01 – (ESPCEX/2006) E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

"Voltemos à casinha. Não serias capaz de Ao seu pesar ou seu contentamento.
lá entrar hoje, curioso leitor; envelheceu,
enegreceu, apodreceu, e o proprietário E assim, quando mais tarde me procure
deitou-a abaixo para substituí-la por Quem sabe a morte, angústia de quem vive
outra, três vezes maior, mas juro-te que Quem sabe a solidão, fim de quem ama
muito menor que a primeira. O mundo era
estreito para Alexandre; um desvão de Eu possa me dizer do amor (que tive):
telhado para as andorinhas." Que não seja imortal, posto que é chama
( Machado de Assis ) Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
Nos trechos sublinhados acima temos, No segundo quarteto do soneto de
respectivamente, as seguintes figuras de Vinicius de Moraes, verifica-se que existe
linguagem: uma oposição de ideias entre:
a) catacrese, antítese, aliteração a) louvor e canto.
b) gradação, antítese, metáfora b) pranto e pesar.
c) silepse, pleonasmo, metonímia c) louvor e espalhar.
d) silepse, prosopopéia, anáfora d) pesar e contentamento.
e) gradação, polissíndeto, comparação e) canto e contentamento
03 - (COLÉGIO MILITAR/2014) Nota-se uma
02 - (COLÉGIIO MILITAR/2014) redundância no seguinte trecho do
Soneto de Fidelidade poema:
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto a) “em face do maior encanto”.
Que mesmo em face do maior encanto b) “rir meu riso”.
Dele se encante mais meu pensamento. c) “e derramar meu pranto”.
d) “mais tarde me procure”.
Quero vivê-lo em cada vão momento e) “angústia de quem vive”.
 c) “Nasce em berço de palha e barraco de
04 – (COLÉGIO MILITAR/2014) No último lata e vem ao mundo abraçado a uma
verso do soneto, o eu lírico expressa bola.”
seu ponto de vista a respeito do amor d) “A fonte da felicidade pública se
por meio de um(a): transforma no para-raios do rancor
público.”
a) ironia explícita. 7 – (IME/2014)
b) comparação explícita. Poesia Matemática
c) exagero desnecessário. Millôr Fernandes
d) repetição desnecessária. (...)E fizeram planos, equações e diagramas
e) incompatibilidade semântica. para o futuro
05 – (COLÉGIO MILITAR/2014) Leia o texto sonhando com uma felicidade
abaixo e responda o que se pede. integral e diferencial.
Amor é um fogo que arde sem se ver, E se casaram e tiveram uma secante e três
É ferida que dói, e não se sente; cones muito engraçadinhos.
É um contentamento descontente, E foram felizes
É dor que desatina sem doer. até aquele dia em que tudo vira afinal
(Fragmento de Sonetos de Camões) monotonia. (...)
Na primeira estrofe, a relação entre as
ideias do trecho “contentamento A repetição da conjunção “e” nos versos
descontente” contém uma do texto revela um traço estilístico que:
a) analogia. a) dá uma ideia de ênfase à sequência de
b) simulação. ações do casal.
c) contradição. b) dá uma ideia de monotonia aos
d) comparação. acontecimentos.
e) identificação. c) dá uma ideia de confusão à sequência de
6 – (AFA/2012) “A bola o procura, o ações do casal.
reconhece, precisa dele”, há uma figura de d) ajuda a prever o desfecho da separação
linguagem semelhante à presente na anunciada ao final.
opção: e) deixa perceber a que movimento
a) “E, às vezes, quando se quebra, a literário se filia o autor do texto.
multidão o devora em pedaços.”
b) “Ele lhe dá o brilho e a faz falar, e neste 8 – (AFA/2013)
diálogo entre os dois, milhões de mudos Definição do Amor
conversam.” O Amor é finalmente
um embaraço de pernas, 10 – (EPCAR/2014) Na afirmação “Aquelas
uma união de barrigas, árvores viram tudo”, de MCQueen,
um breve tremor de artérias. percebe-se
Uma confusão de bocas, a) linguagem conotativa e função poética.
uma batalha de veias, b) sentido denotativo e função conativa
um rebuliço de ancas, c) prosopopeia e função fática.
quem diz outra coisa, é besta. d) subjetividade e função metalinguística

São recursos estilísticos que foram 11 –(EPCAR/2014) Assinale a alternativa

explorados no texto da canção, EXCETO: correta quanto à classificação das figuras
a) Metonímia de linguagem presentes nos versos abaixo.
b) Antítese a) “O ontem – o hoje – o agora.” –
c) Repetição Gradação
d) Eufemismo b) “as vozes mudas caladas” – Sinestesia
9 – (FIOCRUZ/2013) c) “rimas de sangue e fome” – Paradoxo
d) “A voz de minha filha” – Catacrese

12 – (ESSA/2012) Na frase “Poderia ouvir o

fogo gemer.”, há a seguinte figura de
linguagem:
a) prosopopeia.
b) sinédoque.
c) eufemismo.
d) oxímoro.
As charges frequentemente fazem uso de
e) metáfora.
expressões ambíguas, com duplo sentido.
No texto, a expressão “leva pau” sugere:
13 – (ESSA/2012) Em “E mal acendi a luz,
a) raciocínio / atenção
puf, puf, puf, puf.” encontra-se:
b) estudo / briga
a) sinestesia.
c) reflexão / brincadeira
b) antítese.
d) reprovação / agressão
c) onomatopeia.
e) desafio / jogo
d) metonímia.
e) prosopopeia.
14 – (IME/2015) Em que opção ocorre o d) fazer um mundo
mesmo TIPO de pleonasmo que no trecho e) loteria humana
“(...) só um pequeno detalhe, sem maior
surpresa (...)”? 16 – (ITA/2013)
a) A mim, só me resta dormir e descansar. Escravos da tecnologia
b) Choveu uma chuva fina durante a noite. Não, não vou falar das fábricas que atraem
c) Aos mendigos, deu-lhes durante a noite. trabalhadores honestos e os tratam de
d) Ele fala sem desconhecer o assunto. forma desumana. Cada vez que um
e) O diretor fará uma breve alocução esta produto informa orgulhoso que foi
noite. desenhado na Califórnia e fabricado na
China, sinto um arrepio na espinha.
15 – (ITA/2015) Conheço e amo essas duas partes do
“José Leal fez uma reportagem na Ilha das mundo. Também conheço a capacidade de
Flores, onde ficam os imigrantes logo que a tecnologia eliminar empregos. Parece o
chegam. E falou dos equívocos de nossa sonho de todo patrão: muita margem de
política imigratória. As pessoas que ele lucro e poucos empregados. Se possível,
encontrou não eram agricultores e nenhum! Tudo terceiro!
técnicos, gente capaz de ser útil. Viu Conheço ainda como a tecnologia é capaz
músicos profissionais, bailarinas austríacas, de criar empregos. Vivo há 15 anos num
cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca meio que disputa engenheiros e técnicos a
acordeão, Ivan Donef faz coquetéis, Galar tapa, digo, a dólares. O que acontece aí no
Bedrich é vendedor, Serof Nedko é Brasil, nessa área, acontece igualzinho no
ex-oficial, Luigi Tonizo é jogador de futebol, Vale do Silício: empresas tentando arrancar
Ibolya Pohl é costureira. Tudo gente para o talentos mas das outras. Aqui, muitos
asfalto, “para entulhar as grandes cidades”, decidem tentar a sorte abrindo sua própria
como diz o repórter. O repórter tem razão. start-up, em vez de encher o bolso do
Mas eu peço licença para ficar imaginando patrão. Estou rodeada também de
uma porção de coisas vagas, ao olhar essas investidores querendo fazer apostas para...
belas fotografias que ilustram a voltar a encher os bolsos ainda mais. Mas
reportagem.(...)” queria falar hoje de outro tipo de
escravidão tecnológica. Não dos que
Assinale a opção em que há metonímia. dormiram na rua sob chuva para comprar o
a) gente para o asfalto novo iPhone 4S... Quero reclamar de
b) plantar cidades quanto nós Estamos tendo de trabalhar de
c) apetite de vida graça para os sistemas, cada vez que
tentamos nos mover na Internet. Isso é d) Parece que todas as empresas do
escravidão – e odeio isso. Outro dia, fiz mundo decidiram que, além de exigir
aniversário e fui reservar uma mesa num informações cadastrais, logins e senhas, e
restaurante bacana da cidade. Achei o site empurrar goela abaixo seus sistemas
do restaurante, lindo, e pareceu fácil de automáticos de atendimento, [...].
reservar on-line. Call on OpenTable,
sistema bastante usado e eficaz por aqui. e) Não contente em fazer reservas, quis
Escolhi dia, hora, informei número de invadir a praia do Yelp, o grande guia local
pessoas e, claro, tive de dar meu nome, que lista e traz avaliações dos clientes para
e-mail e telefone. Dois dias antes da data tudo quanto é tipo de serviço, a começar
marcada, precisei mudar o número de pelos restaurantes.
participantes, pois tive confirmação de
mais pessoas. Entrei no site, mas aí nem o 17 – (UERJ/2016) “Hoje, nós somos
site nem o OpenTable podiam modificar a escravos das horas, dessas senhoras
reserva on-line, pela proximidade do jantar. inexoráveis que não cedem nunca.”. Neste
A recomendação era... telefonar ao fragmento, o autor emprega uma figura de
restaurante! Humm... Telefonei. Secretária linguagem para expressar o embate entre
eletrônica. Deixei recado. o
homem e o tempo. Essa figura de
Assinale a opção em que no trecho linguagem é conhecida como:
selecionado NÃO se evidencia o recurso à
linguagem figurada. a) ironia
b) hipérbole
a) Também conheço a capacidade de a c) eufemismo
tecnologia eliminar empregos. d) personificação

b) Vivo há 15 anos num meio que disputa 18 – (UERJ/2014) “Pois assim como
engenheiros e técnicos a tapa, digo, a Amarildo é aquele que desapareceu das
dólares. vistas, e não faz muito tempo, Cláudia é
aquela que subitamente salta à vista, e
c) Aqui, muitos decidem tentar a sorte ambos soam, queira-se ou não, como o
abrindo sua própria start-up, em vez de verso e o reverso do mesmo.”. Neste
encher o bolso do patrão. trecho, para aproximar dois casos
recentemente noticiados na imprensa, o
autor emprega um recurso de linguagem a) literal e figurado
denominado: b) geral e particular
c) descritivo e irônico
a) antítese d) ambíguo e polissêmico
b) negação
c) metonímia 20 – (UERJ/2014)
d) personificação
CANÇÃO DO VER
19 – (UERJ/2014) “(...) O menino passou do
outro lado da rua e, percebendo que eu Fomos rever o poste.
olhava, imitou minha corridinha, fazendo O mesmo poste de quando a gente
um gesto de desprezo. Tive vontade de brincava de pique
sentar na guia e chorar. Ele só tinha me e de esconder.
olhado, e o resto tinha sido produto Agora ele estava tão verdinho!
legítimo do meu preconceito. Fui atrás O corpo recoberto de limo e borboletas.
dele. Não consegui carregar tamanha Eu quis filmar o abandono do poste.
bigorna pra casa. “Ei!” Ele demorou a virar. O seu estar parado.
Se eu pensava que ele assaltava, ele O seu não ter voz.
também não podia imaginar que eu O seu não ter sequer mãos para se
pedisse desculpas. Insisti: “Desculpa!” Ele pronunciar com
virou. Seu olhar agora não era mais de as mãos.
ladrão, e sim de professor. Me perdoou Penso que a natureza o adotara em árvore.
com um sinal de positivo ainda cheio de Porque eu bem cheguei de ouvir arrulos de
desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao passarinhos
Romeu suicida.” que um dia teriam cantado entre as suas
Denise Fraga folhas.
Tentei transcrever para flauta a ternura dos
A última frase da crônica, a autora arrulos.
correlaciona dois episódios. Em ambos, Mas o mato era mudo.
aparece o atributo “pelado(a)”. No Agora o poste se inclina para o chão −
entanto, esse atributo tem significado como alguém
diferente em cada um dos episódios. No que procurasse o chão para repouso.
texto, o significado de cada termo se Tivemos saudades de nós.
caracteriza por ser, respectivamente:
No poema, o poste é associado à própria c) homonímia para opor, a partir do
vida do eu poético. advérbio de lugar, o espaço da população
Nessa associação, a imagem do poste se pobre e o espaço da população rica.
constrói pelo seguinte recurso da
linguagem: d) personificação para opor o mundo real
pobre ao mundo virtual rico.
a) anáfora
b) metáfora e) antonímia para comparar a rede mundial
c) sinonímia de computadores com a rede caseira de
d) hipérbole descanso da família.
22 – (ENEM/2012)
21 – (ENEM/2012) Aquele bêbado
— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da
cruz com os indicadores. Acrescentou: —
Álcool. O mais ele achou que podia beber.
Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim,
versos de Mário Quintana. Tomou um
pileque de Segall. Nos fins de semana,
embebedava-se de Índia Reclinada, de
Celso Antônio.
— Curou-se 100% do vício — comentavam
os amigos. Só ele sabia que andava mais
O efeito de sentido da charge é provocado bêbado que um gambá. Morreu de etilismo
pela combinação de informações visuais e abstrato, no meio de uma carraspana de
recursos linguísticos. No contexto da pôr do sol no Leblon, e seu féretro
ilustração, a frase proferida recorre à: ostentava inúmeras coroas de
ex-alcoólatras anônimos.
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos ANDRADE, C. D.
sentidos da expressão “rede social” para A causa mortis do personagem, expressa
transmitir a ideia que pretende veicular. no último parágrafo, adquire um efeito
irônico no texto porque, ao longo da
b) ironia, para conferir um novo significado narrativa, ocorre uma:
ao termo “outra coisa”.

a) metaforização do sentido literal do verbo

“beber”.
 FONSECA, R.
b) aproximação exagerada da estética
abstracionista. Na construção de textos literários, os
autores recorrem com frequência a
c) apresentação gradativa da expressões metafóricas. Ao empregar o
coloquialidade da linguagem. enunciado metafórico “Muito peixe foi
embrulhado pelas folhas de jornal”,
d) exploração hiperbólica da expressão pretendeu-se estabelecer, entre os dois
“inúmeras coroas”. fragmentos do texto em questão, uma
e) citação aleatória de nomes de diferentes relação semântica de:
artistas
23 – (ENEM/2012) a) causalidade, segundo a qual se
20 DE JULHO [1912] relacionam as partes de um texto, em que
Peter Sumerville pede-me que escreva um uma contém a causa e a outra, a
artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: consequência.
“Acredite-me, prezado senhor, nenhum b) temporalidade, segundo a qual se
jornal ou revista se interessaria por articulam as partes de um texto, situando
qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, no tempo o que é relatado nas partes em
escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da questão.
sugestão. [...] Dificilmente encontro c) condicionalidade, segundo a qual se
alguém,agora, que saiba quem é Stephen combinam duas
Crane ou lembre-se de algo dele. Para os partes de um texto, em que uma resulta ou
jovens escritores que estão surgindo ele depende de circunstâncias apresentadas na
simplesmente não existe.” outra.
20 DE DEZEMBRO [1919] d) adversidade, segundo a qual se
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de articulam duas partes de um texto em que
jornal. Sou reconhecido como o maior uma apresenta uma orientação
escritor vivo da língua inglesa. Já se argumentativa distinta e oposta à outra.
passaram dezenove anos desde que Crane e) finalidade, segundo a qual se articulam
morreu, mas eu não o esqueço. E parece duas partes de um texto em que uma
que outros também não. The London apresenta o meio, por exemplo, para uma
Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco ação e a outra, o desfecho da mesma.
anos de publicação de um livro que,
segundo eles, foi “um fenômeno hoje
esquecido” e me pediram um artigo.