Teorico 2
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Material teórico
Receita Pública e Despesa Pública
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
1. RECEITA PÚBLICA
1.1. INTRODUÇÃO
Conforme vimos na primeira unidade, o Estado necessita de recursos para manter seu
funcionamento e atender as necessidades públicas. Para que isso se efetive, o Estado, segundo
Aliomar Baleeiro, se utiliza de alguns meios senão vejamos:
Encontramos na doutrina brasileira diversos conceitos sobre receita pública, senão vejamos:
Na definição de Ricardo Lobo receita “é a soma de dinheiro recebida pelo Estado para fazer
face à realização dos gastos públicos”.
Como podemos perceber, nos diversos conceitos atribuídos a receita pública, verifica-
se que em alguns se fala em entrada e em outros em ingressos, isso porque na doutrina
brasileira encontramos algumas divergências sobre a utilização indiscriminada dos termos
entrada, ingresso e receita pública como sinônimos.
Alguns autores, como Aliomar Baleeiro e Kioshi Harada defendem que todo ingresso
de dinheiro nos cofres públicos são considerados entradas, ao passo que o termo receita se
volta somente para as entradas que venham aumentar o patrimônio público. Entendem que
os ingressos normalmente que são meros movimentos de caixa, e só podem ser considerados
como receita quando não possuírem caráter devolutivo.
Então podemos dizer que o conceito de receita pública em sentido amplo é qualquer
recolhimento de numerário aos cofres públicos, ou seja, todas as quantias recebidas pelos
cofres públicos. Já em sentido restrito, considera-se receita pública somente as entradas ou
ingressos de recursos que é incrementada de forma definitiva ao patrimônio público sem
compromisso de devolução posterior.
Vale ressaltar que a Lei 4320/64 utiliza o sentido amplo de receita, isto é, qualquer
ingresso de numerário aos cofres públicos, o que é condenado pela doutrina majoritária.
Na doutrina pátria existem várias formas de classificação da Receita, porém vamos nos
ater somente as mais utilizadas.
Informação
Fique ligado: ARO são empréstimos de curto prazo que se destinam a atender insuficiência de
caixa, insuficiência financeira. Só podem ser contraídos a partir de 10 de janeiro e tem que ser
quitado até 10 de dezembro. Não podem ser contraídos no ultimo ano de mandato.
1.3.2. Quanto à origem: Receita Originária e Receita Derivada.
A receita originária decorre da exploração, pelo Estado, de seus próprios bens (advém
do patrimônio público do Estado). São receitas voluntárias, ou seja, o Estado não exerce seu
poder de império. São exemplos as provenientes de aluguéis, de venda de bens, etc. Podem
ser Patrimoniais: provenientes de rendas de aluguéis, venda de bens, dividendos,
participações e pagamento de royalties pela exploração do patrimônio e estatal; e
Empresariais: provenientes das atividades do Estado como empresário, ou seja, no âmbito
comercial, industrial ou de prestação de serviços.
São classificadas na categoria Receitas Correntes aquelas receitas que decorrem do poder
impositivo do Estado, cuja arrecadação será utilizada no orçamento de custeio do Estado,
servirão para fazer face às despesas correntes. De acordo com o art. 11 § 1° e § 4° da Lei
4320/64, divide-se em:
Receitas Tributárias:
Receitas de Contribuições:
Receitas Patrimoniais:
Receitas Agropecuárias
Receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de operações comerciais
que decorrem das atividades agropecuárias. Incluem-se nessa classificação as receitas
advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou
engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou
transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios
estabelecimentos.
Receitas Industriais
Receitas de Serviços
Resultantes de serviços executados pelo Estado, tais como serviços de transporte, saúde,
comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, etc.
Transferências correntes
Provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado, destinados ao atendimento das despesas correntes. Ex. Recurso transferido pela
União ao Município para aquisição de medicamento (despesa corrente). Para União trata-se
de uma despesa corrente/transferência corrente e para o Município é uma receita
corrente/transferência corrente.
Operações de Crédito:
Alienação de Bens:
Amortização de Empréstimos
Transferências de Capital:
Recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinados a atender despesas de capital. Ex. Convênio entre União e estado para
construção de Posto de Saúde. Para União trata-se de uma despesa de
capital/transferência de capital e para o estado classifica-se como receita de
capital/transferências de capital.
Informação
Fique ligado: O Superávit do Orçamento Corrente é a diferença positiva entre a Receita
Orçamentárias/Receitas Corrente e as despesas orçamentárias/despesas correntes do exercício
financeiro. É classificada como Receita de Capital/Outras Receitas de Capital, porém não é
considerado uma receita orçamentária.
A.B.C.D.EF.GH
A – Categoria Econômica
1-Receitas Correntes
2- Receitas de Capital
B – Fonte de Receita
1.1 – Receita Tributária
1.2- Receita de Contribuição
1.3- Receita Patrimonial
1.4- Receita Agropecuária
1.5- Receita Industrial
1.6- Receita de Serviços
1.7- Transferências Correntes
1.9- Outras Receitas Correntes
2.1 – Operações de Crédito
2.2- Alienações de Bens
2.3- Amortização de Empréstimos
Concedidos
2.4-Transferências de Capital
2.5. – Outras Receitas de Capital
C- Subfonte
D- Rubrica
EF- Alínea
GH- Subalíneas
1.3.4. Quanto à regularidade: Receitas Ordinárias e Receitas
Extraordinárias
As receitas públicas ordinárias são as receitas carreadas ao erário com regularidade,
auferidas no desenvolvimento normal da atividade estatal, sendo assim fonte regular e
permanente de recursos financeiros que permitem a consecução das atividades fins do Estado,
como pro exemplos as receitas tributárias.
1.4.1. Previsão:
Dá-se com o estudo feito pela Fazenda Pública visando indicar quanto se pretende
arrecadar no exercício financeiro
1.4.2. Lançamento:
É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que
lhe é devedora e inscreve o débito desta.
1.4.3. Arrecadação
1.4.4. Recolhimento
2.1. INTRODUÇÃO
Conforme estudamos, o Estado necessita de obter dinheiro para atender e cumprir seus
objetivos. Depois de arrecadar esses recursos (receita pública), o Estado tem que verificar a
melhor forma de aplicá-los, sempre tendo como foco o bem comum.
Hoje ainda existem alguns tipos de funcionamento de serviços públicos sem que haja
despesa pública, tais como nos casos de prestação de serviços gratuitos como os membros de
mesas apuradoras de eleições, membros do Júri, membros do conselho penitenciário, etc.
Porém, isso hoje é exceção.
Já Hely Lopes Meireles define que “despesa é todo dispêndio que a Administração faz
para o custeio de seus serviços, remuneração dos servidores, aquisição de bens, execução de
obras e serviços e outros empreendimentos necessários à consecução de seus fins.”
Como podemos observar a despesa, no sentido da palavra, significa gasto. Sendo
assim, despesa pública é o instituto que tem por objetivo a verificação dos gastos efetuados
pela Administração Pública direcionado ao atendimento das necessidades públicas.
Vale ressaltar que essa decisão política sofre limitações constitucionais. Podemos citar
alguns exemplos dessas limitações se refere ao mínimo que deve ser aplicado em saúde (EC
29/200), em educação (art. 212, caput, CF), entre outras.
Na doutrina brasileira são muitas as formas de classificar as despesas e por isso não se
pode dizer que uma classificação é certa ou errada. Porém para o estudo desta Disciplina nos
ateremos às principais classificações.
Segundo a Lei 4320/64, Despesas Correntes são aquelas que não causam acréscimo
ao patrimônio estatal. E por não ter caráter econômico reprodutivo, são utilizadas apenas para
a manutenção de atividades de cada órgão/atividade ou para execução dos serviços públicos.
Subdividem-se em Despesas de custeio e transferências correntes.
De acordo coma a Lei 4320/64, as Despesas de Capital são aquelas que contribuem
diretamente para formação ou aquisição de um bem de capital, ou seja, caracterizam
crescimento do patrimônio público. Dividem-se em Despesas de Investimento, Inversões
Financeiras e Transferências de Capital:
Despesas de Investimento: como próprio nome diz, são aquelas que se destinam ao
aumento do patrimônio público e do PIB. São classificadas como investimento as
dotações para planejamento e execução de obras, aquisição de imóveis considerados
necessários à realização de obras, bem como para aquisição de equipamentos e
material permanente e, ainda, para constituição ou aumento do capital de empresas
que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
Informação
Fique ligado: Em 2001 foi editado a Portaria Interministerial n 163 com intuito de aprimorar a
consolidação das contas públicas. Todos os entes da federação devem classificar suas receitas e
despesas de acordo com esta Portaria e as outras que posteriores a esta. As Despesas de Custeio
conforme Portaria Interministerial nº 163/2001 se subdividem em Pessoal e Encargos Sociais, Juros e
Encargos da Dívida e Outras Despesas Correntes. Já as Despesas de Capital se subdividem em
investimentos, Inversões Financeiras e Amortização da Dívida.
2.3.3. Quanto à Regularidade: Despesas Ordinárias e Despesas
Extraordinárias.
Despesas Ordinárias são aquelas previstas na Lei Orçamentária que são gastas na
manutenção dos serviços públicos. São renovadas a cada ano, pois são despesas constantes.
Ex. pessoal, material de consumo, serviços de terceiros..
As despesas não-efetivas ou por mutação patrimonial são aquelas que não diminuem o
patrimônio líquido, constituindo simples saídas ou alterações compensatórias nos elementos
que o compõem. Ex. Aquisição de um automóvel, aquisição de um imóvel, concessão de
empréstimos, etc.
Interessante observar que, com exceção das aquisições de materiais para formação de
estoques, todas as demais despesas correntes provocam diminuição patrimonial (despesa
efetiva) e que todas as despesas de capital, com exceção das transferências de recursos
financeiros repassados a outras instituições, para realizarem despesa de capital, constituem
fatos permutativos, ou seja, despesa não-efetiva.
O art. 167 da Constituição Federal de 1988 veda expressamente que haja despesa sem
que haja a receita correspondente. Isso importa que para que qualquer despesa deve haver
previamente um crédito orçamentário que comporte a referida despesa.
Quando estudamos a execução da despesa já temos que ter em mente que antes de
iniciar sua realização já houve a aprovação da Lei Orçamentária Anual (estudaremos na
próxima undidade), onde estão estimadas as receitas e fixadas as despesas para o exercício.
De acordo com a Lei 4320;64, as despesas públicas orçamentárias, para sua realização,
percorre alguns estágios, que são:Empenho, Liquidação e Pagamento. Porém, vários
doutrinadores acrescentam a Fixação como primeiro estágio da execução da despesa. Diante
da divergência, estudaremos a forma mais ampla de execução da despesa.
2.4.1. Fixação
Refere-se à estimativa de quanto o poder público irá alocar em cada dotação, sendo
este montante o limite a ser gasto, visando o atendimento das necessidades públicas.
2.4.2. Empenho
Informação
Fique ligado: A formalização corresponde à emissão da Nota de Empenho que pode ser
dispensada em alguns casos previstos na legislação, tais como em caso de despesa com pessoal,
juros, etc.
Ordinário é aquele destinado a atender a despesa cujo pagamento se processe de uma só vez
(Ex. compra de um carro à vista). Estimativa ocorre quando visa atender despesas para as
quais não se possa previamente determinar o valor exato (despesas mensais com água, luz,
telefone, etc.). Empenho Global é aquele destinado a atender a despesas parceladas, cujo o
montante possa ser determinado (despesa com serviços de segurança executado por uma
empresa contratada).
2.4.3. Liquidação
É a verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito. Essa verificação tem por finalidade observar a origem e
o objeto que se tem de pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar para que
se extinga a obrigação. Está previsto no art. 63, § 1 da Lei 4320/64. Em caso de liquidação de
despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base o art. 63, § 2 da Lei
4320/64.
2.4.4. Pagamento
Vale ressaltar que alguns autores consideram a Ordem de pagamento como estágio da
despesa pública.
3. RESTOS A PAGAR
3.1. CLASSIFICAÇÃO
Ocorre quando a despesa já foi liquidada, ou seja, o credor já cumpriu com a sua
obrigação. Os Restos a Pagar processados não podem ser cancelados, pois o fornecedor de
bens/serviços já cumpriu com a obrigação de fazer e a administração não poderá de cumprir
com a obrigação de pagar. Se ocorrer o cancelamento a administração ferirá os Princípio da
Moralidade, previstos no art. 37 da CF, que rege a administração pública e ainda incorrerá em
enriquecimento ilícito.
Vale ressaltar que as despesas feitas de forma parcelada deverão observar o Princípio
da Anualidade Orçamentária, devendo ser empenhadas e contabilizadas no exercício
financeiro se a execução for realizada até 31 de dezembro. As parcelas remanescentes deverão
ser registradas em Contas de Compensação e incluídas na previsão orçamentárias para o
exercício financeiro em que tiver prevista a competência da despesa.
3.3. PAGAMENTO
O pagamento dos Restos a Pagar é feito no ano seguinte a sua inscrição. Assim como a
inscrição é uma Receita Extra Orçamentária, o pagamento se figurará uma Despesa Extra
Orçamentária.
3.4. CANCELAMENTO
Os Restos a Pagar não pagos até 31 d edezembro do ano subsequente a sua inscrição
serão cancelados.
3.5. PRESCRIÇÃO
ARAÚJO, Eugênio Rosa de. Resumo de Direito Financeiro. Rio de Janeiro: Impetus,
2008.
JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
PETTER, Lafayete Josúe. Direito Financeiro. 3. ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2008.
https://bit.ly/3G3ORYR/
https://bit.ly/3sDShMi
https://bit.ly/3wdN3sJ
Referências
ARAÚJO, Eugênio Rosa de. Resumo de Direito Financeiro. Rio de Janeiro: Impetus,
2008.
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.
Anotações
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