Manual Aterramento Elétrico
Manual Aterramento Elétrico
Manual Aterramento Elétrico
Aterramento é a ligação intencional de um condutor à terra. Esta ligação pode ser feita
de uma forma direta (sem o uso de impedância) ou indireta (através da impedância).
Em termos de segurança, devem ser aterradas todas as partes metálicas que possam
eventualmente ter contato com partes energizadas. Assim, um contato acidental de uma parte
energizada com a massa metálica aterrada estabelecerá um curto-circuito, provocando a
atuação da proteção e interrompendo a ligação do circuito energizado com a massa.
Portanto, a partir do sistema de aterramento, deve-se providenciar uma sólida ligação
às partes metálicas dos equipamentos. Por exemplo, em residências, devem ser aterrados os
seguintes equipamentos: condicionador de ar, chuveiro elétrico, fogão, quadro de medição e
distribuição, lavadora e secadora de roupas, torneira elétrica, lava-louça, refrigerador e
freezer, forno elétrico, tubulação metálica entre outros elementos que possam oferecer um
potencial elétrico diferente ao do solo.
As características e a eficácia dos aterramentos devem satisfazer às prescrições
funcionais da instalação e de segurança das pessoas.
O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e de
funcionamento da instalação elétrica.
Aterramento Aterramento de
Funcional: consiste na Proteção: consiste na ligação
ligação à terra de um dos à terra das massas e dos
condutores de sistema, Pode ser da elementos condutores
geralmente o neutro, e está forma: estranhos à instalação,
relacionado com o visando a proteção contra
funcionamento correto, choques elétricos por contato
seguro e confiável da indireto.
instalação.
Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional) o aterramento deve ser único
em cada local da instalação.
As funções de um sistema de aterramento são:
• Segurança pessoal,
• Desligamento automático,
• Controle de tensões,
• Atenuação de efeitos dos transitórios,
• Escoamento de cargas estáticas,
• Proteção de equipamentos eletrônicos.
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Proteção contra Proteção contra
choques elétricos sobretensões
Proteção contra
descargas
atmosféricas
Proteção contra
Proteção de descargas
equipamentos de TI eletrostáticas
4.1 - TERMINOLOGIA:
- Condutor de aterramento
Condutor de proteção que liga o(s) eletrodo(s) ao terminal de aterramento principal;
- Ligação equipotencial
Ligação elétrica destinada a colocar no mesmo potencial ou em potenciais vizinhos as
massas e os elementos condutores estranhos à instalação. Ela pode ser principal, suplementar
e ligada ou não à terra;
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- Condutor de equipotencialidade
Condutor de proteção que garante uma ligação equipotencial;
- Condutor de proteção principal
Condutor de proteção que liga os diversos condutores de proteção da instalação ao
terminal de aterramento principal.
T – Eletrodo de aterramento
P – Poço de inspeção
A – Estrutura do prédio
CM – Capa metálica do cabo
de alimentação elétrica
B – Terminal de aterramento
principal
C – Elemento condutor
estranho (à instalação
elétrica)
Ex: tubulação de água, gás,
esgoto e elementos metálicos
da construção.
SPDA – Sistema de proteção
contra descargas elétricas
ACTV – Ligação da antena
coletiva de TV
IT – Instalação de teleco-
Municações.
b – Terminal de aterramento
de QD
QD – Quadro de distribuição
t - Contato de aterramento de
tomada ou terminal de
equipamento classe I
E – Equipamento de
utilização (massa)
ETI – Equipamento de
tecnologia da informação
s – Cabo de sinal
Fig.2 – Principais elementos do sistema de M – Malha de piso
aterramento
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Em toda instalação, deve ser previsto um terminal (ou barra) de aterramento principal.
A localização do terminal de aterramento principal, o número mínimo de eletrodos para malha
de aterramento, tipo de material, disposição dos eletrodos, distância mínima entre os
eletrodos, conexões, dimensões mínimas, etc., bem como o valor limite da resistência da
malha de aterramento, está definido nas normas de fornecimento das concessionárias
fornecedoras de energia elétrica, em função do tipo e padrão de fornecimento.
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b) Eletrodos fabricados,
Normalmente são hastes de aterramento. Quando o solo permite, geralmente, é mais
satisfatório o uso de poucas hastes mais profundas do que muitas hastes curtas.
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d) Outros eletrodos.
Quando o terreno é muito rochoso ou arenoso, o solo tende a ser muito seco e de alta
resistividade.
Caso não seja viável a utilização das fundações como eletrodo de aterramento, fitas
metálicas ou cabos enterrados são soluções adequadas técnica e economicamente.
A profundidade de instalação desses eletrodos, assim como as suas dimensões,
influenciam muito pouco na resistência de aterramento final.
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Fonte: Tabela 51 da NBR 5410
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NOTAS:
Tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser tais que
as mudanças nas condições do solo (por exemplo, secagem) não aumentem a resistência de
aterramento dos eletrodos acima do valor exigido.
Projeto do aterramento deve levar em consideração o possível aumento da resistência
de aterramento dos eletrodos devido à corrosão.
Preferencialmente, o eletrodo de aterramento deve constituir um anel circundando o
perímetro da edificação.
Não podem ser usadas como eletrodos de aterramento canalizações metálicas de
fornecimento de água, gás, etc.
Condutor de aço que deriva para o exterior do concreto deve ser adequadamente
protegido contra corrosão.
Na execução da ligação de um condutor de aterramento a um eletrodo de aterramento
deve-se garantir a continuidade elétrica e a integridade do conjunto.
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4.4 - CONDUTORES DE ATERRAMENTO:
4.5 – EQUIPOTENCIALIZAÇÃO:
A - Equipotencialização principal
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B - Equipotencializações suplementares (equipotencializações locais)
A realização de equipotencializações suplementares (equipotencializações locais) pode
ser necessária por razões de proteção contra choques ou por razões funcionais, incluindo
prevenção contra perturbações eletromagnéticas.
B1 - Equipotencialização suplementar visando proteção contra choques elétricos.
Capítulo 5
B2 - Equipotencialização funcional.
Ver figura 2 deste capítulo
Os condutores de proteção que são identificados através da cor da isolação devem ser
de cor verde-amarelo; caso não seja possível, usa-se a cor verde. Quando os condutores de
proteção são da forma PEN (terra+neutro), estes devem ser da cor azul, a mesma que
identifica o neutro, com indicação verde-amarelo nos pontos visíveis e/ou acessíveis.
A NBR 5410 determina que a seção de qualquer condutor de proteção deve ser capaz
de suportar a corrente de falta presumida.
A seção dos condutores de proteção deve ser calculada conforme por um dos métodos
mostrados a seguir:
S= I² t / K
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onde:
S - é a seção do condutor, em milímetros quadrados;
I - é o valor eficaz, em amperes, da corrente presumida de falta direta presumida;
t - é o tempo de atuação, em segundos, do dispositivo de proteção;
k - é um fator que depende do condutor (seu material condutor e de proteção) de proteção e
das temperaturas.
Tabela 5 - Fator k para condutor de proteção constituído por veia de cabo multipolar
ou enfeixado com outros cabos ou condutores isolados.
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Fonte: Tabela 57 da NBR 5410
Tabela 7 - Fator k para condutor de proteção nu onde não houver risco de que as
temperaturas indicadas possam danificar qualquer material adjacente.
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4.7 – MALHA DE TERRA DE REFERÊNCIA
Atualmente, a melhor técnica de aterramento funcional e aterramento de segurança
para equipamentos sensíveis é a utilização da malha de terra de referência – MTR.
A construção das MTR é baseada nas pesquisas de condução de sinais de alta
freqüência em linhas de transmissão. No desenvolvimento destas pesquisas observou-se que
“se o comprimento do condutor não for maior do que 1/10 a 1/20 do comprimento de onda do
sinal transmitido, então a diferença de potencial estabelecida entre as extremidades do
condutor é praticamente desprezível”. Para um sinal de 60 MHz, 1/20 do seu comprimento de
onda equivale a cerca de 30 cm. Portanto, se for construída uma malha de condutores
espaçados entre si com esta distância e interconectados em seus cruzamentos, será criado um
grande número de circuitos paralelos de baixa impedância, que funcionarão praticamente
como curto circuito para freqüências entre 60 Hz e 60 MHz.
O condutor ideal para altas freqüências é a fita. Daí, as malhas de terra de referência –
MTR, deveriam ser executadas com estes condutores. Entretanto, como a execução física da
MTR com fitas é mais onerosa e difícil de realizar, a construção das mesmas com cabos de
secção circular, mantido o espaçamento anteriormente citado, é satisfatória, com a vantagem
de ser adquirida facilmente no mercado em tela pré fabricada, nas mais diversas bitolas de
condutores.
A função básica da MTR é a equalização dos potenciais (aterramento funcional) e não
a condução de corrente de curtos circuitos. Daí, os condutores de proteção para retornos de
curtos circuitos fase terra devem existir e serem dimensionados pela NBR 5410. A MTR deve
ser obrigatoriamente conectada ao sistema de aterramento de força através de um ou mais
pontos de conexão para equalizar os potenciais, embora ela funcione até suspensa no ar.
Todas as carcaças e barras de terra de referência dos quadros de equipamentos
eletrônicos sensíveis, partes metálicas e demais equipamentos integrantes do ambiente
(eletrodutos, colunas metálicas, quadros de distribuição e etc.) devem ser ligados a MTR
através de cordoalhas ou fitas de cobre conforme mostra a figura 7.
Se construirmos uma malha de aterramento cuja malha (mesh) seja muito menor que o
comprimento de onda da maior freqüência interferente, não existirão diferenças de potencial
apreciáveis entre dois pontos quaisquer da malha.
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O critério atual é adotar freqüência igual a 30 MHz, pois esta freqüência a maioria das
interferências presentes nos meios industriais e comerciais, incluindo-se as descargas
atmosféricas.
A MTR deve ser montada sob equipamentos eletrônicos sensíveis a uma distância tal
que o comprimento entre as barras de terra lógicas destes e a MTR, não ultrapasse a distância
do “Mesh”, o que pode ser conseguido através de piso falso.
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Símbolos referentes às figuras 2, 3, 4, 5 e 6:
- Condutor Neutro
- Condutor Terra
- Condutor (PEN)
Esquemas TN
Esquema TN-S
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Esquema TN-C-S
Esquema TN
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Esquema TT
Fig.11 – Esquema TT
Esquemas IT
Fig.12 – Esquema IT
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