Cirurgia Neuroligica Atualizada

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Lista de Siglas

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE - Acidente Vascular Encefálico


ECG – Eletrocardiograma
HbA1c - Hemoglobina Glicada
MAV - Malformação Arteriovenosa
MRI - Ressonância Magnética
PCR - Proteína C-reativa

TC - Tomografia Computadorizada
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
Sumário

1. Cirurgias Neurológicas.............................................................................................................4
1.1 Instrumentais para Neurologia (Alguns modelos)....................................................................5
2. Recuperação Pós-operatória com Auxílio da Enfermagem........................................................5
2.1 Procedimento Cirúrgico Pós-operatório e os Primeiros Dias...................................................6
3. Craniotomia.............................................................................................................................7
3.1 Quando é Necessário a Craniotomia?.......................................................................................7
4. Procedimentos...........................................................................................................................8
4.1 Ressecção de Tumores Cerebrais.............................................................................................8
4.2 Cirurgia de Coluna Vertebral....................................................................................................9
4.3 Cirurgias de Hérnias na Coluna Cervical.................................................................................9
4.4 Cirurgias de Hérnias na Coluna Lombar................................................................................10
4.5 Neurocirurgia: Aneurisma Cerebral........................................................................................10
5. Assistência da Enfermagem no Pós-operatório e Orientações ao Paciente.......................11
5.1 Tipos de Drenos usados nas Cirurgia Neurológica.................................................................11
5.2 Tipos de Posicionamento do Paciente na Cirurgia Neurológica.............................................12
6. Os 5 Tipos de Anestesia..........................................................................................................12
6.1. Anestesia local.......................................................................................................................12
6.2. Anestesia regional..................................................................................................................12
6.3. Anestesia geral.......................................................................................................................13
6.4. Anestesia espinhal..................................................................................................................13
6.5. Anestesia plexular..................................................................................................................13
7. Tempo de Jejum......................................................................................................................14
8. Exames Pré-operatórios...........................................................................................................14
8.1. Sangue...................................................................................................................................14
8.2. Coagulação............................................................................................................................14
8.3. Eletrocardiograma.................................................................................................................15
8.4. PCR........................................................................................................................................15
8.5. HbA1c....................................................................................................................................15
8.6. Exame de urina......................................................................................................................15
8.7. Tomografia Computadorizada (TC)......................................................................................15
8.8. Ressonância Magnética (MRI)..............................................................................................16
8.9 Angiografias............................................................................................................................16
Referências Bibliográficas..........................................................................................................17
4

1. Cirurgias Neurológicas

Neurocirurgia é área da neuromedicina, que envolve o diagnóstico e tratamento de distúrbios


neurológicos e complicações usando medicamentos e métodos não cirúrgicos. Na maioria dos
pacientes, neurologistas (que lidam com neuromedicina) trabalham ao lado de neurocirurgiões
(1).

Neurocirurgiões operam no cérebro, espinha ou nervos dos membros ou extremidades.


Eles tratam pacientes de todas as idades, desde recém-nascidos com anormalidades
neurológicas congênitas (defeitos congênitos) até idosos que podem ter sofrido um derrame,
por exemplo. Neurocirurgiões também estão envolvidos no tratamento de lesões nervosas,
neuro blastoma, infecções do sistema nervoso central e doenças neurodegenerativas. Uma
parte importante do diagnóstico e avaliação de pacientes em neurologia envolve o uso de
estudos de imagem, como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (MRI) e
angiografias
(1).

A neurocirurgia é uma das áreas cirúrgicas mais recentes a serem desenvolvidas,


ganhando reconhecimento no início dos anos 1900. No entanto, é agora uma das áreas
médicas mais avançadas no mundo da ciência e medicina e envolve o uso de algumas das
tecnologias mais avançadas atualmente disponíveis. Existem várias subespecialidades que um
neurologista pode escolher para praticar e exemplos incluem neurocirurgia pediátrica,
neurorradiologia intervencionista, cirurgia de coluna, cirurgia neurovascular, neuro-oncologia,
controle da dor e trauma nervoso (2).
Os neurologistas tratam pacientes com distúrbios complexos do sistema nervoso, como
derrame, esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, doença de Lou
Gehrig, epilepsia, distúrbios de dor de cabeça, infecções do cérebro e sistema nervoso
periférico. Os neurologistas geralmente trabalham em estreita colaboração com os
neurocirurgiões, mas não realizam cirurgias. O neurologista, médico que se especializou em
neurologia, é treinado para investigar, diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos. Um
neurocirurgião é um médico especializado no diagnóstico e tratamento cirúrgico de distúrbios
do sistema nervoso central e periférico, incluindo anomalias congênitas, traumas, tumores,
distúrbios vasculares, infecções do cérebro ou da coluna vertebral, acidente vascular cerebral
ou doenças degenerativas da coluna vertebral (2).
5

1.1 Instrumentais para Neurologia (Alguns


modelos)

➢ Afastador Adson;
➢ Afastador Alm;
➢ Afastador Beckmann;
➢ Afastador Caspar Cervical, Cloward, De corpo vertebal, Lombar; Circular e etc.
➢ Aspirador Frazier, Yasargil;
➢ Bisturi Bucy 45°;
➢ Bisturi elétrico Bp-100;
➢ Broca Cirúrgica;
➢ Curetas;
➢ Descoladores;
➢ Dissector;
➢ Especulo de Cushing.

2. Recuperação Pós-operatória com Auxílio da Enfermagem


Existem algumas orientações que devem ser seguidas durante o período o recuperação pós-
operatória, em relação às neurocirurgias de crânio, cirurgias de coluna e dos nervos periféricos
com exemplo. Lembrando que as informações aqui disponibilizadas não substituem as
consultas pré-operatórias ou a relação médico-paciente, e existem particularidades que devem
ser adaptadas a cada paciente em específico e por isso segue abaixo procedimentos básicos a
serem feitos (3).
➢ Antes de manipular o curativo, você deverá lavar as mãos com água e sabonete para
prevenir infecção. Orientamos a troca de curativos diários, após o banho do paciente. Os
primeiros curativos, ainda no hospital, serão realizados pela equipe médica. Durante o
tempo de internamento, os pacientes e familiares serão ensinados a como realizar os
curativos em casa;
➢ Lave bem as mãos com água e sabonete antes de trocar o curativo;
➢ Remova o curativo antigo, tocando-o apenas em suas bordas;
6

➢ Higienize a área em volta da ferida com solução de clorexidina aquosa ou spray de


clorexidina 10mg/ml;
➢ Seque bem a ferida com gaze estéril;

➢ Faça o curativo na pele com gaze estéril e fixe com micropore (após a ferida bem seca);
➢ Poderá haver a saída de uma secreção fina e avermelhada pelo curativo nos primeiros
dias após a cirurgia. Comunique-se com seu médico nos seguintes casos: se perceber a
saída da secreção por mais do que 5 dias; se houver mudança da coloração ou odor; se
perceber coloração avermelhada em torno da cicatriz; se tiver febre superior a 37, 5°.
➢ É importante realizar o acompanhamento pós-operatório para verificar se os pontos já
estão bons para serem retirados e a maioria dos retornos acontecem após 14 dias da
cirurgia.

2.1 Procedimento Cirúrgico Pós-operatório e os


Primeiros Dias

Paciente será conduzido para a sala de recuperação onde permanecerá durante algumas horas,
auxiliados por equipe envolvendo anestesistas e clínicos. Após cerca de 2-4 horas, quando o
paciente estiver bem acordado, será avaliado o retorno do paciente ao quarto, para permanecer
junto aos seus acompanhantes. Em algumas situações específicas (cirurgias de maior porte,
por exemplo), o paciente poderá ser encaminhado à UTI geralmente por cerca de 48h no pós-
operatório (4).
Os pacientes geralmente são motivados a se levantar e caminhar (com assistência, se
necessário), após alta da UTI e recuperação neurológica do paciente (o que pode acontecer nas
primeiras 48h após a cirurgia ou em período variável dependendo do tipo de cirurgia). Com
auxílio da equipe médica ou fisioterapeutas, o paciente pode se sentar à beira do leito e após
alguns minutos ficará em pé para começar a caminhar. O paciente poderá sentir um pouco de
tontura, porém com duração de poucos minutos durante esse processo, o que não deverá
desencorajá-lo (4).
Levantar-se e caminhar após a liberação da equipe médica durante o internamento é
muito importante paraevitar complicações. Além de ajudar a acelerar a reabilitação do
paciente, e possibilitar uma alta hospitalar mais precoce. Tudo, porém, com cautela e
orientação médica
(3).
7

3. Craniotomia

É uma cirurgia em que se retira uma parte do osso do crânio para operar partes do cérebro,
sendo que depois essa parte é colocada novamente. Esta cirurgia pode ser indicada para retirar
tumores cerebrais, reparar aneurismas, corrigir fraturas do crânio, aliviar a pressão
intracraniana e remover coágulos do cérebro, em caso de acidente vascular cerebral, por
exemplo (5).
A craniotomia é um procedimento complexo que dura em média 5 horas, é feito sob
anestesia geral e requer que a pessoa fique internada por 7 dias, em média, para receber os
cuidados médicos e seguir em observação quanto às funções do corpo coordenadas pelo
cérebro, como fala e movimentos do corpo. A recuperação depende do tipo de cirurgia
realizada e a pessoa precisa ter cuidados com o curativo, mantendo o local limpo e seco (5).

3.1 Quando é Necessário a Craniotomia?

A craniotomia pode ser o procedimento indicado nas seguintes situações:

• Diagnosticar, remover ou tratar tumores cerebrais;


• Clipe ou reparo de um aneurisma cerebral;
• Remover sangue ou coágulos sanguíneos de um vaso sanguíneo rompido;
• Remover uma malformação arteriovenosa – MAV;
• Drenar abscesso cerebral;
• Reparar fraturas do crânio;
• Reparar rompimentos na membrana que reveste o cérebro (dura-máter);

• Aliviar a pressão intracraniana removendo áreas danificadas ou inchadas do cérebro que


podem ser causadas por lesão traumática ou acidente vascular cerebral;
• Tratar a epilepsia;

• Implantar dispositivos estimuladores para tratar distúrbios cerebrais;


• Tratar hidrocefalia.
Também pode haver outros motivos para o seu médico recomendar uma craniotomia.

4. Procedimentos
8

Uma craniotomia pode ser feita com várias ferramentas que ajudam o cirurgião a ver a
área do cérebro. Isso inclui lupas, microscópio, câmeras de alta definição ou endoscópio.
Para alguns procedimentos de craniotomia, os médicos usam ressonância magnética ou
tomografia computadorizada. A imagem ajuda a guiar o médico para o local exato do cérebro
a ser tratado (6).
Uma craniotomia geralmente requer internação hospitalar de 3 a 7 dias ou mais,
dependendo da sua condição. Os procedimentos podem variar dependendo da sua condição e
das práticas do seu médico, seguindo, na maioria das vezes, as etapas abaixo (6).
1. O cirurgião pode usar vários tipos de incisões, dependendo da área afetada do cérebro.
Se um endoscópio for usado, as incisões podem ser menores.
2. Sua cabeça será mantida no lugar por um suporte de cabeça, que será removido no final da
cirurgia. O cirurgião pode usar uma broca médica para fazer orifícios no crânio e uma
serra especial para cortar cuidadosamente o osso.

4.1 Ressecção de Tumores Cerebrais


Os tumores são geralmente organizados grupos na neurocirurgia conforme seu

posicionamento anatômico: tumores cerebrais supratentoriais; infratentoriais; raquimedulares e


tumores de base de crânio. A localização, as características histológicas e outros elementos da
história do paciente auxiliam a identificar quando intervenções são possíveis e/ou
indispensáveis (7).
A ressecção cirúrgica consiste na remoção de tumor visando removê-lo o máximo
possível. Além disso, preserva-se uma área de tecido saudável adjacente. Embora a ressecção
seja uma prática possível, dependendo da localização, pode ser que intervenções cirúrgicas
não sejam realizadas por impossibilidade de acesso (8).
Um outro fator que pode limitar uma ressecção é a proximidade ou aderência do tumor
a estruturas adjacentes que não podem sofrer intervenção devido as repercussões em curto,
médio e/ou longo prazo. No Brasil, estimou-se que mais de 5.800 novos casos de tumores
cerebrais para cada ano do triênio 2020-2022. Mas existem diversas etiologias distintas para
esses tumores e várias técnicas possíveis de abordá-los cirurgicamente (8).

4.2 Cirurgia de Coluna Vertebral

O conhecimento da biomecânica e da neurofisiologia que envolve a coluna vertebral é


indispensável para iniciar o planejamento de uma cirurgia que envolva essa estrutura,
9

principalmente pela importância que ela desempenha. As funções básicas da coluna dependem
das propriedades mecânicas desempenhada pelo conjunto composto pelas 33 vértebras e o
sistema complexo de articulações e ligamentos (9).
O tratamento cirúrgico da coluna vertebral pode ser organizado conforme a região da
coluna que está sendo atingida:
• Porção cervical
• Torácica
• Lombar
Cada raiz nervosa lesionada é capaz de gerar sinais e sintomas específicos que são
importantes na compreensão da clínica do paciente e das formas adequadas de acesso
cirúrgico para a região determinada. Dentre os acometimentos da coluna, as hérnias se
destacam entre as outras patologias devidas sua ocorrência (9).

4.3 Cirurgias de Hérnias na Coluna Cervical

Na coluna cervical, as herniações compõem um grupo complexo de patologia que


podem necessitar de intervenção. Elas podem ser moles (como a de núcleo pulposo) ou dura
(formada por osteófitos) (10).
É importante saber que existem múltiplos diagnósticos diferenciais para hérnias
cervicais, como causas raquídeas que envolvem tumores e abcessos; ou causas extrarraquídeas
como a plexite braquial, síndromes miofasciais específicas e outras. A escolha da cirurgia para
essas condições considera o acesso por abordagem anterior ou posterior, podendo seguir um
método percutâneo ou aberto. Das técnicas de métodos abertos, podemos citar a discetomia
anterior com artrodese ou artroplastia, por exemplo (10).

4.4 Cirurgias de Hérnias na Coluna Lombar

A indicação cirúrgica para o tratamento das hérnias lombares precisa seguir protocolos
rígidos, considerando principalmente a presença dos déficits motores e os aspectos
psicológicos derivados da condição clínica do paciente. O tratamento conservador que existe
nesse contexto é o da radiculopatia compressiva. Visto que não existe um tratamento dessa
natureza para as hérnias discais propriamente ditas. O tratamento cirúrgico padrão outro para
as hérnias discais lombares é a microdiscetomia (11).
10

4.5 Neurocirurgia: Aneurisma Cerebral

As formas de hemorragia cerebral são estudadas devido sua ocorrência e situação


emergencial que representam. Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, por exemplo,
estudos apontam um crescimento de 47% nos casos de acidente vascular encefálico (AVE),
reforçando a importância desses profissionais. Pela necessidade de intervenção nos casos de
aneurismas assim como nos casos de AVE ou qualquer outra patologia de ordem vascular,
essas constituem as emergências mais comuns na neurocirurgia (11).
Os aneurismas, antes de serem abordados, precisam ser classificados conforme sua
localização devido à importância da correlação anatômica entre as estruturas adjacentes e o
formato que eles adotam (11).
São alguns tipos de aneurismas:
• Transicionais
• Do segmento oftálmico
• Da artéria hipofisária superior
• Do cavo carotídeo
É necessário realizar uma craniotomia para acessar a região onde o aneurisma está
localizado, dissecar e clipar esse aneurisma e, posteriormente, fazer o fechamento da dura-máter
(11).

5. Assistência da Enfermagem no Pós-operatório e Orientações ao


Paciente

Medicações: Os antibióticos podem ser administrados 24h após a cirurgia, para ajudar na

prevenção de infecções. A equipe médica deixará medicações para dor para garantir um conforto
e possibilitar uma recuperação mais rápida para o paciente (12).
Banho: O paciente deverá tomar no mínimo 1 banho por dia após a cirurgia com água e
sabonete em todo o corpo (cabeça também deverá ser lavada com uso de xampu). A ferida
operatória deve ser também lavada com água e sabonete (soapex por exemplo). Após o banho,
deve-se secar a ferida e realizar os curativos adequados, ao longo do dia, familiares e
pacientes deverão lavar as mãos com água e sabonete várias vezes (pelo menos 8 vezes ao dia)
ou realizar uso de álcool gel, evitar mexer ou coçar na ferida cirúrgica, evitar deitar-se
(principalmente por tempo prolongado) em cima da ferida cirúrgica, para evitar inflamação,
infecção etc. e fazer caminhada de, ao menos, 5 minutos a cada 3 horas (12).
11

5.1 Tipos de Drenos usados nas Cirurgia


Neurológica

➢ Introdutor angulado: Em aço inox com ponta cuidadosamente afiada e diâmetro ideal

para a passagem do dreno.

➢ Dreno de silicone: Radiopaco multiperfurado e com estruturação interna para prevenir a


obstrução e a diminuição da drenagem.
➢ Acoplamento suave: Entre o dreno e o cateter de silicone, permitindo extração a
traumática do dreno.
➢ Válvula antirreflexo: Para prevenção de pneuma encéfalo e infecções causadas por
refluxo do líquido drenado.
➢ Reservatório em silicone: ideal para drenagem com sucção como craniotomias, cirurgias
de coluna ou procedimentos que necessitam de drenagem prolongada.

5.2 Tipos de Posicionamento do Paciente na


Cirurgia Neurológica

➢ Posição supina;

➢ Posição prona;
➢ Posição lateral;
➢ Posição dorso sacral/posição litotômica;

➢ Posição genucubital/posição sobre cotovelos e joelhos;


➢ Posição de cadeira de praia.

6. Os 5 Tipos de Anestesia
Existem vários tipos de anestesia atualmente, sendo administradas por diferentes vias,
como intravenosa (veia), inalatória, regional (somente em determinada região do corpo),
combinada (regional e geral), local (realizada somente no local operado), e geral. Confira as
principais, a seguir (13).

6.1. Anestesia local


12

Entre os tipos de anestesia, a anestesia local é o procedimento mais comum, usada para
bloquear a dor em pequenas regiões do corpo. Diferente da geral e regional, que exigem um
anestesista para sua realização, a anestesia local é usada por quase todas as especialidades
médicas. O procedimento é realizado com a aplicação de lidocaína na pele ou tecidos
subcutâneos, servindo como bloqueio da dor em diferentes técnicas, como suturas, punções de
veias profundas, punções da lombar, biópsia, punção de líquido ascético, entre outros (13).
Além disso, a anestesia local pode ser feita por meio de gel ou spray, como em
endoscopias, onde o anestésico é aplicado na faringe, diminuindo o incômodo pela passagem
do endoscópio (13).

6.2. Anestesia regional

A anestesia regional é usada em cirurgias mais simples, em que o paciente pode


permanecer acordado. Esse tipo de procedimento realiza o bloqueio da dor apenas na região
determinada, como braço, perna, ou abaixo do abdômen. Os dois tipos mais utilizados são a
anestesia raquidiana e anestesia peridural, também conhecidas como anestesias espinhais (14).

6.3. Anestesia geral

A anestesia geral é o procedimento anestésico indicado para cirurgias complexas e de grande


porte. Entre os tipos de anestesia, a geral é indicada quando as outras não são viáveis, sendo
necessário anestesiar todo o corpo do paciente. Em indivíduos saudáveis, a taxa de
complicação deste tipo de anestesia é de apenas 1 para cada 1 milhão de cirurgias, sendo
muito segura e eficaz para diferentes procedimentos que podem ser realizados (14).

6.4. Anestesia espinhal

Divididas entre raquidianas e peridural, as anestesias espinhais podem também ser


combinadas, como raqui-peridural. Em ambos os casos, são realizadas aplicações de soluções
anestésicas, produzindo anestesia em apenas alguns segmentos do corpo (14).
Para a anestesia raquidiana, uma agulha de pequeno calibre é inserida nas costas do
paciente para atingir o espaço subaracnoide, localizado dentro da coluna espinhal. Assim, é
possível injetar o anestésico no líquido espinhal (chamado liquor), produzindo dormência
temporária e relaxamento muscular. O anestésico presente na coluna espinhal bloqueia os
nervos que passam pela coluna lombar, impedindo que os estímulos dolorosos vindos dos
membros inferiores e do abdômen consigam chegar ao cérebro (14).
13

A raquidiana é a anestesia mais utilizada para cesarianas e procedimentos ortopédicos


em membros inferiores (pernas). Já para a realização da anestesia peridural, é preciso
administrar o anestésico no espaço epidural, próximo à medula espinhal. Assim como a
raquidiana, ocorre a perda da sensibilidade dos membros inferiores e do abdômen. Nesse tipo
de anestesia é possível instalar um cateter no espaço epidural, permitindo o tratamento da dor
de forma eficaz com doses de anestésicos subsequentes (14).

6.5. Anestesia plexular

Realizada nos plexos nervosos, a anestesia plexular é indicada para cirurgias em


membros, como braços e pernas, visto que oferecem o bloqueio da dor somente nessa área,
com duração média que pode variar entre 3 a 6 horas (14).

7. Tempo de Jejum

Para adultos e crianças acima dos 2 anos

➢ Refeição completa = esperar 8 horas de jejum para poder ser anestesiado


(almoço, janta, café da manhã reforçado com alimentos gordurosos, inclusive leite)
➢ Refeição leve = esperar 6 horas (refeição leve inclui somente poucas bolachas ou torradas, com
suco, café ou chá)
➢ Líquidos sem resíduos = esperar 2 horas (inclui pequena quantidade de água, chá, café e suco
sem bagaço tipo de pacote, com açúcar, e sem leite). Para crianças de colo que tomam leite, é um
pouco diferente:
➢ Alimentos sólidos: 8 horas
➢ Leite de fórmula (em pó) ou de vaca: 6 horas
➢ Leite materno: 4 horas
➢ Água em pequena quantidade: 2 horas.

8. Exames Pré-operatórios

8.1 Sangue
14

Os de sangue, ou seja, o hemograma completo, são os mais comuns e pedidos em todas as


cirurgias. A ideia é que o médico possa ver as taxas sanguíneas de seu paciente, bem como as
taxas de açúcar no sangue e coagulação sanguínea, verificadas através da contagem de
plaquetas. Uma das coisas que o médico também irá avaliar é a contagem das células
vermelhas do sangue (hemácias), para verificar se o paciente não está com anemia. Já a
contagem de células brancas do sangue (leucócitos) são um bom indicativo de se existe
alguma infecção, o que poderia fazer a operação ser adiada (15).

8.2. Coagulação

O coagulograma indica se existe algum problema de coagulação do sangue e a velocidade


que ele leva para coagular.

8.3. Eletrocardiograma

O famoso ECG, sigla para eletrocardiograma, testa a atividade elétrica do coração e mostra se
existe alguma alteração no ritmo dele, como uma arritmia. Também ajuda o médico a ver se
há algum problema com a musculatura cardíaca (15).

8.4. PCR

Esse é um exame que muitos médicos vêm pedindo. PCR, ou proteína C-reativa, é uma
proteína produzida pelo fígado cuja concentração no sangue sobe radicalmente quando há
algum processo inflamatório ou infecção no corpo, segundo o Hospital Santa Paula.
Só o médico é capaz de fazer a análise dos resultados, porque alguns remédios alteram os
níveis de PCR, assim como exercício intenso ou mesmo um simples resfriado (15).

8.5. HbA1c

Esse é um exame importantíssimo para quem tem diabetes. A hemoglobina glicada, cuja sigla
é HbA1c, indica a média das taxas de açúcar no sangue dos últimos 3 meses e é um bom
indicativo de se o diabético está fazendo um bom controle ou não.mTer a glicemia
15

descontrolada é um parâmetro para o médico adiar a cirurgia, por exemplo, pois isso pode
prejudicar ainda mais a cicatrização, além de aumentar as chances de complicações (16).

8.6. Exame de urina

O exame de urina tipo I ajuda o médico a verificar se existe alguma infecção urinária,
além de ele poder ver se existe glicose na urina – indicativo de um diabetes mal controlado – e
como está o funcionamento dos rins (16).

8.7. Tomografia Computadorizada (TC)

O exame de TC é rápido, não invasivo e indolor para o paciente. Tudo começa com
uma orientação por parte do médico ou técnico em radiologia responsável pelo procedimento,
que posiciona o paciente na maca do tomógrafo. Este é o aparelho que viabiliza a aquisição
das imagens tomográficas (17).
Em seguida, o profissional vai até a estação de comando, que fica numa sala ao lado
daquela em que está o tomógrafo. Desta estação, é possível controlar o equipamento por meio
de um computador e software específico. A próxima etapa é ligar o tomógrafo, fazendo com
que partículas sejam emitidas através de um tubo giratório, produzindo feixes de raios X. A
radiação atravessa a área examinada e é absorvida, em parte, pelas estruturas anatômicas. O
restante das partículas chega a um detector localizado na maca do aparelho de tomografia,
formando imagens em diferentes tonalidades (17).

8.8. Ressonância Magnética (MRI)

O exame de Ressonância Magnética é um método de diagnóstico por imagem que não


utiliza radiação ionizante e permite retratar imagens em alta definição. O equipamento, que
realiza o exame, trabalha com campo magnético, e, por isso, algumas precauções devem ser
tomadas antes que o paciente entre na sala de exames, como a retirada de acessórios para evitar
artefatos na imagem e atentar-se às contraindicações absolutas à realização do exame.
O equipamento possui a forma de um grande e longo tubo com uma abertura, por onde o
paciente entra deitado, devendo se manter imóvel durante a execução do exame para não
comprometer a qualidade das imagens. O tempo para realizar o exame varia de acordo com a
área a ser estudada, tendo, cada exame, a duração média de 20 minutos (17).

8.9. Angiografias
16

A angiografia é um exame que utiliza raios-X para analisar as paredes dos vasos
sanguíneos. É um exame invasivo e, geralmente, só é solicitado para um diagnóstico mais
preciso de possíveis alterações que possam colocar a saúde — e até a vida — do paciente em
risco. Doenças como AVC (acidente vascular cerebral), infarto e aneurismas são
diagnosticados por esse exame, que pode ainda ser combinado com outras técnicas para
captação de imagens. Existem vários tipos de angiografia com por exemplo: Angiografia
cerebral, Angiografia pulmonar, Angiografia cardíaca e Angiografia pulmonar (16).

Referências Bibliográficas

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