO: O orçamento não pode ser genérico,
estabelecer gastos sem precisão ou valer-se de termos ambíguos. Deve ser o
mais claro possível, com receitas e despesas bem discriminadas,
demonstrando o recurso desde a sua origem até a sua aplicação final. Nesse
sentido, o princípio da especificação veda que se consignem no orçamento
dotações globais para atender indiferentemente as despesas nele previstas.
b) PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO: as receitas e despesas devem ser
demonstradas na LOA pelos seus valores totais, sem quaisquer deduções.
c) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: todas as leis orçamentárias (PPA, LOA, LDO),
serão aprovadas pelo Poder Legislativo, cabendo ainda a esse poder fiscalizar a
execução dos orçamentos.
d) PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE: o orçamento deve ter
vigência limitada no tempo, um ano. E mais: o exercício financeiro coincidirá
com o ano civil.
e) PRINCÍPIO DA TOTALIDADE: todas as receitas e despesas devem estar
contidas numa só lei orçamentária - não deve haver orçamentos paralelos. O
orçamento é UNO, uma única peça para os três Poderes. Esse princípio é
também denominado de princípio da unidade.
f) PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE: A lei orçamentária anual não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se
incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei (art. 165, §8º, CF).
g) PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE: O orçamento deve conter todas as
receitas e despesas referentes ao ente público, englobando seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta (art. 165, §5º, CF).
- RECEITAS PÚBLICAS:
Em seu sentido amplo, receita pública é qualquer ingresso nos cofres
públicos. Sendo dividida em receita orçamentária e ingresso/receita
extraorçamentária. Receitas orçamentárias são entradas de recursos nos
cofres da União, que não caracterizem operações de compensação, gerando
disponibilidade financeira para o Governo. São as fontes de recursos para
realização dos gastos públicos, por meio de programas e ações
governamentais.
Ao contrário das receitas orçamentárias, as receitas extraorçamentárias
apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero
depositário desses recursos. Não acarretam impacto no patrimônio público,
nem são objeto de programação orçamentária, contudo, por envolverem a
entrada de recursos financeiros, mesmo que pertencendo a terceiros, integram
o fluxo financeiro das receitas públicas.
Os ingressos extraorçamentários têm como contrapartida um passível
exigível que será resgatado quando da realização da correspondente despesa
extraorçamentária. São exemplos desses ingressos, os Depósitos em Caução,
Fianças, as Operações de Crédito por ARO (Antecipação de Receita
Orçamentária – ARO), a emissão de moeda, as Consignações em Folha de
Pessoal, os Restos a Pagar e outras entradas compensatórias no ativo e
passivo financeiros.
a.4) DAS DESPESAS COM PESSOAL: trata-se dos gastos públicos com
ativos, inativos e pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções
ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
subsídios, proventos de aposentadoria, reformas e pensões, inclusive
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer
natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às
entidades de previdência, ou seja, é a definição mais ampla possível, inclusive
terceirização de mão de obra na substituição de servidores e empregados
público (devendo ser extinto o cargo do empregado ou servidor).
a.4.1) LIMITES DE GASTO COM PESSOAL: segundo a Lei de
Responsabilidade Fiscal, a União não poderá gastar mais do que 50% de sua
receita corrente líquida, enquanto os demais Entes não poderão gastar mais de
60% de sua receita corrente líquida. Calha dissertarmos que a receita corrente
líquida se pefaz na receita corrente “própria” dos entes, ficando excluídas, as
parcelas que serão transferidas por conta da repartição da arrecadação
tributária.
- DA DÍVIDA ATIVA: A dívida ativa pode ser de dois tipos, tributária e não
tributária. A dívida ativa tributária refere-se a créditos provenientes de tributos
não pagos e respectivos adicionais e multas, já a dívida ativa não tributária
refere-se a créditos não tributários, tais como os provenientes de foros,
laudêmios, aluguéis etc.
Tanto a dívida ativa tributária quanto a não tributária da União serão
cobradas pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por meio da
emissão de certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União. Essa certidão
tem natureza de título executivo, ou seja, caráter líquido e certo.
A certidão da dívida ativa deverá conter:
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como,
sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III – a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição
da lei em que seja fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo o caso, o número do processo administrativo de que se originar o
crédito; e
VI – indicação do livro e da folha da inscrição.
O pagamento da dívida ativa se dará nas formas definidas em lei, podendo
ocorrer tanto em dinheiro como em bens. A receita do recebimento da dívida
ativa será classificada como Outras Receitas Correntes, quanto à Natureza da
Receita. A receita da Dívida Ativa abrange o crédito original mais a respectiva
atualização monetária, multas, juros de mora e encargos.
A baixa da Dívida Ativa pode ocorrer por:
I – recebimento em espécie, bens ou direitos;
II – abatimento ou anistia, mediante previsão legal; I
II – cancelamento administrativo ou judicial da inscrição; ou
IV – compensação de créditos inscritos em dívida ativa com créditos contra a
Fazenda Pública, mediante previsão legal.
- EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: com previsão normativa no artigo 148 da
Constituição Federal, os empréstimos compulsórios são tributos restituíveis de
competência exclusiva da União. A principal característica dessa espécie
tributária está no caráter restituível.
a) FUNDAMENTOS NORMATIVOS (REVOGAÇÃO DO ART. 15, INCISO III
DO CTN): quanto a sua disciplina legislativa, os empréstimos compulsórios
estão elencados no artigo 148 da CF e também no artigo 15 do Código
Tributário Nacional. Nesse ponto, necessita ser expressado que o CTN possuía
a previsão no inciso III do artigo 15, a instituição de empréstimos compulsórios
para a conjuntura que exija absorção temporária de poder aquisitivo, ou seja,
para o controle da inflação, porém, o referido inciso encontra-se revogado
tacitamente pela Constituição Federal de 1988.
OBSERVAÇÃO: Em 1990, como forma de conter o avanço da inflação, durante
o governo do Presidente Fernando Collor, tivemos a instituição da Medida
Provisória nº 168/90, também denominada Plano Collor 01. Com essa Medida
Provisória, determinou-se o bloqueio de parte dos valores depositados na
caderneta de poupança de milhões de brasileiros. Embora o Supremo Tribunal
Federal não tenha se manifestado sobre a constitucionalidade da retenção,
houve decisões de tribunais pátrios no sentido da inconstitucionalidade da
medida porque o “o enxugamento da moeda” não se enquadra nas hipóteses
de empréstimos compulsórios admitidas.
Vale lembrar que o CTN foi recepcionado pela CF/88 com o status de lei
complementar, motivo pelo qual seus dispositivos que tratam dessa matéria
são compatíveis com a Constituição Federal.
Em 1991, houve um regramento específico de prescrição e decadência
tributárias relativa à contribuição previdenciária. Assim, a Lei nº 8.212/91
dobrou os prazos de prescrição e de decadência em relação a essas
contribuições. Dessa forma, em vez de 5 anos, esses prazos passaram a ser de
10 anos, conforme previram os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91. Mas, como se
percebe, isso foi determinado em lei ordinária, o que violou o art. 146, III, “b”,
da CF/88. Logo, os prazos de prescrição e decadência da referida norma foram
declarados inconstitucionais pelo STF através da Súmula Vinculante nº 08.
O método de contagem da decadência vem descrito no art. 173, do CTN:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-
se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício
formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que
tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
4.3. PRESCRIÇÃO:
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,
contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação
dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.
A LEF é uma lei ordinária. Porém, como visto acima, decadência e prescrição
em Direito Tributário são matérias reservadas a lei complementar. Firme
nessas premissas, o STJ estabeleceu que a hipótese de suspensão do prazo
prescricional do art. 2º da LEI não se aplica para créditos tributários,
mas apenas para créditos inscritos em dívida ativa que não sejam
decorrentes de obrigações tributárias.