CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA

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RELATÓRIO FINAL
• Introdução
O estágio de psicologia social em uma escola envolve uma variedade de
intervenções, como promover relações interpessoais saudáveis, oferecer programas de
educação emocional, combater a discriminação e o preconceito, apoiar alunos com
necessidades especiais, melhorar as habilidades sociais e avaliar o clima escolar. Essas
ações visam criar um ambiente escolar mais positivo, inclusivo e emocionalmente
saudável, adaptando-se às necessidades específicas da escola e de seus alunos.
A instituição de ensino estadual Francisco Dourado é regida por políticas
reguladoras, incluindo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as
Diretrizes Curriculares Nacionais e o Projeto Político Pedagógico (PPP). A LDB
enfatiza a universalização do acesso à educação, a gratuidade do ensino fundamental em
instituições públicas, a formação de professores, a diversidade cultural e étnica, o
financiamento da educação e a flexibilidade curricular. A escola também é autorizada
pelo Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso e pela Secretaria de Estado de
Educação.
A Escola Estadual Francisco Dourado tem um histórico que remonta à década de
1980, quando obteve sua primeira autorização para funcionamento. A escola cresceu ao
longo dos anos e atualmente oferece desde o ensino fundamental até o ensino médio.
Sua localização estratégica facilita o acesso de alunos de diferentes bairros e áreas
rurais. A instituição funciona em dois turnos, oferecendo atendimento presencial, e
conta com uma equipe diversificada, incluindo professores de diversas disciplinas e
suporte administrativo.
A escola atende a uma ampla gama de alunos, abrangendo moradores da zona
rural, urbana e indígena, com idades entre 11 e 22 anos. Além do currículo padrão, a
instituição oferece oportunidades que vão desde tecnologia até atividades físicas, ensino
de idiomas adicionais e refeições, visando ao desenvolvimento global dos estudantes e
ao suporte para uma aprendizagem equilibrada.
Foi possível identificar os desafios e áreas para intervenção no contexto social
da escola, através de relatos da Coordenação de Ensino e de uma observação detalhada
do ambiente escolar. Essa abordagem proporcionou uma base sólida para o
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desenvolvimento de estratégias de intervenção eficazes, as quais foram implementadas

por meio de dinâmicas adequadas.
A proposta de intervenção através de dinâmicas, dependia dos objetivos
específicos e do contexto em que seria utilizada; os métodos utilizados compreendiam:
Exercícios de quebra-gelo, atividades curtas e simples usadas para iniciar reuniões ou
treinamentos, ajudando os participantes a se conhecerem e se sentirem mais à vontade;
Jogos de aprendizado visando ensinar conceitos, reforçar o aprendizado e promover o
engajamento dos participantes, apresentação e discussão em grupo, onde os
participantes realizavam uma atividade em grupo e, em seguida, discutiam os resultados
e lições aprendidas, auxiliando nas reflexões e troca de ideias.
A aplicação de dinâmicas no contexto escolar tinha sua importância respaldada
por diversas teorias educacionais e psicológicas. Essas atividades incentivam a
exploração, a experimentação e a resolução de problemas, permitindo que os alunos
construíssem ativamente seu próprio entendimento por meio da interação com os
conteúdos, como propunha o Construtivismo de Jean Piaget (Schunk, 2012). Além
disso, as dinâmicas promoviam a colaboração entre os alunos, estimulando o
desenvolvimento de habilidades sociais e o aprendizado por meio da interação com os
pares, conforme destacado pela Teoria Sócio-construtivista de Lev Vygotsky (Schunk,
2012). Essa interação social desempenha um papel fundamental na construção do
conhecimento.
Quanto à Teoria da Motivação de Abraham Maslow (Schunk, 2012),
argumentava que a motivação era crucial no processo de aprendizagem. As dinâmicas,
ao serem envolventes e desafiadoras, poderiam aumentar a motivação dos alunos,
tornando o aprendizado mais significativo e prazeroso.
Por sua vez, a Teoria da Inteligência Múltipla de Howard Gardner propunha que
existiam diferentes tipos de inteligências. As dinâmicas permitiam que os alunos
explorassem e desenvolvessem suas habilidades em áreas diversas, como lógico-
matemática, linguística, interpessoal e intrapessoal, enriquecendo a abordagem
educacional e atendendo às diversas potencialidades dos estudantes.

• Objetivo
O objetivo deste projeto de intervenção de Psicologia Social na instituição de
ensino, com ênfase na aplicação de dinâmicas, foi promover a melhoria do ambiente
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social e emocional na escola, visando fortalecer as relações interpessoais, fomentar o

desenvolvimento de habilidades sociais dos alunos, reduzir conflitos e promover um
clima escolar mais inclusivo e acolhedor por meio das dinâmicas.
O projeto de intervenção se iniciou com uma observação detalhada do ambiente
escolar. Durante essa etapa, foram coletadas informações valiosas sobre as dinâmicas
sociais, comportamentais e relações interpessoais presentes na escola. Essa observação
minuciosa serviu como alicerce para o desenvolvimento das estratégias de intervenção.
Após a observação, a coleta de dados foi realizada por meio de interação com alunos,
professores e membros da equipe escolar.
Essas ações visaram capturar perspectivas e insights específicos relacionados às
preocupações e desafios sociais enfrentados na escola. A partir dessa coleta de dados,
um retrato mais completo das questões sociais foi formado, permitindo identificar
padrões, priorizar áreas críticas de intervenção e definir objetivos específicos que foram
alinhados com as necessidades identificadas. É nessa fase que as dinâmicas como
ferramenta de intervenção começam a tomar forma, de modo a abordar as questões
sociais identificadas de maneira eficaz.
As dinâmicas foram planejadas, levando em consideração a faixa etária dos
alunos e suas necessidades, garantindo intervenções eficazes e alinhadas aos objetivos
estabelecidos.

• Metodologia
A metodologia aplicada neste projeto de intervenção social nas escolas foi
estruturada para otimizar a eficácia e o engajamento dos participantes. As atividades
estão previstas para o período de 24 de outubro até 29 novembro de 2023,
semanalmente, às quartas-feiras e quintas-feiras, proporcionando flexibilidade para a
participação tanto de alunos quanto de professores, horário será das 13h às 17h,
contemplando uma carga horária semanal de 8 (oito) horas, totalizando 12 (doze)
encontros, compreendendo 48 (quarenta e oito) horas na instituição. A abordagem
metodológica foi participativa, envolvendo dinâmicas de grupo para garantir uma
experiência educativa abrangente e efetiva. A estrutura flexível buscou adaptar-se às
necessidades da escola, promovendo assim uma implementação bem-sucedida da
intervenção.
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A maior parte das atividades foi realizada dentro da sala de aula, proporcionando
um ambiente familiar e propício à participação ativa. Isso permitiu uma integração mais
efetiva com as dinâmicas, promovendo uma conexão direta com o cotidiano dos alunos
e professores. As sessões, cuidadosamente planejadas, abordaram tópicos relevantes de
maneira interativa, incentivando a troca de experiências e a construção coletiva do
conhecimento.
No dia 31 de outubro, os alunos do sexto ano A e B da escola participaram de
forma empolgante da dinâmica 'Múmia' para celebrar o Halloween. Divididos em
equipes, cada uma recebeu um rolo de papel higiênico e a missão de transformar um
colega do grupo em uma múmia. A competição visava risadas e colaboração, enquanto
as equipes trabalhavam arduamente para serem as primeiras a concluir a tarefa. Essa
divertida atividade não apenas gerou interação entre os alunos, mas também adicionou
um toque animado e festivo ao ambiente escolar. O espírito do Halloween foi
vivenciado de maneira única, deixando memórias alegres e reforçando os laços entre os
estudantes.
No dia primeiro de novembro, os alunos do sexto ano A e B participaram de
uma dinâmica empolgante chamada 'Caixa do Medo'. Em uma caixa com características
assustadoras, foram colocadas três caixas de bis. Os alunos formaram um círculo e
passaram a caixa como se fosse uma batata quente ao som de uma música sinistra.
Quando a música parou, o aluno que estava segurando a caixa do medo teve a decisão
de abrir ou não. O objetivo era mostrar aos alunos que ao enfrentarmos nossos medos,
podemos vivenciar experiências positivas. A atividade prometeu momentos
emocionantes, reforçando a coragem e a superação entre os estudantes.
Na mesma data, foi aplicada com os alunos do sétimo ano a dinâmica
'Desvendando seus Medos'. Eles escreveram seus nomes e medos em papéis, que foram
posteriormente sorteados. Tiveram a oportunidade de compartilhar mais sobre o motivo
específico de seus medos, promovendo uma externalização saudável das preocupações.
Essa atividade visou criar um ambiente acolhedor, permitindo que os estudantes
expressassem seus receios de maneira construtiva. Ao encorajar a abertura e a
compreensão mútua, a dinâmica pretendia fortalecer os laços entre os alunos e
promover uma cultura de apoio emocional na sala de aula.
No dia 16 de novembro, foi realizada individualmente na sala de aula do sexto
ano B uma apresentação impactante do vídeo 'Ninguém nasce racista. Continue criança'.
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Esse evento, inserido em nossa intervenção, teve como foco promover discussões
relevantes sobre o tema da consciência negra e combate ao racismo. A exibição
proporcionou uma oportunidade única para os participantes refletirem sobre
estereótipos, preconceitos e a importância da construção de uma sociedade mais
inclusiva e justa. Após o vídeo, conduzimos discussões abertas, estimulando a
conscientização coletiva e fomentando a compreensão sobre a diversidade. Essa
iniciativa visou contribuir para um ambiente escolar mais igualitário, onde a educação e
o respeito às diferenças são fundamentais.
No dia 22 de novembro, os alunos do sétimo ano foram envolvidos na 'dinâmica
dos elogios'. Durante essa atividade transformadora, uma folha em branco se tornou o
veículo para expressar admiração, carinho e reconhecimento mútuo. Cada estudante foi
convidado a escrever seu nome na folha e, em seguida, passá-la adiante para que os
colegas acrescentassem um elogio. Ao final, cada folha retornou ao seu respectivo
aluno, agora repleta de elogios feitos pelos colegas. Esse processo criou um verdadeiro
festival de positividade na sala de aula, tornando um ambiente descontraído e
valorizando todos. Foi um momento marcante, onde cada palavra escrita contribuiu para
fortalecer os laços entre os alunos e elevar o ânimo de toda a turma.
No dia 29 de novembro, encerramos o projeto de intervenção de maneira
descontraída e divertida. Foi realizado um festival de sorvete durante o intervalo para os
alunos das três séries do período vespertino. Nosso objetivo era promover uma tarde
repleta de interação social e diversão. Acreditamos que momentos como esse não
apenas criam memórias duradouras, mas também fortalecem os laços entre os
estudantes, tornando a escola um lugar ainda mais acolhedor.

• Resultados
As intervenções realizadas nesse projeto demonstraram um impacto significativo
na dinâmica escolar. Ao adotar uma abordagem participativa e diversificada, as
atividades foram capazes de estabelecer laços mais fortes entre os alunos, professores e
o ambiente educacional como um todo. A ênfase na interação ativa proporcionou não
apenas um aprendizado significativo, mas também fortaleceu a compreensão mútua,
encorajou a superação de medos e preconceitos, promovendo um ambiente mais
acolhedor e inclusivo.
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Além disso, a abordagem lúdica e festiva, como as dinâmicas do Halloween e os

elogios entre os estudantes, contribuíram para a construção de memórias positivas e
uma atmosfera mais descontraída na escola. A exibição do vídeo sobre consciência
negra e combate ao racismo, seguida por discussões, evidenciou a importância do
diálogo aberto e reflexivo sobre questões sociais relevantes. O encerramento com o
festival de sorvete não apenas celebrou o término do projeto, mas consolidou a ideia de
que momentos de diversão e interação fortalecem os laços comunitários na escola. Essas
intervenções coletivas não só enriqueceram o ambiente educacional, mas também
plantaram sementes valiosas para uma cultura de apoio, compreensão e colaboração
contínuas.

• Considerações Finais
Ao findar este programa de intervenção social nas escolas, foi observado o
impacto positivo resultante de uma abordagem interativa e dinâmica. As atividades
diversificadas e planejadas, não apenas enriquecem o aprendizado, mas também
incentivam a empatia, a superação de desafios e a valorização da diversidade. Neste
contexto, é crucial destacar a relevância do estágio social na área de psicologia
oferecido às escolas pelo Centro Universitário do Vale do Araguaia. O estágio foi
fundamental para enriquecer as intervenções, trazendo conhecimento técnico,
experiência prática e uma perspectiva singular na implementação de dinâmicas que não
só promovem o conhecimento, mas também cuidam do bem-estar emocional dos
alunos.
Apesar do breve período de tempo, é essencial destacar a calorosa recepção na
escola, pois ela desempenhou um papel fundamental na criação de um ambiente
colaborativo e de aprendizado entre os estagiários, alunos e professores, reforçando a
ideia de que parcerias como essa são essenciais para o enriquecimento da experiência
educacional.
Ao finalizar este ciclo de intervenções, percebeu-se não apenas o sucesso das
atividades, mas também a importância do apoio mútuo e da cooperação entre as
instituições de ensino superior e as escolas para o fortalecimento da educação e do
desenvolvimento emocional dos estudantes.

• Referências Bibliográficas
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LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, disponível em:

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 26.10.2013

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, disponível

em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-
2013-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 26.10.2023

SCHUNK, Dale H. et al. Teorías del aprendizaje: Una perspectiva educativa. 2012.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) – Escola EE Fransico Dourado.Secretaria

Adjunta de Políticas Educacionais; Secretaria de Estado de Educação; Estado de Mato
Grosso; 2022.

LIMA, Marcus Eugênio Oliveira. Psicologia social do preconceito e do racismo. Editora

Blucher, 2020.

SASS, Odair. Educação e psicologia social: uma perspectiva crítica. São Paulo em
perspectiva, v. 14, p. 57-64, 2000.

FAILDE, Izabel. Manual do facilitador para dinâmicas de grupo. Papirus Editora, 2014.