Método Kabat
Método Kabat
Método Kabat
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É um método inicialmente desenvolvido por Kabat, e em sequência por Knott e
Voss, conhecido também por Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.
Por ter sido inicialmente desenvolvida por Kabat, a técnica de FNP ficou sendo
conhecida pelo nome de seu inventor.
Definição
Inicialmente o Dr. Herman Kabat, ainda na década de 40, começou com o termo
“facilitação proprioceptiva”. Em 1954 Dorothy Voss adicionou a palavra
“neuromuscular” para formar a expressão que conhecemos hoje: Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (FNP).
O conceito do Dr. Kabat para FNP surgiu da sua experiência como médico e
neurofisiologista. Seu objetivo era desenvolver um método de tratamento que
empregasse resistência manual que permitisse aos clínicos analisar a avaliar os 2
movimentos o paciente, ao mesmo tempo que facilitasse estratégicas mais
funcionais.
Originalmente esse método foi utilizado para tratar pacientes com poliomielite.
Em 1946, o Dr. Herman Kabat, junto com o industrial Henry J. Kaiser, fundou os
Institutos Kaiser-Kabat, em Washington, em 1948 em Vallejo e em um terceiro,
em 1950 em Santa Mônica. Um os objetivos dos institutos era conduzir
pesquisas medicas para desordens neuromusculares.
O Dr. Herman então integrou as técnicas manuais de sua irmã Kenney com as
bases neurofisiológicas de Sherrington de indução sucessiva, inervação e
inibição recíproca e o fenômeno da irradiação.
Resistência
A quantidade de resistência oferecida durante uma atividade deve ser adequada
às condições do paciente e ao objetivo da atividade. Esse tipo de resistência é
denominado resistência apropriada.
Concêntrica
O encurtamento do agonista produz movimento.
Excêntrica
Uma força externa, a gravidade ou resistência produz o movimento. O movimento
é restringido pelo alongamento controlado do agonista.
Irradiação e reforço
Irradiação é a propagação da resposta ao estímulo. 2
O terapeuta pode direcionar o reforço para os músculos mais fracos, por meio da
quantidade de resistência que ele aplicou nos músculos fortes.
Contato manual
Os contatos manuais do terapeuta estimulam os receptores cutâneos e os de
pressão do paciente. Esses contatos informam ao paciente a direção correta do
movimento.
As mãos do terapeuta devem ser posicionadas de uma forma que apliquem uma
pressão oposta à direção do movimento.
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O tipo de contato que o terapeuta utiliza durante a realização da técnica para
controlar o movimento e resistir à rotação é o contato lumbrical.
No contato lumbrical a pressão surge da flexão das articulações
metacarpofalangeanas, que permite adaptar os dedos do terapeuta à parte
corporal que está sendo trabalhada. O contato lumbrical proporciona ao
terapeuta um melhor controle do movimento tridimensional sem causar dor no
paciente, por não apertar e nem exercer pressão excessiva em áreas com
proeminências ósseas.
Comando verbal
O comando verbal é utilizado para que o terapeuta diga ao paciente o que deve
ser feito e quando deve ser feito.
O comando precisa ser dado ao paciente, e não para a parte do corpo que está
sendo tratada. Os comandos precisam ser claros, diretos e concisos, sem o uso
de palavras difíceis ou desnecessárias.
Se um paciente olhar para seu braço durante o exercício, por exemplo, ele poderá
alcançar uma contração muscular mais forte. Além disso, o uso da visão pode
ajudar o paciente a controlar e corrigir a posição durante o movimento.
Tração e aproximação
A tração é um alongamento que ocorre no tronco ou em alguma extremidade.
Facilitar os movimentos
Auxiliar o alongamento do tecido muscular quando o reflexo de estiramento
estiver sendo utilizado
Resistir a alguma parte do movimento
Para aplicar a tração, basta aplicar a força de tração gradualmente até alcançar o
resultado desejado. A tração deve ser mantida durante o movimento e
combinada com a resistência apropriada.
Promover a estabilização
Facilitar a tomada de peso e contração de músculos antigravitacionais
Facilitar reações de endireitamento
Resistir a algum componente de movimento
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Existem duas formas de se aplicar a força de aproximação:
Rápida – A força é aplicada de forma rápida, para se obter uma resposta reflexa
Lenta – A força é aumentada gradualmente, de acordo com a tolerância do
paciente
Estiramento
O estímulo de estiramento acontece quando um músculo é alongado.
Padrões de facilitação
Um movimento funcional considerado normal é formado por padrões de
movimento em massa dos membros e músculos sinérgicos do tronco.
Esclerose Múltipla
Esclerose Lateral Amiotrófica
Lesão Medular
Iniciação rítmica
Movimento rítmico de um membro ou corpo, realizado por meio da amplitude
desejada. Começa com um movimento passivo e progride até um movimento
ativo resistido. 2
Objetivos:
Indicações
Combinação de isotônicas
Combina contrações concêntricas, excêntricas e de estabilização em um grupo
muscular (agonistas) sem relaxamento. Necessário começar no local onde o
paciente apresenta maior força ou melhor coordenação.
Objetivos
Indicações
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Reversão de antagonistas
Reversão dinâmica
Ocorre alternância de movimento ativo, de uma direção agonista para a direção
oposta antagonista, sem interrupção ou relaxamento.
Objetivos
Indicações
Reversão de estabilizações
Contrações isotônicas alternadas, com resistência oposta o suficiente para
prevenir o movimento.
Objetivos
Indicações
Diminuição da estabilidade
Fraqueza muscular 2
Inabilidade em realizar contrações musculares isométricas
Estabilização rítmica
Contrações isométricas alternadas utilizadas contra uma resistência, com
ausência de intenção de movimento.
Objetivos
Indicações
Estiramento repetido
Objetivos
Indicações
Fraqueza muscular 2
Inabilidade em iniciar o movimento devido à fraqueza ou rigidez
Fadiga
Diminuição da consciência do movimento
Contraindicações
Instabilidade articular
Dor
Ossos instáveis devido à fratura ou osteoporose
Lesões musculares ou tendinosas
Objetivos
Indicações
Fraqueza muscular
Fadiga
Diminuição da conscientização do movimento desejado
Contraindicações
Instabilidade articular
Dor
Ossos instáveis devido à fratura ou osteoporose
Lesões musculares ou tendinosas
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Contrair-relaxar
Objetivo
Indicação
Indicação
Manter-relaxar
Objetivos:
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Indicações
Contraindicação
Indicação
Réplica
Técnica que serve para facilitar a aprendizagem motora de atividades funcionais.
Objetivos
Membro superior
Flexão-abdução-rotação externa
Contatos manuais
Distal
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Mão direita apoia a superfície dorsal da mão do paciente. Seus dedos estão do
lado radial (1º e 2º metacarpos) e o polegar exerce uma contrapressão na borda
ulnar (5º metacarpo). Não há nenhum contato na palma da mão. Não apertar a
mão do paciente
Proximal
Posição de alongamento
Posicione o punho em flexão ulnar e o antebraço em pronação. Mantenha o
punho e a mão em posição enquanto move o ombro para extensão e abdução.
Pode-se usar uma leve tração para alongar os músculos do ombro e da escápula.
O úmero cruza a linha média para a direita, e a palma está voltada para o ílio
direito. A tração leva a escápula para ântero-depressão. A continuação desse
movimento poderá trazer o paciente para uma flexão de tronco para a direita.
Biomecânica corporal
Fique em pé com as pernas afastadas, na altura do ombro do paciente ou acima
dele, com o seu pé esquerdo na frente. Volte-se para a linha do movimento.
Comece colocando o seu peso corporal no pé posicionado à rente e deixe que o
movimento do paciente leve seu peso para o pé de trás. Continue voltando para a
linha de movimento.
Estiramento
Aplique o estiramento no ombro e na não simultaneamente. Seu contato
proximal realiza uma tração rápida, com rotação de ombro e da escápula, e o
contato distal traciona o punho.
Comando de voz
Movimento
Resistência
A mão distal combina uma tração, durante a extensão do punho, com uma
resistência rotatória do desvio radial. A resistência à supinação do antebraço e à
abdução e rotação externa do ombro surgem da resistência à rotação exercida
no punho. A força de tração resiste ao movimento de extensão do punho e de
flexão do ombro.
Posição final
O úmero encontra-se em total flexão (aproximadamente a três dedos da orelha
esquerda) e a palma está voltada em torno de 45º para o plano coronal. A
escápula está em póstero-elevação. O cotovelo se mantém em extensão. O
punho está em total extensão radial e dos dedos e polegar estão estendidos para
o lado radial.
Membro inferior
Flexão-adução-rotação externa
Contatos manuais
Distal
Proximal
Posição de alongamento 2
Tracione o membro como um todo enquanto posiciona o pé em plantiflexão e
eversão. Continue a tração e mantenha a rotação interna, enquanto posiciona o
quadril em hiperextensão e abdução. O tronco alonga-se na diagonal, da direita
para a esquerda.
Biomecânica corporal
Posicione-se com os pés afastados e com o pé mais próximo da maca na frente.
Volte-se para o ombro direito do paciente, com seu corpo alinhado com a linha
do movimento padrão. Durante o estiramento, transfira o seu peso corporal do pé
da frente para o de trás. Enquanto o paciente se move, deixe que a resistência
transfira seu peso para o pé posicionado na frente. Se o membro do paciente for
muito longo, dê um passo à medida que seu peso se transferir para frente.
Continue voltado para a linha do movimento.
Estiramento
Rápido alongamento e rotação de quadril, do joelho e do pé exercidos por ambas
as mãos, simultaneamente.
Comando
“Pé para cima, leve a perna para cima e para dentro. Levante!”.
Movimento
Os dedos se estendem enquanto o pé e o tornozelo movem-se em dorsiflexão e
inversão. A inversão promove a rotação interna do quadril e esses movimentos
ocorrem simultaneamente. O hálux lidera o movimento à medida que o quadril
move-se em flexão com adução e rotação externa. A continuação do movimento
produz flexão de tronco para a direita.
Resistência
A mão distal combina resistência à inversão com tração através do pé
dorsifletido. A resistência à adução e rotação externa do quadril vem da
resistência à inversão. A tração resiste tanto à dorsiflexão quanto à flexão do
quadril. Sua mão proximal combina a tração ao longo da linha femoral com uma
força rotatória para resistir à rotação externa e adução. Manter a força de tração
guia a resistência em um arco apropriado.
Posição final
O pé está em dorsiflexão com inversão e o joelho em total extensão. O quadril
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está em total flexão com adução e rotação externa suficientes para posicionar o
joelho e calcanhar em uma linha, na diagonal, com o ombro direito.
Cuidados e restrições em relação ao aluno
As técnicas do método Kabat podem ser usadas no tratamento de pacientes de
qualquer diagnóstico e em qualquer condição.
Outras indicações são na maioria as de “senso comum”, como por exemplo: não
utilizar aproximação em extremidade com fratura sem consolidação. Na
presença da instabilidade articular, tomar cuidado ao utilizar a tração ou reflexo
de estiramento. E não utilizar o reflexo de estiramento em pacientes que
apresentem fragilidade óssea, dor ou lesão muscular ou tendinosa.
Conclusão
O método Kabat é um excelente recurso fisioterapêutico para reabilitação de
pacientes das mais diversas patologias, em especial as patologias neurológicas.
Porém, por ser um método complexo e que demanda muita técnica, é preciso se
aprofundar e estudar bastante todos os padrões e exercícios para que o método
possa ser aplicado corretamente, a fim de alcançar todos os objetivos
esperados.
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5 Comentários
Excelente material de estudo, estou aprimorando meus conhecimentos fisioterapeutico , porém senti
falta de um protocolo mais direcionado as distinções da face, como paralisia facial de Bel.
Desde já agradeço pela excelente produção científica.
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Excelente!!
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Não conhecia esta técnica, e hoje tive mos um breve curso sobre. Amei. Quero ir além.
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