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SIMBOLISMO NO BRASIL

Profa. Daianna Quelle

Page 01
A rigidez do academicismo dos movimentos artísticos
em vigência foi, aos poucos, fazendo com que uma nova
expressão artística nascesse como uma contraproposta à
racionalidade apreciada pelos artistas
realistas/naturalistas e parnasianos até então. Os
novos artistas, os simbolistas, ansiavam retomar os
conceitos românticos negligenciados; portanto, as
regras rígidas que buscavam a perfeição passaram a ser
abandonadas, fazendo com que o conceito de arte pura
desse lugar a uma arte mais subjetiva.
o Simbolismo pretendia ir além do Romantismo: buscava trabalhar
o subconsciente humano. Com estudos da psicanálise surgindo,
principalmente por estudiosos como Sigmund Freud (1856-1939), o
inconsciente se tornou um território a ser explorado. Em vez de
descrever, os simbolistas preferiam sugerir, utilizar-se da
imaginação e aguçar a curiosidade por meio do mistério e do oculto.
A loucura e o irracional eram camadas ainda não atingidas e, além
disso, a relação espiritual entre o ser humano e o sagrado era mais
uma vez retomada, contudo, de forma mais radical, na qual a própria
arte era vista como uma religião.
Contexto artístico e literário

A crise social e econômica, ocasionada principalmente pela competição


das potências na época da Revolução Industrial e pelo avanço dos
movimentos operários, gerou uma onda de pessimismo e de inquietação
na Europa. O materialismo que prometia a felicidade passou a ser
questionado. Do profundo questionamento dos valores positivistas,
cientificistas e racionalistas, emergiram outros valores, até então
negligenciados, como o sonho , o misticismo , a fé , a intuição e o
inconsciente ..
Contexto artístico e literário

Arthur Schopenhauer, Hartmann, Swedenborg e Henri Bergson foram


alguns pensadores que contribuíram para a formação dessa estética que
apresentava uma ótica pessimista e metafísica sobre a vida e a sociedade,
explorando, também, o erotismo e a psique humana.
Artes do final do século XIX
Impressionismo
A partir da década de 1870, a realidade deixou de ser a referência para
os artistas, que passaram a trabalhar mais conscientes de que estavam
expressando a natureza como sugestão , e não como representação
fidedigna à realidade. Nas artes plásticas, a preocupação consistia em
captar o dinamismo que a técnica, a ciência e a modernidade haviam
introduzido no cotidiano. Os pintores expressavam o efêmero, isto é, a
rapidez e a constante variação da realidade; nesse contexto, chamou-se de
Impressionismo essa nova percepção técnica.
Artes do final do século XIX
Pós-Impressionismo
O Pós-Impressionismo designa um período no qual artistas oriundos ou
não desse movimento seguiram variadas tendências até encontrarem
novos caminhos para a pintura. Nesse período, as telas se caracterizam
basicamente por dois fortes traços: a intensidade das cores e o uso da
bidimensionalidade . Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Paul Cézanne e
Henri de Toulouse-Lautrec são considerados os maiores nomes dessa
estética.
Artes do final do século XIX
Pós-Impressionismo

https://www.youtube.com/watch?v=OsJneC-q2GY
Artes do final do século XIX
Pós-Impressionismo

https://www.youtube.com/watch?v=OJVNzQyx-Yk&t=43s
Simbolismo na Europa

A palavra simbolismo foi cunhada em 1866, quando o escritor francês


Jean Moréas publicou, no jornal Le Figaro , o Manifesto do Simbolismo ,
afirmando que a finalidade da arte não é revelar a ideia, mas sugeri-la, para
que o público leitor tente captar a complexa relação entre a realidade e a
essência. Na nova estética, o símbolo adquiriu um status
plurissignificativo.
Simbolismo na Europa

Além de Charles Baudelaire, outros escritores contribuíram para o


desenvolvimento da estética simbolista; em 1873, o jovem Arthur Rimbaud
publicou o poema As vogais ; em 1881, o crítico Paul Bourget lançou um
artigo intitulado Théorie de la décadence , utilizando pela primeira vez os
termos decadência e decadente para referir-se aos indivíduos
incapazes de achar o seu lugar no mundo e, em 1882, Verlaine publicou
Art poétique , uma apologia da musicalidade.
Simbolismo no Brasil
Didaticamente, o Simbolismo iniciou-se no Brasil em 1893, com a
publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa. Contudo, antes dessa
data, alguns escritores brasileiros já manifestavam a estética simbolista em
suas obras, a exemplo de Medeiros e Albuquerque, no livro Canções da
decadência , publicado em 1887. Em 1891, foi lançado o primeiro
manifesto simbolista brasileiro no jornal Folha Popular , do Rio de Janeiro,
por ­Emiliano Perneta, Cruz e Sousa, Bernardino Lopes e Oscar Rosas.
Todavia, as obras de Cruz e Sousa tornaram-se o marco do movimento
devido à sua grande repercussão. Outro poeta que também se destacou
no Simbolismo brasileiro foi Alphonsus de Guimaraens.
Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa nasceu em Santa Catarina (em uma cidade
originalmente chamada Desterro, hoje ­Florianópolis). Filho de ex-
escravizados, Cruz e Sousa foi apadrinhado pelo ex-senhor de seus
pais, o marechal Guilherme Xavier de Sousa. A esposa do general o protegeu
como filho e proporcionou-lhe uma boa educação, com aulas de francês,
grego e latim.
No início da sua juventude, com a morte de seu protetor,
abandonou os estudos e começou a trabalhar na imprensa
catarinense, combatendo a escravidão e o preconceito racial. Em 1883,
passou em um concurso para promotor na cidade de Laguna, contudo,
teve o seu nome recusado por ser negro.
Cruz e Sousa
Em 1890, mudou-se para o Rio de Janeiro, a fim de iniciar projetos e
alcançar sonhos; nesse período, já estava familiarizado com a obra de
Charles Baudelaire. Casou-se com uma jovem negra chamada Gavita,
que, anos depois, manifestou problemas mentais. Junto à família e aos
filhos, enfrentou uma realidade dramática, mesmo sendo um poeta com uma
vasta bagagem cultural, intelectual e literária, não conseguia se sustentar
com os baixos salários dos empregos que conseguia.
Sobre sua condição, ele descreve no soneto “Vida obscura”: “Ninguém sentiu
o teu espasmo obscuro / ó ser humilde entre os humildes seres. /
Embriagado, tonto dos prazeres, / o mundo para ti foi negro e duro”.
Cruz e Sousa

https://www.youtube.com/watch?v=f5cLkflnZSI
Cruz e Sousa

https://www.youtube.com/watch?v=QM9z7e6y8Ho&t=3s
Cruz e Sousa
Cruz e Sousa
Cruz e Sousa
Alphonsus de Guimaraens

Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) nasceu em Ouro Preto e faleceu


em Mariana, Minas Gerais. O poeta era sobrinho do escritor romântico
Bernardo Guimarães (autor de A escrava Isaura ). Formou-se em Direito em
São Paulo e assumiu o cargo de juiz em Mariana. Um dado biográfico
marcante para a sua obra foi a precoce morte de sua noiva Constança às
vésperas do casamento.
Alphonsus de Guimaraens

A lembrança da noiva foi uma das imagens recorrentes dos seus poemas,
de temática lírica e mística. Um dos seus polos de interesse poético é a
mulher que, além de remeter à imagem da noiva falecida, é construída por
um prisma de idealização, como uma manifestação terrena de Deus. Os seus
versos simples, musicais, de tons religiosos são repletos de ternura e
melancolia. Se Cruz e Sousa foi o nome que fez repercutir o Simbolismo,
Alphonsus de Guimaraens conseguiu enriquecer espiritualmente a estética.
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens

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