Legilação Primeira Prova
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848/1940
PARTE GERAL
TÍTULO I – Da Aplicação da Lei Penal
Anterioridade da Lei
Art. 1o Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.
Art. 2o Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.
Tempo do crime
Territorialidade
Lugar do crime
Extraterritorialidade
Contagem de prazo
Legislação especial
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
24 Código de Processo Penal
TÍTULO V – Da Competência
Seção I
Da Extradição
Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro
Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal
definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso.
§ 1ºA extradição será requerida por via diplomática ou pelas autoridades centrais designadas
para esse fim.
§ 2ºA extradição e sua rotina de comunicação serão realizadas pelo órgão competente do Poder
Executivo em coordenação com as autoridades judiciárias e policiais competentes.
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
extraditando;
§ 1ºA previsão constante do inciso VII do caput não impedirá a extradição quando o fato
constituir, principalmente, infração à lei penal comum ou quando o crime comum, conexo ao delito
político, constituir o fato principal.
§ 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crime político o atentado contra
chefe de Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra,
crime de genocídio e terrorismo.
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§ 5º Admite-se a extradição de brasileiro naturalizado, nas hipóteses previstas na Constituição
Federal.
§ 1º O pedido de prisão cautelar deverá conter informação sobre o crime cometido e deverá ser
fundamentado, podendo ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio
que assegure a comunicação por escrito.
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição
no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia
Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência
de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa
de reciprocidade recebida por via diplomática.
§ 5º Caso o pedido de extradição não seja apresentado no prazo previsto no § 4º, o extraditando
deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem
que a extradição tenha sido devidamente requerida.
§ 6º A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o julgamento final da autoridade judiciária
competente quanto à legalidade do pedido de extradição.
Art. 85. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato,
terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
I - o Estado requerente em cujo território tenha sido cometido o crime mais grave,
segundo a lei brasileira;
§ 2º Nos casos não previstos nesta Lei, o órgão competente do Poder Executivo decidirá sobre a
preferência do pedido, priorizando o Estado requerente que mantiver tratado de extradição com o
Brasil.
§ 3º Havendo tratado com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que diz
respeito à preferência de que trata este artigo.
Art. 86. O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Ministério Público, poderá autorizar prisão
albergue ou domiciliar ou determinar que o extraditando responda ao processo de extradição em
liberdade, com retenção do documento de viagem ou outras medidas cautelares necessárias, até o
julgamento da extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, considerando a situação
administrativa migratória, os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso.
Art. 87. O extraditando poderá entregar-se voluntariamente ao Estado requerente, desde que o
declare expressamente, esteja assistido por advogado e seja advertido de que tem direito ao processo
judicial de extradição e à proteção que tal direito encerra, caso em que o pedido será decidido pelo
Supremo Tribunal Federal.
Art. 88. Todo pedido que possa originar processo de extradição em face de Estado estrangeiro
deverá ser encaminhado ao órgão competente do Poder Executivo diretamente pelo órgão do Poder
Judiciário responsável pela decisão ou pelo processo penal que a fundamenta.
§ 2º Compete aos órgãos do sistema de Justiça vinculados ao processo penal gerador de pedido
de extradição a apresentação de todos os documentos, manifestações e demais elementos necessários
para o processamento do pedido, inclusive suas traduções oficiais.
§ 3º O pedido deverá ser instruído com cópia autêntica ou com o original da sentença
condenatória ou da decisão penal proferida, conterá indicações precisas sobre o local, a data, a natureza
e as circunstâncias do fato criminoso e a identidade do extraditando e será acompanhado de cópia dos
textos legais sobre o crime, a competência, a pena e a prescrição.
Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado estrangeiro será recebido pelo órgão
competente do Poder Executivo e, após exame da presença dos pressupostos formais de
admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, encaminhado à autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos referidos no caput, o pedido será arquivado
mediante decisão fundamentada, sem prejuízo da possibilidade de renovação do pedido, devidamente
instruído, uma vez superado o óbice apontado.
Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Supremo Tribunal
Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.
Art. 91. Ao receber o pedido, o relator designará dia e hora para o interrogatório do extraditando
e, conforme o caso, nomear-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver.
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Art. 1o O art. 53 da Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alte-
rações:
“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
§ 1o Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 2o Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime ina-
fiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 3o Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ci-
ência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até
a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4o O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no
prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora.
§ 5o A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar
o mandato.
§ 6o Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles recebe-
ram informações.
§ 7o A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores,
embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
prévia licença da Casa respectiva.
§ 8o As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante
o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis
com a execução da medida.”
Art. 2o Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 20 de dezembro de 2001.
MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS – Deputado Aécio Neves, Presidente
– Deputado Efraim Morais, 1o Vice-Presidente – Deputado Barbosa Neto, 2o Vice-
Presidente – Deputado Severino Cavalcanti, 1o Secretário – Deputado Nilton Capixaba,
2o Secretário – Deputado Paulo Rocha, 3o Secretário – Deputado Ciro Nogueira, 4o
Secretário.
MESA DO SENADO FEDERAL – Senador Ramez Tebet, Presidente – Senador Edison
Lobão, 1o Vice-Presidente – Senador Antonio Carlos Valadares, 2o Vice-Presidente –
Senador Carlos Wilson, 1o Secretário – Senador Antero Paes de Barros, 2o Secretário
– Senador Ronaldo Cunha Lima, 3o Secretário – Senador Mozarildo Cavalcanti, 4o
Secretário.
274 Constituição da República Federativa do Brasil