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FI092 Aula 10

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FI092 – Notas de aula – Aula 10

Vol. 1. Cap. 9. Lançamento horizontal e oblíquo no


vácuo (cont.)
3. Lançamento oblíquo no vácuo

Um corpo lançado no vácuo com uma velocidade 𝑣⃗0 que faz um ângulo 𝜃 (ângulo de
lançamento) com a horizontal, descreve uma trajetória parabólica em relação à
Terra (Figura 9.4). Desprezada a resistência do ar, a aceleração do corpo é a aceleração
da gravidade.

Figura 9.4. Lançamento oblíquo.


Adaptada de https://vamosestudarfisica.com/lancamento-o-que-e-lancamento-obliquo/

O movimento do corpo pode ser considerado como a composição de dois movimentos


simultâneos e independentes: um MUV vertical com aceleração 𝑔 (da gravidade), e um
MU horizontal (Figura 9.5).

3.1. MUV vertical

Consideremos o eixo 𝑦 com origem no ponto de lançamento e orientado para cima. A


aceleração escalar é 𝛼 = −𝑔. A velocidade vertical inicial 𝑣⃗0𝑦 pode ser obtida
projetando a velocidade inicial 𝑣⃗0 no eixo 𝑦. Seu módulo é:

𝑣0𝑦 = 𝑣0 sen 𝜃

À medida que o corpo sobe, a velocidade vertical 𝑣⃗𝑦 vai diminuindo seu módulo até o
corpo atingir a altura máxima, quando 𝑣𝑦 = 0. A partir desse momento, o corpo
começa a descer, 𝑣⃗𝑦 muda de sentido e seu módulo passa a aumentar linearmente
(Figuras 9.4 e 9.5).

1
Como na direção vertical temos um MUV, com aceleração escalar 𝛼 = −𝑔 (o sinal
negativo se deve a que orientamos a trajetória para cima), valem as funções:
𝑔 2
𝑦 = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 𝑡 − 𝑡
2
𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 − 𝑔𝑡
2
𝑣𝑦2 = 𝑣0𝑦 − 2𝑔∆𝑦

Figura 9.5. Algumas etapas do movimento de um objeto lançado para cima com velocidade
⃗⃗𝟎 numa direção que faz um ângulo 𝜽 com a horizontal. (Esq.) Movimento na direção vertical.
𝒗
(Centro) Movimento na direção horizontal. (Dir.) Movimento real, composto pelos
movimentos vertical e horizontal. Figura adaptada de [2].

3.2. MU horizontal

Consideremos o eixo 𝑥 com origem no ponto de lançamento e orientado no mesmo


sentido da velocidade horizontal 𝑣⃗𝑥 . Esta velocidade pode ser obtida projetando a
velocidade inicial 𝑣⃗0 no eixo 𝑥. Seu módulo é:
2
𝑣𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃

Como não há aceleração horizontal, esta velocidade será constante ao longo de todo o
movimento (Figuras 9.4 e 9.5).

Como na direção horizontal temos um MU, vale a função:

𝑥 = 𝑥0 + 𝑣𝑥 𝑡

Vejam novamente a simulação https://phet.colorado.edu/sims/html/projectile-


motion/latest/projectile-motion_pt_BR.html. Agora, deixem o canhão no solo e
brinquem com o ângulo de lançamento.

____________________________________________________________________
Exercícios

1) Uma bola de tênis é lançada obliquamente no vácuo com velocidade inicial 𝑣0 = 10


m/s, numa direção que forma com a horizontal um ângulo 𝜃 tal que sen 𝜃 = 0,6 e
cos 𝜃 = 0,8. Adote 𝑔 = 10 m/s2 e despreze a resistência do ar. Determine:
a) Os módulos das componentes horizontal e vertical da velocidade no instante de
lançamento.
b) O instante em que a bola atinge o ponto mais alto da trajetória.
c) A altura máxima atingida pela bola.
d) O alcance do lançamento.

Solução: a) Os módulos das componentes de 𝑣⃗0 são dados por:

𝑣0𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃 = 10 ∙ 0,8 = 8 m/s


𝑣0𝑦 = 𝑣0 sen 𝜃 = 10 ∙ 0,6 = 6 m/s

b) Neste instante, a velocidade vertical deve ser zero. Na vertical, a bola realiza um
MUV, cuja equação horária da velocidade é:

𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 − 𝑔𝑡
6
0 = 6 − 10𝑡 ⇒ 10𝑡 = 6 ⇒ 𝑡 = ⇒ 𝑡 = 0,6 s
10

c) Para encontrar a altura atingida pela bola, novamente consideramos o MUV na


vertical. Desta vez, usamos a equação horária da posição, considerando que a bola sai
do solo (𝑦0 = 0) e temos:
𝑔 2
𝑦 = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 𝑡 − 𝑡
2

3
10 2
𝑦 = 0 + 6𝑡 − 𝑡 ⇒ 𝑦 = 6𝑡 − 5𝑡 2
2

Substituindo 𝑡 = 0,6 s, que vimos que é o tempo que a bola leva para atingir a altura
máxima:

𝑦 = 6 ∙ 0,6 − 5 ∙ 0,62 ⇒ 𝑦 = 3,6 − 5 ∙ 0,36 ⇒ 𝑦 = 3,6 − 1,8 ⇒ 𝑦 = 1,8 m

d) Para encontrar a distância total percorrida pela bola na horizontal, lembremos que o
tempo que a bola anda na horizontal é igual ao tempo que a bola leva para subir até o
ponto mais alto e depois descer de volta até o solo. Mas esse tempo é o dobro do tempo
de subida calculado no item (b), ou seja:

𝑡 = 2 ∙ 0,6 ⇒ 𝑡 = 1,2 s

Além disso, na horizontal, a bola realiza um MU com velocidade constante e igual a:

𝑣0𝑥 = 𝑣𝑥 = 8 m/s

Portanto, usando a equação horária do MU e considerando que a bola sai de 𝑥0 = 0


temos:

𝑥 = 𝑥0 + 𝑣𝑥 𝑡 ⇒ 𝑥 = 0 + 8𝑡 ⇒ 𝑥 = 8𝑡

Substituindo 𝑡 = 1,2 s temos:

𝑥 = 8 ∙ 1,2 ⇒ 𝑥 = 9,6 m
____________________________________________________________________
2) Um projétil é lançado obliquamente com velocidade que forma um ângulo 𝜃 com a
horizontal, atingindo a altura máxima de 7,2 m. Sabendo que no ponto mais alto da
trajetória a velocidade escalar do projétil é 10 m/s, determine:
a) O intervalo de tempo para o projétil chegar ao ponto mais alto de sua trajetória.
b) O tempo total do movimento.
c) A velocidade de lançamento e o ângulo de tiro (lançamento) 𝜃, expresso por uma de
suas funções trigonométricas.
d) O alcance horizontal do lançamento.

Solução: a) Aqui poderíamos pensar em calcular o tempo de subida do movimento


vertical, usando, por exemplo, a equação horária da velocidade do MUV (com a
trajetória orientada para cima), pois sabemos a velocidade vertical final do projétil
(𝑣𝑦 = 0 no ponto mais alto):

𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 − 𝑔𝑡

4
O problema é que, nesse caso, não sabemos qual foi a velocidade (vertical) inicial de
lançamento (𝑣0𝑦 ). Por outro lado, sabemos a distância (altura) que o projétil atingiu.
Nesse caso, podemos utilizar a equação horária do MUV, com 𝑦 − 𝑦0 = 7,2 m (e
trajetória orientada para cima):
𝑔 2 𝑔
𝑦 = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 𝑡 − 𝑡 ⇒ 𝑦 − 𝑦0 = 𝑣0𝑦 𝑡 − 𝑡 2 ⇒ 7,2 = 𝑣0𝑦 𝑡 − 5𝑡 2
2 2

O problema é que continuamos sem saber 𝑣0𝑦 . Então, outra forma é lembrar que o
tempo que o projétil demora para subir é o mesmo tempo que ele demora para descer.
Considerando o movimento de descida, 𝑣0𝑦 = 0. Usando então a equação horária do
MUV, com 𝑦 − 𝑦0 = 7,2 m (e trajetória orientada para baixo) temos:
𝑔 2 𝑔
𝑦 = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 𝑡 + 𝑡 ⇒ 𝑦 − 𝑦0 = 𝑣0𝑦 𝑡 + 𝑡 2 ⇒ 7,2 = 0 ∙ 𝑡 + 5𝑡 2
2 2
7,2
⇒ 5𝑡 2 = 7,2 ⇒ 𝑡 2 = = 1,44 ⇒ 𝑡 = √1,44 ⇒ 𝑡 = 1,2 s
5

Portanto o tempo de descida do projétil, que é igual ao tempo de subida até a altura
máxima (que está sendo pedido neste item), é de 1,2 s.

b) O tempo total do movimento será o dobro do tempo calculado no item anterior, i.e.,
2,4 s.

c) Se no ponto mais alto a velocidade escalar é de 10 m/s, isso significa que a


velocidade horizontal tem esse valor (𝑣𝑥 = 10 m/s), já que no ponto mais alto a
velocidade vertical é nula (𝑣𝑦 = 0). Portanto,

10
𝑣𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃 ⇒ 10 = 𝑣0 cos 𝜃 ⇒ 𝑣0 = (1)
cos 𝜃

Por outro lado, a velocidade vertical inicial pode ser encontrada usando a função
horária das velocidades do MUV, aplicada ao ponto mais alto da trajetória [ou seja, no
qual 𝑣𝑦 = 0 e 𝑡 = 1,2 s encontrado no item (a)]:

𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 − 𝑔𝑡 ⇒ 0 = 𝑣0𝑦 − 10 ∙ 1,2 ⇒ 0 = 𝑣0𝑦 − 12 ⇒ 𝑣0𝑦 = 12 m/s

Mas
12
𝑣0𝑦 = 𝑣0 sen 𝜃 ⇒ 12 = 𝑣0 sen 𝜃 ⇒ 𝑣0 = (2)
sen 𝜃

Igualando a eq. (2) com a eq. (1) temos:

5
12 10 12 sen 𝜃 sen 𝜃
= ⇒ = ⇒ = 1,2 ⇒ tg 𝜃 = 1,2
sen 𝜃 cos 𝜃 10 cos 𝜃 cos 𝜃

Aqui encontramos 𝜃, expresso por uma de suas funções trigonométricas.

Para encontrar 𝑣0 , lembremos que:

𝑣02 = 𝑣𝑥2 + 𝑣0𝑦


2
⇒ 𝑣02 = 102 + 122 = 100 + 144 = 244
⇒ 𝑣0 = √244 ⇒ 𝑣0 = 15,6 m/s

d) Finalmente, encontramos o alcance horizontal do lançamento usando a eq. horária


do MU com o tempo total do movimento encontrado no item (b):

𝑥 = 𝑥0 + 𝑣𝑥 𝑡 ⇒ 𝑥 − 𝑥0 = 𝑣𝑥 𝑡 ⇒ ∆𝑥 = 𝑣𝑥 𝑡 ⇒ ∆𝑥 = 10 ∙ 2,4 ⇒ ∆𝑥 = 24 m
____________________________________________________________________
3) Um projétil é lançado obliquamente com velocidade inicial de módulo 20 m/s,
formando um ângulo 𝜃 com a horizontal, tal que sen 𝜃 = 0,8 e cos 𝜃 = 0,6. Adote 𝑔 =
10 m/s2 e despreze a resistência do ar. Determine:
a) O módulo da velocidade mínima atingida pelo projétil;
b) As componentes horizontal e vertical da velocidade e o módulo da velocidade
resultante no instante 𝑡 = 1 s.

Solução: a) A velocidade mínima do projétil ocorre no ponto mais alto da trajetória,


em que 𝑣𝑦 = 0 e a única componente não-nula é 𝑣𝑥 . Portanto, seu módulo é dado por:

𝑣𝑚𝑖𝑛 = 𝑣𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃 = 20 ∙ 0,6 ⇒ 𝑣𝑚𝑖𝑛 = 12 m/s

b) A componente horizontal da velocidade será constante e igual à calculada no item


(a) (𝑣𝑥 = 12 m/s). Já para a componente vertical usamos a equação horária das
velocidades do MUV:

𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 − 𝑔𝑡

Mas 𝑣0𝑦 = 𝑣0 sen 𝜃 = 20 ∙ 0,8 = 16 m/s, portanto, em 𝑡 = 1 s temos:

𝑣𝑦 = 16 − 10 ∙ 1 = 16 − 10 ⇒ 𝑣𝑦 = 6 m/s

Então o módulo da velocidade resultante será dado por:

𝑣 2 = 𝑣𝑥2 + 𝑣𝑦2 ⇒ 𝑣 2 = 122 + 62 = 144 + 36 = 180


⇒ 𝑣 = √180 ⇒ 𝑣 = 13,4 m/s
____________________________________________________________________

6
Vol. 1. Cap. 10. Movimentos circulares
1. Grandezas angulares

1.1. Espaço angular

Figura 10.1. Tanto 𝒔 quanto 𝝋 podem ser usados para determinar a posição P.
Extraída de [1].

Quando corpos descrevem trajetórias circulares, ao invés de medir o espaço percorrido,


é possível usar o ângulo percorrido para determinar a posição do móvel. Por exemplo,
na Figura 10.1, vemos que a posição 𝑃 do móvel é determinada tanto pela medida 𝑠
relacionada ao arco 𝑂𝑃 quanto pela medida 𝜑 do ângulo que caracteriza 𝑂𝑃. O ângulo
𝜑 é chamado de espaço angular (e 𝑠 seria o espaço linear).

Ao trabalhar com o espaço angular, é conveniente medir o ângulo em radianos, pois,


nesse caso, o espaço linear se relaciona com o espaço angular por:

𝑠 = 𝑅𝜑

em que 𝑅 é o raio de curvatura da trajetória.

Parênteses: Radiano

O radiano é uma outra unidade de ângulo (assim como o grau), mas esta é dada pela
razão entre o comprimento de um arco 𝑠 e o seu raio 𝑅. O símbolo da unidade radianos
é rad1. A Figura 10.2 mostra exemplos de vários ângulos medidos em radianos.

1
Mas esta nem sempre é usada, pois os radianos são números adimensionais, já que resultam da razão
entre dois comprimentos. Então, se uma medida de ângulo for dada sem unidades, sabemos que se
trata de uma medida dada em radianos.
7
Figura 10.2. Exemplos de ângulos medidos em radianos. Extraída de User:Stannered -
en:Image:Radian-common.png, CC BY-SA 3.0,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1814955

1.2. Velocidade angular

A velocidade angular média 𝜔𝑚 é a grandeza que mede a variação de um ângulo num


dado intervalo de tempo, dividido pelo intervalo de tempo:

∆𝜑
𝜔𝑚 =
∆𝑡

A velocidade angular instantânea 𝜔 é o valor limite ao qual tende a velocidade


angular média, quando o intervalo de tempo tende a zero (∆𝑡 → 0):

∆𝜑
𝜔 = lim
∆𝑡→0 ∆𝑡

Para ∆𝜑 medido em radianos e ∆𝑡 medido em segundos, a unidade de velocidade


angular é radianos por segundo (rad/s).

Relação entre a velocidade escalar 𝒗 e a velocidade angular 𝝎

Como 𝑠1 = 𝑅𝜑1 e 𝑠2 = 𝑅𝜑2 , vale que

∆𝑠 = 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑅𝜑2 − 𝑅𝜑1 ⇒ ∆𝑠 = 𝑅∆𝜑

Dividindo os dois lados dessa equação por ∆𝑡:

∆𝑠 𝑅∆𝜑
= ⇒ 𝑣𝑚 = 𝑅𝜔𝑚
∆𝑡 ∆𝑡

Se considerarmos ∆𝑡 → 0, temos:
8
𝑣 = 𝑅𝜔

1.3. Aceleração angular

A aceleração angular média 𝛾𝑚 é a grandeza que mede a variação da velocidade


angular num dado intervalo de tempo, dividido pelo intervalo de tempo:

∆𝜔
𝛾𝑚 =
∆𝑡

A aceleração angular instantânea 𝛾 é o valor limite ao qual tende a aceleração


angular média, quando o intervalo de tempo tende a zero (∆𝑡 → 0):

∆𝜔
𝛾 = lim
∆𝑡→0 ∆𝑡

Para ∆𝜔 medido em radianos por segundo e ∆𝑡 medido em segundos, a unidade de


aceleração angular é radianos por segundo ao quadrado (rad/s2).

Relação entre a aceleração escalar 𝜶 e a aceleração angular 𝜸

Como 𝑣1 = 𝑅𝜔1 e 𝑣2 = 𝑅𝜔2 , vale que

∆𝑣 = 𝑣2 − 𝑣1 = 𝑅𝜔2 − 𝑅𝜔1 ⇒ ∆𝑣 = 𝑅∆𝜔

Dividindo os dois lados dessa equação por ∆𝑡:

∆𝑣 𝑅∆𝜔
= ⇒ 𝛼𝑚 = 𝑅𝛾𝑚
∆𝑡 ∆𝑡

Se considerarmos ∆𝑡 → 0, temos:

𝛼 = 𝑅𝛾

Ou seja, todas as grandezas angulares vistas até o momento possuem uma grandeza
linear correspondente:

Grandezas angulares Grandezas lineares


𝜑 (rad) 𝑠 (m)
𝜔 (rad/s) 𝑣 (m/s)
𝛾 (rad/s2) 𝛼 (m/s2)

9
𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄𝐙𝐀 𝐋𝐈𝐍𝐄𝐀𝐑 = 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄𝐙𝐀 𝐀𝐍𝐆𝐔𝐋𝐀𝐑 × 𝐑𝐀𝐈𝐎

𝑠 = 𝜑𝑅 𝑣 = 𝜔𝑅 𝛼 = 𝛾𝑅

2. Período e frequência

Um fenômeno é periódico quando ele se repete, identicamente, em intervalos de tempo


sucessivos e iguais. O período 𝑇 é o menor intervalo de repetição do fenômeno.

Exemplos:
• Movimento de um pêndulo (desprezando a resistência do ar). Na Figura 10.3, o
período é o tempo que demora para o pêndulo sair de A e voltar novamente a A.
• Ponteiros de um relógio. O ponteiro das horas tem um período de 12 h, o dos
minutos tem um período de 1 h (ou 60 min), e o dos segundos tem um período
de 60 s.
• Movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo, com período de 24 h.

Figura 10.3. O período do pêndulo mostrado é o tempo que este demora para sair de A, ir até
B e voltar a A. Extraída de [1].

Num fenômeno periódico, a frequência 𝑓 é o número de vezes que o fenômeno se


repete por unidade de tempo. Em outras palavras, a frequência é o inverso do período:

1 1
𝑓= ou 𝑇=
𝑇 𝑓

As unidades de 𝑇 são as mesmas do tempo (s, min, h, etc.)

Já as unidades de 𝑓 são o inverso das unidades de tempo. A mais utilizada é o Hertz


(Hz), sendo que 1 Hz = 1/s = 1 s–1. Esta unidade também é chamada de ciclos por
segundo, ou rotações por segundo (rps). Outra unidade de frequência bastante utilizada
são as rotações por minuto (rpm), sendo que 1 rpm = 1/60 rps = 1/60 Hz.
10
____________________________________________________________________
Exercícios

1) Um dado satélite demora aproximadamente 120 min para dar uma volta completa
em torno da Terra, realizando um movimento periódico. Determine:
a) O período do movimento em segundos.
b) A frequência em hertz.

Solução: a) O período é o tempo que o satélite demora para voltar à posição inicial (ou
seja, neste caso, para dar uma volta completa em torno da Terra). Isto já foi dado em
minutos (120 min). Em segundos, teremos:

𝑇 = 120 ∙ 60 = 7200 s

b) A frequência em hertz será simplesmente o inverso do período em segundos:

1 1
𝑓= = ⇒ 𝑓 = 1,39 ∙ 10−4 Hz
𝑇 7200

Ou seja, em 1 s, o satélite dá 0,139 milésimo de volta.


____________________________________________________________________
2) Um pêndulo vai de uma posição A a uma posição B, pontos extremos de uma
oscilação, em 2 s. Qual o período e a frequência? Despreze a resistência do ar.

Solução: O período é o tempo que o pêndulo demora para sair de A, ir até B e voltar
para A (Figura 10.3). Esse será o dobro do tempo para ir de A a B, portanto, 𝑇 = 4 s.

A frequência é o inverso do período: 𝑓 = 1/4 ⇒ 𝑓 = 0,25 Hz. Ou seja, em 1 s, o


pêndulo anda 1/4 da trajetória total (ou, metade da trajetória entre A e B).
____________________________________________________________________

Referências

[1] Ramalho, Nicolau, Toledo. Os fundamentos da física. 9a ed. Moderna, 2007.


[2] Halliday, Resnick, Walker. Fundamentals of physics - extended. 9th ed. John Wiley
& Sons, 2011.

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