AGRAVO DE INSTRUMENTO - Processo Civil

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE UF.

Processo Originário: 0000000-00.2021.0.00.0002

REQUERENTE: ALFA BYTES LTDA

REQUERIDO: JOÃO FELICIANO

JOÃO FELICIANO, já devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, respeitosamente comparece perante Vossa Excelência, por intermédio de
seus procuradores in fine assinados, conforme procuração anexa (doc. I), nos
termos do artigo 1.015 e seguintes do NCPC, propor tempestivamente o recurso:

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em desfavor da decisão do Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Matões


do Vale – UF, proferida em 10/11/2020 nos autos da ação, a qual extinguiu a
reconvenção e indeferiu o pedido de Assistência Judiciária Gratuita apresentada
pelo Requerido.

Para a formação do instrumento, nos termos do art. 1.017 do CPC/2015


anexam-se as peças obrigatórias do processo físico:

a) Petição inicial
b) Contestação apresentada
c) Decisão agravada
d) Procuração
e) Certidão de tempestividade
f) Comprovante das Custas Recursais
g) Substabelecimento
h) Peças do processo úteis pra compreensão da controvérsia
Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido e
processado regularmente, com distribuição imediata a uma das Turmas do Egrégio
Tribunal, nos termos do art. 1.019 do CPC, sendo, posteriormente, provido com o
intuito de reformar a decisão do Juízo a quo.

Termos em que, pede-se deferimento.

São Luís-MA, 30 de novembro de 2020.


CATARINA MARIA ALMADA LIMA DE ANGELO
OAB/UF 3.003

GABRIELA ALBUQUERQUE LEITÃO DA SILVA CARNEIRO


OAB/UF 2.307

LUÍS FILIPE GONÇALVES ALVES


OAB/UF 1.399

NATHÁLIA DINIZ MENDONÇA


OAB/UF 1.711
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE UF.

Razões do Agravante

Processo Originário: 0000000-00.2021.0.00.0002

Vara de Origem: 2ª Vara Cível da Comarca de Matões do Vale – UF.

AGRAVANTE: JOÃO FELICIANO

AGRAVADO: ALFA BYTES LTDA

Colenda Câmara,

I – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO

Neste caso em concreto, o recurso cabível é o agravo de instrumento,


pois o provimento judicial a ser agravado possui natureza jurídica de decisão
interlocutória (NCPC, 203, §2º), a qual extinguiu a Reconvenção interposta pelo
agravante e indeferiu o pedido de gratuidade da justiça (art. 1.015, inciso V e
parágrafo único do NCPC).

Outrossim, cumpre ressaltar que o Agravante possui legitimidade para


interpor o presente recurso, visto que, com fulcro no art. 996 do CPC/2015, é parte
da demanda e apresenta interesse processual, uma vez que é sucumbente da
decisão prolatada.

Conjuntamente, é imprescindível evidenciar que o presente recurso é


tempestivo, tendo em vista que, nos termos do art. 1.003, § 5°, do NCPC, será
interposto no prazo de 15 (quinze) dias úteis a partir da intimação da decisão a ser
agravada.

Desse modo, tendo sido a decisão agravada publicada no dia 10/11/2020,


a data limite para a interposição do presente recurso é o dia 30/11/2020.

II – DOS FATOS

Trata-se de ação de cobrança ajuizada pela empresa ALFA BYTES LTDA


em desfavor de JOÃO FELICIANO, objetivando a condenação do Réu ao
pagamento de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sendo tal quantia oriunda do saldo
devedor de um contrato de prestação de serviços de manutenção de rede de
computadores.

Diante disso, em sede de defesa, o Requerido contestou os pedidos


alegando que nada deve, pois a parte autora foi quem descumpriu o contrato,
forneceu produtos de qualidade inferior ao que foi ajustado, bem como não
apresentou o segundo técnico de manutenção, conforme previsto no contrato.

Na mesma peça, requereu os benefícios da Justiça Gratuita e apresentou


Reconvenção pleiteando a condenação da empresa ao pagamento de indenização
por danos materiais e morais diante dos transtornos causados.

O Juízo de primeiro grau proferiu decisão extinguindo a reconvenção, sob


o fundamento de inexistência de conexão com a demanda principal. Ademais,
indeferiu o pedido de Assistência Judiciária Gratuita sob o argumento de que o Réu
é defendido por advogado particular.

Eis o que cabia relatar.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

a) Extinção da reconvenção

Com a devida vênia ao pensamento adotado pelo MM. Juiz do feito,


ousamos discordar de sua decisão. A decisão do ilustre magistrado está
fundamentada na ausência de conexão da reconvenção proposta com a demanda
principal. Entretanto, o caput do art. 343 do CPC/15 prevê como requisitos para a
propositura de reconvenção tanto a conexão com a ação principal como também
com o fundamento da defesa.

O Reconvinte pleiteou a condenação de danos morais e materiais


decorrentes dos transtornos causados pelo não cumprimento do Reconvindo das
suas obrigações advindas do mesmo contrato de prestações de serviços utilizado
pela empresa para ingressar com a presente ação de cobrança.

Nesse sentido, o STJ entendeu no julgamento do Recurso Especial nº


293784/SP ser possível a propositura da reconvenção em uma ação de despejo
devido ao vínculo entre o fundamento da defesa e a pretensão reconvinte,
consistente em um contrato locativo.

Nessa perspectiva, resta clara a conexão da reconvenção proposta na


presente ação com os fundamentos da defesa, em razão do vínculo consistente no
contrato de prestações de serviços firmado pelas partes.

b) Indeferimento do pedido de Assistência Judiciária Gratuita

Nos autos da contestação, o Agravante requereu a concessão dos


benefícios da justiça gratuita, alegando, por meio da declaração de hipossuficiência,
assinada e anexada aos autos (fls. 20), não possuir condições financeiras para arcar
com as despesas processuais.

Por conseguinte, a decisão do Juízo a quo merece reforma, com base no


artigo 98 do NCPC, o qual positiva que o indivíduo com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

É fato que o Agravante apresentou o contracheque nos autos (fls. 21),


documento comprobatório que indica possuir uma renda mensal líquida de R$
2.000,00 (dois mil reais). Assim, se encontra em plena conformidade com o artigo
supramencionado, pois a simples declaração de impossibilidade para arcar com as
custas, sem prejuízo do seu próprio sustento ou da família, é suficiente para a
concessão do benefício pleiteado.

Em desconformidade com o que aduz o art. 99, § 2º, do NCPC, o juiz


indeferiu o pedido, sob o fundamento de que o Réu é defendido por advogado
particular, mesmo anexados todos os documentos comprobatórios que evidenciam
os pressupostos legais para a concessão da gratuidade, não sendo concedida nova
oportunidade ao Agravante para a comprovação da necessidade do benefício.

No julgamento do Agravo Interno no Agravo em Recurso Especial nº


736.006/DF, o Superior Tribunal de Justiça menciona que sendo insuficiente a
declaração de pobreza para a comprovação da necessidade da concessão da
assistência judiciária, será concedida à parte requerente a oportunidade de
comprovar a necessidade de concessão dos benefícios da justiça gratuita ou
recolher o preparo.
Quanto ao argumento que fundamenta a Decisão, ressalta-se que estar
assistido por advogado particular não pressupõe requisito para a não concessão do
benefício, tendo como fulcro, portanto, o art. 99, § 4º, do CPC/2015. Pondera-se,
ainda, que o Advogado é pro bono, estabelecido pela cláusula Ad Exitum, a qual
convenciona que o advogado só receberá o pagamento em caso de êxito da ação.

No Recurso Especial nº 1504432/RJ, julgado no STJ, fixou-se o


precedente de que é possível o gozo da assistência judiciária gratuita mesmo ao
jurisdicionado contratante de representação judicial com previsão de pagamento de
honorários advocatícios ad exitum.

Outrossim, conforme o art. 5º, LXXIV, da CF/88, o Estado prestará


assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos, consubstanciando uma garantia constitucional que assegura aos
hipossuficientes a prestação de assistência judiciária gratuita. Desse modo, o
indeferimento do benefício é um óbice que dificulta o acesso à justiça, configurando,
também, uma violação ao art. 5º, XXXV, da Carta Magna.

IV – DOS PEDIDOS

Isto Posto, Requer:

a) Seja o presente recurso recebido e distribuído para posterior análise de seu


provimento;

b) No mérito, seja reformada a decisão do M.M. Juízo a quo que extinguiu a


reconvenção apresentada e indeferiu o pedido de Assistência Judiciária Gratuita,
dando-se, assim, prosseguimento à reconvenção e a concessão dos benefícios da
Assistência da Justiça Gratuita ao Agravante.

c) A condenação da Requerente ao pagamento de custas e honorários advocatícios,


nos termos do art. 82 a 85 do CPC/2015;

d) Intime-se o Agravado para, querendo, apresentar as contrarrazões do recurso no


prazo de 15 (quinze) dias.

Termos em que pede e espera deferimento.

São Luís-MA, 30 de novembro de 2020.


CATARINA MARIA ALMADA LIMA DE ANGELO
OAB/UF 3.003

GABRIELA ALBUQUERQUE LEITÃO DA SILVA CARNEIRO


OAB/UF 2.307

LUÍS FILIPE GONÇALVES ALVES


OAB/UF 1.399

NATHÁLIA DINIZ MENDONÇA


OAB/UF 1.711
ANEXOS
I. Procuração ‘Ad Judicia’

OUTORGANTE:
JOÃO FELICIANO, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG/UF nº. 987654,
inscrito no CPF sob o nº 789.012.345-67, com endereço eletrônico
[email protected], residente e domiciliado na Rua dos Bicudos, nº 54,
bairro dos Nobres, CEP 45234-567, no município de Matões do Vale – UF.
OUTORGADOS:

CATARINA MARIA ALMADA LIMA DE ANGELO, brasileira, solteira, advogada,


inscrita na OAB/UF sob nº 3.003. Sócia do escritório ALMADA & MENDONÇA
ADVOGADOS ASSOCIADOS, este registrado na OAB/UF sob o nº 839.

GABRIELA ALBUQUERQUE LEITÃO DA SILVA CARNEIRO, brasileira, solteira,


advogada, inscrita na OAB/UF sob nº 2.307. Sócia do escritório ALMADA &
MENDONÇA ADVOGADOS ASSOCIADOS, este registrado na OAB/UF sob o nº
839.

LUÍS FILIPE GONÇALVES ALVES, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na


OAB/UF sob nº 1.399. Sócio do escritório ALMADA & MENDONÇA ADVOGADOS
ASSOCIADOS, este registrado na OAB/UF sob o nº 839.

NATHÁLIA DINIZ MENDONÇA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/UF


sob nº 1.711. Sócia do escritório ALMADA & MENDONÇA ADVOGADOS
ASSOCIADOS, este registrado na OAB/UF sob o nº 839.

Todos os Outorgados com escritório profissional na Avenida Colares Moreira, nº 3,


Lote 03-A, Qd 23, Sala 305 – Ed. Business Center – Renascença II, CEP: 65075-
770, São Luís – MA e [email protected].

PODERES:
Por este instrumento particular de mandato, para o fim adiante especificado, o(a)
OUTORGANTE nomeia e constitui o(s) OUTORGADO(S) seu(s) bastante(s)
procurador(es), outorgando-lhe(s) os necessários poderes para representá-lo em
juízo ou administrativamente, com os poderes contidos na cláusula “ad judicia” e
cláusula "ad negotia", mais os especiais para transigir, desistir, reconvir, concordar,
discordar, ratificar, retificar, requerer, assinar papéis, documentos, receber quantias
inclusive alvarás, dar quitação, firmar declaração de pobreza nos termos e para fins
das Leis n.º 1.060/50, 5.584/70 e 7.510/86, acompanhar o processo em todos os
termos ou instâncias, podendo substabelecer, no todo ou em parte, com ou sem
reserva, os poderes aqui conferidos, receber e dar quitação, e tudo mais que se faça
necessário para o bom e fiel cumprimento do presente mandato.
São Luís - MA, 30 de novembro de 2020.

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JOÃO FELICIANO
Outorgante

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