Ficha 5-Comportamento Do Consumidor
Ficha 5-Comportamento Do Consumidor
Ficha 5-Comportamento Do Consumidor
Cadeira de Microeconomia
Todos os dias, como consumidores, tomamos inúmeras decisões sobre como aplicar o nosso
dinheiro e o nosso tempo, recursos que nos são escassos e ao efectuarmos as nossas escolhas
estamos a tomar as decisões que definem as nossas vidas, e por consequência, ao tomarmos
estas decisões (escolhas individuais), estamos a contribuir para a definição das diferentes curvas
de procura nos diferentes mercados de bens e serviços. Para estudar o comportamento do
consumidor, partimos do princípio da racionalidade. Como tal, assumimos que os consumidores
escolhem o melhor cabaz entre aqueles que podem comprar.
Compreender esses factores ajuda empresas a criar estratégias mais eficazes para alcançar e satisfazer seus
clientes, além de prever tendências e ajustar suas ofertas conforme as mudanças nas preferências e no
comportamento do mercado.
1. PREFERÊNCIAS E UTILIDADE
Preferências e utilidade são conceitos fundamentais na teoria económica que explicam como os
consumidores fazem escolhas entre diferentes bens e serviços. Eles são usados para entender o
comportamento do consumidor e para modelar a demanda.
1) Preferências
Completa e Transitiva: Para que as preferências sejam bem definidas, elas devem ser completas (o
consumidor pode comparar e classificar todos os pares de bens) e transitivas (se um bem A é preferido
a um bem B, e o bem B é preferido a um bem C, então o bem A deve ser preferido ao bem C).
Relação de Preferência: Preferências podem ser representadas de várias maneiras:
o Ordinais: Apenas a ordem de preferência importa. Por exemplo, um consumidor pode preferir
o bem A ao bem B e o bem B ao bem C, sem que a intensidade das preferências seja
quantificada.
o Cardinais: A intensidade da preferência pode ser medida. Por exemplo, um consumidor pode
atribuir uma utilidade de 10 ao bem A e uma utilidade de 5 ao bem B, indicando que o bem A
é preferido em uma medida quantitativa.
2) Utilidade
Utilidade é um conceito que mede a satisfação ou prazer que um consumidor obtém ao consumir um bem ou
serviço. Ela é usada para representar e quantificar as preferências do consumidor.
Utilidade Total: A satisfação total obtida pelo consumo de uma certa quantidade de um bem. Por
exemplo, se consumir 3 maçãs dá uma satisfação total de 15 unidades de utilidade, isso é a utilidade
total de 3 maçãs. A utilidade total do indivíduo resulta da soma da utilidade que retira pelo consumo
de cada bem do seu cabaz.
U=f (x), em que U representa o nível de utilidade total obtida a partir do consumo de X e x a
quantidade consumida do bem X.
Utilidade Marginal: A satisfação adicional obtida ao consumir uma unidade adicional de um bem. É
a mudança na utilidade total resultante do consumo de uma unidade extra do bem. Geralmente, a
utilidade marginal diminui à medida que a quantidade consumida aumenta, um fenómeno conhecido
como Lei da Utilidade Marginal Decrescente.
x* x
Neste tipo de funções utilidade, a quantidade ótima de consumo de um determinado bem ou serviço
(sem considerar ainda as possibilidades de consumo do consumidor), corresponde à quantidade que
maximiza o valor de U (x* na figura 1). Este ponto designa-se por ponto de saciedade.
3) Função de Utilidade
Uma função de utilidade é uma representação matemática das preferências do consumidor. Ela atribui um
valor numérico à satisfação que um consumidor obtém de diferentes combinações de bens e serviços.
A função utilidade nesta abordagem, é uma maneira de atribuir valor numérico a cada
possível cabaz de consumo, de modo a que os cabazes mais preferidos ou desejados sejam
designados por números maiores, relativamente aos menos preferidos ou menos desejados
(Varian, 2010). Nesta abordagem estudam-se as preferências dos consumidores, as quais
podem ser descritas por uma função utilidade U=f(x,y), onde x e y representam as quantidades
consumidas de dois produtos, mas o que importa é a ordenação de cabazes, daí falarmos em
utilidade ordinal.
Com uma função utilidade deste tipo, com duas variáveis independentes, pode ainda ser
calculada a utilidade marginal (Um) para cada um dos bens da função, através da respetiva
derivada parcial:
(1) 𝑼𝒎x ð𝑼 (variação da função utilidade total, quando o consumidor aumenta o
= ðx
Y1 A C
III
B
II
I
0 X1 X
Uma curva de indiferença permite também comparar a satisfação implícita nos cabazes que
se situam ao longo da mesma (A e B na curva I da figura 2), com a dos que se situam
acima (C na curva II da figura 2), ou abaixo, da referida curva. Em geral, os cabazes
situados acima da curva de indiferença são todos preferidos aos que se situam nessa mesma
curva (C na curva II é preferido a A e a B na curva I, sendo que a curva II está associada a
uma maior utilidade que a curva I). Do mesmo modo, os cabazes situados numa curva de
indiferença são todos preferidos aos que se situam abaixo dessa curva. De facto, na
representação das preferências do consumidor, o fator mais importante é a ordenação das
curvas de indiferença e não os valores numéricos que lhes atribuímos: I<II<III
Y1 A C
I II III
0 X1
X
III
A C
II
Y1 B I
0 X1
X
5) Maximização da Utilidade
1) Curvas de Indiferença
2) Restrição Orçamentária
Px⋅x+Py⋅y=RP
Onde:
y 12
10
6 B
4
A
2
possibilidades
Conjunto da s
de consumo
0
5 10 15 20 25
4. MAXIMIZAÇÃO DA UTILIDADE
TMS=PxPy\text{TMS} = \frac{P_x}{P_y}TMS=PyPx
3) Implicações e Aplicações