Ação Penal Privada
Ação Penal Privada
Ação Penal Privada
Mesmo figurando a infração penal como matéria de interesse público, optou o Estado em delegar ao
particular a iniciativa para o oferecimento da ação penal em situações excepcionais.
O legislador preferiu conceder ao particular a iniciativa do oferecimento da inicial em alguns crimes,
pois entendeu que afetam tão intimamente a vítima que o seu processamento traria a esta
consequências maiores do que a própria infração penal (vitimização secundária).
Para identificarmos as infrações penais que se promovem mediante ação penal de iniciativa privada
basta verificar os dizeres “somente se procede mediante queixa”, ou ainda “nos crimes previstos
neste capítulo somente se procede mediante queixa”.
Como exemplo de infrações penais que reclamam a propositura da ação penal de iniciativa privada,
podemos citar: Crimes contra a honra (art. 145 do CP) e Crime de Dano, contra o patrimônio privado
(art. 163 do CP).
Vale lembrar que a petição inicial da ação penal privada é denominada de queixa ou queixa-crime.
Princípio da disponibilidade
Mesmo após oferecer a queixa-crime, o querelante/ofendido ou seu representante legal poderá dela
desistir, entendendo que não tem mais interesse em ver o autor do crime sendo processado,
vigorando, assim, o princípio da disponibilidade.
Referido princípio é o oposto do princípio da indisponibilidade aplicado à ação penal pública, em que
o membro do Ministério Público, após oferecer a denúncia, não pode mais desistir da mesma.
Já o querelante poderá a todo tempo dispor da queixa-crime através das causas extintivas da
punibilidade, aplicadas exclusivamente à ação penal privada, no caso, o perdão do ofendido aceito e a
perempção.
b) Ação penal privada subsidiária (substitutiva) da pública (art. 29 do CPP e art. 5o, inciso LIX, da CF)
A ação penal privada subsidiária da pública é conhecida como queixa-crime subsidiária ou queixa
subsidiária.
Só ocorrerá essa hipótese de ação penal privada, quando, se tratando de crime de ação penal pública,
o membro do Ministério Público permanecer completamente inerte no prazo para oferecimento da
denúncia, ou seja, não oferece a denúncia, não requer o arquivamento e não requer novas
diligências. Com a inércia, surge para a vítima ou seu representante legal o direito/legitimidade para
oferecer a queixa subsidiária.
Causas extintivas da punibilidade exclusivas da ação penal privada (art. 107 do CP)
CURY, Rogério; CURY, Daniela. Série Método de Estudo OAB - Processo Penal. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2018.