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Aula 15. TGI

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23/10/2024

Alterações do Sistema
Gastrointestinal em UTI

Profa Ms Raffaela Angel

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Exócrina:

Pancreatite • Suco pancreático produzido pelas células acinares.

Endócrinas:
• Glucagon e insulina

• Artéria Pancreaticoduodenal inferior e superior


• Ramos Pancreáticos

• Veias pancreaticoduodenais superior e inferior


• Veias pequenas que correm diretamente para a
veia esplênica ou diretamente para a veia porta

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Aguda Pancreatite Crônica

Aguda: a glândula pode voltar ao normal assim que resolvida a causa

Crônica: há perda irreversível do parênquima pancreático exócrino e endócrino, com presença de fibrose

Pancreatite Aguda (PA) – Mortalidade de 1% a 2%


• Um processo inflamatório agudo do pâncreas, com envolvimento variável de
outros tecidos regionais ou sistemas de órgãos remotos
• Varia de leve a grave
• Podendo provocar lesão local, síndrome da resposta inflamatória sistêmica e
falência de múltiplos órgãos
• Causas mais comuns: álcool e cálculos biliares

Pancreatite Aguda

Na maioria das vezes, ela é autolimitada ao pâncreas e com mínima


repercussão sistêmica → boa evolução → baixa mortalidade

10-20% dos casos, o quadro é mais intenso e com grande repercussão


sistêmica, levando a índices de mortalidade de até 40%.

O correto diagnóstico, estabelecido de forma precoce e a


determinação de sua gravidade são fatores de fundamental
importância para o adequado manejo terapêutico dos doentes

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Apresentação Clínica da Pancreatite


Pancreatite edematosa intersticial:
Caracterizada por inflamação e edema do parênquima pancreático e
dos tecidos peripancreáticos

Pancreatite Necrosante:
Progresso da lesão causando morte dos tecidos pancreáticos

• Conhecida como necro-hemorrágica ou “necrosante”


• Geralmente implica em algum grau de necrose pancreática, peripancreática, ou ambas
• Maior número de complicações: infecção da necrose, coleções fluídas peripancreáticas,
abscessos, pseudocistos e, até mesmo, a falência de múltiplos órgãos.
• Choque, insuficiência respiratória, insuficiência renal ou hemorragia digestiva.

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Fisiopatologia Da Pancreatite
Causas Possíveis:
Obstrução dos ductos pancreáticos
Lesão primária das células acinares → vírus & drogas & trauma
Transporte intracelular defeituoso de proenzimas dentro das células acinares:

Ativação de enzimas digestiva


Tripsinogênio em tripsina
Ainda dentro do parênquima da célula acinar
Ocorrendo seu acúmulo e uma autodigestão pancreática
DESTRUIÇÃO LOCAL E OU SIRS

Sinais e Sintomas
Sinal de Kehr:
• Dor abdominal superior intensa de início abrupto
• Que pode irradiar para as costas
• Que ocasionalmente pode irradiar para o ombro esquerdo

Outros Sintomas:
• Náuseas, vômito, febre, icterícia, perda de peso, taquicardia, leucocitose e
níveis elevados das enzimas pancreáticas em sangue e/ou urina
• Hipertermia, aumento FC e FR, hipotensão

Exame abdominal
• Revela sensibilidade epigástrica com possível proteção e rigidez e
diminuição dos RHA

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Sinais e Sintomas
Náuseas / Vômitos (aspecto biliar), pode evoluir para laceração gastro-esofágica →
hemorragia
Alterações nível de consciência
Derrame pleural – Atelectasia - IRpA
Febre, taquicardia, taquipneia
Icterícia, mesmo na pancreatite aguda não litiásica.
Oligúria → hipovolemia, desidratação, hipotensão, choque
Distensão abdominal, RHA diminuídos ou ausentes, presença de coleções, ASCITE.
Hemorragia retroperitoneal → hematomas abdome
Trombose da veia esplénica

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Sangramento Retroperitoneal
Sinal de Gray-Turners (equimose nos flancos)

Sinal de Cullen (equimose peri-umbilical)

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Manifestações Clínicas
Retinopatia de Purtsher é encontrada nos episódios de pancreatite aguda grave
e corresponde à oclusão da artéria central da retina.
Cianose e pele fria e pegajosa

Comum a ocorrência de insuficiência renal aguda

Ocorrem angústia respiratória e hipoxia

Pode desenvolver infiltrados pulmonares, dispneia, taquipneia e valores


anormais da gasometria

Algumas vezes, observa-se ocorrência de depressão miocárdica, hipocalcemia,


hiperglicemia e coagulação intravascular disseminada

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Diagnóstico da Pancreatite
O diagnóstico para PA precisa ter dois dos seguintes critérios:
• (I) dor abdominal consistente com pancreatite
• (II) níveis séricos de lipase ou amilase pancreática no mínimo três vezes acima do
limite normal
• (III) achados confirmatórios nos exames de imagem na tomografia computadorizada
com contraste, ressonância magnética ou ultrassonografia transabdominal.

Nas apresentações tardias a dor abdominal pode ser


característica; no entanto, a amilase e lipase séricas estarão
menores que três vezes o limite de normalidade, sendo assim o
exame de imagem é necessário para confirmação diagnóstica

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Exames Complementares
• Função hepática: bilirrubina, transaminase e fosfatase alcalina
• Função Renal: uréia e creatinina
• Cálcio
• Triglicerídeos
• Hemograma
• Glicemia
• Creatinina
• Proteína C reativa
• Coagulograma
• Outros a depender da gravidade

A presença de três ou mais critérios nas 48 h da


admissão, classifica a pancreatite como grave

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Manejo da PA:
• Diagnóstico de PA e etiologia
• Prognóstico / predição da gravidade → Scores ex: Crítérios de Ranson; Apache II
• Jejum
• Fluidoterapia & Medicações & Manejo dor & ATB s/n
• Manejo de terapia intensiva & Prevenção de complicações infecciosas
• Suporte nutricional & NPT
• SNG aliviar a náuseas e os vômitos e para diminuir a distensão abdominal
dolorosa e o íleo paralítico
• Manejo do trato biliar & Cirurgia
• Indicações para intervenção em pancreatite necrosante & Cirurgia
• Manejo da hiperglicemia
• Inibidor de Enzimas pancreáticas

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Manejo de Enfermagem na Pancreatite & PE


• Emergência + Jejum + BH
• Repouso Absoluto e Decubito 45°
• Monitorização cardíaca e / DOR – SSVV – Sat O2 – glicemia capilar
• Monitorização hemodinâmica Invasiva S/N + Cuidados VMI S/N + Drogas Vasoativas
• SNG s/n: remover as secreções gástricas e aliviar a distensão abdominal
• Acesso Venoso Calibroso + Coleta de Exames
• Preparo para exames de Imagem
• Acompanhamento dos exames laboratoriais
• Monitorização de fluídos + atenção EAP
• Monitorar Sinais: Sinal de Gray-Turners; Sinal de Cullen.

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Manejo de Enfermagem na Pancreatite


Monitorar rigorosamente o cliente quanto a sinais precoces de
disfunção neurológica, cardiovascular, renal e respiratória

Estar preparada para a ocorrência de rápidas alterações no estado do


cliente, tratamento e terapias; responder rapidamente

Monitorização das eliminações

Monitorização de sinais de Choque + Pacote 1 hora se Sepse +


assistência ao choque

Cuidados com dieta SNE + NPT

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Referências
1. Carneiro RDS; et al. Protocolo para manejo clínico da pancreatite aguda
em adultos. Brazilian Journal of Development. 2021; 7(10): 98841-98855.

2. Ferreira AF; et al. Fatores preditivos de gravidade da pancreatite aguda:


Quais e quando utilizar? ABCD Arq Bras Cir Dig 2015; 28(3):207-211.

3. Malaquias ARSP. Complicações da Pancreatite Aguda. Dissertação de


Mestrado, 2008.

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Hemorragia Digestiva
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HEMORRAGIA DIGESTIVA
Consiste na perda de sangue através de qualquer ponto do tubo digestório
• Esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso ou canal anal
HDA HDB
Não é por si só uma doença mas sim uma manifestação clínica de uma
patologia subjacente

(PONTO ONDE TERMINA O DUODENO E SE INICIA O JEJUNO)

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Hemorragia Digestiva Alta (HDA)


Sangramento derivado de lesões no trato
gastrointestinal superior
• Esôfago, estômago e duodeno → anteriormente ao ângulo de
Treitz

Comumente associados à hematêmese e ou


melena

Varicosa MELENA
• Ruptura de varizes esofágicas Sangue alterado pela flora
intestinal tendo por isso
Não Varicosa uma aparência negra e
• Úlcera péptica, infecção por Helicobacter pylori, consumo de com um forte cheiro
anti-inflamatórios não esteróides (AINES) pútrido, indicando HDA

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Diagnóstico Das Hemorragias


Avaliação Clínica
• Sinais e sintomas dependem da gravidade do sangramento

Endoscopia digestiva alta – EDA & Biópsia H- Pylori


• Precoce até 12hs admissão

Colonoscopia óptica

Cápsula endoscópica

Cintilografia

Angiografia digital

Tomografia computadorizada

Exames Laboratóriais

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O escore de Glasgow Blatchford (GBS) aponta a mortalidade e a intervenção médica, como transfusão
sanguínea, tratamento endoscópico ou cirúrgico, após episódio de hemorragia digestiva alta

GBS ≥1 são considerados de alto risco para intervenção médica e mortalidade.

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SINAIS E SINTOMAS HDA FATORES DE GRAVIDADE

Hematêmese; melena
Alterações Nível de Consciência
Alterações hemodinâmicas
Alterações de perfusão
Tratamento
Alterações Hidroeletrolíticas
• Estimar Perda vôlemica
Dimimuição de Eritrócitos, HB, HT • Ressuscitação hemodinâmica
• Ressuscitação fluídica intravenosa com
IRA – IC – Insuf. Hepática cristaloides
• Manejo de anticoagulantes e antiagregantes
Outros de acordo com as causas plaquetários
• Hemocomponentes
• Cirurgia → causa

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Hemorragia Digestiva Baixa – HDB

Sangramento
de uma fonte Etiologia Mais comuns:
doença
distal ao diverticular,
ligamento de Angiodisplasia,
Treitz. câncer colorretal,
colite incluindo
doença de Crohn e
Causas retocolite
vasculares;
Inflamatórias; ulcerativa, além de
Pode se
Neoplásicas; lesões anorretais
originar no
intestino Traumáticas; benignas como
delgado, Iatrogênicas hemorroidas,
cólon ou fissuras anais e
reto. úlceras retais

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Sinais e Sintomas HDB


Taxa de mortalidade entre 2,5 a 3,9% durante a internação
Sangue oculto

Hematoquezia: fonte no cólon Esquerdo, reto e ânus

Hemorragia maciça

Melena: Raro → sangramento de ceco e cólon direito

Anemia ferropriva & HMG

Dor abdominal

Instabilidade Hemodinâmica

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Diagnóstico Tratamento
• Boa anamnese • Estimar Perda vôlemica
• Correto exame físico e • Ressuscitação hemodinâmica
laboratorial • Ressuscitação fluídica
intravenosa com cristaloides
• Avaliar a gravidade e
etiologia do • Manejo de anticoagulantes e
antiagregantes plaquetários
sangramento
• Hemocomponentes
• Colonoscopia até 24hs
após estabilidade • Cirurgia → causa

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PE na situações de HDA – HDB


• Emergência
• Repouso Absoluto + jejum + BH + Peso
• Manter paciente aquecido + O2
• Monitorização Cardíaca + SSVV + Saturação
• Monitorização Hemodinâmica Invasiva & Não Invasiva
• 2 acessos calibrosos + coleta de exames + Tipagem sanguínea
• SVD + mensuração e controle de peso de fralda e eliminações
• Realizar SNG Resfriamento intragástrico – lavagem gástrica se prescrito
• Controlar rigorosamente as infusões → risco de EAP
• Aplicar Escala de Coma de Glasgow
• Monitorar sinais e sintomas de choque → Atenção a perfusão periférica
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PE na situações de HDA – HDB


• Identificar rapidamente sinais clínicos de choque: taquicardia, taquipnéia,
declínio da PA, pulsos filiformes, pele fria e pegajosa, livedo, TEC > 2”,
diminuição do turgor da pele, obnubilação mental
• Assistência na infusão de hemocomponentes
EXAMES
• Auxiliar no preparo
• Auxiliar durante a endoscopia digestiva alta se caso
• Preparo Colon para colonoscopia

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Referências
1. Martins AAL; et al. Hemorragia digestiva alta diagnóstico e
tratamento: uma revisão de literatura. Para Res Med J.
2019;3(2):e07. DOI: 10.4322/prmj.2019.007.
2. Costa AF; et al. Diagnóstico e tratamento da hemorragia digestiva
baixa: revisão sistemática. Para Res Med J. 2020;4:e36. DOI:
10.4322/prmj.2019.036

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PERITONITE
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O Peritônio

Dividido em parietal e
visceral

Membrana serosa

Peritônio visceral: cobre


todas as vísceras intra-
abdominais

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Causas Peritonite

Peritonite primária ou espontânea


• Peritonite por microorganismo, mais comum bacteriana difusa,
sem qualquer origem de infecção intra-abdominal aparente
A peritonite secundária
• Pode ter como origem um foco abdominal primário, infeccioso
(apendicite, diverticulite) ou não (pancreatite), ou ser
decorrente a uma afecção abdominal secundária à complicação
de um procedimento cirúrgico primário que não envolveu,
necessariamente, uma doença infecciosa.

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Peritônio & Resposta ao Trauma


• Lesão → A superficie peritoneal responde à lesão com reação
inflamatória
• mecanismos de interação humoral e celular associada à exagerada
produção local de citocinas pró-inflamatórias tais como o fator de
necrose tumoral (TNF-a), interleucinas (IL-l, 2 e 6) e outras, além da
liberação de histaminas pelos mastócitos peritoneais, em quantidade
que depende da gravidade da lesão e destruição da superficie
mesotelial.
• No início, há aumento da permeabilidade vascular com exsudação de
plasma rico em proteínas, contendo fibrinogênio, para a cavidade.
• ADERENCIAS → são secundárias a um tipo específico de injúria
INJÚRIA → Hipóxia ou a isquemia, a lesão da superfície subperitoneal, a
contaminação e a infecção do peritônio além da presença de corpo
estranho, constituindo o que denominamos de peritonite.

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PERITONITE O processo inflamatório ou infeccioso que


acomete de forma localizada ou generalizada, a
membrana-peritoneal é denominado peritonite.

A agressão intra-abdominal provoca uma


sequencia de respostas envolvendo a
membrana peritoneal, os intestinos, os
compartimentos dos líquidos orgânicos com
subsequentes respostas cardíacas, respiratórias,
renais, neuroendócrinas e metabólicas.

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Sinais e Sintomas de Peritonite


• Rubor, calor e dor visceral + sintomas gastrointestinais + mal estar geral

• Dor visceral: Difuso, mal definido, transitória hipermotilidade gastrintestinal (RHA >)

que, após curto intervalo, torna-se progressivamente deprimida (< RHA) → AUSÊNCIA

• Congestão vascular e a dilatação são pronunciadas o que sustenta a intensa transudação seguinte →
ASCITE

• Abdome distendido e rígido → Indesejável distensão dos intestinos provocada pelo acúmulo de líquidos e
de gases para o lúmen intestinal

• Distensão: Impedimento relativo para a circulação, hipóxia de estagnação ou, eventualmente, isquemia

• Sequência de eventos → Aumento do edema da parede e a sequestração de maior quantidade de líquido o


que contribui → diminuição do volume do líquido extracelular.

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• Diminuição de Líquido Intravascular


• Soma- se a isso a farta "produção" de água rica em proteínas e eletrólitos,
pela membrana peritoneal inflamada que, quando extensamente
comprometida, contribui com o acúmulo regional de cerca de 4 a 6 litros
de líquido, em 24 horas.
• Íleo paralítico, a distensão e o "derrame" de líquido para a luz
• Hipovolemia → Instabilidade Hemodinâmica & Sepse
• Surgem as respostas cardíacas e respiratórias; neuroendócrinas, renais e
metabólicas.

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Diagnóstico Tratamento
• Avaliação Clínica • Sepse / Choque Séptico
• Laboratorial + Cultura • Estabilização
• Exames de Imagem Hemodinâmica
• Paracentese com • Fluidos – ATB
análise • Cirurgia
ATIVIDADE
QUAL A ASSITÊNCIA DE
ENFERMAGEM AO
PACIENTE COM
PERITONITE ?

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Referências
1. Waele JJD. O que todo intensivista deveria saber sobre o
tratamento da peritonite na unidade de terapia intensiva. Rev Bras
Ter Intensiva. 2018;30(1):9-14.

2. SANTOS JR.JCM. PERITONITE - INFECÇÃO PERITONEAL E SEPSE. Rev


bras Coloproct, 2001; 21(1): 33-41.

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