A Casa Dos Bebês - Inclusão Na Educação Infantil
A Casa Dos Bebês - Inclusão Na Educação Infantil
A Casa Dos Bebês - Inclusão Na Educação Infantil
Direitos reservados à
FICHA TÉCNICA
Editor-chefe — Lucas Almeida Dias
Diagramação e Projeto gráfico — Natália Huang Azevedo Hypólito
Revisão — Lucas Almeida Dias
COMITÊ EDITORIAL
Prof. Dr. Douglas M. A. de A. P. dos Santos Profa. Dra. Cintya de Oliveira Souza
Profa. Dra. Ana Cláudia Bortolozzi Profa. Dra. Andreia de B. Machado
Profa. Dra. Manuela Costa Melo Prof. Dr. Carlos Gomes de Castro
Profa. Dra. Ana Beatriz D. Vieira Profa. Dra Janaína Muniz Picolo
Dr. Yan Corrêa Rodrigues Prof. Dr. Thiago Henrique Omena
Prof. Dr. Luís Rafael Araújo Corrêa Prof. Dr. Fábio Roger Vasconcelos
Prof. Dr. Leandro A. dos Santos Prof. Dr. Gustavo Schmitt
Profa. Dra. Daniela Marques Saccaro Prof. Dra. Renata Cristina L. Andrade
Profa. Dra. Gladys del C. M. Morales Profa. Dra. Márcia Lopes Reis
SUMÁRIO
Agradecimentos 5
Autoras
Prefácio
Autoras e colaboradoras 7
Loraine Merli Correa de Mello - Educadora do Berçário da Creche
Maiara Fernanda Venturini Ferreira - Educadora do Berçário da
Creche
Maria Cláudia Takada de Oliveira - Diretora da Creche
Maria Izabel Cava Pari de Paula (“Nina”) - Supervisora da Diretoria
Municipal de Educação de Cafelândia
Simone Cristina Soares - Educadora do Berçário da Creche
Prefácio 9
Com isso, poderíamos falar sobre diversos aspectos que
contribuiriam para esse processo de inclusão, ou seja, falarmos
sobre a formação dos professores, a colaboração com profissionais
de apoio, o envolvimento dos pais e da comunidade. Poderíamos
falar sobre adaptações, desde as referentes aos ambientes físicos
acessíveis até as prováveis adaptações curriculares e materiais
didáticos inclusivos. Poderíamos ainda elencar questões sobre como
atender às necessidades específicas, pensando na identificação
e implementação de planos de apoio individualizado e, por fim,
ainda falarmos sobre métodos de avaliação que considerem
diferentes formas de expressão e aprendizado. Apesar de todas
essas possibilidades, optamos por falar sobre a importância de
desenvolvermos uma perspectiva holística e colaborativa para
criarmos ambientes educacionais que atendam a todos, não apenas
às crianças Público-Alvo da Educação Especial (PAEE).
Conheçamos essa perspectiva adotada, bem como as várias
razões que destacam a importância da inclusão:
1 – Desenvolvimento Socioemocional:
2 – Promoção da Autoestima:
3 – Estímulo à Aprendizagem:
Prefácio 11
sobre o assunto para reforçar esse aspecto que maciçamente é tão
valorizado dentro do ambiente escolar.
Ambientes inclusivos incentivam uma abordagem pedagógica
diversificada, adaptando-se às necessidades individuais de cada
criança (Cruz, 2010).
Nesse sentido, ao reconhecer e respeitar os estilos de
aprendizagem variados, a inclusão propicia um ambiente profícuo
ao desenvolvimento cognitivo, estimulando a curiosidade, o interesse
pelo conhecimento, aprofundando a comunicação, desenvolvimento
motor, dentre outras áreas do desenvolvimento, fortalecendo a
autoconfiança e autoestima na classe comum, assim como em
ambientes complementares e especializados (Reganhan e Manzini,
2009; Cia e Rodrigues, 2014).
Prefácio 13
um futuro mais inclusivo, respeitoso e harmonioso. Ao proporcionar
experiências ricas e diversas desde a infância, a inclusão não apenas
nutre o crescimento acadêmico, mas também semeia as bases para
uma sociedade que celebra a diversidade em todas as suas mais
ricas formas.
Indicações de Leituras
Prefácio 15
APRESENTAÇÃO
Pra Começo de Conversa…
Apresentação 17
uma creche que seria nosso polo para formação de multiplicadores
de um trabalho de educação integral a partir da creche.
Foi assim que nos aproximamos da Creche Escola Cecília de
Castro Delafiori em 2023. Temos realizado visitas mensais no período
letivo, nos comunicado via grupo de Whatsapp, realizado algumas
reuniões online e realizamos também algumas reuniões com a
gestora, supervisora e coordenadora pedagógica.
Em determinado momento, uma feliz coincidência possibilitou que
chamássemos a Dra. Maewa para uma palestra sobre educação
inclusiva para alguns educadores da rede e a Dra. Maewa gentilmente
escreveu o prefácio deste livro.
O que apresentamos na sequência são os primeiros resultados
do trabalho realizado que constituíram algo como um livro de Boas
Práticas para a Educação na Creche: A Casa dos Bebês - Uma
Experiência Inovadora no Município de Cafelândia. Ainda temos
muito a trabalhar, mas com a parceria que estabelecemos com essas
agentes que são extremamente delicadas, dispostas, carinhosas,
criativas e receptivas às orientações, não há como dar errado.
Apresentação 19
citando nomes, porque muita gente sonhou e trabalhou para que
isso acontecesse. Seria injusto esquecer de mencionar alguém aqui.
Foram tantas pessoas que sonharam e hoje essa “cabaninha” além
de ilustrar a capa, representa os nossos sonhos e que nela possam
também ter muitos sonhos dos bebês que por ela passarem. Ela
nos remete à “vida” e “vida” sempre vai nos remeter aos pequenos,
motivação da “Casa dos Bebês”.
Ah… o título dessa sessão “Uma pequena descoberta vira um
grande aprendizado” é uma frase pintada em uma das paredes da
Casa dos Bebês pelas agentes do Berçario I.
Apresentação 21
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais
definidas pela BNCC devem então assegurar aos estudantes o
desenvolvimento de dez competências2 gerais, que possuem como
pressuposto a garantia, no âmbito pedagógico, dos direitos de
aprendizagem e desenvolvimento e é importante ressaltar que as
competências gerais da Educação Básica, se inter-relacionam e se
desdobram no tratamento didático proposto para as três etapas da
Educação Básica (Educação Infantil - abrange as creches, Ensino
Fundamental e Ensino Médio), que assim como na Lei de Diretrizes e
Bases (Brasil, 2016) se articulam na construção de conhecimentos, no
desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores
(Brasil, 2017; Miguel, 2021).
Destaca-se, então, que a BNCC não pode ser compreendida como
uma proposta curricular, mas como um conjunto de pressupostos e
princípios que devem reger a elaboração de propostas curriculares
pelas Secretarias de Educação (Miguel, 2021).
Assim como na Lei de Diretrizes e Bases (Brasil, 2016), a Base
Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) entende a Educação
Infantil como primeira etapa da Educação Básica, ou seja, o início
e o fundamento do processo educacional. O documento aborda
também que a entrada na creche ou na pré-escola é, na maioria das
vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos
familiares para uma situação de socialização estruturada.
A BNCC ainda ressalta que
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a
concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como
algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e
pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas
crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-
Apresentação 23
uma intencionalidade educativa3 às práticas pedagógicas, tanto
na creche quanto na pré-escola. Dessa forma, o documento se refere
a parte do trabalho do educador como o de refletir, selecionar,
organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e
interações, além de observar a trajetória de desenvolvimento de
cada criança e de todo o grupo, isto é, as conquistas, avanços,
possibilidades e aprendizagens; sem intenção de selecionar, promover
ou classificar as crianças em “aptas” e “não aptas”, “prontas” ou
“não prontas”, “maduras” ou “imaturas”. Tais elementos observados
pelos educadores na Educação Infantil possuem a finalidade de
reorganizar tempos, espaços e situações visando sempre a garantia
dos direitos de aprendizagem de todas as crianças.
Apresentação 25
Para Abramowicz e Wajskop (1999), foi a partir dos anos 1970, que
as creches passaram a ser concebidas e reivindicadas como lugar
de educação e cuidado das crianças de 0 a 6 anos, deixando de
ter apenas como responsabilidade cuidar, assistir e higienizar e
atualmente ela é entendida como um contexto formal de educação
e apoio às necessidades das crianças, por serem espaços passíveis
de se tornarem um ambiente de ampliação de seus modos de
socialização e sociabilidade.
A creche tem como proposta o desenvolvimento integral da criança, sendo
assim, a escola tem o papel de mediar essas aprendizagens, e é na escola
que a criança brinca, e aprende com as brincadeiras, ela propicia à criança
o crescimento saudável [...] (Silva; Alves e Guisso, 2022, p. 46).
Indicações de Leitura
Apresentação 27
Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF, 11 de novembro de 2009.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content
&view=article&id=12745:ceb-2009&catid=323:orgaos-vinculados>. Acesso
em: 20 fev. 2011.
Indicação de Leitura
Indicações de Leituras
“Não fazendo tudo o que quer, mas querendo tudo o que faz” 37
para que, embora ocorram imprevistos, improvisos não sejam
necessários!!! Para tanto, é importante estar muito claro os objetivos
que pretende alcançar e os meios ou etapas daquela atividade, uma
vez que o planejamento exigirá antecipações e preenchimento de
possíveis adversidades no decorrer da mesma.
Na sua comunicação com a criança, o educador precisa ser
muito claro e objetivo, para que não haja confusão ou não ocorram
distorções no entendimento de todos, grandes ou pequenos. Também
sugerimos que exista sempre uma grande variedade de materiais, de
encorajamento às crianças para serem ativas e curiosas, de perguntas
direcionadas a elas, conversas despretensiosas e outras também
intencionais com o objetivo de ensinar alguma coisa, e multiplicidade
de momentos nos quais os pequeninos possam responder às suas
necessidades afetivas, em que os adultos favorecem as interações
carinhosas e respeitosas, com demonstrações práticas entre eles, a
fim de criar e intensificar elos e outras condições favoráveis para os
seus desenvolvimentos.
O trabalho pedagógico agora proposto prevê diferentes tipos
de atividades, ocorrendo nos mais variados momentos da rotina.
Consoante ao Programa de Educação Infantil e Ensino Fundamental
(PROEPRE), de Assis e Assis (2013a, 2013b, 2013c), em que, em um
dia de aula, períodos de atividades diversificadas, de atividades
coletivas, de atividades independentes, e de atividade individuais, são
distribuídos harmonicamente na rotina diária, de forma às crianças
se apropriarem mais e mais das tarefas e de suas responsabilidades.
O que são cada um desses tipos de atividades?
As atividades diversificadas: são aquelas com no mínimo duas
propostas de atividades diferentes uma da outra, e que ocorrem ao
mesmo tempo! As atividades diversificadas precisam ocorrer de 40 a
50 minutos, sendo o ideal que aconteçam em todas as turmas/salas
da instituição escolar, uma vez no período da manhã e um no da tarde,
todos os dias. Durante a execução das atividades diversificadas, as
crianças ficam livres para escolher entre uma e outra.
“Não fazendo tudo o que quer, mas querendo tudo o que faz” 39
Fonte: registro do acervo pessoal de uma das autoras enquanto professora numa
creche em 2019.
Fonte: registros do acervo pessoal de uma das autoras enquanto professora numa
creche em 2013.
Fonte: registro do acervo pessoal de uma das autoras enquanto estagiária numa
creche em 2011.
“Não fazendo tudo o que quer, mas querendo tudo o que faz” 41
O Tempo de Atividade
Indicações de Leituras
Indicações de Vídeo/Leitura
Dicas Importantes:
Indicações de Materiais
Tchau preguiça
Tchau sujeira
Adeus cheirinho de suor
Oh...
Meu pé
Meu querido pé
Que me aguenta o dia inteiro
Oh Oh
E o meu nariz
Meu pescoço
Meu tórax
O meu bumbum
E também o fazedor de xixi
Oh...
La la
Laia laia la
Laia la la la
Banho é bom
Banho é bom
Banho é muito bom
Agora acabou!
Indicações de leituras
Indicações de Leituras
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
“Faz-de-conta que…” 69
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Indicação de Vídeo
Música do Palavra Cantada: “Faz de conta” Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=C2RmtCEIQSg>. Acesso em: 22 abr. 2024.
“Faz-de-conta que…” 71
CAPÍTULO 9
Lê Pra Mim! (a Hora da Historinha)
Essa foi a primeira historinha que a gente leu pra eles. Eles
adoraram. Eles tavam brincando no outro canto da sala e
aí, quando eu peguei o livro, e comecei a mexer a boquinha
do fantoche, todos vieram pra cima querendo pegar, tocar
no fantoche, e eles ficaram olhando, enquanto eu contava a
história... Foi muito bonitinho.
Alguns prestavam atenção, outros só queriam pegar mesmo no
livro... Mas foi bem interessante. Vamos repetir mais vezes.
(Maiara, Agente do BI, áudios de 21/03/2024)
Lê pra mim! 73
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a
concepção que vincula educar e cuidar com o brincar, entendendo o
cuidado e a brincadeira como indissociáveis do processo educativo.
Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências
e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da
família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas
propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo
de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças,
diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de
maneira complementar à educação familiar – especialmente quando
se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que
envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e
escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.
Desta forma, e considerando que na Educação Infantil as
aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos
estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os
direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e
conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil, a BNCC
está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos
quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que
acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana
das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural.
A definição e a denominação dos campos de experiências também
se baseiam no que dispõem as Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009), em
relação aos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados
às crianças e associados às suas experiências. Considerando esses
saberes e conhecimentos, segue abaixo os campos de experiência
que o presente projeto se norteará, bem como os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento, consoantes à BNCC:
Lê pra mim! 75
momento da leitura em que os alunos leem, ainda que os iniciantes
não o façam convencionalmente! Sim, para tanto, é preciso que os
livros e outros materiais impressos sejam de diferentes gêneros para
que as crianças conheçam a diversidade e tenha, ocasionalmente, a
liberdade de escolher o gênero que mais o atrai (um gibi, uma revista
em quadrinhos, um livro de piadas, etc.).
As “Rodas de leitores”, nas quais as crianças (mesmo as bem
pequenas) podem compartilhar opiniões (favoráveis ou não) sobre os
livros e textos lidos e indicá-los (ou não) aos colegas… Proposta de
intervenção: “quem gostou dessa história levanta a mão!” ou “quem
não gostou desse livro faz cara de bravo!”, etc.
Além do mais, as educadoras têm liberdade para proporem à
coordenação pedagógica, a extensão de convites feitos a algum
escritor local, por exemplo, a fim dele falar com as crianças sobre as
suas atividades e instigá-las a ler e a escrever! Já com as crianças
maiores, podem propor atividades de produção de texto coletivo
(sobre músicas, parlendas, poesias, etc.), onde o adulto será o escriba
e o texto ficará exposto na sala para que possa ser retomado em
outros momentos ou até mesmo consultado pelas crianças a qualquer
instante que tiverem interesse.
Lê pra mim! 77
Educação Infantil e a família são essenciais. Além disso, a instituição
precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais, dialogando
com a riqueza/diversidade cultural das famílias e da comunidade.
A “literacia familiar” é uma ação importante para que a escola,
junto com a família, possa ressignificar no processo de alfabetização
e de incentivo à leitura, pois a aprendizagem da linguagem oral, da
leitura e da escrita começa em casa, na convivência entre pais e
filhos. Independente da renda ou escolaridade da família, estudos
apontam que ações com a participação da família são importantes
para o sucesso escolar. As interações entre pais e filhos poderão se
tornar parte da rotina semanal da família, fazendo do aprendizado
da literatura um evento alegre e contribuindo para a garantia do
sucesso das crianças na escola e na vida.
Lê pra mim! 79
O envolvimento das crianças, desde muito pequenas, em atividades
de leitura, além de incentivá-las a ler -mesmo quando ainda não sabem
ler-, estimula o gosto pela leitura e fomentando a formação leitores
competentes, é uma excelente estratégia para envolver as famílias
dos iniciantes em atividades de leitura, possibilitando a aquisição de
competências leitoras (por meio do trabalho com gêneros literários
diversos), explorando os vários campos de experiência de forma
interdisciplinar, e aproximando os educandos do universo escrito e
dos portadores de escrita para que possam manuseá-los.
Fora que propiciar o contato das crianças, logo cedo, com o
universo letrado, da escrita em sua função social e comunicativa,
ampliando paulatinamente seus repertórios de histórias conhecidas,
relacionando múltiplos aspectos da complexidade humana e
incentivando-as a manifestar seus sentimentos, trará contribuições
significativas no conhecimento da língua escrita e de enriquecimento
do vocabulário infantil, indo muito para além do âmbito cognitivo,
abrangendo também o afetivo, o social e o moral dos pequeninos.
Indicação de leitura
“Pés no chão” 81
Fonte: acervo pessoal de uma das autoras.
Sugestões de Atividades
Brincadeiras na Grama:
Deixe os bebês engatinhar para explorar a grama, tocar para sentir
a textura nas mãos e pés, e usar a grama como opção de superfície
macia para os primeiros ensaios dos passinhos.
“Pés no chão” 83
Passeios e Caminhadas:
Leve os bebês para caminhar ao ar livre. Pode usar carrinhos
de bebê ou deixar que os bebês que já estão começando a andar
explorem o ambiente com segurança. Aproveite o passeio para
conversar com os bebês sobre o que vocês estão vendo, apontando
para árvores, flores, animais,para o céu e outros elementos da
natureza.Um recurso interessante para fazer o passeio de modo
seguro é usar a “centopéia” (vide Figura abaixo). Cada bebê segura
em uma das alças que saem do “pé” da centopéia.
Varie as Atividades:
Mantenha a variedade nas brincadeiras ao ar livre para que os
bebês possam explorar diferentes aspectos do ambiente. Alterne
entre atividades mais ativas e momentos de descanso e observação.
A diversidade nas atividades ajuda a manter o interesse dos bebês e
proporciona diferentes oportunidades de aprendizado.
Observe e Responda:
Preste atenção às reações dos bebês durante as brincadeiras
ao ar livre. Se um bebê parecer desconfortável ou sobrecarregado,
ofereça um momento de calma e segurança. Por outro lado, se um
bebê mostrar entusiasmo por uma determinada atividade, incentive
e expanda essa experiência.
“Pés no chão” 85
Envolva os Responsáveis:
Incentive os pais a participarem das atividades ao ar livre sempre
que possível. A presença e o envolvimento dos pais fortalecem o
vínculo afetivo e proporcionam uma sensação de segurança para
os bebês. Além disso, os pais podem aprender novas maneiras de
brincar e interagir com seus filhos em casa. Uma ideia é chamar os
responsáveis para fazer um horta na creche.
“Pés no chão” 87
CAPÍTULO 11
Que Soninho zZZ (o Momento do Descanso)
Indicações de Leituras
Indicações de Leituras
Indicações de Leituras
Apêndice 107
Movimentos Reflexos: Presença de reflexos primitivos
como sucção, preensão, marcha e Moro.
Desenvolvimento Postura: O recém-nascido mantém os membros fletidos e o
físico: corpo em posição fetal.
Tônus Muscular: Hipertonia dos músculos flexores e
hipotonia dos músculos extensores.
Desenvolvimento Do nascimento ao 1º mês – não responde a qualquer
da visão: estímulo no campo visual, exceto luz. Algum grau de fixação.
Apêndice 109
Noção do tempo: início do começo da consciência de
um antes e depois na sequência; começa a capacidade
de reter um fenômeno que acabou de acontecer
(passado imediato), além da apreensão da seriação de
acontecimentos quando a ação intervém na sequência.
Noção do espaço: a criança não segue a trajetória do
objeto, mas sim da mão.
Noção da causalidade: é mágico-fenomenista (“qualquer
coisa é capaz de produzir qualquer coisa” e as causas estão
centradas na ação, sem considerar os contatos espaciais) e
o bebê age e espera que ocorra o efeito. Não há um vínculo
entre os objetos, mas sim entre a sua ação e seu fenômeno.
Imitação: nesse momento não há alterações significativas
nas características da imitação, a não ser que as imitações
do que o próprio bebê já fazia, passa a ser sistemática.
Linguagem: há um rápido aumento na quantidade de
combinações vogais e consoantes. O balbucio é uma parte
Formação do
importante para a preparação para a linguagem falada.
símbolo
A partir dos 6 meses de idade, é típico que os bebês
experimentem todos os tipos de sons. Há um balbucio
diferenciado, com repetição de diferentes sílabas, além
de “jogos vocálicos” e “auto-balbucio”, nos quais o bebê
parece brincar com os sons que emite.
os afetos ainda são perceptivos; o sorriso é fruto dos
Desenvolvimento
primeiros espasmos como reação ao movimento e depois
afetivo:
ao que reage
Rolar: Aos 5-6 meses, o bebê rola de costas para a barriga
e vice-versa.
Desenvolvimento Sentar com apoio: Aos 6-7 meses, o bebê consegue
físico: sentar-se com apoio.
Desenvolvimento motor fino: Melhor controle de preensão,
passando de preensão palmar para preensão com os dedos.
5 meses – Desenvolve coordenação olho-mão: esforços
Desenvolvimento
sucessivos de agarrar. Procura intencionalmente os objetos
da visão:
com os olhos, mesmo que seja apenas para brincar com a luz.
Apêndice 111
Imitação: a imitação passa a ser de novos gestos e sons
e de partes do corpo que a criança não visualiza, como
franzir o nariz, fazer bico…
Linguagem: além de vocalizar, os bebês também apontam
Formação do para o que desejam - combinando os sons com os gestos.
símbolo Seus repertórios de sons passam a ser aqueles da língua
falada em casa ou na creche. Repetem sons emitidos
pelos outros, principalmente pelos adultos. Respondem a
imperativos rotineiros e atendem acompanhando de gestos,
como “dá tchau”, “joga beijo”, e assim por diante.
não há o reconhecimento de quem a criança é e nem do
outro (ex.: joga objetos para ver suas reações, impõe sua
Desenvolvimento
força sobre os objetos que se movimentam); os sentimentos
afetivo:
são ligados às próprias atividades de acordo com os
sucessos e fracassos dos atos intencionais.
Engatinhar: Aos 8-10 meses, o bebê começa a engatinhar.
Sentar sem apoio: Aos 9-10 meses, o bebê consegue
Desenvolvimento
sentar-se sem apoio.
físico:
Ficar em pé: Aos 11-12 meses, o bebê pode começar a ficar
em pé com apoio e dar passos com ajuda.
9 meses – Observa a expressão das pessoas próximas e
tenta fazer o mesmo.
A partir do 1° ano – Boa acuidade visual para perto e
Desenvolvimento longe. Tem a consolidação da visão pelos dois globos
da visão: oculares (binocular). Também há a focalização e a
acomodação (processos responsáveis pela mudança do
poder refrativo do olho, os quais garantem que a imagem
seja focalizada na retina).
Apêndice 113
Caminhar: Entre 12-15 meses, o bebê começa a caminhar
sozinho.
Desenvolvimento Subir escadas: Aos 16-18 meses, o bebê pode tentar subir
físico: escadas com ajuda.
Desenvolvimento motor fino: Melhor uso dos dedos para
pegar pequenos objetos, começando a usar a pinça fina.
Desenvolvimento
Igual ao exposto no quadro anterior (dos 12 aos 18 meses).
da visão:
Apêndice 115